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INTESTINAL
OBSTRUÇÃO INTESTINAL
FISIOPATOLOGIA E CLÍNICA
ALTA x BAIXA
o Alta: vômitos precoces ( alcalose metabólica inicial)
o Baixa: Quanto mais distal, mais distensão o paciente vai ter.
Ex: Se você tiver uma obstrução por Tu de sigmoide la embaixo, você tem muito
intestino ate chegar ao sigmoide para sofrer essa distensão. O problema é a
prejudicação da vascularização da alça. Entao quanto maior a obstrução maior o risco
de uma obstrução complicada.
COMPLICADA (ESTRANGULADA): Isquemia Acidose metabólica
Necrose Perfuração.
o Estrangulamento: Se essa alça começa a ter um sofrimento isquêmico,
evolui com estrangulamento. Se não chega sangue, começa a fazer
metabolismo anaeróbio e em um quadro mais avançado o paciente pode
ter acidose metabólica Necrose Perfuração.
o Dependendo do momento que você encontra esse paciente a clinica pode
se alterar, porque inicialmente você tem a peristalse de luta, com a
obstrução mais arrastada e sofrimento isquêmico dessa alça, não
consegue mais fazer a peristalse. Entao o que inicialmente pode ser uma
peristalse de luta, num quadro mais avançado pode levar a uma
Aperistalse.
o Aquela dor que inicialmente era em cólica (contrai e doi), se você teve
sofrimento isquêmico e estrangulamento dessa alça intestinal, não tem
mais peristalse. A dor deixa de ser em cólica e passa a ser continua,
porque agora você tem isquemia.
o Aquilo que inicialmente era uma alcalose metabólica pela presença de
vomitos de repetição passa a ser uma acidose metabólica (isso fala a
favor de uma obstrução mais complicada).
CLASSIFICAÇÃO
FUNCIONAL
(Causas)
1. ÍLEO PARALÍTICO
Fisiológico e esperado
2. SINDROME DE OGILVIE (PSEUDOOBSTRUCAO COLÔNICA AGUDA)
É uma obstrução funcional, sem agente físico gerando elas.
Causa: Acredita-se que seja um hiperestímulo simpático gerando a
síndrome de Ogilve. Neostigmina é um parassimpático mimético por
isso é ótimo para esses casos e responde em menos de 3h, intestino
voltando a funcionar. (sempre deixar aspirado uma atropina como
antídoto)
Não é tao esperado. Acontece geralmente em indivíduos com mais
idade, mais grave, politrauma, terapia intensiva, processo inflamatório
muito intenso.
As obstruções colonicas tendem a serem mais graves.
OBSTRUÇÃO
MECÂNICA
Causas:
1. DELGADO ( sítio obstrutivo mais comum): aderência ou bridas intestinais -
traves de fibrose, grudando uma alça na outra, podendo gerar um
acotovelamento e ponto de obstrução / hérnia- o conteúdo de uma hérnia é
alça intestinal, se aquilo esta encarcerado, pode evoluir com obstrução / câncer
– Se você pensa em Ca obstruindo o delgado nem é o Ca primário obstruindo o
delgado, geralmente é alguma metástase, por exemplo uma carcinomatose
peritoneal e o paciente evoluindo com obstrução/ íleo biliar*
a. Principal fator de risco para brida/aderência: Cirurgia abdominal
prévia. Presença de cicatriz no abdômen (ve se teve cirurgia prévia,
principalmente no andar inferior do abdômen). Quando você opera o
paciente, manipula as alças intestinais, acaba lesando o peritoneo
visceral da alça intestinal. Quando lesa esse peritônio, ao cicatrizar-se,
acaba formando essas traves de fibrose entre as alças intestinais, gruda
uma alça na outra, gerando pontos de obstrução, levando a obstrução.
