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Universidade Mussa Bin Bique

Faculdade de Direito
Curso de Licenciatura em Psicologia Clínica

Tema:
Vontade e Psicomotricidade

Discentes do 8º Grupo:
Rosa Francisca
Sandra António José
Sania José Sualehe
Sara Joaquim
Sumalgi Julião Mapuante
Ussene António

Nampula, Junho de 2023

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Discentes do 8º Grupo:

Rosa Francisca

Sandra António José

Sania José Sualehe

Sara Joaquim

Sumalgi Julião Mapuante

Ussene António

Tema:
Vontade e Psicomotricidade

Trabalho de carácter avaliativo


recomendado na Cadeira de
Psicopatologia, no 2o Ano,
Turma A, 8o Grupo, a ser
entregue na Universidade Mussa
Bin Bique, na Faculdade de
Direito, orientado pelo Docente:
Dr. Nilton Luis Napoleão.

Nampula, Junho de 2023

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Indice:

Indice: ............................................................................................................................... 3

Introdução: ........................................................................................................................ 4

Objectivo geral .............................................................................................................. 4

Objectivos específicos .................................................................................................. 4

Metodologia de investigação ........................................................................................ 4

Conceito e resumo histórico ............................................................................................. 5

A vontade na filosofia ................................................................................................... 5

A vontade na psicologia ................................................................................................ 6

A compreensão da vontade na obra de L. S. Vygotski ................................................. 6

Diferença entre vontade e desejo .................................................................................. 7

Psicomotricidade: referencial teórico ............................................................................... 7

Objectivos da psicomotricidade .................................................................................... 8

Conceitos da psicomotricidade: segundo alguns autores .............................................. 9

Principais vertentes da psicomotricidade ...................................................................... 9

O desenvolvimento psicomotor ...................................................................................... 10

O desenvolvimento psicomotor na primeira infância ................................................. 10

O desenvolvimento psicomotor na segunda infância ................................................. 11

O desenvolvimento psicomotor na pré-adolescência e adolescência ......................... 11

O desenvolvimento psicomotor na vida adulta e velhice ........................................... 12

A relação entre a psicomotricidade e o processo de aprendizagem da criança .............. 13

Conclusão: ...................................................................................................................... 15

Referências bibliográficas: ............................................................................................. 16

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Introdução:

No presente trabalho, iremos indagar acerca da temática Vontade e Psicomotricidade.


A Vontade é definida no Dicionário Houaiss da língua portuguesa (2003) como “a
faculdade que tem o ser humano de querer, de escolher, de livremente praticar ou deixar
de praticar certos actos”. Já o desenvolvimento psicomotor é um processo que deve ser
observado pelos professores, familiares e cuidadores da criança, nas suas actividades
diárias. A psicomotricidade tem uma importante contribuição no processo de
ensino aprendizagem, pois é através dela que a criança desenvolve suas habilidades,
competências e atitudes corporais, que vão proporcionar prontidões para diversas
formas de usos dos movimentos, que permitirão a construção de novos conhecimentos
que contribuirão para a sua formação enquanto sujeito histórico social.

Sobre o desenvolvimento corporal o destaque vai para o processo de brincar, que faz
parte da vida da criança desde o seu nascimento. Portanto a brincadeira possui papel
importante no seu desenvolvimento como destaca Silva & Santos (2009). No mundo
infantil o brincar é a palavra de ordem que propicia o exercício dos movimentos da
criança de forma lúdica e prazerosa.

Objectivo geral

 Compreender de maneira holística, os termos vontade e psicomotricidade.

Objectivos específicos

 Conceitua-los de acordo com a literatura;


 Diferenciar o desejo de vontade e psicomotricidade da aprendizagem;
 Descrever as principais etapas de desenvolvimento psicomotor.

Metodologia de investigação

Este trabalho teve como metodologia de investigação, levantamento bibliográfico, isto


é, as obras publicadas na internet que abordam este tema. E revisamos de forma
minuciosa, precisa e clara, e a posterior construímos as nossas bases para o
desenvolvimento dos temas em destaque.

