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Doenças do esôfago

Alterações clínicas ou endoscópicas decorrentes


do refluxo.
Causas:
Sintomas relacionados ao esôfago: disfagia e
pirose (regurgitação). Relaxamentos transitórios frequente do EEI, não
associados à deglutição, e prolongados (5-35
O esôfago começa no esfíncter esofágico superior
segundos).
e termina no esfíncter esofágico inferior, sendo
que sua musculatura proximal é esquelética, já a EEI hipotônico: principalmente quando há história
distal é de musculatura lisa. de abordagem (ex.: dilatação na acalasia)
Isso posto, existem dois tipos de disfagia: Alterações na junção esofagogástrica: hérnia de
hiato (facilitadora para o refluxo).
Transferência: Da faringe para o esôfago
proximal, causando engasgo. Comumente causada Clínica:
por doenças musculares e neurológicos (terço
proximal). Sintomas típicos (esofágicos)

Condução: Ocorre no terço distal, sensação de • Pirose


“entalo”, relacionada a obstrução mecânica ou • Regurgitação
distúrbio motor (problemas na peristalse, doenças Complicações (50%) > alterações endoscópicas,
neuromusculares > plexo mioentérico). não são obrigatórias. Entre elas estão:
Clínica: • Esofagite
• Disfagia (entalo) • Úlceras
• Regurgitação, halitose • Estenose péptica
• Perda de peso • Esôfago de Barrett: lesão pré-
adenocarcinomatosa.
Abordagem inicial:
Sintomas atípicos (extraesofagianos):
Esofagografia baritada: Pode encontrar esôfago
dilatado, áreas de afilamento, entre outros. • Faringite, rouquidão, broncoespasmo
(inflamação Peri esofágica, que por
Etiologia: contiguidade chega aos brônquios)
• Obstrução mecânica > anéis e membranas, • Tosse crônica, pneumonia
câncer de esôfago. Diagnóstico:
• Distúrbio motor > acalasia, EED.
Clínico > sintomas TÍPICOS.
Pirose + regurgitação:
EDA: normal em 50% dos casos: vê as
• Pirose: Queimação retroesternal complicações. Quando solicitar:
ascendente.
• Azia: mais localizada, epigástrica • Pacientes > 40 anos
• Sinais de alarme: Perda de peso, anemia,
Se tem regurgitação, há refluxo, se é frequente > hematêmese, icterícia, obstrução (disfagia
DRGE. > câncer, estenose).
Dispepsia: dor epigástrica, sem regurgitação e • Refratários ao tratamento clínico.
refluxo ácido. pHmetria de 24 horas: padrão ouro no diagnóstico
de DRGE.
Doença do refluxo • Utilizado para confirmar o diagnóstico.

gastroesofágico Impedanciometria:
• Tem como vantagem avaliar refluxo As outras técnicas são a fundoplicatura parcial
básico. anterior (Dor e Thal) e posterior (Lind e Toupet).
Tratamento: Esôfago de Barret:
Medidas antirrefluxo: Elevação da cabeceira Trata-se de uma metaplasia intestinal (substituição
(travesseiros maiores), perda de peso (aumento da de epitélio): epitélio escamoso estratificado do
pressão intrabdominal), evitar refeições copiosas, esôfago pelo epitélio colunar intestinal.
alimentos que agravam a clínica, fracionar a dieta,
• Lesão pré adenocarcinomatosa
não se deitar após as refeições.
• Melhora sintomática inicial
Farmacológico: Diminuição da acidez por 8
Diagnóstico:
semanas.
EDA: vermelho salmão SUGERE barrett,
Inibidor de bomba de prótons (IBP) em dose
diagnóstico é por biópsia, histopatológico.
plena: Omeprazol 20mg / Pantoprazol 40mg /
esomeprazol 40mg / lansoprazol 40mg.
• Se recorrência > IBP sob demanda ou
crônico
• Sem melhora > IBP dose dobrada (2x por
dia)
Bloqueadores H2 > menos eficazes (bloqueiam
apenas uma das vias) – ex.: ranitidina
Procinéticos, antiácidos > não tratam, usar em
pacientes muito sintomáticos.
Cirurgias antirrefluxo: Tratamento: IBP + vigilância com EDA

Fundoplicatura VLP > descolo o esôfago do baço • Metaplasia: EDA de 3/5 anos, pode até
e liga ao esôfago distal, de forma a aumentar a mesmo reverter com IBP.
pressão na JEG, impedindo o refluxo. Durante a • Displasia de baixo grau: Ablação
cirurgia pode ser feita uma hiatoplastia caso haja endoscópica e EDA de 12/12 meses.
hérnia de hiato. • Displasia de alto grau (CA in situ):
Ablação endoscópica, esofagectomia.
Indicações:
• Adenocarcinoma invasivo: esofagectomia.
• Refratário: Não responde a IBP em dose


dobrada mesmo com dose dobrada.
Uso crônico de IBP
Câncer de esôfago
• Complicações (estenose, úlceras)
Epidermoide (escamoso):
Antes da cirurgia deve-se fazer pHmetria 24h para
Ocorre no terço médio no esôfago, é o tipo mais
confirmação do diagnóstico.
comum no Brasil
A esofagomanometria também é interessante
Fatores de risco:
para a escolha da técnica (pode ser que o esôfago
não tolere o aumento da pressão, fazendo uma • Etilismo e tabagismo (principais)
“acalasia”). • Bebidas quentes, alimentos defumados
• Acalasia, estenose cáustica, tilose palmar e
Entre as técnicas tem-se a fundoplicatura total
plantar (hiperprodução de células
(Nissen), feita em pacientes com manometria boa,
epitélios).
devendo ser evitada em pacientes com <30mmHg
distal ou <60% de atividade peristáltica. Adenocarcinoma:
Ocorre no terço distal, mais comum nos EUA.
Fatores de risco:
• Barrett (principal)
• Tabagismo, obesidade
Clínica:
• Disfagia de condução Câncer de esôfago precoce: Acomete até
• Perda ponderal, halitose, rouquidão submucosa (T1a ou b, estágio I)
Diagnóstico inicial: Tratamento:
Esofagografia baritada: sinal da maçã mordida • Na ausência de metástase à distância =
cirurgia
• Se precoce até T1a (até mucosa) >
mucosectomia EDA.
• Se T4b (órgãos irressecáveis > aorta,
brônquios) ou M1 (metástase a distância)
não operar.
Tratamento neoadjuvante:
Estágios II e III: Radioquimioterapia
neoadjuvante. Toda víscera gastrointestinal
extraintestinal tenta neoadjuvância (esôfago, reto
baixo, pâncreas).

EDA com biópsia


Estadiamento: sistema TNM
Necessária TC de tórax e abdome para avaliar
metástase (M).
USG endoscópica é o padrão outro para avaliação
do T e N. Identifica profundidade da lesão
(mucosa, submucosa e muscular própria) e
identifica linfonodos dilatados que podem ser
puncionados.

PET-scan também pode ser utilizado.


O T define o tipo de cirurgia realizada:
Doenças do estômago
Tudo isso provém da produção de
prostaglandinas, que promovem essas defesas.

Noções gerais: Cárdia (JEG), piloro (esfíncter do


estômago).
Doença ulcerosa
Órgão de produção de ácido, ocorre no fundo
gástrico, onde estão as células parietais, que
péptica
possuem as bombas de próton (H+).
Úlcera péptica: doença da mucosa que vai em
direção as camadas mais profundas > ocorre no
estômago e no duodeno.
Sua fisiopatologia está relacionada a um
desbalanço dos fatores de proteção e agressão do
estômago. Ou seja, ácido > barreira.
Facilitadores: AINEs e Helicobacter pylori.
Fisiopatologia:
H. pylori:
A bactéria inicialmente gera uma infecção do
antro, onde existem as células D, sendo assim,
tem-se uma diminuição da somatostatina. Sendo
assim, tem-se um aumento da gastrina, causando
Existem 3 vias de estimulação das células hipercloridria.
parietais, a primeira delas é das células G, Posteriormente, a bactéria causa infecção
localizadas no antro gástrico, responsável pela disseminada, acometendo até mesmo as células
produção de gastrina. parietais, produtoras de ácido, cursando com
Ainda no antro estão as células D, produtoras de normocloridria ou até mesmo hipocloridria.
somatostatina, que inibe a função da gastrina. Entretanto, as células produtoras e muco e
bicarbonato também são afetados, permanecendo
A segunda via é a do nervo vago, estimulando a assim, o desbalanço dos fatores de proteção e de
célula parietal pela acetilcolina. agressão.
A terceira via é a da histamina, também estimula AINEs:
a célula parietal. Esta é produzida pelas células
enterocromafim-like do estômago (bloqueada Estes atuam inibindo a cicloxigenase (COX):
pelos bloqueadores H2 > ranitidina). COX-1: estimula prostaglandinas > principais
O estômago também tem fatores de autodefesa, agentes estimulantes da barreira de proteção do
para proteção do ácido, possuindo uma barreira de estômago.
mucosa gástrica. Trata-se de um muco mais COX-2: inflamatória
espesso, além da produção de HCO3, boa
vascularização e renovação celular intensa. Atualmente existem inibidores seletivos da COX-
2, como o celecoxibe, porém, pacientes em uso
destas possuem risco cardiovascular aumentado.
Clínica:
Dispepsia: Dor/queimação epigástrica, saciedade
precoce e plenitude pós-prandial (empachamento).
Quando há dor clássica > úlcera, outras causas de
dispepsia, como a funcional, não têm essa dor tão Necessário confirmar erradicação após 4 semanas
típica. > EDA (se já for ser realizada por outro motivo) e
teste da urease.
Úlcera gástrica: piora com alimentos.
Úlceras H. pylori (-):
Duodenal: melhora com alimentação, mas piora 2-
3h após alimentos. Suspender AINEs
Isso pode ser explicado pois o alimento cai IBP por 4-8 semanas
imediatamente no estômago durante a digestão,
Uso contínuo de IBP se: sintomas refratários,
enquanto no duodeno existe um período de
úlcera > 2cm (cicatrização lenta), uso de AINE
digestão até finalmente ocorrer a chegada do
(ex.: coronariopata em uso de AAS) ou múltiplas
alimento.
comorbidades.
Diagnóstico:
Repetir endoscopia se: Sintomas recorrentes;
Jovem e sem alarme: diagnóstico presuntivo. úlcera gástrica > 2cm; suspeita de malignidade.
Quando solicitar EDA: Indicações de pesquisa de H. pylori:
• Idade > 45 anos • Dispepsia / DUP
• Sinais de alarme: perda ponderal não • Linfoma MALT
intencional, sangramento, anemia, • Uso crônico de AINE
disfagia. • Anemia ferropriva inexplicada
A EDA é solicitada para descartar neoplasia, se • Púrpura trombocitopênica idiopática (PTI)
úlcera gástrica, realizar biópsia. • Risco aumentado de CA gástrico (HFam 1º
grau, após CA gástrico).
Sempre investigar H. pylori na propedêutica de
dispepsia. Além disso, deve-se SUSPENDER o IBP 2
semanas antes da pesquisa.
Pesquisa de H. pylori:
Tratamento cirúrgico da DUP:
EDA (invasivo): Teste da urease (tiro um pedaço
do estômago, coloco num material que muda de Indicações:
cor na presença do H. pylori, visto que a urease é • Intratabilidade clínica
produzida pela bactéria), biópsia e cultura. • Complicações: ex.: úlcera perfurada.
Não invasivo: Teste da ureia respiratório / Ag Tipos de úlcera – Classificação de Johnson:
fecal (pouco disponível no Brasil) / Sorologia
(pouco disponível). Hipercloridria:

Os exames não invasivos são os preferenciais, e a • Duodenal


sorologia não serve para controle de cura. • Gástrica do tipo II – ocorre no corpo
gástrico e em associação com a úlcera
Tratamento:
duodenal.
Terapia antissecretora ácida: • Gástrica do tipo III – ocorre na região pré-
pilórica
• IBP (padrão-ouro): Omeprazol 20mg /
pantoprazol 40mg / esomeprazol 40mg Hipocloridria:
• Bloqueador histamínico: ranitidina,
• Gástrica do tipo I – ocorre na pequena
cimetidina.
curvatura baixa, é a mais comum.
Tratar H. pylori se presente: Clindamicina 500mh • Gástrica do tipo IV – ocorre na pequena
12/12h + Amoxicilina 1g 12/12h + Omeprazol curvatura alta.
20mg 12/12h por 14 dias. “Esquema CAO”.
um pouco mais alta, dessa forma, fecho o coto
duodenal e levo uma alça jejunal no estômago.
Bilroth I:

Técnicas cirúrgicas:
Se hipercloridria: Bilroth II:

• Vagotomia troncular + piloroplastia:


vago faz inervação parassimpática não só
do antro, mas também do piloro
(dificuldade do esvaziamento gástrico)
sendo necessário associar uma
piloroplastia.

