3 - Segurança Do Paciente

SEGURANÇA DOS PACIENTES NO CONTEXTO
DOS SISTEMAS DE SAÚDE
Prof. Nery Oliveira Jr

O paciente corre algum tipo
de risco durante qualquer
intervenção em instituições
de saúde?
O paciente corre algum tipo
de risco durante qualquer
intervenção em instituições
de saúde?
É possível causar algum tipo de
dano ao paciente durante a
realização de cuidados em saúde?
É possível causar algum tipo de
dano ao paciente durante a
realização de cuidados em saúde?
Infelizmente a resposta a
todos estas perguntas
é...
Infelizmente a resposta a
todos estas perguntas
é...
SIM
Porque é tão importante
falar em Segurança do
Paciente?
Dados de estudos em diversos países
nos últimos 30 anos apontam para o
impressionante número de 5% a 15%
de pacientes que sofrem alguma
espécie de evento adverso quando
hospitalizados.
Tais eventos estão relacionados
diretamente à assistência médica e de
saúde e geral, e não à doença de
base.
Cerca de 50% destes eventos

poderiam ser evitados.
Tais eventos chegam a ser a 8ª causa
de mortalidade nos Estados Unidos e
têm um impacto econômico que
alcança cifras de 29 bilhões de
dólares ao ano.
No Brasil, apesar de não existirem
dados, se seguirmos as estatísticas,
estima-se que ocorram três eventos
adversos ao dia com pacientes
internados, em cada um dos hospitais
do país.
Missão Impossível?
Segurança do paciente –
Contextualizando o tema
- Segurança do paciente: assunto que ganhou importância na última

década.

década.
- Preocupação dos serviços de saúde x fragilidades das práticas em saúde.


década.
- Remete a análise de erros e seus efeitos, liderança e gestão de serviços

e processos, ensino em saúde.

década.
- Remete a análise de erros e seus efeitos, liderança e gestão de serviços

e processos, ensino em saúde.
- Erros em saúde = “algo inevitável”.

Segurança do paciente - histórico
- Segurança do Paciente: temática muito abordada nas duas
últimas décadas em Instituições de Saúde.
- Mundo do trabalho: temática abordada a bastante tempo.
Indústria/construção civil/fábricas:
- Cuidado com a operação de

equipamentos
- Estímulo ao uso de EPIs: capacetes,

luvas, protetores auriculares, óculos
Início das ações em

prol da segurança do
paciente –
Florence Nigthingale
- Lavagem das mãos

- Lavagem das mãos
- Limpeza do ambiente
- Lavagem das mãos
- Controle de infecções
- Lavagem das mãos
- Controle sanitário
- Lavagem das mãos
- Controle sanitário
- Dimensionamento de pessoal
Marco
histórico para
segurança do
paciente
1999: livro-relatório “To error is human: building a

safer health system”

Década de 2000: avaliações de Joint Comission

Internacional (JCI)


Internacional (JCI)


Internacional (JCI)
2002: mobilização da OMS em prol da

qualidade da assistência em saúde


Internacional (JCI)


Internacional (JCI)

2002: ANVISA - Hospitais Sentinelas + capacitação de

profissionais para gerenciar os riscos na área da saúde


Internacional (JCI)



Internacional (JCI)

2004: Aliança Mundial para Segurança do Paciente

World Health Organization (WHO)
Aliança Mundial para Segurança do Paciente - 2004
5 diretrizes para o desenvolvimento de cuidados seguros ao

paciente:
- avaliação e compreensão dos problemas de saúde não seguros

- desenvolvimento de normas e estabelecimento de padrões para redução de
danos
- melhoria do acesso ao conhecimento, a utilização e a avaliação do impacto
- promoção da inovação
- manutenção dos compromissos e reforço da capacidade mundial para
segurança do paciente
Segurança do paciente – WHO
Metas internacionais para a segurança do
paciente
METAS internacionais
Organização Mundial de Saúde (OMS / WHO)
Aliança Mundial para Segurança do Paciente
Joint Comission International (JCI)
“Desenvolver em todo o mundo políticas e práticas que

garantissem a segurança do paciente.”
paciente
Meta 1 - Identificar os pacientes corretamente
Falhas no processo de identificação dos pacientes podem

