Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. OBJETIVOS
Este protocolo visa padronizar o processo de desmame da ventilação mecânica na UTI do
Hospital Sírio Libanês, com o objetivo de reduzir o tempo e as complicações decorrentes da
ventilação mecânica, devendo ser utilizado como guia em conjunto com o julgamento clínico.
2. DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO
Racional
Tabela 1: Critérios para reversão da insuficiência respiratória e liberação para teste Tubo T
Existem controvérsias sobre o que fazer caso o paciente não tolere o teste de respiração
espontânea. As evidências atuais favorecem o repouso muscular por 24 horas com o uso de modo
ventilatório no qual o paciente fique confortável, e a repetição do teste uma vez ao dia até que o
paciente tolere a ventilação espontânea por um período superior a 30 - 120 minutos. Esta
abordagem evitaria manipulações desnecessárias do ventilador, permitindo também um treinamento
muscular gradual alternado com períodos adequados de repouso muscular (5). Recomendamos o
uso da pressão de suporte como modo ventilatório entre os intervalos dos testes com Tubo T no
processo de desmame, por ser um modo de ajustes simples e conhecido por todos, com o nível de
suporte necessário para manter uma relação Fr/VT(L) < 100.
Quando houver falha nos testes de ventilação espontânea deve-se realizar uma busca de
possíveis fatores pulmonares ou extrapulmonares que possam contribuir para a falha do desmame,
como por exemplo:
- Distúrbios eletrolíticos (ex. hipopotassemia, hipofosfatemia, hipocalcemia)
- Hipo ou hipertiroidismo
- Anemia (Hb < 9,0 g/dl)
- Congestão pulmonar
- Broncoespasmo e/ou Auto-PEEP
- Febre e/ou infecção ativa
- Excesso de secreção
- Desnutrição
- Fraqueza muscular e/ou fadiga muscular
- Distensão abdominal
Esses fatores devem sempre ser lembrados, e se possíveis corrigidos, pois quando presentes
podem contribuir para a falência do desmame.
Conclusões:
1- protocolos usando screening diário para a identificação da reversão da insuficiência
respiratória, associado a um teste de respiração espontânea (tubo T) reduzem o tempo de
ventilação mecânica e devem ser realizados independentes da modalidade de desmame a ser
utilizada. (evidência grau A).
2- Pacientes que falham no teste de respiração espontânea devem ter a causa da falência
identificada e se possível corrigida (evidência grau A).
3- A ventilação mecânica entre os testes de ventilação espontânea dever ser feito com uso de
modo ventilatório estável, confortável e que previna a fadiga muscular (evidência grau B).
Baseado nas considerações acima elabora um protocolo de desmame que consiste em:
Referências
1. Cook DJ, Walter SD, Cook RJ, et al. Incidence of and risk factors for ventilator-associated
pneumonia in critically ill patients. Ann Intern Med 1998; 129:433-439
2. Ely EW, Baker AM, Evans GW, et al. The cost of respiratory care in mechanically ventilated
patients with chronic obstructive pulmonary disease. Crit Care Med 2000; 28:408-413
3. Epstein SK, Ciubotaru RL, Wong JB. Effect of failed extubation on the outcome of mechanical
ventilation. Chest 1997; 112:186-192
4. Epstein SK, Ciubotaru RL. Independent effects of etiology of failure and time to reintubation on
outcome for patients failing extubation. Am J Respir Crit Care Med 1998; 158:489-493
5. MacIntyre NR, et al. Evidence-Based Guidelines for Weaning and Discontinuing Ventilatory
Support. A Collective Task Force Facilitated by the American College of Chest Physicians; the
American association for Respiratory Care; and the American /college of Critical Care
Medicine. Chest 2001; 120 (Supplement): 375 S – 395 S.
6. Ely EW, Baker AM, Dunagan DP, et al. Effect on the duration of mechanical ventilation of
identifying patients capable of breathing spontaneously. N Engl J Med 1996; 335:1864-9.
7. Kollef MH, Shapiro SD, Silver P, et al. A randomized, controlled trial of protocol-directed
versus physician- directed weaning from mechanical ventilation. Crit Care Med 1997; 25:567-
74.
8. Esteban A, Frutos F, Tobin MJ, et al. A comparison of four methods of weaning patients from
mechanical ventilation. Spanish Lung Failure Collaborative Group. N Engl J Med 1995;
332:345-50.
9. Esteban A, Alia I, Gordo F, et al. Extubation outcome after spontaneous breathing trials with T-
tube or pressure support ventilation. The Spanish Lung Failure Collaborative Group. Am J
Respir Crit Care Med 1997; 156:459-65.
10. Esteban A, Alia I, Tobin MJ, et al. Effect of spontaneous breathing trial duration on outcome of
attempts to discontinue mechanical ventilation. Spanish Lung Failure Collaborative Group. Am
J Respir Crit Care Med 1999; 159:512-8.
11. Brochard L, Rauss A, Benito S, et al. Comparison of three methods of gradual withdrawal from
ventilatory support during weaning from mechanical ventilation. Am J Respir Crit Care Med
1994; 150:896-903.
3. ANEXOS
Desligar
sedação
Sem sedação
Glasgow 12
Tax 38C
PAS> 90 mmHg, Hb 8g/dL
Desligar dieta e
abrir SNG/E *
SINAIS DE INTOLERÂNCIA
Fr<35rpm; VT >5ml/Kg • Fc>140 bpm ou elevação de 20%
* Paciente com insulina contínua, suspender a • PAS < 90 mmHg ou PAS > 180 mmHg
infusão da mesma juntamente com a dieta, Fr/VT< 100
Tolerância Adequada • Sonolência, agitação ou ansiedade
fazer dextros de h/h e suplementar com insulina
• Sudorese
ou glicose conforme a necessidade.
Reintroduzir a dieta por SNG/E e insulina em • Sinais de aumento de trabalho respiratório
infusão contínua após 4 horas da extubação • SaO2 < 90% com suplementação de O2.
SIM NÃO
Desligar
SIM sedação
NÃO Pimáx unidirecional
se 20cmH2O medir a cada 24h
EXTUBAÇÃO DESMAME DIFÍCIL PEEP = 5 cmH2O, PS= 5 cmH2O e FiO2 = 40%por 5 min
Fr<35rpm; VT >5ml/KgFr/VT<100
Tolerância Adequada
DPOC, ICC, VM 5 dias
Desligar dieta e
SIM NÃO abrir SNG/E *
Fr<35rpm; VT >5ml/Kg
Fr/VT<100
Sinais de intolerância Sinais de intolerância Tolerância Adequada
VMNI
SIM NÃO
indicada
EXTUBAÇÃO Reavaliar no próximo plantão
SIM NÃO
VMNI por no mínimo 4h Suporte de O2