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Maria Antônia Cunha - Turma LI

SEMIOLOGIA MÉDICA II - EXAME FÍSICO

PROVA PRÁTICA COM A PROF. LISIANE

SINAIS VITAIS

DESCRIÇÃO: Paciente em bom estado geral e nutricional, lúcido, orientado e contactuante, corado,
hidratado, anictérico, acianótico, eupneico e afebril. Fáscies atípica.

ABDOME

INSPEÇÃO: simétrico/assimétrico, escavado/plano/globoso/batráquio/em avental, cicatrizes,


equimoses, circulação colateral, cicatriz umbilical centralizada, presença/ausência de sinais que
indicam insuficiência hepática (icterícia), movimentos (peristaltismo, respiratório,
pulsáteis/vasculares).
● Cicatrizes: ver aspecto, local, tamanho e se apresenta algum sinal de infecção (dor,
hiperemia, pus).
o Kocher: colecistectomia (abaixo rebordo costal direito).
o Pfannenstiel: cesária.
o Em flanco esquerdo: cirurgia renal.
o “De cima a baixo” bem centralizada: laparotomia exploratória.
o Mcburney: apendicectomia.
● Circulação colateral: sugere hipertensão portal.
o Cabeça de medusa: descendente
o Veia cava inferior: ascendente
AUSCULTA: realizar antes de tudo porque se não tem chances de alterar os RHA. Primeiro auscultar
os 4 quadrantes e depois procurar os sopros nos vasos.
● RHA:
o Aumentado: diarreia, hemorragia intra-luminal.
o Diminuído: constipação, obstrução, hemorragia peritoneal/extra-luminal,
trauma, perfuração.
● Vasos: aorta abdominal, renais e ilíacas. Normalmente só ouve a aorta e as outras só em
caso de sopro mesmo.
o Aorta: 2 cm abaixo do processo xifóide, lateralizado pra esquerda (pouco acima e
pra esquerda do umbigo).
o Renais: de cada lado, abaixo e mais ou menos na mesma linha da aorta. A
presença de sopro sugere hipertensão devido a maior liberação de angiotensina
2.
o Ilíacas: mais próximas da crista ilíaca.
PERCUSSÃO: primeiro, fazer geral do abdome, em cada quadrante. Segundo, hepatimetria e por fim,
Espaço de Traube.
● Geral: fazer 2x em cada quadrante para confirmar o que ouviu.
● Hepatimetria: vai na linha hemiclavicular, abaixo do rebordo costal; percute até deixar de
ser timpânico e virar maciço (margem superior), e depois de quando deixa de ser maciço
para timpânico novamente (margem inferior).
● Espaço de Traube: "triângulo" logo abaixo do rebordo costal esquerdo. Normalmente é
timpânico. Se estiver maciço é porque o baço deve estar aumentado.
PALPAÇÃO: superficial e profunda. Se o paciente se queixa de dor, é importante começar do ponto
mais distante dela.
Maria Antônia Cunha - Turma LI

● Superficial: principalmente para avaliar rigidez/tensão da parede. Avaliar se o abdome é


