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Prova I Maria Fernanda Ramos – 4° Fase 1

imensamente complexos: não há como separar o psíquico


Introdução a Humanidades
do histórico, o econômico do social, do político, do
Lisiane – 10 notas em 8 aulas. cultural.
Humanidades para a prática da Medicina Estamos trabalhando com um fenômeno humano, não é
um objeto delimitável, isolável, quantificável e verificável.
Atualmente fazem com que o paciente seja
Mas algo vivo, complexo, histórico e dinâmico.
individualizado. É necessário ver mais o paciente e menos
a doença.
Portanto devemos respeitar as pessoas por suas opiniões
e escolhas, segundo valores e crenças pessoais pois eles
As humanidades médicas permitem integrar recursos das
podem decidir livremente se aceitam ou não o
ciências humanas ao ensino da medicina a fim de ampliar
tratamento e a prerrogativa do profissional.
a compreensão sobre o ser humano, seu sofrimento.
Precisamos ter as seguintes características:
O objetivo maior da disciplina é melhorar a qualidade de
atendimento médico e tornar-se um meio de
 Beneficência: Obrigação de não causar dano e de
humanização da medicina.
extremar os benefícios e minimizar os riscos. O
profissional deve ter em mente que toda e qualquer
É necessário desenvolver a empatia e a compaixão, além
ação deve obrigatoriamente trazer benefícios ao
de integrar a formação científica a formação humana.
paciente.
 Não – Maleficência: Obrigatoriedade de não causa
A humanidades desenvolveu-se a partir de um modelo
mal ou outro. É o dever do profissional, além de
científico-positivista que separa o sentir e o saber.
ajudar, também não causar danos ao paciente.
Quando se colocou o ser humano, na totalidade da sua
 Justiça: Imparcialidade na distribuição dos riscos e
existência como centro das atenções no campo da saúde,
benefícios, não podendo uma pessoa ser tratada de
percebeu-se que tais rupturas deixaram grandes lacunas
maneira distinta de outra, salvo se houver alguma
no saber médico e insuficiência em lidar com os aspectos
diferença relevante.
subjetivos referentes as saúde e ao seu cuidado.

A crítica a esse modelo desencadeou questões sobre a O poder do Cuidado


formação médica, que levaram as escolas a rever seus
currículos.
Cuidado respeitoso
Esse é o cuidado em que está incluso nos direitos
A inclusão de disciplina tinha como objetivo formar
humanos, declaração universal dos direitos humanos,
médicos com competência ética e relacional e superar o
ONU e UNESCO, core curriculum da UNESCO, Declaração
antagonismo entre tecnicismo e humanismo.
Universal sobre bioética e Direitos Humanos.

Objetivos da Humanidade O cuidado respeitoso segue as seguintes características:


 A autonomia do médico é muito importante mas
Desenvolver o papel instrumental das humanidades na também há a autonomia do paciente. Em alguns
educação dos profissionais de saúde. casos o paciente não segue o que foi prescrito.
 O médico sempre tenta fazer o bem (beneficência),
Aquisição de competências: porém há a religião do paciente que pode interferir.
- Transversais/ Transferíveis  Sigilo das informações do paciente. Atualmente, não
- Humanísticas precisa colocar o CID, apenas se o paciente pedir.
- Auto – conhecimento  Justiça: Cobrar adequadamente, tratar todos de
- Reflexão crítica e profissional maneira igual independente de cor ou plano de
saúde.
Rapport – entrar em sintonia com o paciente. Uma ação,
palavra bem colocada pode criar uma ótima relação com Ato de cuidar é realizado desde que nascemos até
o paciente. morrer.
Descuidar da formação humanística é transformar o
Para Nietzsche os viajantes de maior força, aqueles que médico em mero mecânico do corpo humano.
colocam as experiências, incorporadas de novo para fora, Lidamos com pessoas e não com órgãos a serem
através de ações e obras, tão logo retornam a casa. transformados em gráficos, curvas, imagens ou números.

Qual o projeto de vida? Um projeto de vida humana digna, A relação médico-paciente é fundamental na prática
pautado na liberdade, autonomia e justiça. Reconstrução médica, devendo ser o foco de atenção e estudo desde o
da esfera pública. primeiro encontro com o paciente, permanecendo
durante a vida profissional.
Delimitação do objeto: Isolar e delimitar seu objeto é
inviável porque os fenômenos humanos são
Prova I Maria Fernanda Ramos – 4° Fase 2

É indispensável o conhecimento básico da humanidade, Portanto, para cuidar do próximo


pois esta relação ultrapassa os fenômenos biológicos,
onde estão aprisionados a profissão médica.

Na prática, os vínculos na profissão médica são: Confiança


e empatia.

O médico é ativo (dirigindo a conduta) e o paciente é


passivo (colaborando) e participa ativamente – aliança
terapêutica.

O cuidado pode se tornar paternalista, quando impõe


valores ou concepção não partilhada pelo paciente e o
respeito ao não interferir nos direitos alheios pode levar a
indiferença e ao individualismo. O bom médico trata a
doença mas o médico excelente trata o paciente que tem
a doença.

Como cuidar de forma respeitosa

Respeitar a pessoa portadora de deveres e direitos.


Ter um cuidado significa zelo, dedicação, carinho e
empatia gratuita e prazerosa.
Cuidado é um modo de ser, uma maneira de existir das
pessoas.
Cuidar como gostaria de ser cuidado.

Antes de orientar o paciente é necessário escutá-lo,


observá-lo e compreendê-lo. O paciente não é um objeto,
mas como um sujeito responsável por suas decisões.

Para uma consulta ser efetiva, a relação de ajuda deve ser


afetiva. As doenças pode ser semelhantes, mas os
pacientes nunca são iguais.

Parâmetros de um juízo ético

Os juízos éticos de valor são também normativos, isto é,


enunciam normas que determinam o dever ser de nossos
sentimentos, nossos atos, nossos comportamento. São
juízos que enunciam obrigações e avaliam intenções e
ações segundo o critério do correto e do incorreto.

Os juízos éticos de valor nos dizem o que são o bem, o


mal, a felicidade. Os juízos éticos normativos nos dizem
que sentimentos, intenções, atos e comportamentos
devemos ter ou fazer para alcançarmos o bem e a
felicidade. Enunciam também que atos, sentimentos,
intenções e comportamentos são condenáveis ou
incorretos do ponto de vista moral.

Temos o desafio existencial em cuidar de si mesmo.


Sendo assim, tentamos ser melhores e autossuficientes.
Porém temos que deixar de lado essa busca incessante
do ter.
Muitos passam a deixar de lado sua essência, focando
apenas na aparência, sofrer e adoecer. É necessário ter
sensibilidade, criatividade, humildade, resiliência,
responsabilidade e consciência da finitude humana.

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