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PSICOLOGIA HOSPITALAR
MÓDULO IV
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este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na bibliografia consultada.
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MÓDULO IV
1. HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR
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O processo de humanização nos hospitais deve ser compreendido como
uma atitude que envolve toda a equipe da instituição e que se não estiverem todos
envolvidos nessa atuação, o objetivo principal não será atingido.
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Os motivos do distanciamento humano do atendimento em saúde podem ser
muitos e os mais variados possíveis. Mas, de maneira geral, muito mais que nas
eventuais dificuldades de recursos materiais, como se alega sempre, o descaso
humanitário deve ser procurado na intimidade das pessoas que atendem a área da
saúde, seja na arrogância, no simples descaso, na falta de vocação, no
desinteresse, no comercialismo, na insensibilidade, dentre outros.
Por outro lado, o doente passou a representar algo além de uma pessoa
digna de atenção, de cuidado e assistência, passando a ser um instrumento de
aprendizagem, de estatística, de pesquisa, passou até a representar uma fonte de
recursos econômicos para a instituição (por exemplo, a questão das poucas altas
nos finais de semana, quando os hospitais não podem ficar com leitos vagos). O
doente pode representar até um argumento político, uma reivindicação financeira da
administração hospitalar e assim por diante.
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Sem dúvida nenhuma os avanços do conhecimento e da técnica têm forte
repercussão na área da saúde, tanto no diagnóstico como no tratamento, tanto na
prevenção como na cura das doenças, tudo isso refletindo diretamente no conforto
pessoal, na qualidade de vida e na longevidade das pessoas. Entretanto, o avanço
tecnológico também trouxe consigo um aspecto frio e mecânico, maquinal,
reducionista e algo desumano na relação entre as pessoas envolvidas com o
atendimento à saúde.
Fonte: www.gettyimages.com
Índice de Figuras Nº 1
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Segundo o Ministério da Saúde (2001), “humanizar é adotar uma prática
em que profissionais e usuários consideram o conjunto dos aspectos físicos,
subjetivos e sociais que compõem o atendimento à saúde” ( Ministério da
Saúde, 2001 p. 9).
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Índice de Figuras Nº 2
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De acordo com a Política Humaniza SUS, a humanização supõe troca de
saberes, incluindo os dos usuários e sua rede social, diálogo entre os profissionais e
modos de trabalhar em equipe (Brasil, 2005).
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Em relação às condições de trabalho, pode-se notar que o que mais
contribui para um ambiente de trabalho tenso e desgastantes são os baixos salários,
dificuldade na conciliação da vida familiar e profissional, jornada dupla ou tripla,
ocasionando sobrecarga de atividades e cansaço. As instituições em sua grande
maioria, não oferecem um ambiente adequado, recursos humanos e materiais
quantitativos e qualitativos suficientes, remuneração digna e motivação para o
trabalho, para que os profissionais possam exercer as suas funções de uma forma
mais humanizada.
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Fonte: www.gwttyimages.com
Índice de Figuras Nº 3
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Entre os tópicos importantes na humanização do atendimento em saúde, é
importante ressaltar alguns mais relevantes:
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Índice de Figuras Nº 4
O que está em questão não são os limites dos livros de fisiopatologia, mas
sim, a representação da realidade pelo paciente, suas vivências e seu estado
existencial atual.
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Índice de Figuras Nº 5
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Índice de Figuras Nº 6
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Diante de um profissional calado e silencioso o paciente pode fantasiar para
pior o seu estado de saúde, agravando assim seu estado emocional e,
conseqüentemente, orgânico. As dúvidas e a carência de informações são as
principais causas de não aderência ao tratamento e de procedimentos incorretos por
parte dos pacientes, familiares e/ou cuidadores. A falta de diálogo com o profissional
da saúde pode ser iatrogênico.
Não raras vezes ouvimos de pacientes que o simples contato com o médico
(ou outro profissional da saúde) foi suficiente para que começasse a melhorar. Essa
melhora deve-se ao diálogo, à empatia e à comunicação lenitiva do profissional da
saúde.
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Índice de Figuras Nº 7
Tem sido tênue os limites entre tudo o que o paciente deve se submeter
para melhorar e facilitar o trabalho do médico ou profissional de saúde e aquilo que
o profissional quer que o paciente faça apenas para seu conforto e comodidade.
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Índice de Figuras Nº 8
Ficar lembrando que tal procedimento costuma ser muito doloroso, que tudo
depende da biópsia, que isso não costuma ter cura, que as seqüelas são terríveis, e
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coisas do gênero não contribuem em nada, muito pelo contrário. Não é necessário
mentir para que o paciente se sinta bem, mas escolher as palavras para transmitir a
verdade é uma questão de vocação, sensibilidade e bom senso. O segredo para um
bom diálogo, é imaginar como você gostaria que um profissional em seu lugar
dissesse para a senhora sua mãe.
