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17/04/2023, 14:03 Segurança do paciente cirúrgico

Segurança do
paciente cirúrgico
Prof.ª Loreta Lacerda Cáo Toffano

Descrição

Protocolo de cirurgia segura, prevenção de infecção de sítio cirúrgico: conceito e identificação dos cuidados
relacionados à eletrocirurgia e gestão de enfermagem no perioperatório.

Propósito

O conhecimento sobre protocolos relacionados ao cuidado do paciente cirúrgico possibilita uma assistência à saúde
segura e de qualidade em todas as etapas de uma cirurgia.

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Objetivos

Módulo 1

Protocolo de cirurgia segura


Analisar o protocolo de cirurgia segura.

Módulo 2

Prevenção de infecção de sítio cirúrgico


Reconhecer a importância da prevenção de infecção de sítio cirúrgico.

Módulo 3

Eletrocirurgia

Relacionar o conceito de eletroterapia aos cuidados necessários a sua execução.

Módulo 4

Gestão de enfermagem no perioperatório


Identificar a gestão de enfermagem no perioperatório.

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Introdução
A estadia do paciente no centro cirúrgico (CC), por mais que breve, sempre apresenta um risco à lesão ou até mesmo a
complicações, seja devido a fatores relacionados à vulnerabilidade, à comorbidade ou ao processo anestésico, seja
devido a diversos procedimentos invasivos que ocorrem em uma sala da operação (SO), sendo de suma importância a
equipe multidisciplinar preparada e qualificada para atuação nessa área.

Entendemos que os pacientes submetidos a um procedimento cirúrgico sempre serão expostos a diferentes riscos.
Logo, todos os profissionais envolvidos precisam estar atentos a qualquer anormalidade, de forma a proporcionar um
ambiente seguro durante toda a permanência do paciente no centro cirúrgico.

1 - Protocolo de cirurgia segura


Ao final deste módulo, você será capaz de analisar o protocolo de cirurgia segura.

Processo cirúrgico seguro

Etapas do procedimento de cirurgia

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Segundo Carvalho e Bianchi (2007), o procedimento cirúrgico é hoje em dia uma das modalidades terapêuticas utilizadas
para o diagnóstico e o tratamento de muitas doenças.

O ambiente do centro cirúrgico (CC) deve possuir finalidades e objetivos claramente definidos dentro da estrutura
hospitalar, a fim de gerar atendimento diferenciado, segurança e satisfação ao paciente atendido.

Todo paciente cuidado pela equipe de enfermagem deve ser tratado da forma mais segura possível, livre de danos,
porém, no CC, em especial, encontra-se em uma situação única de vulnerabilidade.

Nesse sentido, quando submetido ao processo anestésico, é reduzida de forma considerável a reação a qualquer meio
externo, e grande parte dos cuidados necessários à sua segurança está relacionada à assistência de enfermagem.

A entrada dos pacientes na sala de operação constitui risco para infecção, comprometimento da
integridade da pele, temperatura corporal alterada, déficit no volume de líquidos e lesões
relacionadas ao posicionamento e riscos químicos, elétricos e físicos.

(MEEKER; ROTHROCK, 1995, p. 18)

Para melhor compreensão e atuação dos profissionais de enfermagem, devemos conhecer as etapas do processo
cirúrgico. Vejamos quais são!

Período pré-operatório

Este é o período que antecede a cirurgia. É caracterizado pelo preparo do paciente tanto física quanto emocionalmente
para o procedimento cirúrgico.

Período transoperatório

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O período transoperatório começa com a entrada do paciente no CC e termina na admissão da recuperação pós-
anestésica (RPA). É neste momento que ocorre o procedimento cirúrgico.

Período pós-operatório

Este período é dividido em pós-operatório (PO) imediato (até 24 horas após), mediato (de 24h a 7 dias) e tardio (a partir
de 7 dias de PO). Começa na admissão na RPA e se estende até 90 dias após a cirurgia.

No período operatório, são necessários cuidados específicos. Logo, é fundamental que o enfermeiro desenvolva
habilidades e competências de enfermagem cirúrgica para implementar a assistência à saúde de forma efetiva e segura.

Aliança Mundial para a Segurança do Paciente

Ao longo dos anos, foram elaborados diversos protocolos para estabelecer a máxima segurança do paciente. Em
outubro de 2004, foi lançada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente,
que possui alguns desafios globais.

O primeiro desafio global está relacionado às infeções que acometem o paciente e se vinculam diretamente à
assistência prestada. Logo, para os pacientes cirúrgicos, foram elaboradas estratégias para a prevenção dessas
infecções, logo, para os pacientes cirúrgicos, foram elaboradas estratégias para prevenção dessas infecções de forma
generaliza.

O segundo desafio global tem atenção voltada especificamente para o paciente cirúrgico, com o objetivo de aumentar os
padrões de qualidade nos seguintes pontos:

Prevenção de infeções de sítio cirúrgico (ISC) expand_more

As ISC são as causas mais comuns de complicações relacionadas à cirurgia.

Anestesia segura expand_more

Ainda é uma das causas que levam o paciente cirúrgico a óbito em todo o mundo. Os protocolos criados visam
diminuir drasticamente esses óbitos.

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Equipes cirúrgicas seguras expand_more

O conhecimento teórico e prático de toda a equipe é fundamental para fornecer assistência de qualidade e
segurança, evitando lesões ao paciente cirúrgico.

Indicadores de assistência cirúrgica expand_more

Hoje em dia, ainda há poucos dados que possam ser analisados para auxiliar a criação de estratégias para evitar
óbitos e lesões aos pacientes cirúrgicos. Contudo, com os instrumentos criados, os gestores podem analisar
esses indicadores e tomar providências médicas eficazes.

Mediante esses objetivos, foram criados instrumentos (checklists) para cada período cirúrgico.

Checklist de cirurgia segura

Quando realizar as verificações de segurança do processo cirúrgico?


Em 2008, a OMS lançou a campanha mundial “Cirurgias seguras salvam vidas”, com o objetivo reduzir os riscos e
promover uma assistência de cirurgia segura ao paciente. Disso resultou a criação dos checklists, instrumento para
ajudar as equipes e assegurar que elas sigam as etapas críticas de segurança de maneira consistente, minimizando os
riscos evitáveis mais comuns no paciente cirúrgico.

Para a elaboração e o desenvolvimento dos checklists, foram utilizados os seguintes princípios:

Simplicidade
Ser simples e fácil de ler e responder.

Ampla aplicabilidade
Aplicáveis em todos os cenários dentro do CC.

Possibilidade de mensuração
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Avaliar em números os eventos ocorridos.

O checklist de cirurgia segura deve ser realizado em três momentos por todos os membros da equipe cirúrgica (equipe
de enfermagem, anestesista e cirurgião), e marcado com um “x” nas opções confirmadas. Vamos entender quais são
esses momentos:

Sign in expand_more

Antes da indução anestésica, deve-se:

Verificar a identidade do paciente de acordo com a pulseira de identificação, a confirmação verbal do paciente
e o prontuário;
Identificar o sítio cirúrgico conforme marcação na agenda cirúrgica, registro no prontuário e exames;
Confirmar com o paciente o procedimento a ser realizado, com assinatura do termo de consentimento pelo
paciente ou responsável legal;
Verificar segurança anestésica, monitoramento, alergias e riscos.

