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Manual de Apoio
AURICULOTERAPIA I
CURSO:
2014/2015
AURICULOTERAPIA
MTC
NATUROPATIA
MASSAGEM
DOCENTES:
DOCENTES
Ana Veloso, diplomada em Medicina Tradicional Chinesa pelo IPN e Pós-
Graduação em MTC pela mesma entidade
André Santos, diplomado em Medicina Tradicional Chinesa pelo IPN e Pós-
Graduação em MTC pela mesma entidade
Cláudia Raimundo, Licenciada em Ergonomia com experiência em contexto
hospitalar, Diplomada em Medicina Tradicional Chinesa pelo IPN
CARGA HORÁRIA
60 Horas. Estas horas incluem aulas presenciais, estudo acompanhado,
trabalho de investigação orientado e avaliação.
POPULAÇÃO ALVO
Alunos do 1º ano do curso de MTC, Naturopatia, Alunos do curso de
Massagem ou público em geral.
OBJECTIVOS GERAIS
Pretende-se que no final dos módulos de Auriculoterapia I o formando seja
capaz de:
Manual de AURICULOTERAPIA I
A Auriculoterapia configura-se hoje como uma das terapias mais eficazes e com resultados
muito rápidos e duradouros. Por razões variadas, conseguiu impor-se a ocidente, tendo sido
alvo de estudos por parte de médicos da medicina alopática que contribuíram enormemente
para a sua evolução. Trata-se de uma terapia de fácil aceitação, que habitualmente recorre a
técnicas pouco invasivas.
A sua aprendizagem é relativamente acessível, podendo ser praticada com um elevado grau
de segurança, desde o início do estudo.
A Auriculoterapia começa lentamente a fazer parte integrante dos hábitos diários de muitas
pessoas com patologias crónicas, sendo por exemplo, uma das terapias de eleição no
controle da dor.
Outras referências estão datadas de 400 a.C. no Egipto, Grécia e Roma cujos
tratamentos de distúrbios sexuais eram habituais. Nomes como os de Galeno ou
Hipócrates estão ligados a estas práticas.
Hoje em dia estão identificados cerca de 300 pontos em cada orelha, reconhecidos à
luz das bases orientais e ocidentais.
O sistema de meridianos funciona como uma rede energética que se estende por todo o
organismo. Sendo que os meridianos Yang conectam o pavilhão auricular,
indirectamente, todos os demais canais energéticos também o fazem.
CORTEX CEREBRAL
MESENCÉFALO
MEDULA ESPINAL
PARTES DO CORPO
CORRESPONDENTES AOS PONTOS AURICULARES
PONTOS AURICULARES
O Dr. Cho observou que a estimulação de pontos auriculares com frio ou com calor,
fazia variar a temperatura das partes do corpo correspondentes, de acordo com o
estímulo efectuado. Assim, postulou que a relação entre os pontos auriculares e as
zonas sistémicas correspondentes era semelhante à relação entre uma chave e a sua
fechadura: a chave, seria a estimulação do ponto auricular, que poderia abrir a
fechadura, não mais que a resposta somática correspondente nas diferentes partes do
corpo.
Para melhor compreensão deste facto, tomemos o seguinte exemplo: O Sr. Y ao colher
uma rosa do seu quintal picou-se num espinho. A informação da picada chega
rapidamente ao cérebro que de imediato ordena a retirada da mão. No pavilhão
auricular ocorre uma situação semelhante: as áreas reflexas funcionam como sensores
de estímulos de tal forma que ao serem manipuladas a informação segue para o
cérebro, que por sua vez desencadeia uma resposta na região corporal
correspondente.
Hélice
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Trago
Concha cava
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Incisura
Anti-trago inter trágica
Lóbulo
Nomenclatura anatómica
Vasos linfáticos:
o Gânglio parotídeo pré-auricular que receciona os vasos linfáticos provenientes da
parte anterior da hélice e do trago;
o O gânglio mastóideo e o sub-esternomastóideo rececionam os vasos linfáticos
que se originam quer na face anterior do pavilhão auricular, quer na sua face
posterior, por trás da concha.
Músculos:
o Os músculos do pavilhão auricular são estruturas rudimentares, sem acção
preponderante mas que se registam:
Músculo Maior da Hélice
Músculo Menor da Hélice
Músculo do Trago
Músculo do Anti-trago
Músculos transversos e oblíquos
Estrutura nervosa:
o Podemos dividir a estrutura nervosa em 3 partes:
Nervos espinais (auricular maior e occipital menor), têm origem no segundo e
terceiro pares do plexo cervical e estendem-se principalmente pelo lóbulo,
pela hélice, pela fossa escafóide e pela anti-hélice.
NERVOS AURICULARES
4. Definição de ponto auricular e classificação dos pontos auriculares de acordo com a sua
função
Os pontos auriculares são provavelmente a maior causa de preocupação dos alunos,
principalmente no que se refere ao elevado número e necessidade de localização
exacta.
Na verdade, esse medo não tem razão de existir desvanecendo-se à medida que o
processo de aprendizagem se completa.
O domínio da Auriculoterapia advém da experiência, pelo que é sempre necessário
tempo e prática para evoluir.
DEFINIÇÃO
Zona específica distribuída pela superfície auricular, que reflecte fielmente a
actividade funcional e energética de todo o corpo.
Pontos dos 5 Zang e 6 Fu, com a dupla função de ponto correspondente anatómico e
de ponto energético.
Pontos do dorso da orelha, correspondem na sua maioria aos da face anterior. Pela
sua importância destacam-se os pontos auriculares Estômago, Fígado, Pulmão
superior, Shenmen e Cérebro, que na face posterior correspondem respectivamente
ao Baço, Fígado, Pulmão, Coração e Rim.
