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SÍNDROME DISPÉPTICA
Síndrome dispéptica dor epigástrica ≥ 1 mês
CAUSAS
Refluxo
Úlcera péptica
Câncer
Doença biliar
Dispepsia funcional (não há causa orgânica – é sempre um diagnóstico de exclusão) 1
FISIOPATOLOGIA
PERDA DE MECANISMOS ANTIRREFLUXO:
Esfíncter esofagiano inferior: hipotonia, relaxamento inadequado
Junção esôfago gástrica alterada
Existe uma patologia denominada de hérnia de hiato, na qual há alteração da junção esôfago gástrica – assim, a
hérnia de hiato pode predispor à ocorrência de refluxo.
QUADRO CLÍNICO
ESOFAGIANO EXTRA-ESOFAGIANO
TÍPICOS: Faringite
1 - PIROSE Rouquidão
2 - REGURGITAÇÃO Tosse crônica
Complicações: esofagite, Broncoespasmo
úlcera, estenose péptica PNM de repetição
(disfagia), esôfago de Barrett
(ESTES SINTOMAS NÃO SÃO ATÍPICOS
OBRIGATÓRIOS);
As complicações (vistas na EDA) são vistas em 50% dos casos.
M.E.D. – CIRURGIA 3 Guilherme Miranda Correia
DIAGNÓSTICO
CLÍNICO !!
(PIROSE + REGURGITAÇÃO)
ENDOSCOPIA: em metade dos pacientes são encontradas complicações – esofagite, úlcera, estenose e/ou Barrett;
ESÔFAGO DE BARRETT
Trata-se de uma adaptação – uma troca de epitélio nativo do esôfago (epitélio escamoso estratificado) – geralmente
da área mais distal, que é a que sofre mais agressão – por um epitélio colunar do tipo intestinal (mais resistente à
acidez).
b) TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
Objetivo: reduzir a acidez gástrica
Duração: 8 semanas (em média)
INIBIDOR DE BOMBA DE PRÓTON (IBP) em “dose plena”
Omeprazol 20mg/Pantoprazol 40mg/ Esomeprazol 40mg/ Lansoprasol 30 mg
Tomar em jejum / 30 minutos antes do café da manhã
(O uso em jejum é melhor pois o corpo possui mais receptores de IBP disponíveis)
c) TRATAMENTO CIRÚRGICO
Para quem:
Refratário (sintoma mesmo com IBP em dose dobrada);
Alternativa ao uso crônico;
Complicação: estenose/ úlcera;
CIRURGIA: FUNDOPLICATURA
Fazer antes:
pH metria 24 horas (PADRÃO OURO: CONFIRMAR D.R.G.E.)
Esofagomanometria (AUXILIA NA ESCOLHA DA TÉCNICA);
ESÔFAGO DE BARRETT
IBP 1x/dia (independente de manifestação clínica)
EM USO CONTÍNUO
Independente da manifestação de refluxo, eles devem utilizar IBP 1x/dia. E, além disso, como esses pacientes
podem evoluir para adenocarcinoma, devemos ter mais cuidado (veja a evolução):
ÚLCERA PÉPTICA
Estômago/ Duodeno
QUADRO CLÍNICO & DIAGNÓSTICO
ÚLCERA GÁSTRICA ÚLCERA DUODENAL
Dispepsia pior com Dispepsia pior 2-3 horas
alimentação após alimentação e à noite
FISIOPATOLOGIA
AGRESSÃO: ÁCIDO
FACILITADORES: H. pylori, AINES
Agressão
Barreira
mucosa
M.E.D. – CIRURGIA 3 Guilherme Miranda Correia
FISIOLOGIA GÁSTRICA
A maior produção de ácido ocorre no fundo gástrico (onde há maior população das células que possuem as bombas
de prótons – células parietais). As bombas de prótons para funcionarem, devem ser estimuladas.
CÉLS G GASTRINA
CÉLS D SOMATOSTATINA
REDUZIR A ACIDEZ
Inibidor da bomba de próton (prazol...)
Bloqueador histamínico (ranitidina...)
