Você está na página 1de 50

Anotacoes

Emergencias em pequenos animais


Modulo 1
Triagem e atendimento inicial da amergencia
- Processo de separacao
- Situacao de emergencia e urgencia
- Prioridades dos pacientes com alto gravidade
- Mais rapido, maior chance de sobrevivencia
Saber qual o paciente deve ser atendido primeiro, saber qual pode esperar. Todos
os pacientes que chegam ao hospital ou clinica deve ser triado.
- Enfermeiro, auxiliar de ver ou tecnico faz a triagem rapida, realidade - proprio
vet faz isso.
- Exames fisicos simples e encaminhar ao setor ou medico especializado.
Verde – Nao emergencial
Amarelo – urgencia (dentro de periodo de 1h)
Vermelha – vai direto para sala de emergencia, atendimento imediato
Paciente deve receber suporte basico a vida, suporte sencudario e manter o paciente
vivo. Saber quais disturbios que pode causar obito rapidamente e controlar.
Nao precisa diagnosticar imediamente, o importante é manter vivo naquele momento.
Apos isso, fazer exames laboratoriais e exames de imagens.
CASO CLINICO 1
Paciente com crescimento de volume em regiao de cabeca. Tumor em
desenvolvimento, baixa consciencia, apatico (funcoes vitais normais), caquexia bem
evidente. Nao eh possivel visualizar OE devido ao tumor. Desenvolveu o tumor
gradualmente, alteraçao cronica – ATENDIDO POR ‘’ULTIMO’’ (4 LUGAR).

CASO CLINCO 2
Alerta, trauma por mordedura, propotose (prolapsado)* do globo ocular (saida
do globo ocular da orbita), Suspeita de hemorragia. A mordida pode ser multiplas locais.
Nao sabemos se atingiu apenas a cabeca. (3 LUGAR)
CASO CLINICO 3
Trauma por atropelamento, inconsciente, descontinuacao de MPE mostrando a
musculatura proximo da regiao do joelho, grande laceracao da regiao abdominal (nao
possivel visualizar a musculatura abdominal), possivel notar tecidos inviaveis. Fratura
comunicativa* MPD (futuramente possivel amputacao). Por causa de varios focos de
fraturas. SUSPEITA DE HEMORRAGIA. (2 LUGAR)

CASO CLINICO 4
Paciente usa musculo abdominal para respirar, fazendo esforco respiratorio.
Dispneia – falta de oxigenio tecidual causa prejuizo no sistema respiratorio. Importante
fornecer oxigenio para perfundir (espalhar). VERMELHA, PRIORIDADE GERAL (1 LUGAR)
PRIORIDADE – Inconsciente e parada cardiorrespiratória.
- 1° sistema respiratório
- 2° sistema cardíaco
Dica: trauma – deve descartar hemorragia após avaliar se tem ou não a hemorragia, por
isso a prioridade.
INTRODUÇÃO
À triagem deve ser atendimento precoce.
- Emergência: necessita de atenção imediata
- Urgência: situação clínica importante mas que não tem risco de óbito imediato.
Pode descompensar em qualquer momento. Atender o quanto antes (até 1h).
Atendimento sistemático – suporte básico à vida.
Avaliação rápida
- C – Cena (ex.: briga, queda, atropelamento, etc)
- A – Alergias: DAPP (doença alérgica à picada de pulgas), não deve
fornecer medicação que libere histamina (causa vasodilatação). Ex.:
Morfina e Meperidina (ambos opioides). Pois a doença já libera
histamina, se fornecer medicamento que também libera histamina,
potencializa a queda de pressão. Isso ocorre porque a histamina atinge
circulação e vasodilata o sangue, causando queda da PA. Deve fazer
manutenção da pressão.
- P – Passado / Prenhez: geralmente perde filhotes pós trauma e deve
explicar ao tutor que deve priorizar a mãe, por ser difícil salvar os filhotes.
Passado: medicação continua – ex.: diabético, cardiopata, doença renal,
endocronopatia. Porque é importante saber disso? Por causa da
medicação que pode atrapalhar o atendimento emergencial. Diabético
não faz cicatrização adequado e o sangue é mais viscoso. Cardiopata:
inibidor da ECA impede a Angiotestina II seja produzida, não consegue
regular PA. Usualmente uso de TTO com furosemida (diurético, vai perder
o volume com facilidade, manter a pressão fica mais difícil), benazipidica (
forte vasoconstritor periférico – coração, pulmão e cérebro).
- U – última refeição: estômago cheio, pode ter problema de êmese e
aspiração deste conteúdo. Evitar a falsa via.
- M – Medicações em uso.
Nível de consciência
- A – Alerta (responde todos os estímulos ambientais)
- V – Verbal ( verbalmente responsivo)
- D – Dor ( estímulo ao dor, decúbito lateral, não responde ao ambiente):
se prensar o interdigital, pode chorar ou morder ou fugir.
- N – ND. Não responde à nada.
Sistema ABC
A: air way, avaliar vias aéreas (inspecionar – abrir a cavidade oral e ver se
tem obstáculos no orofaringe; livre de passagem de ar; síndrome do
braquicefálico).
B: breathing, respiração
C: circulation, sistema cardiovascular
D: Disability, funcional ou não funcional vital
CASO CLÍNICO
1. Cão, perda de peso progressiva, disfagia, dispneia, odor forte na cavidade
oral (devido ao pus). Tinha um tumor na basal da língua que quando
fechava a boca, o tumor atrapalhava a respiração, causando dispneia.
2. Cão, tumor ao redor da traqueia, como comprime a traqueia, causa
dispneia. Fazer endoscopia traqueia, mas se for difícil, fazer cirurgia de
endoscopia (“buraco" na traqueia externamente).
3. Cão, melanoma oral, produzia muita secreção sanguínea, deve fazer
limpeza da CO antes de fazer endocospia traqueal.
4. Gato, Secreção em vias aéreas, vinda da cavidade nasal, fistula oronasal
causava espirro, produção de secreção nasal.
5. Cão, trauma por atropelamento, lesão na região da cabeça. ABC suspeita
de trauma de cranioencefálico. Urgente! OE perdido, respiração com
boca aberta (geralmente tem quadro dispneico). Mas neste paciente
tinha amplitude e FR normal. Sofreu trauma na mandíbula (não consegue
fechar a boca). Nota-se midríase (suspeita de pressão intracraniana), mas
foi tratado com Tramadol anteriormente (ele causa midríase). TTO:
limpeza das vias aéreas (temporária), pinça e gaze. Cricofaringostomia:
permite respirar através do tubo inserido ao corte no anel traqueal em
até 30 segundos. Traqueostomia (permanente).

Suporte básico da vida


B – Respiração: dificuldade respiratória (dispneia) -> dificuldade de expulsar o
gás do corpo. Ex: obstruções vias aéreas, asma felina, obeso (atrapalha a
ventilação do paciente); difículdade expiratória; restrição de expansão torácica;
não consegue expandir o tórax (intubação traqueal + rápido possível para retirar
do stress respiratório.
Dispnéia: pneumotorax (acúmulo de ar) dentro do tórax;
hemotorax (sangue) ativo – hemorragia torácica (necessita caso
cirúrgico + rápido); quilotorax (+ gato, acúmulo de tecidos linfoide
do quilo originado do torácico do abdômen), é gradual e
geralmente causada por rutura ou hipertensão, raro desenvolver
dispnéia aguda ->TTO: retirada deste conteúdo; tumor
intratorácico: restringe pulmão de expandir; ruptura
diafragmática: hérnia, perda da separação do tórax e abdômen,
vísceras abdominais pode ir ao tórax; outros líquidos no tórax; PIF;
edema pulmonar: tecido pulmonar afetado, doença secundário
(cardiopata, pneumonia, fluidoterapia inadequado); colapso de
traqueia (raças pequenas), 6 a 8 anos de idade, associado ao
aumento de peso, TTO -> controle de tosse ou cirúrgico
(implante).
DGO
- Auscultação
- Palpação: vê se tem fratura de costela.
- Percussão: ajuda a investigar líquidos ou outros conteúdos.
- RX: ajuda a ver atuações torácicas. Fazer apenas em paciente estável.
- Flail chest: toracocentese (drenagem torácica), teste de conteúdo na
região torácica urgente e cirúrgica (suturar e manter a pressão negativa),
se positivo indica fratura de costela, respiração inadequada, apenas
respiração abdominal.
- drenagem torácica/efusão:
- vídeo: gato com infusão pleural, causando dispnéia. Scalp com
torneira de 3 vias ( no 8° espaço costal) e uma seringa para retirar
o conteúdo que está causando dispnéia.
- tubo torácico: serve para retirada da infusão constante (quando
anteriormente teve que fazer drenagem 2 ou 3x). Eficiente em caso de
pneumotorax. Difícil em caso de quilo por ser viscoso.
- cefalococlive: a ideia é aliviar o peso da diagmfragma (caso de ruptura
diafragmática). Nivelar em íngreme (< abdômen > diafragma) -> cabeça
mais elevada possível.
- TTO: O2 oxigenoterapia (máscara, caixa bom para agressivo, sonda nasal
ou nasogástrico ou uretra) para ganhar tempo não é cura. Se ainda estiver
cianótico ou dispnéico, deve intubar traqueal e ventilar.
- Instabilidade torácica em neonatos com oxigenoterapia: faixa
compressiva externa.
- Intubação: obrigado usar laringocospio para facilitar. Permite avaliar a
entrada da traqueia. Além da epiglote.
- Orotraqueal: traqueotubo, laringocospio, guia de sonda (facilita
oriental e evitar que o traqueotubo entorte, bom para gato que
tem cartilagem + rígida). Colocar lidocaína na orofaringe facilita a
diminuição do movimento (0,1 a 0,2ml).
- Cuidado ao usar traqueoduto, deve parar antes da carina
traqueal (intraqueal, base traqueal). Pegue o traqueotubo
e simule externamente até a escapula.
- Circulação: descarte de hemorragia
- tentar 1°: acesso venoso, cateter ( usar torneira de 3 vias, por ser
próximo do vaso.
- se não der, tente esse, tentar 2°: flebotomia – acesso cirúrgico ao
vaso; intraosseo – para neonatos (úmero ou fêmur) agulha
intradérmica até hidratar bem, nunca em manutenção. 10 a 20
ml/kg, período de 20 minutos, cateter de tamanho 20 (bege) e 18
(verde) – média geral dos cães.
- descartar hemorragia: abdominocentese (drenagem de líquido-
usar ultrassom), FAST, avaliação HT – baixo-> transfusão cão 30% /
gato clínica (depende da gravidade do caso), alto (concentrado)->
diluir – lei de Poiseuille.
Quanto mais viscoso o sangue, menor fluxo, menor perfusão
sanguínea (fluxo de líquido dentro do vaso).
Avaliação da hemorragia ( sinais inespecíficos): taquicardia e taquipnéia
(tentativa para compensar a perda de volemia sanguínea, hipotensão e
hipotermia (Não é agudo, pós descompensação), histórico de trauma,
aumento de volume abdominal, não produção urinária ( pois o sistema
tenta compensar retendo o maior líquido possível).
RESUMO
ABCD do trauma deve ser praticado sempre. Importante: tentar o paciente vivo,
independente do DGO.

CHOQUE
- Produção energética celular insuficiente, oferta de O2 menor que necessário,
menor capacidade energética.
- Múltiplas causas.
- DO2 = CaO2 X DC ; para manter sistema basal, precisa de energia (ATP), para
produzir ATP, precisa de substratos que vem do sangue em forma de O2 e
glicose.
- para que o O2 chegue no sistema: tecidos sanguíneos (hemoglobina,
eritrócitos) carregam O2, coração (bombear o sangue) e pulmão (captar O2) e
colocar no sangue.
- perfusão ( expansão de volume- quantidade de sangue em período de tempo,
volume/tempo/tecido). Necessita de sistema cardiovascular e sistema
respiratório adequado.
- SC: alteração de consciência, quadro hemorrágica, hipóxia, cianose, DOC
respiratório etc.
Quanto mais distante das células sanguíneas dos tecidos afetados ou em necessidade,
mais intenso será para dar tempo de chegar logo.
Classificação do choque

 Hipovolêmico: secundário, queda de volume circulante. Causa: hemorragia,


intra-operatório (cirurgia), trauma, desidratação severa (vômito, diarreia).
-Forma livre de O2: DO2 = CO2 X DC -> Fator (pré carga, pós carga e
contratilidade cardíaca).
-Pré-carga: volume chega ao AD (átrio direito – retorno venoso),
quantidade de sangue que o animal tem para trabalhar.
 Volume sanguínea normal: cão - 8% peso ou 90ml/kg, gato – 6%
peso ou 60ml/kg.
-Pós-carga: toda a força que se opõe ao exercício cardíaco. Persistência
vascular sistêmica ou periférico (tensão dos capilares sanguíneos). Capilar
contraído não recebe o volume maior, tendo transferência para vaso
maior -> isso impacta a ↑pressão arterial.
 Meta = mínimo ↑90mmHg pressão arterial sistólica (cão e gato),
máximo 160mmHg.
 Pressão: ↑o liquido dentro do vaso, ↑ tensão do vaso.
Pressão é a força exercida pelo sangue com a parede do vaso sanguíneo.
Avaliar a pressão: doppler vascular.
-Contratilidade: pode ser o que mais influencia o DC; rege pela lei de
Frank-Starling; força de contração do miocárdio. Exemplo do elástico =
miócito. Se estica muito o sarcômero ou miócito, ele vai contrair com
maior vigor, ejeção de sangue mais intenso. Mas tem limite de dilatação
que quando passa do limite ocorre estiramento ou distensão da fibra
muscular. D (Gráfico): após limite, contrai mais brando, ↓DC.
-Diagnóstico - sinais associados (precoce)
 Lactatemia: quantidade de lactato (bio-indicador de perfusão
tecidual) na corrente sanguínea. Se falta O2, há produção de
lactato para compensar, ou seja, se ↑ lactato, significa que tem
células que não está bem perfundido (sem O2). 0 a 14 ( <2
normal, >2 hiperlactato).
 ↑ delta T: diferente entre temperatura central (retal) e periférica
(pele, use na interdigital). Importância clínica, quando a diferença
é superior do 6 Cº entre os dois (central e periférica). Se ↑delta T,
indica vasoconstrição periférica através da ativação adrenérgica e
liberação do sistema renina-angiotensina-aldosterona, pode ser
sinais naturais ao choque.
-Sinais tardios (inespecificos, ↑lactatemia e ↑delta T)
 ↑FC, ↑FR, ↓TCº central, ↓TCº periférica, 🔝TPC, ↑PA (pressão
arterial)
-TTO
 Desidratação: cargas de fluido (repor volemia), 10ml/kg em 20 a
30 minutos (3 a 4X), avaliação de PP (Proteína plasmática ->
albumina e globulina) - se ↓ 6 usar coloíde 4ml/kg em 10 a 15
minutos. PP - responsável da manutenção da pressão oncotica
(força de manter o liquido dentro do vaso).
 TTO alternativo: sangue total (plasma = fresco ou congelado) ou
albumina sintética.
 Hemorragia ativo de grande porte (meta de PA 60mmHg): técnica
de empacotamento -> bandagem do extremo MP até o tórax,
deve ser bem compressiva. A ideia é fazer hiperfusão da região
onde ocorre a hemorragia. Ex.: problema de hemorragia na
intrabadominal, com essa técnica, diminui a chegada do sangue
nesta região.
 Fluidos isotônicos
 Glicofisiológico: NaCl, glicose e as vezes tem cloreto de
potássio. Usar no máximo 25ml/kg/h. Serve para
manutenção (longo período), mas se tiver cloreto de
potássio, usar apenas em curto período.
 NaCl 0,9% (fluido “fisiologico”)
 Ringer simples
 Ringer com lactato Recomendável
 Glicosada
 Expansores
 NaCl 7.5%: expande bem rápido, melhora a perfusão
tecidual rapidamente. Usar em curtos períodos ou poucas
vezes. -> Por causa do rim, que pode sofrer com alta
quantidade de NaCl (lesão renal).
Ressuscitação volêmica - caso clínico: cão filhote com desidratação importante,
com baixa consciência, fazer fluido via intraósseo.
 Vasopressores (se não conseguir resolver a PA com fluidoterapia
após conter hemorragia).
 Efedrina – 0,1 a 0,3mg/kg
 Dopamina – 5 a 15mg/kg/min
 Noradrenalina – 0,25 a 1,5mcg/kg/min. 1º, excelente
vasopressor, ↑PA, tempo de meia vida curta (2 minutos),
infusão contínua.
 Vasopressina – 0,1 a 2 mU/kg/min
 Inotrópicos + (em caso da falha da bomba cardíaca)
 Dobutamina – 2 a 20mcg/kg/min. Deve avaliar 1º a pré-
carga e o volume. Ex.: se tiver ↓volume sanguíneo,
necessita estabilizar para que o medicamento funcione.
 Cardiogênico: secundário, falha da bomba cardíaca, podendo ter volume
adequado ou até mesmo grande volume. Causa: cardiopata, fatores
inflamatórios (sepse), síndrome de perfusão.
-Falha da bomba cardíaca, geralmente pela dificuldade contrátil do coração
(primária ou secundária). Vai ter dificuldade de contrair se tiver pressão alta, pois,
com ↑PA, o fluxo do sangue sofre queda.
-Causa: complicação de doença cardíaca, arritmia (1ª ou 2ª)
Debito Cardíaco e Insuficiência