A vagotomia + antrectomia tem menor taxa de


recidiva por eliminar mais vias de produção ácida.
Outra possibilidade de cirurgia é a vagotomia
superseletiva (gástrica proximal), entretanto, há
risco de complicação cirúrgica e permanência de
ramos do vago relacionados a produção ácida.
Se gástrica: retirar a úlcera (possibilidade de
câncer) e realizar alguma gastrectomia.
Gástrica do tipo I: Antrectomia + Bilroth I
(gastroduodenostomia).
Gástrica do tipo II e III: Vagotomia troncular +
Antrectomia + Bilroth II (gastrojejunostomia)
• Vagotomia troncular + Antrectomia: onde
estão as células parietais. Se realizada, Gástrica do tipo IV: Gastrectomia subtotal + Y de
deve ser feita uma reconstrução do roux. A Bilroth II não é o ideal pois pode gerar
trânsito. complicações devido a escoamento inadequado do
alimento.
Existem duas técnicas:
Billroth I: Esta técnica trata-se de uma
gastroduodenostomia, ou seja, pego o coto
duodenal e ligo no estômago),
Billroth II: trata-se de uma gastrojejunostomia +
alça eferente, em suma, tem-se uma gastrectomia
refluxo do conteúdo do duodeno pro estômago),
ocorre em BI e BII, mas predominantemente em
BII, visto que em BI o conteúdo tem que seguir
um caminho contra a peristalse, ao contrário de
BII em que o conteúdo biliar segue o fluxo do
peristaltismo.
Clínica:
• Dor epigástrica contínua
• Vômitos não aliviam a dor
São duas anastomoses: uma gastrojejunostomia
Na imagem: vermelho representa sentido da
que segue o escoamento gástrico e uma alça que
peristalse e amarelo do conteúdo.
leva o conteúdo biliar.
Complicações – Síndrome pós-gastrectomia:
Síndrome de Dumping: ausência do piloro (o
alimento cai muito rapidamente da alça intestinal
recém-formada, visto que o piloro é o principal
responsável pela saída lenta e gradativa do
conteúdo). Ocorre principalmente em BI e BII,
mas também ocorre pós bariátrica (Y de roux).
Síndrome da alça aferente:
Precoce: 15-30 minutos após a alimentação, com
distensão da alça intestinal pela caída rápida do Ocorre apenas em BII, por acotovelamento e
alimento (mecânico). obstrução da alça aferente, que é distendida pelo
conteúdo biliopancreático.
Clínica:
Clínica:
• Gastrointestinal: dor, náusea, diarreia
• Vasomotores: taquicardia, rubor • Dor piora com a alimentação
• Vômitos em jato que aliviam a dor
Tardio: ocorre 1-3h após a alimentação pela
(diminuição da pressão/obstrução).
hiperinsulinemia (tem-se uma liberação mantida
da insulina mesmo após a absorção do alimento > Tratamento:
muita comida chegando devido à retirada do
piloro, pâncreas entende que tem necessidade Ambas as síndromes são tratadas com conversão
maior de insulina). Fisiopatologia mais de BII para Y de roux.
metabólica.
Clínica: Câncer Gástrico
• Hipoglicemia: sudorese, confusão mental, Adenocarcinoma: 95% dos casos
palpitação, tonteira.
Fatores de risco:
Tratamento:
• Dieta: defumados, condimentos, poucas
Medidas dietéticas: frutas, poucos vegetais
• H. pylori: gastrite crônica atrófica >
• Carboidratos (fracionar dieta).
metaplasia intestinal gástrica.
• Deitar-se após as refeições (diminuir ação
• Anemia perniciosa (deficiência de B12):
da gravidade na digestão).
gastrite crônica autoimune (anticorpo
Gastrite alcalina: contra as células parietais).
• HF positiva
Ocorre por refluxo do conteúdo biliopancreático,
também ocorrendo por ausência do piloro (impede • Tabagismo
• Gastrectomia: área de intensa replicação Sinais de doença avançada:
• Sangue A
• Massa abdominal palpável
• Pólipos adenomatosos: se encontrado na
• Ascite
EDA é feita a ressecção
Linfonodos à distância:
Classificação:
• Supraclavicular E: Virchow
Classificação microscópica de Lauren: histológica
• Umbilical: Irmã Maria José
Subtipo intestinal: estruturas glandulares. • Axilar E: Irish
• Prateleira retal: blumer
• Tumor mais bem diferenciado (célula mais
bem diferenciados são quase uma célula • Ovário: krukenberg (tumor de ovário
normal, estão no final do processo de consequência de metástase gástrica)
diferenciação). Metástase a distância: fígado e peritônio são as
• Mais comum no brasil, em homens (2:1); mais comuns.
idade média de 55-60 anos
Diagnóstico:
• Acomete o estômago distal (posso pensar
em fazer gastrectomia subtotal) e EDA + biópsia
dissemina de forma hematogênica.
Subtipo difuso: células em anel de sinete.
• Pouco diferenciado, com pior prognóstico.
• H = M; idade mais jovem (40 anos)
• Estômago proximal
• Disseminação: contiguidade e linfática
• Relação com o grupo sanguíneo A
Classificação macroscópica (endoscópica) de
Bormann Estadiamento: pelo método TNM.
• Topo I: polipoide Exames utilizados no estadiamento:
• Tipo II: ulcerado, mas com bordos nítidos
TC de abdome, pelve e tórax: metástases à
• Tipo III: ulcerado, mas com bordos não
distância (pode fazer PET-scan).
nítidos
• Tipo IV: infiltrante, conhecido com linite USG endoscópica ou ecoendoscopia:
plástica, endurado.
• Padrão-ouro para o T
• Tipo V: não se enquadra nos anteriores
• Avalia o N no pré-operatório: pode-se
puncionar para biópsia. Entretanto, o N
pós-operatório é o que conta, o ideal é
retirar pelo menos 16 linfonodos

Clínica:
• Assintomático (maioria)
• Dispepsia
• Sinais de alarme: perda de peso, disfagia,
sangramento GI
Definição: invasão de mucosa e/ou submucosa
com ou sem linfonodos acometidos (pode ser
lesão avançada, leva em consideração apenas o T).
Tratamento:
Igual ao adenocarcinomam, entretanto, em alguns
casos pode-se fazer ressecção endoscópica, sendo
estes:
• Limitado à mucosa
• Não ulcerado, do tipo intestinal
• Sem invasão linfovascular
Videolaparoscopia: Entre pelo trocater umbilical • < 2cm
pela câmera que permite avaliar o peritônio e o
fígado
• Avalia presença de metástase peritoneal,
lesões e ascite.
• Avalia ressecabilidade
Tratamento:
Ressecção com margem (6cm) + linfadenectomia
(16 linfonodos) a D2 > se subtipo difuso margem
de 8cm. (muitas vezes exige gastrectomia total)
Tumor distal: gastrectomia subtotal + BII ou Y de
Roux.
Tumor proximal: gastrectomia total + Y de Roux
> esofagojejunostomia.

Neoadjuvancia: de T2 para cima.


Ressecção R0: livre de doença
Ressecção R1: macroscopicamente livre de
doença, mas com as suas margens invadidas
microscopicamente
Ressecção R2: não consigo retirar nem macro.
Câncer gástrico precoce:
Doenças inflamatórias
intestinais
Doença de Crohn (DC) e Retocolite Ulcerativa
(RCU). Se não definir, colite indeterminada.
Doenças idiopáticas, crônicas e sistêmicas.
Fatores de risco:
• História familiar
• Idade bimodal: 15-30 anos | 50-80 anos
• Brancos > descendência judaica Biópsia: criptite (inflamação mais superficial),
• Sedentarismo e dieta hiperlipídica microabscessos.
• Tabagismo: favorece DC e protege contra
Doença de Crohn:
RCU
Anatomopatologia:
Anatomopatologia:
• Boca ao ânus
Retocolite ulcerativa:
• Transmural
• Retocólon • Progressão salteada, descontínua
• Mucosa
30% tem ileíte, 20% tem colite e cerca de 50%
• Progressão ascendente e contínua
tem ileocolite (mais comum). Classicamente
Localização: poupa o ânus, e acomete reto e poupa o reto.
sigmoide, sendo 40-50% a proctite ou
Por pegar com mais frequência o delgado,
proctossigmoidite. 30% dos casos cursam com
síndromes consuptivas são mais comuns. Além
colite esquerda e 20% cursam com pancolite. Até
disso, cerca de 1/3 dos pacientes tem doença
mesmo uma ileíte de refluxo pode acontecer no
perianal, reforçando a hipótese de Crohn.
íleo terminal (pode ocorrer doença disabsortive
nesses casos). Alterações clínico patológicas:
Alterações clínico patológicas: Úlceras (mais profundas) aftoides: precoce
Erosões: mais superficial, na mucosa > diarreia
com sangue

Estenoses: suboclusão intestinal


Aspecto de pedras de calçamento à endoscopia.
Perda das haustrações: aspecto de cano de
chumbo.
Pseudopólipos: alterações polipóides que ocorrem
pelo excesso de inflamação e cicatrização. Pode
ocorrer na DC, mas é mais comum na RCU.
Abaixo, o pseudopólipo e a imagem em exame
contrastado de aspecto de cano de chumbo.
Fístulas: lesões mais profundas, pode haver RCU: se ≥ 6 evacuações, hematoquezia, FC ≥ 90,
comunicação. T ≥ 37,8ºC, anemia (Hb < 10,5), VHS ou PCR
aumentados.
Doença perianal: fissura, abscesso, fístula.
DC: anteriores + estenpse, fístula, doença
Biópsia: granuloma não caseoso.
perianal.
Manifestações exttraintestinais das DII:
Doença leve a moderada:
• Resposta imune (febre, leucocitose, PCR RCU: 5-ASA: mesalazina / sulfassalazina – VO
aumentada)
ou retal (preferência na proctite com supositório,
• Colangite esclerosante primária (RCU) ação tópica).
• Uveíte
• Eritema nodoso (DC) / Pioderma Escadinha: ASA > corticoide > imunossupressor >
gangrenoso (RCU) > entretanto podem anti-TNF
acontecer nos dois. DC: 5-ASA (?), budesonida, MTX, azatioprina.
• Dor articular / espondilite anquilosante
• Cálculos renais e biliares (DC) Doença grave:
RCU e DC: Hospitalização > corticoide IV
associado ou não a anti-TNF, sendo estes
infliximabe ou adalimumabe.
Alternativa ao anti-TNF a RCU é a ciclosporina
IV
Após alta: anti-TNF associado ou não a
azatioprina e corticoide VO (com desmame).
Tratamento cirúrgico das DII:

Diagnóstico: Indicações:

Exames endoscópicos: • Fístulas e fissuras refratárias


• Obstrução intestinal
• Colonoscopia + biópsia • Hemorragia / megacólon tóxico refratários
• Cápsula endoscópica (delgado): • Câncer colorretal / displasia de alto grau
contraindicada se suboclusão ou oclusão.
Técnicas:
Exames radiológicos:
RCU:
• EnteroTC ou enteroRM
• Colectomia + ileostomia: mais indicada
Autoanticorpos: em emergências do que em cirurgias
• ASCA: Crohn (60%) eletivas.
• p-ANCA: RCU (70%) • (Procto)colectomia + anastomose entre
bolsa ileal + reto ou ânus (preciso do
Anticorpos MAIS comuns em cada, não é regra. esfíncter anal competente).
Calprotectina fecal: marcador de inflamação DC:
intestinal não invasivo (diferenciar DII e doença
funcional). • Ressecção do segmento doente +
anastomose primária (enterectomia) >
Tratamento clínico da DII: principalmente em sitiuações de
Objetivo: remissão clínica e endoscópica SEM emergência > antigamente cursava com
corticoides. síndrome do intestino curto, devido a alta
recidiva e retirada de segmentos.
Avaliar sinais de doença grave:
• Estricturoplastia (estenosoplastia): forma • Maior extensão e duração, colangite
de diminuir a pressão da lesão, sem esclerosante primária (mais comum na
necessidade de ressecção das alças. RCU), estenose
Vigilância: após 8 anos – colonoscopia anual >
múltiplas biópsias seriadas do cólon.
Tratamento: colectomia.

Complicações:
Megacólon tóxico: inflamação gera “parada” do
intestino.
• Clínica: distensão, dor, febre, leucocitose,
anemia, aumento da FC, queda da PA,
queda do sensório.
• Rx: cólon transverso > 6cm

Tratamento: clínico, tratar como doença grave >


ATB, dieta zero.
Se refratário (3 dias de corticoide IV > 3 dias de
infliximabe) ou muita gravidade: colectomia total
+ ileostomia (preserva reto devido a gravidade >
evito “ perder tempo”)
Câncer colorretal:
Fatores de risco:
Doença diverticular
Complicações:
Inflamação – Diverticulite (mais comum)

dos cólons • Cólon esquerdo (sigmoide)


• Causa: obstrução por um fecálito.
Fisiopatologia: Impacta conteúdo fecal obstruindo a luz do
Alimentação reduzida em fibras, exigindo maior divertículo, entretanto, por ser apenas mucosa e
pressão no cólon para eliminação das fezes, submucosa, tem pontos de microperfurações
favorecendo a formação dos divertículos em zonas rapidamente após a distensão, favorecendo a
frágeis, onde entram os vasos retos. formação de um abcesso peridiverticular.

