Resenha sobre a RDC N36, 25 DE JULHO DE 2013. Matheus Araújo, P3, 2023.2.
A Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), apresentada neste documento, representa um importante marco na promoção da segurança do paciente e na busca pela melhoria da qualidade dos serviços de saúde no Brasil. Este documento detalha as diretrizes, obrigações e princípios que devem ser seguidos por todas as instituições de saúde, sejam elas públicas, privadas, filantrópicas, civis ou militares, incluindo aquelas envolvidas em atividades de ensino e pesquisa. A resolução visa criar um ambiente seguro para pacientes, garantindo que os serviços de saúde sejam entregues com padrões de qualidade adequados e que os riscos associados à assistência à saúde sejam minimizados. O cerne desta resolução é a criação do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP), uma instância fundamental dentro das instituições de saúde que será responsável por coordenar e implementar as ações do Plano de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde (PSP). O NSP terá a autoridade, responsabilidade e recursos necessários para cumprir suas funções, incluindo a identificação, análise, avaliação, monitoramento e comunicação dos riscos associados ao atendimento médico. Para garantir o funcionamento eficaz do NSP, a direção da instituição de saúde deve disponibilizar recursos humanos, financeiros, equipamentos e materiais adequados. Além disso, o NSP deve seguir princípios fundamentais, como a melhoria contínua dos processos de cuidado, a disseminação da cultura de segurança, a integração dos processos de gestão de risco e a garantia das boas práticas de funcionamento do serviço de saúde. Esses princípios visam criar uma cultura de segurança onde a aprendizagem com erros e falhas substitua a culpa e a punição, promovendo assim um ambiente mais seguro e colaborativo. O PSP elaborado pelo NSP deve abordar diversas áreas críticas, incluindo a identificação do paciente, higiene das mãos, segurança cirúrgica, prescrição e administração de medicamentos, uso de equipamentos e materiais, entre outras. É importante destacar que o PSP deve ser dinâmico e estar sempre atualizado para se adaptar às mudanças nas práticas de saúde e nas necessidades dos pacientes. Outro elemento essencial desta resolução é a obrigatoriedade da notificação de eventos adversos. Os eventos adversos devem ser notificados mensalmente pelo NSP, e os casos que resultem em óbito devem ser notificados em até 72 horas. A ANVISA, em colaboração com o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, será responsável por monitorar e analisar os dados sobre eventos adversos e divulgar relatórios anuais. Para garantir a implementação eficaz das diretrizes desta resolução, as instituições de saúde têm um prazo de 120 dias para estruturar os NSPs e elaborar os PSPs, com mais 150 dias para iniciar a notificação mensal de eventos adversos a partir da data de publicação. Qualquer descumprimento dessas disposições constitui uma infração sanitária, sujeita a penalidades legais. Em resumo, esta Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA é um passo crucial na promoção da segurança do paciente e na melhoria da qualidade dos serviços de saúde no Brasil. Ela estabelece diretrizes claras para a criação e funcionamento do Núcleo de Segurança do Paciente, a elaboração do Plano de Segurança do Paciente e a notificação de eventos adversos. Ao fazer isso, busca-se criar um ambiente de saúde mais seguro, onde o bem- estar dos pacientes é priorizado e a cultura de segurança é promovida em todas as instâncias das instituições de saúde do país. Essa iniciativa representa um avanço significativo no campo da saúde pública e na proteção dos direitos dos pacientes.