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Quais as potencialidades e desafios comuns a essas três ferramentas (colegiado de gestão, apoio

institucional, apoio matricial)? Elabore também uma reflexão sobre as diferenças entre esse modelo de
cuidado e a visão hospitalocêntrica, anterior à reforma psiquiátrica

O Colegiado deve instituir processo de planejamento regional, que defina


as prioridades, as responsabilidades de cada ente, as bases para a
programação pactuada integrada da atenção à saúde, o desenho do
processo regulatório, as estratégias de qualificação do controle social, as
linhas de investimento e o apoio para o processo de planejamento local
(BRASIL, 2006A, P.21).
Assim, o CGR passa a ser o espaço que consolida a dinâmica política
entre os entes federados no nível das regiões de saúde, a exemplo do
papel cumprido pelos CIBs e CIT em seus respectivos níveis (ELIAS;
DOURADO, 2011).
Levando isso em consideração, pode-se dizer que novos instrumentos vêm
ao auxílio das necessidades do sistema de saúde brasileiro, ao mesmo
tempo em que o CGR surge como espaço privilegiado de viabilização da
cooperação entre os gestores, gerando pactos profundamente necessários
para que novos avanços - em especial no sentido da integralidade - sejam
possíveis.
Já o apoio institucional (AI) é uma função, ou metodologia de trabalho
gerencial, direcionada a coletivos organizados para a produção de saúde,
que visa a promover a análise e a gestão compartilhadas do trabalho, em
contraposição às principais características dos modos tradicionais de
administração. Nesse sentido, objetiva a democratização das instituições e
procura evidenciar as relações intrínsecas entre a oferta de serviços que
atendam a necessidades sociais, à configuração das organizações que os
provêm e à formação subjetiva dos profissionais que nelas atuam. No
âmbito da Atenção Básica (AB), escopo de reflexão deste trabalho, o AI foi
também incorporado como uma função gerencial de suporte à
implementação e consolidação da Política Nacional de Atenção Básica
(Pnab), principalmente no tocante à sua adequação aos contextos e
políticas locorregionais. O Apoio Matricial, também chamado de
matriciamento, é um modo de realizar a atenção em saúde de forma
compartilhada com vistas à integralidade e à resolubilidade da atenção, por
meio do trabalho interdisciplinar 1,2. Na Atenção Básica em Saúde (ABS)/
Atenção Primária em Saúde (APS), ele pode se conformar através da
relação entre equipes de Saúde da Família (equipes de SF) e Núcleos de
Apoio à Saúde da Família (NASF), configurando-se de diferentes formas
através de suas duas dimensões: técnico-pedagógica e assistencial 1,2,3.
Na dimensão técnico-pedagógica, estão incluídas as ações conjuntas entre
profissionais do NASF e das equipes vinculadas, considerando-se as
necessidades de cada indivíduo, família ou comunidade em questão e as
possibilidades de integração3. Tais ações são importantes estratégias para
a educação permanente das equipes de SF, uma vez que o
compartilhamento de saberes e práticas promovem o “aprender no fazer
em conjunto”. São possibilidades de configuração das ações conjuntas 3:
Reuniões de matriciamento: reuniões periódicas, no mínimo realizadas
mensalmente, entre cada um dos profissionais do NASF com cada equipe
de SF vinculada, com o objetivo de discutir casos e temas, pactuar ações,
avaliar seus resultados e repactuar novas estratégias para a produção do
cuidado.

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