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GASTRO 3: OBSTRUÇÃO INTESTINAL E DOENÇA VASCULAR

INTESTINAL

OBSTRUÇÃO INTESTINAL

FISIOPATOLOGIA E CLÍNICA

 Fisiologicamente Intestino: Tudo que entra como alimentação, faz digestão,


absorve o que tem que ser absorvido, e o que não é você elimina no formato de
fezes e gases.
 OI: Por algum motivo, você tem um ponto de obstrução em algum nível do
intestino  Parada delimitação de Gazes e Fezes ( não consegue avaliar no
exame físico, mas a consequência – a resposta que o intestino dá durante essa
parada de eliminação- conseguimos avaliar no exame físico).
 Obstrução Total/Completa (não passa nada):
1. Peristalse de luta aumentada, mais intensa (timbre metálico) – Para
tentar vencer esse ponto de obstrução. Com Parada da evacuação.
2. Dor em cólica
 Se você faz uma contração mais intensa e vigorosa, à medida que
você contrai de maneira mais intensa, aquilo dói.
3. Distensão
 Na apendicite, por exemplo, você começa com obstrução do
apendice ( que é o intestino em miniatura), aqui é o intestino de
fato e se você tem obstrução da luz intestinal, passa a desenvolver
a distensão dessa alça intestinal. O paciente obstruído continua
falando deglutindo ar, continua alimentando-se, o que agrava
ainda mais essa distensão. O próprio intestino do paciente passa a
secretar liquido para dentro da luz intestinal, você tem a
Hiperproliferação bacteriana.

 Obstrução Parcial/Suboclusão: 1) Diarreia paradoxal


- Só passa um pouco do conteúdo represado, eliminado na forma de fezes diarreicas e
é tao estranho pensar em diarreia em um contexto de obstrução, que você fala em um
paciente que tem obstrução parcial, pode apresentar Diarréia Paradoxal.

 ALTA x BAIXA
o Alta: vômitos precoces ( alcalose metabólica inicial)
o Baixa: Quanto mais distal, mais distensão o paciente vai ter.
Ex: Se você tiver uma obstrução por Tu de sigmoide la embaixo, você tem muito
intestino ate chegar ao sigmoide para sofrer essa distensão. O problema é a
prejudicação da vascularização da alça. Entao quanto maior a obstrução maior o risco
de uma obstrução complicada.
 COMPLICADA (ESTRANGULADA): Isquemia Acidose metabólica 
Necrose  Perfuração.
o Estrangulamento: Se essa alça começa a ter um sofrimento isquêmico,
evolui com estrangulamento. Se não chega sangue, começa a fazer
metabolismo anaeróbio e em um quadro mais avançado o paciente pode
ter acidose metabólica  Necrose  Perfuração.
o Dependendo do momento que você encontra esse paciente a clinica pode
se alterar, porque inicialmente você tem a peristalse de luta, com a
obstrução mais arrastada e sofrimento isquêmico dessa alça, não
consegue mais fazer a peristalse. Entao o que inicialmente pode ser uma
peristalse de luta, num quadro mais avançado pode levar a uma
Aperistalse.
o Aquela dor que inicialmente era em cólica (contrai e doi), se você teve
sofrimento isquêmico e estrangulamento dessa alça intestinal, não tem
mais peristalse. A dor deixa de ser em cólica e passa a ser continua,
porque agora você tem isquemia.
o Aquilo que inicialmente era uma alcalose metabólica pela presença de
vomitos de repetição passa a ser uma acidose metabólica (isso fala a
favor de uma obstrução mais complicada).

CLASSIFICAÇÃO

Parada, dor, distensão...


1. FUNCIONAL: comprometimento da função motora do intestino
a. Não tem agentes físicos gerando essa obstrução (corpo estranho, Tu de
cólon).
b. O intestino perde a capacidade de fazer a peristalse, não cosegue
eliminar o conteúdo, tem parada, distensão e dor.
2. MECÂNICA: Barreira física (Mais comum)
a. Corpo estranho, brida, Tu de cólon... gerando essa obstrução.

