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ESOFAGO
- O primeiro terço, terço proximal do esofago é controlado por musculo estriado, controlado pelo
sistema nervoso central. Arco-reflexo da deglutição e sinapses nervosas em placas motoras.
Problemas na deglutição relacionados ao primeiro terço esofágico são chamados “engasgos”,
sendo as chamadas disfagias de transferência.
- Os 2/3 distais é que são controlados por musculo liso. Os problemas de deglutição ocorridos
nessa região são chamados de “entalos”, são as disfagias de conducao. No terço interior existe
uma transição do epitelio escamoso esofagiano e o epitelio colunar do estomago, na região do
esfíncter esofagiano inferior, o cárdia.
- Distúrbios motores A peristalse é uma
onda de relaxamento
• Os distúrbios motores são aquelas doenças da peristalse, que se segue de
em que há diminuição (acalasia) ou aumento (espasmo contração.
esofagiano difuso) da atividade peristáltica.
- Distúrbios inflamatórios
Distúrbios inflamatórios
DOENCA DO • A perda dos mecanismos antirrefluxo ou mesmo um relaxamento transitório do EEI expõe a
REFLUXO mucosa esofagiana ao conteúdo ácido estomacal (enzimas ativas), que lesiona e inflama a
GASTRO- mucosa. Causada por uma hipotonia ou relaxamento espontâneo do EEI.
ESOFÁGICO • É a terceira causa de tosse cronica, seguida da tuberculose e asma cronica.
@tentandosermedica Naiana Magalhães
• O quadro clínico envolve sintomas típicos e atípicos
• Típicos, ou sintomas esofágicos: pirose (queimacao retroesternal) e regurgitação
• Atípicos, ou sintomas extra-esofágicos ou laringeos: tosse, rouquidão, broncoespasmo,
pneumonia de repeticao. Sintomas relacionados à inflamacao da laringe e vias aáreas.
• Diagnostico
• Prova terapêutica pode ser realizada em pacientes jovens com sintomas típicos,
utilizando inibidores de bomba de prótons por 4 semanas. Havendo melhora é feito o
diagnostico. O inibidor de bomba de prótons faz efeito com 1 semana.
• Se a prova terapêutica não funcionar, se o paciente não for jovem ou com sintomas
atípicos realiza-se a pHmetria de 24 horas. A endoscopia não é padrao ouro, pois em
70% dos casos de DRGE não há esofagite associada.
• Impedanciometria é um
• Pacientes com tosse cronica devem ser encaminhados ao pneumo para afastar asma e
tuberculose.
• Se o paciente tiver maior risco de cancer, apresentando sinais de alarme, realiza-se
endoscopia
• Sinais de alarme: anemia, odinofagia, disfagia, perda de peso, icterícia, idade > 45a
• Tratamento
DOENCA DO • Medidas antirrefluxo: orientações de dieta, elevar cabeceira, perda de peso, comer ao
REFLUXO menos 2-3h antes de deitar, indicação de bariátrica em casos de DRGE.
GASTRO-
ESOFÁGICO • Inibição da secreção ácida, que gera sintomas típicos - inibidor de bomba de prótons
diário por 8 semanas.
• Se com 2 semanas de tratamento não houve melhora, dobra a dose. Se não melhora com
dose dobrada, o paciente é refratário ao tratamento antiácido.
• Fundoplicatura total (Nissen) ou parcial (Dor e Thal) é indicada a pacientes com
refratariedade ao uso de IBP em dose dobrada; a pacientes com sintomas recorrentes;
ou, ainda, a pacientes com complicação (estenose ou ulcera).
• Pacientes com bom esclarecimento e sintomas recorrentes podem usar o IBP sob
demanda (em períodos da vida em que há clássica recorrência dos sintomas) ou de
forma continua. A cirurgia também pode ser indicada a esses pacientes.
• Esofago de Barrett é uma complicação, mas não é indicação à fundoplicatura.