Para tratar, faz-se a lise das aderências. O problema de fazer essa lise,
tem que fazer uma nova cirurgia abdominal(que é fator de risco para
formaçao de brida, então o ideal é fazer atraves de videolaparoscopia,
porque se você opera um paciente pela técnica convencional, você
aumenta ainda mais o risco de um novo episódio de brida. Faz a lise
dessas aderências.
b. Uma vez operado, você carrega pelo resto da vida o risco de formar
brida/aderência.
2. COLON: Cancer colorretal (mais comum) / volvo/ divertículo (DDC)
- As complicações da DDC é sangramento no direito e inflamação no esquerdo. Pode
evoluir com obstrução, mesmo não sendo esperado. O que acontece aqui, é que o
paciente que tem doença diverticular faz subepisodios de diverticulite aguda. Faz
uma inflamação tao discreta, que nem faz ele procurar atendimento medico, mesmo
tendo essa inflamação. E se tem inflamação, pode ter necrose, regenerando com
necrose. Inflamação em cima de inflamação pode gerar distorção do intestino do
paciente e esse cara pode evoluir com obstrução por doença diverticular.
- Existe volvo de ceco/estomago/...mas o que você encontra e é mais comum é o de
sigmoide.
3. INFÂNCIA: intussepcao (principal causa na infância) / ascaris / bezoar (alimento
que não digere, como cabelo) / hérnia
DELGADO
ÍLEO BILIAR
*Íleo biliar : Cálculo na vesícula complicando com colecistite aguda. Fistula
intestinal com passagem do cálculo íleo biliar
Triade de RIGLER : cálculo ectopico + pneumobilia+ distensão delgado.
Ileo Biliar não é para quem quer, é para quem pode. Para a pessoa desenvolver
íleo biliar, primeiro pre-requisito é ter calculo dentro da vesícula (colelitiase)
complicando com colecistite aguda (inflamação dessa vesícula). Pode evoluir
com formação de fistula para o duodeno, porque tudo que ta inflamado gruda
na tentativa de fazer fistula e desobstruir. Acaba grudando no duodeno e forma
uma fistula entre vesícula e duodeno. Desse modo, aquele calculo que tava
impactado no infundíbulo para atraves da fistula para o duodeno, so que não
consegue ficar no duodeno porque o próprio transito intestinal acaba
carregando esse calculo e ele vai percorrendo seu TGI ate achar uma região em
que seu intestino é mais estreito e com diâmetro menor (íleo distal). Esse
calculo fica preso, impactado. Se você tem impactação desse calculo no íleo
distal não passa nada e você tem um ponto de obstrução mecânica.
-O local correto do calculo é no infundíbulo (Bolsa de Hartmann) do
colédoco(vesícula biliar), mas ele é ectópico por estar impacto no ileo distal. Ele
atravessou através da fistula para seu TGI.
- Pneumobilia: Pois gás/ar que você tem no duodeno acaba ascendendo por suas
vias biliares e quando você tem gás na via biliar é uma pneumobilia.
- Distensão delgado (no íleo): pelo calculo impactado no ielo distal.
SINDROME DE BOUVERET
Sindrome de Bouveret (calculo impacta no duodeno/piloro): A fistula é um
pouco mais alta, então esse calculo acaba impactando em um segmento um
pouco mais alto, por exemplo, no duodeno ou piloro. Não evolui com Tríade
de Rigler. Como o calculo vai ta impactado mais em cima não vai haver
distensão de delgado. Mais raro ainda que o Íleo Biliar.
São dois eventos raros
COLON
VOLVO DE SIGMOIDE
Causa: Alça de sigmoide (por causa que não é explicada) sofre torção sobre o
próprio eixo. (“nó nas tripas”)
o Obstrui de um lado e do outro
Obstrução em alça fechada (oclusão simultânea em 2 pontos distintos).
Você não consegue aliviar a distensão para nenhuma das pontas em nenhum
momento. A evolução para isquemia/estrangulamento é mais rápida (maior
risco para obstrução complicada), por isso você tem tanto medo disso.
