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INSTITUTO BIODISCO
SOFIA ANGELA SELERI

ACUPUNTURA AURICULAR COM CRISTAIS RADIÔNICOS NO TRATAMENTO DA


INSÔNIA: UM RELATO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Instituto Biodisco
como exigência de Formação do
Curso de Auriculoterapia Natural

Orientador: Sebastião Koji


Narimatsu

MARINGÁ
2014
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RESUMO

A insônia, cada vez mais frequente nas sociedades modernas, é um sintoma que
pode ser definido como dificuldade em iniciar e/ou manter o sono, presença de sono
não reparador, ou seja, insuficiente para manter uma boa qualidade de alerta e bem-
estar físico e mental durante o dia, com o comprometimento conseqüente do
desempenho nas atividades diurnas (Associação Brasileira de Sono). A Acupuntura
Auricular é uma terapia energética ou complementar de origem milenar, que se
ocupa do diagnóstico e tratamento de enfermidades através da estimulação de
pontos energéticos localizados no pavilhão auricular. Este trabalho relata um
experimento de tratamento com auriculoterapia e cristais radiônicos numa paciente
do sexo feminino, 56 anos de idade, com diagnóstico de insônia crônica. Concluiu-se
a eficácia da auriculoterapia com cristais radiônicos para este caso de insônia.
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SUMÁRIO

Resumo..............................................................................................02
1. Introdução.......................................................................................04
2. Revisão de Literatura......................................................................05
2.1. Sono e Insônia.............................................................................05
2.2. Medicina Tradicional Chinesa (MTC)...........................................07
2.2.1. Yin e Yang................................................................................07
2.2.2. Os Cinco Elementos e os Zang Fu (órgãos e vísceras)...........08
2.2.3. A insônia na MTC.....................................................................10
2.2.4. Acupuntura auricular.................................................................10
2.3. Bases científicas ocidentais.........................................................11
2.4. Cristais Radiônicos......................................................................12
2.5. Caso............................................................................................14
3. Materiais e métodos.......................................................................15
4. Resultados.....................................................................................16
5. Discussão e Conclusão..................................................................17
6. Referências Bibliográficas..............................................................18
Apêndice 1..........................................................................................21
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1. Introdução
Além de descansar a mente e o corpo, dormir bem diminui o estresse, controla
o peso, regula a pressão arterial e afasta o perigo de doenças cardiovasculares.
Quem consegue dormir com profundidade tem grandes chances de viver mais e
melhor.

A insônia é definida como falta de sono, em qualidade ou quantidade e


conforme citado por ROBAINA et al. (2009) é o transtorno do sono mais frequente
na população em geral, sendo reconhecida pela OMS como um problema de saúde
pública devido ao impacto negativo à saúde física e mental, atividade social,
capacidade para o trabalho e qualidade de vida dos indivíduos.

O tratamento mais comum para a insônia crônica é o medicamentoso, embora


a utilização de medicamentos cause alguns prejuízos em longo prazo, entre os quais
a tolerância e a dependência (PASSOS, 2007). Segundo o I Consenso Brasileiro de
Insônia a abordagem terapêutica deve focar em cuidados para o tratamento dos
sintomas diurnos, noturnos e a doença de base em si, destacando o tratamento
farmacológico, o não-farmacológico e a combinação de ambos.

A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é um conjunto de técnicas utilizadas


para avaliar indivíduos, identificar e tratar doenças, que surgiu há milênios no oriente
e vem crescendo gradualmente no ocidente. A acupuntura auricular é uma dessas
técnicas, onde se utiliza a estimulação no ponto reflexo do pavilhão auricular para a
prevenção, tratamento e cura das disfunções do organismo. São vários os materiais
utilizados para estimular os pontos, sendo que para este trabalho foi escolhido os
cristais radiônicos.