D
D
S.ENDÓCRINO
S.ENDÓCRINO
S.NERVOSO
S.NERVOSO
ESPECIAIS
ESPECIAIS
ZANG––66FU
55ZANG FU
CORRESPONDENTES
CORRESPONDENTES
7.1. A Observação
Nesta fase serão consideradas as alterações de cor, morfologia, vascularização, descamação,
...
COR
MORFOLOGIA
Porosidades
Patologias dermatológicas
Aspereza
7.2. Palpação
O diagnóstico pela palpação divide-se em:
Exploração digital
Exploração com sonda
Um ponto Normal não tem relação directa com a patologia, e os sinais no detector
eléctrico são insignificantes.
Um ponto de Alta Condutividade tem uma estreita relação com a patologia, variando
os sinais no detector consoante o estado ou gravidade da mesma. Assim sendo,
poderemos classificar de reacção positiva fraca, média ou forte, consoante o tipo de
sinal recebido.
Existem alguns pontos que têm reacção positiva fraca, tais como: clavícula, ombro,
articulação do ombro, cotovelo, punho, dedos, útero, Shenmen, boca, esófago, intestino
grosso, bexiga, endócrino, pulmão, coração e sanjiao.
Fossa triangular
Conchas
Região envolvente da raiz do hélice
Antitrago, incisura inter-trágica e trago
Lóbulo
Anti-hélice
Fossa escafóide
Hélice
Região dorsal
Não esquecer que, factores como a idade, peso, sexo, actividade física, temperatura
do pavilhão auricular, estado emocional, etc., podem falsear os resultados obtidos
Se o pavilhão auricular se encontrar frio deve-se aguardar o tempo suficiente para que
readquire temperatura normal
8. Diferenciação de síndromes
Provavelmente esta é a fase mais importante do diagnóstico auricular e provavelmente a
mais complexa, visto ser necessário cruzar as informações anteriormente obtidas com os
dados da anamnese, os princípios da fisiopatologia ocidental e ainda todas as teorias
orientais já estudadas.
9.1. Lóbulo
Dente – Odontalgia, anestesia dental,...
Palato inferior e superior – úlceras bucais,...
Língua – fissura lingual, úlceras linguais, AVC,...
Maxilar superior e inferior – odontalgias, abcessos,...
Ómega – depressão, alterações de sono,...
Olho / Hipersensibilidade – conjuntivite, fotofobia,...
Ouvido interno – hipoacúsia, zumbidos, otite, vertigens,...
Ansiedade – estados ansiosos
Amígdala – amigdalite, faringite,...
Face – paralisia facial, dermatites faciais, estética,...
Queixo – herpes, patologias mandibulares, …
Lábios – herpes, fissuras, AVC, …
Vinco da hipotensão, doença coronária e zumbidos – utilizada para diagnóstico
9.2. Anti-hélice
Região cervical – patologias cervicais, torcicolo,...
10. Localização e descrição das funções dos pontos auriculares do fossa triangular, concha
cimba, concha cava e Região envolvente da raiz do hélice
11. Localização e descrição das funções dos pontos auriculares do trago, anti-trago, hélice e
dorso do pavilhão auricular
11.1. Trago
11.1.1. Lado externo
Ápice do trago – anti-inflamatório, antipirético, sedante, analgésico por sangria,...
11.2. Anti-Trago
11.2.1. Lado externo
Ápice do anti-trago – analgésico, anti-inflamatória, anti-pirético,...
Asma – asma, tosse, bronquites,...
Temporal – analgésico, clarear a visão, hipoacúsia,...
Frontal – analgésico, fortalecer a mente, a memória, a concentração, clarear a
visão, hipertensão,...
Occipital – analgésico, sedação, vertigem, convulsão, clarear a visão,...
Vértice – cefaleias, alterações psicológicas,...
Hipófise – patologias ginecológicas endócrinas, disfunções da hipófise,
hemorragias,...
Área da vertigem – vertigem
Área da neurastenia – alterações psicológicas, alterações do sono,...
11.4. Hélice
11.5. Raiz
Zero – patologias digestivas e cardiovasculares, ponto de equilíbrio Yin/Yang
Plexo solar – stress, patologias digestivas, …
Diafragma – patologias diafragmáticas, hemorragias, patologias dermatológicas,...
11.6. Corpo
Ápice da orelha – anti-inflamatório, antipirético, hipotensor, antialérgico, acalma a
mente, clareia a visão,...
Ânus – hemorróides, prurido anal,...
Genitais externos – uretrites, impotência,...
Uretra – prostatite, polaquiúria,...
Recto – hemorróides, incontinência,...
Yang do Fígado – Síndrome Yang do Fígado, hepatite,...
Hélice de 1 a 6 – anti-inflamatório, antipirético,...
Nervo occipital menor – cefaleia occipital, algia do pavilhão auricular, A.V.C.,...
11.7. Cauda
Anti-líbido – anti-inflamatório, antipirético,...
13. Conclusão
A Auriculoterapia é uma terapia com origem no oriente, mas cuja prática, na
actualidade, é generalizada a todos os continentes;
Está indicada no tratamento de vasto número de patologias;
A sua aprendizagem é relativamente acessível e a sua prática pouco dispendiosa, pelo
que recolhe a procura e o apreço de muitos pacientes;
Esperamos, com esta disciplina, contribuir para a divulgação e o desenvolvimento da
Auriculoterapia em Portugal, habilitando os formandos para uma prática de sucesso.