Time out expand_more

Antes do início do procedimento cirúrgico:

Toda a equipe deve ser identificada;


É necessário obter a confirmação verbal do paciente sobre identidade, sítio cirúrgico e procedimento;
A equipe deve prever se ocorrerá eventos críticos e necessidades de materiais para a realização do
procedimento;
Deve-se verificar se foi realizada a profilaxia antimicrobiana 60 minutos antes do procedimento, e se existem
exames de imagem que serão necessários para a cirurgia.

Sign out expand_more

Antes da saída do paciente da sala, deve-se:

Confirmar o nome do procedimento, a contagem dos materiais utilizados;


Verificar se existe peça de anatomopatologia e se está identificada corretamente;
Realizar registro e solicitar manutenção se houver problemas com os equipamentos e materiais;
Verificar medidas para o cuidado na recuperação pós-operatória.

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Os registros de todas as etapas do procedimento cirúrgico devem ser anotados em prontuário ou impressos específicos
da instituição.

Veja as informações que são abordadas no checklist de cirurgia segura elaborado pela OMS e pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa):

Antes da indução anestésica

(Na presença de, pelo menos, membro da equipe de enfermagem e do anestesiologista)

O paciente confirmou a sua identidade, o local da cirurgia, o procedimento e seu consentimento?


(   ) Sim

O local está demarcado?


(   ) Sim (   ) Não aplicável

Foi concluída a verificação do equipamento de anestesiologia e da medicação?


(   ) Sim

O oxímetro de pulso está colocado no paciente e funcionando?


(   ) Sim

O paciente possui:

Alergia conhecida?
(   ) Não (   ) Sim

Via aérea difícil ou risco de aspiração?


(   ) Não (   ) Sim, e equipamentos/assistência disponíveis

Risco de perda sanguínea > 500mL (7mL/kg para crianças)?


(   ) Não (   ) Sim, e 2 acessos intravenosos ou 01 acesso central e fluidos previstos

Antes da incisão cirúrgica

(Na presença da equipe de enfermagem, do anestesiologista e do cirurgião)

Confirmar que todos os membros se apresentaram, indicando nome e função.


Confirmar o nome do paciente, o procedimento e onde será aplicada a incisão.

A profilaxia antimicrobiana foi administrada nos últimos 60 minutos?


(   ) Sim (   ) Não aplicável

Prevenção de Eventos Críticos

Para o Cirurgião:

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Quais são as etapas críticas ou não rotineiras?


Qual a duração do caso?
Qual a quantidade de perda de sangue prevista?

Para o Anestesiologista:

Há alguma preocupação especificamente relacionada ao paciente?

Para a Equipe de Enfermagem:

Foi confirmada a esterilização (incluindo os resultados indicadores)?


Há alguma preocupação ou problema com relação aos equipamentos?
Os exames de imagens essenciais estão disponíveis?
(   ) Sim (   ) Não aplicável

Antes da saída do paciente da sala cirúrgica

(Na presença da equipe de enfermagem, do anestesiologista e do cirurgião)

O membro da equipe de enfermagem confirma verbalmente:

O nome do procedimento.

A conclusão da contagem de instrumentos, compressas e agulhas.

A identificação das amostras (ler as identificações das amostras em voz alta, inclusive o nome do paciente).

Se há quaisquer problemas com os equipamentos a serem resolvidos.

Para o Cirurgião, o Anestesiologista e a Equipe de Enfermagem:

Quais são as principais preocupações para a recuperação e o manejo deste paciente?

Atenção: Acréscimos e modificações desta lista para a adaptação à prática local são incentivados.

O protocolo de cirurgia segura deve ser aplicado em todas as unidades de saúde pela equipe do CC, que deve verificar
todos os itens e registrar em impressos específicos de cada instituição de saúde.

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Atividade discursiva
Imagine que você é o enfermeiro de plantão no CC e recebe uma senhora de 70 anos para uma cirurgia ortopédica. Ao
receber a paciente no CC, realiza o checklist de cirurgia segura que foi padronizado na instituição. Durante a conferência,

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percebe que a paciente não havia retirado a prótese dentária no quarto, por conta da vergonha de ficar sem os dentes. E
a rotina é que os pacientes retirem todas as próteses e todos os adornos.

Neste caso, que procedimento deve ser realizado para garantir que esses itens realmente foram retirados?

Digite sua resposta aqui

Exibir soluçãoexpand_more

Assim, como forma de garantir que esses itens realmente foram retirados, os profissionais de enfermagem que
recebem esse paciente realizam a conferência do checklist. Você removerá a prótese dentária, embalará e
identificará, explicando à paciente o motivo pelo qual se deve retirar todos os adornos antes da cirurgia.

Desafios da cirurgia segura

Erros graves nos processos cirúrgicos

Um grande problema que ocorre nos processos cirúrgicos é a retenção de objetos na cavidade cirúrgica, evento que é
100% evitável, quando a equipe cirúrgica está previamente atenta e treinada. O esquecimento de qualquer material
dentro da cavidade pode gerar complicações para o paciente, como infecções generalizadas, obstrução e perfuração de
órgãos, e até a morte.

Para evitar esse erro gravíssimo, é dever da equipe de enfermagem (circulante de sala), instrumentador cirúrgico e
cirurgião realizar a revisão dessa cavidade antes de iniciar o processo de sutura. Ao final do procedimento, é necessário

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verificar se todos os instrumentais cirúrgicos, gazes, compressas e agulhas de fios utilizados foram retirados.

O enfermeiro tem o papel de liderança na implementação de medidas para rotina da checagem, que
devem ser registradas em impressos específicos.

O instrumentador e a equipe de enfermagem devem verificar a quantidade de materiais dentro de cada caixa cirúrgica e
realizar a contagem ao final da cirurgia, bem como fazer o controle de pacotes de gazes e compressas que foram
abertas e quantas foram retiradas ao final do procedimento.

Independentemente do porte e do tipo da cirurgia, incluindo as de emergência e urgência, a contagem do material deve
ser realizada. Se o número de material não for o mesmo do início do procedimento, o cirurgião deverá ser notificado
imediatamente, para realizar nova inspeção na cavidade e solicitar exame de raios X, caso necessário.

Atenção!

Os instrumentos que são desmontáveis devem ser cuidadosamente inspecionados antes e após o uso. Todas as gazes e
compressas que entram em cavidade devem ser do tipo radiopacas, apresentando fita azul, que aparece em raios X,
caso fique dentro da cavidade.

Dez objetivos essenciais para segurança cirúrgica


No protocolo criado pela OMS (“Cirurgias seguras salvam vidas”), foram estabelecidos dez objetivos para os
profissionais de saúde que atuam no CC, com a finalidade de fornecer segurança ao paciente cirúrgico (BRASIL, 2009, p.
17):

1. Objetivo: “A equipe operará o paciente certo e o sítio cirúrgico certo.”


2. Objetivo: “A equipe usará métodos conhecidos para impedir danos na administração de anestésicos, enquanto
protege o paciente da dor.”
3. Objetivo: “A equipe reconhecerá e estará efetivamente preparada para perda de via aérea ou de função respiratória
que ameacem a vida.”
4. Objetivo: “A equipe reconhecerá e estará efetivamente preparada para o risco de grandes perdas sanguíneas.”
5. Objetivo: “A equipe evitará a indução de reação adversa a drogas ou reação alérgica sabidamente de risco ao
paciente.”
6. Objetivo: “A equipe usará de maneira sistemática métodos conhecidos para minimizar o risco de infecção do sítio
cirúrgico.”
7. Objetivo: “A equipe impedirá a retenção inadvertida de compressas ou instrumentos nas feridas cirúrgicas.”
8. Objetivo: “A equipe manterá seguros e identificará precisamente todos os espécimes cirúrgicos.”
9. Objetivo: “A equipe se comunicará efetivamente e trocará informações críticas para a condução segura da operação.”
10. Objetivo: “Os hospitais e os sistemas de saúde pública estabelecerão vigilância de rotina sobre capacidade, volume e
resultados cirúrgicos.”