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Índice de Figuras Nº 9
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9 A instituição deve oferecer condições de trabalho adequadas ao
profissional de saúde
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Índice de Figuras nº 10
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Índice de Figuras Nº 11
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Ainda tem a questão primordial da instituição. Na instituição interatuam as
necessidades de quem assiste e de quem é assistido e a satisfação de quem é
atendido, infelizmente, depende, antes, da satisfação de quem atende.
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A contribuição da Psicologia no contexto da saúde, notadamente no âmbito
hospitalar, foi de extrema importância nestes últimos anos para resgatar o ser
humano para além de sua dimensão físico-biológica e situá-lo num contexto maior
de sentido e significado nas suas dimensões psíquica, social e espiritual (Pessini &
Bertachini, 2004).
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humano em sua globalidade e integridade, única em suas condições pessoais, com
seus direitos humanos definidos e respeitados (Angerami, 2001).
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resgatar a visão do indivíduo como um todo, como um ser biopsicossocioespiritual,
que tem como princípio básico da própria existência o direito inalienável à dignidade
e ao respeito. No hospital o psicólogo atua, quase sempre, também em situações de
crise e emergência, considerando-se que a pessoa hospitalizada passa por novas
situações de adaptação e mudança no seu dia-a-dia, quando se instalam muitas
vezes regressões emocionais, negação da realidade, dependência, impotência,
sentimentos que advêm da própria rotina de hospitalização do indivíduo. O psicólogo
tem por função entender e compreender o que está envolvido na queixa, no sintoma
e na patologia, para ter uma visão ampla do que está se passando com o paciente e
ajudá-lo a enfrentar esse difícil processo, bem como dar à família e à equipe de
saúde subsídios para uma compreensão melhor do momento de vida da pessoa
enferma. Como profissional de saúde, o psicólogo tem, portanto, que observar e
ouvir pacientemente as palavras e silêncios, já que ele é quem mais pode oferecer,
no campo da terapêutica humana, a possibilidade de confronto do paciente com sua
angústia e sofrimento na fase de sua doença, buscando superar os momentos de
crise.
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Índice de Figuras Nº 12
202
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Pessini e Bertichini (2004) relatam que a humanização no atendimento exige
dos profissionais da saúde, essencialmente, compartilhar com seu paciente
experiências e vivências que resultem na ampliação do foco de suas ações, via de
regra restritas ao cuidar como sinônimo de ajuda às possibilidades da sobrevivência.
Dessa forma, cada encontro entre o profissional de atendimento humanizado e o
paciente reveste-se de uma tomada de consciência quanto aos valores e princípios
norteadores de suas ações, num contexto relacional.
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2.1 Síndrome do Burn Out
Definição
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Índice de Figuras Nº 13
204
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sendo os médicos a população que parece ter a proporção mais elevada de casos
de burnout.
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Índice de Figuras Nº 14
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A chamada Síndrome de Burnout é definida por alguns autores como uma
das conseqüências mais marcantes do estresse profissional, e se caracteriza por:
• Exaustão emocional,
• Avaliação negativa de si mesmo,
• Depressão e insensibilidade com relação a quase tudo e todos (até
como defesa emocional).
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Índice de Figuras Nº 15
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É definida como uma reação à tensão emocional crônica gerada a partir do
contato direto, excessivo e estressante com o trabalho, fazendo com que a pessoa
perca a maior parte do interesse em sua relação com o trabalho, de forma que as
coisas deixam de ter importância e qualquer esforço pessoal passa a parecer inútil.
Quadro Clínico
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evitativas, consumo aumentado de café, álcool, fármacos e drogas ilegais,
absenteísmo, baixo rendimento pessoal, distanciamento afetivo dos clientes e
companheiros como forma de proteção do ego, aborrecimento constante, atitude
cínica, impaciência e irritabilidade, sentimento de onipotência, desorientação,
incapacidade de concentração, sentimentos depressivos, freqüentes conflitos
interpessoais no ambiente de trabalho e dentro da própria família.
Apesar de não ser possível estabelecer uma fórmula mágica ou regra para
análise do estresse no trabalho devido a grande diversidade, pode-se pensar em
situações relacionadas ao estresse no trabalho.
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Índice de Figuras Nº 16
Causas
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• Problemas de relacionamento com colegas ou clientes;
• Conflito entre trabalho e família;
• Sentimento de desqualificação;
• Falta de cooperação da equipe.