Diversos estudos têm sugerido a utilização de terapias não medicamentosas


para a insônia e estas, por sua vez são cada vez mais procuradas pela população.
Alguns estudos mostram que a prática da auriculoterapia, vem se mostrando
bastante apropriada para o tratamento de diferentes doenças. Mostrou-se similar
em eficácia, quando comparada ao efeito de Midazolam para ansiedade, antes de
extração dentária em estudo randomizado com 67 pacientes. Também se mostrou
positiva para ansiedade e estresse em estudantes universitários e em profissionais
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da Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital (KUREBAYASHI;


GNATTA; BORGES; SILVA, 2012).

O presente trabalho justifica-se em primeiro lugar, pela alta incidência de


pessoas que sofrem de insônia e que não encontram soluções de tratamento
satisfatórias na medicina ocidental. Também pela pouca exploração na área
científica em Medicina Tradicional Chinesa, especialmente sobre o tratamento
auricular para essa patologia, sendo pouca utilizada quando comparado ao
tratamento medicamentoso e às terapias comportamentais e cognitivas para estes
casos.

Trata-se de um relato de caso, onde o objetivo proposto é a verificação dos


efeitos da auriculoterapia com cristais radiônicos, em uma paciente do sexo
feminino, 56 anos de idade, com diagnóstico de insônia crônica.

2. Revisão de Literatura

2.1. Sono e Insônia


O Sono é um fenômeno cíclico, caracterizado por uma alteração reversível do
estado de consciência e da reatividade a estímulos ambientais, essencial à vida e ao
equilíbrio físico e mental do ser humano. Segundo referências do Instituto do Sono
“Trata-se de um processo ativo envolvendo múltiplos e complexos mecanismos
fisiológicos e comportamentais em vários sistemas e regiões do sistema nervoso
central.”

“Alterações no padrão do sono podem desencadear cansaço, depressão,


dificuldade de concentração, falta de energia, irritabilidade e sonolência”, explica a
especialista em Medicina do Sono, responsável pelo setor de Polisonografia e pelo
Ambulatório de Ronco e Apneia do Hospital Federal da Lagoa, vinculado ao
Ministério da Saúde, Luciane Mello.

Vgontzas e Kales, 1999 in (SOUZA- REIMAO, 2004) referiram que os distúrbios


do sono são muito prevalentes na população geral e que a insônia é o mais comum
e, quando crônica, geralmente reflete distúrbios psicológicos e comportamentais. A
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insônia apresenta uma prevalência de cerca de 30–35% da população. No entanto,


somente 5% dos pacientes com insônia consultam os cuidados primários de saúde e
69% nunca mencionaram aos médicos suas dificuldades de dormir (McCall, 1999 in
SOUZA- REIMAO, 2004)

Em geral, os autores citam inúmeras causas da insônia, que podem ser


orgânicas e ou psíquicas. Além disso, há concordância de que a prevalência é maior
em mulheres e que certas condições parecem tornar indivíduos mais susceptíveis à
insônia, como histórico de depressão e a idade avançada.

As causas mais importantes indicadas pelas pesquisas são o estresse e a


produção inadequada de serotonina pelo organismo. Podendo ser relacionada com
uma causa específica: estresse, ansiedade, depressão, preocupação, dor, uso de
medicamentos, ambiente inadequado (muito barulho, local quente demais, colchão
ruim, claridade excessiva) etc. Ou ocorrer sem uma causa bem definida, podendo
ser um quadro passageiro, relacionado com algum fato recente, que geralmente
melhora espontaneamente.

Segundo Escobar-Córdoba (2009), a insônia é classificada de acordo com sua


causa, gravidade, duração e natureza, a regra geral é usar sua duração para
classificá-la, por exemplo: insônia ocasional, que dura por alguns dias, transitória,
caso dure por algumas semanas, e crônica caso prolongue por mais de quatro
semanas. Ainda com relação à gravidade, ela pode ser leve, moderada ou grave, e
quanto à sua natureza, se estiver presente no inicio do sono (insônia inicial), se
ocorrer despertares durante a noite (insônia media), ou se ocorrer antes do
despertar normal (insônia precoce).