causar erros graves como a administração de medicamentos
e cirurgias em pacientes “errados”.
Utilizar pelo menos duas formas de identificação do
paciente antes de administrar medicamentos, sangue ou
hemoderivados; antes de coletar amostras para realização
de exames e antes de realizar quaisquer tratamentos ou
procedimentos.
paciente
Meta 2 - Melhorar a efetividade da comunicação

entre profissionais da assistência
Erros de comunicação entre os profissionais da

assistência podem causar danos aos pacientes. Instituir
um procedimento padrão para ordens/prescrições
verbais ou telefônicas ou para informar resultados de
exames, requerendo um processo de "ler de volta".
paciente
Meta 3 - Melhorar a segurança de medicações de

alta vigilância (high-alert medications)
Soluções de eletrólitos em altas concentrações para uso

endovenoso são potencialmente perigosas. Remover
eletrólitos concentrados das unidades de cuidado ao paciente.
paciente
Meta 4 - Assegurar cirurgias com local de

intervenção correto, procedimento correto e
paciente correto.
Cirurgias ou procedimentos invasivos em locais ou membros

errados são erros totalmente preveníveis decorrentes de
falhas na comunicação e na informação.
paciente
Meta 5 - Reduzir o risco de infecções associadas

aos cuidados de saúde
Estar em conformidade com as diretrizes de higiene

publicadas e aceitas.
A OMS estima que, entre 5% e 10% dos pacientes admitidos em hospitais,

adquirem uma ou mais infecções. A higiene das mãos, de acordo com as
diretrizes atuais da OMS e do Center for Disease Control (CDC), é uma
medida primária preventiva fundamental.
paciente
Meta 6 - Reduzir o risco de lesões ao

pacientes, decorrentes de quedas
Avaliar e reavaliar periodicamente o risco de queda

para cada paciente, incluindo o risco potencial
associado ao uso de medicamentos, e implantar ações
para reduzir ou eliminar os riscos identificados.
Segurança do paciente
 É um problema de saúde antigo e de abrangência mundial.
 Trata-se de uma questão ética do cuidado de enfermagem.
 Enfermagem: promover a segurança do paciente contribuindo na

prevenção de ocorrência de erros.
 O sistema de saúde deve ser transformado para promover a segurança

do paciente.
Segurança e proteção são necessidades básicas das

pessoas.
A segurança (ou ausência de perigo, danos ou riscos) é uma

imensa preocupação comum a toda assistência de
enfermagem, sendo segurança do paciente responsabilidade de
todos os trabalhadores na área da saúde.
É preciso proteger os clientes de dano físico e emocional
avaliando e eliminando continuamente ameaças à sua
integridade.
A segurança do paciente deve ser vista como prioridade,

pois é um dos critérios básicos para alcançar a qualidade
assistencial dentro dos hospitais.
Essa preocupação afeta os doentes e seus familiares que

desejam sentir-se confiantes e seguros, acreditando que a
equipe de saúde têm como “missão” principal a prestação
de cuidados com excelência.
Segurança do paciente – conceitos/definições
Primun non
nocere
(Hipócrates)
Apesar das afirmações de Hipócrates há mais de dois mil anos,

até recentemente os eventos adversos, os erros e os incidentes
associados à assistência à saúde eram considerados inevitáveis ou
reconhecidos como atos realizados por profissionais mal
treinados.
Afinal, o que é
segurança do
paciente?
REDUÇÃO
dos riscos
DESNECESSÁRIOS
associados à assistência
até um
MÍNIMO ACEITÁVEL
Refere-se aquilo que é viável diante

REDUÇÃO
do conhecimento e do contexto
dosdosriscos
atual, recursos disponíveis e do
contexto em que a assistência foi
DESNECESSÁRIOS
realizada frente ao risco existente.
associados à assistência
até um
MÍNIMO ACEITÁVEL
MÍNIMO ACEITÁVEL ????