FUNCIONAL
(Causas)

1. ÍLEO PARALÍTICO
 Fisiológico e esperado
2. SINDROME DE OGILVIE (PSEUDOOBSTRUCAO COLÔNICA AGUDA)
 É uma obstrução funcional, sem agente físico gerando elas.
 Causa: Acredita-se que seja um hiperestímulo simpático gerando a
síndrome de Ogilve. Neostigmina é um parassimpático mimético por
isso é ótimo para esses casos e responde em menos de 3h, intestino
voltando a funcionar. (sempre deixar aspirado uma atropina como
antídoto)
 Não é tao esperado. Acontece geralmente em indivíduos com mais
idade, mais grave, politrauma, terapia intensiva, processo inflamatório
muito intenso.
 As obstruções colonicas tendem a serem mais graves.

ÍLEO PARALÍTICO SD. OGILVIE


LOCAL Todo o intestino Somente o cólon
CAUSAS Pós-op. de cirurgia Pacientes graves, trauma,
abdominal (fisiológico), sepse, processos
Drogas (opioides), inflamatórios
Dist.HE, Processos
inflamatórios (Ex:
pancreatite aguda grave)
CLÍNICA Distensão, dor, vômitos, Distensão, peristalse
sem peristalse presente.
TRATAMENTO  Excluir causa Suporte +
(não opera, pois a mecânica (primeira NEOSTIGMINA 2,5 mg
principal causa é conduta) IV. (resposta bem rápida e
fisiológica e você sabe até Suporte: Dieta zero, SNG, resolve em >95% dos
o tempo desse íleo HV, corrigir DHE, casos)
paralitico). suspenser drogas  Se refratário a
(opióides). terapia
medicamentosa ou
distensão muito
abrupta,
principalmente a
nível de ceco (ceco
dilatado em >11-
13cm), o risco de
ruptura é muito alto
Faz uma
descompressão por
Colonoscopia
nesses pacientes
(>11-13 cm):
esvaziar aquele
colon paralisado
para evitar a
ruptura,
principalmente do
ceco, desse
paciente.
OBSERVAÇÕES EXEMPLO :Aquele cara RISCO DE
que você faz uma NEOSTIGMINA:
duodenopancreatectomia - Risco de evoluir com
hoje e na manhã seguinte bradicardia sinusal.
você vai avaliar: peristalse (Deixa já uma atropina no
diminuída, distendido, canto para se esse
sem apetite. Esperar e paciente bradicardizar
deixar o intestino voltar a você já faz a atropina
funcionar. como antídoto).

- É esperado que no pós-operatorio de cirurgia abdominal o intestino evolua com ileo


paralitico, é como se o seu abdômen ficasse atônico, tem um tempo para voltar ao
normal. O 1) intestino delgado, que é o que mais rápido volta a posicionar, demora
cerca de 6-24h para voltar a funcionar; o 2) estômago que é o segundo que mais
volta rápido a funcionar demora cerca de 24/48h para voltar a funcionar. O 3)cólon
que por ultimo volta a funcionar, pode demorar até 72h para voltar a funcionar,
sendo esperado/fisiológico. Você tem até algumas causas associadas (Drogas, como
opióides).

