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Curso de

PSICOLOGIA HOSPITALAR

MÓDULO IV

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MÓDULO IV

1. HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR

A humanização hospitalar é um assunto que tem sido muito discutido a partir


do acelerado processo técnico e científico no contexto da saúde. Muitas vezes, a
dignidade do ser humano parece estar relegada a um segundo plano e a doença
passou a ser o objeto de estudo reconhecido cientificamente, desarticulada do ser
que a abriga. Os profissionais de saúde demonstram desumanizar-se
gradativamente, favorecendo a desumanização de sua prática.

O processo de humanização, então, requer profunda reflexão acerca dos


valores e princípios que norteiam a prática profissional, pressupondo, além de um
tratamento e cuidado digno, solidário e acolhedor por parte dos profissionais da
saúde ao seu principal objeto de trabalho – o doente/ser fragilizado –, uma nova
postura ética que permeie todas as atividades profissionais e processos de trabalho
institucionais.

Nessa perspectiva, diversos profissionais, diante dos dilemas éticos


decorrentes, demonstram estar cada vez mais à procura de respostas que lhes
assegurem a dimensão humana das relações profissionais, principalmente as
associadas à autonomia, à justiça e à necessidade de respeito à dignidade da
pessoa humana.

O termo humanização tem sido utilizado constantemente no âmbito da


saúde, sendo a base de um amplo conjunto de iniciativas para oferecer uma
assistência que valorize a qualidade do cuidado ao doente, associada ao
reconhecimento dos direitos do paciente, de sua subjetividade. Esse conceito
pode ser considerado norteador de uma nova prática no atendimento em saúde.

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O processo de humanização nos hospitais deve ser compreendido como
uma atitude que envolve toda a equipe da instituição e que se não estiverem todos
envolvidos nessa atuação, o objetivo principal não será atingido.

1.1 Por que humanizar os hospitais?

Com os inúmeros e infindáveis avanços tecnológicos da prática médica, os


procedimentos que fazem parte do tratamento de doenças se tornaram impessoais,
mecanizados e invasivos. Os doentes já não ficam mais em suas casas, são
tratados nos hospitais, rodeados de aparelhos e rotinas desconhecidas. As visitas
são limitadas e perde-se o contato com os familiares e amigos. Os profissionais
tratam o paciente por um número de leito e não o chamam pelo nome. A identidade
do doente é perdida a partir do momento em que é feita a admissão hospitalar.

Não se questiona com o indivíduo sobre suas sensações, seus gostos e


vontades. Os profissionais não o distinguem de outro paciente. É apenas mais um.

Os procedimentos médicos e a metodologia do atendimento em saúde,


sejam de responsabilidade dos médicos ou do pessoal da área, na maioria das
vezes, subestima e desconsidera as necessidades emocionais e psíquicas dos
usuários.

Humanizar o atendimento em saúde é fortalecer o


desejável comportamento ético e o arsenal técnico-
científico, com os cuidados dirigidos às necessidades
existenciais dos pacientes. É investir em melhorias nas
condições de trabalho dos profissionais da área, é alcançar
benefícios para a saúde e qualidade de vida dos usuários,
dos profissionais e da comunidade.

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Os motivos do distanciamento humano do atendimento em saúde podem ser
muitos e os mais variados possíveis. Mas, de maneira geral, muito mais que nas
eventuais dificuldades de recursos materiais, como se alega sempre, o descaso
humanitário deve ser procurado na intimidade das pessoas que atendem a área da
saúde, seja na arrogância, no simples descaso, na falta de vocação, no
desinteresse, no comercialismo, na insensibilidade, dentre outros.

O enfoque predominantemente biológico do ser humano fez com que


profissionais de saúde considerassem o sofrimento unicamente como padecimento
físico, obedecendo aos conhecimentos da fisiologia aprendidos nas faculdades,
deixando de considerar o sofrimento global da pessoa.

Por outro lado, o doente passou a representar algo além de uma pessoa
digna de atenção, de cuidado e assistência, passando a ser um instrumento de
aprendizagem, de estatística, de pesquisa, passou até a representar uma fonte de
recursos econômicos para a instituição (por exemplo, a questão das poucas altas
nos finais de semana, quando os hospitais não podem ficar com leitos vagos). O
doente pode representar até um argumento político, uma reivindicação financeira da
administração hospitalar e assim por diante.

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Sem dúvida nenhuma os avanços do conhecimento e da técnica têm forte
repercussão na área da saúde, tanto no diagnóstico como no tratamento, tanto na
prevenção como na cura das doenças, tudo isso refletindo diretamente no conforto
pessoal, na qualidade de vida e na longevidade das pessoas. Entretanto, o avanço
tecnológico também trouxe consigo um aspecto frio e mecânico, maquinal,
reducionista e algo desumano na relação entre as pessoas envolvidas com o
atendimento à saúde.

Fonte: www.gettyimages.com
Índice de Figuras Nº 1

Atualmente as conseqüências do desenvolvimento da tecnologia no


relacionamento entre as pessoas estão sendo estudadas, buscando-se um equilíbrio
entre o uso dos equipamentos sofisticados e de última geração e o relacionamento
humano entre as pessoas, buscando um equilíbrio entre a atitude fria da técnica,
entre os cálculos complicados da economia e o utilitarismo das coisas, com a
compreensão das necessidades afetivas das pessoas, enfim procurando equilibrar a
necessária idéia dos preços com a indispensável noção de valores.

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Segundo o Ministério da Saúde (2001), “humanizar é adotar uma prática
em que profissionais e usuários consideram o conjunto dos aspectos físicos,
subjetivos e sociais que compõem o atendimento à saúde” ( Ministério da
Saúde, 2001 p. 9).

Humanizar refere-se, então, a assumir uma postura ética de respeito ao


indivíduo, de acolhimento dos próprios limites. A natureza da humanização é
completamente subjetiva e dotada de características bastante singulares. É o agir
baseado numa vontade de acolher e de respeitar o outro como um ser autônomo e
digno.

Fonte: www.gettyimages.com
Índice de Figuras Nº 2

Segundo Martins (2001), a humanização é um processo amplo, demorado e


complexo, ao qual se oferecem resistências, pois envolve mudanças de
comportamento, que sempre despertam insegurança. Os padrões conhecidos
parecem mais seguros; além disso, os novos não estão prontos nem em decretos
nem em livros, não tendo características generalizáveis, pois cada profissional, cada
equipe, cada instituição terá seu processo singular de humanização.

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De acordo com a Política Humaniza SUS, a humanização supõe troca de
saberes, incluindo os dos usuários e sua rede social, diálogo entre os profissionais e
modos de trabalhar em equipe (Brasil, 2005).

Sendo assim, entende-se por humanização as estratégias de interferência


no processo de produção de saúde, levando em conta que sujeitos sociais, quando
mobilizados, são capazes de modificar realidades, transformando-se a si próprios
neste mesmo processo. Trata-se, sobretudo, de investir na produção de um novo
tipo de interação entre os sujeitos que constituem os sistemas de saúde e deles
usufruem, acolhendo tais atores e formulando seu protagonismo.

