Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Exame da boca
O exame físico da cavidade oral inclui inspeção e palpação.
● O paciente deve estar sentado com o examinador sentado ou de pé diretamente à sua frente.
● A face do paciente deve estar bem iluminada.
Lábios
INSPEÇÃO
- Coloração, umidade, nódulos, desvio de rima, tiques (local e características), presença de lesões
(caso haja lesões, estas devem ser palpadas para estabelecer sua textura e consistência).
Mucosa oral
INSPEÇÃO
- Coloração, umidade, lesões, placas esbranquiçadas, nódulos, sangramento (local e
características).
Gengiva
INSPEÇÃO
- Coloração, edema, lesões, hipertrofia, retração, sangramento, abscesso (local, características).
Dentes
INSPEÇÃO
- Formato, posição, falta de dentes, manchas, amolecimento, cárie, coloração, higiene.
Língua
INSPEÇÃO
- Simetria, posição, superfície, coloração, movimentação, nódulos, lesões, presença de papilas,
frênulo, umidade, alterações (especificar).
Glândulas salivares
INSPEÇÃO
- Os orifícios dos ductos das glândulas parótidas e submandibulares devem ser visualizados,
inspecionar o aspecto das papilas, fluxo salivar, consistência, presença de sensibilidade.
- Prótese (se está desajustada ou ajustada, desgastada/conservação, condições de higiene).
Amígdalas
INSPEÇÃO
- Tamanho, coloração, presença de placas esbranquiçadas.
1) Dor
2) Lesões
3) Halitose
4) Xerostomia
5) Sangramento gengival
DOR
○ Lesões dentárias – odontalgia
● Súbita, forte intensidade, contínua
○ Lesões na língua – glossalgia/glossodínia
● Tipo queimadura
● Carenciais, medicações, cirrose, neoplasias
○ Lesões de estruturas anexas – ATM
● Forte intensidade, irradiação
LESÕES
○ Úlceras Aftosas
○ Herpetiformes
○ Úlceras que não cicatrizam (4-6 sem) - lesões suspeitas
○ Nódulos
○ Achados de malignidade:
● Necrose central, bordas elevadas e endurecidas, com padrão invasivo e de limites indefinidos
→ Exame físico: OROSCOPIA
HALITOSE
○ Comum
○ Percepção de mau hálito
○ Metabólica x Psicogênica x Má higiene
○ Halitose x Pseudo-halitose X Halitofobia
○ Até 50% dos adultos; mais comum em mulheres
XEROSTOMIA
○ Boca seca
○ Desidratação mucosa - respirador bucal, roncos, apneia…
○ Glândulas salivares - síndrome de Sjögren; diabetes melito; radiação da cabeça e pescoço;
quimioterapia; e uso de alguns medicamentos.
SANGRAMENTO GENGIVAL
○ Comum
● Ato de escovar os dentes
● Gengivites
● Distúrbios hematológicos
Exame do Esôfago
Habitualmente sem grandes achados
○ Disfagia: dificuldade à deglutição
● Benigna x maligna
○ Odinofagia: dor à ingestão de alimentos
○ Pirose: azia, queimor, queimação
○ Dor esofágica: não depende da ingestão de alimentos
Doença do Refluxo Gastro-Esofágico - DRGE
Doença mais comum do trato digestório
○ Relaxamento transitório do esfíncter inferior - não relacionado a deglutição
○ Hérnia de hiato
○ Pirose e regurgitação ácida – sintomas clássicos
● Duração, intensidade, frequência…
○ Pode ter dor esofágica associada – afastar causas cardiovasculares.