De acordo com uma pesquisa apresentada em San Antonio, no Texas, na 24ª


reunião anual da Associated Professional Sleep Societies, citada em Instituto do
Sono São Miguel, pessoas com insônia crônica apresentam um risco elevado de
morte, sendo que a taxa de risco ajustado para todas as causas de mortalidade foi
três vezes maior em pessoas com insônia crônica, em comparação a pessoas que
não sofrem com o problema.
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2.2. Medicina Tradicional Chinesa (MTC)

Enquanto aqui no Ocidente, os conhecimentos da acupuntura e da


auriculoterapia, são recentes (século XX), no livro básico da Acupuntura Nei Ching,
escrito há mais de 5.000 anos, encontra-se referências ao uso do pavilhão auricular
na terapia, considerando-o como sendo um órgão isolado em que há conexões com
todos os demais órgãos do corpo, citado por Narimatsu (2010).

Os fundamentos da MTC passam pela compreensão da filosofia taoísta, do


conceito de energia e do estudo das relações entre o homem, o céu e a terra. Sendo
de base profundamente holística onde, acredita-se que uma teoria para ser
verdadeira deve valer para todas as coisas do universo – “Assim em cima como
embaixo”. Ou seja, aquilo que ocorre na natureza ocorre no homem e vice-versa.

Tao é tudo o que existe e ao mesmo tempo nada. É o princípio da unicidade. A


filosofia do Tao é um acumulado do pensamento humano durante vários anos.
Teoriza que, em um fenômeno existem duas categorias opostas e não antagônicas,
e que tudo na natureza se pode classificar nessas duas categorias – Yin e Yang.

O tratamento sob a ótica da MTC é realizado ao buscar-se o equilíbrio entre o


Yin e o Yang, os Cinco elementos e entre os Zang-Fu (Órgãos e Vísceras). As
doenças são interpretadas como sendo causadas principalmente, por fatores
externos e internos, conforme SILVA FILHO (2007), estes fatores impedem o
funcionamento adequado dos Órgãos e Vísceras (Zang Fu) e a circulação de Qi e
Xue pelo corpo. Assim, o objetivo de suas práticas é sempre o estabelecimento do
equilíbrio.

2.2.1. Yin e Yang

Significam os dois princípios fundamentais das forças universais, sempre


opostos e complementares. São conceitos filosóficos da antiguidade aplicados a
todos os fenômenos naturais. Em termos gerais, tudo aquilo que está em
movimento, no exterior, e em ascensão, e que tem calor, claridade, funcionalidade e
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hiperatividade pertencem a yang. De outro modo, tudo que está em repouso, ou no


interior, em hipoatividade, frio, escuro, disfuncional pertence a yin.

Yin e yang não são absolutos e sim relativos. Esta relatividade se reflete em
condições em que o Yin e o Yang podem transformar-se cada um no seu contrário, o
Yin se converte em Yang e vice-versa. Na sua forma mais pura e rarefeita, Yang é
totalmente imaterial e corresponde à energia pura e, Yin no seu estado mais áspero
e denso é totalmente material e corresponde à substância. A partir deste ponto de
vista, energia e matéria são dois estados de um contínuo, com um número de
possibilidades infinitas de estados de agregação. Yin é calmo, Yang ativo. Yang
origina a vida. Yin promove o desenvolvimento. Yang é transformado em Qi, Yin é
transformado em vida material.

2.2.2. Os Cinco Elementos e os Zang Fu (órgãos e vísceras)

Postula-se que, assim como na natureza existem cinco elementos ou


movimentos denominados Água, Madeira, Fogo, Terra e Metal, no corpo humano,
em correspondência existem cinco órgãos essenciais à vida com as mesmas
características: coração, baço, pulmões, rins e fígado.