Enfim, a humanização estabelece-se como construção de atitudes ético-


estético-políticas em sintonia com um projeto de co-responsabilidade e qualificação
dos vínculos entre os profissionais e entre estes e os usuários na produção de
saúde (Freyre, 2004).

A humanização se faz necessária considerando que nos serviços de saúde


há situações "desumanizantes". São apontados, em todas as décadas, muitos
aspectos considerados "desumanizantes", relacionados a falhas no atendimento e
nas condições de trabalho.

Em relação a falhas na organização do atendimento são apontadas, por


exemplo, as longas esperas e adiamentos de consultas e exames, ausência de
regulamentos, normas e rotinas, deficiência de instalações e equipamentos, bem
como falhas na estrutura física: "(...) espera às consultas e à entrada, nas admissões
em tempo dilatado, nos adiamentos impostos aos exames e aos tratamentos, no
amontoado humano dentro das salas (...) São também enfatizados aspectos
"desumanizantes" ligados especificamente com a relação com o doente como o
anonimato, a despersonalização, a falta de privacidade, a aglomeração, a falta de
preparo psicológico e de informação, bem como a falta de ética por parte de alguns
profissionais: "O doente é um número, um caso, objeto de atividades, mas não um
centro de interesse; permanece geralmente sem esclarecimentos sobre a própria
sorte e sem explicação sobre o que lhe é imposto" (Leclainche 1962).

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Em relação às condições de trabalho, pode-se notar que o que mais
contribui para um ambiente de trabalho tenso e desgastantes são os baixos salários,
dificuldade na conciliação da vida familiar e profissional, jornada dupla ou tripla,
ocasionando sobrecarga de atividades e cansaço. As instituições em sua grande
maioria, não oferecem um ambiente adequado, recursos humanos e materiais
quantitativos e qualitativos suficientes, remuneração digna e motivação para o
trabalho, para que os profissionais possam exercer as suas funções de uma forma
mais humanizada.

Muitos textos, ao longo dos anos, mostram a importância da humanização,


confrontando-a com o desenvolvimento tecnológico na sociedade atual. Ou seja,
considera-se que o desenvolvimento tecnológico vem dificultando as relações
humanas, tornando-as frias, objetivas, individualistas e calculistas.

1.2 Como humanizar?

Devido ao grande desenvolvimento tecnológico da Medicina, alguns


aspectos mais sublimes do paciente, tais como suas emoções, suas crenças e
valores, ficaram em segundo ou terceiro planos. Apenas sua doença, objeto do
saber cientificamente reconhecido, passou a monopolizar a atenção do ato médico,
portanto, com esse enfoque eminentemente técnico a medicina se desumanizou.

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Fonte: www.gwttyimages.com
Índice de Figuras Nº 3

Dentre as práticas para a humanização nos hospitais é importante lembrar


que humanizar o atendimento não é apenas chamar a paciente pelo nome, nem
manter constantemente um sorriso no rosto, mas além disso, compreender seus
medos, angústias, incertezas dando-lhe apoio e atenção permanente. Humanizar
também é, além do atendimento fraterno e humano, procurar aperfeiçoar os
conhecimentos, é valorizar, no sentido antropológico e emocional, todos elementos
implicados no evento assistencial.

A Humanização do atendimento, seja em saúde ou não, deve


valorizar o respeito afetivo ao outro, deve prestigiar a
melhoria na vida de relação entre pessoas em geral.

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Entre os tópicos importantes na humanização do atendimento em saúde, é
importante ressaltar alguns mais relevantes:

• Interesse e Competência na profissão;


• Diálogo entre o profissional e o paciente/família;
• Favorecimento de facilidades para que a vida do paciente seja melhor;
• Evitar aborrecimentos e constrangimentos;
• Respeito aos horários de atendimento.

Segundo Ballone (2005), algumas atitudes são diretamente relacionadas ao


que se pretende com a Humanização do atendimento:

9 Aprimorar o conhecimento científico é uma conseqüência do


interesse e competência

Entretanto, o conhecimento continuamente adquirido deve ser o mais global


possível, objetivando sempre atender as necessidades gerais dos pacientes, ao
invés de se limitar exclusivamente à questão física ou específica da especialidade.

Na Oncologia, por exemplo, entre outras especialidades, a abordagem da


dor e do conforto do paciente deve acontecer paralelamente à utilização dos mais
recentes avanços terapêuticos. Deve-se atender também outros aspectos da
qualidade de vida, como por exemplo, os efeitos colaterais do tratamento
oncológico, a qualidade do sono do paciente, seu estado afetivo, sua sexualidade,
apetite, estética, etc. Não se pretende, com isso, que o oncologista tenha todos
esses conhecimentos, mas que seja sensível a ponto de facilitar para que o paciente
conte com todos esses recursos.

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Fonte: www.gettyimages.com
Índice de Figuras Nº 4

9 Aliviar, controlar a dor e atender as queixas físicas e emocionais

A atenção emocional diz respeito à compreensão sensível das queixas do


paciente, mesmo que estas não tenham base fisiopatológica ou anatômica.

O que está em questão não são os limites dos livros de fisiopatologia, mas
sim, a representação da realidade pelo paciente, suas vivências e seu estado
existencial atual.

O alívio global do paciente nem sempre se proporciona exclusivamente com


analgésicos ou outras intervenções técnicas. Para o conforto global é imprescindível
o bem estar afetivo, o qual pode envolver a companhia constante de familiares, a
atuação de terapeutas, uso de medicamentos antidepressivos e ansiolíticos e outros
recursos psicoterápicos e ocupacionais necessários.

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Índice de Figuras Nº 5

9 Oferecer informações sobre a doença, prognóstico e tratamento

Os profissionais da saúde não devem economizar palavras ou qualquer


outra forma de comunicação. O silêncio do profissional é uma das mais importantes
queixas dos pacientes e familiares em relação ao mau atendimento.

Fonte: www.gettyimages.com
Índice de Figuras Nº 6

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Diante de um profissional calado e silencioso o paciente pode fantasiar para
pior o seu estado de saúde, agravando assim seu estado emocional e,
conseqüentemente, orgânico. As dúvidas e a carência de informações são as
principais causas de não aderência ao tratamento e de procedimentos incorretos por
parte dos pacientes, familiares e/ou cuidadores. A falta de diálogo com o profissional
da saúde pode ser iatrogênico.

Não raras vezes ouvimos de pacientes que o simples contato com o médico
(ou outro profissional da saúde) foi suficiente para que começasse a melhorar. Essa
melhora deve-se ao diálogo, à empatia e à comunicação lenitiva do profissional da
saúde.

9 Respeitar o modo e a qualidade de vida do paciente

O tratamento médico deve, prioritariamente, ser uma atitude que visa


melhorar a qualidade de vida do paciente, portanto, qualquer limitação ao seu estilo
de vida imposta pelo tratamento deve ser evitada (desde que o estilo de vida em
questão não seja o objeto do tratamento, como por exemplo, alcoolismo).

Alguns profissionais costumam ser insensíveis à esses valores, priorizando


seus tratamentos em detrimento da qualidade de vida do paciente. Eles exigem que
o paciente seja adequado ao tratamento e não ao contrário, o que seria desejável. O
paciente não tem problemas que contra-indiquem o uso social de uma taça de vinho.
Então, o médico deve procurar preferir os medicamentos que não comprometam
esse hábito.