○ Pode ter disfagia – investigar melhor
○ Tosse crônica, rouquidão, eructação, náusea, sialose – sintomas atípicos
ANAMNESE DRGE
● Qualquer idade, geralmente < 50 anos
● Qualquer sexo
● Sintomas de pirose e regurgitação ácida
○ Pior após ingestão de alimentos ou a noite
● Fatores desencadeantes: cafeína, ácidos, medicamentos, stress, obesidade
● Sinais de alarme: disfagia, sangramentos, tabagismo, histórico familiar de neoplasia,
emagrecimento
DISMOTILIDADES
○ Principal sintoma é a disfagia
○ Semiologia da disfagia: orgânica x motora
○ Sinais de alarme
○ Geralmente para sólidos e líquidos
● Acompanhado de tosse, engasgo, “sufocamento”
○ Exemplos: Acalasia Idiopática e Doença de Chagas (T. cruzi)
● Relaxamento parcial ou ausente do esfíncter inferior do esôfago (EIE) e contrações não
peristálticas no corpo esofágico
● Diferenciar de neoplasia
Exame do estômago
1) Dispepsia – Funcional / H. pylori
2) Úlcera péptica
3) Neoplasias
DISPEPSIA
○ Síndrome clínica: plenitude pós-prandial, saciedade precoce, epigastralgia e queimação epigástrica.
○ Podem ou não vir acompanhadas de eructação, náuseas e vômito.
○ Orgânica vs Funcional
○ Sintomas por pelo menos 3 meses
● H. pylori como fator desencadeante
● Síndrome de dor epigástrica e desconforto pós-prandial
● Atenção para sinais de alarme
ANAMNESE
● Qualquer idade
● Qualquer sexo
● Sintomas de dor em região epigástrica ou andar superior
● Procurar sinais de alarme
● Pesquisar fatores desencadeantes – stress, H. pylori, AINE
CÂNCER DE ESTÔMAGO
○ Geralmente assintomático – diagnóstico em fases avançadas
○ Raro < 40 anos
○ Sintomas: saciedade precoce, dor epigástrica, vômito, perda de peso, astenia e anemia.
○ Fatores de risco: Tabagismo, etilismo, HF+infecção por H. pylori
○ EDA mandatória em sinais de alarme
● SINAL DA IRMÃ MARIA-JOSÉ → pequeno nódulo endurecido na região umbilical, podendo ser
proeminente ou não, é, às vezes, o primeiro ou único sinal de neoplasia maligna.
Exame do abdome
ANATOMIA DO ABDOME
INSPEÇÃO
Regiões abdominais e projeção de órgãos na parede abdominal
Procedimento:
Antes e após examinar um paciente lave as mãos
1. Solicite ao seu paciente para se deitar em decúbito dorsal e exponha cuidadosamente o abdome
dele.
2. Explique o procedimento ao seu paciente.
3. Faça a ectoscopia do abdome e anote os dados que julgar importante.
4. Identifique as regiões abdominais e a projeção dos órgãos nas paredes torácica e abdominal.
AUSCULTA ABDOMINAL
Procedimento:
1. Deve ser realizada logo após a inspeção abdominal, para que as manobras de palpação e
percussão não influenciem no peristaltismo.
2. Usa-se o diafragma do estetoscópio, colocado nas diversas regiões do abdome.
3. Devem-se ouvir ruídos hidroaéreos a cada 5-10 segundos, de localização variável e inesperada.
No silêncio abdominal, deve-se auscultar pelo menos um minuto.
4. Os ruídos podem ser aumentados (ex: diarréia), peristaltismo de luta (obstrução intestinal) ou
diminuído e abolido (íleo paralítico).
Palpação do fígado
- Limite inferior: a borda hepática costuma ser palpada a cerca de 1 a 2 cm do rebordo costal
direito, na linha hemiclavicular, e a 5 a 8 cm do apêndice xifóide, na linha mediana (pode ser até
5 dedos em pessoas hipoastênicas magras, portadores de derrames pleurais à direita ou de
enfisema pulmonar acentuado);
- Superfície hepática: macio e liso;
- Borda: fina;
- Sensibilidade: pouco doloroso
Método de Lemos Torres: mão esquerda sobre a região lombar, apoiando as duas últimas costelas,
traciona-se o fígado para frente, com mão direta tenta-se palpar a borda hepática na inspiração
profunda, com as falanges distais do indicador e médio.
Método de Mathieu: o examinador posiciona-se à direta do tórax do paciente com as costas voltadas
para seu rosto. Com as mão paralelas sobre o hipocôndrio direito e as extremidades dos dedos fletidos,
formando garras, tentando palpar o fígado na inspiração.