Vagotomia/ antrectomia
Anti-inflamatórios
Mecanismo de ação: inibidores da COX (cicloxigenase)
(1) COX-1: prostaglandinas “do bem” são mantenedoras da barreira mucosa;
(2) COX-2: prostaglandinas “do mal” responsáveis pelo processo inflamatório;
Tipos de AINES:
Não seletivos: inibe tanto COX-1 como COX-2 e ao inibir a COX-1 perda da barreira mucosa facilita a ação do ácido;
Seletivos da COX-2 podem induzir agregação plaquetária e induzir mais IAM e/ou AVC (por esse motivo muitos já foram
retirados do mercado);
Helicobacter pylori
(CRIA UM AMBIENTE PROPÍCIO PARA O ÁCIDO CRIAR ÚLCERAS)
Bacilo gram (-)
Mecanismo de ação:
Outra patologia:
ESTIMULO AOS LINFÓCITOS B
LINFOMA MALT
Helicobacter pylori
Indicações de ERRADICAÇÃO
Úlcera péptica;
Linfoma MALT;
Dispepsia funcional;
Prevenção de câncer gástrico; (pós-gastrectomia por CA, metaplasia intestinal no estômago, parente de 1º.
Grau com C.A.)
Uso crônico de AAS/AINE e alto risco de úlcera;
Helicobacter pylori
Esquema para erradicação
CLARITROMICINA 500mg – 2 x/dia
AMOXICILINA 1g – 2x/dia 14 dias
OMEPRAZOL 20mg – 2x/dia
Obs.: se alergia a algum dos componentes, trocar por outras classes de medicação; 5
Obs.: a sorologia não serve para controle de cura – o anticorpo pode permanecer (+) indefinidamente, ou, mesmo que o HP seja
erradicado, o ac pode demorar muito tempo para negativar.
H. pylori
Úlcera gástrica Controle de cura? H. pylori
(nova EDA)
M.E.D. – CIRURGIA 3 Guilherme Miranda Correia
CIRURGIA NA ÚLCERA PÉPTICA
ÚLCERA PÉPTICA DUODENAL
(HIPERCLORIDRIA) GÁSTRICA II (corpo gástrico)
GÁSTRICA III (pré-pilórica)
ÚLCERA PÉPTICA GÁSTRICA I (pequena curvatura baixa)
(HIPOCLORIDRIA) GÁSTRICA IV (pequena curvatura alta)
TIPO IV
TIPO I TIPO II
DUODENAL
TIPO III
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Se hipercloridria: sempre vagotomia com ou sem antrectomia;
Se gástrica: retirar a área do estômago que contiver a úlcera
(pelo risco de câncer)
ÚLCERA DUODENAL
(hipercloridria)
a) VAGOTOMIA TRONCULAR + PILOROPLASTIA
b) VAGOTOMIA TRONCULAR + ANTRECTOMIA
c) VAGOTOMIA SUPERSELETIVA (GÁSTRICA PROXIMAL)
Uma das funções do nervo vago é o relaxamento do piloro (para permitir que o alimento passe gradualmente do
estômago para o duodeno). Assim, se o indivíduo for submetido a uma vagotomia troncular, o cirurgião terá de
associar ao procedimento uma piloroplastia (nada mais é do que uma incisão na musculatura do piloro – que
ficará permanentemente relaxado, permitindo assim o esvaziamento do estômago) ou uma antrectomia (o porte
da cirurgia é muito maior, mas em compensação, irá reduzir muito mais a acidez gástrica – lembrando que no antro
temos as células G produtoras de gastrina). Se o antro for retirado, o trânsito deve ser reconstruído ...
RECONSTRUÇÃO DO TRÂNSITO
BILLROTH I (gastroduodenostomia OU gastroduodenoanastomose OU B1)
BILLROTH II (gastrojejunostomia OU gastrojejunoanastomose OU B2 + alça aferente alça de duodeno que
se continua com a anastomose gastrojejunal)
Outra opção cirúrgica é a vagotomia superseletiva – nesta, é mantida a inervação vagal para o piloro – esse
paciente não terá problemas de esvaziamento gástrico e assim não será necessária a associação de outro
procedimento.
ÚLCERA GÁSTRICA
TIPO I GASTRECTOMIA DISTAL+
(HIPOCLORIDRIA) RECONSTRUÇÃO A BILLROTH I
Pequena curvatura
baixa
TIPO II VAGOTOMIA TRONCULAR +
(HIPERCLORIDRIA) GASTRECTOMIA DISTAL +
Corpo RECONSTRUÇÃO A BILLROTH II (ou I)
Obs.: Gastrectomia distal é a mesma
antrectomia estendida e ocorre para que seja
retirada a área que contém a úlcera.