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Segurança do paciente na mesa cirúrgica
Você sabe como posicionar o paciente cirúrgico na mesa de cirurgia de modo que ofereça segurança durante o
procedimento cirúrgico e evite lesões? Confira no vídeo!

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

No período pré-operatório, a meta é que o paciente tenha o maior número possível de informações referentes à sua
condição de saúde. Muitos fatores podem levar a complicações. Sobre o sign in, é necessário:

I. Confirmar a identidade do paciente de acordo com pulseira de identificação, confirmação verbal do paciente e
prontuário.

II. Verificar segurança anestésica, monitoramento, alergias e riscos.

III. Considerar que a assinatura do termo da cirurgia por outra pessoa responsável é um fator de risco para
complicações cirúrgicas.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):

A I e III.

B I e II.

C I apenas.

D II apenas.

E III apenas.

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Parabéns! A alternativa B está correta.

De acordo com o sign in, o enfermeiro deve confirmar a identidade do paciente, verificando a pulseira de
identificação, a confirmação verbal do paciente e o prontuário, bem como avaliar as condições do paciente em
relação a procedimento anestésico, monitoramento, alergias e riscos. A questão da assinatura do termo da cirurgia
por outra pessoa responsável não é um fator de risco para a cirurgia.

Questão 2

Para evitar erros durante o procedimento cirúrgico, é dever da equipe de enfermagem (circulante de sala), do
instrumentador cirúrgico e do cirurgião realizar a revisão da cavidade antes do término da cirurgia, verificando a
contagem de

A instrumentais cirúrgicos, gazes, compressas e agulhas de fios.

B instrumentais cirúrgicos e agulhas.

C gazes e compressas.

D agulhas e fios.

E apenas os instrumentais cirúrgicos.

Parabéns! A alternativa A está correta.

Antes de realizar o fechamento da cavidade que foi operada, é dever da equipe médica, do instrumentador e do
circulante de sala realizar a contagem e a conferência de instrumentais cirúrgicos, gazes, compressas e agulhas de
fios.

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2 - Prevenção de infecção de sítio cirúrgico


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância da prevenção de infecção de sítio
cirúrgico.

Infecção de sítio cirúrgico

Definição e tipos de ISC


A ISC é uma das principais infecções hospitalares no Brasil e no mundo. Na maioria das vezes, essa infecção pode ser
prevenida e evitável. Nesse caminhar, um dos objetivos da campanha mundial “Cirurgias seguras salvam vidas” é a
prevenção da ISC, pois é uma das causas mais comuns de complicações de cirurgias.

Vamos entender o que é a ISC?

É toda infecção que afeta a ferida cirúrgica, podendo se estender em até um ano após o procedimento cirúrgico. Essa
infecção pode ocorrer em qualquer ferida cirúrgica e está relacionada a diversos fatores, como:

Idade do paciente
Estado nutricional
Presença de trauma
Tempo do procedimento cirúrgico
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Local e classificação da cirurgia

Para a classificação da ISC, é necessário entendermos o plano anatômico e os tecidos abordados no ato cirúrgico. Para
isso, vamos observar a seguinte imagem:

Classificação da infecção de sítio cirúrgico.

Como podemos ver, há três tipos de ISC:

ISC superficial

Afeta pele e tecido celular subcutâneo. Pode aparecer até 30 dias após a ciruriga.

ISC profunda

Afeta fáscia muscular e músculo. Pode aparecer até 30 dias após a cirurgia ou até 1 ano, se houver colocação de
implantes.

ISC de órgão ou cavidade

Afeta órgãos e cavidade. Pode aparecer até 30 dias ou até 90 dias após a cirurgia, ou se estender até 1 ano, se houver
colocação de próteses.

Veja a imagem de uma ISC do local de amarração da veia safena magna esquerda após cirurgia cardíaca:

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ISC do local de amarração da veia safena magna esquerda após cirurgia cardíaca.

Classificação das cirurgias


Um dos fatores de risco para as ISCs é a localização e o tipo de cirurgia em relação ao potencial de contaminação.
Devido a isso, em 1964, a National Academy of Sciences (Academia Nacional de Ciência), por meio do National Research
Council (Conselho Nacional de Pesquisa), elaborou uma classificação para as feridas cirúrgicas, segundo esse potencial.

Assim, as cirurgias passaram a ser classificadas da seguinte maneira (SÃO PAULO, 2006, p. 1):

Cirurgia limpa expand_more

“Aquela que apresenta o sítio cirúrgico sem sinais de inflamação, sem contato com trato respiratório, alimentar,
genital e urinário. O fechamento deve ser primário com drenagem quando necessária fechada.”

Cirurgia potencialmente contaminada expand_more

“Aquela que apresenta o sítio cirúrgico [em mucosas], como os tratos respiratório, genital, gastrintestinal ou
urinário.”

Cirurgia contaminada expand_more

“Feridas abertas acidentalmente ou cirurgias com quebra importante de técnica asséptica ou grande
contaminação do trato gastrintestinal. Cirurgias que entram no trato urinário com urina infecciosa ou trato biliar
com bile infectada ou cirurgias em que é achado tecido inflamatório agudo não purulento.”

Cirurgia infectada expand_more

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“Lesões traumáticas antigas com tecido desvitalizado, corpo estranho, contaminação fecal, quando há
perfuração inesperada de víscera.” Obrigatoriamente, há presença de exsudato purulento.”

Para facilitar o entendimento, veja os exemplos a seguir:

Cirurgia limpa

< 2% de ISC

Cirurgias eletivas: neurológicas, oftalmológicas, próteses articulares e cardíacas.

Cirurgia potencialmente contaminanda

< 10%

Abordagem em órgõas: trato digestivo alto, pulmonares e geniturinárias.

Cirurgia contaminada

20%

Contaminação do órgão do local da cirurgia, sem presença de secreção purulenta: cirurgia de vesícula
(colecistectomia) e cirurgia da amígdala (amigdalectomia).

Cirurgias infectadas

30% a 40%

Presença de exudato purulento: apendicectomia supurada e laparotomia exploradora com extravasamento


de fezes na cavidade abdominal.

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A partir dessas classificações, fica mais fácil prever o risco de infecção de cada procedimento e utilizar protocolos para
evitar as ISCs e suas consequências.

Indicadores de processo e estrutura para prevenção

Indicadores, fonte de informação e critérios para avaliação


A Anvisa define alguns indicadores de processo e estrutura para a prevenção de ISC (pré e intraoperatório), a partir dos
quais estabelece critérios que devem ser avaliados. Se essa avaliação não for feita de forma correta, de acordo com os
protocolos, aumentam-se as chances de ISC.

Vamos conhecer esses indicadores e critérios de prevenção da ISC:

O enfermeiro deve verificar e analisar esses indicadores para garantir a segurança do paciente. Se não forem adequados,
o profissional de enfermagem deve realizar reunião com os gerentes dos outros setores para traçar estratégias, a fim de
efetivar as ações dos indicadores. Veja:

Indicadores Fonte de informação Critérios para avaliação                 

Adequada: se menor ou igual a


24 horas.
Tempo de internação pré-operatória Prontuário do paciente
Não se aplica à cirurgia
ambulatorial e não eletiva.

