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PSICOLOGIA HOSPITALAR

PORTFÓLIO DE PENSAMENTOS
Aluna: Beatriz Conde Cavalcanti – PS8Mb
A primeira aula da disciplina foi com o objetivo de apresentar o plano de ensino e buscar as
expectativas dos alunos sobre a Psicologia Hospitalar. Ao término da aula, a professora apresentou
um vídeo que abordava a empatia no ambiente hospitalar e os pensamentos por trás das pessoas que
perpassam pela nossa vida. O vídeo foi muito reflexivo e desencadeou uma discussão muito bacana
sobre nossas percepções frente às adversidades que cada um enfrenta e ao modo como nos
comportamos em relação ao outro. É interessante observar que cada um enfrenta uma dificuldade
ou um desafio pessoal e, externamente, não somos capazes de pressupor seus pensamentos ou
aquilo que lhe angustiam naquele momento. Sobretudo, não somos capazes de pressupor se aquela
enfermidade, no caso do ambiente hospitalar, enquadra-se como a maior angústia para aquele
paciente. Urge a necessidade de se portar com sensibilidade, tendo em vista que tanto o acolhimento
psicológico quanto os cuidados médicos devem priorizar a humanização no ambiente de trabalho.
Diante a esse cenário, torna-se imperante compreender de que a maneira como construímos
vínculos e como nos relacionamos deve levar em consideração de que cada sujeito tem a sua
história, angústias, conquistas e superações. Por isso, não podemos perder o caráter humano das
relações.
Desde o primeiro semestre de 2023, estagio em um Hospital de Cuidados Paliativos, em
Vitória, e consegui visualizar muitas vivências do meu campo de estágio no vídeo em questão.
Houve um momento, por exemplo, que a acompanhante do paciente internado se mostrava muito
preocupada à equipe de psicologia sobre a filha adolescente que estava sofrendo um relacionamento
abusivo e, enquanto o médico passava as informações do quadro de seu pai internado, o mesmo não
tinha conhecimento do estresse que aquela situação estava causando à mulher. Acredito que a
disciplina será muito interessante para a formação da turma e viabilizará uma visão humana sobre
nossas condutas enquanto pessoas e profissionais.
No que diz respeito ao nascimento do Hospital, é interessante compreender as mudanças que
ocorreram no ambiente hospitalar entre o século XVIII até a contemporaneidade. Hoje, é necessário
visualizar, sobretudo, a medicina enquanto prática social, tendo em vista que reconhece que a saúde
é moldada por fatores sociais, culturais e econômicos, e busca abordar esses fatores para melhorar a
saúde individual e coletiva. Além disso, promove a igualdade, a ética e a responsabilidade social na
prestação de cuidados de saúde.
No entanto, urge-se a necessidade de se estudar o constructo passado da Hospitalização e
Medicalização, a fim de concernir que, enquanto instituição, esta nascera de uma relação de poder,
onde o Hospital tinha 3 importantes questões: vigiar os homens para que não desertassem, curá-los
para que não morressem de doença e evitar que os curados fingissem estar doentes. É interessante
ressaltar que a reorganização do Hospital se deu pela Disciplina, ou seja, através de mecanismos
disciplinares, tais como Classificação da enfermidade e Doença como fenômeno natural.
A partir disso, o conceito de Saúde foi ampliado, não somente à ausência de doença, mas
também como bem-estar completo biopsicossocial. Acredito, que foi neste momento, em que o
Hospitalização adquiriu caráter mais humano e social, priorizando a Universalidade, Equidade e
Integralidade. É lindo pensar que a inserção da Psicologia no ambiente hospitalar contribuiu em
diversos aspectos políticos e sociais como, por exemplo, rompendo com o preceito que a Psicologia
se restringe à clínica, abordando repercussões psíquicas do individuo relacionadas à doença e estado
