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ATIVIDADE 1 – GH - ÉTICA PROFISSIONAL EM GESTÃO


HOSPITALAR - 51/2024

ATIVIDADE DE ESTUDO 01

Leia o artigo a seguir:

A humanização hospitalar como expressão da ética


Dirce Stein Backes, Valéria Lerch Lunardi, Wilson D. Lunardi Filho

INTRODUÇÃO
Em virtude do acelerado processo técnico e científico no contexto da saúde, a dignidade da
pessoa humana, com frequência, parece ser relegada a um segundo plano. A doença,
muitas vezes, passou a ser o objeto do saber reconhecido cientificamente, desarticulada do
ser que a abriga e no qual ela se desenvolve. Também, os profissionais da área da saúde
parecem gradativamente desumanizar-se, favorecendo a desumanização de sua prática.
Desse modo, a ética, por enfatizar os valores, os deveres e direitos, o modo como os
sujeitos se conduzem nas relações, constitui-se numa dimensão fundamental para a
humanização hospitalar.
A humanização, então, requer um processo reflexivo acerca dos valores e princípios que
norteiam a prática profissional, pressupondo, além de um tratamento e cuidado digno,
solidário e acolhedor por parte dos profissionais da saúde ao seu principal objeto de
trabalho – o doente/ser fragilizado –, uma nova postura ética que permeie todas as
atividades profissionais e processos de trabalho institucionais. Nessa perspectiva, diversos
profissionais, diante dos dilemas éticos decorrentes, demonstram estar cada vez mais à
procura de respostas que lhes assegurem a dimensão humana das relações profissionais,
principalmente as associadas à autonomia, à justiça e à necessidade de respeito à
dignidade da pessoa humana.
Assim, este estudo tem, como objetivo, refletir sobre considerações éticas que necessitam
fundamentar as ações de humanização, destacando a importância da dimensão humana
nas relações profissionais, a qual necessita estar na base de todo processo de intervenção
no campo interdisciplinar da saúde.

A HUMANIZAÇÃO DO/NO TRABALHO COMO EXPRESSÃO DE MORAL E ÉTICA

Perceber o outro requer uma atitude profundamente humana. Reconhecer e promover a


humanização, à luz de considerações éticas, demanda um esforço para rever,
principalmente, atitudes e comportamentos dos profissionais envolvidos direta ou
indiretamente no cuidado do paciente, o que também está enraizado no Código de Ética
dos Profissionais de Enfermagem (CEPE), evidenciando que os códigos de ética
profissionais, enquanto expressão de sistemas de valores, explicitam a moralidade de um
grupo, pressupondo a imposição desses valores, e não o seu questionamento. Quanto aos
valores da profissão de enfermagem, o CEPE, no artigo terceiro, norteia a prática
profissional para o respeito à vida, à dignidade e aos direitos da pessoa humana, sem
qualquer discriminação. Mais do que se limitar a um conjunto de normas, o CEPE
estabelece a responsabilização pela promoção do ser humano nas múltiplas dimensões.
A humanização encontra respaldo, também, na atual Constituição Federal, no artigo
primeiro, Inciso III, que assinala "a dignidade da pessoa humana" como um dos
fundamentos do Estado Democrático de Direito. Os direitos dos seres humanos nascem

com os homens e, naturalmente, quando se fala de direitos da pessoa humana, pensa-se


em sua integridade, dignidade, liberdade e saúde
Nesse contexto, poder-se-ia perguntar: é possível pensar um cuidado que não seja
humanizado? Por que a necessidade de um projeto denominado "humanização", nos
estabelecimentos de saúde, se os profissionais já possuem um código de ética profissional
e uma Constituição Federal que lhes asseguram e estimulam o respeito à dignidade da
pessoa humana? A implementação de um cuidado humanizado, no entanto, mais do que o
cumprimento de uma prescrição moral, pautada na obediência ao que deve ser, associada
ao risco da punição frente a transgressões, necessita fundamentar-se na ética. Dessa
forma, é importante assinalar que a ética não se preocupa apenas com as coisas como são,
mas como as coisas podem ser e, especialmente, como devem ser, de modo particular a
partir da identificação de conflitos presentes nessas relações
Em meio a tantos avanços tecnológicos e possibilidades de melhoria da assistência
hospitalar e de sua humanização, os recursos, todavia, parecem estar mais associados a
propostas de investimentos na estrutura física dos prédios, na alta e moderna tecnologia e a
outros processos que não, necessariamente, impliquem mudanças na cultura
organizacional em prol da humanização do trabalho e do cuidado enquanto expressão da
ética. Sem dúvida, tais medidas podem ser relevantes numa instituição. Contudo, não
podem descaracterizar a dimensão humana que necessita estar na base de qualquer
processo de intervenção na saúde, principalmente, no que diz respeito à pretendida
humanização de um hospital. Como falar em humanização do cuidado, se os próprios
trabalhadores são tratados, frequentemente, de forma desumana?
A HUMANIZAÇÃO DO TRABALHADOR PARA A HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO

Para que os trabalhadores de saúde possam exercer a profissão com honra e dignidade,
respeitar o outro e sua condição humana, dentre outros, necessitam manter sua condição
humana também respeitada, ou seja, trabalhar em adequadas condições, receber uma
remuneração justa e o reconhecimento de suas atividades e iniciativas. Logo, fica evidente
que os profissionais, na maioria das instituições de saúde, estão aquém da reconhecida
valorização de si e do seu trabalho
É preciso reconhecer, entretanto, que muitas instituições, com os crescentes cortes de
verbas públicas, enfrentam dificuldades para manter-se. O quadro profissional limitado, a
deficiência de recursos materiais, as condições insalubres de trabalho e as novas e
contínuas demandas tecnológicas, com frequência, aumentam a insegurança e favorecem a
insatisfação no trabalho. O clima desfavorável tem contribuído progressivamente para
relações de desrespeito entre os próprios profissionais, bem como para a geração de uma
assistência fragmentada e, cada vez mais, desumanizada. Sendo assim, torna-se premente
que a filosofia institucional assim como as políticas públicas de humanização estejam,
igualmente, voltadas para a vida e a dignidade dos trabalhadores de saúde, quando o que
se pretende realmente seja a humanização do cuidado nas instituições de saúde.
Humanização, como espaço ético, requer, então, o fomento de relações profissionais
saudáveis, de respeito pelo diferente, de investimento na formação humana dos sujeitos
que integram as instituições, além do reconhecimento dos limites profissionais. Nesse
processo, o profissional, possivelmente, terá condições de compreender sua condição
humana e sua condição de cuidador de outros seres humanos, respeitando sua condição
de sujeito, sua individualidade, privacidade, história, sentimentos, direito de decidir quanto
ao que deseja para si, para sua saúde e seu corpo. O verdadeiro cuidado humano prima
pela ética, enquanto elemento impulsionador das ações e intervenções pessoais e
profissionais, constituindo a base do processo de humanização.
Quando se define a humanização hospitalar como expressão da ética, a filosofia da
instituição necessita convergir para a construção de estratégias que contribuam para a
humanização do/no trabalho, mediante o estímulo à participação e à comunicação efetiva,
com qualidade em todas as suas dimensões: na relação da administração com os
trabalhadores, dos trabalhadores entre si e desses com os pacientes. Por consequência,
faz-se necessário incentivar a horizontalidade nas relações, pautada na liberdade de ser,
pensar, falar, divergir, propor. É imprescindível reconhecer, ainda, que o exercício da
autonomia, ou seja, a relação sujeito-sujeito, não é um valor absoluto, mas um valor que
dignifica tanto a pessoa que cuida quanto a que está sob cuidado profissional

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Implementar um processo de humanização no campo interdisciplinar da saúde,


fundamentado na ética, implica o resgate da dimensão humana das/nas relações de
trabalho e a sua permanente problematização. A ética pode contribuir significativamente
para a humanização do ambiente hospitalar, para práticas que respeitem a condição de
sujeito dos seres humanos, sejam cuidadores, sejam seres sob cuidado profissional, sua
dignidade, valores, direitos, deveres
A humanização hospitalar como expressão da ética requer, em suma, a prévia formulação
de políticas organizacionais e sociais justas que considerem os seres humanos e seus
direitos. Isso significa valorizar a humanidade no trabalhador, favorecendo o
desenvolvimento de sua sensibilidade e competência, com mudanças nas práticas
profissionais, de modo a reconhecer a singularidade dos pacientes, encontrando, junto a
eles, estratégias que facilitem a compreensão e o enfrentamento do momento vivido.
Fonte: https://www.scielo.br/j/rlae/a/dyHDHRtQTZyGpg8RJRdrpPK/?lang=pt. Acesso em: 3
mar. 2024.

Percebe-se que o artigo busca refletir sobre as considerações éticas que necessitam
fundamentar as ações de humanização no âmbito hospitalar. Com isso, a ética requer a
implementação de um processo reflexivo sobre os princípios, valores e direitos. Entretanto,
é necessário distinguir o conceito de ética do conceito de moral, que muitas vezes são
confundidos.

ATIVIDADE:

1. De acordo com o que você aprendeu em nossa disciplina e com base no artigo proposto,
descreva quais as principais diferenças e semelhanças entre o conceito de ética e
moral e aplique esta diferença no âmbito hospitalar. Sua resposta deverá conter entre 5 e
15 linhas.

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