REDUÇÃO
de atos
INSEGUROS
nos processos
ASSISTENCIAIS
e o uso das
MELHORES PRÁTICAS
de forma a alcançar os
MELHORES RESULTADOS POSSÍVEIS
Institute of Medicine Report – 1999
• Demonstrou estatisticamente que de

44.000 a 98.000 americanos morriam a
cada ano vítimas de eventos adversos.
• Estudos posteriores evidenciaram

número elevado de erros relacionados à
prescrição, comunicação,
esquecimentos, equívocos cirúrgicos,
doses erradas de quimioterapia.
“Deve ser constituído um processo para prover

medicamentos aos pacientes de forma segura


Segurança do paciente – conceitos
importantes
 SEGURANÇA: é a redução de risco de danos

desnecessários até o mínimo aceitável.
 Erro: “ato voluntário”, fazer algo errado ou de omissão, deixando de

fazer o que é correto.
 Circunstância: é a situação ou fator que pode influenciar um evento

(agente ou pessoa).
 Evento: é algo que acontece e envolve o paciente.
 Agente: é a sustância, objeto ou sistema que atua para produzir

uma mudança.
(Runciman et al, 2009)
importantes
Eventos adversos são danos não intencionais

decorrentes da assistência em saúde prestada ao
paciente, não relacionados à evolução natural da
doença um
“Deve ser constituído de processo
base. Obrigatoriamente,
para prover os eventos
adversos acarretam lesões mensuráveis e muitas
vezes, irreparáveis nos pacientes afetados, óbito ou

prolongamento do tempo de internação e/ou
recuperação.
importantes
Eventos
medicamentos aos pacientes deadversos
forma segura
importantes
CUIDADO Eventos CUIDADO

IDEAL adversos REAL
importantes
CUIDADO Eventos CUIDADO

IDEAL adversos REAL
importantes
Evento adverso X Reação adversa

importantes
Eventos adversos são danos não intencionais

decorrentes da assistência em saúde prestada ao
paciente, não relacionados à evolução natural da
doença de base. Obrigatoriamente, os eventos
adversos acarretam lesões mensuráveis e muitas
vezes, irreparáveis nos pacientes afetados, óbito

ou prolongamento do tempo de internação e/ou
recuperação.
importantes
Reação adversa é o dano inesperado

resultante de uma ação justificada, no
“Deve qual o processo
ser constituído correto
um processo foi seguido para o
para prover
contexto que o evento ocorreu.
Porque ocorrem os ERROS?
 Falha na comunicação
 Falta de atenção
 Falta de treinamento
eficaz
 Condições de trabalho
 Fadiga física e mental

Porque ocorrem os ERROS?
Fatores humanos que contribuem para os erros
Conhecimentos/ Treinamento, reciclagem, procedimentos

habilidades técnicos, formação.
Psicológicos Estresse, tédio, frustração,
ansiedade, desconhecimento.
Fisiológicos Sono, fadiga, álcool, drogas.
Institucionais Gerenciamento, falhas de equipamentos,

manutenção.
Ambientais Barulho, agitação, calor,
estímulos visuais.
Situações que afetam a qualidade da prática de
enfermagem e a segurança do paciente
 Satisfação com o trabalho
 Quantidade de profissionais
 Excessiva jornada de trabalho
 Lesões ocupacionais
 Violência contra o profissional

Curiosidades ...
Você consegue ler o texto abaixo?
Curiosidades ...
Você consegue ler o texto abaixo?
De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesriddae

ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as lrteas de uma
plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a
piremria e útmlia lrteas etejasm no lgaur crteo. O
rseto pdoe ser uma ttaol bçguana que vcoê
cnocseguee anida ler sem pobrlmea. Itso é poqrue
nós não lmeos cdaa ltrea szoinha, mas a plravaa cmoo
um tdoo. Lgeal, não é msemo?
Segurança do paciente – atualidades e desafios
Segurança do paciente – atualidades
Década de 2000:
- Discussões sobre a segurança do paciente em nível

mundial
- Criação da Rede Brasileira de Enfermagem para

Segurança do Paciente (REBRAENSP)
Quais são os maiores desafios para a Enfermagem
em relação a segurança do paciente?
 Qualificação profissional de enfermeiros assistenciais

 Fundamentar ações práticas em evidências científicas

 Pesquisar e aplicar estudos na prática assistencial

 Estimular a criação de centros para a segurança do paciente

 Criar grupos de referência em segurança do paciente nas Instituições de

saúde

saúde
 Intensificar ações junto a Instituições de saúde e agências reguladoras


saúde
 Intensificar ações junto a Instituições de saúde e agências reguladoras

Quais os principais indicadores de segurança
do paciente
Quais os principais indicadores de segurança
do paciente
Referências
CAPUCHO, Helaine Carneiro. Sistemas manuscrito e informatizado de notificação voluntária de incidentes em