OBSTRUÇÃO
MECÂNICA

Causas:
1. DELGADO ( sítio obstrutivo mais comum): aderência ou bridas intestinais -
traves de fibrose, grudando uma alça na outra, podendo gerar um
acotovelamento e ponto de obstrução / hérnia- o conteúdo de uma hérnia é
alça intestinal, se aquilo esta encarcerado, pode evoluir com obstrução / câncer
– Se você pensa em Ca obstruindo o delgado nem é o Ca primário obstruindo o
delgado, geralmente é alguma metástase, por exemplo uma carcinomatose
peritoneal e o paciente evoluindo com obstrução/ íleo biliar*
a. Principal fator de risco para brida/aderência: Cirurgia abdominal
prévia. Presença de cicatriz no abdômen (ve se teve cirurgia prévia,
principalmente no andar inferior do abdômen). Quando você opera o
paciente, manipula as alças intestinais, acaba lesando o peritoneo
visceral da alça intestinal. Quando lesa esse peritônio, ao cicatrizar-se,
acaba formando essas traves de fibrose entre as alças intestinais, gruda
uma alça na outra, gerando pontos de obstrução, levando a obstrução.
Para tratar, faz-se a lise das aderências. O problema de fazer essa lise,
tem que fazer uma nova cirurgia abdominal(que é fator de risco para
formaçao de brida, então o ideal é fazer atraves de videolaparoscopia,
porque se você opera um paciente pela técnica convencional, você
aumenta ainda mais o risco de um novo episódio de brida. Faz a lise
dessas aderências.
b. Uma vez operado, você carrega pelo resto da vida o risco de formar
brida/aderência.
2. COLON: Cancer colorretal (mais comum) / volvo/ divertículo (DDC)
- As complicações da DDC é sangramento no direito e inflamação no esquerdo. Pode
evoluir com obstrução, mesmo não sendo esperado. O que acontece aqui, é que o
paciente que tem doença diverticular faz subepisodios de diverticulite aguda. Faz
uma inflamação tao discreta, que nem faz ele procurar atendimento medico, mesmo
tendo essa inflamação. E se tem inflamação, pode ter necrose, regenerando com
necrose. Inflamação em cima de inflamação pode gerar distorção do intestino do
paciente e esse cara pode evoluir com obstrução por doença diverticular.
- Existe volvo de ceco/estomago/...mas o que você encontra e é mais comum é o de
sigmoide.
3. INFÂNCIA: intussepcao (principal causa na infância) / ascaris / bezoar (alimento
que não digere, como cabelo) / hérnia

DELGADO
ÍLEO BILIAR
*Íleo biliar : Cálculo na vesícula complicando com colecistite aguda.  Fistula
intestinal com passagem do cálculo  íleo biliar
 Triade de RIGLER : cálculo ectopico + pneumobilia+ distensão delgado.
 Ileo Biliar não é para quem quer, é para quem pode. Para a pessoa desenvolver
íleo biliar, primeiro pre-requisito é ter calculo dentro da vesícula (colelitiase)
complicando com colecistite aguda (inflamação dessa vesícula). Pode evoluir
com formação de fistula para o duodeno, porque tudo que ta inflamado gruda
na tentativa de fazer fistula e desobstruir. Acaba grudando no duodeno e forma
uma fistula entre vesícula e duodeno. Desse modo, aquele calculo que tava
impactado no infundíbulo para atraves da fistula para o duodeno, so que não
consegue ficar no duodeno porque o próprio transito intestinal acaba
carregando esse calculo e ele vai percorrendo seu TGI ate achar uma região em
que seu intestino é mais estreito e com diâmetro menor (íleo distal). Esse
calculo fica preso, impactado. Se você tem impactação desse calculo no íleo
distal não passa nada e você tem um ponto de obstrução mecânica.
-O local correto do calculo é no infundíbulo (Bolsa de Hartmann) do
colédoco(vesícula biliar), mas ele é ectópico por estar impacto no ileo distal. Ele
atravessou através da fistula para seu TGI.
- Pneumobilia: Pois gás/ar que você tem no duodeno acaba ascendendo por suas
vias biliares e quando você tem gás na via biliar é uma pneumobilia.
- Distensão delgado (no íleo): pelo calculo impactado no ielo distal.
SINDROME DE BOUVERET
 Sindrome de Bouveret (calculo impacta no duodeno/piloro): A fistula é um
pouco mais alta, então esse calculo acaba impactando em um segmento um
pouco mais alto, por exemplo, no duodeno ou piloro. Não evolui com Tríade
de Rigler. Como o calculo vai ta impactado mais em cima não vai haver
distensão de delgado. Mais raro ainda que o Íleo Biliar.
 São dois eventos raros

COLON
VOLVO DE SIGMOIDE

 Causa: Alça de sigmoide (por causa que não é explicada) sofre torção sobre o
próprio eixo. (“nó nas tripas”)
o Obstrui de um lado e do outro
 Obstrução em alça fechada (oclusão simultânea em 2 pontos distintos).
 Você não consegue aliviar a distensão para nenhuma das pontas em nenhum
momento. A evolução para isquemia/estrangulamento é mais rápida (maior
risco para obstrução complicada), por isso você tem tanto medo disso.
 O volvo de sigmoide não é o único exemplo de obstrução em alça fechada e
nem o mais comum (Obstrução colonica em paciente com válvula ileocecal
competente).