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Conceito e resumo histórico

A Vontade é definida no Dicionário Houaiss da língua portuguesa (2003) como “a


faculdade que tem o ser humano de querer, de escolher, de livremente praticar ou deixar
de praticar certos actos”. Nas suas reflexões sobre a faculdade espiritual da Vontade,
Hannah Arendt escreve a Heidegger, em Julho de 1974, relatando como organizara a
trajectória das suas pesquisas: Parti do facto da Antiguidade grega não ter conhecido
nem a vontade nem o problema da liberdade (enquanto problema). Começo, portanto, a
própria discussão com Aristóteles, mas apenas para mostrar como determinados
fenómenos se apresentam quando a vontade enquanto faculdade autónoma é
desconhecida (Arendt, 2001, p. 181).

A vontade na filosofia

O pensamento de Santo Agostinho faz parte integrante das obras de Hannah Arendt
como uma espécie de guia de orientação das suas reflexões sobre as experiencias
humanas. A autora inicia o seu pensamento filosófico ao pontuar Santo Agostinho como
pensador cristão que soube associar dois mundos distintos, o greco-romano (filosófico)
e o judaico cristão (religioso). Pensamentos que considera imprescindíveis para a
identificação da descoberta da vontade como faculdade espiritual e a noção de
contingência através da qual apoia-se para poder fundamentar a noção de vontade livre
e ao mesmo tempo, causadora de actos.

Arendt por defender a premissa de que a vontade representa a sua própria causa,
contrapõe-se essencialmente, à concepção de Kant da casualidade pela liberdade
transcendental, bem como à defesa da vontade subjugada à razão prática. Assim sendo,
poder-se-á referir que a vontade e o pensamento representam actividades mentais
diferentes e a sua coexistência é necessária. Poder-se-á referir que as várias esferas que
Arendt direccionou o seu pensamento e que servia de orientação para as suas reflexões
era o desejo de compreender estes fenómenos mas igualmente, julga-los.

De acordo com a interpretação de Arendt, os seres humanos são do mundo e não apenas
no mundo. Segundo a autora, estar-se vivo significa estar entre os homens, num mundo
comum e partilhado pelos homens (Arendt, 200; 2003, p.21).

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A vontade na psicologia

A psicologia é recente, enquanto ciência, e tem as suas influências históricas


investigadas predominantemente no contexto da era moderna. No entanto, a temática
psicológica foi desenvolvida na reflexão filosófica, religiosa e teológica anterior à
modernidade (Oliveira, 2004; Oliveira & Pires, 2007). Na base da razão desta herança
está o momento motivacional destrinça do momento volitivo e a vontade aparece
conceptualizada exclusivamente como princípio eficiente, deixando de lado o momento
prévio de carácter pratico, de recepção de um bem que suscita una resposta de amor.

O sentir é agora sentimento, uma categoria aparte cuja função primária não é ser
afectado pelo real, mas antes sentir-se. Surge aqui a primeira ruptura no circuito do
fazer humano: o ser afectado, a resposta afectiva não tem uma relação intrínseca e
objectiva com o conhecer o que é o real, nem gera a tendência, dado que, de seu, é só
um fenómeno centrípeto. A segunda ruptura: entre o ser afectado e o tender. Tetens
unifica o tendencial com a actividade motora, sob a designação de vontade ou
actividade, que constitui o terceiro momento do referido circuito. Considera a vontade
força activa a partir da distinção, nas representações do sentido interno, duas formas:

 As representações que temos dos estados interiores da alma, o prazer ou


desprazer e dos estados de ânimo;
 Representações das autodeterminações das nossas forças, actividades e de seus
afectos que se designam comummente de manifestações da vontade.

A compreensão da vontade na obra de L. S. Vygotski

Vygotski (1925/1999) afirma que qualquer movimento ou gesto é realizado pela


pessoa, inicialmente, de maneira inconsciente; a vontade gera um movimento, um acto,
acções, palavras; depois, uma reacção secundária, ou seja, o significado dado ao
movimento produzido se converte na base de sua consciência. Nesse sentido, a
experiência histórica e social antecede a consciência.

É importante sinalizar que ao falar da realização inconsciente de um movimento ou


gesto a partir das bases históricas e sociais do ser humano, Vygotski não faz referência a
uma possível “linguagem cifrada” dos processos psicológicos conforme propõe a
psicanálise.

