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Prof.

: Gerson Mattos
O ABDOME É UMA
CAIXINHA DE
SURPRESAS
BASES ANATÔMICAS
 LIMITES
 SUPERIOR: diafragma
 INFERIOR: assoalho pélvico
 ANTERIOR: retos abdominais
 POSTERIOR: psoas e quadrado lombar
 LATERAL: oblíquo e transverso
LIMITES DO ABDOME
DIVISÃO EM ÁREAS
DIVISÃO EM ÁREAS
INERVAÇÃO DA PAREDE ABDOMINAL
 PAREDE ANTERIOR E PERITÔNIO PARIETAL
 Intercostais T6 a T12
 PAREDE LATERAL
 Idem mais Intercostal T5 e L1
 PERÍNEO
 S3 E S4
INERVAÇÃO
DOR ABDOMINAL
 SOMÁTICA:
 Músculos da parede e peritônio parietal. Bem definida. Fibras
mielinizadas
 VISCERAL:
 Vísceras. Mal definida. Fibras não mielinizadas.
 REFERIDA:
 Áreas distantes porém com inervação por um mesmo
segmento neural
PONTOS DOLOROSOS
DOR REFERIDA
NERVO FRÊNICO
PRINCÍPIOS
 Quanto mais distante dos orifícios externos, menor a
dor
 Vísceras são insensíveis ao corte, esmagamento,
queimadura
 Vísceras são sensíveis a estiramentos, contrações,
inflamações e isquemias
EXAME FÍSICO
 PRINCÍPIOS
 Expor desde o apêndice xifóide até o púbis
 Colocar-se à direita do paciente
 Observar posição e atitude do paciente
 Irritação peritonial imobiliza o paciente
INSPEÇÃO
 Posicionar-se à direita do paciente e junto aos seus pés
 Tipo:
 PLANO: superfície alinhada com o tórax e pelve,
 GLOBOSO: aumento do diâmetro anteroposterior, convexidade simétrica
verticalmente e horizontalmente.
 BATRÁQUIO: aumento do diâmetro lateral maior que o anteroposterior, com
abaulamento nos flancos, com a superfície quase alinhada ao tórax.
 ESCAVADO: superfície abaixo do nível do tórax.
 AVENTAL: com o panículo adiposo projetado sobre as regiões inguinais
 Simetria:
 SIMÉTRICO OU ASSIMÉTRICO
 Abaulamentos
 Cicatrizes e retrações
 Centralidade do umbigo
 Outras Lesões Cutâneas
 Equimose Peri-umbilical: Sinal de Cullen
 Equimose em Flanco Esquerdo: Sinal de Grey-Turner
 Nódulo Irmã Maria José
 Circulação Colateral
 Movimentos Respiratórios
 Movimentos Peristálticos
 Hérnias
ABDOME GLOBOSO

OBESIDADE
ABDOME ESCAVADO

CAQUEXIA
ABDOME ASSIMÉTRICO
NEOPLASIA
DIÁSTASE DOS RETOS ABDOMINAIS
DIÁSTASE DOS RETOS ABDOMINAIS
NÓDULO IRMÃ MARIA JOSÉ
CICATRIZES ABDOMINAIS
CICATRIZES ABDOMINAIS
DESCRIÇÃO DA INSPEÇÃO
 Abdome plano, simétrico, sem abaulamentos,
herniações, movimentos peristálticos, circulação
colateral ou equimoses, com cicatriz suprapúbica
longitudinal de 6 cm.
AUSCULTA
 Ruídos Hidro-Aéreos (RHA) são resultantes da interação
entre líquidos e gases.
 Em média, ocorrem a cada 5-10 seg.
 Auscultar no mínimo 2 minutos.
 Altera-se ao longo da evolução de um quadro obstrutivo.
 As reduções são mais importantes que as exacerbações.
 Ruídos aumentados nas diarreias, hemorragias intra-
luminais e reduzidas nas peritoniais.
 TIPOS DE RUÍDOS HIDROAÉREOS
 PATINHAÇÃO: estômago e ceco
○ Som semelhante à palmadas sobre uma superfície líquida.
○ Comprimir rápida e suavemente a topografia do órgão com o 2º, 3º e
4º quirodáctilos.
○ Demonstra estase e acúmulo de líquido.
 GARGAREJO: som de bolhas grossas durante a palpação
deslizante.
 BORBORIGMO: som agudo audível à distância, quando há muitos
gases.
 VASCOLEJO: som produzido por movimentar bruscamente o
abdome a partir dos flancos.
 Pesquisar sopros
 Ocorre em 20% das pessoas saudáveis.
 Epigástrio: Isquemia Mesentérica
 Lateralmente à linha mediana: Artéria renal
 À esq. da linha mediana: Aneurisma de aorta abdominal
 Umbilical: recanalização da Veia Umbilical na
Hipertensão Portal – Sinal de Cruveillier-Baumgarten.
 Espaço de Traube: Malária, Leucemia, Tu esplênico.
 Área Hepática: Aneurisma de Art. Hepática, Cirrose,
Carcinoma Hepatocelular e Metástases
AORTA ABDOMINAL