Seco (Não produz liquido Úmido (Produz liquido


para interstício) para interstício)
Quente Normal (paciente sem Paciente apresenta
doença ou com doença acúmulo de liquido
sob controle) (edema ou ascite), mas
não possui ↓perfusão.
Não está produzindo
vasoconstrição periférica.
Ex.: cardiopata (edema
pulmonar) cardiogênico.
Relacionado TTO: diurético (para a
ao delta T (TCº saída do liquido).
periférica e Frio Paciente não apresenta Paciente apresenta tanto
central) acúmulo de liquido acúmulo de liquido
(edema ou ascite), mas quanto queda a perfusão.
possui ↓perfusão. ↑Delta Dificuldade contrátil
T, produção de cardíaca. TTO: Furosemida
vasoconstrição por causa (talvez não seja
da periférica abaixo da necessária), ↓resistência
temperatura. Cardiopata, vascular sistêmica e
choque cardiogênico, inotrópico + (↑força
↑dificuldade contrátil. contrátil). Se anterior não
TTO: inotrópico + e exame funcionar e ainda tem
de eco-cardiografia. dificuldade de transporte
de O2 -> avalie o pulmão e
ver se tem edema, assim
usar Furosemida.
Dica: se não tiver acesso do ecocardiografia, fazer por exclusão, se não tiver problema
de perfusão causado por hipovolemia ou trombo, só pode ser tecido cardíaco. Se
beneficia da ↓resistência vascular sistêmica. Avaliar a pressão arterial e a delta T. Se
tiver ↑ delta T e periférica fria e ↑PA, pode usar o fármaco que diminui o
vasoconstrição como Acepromazina.
-Arritmias cardíacas: necessário exame de eletrocardiografia, TTO:
Lidocaína 1ml/kg.

 Distributivo: má distribuição de oxigênio, maior espaço extra-celular intersticial.


Causa: sepse, dilatação vólvulo gástrica (aumento de volume gástrico e menor
retorno venoso da veia cava), obstrução de vaso, trombose (+ em gato),
estenose vascular
-Compressão de retorno venoso e limite de distribuição, trombos (menos
frequente).
-Causa: sepse, DVG (dilatação vólvulo gástrico), obstrução, excesso de
catecolaminas, ↓resistência vascular periférica.
 Hipoxêmicos: dificuldade respiratória, não consegue captar o oxigênio.
Revisão: VE (ventrículo esquerdo): grande circulação arterial, sangue oxigenado
saturado (gás carbônico); VD (ventrículo direito): pequena circulação.
Resposta normal ao choque: tentar manter a perfusão tecidual ou melhorar -> ativação
adrenérgica (sistema nervoso simpático) noradrenalina e adrenalina. Vasoconstrição
periférica associado e retenção de sódio (ativação de sistema renina-angiotensina-
aldosterona – bomba o sangue, bem perfundido e troca gasosa).
- Coração, pulmão e SNC (órgão funcional durante o choque).
Ele tenta manter o débito cardíaco mais estável possível e vai tentar aumentar o aporte
de oxigênio (↑FR) - taquipneico. Usar a energia possível, hiperglicêmico (↑ transitório
de glicemia) - 150 a 230 de glicemia (se passa disso de 300 a 400, suspeitar diabético).
FLUIDOTERAPIA
Uso frequente em diária e choque hipovolêmico.
Pontos chaves:
 Corrigir desidratação (êmese, diarreia).
 Fornecer quantidade necessário de fluido diária.
 Reposição eletrolítica: em caso de desequilíbrio de íons como potássio.
 Repor perdas que esteja ocorrendo.
Distribuição do liquido
 >60% -> intracelular
 <30% -> extracelular
o Extravascular (intersticial) 25%
o Intravascular 8%: terapia volêmico (fluidoterapia), a reposição de
liquido.
Ex.: edema pulmonar é o ↑volume extravascular, pode ser causada por choque
cardiogênico ou excesso de fluidoterapia.
Quando ocorre fluidoterapia, como a 100ml, 30 a 50 minutos depois, 25ml
permanecerão dentro do vaso enquanto o 75ml serão distribuído no
extravascular. Atenção ao repor de novo.
Movimentação do liquido
 Pressão hidrostática: maioria das vezes, o vaso é composta de H2O, se
↑volume vascular, ↑força (força hidrostática). Força à favor à saída do
liquido.
 Pressão osmótica: força ao contrário à saída do liquido, vai tentar manter
esse liquido dentro do vaso. Sólido (PP) = albumina tem capacidade de
reter H20.
 Pressão oncótica: força a manter o liquido dentro do vaso.
 Osmolaridade
 Permeabilidade vascular: infecções ou resposta inflamatória, vai ter
mudança da permeabilidade vascular.
Quando doente, as células endotelial tendem a ficar distantes entre eles
(vasodilatado). Extravasamento do liquido para extravascular, pode causar
edema se não ficarmos atentos. Geralmente edema por estar relacionado ao
síndrome de resposta inflamatória sistêmico (SRIS).
↑Permeabilidade vascular causa extravasamento de liquido, saída de
substâncias coloidosmóticos, levando ao edema intersticial, ↑ liquido
extravascular.
 Pressão coloidosmótico
o ↑↑↑ - albumina (75%) Importante avaliar as albuminas.
o ↑↑ - globulinas
o ↑ - fibrinogênio

Hipoalbumina tem tendência de produzir edema extravascular.


Hidratação
 Normohidratado
 Desidratado: a melhor via é a intravascular (IV).
Em doença
 ↑PV (permeabilidade vascular)
 ↓Força oncótica (albumina sérica)
 ↓Quantidade de liquido ingerido
 ↑perda de liquido
Natureza das perdas
 Perdas isostônicas (= osmoralidade, equilíbrio).
o Perde H20 e solutos, ↓volume extracelular (MEC), sem alteração
do volume intracelular.
Quando ocorre perdas, ocorre pressão oncótica. Sem reposição, perdas
associadas com SC (sinais clínicos) que causa hipovolemia.
 Diferença consciência, uso de sistema de renina-angiotensina-
aldosterona, vasodilatação periférica, retenção de sódio, extremidades
frias, ↓PA, etc...
 Perdas clássicas: êmese e diarreia.
 Insuficiência renal crônica: perda alta de liquido, pela urina, quando
estável, a própria ingestão de H20 repõe as perdas. Poliúria e Polidipsia =
estável. Mas se o rim não se dá conta, fica desiquilibrado, vai ter sinais de
desidratação e hipovolemia.
 Perdas hipotônicas (≠ osmoralidade, desequilíbrio).
o Tendência a hipernatremia (excesso de sódio na corrente
sanguínea) -> ↑osmoralidade do meio extracelular, tendo saída
de liquido intracelular para espaço extracelular. Geralmente
associado à perda contínua. TTO: soluções isostônicas.
Se hipernatremia severa (apenas possível avaliar mensurando a quantidade de
sódio na corrente sanguínea). Dependendo do resultado, pode fazer reposição
de H20 livre ou H20 basal sem soluto (deve ser bem controlado!) -> devido que
sempre altera a osmoralidade do meio intravascular. Ex.: Diabetes insipidus e
perdas por taquipneia -> devido as perdas sensíveis (êmese e diarreia).
 Perdas hipertônicas (≠ osmoralidade, desequilíbrio) -> piora devido à
perda eletrolítica. Ex.: Hipoadrenocorticismo -> ↑êmese, ↓consciência,
TTO: reposição de sódio (melhora rapidamente) Evitar soluções ↑[]
devido que pode causar de hiponatrêmico para hipernatrêmico; retenção
ou aumento de H20 livre.
o Resulta da perda eletrolítica.

PLANO (4H a 24h)


 Primeiras 4h: restabelecer a hidratação.
 Outras 20h: dilui a manutenção e reposição das perdas.
Dica: usar luva ao fazer TPC no animal, para avaliar o liquido e a viscosidade.
Avaliar o olho, para ver se possui umidade (exige experiência).
>12% de desidratação: tríade da morte (hipotensão, hiponatremia e distúrbios
de coagulação).
DF (Deficit de fluido): Kg x %Desidratação. Ex.: 10kg X 5/100 = 0,5L ou 500ml.
MANUTENÇÃO
 +usado 1. Volume = 70x(Kg)0,75
 +simples 2. Volume = (Kg x 30) + 70 -> de quanto liquido o paciente
precisa receber em 24h.
 3. Volume = (Kg x 60) + 140
REPOSIÇÃO DE PERDAS
 Estimado
 Medição
Dica: para avaliar quanto de perda do paciente teve, em pequenos animais,
coloque o tapete higiênico já sabendo o peso do tapete e do paciente. Após o
uso do tapete, pesar e pegar a diferença e repor essa perda (em 20 a 30 minutos
ou 24h -> Já fazendo fluidoterapia antes). Ex.: tapete = 100gr, pós-uso =150gr,
use 50gr em ml (50ml).
 Êmese: 40ml/kg + fluidoterapia (24h)
 Diarreia: 50ml/kg + fluidoterapia (24h)
 Êmese + Diarreia: 60ml/kg + fluidoterapia (24h)
Fluidoterapia = manutenção + reposição de perdas (déficit de fluido) + reposição
do índice de desidratação.
Volume diário = manutenção + déficit de fluidos + reposição de perdas
Ex.: Cão, rottweiler, 6 meses de idade, infecção por parvovirose, apático,
desidratação 8%, 15kg. Calcular o volume diário a ser infundido.
 E+D = 400ml/dia
 Vol= 15 x 8/100 = 1,2L = 1200ml
 Manutenção: Vol = 70 x (15)0,75= 533ml para 24h
 VT (volume total) = 1200ml + 533ml + 400ml = 2133ml em 4h a
24h.
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
 Venosa (IV): recomendado, Efeito colateral -> flebite, trombos, infiltração,
infecção.
 Subcutânea (SC): pouco recomendado, apenas se <5% desidratação sem
perdas (êmese, diarreia).
 Intraósseo (IO): filhote e pequenas raças.
Manutenção do cateter (verificar se está estabilizado, se não possui infecção, etc).
 Inspeção a cada 24h
 Trocar a cada 72h
Tipos de fluido
 Reposição
o Cristalóides isostônicas
 Redistribui em 30 minutos. Evitar usar em paciente com
histórico de edema ou outro extravasamento, pois, piora a
situação.
Dica: Ringer com lactato ajuda a neutralizar (Potássio, Cálcio e Sódio é +positivo e o
Cloreto é -negativo).
 Manutenção
o Fluido com menos concentração de sódio
o Mais usado NaCl 0,45% e Plasma Lyte
o Outros componentes de reposição (glicose, K - potássio) Se tiver
potássio no fluido, deve fazer lentamente (máximo <25ml/kg/h,
ideal 5ml/kg/h).
 Expansão
Monitoração
 Peso (Kg): se o paciente recebe apenas fluido e ganha peso, pode ser
excesso de fluido. Se perde o peso mesmo com alimento e fluido, ele
pode estar perdendo mais liquido que o normal.
 Consciência
 FC
 Qualidade de pulso (palpar pulso)
 Turgor de pele
 Mucosas
 TPC
 Delta T
 FR
 Ausculta pulmonar (ex.: edema pulmonar)
 Cateter urinária: débito urinário (1 a 2ml/kg/h)
 Lactato: avaliador de hipóxia tecidual
Fluidoterapia no choque
 Cão: 90 ml/kg
 Gato: 60 ml/kg
 10ml/kg/ 20 a 30 minutos Mais usado
 Metas de PAS (pressão arterial sistólica): 60 a 70 mmHg (se tiver
hemorragia).
Calculadora de Fluidoterapia

Se precisar hidratar um paciente, o uso de contagem de gotas não é a melhor


maneira, já que o paciente não receberá exatamente o volume pois o fluido pode
diminuir a velocidade (conforme vai acabando) e pode haver alteração
de gotejamento de acordo com a posição do membro (se dobrar o membro o fluido não
desce por exemplo). 