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Diferença entre vontade e desejo

Muitos filósofos apresentam a diferença entre desejo e vontade: Platão coloca sobre o
corpo e a alma. Kant diz que a moral é algo que você não se autoriza a fazer (controlo
da vontade sobre o desejo). Para Spinoza, a vontade é a capacidade de afirmar e de
negar as coisas. Sem aprofundar: a diferença entre vontade e desejo é que o desejo são
as necessidades do corpo, do instinto. Um animal vive buscando satisfazer seus
quereres. A vontade é uma decisão deliberada, é a acção vitoriosa da mente sobre o
corpo. Ex: andar na rua e sentir vontade de tomar um sorvete. O individuo sentiu o
desejo de tomar um sorvete. O corpo dele quer se refrescar e ingerir açúcar.

Mas, quando o individuo se controla, por exemplo sou diabético, então resolve não
fazer isso. Controla o desejo do seu corpo. Outro exemplo é um individuo que acordo às
4h da manhã para estudar. O seu corpo deseja continuar dormir. Mas a sua vontade,
deliberada, é de passar no nos exames no final do semestre. É a vitória da vontade sobre
o desejo. Alfred Adler, em seu livro “A Ciência da Natureza Humana”, coloca: o desejo
e a vontade também podem ser encarados como aspectos da situação do homem como
indivíduo. A vontade é simplesmente uma tendência a serviço do senso de inaptidão,
um instrumento para a consecução do sentimento de uma adaptação satisfatória.

Psicomotricidade: referencial teórico

A psicomotricidade como ciência, é entendida como o campo transdisciplinar que


estuda e investiga as relações e as influências recíprocas e sistémicas, entre o psiquismo
e o corpo, e, entre o psiquismo e a motricidade, emergentes da personalidade total,
singular e evolutiva que caracteriza o ser humano, nas suas múltiplas e complexas
manifestações biopsicossociais, afectivo-emocionais e psicosóciocognitivas.

Neste parâmetro de enquadramento conceptual, a motricidade é entendida como o


conjunto de expressões corporais, gestuais e motoras, não-verbais e não simbólicas, de
índole tónico-emocional, postural, somatognósica, ecognósica e práxica, que sustentam
e suportam as manifestações do psiquismo. No âmbito da matriz teórica da
psicomotricidade, o psiquismo é entendido, concebido e compreendido como sendo
composto pelo funcionamento mental total, isto é, pelas sensações, percepções,
emoções, fantasmas, representações, projecções e condutas relacionais e sociais.

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Cabem nesta concepção dinâmica, corporalizada e actuante do psiquismo, todos os
processos cognitivos que integram, processam, planificam, regulam e executam a
motricidade, como uma resposta adaptativa intencional e inteligível exclusiva da
espécie humana. Como sistema conceptual, a psicomotricidade, deve ser estudada e
investigada numa arquitectura com três componentes mutuamente interligados: o
multicomponencial - porque procura integrar de forma coerente e coibida os contributos
e domínios das Ciências Biológicas.

O multiexperiencial - uma vez que procura estudar e pesquisar a implicação da


psicomotricidade no processo do desenvolvimento humano, desde o recém-nascido ao
sénior. E o multicontextual - na medida em que visa projectar o nível de aplicação do
seu conhecimento, das suas capacidades e competências de intervenção profissional nos
vários contextos onde se integra e observa a actividade humana, desde a família,
creches, educação pré-escolar à escola primária e secundária.

Objectivos da psicomotricidade

Quando falamos ou pensamos em psicomotricidade, vem à nossa mente uma série de


palavras interligadas: corpo, acção, emoção e mente. Para Fonseca (2004), em termos
esquemáticos, a psicomotricidade tem por finalidade:

 Mobilizar e reorganizar as funções psíquicas emocionais e relacionais do


indivíduo em toda a sua dimensão experiencial, desde bebé até a velhice;
 Aperfeiçoar a conduta consciente e o acto mental, onde emerge a elaboração e a
execução do acto motor;
 Elevar as sensações e as percepções a níveis de conscientização, simbolização e
conceitualização, da acção aos símbolos, passando pela verbalização;
 Harmonizar e maximizar o desenvolvimento global da personalidade, a
capacidade de adaptação social e a modificação estrutural do processamento da
informação do indivíduo.

Fazer do corpo, uma síntese integradora da personalidade, reformulando a harmonia e o


equilíbrio das relações entre a esfera do psiquismo e a esfera do motor, por meio do qual
a consciência, aqui encarada como dado imediato e intuitivo do corpo, se edifica e se
manifesta com a finalidade de promover a adaptação a novas situações.