Zang Fu é o nome genérico dos órgãos internos do corpo, que corresponde


aos cinco órgãos e as cinco vísceras. Os órgãos Zang Fu não são na MTC um
conceito puramente anatômico, mais importante que isso, é um conceito fisiológico
ou patológico. A função dos órgãos é produzir e armazenar o Jing, Qi, Xue e líquidos
corporais. Sendo que Jing é a essência vital herdada dos pais e antepassados
(localiza-se na base da espinha entre os rins); Qi é energia vital (cada órgão tem seu
Qi); Xue inclui o sangue, sêmen, leite e viscosidades e; nos líquidos corporais estão
incluídos as lágrimas, urina e suor.
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Os cinco órgãos (Zang): As cinco vísceras (Fu):


Coração – Fogo Intestino Delgado
Fígado – Madeira Vesícula Biliar
Baço-Pâncreas – Terra Estômago
Pulmão – Metal Intestino Grosso
Rim - Água Bexiga
Tabela 1 – Zang Fu

Como explicita Antunes (2008): “O Chi (energia) dos rins alimenta o fígado
(madeira); este estoca sangue para ajudar o coração (fogo); o calor do coração vai
aquecer o baço-pâncreas o qual transforma a essência (energia) dos alimentos que
vai encher o pulmão (metal); o Pulmão purifica auxiliando os Rins (água)”. Este é
considerado o ciclo de geração pois, implica em promover o crescimento em ordem
de geração:

Figura 1- Ciclo de geração

Assim, temos o coração como o órgão do elemento Fogo, sendo que sua cor é
o vermelho, comanda os vasos sanguíneos e a circulação do sangue, seu sabor o
amargo, sua emoção característica normal é a alegria e em desequilíbrio
manifestará euforia e ansiedade. Temos o baço como o órgão da Terra, de cor
amarela, seu sabor o doce, sua característica psíquica normal é o pensar, refletir,
sua emoção negativa é a preocupação excessiva e o remoer pensamentos. Em
seguida, o pulmão, do movimento Metal, branco o representa, o sabor é o picante,
sua emoção natural é a compaixão e no lado negativo, a tristeza e o pesar. Assim
como controla a respiração, também é responsável pelas trocas (relacionamentos)
com o meio ambiente. Temos os rins que possui a natureza da Água, sua cor é o
preto, seu sabor o salgado. Sua função de equilíbrio energético é fundamental para
o funcionamento de todos os outros órgãos, pois o seu sentimento natural que
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permite que realizemos as coisas é a força de vontade. A sua emoção negativa é o


medo, a insegurança e o autoritarismo. E assim, o fígado, do elemento Madeira, sua
cor o verde, sabor ácido, sua emoção a raiva e a impaciência. Sua ação é
funcionalidade, então quando a funcionalidade não acontece vem a irritação, pois
ele é como uma “máquina que enguiça”. A madeira tem relação muito forte com o
fogo, ela vai esquentando até se transformar em fogo, onde a pessoa fica toda
vermelha.

2.2.3. A insônia na MTC

Segundo as teorias da MTC, o Coração (Xin) é o responsável governante da


Mente (Shen), sendo assim é o Órgão (Zang) mais envolvido nos casos de
pacientes portadores de insônia e deve ser tratado direta ou indiretamente. Alem
disso pontos que estimulam a Mente (Shen) devem ser sempre considerados nestes
pacientes. Queixas de ansiedade, insônia, compulsão são comuns nos casos de
exacerbação do fluxo energético do Coração que juntamente com o Fígado são os
órgãos mais emocionais. (SILVA FILHO 2007).

Ainda, SILVA FILHO (2007) cita a seguinte passagem da obra clássica


JingYue Quan Shu “...O sono se origina do Yin e é governado pela Mente (Shen). O
sono vem de uma Mente (Shen) tranquila e a insônia vem de uma intranquilidade da
Mente (Shen)...”

2.2.4. Acupuntura auricular

A acupuntura auricular ou auriculoterapia é uma terapia energética ou


complementar, inserida nos conhecimentos da acupuntura, que se ocupa do
diagnóstico e tratamento de enfermidades através da estimulação de pontos
energéticos localizados no pavilhão auricular. A técnica consiste na estimulação dos
pontos provocando a estimulação periférica e desencadeando reações neurológicas
e bioquímicas no sistema nervoso central, promovendo um reequilíbrio do
organismo.
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São realizados estímulos com pressão (esferas de ouro, prata, cristais ou


sementes), com pequenas agulhas em forma de espiral, chamadas agulhas
semipermanentes ou também com raio laser ou outros aparelhos que provocam uma
pequena descarga elétrica sobre os pontos específicos. O diagnóstico realizado
através da inspeção, palpação ou utilização de um aparelho eletrônico é bastante
acurado mostrando distúrbios ainda a nível energético, ou seja, antes de se ter
manifestado no plano físico.