Palpação do Baço
● O baço pode ser palpado quando atinge 2x ou 3x seu tamanho habitual;
● Em crianças menores saudáveis é possível palpar em 5% a 10% dos casos;
● Classificação em pequeno, médio e grande ou Boyd I a IV;
Palpável, Boyd I (sob a reborda costal esquerda), II (entre reborda costal e cicatriz umbilical), III (ao
nível da cicatriz) ou IV (abaixo da cicatriz).
● Na posição de Shuster, posição intermediária entre decúbito lateral direito e o dorsal, o
examinador a direita do paciente, traciona com a mão esquerda a face póstero-lateral e inferior
do gradil costal, deslocando-a em sentido anterior.
● Com a mão direita abaixo da margem costal esquerda, comprime em direção ao hipocôndrio
esquerdo, tentando perceber o baço na inspiração profunda.
● Consitência e sensibilidade;
- Mole e doloroso: estados infecciosos agudos;
- Duro e pouco doloroso: esplenomegalias esclerocongestivas, como na esquistossomose mansoni e
cirrose hepática;
- Duro e irregular: leucemias crônicas e linfomas
Palpação do Pâncreas
● Normalmente não palpável;
● Consistência macia;
● Afecções inflamatórias ou neoplásicas: massa dolorosa na região epigástrica;
● Pancreatite aguda: dor pode dificultar a palpação;
● Neoplasia: bem delimitada, superfície irregular e fixa, dolorosa a compressão.
Manobras especiais
Sinal de Blumberg: Comprime-se lenta e progressivamente um ponto do que tenha se mostrado
doloroso à palpação geral do abdome. Na irritação peritoneal há aumento súbito da dor após a
descompressão;
● Ponto de McBurney: situado à dois terços da distância do umbigo à espinha ilíaca
ântero-superior direita. → Apendicite
Sinal do psoas: é indicativo de irritação do músculo psoas, sendo um dos sinais de apendicite aguda.
Posiciona-se o paciente em decúbito lateral esquerdo, e o examinador deve realizar a hiperextensão
passiva de membro inferior direito (ou flexão ativa contra resistência). Em caso de dor a hiperextensão
passiva ou a flexão ativa, o sinal é positivo.
Sinal do Obturador: O sinal do obturador é um sinal indicador de irritação do músculo obturador interno.
Para realizá-lo, com o paciente em decúbito dorsal, faz-se a flexão passiva da perna sobre a coxa e da
coxa sobre a pelve, então procede-se com uma rotação interna da coxa. É um dos sinais da apendicite.
Tem maior sensibilidade nas apendicites com posição retrocecal, aderido ao músculo obturador. Dá-se
positivo quando refere-se dor no hipogástrio.
Sinal de Lapinsky: dor à palpação profunda no ponto de McBurney (localizado no encontro do terço
médio com o terço distal da linha traçada da cicatriz umbilical até a espinha ilíaca ântero superior direita)
com membro inferior direito hiperestendido e elevado.
Sinal de Murphy: É indicativo de colecistite, quando o paciente suspende a inspiração por dor à
compressão do rebordo costal direito (local onde se encontra a vesícula biliar).
REGISTRO DO EXAME NORMAL: abdome livre, indolor à palpação superficial e profunda, sem
massas ou visceromegalias. Blumberg negativo.
PERCUSSÃO ABDOMINAL
Procedimento:
1. Utilizando a técnica dígito-digital, ir percutindo todas as regiões do abdome, de forma contígua.
2. Observar tanto o som (macicez, submacicez, timpanismo e hipertimpanismo – espaço de
Traube) quanto à presença/ausência de dor á palpação.
● Identificar a presença de ar livre, líquidos e massa intra-abdominais;
● Dimensionar os orgão maciços;
● Identificar e localizar diferentes graus de irritação peritoneal.
● Tipos de sons: timpânico, hipertimpanico, submaciço e maciço.
