Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CODEPENDÊNCIA- PARTE I
l Introdução
Recapitulando temos o Behaviorismo, abordagem no comportamento, onde
podemos reprogramar a pessoa alterando o seu comportamento. A Psicanálise,
que faz a ponte entre passado e futuro, o que aconteceu influencia o presente e
futuro. E o Existencialismo, que você é o que você faz de si no agora.
Estudar psicologia em um curso de teologia é útil para adquirir ferramentas que
nos auxiliem a escutar, tendo sabedoria em dar suporte emocional a pessoa que
estamos acompanhando, sabendo, se necessário, fazer um tratamento em
conjunto com um profissional.
Muito comum de se encontrar, os casos de sabotagem emocional acontecem
quando as pessoas não possuem o controle de suas emoções, ou acabam
trazendo-as para baixo. Este movimento é denominado de Codependência
emocional.
Se pudéssemos fazer um raio X de famílias que sofrem desta codependência,
iríamos enxergar pessoas que constantemente se dão aos outros, mas não
sabem como receber, até ficarem revoltadas exaustas, vazias e/ou até desistir. As
pessoas dessa família não sabem o que sentem, deixaram de sentir emoções
positivas, estão cheias de raiva, amargura, ódio, depressão, impotência,
desespero culpa. A falta de energia é frequente e a manipulação parece ser a
única forma de conseguir fazer algo.
A codependência leva as pessoas a serem dissimuladas, porque o ambiente em
que vivem parece incapaz de tolerar honestidade. Possuem uma profunda dor
por amar alguém com problemas sérios e mal resolvidos, tendo em vista
relacionamentos afetados por alcoólicos, jogadores compulsivos, comedores
compulsivos, viciados em trabalho, viciados em sexo, criminoso, adolescentes
rebeldes, pais neuróticos.
1
l Relações de Dependência
Nosso tema relações de dependência é dedicado ao estudo dos mecanismos de
limitação de vida através de relações em que as pessoas envolvidas sabotam
mutuamente seu crescimento e realização. É bastante frequente vermos
pessoas bem-sucedidas em vários campos de atuação profissional, mas na vida
afetiva isso não é tão comum.
As pessoas lutam para ter um lar e uma família melhor do que tiveram,
entretanto queixam-se, cada vez mais, de um constante sentimento de solidão e
injustiça, como se não fossem compreendidas em suas boas intenções.
Incrivelmente previsível!
Um nome mais adequado para relações de Dependência é Codependência,
porque aponta para uma co-responsabilidade em todo relacionamento, por
mais neurótico que seja. Dependência está ligada as nossas respostas e reações
que damos às pessoas que estão ao redor, o efeito que nos causam e como
tentamos afetar (tocar) essas pessoas.
Esse sentimento de dependência afeta o julgamento e o poder de escolha,
mesmo que se acredite estar fazendo a coisa certa e com boas intenções
sempre temos o mesmo resultado. Assim como o alcoólatra é dependente do
álcool, a família é dependente do alcoolismo.
Vemos a necessidade de recriar situações semelhantes do seu passado,
tentando resolver hoje a dor de ontem sem perceber a repetição e a ligação
entre os pares e pais. Fortemente presente também é a ilusão de controlar
sentimentos interiores através do controle de pessoas, coisas e acontecimentos
exteriores. O controle ou a falta dele é fundamental para o codependente.
Uma necessidade profunda de descobrir a noção de família, usando como base
a família de origem e repetindo o clima de dor da infância com o objetivo de
mudar o passado ou controlá-lo. Embora tóxica, a repetição do clima da relação
familiar traz uma impressão de segurança por ser reconhecida e percebida
como válida.
Codependência é depender junto de alguém ou estar do lado de quem é
dependente, e ser afetado por isso. A forma como o desequilíbrio emocional
afeta os outros membros da família traz uma condição emocional e
comportamental que se desenvolve como resultado a exposição prolongada de
um indivíduo (e a sua prática) a um conjunto de regras opressivas que evitam a
manifestação aberta de sentimentos e a discussão direta de problemas pessoais.
2
Pessoas cuja vida se tornou incontrolável como resultado de viverem com
pessoas emocionalmente instáveis.
l Abuso Emocional
O abuso emocional aparece com o padrão de lidar com a vida de forma não
saudável. A ilusão de poder controlar o outro traz à tona mecanismos nesta
família, fazendo com que os membros não percebam como são dependentes e
controladores um do outro.
O codependente é guiado por uma ou mais compulsões, um desejo incessante
de resolver determinada situação, e, compelido pelo jeito que as coisas eram em
sua família de origem, recria as situações e os climas de infância. Agindo como
se a felicidade dependesse do outro, o codependente pensa ser indispensável
para o outro, destruindo seus relacionamentos pela instabilidade emocional.