• Exames pré-operatórios
• pHmetria 24h a fim de confirmar o diagnostico de DRGE
• Esofagomanometria
• Fundoplicatura
• Total ou Nissen - faz uma válvula de 360 graus ao redor do EEI, não devendo ser usada
em pacientes com alterações na esofagomanometria sugestivas de dismotilidade
• Dor / Thal válvulas parciais anteriores
• Lind / Toupet são válvulas parciais posteriores (“pra ficar lindo, joga o topete pra tras”)
- Esofago de Barrett
• Complicação associada à doença do refluxo gastroesofágico
• É a metaplasia intestinal do epitelio escamoso esofágico exposto cronicamente ao
conteúdo ácido refluído do estomago, que se torna cilíndrico, mais resistente ao refluxo.
É uma condição pré-maligna.
@tentandosermedica Naiana Magalhães
• Clinicamente, esse paciente se apresenta assintomatico com endoscopia digestiva alta
mostrando mucosa esofágica “vermelho-salmao”.
• Distúrbios obstrutivos
• Classicamente, o câncer de esofago, que pode ser de dois tipos: epidermoide ou
adenocarcinoma.
Distúrbios obstrutivos
ESTOMAGO
- O estômago é dividido anatomicamente em fundo, corpo e antro.
• O Fundo gástrico é a parte mais inicial, que contem maior concentração de células
parietais, produtoras de ácido.
• Via do nervo vago, que produz acetilcolina, o que estimula a produção ácida.
• Histamina circulante produzida nas proximidades do fundo gástrico estimula a secreção
ácida das células parietais
- O estômago produz ácido, mas também providencia maneira de se proteger contra a ação
ácida: a barreira de proteção de mucosa gástrica. Esta barreira é formada por múltiplos
elementos, como: muco espesso, bicarbonato, microcirculacao, troca celular intensificada.
- Existe uma relação muito íntima entre a colonização por Helicobacter pylori e a gênese da
doença ulcerosa péptica, mas é de se ressaltar que a doença não é causada pela bactéria, mas
sim pela própria agressão ácida.
- Tanto o H. pylori quanto o uso de anti-inflamatório não esteroidal são fatores facilitadores para a
geração da doenca.
• O H. pylori é uma bactéria gram negativa flagelada que infecta cronicamente mais de
80% das pessoas. A transmissão é oral-oral e se inicia pelo acometimento do antro
gástrico, inibindo a atuação das células D, produtoras de somatostatina, o que deixa livre
a produção de gastrina. A infecção inicial pelo H. pylori acarreta, portanto, um contexto
de hiperssecrecao ácida por falta de inibição pela somatostatina. Com a disseminação
da infecção pelo H pylori, todas as células estomacais acabam por ficar comprometidas,
com sua função prejudicada. Há diminuição da produção ácida, num quadro
caracterizado por hipocloridria, mas, na infecção disseminada, há também
comprometimento da produção da barreira de produção da mucosa gástrica. É
importante ressaltar que, mesmo estando com a função das células parietais
comprometida e com menos ácido do que o normal, não existe proteção adequada da
mucosa ácida. Não havendo defesa, por menor que seja a produção de ácido, pode ser
gerada lesão à mucosa.
• Os AINE facilitam a geração de doença ulcerosa péptica por inibirem as COX. Enzimas
ciclo-oxigenase (COX) agem na gênese de prostaglandinas a partir de ácido
araquidonico, que tem papel protagonista na proteção da mucosa gástrica. A COX-1 é a
enzima que efetua a proteção gástrica, já a COX-2 atua nos processos inflamatórios de
forma geral. Usualmente, os AINE tem ação não seletiva, inibindo ambas as COX. Os
coxibes são AINE inibidores seletivos da COX-2, mas seu uso favorece a ocorrência de
morte de origem cardíaca.
- Geralmente são encontrados em pessoas com doença ulcerosa peptica ou a infecção por H.
pylori ou o uso de AINE. Se o paciente não apresenta nenhum desses fatores de risco, é
importante investigá-lo para a ocorrência de um tumor produtor de gastrina, na chamada
Síndrome de Zollinger-Ellison. Nessa patologia, pode haver doença ulcerosa peptica em locais
normalmente não acometidos, como o jejuno, por exemplo.
Indicações de EDA
• Pacientes jovens sem sinais de alarme tem diagnostico presumido pela clinica, não
necessitando de endoscopia, podem ser tratados.
• Ulcera gástrica deve ser biopsia e ulcera duodenal não precisa de biopsia, pois: (1) o
câncer de duodeno é extremamente raro; e (2) a ulcera estomacal pode ser um cancer.