Adequada: realizada até 2 horas


Prontuário do paciente antes da cirurgia.

Tricotomia (tempo)
Verificar horário da tricotomia e Não adequada: se realizada há
de início da cirurgia mais de 2 horas ou fora da
unidade de saúde.

Adequada: realizada com


tricotomizador ou tesoura.
Tricotomia (método) Prontuário do paciente
Não adequada: lâmina de
barbear, lâmina de bisturi

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Indicadores Fonte de informação Critérios para avaliação                 

Adequada: realizada primeiro


com antisséptico degermante e
Antissepsia do campo operatório Observação direta no início da após alcoólico.
com solução adequada cirurgia ou registro no prontuário
Não adequada: apenas utilizado
um dos antissépticos.

Adequada: quando for


administrado o antibiótico até 1
Realização da antibioticoprofilaxia hora antes da cirurgia.
Prontuário do paciente
até 1 hora antes da incisão cirúrgica
Não adequada: qualquer tempo
acima de 1 hora.

Avaliar a prescrição do
Duração da antibioticoprofilaxia com
Prontuário do paciente anestesista nas primeiras 24
menos de 24 horas
horas.

Adequada: 200mg/dL nas


primeiras 6 horas no pós-
operatório.
Controle glicêmico em cirurgia Prontuário do paciente e exames
cardíaca médicos Não adequada: se não foi
realizada ou se for maior que
200mg/dL nas primeiras 6 horas
de pós-operatório.

Adequada: normotermia durante


Prontuário do paciente todo o procedimento cirúrgico.
Controle térmico em cirurgia
colorretal Verificar controle de temperatura Não adequada: hipotermia ou
registrado pelo anestesista hipertermia durante o
procedimento cirúrgico.

Adequada: se houver registro e


presença de indicadores físicos,
químicos e biológicos do
Prontuário do paciente ou
Número de caixas cirúrgicas com processo de esterilização.
impresso de registro específico
registro de inspeção
da instituição
Não adequada: quando não há
registro das condições nem
indicadores dos materiais.

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Tabela: Descrição dos indicadores de processo.
Adaptada de Brasil, 2013, p. 21.

Recomendações da Organização Mundial da Saúde

Pré, intra e pós-operatório


A OMS (WHO, 2016) fez diversas recomendações para o pré, intra e pós-operatório, a fim de diminuir o risco de ISC.
Segundo Mattos (2018), algumas delas são:

Banho pré-operatório

“É uma boa prática clínica o paciente tomar banho antes da cirurgia. Um sabonete simples ou antimicrobiano pode ser
usado para este fim (condicional/evidência moderada).”

Momento ideal para a profilaxia antimicrobiana cirúrgica pré-operatória

“Administração de profilaxia antimicrobiana em até 60 minutos antes da incisão, considerando a meia-vida do


antibiótico”.

Observação

“Comparando diferentes intervalos de tempo (120min, 60min ou 30min antes da incisão), não demonstra diferença
significativa, sendo importante apenas observar a meia-vida do antibiótico para escolher o melhor momento para
administração”.

Preparação mecânica do intestino e uso de antibióticos orais

“Antibióticos orais pré-operatórios combinados com a preparação mecânica do intestino devem ser usados para
reduzir o risco de ISC em pacientes adultos submetidos à cirurgia colorretal eletiva”.

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Tricotomia

“Em pacientes submetidos a qualquer procedimento cirúrgico, cabelos/pelos não devem ser removidos ou, se
absolutamente necessário, devem ser removidos apenas com máquinas de cortar (tricotomizador elétrico) antes do
ato cirúrgico”.

Preparação do sítio cirúrgico

“Soluções antissépticas alcoólicas à base de gluconato de clorexidina para a preparação da pele do sítio cirúrgico em
pacientes que serão submetidos a cirurgias”.

Preparação das mãos para a cirurgia

“A preparação das mãos para a cirurgia deve ser realizada, esfregando-as com degermante antimicrobiano apropriado
e água, ou friccionando com preparação alcoólica antes de calçar luvas estéreis. O tempo do procedimento deve ser
de 3 a 5 minutos para a primeira cirurgia do dia, e de 2 a 3 minutos para as cirurgias subsequentes, se realizadas
dentro de 1 hora após a 1ª fricção”.

Melhoria do suporte nutricional

“Considerar a administração de fórmulas nutricionais orais ou entéricas reforçadas com múltiplos nutrientes, com a
finalidade de prevenir ISC em pacientes com baixo peso que passarão por grandes cirurgias”.

Suspensão perioperatória de agentes imunossupressores

“Não interromper medicações imunossupressoras antes da cirurgia, com a finalidade de prevenir ISC”.

Oxigenação perioperatória

“Pacientes adultos submetidos à anestesia geral com intubação endotraqueal para procedimentos cirúrgicos devem
receber uma fração de 80% de oxigênio inspirado (FiO2) no intraoperatório e, se possível, no pós-operatório imediato
por 2-6 horas, para reduzir o risco de ISC”.

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Manutenção da temperatura corporal normal (normotermia)

“Uso de dispositivos de aquecimento na sala de cirurgia e durante o procedimento cirúrgico para o aquecimento do
corpo do paciente, com a finalidade de reduzir ISC”.

Uso de protocolos para controle intensivo de glicemia no perioperatório

“Utilização de protocolos para o controle perioperatório intensivo da glicemia tanto para pacientes adultos diabéticos
quanto não diabéticos submetidos a procedimentos cirúrgicos, para reduzir o risco de ISC”.

Manutenção do controle adequado do volume circulante/normovolemia

“Utilização de terapia com fluidos guiada por objetivos no intraoperatório, para reduzir o risco de ISC”.

Campos e aventais cirúrgicos

“Tanto campos estéreis de tecido reutilizáveis quanto campos estéreis descartáveis que não sejam de tecido, assim
como aventais cirúrgicos, podem ser utilizados durante cirurgias com o objetivo de prevenir ISC”.

Suturas revestidas com antimicrobianos

“Utilização de suturas revestidas com triclosan, com a finalidade de reduzir o risco de ISC, independentemente do tipo
de cirurgia”.

Veja o exemplo de uma ferida infectada:

Ferida infectada.

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Confira agora a importância da esterilização de materiais a fim de minimizar os casos de infecção. Vamos ao vídeo!

video_library
ISC x esterilização de materiais
Veja a seguir a ISC relacionada às falhas do processo de esterilização dos materiais cirúrgicos processados na CME.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Como forma de prevenção de infecção de sítio cirúrgico, a Anvisa recomenda que a profilaxia com antibiótico seja
feita em até

A uma hora antes da incisão cirúrgica.

B uma hora antes da indução anestésica.

C doze horas antes do início da cirurgia.

D no pré-operatório imediato.

E no pré-operatório mediato.

Parabéns! A alternativa A está correta.

Conforme preconizado pela Anvisa, para que a profilaxia das ISCs seja eficaz, deve ser administrado antibiótico em
até 60 minutos (1 hora) antes da incisão cirúrgica. Se a profilaxia for realizada muito tempo antes da incisão
cirúrgica, poderá não ter o efeito esperado, e se for realizada no pós-operatório, poderá haver contaminação do sítio
cirúrgico durante o ato cirúrgico.

