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ANDREW CHRISTENSEN
“Eu sei que você está tentando dizer a mesma coisa há 12 anos...” os casais
repetem sempre os mesmos assuntos quando não se sentem escutados. E
normalmente, quanto mais um repete, menos o outro escuta, mais se fecha.
TIPOS DE MUDANÇA:
= TRADICIONAL: quando busco a mudança do comportamento do outro;
SELEÇÃO DE PARCEIRO
Achar a pessoa errada certa. Não existe alguém totalmente certo. As
diferenças, quando valorizadas, criam problemas.
“deixe nossas cicatrizes se apaixonarem” Galway Kinnell
Ex.: não sou assertivo e as pessoas tiram vantagem de mim. Se sou atraído
por um parceiro muito opiniático, é uma combinação perfeita, porque ele vai me
defender, afinal, “ele tem tanta opinião!...” mas talvez não seja o melhor
parceiro para mim, pois vou continuar pouco assertivo, controlado por outra
ORIGEM DAS SENSIBILIDADES
- ESTRESSORES NATURAIS: cultura, dinheiro, família de origem, vizinhos,
filhos, etc.
CICLO DE COMUNICAÇÃO DISFUNCIONAL \ REPETITIVO: porque nunca
entendemos um ao outro. O que um fala e o que o outro entende? Quando um
tem uma postura agressiva tentando mudar ou convencer o outro a mudar.
Quando aparecem comportamentos que afastam, como evitar, fugir, esconder
ou se justificar. Quando há invasão, agarrando-se, perseguindo, grudando,
também chamado parceiro helicóptero, monitorando, vigiando, suspeitando.
Quando vai contra o outro com a ajuda de terceiros, fazendo alianças com
amigos ou familiares.
O que torna esses comportamentos problemáticos? O contexto é tudo. Nada
de analisar o fato isoladamente. Sempre há consequências a curto e longo
prazo.
Para os parceiros impulsivos, agressivos, sugerimos “editar seus
comportamentos”, ou seja, não falar tudo o que vem á cabeça. Para outros,
que pensam muito e falam pouco, é o contrario, editar menos.
Círculos viciosos:> Eu me afasto, e ela me cobra proximidade. Quanto mais
afasto, mais ela cobra. Tende a escalonar. Ela vem cada vez mais intensa, e
ele se afasta, cada vez mais intensamente. Ocorre a manutenção do
escalonamento. Tais fatos são exemplificados no livro “Interrompendo
Processos Ironicos” , somente em inglês –Shoham, V., & Rohrbaugh, M.
(1997). Interrupting ironic processes. Psychological Science.
Ex.: casal com diferença de libido: o homem quer mais transa. Ele pressiona,
ela se afasta, evita, se ocupa com algo quando vai para a cama ou tem dor de
cabeça. Ela, no inicio, tem um interesse 5, ele 7. Com a privação, ele fica com
9 de vontade, e ela, pressionada, perde mais o interesse, fica com 3. Quando
chegam na terapia, são uma versão polarizada do que eram no inicio do
relacionamento.
PADROES PROBLEMATICOS:
-ASSIMÉTRICOS: discutir \ evitar.... perseguir \ afastar.
-SIMETRICOS: vão um contra o outro, mutuamente... evitação mutua.
ANALISE DEEP
-PROBLEMA INICIAL: Problema comum de convivência em função das
diferenças pessoais, das sensibilidades emocionais e dos estressores
externos.
-PROBLEMA REATIVO: é o segundo problema, devido à reação do casal ao
problema inicial.
Ex.; questões de relacionamento,como proximidade X independência
FORMULAÇÃO IBCT:
EXEMPLO DE CASO::: CONFIANÇA
-considerar as diferenças individuais, da historia de cada um.
-habilidades sociais: visão do contato com amigos. Ex: ela acha que não tem
problema beber ou almoçar com um colega de trabalho, e o marido discorda.
Ele, talvez, é sensível a uma traição anterior. Ela, talvez, foi muito controlada
pelos pais e agora sente-se livre.
-relações ou sensibilidades emocionais: affair dos pais (foi muito mimada),
-circunstancias externas: contato profissional com colegas.
-padrão de interação: a mulher que não fala sobre a sua rotina, e o homem fica
igual a um helicóptero, inseguro, tentando vigiar.
ACEITAÇÃO E MUDANÇA
Os parceiros não vão mudar suas sensibilidades emocionais. Para os
estressores externos, a aceitação é básica.
Na interação terapêutica, no mínimo, não vamos piorar a situação do casal...