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Índice de Figuras Nº 7

9 Respeitar a privacidade e dignidade do paciente

Tem sido tênue os limites entre tudo o que o paciente deve se submeter
para melhorar e facilitar o trabalho do médico ou profissional de saúde e aquilo que
o profissional quer que o paciente faça apenas para seu conforto e comodidade.

Existem em determinados hospitais algumas roupas padronizadas para


pacientes que aniquilam totalmente sua dignidade, deixando à mostra sua intimidade
para pessoas que nem estão envolvidas na questão do diagnóstico e tratamento.
Existem privações, proibições e restrições hospitalares que não resistem ao mínimo
questionamento de um simples “porque não posso?”.

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Índice de Figuras Nº 8

Algumas atendentes de laboratório mandam o paciente voltar no dia


seguinte porque não obedeceram ao jejum e, portanto, não podem retirar o sangue
para o exame. E adotam esse procedimento para qualquer exame, mesmo que a
alimentação não interfira neste determinado exame. Um pouco de disposição e boa
vontade evitaria que o paciente perdesse a viagem, evitaria que ele voltasse mais
uma vez para atendimento.

9 Compreender a importância de se oferecer ao paciente um suporte


emocional adequado

É alta a porcentagem de pessoas que pioram o quadro e as queixas depois


de conversarem com profissionais da saúde, quando a conversa é destituída da
sensibilidade necessária ao bem estar emocional e afetivo do paciente. Essa frigidez
emocional, comum em ambientes que deveriam confortar, pode resultar em
agravamento dos sintomas, desenvolvimento de depressão e ansiedade que
comprometem enormemente a recuperação.

Ficar lembrando que tal procedimento costuma ser muito doloroso, que tudo
depende da biópsia, que isso não costuma ter cura, que as seqüelas são terríveis, e

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coisas do gênero não contribuem em nada, muito pelo contrário. Não é necessário
mentir para que o paciente se sinta bem, mas escolher as palavras para transmitir a
verdade é uma questão de vocação, sensibilidade e bom senso. O segredo para um
bom diálogo, é imaginar como você gostaria que um profissional em seu lugar
dissesse para a senhora sua mãe.

Fonte: www.gettyimages.com
Índice de Figuras Nº 9

Para o suporte emocional é importante favorecer algumas preferências do


paciente que não comprometem em nada o andamento do tratamento, como por
exemplo, em relação aos acompanhantes, às visitas e outros hábitos costumeiros.
Isso tudo, ou seja, a introdução de recursos mais próximos do cotidiano das
pessoas, tais como músicas, vídeos, filmes, apresentações, atividades artísticas,
lazer, etc, suaviza a característica fria da atenção à saúde e melhora o estado
emocional. São mundialmente reconhecidos os benefícios dos “hospitalhaços” e
afins na convalescença dos pacientes internados.

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9 A instituição deve oferecer condições de trabalho adequadas ao
profissional de saúde

O grau de ansiedade, frustração e descontentamento do profissional (em


qualquer área) tende a repercutir em seu trabalho. Há instituições de atendimento já
consideradas humanizadas, porém, algumas vezes essa humanização diz respeito
exclusivamente à melhorias da estrutura física dos prédios. Evidentemente que a
estrutura física dos imóveis é bastante relevante, mas a humanização da instituição
vai além disso.

Fonte: www.gwttyimages.com
Índice de Figuras nº 10

Quando a instituição não oferece condições satisfatórias para seus


profissionais, há um risco bastante aumentado do atendimento não se processar
satisfatoriamente. Também todo o sistema está envolvido. O sistema deve atender a
instituição em suas necessidades básicas administrativas, físicas e humanas.

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Índice de Figuras Nº 11

As atuais condições do exercício da medicina não têm contribuído para a


melhoria do relacionamento entre médicos e pacientes, nem para o atendimento
humanizado e de boa qualidade. E esse quadro atual se estende também a outros
profissionais da área de saúde.

As dificuldades de humanização começam pelo lado do paciente. É


fundamental considerar, para a humanização do atendimento, se o paciente está
inserido em um contexto pessoal, familiar e social satisfatório. Esse contexto é
indispensável até para a adesão ato tratamento, para a procura do serviço de saúde,
para acompanhamento do tratamento.

Em segundo, a assistência à saúde deve priorizar as necessidades


pessoais e sociais do paciente. Há um bom número de médicos que diagnosticam
muito bem e prescrevem tratamentos primorosos, entretanto, não têm a mínima
noção (e pior, a mínima preocupação) em saber se o paciente pode adquirir os
medicamentos. Como costumam dizer, esse problema não é deles.

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Ainda tem a questão primordial da instituição. Na instituição interatuam as
necessidades de quem assiste e de quem é assistido e a satisfação de quem é
atendido, infelizmente, depende, antes, da satisfação de quem atende.

Pode-se dizer que a rede de humanização em saúde é uma rede de


construção permanente de laços de cidadania, onde há a valorização de todos os
sujeitos implicados no processo de produção de saúde, o fomento da autonomia e
da co- responsabilidade, o estabelecimento de vínculos solidários e de participação
coletiva no processo de gestão, o empenho na mudança dos modelos de atenção e
gestão vigentes e o compromisso com o meio ambiente e com a melhora das
condições de atendimento e de trabalho (Brasil, 2005)

De acordo com Lepargneur (2003), humanizar é saber promover o bem


comum acima da suscetibilidade individual ou das conveniências de um pequeno
grupo. Para Pessini (2002) é possível e adequado para a humanização se constituir,
sobretudo, na presença solidária do profissional, refletida na compreensão e no
olhar sensível, aquele olhar de cuidado que desperta no ser humano sentimento de
confiança e solidariedade.

1.3 O papel do psicólogo na humanização hospitalar

Para que o psicólogo atue ativamente no processo de humanização dos


hospitais, é importante que ele focalize seu trabalho no paciente, levando em
consideração que este saiu do seu contexto familiar e assumiu a condição de
paciente, perdendo assim sua autonomia e independência. O serviço de Psicologia a
serviço dos pacientes internados é de extrema importância para o tratamento e
recuperação dos mesmos, pois a doença muitas vezes provoca reações psicológicas
graves - como ansiedade, medo, insegurança, depressão, entre outras -, apenas
solucionáveis mediante ação desses profissionais.

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A contribuição da Psicologia no contexto da saúde, notadamente no âmbito
hospitalar, foi de extrema importância nestes últimos anos para resgatar o ser
humano para além de sua dimensão físico-biológica e situá-lo num contexto maior
de sentido e significado nas suas dimensões psíquica, social e espiritual (Pessini &
Bertachini, 2004).

Dessa forma, o psicólogo deve valorizar aspectos qualitativos dos


fenômenos presentes na vida de cada paciente. Compreender o significado da vida
no processo do cuidado inclui não somente atribuições técnicas do profissional, mas
também capacidade de perceber e compreender o ser humano, como ele está em
seu mundo, como desenvolve sua identidade e constrói a sua própria história de
vida.