saúde como base para a cultura de segurança do paciente. 2012. Tese (Doutorado em Enfermagem Fundamental)
- Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.
CRUZ, Y.L.; ALGONSO, P.M.; PÉREZ, A.C.D. Seguridad del paciente en la cirugía refractiva con láser. Revista Cubana
de Oftalmología 25(1): 57-64. 2012.
JERICÓ, M.C; PERROCA, M.G; PENHA, V.C. Mensuração de indicadores de qualidade em centro cirúrgico: tempo de
limpeza e intervalo entre cirurgias. Rev. Latino-Am.Enfermagem 19(5): set.-out. 2011.
JOINT COMISSION INTERNATIONAL. Padrões de acreditação da Joint Commission para Hospitais [Internet]. 4ª ed.
Rio de Janeiro: Consórcio Brasileiro de Acreditação de Sistemas e Serviços de Saúde; 2010.
VENDRAMINI, Regiane Cristina Rossi et al . Segurança do paciente em cirurgia oncológica: experiência do Instituto
do Câncer do Estado de São Paulo. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 44, n. 3, set. 2010.
WACHTER, R.M. Compreendendo a segurança do paciente. Porto Alegre: Artmed; 2010.
World Health Organization. Patient Safety: RapidAssessment Methods for Estimating Hazards. Genebra;2003.

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DOS SISTEMAS DE SAÚDE

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Cerca de 50% destes eventos

- Segurança do paciente: assunto que ganhou importância na última

- Segurança do paciente: assunto que ganhou importância na última

- Preocupação dos serviços de saúde x fragilidades das práticas em saúde.

- Segurança do paciente: assunto que ganhou importância na última

- Preocupação dos serviços de saúde x fragilidades das práticas em saúde.

- Remete a análise de erros e seus efeitos, liderança e gestão de serviços

- Segurança do paciente: assunto que ganhou importância na última

- Preocupação dos serviços de saúde x fragilidades das práticas em saúde.

- Remete a análise de erros e seus efeitos, liderança e gestão de serviços

- Erros em saúde = “algo inevitável”.

- Mundo do trabalho: temática abordada a bastante tempo.

- Cuidado com a operação de

- Estímulo ao uso de EPIs: capacetes,

Início das ações em

- Lavagem das mãos

- Lavagem das mãos

- Lavagem das mãos

- Lavagem das mãos

- Lavagem das mãos

1999: livro-relatório “To error is human: building a

1999: livro-relatório “To error is human: building a

Década de 2000: avaliações de Joint Comission

1999: livro-relatório “To error is human: building a

Década de 2000: avaliações de Joint Comission

1999: livro-relatório “To error is human: building a

Década de 2000: avaliações de Joint Comission

2002: mobilização da OMS em prol da

1999: livro-relatório “To error is human: building a

Década de 2000: avaliações de Joint Comission

2002: mobilização da OMS em prol da

Década de 2000: avaliações de Joint Comission

2002: mobilização da OMS em prol da

2002: ANVISA - Hospitais Sentinelas + capacitação de

1999: livro-relatório “To error is human: building a

Década de 2000: avaliações de Joint Comission

2002: mobilização da OMS em prol da

1999: livro-relatório “To error is human: building a

Década de 2000: avaliações de Joint Comission

2002: mobilização da OMS em prol da

2004: Aliança Mundial para Segurança do Paciente

5 diretrizes para o desenvolvimento de cuidados seguros ao

- avaliação e compreensão dos problemas de saúde não seguros

Aliança Mundial para Segurança do Paciente

Joint Comission International (JCI)

“Desenvolver em todo o mundo políticas e práticas que

Meta 1 - Identificar os pacientes corretamente

Falhas no processo de identificação dos pacientes podem

Meta 2 - Melhorar a efetividade da comunicação

Erros de comunicação entre os profissionais da

Meta 3 - Melhorar a segurança de medicações de

Soluções de eletrólitos em altas concentrações para uso

Meta 4 - Assegurar cirurgias com local de

Cirurgias ou procedimentos invasivos em locais ou membros

Meta 5 - Reduzir o risco de infecções associadas

Estar em conformidade com as diretrizes de higiene

A OMS estima que, entre 5% e 10% dos pacientes admitidos em hospitais,

Meta 6 - Reduzir o risco de lesões ao

Avaliar e reavaliar periodicamente o risco de queda

 É um problema de saúde antigo e de abrangência mundial.