Na presença de sopro, obrigatória ausculta de


ilíacas e femorais.
DESCRIÇÃO DA AUSCULTA
 Ausculta com ruídos hidroaéreos normais nos quatro
quadrantes, com sopro na topografia da artéria ilíaca
esquerda.
PERCUSSÃO
 Diferencia a consistência do conteúdo palpável (ar,
líquido, sólido).
 Inicia-se longe do sítio doloroso.
 Som predominantemente timpânico, mas variável ao
longo de todo abdome.
 Macicez na área hepática e sobre massas.
 Timpanismo aumentado se distendido por gases ou
obstrução intestinal.
DESCRIÇÃO DA PERCUSSÃO
 Timpanismo normalmente distribuído, exceto por
macicez em flanco esquerdo sobre a massa palpável.
Percussão hepática indolor com hepatimetria de 8 cm
na LHCD. Espaço de Traube timpânico.
PALPAÇÃO
 Inicia-se pela região mais distante da dor.
 Acessa aproximadamente 2 cm de profundidade.
 SUPERFICIAL
 Avalia a parede quanto à:
○ INTEGRIDADE (hérnias)
○ SENSIBILIDADE e TUMORES (parietal ou profunda?)
 Manobra de Carnett e de Smith-Bates
○ TENSÃO
 PARIETAL: voluntária ou involuntária
 INTRA-ABDOMINAL: distensão, ascite, gestação, tumores
PALPAÇÃO SUPERFICIAL
PALPAÇÃO SUPERFICIAL
MANOBRA DE CARNETT
 PROFUNDA
 Limitada diante de contratura, dor, ascite e obesidade.
 Preferentemente bi-manual.
 Acessa aproximadamente 10 cm de profundidade.
 Avalia massas intra-abdominais quanto ao local, volume, formato,
consistência, mobilidade, superfície, limites, sensibilidade e
pulsatilidade.
 Avalia vísceras.
 Técnica deslizante de Hausmann.
 PERITONISMO: contratura + Blumberg
ÓRGÃOS PALPÁVEIS SOMENTE EM
CONDIÇÕES PATOLÓGICAS
 Bexiga vazia
 Apêndice cecal
 Vesícula biliar
 Flexuras do cólon
 Delgado
 Baço
ÓRGÃOS NORMALMENTE PALPÁVEIS
 Grande curvatura gástrica
 Ceco
 Sigmóide
 Cólons, especialmente o transverso
ÓRGÃOS NATURALMENTE HIPERSENSÍVEIS

 Aorta
 Ceco
 Sigmóide
PALPAÇÃO PROFUNDA
PALPAÇÃO PROFUNDA
PALPAÇÃO PROFUNDA
PALPAÇÃO PROFUNDA
PALPAÇÃO PROFUNDA
PALPAÇÃO BIMANUAL
DESCRIÇÃO DA PALPAÇÃO
 Abdome depressível, sem defesa, com dor à palpação
profunda do flanco esquerdo, onde palpa-se massa de
consistência pétrea, imóvel e indolor, de 5 por 7 cm.
Blumberg e Murphy ausentes. Fígado com borda fina e
consistência normal.
ABDOME PROTUBERANTE

OBESIDADE
ABDOME PROTUBERANTE
 OBESIDADE
 Principal causa
 Parede espessa e pesada
 Umbigo normal (central e sem abaulamento)
 Distribuição normal do timpanismo
 Levantar a dobra parietal nas regiões
inguinais para palpar
ABDOME PROTUBERANTE

GÁS
ABDOME PROTUBERANTE

GÁS
ABDOME PROTUBERANTE
 GÁS
 Distensão localizada ou generalizada
 Timpanismo à percussão
 Obstruções e Íleos Adinâmicos
 Quanto mais distal a obstrução, maior a distensão
ABDOME PROTUBERANTE
ASCITE
ABDOME PROTUBERANTE

