Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CAMPUS LIBERDADE
SESSÃO 1
I – Relato da Sessão:
As estagiárias terapeutas se direcionaram até a recepção do NEAP para buscar o TCLE dos
pacientes. Foram informadas que alguns deles já estavam aguardando para atendimento, as
mesmas foram até eles para verificar quem havia chego, e apenas 02 integrantes estavam
presentes, então foi solicitado a eles que aguardassem mais 10 minutos até que os demais
também chegassem. Passando-se os 10 minutos, as estagiárias retornaram ao local para
dar, mesmo que o restante dos pacientes não houvesse comparecido. Com isso, se
deslocaram para sala de atendimento.
Já acomodados no local, as estagiárias terapeutas Luana e Emillin se apresentaram (ao
longo do relatório a identificaremos Luana como T1 e Emillin como T2). T1 iniciou o rapport
e prosseguiu para o enquadre, informando os pacientes sobre horários de atendimento,
frequência de atendimentos que serão realizados quinzenalmente, além das faltas, atrasos e
o sigilo. Também foi explicado que haveria um revezamento entre as estagiárias terapeutas
sobre condução dos atendimentos.
T1: Gostaria que vocês pensassem nesse local como um espaço de escuta e acolhimento
seguro para que vocês possam se abrir e colocar suas questões… pensando nisso, vou
pedir que vocês se apresentem, digam seus nomes, idade, profissão e como conheceram e
por quê buscaram o serviço do NEAP.
Paciente K.: Meu nome é K., tenho 43 anos, trabalho com cartografia e sou estudante do
nono semestre do curso de engenharia ambiental. Eu estava algum tempo buscando um
pela falta de educação e pela falta de compromisso, por exemplo no meu trabalho tenho que
fazer o serviço dos outros, pois elas fazem um serviço de porco.
Há sete anos eu morava no Rio de Janeiro e vim para São Paulo, e entrei nesse meu atual
trabalho, e estou lá desde então. Eu sou caçula de 05 irmãos, todos eles já são casados e
têm a suas vidas, a minha mãe é viúva e eu morava com ela, mas ela sempre foi uma
pessoa difícil e já tentou morar com todos os filhos e nunca deu certo… - paciente faz uma
pausa e chora - Eu percebia que todos estavam dando continuidade em suas vidas, mas eu
continuava ali, então decidir mudar e criar uma distância geográfica para que eu pudesse
cuidar da minha vida, e com essa decisão eu sabia que viria para cá sozinha, mas isso não
me incomodava e dependeria única e exclusivamente de mim. - A paciente pede desculpas
por ter chorado e por ter tomado tempo do outro participante.
T1: Vocês têm algum relacionamento afetivo, tem filhos?
Paciente R.: Eu tenho 03 filhos, um deles tem 38 anos e mora na Suíça, junto com minha ex.
Os outros 02 são do meu relacionamento anterior, em que fui casado 26 anos, um tem 23
anos e inclusive ele faz Psicologia na FMU e a outra é uma mulher de 25 anos. Sempre
estive presente na vida deles e nunca faltei com nada, inclusive pago a faculdade do meu
filho. Sempre tive responsabilidade, inclusive enquanto estava casado meus amigos tiravam
sarro, mas eu dizia que era casado e era fiel, mesmo assim ela me expulsou da casa que eu
construí, e fui morar na praia, mas era desgastante pois eu fazia faculdade e trabalhava,
então tive que voltar para casa dos meus pais…, mas foi horrível! Nunca tive um bom
relacionamento com meu pai, mas não quero falar disso agora. E teve essa última aí, que
deu uns rolos, mas é isso aí e acabou. Complicado…
Paciente K. Eu tive um namorado quando morava no Rio, ficamos juntos por 12 anos, mas
era um relacionamento que não engatou, e agora tenho um atual namorado, que inclusive
também é professor, e eu sei o quanto a profissão é difícil, inclusive tenho que parabenizar
vocês. - Neste momento olhou em direção ao paciente R.