Sinal de Giordano: A manobra é realizada pelo médico ou pelo enfermeiro com o paciente estando
sentado e inclinado para a frente. Para realizar a manobra o profissional faz uma súbita
punho-percussão, com a borda ulnar da mão, na região da fossa lombar do paciente ,mais
especificamente, na altura da loja renal (flancos). Se a manobra evidenciar sinal de dor aguda, em
pontada, no paciente, o sinal de Giordano é positivo, o que indica grande probabilidade doença renal
(litíase e pielonefrite aguda).
Sinal de Jobert: timpanismo na área hepática – ar livre na cavidade peritoneal (atrofia hepática,
interposição de alça intestinal, pneumoperitônio devido à perfuração de víscera oca);
Percussão do baço no espaço de Traube: (entre a 9ª e a 11ª costelas esquerdas) – normalmente não
percutível – Esplenomegalia
Sinal do Piparote: O Sinal de Piparote é um sinal médico indicativo de ascite. Piparote positivo ocorre
quando fazemos uma percussão no abdome do paciente e notamos a propagação de uma onda do
líquido ali acumulado. A percussão deve ser feita em região de flanco para observar a propagação da
coluna de líquido para o lado oposto. Quando há >1,5L;
Um abdome normal pode ser descrito como: ―abdome plano, livre (ou indolor à palpação superficial e
profunda), sem massas ou visceromegalias palpáveis e com timpanismo e peristaltismo fisiológicos.
Giordano negativo.
Dor abdominal → DECÁLOGO DA DOR
1. Localização
2. Irradiação
3. Característica
4. Intensidade
5. Evolução
6. Duração
7. Relação com funções orgânicas
8. Fatores de melhora
9. Fatores de piora
10. Sintomas associados
DIARRÉIA
- Aumento teor líquido nas fezes, geralmente associado a aumento da frequência (>3x/dia)
○ sangue, pus, muco, gordura
○ uso de medicamentos
○ febre, dor abdominal
OBSTIPAÇÃO / CONSTIPAÇÃO
○ > 2 dias (48h) sem evacuar
HEMORRAGIA DIGESTIVA
● Delgado → se manifesta como MELENA (“digerida”) → fezes escuras/enegrecidas, odor forte
● Cólon → se manifesta como ENTERORRAGIA → sangue “vivo”
Intestinos
1) Gastroenterite aguda
2) Intolerância a lactose
3) Doença celíaca
4) Doença inflamatória intestinal
5) Síndrome do intestino irritável
6) Obstruções
7) Apendicite aguda
8) Diverticulite aguda
GECA
- Diarréia aguda < 4 semanas
- 95% é viral
- Início súbito de diarreia, em grande quantidade, pode ter desidratação
- Associada a vômitos, dor abdominal, febre
- É a “gripe” dos intestinos
INTOLERÂNCIA A LACTOSE
- Deficiência da enzima Lactase → digere a lactose
- Diarréia, dor, distensão e gases após ingesta de leite e derivados
- Diferenciar alergia à proteína do leite
DOENÇA CELÍACA
- Síndrome de dispepsia
- Sintomas clássicos – diarréia, emagrecimento, distensão
- Menos comuns - infertilidade, anemia, osteoporose, dificuldade de crescimento
DII
- Diarréia subaguda/crônica
- Pacientes 20 – 40 anos
- Sangramento, tenesmo, dor abdominal
SII
- Dor abdominal crônica associado a mudança do padrão de evacuação
- Pacientes 20 – 40 anos
- Dor + diarréia x constipação
- Sem sinais de alarme
- Alta associação com transtornos psiquiátricos
- Extremamente comum
OBSTRUÇÕES
- Dor abdominal com distensão
- Etiologia por idade
- Aderências, neoplasias, parasitose
- Atentar para o exame físico
APENDICITE AGUDA
- Dor aguda em FID ou em epigástrio com irradiação para FID, associado a inapetência, náuseas.
- Febre e alterações intestinais podem acompanhar
- Qualquer idade
- Hiperplasia linfóide
- Tratamento cirúrgico
- Atenção aos achados semiológicos clássicos
DIVERTICULITE AGUDA
- Dor aguda em FIE, associado ou não a inapetência, náuseas, febre e alteração do padrão
intestinal.
- Apendicite do “lado esquerdo”
- > 40-50 anos