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Questão 2

(CPCON - Prefeitura de Sapé - PB - Técnico em Enfermagem - 2020) Sobre os tipos de cirurgias, é correto afirmar que

cirurgia potencialmente contaminada é aquela em que as lesões traumáticas são antigas e


A apresentam tecido desvitalizado, corpo estranho, contaminação fecal, quando há perfuração
inesperada de víscera. Um exemplo é a perfuração intestinal.

cirurgia limpa é aquela que apresenta o sítio cirúrgico nos tratos respiratório, genital, gastrintestinal
B
ou urinário, como a nefrectomia.

cirurgia limpa é aquela que apresenta o sítio cirúrgico sem sinais de inflamação, sem contato com
C trato respiratório, alimentar, genital e urinário. O fechamento deve ser primário com drenagem,
quando necessária, fechada. Exemplos: angioplastia e revascularização miocárdica.

cirurgia infectada é aquela em que o sítio cirúrgico não apresenta sinais de inflamação, e sim de
D infecção, sem contato com trato respiratório e alimentar, apenas com o reto. Exemplo:
hemorroidectomia.

nas cirurgias potencialmente contaminadas, há obrigatoriamente presença de exsudato purulento, a


E
exemplo da perfuração intestinal.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Conforme a classificação das cirurgias segundo o potencial de contaminação, a cirurgia limpa apresenta o sítio
cirúrgico livre de sinais de inflamação, sem contato com as mucosas do trato respiratório, alimentar, genital e
urinário. Já a cirurgia potencialmente contaminada apresenta o sítio cirúrgico localizado em mucosas como as do
trato respiratório, genital, gastrintestinal ou urinário. A cirurgia contaminada é originária de lesões traumáticas
antigas e apresenta tecido desvitalizado, corpo estranho, contaminação fecal, e quando há perfuração de víscera. E
a cirurgia infectada é aquela em que a área a ser operada tem presença obrigatória de exsudato purulento no sítio
cirúrgico.

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3 - Eletrocirurgia
Ao final deste módulo, você será capaz de relacionar o conceito de eletroterapia aos cuidados
necessários a sua execução.

Bisturi elétrico

Funções do eletrocautério
Com a evolução de tecnologias, cujo objetivo é minimizar lesões e agilizar cirurgias, muitos equipamentos foram criados
ao longo dos anos. Um deles é o eletrocautério ou bisturi elétrico, utilizado na unidade de eletrocirurgia.

Cirurgia com bisturi elétrico cortando os tecidos.

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Esse equipamento surgiu da necessidade de agilizar o processo de hemostasia (controle do sangramento de vasos),
proporcionando uma cirurgia mais segura e mais rápida.

Seu papel é transformar a corrente elétrica de baixa frequência em alta frequência, em calor, para poder exercer suas
funções.

O bisturi elétrico desempenha três funções básicas:

Dissecção (corte)

Mesma função do bisturi frio (de lâmina), porém, já realiza por meio do calor a cauterização (redução do sangramento)
de pequenos vasos.

Coagulação

Quando aplicado o calor da ponta do bisturi em um vaso que está sangrando, há um processo de coagulação do sangue
desse vaso, levando à hemostasia.

Fulguração

Realiza uma coagulação superficial, indicada para remover pequenas proliferações celulares cutâneas e manchas.

Ciclo de entrada e saída de energia elétrica


Mesmo com o desenvolvimento tecnológico e a inovação no campo da cirurgia, é necessário usar o bisturi elétrico de
forma correta, e profissionais devem ser treinados para evitar acidentes.

Como estamos falando de um equipamento eletrizado, pois seu funcionamento depende de corrente elétrica, e sua
aplicação em tecidos ocorre por meio de uma corrente elétrica que aquece a ponteira, o cuidado maior é para evitar
queimaduras, que podem ocorrer durante a utilização do eletrocautério.

Para entendermos como a energia utilizada no bisturi elétrico funciona, devemos pensar que tudo que entra no
organismo deve sair de alguma maneira. Logo, a energia que entra no corpo do paciente por meio da ponta da caneta do
bisturi precisa sair. Essa energia procura algum ponto de saída, que é a placa dispersiva. Se essa placa não estiver no
local correto, a energia poderá sair por outro local, ocasionando uma queimadura.

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Os tipos mais comuns de bisturi elétrico são:

Bisturi monopolar
Necessita da utilização de placa dispersora para poder fazer o ciclo de entrada e saída de energia elétrica no paciente.

Bisturi bipolar
Seu ciclo de entrada e saída de energia elétrica é feito por meio da própria caneta do bisturi elétrico.

Unidade de eletrocirurgia

Principais equipamentos eletrocirúrgicos


Vamos conhecer os equipamentos que compõem a unidade de eletrocirurgia!

Unidade de bisturi elétrico

É a conexão entre os outros elementos e a fonte de energia, que converte a energia em monopolar e bipolar. É o cirurgião
que escolhe a intensidade do corte e da coagulação. Nela, conecta-se a placa de dispersão, o pedal ou a caneta de
bisturi. A parte de cor amarela do display é para a regulação do corte do bisturi, e a azul, para a regulação da coagulação,
veja:

Unidade de bisturi elétrico.

Pedal de acionamento de corte e coagulação

O pedal é conectado quando não há caneta acionada na mão. Tem a função de corte e coagulação. Deve ser colocado
na direção do pé do cirurgião.

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Pedal de acionamento de corte e coagulação.

Caneta de bisturi elétrico

As canetas de bisturi podem ser acionadas pelo pedal. Em seu corpo, existem botões para corte e coagulação. São
monopolares ou bipolares e podem ter as ponteiras de diversas formas, de acordo com o local e o procedimento
cirúrgico.

Caneta de bisturi monopolar.

Caneta de bisturi bipolar.

Placa dispersiva

É a placa que será colocada em área adequada no paciente, para dispersar a energia elétrica que entra por meio do
bisturi elétrico. Pode ser de metal ou emborrachada.

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Placa dispersiva.

Cuidados na colocação da placa dispersiva

Para a segurança do paciente, o mais importante item da unidade de eletrocirurgia é a placa dispersiva, pois ela
absorverá a energia elétrica introduzida por meio da caneta de bisturi.

Queimadura de 3º grau no sítio da placa dispersiva.

Se a placa não for inserida, ou for colocada em local inadequado ou molhado, o paciente poderá sofrer uma queimadura
de difícil cicatrização. É um dos mais graves acidentes relacionados ao processo cirúrgico.

Essas queimaduras são extremamente graves, pois o processo de lesão ocorre de dentro para fora, queimando todos os
tecidos internos (peritônio, músculos, aponeurose e tecido celular subcutâneo) e a pele.

As queimaduras são graves, de 3º grau, e precisam de cuidado e tempo para tratamento.

Na maioria das vezes, é necessária uma nova intervenção cirúrgica para desbridamento e enxerto, e sempre ficam
cicatrizes e sequelas, de acordo com área afetada. Por isso, o cuidado com a colocação da placa dispersiva deve ser
redobrado e verificado por toda a equipe da sala de cirurgia. Observe as imagens:

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Queimadura na região do flanco (à esquerda) e mesa cirúrgica com exposição da parte metálica de formato coincidente com o da queimadura (à direita).

Outros riscos ainda estão associados à utilização do bisturi elétrico. Confira!

Exemplo

Um bebê teve o rosto queimado durante uma cirurgia. A investigação do ocorrido concluiu que a utilização de
antisséptico inflamável para a limpeza da pálpebra (local da cirurgia) e as fagulhas geradas pelo bisturi elétrico durante o
procedimento fizeram uma explosão, causando grandes queimaduras no rosto da menina de um ano de idade (G1 MG,
2018).