Através da auriculoterapia podemos tratar cerca de 200 enfermidades, entre as


quais estão: enfermidades de caráter funcional, de caráter neurótico e psicótico:
cefaléias, neurastenia, insônia, depressão, ansiedade, sintomas neurológicos etc.
Podem-se tratar também enfermidades de caráter estrutural como cervicalgias,
dores lombares e das pernas, ciatalgias, dismenorréias, dispepsias, úlceras
gástricas e duodenais, enfermidades cardiovasculares, hipertensão arterial,
dependências como alcoolismo, drogas, tabagismo, tratamento para a beleza e
antienvelhecimento. Seu uso pode estar associado ou não a outras terapias, quando
associado pode dinamizar os efeitos benéficos de qualquer tratamento. (PORTAL
EDUCAÇÃO-2009).

Diversas teorias discorrem sobre os mecanismos de ação da Acupuntura


auricular. As mais conhecidas e aceitas são: a nervosa e a fisiológica, por intermédio
do sistema reticular ativador ascendente do tálamo e a de equilíbrio do yin/yang, os
cinco elementos e órgãos Zang Fu, com base na Medicina Tradicional Chinesa.

Podemos dizer que a Auriculoterapia constitui um ponto de partida para a


integração da Medicina Tradicional Chinesa e a Ocidental. O microssistema da
orelha oferece a possibilidade de localizar e utilizar pontos sob o respaldo, tanto da
teoria dos Zang Fu e Jing Luo, como sob os princípios da fisiologia moderna
(GARCIA, 1999 in Rego, 2011).

2.3. Bases científicas ocidentais

O Dr. Paul Nogier, por volta de 1950 na França, começou a relacionar distintas
patologias com os diferentes lugares do pavilhão auricular e foi desenvolvendo o
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mapa reflexológico da orelha, baseado no conceito da orientação invertida do feto,


ou seja, o formato da orelha assemelha-se com um feto de cabeça para baixo. Cada
parte da orelha tem uma relação correspondente com uma parte do corpo
(somatotopia).

Narimatsu (2010) cita que o Dr. Willian Lowe em sua obra “Introduction to
Acupunture Anestesia” (1973), sugere que o pavilhão auricular possui várias
inervações provenientes dos nervos trigêmeo, facial, vago e occipital, por onde
passam os pontos de auriculoterapia, o estímulo sensibilizaria uma região do
cérebro, que por sua vez, está ligado ao resto do corpo pelo sistema nervoso central
e periférico.

Segundo a terapeuta Angela Marreiro Mirabet do Espaço So-Ham de Terapia


Holística, quando estimulamos um ponto da orelha, a excitação ali provocada
percorre um trajeto extremamente curto, de poucos centímetros até a formação
reticular e, desta para cima até o cérebro e para baixo, ao órgão equivalente. Esta
trajetória (orelha-formação reticular-órgão) explica porque a acupuntura auricular
surte efeitos particularmente rápidos e eficientes.

Ainda, no mecanismo de ação da auriculoterapia e da acupuntura em geral,


intervém várias substâncias hormonais e enzimas, tais como, a serotonina que
possui efeito analgésico, ação sobre o sono, regulação dos mecanismos que
participam do estado de ânimo, apetite, estados agressivos e depressivos; a
acetilcolina, um importante mediador da ação analgésica acupuntural e; peptídeos
endógenos que derivam de precursores que são sintetizados na hipófise,
hipotálamo, placenta e trato gastrointestinal, formando-se dessa maneira as B-
endorfinas, responsáveis pela sensação de bem estar (Angela Mirabet-Espaço So-
Ham).