Cálculos nitrogenados, hiperdigestão de proteína, acontece com os animais que


ficam muito tempo sem se alimentar.
RESOLUÇÃO DE EXERCÍCIOS
Cão, labrador, 27kg, macho, 9 anos, apatia, taquipneia, padrão ventilatório
normal. Letárgico há 4 dias e hoje recusa alimento. Controle de ectoparasita mensal, já
apresentou DAPP (Dermatite à picada de pulga), mas não há lesão. Hoje não urinou.
↑FC (180), ↑FR (76), ↓PAS (60), ↓TCº central (37,1), ↓TCº periférica (29,8),
hipocorada, 8% desidratação.
O organismo está tentando compensar alguma dificuldade de manutenção. A pressão é
produzida por DC e RVS (resistência vascular sistêmica). Com a ↑delta T, está fazendo
vasoconstrição periférica e ↑RVS, isso já pode indicar o problema de volume
(hipovolêmico).
Exame
Não precisa se
preocupar porque o  Lactato 5,2 (até 2,5) indicador de perfusão. Significa que as células não
paciente não tem sinal
de PPG (poliúria,
polidipsia e glicosúria). { 
está recebendo O2.
Glicemia 164 (60 a 110) levemente aumentando devido à atuação do
sistema simpático.
 HT 28% (35 a 55%) Se apenas hidratar, o HT vai cair, mas se der ST, ele

Sólido { 
mantêm ou aumenta HT.
PP 4,9 (6 a 8) ↓capacidade oncótica (Não consegue reter liquido como
antes). Se apenas hidratar, o HT vai cair.

1. Sobre o caso clínico acima, seguem algumas afirmações, após avalia-las


assinale a alternativa correta:
I – Na triagem, esse paciente é imediatamente enquadrado como
prioridade 1, pois apresenta dispneia importante. Incorreta, pois o
paciente está apenas taquipneico, que pode ser fator compensatório.
Lembrando que a prioridade 1 é indicada para inconsciente ou parada
cardíaca, que não é neste caso.
II – O paciente apresenta um histórico inespecífico, mas sem histórico
de trauma, logo não pode ser considerado uma emergência. Incorreta,
porque mesmo sendo histórico inespecífico, não pode descartar
hemorragia. Precisa fazer exclusão.
III – O paciente pode ter prioridade sobre outros pacientes caso
apresente hemorragia, que pode ser avaliado por exame FAST. Correta,
FAST (exame rápido de US abdominal) ele verifica se há aumento de
liquido, e se tiver, tirar para ver do que se trata.
IV – Esse paciente provavelmente apresenta hipotensão por perda de
volume, avaliando-se pela equação da pressão arterial. Correta, PA
depende da frequência, volume e RVS.

2. Sobre a anamnese de emergência, assinale a alternativa que indica as informações


da avaliação CAPUM.

a) Em cena podemos assumir trauma apesar do tutor não ter indicado esse histórico.
Incorreta, pois depende do ambiente onde vive, se 100% domiciliar, pode descartar
trauma, mas se semi-domiciliar pode ter ocorrido trauma por conta da fuga.
b) Em alergias assumimos negativo, já que o paciente não apresenta lesões. Incorreta, ter
alergia é crônica mesmo que não apresente lesão, lembrando que DAPP ocorre com a
presença de pulga.
c) Em medicações em uso não é importante incluir o tratamento de ectoparasitos, então
considera-se negativo. Incorreto, pois existe TTO de ectoparasitos que pode intoxicar,
dependendo da raça e sensibilidade
d) Em última refeição pode-se estimar superior a 12 horas, já que o paciente recusou
alimento segundo o tutor. Correta

3. Sobre a avaliação inicial do paciente, assinale a afirmação


INCORRETA:

a) Inicia-se a avaliação pelas vias aéreas, procurando por obstruções das vias. É possível
utilizar oxigênio caso suspeite-se uma obstrução.
b) Como não há hemorragia visível, nem histórico de trauma, assume-se a avaliação de C,
satisfatória, não devendo ser uma preocupação nesse caso clínico. Incorreta, pois, pode
ter hemorragia não visível.
c) Em B (respiração), a taquipneia pode indicar uma compensação da oferta de oxigênio
diminuída.
d) Em D (disability) considera-se a apatia do paciente, ou seja, existe uma diminuição do
status mental do paciente.

4. Ainda sobre a avaliação ABCD, assinale a afirmação INCORRETA:


a) Como o paciente pode estar apresentando uma compensação pela demanda de
oxigênio, podemos utilizar uma máscara de oxigenoterapia para melhorar a
disponibilidade oxigênio aos tecidos.
b) Apesar de não apresentar hemorragia visível deve-se avaliar o abdome do paciente,
embora não exista histórico de trauma existe indício de perda volêmica.
c) O nível de consciência só é alterado por traumas em região a cabeça, portanto,
talvez o tutor esteja omitindo um fato no histórico. Incorreta, pois a consciência
também é alterado por outro fator.
d) Se o paciente apresentasse dispneia com cianose deveríamos considerar a
intubação do paciente, caso a máscara de oxigênio não seja suficiente para melhorar a
coloração da mucosa. Se a máscara não melhora o estado, deve intubar.

5. Resultado da ultrassonografia abdominal – presença de líquido livre


em cavidade em grande quantidade. Nódulo em baço com
aproximadamente 10 cm de diâmetro. (Suspeita de
hemangiossarcomas).Abdominocentese – líquido de coloração
avermelhada com Ht do líquido de 27%. Liquido de coloração
avermelhada, para ver se é sangue ou não, fazer hemograma com esse
liquido. Se tiver diferença de até 20% do HT original do paciente,
considera sangue. Ex.: deste caso clinico, o HT do liquido estava com
27% e HT original 28%.

Sobre a avaliação ultrassonográfica, assinale a afirmação verdadeira:

a) O diagnóstico de perda volêmica está em conformidade com a avaliação do lactato


e do delta T, que são avaliações precoces de choque. Correta
b) A avaliação ultrassonográfica não deveria ter sido realizada nesse momento devido
à instabilidade do paciente.
c) Caso seja possível identificar líquido na cavidade já se pode dizer que é sangue,
não havendo necessidade da abdominocentese. Nunca fazer DGO direto, sempre
avaliar o liquido.
d) A perda de volume não está de acordo com os sinais de taquipneia e taquicardia,
sendo necessário investigar mais para o correto diagnóstico do paciente. Está de
acordo com os sinais de hipovolêmico.

6. Sobre o choque, assinale a afirmação verdadeira:

6. a) Este paciente apresenta choque hipovolêmico, caracterizado pela diminuição da


perfusão por perda de volume sistólico. Correta
b) Este paciente apresenta choque distributivo, caracterizado pelo aumento de líquido no
espaço extracelular. Incorreta, pois, após estabilizar A e B, no C, fazer avaliação de
hemorragia (FAST).
c) Este paciente apresenta choque misto, ou seja, associação de choque hipovolêmico
com cardiogênico. Incorreta, pois, não foi comprovado que o paciente é cardiopata.
d) Este paciente apresenta choque metabólico, ou seja, existe transporte adequado de
oxigênio, mas não existe uma produção energética adequada. Incorreta, justamente ao
contrário.

7. Sobre o tratamento do choque hipovolêmico, assinale a afirmação correta:

a) O tratamento deve ser prontamente iniciado com vasopressores já que o principal


motivo da hipotensão é a vasodilatação. Incorreta, se existe histórico de sangramento, os
vasopressores acelera a hipovolemia. Apenas fazer vasopressor depois da hemostasia, se
necessário.
b) O paciente deve ser dobutamina, único fármaco que promove resposta positiva neste
tipo de choque. Incorreta, pois a dobutamina é para choque cardiogênico, quando tem
inotrópico -. Talvez associado se tiver sepse. Mas se apenas choque hipovolêmico, não
usar!
c) O fluido preferencial para esse paciente é o NaCl 7,5%, tanto para expansão quanto
para a manutenção. Incorreta, solução hipertônica não deve ser utilizado para
manutenção, pois pode expandir o volume isostônica. Só é bom para período curto,
devido ↑[] de sal nesta solução.
d) Deve-se iniciar com fluido isotônico, em doses moderadas, tendo como parâmetro
manter a PAS entre 60 a 70 mmHg. Se após fluido com hemorragia ativa, e a pressão
chegar a 90mmHg, o sangramento aumenta. Por isso que é importante manter a pressão
entre 60 a 70mmHg até estabilizar a hemorragia.

8. Ainda sobre o tratamento de choque no caso clínico apresentado:

a) O uso de vasopressores pode não ser necessário, já que a perda volêmica é a real causa
da hipotensão.
b) Em necessidade de vasopressor sempre se utiliza a dopamina, fármaco que tem o
melhor efeito e capacidade vasopressora. Nem sempre, depende da situação. Por
exemplo, no choque hipovolêmico funciona, mas em caso de sepse, não funciona bem.
c) Quando se faz fluido o paciente não irá melhorar o nível de consciência, já que esta
não é a causa da disfunção do sistema nervoso central. Incorreta, justamente ao contrário,
o fluido melhora a consciência.
d) O uso de solução glicosada a 5% é aconselhada neste caso, já que o paciente precisa
melhorar a chegada de energia ao sistema nervoso central. Incorreta, a solução glicosada
a 5% é muito osmótica, vai desidratar + o tecido. Tem apenas H20 e açúcar, ou seja,
acaba a eletrolisidade do sangue, vai fazer distúrbio ácido-base e vai piorar.

9. Sobre as considerações de fluidoterapia nesse paciente, assinale a afirmação


INCORRETA:
a) Deve-se considerar o valor da proteína plasmática, como está diminuída existe menor
força oncótica, ainda mais pela desidratação do paciente. Pode ser necessário uso de
coloide para segurar a força oncótica.
b) Além de fluido podemos utilizar colóide afim de melhorar a força oncótica. Ele ajuda a
atrair H2O e manter o liquido dentro do vaso. Mas evitar o uso em caso inflamatório,
sepse, etc.
c) O paciente hipoalbuminêmico tem capacidade de reter líquido dentro do vaso pois este
se torna um meio hipertônico. Incorreto, justamente ao contrário.
d) O extravasamento de líquido pode levar a condições de edema pulmonar caso não se
leve em consideração os níveis de proteína plasmática. Com hipoalumina, facilita a
produção de liquido, inclusive edema pulmonar.
10. Sobre a fluidoterapia no paciente em choque, assinale a afirmação verdadeira:

a) Deve-se considerar taxa de 90mL/kg/h (meta alta!) até que se reestabeleça a pressão do
paciente. Após resolução da crise utiliza-se 8% como índice de desidratação para calcular
a reposição.
b) Deve-se considerar bolus de 10 mL/Kg em 20 min, evitando aumentar a pressão acima
de 60 mmHg. Após a resolução da hemorragia deve-se avaliar novamente a hidratação
para calcular o volume necessário ao paciente em 24 horas.
c) Deve-se utilizar bolus de 10 mL/Kg em 6 min de cristaloide associado a 10 mL/Kg em
6 min de solução hipertônica a 7,5%. Incorreta, 1º: 6 minutos é muito rápido ainda mais
com alto volume; 2º: solução hipertônica associada a cristaloide não tem benefício.
d) Após reidratar o paciente deve-se buscar uma diurese aumentada, afim de garantir a
manutenção da hidratação. É recomendado uma produção urinária de 5 a 8 ml/kg/h.
Incorreta, faz o rim trabalhar demais, é pior para o rim. O ideal seria 1 a 2 ml/kg/h.

11. Após estabilização desse quadro clínico o paciente foi para internamento
apresentando 5 % de desidratação, não apresentando outras perdas
Lembrando que o paciente pesa 27 Kg calcule o volume de fluido que o paciente deve
receber em 24 horas:
Volume: 27 x 5/100 = 1,35 L = 1350ml
Manutenção: 70 x (27)0,75 = 829ml
Volume total (VT)= 1350ml + 829ml = 2179ml para 24h (90,79ml/h) 
Ou 1350ml / 4h = 337,5 ml/h e 1012,5 ml / 20h = 50,6 ml/h 

Módulo 2

PRESSÃO ARTERIAL

 Conceito: força exercita pelo sangue sobre os vasos.


 4 º sinal vital
 ↑Correlação da chegada do O2 nos organismos
 Tenha a pressão, ajuda a manter o fluido sanguíneo circulando em todos os
organismos.
 Perfusão tecidual: mandar O2 para célula, transporte de nutrientes e retirada de
metabólitos tóxicos produzidos pelas células.
 mmHg: milímetro de mercúrio
o PA = DC x RVS
 DC = VS (Volume Sistólico) x FC
 PA = VS x FC x RVS
 ↓VS: hemorragia (↑FC para tentar manter a pressão – melhora a pressão durante
um certo tempo no período) e ↑RVS.
Volume Sistólico
 1º Pré-carga: chegada do liquido para o coração (volume e pressão de chegada)
o Cão: 8% peso
o Gato: 6% peso
 3º Pós-carga: Pressão e volume que deixam o ventrículo.
 2º Contratilidade cardíaca: saída do liquido do coração em direção à circulação
sistêmica.
o Lei de Frank-Starling: quanto mais alto o FC, menos nutrientes vão ser
recebidos pelos miócitos do coração. ↑Correlacionada com hipóxia do
coração.
RVS (Resistência Vascular Sistêmica)
 Equação ou Lei de Poiseuille
o ΔP = ȢµLQ/Rr2
o Ȣ: constante da viscosidade
o L: Comprimento do vaso sanguíneo
o Q: fluxo do sangue naquela região do vaso
o Rr2: área do círculo naquela região
Quando ocorre vasoconstrição, as capilares passam todo o sangue para vasos maiores,
ocorrendo ↑PA.
 PAS / PAD (PAM) – Medida da pressão
o PAS: pressão arterial sistólica, ↑Contração cardíaca
o PAD: pressão arterial diastólica, ↓Contração cardíaca (relaxamento
cardíaco).
o PAM: pressão arterial média, maior parte da tensão do vaso.
o PAM = PAD + PAS – PAD/3
Aferir pressão
 IBP – Pressão invasiva: acesso arterial pelo transdutor. Não comum!
o 1ª curva (verde): traçado eletrocardiográfico
o 2ª curva central (vermelha): pressão invasiva
o 3ª curva (amarelo): SpO2 (do pulso) pressão parcial de CO2
 1º número: PAS
 2º número: PAD
 3º número: PAM
 NIBP – Pressão não invasiva (+ recomendável)
o Doppler vascular
Metas de manutenção da PA
 Não invasiva: 90mmHg PAS
 Invasiva: 65mmHg PAM
Estados anormais
 Hipotensão (↓PA)
o ↓volume vascular
o Vasodilatação (ex.: sepse)
o Contratilidade cardíaca
 Hipertensão (↑PA)
o Vasoconstrição (TTO: vasodilatador)
 Fluido
o Isostônico cristaloide: para perda de volume “normal” ou baixa; 10ml/kg
em 20 a 30 minutos.
o Hipertônico: perda de volume alta
 NaCl 7,5% - 4ml/kg em 15 minutos
 NaCl 20% associada à NaCl 0,9%, misturar 1/3 do volume do
fluido, também em 15 minutos; ou 1/3 e 2/3 respectivamente.

Se causada por vasodilatação, tratar com vasopressores.


