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Enfº Ms.

Bruna Queiroz
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o
conceito de Segurança
do Paciente se refere a redução dos riscos de danos
desnecessários associados à
assistência em saúde até um mínimo aceitável.
São conhecidos também como EVENTOS ADVERSOS

 Os Eventos Adversos são danos não intencionais decorrentes


da assistência prestada ao paciente, não relacionados à
evolução natural da doença de base.

 Obrigatoriamente acarretam lesões mensuráveis nos pacientes


afetados, óbito ou prolongamento do tempo de internação.
A Segurança do Paciente não é nada mais que a
redução de atos inseguros nos processos
assistenciais e o uso das melhores práticas descritas
de forma a alcançar os melhores resultados possíveis
para o paciente.
RESOLUÇÃO – RDC Nº 36, DE 25 DE JULHO DE 2013

 Art. 1: Instituir ações para promoção da segurança


do paciente e a melhoria da qualidade nos serviços
de saúde.
 Criação do NSP (Núcleo de Segurança do Paciente;

 Elaboração do Regimento Interno;

 Elaboração da Ficha de Notificação de Eventos


Adversos;

 Elaboração dos Protocolos.


 Revisão sistemática realizada em 2008 sobre
a ocorrência de eventos adversos em
pacientes internados revelou que 01 (um) em
cada 150 (cento e cinquenta) pacientes
hospitalizados morre em consequência de um
incidente. O mesmo estudo revelou que
quase dois terços dos eventos adversos
ocorridos em ambiente hospitalar foram
associados ao cuidado cirúrgico .

(VRIES, RAMRATTAN;2008)
 Análise de eventos sentinelas relatados pela
Joint Commission (JC), dos EUA, em um
período de avaliação de 10 anos, apontou
que 13% dos eventos adversos relatados
devia-se a cirurgias em sítios errados.
 A literatura corrobora com a suposição de
que a cirurgia em local errado é mais comum
em certas especialidades, particularmente em
cirurgias ortopédicas. Em um estudo com
1.050 cirurgiões de mão, 21% relataram ter
realizado pelo menos uma cirurgia em local
errado em suas carreiras.

(Joint Commission, 2007; Anivisa 2013)


 O conceito de cirurgia segura envolve
medidas adotadas para redução do risco de
eventos adversos que podem acontecer
antes, durante e depois das cirurgias
 A Organização Mundial da Saúde (OMS)
estabeleceu um programa para garantir a
segurança em cirurgias que consiste na
verificação de itens essenciais do processo
cirúrgico. O objetivo é garantir que o
procedimento seja realizado conforme o
planejado,
 Existem evidências de que a Lista de Verificação
de Cirurgia Segura reduz complicações e salva
vidas. Estudo realizado em oito países encontrou
uma redução de 11% para 7% da ocorrência de
complicações em pacientes cirúrgicos e uma
diminuição de mortalidade de 1,5% para 0,8%
com a adoção da lista de Verificação. Um estudo
holandês mostra uma queda nas complicações
entre pacientes cirúrgicos de 15,4% para 10,6% e
da mortalidade de 1,5% para 0,8%

(Anvisa, 2013)
 O protocolo para Cirurgia Segura deverá ser
aplicado em todos os locais dos
estabelecimentos de saúde em que sejam
realizados procedimentos, quer terapêuticos,
quer diagnósticos, que impliquem em incisão
no corpo humano ou em introdução de
equipamentos endoscópios, dentro ou fora
de centro cirúrgico, por qualquer profissional
de saúde.

