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ESCOLA DE ENFERMAGEM
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
SEGURANÇA DO PACIENTE
Hipócrates (460 a 370 a.C.) cunhou o postulado Primum non nocere, que
significa – primeiro não cause o dano.
A partir da divulgação do relatório do Institute of Medicine (IOM) “To Err is
Human” em 1999, o tema segurança do paciente ganhou relevância.
Esse relatório se baseou em duas pesquisas de avaliação da incidência de
eventos adversos (EAs) em revisões retrospectivas de prontuários,
realizadas em hospitais de Nova York, Utah e Colorado.
Nessas pesquisas, o termo evento adverso foi definido como dano causado
pelo cuidado à saúde e não pela doença de base, que prolongou o tempo
de permanência do paciente ou resultou em uma incapacidade presente no
momento da alta.
O relatório apontou que cerca de 100 mil pessoas morreram em hospitais
a cada ano vítimas de EAs nos EUA. Essa alta incidência resultou em uma
taxa de mortalidade maior do que as atribuídas aos pacientes com HIV
positivo, câncer de mama ou atropelamentos.
QUALIDADE EM SAÚDE E SEGURANÇA DO
PACIENTE: ASPECTOS FUNDAMENTAIS
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Promover e apoiar a implementação de iniciativas voltadas à
segurança do paciente em diferentes áreas da atenção,
organização e gestão de serviços de saúde, por meio da
implantação da gestão de risco e de Núcleos de Segurança do
Paciente nos estabelecimentos de saúde;
Envolver os pacientes e familiares nas ações de segurança do
paciente;
Ampliar o acesso da sociedade às informações relativas à
segurança do paciente;
Produzir, sistematizar e difundir conhecimentos sobre segurança do
paciente;
Fomentar a inclusão do tema segurança do paciente no ensino
técnico e de graduação e pós-graduação na área da saúde.
PROGRAMA NACIONAL DE SEGURANÇA DO
PACIENTE (PNSP)
CONCEITOS DE CULTURA DE SEGURANÇA DO
PACIENTE NA PORTARIA MS/GM Nº 529/2013
CULTURA DE SEGURANÇA
Fonte: REBRAENSP
CULTURA DE SEGURANÇA
Fonte: ÉPOCA
ERROS EM SAÚDE
Vários autores se debruçam sobre os erros em saúde, e entre eles se
destaca o psicólogo James Reason da Universidade de Manchester, na
Inglaterra.
A definição de erro da OMS – falha na execução de uma ação planejada
de acordo com o desejado ou o desenvolvimento incorreto de um plano –
foi baseada nos trabalhos de James Reason.
A noção de que os erros podem ser ativos ou latentes justifica o modelo de
“barreiras” para impedir que o erro chegue ao paciente.
Os erros ativos são atos inseguros cometidos por quem está em contato
direto com o sistema.
Erros latentes são atos ou ações evitáveis dentro do sistema, que surgem a
partir da gestão.
Um erro ativo pode ser, por exemplo, uma troca de medicamento no
momento da administração, e um erro latente, a falta de medicamento no
hospital.
MODELO DO QUEIJO SUÍÇO
Fonte: REBRAENSP
A CULTURA DE SEGURANÇA COMO UMA QUESTÃO
TRANSVERSAL E MULTIPROFISSIONAL
Finalidade
A finalidade deste protocolo é garantir a correta identificação do paciente, a fim de
reduzir a ocorrência de incidentes. O processo de identificação do paciente deve
assegurar que o cuidado seja prestado à pessoa para a qual se destina.
INDICADORES
Número de eventos adversos devido a falhas na
identificação do paciente.
Finalidade
Instituir e promover a higiene das mãos nos serviços de saúde do país com o intuito de
prevenir e controlar as infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), visando à
segurança do paciente, dos profissionais de saúde e de todos aqueles envolvidos nos
cuidados aos pacientes.
2. PRÁTICA DE HIGIENE DAS MÃOS EM
SERVIÇOS DE SAÚDE
INDICADORES
a) Consumo de preparação alcoólica para as mãos: monitoramento do
volume de preparação alcoólica para as mãos utilizado para cada 1.000
pacientes-dia.
b) Consumo de sabonete: monitoramento do volume de sabonete líquido
associado ou não a antisséptico utilizado para cada 1.000 pacientes-dia.
c) Percentual (%) de adesão: número de ações de higiene das mãos
realizados pelos profissionais de saúde/número de oportunidades
ocorridas para higiene das mãos, multiplicado por 100.
3. SEGURANÇA NA PRESCRIÇÃO, USO E
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Finalidade
Promover práticas seguras no uso de medicamentos em estabelecimentos de saúde.