O volvo de sigmoide não é o único exemplo de obstrução em alça fechada e
nem o mais comum (Obstrução colonica em paciente com válvula ileocecal
competente).
INFÂNCIA
INTUSSEPCAO INTESTINAL
Invaginação de uma alça intestinal na outra
Causas:
- no adulto tem uma causa (câncer, pólipo)
- na infância é idiopática
Idade:
o 3m-6 anos (Pico: 2 primeiros anos de vida)
2/3 dos casos ocorrem em até 1 ano de vida.
Acredita-se que na criança, porque o intestino parece não era tão bem desenvolvido.
Vem uma onda de peristalse e encontra um segmento intestinal ainda não muito bem
desenvolvido. Esse segmento intestinal não consegue acompanhar essa de peristalse e
acaba sendo engolido, levando a invaginação de uma alça intestinal uma dentro da
outra.
Clínica: 1) Dor abdominal (choro incontrolável), 2) massa palpável (em
aspecto de salsicha), 3) fezes em geleia de framboesa (essa alça invaginada
começa a sofrer isquemia, se tem isquemia dessa alça, essa criança acaba
apresentando descamação dessa mucosa, sendo eliminada por essa criança,
eliminada no formato de muco e como tem descamação de mucosa, acaba
sangrando, sendo um muco sanguinolento).
Diagnóstico: clínico (epidemiologia, pela principal causa de obstrução na
infância ser a intuscepção), Rx ,USG, Enema.
o ENEMA: Dá o diagnóstico e trata a criança.
Tratamento: redução com enema com bario ou ar. (como você tem uma
onda de peristalse, que encontra uma alça que não consegue acompanhar essa
peristalse e acaba sendo engolida. É a invaginação de uma alça intestinal
dentro da outro. Quando você faz o enema, injetando bário ou ar pelo reto da
criança, acaba injetando isso numa pressão contraria a peristalse. O problema é
essa onda de peristalse engolindo outra alça. Quando você faz esse enema
contrario à peristalse, talvez você consiga reduzir essa invaginação.
o CI: Refratários/ Complicação(irritação peritoneal)/ Câncer: Não
pode tentar enema.
No adulto não faz redução com enema, pois tem uma causa e pode se rum Ca,
por isso sempre opera em paciente adulta. Na criança é idiopática, ai pode-se
fazer esse procedimento, salvo CI.
OBS:
PRINCIPAIS CAUSAS DE OBSTRUÇÃO:
PRINCIPAL: DELGADO ADERÊNCIA/BRIDAS
INFANCIA: INTUSSEPÇÃO
COLON: CÂNCER COLORRETAL
INVESTIGAÇÃO
Delgado
(organizada na parte mais central, aspecto de empilhamento de moedas)
Pregas coniventes(aspecto de empilhamento de moedas)+ distensão central
X
Colon
(distribuição mais periférica)
(Haustracoes colônicas + distensão periférica)
- Diametro do delgado é menor que o colon. Essa alça de delgado esta distendida,
mas a distensão colonica é muito mais expressiva que a de delgado. A grande
função da rotina de Abdome agudo não é de falar a causa, mas dizer se é de
delgado ou colonica.
Macrovascular
Grandes vasos
1. Isquemia Mesentérica Crônica
2. Isquemia Mesentérica Aguda
Problema: Obstrução parcial/total da Artéria Mesentérica superior ou de algum de
seus grandes ramos.
Microvascular
Pequenos Vasos
1. Isquemia Colônica (Colite Isquêmica)
Á nível microvascular: o sofrimento obstrutivo é do último vasinho que tem irrigando
o cólon (segmento mais interiorizado dele: MUCOSA DELE). Essa mucosa do cólon
sofre isquemia e evolui com quadro de colite. Diferente da colite por DII, essa é uma
colite por falta de sangue por isquemia.