(Anvisa, 2013)
 Paciente.
 Procedimento.
 Lateralidade (lado a ser operado, quando
aplicável).
 Posicionamento.
 Equipamentos.
 Identificação correta do paciente e presença de
toda a equipe cirúrgica.
 Confirmação do procedimento a ser realizado e
planejamento de acesso respiratório e da
necessidade de transfusão de sangue.
 Posicionamento correto do paciente na mesa
cirúrgica.
 Confirmação do lado a ser operado.
 Disponibilidade de equipamentos e materiais
necessários para a cirurgia.
 Encaminhamento de materiais para exames
diagnósticos.
 Lista de Verificação: lista formal utilizada
para identificar, comparar e verificar um
grupo de itens/procedimentos;
 Demarcação de Lateralidade: demarcação de
local ou locais a ser operados. Esta
demarcação é particularmente importante em
casos de lateralidade (distinção entre direita e
esquerda), estruturas múltiplas (p.ex. dedos
das mãos e dos pés, costelas) e níveis
múltiplos (p.ex. coluna vertebral)
 Condutor da Lista de Verificação: profissional
de saúde (médico ou profissional da
enfermagem), que esteja participando da
cirurgia e seja o responsável por conduzir a
aplicação da lista de verificação, de acordo
com diretrizes da instituição de saúde;
 Segurança Anestésica: conjunto de ações
realizadas pelo anestesiologista, que visa à
redução da insegurança anestésica por meio
da inspeção formal do equipamento
anestésico, da checagem dos medicamentos
e do risco anestésico do paciente antes da
realização de cada cirurgia. Este
procedimento deve seguir as orientações
contidas no Manual para Cirurgia Segura da
OMS, traduzido pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária - ANVISA
 Equipe cirúrgica: equipe composta por
cirurgiões, anestesiologistas, profissionais de
enfermagem, técnicos e todos os
profissionais envolvidos na cirurgia.
 1 condutor de lista (não trocar);
 Verificar se as etapas anteriores foram
completas
 Em caso de não conformidade não prossegue
o ato;
 Paciente fica no CC até resolução.
 Revisar verbalmente com o próprio paciente, sempre que
possível, que sua identificação tenha sido confirmada.
 Confirmar que o procedimento e o local da cirurgia estão
corretos.
 Confirmar o consentimento para cirurgia e a anestesia.
 Confirmar visualmente o sítio cirúrgico correto e sua
demarcação
 Confirmar a conexão de um monitor multiparâmetro ao
paciente e seu funcionamento.
 Revisar verbalmente com o anestesiologista, o risco de perda
sanguínea do paciente, dificuldades nas vias aéreas, histórico
de reação alérgica e se a verificação completa de segurança
anestésica foi concluída.
 A apresentação de cada membro da equipe pelo
nome e função.
 Confirmação da realização da cirurgia correta no
paciente correto, no sítio cirúrgico correto.
 A revisão verbal, uns com os outros, dos
elementos críticos de seus planos para a cirurgia,
usando as questões da Lista de Verificação como
guia.
 A confirmação da administração de
antimicrobianos profiláticos nos últimos 60
minutos da incisão cirúrgica.
 A confirmação da acessibilidade dos exames de
imagens necessários.
 Conclusão da contagem de compressas e
instrumentais.
 A identificação de qualquer amostra cirúrgica
obtida.
 A revisão de qualquer funcionamento
inadequado de equipamentos ou questões que
necessitem ser solucionadas.
 A revisão do plano de cuidado e as providencias
quanto à abordagem pós-operatória e da
recuperação pós-anestésica antes da remoção do
paciente da sala de cirurgia.
O que​​ é?
 A demarcação de lateralidade é uma prática
internacional destinada a cirurgias e outros
procedimentos invasivos em que há a
necessidade da escolha de um lado – por
exemplo, braço direito ou esquerdo. Ela é
feita antes do encaminhamento do paciente
ao centro cir​úrgico e com a participação dele.
O monitoramento desse processo visa
assegurar a prevenção de erros.
 Realizada por Médico
 Paciente acordado preferencialmente
 Visita pré
 Hospitais – terão descritos processos definidos para lidar com
as exceções, como, por exemplo, recusa documentada do
paciente, de modo a garantir a segurança cirúrgica.
 Condutor deve confirmar
 Caneta dermográfica