Sendo o ambiente hospitalar um local que gera insegurança e uma peculiar


ansiedade, é natural que seja encarado como um lugar de sofrimento e dor, de
espera e angústia, e muitas vezes de desesperança. Nem sempre os pacientes dos
serviços de saúde participam das decisões sobre sua vida pessoal, tampouco das
políticas de saúde desenvolvidas. Os profissionais, na verdade, "não fazem questão"
de abrir espaço e repartir com seus pacientes a responsabilidade de cuidar de sua
vida e gerir seu destino.

Para Jeammet e Consoli (2000), a hospitalização apresenta, por si mesma,


condições suficientes para induzir um efeito de estresse e de desorganização do
controle emocional do paciente. Por isso, no momento da internação o doente se
encontra vulnerável, e não é difícil imaginar o que pode ser a angústia dele ao
chegar à emergência de um hospital, passando por situações de inquietação sobre a
natureza da afecção, de distanciamento da família e precipitação num mundo
desconhecido, sem falar das repercussões dos efeitos físicos da doença.

O papel do psicólogo hospitalar será desenvolvido a partir do encontro com


o paciente, no sentido de resgatar sua essência de vida que foi interrompida pela
doença e conseqüente internação. Fundamentada numa visão humanística com
especial atenção aos pacientes e familiares, a psicologia hospitalar considera o ser

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humano em sua globalidade e integridade, única em suas condições pessoais, com
seus direitos humanos definidos e respeitados (Angerami, 2001).

Com o passar do tempo os hospitais passaram a considerar importante e


necessário o trabalho do psicólogo nas enfermarias e ambulatórios para atender de
forma humanizada os pacientes e compreender a relação dos profissionais com o
paciente e com os familiares, sabendo que muitas vezes a angústia ou a depressão
do doente refere-se à fragilidade do corpo, sofrimento, invalidez e medo de
internação, estabelecendo então dificuldade na relação entre médico e paciente.

De acordo com Angerami (2001), como profissional de saúde, o psicólogo


deve observar e ouvir com paciência a linguagem verbal e não-verbal dos pacientes,
já que ele é quem mais pode oferecer, no campo da terapêutica humana, a
possibilidade de confronto do paciente com sua angústia e sofrimento na fase da
hospitalização, buscando superar os momentos de crise.

A humanização do atendimento por parte dos psicólogos nos hospitais


envolve observar todos os aspectos ligados ao adoecer, o respeito aos temores,
crenças e fragilidades dos pacientes e de seus familiares. Aumentar a integração da
equipe técnica com os usuários, promover uma diminuição na angústia e na tensão,
constituem meios eficazes para se mudar a impressão prevalente da população
sobre os hospitais, fazendo com que os usuários passem a ver o hospital como um
lugar que tenta oferecer condições para a manutenção de uma boa saúde ou a sua
recuperação (Pessini & Bertachini, 2004).

O trabalho do psicólogo hospitalar está voltado também a favorecer um


apoio à equipe de saúde e orientar adequadamente os familiares que acompanham
o paciente.

Sebastiani e Chiatone (1991) afirmam que o psicólogo não está apenas


atrás de um diagnóstico no sentido formal e acadêmico do termo, mas sim, à busca
da visão ampla possível de quem é e como está o paciente frente ao seu processo
de doença, internação hospitalar e tratamento, tendo como o principal objetivo

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resgatar a visão do indivíduo como um todo, como um ser biopsicossocioespiritual,
que tem como princípio básico da própria existência o direito inalienável à dignidade
e ao respeito. No hospital o psicólogo atua, quase sempre, também em situações de
crise e emergência, considerando-se que a pessoa hospitalizada passa por novas
situações de adaptação e mudança no seu dia-a-dia, quando se instalam muitas
vezes regressões emocionais, negação da realidade, dependência, impotência,
sentimentos que advêm da própria rotina de hospitalização do indivíduo. O psicólogo
tem por função entender e compreender o que está envolvido na queixa, no sintoma
e na patologia, para ter uma visão ampla do que está se passando com o paciente e
ajudá-lo a enfrentar esse difícil processo, bem como dar à família e à equipe de
saúde subsídios para uma compreensão melhor do momento de vida da pessoa
enferma. Como profissional de saúde, o psicólogo tem, portanto, que observar e
ouvir pacientemente as palavras e silêncios, já que ele é quem mais pode oferecer,
no campo da terapêutica humana, a possibilidade de confronto do paciente com sua
angústia e sofrimento na fase de sua doença, buscando superar os momentos de
crise.

Fonte: www.gettyimages.com
Índice de Figuras Nº 12

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Pessini e Bertichini (2004) relatam que a humanização no atendimento exige
dos profissionais da saúde, essencialmente, compartilhar com seu paciente
experiências e vivências que resultem na ampliação do foco de suas ações, via de
regra restritas ao cuidar como sinônimo de ajuda às possibilidades da sobrevivência.
Dessa forma, cada encontro entre o profissional de atendimento humanizado e o
paciente reveste-se de uma tomada de consciência quanto aos valores e princípios
norteadores de suas ações, num contexto relacional.

Há muito a fazer em termos de operacionalização de políticas públicas


relacionadas com a saúde, bem como com a necessidade de intervir no aparelho
formador de profissionais para criar uma nova cultura. Felizmente a reflexão avança,
à medida que estimula os profissionais da saúde, juntamente com a sociedade, a
debater este contexto.

Conclui-se que, para a construção de uma política de qualificação da saúde,


a humanização deve ser vista como uma das dimensões fundamentais, não
podendo ser entendida como apenas um programa a mais a ser aplicado aos
diversos serviços de serviço, mas como uma política que opere transversalmente em
toda a rede de serviço hospitalar do Brasil.

2. SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Inúmeras são as situações difíceis pelas quais passam os profissionais que


trabalham em hospitais. Dentre elas, pode-se citar o contato com a morte,
mutilações, deformidades e limitações das doenças crônicas. Essas situações
causam sentimentos intensos e diversos nos profissionais, ocasionando um
ambiente psiquicamente insalubre.

Quando o médico e a equipe de saúde defrontam-se com pacientes


próximos da morte, são mobilizados por idéias, sentimentos e fantasias de variadas
intensidades, predominando aquelas com características terroríficas. Por isso, a
reflexão sobre a saúde mental desses profissionais é fundamental.

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2.1 Síndrome do Burn Out

Definição

Sob uma rotina de pressões, esgotamento físico e mental, os profissionais


da área de saúde estão muito propensos a desenvolver o “Burnout”, síndrome do
estresse ocupacional. As longas jornadas de trabalho, baixos salários, sentimento de
desqualificação, conflito entre trabalho e família são algumas das principais causas
percebidas no contexto de vida desses profissionais.

Fonte: www.gettyimages.com
Índice de Figuras Nº 13

A Síndrome de Burnout é um termo da Psicologia que descreve o estado


de exaustão continuada e diminuição de interesse, especialmente em relação ao
trabalho. O termo burnout descreve principalmente a sensação de exaustão da
pessoa acometida.

Essa síndrome geralmente é consequência de um período de esforço


excessivo no trabalho com intervalos muito pequenos para recuperação. Os
trabalhadores da área de saúde estão mais propensos a desenvolver a síndrome,

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sendo os médicos a população que parece ter a proporção mais elevada de casos
de burnout.

