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Aparelho Degestivo
Semiologia Abdominal:
Inspeção,
Palpação,
Percussão
Auscuta
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Índice
1.introdução
1. INTRODUÇÃO
O Abdómem é uma das regiões mais ricas para a semiologia, tanto que
a ordem a ser seguida no exame é diferente. Dessa forma, para se examinar
o abdómem deve-se seguir a ordem: inspeção, ausculta, percussão e por fim a
palpação. Essa alteração na ordem é decorrente a presença de gases no trato
gastrointestinal que podem ser alterados caso seja realizado a ordem
convencional do exame.
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Portanto, o enfermeiro, integrante da equipe multidisciplinar de saúde e
respaldado pela lei que rege a categoria profissional, deve realizar o exame
abdominal de forma minuciosa e criteriosa e interpretar adequadamente os
resultados obtidos. Para isso é fundamental o conhecimento da anatomia,
fisiologia e fisiopatologia da parede abdominal, da cavidade abdominal e dos
órgãos nela contidos.
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1.2. Divisão topográfica do abdómem - Divisão do abdómem e marcos
anatômicos
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Para um exame sistematizado do abdome utilizam-se técnicas
instrumentais, obedecendo a sequência:
Inspeção,
Ausculta,
Percussão
palpação.
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DELIMITAÇÃO DO ABDÓMEM
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A avaliação dos ruídos intestinais (ruídos hidroaéreos) constitui a principal
finalidade da ausculta abdominal.
• Palpaçd Fígad
• Métodd Lem Torre
:
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Percussão na semiologia abdominal
A partir da Percussão é possível identificar presença de ar livre, líquidos e
massas intra-abdominais. A técnica é digito-digital, em que o examinador
posiciona uma das mãos sobre o abdome e percute com o dedo indicador.
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Massas abdominais sólidas ou líquidas (ascite) são maciços.
Timpanismo generalizado pode indicar obstrução
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Abdómem normal
ABDOMEM: plano, sem lesões de pele, cicatrizes, circulação colateral,
retrações ou abaulamentos. Perístase não identificável à inspeção. Ruídos
hidroaéreos presentes nos quatros quadrantes (+/IV). Ausência de timpanismo
difuso e macicez em flancos. Traube livre. Fígado e baço não palpáveis.
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Algumas Dicas
Procure realizar o exame em um ambiente calmo, iluminado, e na
temperatura adequada – o frio tenciona a parede do abdome
Posicione, de forma adequada e confortável, o paciente para a palpação
do abdome – posição dorsal horizontal – quanto mais confortável ele
estiver, mais relaxado ficará.
Certifique-se que o paciente está de bexiga vazia.
Deixe toda a região exposta desde o apêndice xifoide até a sínfise púbica
Delimite as regiões da face anterior do abdome (epigástrio, mesogástrio,
hipogástrio, hipocôndrios, flancos, fossas ilíacas – quadrantes superiores
e inferiores – essa divisão é necessária para a referência de sinais e
sintomas.
Utilize a divisão de 9 regiões – para localizar mais precisamente um
achado. Estruturas encontradas em cada região (Morton & Fontaine):
Hipocôndrio direito – lobo hepático direito e vesícula biliar
Epigástrio – extremidade pilórica do estômago, duodeno, pâncreas
e porção do fígado
Hipocôndrio esquerdo – estômago, cauda do pâncreas, flexura
esplênica do cólon
Flanco direito – cólon ascendente, porções do duodeno e jejuno
Mesogástrio – omento, mesentério, parte inferior do duodeno-
jejuno-íleo
Flanco esquerdo – cólon descendente, porções do jejuno e íleo
Fossa ilíaca direita – ceco, apêndice, extremidade inferior do íleo
Hipogástrio – íleo
Fossa ilíaca esquerda – cólon sigmoide
Verifique e descreva as características do abdome quanto à forma:
simétrico (normal), assimétrico, escavado (retraído), plano (normal),
globoso (crescido de maneira uniforme), avental e pendular (acúmulo de
tecido adiposo), abdome de batráquio (dilatação exagerada para os
flancos), com abaulamentos – hepatomegalia, esplenomegalia, hérnias,
megacólon chagásico, meteorismo (gases em vísceras ocas), ascite
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(líquido na cavidade abdominal) entre outros –, com retrações (ptose
visceral)
Verifique e descreva a rede venosa e presença de circulação colateral –
avaliação da circulação portal, bem como de peristaltismo visível, comum
em pacientes emagrecidos
Faça a ausculta do abdome antes da percussão e palpação, pois estas
manobras podem alterar os ruídos peristálticos (ruídos hidroaéreos).
Ausculte pelo menos por 2 a 5 minutos para ouvir os borborigmos.
Também podem ser detectados o atrito de superfície peritoneal e sopros
vasculares, entre outros.