Como já sabemos, quando a placa é colocada em local não adequado, a energia elétrica pode procurar outro local para
se dissipar, gerando a queimadura.

Quando ocorre esse tipo de lesão no paciente cirúrgico, toda a equipe de cirurgia pode ser
processada judicialmente por imperícia e negligência, já que é uma lesão 100% evitável se a
equipe estiver atenta para os cuidados na hora da colocação da placa dispersiva no paciente.

Alguns cuidados devem ser tomados pela equipe de enfermagem na hora da colocação da placa de dispersão no
paciente:

Colocar a placa em local seco, em contato regular e homogêneo, e em áreas com grande massa muscular, como
panturrilha, posterior de coxa e glúteos.
Não colocar a placa em áreas onde há presença de lesões e proeminências ósseas.
Evitar áreas com muitos pelos.
Utilizar gel condutor para aumentar a eficiência do contato.
Colocar a placa após o posicionamento do paciente na mesa cirúrgica, já na posição em que ficará durante a cirurgia.
Inspecionar o fio da placa dispersiva antes de cada uso, para verificar se não há quebras.
Não deixar a pele do paciente ter contato com superfícies metálicas.
Verificar no pré-operatório se o paciente tem alguma prótese metálica. A placa deve ser colocada o mais distante
possível da prótese.
Sempre realizar revisão dos equipamentos antes da cirurgia, bem como se estão todos conectados corretamente na
hora do processo cirúrgico.
Não utilizar soluções inflamáveis na antissepsia do campo cirúrgico. Dar preferência a soluções aquosas.
Esterilizar as canetas de bisturi de acordo com o fabricante.
Treinar periodicamente a equipe sobre a utilização dos equipamentos, bem como quanto à aquisição de novos
instrumentos.

Atenção!

Pacientes que possuem marcapasso devem ter cuidado diferenciado, pois a eletricidade dissipada do bisturi elétrico
pode interferir na programação do marcapasso. Nesse caso, é melhor dar preferência ao uso da caneta bipolar.

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Bisturi elétrico
Você sabe a importância de identificar o local correto da placa dispersiva do bisturi elétrico para evitar lesões de pele por
queimaduras? Assista ao vídeo e entenda.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

No centro cirúrgico, a segurança do paciente no período intraoperatório deve ser garantida por meio de medidas de
prevenção de eventos adversos. Entre os cuidados de enfermagem na colocação da placa dispersiva do bisturi
elétrico, recomenda-se

A secar completamente a placa antes de colocá-la no paciente e retirar toda a umidade da pele.

verificar a integridade de fios e conexões da placa no bisturi, e posicionar a placa sob tecido
B
cicatricial longe do sítio cirúrgico.

retirar completamente a umidade da pele e colocar a placa sob saliência óssea, distante do sítio
C
cirúrgico.

verificar a integridade dos fios e conexões da placa no bisturi, e posicionar a placa em área de
D
contato com massa muscular.

E colocar a placa em qualquer superfície corpórea e checar funcionamento do bisturi elétrico.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Antes de colocar a placa dispersiva do bisturi elétrico, os profissionais de enfermagem devem verificar a integridade
dos fios e conexões, para garantir o bom funcionamento, e posicionar a placa em área de contato com massa
muscular. O local deve estar limpo e seco, longe de extremidades ósseas, e o mais próximo possível da área a ser
operada.

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Questão 2

A unidade de eletrocirurgia é composta por vários equipamentos, entre os quais estão

A unidade de bisturi elétrico, caneta bipolar e placa dispersiva.

B caneta de bisturi elétrico bipolar, pedal de bisturi elétrico e placa dispersiva.

C caneta de bisturi elétrico monopolar, pedal de bisturi elétrico e placa dispersiva.

D unidade de bisturi elétrico, caneta de bisturi monopolar, pedal do bisturi elétrico e placa dispersiva.

unidade de bisturi elétrico, caneta de bisturi elétrico (monopolar ou bipolar), pedal do bisturi elétrico e
E
placa dispersiva.

Parabéns! A alternativa E está correta.

É necessário conhecer os equipamentos da unidade de eletrocirurgia para evitar possíveis acidentes com o paciente
cirúrgico:

Unidade de bisturi elétrico – aparelho que converte a energia elétrica em calor.


Canetas de bisturi monopolar ou bipolar – há uma ponta de metal que entra em contato com o tecido, para
realizar o corte ou a coagulação e pode ser acionada na própria caneta.
Pedal do bisturi elétrico – aciona a função de corte ou coagulação.
Placa dispersiva – absorve a energia que entrou no corpo do paciente por meio da caneta.

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4 - Gestão de enfermagem no perioperatório


Ao final deste módulo, você será capaz de identificar a gestão de enfermagem no perioperatório.

Gestão do centro cirúrgico

Competências do enfermeiro gestor


Para o exercício profissional de enfermagem, o enfermeiro deve trabalhar pautado em quatro processos:

Cuidar/assistir
Administrar/gerenciar
Ensinar/educar
Investigar/pesquisar

Para a gestão do centro cirúrgico, é necessário que o enfermeiro gestor seja responsável por administrar a unidade,
exercendo as atividades de planejamento, organização, direção e controle de todas as equipes de saúde que trabalham
em conjunto no CC e no gerenciamento de toda assistência que será prestada ao paciente durante sua passagem no CC.

Para realizar todas essas funções, o enfermeiro deve ter, além do conhecimento sobre a enfermagem, saberes de gestão
e administração, para facilitar e dinamizar suas atividades e o fluxo de atendimento da maneira mais eficiente e segura

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possível.

Conforme descrito por Carvalho e Bianchi (2007), as principais competências necessárias para o enfermeiro administrar
o CC com eficiência são:

Competência técnica expand_more

Conhecer todos os métodos e equipamentos utilizados nos processos cirúrgicos, a fim de garantir o bom
funcionamento e a segurança.

Habilidade humana expand_more

Necessário conhecimento do paciente e de suas necessidades específicas.

Liderança expand_more

Necessária para organizar a equipe, fornecendo orientações, treinamentos e motivação.

Habilidades para tomada de decisões expand_more

Capacidade de resolver situações imprevistas, em que o enfermeiro decidirá as prioridades das situações, de
forma a sempre privilegiar o bem-estar o paciente.

Como o CC é um ambiente estressante por seu alto nível de complexidade, o enfermeiro deve gerenciar a unidade de
forma eficaz, para não desgastar os membros de sua equipe.

Componentes da equipe

Equipe de enfermagem

A equipe da gestão do centro cirúrgico é formada pelos seguintes profissionais:

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Enfermeiro

Há o enfermeiro gerente/gestor/rotina do CC, que coordena toda a equipe do CC, e o enfermeiro


assistencial/plantonista, que auxilia toda a equipe e realiza cuidados diretos ao paciente, desde a admissão até a alta
do CC.

Técnico de enfermagem

Também chamado de circulante de sala, é o responsável por organizar a sala operatória, com previsão de materiais e
equipamentos para cada procedimento agendado, bem como por auxiliar toda a equipe durante o ato cirúrgico.

Instrumentador cirúrgico

Profissional que auxilia o cirurgião a realizar o procedimento, fornecendo os instrumentos adequados no tempo
correto, para agilizar e efetivar a cirurgia. É responsável por organizar os materiais antes, durante e após a cirurgia.

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Equipe médica

Assim como a equipe de enfermagem, também compõe a equipe da gestão do centro cirúrgico:

Cirurgião chefe

É o médico cirurgião principal da cirurgia e coordena todo o ato cirúrgico.

