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Sumário
HISTÓRIA DA QUALIDADE EM SEGURANÇA DO PACIENTE ............................... 2
ESTRATÉGIAS PARA PROMOVER SEGURANÇA DO PACIENTE: DA
IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS ÀS PRÁTICAS BASEADAS EM EVIDÊNCIAS ...... 9
IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS RISCOS RELACIONADOS À ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM ....................................................................................................... 13
LEVANTAMENTO DE BARREIRAS E OPORTUNIDADES PARA UM CUIDADO
SEGURO.................................................................................................................. 21
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 26
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NOSSA HISTÓRIA
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HISTÓRIA DA QUALIDADE EM SEGURANÇA DO PACIENTE
Historicamente, a qualidade em segurança do paciente esteve relacionada aos
desafios que profissional da saúde deve buscar no aprimoramento da assistência livre
de danos, norteada por eficácia, eficiência e conhecimento técnico-científico
associado a modernas tecnologias.
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Qualidade em segurança do paciente é um tema dinâmico, influenciado
diretamente pela época política, cultural, científica e econômica. O Enfermeiro não
pode ficar atrás ou as margens desse processo. É dever de todos acompanhar o
desenvolvimento das ciências humanas, científicas, culturais e tecnológicas dos
tempos atuais, o que vem implicar não só na necessidade da aquisição de novos
conhecimentos e na atualização dos mesmos.
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morriam em hospitais a cada ano vítimas de Eventos Adversos nos Estados Unidos
da América (EUA).
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importantes para sua segurança e assim melhorando a qualidade dos serviços
prestados por profissionais da assistência.
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Para não ficar às margens diante desse cenário, a enfermagem vem se
estruturando em entidades que fomentam lapidar a segurança do paciente. Entre as
quais, pode-se frisar a criação, em 2008, da Rede Brasileira de Enfermagem e
Segurança do Paciente (Rebraensp) e a Sociedade Brasileira de Enfermagem em
Feridas e Estética.
Por fim, com esse estudo foi possível traçar a linha do tempo abaixo
apresentada com os principais eventos relativos à segurança do paciente.
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Ao traçar a trajetória sobre as transformações da segurança do paciente é
perceptível que desde remotos tempos, ainda que incipiente, já havia uma
responsabilidade acerca da temática. E assim, processou-se que o marco inicial, deu-
se com Florence Nightingale em 1852 e o final com o Programa Nacional de
Segurança do Paciente em 2014.
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ESTRATÉGIAS PARA PROMOVER SEGURANÇA DO
PACIENTE: DA IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS ÀS PRÁTICAS
BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
São crescentes as iniciativas para a promoção da segurança e da qualidade
na assistência à saúde em âmbito mundial, com envolvimento da alta direção das
instituições até seus colaboradores. Como consequência, a meta de qualidade nos
diversos serviços oferecidos à sociedade implica a otimização dos resultados.
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aquisição de segurança para si e para a clientela atendida, suprindo a lacuna
existente no aspecto da segurança do paciente.
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Diante da problemática exposta sobre a cultura de segurança nas
organizações de saúde, examinam-se os fenômenos e o modelo assistencial de
enfermagem que envolvem a segurança do paciente a partir do seguinte
questionamento: que estratégias são utilizadas pelos enfermeiros para promover
segurança do paciente no contexto hospitalar?
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As entrevistas foram gravadas com anuência dos profissionais, a fim de
garantir maior fluência, fidelidade e agilidade ao processo, bem como melhor
interação entre entrevistador e entrevistado. Os registros foram transcritos na íntegra
e, após esta etapa, passaram por processo analítico e descritivo a partir do referencial
da Análise de Conteúdo, considerada uma das técnicas que melhor se adequam à
investigação qualitativa.
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O estudo contou com a participação de 37 enfermeiros assistenciais,
predominantemente do sexo feminino, 32 (86,5%), concursadas da Secretaria de
Saúde do Estado do Ceará (SESA/CE), com faixa etária média de 33 ± 7,3 anos.
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(...) temos riscos de queimadura, tipo de placas de bisturi; dos produtos que a
gente utiliza para assepsia, que podem dar queimadura química; então a gente tem
que estar sempre atento a esses cuidados.
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As concepções dos enfermeiros corroboram as dos pesquisadores que
abordaram falhas no seguimento da rotina, conflitos pessoais e falhas na
comunicação como eventos adversos do tipo institucionais8, os quais devem seguir
o mesmo monitoramento que se realiza nos casos de eventos clínicos ou
assistenciais.
