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AFECÇÕES GÁSTRICAS – TRATAMENTO

CONSERVATIVO

20/09

 Estomago – produtor de HCL através da bomba de


prótons – que também é produtora de gastrina, histamina
e acetilcolina
 O HCL não tem capacidade de corroer a mucosa
gástrica pois o epitélio se renova e temos uma camada
de muco na região
 Pense que o cavalo fisiologicamente é feito para
consumir alimentação constantemente – o HCL é
produzido para consumir a alimentação – se esse animal
passa mais tempo em jejum o HCL continua sendo
produzido na região glandular, mas se não temos
alimento para que ele haja, ele aumenta em
quantidade, sobe para região aglandular podendo gerar
inflamação e consequentemente uma gastrite
(inflamação da mucosa gástrica)
 Não temos renovação do epitélio por conta disso

GASTRITE E ULCERA GÁSTRICA

 Distúrbios entre os fatores protetores e agressores


 Porção aglandular - resultado do aumento da
acidez
 Porção glandular – resultado da queda de proteção

** Não conseguimos diferenciar gastrite e ulcera gástrica –


mesmo sendo coisas diferentes

Gastrite = inflamação da mucosa gástrica

Ulcera gástrica = lesão intermitente da mucosa gástrica

** Ambos não são facilmente diferenciáveis clinicamente

SINTOMAS

 Bruxismo/sialorreia
 Dor abdominal leve – responsiva a analgesia
 Recorrente
 Brincar com água
 Posição antálgica (aliciando estomago)
 Cólicas recorrentes ou agudas pós alimentação
 Ulceras orais
 Potros em decúbito dorsal e diarreia
 Apetite e inapetência
 Performance/emagrecimento
 Sem alterações cardiovasculares, sem liquido
peritoneal, sem alterações motoras, sem alterações a
palpação
 Rarissimas vezes podemos ter sangue na sondagem
nasogástrica
DIAGNOSTICO

 Sinais clínicos – dado que a endoscopia é caríssima –


esse é o método mais usado para fechar o diagnostico
+ resposta terapêutica
 Endoscopia – uso endoscópios de 3m – mas eles são
muito caros – é o padrão ouro mas não é tão utilizado

TRATAMENTO

 Omeprazol/Pantoprazol – inibidor bomba de prótons –


automaticamente ele impede a produção de HCL –
leva de 24h a 48h para ser eficaz – VO – SID – animal
de preferencia em jejum – durante 28 dias
 Antiácido – hidróxido de alumínio e leite de magnésio
– o problema é que ele aumenta o pH entretanto com
aumento de pH o estomago entende que precisa
aumentar a produção de HCL e vira uma repetição o
tratamento – gerando efeito rebote. – Entretanto gera
ALIVIO IMEDIATO – porém curta duração de 30/45m –
precisa-se de grande volumes repetidas vezes
 Antagonista H2 – simetidina – ranitidina – ação rápida
auxiliando a diminuir a produção de HCL –
normalmente IV/IM – TID – tratamento mínimo de 21
dias
 Óleo de milho – estimula a produção de
prostaglandina que irá ser responsável pela renovação
do epitélio
 Mudança de manejo do animal

SOBRECARGA GÁSTRICA

SOBRECARGA PRIMARIA – excesso de alimento que pode ter


sido fornecido de forma voluntaria – excesso nesses casos
seria um volume >5 litros - pode ser por gás ou fermentação
do alimento – automaticamente o pH fica acido

SOBRECARGA SECUNDARIA – animal teve refluxo


enterogastrico gerado por uma obstrução de intestino
delgado o que faz com que o alimento volte e
sobrecarregue o estomago – deixando o pH da região
básico

SINTOMAS PROGRESSIVOS

 Início após alimentação


 Dor progressiva
 Pouca resposta a analgésicos
 Sinais iniciais normais – evolui para uma deterioração
proporcional a severidade e duração
 Distensão abdominal
 Liquido peritoneal
 Palpação retal
 SNG – sonda nasogástrica é o melhor método para alivio
– apenas passar a sonda e esvaziar a região
 Rápida deterioração C.V após a RUPTURA – óbito
RUPTURA GÁSTRICA