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Conceitos da psicomotricidade: segundo alguns autores

Moraes (2009), destaca o termo psicomotricidade como um movimento em função das


experiências que o sujeito acumula durante todo o seu processo de desenvolvimento,
onde a acção se realiza como respostas individuais e é dependente da linguagem e da
socialização. Ou seja, a psicomotricidade é a ciência que estuda o homem através de seu
corpo em movimento, suas relações internas e externas.

De acordo com (Souza, 1970), podemos conceituar a psicomotricidade como a


integração entre o pensamento e a acção, sendo apontada pelas funções
neurofisiológicas e psíquicas. Seu desenvolvimento ocorre através da evolução do
individuo, na sua relação com o meio. Para que o sujeito conheça o ambiente que o
rodeia é preciso que funções como percepção, linguagem, formação de conceitos e
desenvolvimento do pensamento, se integrem, influenciando-se mutuamente.

De acordo com (Machado; Tavares, 2010).A psicomotricidade é a capacidade de


realizar movimentos, tratando da actividade psíquica que transforma a imagem em
acção de estímulos para procedimentos musculares adequados. Ela está ligada a
personalidade e a afectividade, por que para o individuo demonstrar o que sente precisa
de seu corpo, e uma pessoa com problemas motores passa a ter dificuldades para se
expressar através dos movimentos.

Principais vertentes da psicomotricidade

A psicomotricidade ao longo da história conquistou novos espaços no campo educativo


e clínico, com especificidades e autonomia própria. Assim, através da história, a
psicomotricidade resultou em três vertentes: a reeducação, a terapia e a educação. No
começo a prática psicomotriz de reeducação se restringia apenas em testes para avaliar
as dificuldades de aprendizagem das crianças, especialmente as crianças que tinham
algum tipo de deficiência ou síndrome. E mais tarde essa prática passou a ser
disseminada e incorporada à prática pedagógica.

De acordo com Alves (2009), as técnicas do trabalho da reeducação privilegiam três


situações: o alívio do problema, a redução do sintoma e a adaptação ao problema,
através de jogos e exercícios psicomotores. A actuação do reeducador privilegia a
expressão livre, harmoniosa e económica do corpo.

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Na terapia psicomotora utiliza-se o corpo e seus movimentos, o diagnóstico é feito
através da relação movimentos do corpo e sua expressividade. O terapeuta usa os jogos
simbólicos, situações lúdicas, trabalhando sempre em cima do contexto relacional e
afectivo. O relaxamento também é usado como prática terapêutica, assim como as
actividades livres, lúdicas e ordenadas. (Alves, 2009, p. 45). Segundo Lapierre e
Aucouturier (1974), cabe ao terapeuta reconhecer suas potencialidades e trabalhar com
o que há de positivo na criança que apresenta problemas ou deficiência.

No campo educativo, a psicomotricidade está articulada com o processo de


desenvolvimento infantil, propiciando uma evolução harmónica, um funcionamento
psicomotor prazeroso e uma relação adequada da criança com o meio ambiente. Para
Barreto (2000, p. 19), as actividades desenvolvidas na educação psicomotora visam
propiciar a activação dos seguintes processos:

 Vivenciar estímulos sensoriais para discriminar partes do próprio corpo


exercendo um controlo adequado sobre elas;
 Vivenciar o corpo como um todo, pois este é o referencial primeiro em nossa
acção connosco, com os outros, com os objectos e o meio;
 Vivenciar a organização espaço temporal através do próprio corpo e da interação
com o mundo e com os objectos;
 Vivenciar situações dos pré-requisitos básicos necessários para uma boa
iniciação ao cálculo, leitura, escrita, noções de espaço e tempo, boa linguagem
oral, controlo da respiração, um bom ajuste do tónus, boa coordenação motora;
 Vivenciar melhor seu corpo, adquirindo, assim, uma melhor imagem corporal,
requisito indispensável a um bom equilíbrio psicossomático.

A activação de todos estes processos ocorre na primeira infância, quando a motricidade


e o psiquismo estão intimamente interligados.