Características: Sangramento:

Mais comum no sigmoide (diâmetro menor e com • Cólon direito


conteúdo fecal já mais duro) • Causa: trauma da arteríola tracionada

Acomete idosos (acima de 50 anos)


Tem-se divertículo falso, ou seja, não tem todas as
camadas do órgão, apenas mucosa e submucosa,
normalmente adquirido. Os verdadeiros
geralmente são congênitos.
A maioria é assintomática
Diagnóstico:
Colonoscopia: achado geralmente incidental Diverticulite aguda:
durante o rastreio do CA colorretal. Obstrução pelo fecálito > acúmulo de secreção e
proliferação bacteriana > microperfurações >
abscesso pericólico.
Clínica:
• Dor localizada na FIE – insidiosa
• Diarreia/constipação
• Febre
Diagnóstico:
Tomografia de abdome
Clister opaco: saculações, falso trajeto fora da luz
do cólon Evitar colono e clister no momento da inflamação
devido ao risco de aumentar a pressão na luz do
cólon, agravando o quadro – entretanto, é
necessário realizar a colonoscopia após 4 a 6
semanas, com o objetivo de excluir neoplasia.
Complicações:
– Abscesso: mais comum
– Peritonite: mais grave
– Fístula: a mais comum é a colovesical (paciente
evolui com hematúria, fecalúria, mais comum no
sexo masculino – mulher tem o útero que limita o • Benigno (adenoma – presença de
contato da bexiga com o cólon. displasia)
• Maligno (adenocarcinoma)
– Obstrução: mais comum do delgado (como se
fosse uma aderência). Pólipo = polipectomia (colonoscopia diagnóstica e
terapêutica)
Classificação de Hinchey:
Fatores de risco para evolução de adenoma >
• Estágio 0: Diverticulite não complicada
adenocarcinoma:
• Estágio Ia: Fleimão
• Estágio IIb: Abscesso pericólico • Pólipo séssil tem mais risco que o
• Estágio II: Abscesso pélvico ou à distância apendiculado
• Estágio III: Peritonite purulenta • Pólipo tem 3 tipos, tubular (mais comum),
• Estágio IV: Peritonite Fecal viloso (maior risco de câncer), túbulo-
viloso
Tratamento:
• Pólipo > 2cm
Não complicada: • Displasia de alto grau

• Suporte + ATB
• Cirurgia eletiva se: imunodeprimido (risco
de recidiva alto), fístula, incapaz de excluir
CA
Complicada (abscesso ≥ 4cm, peritonite,
obstrução refratária)? Síndromes de polipose intestinal:
Polipose adenomatosa familiar (PAF):
• Abscesso ≥ 4cm: ATB + drenagem +
colono (4-6 semanas) + cirurgia eletiva (6- Presença do gene APC (impede formação de
8 semanas) - Sigmoidectomia pólipo) mutante
• Peritonite/obstrução: ATB + cirurgia de
urgência (Hartmann – evitar risco de
deiscência de anastomose)
• Se hinchey III: lavagem laparoscópica.

Pólipos adenomatosos (≥ 100)

Pólipos intestinais
Não neoplásicos:
• Hiperplásicos
• Hamartomatosos
• Inflamatórios
Neoplásicos:
Tratamento: protocolectomia profilática (todos os • Idade, HF +, DII (principalmente RCU),
pacientes até os 40 terão CA colorretal). dieta hipercalórica, hábitos de vida.
• Colonoscopia de rastreio identifica pólipo
Rastreio na família a partir dos 10 anos, com
que vira câncer.
colonoscopia anual.
• Não relacionado a PAF
Variantes:
Hereditário associado a pólipos
• Gardner: dentes extra-numerários,
osteoma, lipoma • PAF e suas variantes
• Turcot: tumores do SNC Hereditário não-polipose:
(meduloblastoma)
Síndrome de lynch (tipo 1 – apenas CA
Peutz-Jeghers: colorretal; tipo 2 – colorretal + ginecológicos,
como ovário e endométrio, e urológico, como
• Pólipos hamartomatosos > risco de
ureter) > pode ter pólipos, mas não polipose.
adenocarcinoma, mas menor que na PAF
• Manchas melanóticas (pele e mucosa) Diagnóstico pelos critérios de Amsterdã
modificados:
• 3 ou mais familiares (um deles deve ser
parente de primeiro grau dos outros 2);
• Câncer < 50 anos
• 2 gerações, não associada à polipose
hereditária.
Clínica:
Usualmente assintomático
• Cólon direito: anemia ferropriva, massa
palpável
• Mais delgado (intussuscepção, melena, • Cólon esquerdo: Alteração do hábito
anemia). intestinal > normal a constipação ou
Colonoscopia de 2 em 2 anos. diarreia crônica
• Reto: hematoquezia (mais comum),
Cowden: tenesmo
• Pólipos hamartomatosos (10 ou mais Diagnóstico:
pólipos) em todo o TGI
• Ceratose palmoplantar Colonoscopia + biópsia > mais comum de ser
• Nódulos verrucosos (triquelomas – sincrônico, mais de um foco.
hamartomas pelo corpo) CEA serve para acompanhamento de recidiva e
prognóstico, não é para diagnóstico
Rastreamento: colonoscopia de 10 em 10 anos
A partir dos 50 anos (40 anos se HF ou 10 anos a
menos da idade do parente mais jovem que teve
CA colorretal, o que vier primeiro).

Câncer colorretal
Lynch: a partir dos 20-25 anos (2/2 anos)
PAF: a partir dos 10-12 anos (anual)
Adenocarcinoma: Estadiamento: TNM (Obs.: lesões até T2 não tem
Esporádico (mais comum): risco de disseminação linfática)
Tratamento:
Cólon:
• Colectomia + linfadenectomia (pelo risco
de obstrução, mesmo que não seja curativo
faço ressecção com margem de segurança
em torno de 5cm).
• Ligo na base da artéria cólica direita e
retiro todo o meso e o cólon direito.
• QT adjuvante (T3, T4 +/- N+)
Reto:
• Cirurgia poupadora de esfíncter (qualidade
de vida)
• Neoadjuvância com QT e RT (pelve >
pode radioterapia) > quando T3/T4 e/ou
N+ e se invade mesorreto (avalio por RM
ou USG endoscópica transretal). E se lesão
em reto baixo (margem anal até 5cm – reto
baixo; margem anal até 10-11cm – reto
médio; daqui para cima – reto alto > no
geral considerar neoadjuvância se lesão
identificada no toque retal)
Cirurgia:
Reto alto e médio: ressecção abdominal baixa
(RAB) > faço ressecção completa da lesão e
mantenho o esfíncter, através do abdome.
Reto baixo: ressecção abdominoperineal (RAP –
Miles) > retiro o canal anal e fecho tudo >
colostomia definitiva
Excisão local transanal: faço se > polipoide, <
4cm, reto baixo, < 40% da circunferência, T1 ou
T2
Adjuvância:
Se neoadjuvância com QT e RT faço adjuvância
apenas com QT.
Se T3/T4 e/ou N+ sem neoadjuvância (deveria ter
feito) : faço RT e QT.
3º passo – Tratar e prevenir sangramentos:
Hemorragia digestiva Hemorragia digestiva alta – causas:
Paciente com relato de hematoquezia: 1º - Úlcera péptica:
1º passo - Estabilização clínica: • Pode perfurar, obstruir ou sangrar
(complicação mais comum e com maior
• Cristaloides: estabelecer volemia; SF 0,9%
taxa de letalidade)
ou ringer lactato
• Terapia clínica: suspender AINE; iniciar
• Hemácias (>30% de perda sanguínea) –
inibidor de bomba de prótons (IBP) VO ou
Hipotensão; taquicardia importante
EV; tratar H. pylori.
• Plasma: administrar se RNI > 1,5 no
• Terapia endoscópica: Escala de Forrest –
coagulograma
Em I a IIa o risco é alto, sendo a conduta
• Plaquetas: transfundir se < 50000
IBP IV e tratamento endoscópico com
Nas primeiras 24-48h não se deve confiar no epinefrina + eletrocoagulação (IIb também
hematócrito, uma vez que este não se altera se trata assim, entretanto, pode-se retirar o
inicialmente (porcentagem de plasma e hemácias coágulo e realizar conduta a partir do que
continua igual após o sangramento) – está “embaixo” do coágulo – pouco
hemoglobina é mais fidedigna. realizado); IIc e III posso tratar com IBP
VO.
2º passo – Buscar a causa:
• Indicações cirúrgicas: falha endoscópica (2
Ângulo de Treitz (entre o duodeno e o jejuno) – tentativas); choque refratário (>6U de
antes deste, hemorragia digestiva alta, e após, hemácias) ou hemorragia recorrente;
hemorragia digestiva baixa. sangramento pequeno e contínuo:
transfusão > 3U/dia.
Hemorragia digestiva alta é a mais comum (80%
dos casos) e mais letal!
Hemorragia digestiva alta:
• Clínica: presença de hematêmese, melena,
hematoquezia (geralmente em
sangramentos muito voluptuosos, visto que
o sangue tem efeito catártico no intestino,
acelerando seu fluxo).
• Cateter nasogástrico (CNG): sangue; borra
de café – pouco utilizado para diagnóstico
topográfico, mais indicado para limpeza Cirurgia disponível:
para EDA. Úlcera duodenal:
• Exame: Endoscopia digestiva alta (EDA):
nas primeiras 24 horas. • 1º - Pilorotomia
• 2º - Ulcerorrafia: suturar a úlcera
Hemorragia digestiva baixa: • 3º - Se possível, paciente estável, realizar
• Clínica: Hematoquezia (sangramento vivo vagotomia troncular (corto o nervo vago
+ fezes); enterorragia (sangramento mais para cortar o estímulo da acetilcolina –
voluptuosos); melena também é uma secreção ácida)
possibilidade (pacientes constipados, com • 4º - Piloroplastia devido a perda da
fluxo intestinal menor, lesões em cólon motricidade pilórica após a vagotomia
direito). troncular
• CNG: bile sem sangue Úlcera gástrica:
• Exame: Colonoscopia (não é tão eficaz
quanto a EDA – menor sensibilidade). • Gastrectomia + B1, B2 ou Y
• Enviar para histopatológico Ectasia vascular “Estômago em melancia”
2º - Varizes esofágicas: • Paciente possui dilatação vascular
importante nos vasos da mucosa ou
• Risco: pressão portal > 12 mmHg submucosa gástrica, apresentando
Tratamento: vermelhidão importante. Na história, é
mais comum ocorrência em pacientes do
• Estabilização hemodinâmica sexo feminino, com cirrose e/ou
• Terlipressina, octreotide e somastostatina colagenose.
IV – fazer mesmo antes de EDA se • Clínica: Anemia ferropriva a esclarecer,
paciente com varizes esofágicas já sangramento mais lento (geralmente
conhecidas ou suspeita forte. venoso).
• EDA: ligadura (maior preferência) ou • Diagnóstico e tratamento: ferro,
escleroterapia. transfusão, EDA com coagulação.
• Casos refratários: Balão; TIPS; Cirurgia
Lesão de Dieulafoy:
Profilaxia:
• Artéria dilatada na submucosa, mais
• 1ª: β-bloqueador ou ligadura comum ocorrer na pequena curvatura
• 2ª: β-bloqueador + ligadura gástrica.
3º - Laceração da mucosa esofágica (Mallory- • Clínica: mais comum em homens, ocorre
Weiss) sangramento maciço (arterial), indolor e
recorrente
• História de vômitos vigorosos (etilista, • Diagnóstico e tratamento: EDA com
gestante) – o mecanismo fisiopatológico coagulação.
não é totalmente elucidado, mas é uma
questão relacionada a mecânica do vômito, Hemorragia digestiva baixa – Abordagem:
que aumentam a pressão intrabdominal 1º passo: após estabilização hemodinâmica pensar
promovendo rotação do estômago, que é se é mesmo uma HDB.
mais flexível que o esôfago, que tem seu
epitélio lesado. Em seguida:
• Diagnóstico: EDA (laceração da junção • Toque retal e anuscopia (hemorroidas são
esofagogástrica, na pequena curvatura) causa comum de sangramento)
• Tratamento: suporte (90% dos casos são • EDA (afastar HDA) – se não tenho
autolimitados) evidências da história que indiquem
Outras causas de HDA: possibilidade de HDB, não é necessária
EDA.
Hemobilia:
Se os dois negativos:
• Sangue saindo pela via biliar (pela ampola
de vater), na história, há trauma hepático, • Sangramento leve a moderado –
cirurgia hepatobiliar ou neoplasia hepática, Colonoscopia: diagnóstico e tratamento
visto que nestes casos há possibilidade de (eletrocoagulação)
formação de fístula entre vaso e via biliar. • Sangramento maciço (ou se colono não
• Clínica: Tríade de Sandblom (Hemorragia identificou a causa) – Angiografia
+ dor em hipocôndrio direito + icterícia) mesentérica: capaz de detectar
• Diagnóstico e tratamento: arteriografia sangramento da ordem de 0,5-1 ml/min,
(maioria dos casos EDA não vê, também pode ser terapêutica com
arteriografia é padrão ouro, visto que tem substância de caráter emboligênica ou
potencial terapêutico, permite utilizar vasoconstritora. Exame invasivo, com
substâncias embolizantes e acabar com a contraste iodado.
fístula vascular) ou angio TC (outra • Se pacientes com lesão não visualizada na
possibilidade para diagnóstico) colonoscopia e sangramento mais leve,
posso prosseguir com cintilografia (0,1 O tratamento se faz com cintilografia
mL/min) – mais sensível, não trata e é (radiotraçador se acumula no intestino, ao invés de
imprecisa. Possível ponte entre acumular-se no estômago), e o tratamento é a
colonoscopia e angiografia. ressecção do divertículo de Meckel.
• Se nada resolver: colectomia.
2º - Angiodisplasia:
Hemorragia digestiva baixa – Causas:
• Má-formação vascular intestinal,
Mesmo que o jejuno e o íleo não sejam captados apresentando ectasia da submucosa
pela colonoscopia, as principais causas da HDB (geralmente venoso). Aparece mais
são do cólon. normalmente no ceco (principal causa de
HDB no delgado). Pode estar associado a
1º - Doença diverticular:
estenose aórtica, doença renal e doença de
• Fisiologicamente, a vascularização vai de Von Willebrand (favorece ao
fora para dentro, o que implica em perfurar sangramento).
a mucosa, sendo que a mucosa do cólon é • Principal causa de sangramento obscuro do
mais forte (função de absorção de água e trato gastrointestinal – possibilidade de
peristalse das fezes), entretanto, tem sangramento do jejuno e do íleo (EDA e
pontos de fragilidade na parede onde as colonoscopia não alcançam) – diagnóstico
arteríolas perfuram, podendo ocorrer por cápsula endoscópica
herniação da mucosa e submucosa • Tratamento: colonoscopia; inibidor VEGF
colônicas, principalmente em idosos com (Fator de crescimento do endotélio
histórico de dieta baixa em fibras. Mais vascular – interrogado atualmente);
comum no sigmoide, no lado esquerdo, embolização via arteriografia quando não
pela maior pressão intraluminal. visualizada pela colonoscopia; cirurgia
• Maioria assintomática; cólon esquerdo. quando não visualizado o foco da lesão.
• Complicações: diverticulite (mais comum 3º - Câncer colorretal
à esquerda – complicação mais comum);
sangramento.
• Sangramento: mais comum no cólon
direito, a herniação dos divertículos
traciona a arteríola (sangramento arterial),
causando sangramento em caso de impacto
ou lesão desta.
• Tratamento: Colonoscopia (se não
resolver, angiografia) – embolização;
cirurgia – sangramentos refratários
(colectomia).
Obs.: Em jovens (<30 anos), a principal causa de
sangramento é o divertículo de Meckel,
considerado o divertículo verdadeiro, ileal,
diferente do divertículo da doença diverticular,
visto que o de meckel inclui também a camada
muscular. Trata-se de um divertículo de origem no
ducto onfalomesentérico que não se fecha
(alteração congênita), se posiciona cerca de 30cm
da válvula íleosecal. É possível haver tecido
ectópico gástrico dentro do divertículo, em que
pode ocorrer erosão e sangramento pela liberação
de ácido clorídrico na mucosa ileal, não adaptada
para pH mais ácidos.
SIADH – Secreção inapropriada de ADH
Distúrbios do Sódio (síndrome antidiurese inapropriada - SIAD):
S – SNC (meningites, AVE, TCE)
Conceitos básicos:
Ia – Iatrogenia (por exemplo psicofármacos –
Normal: 135-145 mEq/L anticonvulsivantes, neurolépticos)
Localização: extracelular D – Doença pulmonar (Legionella, Oat cell)
Função: determinar osmolaridade plasmática. H – HIV
Osmolaridade: capacidade de uma solução de Reabsorção de H2O no túbulo coletor – gera
“puxar água” – quantidade de solutos ativos. hiponatremia e hipervolemia transitória (H2O
Osmpl: 2xNa + Gli/18 + U/6 = 285-295 mOsm/L intravascular). O aumento do aporte volêmico no
coração gera dilatação dos átrios e liberação do
Ureia não é osmoticamente ativa – ela muda peptídeo natriurético atrial (ANP), gerando
facilmente de compartimentos sem puxar água natriurese (Na+ urinário > 40), aumentando a
para os compartimentos. osmolaridade urinária (>100, até >300), além de
Se BUN – BUN/2,8 uricosúria.