TIPO III VAGOTOMIA TRONCULAR + GASTRECTOMIA
(HIPERCLORIDRIA) DISTAL + RECONSTRUÇÃO A BILLROTH II
Pré-pilórica (ou I)
TIPO IV GASTRECTOMIA SUBTOTAL +
(HIPOCLORIDRIA) RECONSTRUÇÃO EM Y DE ROUX
Pequena curvatura
alta
M.E.D. – CIRURGIA 3 Guilherme Miranda Correia
COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS
Gastrectomia + reconstrução
Síndrome de Dumping
Gastrite Alcalina
Síndrome da Alça Aferente
SÍNDROME DE DUMPING
Perde barreira pilórica alimento direto ao duodeno
TRATAMENTO: dietético
1 - Deitar após a alimentação: lentifica a passagem de alimento ao duodeno
2 - Fracionar as refeições
O piloro tem uma função de ‘barreira’ de maneira que ao se relaxar aos poucos, permite a passagem gradual
dos alimentos do estômago para o duodeno. Com isso, há também uma absorção gradual dos alimentos, e,
consequentemente, o pâncreas também libera pequenas alíquotas de insulina. Na síndrome de Dumping, há uma
perda dessa barreira pilórica (função de ‘freio’), de maneira que a refeição é ‘derramada’ diretamente no duodeno.
Temos a Dumping precoce e a tardia
GASTRITE ALCALINA
(Gastropatia por refluxo biliar)
Refluxo de conteúdo biliar e pancreático Gastrite
MAIS COMUM: BILLROTH II
CLÍNICA: DOR CONTÍNUA, SEM MELHORA COM VÔMITO (BILIOSO)
TRATAMENTO: REOPERAÇÃO (Y DE ROUX)
Obs.: colestiramina pode atenuar os sintomas (é uma droga que inativa a bile – é na realidade, um quelante de
sal biliar)
Na gastrite alcalina o estômago torna-se inflamado e irritado pois não está preparado para receber secreções
pancreática e biliar.
Em BII as secreções biliares e pancreáticas acabam se aproximando do estômago, de modo que refluem mais
facilmente; em BI, isso também pode ocorrer, mas é mais difícil, pois as secreções precisam caminhar em sentido
antiperistáltico.
Como a inflamação persiste, a dor é contínua e não há melhora com os vômitos. O tratamento padrão é a
reoperação em Y de Roux. A colestiramina é uma droga que pode melhorar/ atenuar os sintomas por inativar a bile
(porém, o estômago continuará a ser agredido pela secreção pancreática).
Obs.:
NEM -1 (Síndrome de Werner)
HEMORRAGIA DIGESTIVA
(1) Estabilização clínica
a) Cristaloide/hemácias (se PAS< 90/ FC >120)
b) Plasma (se INR > 1,5)
c) Plaqueta (se < 50.000)
Nas primeiras 48h: não confiar no hematócrito!
Sempre avaliar diurese !!
(2) Descobrir fonte e tratar
Sangramento alto ou baixo?
(3) Prevenir novos sangramentos:
Drogas/ endoscopia/ cirurgia
DESCOBRIR FONTE
Quem faz a divisão entre o duodeno e o jejuno = ÂNGULO DE TREIZ. As hemorragias acima desse ligamento serão denominadas
de altas, e as hemorragias abaixo desse ligamento, serão chamadas de baixas
HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA
ÂNGULO DE TREITZ
HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA
ALTA Clínica: hematêmese (vômito) / melena (sangue digerido nas fezes/odor característico)
MAIS Sonda nasogástrica: presença de sangue
COMUM
(80%)E Exame confirmatório e terapêutico: EDA nas primeiras 24 horas (a EDA resolve até 98% dos casos
MAIS de sangramento digestivo alto)
GRAVE
BAIXA Clínica: hematoquezia / enterorragia
Sonda nasogástrica: líquido bilioso sem sangue
Exame confirmatório e terapêutico: colonoscopia (em 30% dos casos não resolve);
Enterorragia = sangramento vermelho-vivo em grande quantidade
Hematoquezia = sangramento vermelho-vivo nas fezes em pequena quantidade
Obs.: muitas vezes os termos são utilizados como sinônimos nas questões.