 Consequência – distensão gástrica não tratada –


perfuração com sonda

SINTOMAS

 Alivio repentino da dor


 Ansiedade/sudorese
 Deterioração dos parâmetros
 CHOQUE – hipovolêmico ou endotoxemico
 MORTE – sozinho ou eutanásia
 Nem chegamos a colocar na mesa

DIAGNOSTICO

 ACV – deterioração progressiva


 Distensão – pelo rompimento temos ainda o alimento
no peritônio fermentando ou gás livre na cavidade
 Dor – animal tem alivio repentino
 Parascentese – com conteúdo
 Sondagem nasogástrica – não tem como recuperar o
liquido que está livre no peritônio
 Palpação – o cardia fica molenga
PROCESSOS OBSTRUTIVOS ESNTRANGULATIVOS E NÃO
ESTRANGULATIVOS

INTESTINO GROSSO – INTESTINO DELGADO

PROCESSO OBSTRUTIVO NÃO ESTRANGULATIVO (PONE)


INTESTINO
PARÂMETROS INTESTINO GROSSO
DELGADO
++/+++
Alteração
+/++ (tende a sequestrar mais
cardiovascular
liquido pra luz intestinal)
+/++
(a dor é responsiva devido o
Dor +/++
processo secundário de
sobrecarga estomacal)
++
Resposta +++
(principalmente pós
analgesia (AINES)
esvaziamento gástrico)
Distensão
++/+++ -/+
abdominal
Sondagem
Refluxo tardio +++
nasogástrica
Normal ou pH básico –
Paracentese levemente alaranjado a
alaranjado avermelhado
Distensão do
intestino grosso (por Distensão do
Palpação retal
gás, liquido ou intestino delgado
conteúdo)
PROCESSO OBSTRUTIVO ESTRANGULATIVO
INTESTINO
PARÂMETROS INTESTINO GROSSO
DELGADO
Alteração
+++/++++++ +++/++++
cardiovascular
Dor +++++++++++++++ ++/+++
Resposta - +
analgesia (Ausente) (Opioides)
Distensão
+++++ -/+
abdominal
Sondagem -
+++
nasogástrica (Ausente)
Paracentese Vermelho Avermelhado até
enegrecido vermelho
Distensão do Distensão do
Palpação retal
intestino grosso intestino delgado
Torções
Intussuscepção
Encarceramento
Casos onde isso
Torções de cólon (inguino escrotal,
ocorre
falha do
mesentério, forame
epiploico)

OBSTRUÇÃO

Impedimento da passagem volumoso/gás

Diminuição da defecação

Diminuindo a motilidade intestinal

Ocorre o ressecamento da ingesta devido a absorção de


água – ocorrendo a obstrução

O ressecamento da ingesta devido absorção de água faz


com que ocorra uma distensão da mucosa intestinal –
levando a dor
Entretanto por ser no intestino grosso – devido ele ser grande
então ele aguenta mais tempo alterado e tem
sintomatologia e alterações mais brandas

PROCESSO OBSTRUTIVO NÃO ESTRANGULATIVO (PONE)


PARÂMETROS INTESTINO GROSSO
Alteração +/++
cardiovascular (progressivo - dias para ter alterações)
Dor +/++
Resposta
+++
analgesia
Distensão
Presente – uni/bilateral
abdominal
Refluxo ausente ou tardio
Sondagem
(se eu tenho a distensão na flexura pélvica para que chegue de fato no
nasogástrica
estomago – e se estamos tratando de uma obstrução...)
Paracentese Pouca alteração (normal ou alaranjado)
Ausência de fezes – (temos o diagnóstico definitivo em
palpação de ceco e cólon)
Podemos observar presença de:
Gás: nesse caso temos diagnostico de
timpanismo
Palpação retal
Conteúdo firme ou duro: nesse caso temos
diagnostico de compactação Conteúdo liquido
ou arenoso: nesse caso temos um diagnóstico
de sablose
Tratamento: conservativo