2.4. Cristais Radiônicos

Cristais radiônicos compreendem minúsculas esferas de vidro cristal com 1 mm


de diâmetro especificamente programados (via radiônica), capazes de transmitir
uma forte intenção (involuntária, ou seja, além daquela exercida pelo terapeuta e
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presumida pelo paciente) de harmonização nos pontos a serem utilizados tanto


quando submetido a tratamento na acupuntura sistêmica, quanto nos
microssistemas, como neste caso da auriculoterapia (BREVES, 2007 in DO RIO-
JAKABI, 2011).

São, portanto, os mesmos cristais utilizados em Auriculoterapia, com a


diferença de que eles são potencializados via radiônica, o que faz com que eles
tenham uma incrível força energética que muda imediatamente o padrão energético
do ponto ou região onde eles são colocados. O equilíbrio e harmonização são
realizados por meio da programação já contida no cristal, não sendo exigida a
manipulação no sentido de sedação e tonificação.

O processo de programação radiônica tem como base conceitos da física


quântica, o que de certo modo, confere credibilidade quanto às freqüências e ondas
emanadas dos aparelhos utilizados para este fim, haja vista que ambas descrevem o
comportamento das partículas em nível subatômico (BREVES 2007 in DO RIO-
JAKABI, 2011).

Pode-se dizer que a programação de cristais radiônicos, utilizando os preceitos


básicos da Medicina Tradicional Chinesa (neste caso o gráfico-mãe* e todas as
freqüências energéticas pertinentes a atuação e emanação de ondas suficientes a
“cura” do indivíduo, no ponto de acupuntura específico) é uma forma de otimização
da acupuntura propriamente dita (BREVES 2007 in DO RIO-JAKABI, 2011).

*Figura 2 - Gráfico Mãe


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Quando eles são colocados nos pontos auriculares que representam os órgãos
dos cinco elementos, com o paciente focalizado no problema que deseja se livrar,
instantaneamente corrige a energia desses órgãos para padrões que somente se
encontram em lugares santos. Nesse padrão, a essência volta a brilhar, e é por
conta dela que as emoções desagradáveis se humanizam (BREVES 2010).

2.5. Caso
A participante deste estudo foi uma senhora do sexo feminino com 56 anos de
idade, 57 quilos, 1,60 de altura, cor branca, residindo numa pequena cidade do
Estado do Espírito Santo. Para preservar sua identidade, não serão relatados neste
trabalho os pormenores de seu discurso e vida pessoal.

Na anamnese, foi relatado como principal queixa uma insônia crônica que
vem ocorrendo há 24 anos aproximadamente, desde um episódio traumático.
Explicou que desperta no meio da noite, algumas vezes com apenas duas horas de
sono e não dorme mais, passando o dia seguinte mal humorada e cansada. Relatou
que no inicio, um médico psiquiatra receitou remédios para dormir, que tomou por
algumas noites, mas parou, por não se sentir bem.

Sobre os hábitos alimentares comentou que normalmente tem bom apetite,


prefere alimentos salgados, come carne, verduras e legumes, mas não gosta muito
de frutas e nem de água. Disse que sua função intestinal é normal. Como exercício
físico pratica uma “caminhada” quase todos os dias e os únicos medicamentos que
toma são vitaminas e “ferro” receitados por um médico, pois, está com um pouco de
anemia. Outro sintoma físico relatado é uma tosse que já teria duração de dois
meses, mas disse já ter feito exames e não tem nada nos pulmões, ela acha que é
“de nervoso”. Em sua estória pregressa não se lembrou de nenhum problema grave,
apenas citou que quando menstruava sentia muita dor nos olhos e que de vez em
quando ainda sente.

Todos os outros sintomas relatados ou observados pela terapeuta são de


cunho emocional, tais como: “quero parar de pensar”; “quero dormir e esquecer”;
“é uma obsessão” que não me larga”; “penso nisso dia e noite”; “muita raiva”;
“muito preocupada”, “muito ansiosa”, “muito nervoso”. A terapeuta observou
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tensão na boca e nos ombros, um andar rápido, uma fala rápida, nervosismo e
pressa constante, mau humor , ressentimento e frustração.

