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EX AME FÍSICO

ABDOMINAL
VA N E S K A N A S C I M E N TO
DOC ENTE DO C URSO DE ENFERM AG EM
SEMIOLOGIA ABDOMINAL: QUAIS SÃOS
AS REGIÕES ABDOMINAIS?
A cavidade abdominal é divida por quatro planos: dois horizontais e dois verticais, delimitando
as seguintes regiões:

• Hipocôndrio direito (HCD): fígado, vesícula biliar, rim direito;


• Epigástrio: lobo esquerdo do fígado, piloro, duodeno, cólon transverso e cabeça e corpo do pâncreas;
• Hipocôndrio esquerdo: baço, estômago, rim esquerdo, cauda do pâncreas;
• Flanco direito (ou região lateral): cólon ascendente, rim direito e jejuno;
• Mesogástrio (ou região umbilical): duodeno, jejuno, íleo, aorta abdominal, mesentério, linfonodos;
• Flanco esquerdo (ou região lateral): cólon descendente, jejuno, íleo;
• Fossa ilíaca direita (ou região inguinal): ceco, apêndice, ovário e tuba uterina direita;
• Hipogástrio: bexiga, útero, ureter;
• Fossa ilíaca esquerda (ou região inguinal): cólon sigmoide, ovário e tuba esquerda.
SEMIOLOGIA ABDOMINAL: QUAIS
SÃOS AS REGIÕES ABDOMINAIS?
• A cavidade abdominal também pode ser divida em quatro quadrantes. A partir do plano
mediano (vertical), seguindo o trajeto da linha alba e o plano transumbilical (horizontal) entre
L3 e L4.
ATENÇÃO PARA A SEQUENCIA!!

INSPEÇÃO AUSCULTA PALPAÇÃO PERCUSSÃO


INSPEÇÃO NA SEMIOLOGIA ABDOMINAL
• A inspeção deve ser realizada com o paciente em decúbito dorsal com pernas estendidas. São
observadas a forma ou tipo, simetria, volume e alterações cutâneas do abdome:
• Forma ou tipo: globoso (panículo adiposo ou líquido ascítico), escavado (emagrecimento ou síndrome consuptiva),
pendular (gravidez);
• Simetria: Avaliar se há presença de assimetria, como pode ocorrer na hepatoesplenomegalia, hérnias de parede
abdominal, neoplasias e obstruções;
• Abaulamentos: presença de massas abdominais, como neoplasias ou hérnia da parede abdominal;
• Retrações (depressões): bridas pós-cirúrgicas, caquexia;
• Circulação colateral: pode ser visível em caso de obstrução do sistema venoso porta (cabeça de medusa) ou veia
cava;
• Cicatriz umbilical: normal, plana, tendência à retificação, protrusa
• Ondas peristálticas: em geral não são observadas em indivíduos normais, mas pode estar presente quadros
obstrutivos;
• Pulsação;
• Movimentos respiratórios;
• Lesões cutâneas: sinal de Cullen e sinal de Turner, presentes na pancreatite aguda.
AUSCULTA ABDOMINAL

• Deve ser realizada nos quatro quadrantes de forma superficial para avaliar os ruídos
hidroaéreos, presença de sopros nas artéria aorta, artérias renais, ilíacas e femorais e atrito
entre o figado e o baço.
• Para os ruídos hidroaéreos, deve-se descrever a descrever intensidade (++++/IV) e se estão
presentes/normais, diminuídos ou ausentes, aumentado.
• Para avaliar alterações do fluxo aórtico (sopros ou aneurismas), aprofunda-se o estetoscópio
ao longo do trajeto da aorta.
• As principais alterações a serem pesquisadas na ausculta são:

• Peristaltismo de luta: obstrução;


• Íleo paralítico: silêncio abdominal;
• Sopros vasculares: sugerem aneurismas e compressões arteriais.
PALPAÇÃO ABDOMINAL

• A palpação abdominal é dividida em dois momentos: a supercial e a profunda. Iniciamos com a


primeira, para posteriormente ir para segunda.

• Palpação supercial
Ela serve para avaliar:
• Sensibilidade;
• Integridade anatômica;
• Grau de distensão da parede abdominal;
• Defesa da parede abdominal (contratura da musculatura abdominal, voluntária ou involuntária);
• Continuidade da parede (hérnias, diástase dos músculos reto abdominais).
• Os pacientes com dor abdominal devem ser solicitados a localizá-la. Só então inicia-se a
palpação da área mais distante da região dolorosa, deixando esta por último. Deve ser feita
com uma mão a 45 graus ou duas mãos superpostas.