Dessa forma, o Burnout tem-se definido como uma síndrome cujos sintomas
são sentimentos de esgotamento emocional, despersonalização e baixa realização
pessoal no trabalho. Estes sintomas podem desenvolver-se naqueles sujeitos cujo
objeto de trabalho são pessoas em qualquer tipo de atividade. No entanto, deve ser
entendida como uma resposta ao estresse laboral que aparece quando falham as
estratégias funcionais de enfrentamento que o sujeito pode empregar e se comporta
como variável mediadora entre o estresse percebido e suas conseqüências. Esse
enfrentamento é definido por França e Rodrigues (1997), como sendo o “ conjunto
de esforços que uma pessoa desenvolve para manejar ou lidar com as
solicitações externas ou internas, que são avaliadas por ela como excessivas
ou acima de suas possibilidades”. Assim, esta síndrome é considerada um passo
intermediário na relação estresse - conseqüências do estresse de forma que, se
permanece durante um longo tempo, o estresse laboral terá conseqüências nocivas
para o indivíduo, sob a forma de enfermidade, falta de saúde com alterações
psicossomáticas (alterações cardiorespiratórias, gastrite e úlcera, dificuldade para
dormir, náuseas) e para organização (deterioração do rendimento ou da qualidade
de trabalho).
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Fases do Burnout
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Índice de Figuras Nº 17
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Num primeiro momento, as demandas de trabalho são maiores que os
recursos materiais e humanos, o que gera um estresse laboral no indivíduo. Neste
momento, o que é característico é a percepção de uma sobrecarga de trabalho,
tanto qualitativa quanto quantitativa.
Prevenção
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a capacitação psicológica dos médicos a partir do ano de 1945. As principais
contribuições de Balint para a Psicologia Médica estão reunidas no livro “O Médico,
seu paciente e a doença”, publicado em 1957. Em sua obra, deu ênfase à “Aliança
Terapêutica”, que deve existir no vínculo profissional – paciente, como base para
qualquer bom atendimento. Segundo ele, a técnica, por mais aprimorada e
especializada que seja, tenderá a ser obsoleta se não for utilizada através de uma
relação médico – paciente satisfatória. Para que essa boa relação aconteça, é
necessário que se dê atenção aos elementos que fazem parte dela, sendo esses
elementos racionais e irracionais, reais e irreais, maduros e infantis, conscientes e
inconscientes.
O objetivo principal dos Grupos Balint é que os médicos possam ter uma
compreensão nova a respeito dos seus pacientes e ampliar as possibilidades
terapêuticas. O trabalho é realizado em grupo, a partir dos casos clínicos relatados
pelos médicos. O coordenador do grupo oferece aos médicos uma possibilidade de
submeterem seus casos problemáticos a seus pares, analisando as situações,
propiciando discussões e mostrando interesse e sensibilidade pela realidade
profissional do médico e por ser desenvolvimento profissional.
A palavra ética tem sua origem grega nos termos éthos ou êthos, sendo que
o primeiro significa hábito e o segundo se traduz no lugar onde se vive
habitualmente, a maneira de ser ou a forma de pensar. Assim, a palavra ética
implica na ciência relativa aos costumes, ao modo de vida, incluindo o caráter e a
moral do homem (OLIVEIRA & CAMÕES, 2002). A ética é considerada a filosofia
moral, uma vez que problematiza e interpreta os valores morais. E o que são os
valores morais? São aqueles concernentes ao bem e mal, ao permitido e proibido,
que norteiam o caminhar de uma sociedade e regulam as relações sociais. Porém a
moral está diretamente atrelada a livre escolha de ação do sujeito perante qualquer
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situação, ainda que sua sociedade lhe vislumbre a conduta correta (MEDEIROS,
2002). Segundo esse mesmo autor, pode-se dizer que:
Partindo desse pressuposto, se assume que o ser ético requer mais do que
o conhecimento das normas implícitas e explicitas de uma sociedade. O sujeito ético
assume postura ativa e dinâmica, uma vez que questiona, problematiza, flexibiliza e
repensa a situação antes de partir para a ação, não se limitando apenas às
circunstancias ou àquilo que é considerado moralmente certo ou errado
(MEDEIROS, 2002). A ética leva o psicólogo a ver o paciente como uma pessoa
singular e que está em relação constante com o mundo ao seu redor. Segundo
Aristóteles (apud Oliveira & Camões, 2002, p. 2) “ser ético é muito mais que um
problema de costumes, de normas práticas. Supõe uma boa conduta das ações, a
felicidade pela ação e a alegria da auto-aprovação diante do bem feito”.
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Índice de Figuras Nº 18
Além das normas morais vigentes, que norteiam as ações e relações sociais,
as normas jurídicas regulam tais ações.