Cirurgião auxiliar

É o médico auxiliar do cirurgião chefe para a realização do procedimento.

Anestesista

É o médico responsável por realizar a anestesia do paciente, de acordo com o tipo de procedimento, e fica
encarregado das intercorrências e prescrições medicamentosas nas primeiras 24 horas após a cirurgia.

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Equipe de limpeza

Realiza a limpeza do CC e de cada sala de operação após cada procedimento cirúrgico.

Profissional administrativo

A acreditação hospitalar é essencial como medidor da qualidade da assistência prestada, de forma que as mudanças
necessárias possam ser realizadas, para atender à demanda em saúde da população.

Práticas seguras nos procedimentos cirúrgicos


O enfermeiro gestor deve dimensionar tanto as cirurgias quanto os profissionais que vão atuar em cada procedimento.
Para isso, deve ter conhecimento das legislações vigentes, a fim de desenvolver normas, rotinas, checklists e
procedimento operacional padrão (POP) na unidade de centro cirúrgico.

Para auxiliar o enfermeiro na criação do checklist, a Anvisa (BRASIL, 2017, p. 7-9) apresenta a normativa para práticas
seguras nos procedimentos cirúrgicos em serviços de saúde, destacando que esse profissional deve:

“Manter o sistema de vigilância, monitoramento, prevenção e mitigação de incidentes relacionados à assistência à


saúde, especialmente dos EA [eventos adversos] cirúrgicos.
Notificar os incidentes relacionados à assistência à saúde, incluindo os EA cirúrgicos ocorridos na instituição, [...], por
meio do sistema Notivisa [sistema de informação da Anvisa] [...].
Reforçar o sistema de vigilância, monitoramento e investigação de incidentes relacionados à assistência à saúde,
além de Never events [eventos graves] e óbitos ocorridos na instituição [...].
Utilizar métodos para análise de risco e determinação de medidas corretivas e preventivas para a redução dos riscos,
visando à segurança do paciente em serviços de saúde [...].
Promover o estabelecimento e a sustentação de uma cultura de segurança, com ênfase no aprendizado e
engajamento dos profissionais na prevenção de incidentes, evitando-se os processos de responsabilização individual.
Enfatizar as medidas gerais de prevenção de incidentes relacionados à assistência à saúde, especialmente dos EA
cirúrgicos [...].”

Inspeção da Agência Nacional de Vigilância Sanitária

Roteiro para fiscalização de unidades de serviços de saúde


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Em 2020, a Anvisa criou, a partir das legislações específicas, um roteiro de inspeção para gerenciar as fiscalizações das
unidades de CC e de centro de material e esterilização (CME), com a finalidade de padronizar os relatórios de
funcionamento do setor.

Para facilitar a rotina, o enfermeiro deve adequar o CC e o CME, de acordo com as legislações, estudando-as. São onze
páginas que facilitam a adequação e fiscalização do CC. Veja:
Roteiro Objetivo de Inspeção: Centro Cirúrgico Data:
Unidade de Saúde: Documento: 2
Versão: 1.2
Identificação: Data: Data:Set/2020
Contato: Avaliador:
Marco
Nº Indicador Crit Aval 0 1 2 3 4 5
Regulatório

Conta com profissional


Conta com
responsável legalmente Unidade funcional conta com
profissional
Não dispõe de habilitado, que profissional responsável, Profissional
legalmente Profissional
profissional responde pelas legalmente habilitado, que responsável é
Coordenação/ habilitado, porém não responsável é Artigos 15 e 16
1 NC responsável questões operacionais responda pelas questões exclusivo do setor e
Supervisão responde pelas exclusivo do da RDC 63/2011
legalmente durante o seu período operacionais durante o seu possui pós
questões operacionais setor.
habilitado. de funcionamento, período de funcionamento, graduação na área.
durante o seu período
porém não está formalmente designado.
de funcionamento.
formalmente designado.

Existe plano de
Equipe Possui equipe Possui equipe contingência para Equipe
multiprofissiona multiprofissional, multiprofissional, Possui equipe substituição de multiprofissional
Artigos 17, 29 e
Dimensionament l insuficiente mas um único porém o médico multiprofissional pessoal e equipes com capacidade
2 NC 30 da RDC
o da Equipe para o perfil de profissional médico anestesista ou cirurgião dimensionada conforme perfil cirúrgicas em operacional superior
63/2011
atendimento e atua como cirurgião e atende em mais de uma de atendimento e demanda. situações de ao atendimento da
demanda. anestesista. sala, simultaneamente. necessidade do demanda.
serviço.

Existe registro das capacitações


realizadas periodicamente,
contemplando programa com
conteúdo mínimo sobre
Existe registro das A capacitação dos
Existem apenas normas e procedimentos de Existe
capacitações realizadas inclui incentivo
alguns registros e/ou higiene, utilização de EPI, EPC planejamento das
Não há registro de forma permanente, (financeiro ou não)
Capacitação não realizam e vestimentas de trabalho, capacitações e há Artigos 32 e 33
3 NC porém com dados da organização para
profissional de capacitação. capacitações prevenção de acidentes e registro avaliação da RDC 63/2011
incompletos e/ou não incidentes, temas específicos participação em
permanentes para percentual de
são abordados todos os de acordo com a atividade eventos científicos da
todos os profissionais. treinados.
temas. desenvolvida pelo profissional. área.
Nos registros constam carga
horária, datas, profissionais
capacitados, instrutores, etc.

Tabela: Roteiro de inspeção.


Brasil, 2020, p. 1.

O enfermeiro gestor do CC deve ter conhecimento das legislações para adequar a unidade, de modo a realizar uma
gestão integrada com a equipe interdisciplinar, objetivando uma assistência à saúde qualificada e livre de riscos.

Funcionamento do centro cirúrgico

Documentações
Para o funcionamento organizado do CC, é necessário ter normas, rotinas e regimentos impressos escritos. Algumas
documentações são:

Regimento expand_more

O regimento do serviço de enfermagem é uma normatização elaborada pelos enfermeiros responsáveis pelo
setor e aprovada pela gerência superior de enfermagem. O objetivo desse regimento é regulamentar o
funcionamento da unidade de CC, abordando estrutura e atribuições de todos da equipe de enfermagem,
hierarquização do setor, direitos e deveres de toda a equipe.

Manuais de enfermagem expand_more

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17/04/2023, 14:03 Segurança do paciente cirúrgico

São instrumentos administrativos da enfermagem elaborados pelo enfermeiro do setor, buscando padronizar e
orientar todas as atividades realizadas dentro do CC. Existem manuais específicos para cada uma das ações
dentro do CC.

Mapa de cirurgias expand_more

O mapa cirúrgico é um documento no qual são registradas as cirurgias que ocorrerão durante o dia. Quem
organiza esse mapa é o enfermeiro gerente do CC. Para isso, ele deve ter conhecimento das cirurgias, bem como
porte, duração, necessidade de materiais e dimensionamento da equipe, para cada cirurgia correr de modo
seguro e efetivo. Além de organizar os horários das cirurgias durante o dia, o mapa evita complicações de falta de
funcionários, cirurgiões estressados e paciente esperando por muito tempo dentro do CC para o procedimento.

Impressos de registro de procedimentos expand_more

Existem diversos impressos que devem ser preenchidos pela equipe do CC, nos quais são registrados todos os
momentos e os acontecimentos do paciente atendido, desde a admissão no CC até a alta para a recuperação
pós-anestésica (RPA).