• Pontos dolorosos:

• Epigástrico: sensível na úlcera péptica em atividade;


• Cístico: situa-se no ângulo formado pelo rebordo costal direito com a borda externa do
músculo reto abdominal. Na interseção da linha hemi clavicular com o rebordo costal direito.
Deve ser palpado em busca do Sinal de Murphy que pode estar presente na colecistite aguda.
• McBurney: união do terço externo com dois terços internos da linha que une a espinha ilíaca
ântero-superior à cicatriz umbilical. Dor nessa região sugere apendicite aguda. O Sinal de
Blumberg , dor a descompressão, pode ser pesquisado na palpação profunda.
• Palpação profunda
Este tipo de palpação tem como objetivo palpar órgãos abdominais em busca de visceromegalias e
tumorações. Os órgãos que procuramos são o fígado e o baço:

• Palpação do fígado
• No fígado devemos observar o tamanho (hepatimetria), consistência, superfície e borda e sensibilidade.
• O método de palpação mais utilizado na prática é o de Lemos Torres. Nele, o examinador com a mão
esquerda na região lombar direita do paciente tenta evidenciar o fígado para frente. Com a mão direita
espalmada sobre a parede anterior, tenta palpar a borda hepática anterior durante a inspiração profunda.
• Deve ser avaliado a borda hepática, se tem borda fina ou romba; regularidade da superfície, sensibilidade,
consistência, presença de nodulações.
• A hepatimetria deve ser realizada percutindo dois pontos:
• A partir do 5º espaço intercostal direito em direção ao rebordo
costal direito, até que haja mudança do som (de maciço para timpânico);
• A partir do apêndice xifoide
• A hepatimetria normal varia entre 6 e 12 cm na linha hemiclavicular e entre 4 e 8 cm na linha
esternal média.
• Palpação do baço

• Normalmente o baço não é palpável. Porém, quando atinge duas ou três vezes
seu tamanho normal (esplenomegalia), é possível palpá-lo.

• Para palpá-lo, o examinador posiciona-se à direita do paciente e com a mão


direita em garra tenta sentir o polo esplênico inferior durante a inspiração
profunda próximo ao rebordo costal esquerdo.

• Causas de esplenomegalia: hipertensão portal, infecção, anemia hemolítica,


linfomas, esquistossomose.
PERCUSSÃO NA SEMIOLOGIA ABDOMINAL

• A partir da percussão é possível identificar presença de ar livre, líquidos e massas intra-


abdominais.Além disso, é importante delimitar o espaço de Traube (onde fica o baço).

• A técnica é digito-digital, em que o examinador posiciona uma das mãos sobre o abdome e
percute com o dedo indicador.

• Som normal: maciço (baço e fígado), timpânico (vísceras ocas);


• Percussão normal: macicez hepática no hipocôndrio direito; timpanismo no espaço de Traube,
timpanismo nas demais regiões;
• Massas abdominais sólidas ou líquidas (ascite) são maciços;
• Timpanismo generalizado pode indicar obstrução.
PACIENTE COM ASCITE: MANOBRAS
• Algumas manobras são fundamentais para avaliar o paciente com suspeita de ascite, que é o
acúmulo de líquido na cavidade peritoneal. Essa avaliação baseia-se justamente na percussão
como veremos nas duas principais manobras abaixo:

• Macicez móvel: ocorre em casos de ascite de médio volume. Quando o paciente está em
decúbito dorsal o líquido acumula-se na região lateral do abdome, revelando timpanismo na
região anterior. Quando o paciente posiciona-se em decúbito lateral, o líquido desloca-se para
o mesmo lado, onde fica maciço e a região acima fica timpânica.

• Semi-círculo de Skoda: com o paciente em decúbito dorsal percute-se a regiçao


periumbilical do meio para as extremidades. Em casos de ascite, observa-se alteração do
timpanismo.
ALGUMAS MANOBRAS DE PERCUSSÃO

• Sinal de Giordano: punho-percussão das lojas renais. Se o paciente sentir dor, é positivo e
pode indicar pielonefrite aguda.
• Sinal de Jobert: percussão do hipocôndrio direito com detecção de timpanismo. É indicativo
de pneumoperitôneo (ar na cavidade abdominal).
• Sinal de Corvoisier-Terrier: vesícula biliar palpável. Pode ser indicativo de neoplasia.

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