• Erradicação de H pylori esta indicada em: doença ulcerosa peptica, linfoma MALT,
dispepsia funcional, câncer gástrico ou fatores associados ao cancer. É realizada por
meio de antibioticoterapia: claritromicina + amoxicilina + omeprazol por 7 dias (padrao
ouro no brasil - as cepas de H pylori respondem de forma diferente a depender da região
geográfica).
- O tratamento cirúrgico é cada vez menos utilizado na prática clínica, mas pode ser indicado
em alguns casos:
• Paciente refratário - Para dizer que um paciente é refratário tem que haver erradicado o
H pylori, tem que ter afastado a possibilidade de tumor secretante de gastrina (Síndrome
de Zollinger-Ellison) e não pode estar em uso de AINE.
• Paciente com complicação aguda - ulcera que evoluiu para abdome perfurativo, abdome
agudo. Ulcera gástrica pré pilorica que gera obstrucao.
IA - sangramento pulsátil
90% de risco de ressangramento
I - Sangramento ativo (arterial)
IB- sangramento não pulsátil Babando
- Tratamento cirúrgico
- Lembrar: Dependendo do grau da doença peptica, a ulcera pode ocorrer em contexto
de hipercloridria ou hipocloridria. No inicio, acometidas as células D, do antro, que
deixam de inibir a secreção de gastrina, fazendo ulcera com hipercloridria. Mais
posteriormente, há bloqueio da ação de células parietais tambem, quando o paciente
esta em hipocloridria, mas a ulcera surge por falta de defesa.
- REGRA 1: Ulceras em contexto de hipercloridria requerem resolução da
hipercloridria - vagotomia (diminui o estímulo da célula parietal), antrectomia (retirada
das células g, diminui gastrina). O inicial é com vagotomia.
- REGRA 2: Ulceras gástricas podem ser cancer, devendo, nestes casos, ser feita a
excisao com margem, e, portanto, alguma gastrectomia será realizada.
@tentandosermedica Naiana Magalhães
II - corpo gastrico
Hipercloridria 1) Vagotomia
Ulcera 2) Antrectomia com reconstrução a B2, mais comumente, ou a
gástrica III - pré pilórica Hipercloridria B1, se possível.
Câncer gástrico
- Em 95% dos casos, um adenocarcinoma. Usualmente acomete pessoas mais velhas com
fatores de risco: anemia perniciosa, gastrite cronica atrofica, historia familiar, tabagismo, pólipo
adenomatoso e, até, fatores dietéticos.
Classificação de Lauren
É o mais comum
Bem diferenciado
Formação glandular
Disseminação hematogenica
Origem em células gástricas mucosas que sofreram previamente
Intestinal
metaplasia intestinal. Macroscopicamente tende a ser exofítico ou
polipóide. Microscopicamente é bem diferenciado, formando glândulas. É
o tipo mais comum em populações de maior risco (Japão). Tem predileção
pelo sexo masculino (2:1) e guarda relação com a gastrite crônica. Pico
de incidência etária, 55 anos.
Classificação de Borrmann
• O MS preceitua rastreio para câncer de mama, câncer colorretal e colo uterino, o que faz
com que não encontremos pacientes assintomaticos no Brasil.
@tentandosermedica Naiana Magalhães
• Linfonodos à distancia característicos: Adenopatia supraclavicular esquerda (nódulo de
Virchow), adenopatia axilar esquerda (nodulos de Heinrich), granulacoes periumbilicais,
metástase à distancia em ovário.
- O diagnostico é feito pela análise histopatológica da lesao, biópsia. Uma seriografia pode ser
realizada para triagem do paciente.
• Seriografia é uma série de radiografias após ingesta de contraste que avalia a região do
trato gastrointestinal indicado para identificar causas de disfagias.
Câncer gástrico precoce é aquele câncer que acomete mucosa e/ou submucosa,
independentemente do acometimento de linfonodos.
• O termo precoce é em relação ao T, ou seja, um tumor que é relativamente superficial.
• O tratamento desse tipo de câncer pode ser tentado por via endoscópica apenas se não
tiver acometido submucosa, se não for uma lesão ulcerada, se não tiver acometido
linfonodos e se for menor que 2 centimetros.