TIMPANISMO

Substancias adstringentes

 Sorbitol – sedacolo sorbicol – é IV e seu uso é


questionável
 Silicone – timpanol ruminol – VO – se agrega ao gás e
diminui a quantidade
 Manter esses animais em jejum
 A forma mais eficaz de desfazer um timpanismo severo
é realizar a descompressão
 Esses animais devido a distensão abdominal esses
animais podem apresentar falta de ar – necessária a
descompressão
 Observar se o ceco está grudado na parede
abdominal - possivelmente distendido por ar – realizo
antissepsia da região, introduzo um cateter para que
esse gás seja drenado
 Se a descompressão não for eficaz e eles continuarem
com dor mesmo pós analgesia e distensão progressiva
– CIRURGICO – laparotomia exploratória – não se
perde mais tempo no clinico/conservativo quando
entramos nesse quadro

COMPACTAÇÃO DO CECO E CÓLON

 Por fezes ressecadas – o que eu preciso é hidratar esse


organismo por água/liquido – reestabelecendo equilíbrio
hidroeletrolítico – esses eletrólitos auxiliam no estimulo a
volta da motilidade
 Posso gerar uma hiper-hidratação IV ou VO (em caso do
animal não ter refluxo enterogastrico)
 Laxantes
 Dioctil sulfo succinato de sódio – humectol
 Sulfato de magnésio (sal amargo) – laxante catártico –
irritante de mucosa intestinal – fazendo com que ela
secrete mais liquido e gere diarreia – TOMAR CUIDADO
 Óleo mineral – ajuda na lubrificação do trato digestório -
ajuda a amolecer – MAS: pense que o óleo pode ficar
parado no conteúdo intestinal que está gerando
obstrução – quando eu administro água também – água
e óleo não se misturam – gerando mais compactação e
criando uma película no conteúdo obstruído

SABLOSE

 Obstrução devido animal consumir areia


 A ingesta por areia não é intencional ou por deficiência
nutricional – o animal devido local onde come pode ao
consumir sua alimentação – consome areia não
intencionalmente
 Não ocorre desidratação – apenas é necessário
reestabelecer equilíbrio hidroeletrolítico
 As vezes nas fezes ocorre eliminação da areia
 Percebemos presença de areia na palpação retal
 Realizar muciloides – muciloide hidrofílico de psylium –
metamucil, equisil (posso colocar como prevenção para
animais que tem predisposição devido local onde
comem), sandX (posso colocar como prevenção para
animais que tem predisposição devido local onde
comem)
 Realizar controle de dor

INTESTINO DELGADO – PROCESSOS OBSTRUTIVOS

 Ocorre obstrução – pode ser fica,


mecânica/inflamatória, por diminuição da motilidade
ou por impedimento da progressão da ingesta –
devido o impedimento da progressão da ingesta
ocorre secreção de liquido e eletrólito p/ luz – isso pode
gerar um acumulo de liquido e gás no ID – levando a
refluxo enterogastrico e distensão gástrica secundaria

PROCESSO OBSTRUTIVO NÃO ESTRANGULATIVO (PONE)


PARÂMETROS INTESTINO DELGADO
Alteração
++/+++
cardiovascular
+/++
Dor
(resposta a AINES)
Resposta ++
analgesia (principalmente pós esvaziamento gástrico)
Distensão -
abdominal (pois o delgado não é capaz de promover distensão abdominal)
Sondagem Responsivo – grande quantidade de pH básico
nasogástrica alcalino
Paracentese Alaranjado
Se ele estiver obstruído ele se torna palpável –
Palpação retal
ele não costuma ser palpável
DUODENO JEJUNITE PROXIMAL

 Em região de jejuno proximal


 Pode ocorrer devido alteração gástrica – alimento
estragado – animal ingere salmonella ou clostridium

Ocorre sobrecarga gástrica – gerando alteração na flora –


agente infeccioso – alteração vascular

PROCESSO OBSTRUTIVO NÃO ESTRANGULATIVO (PONE)