ASCITE
ABDOME PROTUBERANTE
 ASCITE
 Deposição de líquido nas bordas e porções mais profundas
do abdome gerando macicez
 Acúmulo de ar na parte mais central e superficial do abdome
gerando timpanismo
 Abaulamento do umbigo
ABDOME PROTUBERANTE

TUMOR
ABDOME PROTUBERANTE

TUMOR
ABDOME PROTUBERANTE
 TUMOR
 Macicez localizada deslocando as alças e seus
timpanismos
 Tumores intestinais, uterinos e ovarianos
 Diferenciar de bexigoma e gestação
EXAME DAS VÍSCERAS
 FÍGADO
 VESÍCULA
 BAÇO
 PÂNCREAS
 RINS
 VÍSCERAS OCAS
FÍGADO
 PALPAÇÃO
 AVALIAR
○ Consistência: elástica, amolecida, pétrea
○ Sensibilidade: indolor, dolorosa
○ Tamanho: 6 a 12 cm
○ Distância em relação ao RCD.
○ Superfície: lisa ou nodular
○ Borda: fina, romba ou nodular
 Durante a inspiração.
 Pode estar rebaixado (DPOC).
 Ser impalpável não significa normalidade.
 TÉCNICAS:
 POLEGAR DE GLENARD
 LEMOS TORRES
 MATHIEU
 Sensibilidade de 68% para a hepatimetria (comparada
ao US)
POLEGAR DE GLENARD
LEMOS TORRES
LEMOS TORRES
LEMOS TORRES

REBAIXANDO À INSPIRAÇÃO
ATENÇÃO
 BUSCAR OS LIMITES DO FÍGADO
 A PRIMEIRA PALPAÇÃO PODE
ENCONTRAR O CORPO DO
FÍGADO E NÃO A BORDA
MATHIEU
MATHIEU
MATHIEU
MATHIEU
MATHIEU
 PERCUSSÃO
 A partir do 4º EICD na linha hemi-clavicular.
 Submacicez nas bordas e macicez central.
 Hepatimetria indicada pela associação da palpação e percussão.
 Geralmente o tamanho ao exame físico é menor que o real,
encontrando o limite superior 2-5 cm abaixo e a inferior >2 cm
acima.
 Percussão dígito-digital intensamente dolorosa, localizada e
circunscrita, consiste o Sinal de Torres-Homem, característico de
abscesso hepático.
 AUSCULTA
 Atrito na superfície se tumoração.
 Sopro em carcinomas e hepatite aguda alcoólica.
O FÍGADO E AS DOENÇAS
 HEPATITE AGUDA
 Aumentado, superfície lisa, borda fina, consistência normal a macio e
doloroso.
 HEPATITE CRÔNICA
 Aumentado, consistência firme e indolor.
 CIRROSE
 Aumentado no início e reduzido em estágio terminal, superfície nodular,
borda romba, consistência rígida, indolor.
 CÂNCER
 Aumentado, superfície nodular, borda romba, consistência pétrea e indolor.
 DPOC
 Rebaixado, superfície lisa, borda lisa, consistência normal e indolor.
 ICC
 Aumentado, superfície lisa, borda romba e doloroso.
PERCUSSÃO DO FÍGADO
PERCUSSÃO DO FÍGADO
PERCUSSÃO DO FÍGADO
PERCUSSÃO HEPÁTICA
HEPATIMETRIA
TÉCNICA DA ARRANHADURA
HEPATIMETRIA
VESÍCULA BILIAR
 Normalmente impalpável.
 Técnica de Mathieu.
 Processo de Chiray e Pavel: como Mathieu com o paciente
em decúbito lateral esq com as coxas fletidas.
 Manobra de Pron, com os dois polegares estando à
esquerda do paciente.
 Sinal de Murphy.
 Sente-se como uma saliência na borda hepática, piriforme,
móvel com a inspiração, macio e indolor
 Confundível com nódulo hepático.
MANOBRA DE PRON
BAÇO
 Possui 13 cm mas localiza-se 5 cm acima do rebordo
costal, por isso, normalmente é impalpável.
 Palpável quando 1,5 a 2x maior.
 Naturalmente indolor.
 PALPAÇÃO
 AVALIAR
○ Tamanho: Distância em relação ao RCE.
○ Consistência: firme, amolecida
○ Superfície: lisa, irregular
 TÉCNICAS
 Em decúbito dorsal
○ Lemos Torres
 Posição de Schuster
○ Mathieu

