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COMPLEXO HOSPITALAR IMIP

Instituto de Medicina Integral Prof. Fundação Professor Martiniano Fernandes


Fernando Figueira - IMIP IMIP- HOSPITALAR

PROTOCOLO DE CIRURGIA SEGURA

Recife
2017
PROTOCOLO – 03

CIRURGIA SEGURA

Finalidade:
Implementar a lista de checagem Cirurgia Segura desenvolvida pela OMS e
padronizada pelo Complexo Hospitalar – IMIP com o objetivo de reduzir a ocorrência
de incidentes e eventos adversos e a mortalidade cirúrgica, possibilitando o aumento da
segurança na realização de procedimentos cirúrgicos no local correto e no paciente
certo, oferecendo segurança não somente para os pacientes, mas também para o trabalho
de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem.

Abrangência:
As instituições que realizem procedimentos sejam estes terapêuticos,
diagnósticos, ou que impliquem incisão no corpo humano ou introdução de
equipamentos endoscópios, dentro ou fora de centro cirúrgico, por qualquer profissional
de saúde e administradas pelo Complexo Hospitalar – IMIP.

Definições

Lista de Verificação: lista formal utilizada para identificar, comparar e verificar um


grupo de itens/procedimentos.7
Demarcação de Lateralidade: demarcação de local ou locais a serem operados. Esta
demarcação é particularmente importante em casos de lateralidade (distinção entre
direita e esquerda), estruturas múltiplas (p.ex. dedos das mãos e dos pés, costelas) e
níveis múltiplos (p.ex. coluna vertebral).7
Condutor da Lista de Verificação: profissional de saúde (circulante de sala), que
esteja participando da cirurgia e seja o responsável por conduzir a aplicação da lista de
verificação, de acordo com diretrizes da instituição de saúde.7
Segurança Anestésica: conjunto de ações realizadas pelo anestesiologista, que visa à
redução da insegurança anestésica por meio da inspeção formal do equipamento
anestésico, da checagem dos medicamentos e do risco anestésico do paciente antes da
realização de cada cirurgia. Este procedimento deve seguir as orientações contidas no
Manual para Cirurgia Segura da OMS, traduzido pela ANVISA.7
Equipe cirúrgica: equipe composta por cirurgiões, anestesiologistas, profissionais
enfermeiros, técnicos de enfermagem e todos os profissionais envolvidos na cirurgia.7

Justificativa:
Apesar da enorme melhoria no conhecimento sobre segurança cirúrgica, pelo
menos metade dos eventos adversos ocorrem durante a assistência cirúrgica. Assumindo
uma taxa de eventos adversos pré-operatórios de 3% e uma taxa de mortalidade de 0,5%
no mundo, quase 7 milhões de pacientes cirúrgicos sofreriam complicações
significativas a cada ano, 1milhão dos quais morreria durante ou imediatamente após a
cirurgia.8
Existem evidências de que a Lista de Cirurgia Segura reduz complicações e
salva vidas. A implantação da lista de checagem está associada à redução de
complicações cirúrgicas e de mortalidade nos hospitais avaliados.7
Segundo o relato da Comissão Conjunta de Acreditação de Organizações de
Saúde, as cirurgias em locais errados têm maior chance de ocorrer em procedimentos
bilaterais. Falhas na comunicação entre os membros da equipe e problemas de liderança
são os maiores fatores que contribuem para ocorrências de erro, portanto, complicações
e mortes podem ser evitadas com a implantação de rotinas simples como mencionadas
anteriormente.8
A segurança requer uma execução confiável de múltiplas etapas necessárias à
assistência, não apenas pelo cirurgião, mas pela equipe de profissionais de saúde,
trabalhando em conjunto para o benefício do paciente.

Os 10 objetivos da Campanha “Cirurgias Seguras Salvam Vidas” - OMS

• A equipe irá operar o paciente correto e no local certo;


• A equipe usará métodos conhecidos para prevenir danos da administração de
anestésicos, enquanto protege o paciente da dor;
• A equipe irá reconhecer efetivamente e se preparar para o risco de perda de via
aérea ou de função respiratória;
• A equipe irá reconhecer e efetivamente se preparar para o risco de perda
sanguínea elevada;
• A equipe irá evitar indução de uma reação alérgica ou adversa de drogas para os
quais o risco ao paciente é conhecido;
• A equipe vai sempre usar métodos conhecidos para minimizar o risco de
infecção de sítio cirúrgico;
• A equipe irá impedir a retenção inadvertida de instrumentos ou compressas em
feridas cirúrgicas;
• A equipe irá garantir e identificar com precisão todos os espécimes cirúrgicos;
• A equipe irá efetivamente comunicar e trocar informações críticas para a
condução segura da operação;
• Hospitais e sistemas de saúde pública estabelecerão vigilância de rotina da
capacidade cirúrgica, dos volumes e dos resultados.