O desenvolvimento psicomotor

 O desenvolvimento psicomotor na primeira infância

A primeira infância é caracterizada por um período marcado pela preocupação com o


desenvolvimento da criança em relação ao tempo e ao espaço, sempre concentrando
maior atenção para a aquisição da coordenação e do equilíbrio motor.

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O desenvolvimento da criança tem início no momento da concepção, cerca de nove
meses antes do nascimento. O desenvolvimento fetal se dá por meio de processos
regulados exclusivamente pela lógica biológica, vindo, entretanto, a ter continuidade
após o nascimento. Quando nasce, o desenvolvimento da criança ocorre de forma
constante e gradual, de maneira que todos os movimentos utilizados ao longo do
processo pós-natal indicam sua maturidade (Ferreira, 2000).

Características da primeira infância: dependência do outro para sobreviver,


principalmente dos pais; crescimento acelerado; primeira forma de comunicação através
de choro; reconhecimento do seu corpo; necessidade de afectividade constante; prazer
em agarrar e jogar objectos; aprende a usar seu corpo para novas descobertas como
sentar, gatinhar, caminhar; interesse por músicas e histórias; grande curiosidade,
começa a fase da imitação; classifica e separa objectos de diferentes tamanhos.

 O desenvolvimento psicomotor na segunda infância

A segunda infância é uma etapa de grandes transformações na vida da criança, é o


momento em que ela manifesta todo seu desenvolvimento e o seu potencial na sua
totalidade. Ela se abre para o mundo, tornando-se um ser mais independente. Nesta fase,
o conhecimento corporal torna-se um elemento indispensável para formação de toda
personalidade da criança: A criança percebe, ela mesma, os seres e as coisas que a
cercam, em função de sua pessoa. As suas possibilidades de agir e de transformar o
mundo à sua volta. (Alves, 2009, p. 91).

Características da segunda infância: força e habilidade motora simples e complexa


aumentam; o comportamento é predominantemente egocêntrico, mas a compreensão da
perspectiva dos outros aumenta; imaturidade cognitiva leva a muitas ideias ilógicas
acerca do mundo; brincar, criatividade e imaginação tornam-se mais elaborados;
independência, autocontrolo e cuidado próprio aumentam e família ainda é o núcleo da
vida, embora algumas crianças começam a se tornar mais independentes.

 O desenvolvimento psicomotor na pré-adolescência e adolescência

A adolescência é um fenómeno cultural que está totalmente ligado à transformação do


ser humano, à transformação de uma futura geração adulta.

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Cada adolescente construirá sua identidade e sua personalidade, de acordo com o meio
social e cultural no qual está inserido. As mudanças no corpo, as relações sociais, os
conflitos, que ocorrem nesta fase, vão depender e muito do apoio da família e da escola,
para auxiliar o adolescente a passar por esta fase complicada. Salientar que cada ser
humano tem o seu ritmo e comportamento diferente do outro. Conforme Rosa Neto e
Poeta (2010), existem algumas características referentes às etapas evolutivas na pré-
adolescência e na adolescência.

Características da pré-adolescência: formação de conceitos por meio do


comportamento das pessoas; capacidade de assumir papéis; autodefinições mais
complexas; variação da auto-estima; grande importância dos amigos; raciocínio moral e
comportamental; identidade sexual; desenvolvimento da empatia; comportamento
altruístico e descentralização da família.

Características da adolescência: início da puberdade; mudanças físicas marcantes;


maturação sexual; desenvolvimento do pensamento operacional formal como um
raciocínio frente aos problemas; independência; valores educacionais e mudança social;
procura do primeiro emprego e valorização na sociedade. Na adolescência o
desenvolvimento cognitivo junto com as mudanças corporais são características
marcantes do período. tal desenvolvimento se mostra sobretudo através das operações
mentais, processamento de informações e dos processos que geram a consciência.

 O desenvolvimento psicomotor na vida adulta e velhice

Para Moura (1999), as mudanças ao longo da vida não se limitam apenas ao cognitivo,
tornando-se necessário conceber esta etapa como um período evolutivo. A vida adulta é
percebida como a fase em que o indivíduo atinge sua maturidade. A vida adulta é
marcada por períodos de estabilidade e transição. O período de transição ocorre em
todos os momentos mais marcantes na vida de um indivíduo adulto, como casamento,
nascimento dos filhos, separação, viuvez, mudanças de emprego ou profissão. Estes
momentos são cruciais na vida. Com o decorrer da idade há momentos de estabilidade,
principalmente a partir dos 40 anos, quando na maioria dos casos as pessoas já
assumiram seus papéis perante a sociedade e se encontram em um período mais calmo.

