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RESENHA

I IDENTIFICAÇÃO DA OBRA

MORRISON, J. Entrevista inicial em saúde mental. Capítulo 3 – Desenvolvendo


rapport, pag. 30. Porto Alegre: Artmed, 2010.

II RESUMO DAS IDEIAS DO AUTOR

O rapport é o sentimento de harmonia e de confiança que deve existir entre o


paciente e o clínico. A confiança desenvolvida nos minutos iniciais da primeira seção
pode aumentar imensamente a capacidade do paciente de lidar com a terapia.
Quando o paciente sente o interesse do terapeuta a probabilidade de se manter no
tratamento é maior. A construção de um rapport positivo na fase inicial ajuda o
paciente a falar mais espontaneamente e revelar dados pessoais importantes. O
paciente geralmente está aberto à construção de um bom rapport, pois chega
procurando ajuda e espera obtê-la. Ainda assim o terapeuta pode usar certos
comportamentos para acelerar o crescimento do rapport, como a postura, que não
precisa ser rígida e nem descontraída demais. É importante evitar sinais e
expressões que demonstrem ou possam ser interpretados como desaprovação, por
isso deve-se manter atento às próprias expressões. A postura do paciente dá sinais
de como o terapeuta deve se comportar neste primeiro momento. Se o paciente se
mostra deprimido é preciso se aproximar para demonstrar preocupação, se
demonstra hostilidade é necessário se afastar, a fim de diminuir a tensão.
A maneira como o terapeuta se sente em relação ao paciente pode ter
consequências importantes. Se os sentimentos para com o paciente forem positivos,
a postura pode servir como incentivo para que mais informações delicadas sejam
reveladas. Se por outro lado os sentimentos forem de incomodo, é preciso avaliar a
natureza destes sentimentos, pois o paciente pode perceber esses sentimentos
como desaprovação. O objetivo é demonstrar empatia, colocar-se no lugar do
paciente, buscar entender a motivação por detrás do comportamento, sem
necessariamente concordar com este comportamento. Para um bom rapport o
paciente deve sentir que é compreendido e aceito, não no sentido de saber como
exatamente ele se sente, mas sentindo que o terapeuta se importa verdadeiramente
com ele e com seu sofrimento. É importante considerar o uso do humor, mas de
forma cuidadosa, rir com o paciente e não do paciente.
Em algum momento um erro será cometido, e considerando todo o contexto,
pode ser um erro de menor relevância, então é necessário tomar uma atitude
imediata para consertá-lo de forma honesta. Para o desenvolvimento de um bom
rapport também é preciso usar uma linguagem acessível ao paciente, escutá-lo e
usar termos de seu vocabulário. A maneira que o terapeuta fala deve ser orientada
pela necessidade de clareza e de rapport. Termos neutros evitam a transmissão de
mensagens negativas, e termos científicos pode fazer o paciente se sentir diminuído
intelectualmente. O sentido das palavras e expressões quase sempre será diferente
para terapeuta e paciente, é preciso compreender com clareza o que o paciente diz.
Às vezes pode ocorrer de o paciente solicitar informações pessoais do terapeuta,
por curiosidade, por busca de identificação ou para desviar o foco de algum assunto,
porém nenhuma informação deve ser passada, exceto em casos que seja relevante
ao processo terapêutico, pois o foco é sempre o paciente. É significativo demonstrar
habilidade e competência, mas na medida certa, para que o paciente não fique
desconfortável, ele deve se sentir totalmente à vontade para ser como é. E durante o
percurso surgirão pacientes com os quais o terapeuta não conseguirá trabalhar, e
nesses casos é necessário entender os reais motivos e qual o melhor
encaminhamento para o caso.

III OPNIÃO SOBRE O TEXTO LIDO

O texto Desenvolvendo rapport traz uma grande contribuição ao entendimento


de como deve a atuação do psicólogo para a formação de vínculo entre terapeuta e
paciente nos primeiros atendimentos. James Morrison descreve de forma clara e
simples os principais conceitos relacionados ao desenvolvimento do rapport,
exemplificando cada item e sugerindo como proceder, porém proporcionando
liberdade e autonomia para que o terapeuta construa sua forma de atuar a partir
destes princípios. Ele nos leva a compreender melhor como o comportamento do
terapeuta, neste primeiro momento, interfere fortemente na continuação do processo
terapêutico. Este texto também nos leva a questionamentos sobre quais
competências e habilidades devem ser desenvolvidas para integrar a prática
profissional.

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