Um termo usados nos EUA é: “os casais trazem suas cobras para a terapia”.
As cobras significam as fobias, os medos, os problemas.
Na sessão individual com cada parceiro, se questiona sobre a relação,
preenche o questionário de dados pessoais, a vida posterior e a vida social
atual. Andrew costuma dar o livro: “RECONCILIAR DIFERENÇAS”... que
somente existe em inglês!
Nas sessões, com frequência, os parceiros costumam falar coisas ruins um do
outro. E como apoiar o parceiro sem antagonizar o outro???? Focar no “NÓS”,
e não no “EU”\”TU”: questionamentos: - qual foi o impacto? O terapeuta fala
sobre a “ferida” e não sobre a “flecha”. – quanto sangrou? - qual foi a dor?
Podemos ser empáticos e apoiar, e ao mesmo tempo não alienar o outro, e não
dar apoio às acusações, às flechas.
AVALIAÇÃO: Andrew usa o questionário demográfico; o Indice de Satisfação
do Casal – couple satisfaction índex (CSI-16); o Questionário de Áreas
Problemáticas – problems areas questionnaire, Christensen Measures for
Couple Terapy --- para avaliar a violência na relação.
MÉTODOS TERAPEUTICOS:
-Análise DEEP
-experiencias ao vivo. IBCT é vivencial. O casal está trazendo sua realidade ali,
na sua frente, e temos a oportunidade de ter uma experiência cicatrizadora.
Usamos mais os eventos recentes ou preocupações presentes. O que trazem
no questionário semanal dá o material para o trabalho da sessão.
3 ESTRATÉGIAS AMPLAS:
- mudança afetiva - união empática: nova experiência emocional do problema.
- mudança cognitiva –
-
3 DISCUSSÕES TERAPEUTICAS DA IBCT:
- discussões compassivas, empáticas.
- discussões analíticas , de desapego.
- discussões práticas, de fazer a mudança concreta.
SESSÃO TÍPICA
- questionário semanal
- verificar ocorrência de evento violento ou destrutivo ou mudança maior.
- relato dos eventos positivos. Mostramos bastante curiosidade sobre o que o
casal pode fazer sozinhos, extra sessão, e o que fizeram para essa mudança
ocorrer. Se for sair, jantar, etc, não damos muita importância porque para isso
não precisaram fazer alguma mudança pessoal. Valorizamos quando
precisaram fazer alguma mudança pessoal para conseguir algo diferente no
relacionamento.
- definir agenda baseada nos incidentes, nos problemas do cliente. Damos a
mesma atenção e espaço para ambos participarem.
- mudar o foco da discussão do problema. Ex.: ao falar sobre o incidente, vem
a critica, e se torna um problema falar do problema. Nessa hora posso diminuir
o ritmo e resumir. Assim estou evitando que a discussão aumente e fique
incontrolável. No meio da discussão não posso interromper e deixar para a
próxima semana. “Vamos falar sobre como vocês vão lidar com isso depois
que saírem da sessão de hoje?” Fazemos uma pequena sessão de resolução
de problemas para ver o que vão fazer...
- observar quem fala com quem? Inicialmente fazemos com que cada um fale
comigo. Assim tenho mais controle sobre alguma discussão que possa ocorrer.
Também posso, seletivamente, escolher algumas falas e ignorar outras. Ex.:
um vídeo onde o marido atribuía a mudança de humor da esposa ao fato de ela
ser do signo de gêmeos....o terapeuta não deu a mínima importância.
- cada parceiro fala com o psicólogo; assim, temos maior controle, e ocorre
menor generalização. Se um disser que o outro é egoísta, posso dizer: “sei que
a esposa falou sobre algo que ocorreu, e se sentiu meio negligenciada... e
fiquei pensando, como será que você se sentiu ouvindo isso?”
- o casal fala um com o outro nas seguintes situações: encenações onde o
psicólogo dirige a discussão; o psicólogo intervém na discussão; o psicólogo
assiste e aplaude a discussão, quando é produtiva. A forma de estimular a
conversa entre o casal pode ser assim: “ X, o que vc acabou de dizer é
importante. Será que vc consegue falar isso olhando nos olhos? Vai ser muito
importante para Z.”
CONSTRUÇÃO DA TOLERANCIA:
O casal fala do seu padrão de interação, sem raiva, com tolerância, sendo
orientados sobre os gatilhos. O marido compreendeu quais eram os gatilhos
que atingiam ela. O comportamento dele foi ressignificado. Ele não era
abusivo, e sim muito assertivo: muita iniciativa, muito decidido.