Uma estrutura emocional saudável está relacionada a parcerias, o
codependente se colocará no centro da família, trazendo para si todas as
atenções. Lembre-se, a pessoa da família que cuida dos outros também precisa
de cuidados, doar-se integralmente, torcendo suas emoções podem trazer
processos extremamente dolorosos, acarretando diversos problemas. São
exatamente essas pessoas que mais iremos encontrar em nossas Igrejas.
Tomar conta dos outros na família é essencial, temos que ter essa relação de
apoio um ao outro. O problema surge quando esse tomar conta acaba virando
um controle sobre o outro, tendo raiva quando sua ajuda não é eficiente,
imaginando porque os outros não fazem o mesmo por ele. Dizer sim quando
quer dizer não, fazer coisas que realmente não quer fazer pelos outros,
acreditando que não são capazes de fazer por si mesmos. Esse tipo de tomar
conta, acaba adoecendo quem está tentando controlar as próprias
responsabilidades e as responsabilidades do outro, além de impedir o
crescimento emocional da pessoa que o codependente tenta controlar.
Outra característica presente é o não saber o que quer ou se souber, dizer a si
mesmo que o que quer não é importante. O foco sempre é tentar agradar aos
outros e não agradar a si mesmo.
Tratar o codependente não é fazê-lo desistir de cuidar dos outros, de se
importar com quem está ao seu redor, mas sim de reequilibrar as emoções e
prioridades, colocando-as em seus devidos lugares.
3
l Mecanismo que a pessoa em estado de codependência
desenvolve
● Repressão:
Empurram seu pensamentos e emoções para fora de sua consciência, porque
tem medo e culpa, com medo de se permitirem ser quem são. Exemplo,
imagine você cuidando de uma pessoa excepcional. Por ter que cuidar
excessivamente desta pessoa, você acaba abafando todos os seus sonhos,
crendo ser improvável que eles aconteçam mediante os cuidados que o
excepcional necessita. Sonhos e emoções, não somem. Reprimi-los causam
doenças psicossomáticas, pois, assim como um rio que você pode apenas
conduzi-lo para novos caminhos, também são as emoções.
● Obsessão:
● Controle:
Viveram com pessoas e situações fora de controle causando magoa e dor. Sem
perceber, acabam por ter medo de deixar os outros serem quem são. Acham
que sabem mais sobre o que acontecerá com as pessoas e como elas devem se
comportar controlando-os através de culpa, ameaças, aconselhamento,
manipulação e domínio. Todos esses acontecimentos fazem com que o próprio
codependente seja controlado pelas circunstâncias que ele criou.
4
● Negação:
Aqui surge a preocupação em ocupar-se para não pensar nas coisas realmente
importantes na vida dela. Assim, finge que as coisas não estão acontecendo,
acreditando em mentiras para se sentir relaxado.
l Conclusão
Todos esses mecanismos trazem uma dependência tão grande, fazendo com
que a pessoa procure amor em outras incapazes de amar. Acreditam que as
outras pessoas nunca estão disponíveis para eles. Acham que necessitam mais
das pessoas do que elas necessitam deles. Não se dão tempo suficiente para
descobrir se as pessoas são boas para eles como por exemplo, em
relacionamentos amorosos. Por não se darem tempo para descobrirem se
amam as outras pessoas, os codependente perdem interesse em sua própria
vida quando amam. Quando terminam relacionamentos ruins, procuram outros
que também não funcionam.
A comunicação do codependente não é boa, pois se baseia em culpa e ameaça,
coagir e implorar, sabotando assim sua própria comunicação e a comunicação
das pessoas que ama.
Este aprendizado da co-dependência nos leva a perceber como o mundo afetivo
desta pessoa está distorcido, tal qual também estão as suas relações. O
codependente nega a realidade para lidar com a dor. Sua vida é marcada por
extremos. O codependente sente um enorme vazio dentro do peito. O que está
em jogo é que existem regras silenciosas não escritas que estabelecem o ritmo
dos relacionamentos, essas regras proíbem discussões de alguns problemas,
expectativas realistas, comunicação honesta e direta, confiar em si mesmo,
confiar nos outros. A ideia é que não se pode balançar o barco familiar porque é
frágil demais.
O codependente é uma pessoa que tem deixado o comportamento de outra
afetá-la negativamente, e é obcecada por controlar o comportamento dessa
outra pessoa. A sabotagem da dependência emocional é reacionária (reagem
demais, de menos, mas raramente agem). A medida que as pessoas a nossa
volta ficam mais doentes, nós começamos a reagir mais intensamente.
Reagimos às pessoas que estão se destruindo e de alguma forma nos afetam
reagimos aprendemos a destruir a nós mesmos, sabotamos relacionamentos
que poderiam dar certo.
Esta estrutura é extremamente comum. Comece a reconhecer ao seu redor, este
tipo de cenário para saber conversar com esse tipo de realidade e auxiliar as
pessoas da melhor forma possível.
5