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O desenvolvimento humano na fase adulta e na velhice ocorre em âmbito biológico,
social e emocional. Segundo Rosa Neto e Poeta (2010), estas fases são marcadas por
algumas características:

Características da vida adulta: consecução do mérito do adulto: critério da


maturidade adulta, disposição contínua para aprender e agir; superação da imaturidade:
explosões emocionais; definição de uma vocação: universidade ou escola
profissionalizante; selecção de um parceiro: há parcerias e romances que conduzem ao
amor, ao casamento; interdependência emocional, social e económica e aumenta a
reflexão sobre a vida, saúde, paternidade, vida económica.

Características da velhice: queda na capacidade de adaptação social e psíquica,


incapacidade de administrar situações negativas; queda de adaptação social, dificuldade
de mudar de ambiente; tendência depressiva com a conscientização das perdas
funcionais e sociais; a auto-estima e a auto-imagem passam a ter características
negativas; declínio biológico como a visão, audição, coordenação motora e alterações
metabólicas, trazendo mudanças na personalidade e na actividade profissional pode
haver perda de eficiência, cansaço ou efeitos negativos causados pelo tempo ocioso.

Sabemos que o processo de envelhecimento é algo que não podemos evitar, pois é uma
consequência da ordem natural na vida do ser humano, mas podemos auxiliar, nesse
período, para acontecer uma velhice saudável. Para isso, são necessários alguns
requisitos. A psicomotricidade nesta fase tão especial da vida, numa perspectiva
constante de renovação. Visa recuperar e conservar as condutas psicomotoras, melhorar
e aprimorar o conhecimento de si e a eficácia das acções, sobretudo na vida diária.

A relação entre a psicomotricidade e o processo de aprendizagem da criança

Existem várias formas para se melhorar a aprendizagem das crianças com dificuldades,
dentro delas está a psicomotricidade, que actua para que as crianças não tenham ou
melhorem qualquer tipo de alteração em seu desenvolvimento motor. Se o
desenvolvimento motor da criança for afectado, possivelmente a mesma terá outras
dificuldades, como é exemplo, da escrita. Para Furtado (1998), entre o desenvolvimento
psicomotor e a aprendizagem da leitura e escrita, se tem uma relação directa.

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Crianças com maior nível de desenvolvimento psicomotor possuem resultados
significativos na aprendizagem da escrita, embora a psicomotricidade não seja o
principal factor das dificuldades escolares. Desta forma, a contribuição da
psicomotricidade para a aprendizagem é efectiva para a formação do sujeito e a
estruturação do mesmo. Sendo o objectivo principal da psicomotricidade incentivar a
prática de movimentos em todas as etapas da vida do ser humano.

A psicomotricidade de acordo com Vilar (2010) desempenha um papel de grande


importância na aprendizagem das crianças. As crianças que tiverem qualquer alteração
em seu desenvolvimento psicomotor seja ele entre questões de postura, equilíbrio,
lateralidade, entre outros, estarão sujeitos a dificuldades futuras. A psicomotricidade
aplicada na educação infantil contribui qualitativamente para o desenvolvimento das
crianças. A infância é a idade da brincadeira, é por meio dela que a criança demonstra
seus objectivos, interesses e desejos, tornando a brincadeira como uma forma de
descobrir o mundo. São de uma importância relevante os primeiros anos de vida.

A aprendizagem da criança depende de uma série de habilidades a serem desenvolvidas


em sua trajectória evolutiva. O desenvolvimento motor é uma dessas habilidades. A
criança que esta em processo de aprendizagem necessita ser preparada para tal
conhecimento, e para tal aprendizado existe a fase pré-escolar, que auxilia nesse
desenvolvimento. Nesta fase é importante que a criança pratique movimentos, como:
recorte, colagem, brincadeiras, jogos, entre outros que auxiliarão em um melhor
desenvolvimento psicomotor (Oliveira; Souza, 2013).

Em suma:

Contribuição da psicomotricidade para a aprendizagem:

 Desenvolvimento;
 Motivação;
 Estimulo;
 Compreensão.