Osmpl efetiva (tonicidade): 2xNa + Gli/18


GAP osmótico = Osm medida (osmômetro) - Osm Síndrome cerebral perdedora de sal:
plasmática Etiologia – Lesões cerebrais, TCE, neurocirurgia.
Se > 10 mOsm/L = Intoxicação exógena Estimula liberação de peptídeo natriurético
Controle do sódio: cerebral (BNP) > natriurese > estímulo apropriado
ao ADH > reabsorção de H2O no coletor não é
Centro da sede (Ingestão de H2O). suficiente > hiponatremia, mas paciente ainda
ADH: retenção de H2O no túbulo coletor assim é hipovolêmico (Pulsos finos, turgor
(aumento da expressão de aquaporinas). diminuído, VC colabada, hipotenso) – precisa de
volume.
Célula-alvo: neurônios
Hiponatremia normalmente é hipotônica – como
Hiponatremia (< 135 mEq/L): as ditas acima
Distúrbio mais comum nos pacientes Hiponatremia hiperosmolar:
hospitalizados.
Acontece nas hiperglicemias ou manitol
Causas: Excesso de água (iatrogenia/polidipsia 1ª) hipertônico (Hipertensão intracraniana)
ou ADH.
Glicemia maior que 100 mg/dL – a cada 100 tem-
Hipovolêmica (mais comum): sangramentos, se queda de 1,6 de Na+.
perdas digestiva e urinária. A má perfusão renal
Hiponatremia isosmolar:
causada pela hipovolemia gera uma ativação do
sistema renina angiotensina aldosterona pelo Hiperlipidemia ou proteinemia (também chamada
rim, gerando retenção de Na+ e H2O, além disso, de pseudohiponatremia)
a hipófise é estimulada, liberando ADH, que
promove retenção de H2O. Clínica na hiponatremia:

Hipervolêmica (edema): ICC, cirrose. Líquido no Aguda: < 48h – edema neuronal: cursa com
3º espaço, ou seja, hipovolêmicos intravascular, cefaleia, convulsão, coma.
promovendo liberação de ADH. Crônico: > 48h – cérebro tem mecanismos
Euvolêmico: SIADH, hipotireoidismo. adaptativos para liberação de solutos a fim de ficar
mais hiposmolar e reequilibrar-se com o meio.
Paciente assintomático.
Tratamento:
Hipovolêmica: Soro fisiológico 0,9%.
Hipervolêmica: Redução da ingesta hídrica;
furosemida
Euvolêmica (SIADH): Restrição hídrica;
furosemida. Demeclociclina ou vaptanos
(antagonistas do ADH – em desuso)
Reposição de Na: Quando fazer?
Risco de desmielinização osmótica (mielinólise
pontina cerebral): ocorre com correção rápida do
Hipernatremia:
sódio
Déficit de H2O ou ADH (Na > 145 mEq/L)
Clínica: Letargia, tetraparesia, disartria, disfagia
Causas:
Indicação: Hiponatremia aguda sintomática (Na <
125 mEq/L) • Incapazes de pedir líquidos (coma; RN;
idoso)
Repor com NaCl à 3% - elevar natremia em até 3
• Diabetes insipidus (Central – não produz
mEq/L em 3h.
ADH ou nefrogênico – ADH não afeta o
Limite de 12 mEq/L em 24h no máximo – rim)
idealmente até 8-10 mEq/L. Clínica: desidratação neuronal (cefaleia,
hemorragia, coma)
Tratamento: água potável (VO ou enteral)
Déficit Na (mEq) = 0,6 (0,5 se mulher) x P x
(variação do Na) Hipotônicas: SG 5% ou NaCl 0,45% (IV)
1g de NaCl: 17 mEq Queda de Na em até 10 mEq/L nas primeiras 24
horas.
NaCl 3%: 3g/100ml
Reposição rápida: Edema cerebral

Ex:
Distúrbios do
Potássio
Normal: 3,5-5,5
Localização: intracelular
Função: excitabilidade neuromuscular
Controle do potássio: fluxo celular e aldosterona
• Fluxo celular: estímulos de entrada de K+
na célula incluem pH alcalino (troca K+
por H+ - acidificar meio externo),
adrenalina e insulina (joga glicose e K+
para dentro da célula).
• Aldosterona: Secreção de K+ ou H+ no
túbulo coletor.
Célula-alvo: muscular
Hipocalemia: além disso, o magnésio baixo tem efeito
caliurético)
Causas:
Hipercalemia (> 5,5 mEq/L)
Armazenamento de K+ dentro da célula,
diminuindo este no meio extracelular Causas:
• Alcalose metabólica Liberação de K+ pela célula para o meio
• Β2 agonista extracelular:
• Cetoacidose (tratamento)
• Acidose metabólica
• Vitamina B12: anemia perniciosa – boom
de crescimento celular, e novas hemácias • Rabdomiólise
começam a utilizar potássio, tirando este • Lise tumoral
da circulação – antes de repor avaliar • Hemólise maciça
necessidade de reposição de vitamina B12. Rim está retendo potássio:
Perda excessiva de potássio:
• Hipoaldosteronismo (insuficiência
• Hiperaldosteronismo (1º - tumores de suprarrenal)
suprarrenal, por exemplo ou 2º - rim mal • IECA/espironolactona
perfundido estimulando o SRAA, como na • Insuficiência renal
estenose de artéria renal) • Heparina
• Diuréticos Clínica: fraqueza muscular; cardíaca (ECG)
• Vômitos (pessoa perde HCl, alcalose
metabólica promove entrada do K+ na
urina – alcalose hipoclorêmica) e diarreia
• Anfotericina B
Apresentação clínica: Fraqueza; íleo paralítico;
cardíaca (ECG)
ECG: Aumento da onda T (em “tenda”);
encurtamento do intervalo QT e diminuição da
onda P; QRS alargado (aspecto sinusoidal).
Tratamento:

Potássio interfere na repolarização ventricular 1ª medida: ECG alterado (K > 6,5)?


(onda T) – achata na hipocalemia (“segue” o Estabilizar a membrana: Gluconato de cálcio 10%
potássio), a onda U representa uma repolarização IV (1 amp, 2-5 min. Pode repetir em 5-10
tardia das fibras de purkinje. Além disso, há um minutos) – não altera K sérico.
alargamento no intervalo QT e aumento da onda P.
2ª medida: Reduzir o K
Tratamento:
Armazenar na célula: glicoinsulinoterapia (IV,
Escolha: VO (40-80 mEq/dia; xarope KCL 6% - insulina 10U + gli 50g, 20-60min)
15ml, TID)
Outros: β2 agonista inalatório; NaHCO3 (IV) – Se
Intolerância oral; K < 3; ECG alterado: IV (10-20 houver acidose
mEq/h) – reposição empírica
Perda renal ou digestiva:
NaCl 0,45% (210ml) + KCl 10% (40ml) – correr
em 4h – Evitar SG5% (Glicose estimula insulina • Furosemida ou resina de troca (ex:
que joga o K+ para dentro da célula) e SF 0,9% poliestireno sulfonato de cálcio - sorcal:
enzima tem cálcio, a resina gruda no
(aumenta osmolaridade da solução – risco de
potássio, fazendo uma troca com o cálcio,
flebite maior)
e a pessoa perde o K pelas fezes, escolha
Refratários: corrigir hipomagnesemia (mesmas em pacientes com insuficiência renal)
causas da hipocalemia causam hipomagnesemia, Refratários: diálise
Distúrbios ácido-base
Agudo x Crônico: Nos quadros agudos BB e BE
não dá tempo de alterar, nos crônicos o rim tem
tempo de alterar as bases.
Extracelular: metabolismo celular continuamente
Acidose mista: pCO2 alta e HCO3 baixo
manda H+ para a circulação. HCO3- (bicarbonato)
se une ao hidrogênio formando o ácido carbônico, Alcalose mista: pCO2 baixa e HCO3 alto
que se decompõe em CO2 (elimino pela
respiração) e água (elimino pelo rim). Essa reação pCO2 e HCO3 altos com pH normal: um distúrbio
é reversível, mantendo sempre o pH estável, anulou o outro a ponto de manter um ph normal
protegendo de variações súbitas de ph (Sistema (acidose respiratória + alcalose metabólica) >
tampão). distúrbio misto
Resposta compensatória:
Acidose metabólica: baixa de HCO3 >
hiperventilação > retirar ácido pelo pulmão > após
algum tempo o músculo fadiga > acidose
respiratória, se exagerada
Alcalose metabólica: alta de HCO3 >
hipoventilação > manter mais ácido > hipoxemia,
se exagerada
Acidose metabólica = hiperventilação (Qual a
Estabilidade: HCO3 e pCO2 pCO2 esperada?)

pH: HCO3/CO2 • pCO2 esperada = (1,5 x HCO3) + 8


Definição: Acidose metabólica compensada (pura,
simples): aceito variação de + ou – 2
HCO3 baixo: pH baixo > acidose metabólica
(metabolismo renal)
HCO3 alto: pH alto > alcalose metabólica
pCO2 alto: pH baixo > acidose respiratória
(controlado pela ventilação) – hipoventilação
pCO2 baixo: pH alto > alcalose respiratória –
hiperventilação
Gasometria arterial:
pH: 7,35 – 7,45
pCO2: 35-45 mmHg Acidose mista: pCO2 maior que a esperada –
hipoventilando (acidose respiratória)
HCO3 act: 22-26 mEq/L
HCO3 std: 22-26 mEq/L
HCO3 act sofre muita influência da pCO2, sendo
assim, HCO3 std que é calculado por pCO2 ideal,
é mais fidedigno.
BBecf: 48 mEq/L (buffer base – total de base do
fluido extracelular)
BEecf: -3 a +3 mEq/L (mostra a variação da
normalidade em relação ao total de base)
Alcalose metabólica = hipoventilação (Qual a Formação de novo ácido > novo ânion
pCO2 esperada?)
Obs.: AG: 8-12
pCO2 esperada = HCO3 + 15
Acidose metabólica hiperclorêmica
Perdas digestivas: evacua muito bicarbonato >
sem produção de novo ânion (cloro faz
compensação)
Acidose tubular renal (ou seguro H+ na circulação
ou perco bicarbonato) > não produzo novo ânion
Tratamento – acidose metabólica:
Acidose lática (hidratar, melhorar sepse – tratar
causa)
pCO2 menor que o esperado na alcalose Cetoacidose (tratar causa)
metabólica: hiperventilando > alcalose Não fazer NaHCO3 na acidose lática e na
respiratória. cetoacidose.
Acidose metabólica: Uremia (diálise ou transplante renal) e
Causas: intoxicações: Fazer NaHCO3

