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Resumo

Noções de Tomografia
de Abdome

Maria Paula dos Anjos Silva


Faculdade Santo Agostinho
Resumo de Noções de Tomografia de Abdome 2

1. Introdução
A tomografia (TC) de abdome fornece informações sobre os tecidos moles e
ósseos, servindo para detectar alterações anatômicas, verificar a presença de abcessos,
ascites, cistos, fístulas, linfoceles e tumores, além de diagnosticar metástases e
patologias gastrointestinais, avaliar danos advindos de traumas e alterações em artérias
e veias.

2. Tomografia Computadorizada Abdominal


Órgãos com densidade de partes moles devem, no geral, aparecer bem definidos
e uniformes, excetuando casos em que ocorram efeitos de volume parcial, ou seja, a
estrutura não aparecerá por inteiro em uma fatia da TC, ocasionando assim má definição
na estrutura. Vasos sanguíneos, alças intestinais e gordura nos músculos devem ser bem
definidas, bem como a gordura intra-abdominal. Edema ou infiltração inflamatória ou
maligna podem ser indicados pela presença de espaços de tecidos conectivos mal
definidos.

Caso a anatomia na TC seja mal definida, mais informações podem ser obtidas
avaliando a densidade da área ou por meio de comparação de tomografias com e sem
contraste. Varreduras de abdome total têm os limites definidos pelo diafragma até a
sínfise púbica (figura 1), enquanto que as varreduras de abdome superior vão do
diafragma até a extremidade superior da crista ilíaca (figura 2), requerendo um tempo
de varredura menor e permitindo a visualização de vários órgãos abdominais, a
depender do nível de corte, como o fígado, estômago, rins, baço, pâncreas, vesícula e
glândulas suprarrenais.

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Figura 1. Fonte: MOURÃO, 2007 Figura 2. Fonte: MOURÃO, 2007

A figura 3a exibe um corte na altura da décima segunda vertebra torácica com


janela de contraste para tecidos moles, possibilitando a identificação do fígado, baço,
rim esquerdo, medula espinhal, aorta descendente e colo intestinal. Já na figura 3b, o
corte foi feito na altura da terceira vértebra lombar, foi usado meio de contraste por
duas vias distintas (sistema vascular e digestório) e por conta disso a aorta descendente,
colo e rim direito aparecem com regiões brancas. Nessa figura é possível ver o fígado,
medula espinhal, tecidos musculares e gordurosos.

Figura 3a na esquerda e 3b na direita. Fonte: MOURÃO, 2007

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Em relação à pelve, os limites são a extremidade superior da crista ilíaca e a


extremidade inferior do ísquio. A figura 4a mostra didaticamente a região delimitada da
TC de pelve, enquanto que a figura 4b apresenta uma secção no nível da articulação
coxo-femural, com utilização de janela para tecidos ósseos, possibilitando visualizar o
reto, a bexiga, cabeça do fêmur, uma das artérias e uma das veias ilíacas externas, a
sínfise púbica, o sacro e tecidos musculares e gordurosos.

Figura 4a na esquerda e 4b na direita. Fonte: MOURÃO, 2007.

Em imagens de TC de abdome é possível extrair muitas informações com tipos


de janelas diferentes. As janelas de tecidos moles são boas para ter uma visão geral da
anatomia abdominal, mas outros tipos de janelas devem ser utilizados para a
observação de órgãos específicos, como fígado e rins, permitindo uma avaliação mais
focal. A figura 5a apresenta uma janela para tecidos moles e a 5b uma janela específica
para o fígado.

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Figura 5a na esquerda e 5b na direita. Fonte: MOURÃO, 2007.

3. Interpretação
As secções do abdome são obtidas transversalmente, é interessante que se inicie
a avaliação pelos tecidos da parede abdominal, analisando as imagens no sentido cranial
a caudal. Avaliar conjuntamente órgãos que se encontram no mesmo plano transverso
é prudente, como pâncreas e adrenais, os quais se encontram no mesmo nível. A tabela
abaixo elenca tópicos de verificação para exames abdominais.

Lista de verificação para Exames Abdominais

Hérnias, linfonodos aumentados (principalmente região


Parede abdominal: periumbilical e inguinal)?

Parênquima homogêneo sem lesões focais?


Fígado e baço:
Superfícies bem definidas?

Vesícula biliar: Bem definida, parede fina? Cálculos?

Pâncreas e adrenais: Bem definidos, tamanho normal?

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Excreção simétrica do meio de contraste (MC)?


Rins, ureter e bexiga: Obstrução, atrofia, parede da bexiga lisa e fina?

Próstata uniforme de tamanho normal?


Órgãos reprodutores:
Cordão espermático, útero e ovários?
Bem definido? Paredes de espessura normal? Estenoses ou
TGI: dilatações?

Vasos: aneurismas? tromboses?


Linfonodos aumentados? Mesentérico (normalmente <
10 mm) Retrocrural (normalmente < 7 mm) Para-
Retroperitôneo:
aórtico (normalmente <7 mm) Parailíaco
(normalmente < 12 mm) Parainguinal (normalmente
< 18 mm)

Coluna lombar e pelve: Lesões degenerativas? Fraturas?


Lesão focal esclerótica ou lesões líticas?
Janela para osso: Estenose da coluna vertebral?

Fonte: HOFER, 2005.

Referências Bibliográficas

1. HOFER, Matthias. Tomografia Computadorizada: Manual Prático de Ensino. Revinter. Rio


de Janeiro, 2005.
2. MOURÃO, Arnaldo Prata. Tomografia Computadorizada: tecnologias e aplicações.
Difusão Editora. São Paulo, 2007.

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