Ruídos hidroaéreos diminuídos ocorrem em pós-operatório de cirurgia
abdominal, íleo paralítico, distúrbios eletrolíticos, isquemia de cólon,
obstrução intestinal e os ruídos aumentados representam hipermotilidade,
por exemplo, nos casos de diarreia, uso de laxantes ou na fase inicial da
obstrução intestinal (obstrução incompleta do intestino)
Faça a percussão, pois ela auxilia na determinação do tamanho das
vísceras sólidas e na avaliação da presença e distribuição de gases,
massas ou líquidos. Devem ser feitas, pelo menos, 3 percussões em cada
local. Podem ser obtidos 4 tipos de som: timpânico (presença de conteúdo
gasoso no tubo digestivo), hipertimpânico (timpanismo mais sonoro –
maior conteúdo aéreo, por ex. meteorismo, obstrução intestinal,
pneumoperitônio, etc.), submaciço (menor quantidade de gases ou a
presença de um órgão maciço nas proximidades), maciço (área sólida)
Faça primeiro uma palpação superficial, comparando simultaneamente
as áreas direita e esquerda para detectar pequenas, mas importantes
diferenças na tonicidade da musculatura e na sensibilidade.
A hipertonia da parede abdominal decorre da forte contração da
musculatura e pode ser de origem voluntária (falta de relaxamento por
frio, ansiedade ou posição inadequada) ou involuntária (irritação do
peritônio parietal).
A palpação mais profunda tem como objetivo palpar o conteúdo
abdominal, procurando visceromegalias, principalmente, fígado, baço e
detectar massas abdominais (tumorações).
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Pode ser feita com as duas mãos – palpação com uma das mãos e
pressão em sentido contrário com a outra – bimanual (técnica de Lemos-
Torres) ou com as mãos em garra (técnica de Mathieu)
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Sinal de Torres-Homem – dor intensa, despertada pela percussão
abdominal de áreas da zona de projeção do fígado, feita com as pontas
dos dedos reunidas: indicativo de abscesso hepático, amebiano ou
bacteriano.
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Encarceramento: é quando o conteúdo que compõe a hérnia (intestino),
fica preso bem no ponto fraco da parede abdominal, não retornando à
cavidade abdominal;
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Hérnia epigástrica
Hérnia emginal
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Aneurisma da aorta abdominal
Um aneurisma é um alargamento anormal de uma artéria causado por fraqueza
da parede dos vasos sanguíneos. Isto aumenta o risco de ruptura e pode levar
a uma hemorragia com risco de vida. Pode ocorrer em qualquer vaso sanguíneo,
embora a maioria ocorra na aorta.
As causas exactas do aneurisma da aorta são desconhecidas, embora tenham
sido identificados alguns factores de risco ambiental que, juntamente com
factores genéticos, podem aumentar o risco de fraqueza da parede arterial. Estes
incluem:
Fumar.
Tensão arterial elevada.
Níveis elevados de colesterol.
Sexo masculino.
Idade: o seu aparecimento é mais frequente a partir dos 60 anos de idade.
Para além do acima referido, que são mais frequentes, existem outros
factores, tais como traumas ou certas doenças, tais como colagenopatias, que
podem aumentar significativamente o risco de sofrer um aneurisma.
Sintomas
Os aneurismas podem aparecer e desenvolver-se sem causar quaisquer
sintomas, tornando-os difíceis de detectar. Por vezes os aneurismas podem ser
pequenos em tamanho e continuar a sê-lo, mas outros podem crescer
rapidamente. Ocasionalmente, dores na zona abdominal, dores nas costas e/ou
um pulso perto do umbigo podem ser sentidas durante o seu desenvolvimento.
Prevenção
Uma vez que a maioria dos aneurismas são assintomáticos na maioria
dos casos, é importante que as pessoas em maior risco (fumadores do sexo
masculino com mais de 60 anos com antecedentes familiares) sejam submetidas
a testes de imagem para os detectar. Se estes forem detectados em fases
iniciais, podem ser tratados para evitar o seu crescimento e ruptura.
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Além disso, é geralmente recomendado evitar factores de risco ambiental,
tais como fumar, tensão arterial elevada ou níveis elevados de colesterol.
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Referências:
Semiologia Médica – Celmo Celeno Porto – 7ª Edição. 2013. Editora
Guanabara Koogan.
Semiologia Médica – Celmo Celeno Porto – 7ª Edição. 2013. Editora
Guanabara Koogan. Glândulas inchadas; linfadenopatia; inchaço dos gânglios
linfáticos; inflamação dos gânglios linfáticos.
Porto & Porto, Semiologia Médica, 5ª Ed., Guanabara Koogan, Adaptado
de Doenças do Aparelho Digestivo – Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul / Fiocruz MS
Fonte: https://semiologiabahiana.files.wordpress.com/2017/05/ascite-
1.png?w=760 Fonte:https://medpri.me/medprime/upload/editor/dor%2012.png
Referências:
ANDRIS et al. Semiologia: bases para a prática Assistencial.
COSENDEY, et al. Trad. Editora LAB, 2006. BICKLEY, L.S. Bates, propedêutica
médica 11aed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2015. 987p.
PORTO, CC Exame clinico. 7aed. Rio de Janeiro, Ed. Guanabara Koogan, 2012.
544p.
Benseñor IM. Anamnese, exame clínico e exames complementares como testes
diagnósticos. Rev Med (São Paulo). 2013; 92(4):236-41. Disponível em:
https://doi.org/10.11606/issn.16799836.v92i4p236-241. Acesso em 26 out 2018.
Carvalho CRR,Toufen JC, Franca SA. Ventilação mecânica; princípios, análise
gráfi ca e modalidades ventilatórias. J Bras. Pneumol. São Paulo, 2013.
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