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As falas que se seguem demonstram que os enfermeiros identificam, também,
riscos assistenciais no processo de cuidar, principalmente os relacionados à
administração inadequada de medicamentos:
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[O paciente está exposto a] risco de choque térmico, choque hipovolêmico,
queimaduras e outros.
Não acontece mudança de decúbito e, dessa forma, não tem muito o que fazer
[para prevenir lesões] porque o paciente fica em uma maca.
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devida habilidade técnica ou conhecimentos necessários para consecução segura
dos cuidados de enfermagem.
Por outro lado, cabe ressaltar que a equipe de enfermagem muitas vezes é
responsabilizada pelos erros, temendo julgamentos e reações que podem ocorrer, o
que resulta em subnotificação e falhas no seguimento das situações que incorreram
em erros. Desse modo, é premente a necessidade de se desenvolver programas
educacionais que abordem os tipos de erros e suas causas, discutindo cenários para
entender as causas do problema e propostas de melhoria.
... Acredito que sejam boas práticas que façam com que o ambiente seja
seguro, tranquilo, um ambiente de trabalho bom.
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(...) A equipe de enfermagem deve fazer o transporte com o paciente na
cadeira de roda ou na maca com as grades levantadas por conta da proteção para
diminuir o risco de queda.
... Para não levar infecção para os outros pacientes, tem sempre anotado nas
evoluções, temos também as plaquinhas [indicado os tipos de isolamentos] nos leitos;
preenchemos um impresso com os procedimentos invasivos: sonda, acesso, (...). Isso
é um meio que a gente pode ter para evitar essas infecções.
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interpretar os resultados das pesquisas; criar uma cultura gerencial e organizacional
que favoreça a utilização de pesquisas; garantir recursos humanos e financeiros
compatíveis com necessário; tentar articular os achados da pesquisa a ser
implementada à preferência dos pacientes e de seus familiares.
(...) Entre outras ações que a gente desenvolve, temos o checklist de cirurgia
segura para ver se a sala tá preparada, se é um ambiente seguro, se tem aspirador
montado dentro da sala de cirurgia, a questão dos equipamentos, se tá tudo ok antes
da cirurgia, as medicações... tudo é verificado! (E20)
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Se acontecer comigo um erro, eu vou tentar corrigi-lo, vou tentar fazer com que
o paciente não seja prejudicado por conta disso. O ideal é que a gente sempre passe
para um colega...
Quando se fala em boas práticas, cabe lembrar o fato de que sistema de saúde
não tem sido desenhado para promovê-las. Dessa forma, poucos são os profissionais
de enfermagem do mundo que trabalham em condições apropriadas que lhes
permitam desenvolver os cuidados de enfermagem que aprenderam ou idealizaram
para seus pacientes e familiares.
Todos são bem cientes dos papeis que desempenham aqui dentro e de como
evitar os erros.
... Eu considero a UTI segura, porque tem todo o material necessário e, por
não serem muitos pacientes para cada enfermeira, no caso aqui são quatro para cada
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enfermeira, tem a vantagem de você estar mais próxima dos pacientes e de evitar
que aconteça.
... Por ser um hospital público, tem certos períodos que têm algumas
dificuldades em alguns materiais faltarem, alguns equipamentos falharem, mas
assim, em teoria, hospital foi planejado para oferecer segurança para o paciente.
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perspectiva de profissionais de enfermagem. Encontrou-se que as principais
ameaças detectadas naquele estudo envolveram: a profissão como barreira
corporativa; a organização e infraestrutura da assistência sanitária; variabilidade
clínica, escassa protocolização e ausência de liderança; recursos materiais escassos;
inadequação de proporção de profissionais e falta de trabalho em equipe; pressão
assistencial e tempo; falta de incentivos e motivação; além da ausência de
indicadores confiáveis de segurança18.
Além disso, esta pesquisa pode subsidiar a proposição de novos estudos que
visem a explorar mais as questões relacionadas às estratégias implementadas pelos
enfermeiros para garantia da segurança do paciente no cenário hospitalar,
especialmente quando se sabe que a atuação deste profissional é primordial nesse
contexto, necessitando de estudos que se ocupem de identificar os limites e as
potencialidades dos serviços e dos profissionais para a assistência de qualidade.
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Esta atitude de identificação compartilhada dos riscos pode ser considerada a
primeira estratégia para o estabelecimento da cultura de segurança na instituição.
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adequada e estabelecimento de bom relacionamento interpessoal por meio de
incentivo à comunicação efetiva e ao trabalho em equipe.
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