 Norepinefrina 0,1 a 2mcg/kg/min 1º e +usado
o Vantagem: ele atua em todos os receptores do sistema simpático.
o Tem preferência ao receptor alfa 1 encontrado nos vasos
sanguíneos produzindo vasoconstrição.
o Utilizado em infusão continua ao longo do tempo, para manter a
pressão. Ao usar esse fármaco, utilizar o aumento da dose gradual
até chegar na meta da pressão ideal. Ao retirar, o esquema é o
mesmo, diminui a dose gradualmente.
o Dura em curto período (2 minutos). Se tiver problema com o
fármaco, dando pressão muito alta, basta parar o fármaco e a
pressão volta ao normal.
 Vasopressina 0,5 a 5mU/kg/min 2º (mais caro)
o Também utilizado em infusão contínua
 Adrenalina 0,05 a 1mcg/kg/min
o Bem similar à Norepinefrina, mas bem mais potente (cuidado ao usar esse
fármaco, além de causar alta pressão, ativa muito sobre Beta 1 – do
coração).
o Funciona bem em caso de sepse.
o EC: arritmias associada à catecolaminas.
 Dopamina 5 a 20 mcg/kg/min –usado
 Efedrina 0,1 a 0,25mcg/kg
o Usar em bolus, calcular a dose e infusão lenta diretamente da seringa.
o Atua diretamente sobre os receptores simpáticos, ↑liberação de
catecolamina, causando ↑PA e ↑FC.

Para contratilidade
 Adrenalina 0,05 a 1mcg/kg/min +recomendável
o Para a força de contração, também ↑PA (cuidado!)
 Dobutamina 5 a 20 mcg/kg/min
o Ela atua diretamente em receptor beta 1 do coração, droga
inotrópico +.
Hipertensão – Vasocosntrição (>180mmHg - PAS)

Se um deles não  Esmolol 0,05 a 0,1mg/kg (indução) ou 50 a 200mcg/kg/min (infusão contínua):


deu certo, atua em beta 1 (coração) e em vasos sanguíneos.
associar com
outro, mas  Hidralazina 0,2mg/kg IV q 2h: antagonista da alfa 1, faz ↓tônus vascular, fazendo
cuidado com vasodilatação.
hipotensão
 Nitropussiato 2 a 15mcg/kg/min: ↑óxido nitroso, forte agente vasodilatador (para
crise em uso domiciliar).
 Amlopidina 0,1 a 0,25mg/kg q 24h – cão e 0,1 a 0,5mg/kg q 24h – gato.
 Benazepril 0,5mg/kg q 12h – 24h
↓RVS ↑FC, ↑RVS ↓FC -> IDEAL
Sempre reavaliar a pressão após o término do TTO.

SIRS (Síndrome inflamatória da resposta sistêmica) e SEPSE


SEPSE II – SIRS + foco de infecção (bactéria ou agente etiológico qualquer)
SEPSE III – Disfunção orgânica
 Choque séptico: choque distributivo por conta da sepse. Não vai conseguir
controlar a PA sozinha. Não será responsivo à fluidoterapia. Normalmente vai ter
hiperlactemia.
 Síndrome da disfunção múltipla de órgãos
 Síndrome do stress respiratório aguda (SARA)
Agente etiológico: Escherichia coli e/ou qualquer microrganismos.
Origem do foco séptico (mais frequente): Cão – abdome e trato respiratório, Gato –
peritonite, piotórax e abscesso hepático.
Na rotina clínica, o maior problema de sepse são as cadelas com piometras.
Para identificar o SIRS no paciente, usar o parâmetro:
 TCº central: cão – 37,2 a 39,2 gato – 37,8 a 39,7
 FC cão – >140 gato – >225 ou <140
 FR cão – >40 gato – >40
 Contagem de célula branca: leucocitose ou DDE (desvio à esquerda) -> +comum
Se tem células muitos jovens e bastonetes em grande quantidade, já é sinal de SIRS. Para
confirmar o SIRS no animal, o cão deve apresentar dois sinais e o gato com três sinais.
Ex.: Cadela com piometras tem ↑FC e ↑FR, já associa à sepse.

QUICK SOFA (SEPSE III) Para tentar identificar a sepse bem rápido.
 Nivel de consciência alterado
 ↓PA
 ↑FR
Se apresentar dois dos três sinais acima com foco de infecção, considera sepse.

Disfunções orgânicas associadas a sepse


1. Cardiovascular
 Vasodilatação (vai precisar de vasopressor para manter PA)
 ↑FC (geralmente compensatória ou choque distributivo)
 ↓Força da contração (por conta dos fatores inflamatórios e ↓função da
atividade cardíaca, podendo ocorre choque cardiogênico 2ª. Choque
distributivo associado à choque cardiogênico.
 ↓DC: menos perfusão tecidual
2. Rim
 Geralmente da sepse prolongado
 Oligúria ou anúria
 Lesão renal aguda
Dica: importante o uso da sonda uretral para avaliar a quantidade urinária (debito ou
volume urinário).
3. Hepático
 Geralmente ocorre tardiamente
 Pior prognostico
4. SNC
 Alterações de nível de consciência devido à perda de distribuição do O2.
 Coma
 Estimulação Neuro = endócrina
o Hipotálamo – Pituitária-adrenal
o SNS (... simpático)
o SNPS (... parassimpático)
5. Respiratório
 SARA (síndrome respiratório aguda) -> ↓espaço funcional do pulmão.
 Alvéolos (troca gasosa), quando afetado, geralmente sofre colabamento
devido à ativação de neutrófilos, edema intersticial (devido à

SARA
{
Induz à ↑permeabilidade vascular).
 Perda de surfactante alveolar (atelectasias) facilita colabamento.
 Exsudato alveolar rico em fibrina.
6. Coagulação
 ↑Fatores pró coagulação
Ativa CID (coagulação
intra disseminada) {  ↓Fatores anticoagulantes
 Vai produzir microtrombos, ↓perfusão
 + inflamação
 + lesão tecidual
 Pode ocorrer isquemia.
TRATAMENTO
 Ressuscitação inicial
o Eliminar causa de base
 ATB após identificar a sepse na 1ª hora
 TTO cirúrgico: ele ↓ a exposição ao foco de infecção. Ex.:
se levou mordida, fazer debridamento local e limpar bem o
local, eliminando o foco de infecção. No caso da cadela
com piometras, tirar o útero. Se tiver abcesso, eliminar-o.
o Hemodinâmica
 Fluido isostônico
 Solução hipertônico não responsivo a fluido
 Vasopressores
Associações antibióticos
Dica: usar 1º o mais comum inicialmente e reserve os potentes no caso do
primeiro não funcionar. Assim, evita resistência bacteriana ou que demore a
chegar na resistência.
Ampicilina + Enrofloxacina
Ampicilina + Gentamicina
Ampicilina + Amicacina
Cefazolina + Gentamicina
Cefazolina + Amicacina
Clindamicina + Gentamicina
Clindamicina + Amicacina
Meropenem
Imipinem

 Ampicilina (+comum) – contra bactéria positiva e negativa, anaeróbios e


aeróbios.
o Cuidado ao usar Gentamicina e Amicacina por conta da
nefrotoxicidade (evitar em pacientes com lesão renal).
TTO SEPSE
 Amplo espectro (4 quadrantes: bactéria +, -, anaeróbio e aeróbio)
 Bactericida (mata bactéria) – IDEAL
 Rápida biodisponibilidade
Se possível, identifique o agente para usar antibioticoterapia focal. Paciente em sepse
deve ser medicada via IV.
Revisão: bacteriostático – impede que as bactérias se reproduzam e o sistema imune
produz o ataque à bactéria.
Combate ao agente etiológico

Ex.: qual medicamento que trata o abscesso (quinolona ou quilona?)


Sempre pense em associações para ↑ o espectro.
Fluidos
 Isotônicos
o NaCl 0,9% Contraindicado em caso de emergência
o Ringer simples
o Ringer com lactato
o Glicosada
o Glicofisiológico
 Expansores
o NaCl 7,5% Contraindicado em caso de emergência
o Coloide +ou- contraindicado
o Plasma
 Vasopressores
o Efedrina 0,1 a 0,3mg/kg
o Dopamina 5 a 15mcg/kg/min quase não funciona em caso de sepse
o Noradrenalina 0,25 a 1,5mcg/kg/min
o Dobutamina 5 a 20mcg/kg/min
o Vasopressina 0,5 a 5mU/kg/min

Metas do TTO inicial


 Metas nas 1ª 6h
o PVC (pressão venosa central): 8 a 12 cmH20 em desuso
o PAM> 65mmHg ou PAS>90mmHg
o Diurese >1ml/kg/h – induzida por fluidoterapia não deve usar
diurético
o ↓Hiperlactemia em 20% em duas horas.
Tratamento a longo prazo (média de 7 a 15 dias internado)
 Nutrição: enteral, tubo para alimentação (+esofágico, -nasofágico),
parenteral, protetores gastrointestinal.
 Enfermagem: TTO feridas, fisioterapia, manejo TGU.
 Manutenção hemodinâmica
 Oxigenação tecidual: manutenção PAM, manter o carreamento de O2 e
suplemento O2.
 TTO de dor: opioides ex.: fentanil (Infusão continua), antagonista NMDA
ex.: Ketamina (infusão continua), não usar AINE e corticoide.
Terapia sepse bacteriana

Manutenção ->

↓Hiperlactemia em 20% em duas horas.


PAS>90mmHg
Diurese

CID (Coagulação intravascular disseminada)


 Complicador de fator inflamatório sistêmico.
 Nunca como primária, por isso que o TTO é baseado na causa real.
 Causa: trauma, infecção (queda de sepse).
 Além de eliminar a causa base, também fazer TTO sistemático.
 O CID ativa as células endoteliais e monócitos a produzirem o pró-coagulação,
mesmo que não houve hemorragia como ruptura de vasos sanguíneos.
 Com o CID ativo, ocorrendo pequena produção de mini-trombos dentro dos
vasos. ↓ perfusão de alguns tecidos. Se não existe perfusão, não existe produção
de energia adequada. Pode considerar como choque.
 Fatores de coagulação produzido pelo fígado, precisa de plaqueta, ferro,
fibrinogênio, séries de substâncias para finalizar o processo de coagulação.
Coagulação de consumo
 Inicialmente hipercoagulação, produzindo muitos trombos, causando bastante
obstruções, dificultando a chegada de O2. Conforme vai consumindo os
fatores de coagulação e as plaquetas, tendo dificuldade de coagular
novamente. Vai levar muito tempo para coagular novamente.
Fisiopatologia
 Pós lesão nos vasos sanguíneos, ocorre vasoconstrição, restringe um pouco o
fluxo para essa região. Permitindo que as células que estão lá faça a reparação
na parede danificada do vaso -> Hemostasia 1ª – formação de plug.
 Após isso, ocorre ativação da cascata de coagulação, tendo uma rede de
fibrina, de fibrinogênio em fibrina, fazendo rede de proteção sobre plug.
Enquanto isso ocorre, há atração de eletrólito, plaqueta, células de defesa,
formando coagulo -> Hemostasia 2ª – produção do coagulo.
 Após o processo de cicatrização, para que o coagulo saia, ocorre fibrinólise
(quebra de fibrina), isso dissolve o coagulo. Ele também ativa enquanto está
cicatrizando, para que o coagulo não cresça muito.
Causas comuns
 Sepse (ex.: cadela com piometra)
 SIRS
 Pancreatite / hepatite aguda
 AHIM (anemia hemolítica imunomediada) / TIM (trombocitopenia
imunomediada) -> hipocoagulopatia (ambos).
 Vasculite
 Hipotensão prolongada
 DVG (dilatação vólvulo gástrica)
 Intermação: golpe do calor (paciente exposta em TCº alta)
 Politrauma
 Queimaduras
 Zootóxinas: acidentes com ofídicos (Crotalus e Brothrops – serpentes)
Ocorre CID, devido ao desequilíbrio entre formação de coagulo e fibrinólise, provocando
muitos coágulos.
 Isquemia
 Lesão orgânica
 Hipóxia tecidual
 Síndrome de falência múltipla de órgãos (Rim, SNC, pulmão e fígado).
Sinais clínicos
 Petéquias (ponto vermelho devido à pequena hemorragia)
 Equimoses (grande hematoma)
 Sangramento sem controle
 Evidência clinica de trombose. Ex.: extremidades dos membros frios.
Classificação
 Não evidente: Hipercoagulação
 Evidente: Hipocoagulação
DGO diferenciais
 Insuficiência hepática
 Toxicidade por fármacos anticoagulantes ???
 Coagulopatia (perda massiva de sangue)
 Coagulopatia congênita
 Coagulopatia por diluição (fluido em excesso) -> Piora a capacidade de coagular
Achados de laboratório
 Trombocitopenia – já está em hipocoagulação
 ↓Fibriogênio
 ↑TP (prolongado) - tempo de protrombina
 ↑TTPA (prolongado) - Tempo de tromboplastina parcial ativada
Cuidado com neoplasias, é fácil ocorrer CID, infecção, sepse.
TTO
 Doença de base
 Fluido (para manter a perfusão)
 Suporte oncótico
 Perfusão tecidual (oxigenoterapia)
 Tratar hipotensão (vasopressor ou fluidoterapia)
 Investigar distúrbios eletrolíticos e A/B
 Sangue total/Plasma (Reposição de: fatores oncóticos, albumina e fatores de
coagulação. Quando precisa de eletrólitos.
 Plaqueta para repor plaquetas (ex.: trombocitopenia).
 Heparina (100 a 300 UI/Kg): usar apenas quando comprovar que o paciente tenha
hipercoagulação.
Conclusão
 Tratar a causa de base
 Suporte paliativo: oxigenoterapia, ATB contra infecção, analgesia, etc.