flácido ou rígido.
● Profunda: procura de massas, nódulos.
o Normalmente palpáveis: ceco, sigmóide, cólon transverso.
o Normalmente dolorosos: ceco, sigmóide, aorta.
o Palpáveis somente em patologias: baço, intestino delgado, vesícula, apêndice,
bexiga vazia.
● Lemos torres: fígado, baço.
o Como fazer? O examinador se posiciona ao lado direito do paciente. Mão
esquerda abaixo do paciente, empurrando pra cima, a outra abaixo do rebordo
costal em direção a lateral do corpo do paciente. Posiciona a mão e pede para o
paciente inspirar fundo, leva a mão até bem embaixo do rebordo e tenta sentir a
borda do fígado enquanto o paciente expira.
● Murphy: colecistite.
o Como fazer? praticamente mesma técnica de lemos torres só que sem colocar a
mão esquerda abaixo do paciente. Examinador posiciona a mão abaixo do
rebordo costal e pede pra inspirar, caso haja dor e resistência na inspiração é
Murphy Positivo.
● Mathieu: fígado, baço, vesícula.
o Como fazer? Posicionar as mãos em garra abaixo do rebordo costal, pede pro
paciente inspirar, durante isso vai deslizando a mão e pedindo pra ele soltar o ar.
● Blumberg: avaliar peritonite (principalmente apendicite).
o Como fazer? “Empurrar” o abdome com as polpas digitais dos 3 dedos médios.
Caso o paciente sinta dor a retirada rápida, dizemos “Blumberg +”.
● Schuster: mais específico de baço.
o Como fazer? Posicionar o paciente em decúbito lateral, perna esquerda fletida e
mão esquerda na cabeça. Nessa posição pode fazer Lemos Torres ou Murphy
também.
● Torres homem: percussão dolorosa na área do fígado. Sugere abscesso hepático.
● Jobert: timpanismo na área hepática. É indicativo de chilaiditis ou pneumoperitônio.
● Giordano: sugere pielonefrite ou inflamação renal.
o Como fazer? pega a última costela e segue até a sua inserção na coluna, dá um
soquinho com a lateral da mão.
● Obturador: sugere apêndice retrocecal.
o Como fazer? deixa a perna em quatro e movimenta pra cima e lateral.
● Psoas: sugere apêndice retroperitonial.
o Como fazer? posicionar o paciente em decúbito lateral e puxa a perna para trás.
● Rovsing: vai deslizando a mão em direção ao apêndice, como se tivesse “trazendo algo”.

ATENÇÃO! Existem algumas manobras para pesquisa de sinais de ascite.


● Macicez de decúbito: na percussão, há timpanismo no meio e macicez ao redor. Percute
o abdome em posição anatômica e depois coloca em decúbito lateral para percutir de
novo, avaliando se há deslocamento do líquido.
● Piparote: manobra do “peteleco”. Necessário duas pessoas. Uma coloca a mão sobre a
cicatriz umbilical, buscando eliminar a onda produzida na parede abdominal.
● Círculo de Skoda: percutir na área mais alta, sempre em linha reta e em raios. Pontuar
onde encontrar macicez e demarcar.
Maria Antônia Cunha - Turma LI

DESCRIÇÃO: Abdome plano, simétrico, com cicatriz umbilical centralizada. Sem equimoses,
abaulamentos ou circulação colateral, peristaltismo e pulsações arteriais não visíveis. Na ausculta,
peristalse normal, RHA presentes nos 4 quadrantes e ausência de sopros nos focos arteriais
abdominais. Na percussão, ausência de timpanismo ou macicez difusos, loja hepática maciça e
Traube livre. Hepatimetria de x cm. Ausência de sinais de ascite. Abdome normotenso e insensível à
palpação superficial. Fígado e baço não palpáveis.

NEURO

EXAME DOS PARES CRANIANOS


● OLFATÓRIO: percepção de odores.
o Como fazer? Primeiro pede para assoar o nariz, depois faz nasoscopia e por fim pede
para cheirar com os olhos fechados (uma narina de cada vez). Deve sentir o cheiro e não
necessariamente identificar.
● ÓPTICO: percepção luz
o Acuidade: fecha um olho e pede quantos dedos tem (faz dos dois lados).
o Campimetria: pede para o paciente olhar num ponto fixo e vai passando a caneta nas
laterais, de traz pra frente até ele avisar quando consegue ver ou não.
o Reflexo pupilar: direto, consensual, acomodativo. Pode indicar lesão no II ou III par.
● OCULOMOTOR, TROCLEAR E ABDUCENTE: mobilidade extrínseca dos olhos.
o Fazer teste do H sem mexer a cabeça.
o Reto lateral e reto medial: abducente (6º par).
o Ponta do nariz: troclear (4º par).
o Todos os outros movimentos: oculomotor (3º par).
● TRIGÊMEO: sensibilidade da face, movimentos da mastigação.
o Como testar? Passar algo nos locais dos ramos do trigêmeo e pede para dizer se sente e
depois identificar. Palpa o masseter e o temporal e pede para fazer o movimento da
mastigação.
● FACIAL: motricidade da face.
o Como fazer? pede para fechar bem os olhos, fazer biquinho, inflar as bochechas, sorrir.
o Paralisia facial central fecha os dois (um mais forte que o outro), a periférica não
consegue fechar.
● Central: acomete apenas o andar inferior da face e é contralateral.
● Periférica: acomete a hemiface toda e é ipsilateral.
● VESTIBULOCOCLEAR: audição e equilíbrio.
o Estalo do lado dos ouvidos e pedir para avisar quando parar de ouvir.
o Teste de Romberg: pedir para ficar em pé sem apoio, primeiro de olhos abertos e depois
de olhos fechados (pode fazer depois). Se tem problema, desvia para o mesmo lado.
● GLOSSOFARÍNGEO E VAGO: palato, movimentação da úvula e reflexo do vômito.
o Como fazer? Pede para abrir a boca e falar “aaaa” para ver o movimento da úvula, depois
vê centralidade do palato.
● ACESSÓRIO: movimentação trapézio e esternocleidomastóideo.
o Como testar? Pede para subir os ombros e depois fazer força contra a sua mão após
colocá-la no ombro do paciente. Repetir o movimento com a mão em resistência na face
do paciente.
● HIPOGLOSSO: movimentação da língua.
o Como testar? coloca a língua para fora e pede para lateralizar.