físico de saúde, bem como humanizando a hospitalização.
As referências técnicas para a atuação de psicólogos nos serviços hospitalares, por exemplo,
delineiam diretrizes essenciais para a prática desse profissional em ambientes de saúde. Estes eixos
incluem a integração multidisciplinar, enfatizando a colaboração com outros profissionais de saúde;
a abordagem holística, considerando aspectos emocionais, sociais e psicológicos dos pacientes; a
promoção da saúde e prevenção de transtornos psicológicos; o apoio ao enfrentamento de doenças e
crises médicas; a atenção à família e cuidadores; a ética e confidencialidade na prestação de
serviços; a capacidade de lidar com situações de morte e luto; e a constante atualização e formação
profissional para acompanhar as mudanças no campo da saúde. Essas diretrizes são fundamentais
para garantir uma assistência psicológica eficaz e compassiva aos pacientes hospitalizados e suas
famílias.
Durante a disciplina de Psicologia Hospitalar, ofertada pela UVV, eu visualizo o quanto as
referencias técnicas estão presentes e o quanto esse caráter social e humano pode corroborar para
com a saúde/bem-estar do paciente que está, principalmente, sob cuidados paliativos. Os Cuidados
Paliativos foram definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1990, e redefinidos em
2002, “como sendo uma abordagem que aprimora a qualidade de vida, dos pacientes e famílias que
enfrentam problemas associados com doenças, através da prevenção e alívio do sofrimento, por
meio de identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor, e outros problemas de ordem
física, psicossocial e espiritual”. É interessante compreender que os cuidados paliativos funcionam
como prevenção e alívio do sofrimento, a partir de uma equipe multidisciplinar que visa um
ambiente humanizado para aquele contexto em que a doença se manifesta como ameaça à vida
daquela pessoa. Alguns princípios dos cuidados paliativos são: Alívio de dor/sintomas; afirmar a
Vida e a Morte como Processo Natural; não acelerar (eutanásia) nem adiar (distanásia); Integrar
Aspectos Psicológicos; Fornecer sistema de suporte ativo para a família; Equipe multidisciplinar;
Melhorar a qualidade de vida; e Conscientizar que quanto mais precoce iniciar-se o cuidado
paliativo, mais sereno será o processo.
Logo, a proposta dos cuidados paliativos é um bom exemplo de como a intervenção e
acolhimento psicológico podem fazer a diferença para os internos, familiares e amigos envolvidos
no processo. A psicologia está presente no Exame de Estado Mental, por exemplo, o qual se tornou
imprescindível para reconhecer alguns aspectos, tais como: Sobre esta perspectiva, junto ao
treinamento, às leituras e às vivencias proporcionadas pelo estágio até então, foi possível entender a
atuação da psicologia hospitalar mais profundamente, a qual não se resume isoladamente ao
acolhimento psicológico ou ao suporte de humanização do ambiente, mas como esta atuação pode
contribuir no que diz respeito as psicopatologias e como essas estão presentes e relacionadas ao
adoecimento orgânico do paciente. É interessante pensar que critérios diagnósticos no campo da
psicopatologia podem começar a se manifestar diante a este adoecimento biológico/natural e como
essa relação é presente e frequente, principalmente, quando não se tem esse suporte ativo, humano e
incrível que os estudos sobre cuidados paliativos propõem.
Ao longo das aulas, pesquisei um pouco sobre os impactos da Psicologia no ambiente
hospitalar e é interessante observar como a humanização contribui para a melhora física e
psicológica do paciente em ambiente hospitalar. De modo geral, sabe-se o quanto a escuta é
importante neste momento, mas observar isso na prática e na qualidade de vida que isso
proporciona ao estado emocional e ao corpo. Sob a perspectiva de Izabel Cristina Rios:

Humanizar, então, não se refere a uma progressão na escala


biológica ou antropológica, o que seria totalmente absurdo,
mas o reconhecimento da natureza humana em sua essência e
a elaboração de acordos de cooperação, de diretrizes de
conduta ética, de atitudes profissionais condizentes com
valores humanos coletivamente pactuados. (RIOS, C. I, 2009)

Sobretudo, cabe salientar que, no sentido filosófico, a humanização é um termo reconhece o


valor e a dignidade do homem, este a medida de todas as coisas, considerando sua natureza, limites,
interesses e potenciais. Visa, ainda, compreender o sujeito e criar meios de se compreender uns aos
outros. É curioso compreender que o termo humanização apresenta diversas interpretações, mas
todas voltadas sob uma perspectiva positiva frente ao ser humano. Na leitura psicanalítica, por
exemplo, o termo fala do lugar da subjetividade no campo da saúde. Humanização, enquanto tornar
humano, significa admitir todas as dimensões humanas - históricas, sociais, artísticas, subjetivas,
sagradas ou nefastas - e possibilitar escolhas conscientes e responsáveis.
Desse modo, é possível compreender que, a partir dessas dimensões históricas, subjetivas e
sociais, o corpo reage de maneira diferente e benéfica no ambiente hospitalar. Contudo, urge a
necessidade de salientar que, frente as adversidades e participação de outros profissionais da área da
saúde, a equipe multidisciplinar deve manter esse diálogo presente, tendo em vista um serviço
coletivo que priorize o bem-estar do paciente enquanto sujeito humano com valores e uma história
individual. Na prática, é frustrante, por vezes, presenciar um desserviço que prejudique o seu
próprio serviço de humanização no hospital. Preconceitos e comentários negativos que banalizem a
“desmotivação” do paciente, “descaso” da família e “desespero” individual diante a complicações
no âmbito da saúde, o qual, infelizmente, ainda é comum.
Pessoas com doenças crônicas terminais estão geralmente frágeis, vulneráveis e assustadas,
necessitando de um compromisso forte de que não sofrerão nenhum dano pelos cuidados que lhes
serão proporcionados. Por isso, a equipe multidisciplinar, principalmente quando voltada a cuidados
paliativos, deve apresentar este compromisso de zelar por um serviço coletivo e humano.
Além disso, pode-se dizer que, no que tange ao cuidado e à saúde, é evidente na prática
hospitalar, essa fragilidade. "Sobre o corpo-doente, sabemos que o processo de adoecimento e
hospitalização implicam uma desestruturação emocional do sujeito, abrindo-lhe fendas psíquicas
que se revelam nos dizeres e nos fazeres dentro da instituição e que se faz muito relevante a
reflexão sobre o sujeito diante da fragilidade humana exposta pelo adoecimento, pois [...] o sujeito
humano, que é incompleto, ao adoecer tem sua fragilidade exposta para si e para o outro também;
no hospital a falta aparece de forma escancarada." (Moura, 2003, p. 17-18). Logo, a medida em que
se reconhece tal desestruturação emocional e necessidade de um ambiente humanizado, o
profissional da saúde capacita-se, em quaisquer áreas atuantes, e acaba por exercer um serviço de
qualidade que vislumbra o quanto aquele em sofrimento pode usufruir dos serviços humanos que
lhe são ofertados neste momento de fragilidade. No entanto, esta ainda é uma luta do profissional da
psicologia frente a esses desafios para com os demais profissionais nos Hospitais. Ainda, segundo
Déborah Azenha:

Os profissionais da saúde comprometem-se a colocar os


interesses de seus pacientes antes dos seus. E para que isso
realmente aconteça é necessário cumprir três obrigações
importantes da beneficiência que são: 1) respeitar a autonomia
dos pacientes; 2) assegurar que o tratamento não terá danos; 3)
considerar as necessidades e os direitos dos pacientes. (D.,
CASTRO)

Portanto, é imperante compreender a importância de se conscientizar acerca dos benefícios