OBS: OBSTRUÇÃO COLONICA EM PACIENTE COM VÁLVULA


ILEOCECAL COMPETENTE
o Estima-se que cerca de 70% da população mundial tenha válvula
ileocecal competente. Sua função é permitir passagem do conteúdo do
ileo para o ceco. Como é uma válvula, permite a passagem mas impede
o refluxo, então repare: se a válvula ileo cecal quando competente
impede o retorno do conteúdo do ceco para o íleo, ela funciona como se
fosse um ponto de obstrução natural e se ele apresentar
concomitantemente uma obstrução colonica, ira ter uma obstrução em
alça fechada (a evolução com distensão, necrose, isquemia é muito mais
rápida, por isso sempre ficar atento em obstrução colonica).

INFÂNCIA
INTUSSEPCAO INTESTINAL
Invaginação de uma alça intestinal na outra

 Acontece na criança (mais característico) e no adulto.


 Mais comum na válvula ileocecal (íleo entrando dentro do ceco).

 Causas:
- no adulto tem uma causa (câncer, pólipo)
- na infância é idiopática
 Idade:
o 3m-6 anos (Pico: 2 primeiros anos de vida)
 2/3 dos casos ocorrem em até 1 ano de vida.
Acredita-se que na criança, porque o intestino parece não era tão bem desenvolvido.
Vem uma onda de peristalse e encontra um segmento intestinal ainda não muito bem
desenvolvido. Esse segmento intestinal não consegue acompanhar essa de peristalse e
acaba sendo engolido, levando a invaginação de uma alça intestinal uma dentro da
outra.
 Clínica: 1) Dor abdominal (choro incontrolável), 2) massa palpável (em
aspecto de salsicha), 3) fezes em geleia de framboesa (essa alça invaginada
começa a sofrer isquemia, se tem isquemia dessa alça, essa criança acaba
apresentando descamação dessa mucosa, sendo eliminada por essa criança,
eliminada no formato de muco e como tem descamação de mucosa, acaba
sangrando, sendo um muco sanguinolento).
 Diagnóstico: clínico (epidemiologia, pela principal causa de obstrução na
infância ser a intuscepção), Rx ,USG, Enema.
o ENEMA: Dá o diagnóstico e trata a criança.
 Tratamento: redução com enema com bario ou ar. (como você tem uma
onda de peristalse, que encontra uma alça que não consegue acompanhar essa
peristalse e acaba sendo engolida. É a invaginação de uma alça intestinal
dentro da outro. Quando você faz o enema, injetando bário ou ar pelo reto da
criança, acaba injetando isso numa pressão contraria a peristalse. O problema é
essa onda de peristalse engolindo outra alça. Quando você faz esse enema
contrario à peristalse, talvez você consiga reduzir essa invaginação.
o CI: Refratários/ Complicação(irritação peritoneal)/ Câncer: Não
pode tentar enema.
 No adulto não faz redução com enema, pois tem uma causa e pode se rum Ca,
por isso sempre opera em paciente adulta. Na criança é idiopática, ai pode-se
fazer esse procedimento, salvo CI.

OBS:
PRINCIPAIS CAUSAS DE OBSTRUÇÃO:
 PRINCIPAL: DELGADO  ADERÊNCIA/BRIDAS
 INFANCIA: INTUSSEPÇÃO
 COLON: CÂNCER COLORRETAL

INVESTIGAÇÃO

TOQUE RETAL (Fezes, massas e Fecaloma)


(identificar fezes na ampola retal, massas- Tumor de reto- , fecaloma – pedra de coco
identificando essa obstrução, principalmente em idoso, acamado, institucionalizado e
atraves do toque retal consegue tratar o fecaloma, pois o tto inicial é a extração
manual desse fecaloma)
- Paciente chega com parada, dor e distensão, ampola retal vazia ao toque retal...
pensa em obstrução mecânica, pois não passa nada (tem agente físico gerando essa
obstrução), se não passa nada, espera-se que daqui para frente vai ta tudo vazio
(ampola retal vazia).
Logo, fez toque retal e ampola retal sem fezes fala a favor de obstrução
mecânica.
- Obstrução funcional (comprometimento da função motora do intestino) 
Intestino repleto de conteudo, mas você não cosegue contrair ele e liberar esse
conteúdo. Quando você faz o toque retal a ampola retal provavelmente estará
com fezes.
RX (não mostra causa, so o sitio obstrutivo)
 Rotina de abdome agudo ( tórax + abdome - ortostase e decúbito), deitado você
so faz abdome.  Na ajuda a definir a causa dessa obstrução (CA, Brida,...), so
mostra o local da obstrução.