Freudenberger, em 1974, descreveu o burnout como um "incêndio interno"


resultante da tensão produzida pela vida moderna, afetando negativamente a
relação subjetiva com o trabalho. Segundo Maslach e cols ( 1996), o burnout é uma
síndrome psicológica resultante de estressores interpessoais crônicos no trabalho e
caracteriza-se por: exaustão emocional, despersonalização (ou ceticismo) e
diminuição da realização pessoal (ou eficácia profissional). A exaustão emocional
(EE) caracteriza-se por fadiga intensa, falta de forças para enfrentar o dia de
trabalho e sensação de estar sendo exigido além de seus limites emocionais. A
despersonalização (DE) caracteriza-se por distanciamento emocional e indiferença
em relação ao trabalho ou aos usuários do serviço. A diminuição da realização
pessoal (RP) se expressa como falta de perspectivas para o futuro, frustração e
sentimentos de incompetência e fracasso. Também são comuns sintomas como
insônia, ansiedade, dificuldade de concentração, alterações de apetite, irritabilidade
e desânimo.

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Índice de Figuras Nº 14

205
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A chamada Síndrome de Burnout é definida por alguns autores como uma
das conseqüências mais marcantes do estresse profissional, e se caracteriza por:

• Exaustão emocional,
• Avaliação negativa de si mesmo,
• Depressão e insensibilidade com relação a quase tudo e todos (até
como defesa emocional).

O termo Burnout é uma composição de burn=queima e out=exterior,


sugerindo assim que a pessoa com esse tipo de estresse consome-se física e
emocionalmente, passando a apresentar um comportamento agressivo e irritadiço.

Essa síndrome se refere a um tipo de estresse ocupacional e institucional


com predileção para profissionais que mantêm uma relação constante e direta com
outras pessoas, principalmente quando esta atividade é considerada de ajuda
(médicos, enfermeiros, professores).

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Índice de Figuras Nº 15

206
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É definida como uma reação à tensão emocional crônica gerada a partir do

contato direto, excessivo e estressante com o trabalho, fazendo com que a pessoa

perca a maior parte do interesse em sua relação com o trabalho, de forma que as

coisas deixam de ter importância e qualquer esforço pessoal passa a parecer inútil.

Quadro Clínico

O quadro clínico da Síndrome de Burnout costuma obedecer a seguinte


sintomatologia:

9 Esgotamento emocional, com diminuição e perda de recursos


emocionais;
9 Despersonalização ou desumanização, que consiste no
desenvolvimento de atitudes negativas, de insensibilidade ou de cinismo para com
outras pessoas no trabalho ou no serviço prestado;
9 Sintomas físicos de estresse, tais como cansaço e mal estar geral;
9 Manifestações emocionais do tipo: falta de realização pessoal,
tendências a avaliar o próprio trabalho de forma negativa, vivências de insuficiência
profissional, sentimentos de vazio, esgotamento, fracasso, impotência, baixa auto-
estima;
9 É freqüente irritabilidade, inquietude, dificuldade para a concentração,
baixa tolerância à frustração, comportamento paranóides e/ou agressivos para com
os clientes, companheiros e para com a própria família;
9 Manifestações físicas: Como qualquer tipo de estresse, a Síndrome de
Burnout pode resultar em Transtornos Psicossomáticos. Estes, normalmente se
referem à fadiga crônica, freqüentes dores de cabeça, problemas com o sono,
úlceras digestivas, hipertensão arterial, taquiarritmias, e outras desordens
gastrintestinais, perda de peso, dores musculares e de coluna, alergias, etc;
9 Manifestações comportamentais: probabilidade de condutas aditivas e

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evitativas, consumo aumentado de café, álcool, fármacos e drogas ilegais,
absenteísmo, baixo rendimento pessoal, distanciamento afetivo dos clientes e
companheiros como forma de proteção do ego, aborrecimento constante, atitude
cínica, impaciência e irritabilidade, sentimento de onipotência, desorientação,
incapacidade de concentração, sentimentos depressivos, freqüentes conflitos
interpessoais no ambiente de trabalho e dentro da própria família.

Apesar de não ser possível estabelecer uma fórmula mágica ou regra para
análise do estresse no trabalho devido a grande diversidade, pode-se pensar em
situações relacionadas ao estresse no trabalho.

Considera-se a Síndrome Burnout como provável responsável pela


desmotivação que sofrem os profissionais da saúde atualmente. Isso sugere a
possibilidade de que esta síndrome esteja implicada nas elevadas taxas de
absenteísmo ocupacional que apresentam esses profissionais.

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Índice de Figuras Nº 16

Causas

Entre os fatores aparentemente associados ao desenvolvimento da


Síndrome de Burnout podem ser apontados os seguintes:

• Pouca autonomia no desempenho profissional;


• Problemas de relacionamento com as chefias;

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• Problemas de relacionamento com colegas ou clientes;
• Conflito entre trabalho e família;
• Sentimento de desqualificação;
• Falta de cooperação da equipe.

A diferença entre essa síndrome e o estresse está principalmente

relacionada às atitudes e condutas negativas em relação aos usuários, e o estresse

se parece mais com um esgotamento pessoal com interferência na vida do sujeito e

não necessariamente na sua relação com o trabalho.

Dessa forma, o Burnout tem-se definido como uma síndrome cujos sintomas
são sentimentos de esgotamento emocional, despersonalização e baixa realização
pessoal no trabalho. Estes sintomas podem desenvolver-se naqueles sujeitos cujo
objeto de trabalho são pessoas em qualquer tipo de atividade. No entanto, deve ser
entendida como uma resposta ao estresse laboral que aparece quando falham as
estratégias funcionais de enfrentamento que o sujeito pode empregar e se comporta
como variável mediadora entre o estresse percebido e suas conseqüências. Esse
enfrentamento é definido por França e Rodrigues (1997), como sendo o “ conjunto
de esforços que uma pessoa desenvolve para manejar ou lidar com as
solicitações externas ou internas, que são avaliadas por ela como excessivas
ou acima de suas possibilidades”. Assim, esta síndrome é considerada um passo
intermediário na relação estresse - conseqüências do estresse de forma que, se
permanece durante um longo tempo, o estresse laboral terá conseqüências nocivas
para o indivíduo, sob a forma de enfermidade, falta de saúde com alterações
psicossomáticas (alterações cardiorespiratórias, gastrite e úlcera, dificuldade para
dormir, náuseas) e para organização (deterioração do rendimento ou da qualidade
de trabalho).

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Fases do Burnout

Delvaux, citado por França e Rodrigues (1997), caracteriza o Burnout


emocional da seguinte forma:

• Exaustão emocional - ocorre quando a pessoa percebe nela mesmo a


impressão de que não dispõe de recursos suficientes para dar aos outros. Surgem
sintomas de cansaço, irritabilidade, propensão a acidentes, sinais de depressão,
sinais de ansiedade, uso abusivo de álcool, cigarros ou outras drogas, surgimento
de doenças, principalmente daquelas denominadas de adaptação ou
psicossomáticas.
• Despersonalização - corresponde ao desenvolvimento por parte do
profissional de atitudes negativas e insensíveis em relação às pessoas com as quais
trabalha tratando-as como objetos.
• Diminuição da realização e produtividade profissional - geralmente
conduz a uma avaliação negativa e baixa de si mesmo.
• Depressão - sensação de ausência de prazer de viver, de tristeza que
afeta os pensamentos, sentimentos e o comportamento social. Estas podem ser
breves, moderadas ou até graves.