• Acidose lática, cetoacidose, uremia (libera Hiperclorêmica: acidose tubular renal > reposição
muito ácido) de bases (Citrato de potássio)
• Perdas digestivas baixas (piloro para Alcalose metabólica
baixo): perco bicarbonato (suco
pancreático) Causas:
• Acidoses tubulares renais • Perdas digestivas altas (vômitos/SNG) –
Como determinar a causa? HCl (piloro para cima)
• Diuréticos tiazídicos/furosemida.
Calculando o Ânion Gap: • Hiperaldosteronismo primário (produz
Ânion Gap: ânions não medidos aldosterona)
• HAS reno-vascular (obstrução da artéria
• Positividade plasmática: Na+ (140) renal > pouco volume para o rim > menor
• Cargas negativas: Cl- e HCO3- (106 e 24, filtração > SRAA)
respectivamente) • Adenoma viloso de cólon (hipo K+) >
secreta muito potássio > bomba de
Na = Cl + HCO3 + ânion Gap
aldosterona não tem K+ para mandar para
Se o bicarbonato cai: ou aumenta o cloro ou o fora, mandar mais H+ para fora para
ânion Gap – 2 tipos de acidose metabólica reabsorver o Na+
hiperclorêmica ou ânion gap aumentado
Acidose metabólica com AG alto:
Acidose lática: Aumento de ácido lático (lactato- e
H+) > no momento que libero o H+ na circulação
o lactato (negativo) fica livre na circulação
(contabilizado no ânion GAP)
Cetoacidose (cetoacetato – negativo); uremia
(sulfato – negativo); intoxicações (salicilatos, Túbulo coletor: troca Na+ por H+ ou K+ (bomba
metanol – ácido fórmico, etilenoglicol – ácido de aldosterona) para manter equilíbrio eletrônico.
glicólico) Diurético tiazídico e furosemida: desidrata >
perde volume > rim filtra menos > ativa aparelho
justaglomerular > SRAA > aldosterona aumenta
reabsorção de Na+ > H+ mandado para a urina >
sobra bicarbonato.
Como está o K+ sérico do paciente em alcalose?
Bomba de aldosterona manda K+ para fora –
hipocalemia.
Como está o Cl- sérico? Baixo, bicarbonato está
alto, preciso diminuir algum íon.
Alcalose matabólica hipoclorêmica e
hipocalêmica.
Como está o pH urinário? Queda da volemia;
queda do Cl-; queda do K+ > volume arterial
efetivo diminuído, pouca filtração do glomérulo,
aumento sua avidez para reabsorver água, sendo
assim, o rim reabsorve Na+ visto que este traz
água. Bombas NaCl promovem entrada conjunta
de Cl e Na, entretanto, paciente tem pouco cloro,
fazendo com que a reabsorção do Na seja feita
com outro ânion, o bicarbonato, visando o
equilíbrio iônico > dificuldade de eliminação de
bicarbonato > (acidúria paradoxal)
Tratamento:
Vômitos e diuréticos: SF 0,9% + KCL
Hiperaldosteronismo 1º (Síndrome de Conn):
Espironolactona (bloqueia aldosterona); cirurgia.
Estenose da artéria renal: IECA (bloqueia SRAA);
revascularização.
Preparo pré-
Beira do leito:
1. Nome, cirurgia e lado?

operatório Protocolo de cirurgia segura:


• Sign in: antes da indução anestésica
Antibioticoprofilaxia (identificação, procedimento, lateralidade,
Beira do leito: visita pré-anestésica TCLE, reserva de sangue e CTI).
• Time out: Antes da incisão da pele
Cardiovascular (risco cirúrgico) (Identificação, procedimento, lateralidade,
Drogas (manter e suspender) ATBprofilaxia, materiais e imagens)
• Sign out: antes de sair de sala
Exames complementares (Instrumentos, contagem de compressas,
Antibioticoprofilaxia: perfurocortantes, identificar amostras e
problemas ocorridos)
Cirurgia limpa: não invade tratos contaminados e
respeita técnica asséptica (ex.: ortopédicas, 2. Alergias?
cirurgia cardiovascular, neurocirurgia) > não faz • Drogas, esparadrapo, látex.
antibioticoprofilaxia (Exceção: osso ou prótese –
risco de perder prótese por infecção, osteomielite 3. Via aérea difícil?
no caso do osso, pensando sempre no desfecho • Mallampati
ruim possível)
Cirurgia potencialmente contaminada ou limpa
contaminada: invade sob controle – boa técnica
asséptica > sem processo inflamatório > Sempre
faço (exceção CVL devido a muitos estudos, mas
pode ser feito).
Cirurgia contaminada: Sem controle ou
inflamação > Sempre faço.
Cirurgia suja ou infectada: Já há infecção ativa ou
víscera perfurada, se torna antibioticoterapia.
4. Jejum?
1. Qual antibiótico profilático?
Usualmente deve-se cobrir germes da pele (cocos • Líquidos claros: 2 horas (Líquido
gram +), como as cefalosporinas das primeiras enriquecido com maltodextrina)
gerações, como cefazolina (maior meia vida que a • Leite materno: 4 horas
cefalotina) > pensando em S. aureus e S. • Líquidos não claros, fórmula láctea e
Coagulase negativo. outros leites: 6 horas
• Sólidos e não claros: 6 a 8 horas
Colorretal deve cobrir Gram negativos e
anaeróbios (ex.: Ceftriaxona e metronidazol) Evitar refeições copiosas.

2. Quando fazer? Cardiovascular – risco cirúrgico:

30 a 60 minutos antes da incisão (indução) Índice de risco cardíaco revisado (IRCR) – Score
de Lee:
3. Quando interromper?
• Coronariopata
Logo após a cirurgia já posso interromper. Aceito • ICC
até 24 horas. Cirurgia cardíaca até 48h.
• DRC (Cr > 2)
Novas aplicações: tempo cirúrgico longo; • DM insulinodependente
sangramento, 1-2L (ATB no sangue) • Doença cerebrovascular (AVC ou AIT)
• Grande cirurgia (torácica, abdominal ou Suspender:
vascular)
• No dia: Antidiabéticos orais (exceto
≥ 2 preditores: avaliar METs iSGLT2 3 a 4 dias) e Heparinas (HNF 6h /
HPBM 24h)
Capacidade funcional
• 2 dias: metformina (48h antes – acidose
Cirurgia e anestesia: 4 METs láctica), novos anticoagulantes orais,
AINEs (função plaquetária)
• 1 MET: cuidados próprios
• 5 dias: Antiagregantes (AAS mantém >
• 4 METs: subir 1 lance de escadas exceto neurocirurgia). Varfarina (INR ≤
• 4 a 10 METs: limpar a casa, arrastar 1,5) > faço ponte com heparina e
móveis mantenho até poucas horas antes da
• >10 METs: pratica esportes cirurgia para manter proteção, 12 horas
Cardiopatias graves: não operar depois volto com varfarina e heparina e
aguardo até o retorno da função da
• Angina instável varfarina até o INR de 2
• ICC descompensada • Fitoterápicos: gingko (36h), alho e ginseng
• Arritmia grave (7 dias).
• Valvopatia grave
HAS: valor ideal é < 140 x 90 mmHg.
Suspender cirurgia se > 180 x 110 mmHg (se
eletiva)
Tempo ideal para controle da PA: 30 dias
Classificação de ASA:
ASA I: sem doença sistêmica importante.
ASA II: doença que não limita > etilismo social,
tabagismo, obesidade (IMC > 30), HAS
controlada, DM controlada.
ASA III: Limita, mas não incapacita > HAS e DM
sem controle
ASA IV: Incapacita > IC descompensada
ASA V: Moribundo (expectativa do desfecho é o
óbito)
ASA VI: Morte encefálica > doação de órgãos
Exames complementares:
Emergência – Sufixo E
Idade:
Drogas:
• < 45 anos: Nada
Manter: essencial para o equilíbrio do paciente • 45-54 anos: ECG (H)
• 55 a 70 anos: ECG + hemograma
• Corticoide (hidrocortisona IV): quem
• > 70 anos: Ur, Cr, eletrólitos, glicose,
recebe corticoide externo tem adrenal não
hemograma, ECG.
funcionante (entende que não tem que
produzir) Isso baseado no Sabiston (USP antecipa 5 anos e
• Anti-hipertensivo adiciona Rx de tórax nos maiores de 65)
• Insulina (glicemia 80 a 180 mg/dl)
Outros:
• Psicotrópico e levotiroxina
Coagulograma: não avalia risco de sangramento, • Frituras e carnes: 8 horas
faço anamnese! Apenas se estimativa de perda > 2
Classificação de ASA:
litros ou cirurgia cardíaca, torácica ou
neurocirurgia.
Rx de tórax: cirurgia cardíaca ou torácica.
Profilaxia de TVP e TEP:
Todo paciente cirúrgico merece profilaxia de TEP
e TVP, não necessariamente medicamentosa.
Score de Caprini
Baixo risco: Apendicectomia VL, colecistectomia
VL, hernioplastia, urológico endoscópico,
mastectomia e plástica > apenas deambulação.
Drogas anestésicas:
Alto risco: Ortopédicas, oncológicas, bariátrica,
imobilização, trombifilia > medicamentosa Inalatórios:
(heparina 2h antes)
Não usar: obstetrícia (relaxamento do útero,
Filtro de veia cava: impede contração), aumento da PIC, hipotensão e
hipertermia maligna.
Tem indicação de profilaxia, porém não pode
fazer profilaxia medicamentosa, coloco filtro na Quando usar: falta de acesso, crianças e
veia cava e impeço que embolo chegue no pulmão manutenção da anestesia.
(evolução de TVP para TEP)
Utilizados:
Indicações > CI a profilaxia
• Sevoflurano: o mais usado, possui o
• Alérgico a anticoagulação melhor cheiro, é de baixa pungência
• Evoluiu com sangramento após (menos chance de irritar via aérea,
anticoagulação (complicações) indicado em asma e tabagismo)
• TEP recorrente com anticoagulação (não • Desflurano: Necessita de vaporizador com
funcionou) armazenamento diferente dos demais.
• Isoflurano: cheiro de “remédio de barata”

Anestesiologia > alta pungência


laringooespasmo)
(tosse +

Avaliação pré-anestésica: Obsoletos:

Visita pré-anestésica: • Halotano: alta potência (menor


concentração alveolar mínima > CAM)
• Primeiro contato + anamnese + dúvidas mas mais efeitos colaterais (hipertermia
• Cirurgias prévias + comorbidades maligna)
• Alergias (drogas, látex, esparadrapo) • Óxido nitroso: mais rápido, mas menor
• Avaliar exames complementares potência (menor CAM)
Via aérea: Hipnóticos:
• Mallampati Inconsciência + sedação + amnésia
Jejum: Tiopental:
• Líquidos claros: 2 horas • Vantagens: Indução rápida + diminui a PIC
• Leite materno: 4 horas • Desvantagens: hipotensão e depressão
• Fórmula, leite e refeição leve: 6 horas respiratória
Propofol: • Risco de rabdomiólise > se liga e
despolariza todos os receptores da
• Vantagens: Ação rápida (menor “ressaca”)
acetilcolina (inicialmente o paciente
• Causa dor a injeção (muitas vezes usado contrai, tem mioclonias, que são as
com lidocaína) + hipotensão + acidose
responsáveis pela rabdomiólise).
Benzodiazepínico (ex.: midazolam): • Hipercalemia (liberação de K+ pelas
células destruídas na rabdomiólise) >>
• Causa amnésia retrógrada + sedação leve pode ser usada em grande queimado
(muitas vezes usado no pré-operatório > (hipercalêmico) para sequência rápida,
antes de ir do bloco) mas não para MANUTENÇÃO
• Efeitos cardiovasculares mínimos, possui • Hipertermia maligna
antídoto (flumazenil)
• Desvantagem: pouco potente Não despolarizantes:

Etomidato: Antídoto: neostigmina + atropina

• Vantagem: estabilidade SCV Impede a despolarização se ligando aos receptores


• Desvantagens: dor (uso de opioide antes da (competitivo)
injeção) + supressão adrenal • Rocurônio: vagolítico (antídoto >
Quetamina: sugammadex)
• Vecurônio: sem efeito SCV
• Sedoanalgesia + vasoconstrição + • Pancurônio: HAS, taquicardia e arritmia
broncodilatação (melhor no choque) • Atracúrio: causa descarga histamínica
• Desvantagens: ruim no HAS (risco de hipotensão e broncoespasmo)
(vasoconstrição) + taquicardia + efeitos • Cisatracúrio: não libera histamina
psicotrópicos (alucinações)
Anestesia geral:
Opióides:
Indução:
Analgesia
Clássico x sequência rápida
Intraoperatória: alfentanil, fentanil e remifentanil
> efeito mais rápido Clássica: Pré-oxigenação > indução rápida
(etomidato ou propofol) > ventilação > BNM
Dor pós-operatória: morfina, meperidina e (succinil colina ou rocurônio) + opioide (fentanil)
tramadol > IOT.
Ação: altera a percepção da dor + bloqueio Sequência rápida: (estômago cheio) > corta a
neurovegetativo (bloqueia simpático) >> bloqueia etapa da ventilação (risco de broncoaspiração).
a taquicardia e hiperetensão reflexa da entubação Drogas mais usadas são fentanil, etomidato e
Colaterais: depressão respiratória + náuseas + succinilcolina (nem sempre se faz opioide, quando
diminuição da motilidade intestinal + retenção paciente está grave e hipotenso)
urinária + prurido >> atrasos na alta Trauma, obstrução intestinal, gestante >>
Antídoto: naloxona (se “tórax duro” > não respira sequência rápida.
= succinil colina + naloxona) Anestésicos locais:
Bloqueadores neuromusculares: Lidocaína:
Relaxamento muscular • Potência intermediária
Despolarizantes: • Duração de 2 horas, mas ação rápida
• A lidocaína tem pKa baixo, possuindo
Succinilcolina:
muita fração não ionizada por conta disso,
• Sequência rápida essa forma é a lipofílica, que permite que
chegue rapidamente aos canais de Na+.
• Dose tóxica: 5 (sem vaso) e 7 (com vaso –
constrição faz com que a absorção do
fármaco seja mais lenta, aumentando assim
o limite para dose tóxica) mg/kg
• Menos efeito cardiovascular
• Lidocaína 0,5 – 1 – 2% (posologias – ou
seja 1% = 1000mg em 100ml)
Bupivacaína
• Potência alta
• Duração: 8 horas
• Dose tóxica: 3 mg/kg
• Mais efeito cardiovascular
• Posologia: Bupivacaína 0,5%
Ropivacaína
• Potência alta
• Duração: 8 horas
• Dose tóxica: 3 mg/kg
• Efeito vasoconstritor intrínseco da droga
• Posologia: Ropivacaína 0,5%
Hipertermia maligna:
Origem: pré-disposição genética > hereditária
autossômica dominante
Gatilho: succinilcolina e agentes inalatórios
Clínica: aumenta o Ca2+ intramuscular >>
paciente contrai (trava o tubo na boca) >>
destruição celular >> hipercalemia
Sintomas:
• Febre (até 42º C)
• Taquiarritmias
• Acidose
• Espasmo masseter
• Hipercapnia
• Rabdomiólise (Hipercalemia)
Tratamento: Dantrolene (antídoto) + suporte
(corrigir íons, acidose etc.)
Complicações pós-
Infecção de sítio cirúrgico:
Superficial:

operatórias • Drenagem purulenta (pele e subcutâneo)


• Até 30 dias posso considerar
Febre no pós-operatório: • Sintomatologia: Dor, edema, eritema local
• Tratamento: drenagem
4 Os:
Profunda:
• Pulmão: 1 a 3 dias
• Piúria: 3 a 5 dias • Drenagem purulenta (fáscia, músculo e
• Perna: 5 a 7 dias aponeurose)
• Parede: 5 a 10 dias • USG com abscesso de parede
• Até 30 dias ou 90 dias (se implante,
Pulmão: Atelectasia (mais comum) e pneumonia – prótese)
1 a 3 dias • Sintomatologia: Dor, febre (> 38º C) ou
Focos de atelectasia por hipoventilação. abscesso
Principalmente em cirurgia torácicas e • Tratamento: drenagem + ATB
abdominais, por dor. Cavidade:
Piúria: ITU (3 a 5 dias) – pensar em pacientes que
• Drenagem purulenta por dreno cavitário
fizeram uso de cateter vesical.
(órgãos e cavidade) ou TC com imagem de
Perna: TVP e TEP (5 a 7 dias) – cirurgia abscesso cavitário
ortopédica, prótese de quadril, relacionado a • Sintomatologia: Febre, distensão, abscesso
neoplasias. • Tratamento: drenagem (punção guiada) +
ATB
Parede: Infecção e evisceração (5 a 10 dias).
Confirmar > cultura positiva
Seroma x evisceração:
Fístulas digestivas e deiscência:
Seroma:
Deiscência: anastomose vaza e conteúdo cai na
• Líquido amarelo citrino (hemovac > dreno cavidade abdominal (não vai para outro lugar) >
de pressão, prevenir seroma). anastomose abre e cai na cavidade formando
• Volume: pequena quantidade, líquido abscesso.
fluido.
• Ferida abaulada Fístula: coleção indo de dentro de uma víscera
• Causa: grandes descolamentos de pele para outra, como um “túnel” (ou para meio
• Tratamento: punção ou retirada de alguns externo) > anastomose abre e sai pelo dreno (ou
pontos (Se muitas punções > hematoma comunicação entre vísceras).
sempre tiro pontos e posteriormente faço Fístulas intestinais:
curativo compressivo)
Favoráveis Desfavoráveis
Evisceração: Trajeto > 2cm Trajeto < 2cm
Não epitelizada Epitelizada
• Líquido: serossanguinolento
Orifício único Múltiplos orifícios
• Volume: grande quantidade
Sem obstrução Obstrução
• Ferida: extravasamento de líquido Sem abscesso Com abscesso
• Fatores de risco: técnica ruim, urgência, Lateral Terminal
desnutrição, infecção, idade avançada, Baixo fluxo (< 200 – Alto fluxo (> 200 –
corticoide, tabagismo, câncer, DM, 500mL em 24h) 500mL em 24h)
aumento da PIAe obesidade.
• Tratamento: laparotomia
Trajetos maiores são mais difíceis de concluir, a
secreção fica retida e favorece o fechamento da
fístula.
Fístulas não epitelizadas fecham mais fácil por
não ter revestimento.
Se obstrução a jusante da fístula, o líquido tende a
ir pelo orifício da fístula.
Terminal: segue caminho mais fisiológico da
secreção.
Hérnias da parede
Nervo genitofemoral: ramo genital (mais lesado
na cirurgia aberta) e ramo femoral (mais lesado na
laparoscópica, junto com o cutâneo femoral lateral
abdominal e o nervo femoral > triângulo da dor).
Parestesia: secciona o nervo.
Anatomia da parede abdominal:
Dor: queima, aprisiona, dar ponto no nervo.
• Pele
Vasos importantes: plexo pampiniforme, artéria
• Fáscia de Camper (subcutâneo)
testicular e vasos epigástricos
• Fáscia de Scarpa (subcutâneo)
• Músculo oblíquo externo >> Aponeurose Plexo pampiniforme: se lesado, tem-se edema
(ligamento inguinal é a aponeurose do testicular.
oblíquo externo)
Hérnias inguinais:
• Músculo oblíquo interno
• Músculo transverso do abdome (tem Patogênese: junção de fatores predisponentes com
tendão conjunto com oblíquo interno) desencadeantes.
• Fáscia transversalis Indireta: congênita, por persistência do conduto
• Gordura pré-peritoneal (variável) peritoneovaginal
• Peritôneo
Direta: adquirida, por fraqueza da parede
Anel Inguinal externo saída de estruturas da posterior, no triângulo de Hesselbach.
cavidade abdominal >> na aponeurose do oblíquo
externo. Diagnóstico: Manobra de valsava, para aumentar
a pressão abdominal.
Tendão conjunto: junção do oblíquo interno com o
transverso do abdome (inserção comum) Posiciono o dedo no anel inguinal externo e vou
em direção ao anel inguinal interno (sentido
Fáscia transversalis: onde está o anel inguinal contrário da hérnia indireta) >> durante a valsava,
interno (onde começa o anel inguinal), que a hérnia bate na ponta (índex) do dedo. Já a hérnia
termina no anel inguinal externo na aponeurose do direta bate dentro do dedo.
oblíquo externo. Neste nível também está o canal
femoral, que se anuncia abaixo do ligamento Manobra de Landivar: Reduzo a hérnia e ocluo
inguinal. anel inguinal interno, realizo uma valsava, se não
apareceu nada é indireta (oclui seu orifício de
Parede posterior do canal inguinal: fascia saída), se houve abaulamento, é direta >> uso para
transversalis, oblíquo interno e transverso do hérnias mais volumosos
abdome.
Se dúvida: USG e TC de abdome são opções.
Parede anterior do canal inguinal: aponeurose do
músculo oblíquo externo. Classificação de Nyhus:

Triângulo de Hesselbach: região de fraqueza na Tipo I: Hérnia indireta c/ anel inguinal interno <
fascia transversalis, delimitado pelo ligamento 2cm (normal) – hérnia da criança, CPV patente.
inguinal (limite inferior), borda lateral do m. Posso operar até sem tela.
retoabdominal (limite medial) e artéria e veia Tipo II: Hérnia indireta c/ anel inguinal interno
epigástricas superiores (limite superior). >2cm (começou a dilatar)
De superior para inferior: Tipo III: A – direta (fraqueza da parede posterior)
Nervo ilio-hipogástrico: mais lesado, e B – CPV persistente e muito dilatado, gerando
principalmente em cirurgias abertas (passa por defeito na parede posterior e C – femoral.
fora do anel inguinal) Tipo IV: mesmo do tipo III, mas recidivadas, além
Nervo ilioinguinal: Também lesado em cirurgia da D – mistas.
aberta, passa dentro do anel inguinal. Tratamento:
Hernioplastia inguinal à Linchtenstein – reparo Hérnia estrangulada: Com sofrimento
com tela (tension free) isquêmico.
Conduta: cirurgia
Sinais de sofrimento isquêmico:
• Dor local intensa
• Febre ou sinais de sepse
• Instabilidade hemodinâmica
• Peritonite
• Obstrução intestinal (náuseas, vômitos,
distensão e parada de eliminação de flatos
e fezes)
Ponto da recidiva: no ligamento lacunar, próximo
Hérnia femoral:
ao tubérculo púbico (borda medial).
Canal femoral (abaixo do ligamento inguinal):
Shouldice – rafia em 4 planos musculares
• Ligamento inguinal (poupart) > Superior
• Ligmento pectíneo (cooper) >
inferoposterior
• Ligamento lacunar > medial
• Veia femoral > lateral
Conduta:
McVay: extensão de Bassini, pego o tendão
conjunto e suturo no ligamento de cooper, para
fechar o canal femoral.
Outra opção: plug femoral (3 pontos – limite
medial, superior e inferior – lateral é veia
Boa técnica quando não se pode usar tela,
femoral).
entretanto, exige maior técnica.
Bassini – coloco defeito da parede para dentro e
rafio o tendão conjunto no ligamento inguinal.

Epidemiologia: Mulheres e mais facilmente


encarcera e estrangula.
Hérnia umbilical:
Zimmerman – Rafia do tendão conjunto na fáscia
Criança > defeito congênito
transversalis.
Indicação cirúrgica:
Hérnia encarcerada: Sem sofrimento isquêmico.
• Concomitante a hérnia inguinal
Conduta: realizo manobras de redução e
posteriormente cirurgia. • Se > 2cm
• Se associada a DVP
• Se persistência após 4 a 6 anos Diagnóstico geralmente com exame de imagem,
hérnia interparietal.
Adulto > defeito adquirido
Gestação, ascite volumosa, aumento da PIA.
Indicação cirúrgica:
• Sintomático
• Ascite volumosa
• Estética ou desejo do paciente
Hérnia epigástrica:
Entre cicatriz umbilical e xifoide

Hérnias lombares:
Grynfelt: triângulo lombar superior > 12ª costela +
paraespinhal + músculo oblíquo interno
Possui clínica desproporcional com achado do
exame. Petit: Triângulo lombar inferior > crista ilíaca + m.
latíssimo + músculo oblíquo externo.
Hérnia incisional:
Em área de incisão cirúrgica prévia
Fatores de risco:
• Técnica incorreta
• Complicações da ferida cirúrgica
• Desnutrição, idade avançada e uso de
corticoide
• Obesidade e aumento da PIA
Mesma técnica cirúrgica, fechar o defeito e
colocar tela.
Hérnia de Amyand: Apendicite na hérnia
Hérnia de Spiegel: inguinal.
Entre a borda lateral do reto abdominal e a linha Hérnia de Garengouf: apendicite na hérnia
semilunar de spiegel (junção da musculatura mais femoral.
lateral do abdômen). Geralmente se forma abaixo
Hérnia de littré: Divertículo de Meckel
da linha arqueada de Douglas (aproximadamente
(segmento que se forma na borda antimesentérica,
no nível da cicatriz umbilical).
a 40cm da válvula ileocecal, normalmente do lado
Clínica com dor sem abaulamento visível.
direito, o segmento do intestino não depende desse Orifício miopectíneo de Fruchaud: Hessert +
segmento) na h. inguinal. canal femoral > área de fragilidade total (diretas +
femorais).
Hérnia de Richter: ocorre quando tem
pinçamento da borda antimesentérica
(normalmente na femoral) > evolui com
estrangulamento sem encarcerar.
Local da tela:

• Limite medial: Borda lateral do reto


abdominal
• Superior: MOI
• Lateral: Músculo iliopsoas
• Inferior: Ligamento de Cooper (pectíneo)
Anatomia:
Y invertido:
1. Vasos epigástricos inferior (VEI)
Onlay: acima da aponeurose
2. Vasos deferentes (VD): medial
Sublay (Rives-Stoppa): abaixo do reto do abdome, 3. Vasos espermáticos (VE): lateral
acima do peritônio) 4. Trato iliopúbico (TI)
Underlay: abaixo do peritônio, VLP Triângulos:
Inlay: entre as aponeuroses, no defeito, para • Hérnias diretas: medial aos VEI
defeitos grandes • Hérnias indiretas: lateral aos VEI
Abordagem laparoscópica: • Hérnias femorais: Abaixo do TI

Triângulo de Hessert: quando tem contração do


oblíquo interno ele tampona o de Hasselbech,
sendo assim, esta região deixa de ser uma região
de fragilidade.

Triângulo de Doom:

• Inferior: ligamento inguinal Entre os VD (medial) e VE (lateral) > onde


passam vasos ilíacos externos (sangramento
• Medial: borda lateral do reto abdominal
intenso)
• Lateral/superior: MOI
Triângulo da dor:
Entre os VE (medial) e TI (lateral) > inervação
passa por aqui. Ramo femoral do Nervo
genitofemoral (mais lesado na laparoscópica,
junto com o cutâneo femoral lateral e o nervo
femoral > triângulo da dor).

