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Palmas (TO)
2021
Artigo - Estratégias de controle glicêmico e a ocorrência de infecção do sítio cirúrgico:
revisão sistemática
1. Além do controle da glicemia, quais outros cuidados o enfermeiro pode ter com relação
ao perioperatório, no que diz respeito à prevenção de ISC?
2. Com relação aos portadores de DM, quais outros cuidados estes pacientes devem ter
antes de fazer um procedimento cirúrgico? Além de estar com a glicemia controlada.
Artigo - MOMENTO ANESTÉSICO-CIRÚRGICO: TRANSITANDO ENTRE O
CONHECIMENTO DOS(AS) ENFERMEIROS(AS) E O CUIDADO DE
ENFERMAGEM
O centro cirúrgico é conceituado como sendo uma unidade de alta complexidade com
tecnologias e procedimentos que invadem a privacidade dos pacientes. Assim, é importante que
haja um atendimento individualizado e a humanização dos profissionais de enfermagem
envolvidos nesse contexto, o que requer destes profissionais um conhecimento abrangente
sobre o perioperatório, especialmente sobre o momento anestésico-cirúrgico.
Nesse contexto, a Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP)
tem como intuito garantir a segurança do paciente e da equipe envolvida no ato operatório.
Assim, a equipe de enfermagem deve elaborar e desenvolver estratégias relacionadas ao
cuidado com o paciente, sendo estas executadas conforme as individualidades de cada
procedimento cirúrgico ao qual o paciente irá ser submetido. Devendo ainda ser aplicada no
pré-operatório (quando o paciente é informado da necessidade de realizar um procedimento
cirúrgico e hospitalização), intraoperatório (cirurgia propriamente dita) e pós-operatório (após
a cirurgia, período de recuperação).
Cabe citar ainda que a insegurança do paciente independe da complexidade da cirurgia,
tendo relação direta com a falta de informação quanto aos procedimentos cirúrgicos, à anestesia
e aos cuidados realizados no pós-operatório. Assim, a educação em saúde faz parte da atribuição
do enfermeiro no período perioperatório, de modo que transmita segurança e tranquilidade ao
paciente. No que se refere ao pré-operatório, esta etapa exige do enfermeiro uma ação presente,
onde o profissional de enfermagem pode promover um espaço de acolhimento ao paciente e
família, estabelecer vínculos e atuar como educador em saúde.
Com relação à recuperação pós-anestésica (RPA), destaca-se a relevância de olhar para
o paciente como um ser humano que necessita de cuidados, considerando que o processo de
cuidar não consiste apenas na gestão e aplicação de processos técnicos, normas e rotinas, mas,
também, um olhar humanizado e acolhedor, provendo um atendimento integral. Assim, cabe
ao enfermeiro a adoção de diretrizes que estejam voltadas para a segurança e qualidade na RPA,
prevenção de eventos adversos, conforme preconizado nas políticas de segurança ao paciente.
A rotina e o cotidiano, tão citados como barreiras que limitam alguns movimentos,
também podem ser âmbitos de criatividade, já que na rotina descobre-se formas de fugir das
normas e das convenções. Dessa forma, busca-se o comprometimento dos enfermeiros em
oferecer aos pacientes cirúrgicos uma assistência de enfermagem diferenciada.
Outro fator que pode contribuir e ser benéfico é a realização da visita pré-operatória de
enfermagem, que é considerada uma ferramenta eficaz e potencializadora do cuidado durante
o momento anestésico-cirúrgico. Pode ser útil na promoção do cuidado individualizado, na
obtenção de dados sobre a personalidade e as características físicas e emocionais do paciente,
bem como auxilia na recuperação pós-cirúrgica.
A partir deste estudo, entende-se a importância de a enfermagem proporcionar boas
práticas para garantir bons resultados, com o intuito de se propiciar um cuidado humanizado,
acolhedor e de qualidade, com sua atenção focada no paciente e não apenas na doença, ou em
uma parte do seu corpo. Além disso, depreende-se que o momento anestésico-cirúrgico é
singular para o paciente que vivencia o procedimento e para sua família.