PACIENTE CERTO
MEDICAMENTO CERTO
VIA CERTA
HORA CERTA
DOSE CERTA
REGISTRO CERTO
ORIENTAÇÃO CORRETA
FORMA CERTA
RESPOSTA CERTA
INDICADORES
1. Porcentagem de medicamentos potencialmente perigosos ou de alta vigilância prescritos em protocolos
de administração, com abreviaturas de nomes, doses e via de administração potencialmente perigosas
2. Porcentagem de medicamentos prescritos com abreviaturas potencialmente perigosas para o nome, a
unidade, a via de administração e a frequência das doses
3. Porcentagem de medicamentos prescritos com instruções ambíguas sobre a dose
4. Porcentagem de medicamentos para terapia intermitente prescritos de maneira segura
5. Porcentagem de altas de pacientes em uso de varfarina, que apresentaram uma Razão Normalizada
Internacional (RNI)/ protrombina acima de 5
6. Porcentagem de altas de pacientes em uso de varfarina que apresentaram hemorragia cerebral
7. Porcentagem de pacientes com Razão Normalizada Internacional (RNI) acima de 4, cuja dose de
varfarina foi ajustada ou revista antes da dose seguinte
8. Porcentagem de pacientes em uso de enoxaparina cujo esquema de doses é adequado
9. Porcentagem de pacientes que receberam quimioterapia citotóxica cujo tratamento é orientado por um
protocolo de tratamento quimioterápico aprovado pelo hospital
10. Porcentagem de pacientes com pneumonia comunitária que recebem terapia antibiótica em
concordância com diretrizes
11. Porcentagem de antibióticos de uso restrito prescritos em concordância com critérios aprovados por
uma "Comissão de Farmácia e Terapêutica"
12. Porcentagem de pacientes cujo resumo medicamentoso de alta é encaminhado ao médico do paciente,
em até 72 após a alta hospitalar
13. Porcentagem de pacientes que receberam alta em uso de varfarina e receberam informações escritas
sobre o gerenciamento da varfarina antes da alta
INDICADORES
14. Porcentagem de pacientes cujas reações adversas a medicamentos conhecidas estão documentadas na
folha de prescrição atual
15. Porcentagem de pacientes em uso de sedativos e hipnóticos no momento da alta que não os tomavam
no momento da internação
16. Porcentagem de discrepâncias não intencionais identificadas nas prescrições de medicamentos
17. Taxa de conciliação de medicamentos
18. Porcentagem de medicamentos potencialmente perigosos ou de alta vigilância diferenciados de outros
medicamentos com sinalizações, alertas ou outros sistemas
19. Porcentagem de prescrições de medicamentos potencialmente perigosos ou de alta vigilância que são
duplamente checadas e documentadas pelo farmacêutico antes da administração
20. Taxa de reação a transfusão (graus III e IV)
21. Porcentagem de reações hemolíticas por incompatibilidade sanguínea
22. Taxa de erros na prescrição de medicamentos
23. Taxa de erros na dispensação de medicamentos
24. Taxa de erros na administração de medicamentos
25. Taxa de eventos adversos (EA) a medicamentos em hospitais
26. Porcentagem de medicamento prescritos para crianças, que incluem a dose correta dos medicamentos
por quilograma (ou área de superfície corporal) e uma dose de segurança total
4. CIRURGIA SEGURA
Finalidade
A finalidade deste protocolo é determinar as medidas a serem implantadas para reduzir
a ocorrência de incidentes e eventos adversos e a mortalidade cirúrgica, possibilitando o
aumento da segurança na realização de procedimentos cirúrgicos, no local correto e no
paciente correto, por meio do uso da Lista de Verificação de Cirurgia Segura
desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde – OMS.
4. CIRURGIA SEGURA
INDICADORES
Percentual de pacientes que recebeu antibioticoprofilaxia no
momento adequado;
Número de cirurgias em local errado;
Número de cirurgias em paciente errado;
Número de procedimentos errados;
Taxa de mortalidade cirúrgica intrahospitalar ajustada ao
risco;
Taxa de adesão à lista de verificação.
5. PREVENÇÃO DE QUEDAS
Finalidade
Reduzir a ocorrência de queda de pacientes nos pontos de assistência e o dano dela
decorrente, por meio da implantação/implementação de medidas que contemplem a
avaliação de risco do paciente, garantam o cuidado multiprofissional em um ambiente
seguro, e promovam a educação do paciente, familiares e profissionais.
FATORES DE
RISCO
AÇÕES
PREVENTIVAS
INDICADORES
Proporção de pacientes com avaliação de risco de
queda realizada na admissão.
Número de quedas com dano.
Número de quedas sem dano.
Índice de quedas [(nº de eventos / nº de paciente-
dia)*1000].
6. PREVENÇÃO DE ÚLCERAS POR PRESSÃO
Finalidade
Promover a prevenção da ocorrência de úlcera por pressão (UPP) e outras lesões da
pele.
6. PREVENÇÃO DE ÚLCERAS POR PRESSÃO
INDICADORES
Percentual (%) de pacientes submetidos a
avaliação de risco para UPP na admissão.
Percentual (%) de pacientes de risco recebendo
cuidado preventivo apropriado para UPP.
Percentual (%) de pacientes recebendo avaliação
diária para risco de UPP.
Incidência de UPP.
PLANOS (LOCAIS) DE SEGURANÇA DO
PACIENTE DOS ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE
São planos desenvolvidos pelos Núcleos de Segurança do Paciente
nos estabelecimentos de Saúde.