TÔNUS
Maria Antônia Cunha - Turma LI

É necessário movimentar os membros, vai articulando/dobrando e avaliando se o tônus muscular


está preservado. Lembrar de sempre comparar os dois lados.
o Hipertônico/espástico: rígido.
o Hipotônico/flácido: pede para o paciente colocar os braços como se fosse em “4”, na
lateral do corpo, ele não consegue manter.

FORÇA
A força é avaliada e graduada de 0 a 5.
o GRAU 0: plegia (ausência de movimento/contração).
o GRAU 1: paresia (contração fraca, insuficiente para levantar o braço).
o GRAU 2: paresia (consegue levantar mas logo cai).
o GRAU 3: paresia (vence a gravidade mas não vence o examinador).
o GRAU 4: paresia (vence a gravidade e o examinador com certa dificuldade).
o GRAU 5: vence a gravidade e o examinador com facilidade.

● Deve-se avaliar:
o Deltóide:
● Bíceps: paciente dobra o braço, examinador oferece resistência.
● Tríceps: paciente estende o braço, examinador oferece resistência.
o Mão: estendida, fechada, dedão, puxando os dedos com os braços cruzados.
o Membro inferior pode fazer tanto deitado como sentado.

REFLEXO
o Estiloradial= C5
o Aquileu: S1
o Patelar= L3

● GRADUAÇÃO:
o 0: ausente.
o +: hiporreflexia.
o ++: normal.
o +++: hiperreflexia.
o ++++: clônus.

SENSIBILIDADE
O exame é feito melhor com paciente deitado.
● PROPRIOCEPCÇÃO: capacidade de se situar no espaço. Um exemplo é pedir se o polegar e hálux
estão pra cima ou pra baixo.
● TÁTIL: vai passando algo e perguntando se sente. Se a sensibilidade tátil está preservada, a
dolorosa e a térmica também vão estar porque todas vem do eixo espinotalâmico. A
propriocepção, junto com a vibratória, vem do eixo cordonal posterior.
o Se tátil da alterada: faz térmica e dolorosa.
o Se próprio da alterada: faz vibratória.
● GRAFESTESIA: escreve um número na mão do paciente e pede para ele dizer qual foi.
● ESTEREOGNOSIA: coloca um objeto na mão do paciente e pede para ele identificar qual é.
● COORDENAÇÃO: index-naso, index-index, bater palma na coxa.

EQUILÍBRIO
Maria Antônia Cunha - Turma LI

Pede para o paciente se levantar, colocar os braços pra frente e tentar se equilibrar, de olhos abertos
e depois fechados. Caso haja alguma dúvida, pede para ele colocar um pé na frente do outro e
novamente fechar os olhos (teste sensibilizado).
● MARCHA: forma de andar
o Cerebelar: zigue-zague, sem nexo.
o Estrela/vestibular: tende a ir para o lado lesionado, de costas consegue voltar reto.
o Parkisoniana: paciente ensaia antes de começar a andar, tem passos bem curtos.
o Talâmica: passos grosseiros com batidas, paciente levanta bem o joelho. Geralmente,
não tem propriocepção.
o Senil: movimentos menores e mais lentificados.
o Ceifante: paciente faz arco com o pé, como se fosse manco.
o Tesoura: paciente com paralisia.

