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OBSTRUÇÃO INTESTINAL
Parada de eliminação de gases e fezes
Dor abdominal
Distensão abdominal
SÍNDROME DE OBSTRUÇÃO INTESTINAL
FISIOPATOLOGIA E CLÍNICA
Se há um ponto de obstrução >> aquilo que entra, não vai mais sair >> parada de eliminação de gases e fezes (isso será
relatado pelo paciente, mas não é um dado a ser avaliado ao exame físico) >> o reflexo causado pela parada da eliminação de
gases e fezes pode ser avaliado >> para tentar vencer essa obstrução, o intestino ‘luta’ contra essa obstrução com uma contração
mais vigorosa >> peristalse aumentada (peristalse de luta = timbre metálico) >> a cada contração intensa, o paciente irá
apresentar dor (dor em cólica). O próprio intestino acaba secretando líquidos para o lúmen + deglutição de ar pelo paciente >>
distensão abdominal. Quanto mais distal a obstrução, mais evidente será a distensão >> com a distensão, a vascularização é
prejudicada >> paciente pode começar a apresentar isquemia, que pode, inclusive, evoluir com necrose e perfuração.
Se há uma suboclusão >> podemos ter o que é chamado de diarreia paradoxal
CLASSIFICAÇÃO
A obstrução intestinal pode ser classificada de várias formas.
A mais utilizada é a seguinte: obstrução funcional x obstrução mecânica
FUNCIONAL MECÂNICA
Comprometimento da Barreira física (tumor,
função motora brida, corpo estranho)
Íleo paralitico
Síndrome de Ogilvie
ÍLEO PARALÍTICO
“Todo” o intestino na verdade fica ‘paralisado’
Causas:
Pós-operatório – muito comum, tanto é que essa condição é chamada de ‘íleo fisiológico’ (tempo para que os
segmentos voltem a funcionar >> ID: 24h/ estômago: 48h/ cólon: 72h)
Drogas;
Distúrbios hidroeletrolíticos;
Processo inflamatório;
Clínica: distensão, dor e vômitos;
Tratamento: excluir causas mecânicas, suporte (dieta zero, sonda nasogástrica, hidratação venosa, suspensão da
droga (opioide), correção dos distúrbios hidroeletrolíticos).
** como na maioria das vezes temos um quadro fisiológico, o tratamento é apenas de suporte enquanto esperamos o
intestino voltar a funcionar (de 24-72h).
MED – CIRURGIA Guilherme Miranda Correia
SÍNDROME DE OGILVIE
Pseudo-obstrução colônica aguda
Local: somente no cólon;
Nesse caso, não temos um evento fisiológico, mas geralmente é encontrada em pacientes graves – sepse, IAM,
trauma (a doença é tão grave a ponto de ‘desregular’ o intestino).
Clínica: distensão e peristalse presente;
Tratamento: além de todas as medidas de suporte, deve-se utilizar também a neostigmina (anticolinesterásico).
Em alguns casos a distensão é tão intensa que há risco de ruptura do intestino (principalmente no ceco) por isso,
em casos mais graves, avaliar colonoscopia descompressiva.
OBSTRUÇÃO MECÂNICA
Local mais comum de obstrução = DELGADO
Causa mais comum de obstrução do delgado = ADERÊNCIA
Causa mais comum de obstrução na infância = INTUSSUSCEPÇÃO
Causa mais comum de obstrução no cólon = CÂNCER
Aderências (após cirurgias abdominais – principalmente de andar inferior)*/
DELGADO
hérnias/ câncer/ íleo biliar
CÓLON Câncer/ volvo (o principal = volvo de sigmoide**)/ divertículo
INFÂNCIA Intussuscepção/ Ascaris/ Bezoar (corpo estranho)/ Hérnia
(*) uma vez feita cirurgia abdominal, as aderências podem causar dor pelo resto da vida do paciente (mesmo que
esse paciente tenha feito cirurgia abdominal aos 5 anos de idade e inicie com quadro de dor abdominal aos 60 anos
>> podemos pensar em aderências)
** Volvo de sigmoide**
“Torção sobre o próprio eixo”
Obstrução em alça fechada (oclusão em 2 pontos simultaneamente) >> o grande problema é que não conseguimos
aliviar essa pressão de nenhum dos dois lados >> a evolução com isquemia é muito mais rápida >> e evolui
consequentemente com perfuração.
Obs.: a causa mais comum de obstrução em alça fechada é decorrente de uma obstrução colônica com válvula
ileocecal competente.
PNEUMOBILIA
DISTENSÃO DE DELGADO
CÁLCULO ECTÓPICO
ÍLEO BILIAR
(TRÍADE DE RIGLER)
SÍNDROME DE BOUVERET
A impactação do cálculo é mais alta = duodeno/ piloro
INTUSSUSCEPÇÃO INTESTINAL
Invaginação de uma alça intestinal
Local mais comum: VÁLVULA ILEO-CECAL
Pode ocorrer no adulto, mas é muito mais raro, e, nesses casos há sempre uma ‘causa’ (cabeça de invaginação
– ex.: divertículo). Já nas crianças, geralmente são idiopáticas.
Geralmente ocorrem de 3 meses a 6 anos (principalmente nos 2 primeiros anos de vida = 2/3 dos casos ocorrem nos
primeiros 12 meses. O intestino dessa criança ainda não é muito bem formado – onda de peristalse essa onda
acaba encontrando um segmento que não consegue acompanhar essa onda de peristalse gera uma invaginação /
intussuscepção (uma alça dentro da outra) ponto de obstrução descamação da mucosa da alça eliminação
de muco e sangue nas fezes (fezes em geleia de framboesa). Ao exame abdominal é possível sentir uma alça dentro
da outra (massa em forma de salsicha).
MED – CIRURGIA Guilherme Miranda Correia
CLÍNICA
Dor abdominal
Massa palpável (salsicha)
Fezes em geleia de framboesa (vermelho)
DIAGNÓSTICO
Clínica + Exame de imagem (Rx/USG/ENEMA)
TRATAMENTO
ENEMA
CIRURGIA
O contraste retal sob pressão exerce uma pressão contrária à peristalse >> na grande maioria dos casos, através do
enema, é possível a realização de uma redução hidrostática dessa intussuscepção.
Obs.: Intussepção refratária ou neoplasia INDICADO CIRURGIA
Obs 2.: Redução com enema de bário ou ar APENAS NA INFÂNCIA
(**) E se reduzir durante a anestesia? Nesses casos, deve-se fazer a laparotomia, pois aqui não iremos saber qual alça estará em
sofrimento (nos demais casos, a abordagem é via inguinotomia).
Obs.: em crianças = hérnia inguinal >> cirurgia imediata (sem reforço da parede posterior)
Tipos de cirurgia
ABORDAGEM ANTERIOR
HERNIORRAFIA ANTERIOR + REFORÇO POSTERIOR*
Um algo a mais
DENOMINAÇÕES ESPECIAIS DAS HÉRNIAS
Pinça borda antimesentérica:
RICHTER isquemia sem obstrução
Mais comum na hérnia femoral
LITTRÉ Contém DIVERTÍCULO DE MECKEL ...
HÉRNIA UMBILICAL
CRIANÇA ADULTO
Congênita
Tendência: fechamento espontâneo até os Adquirida
2 anos
OPERAR SE:
Não fechar após 4-6 anos OPERAR SE:
>2cm Sintomáticos
Associada a DVP Ascite volumosa
Concomitante à hérnia inguinal