Posterior: Sempre usa tela


Indicações:
• Primárias e unilaterais (escolha nas
mulheres - femoral)
• Bilaterais
• Recidivadas (caminho contrário –
posterior) – contrário é verdadeiro!
Técnicas:
TEP: totalmente extraperitoneal
• Não entra na cavidade peritoneal (sem
risco de brida)
• Acesso bilateral
• Possibilidade de realização sem anestesia
geral > não preciso de pneumoperitônio.
• Se cirurgia prévia: impossibilitado
(aderências)

TAPP: transbdominal pré-peritoneal


• Pode ser realizada se cirurgia prévia
• Melhor visualização.
Doenças orificiais
laceração como na interna. Entretanto, pode haver
trombose dos vasos varicosos, o que causa dor
perianal.
Anatomia da região anal:
Linha pectínea: divisão de epitélios (acima desta,
mucosa, abaixo, queratina.
Acima da linha pectínea tem-se um plexo venoso,
hemorroidário interno, e, abaixo, o plexo
hemorroidário externo. Sem inervação sensorial
acima da linha pectínea
Ademais, acima da linha pectínea tem-se nas
criptas anais as glândulas de Chiari, responsáveis
pela produção de muco.
Diagnóstico: clínico + anuscopia
Tratamento:
Interna:
Tipos
I: 1º grau, sem prolapso – visto pela anuscopia

Hemorroida:
Causa: estase venosa no plexo hemorroidário >
Constipação – sentado no vaso, prejudico a
drenagem venosa, além disso, o esforço também
II: 2º grau, redução espontânea – aparece com o
aumenta a pressão nesses vasos (“varizes”), o
esforço
sangue não é drenado na região perianal – H. porta
Clínica:
Interna: Identifico que é interna pela presença da
mucosa. A ingurgitação do vaso não causa dor,
entretanto, tem-se sangramento devido a obstrução
da luz anal associada a constipação, frequente
nestes pacientes.
Em resumo: Sangramento indolor + prolapso
III: 3º grau, exige redução manual

Externa: Abaixo da linha pectínea, epitélio


pavimentoso, protegido por queratina, não tem
IV: irredutível Principal sintoma é dor

Dieta: aumento de fibras e ingestão de líquidos, A lesão faz com que a pessoa faça uma hipertonia
essencial para impedir progressão de doença, de esfíncter durante a evacuação devido a dor
tratamento do 1º grau. intensa, criando um ambiente de isquemia, que
pode favorecer o desenvolvimento da lesão,
A partir do 2º grau é necessário fazer ligadura
gerando um ciclo vicioso.
(procedimento ambulatorial, sem anestesia) – vaso
colaba e cai eliminado junto com as fezes. Aguda:
No 3º grau pode fazer ligadura ou cirurgia e o 4º Laceração da região anal – principal localização é
grau apenas cirurgia. Entre as técnicas cirúrgicas a linha mediana, na porção posterior.
tem-se a aberta, de Milligan-Morgan, e a
fechada, de Fergunson. Dor ao evacuar, sangramento durante a higiene
(sangue no papel), coloração avermelhada,
Na cirurgia faço a retirada dos plexos duração < 6 semanas.
hemorroidários, na técnica aberta deixou aberto
para cicatrização em 2ª intenção – Tratamento: dieta com fibras e tratamento tópico
hemorroidectomia de Milligan – Morgan. com pomadas para melhorar a vascularização da
região anal e diminuir a dor – lidocaína, diltiazem
Na hemorroidectomia de Fergunson faço uma (vasodilatação), corticoide.
sutura simples.
Crônica:

Externa:
Se a dor começou em < 72h realizo trombectomia
com raquianestesia.
Se > 72h o trombo fica muito friável, a conduta é Acima tem-se imagem de uma fissura anal
banho de assento, com compressa morna, para crônica, associada a plicoma anal sentinela
esperar o próprio corpo reabsorver o trombo, além (“ruga” na região anal – hipertonia constante) e
de sintomáticos para dor. novas lacerações.

Fissura anal: Presença de plicoma, papilite hipertrófica


(espessamento das papilas anais), lesão com fundo
Úlcera na região anal – problema na pele.
mais esbranquiçada devido a presença de fibrose. Clínica: dor perianal + abaulamento
Duração > 6 semanas.
Classificação:
Tratamento: esfincterotomia lateral interna
(permitir relaxamento do esfíncter para melhor • Supraelevador (pelve) – pode ser de outra
origem, como diverticulite Hinchey II,
vascularização da região).
além do próprio abscesso anorretal.
Abscesso anorretal: • Isquiorretal: dor na nádega longe do
esfíncter
Infecção das glândulas de Chiari:
• Interesfincteriano: origem de todos
Localizadas nas criptas anais. O centro de • Perianal: mais comum
produção fica na região periesfincteriana e elas
desembocam na região anal, onde lançam o muco. Diagnóstico: Clínico +/- RM com contraste

Quando a glândula obstrui, tem-se acúmulo de Tratamento: drenagem IMEDIATA (risco de


muco e pus na região interesfincteriana. Esses gangrena de Fournier) – muita vascularização
abscessos drenam pela gravidade para a região linfática, tecido frouxo, fácil disseminação da
perianal. O abscesso perianal é o mais comum. infecção.
Antibioticoterapia apenas se sinais de sepse ou
paciente imunossuprimido.
Fístula anorretal:
Cronificação dos abscessos anorretais.

Diferencio da hemorroida externa trombosada


pelo abaulamento flutuante e pela cor
(hemorroidário é mais arroxeado devido a
trombose). Simples: abscesso na região interesfincteriana que
Quando há muito pus, ele pode drenar para cima, faz fístula no caminho esperado (drena para baixo)
acima do músculo elevador do ânus, formando um > fístula interesfincteriana (mais comum). Se
abscesso supraelevador. perfura e drena pelo músculo esfíncter externo,
tem-se a origem de uma fístula transesfincteriana.
Outra possibilidade é drenar lateralmente,
formando um abscesso isquiorretal. Complexas: Se ele segue o caminho para cima, na
região do supraelevador e descer após perfurar o
elevador do ânus pode fazer uma fístula
supraesfíncteriana ou drenar por um caminho
diferente, longe da nádega, numa fístula
extraesfincteriana.
Abscessos posteriores tem que circular o canal Fatores de risco:
anal para chegar a região peritoneal, fazendo
percurso curvilíneo, já os anteriores drenam • Tabagismo
diretamente, em linha reta – Regra de Goodsall • Etilismo
salmon. • HPV 16 e 18 – fator de risco mais
importante
• Imunodeficiência
Queixa comum: prurido, principalmente na fase
do papiloma.
Abaixo papiloma – deve ser ressecado pelo risco
de câncer

Clínica: dor + saída de secreção purulenta na


região perineal ou perianal
Classificação: Abaixo câncer de canal anal:
• Interesfincteriana (simples)
• Transesfincteriana (simples)
• Supra-esfincteriana (complexa)
• Extra-esfincteriana (complexa)
Diagnóstico: clínico (Goodsall – mais fidedigno
nas simples) +/- RM (complexas)
• Anterior: retilíneo
• Posterior: curvilíneo
Estadiamento: Avaliar linfonodos inguinais (se
Tratamento: palpáveis – N2)
Simples: fistulotomia (corto o trajeto ao meio), se Peço TC de abdome e tórax – metástase hepática e
for pequeno posso retirar o trajeto, fazendo uma pulmonar.
ectomia, e deixo aberto para cicatrização em 2ª
intenção Além disso, peço RM pelve para ver quais
estruturas contíguas estão acometidas.
Complexa: sedenho (passo dreno de Penrose no
orifício externo até o interno e amarro o dreno, Tratamento:
que, devido a pressão, cortando o trajeto aos Boa resposta a radioquimioterapia – exclusivo,
poucos – acompanhamento progressivo > acabo sem intenção cirúrgica (70% de cura) – esquema
com o trajeto e dou tempo para cicatrização, para Nigro.
evitar incontinência). Não faço fistulotomia pois
cortaria os esfíncteres interno e externo eu geraria Se falha – cirurgia de Miles (amputação abdome-
uma incontinência fecal. perineal – tiro o canal anal com margem de 4 a
6cm acima, deixo ânus fechado e colostomia
Câncer do canal anal: definitiva)
Epidermoide: nasce da pele, do epitélio
pavimentoso

Cirurgia bariátrica e
Drogas e etilismo: 6 meses de abstinência
• Distúrbios psiquiátricos: devem estar
acompanhados e controlados
metabólica • Devem compreender a proposta da cirurgia
Técnicas operatórias > 2 tipos: restritivas (impedir
grande volume de comida) e disabsortivas
Fisiológico: (intestino não absorve todos os nutrientes)

Adipócito fica cheio após a ingestão do alimento e Banda gástrica ajustada:


libera a leptina, que é um dos sinalizadores de
saciedade (hormônio anorexígeno).
O intestino cheio também distende e absorve a
glicose, liberando a CCK, o GLP-1 e o PYY,
todos estes são hormônios anorexígenos.
O estômago vazio libera grelina (ação orexígena),
quando está cheio, tem-se diminuição da liberação
desta.
Obesidade:
Dificuldade de indução da saciedade:
Níveis de grelina mais altos que o normal, além de
sinalização anorexígena ineficaz, seja por baixa Técnica restritiva, com anel conectado a portal na
desses hormônios ou por dessensibilização. pele, em que consigo controlar a pressão feita
Classificação: sobre o estômago a partir da quantidade de ar que
coloco no anel.
IMC – Sobrepeso (25 – 29,9) e Obesidade (> 30)
Anel com tensão regulável na JEG.
• Obesidade I – 30 a 34,9
• Obesidade II – 35 a 39,9 Complicações: deslocamento do anel (sobe e não
funciona ou desce e aumenta a pressão no
• Obesidade III – maior que 40
estômago). Principal complicação é reganho de
• Superobeso – maior que 50
peso, visto que o próprio paciente pode conseguir
• Super-superobeso – maior que 60
ajustar a pressão segundo a necessidade.
Indicações:
Sleeve gástrico:
Obesidade:
• IMC > 40
• IMC > 35 associado a alguma
comorbidade
• IMC a partir de 30 com DM2 grave, sem
controle adequado (30 anos)
Idade:
• > 18 anos (> 16 com autorização)
Refratário:
• 2 anos de terapia clínica Gastrectomia vertical – Resseco a grande
curvatura do esôfago e grampeio. Técnica
Precauções: restritiva e alterações hormonais (fundo e corpo
do estômago tem as células produtoras da grelina, Hérnia de Petersen: torção de alça intestinal em
diminuindo a fome dos pacientes). espaço criado pela anastomose em Y – “meio do
Y” – hérnia interna (não ocorre no sleeve)
Complicações:
Deficiência de Fe (é absorvido pelo duodeno, não
Fístula do ângulo de His – próximo a JEG (posso
passa mais lá), B12 (precisa do encontro da
pegar um pedaço de esôfago, que, por não ter
cianocobalamina ao fator intrínseco no estômago,
serosa, de evoluir com deiscência)
com pH ácido, mas ela se encontra apenas no
Refluxo: piloro continua regulando esvaziamento jejuno, sem pH ácido, sendo assim, não se junta e
gástrico, paciente com DRGE prévio tem piora não é absorvida no íleo), B1 (devido aos vômitos
devido ao enchimento rápido. de repetição) > faço reposição de todos no pós-
operatório, e Cálcio também.
Bypass gástrico em Y de Roux:
Cirurgia de scopinaro:
Mista restritiva
Mista disabsortiva:
Epônimos: Fobi-Capella (anel gástrico), Wittgrove
(sutura na mão) e Clark. Gastrectomia horizontal (muita úlcera péptica –
esvaziamento rápido, pela retirada do piloro).
Técnica: Nesta técnica conto da válvula ileocecal para traz
• Pouch gástrico (30mL) – componente um canal comum de apenas 50cm, ou seja, grande
restritivo disabsorção.
• Y de roux (75-150cm) - componente
disabsortivo > “atalho” – comida pula
150cm de intestino que participariam da
absorção dos nutrientes.
Alça alimentar: parte reta
Alça biliopancreática: perna do y

Emagrecimento rápido > formava muita


colelitíase > colecistectomia
Complicações: Todas do by-pass + desnutrição
proteica.
Swith duodenal:
Gastrectomia vertical e canal comum de 100cm

Complicações:
Deiscência da anastomose:
• Gastroenteroanastomose: fístula não teria
bile drenando
• Enteroenteroanastomose: fístula teria bile
drenando
Associavam a cirurgia a colecistectomia e
apendicectomia (confusão clínica entre deiscência
de anastomose e apendicite aguda no pós-
operatório).
Complicações:
• Todas do Bypass
• Desnutrição proteica (menor que
scopinaro)
Ainda realizado hoje em dia pro paciente que não
emagrece apenas com o sleeve.
Qual técnica escolher?
Sleeve: paciente obeso e já tem alguma
deficiência nutricional (não tem componente
disabsortivo) ou se tem histórico familiar de tumor
gástrico (ex.: pólipo gástrico) – sleeve permite
endoscopia, o by-pass não permite acesso ao
estômago, comida passa pelo pouch > mais difícil
controle endoscópico.
BGYR: DRGE ou DM tipo 2 (cirurgia de escolha
no paciente com indicação de cirurgia
metabólica). O by-pass faz com que menor
quantidade de glicose seja absorvida, havendo
diminuição imediata do índice glicêmico.
Afecções congênitas
Parede abdominal:
Onfalocele x gastrosquise:

mais comuns Onfalocele:


