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FACULDADE ANHANGUERA

FUNDAMENTOS TÉCNICOS DE ENFERMAGEM


Aluna: Ana Karolina Dantas Ferraz Pacheco
Curso: Enfermagem – 4º Período – Noturno
Professora: Isadora

Os 6 protocolos de segurança do paciente

O Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) foi criado pelo Ministério da Saúde em 2013, com o
objetivo de contribuir para a qualificação do cuidado em saúde. Esse programa partiu dos protocolos
básicos, elaborados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Para a OMS, a segurança é um dos seis
atributos da qualidade, ao lado da efetividade, cuidado centrado no paciente, oportunidade, eficiência e
equidade. Dessa forma, definiu seis protocolos básicos de segurança:

1. Identificação do paciente;
2. Higiene das mãos;
3. Segurança cirúrgica;
4. Segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos;
5. Prevenção de quedas dos pacientes;
6. Prevenção de úlceras por pressão (UPP).

Além desses protocolos, a OMS definiu uma diretriz para melhorar a comunicação entre profissionais de
saúde. A escolha desses protocolos se justifica pelo pequeno investimento necessário, frente à magnitude
dos eventos adversos que podem ser evitados com sua implementação.
Vale destacar alguns conceitos fundamentais, extraídos da Classificação Internacional de Segurança do
Paciente da OMS.
Diante desses conceitos, nota-se que todo incidente introduz riscos à segurança do paciente. Entretanto,
os que merecem maior atenção e precisam ser evitados são os que resultam em dano. Assim, os
protocolos de segurança visam eliminar, sobretudo, os eventos adversos.

1 - Protocolo de Identificação do Paciente

O protocolo de identificação do paciente tem a finalidade de garantir que o cuidado seja prestado à pessoa
para a qual se destina. Erros de identificação podem ocorrer em qualquer fase do diagnóstico ou
tratamento, desde o momento da admissão. Vale destacar que fatores como alteração do nível de
consciência do paciente e mudanças de setor podem aumentar a incidência desses eventos adversos. Por
outro lado, medidas simples, como a colocação de pulseiras de identificação nos pacientes, podem
minimizar o problema. Pesquisas apontam uma boa aceitação desse recurso, desde que o paciente
entenda que é uma forma de aumentar a segurança no cuidado.

2 - Protocolo de Higiene das Mãos

A higiene das mãos tem como objetivo prevenir e controlar as infecções relacionadas à assistência à saúde
(IRAS). Infecções são fonte de grandes danos à saúde, podendo inclusive resultar em infecções
multirresistentes, que ameaçam a vida. Diversas IRAS têm como causa a transmissão cruzada através das
mãos. A melhor forma de preveni-las é, portanto, higienizar as mãos nos momentos críticos, de acordo
com o fluxo de cuidados assistenciais. Dessa forma, esta meta de segurança do paciente preconiza a
higienização das mãos em cinco momentos do cuidado à saúde. Confira nos quadro abaixo esses
momentos de higienização, que devem ocorrer antes ou depois de determinadas ações assistenciais:

De acordo com o protocolo, as mãos dos profissionais de saúde devem ser higienizadas com sabonete
líquido e água corrente. Alternativamente, pode-se higienizar as mãos com preparações alcoólicas a 70%
(na forma de gel ou espuma). As preparações alcoólicas para as mãos devem estar ao alcance das mãos em
todos os pontos de assistência. Isso inclui dispensadores fixados na parede, frascos fixados nos leitos dos
pacientes ou nos carrinhos de curativos e embalagens de bolso, para uso individual.
3 - Protocolo para Cirurgia Segura

O protocolo para cirurgia segura implanta a verificação como medida de redução de risco de eventos
adversos durante o ato cirúrgico. A verificação ou checagem serve para garantir que a realização da
cirurgia no local certo e no paciente certo. Na medida em que as técnicas cirúrgicas cresceram em
complexidade, também aumentou seu potencial de causar danos, incluindo sequelas e mortes. As taxas de
eventos adversos em cirurgia geral variam entre 2% e 30%, segundo o método de avaliação.