O sangue para ser digerido no tubo digestivo demora cerca de 14h, assim, diante de grandes hemorragias de sítio alto, o sangue
não terá tempo para ser digerido e assim, o doente pode apresentar sangue vivo nas fezes – 10-20% das hematoquezias tem
origem alta!
M.E.D. – CIRURGIA 3 Guilherme Miranda Correia
CAUSAS
ÚLCERA (+ comum)
VARIZES ESOFAGO-GÁSTRICAS
LACERAÇÕES -MALLORY-WEIS (vômitos de repetição)
Mnemônico: Ú.Vu.LA.
ÚLCERA PÉPTICA
As principais complicações de uma úlcera péptica são:
sangramento, perfuração e obstrução. A que mais mata é o
sangramento!
CLASSIFICAÇÃO DE FORREST
Classe Aspecto Risco de ressangramento 9
A – arterial
I ALTO (90%)
B - babando
A – vaso visível ALTO (50%)
II B- coágulo INTERMEDIÁRIO (30%)
C - hematina BAIXO (10%)
III Base clara BAIXO (<5%)
Para lembrar
CHILD-PUGH(BEATA)/ MELD (BIC)
FORREST
CONDUTA
1) Terapia clínica e endoscópica
Inibidor de bomba de prótons (IBP);
Suspender AINEs
Tratamento de Helicobacter pylori
I-IIA/B* Inibidor de bomba de próton EV +
Endoscopia (química/térmica/mecânica)
OBS.: o melhor é a combinação entre elas!
(*) teoricamente, na presença de coágulo, a conduta seria lavagem; porém, na prática, ele é encarado como alto risco.
2) Terapia cirúrgica
Falha endoscópica: 2 tentativas;
Choque refratário: >6U sangue (toma 6 bolsas de
sangue, mas continua chocado); hemorragia recorrente;
Hemorragia contínua: >3U/dia;
Qual a cirurgia?
ÚLCERA PILOROTOMIA + ULCERORRAFIA +
DUODENAL VAGOTOMIA TRONCULAR +
PILOROPLASTIA (de HEINEKE-MIKULICZ)
ÚLCERA GASTECTOMIA + B1, B2 OU Y DE ROUX
GÁSTRICA
CAUSAS
Doença Diverticular
- Maioria assintomático;
- Complicação: diverticulose/sangramento;
- Sangramento mais comum: cólon D;
-Tratamento: colonoscopia/ embolização por arteriografia/ cirurgia
(colectomia);
Angiodisplasia
- Má formação vascular intestinal
- Associação: Estenose de válvula aórtica/doença renal/doença de
von-willebrand
- local + comum: CECO
- É A PRICIPAL CAUSA DE SANGRAMENTO OBSCURO
- DDO: cápsula endoscópica
- TTO: colonoscopia/hormonal-inibidor da VEGF (?)/ embolização
por arteriografia/cirurgia
ABORDAGEM
COLONOSCOPIA
Lesão visualizada Lesão não visualizada
TRATAR ... CINTILOGRAFIA
ANGIO-TC
ARTERIOGRAFIA
EXTRA!!!!!
DOENÇAS ANORRETAIS
AVALIAÇÃO INICIAL
Orientação
Posição:
1) Posição de Sims
2) Posição genupeitoral (melhor para o exame)
3) Posição de litotomia modificada
Obs.: a mais utilizada por proctologistas é a genupeitoral.
Inspeção e toque retal
Retossigmoidoscopia e anuscopia
1) HEMORROIDAS
2) FISSURAS
3) ABSCESSOS
HEMORROIDAS
Hemorroidas externas: abaixo da linha pectínea... dieta + higiene local
FISSURA ANAL
SANGRAMENTO DOLOROSO À EVACUAÇÃO
Local mais comum: linha média posterior
(se ela foge da linha média: pensar em causa secundária Doença de Crohn – principalmente)
AGUDA Dieta/ higiene/ analgesia/ corticoide
CRÔNICA* Relaxante esfincteriano: nitrato/
(>3-6 sem) bloqueador de canal de cálcio
Lateral esfincterotomia interna
Tratamento:
Fistulotomia
Tração com seton
ABSCESSO ANORRETAL
DOR PERIANAL + FEBRE
Drenagem de urgência !!