• Onfalo = umbigo
Afecções mais comuns na CIPE • Cele = conteúdo
Cervicais: • “bolsa” umbilical – membrana contendo
víscera abdominal
Cisto do ducto tireoglosso • Relação com outras malformações

Clínica: Nódulo móvel a deglutição e a protrusão


da língua, indolor, pode infeccionar Gastrosquise:
eventualmente, na linha média, crescimento
gradual (queixa com 5, 6 anos) • Defeito na parede abdominal a direita do
umbigo.
Causa: persistência do forame cego, durante a
• Sem membrana (peritônio) como na
migração da tireoide na embriologia, tendo
onfalocele, eviscerado.
comunicação com a base da língua.
• Relação apenas com a atresia intestinal
Imagem: confirmação diagnóstica com TC
cervical com contraste – se indisponível USG
cervical.
Tratamento: Cirurgia de Sistrunk – o cisto está em
íntimo contato com o osso hióide e a base da
língua, durante a cirurgia eu resseco um pedaço do
osso hióide e da base da língua, além de algum
parênquima da tireoide.
Diagnóstico diferencial com as massas cervicais
benignas da infância. Higroma cístico e cisto
dermoide.
Higroma cístico: maior, localizado lateralmente no Ambas são identificadas no pré-natal e indicam
pescoço. parto cesáreo.
Tratamento: SNG (drenar líquido do lúmen das
vísceras para conseguir reduzir o conteúdo) +
hidratação (perdendo líquido pro exterior) + ATB
(profilático – eviscerado, principalmente para
gastrosquise) + proteger conteúdo (compressa
úmida – não perder calor) >> envio para cirurgia
para redução e fechamento do defeito.
Digestório:
Atresia de esôfago: • USG com sinal do alvo – camadas
musculares do piloro hipertrofiado
• Epidemiologia: herança familiar +
• Tratamento: pilorotomia extramucosa
malformações (VACTREL)
(Fredet – Ramstedt) > não entro na luz do
• Vertebrais, anais (ânus imperfurado),
duodeno, chegando na mucosa e
cardiovasculares, traqueia (fístula
submucosa eu faço a nova sutura da serosa
traqueoesofágica), renais, esôfago
e muscular > não invado a luz.
(atresia), limbs (membros) – VACTREL.
• Clínica: nasce com sialorreia (não desce, Atresia duodenal:
acumula na boca), engasgo logo nas
• Desnutrição, desidratação e vômitos >
primeiras mamadas, tem uma distensão do
obstrução intestinal
estômago (em decorrência da fístula
traqueoesofágica ou brônquio fonte, coto • Primeiro dia de vida já apresenta sintomas
distal do esôfago pérvio, e o ar vai direto • Vômitos biliosos, sem distensão (após 3ª
para o estômago, causando a distensão) e porção do duodeno a atresia)
SNG não passa. • Muito associada a outras malformações,
como síndrome de Down e Polidramnia
Tipos de atresia: (sobre líquido amniótico pois paciente não
consegue beber – diagnóstico no USG pré-
• A: 7% somente atresia
natal)
• B: 2% fístula proximal
• Radiografia com bolha gástrica e bolha
• C: 86% fístula distal – perfil típico
duodenal (sinal da dupla bolha)
• D: 1% fístula distal e proximal com atresia
• Necessário investigar outras malformações
em ambos os lados
• E: 4% apenas fístula (em H)

Conduta imediata: gastrostomia de urgência para


nutrição
Conduta definitiva: anastomose primária • Tratamento: anastomose primária –
(preferência) ou esofagocoloplastia. duodenoduodenostomia – by-pass da
obstrução.
Estenose hipertrófica de piloro:
• Desnutrição, desidratação e vômitos >
obstrução intestinal
• Não nasce com E.H.P. > aparecem
sintomas a partir da 2ª – 8ª semana
• Vômitos não biliosos, em jato, visto que
estenoso é no piloro, antes do duodeno
• Distensão mais comum
• Desidratação + alcalose metabólica
hipoclorêmica (HCl para fora pelos
vômitos)
• Diagnóstico clínico: oliva palpável
Vias biliares: • Ao exame pode ser palpável, porém
retrátil, ectópico ou inguinal. Ou então não
Atresia das vias biliares
palpável, sendo intra-abdominal ou até
• Anticorpos começam a atacar as vias ausente.
biliares, que são substituídas por fibrose • Quando não palpável devo considerar
• Fica ictérico após duas semanas do outras hipóteses (sexo feminino com
nascimento hiperplasia adrenal congênita –
• Diagnóstico diferencial: cisto de colédoco. desenvolveu características secundárias
• Clínica: icterícia a partir da 2ª a 3ª semana, masculinas)
colestática, com acolia fecal e colúria • Exame físico + laparoscopia (se não
(tardios) > GGT e FA elevadas, palpável) + cariótipo
predomínio de Bbd • Tratamento: HCG IM ou GnRH IN –
• USG – afasta outros diagnósticos retráteis – acelero maturação do testículo
• Diagnóstico: clínica + USG + biópsia para bolsa escrotal (até 9 meses)
(avaliar fígado – se não tem sinais de • Se passar de 9 meses ou não palpável é
cirrose – posso fazer cirurgia resolutiva) necessário fazer orquipexia (9-15 meses)
• Tratamento: cirurgia definitiva (Kasai – até Escroto agudo:
8ª a 10ª semana) ou transplante (se cirrose)
• Torção testicular: testículo roda e obstrui
Respiratório: vasos, ficando isquêmico e necrosando.
Hérnia diafragmática:
Morgagni x bouchdalek
• Morgagni: a direita, mais rara, o fígado
está próximo ao diaframa, tamponando o
defeito, mais difícil herniar.
• Bouchdalek: a esquerda, mais comum
(85%), hernia omento, intestino, baço,
estômago
• Sintomatologia de dispneia, SNG passa no • Orquiepididimite: infecção, usualmente
tórax, abdômen escavado (vísceras viral
abdominais migram para o tórax), pulmão • A dor da torção é mais abrupta, enquanto a
colabado, desde o período neonatal da orquite é mais gradual
(dispneia por hipoplasia e compressão • Phren – (torção) e Phren + (orquite)
pulmonar) • Sinal de Phren: elevo bolsa escrotal, se há
• Ausculta com RHA+ no tórax. melhora da dor fala a favor de orquite.
• Diagnóstico: USG pré-natal ou Rx após • Reflexo cremastérico é negativo na torção
nascimento (retração testicular ao toque retal)
• Tratamento: laparatomia ou oblíqua • Diagnóstico diferencial com doppler, se
subcostal (pode ou não usar tela a não houver fluxo é torção, fluxo normal ou
depender do tamanho) aumentado orquite
Geniturinário: • Tratamento: tratar todos como se fosse
torção caso não tenha doppler disponível –
Criptorquidia: cirurgia > abro bolsa escrotal, se testículo
• Definição: não descida testicular (50% viável desfaço a torção e faço fixo, uma
direito) orquidopexia bilateral (risco do outro
virar); se não viável faço orquiectomia
• Preocupo quando não desceu até os 9
ipsilateral e orquidopexia contralateral.
meses. Risco de esterilidade e degeneração
Tempo de garantia de testículo viável: 6h.
neoplásica
• Na orquite o tratamento é com cultura e Tumor renal mais comum e o 2º abdominal mais
biópsia, se crescimento bacteriano trato comum
guiado. Mas usualmente é viral.
Composto por blastema metanéfrico: células
• Obs.: Phren e cremastérico NÃO SÃO
blastemais, estromais e epiteliais
patognomônicos
Clínica: Massa abdominal que não atravessa a
Fimose:
linha média, achado incidental
• Prepúcio sem retração manual possível
• Hematúria: invasão do sistema coletor,
• Aderências fisiológicas – até 3 anos ureter
• Diagnóstico clínico • HAS (25%)
• Tratamento: betametasona 0,1% - 6
semanas (75% das vezes resolve). Não Diagnóstico: USG/TC
melhorou ou estenose significativa – Tratamento:
postectomia (3-10 anos).
• Indicação: fimose cerrada – ITU/balanite Nefrectomia total se unilateral e parcial se
de repetição bilateral

Parafimose: complicação – anel formado devido a


trauma de tentativas de redução manual da fimose.
Urgência urológica: exige redução manual
imediata. Pode ocorrer isquemia e necrose da
glande. Uso gelo para diminuir a vascularização e
lubrificante para redução.

Tumores sólidos
Neuroblastoma:
Tumor sólido mais comum do lactente
Derivam de células primitivas da crista neura >
pode ocorrer na suprarrenal e gânglios simpáticos.
65% dos casos ocorrem no abdômen, com 50% na
medula suprarrenal
Clínica: massa abdominal dura e irregular que
atravessa a linha média
• Anemia e fraqueza: invasão da medula
óssea
• Dor: metástase óssea
• Acometimento periorbital: sinal do
guaxinim
Marcadores na urina: ácido homovanílico e
vanilmandélico
Padrão-ouro: histopatológico ou aspirado de
medula (células redondas)
Tratamento: Cirurgia +/- QT/RT
Nefroblastoma ou tumor de Wilms:
Origem neuroendócrina – muito associado a
Câncer de Pulmão síndromes paraneoplásicas
Metástases comuns
Epidemiologia:
Mais central (hemoptise) – broncoscopia
• Principal causa de mortes por câncer
(maior letalidade) Diagnóstico:
• 4º tumor mais comum (próstata – mama –
Nódulo pulmonar solitário – quando biopsiar?
colorretal)
Quando maior o nódulo, maior a chance de ser
Risco:
maligno. Tamanho > 8mm (> 2cm em algumas
• Tabagismo ativo e passivo (90% dos referências)
casos); doenças pulmonares (ex.: silicose)
Crescimento em 2 anos (lesão que permanece
• Fatores genéticos como está por 2 anos – benigna)
Carga tabágica: maços.ano Outros: tabagismo, idade maior ou igual a 35
Tipos Histológicos: anos, bordas irregulares, espiculados (coroa
radiada) com calcificação assimétrica, excêntrica
Adenocarcinoma: ou salpicada e associação com adenopatia,
45% dos casos (Se relaciona com o tabagismo, atelectasia ou sintomas.
mas também tem uma relação com pacientes Benigno:
jovens, não tabagista, vem crescendo em
incidência). Calcificação difusa ou central, em “olho de boi”
(granuloma) ou em pipoca (hamartoma –
Periférico: se origina do parênquima pulmonar – densidade de gordura)
risco maior de derrame pleural, dor torácica,
pleurítica. Acompanhar com TC seriada

Biópsia percutânea Pacientes com risco intermediário: PET-scan –


dúvida - Fluordesoxiglicose que é captada –
Epidermoide: atividade metabólica das células – neoplasias
30% - Relação mais forte com o tabagismo captam muito
quando comparado ao adenocarcinoma Rastreamento:
Se origina das vias respiratórias, dos brônquios TC de tórax anual de baixa dosagem para
etc. começando no centro pacientes tabagistas com carga tabágica de 20
Forma cavitação – diagnóstico diferencial com maços-ano), de 50-80 anos, incluindo os que
TB. Sendo um dos sintomas a hemoptise pararam há menos de 15 anos.

Histopatológico: broncoscopia (central) Síndromes compressivas:

Grandes células: Tumor de Pancoast: origem mais central e alta, no


sulco pulmonar – epidermoide. Cresce e invade
10% - Também conhecido como anaplásico parede torácica (dor pleurítica, torácica), invade
Também pode cavitar, mas é periférico (dor também o plexo braquial, gerando dor no ombro.
torácica) – características mistas. • Síndrome de Horner: compressão do
Biópsia percutânea gânglio simpático (ptose + miose +
anidrose)
Oat cells (pequenas células):
Síndrome de veia cava superior: relacionado ao de
15% dos casos, menor prevalência, mas maior oat cells, tumor invade VCS, gerando edema de
gravidade face e pletora, além de turgência jugular, varizes
de tórax e MMSS devido a congestão venosa –
circulação colateral.
Síndromes paraneoplásicas:
Causadas por aumento de produção de hormônios
– oat cells (neuroendócrino): SIAD (tumor
produzindo ADH), Cushing (ACTH ectópica),
síndromes neurológicas (Eaton-Lambert –
fraqueza muscular, diagnóstico diferencial da
miastenia gravis por ENMG –, encefalopatia
límbica, degeneração cerebelar subaguda...)
Adenocarcinoma: osteoartropatia hipertrófica
(baqueteamento digital) – fatores de crescimento
liberados pela neoplasia levam a periostite –
proliferação de partes moles (manifestações
reumatológicas)
Epidermoide: hipercalcemia (PTH – like) –
hiperparatireoidismo secundário sem PTH
aumentado.
Tratamento:
Investigação linfonodal: quanto menor for a
estação linfonodal mais grave (mais centrais – no
mediastino), os números maiores são mais laterais,
menos graves.
Mediastinoscopia cervical ou EBUS – acesso
estações 1 a 5. Broncoscopia e endoscopia guiadas
por US.
Posso definir acometimento linfonodal (Nx) por
biópsia.
A partir de N3 sem proposta curativa (linfonodos
mediastinais, contralaterais...) > N define se
terapia será curativa ou não
Cirurgia:
Estágios I até IIIa > tumor < 7cm e N1
(acometimento apenas de linfonodos periféricos
próximos ao tumor)
IIIb: Cirurgia + Quimioterapia adjuvante
Paliação:
Estádios IIIc ou IV
Guardar: N3 ou metástase a distância (M1).
Pequenas células (oat cell):
Radioquimioterapia paliativa na maioria das vezes
– cirurgia se T1 mas muito raro.

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