Para Lautert (1997), a instalação da Síndrome de Burnout ocorre de maneira


lenta e gradual, acometendo o indivíduo progressivamente. Alvarez Galego e
Fernandez Rios (1991) distinguem três momentos para a manifestação da síndrome.

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Índice de Figuras Nº 17

210
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Num primeiro momento, as demandas de trabalho são maiores que os
recursos materiais e humanos, o que gera um estresse laboral no indivíduo. Neste
momento, o que é característico é a percepção de uma sobrecarga de trabalho,
tanto qualitativa quanto quantitativa.

No segundo momento, evidencia-se um esforço do indivíduo em adaptar-se


e produzir uma resposta emocional ao desajuste percebido. Aparecem então, sinais
de fadiga, tensão, irritabilidade e até mesmo, ansiedade. Assim, essa etapa, exige
uma adaptação psicológica do sujeito, a qual reflete no seu trabalho, reduzindo o
seu interesse e a responsabilidade pela sua função.

E, finalmente, num terceiro momento, ocorre o enfrentamento defensivo, ou


seja, o sujeito produz uma troca de atitudes e condutas com a finalidade de
defender-se das tensões experimentadas, ocasionado comportamentos de
distanciamento emocional, retirada, cinismo e rigidez.

No entanto, é preciso considerar a síndrome como processo, esses


momentos não se estabelecem de forma clara e distinta entre uma etapa ou outra,
ou de um momento ao outro. Até mesmo Delgado et al. (1993) citam alguns autores,
como Belcastro, Gold e Hays (1983), para os quais não é possível determinar, com
exatidão, nem a seqüência, nem os correlatos das diferentes fases implicadas no
desenvolvimento desta síndrome.

Prevenção

Além de saber lidar com seus próprios problemas pessoais, o profissional de


saúde precisa lidar com os problemas dos seus pacientes, sem muitas vezes terem
a preparação necessária para tal assistência.

Dentre as medidas preventivas que podem ser aplicadas no âmbito da


formação e atuação profissional destacam-se o Grupo de Reflexão Sobre a Tarefa
Assistencial, inspirado nas atividades dos Grupos Balint.

Michael Balint foi um psicanalista húngaro, que desenvolveu trabalhos sobre

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a capacitação psicológica dos médicos a partir do ano de 1945. As principais
contribuições de Balint para a Psicologia Médica estão reunidas no livro “O Médico,
seu paciente e a doença”, publicado em 1957. Em sua obra, deu ênfase à “Aliança
Terapêutica”, que deve existir no vínculo profissional – paciente, como base para
qualquer bom atendimento. Segundo ele, a técnica, por mais aprimorada e
especializada que seja, tenderá a ser obsoleta se não for utilizada através de uma
relação médico – paciente satisfatória. Para que essa boa relação aconteça, é
necessário que se dê atenção aos elementos que fazem parte dela, sendo esses
elementos racionais e irracionais, reais e irreais, maduros e infantis, conscientes e
inconscientes.

O objetivo principal dos Grupos Balint é que os médicos possam ter uma
compreensão nova a respeito dos seus pacientes e ampliar as possibilidades
terapêuticas. O trabalho é realizado em grupo, a partir dos casos clínicos relatados
pelos médicos. O coordenador do grupo oferece aos médicos uma possibilidade de
submeterem seus casos problemáticos a seus pares, analisando as situações,
propiciando discussões e mostrando interesse e sensibilidade pela realidade
profissional do médico e por ser desenvolvimento profissional.

3. ÉTICA NO CONTEXTO HOSPITALAR

A palavra ética tem sua origem grega nos termos éthos ou êthos, sendo que
o primeiro significa hábito e o segundo se traduz no lugar onde se vive
habitualmente, a maneira de ser ou a forma de pensar. Assim, a palavra ética
implica na ciência relativa aos costumes, ao modo de vida, incluindo o caráter e a
moral do homem (OLIVEIRA & CAMÕES, 2002). A ética é considerada a filosofia
moral, uma vez que problematiza e interpreta os valores morais. E o que são os
valores morais? São aqueles concernentes ao bem e mal, ao permitido e proibido,
que norteiam o caminhar de uma sociedade e regulam as relações sociais. Porém a
moral está diretamente atrelada a livre escolha de ação do sujeito perante qualquer

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situação, ainda que sua sociedade lhe vislumbre a conduta correta (MEDEIROS,
2002). Segundo esse mesmo autor, pode-se dizer que:

“A moral, portanto, refere-se à normativa oriunda da sociedade, refere-se


aos costumes, normas e regras que permeiam o cotidiano e que visam a regular as
relações entre os sujeitos. A ética é a reflexão crítica sobre a moral, ou seja, pensar
naquilo que faz, repensar os costumes, normas e regras vigentes na sociedade”(p.
31)

Para Segre (2002) a ética é resultante do desenvolvimento do indivíduo,


estabelecendo-se para cada um de forma singular, como uma self-ética. Enquanto a
moral resulta de valores sociais, impostos pelos grupos nos quais o indivíduo
pertence, seja ele a família, comunidade, religião, profissão, etc. Sendo assim, a
moral seria resultado da obediência, pois traz consigo a noção de prêmio ou castigo.
Nesse sentido, reforça-se a idéia de que a ética se diferencia da moral pela postura
crítica de cada indivíduo frente às normas e condutas estabelecidas.

Partindo desse pressuposto, se assume que o ser ético requer mais do que
o conhecimento das normas implícitas e explicitas de uma sociedade. O sujeito ético
assume postura ativa e dinâmica, uma vez que questiona, problematiza, flexibiliza e
repensa a situação antes de partir para a ação, não se limitando apenas às
circunstancias ou àquilo que é considerado moralmente certo ou errado
(MEDEIROS, 2002). A ética leva o psicólogo a ver o paciente como uma pessoa
singular e que está em relação constante com o mundo ao seu redor. Segundo
Aristóteles (apud Oliveira & Camões, 2002, p. 2) “ser ético é muito mais que um
problema de costumes, de normas práticas. Supõe uma boa conduta das ações, a
felicidade pela ação e a alegria da auto-aprovação diante do bem feito”.

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Índice de Figuras Nº 18

Além das normas morais vigentes, que norteiam as ações e relações sociais,
as normas jurídicas regulam tais ações.

Assim, diferentemente da moral, as normas jurídicas não permitem que


convicção individual e a liberdade de escolha norteiem a ação do sujeito. As normas
jurídicas são impostas e obrigatórias para todos, e sua desobediência implica em
punição por órgãos competentes. Vale ressaltar que existe um sistema jurídico único
enquanto existem diversas morais em uma mesma sociedade (MEDEIROS, 2002).

3.1 Códigos de Ética

Segundo Oliveira e Camões (2002), os códigos de ética podem ter funções


normativas, vinculativas e reguladoras.