Recursos humanos
Para que o CC funcione plenamente e de forma segura para o paciente, o dimensionamento dos recursos humanos
dentro da unidade é fundamental. Afinal, a falta de funcionários acarreta sobrecarga dos demais e, consequentemente,
um risco de lesões aos pacientes que estão sob cuidados.

Trabalhar de forma harmoniosa e efetiva com todos os membros de todas as equipes e explicar a função de cada
membro é essencial para uma assistência à saúde qualificada.

É o enfermeiro que gerencia toda a equipe do centro cirúrgico, não o profissional médico!

A Sobecc (2017) recomenda que o dimensionamento da equipe de enfermagem deve ser de 20% de enfermeiros e 80%
de técnicos de enfermagem. Além disso, o número de circulantes de sala deve estar de acordo com o porte da cirurgia.

Vamos conhecer os portes cirúrgicos!

Porte 1
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17/04/2023, 14:03 Segurança do paciente cirúrgico

Duração de 1,4 horas.

Porte 2
Duração de 2,9 horas.

Porte 3
Duração de 4,9 horas.

Porte 4
Duração de 8,4 horas.

Logo, para cirurgias de portes 3 e 4, necessitamos de mais de um circulante dentro de sala.

Quando dimensionamos adequadamente o quadro de pessoal da enfermagem, possibilitamos que o ato cirúrgico
aconteça em um ambiente seguro, confortável e asséptico, diminuindo os riscos de lesões ao paciente e contribuindo
para um ambiente de trabalho harmonioso.

Outra consideração importante no gerenciamento do CC é a organização da equipe de limpeza da sala operatória (SO). O
enfermeiro deve dimensionar a equipe e o tempo necessário para a limpeza entre cada procedimento.

A Sobecc (2017) recomenda que o intervalo entre cada cirurgia seja de no mínimo 30 minutos para limpeza entre uma
cirurgia e outra. Isso garantirá a limpeza correta e segura para o paciente, bem como a organização da sala para a
cirurgia seguinte.

video_library
A gestão do enfermeiro em um Centro Cirúrgico
Veja a seguir as diversas funções do enfermeiro que gerencia o CC, como pontuar as documentações do CC, assim
como a elaboração do POP do CC.

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17/04/2023, 14:03 Segurança do paciente cirúrgico

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

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O enfermeiro é o profissional habilitado para gerenciar as necessidades do ato anestésico cirúrgico em todas as
suas etapas. Em relação a essas atribuições, o enfermeiro é responsável por:

I. Participar da elaboração de normas, rotinas e procedimentos no setor.

II. Realizar o planejamento estratégico dos cirurgiões do setor.

III. Cumprir as normas e regulamentos da instituição e as rotinas do setor.

IV. Manter o controle do mapa de cirurgias e do dimensionamento das equipes do setor.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)

A I e II.

B II e III.

C I, II e III.

D II e IV.

E I, III e IV.

Parabéns! A alternativa E está correta.

O enfermeiro que assume a função de gerente do CC tem diversas funções dentro da unidade:

Participar e elaborar as normas, as rotinas e os procedimentos que serão realizados na unidade por toda a equipe
multiprofissional.
Realizar o planejamento estratégico da equipe de enfermagem no setor, para facilitar o fluxo de cirurgias e evitar
erros durante seu trabalho.
Fiscalizar o cumprimento das normas e regulamentos da instituição e da unidade por todos os profissionais que
ali prestam serviços.
Manter o controle do mapa de cirurgias e do dimensionamento das equipes do setor, organizando o
agendamento das cirurgias de acordo com o dimensionamento das salas operatórias, equipamentos
necessários, materiais extras.
Auxiliar outros profissionais na realização da cirurgia.

Questão 2

De acordo com Carvalho e Bianchi (2007), as principais competências necessárias para o enfermeiro administrar o
CC com eficiência são:

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A competência técnica, habilidade humana, liderança e habilidades para tomada de decisões.

B competência científica, habilidade humana, liderança e habilidades para tomada de decisões.

C competência técnica, habilidade humana e habilidades para tomada de decisões.

D competência técnica, habilidade humana e liderança.

E competência científica, habilidade humana e liderança.

Parabéns! A alternativa A está correta.

Carvalho e Bianchi (2007) destacam que, para administrar o CC com eficiência, o enfermeiro deve ter:

Competência técnica – Conhecimento técnico e científico sobre como gerir o CC e como este funciona.
Habilidade humana – Saber lidar com o trabalho em equipe, pois atua no dia a dia com uma equipe
multidisciplinar.
Liderança – Liderar o setor pelo qual é responsável e motivar sua equipe a trabalhar de forma efetiva e
harmônica.
Habilidades para tomada de decisões – As situações exigem respostas efetivas e rápidas.

Considerações finais
Como aprendemos, a equipe de enfermagem é fundamental para que a permanência do paciente cirúrgico seja segura e
eficaz; para isso, deve ter conhecimento científico e prático, a fim de desenvolver as competências e habilidades
necessárias.

Os profissionais devem sempre atualizar os conhecimentos na área, pois lidam com muitos equipamentos e tecnologias
inovadoras no campo da saúde, em constante transformação para melhorar performance e segurança.

Identificamos que as lesões ocorridas no paciente cirúrgico são evitáveis e previsíveis. Logo, são de responsabilidade da
equipe cirúrgica e de todos os profissionais de saúde envolvidos, que respondem legal e eticamente por essas lesões.

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headset
Podcast
Para encerrar, ouça acerca da importância das atividades do enfermeiro no CC e CME.

Referências
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MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO. Diretrizes de práticas em enfermagem cirúrgica e processamento de produtos para a
saúde. 7. ed. São Paulo: Sobecc, 2017.

BISNOTTO, F. M. B. et al. Queimaduras relacionadas à eletrocirurgia – relato de dois casos. Revista Brasileira de
Anestesiologia, v. 67, n. 5, p. 527-534, 2017.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Critérios diagnósticos de infecções relacionadas à assistência à
saúde. 1. ed. Brasília, DF: Anvisa, 2013. (Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde).

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Nota Técnica GVIMS/GGTES nº 04/2017. Práticas seguras para
prevenção de retenção não intencional de objetos após realização de procedimento cirúrgico em serviços de saúde.
Brasília, DF: Anvisa, 2017.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Roteiro objetivo de inspeção: Centro Cirúrgico. Brasília, DF: Anvisa,
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seguras salvam vidas (orientações para cirurgia segura da OMS). Tradução de Marcela Sánchez Nilo e Irma Angélica
Durán. Rio de Janeiro: OPAS/OMS, 2009.

CARVALHO, R.; BIANCHI, E. R. F. Enfermagem em Centro Cirúrgico e recuperação. Barueri: Manole, 2007.

HOSPITAL diz que fagulha em bisturi elétrico pode ter provocado fogo que causou queimadura em bebê. G1 MG, Belo
Horizonte, 20 set. 2018. Consultado na internet em: 29 mar. 2022.

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MOURA, M. L. P. A. Enfermagem em Centro Cirúrgico e recuperação anestésica. 9. ed. São Paulo: Senac, 2008.

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WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global guidelines for the prevention of Surgical Site Infection. Geneve: WHO, 2016.

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Acesse as seguintes resoluções, que dispõem sobre boas práticas de segurança para o paciente, serviços e
estabelecimentos de saúde:

Resolução-RDC nº 50/2002

Resolução-RDC nº 63/2011

Resolução-RDC nº 36/2013

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