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Certificação x Acreditação

Ferramentas da Qualidade
Certificação X Acreditação

• Os dois instrumentos se complementam, mas possuem


diferenças sutis entre si. Ambos se referem à conformidade às
leis, regulamentos e normas técnicas elaboradas por
entidades certificadoras, que atestam que uma determinada
instituição de saúde possui produtos e serviços de elevado
grau de segurança e qualidade.
• Representam proteção aos pacientes e garantem
uma relevante vantagem competitiva aos estabelecimentos
de saúde credenciados, já que os posicionam em um patamar
diferenciado de prestação de serviços.
Certificação X Acreditação

• Outra diferença fundamental entre ambas está no escopo da


avaliação:

➢ Certificação: é a empresa que define o escopo do que será


mensurado, isto é, se serão todos os processos da empresa
submetidos à valoração ou apenas parte deles.

➢ Acreditação: o escopo é definido pela Norma de Acreditação.


Certificação

• Procedimento por meio do qual um organismo imparcial de


notório reconhecimento público atesta por escrito que os
produtos, processos ou sistemas de qualidade de uma
instituição estão de acordo com requisitos especificados.

Exemplo: Programa de certificação para a saúde e segurança


ocupacional.
Acreditação

• Reconhecimento formal (por uma autoridade acreditada)


acerca da competência de um hospital para desenvolver
tarefas específicas, de acordo com critério pré-definidos.

• Exemplo: ONA – Organização Nacional de Acreditação, JCI -


Joint Commission International , NIAHO – Acreditação
Nacional Integrada para Organizações de Saúde, etc.
Acreditação - ONA

Nível 1 - Acreditado
• A organização de saúde cumpre ou supera, em 70% ou mais,
os padrões de qualidade e segurança definidos pela ONA.
• São avaliadas todas as áreas de atividades da instituição,
incluindo aspectos estruturais e assistenciais.
• Certificado válido por dois anos.
Acreditação - ONA

Nível 2 - Acreditado Pleno


A organização precisa atender a dois critérios:
• cumprir ou superar, em 80% ou mais, os padrões de qualidade
e segurança;
• cumprir ou superar, em 70% ou mais, os padrões ONA de
gestão integrada, com processos ocorrendo de maneira fluida
e plena comunicação entre as atividades.

• Certificado válido por dois anos.


Acreditação - ONA
Nível 3 - Acreditado com Excelência
A organização precisa atender a três critérios:
• cumprir ou superar, em 90% ou mais, os padrões de qualidade
e segurança;
• cumprir ou superar, em 80% ou mais, os padrões de gestão
integrada;
• cumprir ou superar, em 70% ou mais, os padrões ONA de
Excelência em Gestão, demonstrando uma cultura
organizacional de melhoria contínua com maturidade
institucional.
• Certificado válido por três anos.
ACREDITAÇÃO - JOINT COMISSION

The Joint Commission (TJC), antes designada como Joint


Commission on Accreditation of Healthcare Organizations
(JCAHO), também conhecida como Joint Commission
International (JCI), é um organismo de acreditação de unidades
de saúde baseada nos Estados Unidos. É uma instituição sem fins
lucrativos que tem acreditadas mais de 19 000 organizações e
programas de saúde nos Estados Unidos
ACREDITAÇÃO - JOINT COMISSION

• A The Joint Commission dos Estados Unidos e seu braço


internacional, a Joint Commission International (JCI),
são parceiras da OMS na coordenação do Centro
Colaborador Para Segurança do Paciente.
• JCI incorporou um conjunto de soluções que tratam as
questões consideradas de maior risco e gravidade
durante a assistência ao paciente.
• As seis Metas Internacionais de Segurança do Paciente
são soluções que têm como objetivo promover
melhorias específicas em áreas problemáticas na
assistência.
ACREDITAÇÃO - JOINT COMISSION

Meta 1: Identificação correta do paciente


ACREDITAÇÃO - JOINT COMISSION

Meta 2: comunicação efetiva


ACREDITAÇÃO - JOINT COMISSION

Meta 3: Melhorar a segurança dos medicamentos de alta


vigilância
ACREDITAÇÃO - JOINT COMISSION

Meta 4: Cirurgia Segura – garantia do local correto, do


procedimento correto e cirurgia no paciente correto
ACREDITAÇÃO - JOINT COMISSION

Meta 5: Reduzir o risco de infecções associadas a cuidados


assistenciais.
ACREDITAÇÃO - JOINT COMISSION

Meta 6: Reduzir o risco de danos aos pacientes resultantes de


quedas
Programa Nacional de Segurança do
Paciente
Programa Nacional de Segurança
do Paciente

Portaria MS nº 529/2013

• Objetivo: promover e apoiar a implementação de iniciativas


voltadas a segurança do paciente em diferentes áreas de
atenção, organização e gestão de serviços de saúde, por meio
da implantação da gestão de risco e dos núcleos de segurança
do paciente nos estabelecimentos de saúde.
Programa Nacional de Segurança
do Paciente

• Segurança do paciente: redução ao um mínimo aceitável do


risco de dano desnecessário associado ao cuidado a saúde.

• Dano: comprometimento da estrutura ou função do corpo


e/ou qualquer efeito dele oriundo, incluindo-se doenças,
lesões, sofrimento, morte, incapacidade ou disfunção,
podendo assim ser físico, social e psicológico.