Uma vez que o centro cirúrgico (CC) é o lugar mais propenso a oferecer riscos, alguns
cuidados devem ser realizados pelos profissionais, dentre eles, o uso adequado da
paramentação, sendo esta conceituada como um conjunto de barreiras contra a invasão de
microrganismos nos sítios cirúrgicos e para proteção de exposição dos profissionais a sangue e
outros fluidos orgânicos de pacientes. Tais barreiras incluem: roupa privativa, gorro/touca,
propé, máscara cirúrgica, óculos cirúrgicos, avental e luva cirúrgica.
Assim, no presente estudo, buscou-se analisar o uso adequado da paramentação
cirúrgica pelos profissionais de saúde que prestam assistência em um CC de um hospital de
ensino no Nordeste do Brasil. Para tal, participaram do estudo 100 profissionais,
correspondendo a 52,08% da população, constituídos de 25 médicos cirurgiões, 24 residentes
cirurgiões, quatro residentes anestesistas, 15 anestesistas, seis enfermeiros e 26 técnicos de
enfermagem, sendo 20 técnicos circulantes e seis técnicos instrumentadores.
Diante da realização da mesma, foi possível identificar que houve maior adequação no
momento da colocação do propé e na colocação de luvas (100% cada), seguida do local de
circulação da roupa privativa e do momento de colocação do gorro. Em contrapartida, as
maiores taxas de inadequação foram notadas na não utilização dos óculos (5%) por todas as
categorias e no não uso do gorro cobrindo todo o couro cabeludo, com predomínio das
categorias de cirurgiões e anestesista, seguido do local de guarda da máscara cirúrgica (8%).
Relacionada com a categoria profissional, apresentaram maiores taxas de inadequação, pela
ordem, anestesistas (35%), enfermeiros (27%) e técnicos de enfermagem (22%).
Diante do exposto, com relação a utilização correta da paramentação, considera-se
adequado o tamanho da roupa privativa que garante cobertura completa da cintura e dos
membros inferiores, evitando a área exposta. Em relação ao gorro, a recomendação é que se
deve cobrir todo o couro cabeludo, com elástico em toda a sua abertura, podendo ser de
diferentes tecidos. Já a máscara deve cobrir completamente o nariz, a boca e as regiões laterais
e ser transportada no bolso da roupa privativa. Caso seja colocada no pescoço, essa atitude é
inadequada pela exposição antecipada de colonização. O seu uso é obrigatório ao entrar na sala
operatória e no lavabo.
Além disso, o avental cirúrgico deve permitir cobertura completa do tronco, a partir do
pescoço, membros superiores até os punhos e membros inferiores até os joelhos, com livre
movimentação. Deve ser utilizado por cirurgiões, residentes de cirurgia e instrumentadores,
logo após a degermação e secagem das mãos, devendo ficar até o término da cirurgia, sendo
necessária a troca em casos de contaminação ou quando úmido ou sujo. E, as luvas cirúrgicas
devem ser de boa qualidade, no que diz respeito à flexibilidade, à impermeabilidade e à
resistência ao tempo e aos movimentos cirúrgicos. Para tanto, devem ser de látex, esterilizadas,
descartáveis e substituídas sempre que forem perfuradas e em cirurgias de longa duração.
Com relação ao uso dos óculos é indicado para proteção ocupacional, isto porque
impedem contato direto dos olhos com exsudatos do paciente. Os sapatos privativos e propés
formam barreiras contra organismos patogênicos presentes nos sapatos. Sua relevância no
controle da ISC está na probabilidade da contaminação pelas mãos quando tocam os sapatos.
A utilização de equipamentos de proteção individual e sua baixa anuência pelos
profissionais de saúde em procedimentos invasivos ainda remete a um comportamento que
influencia de forma direta ou indireta na segurança do profissional e, sobretudo, do paciente,
colocando-os em zona de risco. Desse modo, o enfermeiro, na equipe, deve ter papel de
destaque, como um agente relevante no estabelecimento de uma assistência segura, orientando
e supervisionando o uso da paramentação cirúrgica.