MACROVASCULAR
DIAGNÓSTICO
Angiografia mesentérica (avaliar o fluxo vascular dessa artéria mesentérica
superior)
TRATAMENTO
Revascularização (cirúrgica / stent endovascular)
o Cirurgica: pacientes mais jovens e sem comorbidades.
o Endovascular (stente): idoso, com comorbidades.
CLÍNICA
Dor abdominal súbita intensa, desproporcional ao exame físico (não tem
irritação peritoneal).
o Se é mesentérico é no delgado, que é irrigado quase que totalmente pela
artéria mesentérica superior, então se você ta obstruindo essa artéria, um
grande segmento de seu intestino delgado ta sofrendo com isquemia. Se
um grande segmento de seu delgado ta sofrendo com isquemia, é um
grande segmento que tá reclamando de dor. É por isso que essa dor é
extremamente intensa, so que ela é desproporcional ao exame físico
(sem irritação peritoneal), pois o segmento ainda não morreu ( não
sofreu necrose, mesmo estando com isquemia), então não tem irritação
peritoneal (exame físico inocente). Voce pode deixar passar o
diagnostico por não ter alteração do exame físico e esse intestino que
estava sofrendo isquemia pode evoluir com necrose.
T retal < T axilar (aqui você tem isquemia, se não chega sangue a temperatura
diminui) metabolismo anaeróbico com produção de ácido lático (pela
isquemia intestinal) Acidose metabólica ( taquipneia e lactato elevado-
mecanismos de compensação, mas nada disso é especifico).
Pode ter leucocitose, PCR elevada,↑Ht, amilase, acidose metabólica, mas nada
é especifico.
Irritação peritoneal= achado tardio
(Quer dizer que já tem necrose de alça intestinal, por isso a
mortalidade é extremamente alta na IMA).
DIAGNÓSTICO
Paciente com fator de risco, fonte emboligenica, com dor abdominal súbita,
desproporcional ao exame físico.
TC (Melhor AngioTC)
o TC: pneumatose intestinal (sofrimento isquêmico da alça intestinal) e
dilatação/distensão/edema de alça.
o Angio TC: Interrupção do Fluxo Vascula (EXAME MAIS USADO)
Angiografia Mesenterica: padrão-ouro, confirma o diagnóstico (você vê a
obstrução aguda ao fluxo do contraste).
TRATAMENTO
Depende da causa
1) EMBOLIA/ TROMBOSE A. MESENTERICA (CIRURGIA para tentar
reestabelecer o fluxo vascular)
Embolectomia/ trombectomia (reestabelecer fluxo vascular) avaliar
viabilidade da alça (coloração, peristalse) ALÇA VIÀVEL Não faz
ressecção.
Alça com sinais de
comprometimento isquemico
Remoção do segmento infartado + papaverina no PO (evitar vasoespasmo
reflexo/rebote , pois você fez um procedimento vascular).
3) TROMBOSE DE V. MESENTERICA
Heparinização (trata como qualquer trombose) se tem qualquer sinal de
complicação, irritação peritoneal, sem melhora com medicação) Cirurgia
MICROVASCULAR
Tratamento (não faz revascular. Pois você não consegue enxergar o vaso)
CLINICO (SUPORTE): correção da hipoperfusão, melhorando o
quadro de colite isquêmica. Isso geralmente resolve, mas em
algumas situações você vai ter que operar.
QUANDO OPERAR?
Ressecção do segmento que tá sofrendo isquemia
o Fase aguda (complicação da colite): peritonite (teve necrose tão intensa
que evoluiu com perfuração e peritonite); Hemorragia incontrolável;
Colite fulminante.
o Refratário ao tto clínico
o Fase Crônica: estenose/obstrução
Se faz isquemia da mucosa e evolui com necrose, essa necrose
regenera com fibrose, podendo levar a distorção da anatomia
regional, gerando estenose/obstrução.