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Aspectos-chave
► O apoio matricial na saúde é um modelo de cuidados colaborativos
em que equipes de serviços diferentes trabalham de forma integrada
no cuidado da população. Neste capítulo, refere-se à integração de
especialistas com equipes de referência da atenção primária à saúde
(APS) (equipes de saúde da família), mantendo o cuidado sob
coordenação destas.
► O apoio matricial tem dois componentes: suporte pedagógico,
representado por discussão de casos, atendimentos conjuntos e
outras atividades colaborativas do apoiador com as equipes de saúde
da família; e retaguarda assistencial, representada por atendimentos
e outras intervenções específicas do apoiador junto aos usuários. O
equilíbrio entre os dois componentes é crucial para o sucesso da
integração entre as equipes.
► No apoio matricial, o especialista elabora planos terapêuticos em
conjunto com as equipes de saúde da família e maneja os problemas
de forma compartilhada. Mesmo quando o apoiador realiza
atendimentos específicos, não há transferência da responsabilidade
pelas pessoas ou fragmentação da comunicação, como ocorre com
referenciamentos tradicionais.
► A gestão do apoio deve ser feita conjuntamente por meio de
encontros entre os profissionais, para definição contínua de papéis
dos profissionais na atenção compartilhada, planejamento e
execução de intervenções conjuntas e educação permanente. A
atuação específica de cada profissional deve ser definida a partir das
demandas da população local e das equipes de saúde da família.
► Estudos qualitativos e análises de dados secundários sugerem
benefícios do apoio matricial na APS, mas não há evidências diretas
da efetividade do modelo. Existem, no entanto, evidências sobre a
efetividade de modelos internacionais nos quais o apoio matricial se
baseia, como os cuidados colaborativos.
► As evidências sobre cuidados colaborativos apontam resultados
positivos no processo de cuidado (p. ex., detecção ou prescrição), na
adesão e na satisfação dos usuários, e em desfechos de saúde para
problemas como depressão, ansiedade e diabetes.
► Para a implantação de mudanças efetivas e duradouras na interface
entre APS e especializada, é necessária reforma simultânea dos
aspectos clínicos, estruturais e organizacionais da atenção, por meio
de atividades colaborativas diretas, comunicação facilitada entre as
equipes, definição de papéis profissionais na atenção compartilhada
e suporte institucional à integração.