RESOLUÇÃO DE EXERCICIOS
1.
Foi atendido uma cadela, de 16 Kg, Australian Cattle Dog, com 3 anos de idade. O
tutor relata que a paciente está apática e recusou alimentação nas últimas 24 horas.
Ainda relata que a paciente apresentou secreção vaginal a cerca de uma semana,
mas que depois não apresentou mais. É perceptível o aumento do volume do
abdômen. Segue a avaliação física inicial:
Dica: lembra que a PA que é medida, não é real na hora, por ser fator tardio.
Parâmetro Valor
FC                                     172 bpm
FR 60 mrpm
PAS 60 mmHg
Temp. C. 37,2
Temp. P. 29,0
Lactato 4,8
Glicemia 131
TPC 4
Desidratação 8%
 
Resultados dos exames coletados
Avaliação Valor Referência
Eritrócitos 2,7 x 106 cels/µL                   5,5 a 8,5
Hemoglobina 6,66 g/dL 12 a 18
Hematócrito 20 % 37 a 55
VGM 74 fL 60 a 77
CHGM 33,3 % 31 a 36
Metarrubrócitos 1 (em 100)  
Proteína plasmática 7,4 g/dL 6a8
Leucócitos totais 59200 µL 6000 a 17000
Neutrófilos Segmentados 50620 µL 3000 a 11000
Neutrófilos Bastonetes 3700 µL 0 a 300
Metamielócitos 148 µL 0
Linfócitos 1924 µL 1000 a 4800
Monócitos 2364 µL 0 a 1350
Eosinófilos 444 µL 100 a 1250
Basófilos 0 µL Raros
Plaquetas 145000 µL 200000 a 500000
Albumina 1,1 g/dL 2,6 a 3,3
ALT 26 10 a 88
Creatinina 0,6 0,5 a 1,5
Fosfatase Alcalina 141 10 a 92
Ureia 15 15 a 40
Mesmo com a PP (proteína plasmática) normal, como o hematócrito está baixo, indica
que a PP está concentrado. É legal reavaliar após hidratação, como está hematócrito e a
PP. Apresenta leucocitose com desvio à esquerda, mas não é desvio degenerativo.
↓Plaqueta (trombocitopenia) se associado com o sepse, indica a CID (sugestão: fornecer
plasma ao paciente). ↓albumina (hipoalbumina) -> se hidratar o paciente, a albumina
tende sofrer queda.
Sobre o controle da pressão arterial desse paciente, assinale a afirmação correta:

a) A fluidoterapia é sempre suficiente para tratar esse tipo de hipotensão, já que a causa
da pressão diminuída é apenas a diminuição volêmica. Incorreto, nem sempre usar apenas
fluido é suficiente pra supri. Sempre depende da situação, pode ser que esteja com sepse e
precisa associar com vasopressores, não apenas usar fluido. Nesta situação, é provável
que ela tenha piometra.
b) Inicia-se o tratamento da pressão com fluido mas é provável que o paciente precise de
vasopressores também já que quadros infecciosos podem produzir vasodilatação. O ideal
é ter que avaliar se necessita de vasopressores, sempre primeiro o fluido.
c) Consideramos a pressão estabilizada ao atingir 120 mmHg, ou seja, valor normal
fisiológico. Incorreto, a meta é 90mmHG.
d) A correção da hipotensão não terá impacto em avaliações perfusionais como o lactato
e o delta T. Incorreto, pois, corrigir hipotensão terá impacto diretamente, a tendência é
que o lactato diminuía e o delta T normal.
2.
Ainda sobre a pressão arterial, assinale a afirmação incorreta

a) Sendo a pressão arterial gerada pela equação PA = FC x VS x RVP sabe-se que na


situação da paciente o valor aumentado da frequência cardíaca é compensatório.
b) Sendo a pressão arterial gerada pela equação PA = FC x VS x RVP sabe-se que na
situação da paciente a resistência vascular periférica deve estar aumentada, embora essa
compensação não seja o suficiente para manter a pressão em níveis estáveis.
c) Sendo a pressão arterial gerada pela equação PA = FC x VS x RVP sabe-se que na
situação da paciente pode ser necessário atuar mais ainda na resistência vascular
periférica, utilizando um grupo de fármacos denominados vasopressores.
d) Sendo a pressão arterial gerada pela equação PA = FC x VS x RVP sabe-se que na
situação da paciente o melhor e mais rápido tratamento da hipotensão é aumentando a
frequência cardíaca, que pode ser realizado com atropina. Incorreta, pois, não é
recomendado a Atropina nesta situação, pois, como ele aumenta muito a FC, gerando
gasto energético grande, em paciente que já está tendo gasto energético para tentar
manter a PA, com o fármaco vai gerar muito estresse no coração, podendo causa alto
efeito colateral. Para ↑PA, use fluidoterapia e vasopressores.
3.
Sobre a avaliação inicial dessa paciente assinale a afirmação correta:

a) Avaliando-se os critérios de SIRS para cães percebe-se que a paciente apresenta todos
os valores alterados. FC, FR, Leucocitose (leucograma), avaliação da TCº central.
b) Não se pode afirmar que esta paciente se encontra em um quadro de SIRS até que seja
realizado uma avaliação de hemogasometria, apenas assim poderemos afirmar que existe
inflamação sistêmica. Incorreto, pode seguir o critério do SIRS é suficiente para DGO
rápida.
c) O critério de SIRS afeta o tratamento, pois pacientes em quadros de inflamações
sistêmicas necessariamente devem receber anti-inflamatórios. Incorreto, não se usa
corticoide nem AINE, pois piora o rim. Se usa fluido!!!
d) Para retirar o paciente do quadro de SIRS deve-se aquecer o paciente e usar fármacos
betabloqueadores para diminuir a frequência cardíaca. Incorreto, não adianta usar
betabloqueadores porque o organismo está tentando compensar.
4.
Sobre a avaliação física da paciente, assinale a afirmação correta:
a) Os valores obtidos de glicemia não podem ser correlacionados ao quadro, já que
animais em sepse apresentam hipoglicemia. A glicemia não está ao critério do SIRS,
então não deve afirmar que sepse sempre tem hipoglicemia.
b) O delta T associado a avaliação de mucosa permite verificar o aumento da resistência
vascular periférica, indicando que o quadro da hipotensão é mais grave ainda.
c) A avaliação do lactato indica a seriedade do quadro clínico, deve-se objetivar reduzir
esse índice pela metade em duas horas. Incorreto, deve reduzir 20% do lactato em duas
horas, já ajuda.
d) Pela avaliação física é possível determinar que o aumento da frequência cardíaca foi
causado pela dor que o paciente deve estar sentindo, sendo necessário o uso de opioides
para controle da dor. Não pode afirmar, mas é possível. Para isso, é necessário fazer
avaliação da dor (nome da escala da dor?)
5.
Sobre a avaliação dos exames laboratoriais do paciente, assinale a afirmação
correta:

a) Como a paciente apresenta hematócrito baixo não se deve utilizar fluido, pois o
hematócrito acabará sendo reduzido por hemodiluição. Incorreto, deve usar fluido mesmo
que o Ht abaixe, pois só precisar usar máscara de O2 para compensar.
b) Na avaliação da série branca é possível perceber lecocitose e desvio a esquerda. Tem
↑células jovens e ↑células de defesa.
c) A hipoalbuminemia da paciente deve ser considerada, pois essa paciente já tem
aumento da permeabilidade vascular pela inflamação e a diminuição da albumina diminui
a força oncótica.
d) A alteração das enzimas hepáticas comprova a hepatopatia secundária a inflamação
sistêmica nesse caso. Não deve afirmar.
6.
Sobre a classificação de sepse nesse caso clínico, assinale a afirmação INCORRETA.

a) Pela avaliação do consenso 2 verificamos que a paciente apresenta pelo menos dois
sinais de SIRS associado a um foco de infecção, comprovando a sepse.
b) Pelo qSOFA, é possível avaliar que a paciente tem todos os 3 sinais, associados a um
foco de infecção, o que a enquadra novamente como séptica. Hipotensão, apática e ↑FR.
c) Para determinar a sepse deve-se realizar cultura e antibiograma do sangue, fato que
também auxiliará na escolha do antibiótico. Incorreta, não precisa, pois só com o foco de
infecção associado a critério do SIRS é suficiente.
d) Além de sepse é possível que a paciente esteja em choque séptico, que é comprovado
caso não seja possível reestabelecer pressão e diminuir o lactato apenas com
fluidoterapia.
7.
Sobre o tratamento hemodinâmico dessa paciente assinale o vasopressor que não
teria indicação de uso:

a) Dopamina Pois só funciona em 30% de casos em sepse.


b) Adrenalina
c) Noradrenalina
d) Vasopressina
8.
Sobre a terapia antibiótica, assinale a afirmação correta:

a) Deve-se iniciar a terapia com antibiótico assim que houver retorno do antibiograma,
assim realiza-se uma terapia mais específica evitando o agravamento por resistência
bacteriana. Incorreta, aplique o ATB de amplo espectro.
b) O tratamento é iniciado na primeira hora após a identificação da SEPSE, sendo
preconizado um antibiótico de amplo espectro.
c) O princípio ativo escolhido deve ser bacteriostático, assim evita-se que as bactérias
eliminem LPS´s em grande quantidade na corrente sanguínea. Incorreta, bactericida é
mais eficiente, pois mata bactérias.
d) A melhor via de administração é a subcutânea, assim evita-se que possíveis
contaminantes atinjam a corrente sanguínea. Incorreto, raramente se usa SC em
emergência, principalmente em caso de sepse. Deve usar IV por ser via + rápida ao foco
de infecção, e encurta o período de latência (pois já está absorvido, só precisa distribuir).

9.
Sobre a CID, assinale a informação INCORRETA:

a) A paciente apresenta trombocitopenia, o que pode indicar CID, mas apenas por esse
exame não se pode afirmar que a paciente está em um estado hipercoagulativo ou
hipocoagulativo.
b) A paciente pode se beneficiar de transfusão de plaquetas e de plasma, assim seria
possível repor alguns fatores de coagulação que podem ter sido consumidos. Correta, se
falta plaqueta, dê plaqueta, se falta fator de coagulação, dê plasma.
c) O uso de heparina poderia ser indicado caso se comprova um estado de
hipercoagulação, mas além desse fato não ser totalmente aceito, essa terapia aumentaria o
risco cirúrgico.
d) Provavelmente essa paciente deve receber um bolsa de sangue, para repor eritrócitos,
assim já seria realizada a reposição de plaquetas, revertendo a trombocitopenia. Incorreto,
pois a bolsa de sangue (sangue total) tem plaquetas insuficientes, não melhorando a
trombocitopenia, apenas ↑HT, fator de coagulação.
10.
Sobre o mesmo caso clínico, descreva como deve ser realizada a terapia da paciente,
desde a estabilização inicial até a resolução do quadro, ou seja, o tratamento imediato
e o tratamento a longo prazo.
O tratamento imediato para estabilizar o paciente deve fazer ressuscitação, eliminando a
sua causa com o uso de antibiótico de amplo espectro (Ampicilina) após identificar a
sepse (usando o SIRS e QUICK SOFA como referência), metas das 6h (PAM - 65mmHg;
diurese 1ml/kg/h e reduzir lactato em 20% em duas horas).
Em seguida diminuir o foco de infecção (neste caso, devido a secreção vaginal e o
aumento do volume abdominal associado a leucocitose e desvio a esquerda, a suspeita é
piometra, por isso que deve retirar o útero).
Após cirurgia, iniciar fluido isotônico (Glicofisiológico) rápida (de 20 a 30 minutos, 160
ml total, dando 5,3ml/min) usando em infusão contínua e em seguida, fazer manutenção
do volume total de 1840ml (1280 ml + 560ml) no período de 24 horas.
No caso de tratamento de longo prazo, levar em consideração a nutrição enteral, fazer
manutenção da ferida pós cirúrgica, fisioterapia e manejo de TGU. Fazer oxigenação
tecidual com manutenção PAM (65mmHg), manter o carreamento de O2 e suplemento de
O2. E no caso da dor, usar analgesia (Fentanil). E utilizar a manutenção de hemodinâmica
(fluidoterapia, vasopressores - Noradrenalina).

Módulo 3
Avaliação e manejo da dor
 Dor: sensações dolorosas, ele provêm da sensorial, receptores da dor, nervos
periféricos, SNC, etc.
o Mistura de emocional com sensorial
 Dor sendo processado
o 1ª fase da dor: Transdução -> excitação dos receptores da dor periféricos.
Ocorre vários estímulos -> sinético, temperatura, da pressão, por ácido,
etc. Produz um evento elétrico que vai ser transmitido até a medida
espinhal. Transformação
o 2ª fase da dor: transmissão de receptores da dor periféricos para SNC.
o 3ª fase da dor: modulação
 Positiva: demonstra dor
 Negativa: não demonstra a dor importante
Ex.: Quando o paciente sofre trauma, ele é inundado de energia adrenérgica
(Catecolaminas - Noradrenalina e Adrenalina), liberando muitas endorfinas (opioide
endógeno), ela diminui a sensação dolorosa. Depois de um certo tempo, corta a liberação
da endorfina, ou seja, reduz a ativação dos receptores opioides, retornando o estimulo
doloroso.
o 4ª fase da dor: percepção, chega até córtex cerebral (onde a dor vai
interpretado como estimulo doloroso) -> dor real!
 Cão: tende a vocalizar
 Gato: bem sutil.

Porque tratar a dor?


 5 sinais vitais: FC, FR, temperatura, pressão e a dor.
 Liberação de catecolaminas: constipação e atelectasia pulmonar. Tudo isso foi
liberado gastando energia desnecessária. Só para ativação adrenérgica, que não
precisa no momento. Só é útil quando está exercitando, fuga, luta, etc. Isso acaba
atrapalhando porque a energia está sendo utilizada para estimulo dolorosa e acaba
não sendo usada para processo de cicatrização. É importante evitar o disparo
adrenérgico para facilitar a cicatrização. Se a dor persistir, vai ser liberado o
cortisol, atrapalhando mais ainda a recuperação.

Sinais clínicos – Cão


 Imobilidade
 Alteração comportamental
 Vocalização
 Automutilação (além da dor, pode ser outro fator como distúrbio comportamental,
prurido intenso, alergia).
 Poupar região do corpo afetado
 Alteração de apetite
 Postura anormal
Sinais clínicos – Gato
 Imobilidade
 Não se higieniza
 Esconder
 Afagia (impossível de engolir) / anorexia
 Urinas e fezes em locais inadequados
Como acessar a dor?
 Mensurar
o Cão – escala Melbourne (+usado) – 27 pontos
 Quando passa o 10 pontos, é indicada o TTO da dor com
analgesia.
o Gato – escala multidimensional – 30 pontos
Tratamento da dor
 Para emergência, pensar no fármaco com ação curta, mínimo EC e utilização
rápida. Não utilizar AI (anti-inflamatório), devido à associação das intoxicações,
principalmente AINE (anti-inflamatório não esteroides). Também não utilizar
AINE em caso de choque hemorrágico. Também não usar corticoide em
emergência (só se tiver: choque anafilático, síndrome de Addison –
hipoadrenocorticismo, alergia intensa) -> primeiro com ação curta, se necessário
repetir, usar de ação longa.