As ações foram diferenciadas da seguinte forma:
Ações definidas a partir da detecção de um incidente.
Ações (Fatores de Mitigação) que previnem ou moderam a progressão
de um incidente, tomadas depois da ocorrência de um erro que tenha
colocado em cheque os mecanismos de prevenção de incidentes
existentes.
Ações de melhoria para aprimorar ou compensar qualquer dano ao
paciente depois de um incidente.
Ações de redução de risco – para prevenir a ocorrência de um mesmo
incidente ou de incidente similar e para melhorar a resiliência do
sistema.
Ações que busquem compreender a realidade e o perfil assistencial do
ponto de atenção, possibilitando observar os maiores riscos envolvidos
no cuidado.
PLANOS (LOCAIS) DE SEGURANÇA DO
PACIENTE DOS ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE
Para a organização do plano é importante que se
conheça os fatores contribuintes, que são circunstâncias,
ações ou influências que desempenham um papel na
origem ou no desenvolvimento de um incidente ou no
aumento do risco de incidente.
Os fatores podem ser:
I. Humanos – relacionados ao profissional.
II. Sistêmico – relacionados ao ambiente de trabalho.
III. Externos – relacionados a fatores fora da
governabilidade do gestor.
IV. Relacionados ao paciente. Exemplo: não adesão ao
tratamento.
PLANOS (LOCAIS) DE SEGURANÇA DO
PACIENTE DOS ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE
Um plano de segurança do paciente em estabelecimentos
de Saúde será mais preciso, se os Núcleos de Segurança
do Paciente medirem a cultura de segurança existente no
serviço de Saúde.
Existem instrumentos disponíveis para essa medição:
Hospital Survey on Patient Safety Culture, versão
brasileira.
Com esse tipo de instrumento é possível saber, por
exemplo, se um profissional não relata algo que está
ocorrendo de errado em função da pressão
hierárquica, ou, ainda, conhecer o hábito “pular
etapas” quando existe uma sobrecarga de trabalho.
CRIAÇÃO DOS NÚCLEOS DE SEGURANÇA DO
PACIENTE
Os NSPs, previstos na Portaria MS/GM nº 529/2013 e na RDC nº
36/2013/Anvisa, são instâncias que devem ser criadas nos estabelecimentos de
Saúde para promover e apoiar a implementação de iniciativas voltadas à
segurança do paciente.
Os NSPs hospitalares devem estar vinculados organicamente à direção e ter uma
agenda permanente e periódica com a direção geral, a direção técnica/médica e
a coordenação de Enfermagem, e participar de reuniões com as demais instâncias
que gerenciam aspectos da qualidade, reguladas por legislação específica, tais
como a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, Comissão de Revisão de
Óbito, Comissão de Análise de Prontuário, Comissão de Farmácia e Terapêutica,
Gerência de Risco, Gerência de Resíduos, Núcleo de Saúde do Trabalhador, entre
outras.
Os Núcleos de Segurança do Paciente devem, antes de tudo, atuar como
articuladores e incentivadores das demais instâncias do hospital que gerenciam
riscos e ações de qualidade, promovendo complementaridade e sinergias neste
âmbito.
SISTEMA DE NOTIFICAÇÃO DE INCIDENTES
1. não punitivo;
2. confidencial;
3. independente – os dados analisados por organizações;
4. resposta oportuna para os usuários do sistema;
5. orientado para soluções dos problemas notificados;
6. as organizações participantes devem ser responsivas as
mudanças sugeridas.
O sistema pode e deve ser um coadjuvante muito
importante para a implantação dos núcleos e dos
protocolos, assim como uma oportunidade para proposição
de ações de melhoria.
SISTEMA DE NOTIFICAÇÃO DE EVENTOS
ADVERSOS NO BRASIL
No País, o sistema de informação para captação de eventos
adversos relacionados ao processo de cuidado foi elaborado com
base na Classificação Internacional para Segurança do Paciente, da
Aliança Mundial para a Segurança do Paciente da OMS.
O sistema possibilita a opção da notificação por cidadãos
(pacientes, familiares, acompanhantes e cuidadores) e pelos Núcleos
de Segurança do Paciente, recentemente regulamentado pela RDC
nº 36.
Há que se considerar que a linguagem a ser utilizada deve ser
adaptada e amigável, de forma a promover a participação dos
diferentes públicos.
EIXO 2: ENVOLVIMENTO DO CIDADÃO NA
SUA SEGURANÇA
EIXO 2: ENVOLVIMENTO DO CIDADÃO NA
SUA SEGURANÇA
INCLUIR O TEMA
SEGURANÇA DO INCLUIR O TEMA
PACIENTE NA SEGURANÇA DO
EDUCAÇÃO PACIENTE NA PÓS-
PERMANENTE GRADUAÇÃO
INCLUIR O TEMA
SEGURANÇA DO
PACIENTE NAS
GRADUAÇÕES DA
SAÚDE
EIXO 4: O INCREMENTO DE PESQUISA EM
SEGURANÇA DO PACIENTE
# Vídeo.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Documento de
referência para o Programa Nacional de
Segurança do Paciente. Brasília: Ministério da
Saúde, 2014.