1) A noção de sujeito não esteve sempre presente na psicanálise, tendo sido formulada por Lacan a partir de seu retorno a Freud.
2) Freud contribuiu para o desenvolvimento do conceito de sujeito de forma indireta ao estabelecer o conceito de inconsciente.
3) Lacan transformou a noção de sujeito freudiana, vendo-o como dividido e resultado do inconsciente, ao invés do eu racional.
Descrição original:
O desenvolver da noção de sujeito de Lacan à Freud
Título original
Resenha 1- Sobre a Noção de Sujeito Em Freud e Lacan
1) A noção de sujeito não esteve sempre presente na psicanálise, tendo sido formulada por Lacan a partir de seu retorno a Freud.
2) Freud contribuiu para o desenvolvimento do conceito de sujeito de forma indireta ao estabelecer o conceito de inconsciente.
3) Lacan transformou a noção de sujeito freudiana, vendo-o como dividido e resultado do inconsciente, ao invés do eu racional.
1) A noção de sujeito não esteve sempre presente na psicanálise, tendo sido formulada por Lacan a partir de seu retorno a Freud.
2) Freud contribuiu para o desenvolvimento do conceito de sujeito de forma indireta ao estabelecer o conceito de inconsciente.
3) Lacan transformou a noção de sujeito freudiana, vendo-o como dividido e resultado do inconsciente, ao invés do eu racional.
Sobre a concepção de sujeito em Freud e Lacan Resenha
José Roney de Freitas Machado
A noção de sujeito nem sempre esteve presente na Psicanálise. Embora o mestre
vienense tenha contribuído para o seu desenvolvimento, quem o formulou foi Lacan a partir do seu movimento de retorno a Freud. Deste modo, pode-se dizer que, o inconsciente é freudiano, ao passo que, o sujeito enquanto efeito do inconsciente é lacaniano Em seu texto, Sobre a concepção de sujeito em Freud e Lacan (2012), Barroso aborda a noção de sujeito desde os seus primeiros aprontos (subliminares) na obra de Freud. Na perspectiva biologista freudiana, pode-se entrever o sujeito enquanto algo intermediário entre as pulsões e os seus objetos. Ao estabelecer o conceito de inconsciente, Freud, apesar de sua inclinação positivista, colocou em xeque os postulado racionalista de que o eu (consciente) seria o senhor absoluto de suas próprias faculdades. Desde modo, indiretamente, Freud acabou por fazer referência ao sujeito não como Lacan o faz desde a prédiga do sujeito subversivo , ou melhor, à existência de uma forma outra de subjetividade. Com efeito, o pressuposto do inconsciente permitiu a Freud elaborar uma teoria do aparelho psíquico que descrevia as suas relações tópica, econômica e dinâmica com base no trânsito pulsional. No primeiro momento, o princípio do prazer daria a tônica de seu funcionamento (satisfação pulsional, descarga de energia). Não obstante, na medida em que Freud avançou em suas pesquisas e estabeleceu os conceitos de narcisismo e pulsão de morte, sua teoria sofreu certos reajustes, de modo que, o princípio da não perturbabilidade absoluta (tendência ao zero pulsional, bem como a modalidades de satisfação mais além do princípio do prazer) passou a ser considerado o motor do psiquismo, por conseguinte, o modo de funcionamento do sujeito, identificado na instância do eu. Portanto, se na primeira tópica, o psiquismo era estruturado em inconsciente, pré-consciente e inconsciente (tríade dinamizada pelas pulsões sexuais e de autoconservação), na segunda tópica, Freud introduz as instâncias do isso, eu e supereu (tríade dinamizada pelas pulsões de vida e pulsão de morte). Na égide da segunda topografia, o eu seria um complexo de investimentos objetais abandonados, isto é, a parte do isso que foi modificada ao entrar em contato com a realidade, com a cultura e seus aparatos de valores e censuras. Ao retornar à Freud, Lacan soube se apropriar das questões relacionadas à constituição do eu problematizadas por ele a partir da tese do estádio do espelho , da hipótese do inconsciente desde a qual ele engendra a ideia de sujeito cindido, dividido, sujeito do inconsciente propriamente dito, contrário ao sujeito do conhecimento cartesiano ; bem como das premissas relacionadas à pulsão de morte donde estabelece o campo do gozo. Em Lacan, a noção de sujeito (apenas subentendida em Freud) sofre importantes transformações na medida em que o ensino lacaniano avança.do primado do simbólico à concepção do gozo e, por fim, atinge seu ápice no conceito de falasser, o ser falante, da ordem do real, expressão do inconsciente real, que enquanto tal, não se inscreve nas cadeias significantes que determinam o registro do simbólico.
Referência
Barroso, A, F. (jan.jun.2012). A concepção de sujeito em Freud e Lacan. Barbaroí,
Santa Cruz do Sul, 36, pp. 149-159. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/barbaroi/n36/n36a09.pdf