da humanização hospitalar e a necessidade de se desenvolver uma equipe multidisciplinar que preze
por um serviço coletivo, humano e especial para aqueles que estão em sofrimento, seja por
enfermidade ou por demonstrar familiaridade, amizade ou por carinho ao paciente. Trata-se de uma
troca e uma relação humana entre profissional da saúde e paciente. O filme Patch Adams, por
exemplo, baseado em história real, evidencia que é possível contribuir para a evolução positiva da
medicina em conjunto com a psicologia, de modo em que os aspectos psicológicos e emocionais
influenciam não só no quadro clínico do paciente, mas também no fim da vida enquanto qualidade
de vida.
Outra perspectiva pautada em sala de aula de me chamou atenção foi a discussão sobre
finitude e morte. Trabalhar o conceito de finitude e morte na psicologia hospitalar desempenha um
papel crucial no apoio emocional aos pacientes, familiares e profissionais de saúde. Ao abordar essa
temática sensível, os psicólogos podem ajudar os pacientes a lidar com o medo, a ansiedade e a
angústia que muitas vezes surgem diante da perspectiva da morte. Além disso, a discussão aberta
sobre a finitude possibilita que os indivíduos expressem seus desejos, valores e preocupações
relacionados ao final da vida, promovendo a autonomia na tomada de decisões sobre cuidados
médicos e questões relacionadas ao testamento vital. Também ajuda a desmistificar o tabu em torno
da morte, tornando-a um tópico mais natural e menos temido. Para os profissionais de saúde, essa
abordagem contribui para a prevenção do burnout e para uma assistência mais humanizada,
considerando a integralidade do ser humano em suas dimensões emocionais e existenciais. Em
análise qualitativa, a inclusão do tema da finitude e morte na psicologia hospitalar pode melhorar a
qualidade do cuidado e proporcionar um suporte emocional fundamental em momentos difíceis da
jornada de saúde dos pacientes e suas famílias. Isso, por vezes, parece um tanto óbvio para alguns,
considerando que a humanização e os vínculos sociais acolhem o paciente integralmente e
encarando-o como sujeito único e inteiro – com histórias, preferências e sentimentos. Contudo,
ainda tem-se a necessidade de trabalhar este assunto uma vez que essa conscientização sobre o
cuidado e acolhimento no que tange ao âmbito da finitude ainda são banalizados na prática. Ainda,
sobre a perspectiva da morte, cabe ressaltar a questão do processo de luto.
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, DSM-5 (American
Psychiatric Association, 2014), o processo de luto se assemelha a um Episódio de Depressão Maior,
no entanto, embora possam ser observadas algumas semelhanças, são bem distintos. As perdas
podem propiciar o aparecimento de sentimento de tristeza intensos, ruminação acerca da perda,
insônia, falta de apetite e, consequentemente, perda de peso. Abaixo o trecho do DSM-5 com as
diferenciações entre o Episódio Depressivo Maior e o Luto.

Ao diferenciar luto de um episódio depressivo maior (EDM), é útil


considerar que, no luto, o afeto predominante inclui sentimentos de vazio e
perda, enquanto no EDM há humor deprimido persistente e incapacidade de
antecipar felicidade ou prazer. A disforia no luto pode diminuir de
intensidade ao longo de dias a semanas, ocorrendo em ondas, conhecidas
como “dores do luto”. Essas ondas tendem a estar associadas a
pensamentos ou lembranças do falecido. O humor deprimido de um EDM é
mais persistente e não está ligado a pensamentos ou preocupações
específicos. A dor do luto pode vir acompanhada de emoções e humor
positivos que não são característicos da infelicidade e angústia
generalizadas de um EDM. O conteúdo do pensamento associado ao luto
geralmente apresenta preocupação com pensamentos e lembranças do
falecido, em vez das ruminações autocríticas ou pessimistas encontradas no
EDM. No luto, a autoestima costuma estar preservada, ao passo que no
EDM sentimentos de desvalia e aversão a si mesmo são comuns. Se
presente no luto, a ideação autodepreciativa tipicamente envolve a
percepção de falhas em relação ao falecido (p. ex., não ter feito visitas com
frequência suficiente, não dizer ao falecido o quanto o amava). Se um
indivíduo enlutado pensa em morte e em morrer, tais pensamentos
costumam ter o foco no falecido e possivelmente em “se unir” a ele,
enquanto no EDM esses pensamentos têm o foco em acabar com a própria
vida em razão dos sentimentos de desvalia, de não merecer estar vivo ou da
incapacidade de enfrentar a dor da depressão. (DSM-5, 2014, p.126)