Porém, este código não deve ser apenas uma teorização sobre o que é certo
e o que é errado, e não deve proporcionar soluções pré-fabricadas. Deverá sim
conter “a condensação de reflexões constantes do ser humano, como sujeito de
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mudanças, e por outro lado, a cristalização de normas e condutas comportamentais
do agir psicológico” (p. 2).
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para as atividades dos profissionais da categoria, pois trata de direitos, deveres e
responsabilidades. As particularidades de cada situação exigem uma ampla reflexão
que inclui o Código de Ética Profissional do Psicólogo, mas não se limita a ele”
(MEDEIROS, 2002, p. 33)
3.2 Bioética
Barletta (2008) relata um fato bastante interessante que ilustra com clareza a
maneira desumanizada com que os pacientes são tratados em muitos hospitais:
“Em um hospital regional foi realizada uma cirurgia de fêmur de uma paciente
de 65 anos, senhora simples, da roça e que se encontrava bem acima do peso ideal.
Durante a intervenção estavam presentes três ortopedistas, a enfermeira-chefe do
centro cirúrgico, uma auxiliar de enfermagem e a psicóloga, que participou a pedido
da própria paciente. No início do ato cirúrgico, com a necessidade de virar a paciente
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de lado, alguns membros da equipe iniciaram uma série de piadinhas do tipo: essa
vaca gorda parece um hipopótamo, arranca essas banhas e faz toucinho, entre outras
mais. Neste momento a paciente já estava sedada, mas consciente, ou seja, ouvindo
toda a conversa. O resultado negativo desta situação foi vivenciado no pós-cirúrgico,
quando a paciente passou a recusar o atendimento de qualquer profissional e a não
aceitar a prescrição médica. Com isso, a paciente teve uma série de complicadores na
sua recuperação e passou a ser taxada como uma péssima paciente. Nessa situação
toda a dignidade e integridade da paciente foram desrespeitadas, uma vez que a ação
de saúde foi baseada apenas no ato técnico cirúrgico, desconsiderando quaisquer
outros aspectos. Assim, ratifica-se que o questionamento e o repensar das condutas
profissionais devem fazer parte da rotina de ação dos mesmos. Nesse caso, uma
pergunta surge ardentemente: qual deve ser a postura ética dos profissionais que não
concordam com a atitude de alguns membros da equipe? Qual a postura ética do
psicólogo, que a priori, não faz parte da equipe cirúrgica, nesta situação?” (Barletta,
2008, p. 10)
• Beneficência;
• Não-maleficência;
• Autonomia;
• Justiça e equidade.
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BENEFICÊNCIA
NÃO MALEFICÊNCIA
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médico responsável e sua equipe se negaram a fazê - lo. Por fim, após ganhar na
justiça pelos princípios da não-maleficência e da autonomia, os aparelhos foram
desligados, mas a paciente continuou viva por nove anos. Para Castro (2001) o
princípio da não-maleficência inevitavelmente “deve ser avaliado baseando-se no
princípio do respeito à autonomia” (p. 50).
AUTONOMIA
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Segundo Muñoz e Fortes (apud Medeiros, 2002) “a pessoa autônoma tem o
direito de consentir ou recusar propostas de caráter preventivo, diagnóstico ou
terapêutico que afetem ou venham a afetar sua integridade físico-psíquica ou social”
(p. 35).
Esse caso, citado por Barletta (2008, p. 11) mostra claramente as questões
citadas anteriormente, ou seja, as falhas que acontecem na comunicação médico –
paciente, bem como a perda da autonomia do indivíduo doente. Neste caso, é
extrema importância que o paciente compreenda as conseqüências positivas e
negativas da intervenção e da não intervenção para que, junto com a equipe possa
tomar uma decisão. A psicologia pode facilitar o entendimento da situação e diminuir
o vácuo existente entre a equipe e o paciente.
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implica em dizer que toda ação tem conseqüências que podem afetar as outras
pessoas. Pode surgir então um conflito entre as partes, uma vez que alguns
pacientes recusam intervenções enquanto os profissionais fazem de tudo na busca
da saúde; ou mesmo quando pacientes e familiares querem insistir no tratamento e
os profissionais recusam as intervenções por considerá-las fúteis. Verifica-se a
necessidade de re-significar o conceito e o limite da autonomia, levando em
consideração a medicina tecnológica e os valores individuais de todos os envolvidos
na situação. É preciso considerar os desejos do paciente e as tradições éticas do
profissional (MEDEIROS, 2002; TORRES, 2003). Para tanto é preciso incluir a
chamada ethics of care nas discussões, isto é, a ética do cuidado, que também leva
em conta o envolvimento emocional que continua negligenciado no atendimento em
saúde (SEGRE, 2002; TORRES, 2003).
JUSTIÇA E
EQUIDADE
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PARA REFLETIR
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Bibliografia Consultada
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