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VARIZES ESOFAGOGÁSTRICAS
FORMAÇÃO DAS VARIZES = GRADIENTE DE PRESSÃO > 10 mmHg
PORTA → CAVA
(em órgãos que possuem dupla circulação / “órgãos de passagem”)
GRANDE RISCO DE SANGRAR = GRADIENTE DE PRESSÃO > 12 mmHg
Abordagem das varizes
A) NUNCA SANGROU
CIRROSE = rastreamento com EDA
ALTO RISCO = PROFILAXIA PRIMÁRIA
Varizes médio (2-5 mm) e grosso calibre (>5 mm)
Cherry red spots (manchas vermelho cereja)
Child B / Child C
↓
Beta-bloqueador
(propranolol, nadolol, carvedilol)
OU
Ligadura elástica (se paciente não tolerar uso de B-bloqueador)
B) SANGROU
1. Estabilização hemodinâmica
2. Descobrir a fonte e tratar
3. Prevenir complicações
ESTABILIZAÇÃO HEMODINÂMICA
✓ Cristaloides
✓ Sangue
✓ Plasma (INR > 1,7)
M.E.D. 2020 – CIRURGIA Guilherme Miranda Correia
DESCOBRIR A FONTE E TRATAR = EDA
Escleroterapia
ENDOSCOPIA Ligadura elástica (escolha)
Obs.: cianoacrilato >> varizes gástricas
Somatostatina
DROGAS EV Octreotide
Terlipressina
Sengstaken-Blakemore (3 vias)
BALÃO Minnesota (4 vias)
** usa-se no máximo por 24h por risco de isquemia **
Shunt Portossistêmico Intrahepático Transjugular
Vantagem: bom para transplante
TIPS
Desvantagem: encefalopatia, estenose
Contraindicação: IC direita, doença cística
CIRURGIA Shunts não seletivos (shunt porto-cava término-lateral ou látero-lateral) – sobrevida de 10 meses
(URGÊNCIA) Shunts parciais (calibrados)
PREVENIR COMPLICAÇÕES
Peritonite bacteriana espontânea (PBE)
Ressangramento
Encefalopatia (lactulose?)
ASCITE
Todo paciente com ascite deve ser submetido à paracentese diagnóstica
Manobras: piparote, macicez móvel, semicírculos de Skoda
Diferenciando:
GRADIENTE DE ALBUMINA SORO-ASCITE (GASA)
ALBUMINA SORO – ALBUMINA ASCITE
Transudato
GASA ≥ 1,1 Hipertensão porta
Cirrose, ICC, Budd-Chiari
Exsudato
GASA < 1,1 Doenças do peritônio
Neoplasias, TB, pâncreas
Mais comum
ASCITE DA GASA alto
CIRROSE Citometria e bioquímica normais
(proteínas < 2,5)
Segunda mais comum
ASCITE
GASA baixo
NEOPLÁSICA
Citologia oncótica (+), proteína e LDH ↑
M.E.D. 2020 – CIRURGIA Guilherme Miranda Correia
GASA alto
ASCITE
Citometria e bioquímica normais
CARDÍACA
(proteínas > 2,5)
GASA baixo
ASCITE
Mononucleares (>500), ADA alta
TUBERCULOSA
Laparoscopia (~100% sensibilidade)
Tratamento da ascite
Restrição de sódio (2g/dia)
** Restrição hídrica – apenas se hiponatremia dilucional
Diuréticos (se a restrição de sódio não adiantar)
ESPIRONOLACTONA 100-400mg/dia
FUROSEMIDA 40-160mg/dia
↓ 0,5kg/dia (sem edema) ou ↓1kg/dia (com edema)
.
Ascite refratária = falência do trat./ recorrência precoce
Paracenteses terapêuticas seriadas*
TIPS
Transplante
Shunt peritônio-venoso
(*) Não há limite máximo de volume que pode ser retirado
PARACENTESE DE GRANDE VOLUME (>5L)
Repor 8-10g de albumina por litro retirado (contar desde o primeiro litro retirado)
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA
Paciente apresenta insuficiência hepatocelular e hipertensão portal
↑Amônia (NH3)
Flapping, letargia, sonolência ...
Precipitado por: hemorragia, constipação, PBE, alcalose (hipocalemia, diuréticos)
Tratamento:
Evitar restrição proteica (proteína?)