Relação entre a psicomotricidade e o processo de aprendizagem:

 Consiste em desenvolver capacidades, conhecimentos e aprendizado.

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Conclusão:

Em gesto de conclusão, fomos unânimes em afirmar que, a vontade é definida no


Dicionário Houaiss da língua portuguesa (2003) como “a faculdade que tem o ser
humano de querer, de escolher, de livremente praticar ou deixar de praticar certos
actos”. Já o desenvolvimento psicomotor é um processo que deve ser observado pelos
professores, familiares e cuidadores da criança, nas suas actividades diárias. No diz
respeito a psicomotricidade é de grande importância para o desenvolvimento do
processo de ensino-aprendizagem da criança. As dificuldades de aprendizagem podem
estar relacionadas a diversos factores, sendo eles, dificuldades na escrita, na leitura,
desatenção, interação e pelo mau desenvolvimento psicomotor (Vilar, 2010).

Dessa forma, a psicomotricidade presente na vida da criança fará com que a mesma
através dos movimentos interajam, tenham noções sobre o seu próprio corpo,
contribuindo para a formação da sua personalidade, criatividade e um bom
desenvolvimento. Diante das dificuldades apresentadas pelas crianças, é importante que
a escola promova actividades que trabalhem com a motricidade da criança, seja por
meio de actividades físicas, brincadeiras, jogos, etc., que façam com que as crianças se
exercitem. De acordo com Girardi (1993): A brincadeira é fundamental na vida das
crianças; não permitir que elas brinquem é uma violência, porque são nessas actividades
que ela constrói seus valores, socializa-se e vive a realidade de existir de seu próprio
corpo, cria seu mundo, desperta a vontade, adquire consciência e sai em busca do outro
pela necessidade que tem de companheiros. A psicomotricidade deve ser aplicada desde
a educação infantil, que é quando a criança tem mais facilidade em aprender.

Por fim, podemos dizer que a psicomotricidade trabalhada de forma correta, irá
contribuir de forma significativa na vida escolar da criança, minimizando as
dificuldades e fazendo com que a criança sinta prazer em aprender.

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Referências bibliográficas:

1. Alves, Fátima. Psicomotricidade: corpo, acção e emoção. 4 Ed. Rio de Janeiro.


Wak, 2009.
2. Arendt, Hannah (2000). A vida do espírito: o querer. Vol 2. Lisboa: Instituto
Piaget.
3. Agostinho, Santo (1980). Confissões de magistro. Tradução J. Oliveira Santos
e A. Ambrósio de Pina. São Paulo: Abril Cultural.
4. Barros, D. R. A gerontomotricidade e as condutas psicomotoras. In: Ferreira,
C. D. M. Psicomotricidade. São Paulo: Lovise, 2000.
5. Ferreira, Carlos Alberto de Mattos. Psicomotricidade: da educação infantil à
gerontologia. São Paulo: Lovise, 2000.
6. Fonseca, Vitor da. Psicomotricidade: perspectivas multidisciplinares. Porto
Alegre: Artmed, 2004.
7. Houaiss, A., Villar, M., & Franco, F. (2003). Dicionário Houaiss da língua
portuguesa. Lisboa: Círculo de Leitores.
8. Lapierre, A.; Aucouturier, B. A simbologia do movimento: psicomotricidade e
educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1974.
9. Moraes, Viviane. Contribuição da Psicomotricidade na educação infantil.
Rio de Janeiro- RJ/ 2009.
10. Moura, Rui Manuel. A vida adulta: uma visão dinâmica. (1999).
11. Oliveira, Andreza; SOUZA, José. A importância da psicomotricidade no
processo de aprendizagem infantil. Revista Fiar: Revista do Núcleo de
Pesquisa e Extensão Ariquemes / 2013.
12. Rosa Neto, F.; Poeta, L. S. Desenvolvimento psicomotor. Indaial: Grupo
Uniasselvi, 2010.
13. Souza, Juçara. A importância da psicomotricidade na educação infantil. Rio
de Janeiro – RJ/ 2010.
14. Tavares, Helenice; Machado, Fernando. Psicomotricidade: da prática funcional
á vivenciada. Uberlândia - MG/ 2010.
15. Vilar, Catarina. Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade.
Universidade Técnica de Lisboa/ 2010.

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