Delgado
(organizada na parte mais central, aspecto de empilhamento de moedas)
Pregas coniventes(aspecto de empilhamento de moedas)+ distensão central
X
Colon
(distribuição mais periférica)
(Haustracoes colônicas + distensão periférica)

- Diametro do delgado é menor que o colon. Essa alça de delgado esta distendida,
mas a distensão colonica é muito mais expressiva que a de delgado. A grande
função da rotina de Abdome agudo não é de falar a causa, mas dizer se é de
delgado ou colonica.

 Volvo de sigmoide: GRÃO DE CAFÉ/ U INVERTIDO/ BICO DE PASSARO


o Imagem tão característica que o Dx pode ser dado pela Rx.
o Se você passa um contraste via retal no paciente, no local que você tem a
torção da alça, vai haver o afilamento do contraste (sinal do bico de
pássaro – lembrar que na acalasia tb tem esse sinal, mas o contraste vem
por cima e aqui por baixo).
TRATAMENTO

1. Suporte clínico (SNG, hidratação, Dist eletrolítico, avalia ATB)


a. Corrigir desidratação, vômitos, DHT, infecção
2. Observar obstrução parcial (Observar por 24-48h)
a. Sem irritação peritoneal/Estável Hemodinamicamente, observa por
24/48h, pois a principal causa de suboclusão é brida/aderência e a
tendência é a resolução espontânea. Evito operar pois o fator de risco
para brida/aderência é cirurgia abdominal prévia.
b. Instável Hemodinamicamente/Sinal de sofrimento peritoneal 
OPERAR
3. Avaliar cirurgia de imediato (estrangulamento, obstrução total,...)

Caso especial: Volvo de sigmoide


- Também dou suporte clínico. Alça bastante distendida por uma torção/rotação sobre
o próprio eixo.
- É um caso especial, pois depende: Não-Complicado x Complicado
 Não - complicado: Obstruido (parada, dor, distensão), imagem com sinal do
grão de café/U invertido, mas ta bem (sem irritação peritoneal e estável
hemodinamicamente).
 Descompressão endoscópica
Tenta descomprimir esse volvo por meio de uma colono ou retossigmoidoscopia (
entra com o colonoscópio e fica chocalhando o colonoscópio la dentro na intensão de
desfazer essa torção, resolvendo momentaneamente o volvo, com tendência à
recorrência).
 P/ Evitar recidiva: sigmoidectomia eletiva
 Complicado: estrangulamento...
 Cirurgia imediata

DOENÇA VASCULAR INTESTINAL

Macrovascular
Grandes vasos
1. Isquemia Mesentérica Crônica
2. Isquemia Mesentérica Aguda
Problema: Obstrução parcial/total da Artéria Mesentérica superior ou de algum de
seus grandes ramos.

Microvascular
Pequenos Vasos
1. Isquemia Colônica (Colite Isquêmica)
Á nível microvascular: o sofrimento obstrutivo é do último vasinho que tem irrigando
o cólon (segmento mais interiorizado dele: MUCOSA DELE). Essa mucosa do cólon
sofre isquemia e evolui com quadro de colite. Diferente da colite por DII, essa é uma
colite por falta de sangue por isquemia.

MACROVASCULAR

ISQUEMIA MESENTERICA CRÔNICA

 Termo “mesentérico” tá se referindo à intestino delgado.