Recomendações:

Todas as etapas serão checadas verbalmente com as pessoas adequadas para


assegurar que as ações foram realizadas. Portanto, antes da indução anestésica, a pessoa
que coordena o checklist (lista de checagem) revisará verbalmente com o paciente
(quando possível) que sua identificação tenha sido confirmada, que o procedimento e
local da operação estejam corretos e que o consentimento para cirurgia tenha sido dado,
confirmará visualmente que o sítio cirúrgico tenha sido demarcado (se adequado) e que
um oxímetro de pulso esteja funcionante no paciente.
O circulante revisará verbalmente com o anestesiologista, o risco de perda
sanguínea do paciente, dificuldades nas vias aéreas, reação alérgica, e se uma
verificação completa de segurança anestésica foi concluída. O cirurgião também deverá
estar presente para ter uma idéia mais clara da perda sanguínea prevista, ou outros
fatores.

Intervenções

Estratégias para Cirurgia Segura

Apesar da realização de um procedimento cirúrgico seguro, depender de vários


fatores, tais como: profissionais capacitados, ambiente, equipamentos e materiais
adequados para a realização do procedimento, conformidade com a legislação e outros.
Este protocolo utiliza como estratégia para redução de riscos e incidentes cirúrgicos a
Lista de Checagem, por ser este um mecanismo sistemático, baseado no Manual de
Cirurgia Segura da OMS.¹
A Lista de Checagem é dividida em três etapas: antes da indução anestésica,
antes da incisão cirúrgica e antes do paciente sair da sala de cirurgia. Essas três etapas
devem ser conduzidas por uma única pessoa, que será responsável pela checagem dos
itens, a etapa seguinte só pode ser iniciada após a confirmação de todos os itens da etapa
anterior.

Na admissão do paciente no centro cirúrgico, conferir no prontuário a presença:


• Identificação do paciente;
• Lista de checagem Cirurgia Segura (ANEXO A);
• Termo de Consentimento Cirúrgico.

1ª Etapa - Checagem antes da indução anestésica:


• Confirmar a identificação do paciente;
• Confirmar o local da cirurgia a ser feita e a demarcação da área;
• Confirmar o procedimento a ser realizado;
• Confirmar o consentimento cirúrgico e anestésico devidamente preenchido;
• Verificar a presença e o funcionamento dos equipamentos necessários para o
procedimento;
• Verificar com o anestesiologista o risco de perda sanguínea, dificuldade de vias
aéreas, alergias e se a verificação da segurança anestésica foi concluída.

2ª Etapa - Checagem antes de iniciar a incisão cirúrgica:


• Apresentação dos membros da equipe (nome e função);
• Confirmar a identificação do paciente, o sítio cirúrgico e o tipo de procedimento;
• Revisão verbal do procedimento;
• Confirmar a administração profilática 60 minutos antes da incisão cirúrgica;
• Confirmação da acessibilidade dos exames.

3ª Etapa - Checagem antes de o paciente sair da sala cirúrgica:


• Contagem das compressas e instrumentais utilizados no procedimento;
• Identificação de amostras obtidas durante o procedimento;
• Revisão de equipamentos com funcionamento inadequado ou questões que
necessitem de solução;
• Revisão do plano de cuidados do paciente e cuidados pós-operatórios e
recuperação pós-anestésica.

Notificação de EA
Todos os danos aos pacientes ocorridos no centro cirúrgico, ou em decorrência
de procedimentos cirúrgicos, devem ser notificados como Evento Adverso, através do
formulário impressa ou através da intranet.

Indicador
ÍNDICE DE FALHAS CIRÚRGICAS

Nº de falhas cirúrgicas X 100

Nº total de cirurgias realizadas no setor

ÍNDICE DE ADESÃO A LISTA DE CHECAGEM

Nº de listas de checagem preenchidas X 100

Nº total de cirurgias realizadas no setor

A avaliação da adesão e da eficácia das intervenções para a prática de cirurgias


seguras será realizada através da análise dos indicadores de incidência de falhas
cirúrgicas, que compreende a falta ou mau funcionamento dos insumos durante o ato
cirúrgico, procedimento realizado em local errado, entre outros. E o indicador de adesão
a lista de checagem em todas as cirurgias realizadas.
FLUXOGRAMA – CIRURGIA SEGURA

CIRURGIA SEGURA

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