• Incidente: evento ou circunstância que poderia ter resultado,


ou resultou, em dano desnecessário ao paciente.
Programa Nacional de Segurança
do Paciente

• Evento adverso: incidente que resultou em dano ao paciente.


• Cultura de segurança: conjunto de valores, atitudes ,
competências e comportamento que determinam o
comprometimento com a gestão da saúde e segurança
substituindo a culpa e a punição pela oportunidade de
aprender com as falhas e melhorar a atenção à saúde.
• Gestão de risco: aplicação sistêmica e continua de políticas,
procedimentos, condutas e recursos na identificação, análise,
avaliação, comunicação e controle de risco e eventos adversos
que afetam a segurança, a saúde humana, a integridade
profissional, o meio ambiente e a imagem institucional.
Programa Nacional de Segurança
do Paciente

RDC/ANVISA nº 36/2013 institui ações para a segurança do paciente em


serviços de saúde. Criação do Núcleo de Segurança do Paciente e Plano de
Segurança do Paciente em todas os estabelecimento de saúde públicos e
privados.
• Portaria MS nº 1.377/2013 aprova os protocolos básicos de segurança do
paciente:
➢ Identificação do paciente,
➢ higienização da mãos,
➢ prevenção de lesão por pressão,
➢ cirurgia segura,
➢ prevenção de quedas,
➢ segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos.
Programa Nacional de Segurança
do Paciente - PNSP
Sistema de
Programa Nacional de Segurança do Paciente
Saúde

Núcleo de Segurança do Paciente


Serviço de Saúde
Plano de Segurança do Paciente

Processos de Protocolos de Segurança do Paciente


Trabalho
Panorama Mundial

• Todos os anos, 134 milhões de eventos adversos ocorrem devido a


cuidados inseguros em países de baixa e média renda, o que contribui para
que 2,6 milhões de pessoas venham à óbito anualmente.

• Estima-se que 1 em cada 10 pacientes internados em países de alta renda


sofre algum dano e que 1 em cada 4 atendimentos na atenção primária e
ambulatorial resulta em dano ao paciente. Porém, desse montante, 80%
são evitáveis.

• Considerando que erros de medicação geram custo aproximado de US$ 42


bilhões por ano.
Panorama no Brasil

• Dados do Observatório Nacional de Segurança Viária indicam a morte de


aproximadamente 129 brasileiros por acidente de trânsito a cada dia;
• Anuário Brasileiro de Segurança Pública (produzido pelo Fórum Brasileiro
de Segurança Pública) aponta cerca de 164 mortes violentas (por homicídio
e latrocínio, entre outros) por dia;
• Câncer mata 480 a 520 brasileiros por dia, segundo o Instituto Nacional de
Câncer (INCA).

• Óbito de 302.610 (por dia 829 pessoas) brasileiros em hospitais públicos


ou privados como consequência de um “evento adverso”, no ano 2016.

• Fonte: IBSP
“Segurança do Paciente: uma prioridade global
de saúde”

• Em maio de 2019, 72ª Assembleia Mundial de Saúde


estabeleceram 17 de setembro como o Dia Mundial da
Segurança do Paciente.
Programa Nacional de Segurança do Paciente
-PNSP

• Alves (2013) relata que um evento adverso que evolui para


óbito representa a ponta do iceberg que esconde uma série
de outros eventos adversos menores incluindo quase erros.

• A própria carga depreciativa do erro e mecanismos de defesa


psíquicos fazem com que os erros sejam subestimados,
relegados ou mesmo esquecidos pelos profissionais.
Programa Nacional de Segurança do Paciente
-PNSP
IBSP – Instituto Brasileiro Segurança do Paciente

Interrupções:
• Durante dez dias, pesquisadores observaram o processo
de preparo e administração de medicamentos pela
enfermagem nas instituições. Contaram 1,7 erro por dose
administrada aos pacientes – de manuseio e preparo
inadequado a não identificação do paciente, antissepsia
inadequada e horário errado de administração. Em um dos
hospitais, 53,6% dessas falhas estavam associadas a
interrupções. No segundo hospital, 24,4% tinham relação com
interferências externas.

Fonte: IBSP
Em 51% das vezes, atividades relacionadas
à medicação foram interrompidas, o que
resultou em incidentes. Em 24%, a distração
aconteceu durante a administração
do medicamento. As consequências variaram: de
dose errada (10%) a dose esquecida (7%), de
medicamento errado (4,5%) a paciente errado
(4,5%). Em 17% a interrupção aconteceu no
pedido, resultando em dose errada (7%),
medicamento errado (5,5%) ou esquecido (4%).
Em 10% dos casos, a interrupção aconteceu no
preparo.
Referências

• ALVES, E.A.V. Segurança do paciente: do erro à prevenção do risco.


Cad.IberAmer.Direito.Sanit. Brasília, v.2, n.2, jul/dez, 2013.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Segurança do
Paciente. Brasília, DF, 2013.
• MENDES, W.; SOUSA, P. (Org.). Segurança do paciente: conhecendo os
riscos nas organizações de saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2014. v. 1.
• IBSP- Instituto Brasileiro para a segurança do paciente,
www.segurançadopaciente.com.br
• ISMP – Instituto para práticas seguras no uso de medicamentos,
www.ismp-brasil.org
• SOBRASP – Sociedade Brasileira para a qualidade do cuidado e segurança
do paciente, www.sobrasp.org.br

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