Exemplo de erro: trocar morfina por fentanil para “diminuir” a dor, mas os dois atuam
da mesma forma, apesar do fentanil ser mais potente, a palavra “potência” só significa
que vai precisar menos fármaco ou menos dose. Os dois são opioides que atuam nos
mesmos receptores.
Se entrou com a morfina e não está dando resultado, deve associar com nova classe
farmacológica. Ex.: se não é emergência, usar AI, se é emergência, usar em
associação com relaxante muscular, associar com anestésico local.
Não usar a mesma classe com a mesma função farmacológica como o mesmo
mecanismo de ação ao tentar de novo. Pois o receptor já está em uso.
Dica: quanto mais intenso a dor, mais classes farmacológicas vai precisar (usar como
referência a escala de analgesia acima).
TTO da dor – Origem
 Somática
o Opióide – um agonistas ex.: Lidocaína
o AL – Anestésicos locais (bloqueio de nervos periféricos), ex.: trauma
pélvica -> bloqueio de nervo isquiático associada à nervo femoral. Neste
caso, usar Bupivacaína 1-2mg/kg (analgesia de até 18h).
o AI
o Insconciência

 Visceral
o Opióides – kappa agonista Ex.: Butorfanol (excelente para manutenção da
dor).
o Alfa 2 agonistas – Dexmedetomidina, para reverter, só precisa usar
reversor.
o Lidocaína
o AI

Excelente em atuar na dor visceral sem causar EC importante. Se tiver problema, basta
usar os reversores.
 Morfina (um-agonista): libera histamina (não usar em IV), e deve fazer em bolus
bem devagar ou em infusão contínua bem diluída. EC: vasodilatação, ↓PA,
produz êmese.
 Metadona: ação longa, pode usar via IV. Quase não tem EC.
 Fentanil: tem que usar em infusão contínua, ação curta (meia vida curta). No caso
do bolus, leva cerca de 20 minutos para acabar o efeito. Usar via IM.
 Butorfanol: ótimo para dor visceral (ex.: abdômen agudo), pouco EC. Pode usar
IV, e ainda dá um leve sedativo.
 Remifentanil: tempo de meia vida muito curta (2 minutos), apenas em infusão
contínua. Ele é bom em emergência muito importante ou quando vai pra cirurgia
imediata. É bom esse fármaco, pois se descompensar por causa do fármaco, basta
reduzir a dose. Também serve para plano de anestesia.
AI (usar depois se necessário, nunca de imediato na emergência)

Aplicar apenas em paciente hígido (sem lesão renal, hidratado, PA estável, adultos).
Não usar AI em doentes com doença renal crônica, que esteja desidratada, cuidado ao
usar em gestante e em filhotes de até 2 anos de idade.
Alfa 2 agonistas (↑PA e ↓PA transitória)
 Dexmedetomidina: Bolus 1 a 5 mcg/Kg ou Taxa de infusão 0,5 a 2 mcg/Kg/h
o Faz vasoconstrição periférica e ↑fluxo sanguíneo para o cérebro,
melhorando a capacidade de oxigenar o cérebro.
o Bom para manutenção de coma terapêutica e manutenção da PA.
o E faz sedação (↓atividade do SNC).
o Ex.: bom para trauma cranioencefalico, convulsivo.
 Xilazina: está em desuso aos poucos nas rotinas, não serve para emergência.
Miorrelaxantes (sedativo)
 Midazolam: Bolus inicial 0,1 a 0,5 mg/Kg e Manutenção 0,1 a 0,5 mg/Kg/h
o Bom para convulsão, relaxante muscular. Cuidado ao usar em
pacientes que tem ↑enzimas hepáticas.
o Cuidado ao tratar com Fenobarbital em longo período. Pois, esse
fármaco exige muito metabolização hepática.
Anestésicos locais
 Lidocaína: Bolus inicial 1 mg/Kg e Taxa de infusão 1 mg/Kg/h
o Pode usar no máximo 10 horas. Pois, ele acumula (tóxico!) ->
cardiotóxico ou toxicidade do SNC.
o Infusão contínua, mais na dor visceral.
o Bom para doenças inflamatórias (Peritonite, Pancreatite, lesão
TGI, etc...).
 Bupivacaína: 1-2mg/kg não usar via IV e não usar em IC
o Utilizar para bloqueios periféricos, ele instala no período de tempo
bem maior que Lidocaína.
o Ele impede a fase de transmissão (2ª fase). Ótimo em fraturas.

Outros fármacos
 Arnica: ótimo em dor crônica
 Gabapentina: bom para distúrbios comportamental e dor crônica
 Amitriptilina: bom para início de TTO em dor crônica
 Maroptan: ante emético, em associações fica melhor.
Soluções analgésicos
 FLK

Atua em
receptores
NMDA ->
o Fentanil – 1 a 5 mcg/Kg/h
o Lidocaína – 1 mg/Kg/h
o Cetamina – 0,5 a 1 mg/Kg/h
} Estabiliza a membrana do nervo
 DexLK
o Dexmedetomedina – 0,5 a 2 mcg/Kg/h
o Lidocaína – 1 mg/Kg/h
o Cetamina – 0,5 a 1 mg/Kg/h
 DexRemiLK analgesia visceral
o Associar remifentanil – 5 a 30 mcg/Kg/h
 MILK

}
o Morfina
o Lidocaína
o Cetamina Ele é bom quando não precisa repetir ou
aumentar a dose, pois a morfina, se aumentar a
sua dose, causa cardiotóxico.

Dica: o sedativo (Ex.: Midazolam) potencializa o analgésico.


Se o animal está muito estressado demonstrando muito a dor, se usar o sedativo neste
momento, não vai funcionar. Pois os receptores estão muitos ativos de catecolaminas
(adrenalina e noradrenalina). Para poder usar sedativo nesta situação, usar indução
anestésica como propofol, fazendo que o paciente durma, assim pode usar sedativo (os
receptores não estão mais ativos como antes). E quando o paciente despertar, vai estar
sob efeito do sedativo + analgésico. Se não tiver contra indicação pode usar fentanizico?
em doses baixas.
Caso clinico do último vídeo (analgesia – TTO) modulo 3: foi utilizado aziotropina ou
acepromazina, só para potencializar o analgésico.

SEDAÇÃO
 Diferença entre anestesia geral e sedação
o Anestesia geral: inconsciência (SNC)↓, analgesia, imobilidade e atenuação
das respostas autonômicas. Ideal é o paciente estar melhor do que o início.
o Sedação: ↓resposta do ambiente, mas se tiver estimulo pode responder,
mas responde de forma reduzida.
Dica: oferecer relaxamento muscular após analgesia é bom quando ele sente dor
importante.
Para caso de paciente que precisa ser entubado e ventilado, tem que usar anestesia geral.
Se apenas sedar, o paciente vai produzir tosse, dificultando a colocação de
tuboendotraqueal.
Para paciente em emergência, quando não tiver exames prontos, evitar fármacos que
cause irregularidades nos órgãos importantes (EC evidente ou relevante). Ex.: usar
fármaco que não desafie os rins e os fígados.
A sedação é bom quando precisa diminuir o stress, ex.: cão cardiopata (ICC) tendo
dificuldade respiratória, com a sedação facilita a melhora respiratória.
Introdução
 Indicação: ex.: com dificuldade respiratória (dispneia).
 Idade: fator importante para idoso, pois, geralmente tem problema de coração,
problemas endócrinos. Por isso evitar fármaco que cause alteração importante.
 Peso calculável x Peso real: ex.: obeso, deve reduzir o fármaco considerando o
peso do animal (gordura não metaboliza o fármaco); ↑volume transitório (ex.:
cadela com piometra) também deve reduzir a dose.
 Condição orgânica: doses mínimas da sedação para pacientes debilitadas é
suficiente para sedar.
 Tempo de permanência: ajustar a dose proporcional ao tempo de permanência.
Ex.: tempo menor (meia vida curta ou ação curta) com dose menor, tempo maior
com dose maior.
 Características individuais: pode ocorrer de alguns pacientes ficarem excitados em
vez de ficar calmo, neste caso, troque por outro fármaco.
 Dose: doses baixas são suficientes, se precisar mais, apenas aumente um pouco a
Usar
dose. Jamais comece com dose alta, pois, pode piorar a situação.
sedativo para
melhorar o Emergência
estado do
 Sinal respiratório importante

paciente { 


Possibilidade de hemorragia: pontos hemorrágicos evidentes
Dor intensa
Reabrir leitos vasculares: após descartar hemorragias, usar sedativos, tendo
ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona (retêm sódio, vasoconstrição
periférica -> ↓perfusão tecidual, maioria das vezes tem ↑delta T). Ex.: bom para
cardiopata – ICC (ele ativa sistema RAA) sem TTO.
Efeito positivo e negativo
 Idade: quanto +velho +dificuldade de metabolizar fármaco, a mesma coisa nos
jovens (filhotes) -> deve avaliar a glicemia e manter o estado glicêmico durante a
sedação.
 Vias de administração: 1º IV (absorção imediata, efeito farmacológico +rápido),
2º IM. A pior: SC (subcutâneo) -> porque geralmente em pacientes de emergência
tem vasoconstrições.
 Angústia: na dúvida, sempre use doses baixas.
 Espécie: cão se dá bem com os sedativos enquanto que os gatos são mais
resistentes.
 Excitação, agitado.
 Porte: pequeno porte +excitados, grande porte +calmo.
Fármacos sedativos / anestésicos
 Alfa 2 agonistas: Dexmedetomidina
 Fenotizaínicos: Promazina (inibidor de liberação da histamina, usar antes da
liberação de histamina, se já foi liberado a histamina use corticoide) – excelente
contra hipertensão; Clorpromazina (mesma ação da Promazina mas com menos
EC).
 Benzodiazepínicos: sedativo branda a moderada, age mais como relaxante
muscular; atua na depressão na função do SNC; bom para trauma
cranioencefalico, epiléptico
 Dissociativos
 Opióides: usar de ação curta para emergência (ex.: Fentanil)
 Propofol: EC de depressor respiratório (aplique lentamente, minimizando o EC)
 Tiopental: bom para coma terapêutico, e em epiléptico (quando já tentou aplicar
diazepam ou midazolam antes). Mas usar poucas vezes por acumular na gordura.
 Inalatório: bom para filhotes e idosos ou para aqueles que tem dificuldade de
metabolizar fármaco.

PROTOCOLOS
 Neuroleptoanalgesia -> associações de sedativo com analgesia (o sedativo
potencializa o analgésico e vice-versa).
o Sedativo: depressão do SNC, miorrelaxamento, sonolência
o Analgésico: ↑serotonina (neurotransmissor que dá satisfação) e faz
efeito de analgesia.
 Acepromazina 0,02 mg/Kg + Fentanil 3 mcg/Kg (IV)
o Biodisponibilidade imediata (100%)
o Excelente. Depois use propofol para entubar.
o Para cão manso
 Midazolam 0,5 mg/Kg + Fentanil 3 mcg/Kg
o Para cão agitado
o Midazolam: benzadipinicos +leve
o Sedação leve
o Fentanil: ↓FC

Lembre-se que pacientes hígidos (saudáveis) “resistem” aos fármacos enquanto que
pacientes que sofreu algum dano (emergência) que teve alteração fisiológica, ou seja, os
fármacos aplicados talvez respondem de forma intensa, por isso que o uso de dose baixa.
 Midazolam 0,2 mg/Kg + meperidina 3 mcg/Kg
o Sedação + leve
o Cão
 Midazolam 0,2 mg/Kg + Metadona 0,3 mg/Kg
o Tranquilizante (sedação ++ leve)
o Sedativo e analgésico respectivamente
 Acepromazina – EC
o Hipotensor (20% da PA original)
o Esplenomegalia: o baço enche de sangue, tirando eritrócito da circulação.
Em sincronia { o Queda de Ht (10 % do Ht original)
o Convulsivos: porque facilita o aumento da convulsão
o Braquicefálicos
 Outros fenotiazínicos
o Prometazina: controle do fator histamínico, ideal para alérgico
o Clorpromazina: similar à Prometazina, mas com menos EC
o Levomepromazina: sedativo bem leve, melhor no idoso

mu – agonista: analgesia somática e visceral↓


kappa – agonista: ótimo em dor visceral
Contenção química
 acepromazina 0,05 mg/Kg + meperidina 3 mg/Kg + cetamina 7 mg/Kg +
midazolam 0,2 mg/Kg
o Para pacientes bravos
o Acepromazina: alterar PA
o Meperidina: liberar histamina
o Cetamina: liberar efeito simpático
 Cetamina + miorrelaxante (benzodiazepínico)
o Cetamina + midazolam 5 a 10 mg/Kg + 0,1 a 0,5 mg/Kg
o Cetamina + diazepam 5 a 10 mg/Kg + 0,1 a 0,5 mg/Kg
o Cetamina + propofol 1 a 2 mg/Kg + 2 a 3 mg/Kg

Diazepam via IM é muito oleoso, é melhor via IV.


 Tiletamina + zolazepam
Cuidado com o gato após sedação, principalmente quando está entubada, pois pode
produzir grande volume de secreção em cavidade oral. Para evitar “tampão” do
orofaringe, fique monitorando a ventilação, se ele fizer respiração ruidosa, faça a limpeza
da cavidade orofaringe usando pinça com gaze. A saliva é bem espessa.
 Dexmedetomedina 4 mcg/Kg
o Sedativo em cão
o Para reverter, use Atipamezole 4mg/kg
 Dexmedetomedina 5 mcg/Kg + Butorfanol 0,3 mg/Kg
o Para gato
o Grande capacidade de analgesia do tipo visceral

Mioclonia (extensão de MT) / Opistóno (raro)


 Efeito produzido pelo propofol, basta continuar a dose e aumentar um pouco a
dose para sair desse estado.
Indução Anestésica com Propofol
 Fazer em alíquota com 1mg/kg a cada 15 a 30 segundos, ↓ a infusão do propofol.
 EC: apneia, para evitar isso, ↑tempo um pouco maior, dando efeito relaxante.
Caixa de Indução com Agentes Inalatórios
 Bom para gatos bravos
 Uso de isoflurano: vasodilatador (causa hipotensão)
Considerações
 Cardiopatas
o Midazolam 0,2mg/Kg + Butorfanol 0,3 mg/Kg ou Nalbufina 0,3
mg/Kg
o Acepromazina 0,01 a 0,02 mg/Kg + Butorfanol ou Nalbufina IDEAL!
(Não use se o paciente estiver sendo tratado Benazepril ou outro
vasodilatador em casa, pois a Acepromazina potencializa muito o
vasodilatador)
 Diabéticos
o Evitar alfa 2 agonista, pois causa hiperglicemia.
 Coleções torácicas (ex.: pneumotórax)
o Evitar metadona, pois atinge SNC muito rápido, alterando o
termorregulação, causando hiperventilação.
 Convulsivos (Usar Midazolam ou Diazepam, IC – Midazolam ou
Dexmedetomedina ou Fentanil).
o Evitar: fenotiazínicos e dissociativos.
 Alérgicos
o Evitar: morfina e meperidina
o Considere prometazina (0,2 a 0,5 mg/Kg)
 Contenção química
o Midazolam 0,1 a 0,5 mg/Kg + Cetamina 5 a 10 mg/Kg
 Nefropatas anúricos
o Evitar dissociativos, porque ele tem metabolitos ativos fazendo com que o
efeito fique bem prolongado.
 Gestantes
o Não existe protocolo totalmente seguro
o Melhor opção propofol
o Evitar alfa 2 agonista
 Neonatos ou pediátricos até 2 meses
o Melhor opção inalatória
o Evitar dissociativos, alfa 2 agonista, porque demora mais para excretar os
fármacos.
o Monitora FC, Temperatura e Glicemia.
RESOLUÇÃO DE EXERCICIOS
1. Um paciente, cão, srd, pesando 20 kg e 4 anos de idade é apresentado ao serviço
de emergência com histórico de atropelamento. Paciente apresenta múltiplas
fraturas: fratura de pelve bilateral, fratura de fêmur esquerdo e de duas costelas do
lado esquerdo. O paciente se apresenta em decúbito lateral, taquipneia e midríase. O
paciente está apresentando frequência cardíaca de 180 bpm, temperatura retal de
38,5 oC e sialorreia. O paciente apresenta reação importante quando os locais
afetados são manipulados e mantém-se inquieto vocalizando continuamente.