3. Materiais e métodos

A cliente foi atendida por dez semanas (dez atendimentos), sendo realizada uma
sessão a cada sete dias em que se alternavam os pavilhões auriculares. Com
ressalva aos pontos relacionados aos órgãos, que eram aplicados no pavilhão do
lado correspondente aos mesmos, no corpo. Na primeira sessão foi preenchida a
ficha de anamnese (apêndice 1), realizada uma inspeção e palpação dos pontos.
Nos demais atendimentos, era feita apenas uma inspeção antes da assepsia do
pavilhão com algodão e álcool 92,8%, na sequência, palpação para confirmar os
pontos e a colocação do esparadrapo com o cristal no ponto adequado. Foram
utilizados cristais radiônicos e esparadrapo cor bege para aplicação. Enquanto a
terapeuta aplicava os cristais, pedia que a paciente pensasse nos problemas que a
estavam preocupando e angustiando. Ela recebia aplicação de auriculoterapia e era
orientada a permanecer por cinco dias com os pontos e depois retirá-los, esperava
dois dias e retornava à próxima sessão para serem reaplicados. Também foi
orientada a estimular os pontos pelo menos três vezes ao dia. Não houve a
preocupação aqui de escolher entre sedação e tonificação, já que como já citado,
segundo Raul Breves, os cristais naturalmente harmonizam os pontos em questão
levando o organismo ao equilíbrio.

Os pontos utilizados foram:

Shenmen: Tranqüilizante, sedativo, predispõe o tronco e o córtex cerebral a receber


e decodificar os reflexos dos pontos que serão usados a seguir;
Rim: Tonifica a energia geral do corpo, estimula a filtragem do sangue, eliminando
as toxinas, para estresse, depressão e fobias;
SNV: Tranqüilizante, relaxante, regula o sistema neurovegetativo, equilibrando o
sistema simpático e parassimpático;
Coração: Tranqüilizante, fortalece a ação funcional do coração, controla o sangue,
os vasos sanguíneos e as atividades mentais e emocionais, para a “alegria de viver”;
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Baço: Fortalece a energia do baço-pâncreas, trata especialmente distúrbios


digestivos e também preocupações e obsessões;
Fígado: Melhora a função do fígado, vesícula biliar, estômago e visão. Intensifica a
circulação do sangue e avigora a energia, ameniza qualquer dor, bom para anemia,
irritação, raiva;
Relaxamento Muscular: Provoca a descontração das fibras musculares e equilibra
o tônus muscular, quando este se encontra hipertônico;
Cérebro: Fortalecimento da capacidade cognitiva, histeria, insônia, alcoolismo,
neurastenia;
Occipital: Tranquiliza o espírito, sedante, função hipotensora, acalma o pânico e
clareia a visão;
Área de Neurastenia: Para neurastenia e dificuldade de conciliar o sono;
Lóbulo Anterior: Sonhos excessivos, pesadelos, ansiedade, estresse, cansaço
mental, angústia e depressão.

4. Resultados

Após a primeira sessão a cliente saiu visivelmente mais tranquila e sorridente.


No primeiro retorno, relatou que dormiu bem apenas a primeira noite. Nesse dia,
estava bastante nervosa com o “problema de sempre” (um problema que já havia
relatado e que envolve relacionamento). No final desta mesma sessão, foi solicitada
a falar como estava sentindo os problemas que a preocupavam. Então a mesma
disse: “não estou conseguindo pensar neles agora...” No segundo retorno, disse que
dormiu até bem a primeira noite, mas os cristais caíram no dia seguinte e o resto da
semana teve insônia. No retorno seguinte relatou que dormiu bem as duas primeiras
noites, depois já começou a pensar muito nos problemas e teve dificuldades para
dormir. Já no quinto retorno, seu relato foi: “só não dormi esta noite!”. A partir do
sexto retorno, ou seja, com sete atendimentos disse estar dormindo bem todas as
noites e que se sentia mais tranquila. Durante o período em que foi atendida, a
cliente também conseguiu resolver alguns problemas de ordem prática e relacional,
que vinha adiando há algum tempo. Após dois meses do término dos atendimentos,
a terapeuta contatou a participante e a mesma relatou que continuava dormindo
bem.
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5. Discussão e Conclusão

Considerando a visão holística adotada pela MTC, tem-se que os pensamentos


e as emoções influenciam diretamente a força vital, aumentando ou paralisando o
fluxo de energia pelo corpo. O psiquismo não pode ser separado dos órgãos e vice-
versa, isto é, as perturbações psíquicas, relativas às emoções, podem perturbar
diretamente os órgãos e as alterações orgânicas podem agir sobre o psiquismo
(VECTORE, 2005 in FERREIRA- ALVES, 2011).