 Qual vaso responsável pela vascularização do intestino delgado?
o Artéria Mesentérica superior (só não um pedacinho do duodeno).
 Causa: Aterosclerose (fazer paralelo com a D. aterosclerótica crônica)
CLÍNICA
 Angina Mesentérica (do intestino)
o Dor com a alimentação (aumento da demanda por O2, esse sangue não
chega pois o vaso ta obstruído e o paciente sente dor).
 OBS: DXD: A principal causa de dor com a alimentação é a
pancreatite crônica. (A causa na isquemia é a doença
aterosclerótica, nunca é exclusiva- vai ter em mesentérica superior
e em outros segmentos do corpo também-; então para diferenciar
da pancreatite crônica, essa paciente também terá sinais sistêmicos
de aterosclerose).
 Emagrecimento (pois não come de maneira correta, pois dói ao comer)
 Sinais sistêmicos de aterosclerose (Claudicação intermitente, por exemplo)

DIAGNÓSTICO
 Angiografia mesentérica (avaliar o fluxo vascular dessa artéria mesentérica
superior)

TRATAMENTO
 Revascularização (cirúrgica / stent endovascular)
o Cirurgica: pacientes mais jovens e sem comorbidades.
o Endovascular (stente): idoso, com comorbidades.

ISQUEMIA MESENTERICA AGUDA


 Fazer paralelo com o IAM, só que no intestino.
CAUSAS
Que podem obstruir de maneira aguda a Artéria Mesentérica superior
 Embolia (50%)
o FA (paciente com fonte emboligênica; pulso irregular); IAM recente
 Vasoconstricção (20%)
o Isquemia não oclusiva
 Faz um vasoespasmo tão intenso ( sem agente físico gerando
obstrução) que gera uma isquemia não oclusiva (pacientes graves,
sépticos em terapia intensiva – sepse prioriza vascularização do
cérebro, coração e rim, deixando o intestino para la e gerando um
vasoespasmo intenso com evolução para uma IMA-).
 Trombose Arterial (15%)
o Aterosclerose
 Trombose Venosa (5%)
o Hipercoagubilidade (somente nesse caso)
 Faz a trombose venosa e não consegue mais drenar o sangue do
intestino, esse sangue fica acumulado, com o intestino cada vez
mais congesto e de maneira retrograda aumenta a pressão no
sistema arterial, fazendo que o sangue não chegue a ele, podendo
evoluir com quadro de IMA.
Se você ver FA (pulso irregular) em uma prova de cirurgia já pensar em fonte
emboligênica.

CLÍNICA
 Dor abdominal súbita intensa, desproporcional ao exame físico (não tem
irritação peritoneal).
o Se é mesentérico é no delgado, que é irrigado quase que totalmente pela
artéria mesentérica superior, então se você ta obstruindo essa artéria, um
grande segmento de seu intestino delgado ta sofrendo com isquemia. Se
um grande segmento de seu delgado ta sofrendo com isquemia, é um
grande segmento que tá reclamando de dor. É por isso que essa dor é
extremamente intensa, so que ela é desproporcional ao exame físico
(sem irritação peritoneal), pois o segmento ainda não morreu ( não
sofreu necrose, mesmo estando com isquemia), então não tem irritação
peritoneal (exame físico inocente). Voce pode deixar passar o
diagnostico por não ter alteração do exame físico e esse intestino que
estava sofrendo isquemia pode evoluir com necrose.
 T retal < T axilar (aqui você tem isquemia, se não chega sangue a temperatura
diminui)  metabolismo anaeróbico com produção de ácido lático (pela
isquemia intestinal) Acidose metabólica ( taquipneia e lactato elevado-
mecanismos de compensação, mas nada disso é especifico).
 Pode ter leucocitose, PCR elevada,↑Ht, amilase, acidose metabólica, mas nada
é especifico.
Irritação peritoneal= achado tardio
(Quer dizer que já tem necrose de alça intestinal, por isso a
mortalidade é extremamente alta na IMA).

DIAGNÓSTICO
 Paciente com fator de risco, fonte emboligenica, com dor abdominal súbita,
desproporcional ao exame físico.
 TC (Melhor AngioTC)
o TC: pneumatose intestinal (sofrimento isquêmico da alça intestinal) e
dilatação/distensão/edema de alça.
o Angio TC: Interrupção do Fluxo Vascula (EXAME MAIS USADO)
 Angiografia Mesenterica: padrão-ouro, confirma o diagnóstico (você vê a
obstrução aguda ao fluxo do contraste).