A estagiária terapeuta Emillin, pegou o cartaz que continha a seguinte frase: “Eu me dou
permissão para sentir”, com o objetivo de que os pacientes completassem a frase com seus
sentimentos. Ambos fizeram uma pausa e refletiram.
Paciente K.: Eu me permito não enlouquecer, não enlouquecer com meu chefe, com a
desorganização da minha casa, com a questão da insônia…vou ser sincera, quando eu
durmo eu tenho a sensação de que dormi numa cama de pedra e isso estraga todo o meu
dia.
Núcleo de Estudo e Atendimento Psicológico – NEAP
Rua Prof. João de Oliveira Torres,306 03337-010 São Paulo – SP Fone (11) 2268 0867
neap.af@cruzeirodosul.edu.br www.cruzeirodosul.edu.br
Página 3 de 6
Núcleo de Estudo e Atendimento Psicológico - NEAP
Paciente R.: Eu me dou permissão para ser atravessado por todas as sensações e sentimos
que a vida permitir sentir.
T2: Que sensações ou que sentimentos seriam esses?
Paciente R. enfático respondeu: Raiva, medo... alegria.
T1: Você nos dar um exemplo de uma situação?
Paciente R.: por exemplo, a raiva… a raiva, as vezes é por um motivo banal ou por um real
motivo.
T1: Você poderia contar uma situação em que sentiu raiva?
Paciente R.: - com uma longa pausa, responde - No trânsito.
Paciente K.: Ah verdade, a raiva! Às vezes no meu trabalho por exemplo, a mudança para o
remoto foi boa, porque em alguns momentos eu estava a ponto de explodir e socar a cara
de alguém, eu não sou uma pessoa agressiva, mas me irrita o trânsito, o metrô…
Até voltando um pouco nessa questão do se permitir, eu me permito falar não, porque em
alguns momentos até com minhas amigas eu me sinto irritada, pois me chamam para sair e
eu não tenho vontade e acabo indo, mesmo não curtindo. Eu me permito não chorar…
T2: E por que não se permitir chorar?
Paciente K: Ah minha filha… porque se eu for chorar, eu passo o dia inteiro chorando.
T1: O que vocês fazem para se divertir?
Paciente R.: Eu gosto de jogar sinuca com meus amigos… fora que que a minha vida é
prazerosa pois eu sou artista, eu tenho um trabalho paralelo, sou pintor e faço algumas
pinturas.
Paciente K.: Eu gosto de descansar, e às vezes esse meu namorado vai em casa e a gente
assisti um filme e saímos para comer.
T2: - Se direcionou para R. dizendo: Me chamou a atenção você falar de ter um trabalho
que, de certa forma te traz prazer, pois isto é um ponto muito importante na vida. Ter um
trabalho prazeroso, ou seja, fazer o que se gosta é algo motivador, nos recursos para
enfrentar aspectos da nossa vida, não se torna um fardo, ele nos gratifica.
Paciente R.: Veja bem Emillin, não é bem assim, pois eu trabalho com pintura e isso é muito
desgastante, pois me cobro o tempo todo, sou perfeccionista e quero entregar o melhor,
então não é bem dessa forma.
Paciente K.: Se direcionou para T2 e disse: É interessante o que falou, pois eu gosto do que
faço, mas eu me sinto sobrecarregada, por ter que trabalhar e estudar, e eu não quero
perder isso.
Núcleo de Estudo e Atendimento Psicológico – NEAP
Rua Prof. João de Oliveira Torres,306 03337-010 São Paulo – SP Fone (11) 2268 0867
neap.af@cruzeirodosul.edu.br www.cruzeirodosul.edu.br
Página 4 de 6
Núcleo de Estudo e Atendimento Psicológico - NEAP
II – Impressões Pessoais:
__________________________
Emillin Caldeira Peverari
Estagiária-terapeuta
__________________________
Luana Silva Siqueira
Estagiária-terapeuta
__________________________
Profº M.e. Valter Ferreira Perea
Supervisor