1)    Sobre o atendimento desse paciente, assinale a afirmação correta.


a) Como o paciente apresenta dor evidente, o primeiro passo do procedimento é o uso de
um analgésico opioide potente. Incorreta, sempre primeiro fazer ABCD, depois daria
analgesia.
b) O paciente deve ser atendido segundo o sistema ABCD, priorizando ameaça a vida e a
seguir realizando a analgesia.
c) Esse paciente pode receber um analgésico não tão forte inicialmente, como um anti-
inflamatório não esteroidal, o que não traria efeitos colaterais importantes. Incorreta, pois
o AINE piora a situação.
d) Não se deve realizar analgésico nesse paciente sob risco de alterar o nível de
consciência e piorar o prognóstico. Incorreta.
2)   Assinale a afirmação correta.
a) Pacientes com fraturas tem dor do tipo visceral, sendo indicado o uso de, por exemplo,
alfa 2 agonistas no tratamento. Incorreta, a fratura tem origem somática, e evitar 2
agonistas devido à hipertensão.
b) Pacientes politraumatizados tem dor mista, principalmente pela associação da lesão
óssea à muscular. Incorreta, faria sentido se fosse intestino associado à fratura.
c) Pacientes politraumatizados tem dor de origem somática, sendo indicado fármacos
analgésicos como opioides.
d) Pacientes politraumatizados se beneficiam de anti-inflamatórios, já que o foco de dor é
multicêntrico. Incorreta, AI não deve usar inicialmente, não sabemos se o paciente tem
dor renal, dor gástrica ou dor hepática.
3. Sobre os motivos para o tratamento analgésico, assinale a afirmação incorreta.
a) A liberação de catecolaminas ocorre no evento doloroso, entretanto, esse fato é
benéfico, pois aumenta a estimulação simpática melhorando a perfusão tecidual.
Incorreta, não é benéfico.
b) A liberação de catecolaminas no evento doloroso promove, entre outros efeitos,
aumento do gasto energético e diminuição da produção urinária.
c) A liberação de cortisol está associada a estresse e pode promover, entre outros efeitos,
imunossupressão e retardo cicatricial.
d) Atualmente a dor é entendida como o 5º sinal vital, sendo necessário, portanto, sua
monitoração e tratamento.
4. Sobre o uso de fármacos opioides no tratamento analgésico, assinale a afirmação
correta:
a) O uso de morfina é possível pela via intravascular, independente de dose e velocidade
de administração. Incorreta, pode usar a IV se for fazer devagar (em bolus), se não a PA
cai.
b) A metadona está associada a alta liberação histamínica, sendo contraindicada em
animais alérgicos. Pelo contrário, a Metadona não libera histamina.
c) Um bolus de fentanil é suficiente para produzir analgesia por 2 a 3 horas. O bolus de
fentanil dura 20 minutos.
d) O uso de butorfanol é indicado em casos de dor de origem visceral.
5. Sobre a fisiopatologia da dor, assinale a afirmação incorreta:
a) A modulação ocorre na medula e pode ser positiva ou negativa.
b) A transdução ocorre em nociceptores periféricos e pode ser explicado como uma
transformação de energia.
c) A transmissão ocorre em nervos periféricos, sendo que a condução nervosa é mais
rápida em fibras com mielina.
d) A percepção é a fase final da dor, nesta fase não podemos influenciar. Podemos
influenciar, pois, ajuda a evitar estimulo doloroso.
Revisão: mesmo em coma terapêutica, deve continuar com a terapia multimodal para
evitar sensação dolorosa pós coma.
6.Assinale a afirmação que demonstra o que é necessário para tratar a dor:
a) Reconhecer, quantificar e utilizar terapia multimodal (mais de um fármaco).
b) Reconhecer, quantificar e utilizar terapia unimodal (com opióides potentes). Nem
sempre usar apenas opioides (ele deprime FC e FR) é suficiente para tratar a dor.
c) Reconhecer, quantificar e utilizar terapia com corticosteroides. Cuidado ao usar
corticosteroides. Contrar-indicado para hiperadrecorticismo e hipoadrenocorticismo.
d) Reconhecer, quantificar e utilizar terapia para diminuir a percepção. Nem sempre
precisa colocar em coma terapêutico (↓percepção) associada à AI ou opioide ou relaxante
muscular.
7.Sobre a utilização de fármacos sedativos, assinale a afirmação correta:
a) Os opioides não podem ser associados a sedação já que são fármacos que promovem
exclusivamente analgesia. Incorreta, existem opioides com capacidade sedativa quando
associada à sedativo.
b) O relaxamento muscular não auxilia a sedação, sendo ainda contraindicado pela
dispneia produzida. Incorreta, ajuda na sedação.
c) O uso de alfa 2 agonistas, além de promover sedação, pode auxiliar em tratamentos
analgésicos para dor de origem visceral. Cuidado ao usar alfa 2 agonistas, não usar em
cardiopata (↑FC) e diabético (↑glicemia).
d) A sedação sempre envolve inconsciência, sendo necessário a intubação orotraqueal.
Incorreta, a sedação causa sonolência.
8. Assinale a afirmação que indica uma neuroleptoanalgesia (sedativo+analgésico):
a) Cetamina e xilazina Cetamina causa ↑SNC
b) Acepromazina e fentanil
c) Lidocaína e meperidina o 1º é analgésico e o 2º é opioide + analgésico
d) Butorfanol e metadona Associação de dois analgésicos, um atrapalha o outro.
9.Assinale a afirmação correta:
a) O uso de acepromazina pode promover, além da sedação, queda da pressão arterial.
b) O uso de dexmedetomedina é associado a taquicardia. É ao contrário, ele causa
bradicardia (↓FC).
c) O uso de lidocaína é indicado para períodos longos de tempo. Só pode usar até 10h,
pois, após isso, vai ter acumulo significativo, causando intoxicações.
d) Em convulsivos indica-se acepromazina pela melhora na manutenção do coma
terapêutico. Justamente ao contrário, ele facilita convulsão.
10. (MESMO CASO ANTERIOR)
Um paciente, cão, srd, pesando 20 kg e 4 anos de idade é apresentado ao serviço de
emergência com histórico de atropelamento. Paciente apresenta múltiplas fraturas:
fratura de pelve bilateral, fratura de fêmur esquerdo e de duas costelas do lado
esquerdo. O paciente se apresenta em decúbito lateral, taquipneia e midríase. O
paciente está apresentando frequência cardíaca de 180 bpm, temperatura retal de
38,5 oC e sialorreia. O paciente apresenta reação importante quando os locais
afetados são manipulados e mantém-se inquieto vocalizando continuamente.

Sobre o caso clínico, avalie a dor através da escala de dor de Melbourne que você
pode encontrar nos textos de MATERIAL COMPLEMENTAR do módulo e, além
disso monte um protocolo analgésico e sedativo para o paciente, explicando a
escolha dos fármacos.
Parâmetros fisiológicos alterados: aumento de FC (50%) - 2, taquipneia (considerar como
comparativo da FC já que não possui dado - 50%) - 2, sialorreia - 2, reage quando
manipulado - 2, semi-consciente - 0, desconfiado - 2, decúbito lateral - 0, vocaliza
intermitente - 2. Total: 12 pontos (deve ser tratado a dor por ter passado de 10 pontos).
Usaria o FLK (Fentanil - 0,03μg/kg/min, Lidocaína - 50μg/kg/min e Cetamina -
10μg/kg/min), pois o Fentanil tem ação curta e pode usar em infusão contínua, a
Lidocaína estabiliza a membrana do nervo e a Cetamina atua em receptores NMDA. Usar
sedativo Acepromazina 0,02 mg/kg + analgésico Fentanil 3mcg/kg (IV), pois o paciente
está manso. Se precisar entubar, usar Propofol 1mg/kg a cada 15 a 30 segundos.
Modulo 4
HEMOTERAPIA
 Um transfusão sanguínea é um transplante
o Procedência: importante saber de onde veio, se foi feita triagem, sem
infecto-contagiosa.
o Agilidade
o Segurança: proteção para receptor
o Orientação.

Triagem
 Do doador (cão): 1 a 8 anos, > 25kg, comportamento dócil e tranquilo.
 Gato: mesmo perfil acima, >5kg, necessário sedar por ser mais resistente à
manipulação (+ ou – 10 a 15 minutos na mesa)
 Hemograma completo, bioquímica renal e hepática, e sorologia.
Processamento
 Centrifugação
o 2 fases
 Fase 1: separação (refrigeração, velocidade e tempo) do sangue
total em concentrado de hemácias – CH (bolsa com SAG –
Manitol) e plasma rico em plaquetas – PRP
 Fase 2: separação do plasma rico em plaquetas em concentrado de
plaquetas – CP e plasma fresco congelado – PFC.
Possível separar várias bolsas de sangue, cada um com substratos diferentes para fins
específicos.
Conservação
 Refrigeracao: 4Cº (sangue total/ conc. de hemácias - validade de 35 dias a 42
dias)
 Congelamento: -32Cº (plasma fresco congelado - validade de 1 ano) importante
congelamento rápido.
 Agitador de plaquetas: equipamento necessário para evitar agregação das
plaquetas, agitação constante, validade 5 dias.
Anemia

Gatilho da transfusão
 Trauma 30% hematócrito 10g/dl hemoglobina (efeito agudo)
 Sepse 24% hematócrito 7g/dl hemoglobina (efeito crônico)
Considerar paciente menos grave e/ou jovens podem esperar +tempo para ser
transfundido (7g/dl hemoglobina), enquanto que adulto e idoso esperam menos tempo
(10g/dl hemoglobina). Porque a diferença? Pois os jovens tem mais capacidade de
adaptação.
Hemorragias
 Cães e Gatos
o 30% perdas do volume de sangue são frequentemente fatais
o 30 ml/kg em cães
o 20 ml/kg em gatos
o Perdas menores de 30% podem ser toleradas se reposto volume com
fluidoterapia
o Perdas maiores de 30% necessitam de TRANSFUSÃO (ex.: trauma)
Lactato
 É um bom indicador de perfusão sanguínea, usar a seu favor!
o Referência:
 Óbito: ≈5,1
 Eutanásia: ≈4,7
 Sobreviventes: <2,9
Considerar a individualidade do paciente
 Doença de base
 Doenças crônicas associadas (cardiopata, doença renal, etc).
 Idade
DO2 = CaO2 x DC
 CaO2 = (SaO2 x 1,34 x [Hb]) + (0,0031 x PaO2)
 DC: pré-carga -> pós-carga; FC (contratilidade).
Sangue total fresco / estocado Inteiro
 Preserva todas as propriedades do sangue por até 8 horas
o Fatores de coagulação
o Plaquetas
o Proteínas
o Hemácias
 Desvantagem: maior risco de reações imunológicas, risco de sobrecarga
circulatória, ao ser estocado – perda das funções (plaquetas, fatores de
coagulação).
 Indicações: anemia, trauma, neoplasias, doença renal, hemolíticas.
Concentrado de hemácias
 Preserva hemácias por até 42 dias sob refrigeração.
 Vantagens: menor risco de reações imunológicas, menor volume a ser
transfundido (cardiopata/renal).
 Indicações: anemia, trauma, neoplasias, doença renal, hemolíticas.
Plasma fresco congelado
 Preserva todos os fatores de coagulação por até 1 ano sob congelamento -30Cº
 Reações transfusionais: hipersensibilidade (febre/ urticária/ angioedema)
 Indicações: coagulopatias, CID, profilaxia pré operatório, hipoproeteinemia
(perda transitória – ex.: perda proteica TGI)
Concentrado de plaquetas
 Preserva as plaquetas por até 5 dias em agitação constante em temperatura de
22Cº.
 Indicação terapêutica: trombocitopenia + sangramento (epistaxes, venopunção)
 Indicação profilática
o 50.000-100.000 – perioperatorio
o 20.000-10.000 - sem sinais de sangramento
o >30.000 sem sangramento não deve ser transfundido

Reações transfusionais
 Todo evento desfavorável em decorrência do procedimento de transfusão, durante
ou após a sua administração.
 Frequência de 3 – 8% em cães e gatos
 Classificadas em
o Imunológicas
o Não imunológicas
o Agudas: primeiras horas ou até 24 horas
o Tardias: de semanas ou até anos depois
 Tipo de reação está relacionado ao produto utilizado e o receptor

 Hemolítica Aguda
o A mais temida, pode evoluir para óbito.
o Associada a presença de anticorpos contra os antígenos das hemácias.
o Reação de hipersensibilidade tipo II
o Raro a presença de anticorpos naturais aos antígenos eritrocitários em cães
o Gatos possuem anticorpo natural
o Sinais clínicos: hipertermia, hipotensão, taquicardia, taquipneia, êmese,
hemoglobinúria.
 Hipersensibilidade Aguda
o Reações imunológicas às proteínas plasmáticas (gamaglobulinas)
o Ocorrem em produtos onde o plasma está presente
o Caracterizadas por reações alérgicas
o Sinais clínicos: urticária, angioedema, e mais raramente em anafilaxia.
Pode ocorrer êmese e hipertermia
o Geralmente ocorrem dentro dos primeiros 45 minuto

Dica: Rapid vet-H -> auto-agglutination Saline Screen leva em 10 minutos. Se aglutinar,
é positivo, se não aglutinar, é negativo.
Maior capacidade antigênica
Recebe – DEA 1.1 – Doa
Doador ideal -+
Recebe - + + Doa +
Monitoração e infusão
 Parâmetros
o Prévio a transfusão: taxa 0,2ml/kg 10min iniciais
o 10 minutos após o início. Se deu certo, transfundir em 2-3 horas
o Monitorar parâmetros de 30-30 minutos (FC, FR, TCº, nível de
consciência, TPC).
o Monitorar hematócrito 15 min após término 12 e 24 horas depois
o Não usar bombas de infusão peristálticas

