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• O que é auriculoterapia?
• Breve histórico
Não se sabe exatamente qual a origem da auriculoterapia e nem mesmo de onde vieram os
seus primeiros registros. Sabe-se, contudo, que se trata de uma técnica bastante antiga, já que
os egípcios acalmavam algumas dores pela estimulação de pontos no pavilhão auricular.
O documento mais antigo conhecido sobre o tema é o livro Geração de Hipócrates (século
IV AC), considerado o pai da Medicina. O material afirmava que pequenas cauterizações atrás da
orelha eram úteis no tratamento de casos de esterilidade.
Os chineses também já usavam a técnica dentro da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) e
seus pontos deram origem a cartografias muito conhecidas atualmente. Segundo a teoria
chinesa, são aproximadamente 200 pontos auriculares de tratamento.
No século XVII os estudos de Hipócrates foram estudados pelo médico português Zacutus
Lusitanus, que passou a usar pontos na orelha no tratamento de dores de quadril.
Dr. Paul Nogier, um médico francês, já em 1951, se surpreendeu quando uma paciente
afirmou ter sido curada de dores ciáticas após uma curandeira cauterizar alguns pontos em sua
orelha. Curioso, dedicou 20 de anos a estudar o método e descreveu cerca de 43 pontos na
orelha com correspondência com órgãos e sistemas do corpo humano. Suas publicações
tornaram conhecida a Auriculoterapia Francesa, que foi sendo aperfeiçoada ao longo do
tempo. A teoria é amparada pelos fundamentos da neurofisiologia, mais recentemente
confirmados por estudos de ressonância magnética funcional.
A técnica também pode ser útil para perda de peso, por isso, também é recomendada para
pacientes obesos. A explicação para sua contribuição nesses casos está na sua capacidade de
estimular o funcionamento intestinal e de ajudar a controlar o apetite.
O primeiro passo para o tratamento é uma consulta com o profissional especializado, que
irá identificar os principais sintomas e, a partir disso, compreender quais os órgãos afetados.
Em seguida será realizada a seleção dos pontos mais adequados para o tratamento.
Diversas são as formas de realizar pressão sobre esses pontos durante a sessão. As mais
comuns são:
• Agulhas filiformes: aplicadas sobre os pontos durante 10 a 30 minutos.
• Agulhas intradérmicas: colocadas debaixo da pele por cerca de 7 dias.
• Esferas magnéticas: coladas na pele por aproximadamente 5 dias.
• Sementes de mostarda: podem ser aquecidas ou não e são coladas na pele durante 5
dias.
O número de sessões necessárias para que o paciente desfrute dos benefícios esperados
dependerá muito de cada caso. Quadros mais leves podem começar a apresentar melhora
desde a primeira aplicação, enquanto outros precisarão de um maior estímulo para promoção
do efeito esperado.
Em geral, podem ser recomendadas até 10 sessões, conforme método escolhido. O profissional
pode orientar ainda que a pessoa realize a terapia periodicamente a cada seis meses ou um ano,
segundo a necessidade de cada uma.
Esta é uma das grandes vantagens da auriculoterapia: o tratamento pode ser feito por
qualquer pessoa, independente da idade, sendo recomendado para crianças, adultos e idosos.
Contudo, de acordo com o Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura, pacientes
imunodeprimidos, diagnosticados com AIDS ou diabetes, em uso de anticoagulantes ou com
alguma infecção ativa devem ser tratados com cautela.
REFERÊNCIAS
https://www.ceimec.com.br/acupuntura/auriculoterapia/
Yang LH, Duan PB, Hou QM, Du SZ, Sun JF, Mei SJ, et al. Efficacy of auricular acupressure for
chronic low back pain: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials.
Evid Based Complement Alternat Med. 2017;2017:6383649.
ARTIOLI, Dérrick Patrick; TAVARES, Alana Ludemila de Freitas; BERTOLINI, Gladson Ricardo Flor.
Auriculoterapia: neurofisiologia, pontos de escolha, indicações e resultados em condições
dolorosas musculoesqueléticas: revisão sistemática de revisões. BrJP. São Paulo, 2019 out-
dez;2(4):356-61
HE e NE, HE, Y.H & NE, Z.B. Teoria Básica da Medicina Tradicional Chinesa. São Paulo: Atheneu,
1999.