SINAIS DE MENINGITE
● RIGIDEZ NUCAL: alterado quando o paciente, ao encostar o queixo no peito, dobra o joelho
● LASEGUE: levanta a perna do paciente em um ângulo entre 30 e 70 graus, se tem dor é positivo.
● KERNIG: uma perna esticada “no chão”, levanta a outra que está fletida e depois estica. Se ao
esticar, o queixo vai no peito ou paciente relata sentir dor, é Kernig positivo.

DESCRIÇÃO: Todos os pares cranianos sem alteração. Tônus muscular normal. Massa muscular sem
atrofias. Força muscular em 5+ em membros superiores e inferiores. Reflexos tendinosos profundos
(bicipital, tricipital, braquioradial, patelar e aquileu) em 2+ (normais) e simétricos. Reflexo cutâneo
abdominal normal. Ausência de sinal de babinski. Eudiadococinético. Marcha atípica e equilíbrio
normal. Romberg negativo. Ausência de sinais de irritação meníngea (Brudzinski). Sensibilidade tátil
e dolorosa preservadas, propriocepção presente e estereognosia preservada.

OSTEOMUSCULAR

● CERVICAL:
o SPURLING: teste da compressão cervical para detectar radiculopatia cervical. É positivo
quando há dor irradiada para membro superior.
● LOMBAR:
o LASEGUE: elevação da perna estendida para detectar radiculopatia lombar.
o SCHOBER: avalia o grau de flexão lombar. Marcar 10cm acima da linha da crista ilíaca.
Deve aumentar de 4 a 5 cm, caso contrário, o teste é positivo. A diminuição pode indicar
osteoartrite ou espondilite anquilosante.
Maria Antônia Cunha - Turma LI

o ADAMS: encostar as mãos no chão e avaliar a curvatura da espinha. Se tiver desvio é


positivo.
● OMBRO:
o ARCO DOLOROSO: levantar os braços, das laterais até o topo da cabeça entre 60 e 120
graus.
o NEER: elevação passiva do braço para avaliar síndrome do impacto subacromial.
o HAWKINS: estabiliza a escápula, paciente faz como se fosse um 4 com o cotovelo, coloca
a mão abaixo do cotovelo do paciente e gira para dentro.
o JOBE: mãos estendidas na frente do corpo com o polegar para baixo, paciente faz força
pra cima e médico pressão pra baixo. É o teste da latinha.
o PATTE: braços colados no corpo com os cotovelos fletidos, paciente faz força para “abrir”
os braços.
o GERBER: braços colados na coluna, paciente tem que tentar desencostar.
● PUNHO:
o TINEL: percussão do nervo mediano em busca de formigamento.
o PHALEN: encostar os dorsos das mãos. Busca por formigamento, pontada ou queimação
indicativa de síndrome do túnel do carpo.
o FINKELSTEIN: mão fechada, paciente flete para baixo. Detecta tendinopatia de Quervain.
● QUADRIL:
o THOMAS: procura-se deformidade em flexão de quadril.
o PATRICK/FABERE: o examinador faz a flexão, abdução e rotação externa. Dor na região
posterior é indicativo de sacroiliíte e dor na região inguinal é indicativo de patologia no
quadril.
● JOELHO:
o Ligamento colateral lateral e medial: mão na tíbia e a outra empurra pra fora ou pra
dentro
● Medial é em valgo e lateral é em varo
o Ligamentos cruzados: método de gaveta; estabiliza colocando os polegares nas “fossas
da patela” e com o restante dos dedos puxa ou pra frente ou empurra pra trás (cruzando
anterior ou posterior)
o Meniscos: com uma mão segura na coxa e a outra no tornozelo, paciente com a perna
em 4, gira para fora ou para dentro (lateral e medial)
● Quando gira pra dentro tira a mão do tornozelo e coloca na parte posterior do
joelho para estabilizar melhor
● Tornozelo
o Gaveta: mesmo principio do joelho, estabiliza no tornozelo e faz pressão pra frente e pra
trás
● Trabalha ligamento calcaneofibular
o Ligamento talofibular: estabiliza o calcanhar e gira o pé pra dentro.

DESCRIÇÃO: Articulações sem sinais de inflamação ou infecção, sem sinais flogísticos ou


deformidades. Mobilidade ativa e passiva das articulações preservadas, sem dor ou crepitações.

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