Tratamento de ferida
 Tratar a ferida apenas após estabilizar o paciente
 Pontos chaves
o Estabilização
o Manter: úmida (pomada cicatrizante, pomada com principio ATB), limpa
e coberta (bandagem).
o Corpos estranhos (CE): cuidado ao retirar, pode piorar a situação. Fazer
retirada adequadamente.
o Após estabilização inicial
 Desbridamento: remoção mecânica da sujidade ou TTO enzimático
para produzir o efeito de desbridamento.
 Tratamento
 Manejo: ferida de 2ª intenção, se bom – tecido de
granulação, suturar.
 Cirurgia
Deve sempre descontaminar antes de fechar a ferida. Fazer tricotomia ao redor da ferida.
Quanto maior ferida, maior área a ser depilada ao redor. Dica: para que os pêlos não entre
na ferida enquanto depila, coloque gel de UA (ultrassom) na ferida ou usar compressa
(estéril ou não).
 Causa:
o Mordedura (brigas): tipo não limpa, infeccionada, verificar sinais de CID e
sepse.
o Feridas abrasivas
o Trauma automobilístico
o Avulsão: retira segmento da pele e/ou tecido.
o Lacerações
o Feridas penetrantes
o Lesão por decúbito (má enfermagem): troque a posição a cada 2 a 4h.
o Pós operatória
Classificação
 Limpa: ferida cirúrgica
 Limpa contaminada: início limpo e pós devido ao contato com agente infectante
 Contaminada
 Suja ou infectada: início contaminada, indícios de infecção, sinais de inflamação.
Associada à fratura
 Grau I: pequena abertura na pele causada pela saída do osso (Fratura interna)
 Grau II: trauma de tecido mole adicional à fratura, normalmente causado por
trauma externo. Causa: queda, atropelamento, etc.
 Grau III: lesão de tecido mole extensa, geralmente associada à uma grande
comunicação com o osso (Fratura bem exposta).
Cicatrização
 Inflamação: ↑volume sanguíneo (leucocitose), chegada de nutrientes para
reparação
 Debridamento: baseado do SN, piora o processo cicatricial e tenta expulsar CE.
 Reparação: desativação dos fatores de coagulação, deposição de colágeno, tecido
conjuntivo fibroso.
 Maturação: retrair, diminuir de tamanho, fase final de maturação.
Ferida grande vai ter cicatriz evidente, tendo alopecia na região, coloração diferente.
Maioria dos casos de emergências são feridas bem contaminadas e grandes, pode
produzir pus (supuração), necessita controlar infecção ou contaminação para que ocorra
cicatrização.
Manejo inicial
 ABCD
 Controle de hemorragias: pode estancar fazendo pressão usando compressas
estéril (5 a 8minutos). Se não der certo, procure o foco da hemorragia e prensa o
vaso.
 Pontos de entrada: pegar sonda pequena para explorar a profundidade do orifício,
maioria das vezes é profunda e lateriza (efeito de rasgar ao morder e travar).
Dica: independente da profundidade da lesão, usar ATB que atua contra bactéria
anaeróbia. Usar solução clorexidina (1:9 soro fisiológico) seringa 10ml.
 Sedação: as vezes, só analgesia é suficiente (Fentanil 5mcg/kg - +leve OU
Acepromazina 0,02mg/kg - -leve) IM.
Limpeza inicial da ferida
 Depilação: Fazer tricotomia ao redor da ferida. Quanto maior ferida, maior área a
ser depilada ao redor. Dica: para que os pêlos não entre na ferida enquanto depila,
coloque gel de UA (ultrassom) na ferida ou usar compressa (estéril ou não).
 Limpeza com NaCl 0,9%: gelada facilita o controle do foco hemorrágico, mas de
resto, pode usar em temperatura ambiente.
 Retirar pelos e sujidades.
Vídeo: fratura grau III, se necessário usar propofol por conta da dor.
Caso do paciente com queimadura: para manejo usar anistia geral. Fazer Debridamento
com escova cirúrgica (parte áspera). Após colocar bandagem na ferida, coloque papel-
filme para evitar se molhar.
Fechar ou não a ferida?
Usar pomada cicatrizante, importante que seja estéril e úmido na região.
 Tempo da ferida: feridas com mais de horas (não fechar inicialmente, só fechar
após TTO da ferida).
 Feridas que estejam contaminadas ou sujas (não fechar totalmente, para poder
drenar liquido e pus).
 Feridas com exposição óssea (Não tem como fechar, apenas bandagem
temporária). Para a cirurgia, a infecção tem que estar controlada e boa limpeza.
 Feridas de grande extensão ↑área de ferida, ↑liquido vai perder
 Feridas com viabilidade tecidual duvidosa (tecido que tem sangue tem chance de
recuperar).
Dica: apenas fechar após limpeza adequada e sem infecção, enquanto não der para fechar,
colocar bandagem temporária para manter umidade e evitar nova infecção. Ferida com
pus, não fechar!
TTO por 2ª intenção
 Manejo de ferida
 Manter limpeza
 Manter coberto
o Primeira camada
o Segunda camada
o Terceira camada
 Antibiótico: Ampicilina e Metronidazol associado a ATB de amplo espectro ? e
quinolona.
 Pomadas cicatrizantes: ou ATB. Evitar com corticoide (dificulta a cicatrização)
 Feridas associadas a fraturas TTO intensivo e longo tempo.
Terapia tópica
 Furanil (clorexidine) Antisséptico
 Iruxol (colagenase debridamento químico + cloranfenicol atb) usar no máximo 7 a
10 dias.
 Furanil + Açúcar Cristal (trocar a cada 8h – ideal 3 a 5x por dia) ou Mel
(debridamento osmótico)
 Sulfadiazina de prata antisséptico, bom para em caso de queimadura
 Crema 6A (bacitracina, neomicina, griseofulvina, benzocaína e dexametasona –
ele dificulta cicatrização) no máximo 3 a 4 dias.
 Unguento
Sempre usar colar elizabetano nos pacientes.
TTO em queimadura
 É mais sistêmico
o Incomum, mas acontece (1 ou 2 para cada 10 casos).
o +comuns: exposição ao fogo, água fervendo, fogão, radiadores, lâmpadas,
tapetes térmicos.
 Tapetes térmicos não serve para aquecer e sim para manter a
temperatura do paciente. Usar no máximo 42Cº. Molhado queima
mais fácil.
 Outra alternativa: enema aquecido – sonda retal com solução
fisiológica (≈37Cº) 5ml/kg devagar, com o tempo, esse liquido vai
ser expulso naturalmente. Fazer esse processo até que o paciente
tenha a temperatura ideal. Funciona melhor que tapete térmico pois
aquece centralmente, não periférico, e o reto tem muitos vasos
sanguíneos, o que facilita distribuir a temperatura rapidamente.
 Lesão
 1ºgrau: “bronzeado”, lesão de epiderme, pode ficar
vermelho, fica sensível ao contato, mas não envolve lesão
TTO +intenso, fluidoterapia, sistêmica associada.
manutenção (volêmica, urinária,
 2º grau: lesão de epiderme e derme, começa a acumular a
temperatura. Sinal de dor. Lesão profunda.
 3º grau: lesão bem profunda. Ao toque não sente dor, pois o
receptor da dor dessa região foram perdidos.
Lembra que a pele guarda temperatura, ou seja, as lesões podem não aparecer
imediatamente (pode levar ≈ 10 dias para mostrar lesão). Mesmo que comece o TTO,
durante alguns dias pode aparecer a lesão.
 Extensão
o 20% da área corporal total acometida (ACTA) – paciente apresenta
distúrbios sistêmicos importantes
o 50% da ACTA – paciente apresenta prognóstico ruim.
 TTO sistêmico
o 20% de ACT acometida
o Segundo ou terceiro grau
 Hipovolemia – reintroduzir fluido com cargas 10ml/kg 20 a 30
MONITORAR! Fazer
minutos
 Nas primeiras 12 horas há grande perda de líquidos e eletrólitos

{
 Anemia devido à ↑temperatura, lesiona a proteína (degeneração
proteica)
 Acidose (respiratória e metabólica)
 Oligúria
hemograma  Azotemia acumulo de compostos nitrogenados no sangue

 Alterações mais comuns nos primeiros 6 dias


 Hemoconcentração sobre hematócrito aos poucos
 Destruição de eritrócitos – monitorar HT perde liquido devido à perda de
eritrócitos
 CID pode produzir trombos, processo de coagulação -> CID
 Choque anafilático comum, ocorre devido à resposta ao degeneração
proteica, tendo resposta exagerada Aplicar corticoide de ação rápida para
este caso
 Oligúria
 Intermação ou golpe de calor: ex.: cão dentro do carro exposto ao sol
constante.
 Alterações à partir do 7º dia
o Hipertermia
o Hiperventilação mudança constante de ácido-base (avaliar gasometria)
o Pneumonia
o Sepse
o Demarcação da ferida
 Tratamento Volêmico
o Imediato: quanto maior perda volêmica, maior chance de ter lesão renal.
Coloide “substitui” a albumina, mantendo a pressão oncótica. Pode fazer
transfusão sanguínea (ST – repor hematócrito ou plasma – repor
albumina).
 Ressuscitação da volemia de queimados ou intermados
 90 mL/Kg (cão) ou 50 mL/Kg (gato) em bolus; seguido de
colóide (4 mL/Kg em 15 min) ou sangue (caso seja
necessário).
o Primeiras 24 horas
o Após 48 horas
 Conforto
o Tratar a dor do paciente conforme a necessidade
o Pacientes com graus mais leves de queimaduras podem necessitar de
maior aporte analgésico Ex.: Fentanil
o Opióides em IC
 Terapia antimicrobiana
o Organismos oportunistas
o Limpar a ferida –Utilizar antissépticos ou ATBs tópicos.
o Tratamento com ATB sistêmico
 Tratamento ferida
o Sedação e desbridamento
o Caso a queimadura tenha ocorrido até duas horas: lavar a região por 30
min com água gelada (acima de 4 graus) corrente. Ajuda a perder
temperatura +rápido. Não use o gelo porque piora a queimadura. No caso
de incêndio, deve monitorar o sistema respiratório, porque pode ter
inalado os resíduos da fumaça.
 Depois do Tto inicial
o Queimaduras primeiro grau
 Lavar diariamente, 3 vezes ao dia + Tratamento tópico
 pomadas com Aloe Vera podem ser benéficas em
tratamentos iniciais
 sulfadiazina de prata – mais utilizada em queimados
humanos ou animais »
 Manter a ferida coberta com bandagem não adesiva.
o Queimaduras de segundo e terceiro grau
 Necessitam de debridamento para a retirada de material necrótico
 Conservativo, enzimático ou cirúrgico
 Conservativo nos primeiros 3 a 7 dias e depois utilizar
cirúrgico
 Lavar, retirar material necrótico, utilizar pomadas e
bandagens durante o tratamento, com trocas mínimas 2
vezes ao dia.
 OBS.: bandagens úmidas podem ajudar a liberar a temperatura da
lesão.
 Agentes tópicos
o Aloe Vera é ótimo para conforto e ainda trata a queimadura
o Sulfadiazina de prata ótimo produto
o Mel máximo 8h na ferida
o Furanil + Açúcar cristal máximo 8h na ferida
o Pomadas a base de papaína – debridamento enzimático (trocar 3 vezes ao
dia e utilizar apenas nos primeiros 7 dias de tratamento)
 Fechamento e desfecho do tratamento
o Queimaduras de primeiro e segundo grau tem bom prognóstico com TTO
clínico
o Queimaduras de terceiro grau necessitam de intervenção cirúrgica
o Normalmente o tratamento pode levar de 3 a 8 semanas
o Se o tecido demonstrar tecido de granulação podemos fechar
cirurgicamente
Manejo nutricional
 Fluido não alimenta Mantêm hidratação
 Fluido + glicose também não alimenta
 Fluido + glicose + complexos vitamínicos alimentam menos ainda Não
recomendado, pois, os complexos vitamínicos deve aplicar apenas via oral, e não
em via IV. Não tem nutrientes suficientes.
 Toda função fisiológica necessita de energia
 Um paciente em estado fisiológico normal tem um requerimento de energia
inferior ao de um paciente doente. Pois, também gasta energia para tentar
aumentar a imunidade (processo de reconstituição). Dica: seria interessante
fornecer +energia do que o necessário aos pacientes internados.
 Falta de alimentação leva ao estado de má nutrição. Nunca passar 24h de jejum.
 Desnutrição
o Animal normal:
 Baixa do metabolismo, aumento da oxidação de gorduras e
redução do catabolismo proteico.
o Animal doente:
 Estado hipermetabólico (estado de excesso de gasto enegético):
secreção de glucagon (↑glicemia circulante), catecolaminas, GH
(hormônio de crescimento), e cortisol – aumento do consumo de
oxigênio e gasto energético, hiperglicemia, degradação de proteína
tecidual e aumento da oxidação de gorduras. Precisa produzir
+ATP em comparação ao animal sadio. E pior, doente sente
inapetência.
 Importância da alimentação enteral
o Prevenção da atrofia das microvilosidades
o Manutenção da integridade da mucosa intestinal
o Diminuição da translocação bacteriana
o Preservar a função imunológica do intestino
 Acessos
o Sonda naso-esofágica ou naso-gástrica: puramente ambulatorial. Além de
alimentar, também é possível fazer sucção gástrica se precisar (fazer
quando tiver o paciente está em coma que pode fazer parada alimentar no
TGI).
o Sonda esofágica: ideal, tipo Foley (flexível) ou sonda uretral, necessário
anestesiar. É melhor por permitir entrada de partículas maiores, pois trata
melhor o intestino. Possível fazer em ambiente ambulatorial.
o Sonda gástrica: usar quando não tiver condição de usar sonda esofágica ou
quando necessita manter a nutrição enteral por um período de tempo
maior. Necessita colocar essa sonda em ambiente cirúrgico.
Caso 1: paciente em estado de desnutrição severa, tinha muita diarreia, doença de TGI
importante, perdia muito liquido. Após controle de êmese e fazer fluidoterapia, usou
solução enteral via sonda naso-gástrica. Ficou apenas 7 dias no internamento.
Caso 2: gato com problema mandibular recebe nutrição enteral via sonda esofágica tipo
Foley, apesar de ser flexível, ele ajuda na manutenção de longo período.
Alimentação enteral
 Avaliar cal/mL: existem frasco parecido com o fluido (normalmente usados para
alimentação humana).
 Calcular volume
 Esvaziamento gástrico
Cuidado ao exagerar o volume, pode causar náusea e êmese. O esvaziamento gástrico é
lento por causa de algumas doenças, então é fácil acumular os alimentos. Então deve
fazer o mínimo volume. Ideal: dividir em várias refeições (4 a 6 por dia), é melhor dar
pouco do que 2 por dia dando volume alto.
Dica: o frasco de alimentação pode colocar em bomba de infusão peristáltica, melhor
para paciente em coma.
Alimentação paraenteral (usar apenas se não deu certo as opções anteriormente, usar no
máximo 48h!)
 Nutrição fornecida IV Deve ser monitorada +vezes
 Deve ser formulada baseada na necessidade energética e proteica
 Muitos problemas com acesso ex.: paciente se movimenta e o acesso acaba indo
via SC, causando necrose.
Cálculo da nutrição enteral
 Necessidade Energética de Manutenção
o NEM= 95 X (peso corporal)0,75
o NEM= 100 X (peso corporal) 0,75 gato
o Cálculo alométrico = 70 x peso 0,75
 Iniciar: 30% do NEM, depois 50% do NEM e depois 100%
 Pacientes em estado hipermetabólico = 1,2 a 2 NEM
Dica: não utilizar a NEM total de uma vez. Deve fazer aos poucos aumentando
gradualmente. Porque? O paciente que está em estado catabólico há dias sem se
alimentar, vai degradar qualquer proteína, aumentando muito os compostos nitrogenados
no sangue, causando consequência.
Ex.: dar 30% no 1ºdia, próximo dia 50% e depois receber 100%. Após o paciente
estabilizar, pode aumentar a quantidade energética pensando no estado hipercatabolico.
Se puder, evite alimentação forçada. Pois, é fácil ter acidente como aspirar alimento.

Você também pode gostar