Porém, este código não deve ser apenas uma teorização sobre o que é certo
e o que é errado, e não deve proporcionar soluções pré-fabricadas. Deverá sim
conter “a condensação de reflexões constantes do ser humano, como sujeito de

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mudanças, e por outro lado, a cristalização de normas e condutas comportamentais
do agir psicológico” (p. 2).

Como o código de ética está pautado nos valores universais, sócio-culturais


e àqueles inerentes à profissão, tornam-se flexíveis e dinâmicos de acordo com as
mudanças sociais e profissionais, requerendo uma contínua reflexão. Neste sentido,
o terceiro e último código de ética profissional do psicólogo foi aprovado pelo CFP
em julho de 2005, e entrou em vigor no mês de agosto do mesmo ano. De acordo
com este código, sua função primária não seria de normatizar a natureza técnica do
trabalho, mas assegurar um padrão de conduta que fortaleça o reconhecimento da
psicologia, respeitando os valores relevantes para a sociedade brasileira e para as
práticas desenvolvidas no país (CFP, 2005).

De acordo com o código de ética, o trabalho do psicólogo tem como


princípios fundamentais o “respeito e a promoção da liberdade, da dignidade, da
igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a
Declaração Universal dos Direitos Humanos” (CFP, 2005, p.7). Além disso, o
trabalho do psicólogo deve visar à promoção de saúde e a qualidade de vida das
pessoas e coletividades. Nesse sentido, deverá contribuir para eliminar qualquer
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão,
assim como, deve estar atento à sua responsabilidade social. Outro ponto
importante a ser citado do código de ética do psicólogo é o veto a qualquer ação que
induza às convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de
orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, respeitando o outro com suas
diferenças e singularidades (CFP, 2005).

Apesar do código de ética da psicologia estar preocupado com questões


relacionais e de direitos humanos, devido sua função coercitiva o agir de acordo com
suas normas não caracteriza necessariamente uma postura ética. O código de ética
não traz respostas precisas às questões éticas, apontando para a necessidade de
uma reflexão crítica de seu conteúdo. Desta forma, “fica demarcado, portanto, o
caráter referencial do mesmo, ou seja, que este serve como um relevante norteador

215
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
para as atividades dos profissionais da categoria, pois trata de direitos, deveres e
responsabilidades. As particularidades de cada situação exigem uma ampla reflexão
que inclui o Código de Ética Profissional do Psicólogo, mas não se limita a ele”
(MEDEIROS, 2002, p. 33)

3.2 Bioética

Em conseqüência ao processo já citado em capítulo anterior, referente à


modernização da saúde, com criações tecnológicas cada vez mais avançadas,
embasadas, sobretudo na cientificidade, houve o que pode se chamar de
despersonalização do paciente, ou seja, ele se desfaz de tudo aquilo que o
caracteriza como ser humano como indivíduo único e singular, perdendo sua
identidade. Crepaldi (1999) denominou esse processo como despojamento do
paciente.

Além disso, os profissionais de saúde estão cada vez mais especializados


em partes do ser humano, sendo que para cada órgão doente, existe um médico
especialista em tratá-lo. Essa visão cindida acarretou em práticas pouco éticas,
gerando uma calosidade profissional em relação ao sofrimento e a dor do outro. O
comprometimento apenas com a eficiência técnica e com a doença gerou condutas
que desfavoreceram a humanização e os direitos dos pacientes.

Barletta (2008) relata um fato bastante interessante que ilustra com clareza a
maneira desumanizada com que os pacientes são tratados em muitos hospitais:

“Em um hospital regional foi realizada uma cirurgia de fêmur de uma paciente
de 65 anos, senhora simples, da roça e que se encontrava bem acima do peso ideal.
Durante a intervenção estavam presentes três ortopedistas, a enfermeira-chefe do
centro cirúrgico, uma auxiliar de enfermagem e a psicóloga, que participou a pedido
da própria paciente. No início do ato cirúrgico, com a necessidade de virar a paciente

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de lado, alguns membros da equipe iniciaram uma série de piadinhas do tipo: essa
vaca gorda parece um hipopótamo, arranca essas banhas e faz toucinho, entre outras
mais. Neste momento a paciente já estava sedada, mas consciente, ou seja, ouvindo
toda a conversa. O resultado negativo desta situação foi vivenciado no pós-cirúrgico,
quando a paciente passou a recusar o atendimento de qualquer profissional e a não
aceitar a prescrição médica. Com isso, a paciente teve uma série de complicadores na
sua recuperação e passou a ser taxada como uma péssima paciente. Nessa situação
toda a dignidade e integridade da paciente foram desrespeitadas, uma vez que a ação
de saúde foi baseada apenas no ato técnico cirúrgico, desconsiderando quaisquer
outros aspectos. Assim, ratifica-se que o questionamento e o repensar das condutas
profissionais devem fazer parte da rotina de ação dos mesmos. Nesse caso, uma
pergunta surge ardentemente: qual deve ser a postura ética dos profissionais que não
concordam com a atitude de alguns membros da equipe? Qual a postura ética do
psicólogo, que a priori, não faz parte da equipe cirúrgica, nesta situação?” (Barletta,
2008, p. 10)

Segundo a autora, alguns princípios norteiam essa busca de possibilidades


de respeito a todos, especificamente no campo da saúde, de acordo com a bioética.
A bioética é a parte da ética que enfoca as questões da vida humana e, por
conseguinte, da saúde e da morte (SEGRE, 2002). Nesse sentido, tais princípios
norteiam todo e qualquer profissional de saúde, não se limitando a atuação do
psicólogo. Quatro princípios são fundamentais para os profissionais que atuam com
a assistência a saúde:

• Beneficência;
• Não-maleficência;
• Autonomia;
• Justiça e equidade.

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BENEFICÊNCIA

O princípio da beneficência é regra básica na relação com o paciente, pois


foca o bem do mesmo como alvo essencial da construção da saúde, evitando a
ocorrência de prejuízos em função da intervenção do profissional.

NÃO MALEFICÊNCIA

Sem se desvincular do princípio anterior está o da não-maleficência, isto é,


não fazer o mal (MEDEIROS, 2002; PIVA & CARVALHO, 1993). É importante
relembrar que o bem do paciente, norte da ação de qualquer profissional de saúde,
não necessariamente tem o mesmo significado para ambos. Assim sendo, pode
haver uma lacuna entre os objetivos na relação de saúde. Mais uma vez certifica-se
a importância da comunicação e enfatiza -se o papel do psicólogo neste processo.

Os princípios bioéticos não são estáticos, dependendo da ocasião, um dos


princípios se sobrepõe ao outro. Isto é, em situações nas quais ainda existem
medidas que tenham benefícios, mesmo que tragam algum grau de sofrimento, a
preservação da vida torna-se o primeiro objetivo. Porém, se não existe mais
terapêutica medicamentosa e que o paciente é considerado terminal, em fase de
morte inevitável, o alívio do sofrimento torna-se o principal foco da conduta (PIVA &
CARVALHO, 1993). Um dos pontos relevantes nessa questão é saber quando há
esta inversão de expectativa, em que momento se pode dizer que o paciente é
terminal.