TRATAMENTO
Depende da causa
1) EMBOLIA/ TROMBOSE A. MESENTERICA (CIRURGIA para tentar
reestabelecer o fluxo vascular)
 Embolectomia/ trombectomia (reestabelecer fluxo vascular)  avaliar
viabilidade da alça (coloração, peristalse) ALÇA VIÀVEL  Não faz
ressecção.
Alça com sinais de
comprometimento isquemico
Remoção do segmento infartado + papaverina no PO (evitar vasoespasmo
reflexo/rebote , pois você fez um procedimento vascular).

2) ISQUEMIA NAO-OCLUSIVA (sem agente físico gerando essa oclusão,


você tem somente um vasoespasmo, então você pode vasodilatar aqui)
 Papaverina Intraarterial (promover vasodilatação)  se paciente não
melhorar (continua com acidose metabólica)  Operar.

3) TROMBOSE DE V. MESENTERICA
 Heparinização (trata como qualquer trombose)  se tem qualquer sinal de
complicação, irritação peritoneal, sem melhora com medicação)  Cirurgia

MICROVASCULAR

ISQUEMIA COLÔNICA (COLITE ISQUÊMICA)

Isquemia intestinal mais comum


- Quem tá sofrendo é aquele último vasinho que irriga a mucosa do cólon, por isso o
paciente faz um quadro de colite (só que agora não por uma DII, mas por uma
isquemia).
 Principal causa de Doença Vascular intestinal (a que mais aparece em prova é a
IMA).
 Quando pensar? Idoso+ Hipoperfusao + Colite...
o Naturalmente no idoso, a vascularização intestinal já é um pouco
prejudicada. Tem que ser um paciente idoso que evolui com quadro de
hipoperfusão, levando a mais vasoconstricção intestinal e essa
hipoperfusão associada a essa vascularização do idoso que já é
deficitária leva a um quadro de isquemia ( quem sofre é a mucosa,
abrindo um quadro de colite, igual a da DII)
 Clínica (colite): Dor em cólica, diarreia mucossanguinolenta, febre, hipotensão
 Diagnóstico: Clister opaco ou colono/retossigmoidoscopia
o Não faz angiografia pois é microvascular e você não consegue enxergar
o vasinho, desse modo você pode avaliar a consequência da isquemia
desse vasinho, avaliando a mucosa desse paciente, seja através de um
Clister Opaco (sinal das impressões digitais ou “Thmbprinting”:
regiões de edema intercaladas com úlcera, como se você vinhesse
aqui e esmagasse a parede do colon do paciente dando esse sinal) ou
faz uma colono/ retossigmoidoscopia (Sinais de colite: Necrose,
edema, úlceras)
o Retossigmoidoscopia é o melhor para o diagnóstico, porque
normalmente você vai ter uma isquemia desse colon (colite isquêmica)
na flexura esplênica ou na junção retossigmoide. Quando você faz uma
retossigmoidoscopia flexível, você consegue chegar e visualizar essas
duas áreas em que geralmente você tem essa colite isquêmica.

O melhor método diagnóstico...Como os vasos diretamente implicados na perfusão


intestinal (artérias retas) caminham da serosa para a mucosa, as alterações mais
precoces na isquemia colônica acontecem na mucosa e podem ser detectadas pela via
endoscópica. A retossigmoidoscopia tanto pode revelar alterações do cólon como
úlceras etc., quanto pode ser normal. A colonoscopia,embora seja mais completa,
nem sempre é necessária, já que na maioria das vezes aslesões estão do lado
esquerdo. A angiografia não tem utilidade na maioria destes pacientes.

 Tratamento (não faz revascular. Pois você não consegue enxergar o vaso)
CLINICO (SUPORTE): correção da hipoperfusão, melhorando o
quadro de colite isquêmica. Isso geralmente resolve, mas em
algumas situações você vai ter que operar.
QUANDO OPERAR?
Ressecção do segmento que tá sofrendo isquemia
o Fase aguda (complicação da colite): peritonite (teve necrose tão intensa
que evoluiu com perfuração e peritonite); Hemorragia incontrolável;
Colite fulminante.
o Refratário ao tto clínico
o Fase Crônica: estenose/obstrução
 Se faz isquemia da mucosa e evolui com necrose, essa necrose
regenera com fibrose, podendo levar a distorção da anatomia
regional, gerando estenose/obstrução.

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