Os pontos reflexos foram selecionados de acordo com a literatura consultada e


a anamnese, sendo que todos os pontos foram confirmados através da palpação,
onde a cliente referia dor ou sensibilidade. Os mesmos foram escolhidos com o
intuito de harmonizar as emoções que estavam desequilibradas: medo, raiva,
irritabilidade, tristeza, preocupação e obsessão, como também alguns sintomas
físicos como: anemia, tosse, dor nos olhos e, por fim diminuir ou eliminar a queixa
principal, insônia.

De acordo com os resultados, a acupuntura auricular com cristais radiônicos


para esse caso se mostrou eficaz, pois, observou-se uma melhora gradativa no
quadro geral até o desaparecimento dos sintomas. Isto indica também que os pontos
utilizados no tratamento foram adequados e permitiram um reequilíbrio energético do
organismo da paciente.

Os achados no presente trabalho confirmam outros estudos como Silva Filho e


Prado (2007) em que os autores concluem:

“Os resultados observados nesta revisão de literatura sugerem que a acupuntura e


suas variantes (principalmente acupuntura auricular) têm a capacidade de oferecer
excelentes resultados no tratamento de pacientes portadores de insônia...”

Ou ainda, Bermudez (2005):

“O presente estudo, descreveu a utilização da técnica de auriculoterapia no


tratamento do distúrbio do sono, definido por Martinez como terror noturno. O tratamento
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aplicado apresentou eficácia desde a primeira semana. Inicialmente, houve apenas uma
diminuição da freqüência dos sintomas do referido distúrbio, mas, conforme a seleção dos
pontos, foi ocorrendo, ao longo do tratamento, a eliminação total dos sintomas mencionados
pelo paciente. O resultado, portanto, foi satisfatório até o final do estudo.”

De fato, a auriculoterapia vem apresentando vários benefícios aos indivíduos


que a utilizam e com este experimento podemos concluir que é efetiva para o
tratamento da insônia. Contudo, é importante enfatizar que este estudo restringiu-se
a um paciente como amostragem e, portanto, sugerem-se outros estudos buscando
aprimorar estes resultados.

Podemos também afirmar que a acupuntura auricular é uma excelente e efetiva


terapia complementar, de fácil aplicabilidade, econômica, de resultados rápidos, sem
efeitos colaterais verificados e poucas contra-indicações. Ainda, pode ser usada em
associação com outras terapias ou qualquer tratamento homeopático ou alopático e
ser aplicada como medida terapêutica preventiva.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, S.A. Auriculoterapia como recurso terapêutico na redução de


medidas corporais: estudo de caso. Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado a Faculdade Assis Gurgacz. Cascavel, 2008.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO SONO E ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
MEDICINA DO SONO (ABMS). Disponível em: http://www.absono.com.br/

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21

Apêndice 1: Ficha de Avaliação

AVALIAÇÃO DE AURICULOTERAPIA

Ficha Nº:

Data:

Nome:
Idade:
Sexo:
Local:
Peso:
Altura:
Cor:
Queixa Principal:
História Pregressa, Outros:
Uso de Medicamentos e drogas:
Atividade física:
Sono (postura também):
Hábitos Alimentares (preferências, intolerâncias, digestão, bebidas
quentes ou frias):
Eliminação (fezes, urina, sudorese e menstruação):
Emoções (que mais se identifica):
Linguagem Corporal (o andar, o olhar, o falar, postura, tiques):
Tratamento realizado:

FICHA DE RETORNO

Ficha Nº:

Data:

Evolução Clínica:
Tratamento realizado:

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