Torres (2003) relata um importante marco que propiciou inúmeras


discussões acerca dessa temática. Esse acontecimento foi o caso de uma paciente
jovem, 21 anos, internada na UTI em coma por abuso de drogas foi considerada
como paciente terminal, sem possibilidade de reversão do quadro. Enquanto
familiares tentavam retirar o respirador e outros aparelhos que a mantinham viva, o

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médico responsável e sua equipe se negaram a fazê - lo. Por fim, após ganhar na
justiça pelos princípios da não-maleficência e da autonomia, os aparelhos foram
desligados, mas a paciente continuou viva por nove anos. Para Castro (2001) o
princípio da não-maleficência inevitavelmente “deve ser avaliado baseando-se no
princípio do respeito à autonomia” (p. 50).

AUTONOMIA

O princípio da autonomia refere-se à escolha individual, ao poder da tomada


de decisão frente às situações que afetem a própria vida, perpassando pelos
aspectos relacionais, de bem-estar e integridade total. Tal princípio tem como pilares
os valores, necessidades e prioridades pessoais. Para que o princípio da autonomia
seja evocado é preciso que haja, incondicionalmente, alternativas para ação. Mas,
muitas vezes, o paciente não tem conhecimento ou informação sobre possibilidades
diferenciadas de tratamento e suas conseqüências na relação de saúde. O direito ao
consentimento livre e informado algumas vezes é deixado de lado, não permitindo a
participação do paciente na escolha da ação. Outras vezes, apesar de receber
informação, o ruído na comunicação é demasiado, o que acaba por levar o paciente
a não compreender as alternativas, suas implicações, benefícios e conseqüências
colaterais (MEDEIROS, 2002; TORRES, 2003).

Alguns exemplos dessa dificuldade são:

• O uso de linguagem não acessível, com jargões técnicos;


• A rapidez e o pouco detalhamento da informação;
• A falta de coerência e consistência na informação;
• A contradição entre a linguagem verbal e não verbal;
• Fatores psicológicos que distorcem a informação, entre outras
barreiras.

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Segundo Muñoz e Fortes (apud Medeiros, 2002) “a pessoa autônoma tem o
direito de consentir ou recusar propostas de caráter preventivo, diagnóstico ou
terapêutico que afetem ou venham a afetar sua integridade físico-psíquica ou social”
(p. 35).

Um paciente, queixando-se de muita dor no dente, foi encaminhado para o


médico oncologista de cabeça e pescoço pelo dentista, em atendimento
ambulatorial. Este paciente tinha um tumor maligno na mandíbula inferior que
precisava ser retirado. Após examinar e diagnosticar o médico informou que
precisaria fazer uma cirurgia para retirar o tumor, o que iria acarretar em perda
óssea, ou seja, que um pedaço do osso facial seria retirado. Neste caso foi
explicado ao paciente como deveria ser o procedimento e suas conseqüências. O
paciente aceitou a intervenção e o tratamento, concordando com a necessidade
da operação. Em seguida da alta hospitalar, após a intervenção cirúrgica, o
paciente entrou com uma ação contra o médico e contra a equipe de saúde,
alegando que não sabia que iria ficar com o rosto deformado. A deformidade
facial é uma conseqüência do ato cirúrgico, isto é, uma iatrogenia. Porém, se não
houvesse a operação os efeitos da doença seriam muito piores, podendo
acarretar na morte do paciente.

Esse caso, citado por Barletta (2008, p. 11) mostra claramente as questões
citadas anteriormente, ou seja, as falhas que acontecem na comunicação médico –
paciente, bem como a perda da autonomia do indivíduo doente. Neste caso, é
extrema importância que o paciente compreenda as conseqüências positivas e
negativas da intervenção e da não intervenção para que, junto com a equipe possa
tomar uma decisão. A psicologia pode facilitar o entendimento da situação e diminuir
o vácuo existente entre a equipe e o paciente.

O sujeito que tem autonomia é alguém determinado pela liberdade de ação,


porém essa autonomia individual não significa uma liberdade total. Existe a
autonomia do paciente, mas também a autonomia do profissional de saúde. Isto

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implica em dizer que toda ação tem conseqüências que podem afetar as outras
pessoas. Pode surgir então um conflito entre as partes, uma vez que alguns
pacientes recusam intervenções enquanto os profissionais fazem de tudo na busca
da saúde; ou mesmo quando pacientes e familiares querem insistir no tratamento e
os profissionais recusam as intervenções por considerá-las fúteis. Verifica-se a
necessidade de re-significar o conceito e o limite da autonomia, levando em
consideração a medicina tecnológica e os valores individuais de todos os envolvidos
na situação. É preciso considerar os desejos do paciente e as tradições éticas do
profissional (MEDEIROS, 2002; TORRES, 2003). Para tanto é preciso incluir a
chamada ethics of care nas discussões, isto é, a ética do cuidado, que também leva
em conta o envolvimento emocional que continua negligenciado no atendimento em
saúde (SEGRE, 2002; TORRES, 2003).

JUSTIÇA E
EQUIDADE

O princípio da justiça e eqüidade tem por finalidade discutir a distribuição


dos recursos na saúde e o acesso do paciente a um nível satisfatório de
tratamento,resgatando o conceito de imparcialidade (CASTRO, 2001; MEDEIROS,
2002). Atualmente, existem muitas políticas públicas na saúde que apontam na
direção de um sistema universal, mas, apesar disto, ainda existe uma grande
diferença nos atendimentos. Verifica-se que cada vez menos a população tem
condições financeiras para arcar com custos de tratamentos, apenas uma pequena
parcela se encaixa neste perfil. Uma parte da população mantém despesas com
planos de saúde, o que não garante assistência integral. Mas a grande parcela da
população depende da assistência gratuita, que se encontra sucateada e sem
condições de abranger a todos. Este princípio abarca uma grande complexidade de
questões, incluindo política, economia, distribuição de renda (MEDEIROS, 2002).

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PARA REFLETIR

Em um hospital universitário houve uma briga entre a equipe que cuidava de


pacientes soropositivos. Assim, surgiram duas equipes de saúde. Uma delas passou
a atender os pacientes apenas ambulatorialmente, enquanto a outra equipe, além do
atendimento ambulatorial (em dias diferentes da primeira equipe) ficou responsável
pelos pacientes internados. Um paciente de 28 anos, sem família, muito conhecido
de todos os profissionais, mas que era atendido pela primeira equipe, teve uma piora
em seu estado de saúde e foi internado no pronto socorro. Este paciente
permaneceu por três dias no isolamento, sem acompanhamento de qualquer uma
das duas equipes, e finalmente faleceu por negligência de atendimento. A primeira
equipe responsabilizou a segunda, alegando que não era responsável pela
internação. A segunda equipe responsabilizou a primeira, alegando que não era
responsável por aquele paciente, e que o PS não era internação efetiva na clínica
médica. Neste exemplo uma briga pessoal entre equipes acarretou conseqüências
de extrema gravidade. Muitas perguntas são feitas, mas poucas respostas são
encontradas. Qual a postura ética que as equipes deveriam tomar? Qual a postura
ética dos outros profissionais frente a essa situação? E qual a posição da direção da
instituição? Se o paciente não estivesse em um hospital público, teria um
atendimento diferenciado? Por ser um hospital-escola, como fica o ensino aos
estudantes de saúde frente a essa situação?

Fonte: Barletta, 2008, p. 12)

222
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