 Baixa sensibilidade 18-69%, com boa especificidade


89-99%
 PERCUSSÃO
 Espaço de Traube:
○ Superior: 6º EICE
○ Inferior: RCE
○ Medial: borda esternal esquerda
○ Lateral: LAA
 Técnica de Castell
○ Percussão ao longo da LAA durante a inspiração com o paciente em
decúbito dorsal.
 Tamanho indicado pela associação da palpação e
percussão.
 Macicez no Espaço de Traube e Esplenomegalia:
 Sensibilidade: 62%
 Especificidade: 72% (comparados ao US)
 em magros: (sensib: 78% especif: 82%)
 Esplenomegalia
 G I: no RCE (o dobro do tamanho normal)
 G II: entre o RCE e o umbigo
 G III: abaixo do umbigo
 Sinais de hepatopatia crônica associadas a esplenomegalia
ao exame físico tem sensibilidade de 34% e especificidade
de 90% para detecção de cirrose hepática.
 AUSCULTA
 Atrito em casos de periesplenite.
 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
 Tumor renal
 Rins policísticos
 Ca do ângulo esplênico do cólon
 Dilatação colônica por fezes
 Tumores gástricos
 Massas retroperitoneais
 Última costela flutuante
O BAÇO E AS DOENÇAS
 INFECÇÕES AGUDAS – endocardite, malária, mononucleose:
 Aumentado, amolecido, doloroso e liso
 HIPERTENSÃO PORTAL:
 Aumentado, rígido, pouco doloroso e liso
 LEUCEMIAS/LINFOMAS/LEISHMANIOSE:
 Muito aumentado, rígido, indolor e irregular
 DESTRUIÇÃO DE ERITRÓCITOS –esferocitose, talassemia
 Aumentado, discretamente rígido.
 INFARTO ESPLÊNICO
 Dor à palpação
 ESPLENOMEGALIA E HIPERESPLENISMO
 Hiperesplenismo: esplenomegalia associada a anemia,
leucopenia, trombocitopenia e hiperplasia de medula óssea.
PERCUSSÃO DO BAÇO
BAÇO À INSPIRAÇÃO
LEMOS TORRES
LEMOS TORRES
LEMOS TORRES
LEMOS TORRES
LEMOS TORRES
LEMOS TORRES
LEMOS TORRES
LEMOS TORRES
PERCUSSÃO DO ESPAÇO DE TRAUBE
POSIÇÃO DE SCHUSTER
POSIÇÃO DE SCHUSTER
MATHIEU
ESPLENOMEGALIA
ESPLENOMEGALIA OU
TUMOR RENAL?
Na esplenomegalia:
1) Presença de chanfraduras
2) Aumento em aspecto de “vírgula”
3) Cólon permanece mais profundo que o baço.
RINS
 Palpação bimanual
 PPL ou Giordano
 Aumento
 UNILATERAL (tumor)
 BILATERAL (rins policísticos)
 Palpa-se o pólo inferior
PALPAÇÃO BIMANUAL
MANOBRA DE GIORDANO
RINS
PÂNCREAS
 Normalmente impalpável.
 Dor irradiada ao dorso.
 Massa fixa no epigástrio.
VÍSCERAS OCAS
 Faz-se palpação deslizante.
 Palpa-se a grande curvatura gástrica, os cólons, o ceco
e o sigmóide.
 Fezes provocam macicez.
CECO
 MANOBRAS
 DE OBRASTZOW
 Mão direita estendida na FIE com movimentos de compressão
intermitentes
 Mão esquerda palpando o ceco.
 DE SIGAUT
 Polegar esquerdo comprimindo o cólon ascendente
 Mão direita em garra no ceco.
 DE MERLO
 2º, 3º, 4º, 5º dedos da mão esq comprimindo o cólon ascendente
 Mão direita em garra no ceco.
TÉCNICA DE SIGAUT
MASSAS E ABAULAMENTOS
 AVALIAR:
 Local, tamanho, forma, bordas, superfície, consistência,
mobilidade, motilidade espontânea, sensibilidade, pulsátil,
redutibilidade.
AORTA ABDOMINAL
 Entre o hiato diafragmático (T12) e sua bifurcação (L4),
tem 13 cm, à esq da linha mediana.
 Inspeção: durante apnéia expiratória.
 Palpação: discretamente dolorosa, à esq do umbigo.
Sente-se a pulsatilidade.
 Ausculta: pesquisa de sopros.
PALPAÇÃO DA AORTA

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