• Ponto de McBurney: traçando-se uma linha entre a cicatriz umbilical e a
espinha ilíaca anterossuperior, o ponto se localiza na junção do terço lateral com
os dois terços mediais da linha. • Sinal de Blumberg: dor à descompressão brusca no ponto de McBurney. Indica irritação peritoneal e está fortemente associado com apendicite. • Sinal de Aaron: é a dor sentida no espigástrio ou précordio quando se pressiona o ponto de McBurney ou a fossa ilíaca direita. Esse sinal sugere apendicite aguda. • Sinal de Rovsing: dor no quadrante inferior direito à palpação do quadrante inferior esquerdo. Utilizado para a pesquisa de apendicite. Deve-se tentar "ordenhar" o conteúdo do intestino grosso a partir do cólon sigmoide, em direção ao ceco, visando distender o apêndice vermiforme. Em casos de apendicite, a distensão provocará dor. • Sinal de Courvoisier-Terrier: vesícula biliar indolor e palpável em hipocôndrio direito, indicando progressiva distensão da vesícula por compressão tumoral de vias biliares extra-hepáticas (ex: tumores periampulares, principalmente câncer de cabeça do pâncreas). • Sinal de Murphy: durante a expiração, comprime-se com o polegar o ponto de junção entre o rebordo costal direito e a borda lateral do músculo reto abdominal (ponto cístico). Ao realizar a inspiração, o paciente irá expandir o abdome, projetando a vesícula biliar em direção ao polegar do examinador. Em casos de colecistite, isso será doloroso ao paciente, forçando-o a interromper a inspiração. • Manobra de percussão de Murphy: realiza-se punho-percussão indireta na junção do rebordo costal com a musculatura paravertebral. O examinador deve posicionar uma mão espalmada sobre a região lombar do paciente, que deverá ficar entre o dorso (do paciente) e o punho (do examinador). O paciente irá sentir dor em casos de pielonefrite, mas também poderá sentir dor em casos de cálculo ureteral ou mesmo compressão de raiz nervosa por hérnia discal. • Sinal de Giordano: dor à percussão da junção do rebordo costal com a musculatura paravertebral. Realiza-se a percussão direta com a borda ulnar da mão, que deve estar espalmada. Indica pielonefrite e apresenta valor propedêutico análogo à manobra de percussão de Murphy. • Sinal de Cullen: equimose periumbilical que pode ser observada quando há sangramento retroperitoneal. Pancreatite necrosante e gravidez ectópica rota estão entre as possíveis causas. • Sinal de Grey-Turner: equimose nos flancos. Pode estar presente e casos de sangramento retroperitoneal, tendo valor propedêutico semelhante ao sinal de Cullen. Pancreatite necrosante é uma causa frequente. • Manobra de Valsava: descrita no capítulo "Exame do Aparelho Cardiovascular". Aqui, ressalta se que a manobra também leva ao aumento da pressão intra-abdominal, permitindo avaliar herniações através da parede do abdome. • Manobra de Smith-Bates: utilizada para avaliar massas visíveis no abdome. Solicita-se ao paciente, em decúbito dorsal, que realize flexão do quadril, sustentando os membros inferiores em extensão. Dessa maneira, o paciente irá contrair a musculatura do abdome. Caso a massa permaneça visível e palpável, significa que é uma massa da parede abdominal (ex: lipoma) ou que há enfraquecimento ou falha na musculatura abdominal (hérnias). Se a massa desaparecer, ela está abaixo da musculatura da parede abdominal. • Manobra de Schuster: utilizada para a palpação do baço. O paciente é colocado em semidecúbito lateral direito, com o braço esquerdo sobre a cabeça. O membro inferior direito permanece em posição neutra, enquanto o esquerdo é fletido (joelho e quadril). Apoia-se a mão esquerda por sobre o rebordo costal e a direita é usada para palpar desde a cicatriz umbilical até abaixo do rebordo costal, em direção ao baço. Ressalta-se que o baço não é palpável no adulto normal, mas pode ser palpável em crianças e em casos de esplenomegalia. • Manobra de Israel: utilizada na palpação renal. Com o paciente em decúbito lateral e membros superiores sobre a cabeça, o examinador posiciona as mãos diametralmente opostas uma a outra, uma na região lombar e outra no flanco do paciente, tentando pegar o rim. • Método de Goelet: utilizado na palpação renal. Com o paciente em ortostase, flete-se o joelho do lado que será palpado, apoiando-o sobre uma cadeira. A seguir, faz-se uma tração anterior com uma das mãos enquanto a outra é usada na tentativa de palpar o pólo inferior do rim. • Sinal de Jobert: timpanismo à percussão de áreas de macicez do abdome (ex: loja hepática), por perfuração de víscera oca (pneumoperitôneo). Isso ocorre porque o ar, sendo menos denso do que o líquido, tende a ocupar as regiões superiores (infradiafragmáticas) do abdome. • Sinal de Chilaiditi: timpanismo à percussão da loja hepática, por interposição temporária ou permanente do cólon ou intestino delgado no espaço hepatodiafragmático. Quando essa interposição é sintomática (dor abdominal, náuseas, dor retroesternal, sintomas respiratórios, vômitos, distensão abdominal, obstrução ou suboclusão intestinal ), caracteriza a síndrome de Chilaiditi. • Sinal de Torres-Homem: dor à percussão da loja hepática, geralmente em função de abcesso hepático. • Sinal de Rigler: visualização, na radiografia de abdome, da parede gástrica ou intestinal devida à presença de gás na cavidade abdominal (pneumoperitôneo).