Lactulose: laxativo, pH ácido (NH3 →NH4+)
ATB: neomicina, metronizadol, rifamixina
Profilaxia:
Primária:
Aguda
Ceftriaxona/Norfloxacino por 7 dias
(pós-sangramento por varizes)
Crônica
Norfloxacino 400mg/dia até transplante ou ad eternum
(proteína ascite <1,5)
Secundária (todos): norfloxacino 400mg/dia ad eternum
SÍNDROME HEPATORRENAL
PBE e Falência hepática
Vasodilatação → vasoconstricção renal
Doença hepática grave ... vasodilatação periférica > vasoconstrição >> sem hipovolemia/ lesão renal/ obstrução
IRA pré-renal
Sem hipovolemia
Cr >1,5
↓ sódio urinário
Tipo I: rápida progressão (<2 sem)
Tipo II: insidiosa, melhor prognóstico
Tratamento: albumina + terlipressina +/- transplante
INSUFICIÊNCIA HEPATOCELULAR
Caso clínico:
Síndrome ictérica: pele amarelada, ↑bilirrubina direta,
Fadiga, eritema palmar,
↑TAP, ↓albumina, anemia, plaquetopenia
USG com alteração hepática
↓
Síndrome de insuficiência hepática
Arquitetura hepática: os hepatócitos estão organizados em muros que formam estruturas poligonas; no meio temos a
veia centrolobular, e, nos vértices, os espaços-porta.
Cirrose: não é sinônimo de fibrose. Quando as traves fibróticas surgem, elas acabam isolando os hepatócitos em nódulos
de regeneração (deixam de ser funcionais). Cirrose tem fibrose.
CIRROSE = FIBROSE + NÓDULOS DE REGENERAÇÃO
O desarranjo estrutural é mais importante do que a perda de células parenquimatosas.
Funções hepáticas:
Metabolismo da bilirrubina (conjugação e excreção) >> icterícia (↑bilirrubina direta)
Eliminação de toxinas >> encefalopatia, alterações hemodinâmicas (cirrótico é vasodilatador)
Síntese de proteínas >> ↓ albumina, ↑TAP
Metabolismo intermediário/ hormonal >> ↑ glicemia, ↓testosterona, ↑estrogênio >> rarefação de pelos,
ginecomastia
(*) Estigmas hepáticos: eritema palmar, telangiectasias (aranhas vasculares), baqueteamento digital, contratura palmar de
Dupuytren (hepatopatia alcoólica), tumefação de parótidas (hepatopatia alcoólica)
Causas
Vírus HBV e HCV
Tóxica Álcool, triglicerídeos, drogas
Autoimune Hepatite auto-imune, cirrose biliar primária
Estadiamento e prognóstico
CHILD-PUGH >> 5 critérios (“BEATA”)
M.E.D. 2020 – CIRURGIA Guilherme Miranda Correia
DOENÇA DE WILSON
↓Excreção biliar ... ↑COBRE
Fulminante
Forma hepática
Crônica ativa/ cirrose
Dist. Movimento (Parkinsonismo)
Forma
Alteração da personalidade/ psicose
neuropsiquiátrica
Anéis de Kayser-Fleisher
*JOVEM (5-30 anos)
*Pode ter anemia hemolítica Coombs (-) não é imune
*Anéis de Kayser-Fleisher: 98% dos pacientes com lesão SNC
Diagnóstico: o cobre liga-se à ceruloplasmina; se o cobre não consegue ligar-se à ceruloplasmina, tal como ocorre na doença de
Wilson, esta é rapidamente degradada.
Triagem: ↓ ceruloplasmina
Confirmação: ↑ cobre livre, urinário ou hepático. Anéis de KF
Tratamento: quelante (trientina/ penicilamina) / transplante (casos graves/ refratários)
HEMOCROMATOSE
*acúmulo de FERRO*
Pode ser adquirida (sobrecarga de transfusão) OU
Hereditária: alteração genética = ↑absorção intestinal ..↑FERRO
6Hs:
Hepatomegalia (95%)
Heart
Hiperglicemia
Hiperpigmentação
Hipogonadismo
H”artrite”
Diagnóstico:
Triagem: ↑ferritina e/ou saturação da transferrina
Confirmação: teste genético (C282Y e H63D)
Tratamento: flebotomia
Quelante: desferoxamina >> excreção
Transplante: casos mais avançados
M.E.D. 2020 – CIRURGIA Guilherme Miranda Correia
Obs.: pior prognóstico: cirrose e diabetes no momento do diagnóstico
HEPATITE B CRÔNICA
Vírus + Lesão hepática
HbeAg/HBV-DNA ALT/Biópsia METAVIR ≥A2/F2
A = atividade inflamatória (A2 = moderada)
F = fibrose (F2 = fibrose portal + septos)
Manifestações extra-hepáticas: POLIARTERITE NODOSA
HEPATITE C CRÔNICA
Vírus + Lesão hepática
HCV-RNA Metavir ≥F2 há 3 anos, F3 e F4
Manifestações extra-hepáticas: CRIOGLOBULINEMIA
Comorbidades: HIV, renal crônico, linfoma ...
INTERFERON + RIBAVIRINA
SOFOSBUVIR/ SIMEPREVIR/ DACLATASVIR
Genótipo 1: Sofosbuvir + Simeprevir ou Daclatasvir (12 sem)