Ainda de acordo com o DSM-5, o luto configura um “Anseio intenso ou saudades da pessoa
falecida, tristeza intensa e dor emocional e preocupação com a pessoa falecida ou com as
circunstâncias da morte são respostas esperadas no luto, enquanto o medo de separação de outras
figuras de apego é central no transtorno de ansiedade de separação. (página 194).
É interessante abordar, também, que Elizabeth Kubler-Ross (1997), autora do livro Sobre a
Morte e o Morrer e da obra On Grief and Grieving, apresenta e descreve as 5 fases do luto da
perspectiva de familiares e amigos que perdem seus entes queridos. São elas Negação (não
acreditar e negar que aquilo está acontecendo), Raiva (não necessariamente a uma pessoa
específica), Barganha (fase de culpas e pensamentos; há uma tentativa de adiar o sofrimento),
Depressão e Aceitação.
Ao reconhecer que o luto consiste em um processo gradativo e particular de cada sujeito, o
tratamento deve ser individualizado, imparcial e, embora humano, técnico-científico. Desse modo,
cabe ressaltar que, segundo Judith Beck, o ponto de partida do tratamento na Terapia Cognitivo-
Comportamental parte da fonte do sofrimento do paciente, a partir das distorções que aparecem na
forma de o sujeito pensar sobre si mesmo, e sobre o mundo. E um dos objetivos é a correção dessas
distorções que formam o problema, e também mostrar ao paciente formas eficazes para que
enfrente os problemas. O tratamento se baseia em uma compreensão de cada paciente, onde suas
crenças e padrões de comportamento são identificados. Para que melhora seja efetiva, o terapeuta
trabalha com a tríade cognitiva, que são as crenças do paciente sobre si mesmo sobre o seu mundo
e sobre outras pessoas. (BECK, 2013).
Assim, torna-se importante compreender que o luto traz uma série de sintomas e sinais
específicos físicos (como perda de apetite, dores de cabeça, fraqueza muscular), emocionais (ex.:
desesperança, medo, desamparo, culpa), cognitivos (ex.: confusão, alucinações e descrença) e
comportamentais (ex.: insônia, isolamento social, hiperatividade).
De acordo com Beck (2013), as crenças estabelecidas decorrentes da perda de um ente querido
são ativadas de acordo com a forma que o paciente entende a morte, a reação dependera dos
padrões aprendidos pelo indivíduo e vão refletir e interferir na alteração emocional e
comportamental devido aos pensamentos disfuncionais. Beck (2013) traz em seu livro os principais
pensamentos disfuncionais de acordo com a Teoria Cognitivo-Comportamental; são eles:
 Pensamento de tudo ou nada: As situações são vistas em apenas duas categorias, ou são
totalmente boas, ou totalmente más. Também chamado de pensamento absolutista ou
dicotômico.
 Catastrofização: Ou adivinhação. O futuro é previsto negativamente, e não são levados em
conta outros significados, não há outra possibilidade.
 Desqualificar ou desconsiderar o positivo: O indivíduo se convence de que as situações
positivas não valem, ou não contam, pois entra em conflito com a visão negativa de si mesmo.
 Raciocínio emocional: Acredita que algo deve ser verdade, pois sentiu intensamente
(acreditou) e qualquer evidência contrária é ignorada.
 Rotulação: É colocado em si ou nos outros um rótulo fixo e global, sem considerar s evidências
que possam levar a uma conclusão menos desastrosa.
 Maximização/Minimização: Ao avaliar outra pessoa ou situação, o lado negativo é magnificado
e/ou o lado positivo é minimizado.
 Filtro mental: Ou abstração seletiva. É dada atenção indevida a um detalhe negativo ao invés de
avaliar a situação como um todo.
 Leitura mental: O indivíduo acredita que sabe o que os outros estão pensando, e possibilidades
mais prováveis (e agradáveis) não são levadas em conta.
 Supergeneralização: É tirada uma conclusão negativa radical que ultrapassa a situação atual.
 Personalização: Os outros agem de forma negativa por causa do indivíduo, sem considerar
outras opções mais plausíveis.
 Imperativos: Ideia fixa de como ele mesmo e os outros devem se comportar e hipervaloriza o
quão ruim será se as expectativas não forem atendidas.
 Visão em túnel: São vistos apenas aspectos negativos da situação.

Tendo em vista que esses pensamentos disfuncionais podem surgir e prejudicar o processo de
luto, cabe ao psicólogo adotar estratégias como a Resolução de problemas, Automonitoramento,
Treino de Habilidades Sociais, Estratégias de Coping, Reestruturação cognitiva, Motivação e
Prevenção e recaída. A partir dessas estratégias, o enlutado acaba por verificar a existência de
distorções cognitivas, construir estratégias alternativas, perceber sentimentos, aumentar habilidades
verbais, amenizar os sintomas, avaliar pensamentos mais adaptativos e trabalhar a motivação. Além
de técnicas como Psicoeducação, Registro de Pensamentos Disfuncionais, Role-play, Descoberta
guiada e Dessensibilização sistemática, a fim de garantir a compreensão do paciente sobre aquilo
que está vivenciando, para que o mesmo identifique pensamentos disfuncionais, evoque crenças
centrais, dentre outras vantagens de ser ativo em meio ao processo terapêutico,
REFERÊNCIAS DE PESQUISA

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