Existem diversos relatos de retirada de órgão sadio e amputação de membro errado. Estima-se que as
cirurgias em local errado e no paciente errado ocorram em cerca de 1 em cada 50.000 a 100.000
procedimentos nos Estados Unidos.

O PNSP se baseia na Lista de Verificação desenvolvida pela OMS. Assim, o checklist cirúrgico deve ser
realizado em três momentos cruciais, a saber:

 Antes da indução anestésica


 Antes da incisão cirúrgica
 Antes do paciente sair da sala cirúrgica

Desse modo, um único profissional deverá conduzir a checagem e confirmar se a equipe completou suas
tarefas, antes de prosseguir. Caso identifique alguma não conformidade, mantém-se o paciente na sala de
cirurgia até que o incidente seja solucionado. Antes da indução anestésica, confirmam-se informações com
o próprio paciente, incluindo seu nome completo e o sítio cirúrgico. Antes da incisão, por sua vez, ocorre a
confirmação verbal do procedimento cirúrgico e da função de cada membro da equipe. Finalmente, ao
término da cirurgia, realiza-se a contagem de compressas e instrumentais, a revisão do plano de cuidado e
da recuperação pós-anestésica. Tudo isso é feito com o paciente ainda em sala, oportunizando qualquer
correção eventualmente necessária. Vale acrescentar que os checklists cirúrgicos da OMS são apenas
modelos básicos, que precisam ser adaptados à realidade de cada organização. Assim, desenvolve-se a lista
de verificação cirúrgica institucional com base nos princípios da cirurgia segura do PNSP.

4 - Protocolo de Prescrição Segura

O Protocolo de Segurança na Prescrição, Uso, e Administração de Medicamentos tem como objetivo a


promoção do uso seguro de medicamentos nos estabelecimentos de saúde. Estudo realizado nos Estados
Unidos apontou que cada paciente internado em hospital está sujeito a um erro de medicação por dia. No
Brasil, temos alguns relatos isolados, apontando que esses eventos adversos também são comuns em
nosso meio. Adicionalmente, medicamentos chamados de potencialmente perigosos ou de alta vigilância
possuem maior risco de danos, quando associados a erros. Acrescentar uma etapa de conferência pode
diminuir esses eventos adversos, apontando a falha antes que atinja o paciente. Ainda segundo o
protocolo de prescrição segura, é preciso verificar todas as prescrições, não apenas as que contêm
medicamentos perigosos. Itens como denominação do medicamento, dosagem e via de administração
devem ser analisados em todas as prescrições.

5 - Protocolo de Prevenção de Quedas

A meta deste protocolo é reduzir a ocorrência de quedas de pacientes e os danos que elas causam. Para
isso, deve-se adotar medidas preventivas como: avaliação de risco do paciente e a promoção de um
ambiente mais seguro, com piso antiderrapante, boa iluminação etc.

Certas doenças predispõem à queda, como demência e osteoporose. Também existem medicamentos que
tornam os indivíduos mais propensos à queda, como, por exemplo, certos anti-hipertensivos que
provocam tontura. Enfim, estima-se que as quedas podem causar danos em quase metade dos casos.
Muitas quedas resultam em fraturas, traumatismos cranianos e sangramentos, que podem provocar
sequelas e até a morte.

6- Protocolo para Verificação de Úlcera por Pressão

Este protocolo tem como meta prevenir a ocorrência de úlcera por pressão (UPP) e outras lesões da pele. A
incidência de UPP em pacientes hospitalizados aumenta, quando associada a fatores de risco como idade
avançada e restrição ao leito. As UPPs dificultam o processo de recuperação e, frequentemente, causam
dor e provocam infecções graves. Adicionalmente, UPPs podem desencadear prolongamento da
internação, sepse e até morte. Os pacientes mais suscetíveis devem ser reavaliados diariamente. Nesse
sentido, existem diversas escalas de alto poder preditivo para o desenvolvimento de alterações de pele,
que são facilmente aplicáveis, desde a admissão do paciente. Assim, a prevenção de lesões cutâneas
poderá ser instituída precocemente. Tais medidas preventivas incluem cuidados com alimentação,
hidratação da pele, mudança de decúbito, uso de superfícies de apoio para redistribuição do peso e
manejo da dor.

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