 Devem-se evitar marcas ambíguas como “x”, podendo ser
utilizado, por exemplo, o sinal de alvo para este fim.
SEGURANÇA COMO CULTURA INSTITUCIONAL É
POSSÍVEL???
Sírio Libanês, 2017)
 Nas cirurgias que envolvem lateralidade, o
médico marcará o local correto no corpo do
paciente antes que este seja encaminhado ao
centro cirúrgico.
 Você deve participar disso. Esclareça suas
dúvidas com os profissionais de saúde que
estão lhe atendendo. Isso pode evitar falhas.
Participe desse processo.
 Lado errado do cérebro
 O Rhode Island Hospital, que fica no condado norte-
americano de Providence, no período de foi cena de
três cirurgias realizadas do lado errado do cérebro
dos pacientes. Entre novembro de 2007 e fevereiro
de 2008 três casos chocaram: uma operação deu
errado após um neurocirurgião experiente insistir
com a enfermeira que ele sabia qual lado deveria
operar, mas entendeu errado. Em outro caso, um
médico em treinamento cortou o lado errado da
cabeça de um paciente após pular o ckecklist pré-
operatório. Em um terceiro caso, o chefe residente
começou uma cirurgia no cérebro no lugar errado, e a
enfermeira não o impediu.
 Willie King precisou amputar uma de suas pernas
em 1995, na Flórida, nos EUA, porém uma
sucessão de erros levou a perna errada a ser
preparada para cirurgia e os cirurgiões
perceberam o terrível engano no meio do
procedimento, quando já era tarde demais.
 Como resultado a licença médica do cirurgião foi
suspensa por seis meses e ele foi multado em U$
10 mil. O University Community Hospital de
Tampa, local da cirurgia, pagou U$ 900 mil para
Willie e o próprio cirurgião pagou mais U$ 250
mil.
 Em 2016, o veterano da Força Aérea dos Estados Unidos
Benjamin Houghton, então com 47 anos, agendou uma
cirurgia para retirada do testículo esquerdo por suspeita
células cancerígenas. Porém, quando foi realizar o
procedimento no est Los Angeles VA Medical ficou surpreso
com o resultado: removeram o testículo direito. “No começo
eu pensei que era uma piada”, disse Houghton ao Los
Angeles Times. “Então eu fiquei chocado. Eu disse a eles, „O
eu faço agora?‟”, completou.
 O Dr. Dean Norman, do hospital, pediu desculpas a
Houghton e a esposa dele formalmente: “Estamos fazendo
todos os esforços que podemos para cuidar de Mr.
Houghton, mas está em litígio, e isso é tudo que posso dizer
você”, disse ele. O hospital mudou práticas, como resultado
do caso, acrescentou. Quando Benjamin processou o VA
Medical Center conseguiu apenas U$ 200 mil por seu
testículo perdido.
 Médicos do Methodist Hospital, em Minnesota,
nos EUA, admitiram que removeram o rim errado
de um paciente que havia entrado no centro
cirúrgico por causa de um tumor maligno. “É um
erro trágico da nossa parte e assumimos nossa
responsabilidade por ele”, disse o Dr. Samuel
Carlson, médico chefe do Park Nicollet Health
Services, responsável pela administração do
hospital.
 A descoberta de que foi removido o rim errado
ocorreu no dia seguinte quando o patologista
examinou o material e não encontrou qualquer
evidência de tumor maligno.
 A brasileira Verônica Cristina Barros, de 31
anos, chegou ao pronto atendimento do
Hospital Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro,
com traumatismo craniano em outubro de
2014. Como havia caído no banheiro e batido
a cabeça no vaso sanitário, precisava de uma
cirurgia do lado esquerdo da cabeça, mas
operaram o direito. O erro foi fatal, já que no
segundo procedimento cirúrgico ela não
resistiu e faleceu.
Qual fator facilita o erro na sua opinião?
 https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/qualidade-
seguranca/Paginas/cirurgia-segura.aspx
 https://www.segurancadopaciente.com.br/noticia/5-
casos-impressionantes-de-cirurgias-feitas-do-lado-
errado/
 de Vries EN, Ramrattan MA, Smorenburg SM, Gouma
DJ, Boermeester MA. The incidence and nature of in-
hospital adverse events: a systematic review. Qual Saf
Health Care. 17. England 2008. p. 216-23.
 Joint Commission. Sentinel events alert. 5th
December 2001. Disponível em:
http://www.jointcommission.org/SentinelEvent/senti
neleventalert/sea_24.html [Acessado 3 Maio 2007]

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