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RESPIRATÓRIA E
EM TERAPIA
INTENSIVA
Desmame e
extubação
Naylla Morais de Souza
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
Os procedimentos de desmame e extubação integram o papel do fisioterapeuta
dentro da unidade de terapia intensiva (UTI) com seus cuidados contínuos com o
paciente; para isso, é necessário conhecer as características do procedimento e
seus requisitos básicos, de modo a reconhecer o paciente elegível e diminuir suas
chances de complicações durante a jornada na terapia intensiva.
O desmame da ventilação mecânica envolve um processo de observação con-
tínua e trabalho em equipe, em que o fisioterapeuta atua com técnicas e métodos
para promover a melhora da capacidade funcional do paciente, colaborando
com sua transição da ventilação mandatória para a espontânea, vencendo o
procedimento da extubação e posterior alta da UTI. As características, os escores
e índices apontados nesse contexto são de grande importância nas escolhas do
fisioterapeuta intensivista.
Neste capítulo, você vai conhecer mais sobre as principais características
do desmame da ventilação mecânica e da extubação, os principais parâmetros
preditivos e critérios para a sua realização, assim como o papel do fisioterapeuta
no processo de desmame e extubação.
2 Desmame e extubação
Oxigenação adequada
PaO2/FiO2 ≥ 0,35, onde PaO2 é a pressão alveolar de O2 < 350 mmHg para FiO2 =
1,0
Estabilidade hemodinâmica
Faixa de razão de
Medida Limiar de sucesso verossimilhança
Figura 3. Adaptador em forma de “T” no circuito respiratório simples para TRE independente
do ventilador.
Fonte: Marino (2015, p. 546).
8 Desmame e extubação
Figura 4. Adaptador em forma de “T” no circuito respiratório simples para TRE independentes
do ventilador.
Fonte: Adaptada de Machado (2013).
Procedimento de extubação
Os pacientes que têm sucesso no TRE devem ser avaliados para o processo
de extubação, ou seja, para a retirada da via aérea artificial. Aqui, o objetivo,
além de retirar a via aérea artificial, é analisar a capacidade do paciente de
manter a ventilação espontânea, de eliminar secreção das vias aéreas e avaliar
o risco de edema sintomático da laringe como precaução de complicações
após a extubação (MARINO, 2015). Para a extubação, é necessária a boa hi-
gienização pulmonar e oral, ou seja, se houver secreção subglótica, deve ser
considerado o procedimento de aspiração, e é necessário que o paciente esteja
sentado e recostado (fowler ou semi-fowler) (ULTRA, 2009) ou com elevação
da cabeceira em uma angulação entre 30 e 45° (GOLDWASSER, 2007). Os sinais
vitais são verificados e, se houver normalidade, o cuff é esvaziado e, assim
que o paciente realizar a expiração, o tubo pode ser retirado e o paciente é
orientado a tossir logo em seguida. Como forma de precaução, é importante
que a oxigenoterapia esteja preparada, sendo os macronebulizadores e
máscara de Hudson os mais adequados devido a umidificação e oferta maior
de O2 se necessário (ULTRA, 2009).
Com o término do procedimento de retirada do tubo, deve ser instalada
a oxigenoterapia e feita a ausculta pulmonar. Após 30 minutos, é feita a
gasometria arterial, e o paciente permanecerá em vigilância (ULTRA, 2009); a
partir desse momento, serão definidas estratégias de assistência ventilatória
diferenciadas de acordo com a evolução do paciente.
É necessário estabelecer um plano de falha de extubação e conhecer quais
mecanismos de ventilação não invasiva (VNI) imediata podem ser usados
após extubação, caracterizando o uso profilático e os riscos conhecidos
como: hipercapnia, insuficiência cardíaca congestiva, tosse ineficaz ou se-
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Referências
AZEREDO, C. A. C. Técnicas para o desmame no ventilador mecânico. São Paulo: Manole,
2002.
BARBAS, C. S. V. et al. Recomendações brasileiras de ventilação mecânica 2013. Parte
I. Revista Brasileira de terapia intensiva, v. 26, n. 2, p. 89-121, 2014.
BARROS, A. L. B. L. (org.). Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de enfermagem
no adulto. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.
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Leitura recomendada
ADIYEKE, E. et al. Ventilação mecânica não invasiva após desmame bem-sucedido: uma
comparação com a máscara de Venturi. Revista Brasileira de Anestesiologia, v. 66, n. 6,
p. 572-576, 2016. Disponível em: https://reader.elsevier.com/reader/sd/pii/S003470941
630109X?token=8FFD88756185FA97E9C43E6DA953E36B35B78CCBB7253AADFB8DD861DE
2B6C59034024FFC2FDEF6D245E0EC2AFF43EE9. Acesso em: 2 dez. 2020.
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