PARÂMETROS INTESTINO DELGADO
Alteração
++
cardiovascular
+
Dor
(leve) – mas podemos observar um enterotodemka
Resposta ++
analgesia (principalmente pós esvaziamento gástrico)
Distensão -
abdominal (pois o delgado não é capaz de promover distensão abdominal)
Sondagem
Responsivo – grande quantidade de pH básico
nasogástrica
Paracentese Alaranjado/avermelhado
Palpação retal Palpação de alça com liquido e gás

TRATAMENTO – diferença de outros processos

 Esvaziamento gástrico frequente (1 – 3h)


 Fluidoterapia até 100L – reposição de ions e glicose
 Controle de HT e PPT
 Jejum hídrico e alimentar (medicações orais
PROIBIDAS)
 Antibioticoterapia B lactâmicos
 AINES – flunixin Meglumine – anti endotoxemico – quero
uma reação antiinflamatoria mas não quero analgesia
– a dor é um parâmetro pra saber se ele realmente tem
isso

Drogas

 Drogas pró cinéticas


 Metoclopramida – nunca fazer IV – pode gerar
efeito extrapiramidal – sempre SC ou IM
 Betanecol
 Lidocaína – analgesia visceral – estimula
motilidade – são 60ml/h/48h
 Cisapride
 Prostigmine
 Prevenção de laminite
 Proteção estomacal
 Animal em jejum sempre

EVOLUÇÃO

 É um quadro clinico 3-7 dias


 Acompanhamento de volume de refluxo/desidratação
 Acompanhamento de distensão de ID e motilidade
 Palpação retal – US – laparoscopia
 Realizamos laparotomia – desvios intestinais –
tiflocateterização
 Risco de animal hemodinamicamente instável –
complicações cirúrgicas
 Quando o tutor não tem mais condições de manter esse
animal internado eu posso sugerir a cirurgia mesmo
esse animal não tendo condições de ir pra mesa – na
cirurgia faço um bypess – ligo o duodeno no ceco
(duodenocecostomia) – eu resolvo a desidratação,
refluxo e desidratação – estou deixando o restante do
delgado que está inflamado descansar. Entretanto eu
não tenho absorção de nutrientes e digestão química
naquela região – ao decorrer do dia o animal começa
a emagrecer – tenho atrofia das vilosidades dessa
região do ID que estão em desuso – gerando um
problema de absorção – depois de 45 – 90 dias preciso
novamente abrir esse animal para tirar essa fistula
 Opção 2 para procedimento cirúrgico eu coloco uma
sonda/cateter dentro do animal logo no ceco – ali eu
realizo a hidratação desse animal – Faço água por ali
 Mas o melhor é sempre resolver no clinico e não
cirúrgico

OBSTRUÇÕES DE ILÉO

 Pode ocorrer por obstrução primaria – acumulo de


ingesta, P.O, alimentos ressecados, mal triturados,
problemas dentários gerando uma trituração
deficiente
 Pode ocorrer por hipertrofia – pois é uma região de
acumulo na musculatura – ela naturalmente contrai
muito

PROCESSO OBSTRUTIVO NÃO ESTRANGULATIVO (PONE)


PARÂMETROS INTESTINO DELGADO – ILEO
Alteração
Discreto – progressivo
cardiovascular
Dor +/++
Resposta ++
analgesia (principalmente pós esvaziamento gástrico)
Distensão -
abdominal (pois o delgado não é capaz de promover distensão abdominal)
Sondagem Responsivo – grande quantidade de pH básico
nasogástrica alcalino
Paracentese Alaranjado
Se ele estiver obstruído ele se torna palpável –
Palpação retal
ele não costuma ser palpável

TRATAMENTO

 Conservativo
 Esvaziamento gástrico
 Equilíbrio hidroeletrolítico
 Pró cinéticos
 Analgesia
 Posso indicar cirurgia se o animal tiver dor
INDEPENDENTE DA CAUSA

 Lavagem gástrica e deixar ele em jejum – independente


de qualquer coisa
 Fluidoterapia
 Controle de dor – dor tem indicação cirúrgica
 Descompressão, desobstrução, e retorno do transito
intestinal

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