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AFECÇÕES DO INTESTINO GROSSO

Saber bem anatomia topográfica


- Lado esquerdo: é preenchido pelo colon ventral esquerdo, flexura pélvica e colon dorsal
esquerdo. + Colon menor (localizado mais dorsalmente)
- Lado direito: ceco

Compactações: mais comuns


- Ceco **
- Colon ventral esquerdo
- Flexura pélvica
- Colon menor

Causas
-Problemas dentários > animal não mastiga bem > engole partículas grandes > compactação.
-Qualidade da forragem fornecida > fibra não digestível
-Animal estressado > não ingere água > alimento seco

** Ceco tem formato de vírgula no lado direito > íleo desemboca la > fermentação bacteriana
> depois vai para o colon
- Ceco é importante: tem um saco cego que pode predispor

Compactação cecal
- Preenchida por sólidos: alimento chega com fibra ruim/ressecada, sem hidratação ou
motilidade > compactação e alterações clínicas.
Dor leva a moderada, com distensão firme

- Preenchida por líquidos: envolve conteúdo fibroso + fluido > é funcional > alimento fica
parado e não segue o fluxo > dor moderada a grave > ceco com característica distendido com
edema de parede (sem motilidade adequada) e colon vazio

Obs: por sólidos é mais comum, com resolução mais simples.

Fechar diagnótico: palpação transretal (PR) > conteúdo sólido ou fluido + ausculta com baixa
motilidade (quadrante direito dorsal e ventral)

Tratamento
Hidratação parenteral e enteral
Controle da dor >dor também reduz motilidade
Óleo mineral (muito bem vindo) > via sonda nasogastrica
Sulfato de magnésio > atrai fluido e ajuda

Taxa de sobrevivência com tratamento clínico: 90%


Caso o problema não resolva clinicamente vai para a cirurgia
Compactação da flexura pelvica
- flexura fica entre o colon ventral esquerdo e colon dorsal esquerdo
- já tem diminuição do lumen pela transição de ventral para dorsal

Causas
- qualidade da fibra
- mastigação ruim
- utilização de amitraz (tem efeito toxico de redução de motilidade até atonia)
- migração de larvas
- desidratação, obs: frio, com água muito fria, animal não toma e tem compactação

Sinais clínicos
Dor leve a moderada > intermitente (pelas contrações)
Perda de apetite
Motilidade reduzida > consequência da dor e compactação
Sinais de desidratação (sempre presente nas compactações: que puxam líquido para o lúmen
intestinal para tentar resolver; animais com dor perdem o apetite e não ingerem água)
Abdomen abaulado no sentido ventral (depende da gravidade da compactação)

Diagnóstico
PR > fezes pequenas com muito muco, que é reflexo das fezes paradas por muito tempo no
segmento.
Líquido peritoneal > normal > se tiver muito tempo o líquido começa a sofrer alterações

Tratamento
Hidratação pela via enteral com sonda nasogastrica + fluidoterapia
Controle da dor (clínico)
Óleo mineral
Farmacos surfactantes que atraem fluidos: Docussato sódico ( D-S-S) 6-12g/500 kg
Caso está se tornando crônico a resolução é cirúrgica

Compactação por areia


- o exemplo mostra na flexura pélvica
- Alimento fornecido no chão com areia
- Acumula no colon ventral ou dorsal (maioria das vezes)
- Alguns animais eliminam, outros não

Sinais clínicos
- Dor leve a moderada
- Poucas fezes na bula retal (a areia pode ocluir)
- Areia nas fezes
- Hipomotilidade
- Auscultação da região ventral > som de areia com água
Diagnóstico
- Raio x
- Auscultação
- Areia na palpação > vira a luva de palpação ao avesso e preenche de água > se tem areia nas
fezes ela sedimenta e deposita na ponta dos dedos da luva > se tem uma quantidade razoável
de areia tem fortes indícios de compactação por areia no trato

Tratamento
- Hidratação pela via enteral com sonda nasogastrica + fluidoterapia
- Controle da dor (clínico)
- Laxante psilio mucilóide hidrofílico 0,25-0,5 kg/500 kg via sonda nasogastrica que junto da
água se torna um gel que quando entra em contato com a areia empurra
- Animais encaminhados para cirurgia em dor intensa ou associados a deslocamento ou
alterações do fluido peritoneal, perda da viabilidade de alça ou deslocamentos.

Compactação do colon menor


- Compactação em ‘’rosário’’ > várias áreas com compactação de fezes
- Compactação de massa única firme e consistente em um único ponto

Causas
Maior parte das vezes tem corpo estranho
Formação de enterólitos (deposições minerais)
Fecalomas

Sinais clínicos
Dor leve a moderada mas é contínua*
Animais desidratados
Distensão abdominal > lumen do colon menor é pequeno > vai tendo acumulo de gás nos
outros segmentos
Hipomotilidade na ausculta

Diagnóstico
PR
Líquido peritoneal > alterações dependem do tempo de evolução e viabilidade das alças

Tratamento
- Hidratação pela via enteral com sonda nasogastrica + fluidoterapia
- Controle da dor (clínico)
- Óleo mineral
- Laxantes
- Tem resolução na maioria dos quadros a menos que tenha obstrução completa ou não
responda ai vai para a cirurgia
Timpanismo
Acumulo de conteúdo gasoso na alça intestinal

Causas
Primarias
- Animal que comeu muita ração com carboidratos > chega principalmente no ceco >
fermentação > timpanismo
- Motilidade progressiva reduzida
Secundarias
-Condições obstrutivas > compactações podem cursar em timpanismo > depende da condição
do lumen

Sinais clínicos
Dor abdominal aguda moderada a intensa
Distensão abdominal > geralmente compatível com a estrutura que esta apresentando
timpanismo
Aumento da FC e FR > principalmente em situações onde ocorre limitação da distensão
pulmonar do animal
Percussão > som timpânico

Tratamento
- Descompressão: do ceco> ele é fixo, não sai do local (é mais efetiva)
De outra parte do lado esquerdo > não necessariamente o colon esta parado e distendido,
pode haver hérnia
Então se faz descompressão do lado direito por questões de segurança, do lado esquerdo tem
que ser bem pensado
* utilizar um cateter
- hidratação
- controle da dor
- caminhar quando não há obstrução completa
- cirurgia: muita dor, evolução rápida

Obs: ter em mente > fluidoterapia enteral nas compactações > ter cautela na utilização > em
situações com distensão não pode fazer por causa da hipertensão abdominal > causa mais dor
> descompensação hemodinâmica e respiratória > predispõe a ruptura de alças intestinais
Nesse caso utiliza-se fluidoterapia parenteral

DESLOCAMENTOS

Deslocamento dorsal esquerdo (encarceramento nefro-esplênico) > resolução clínica

Distensão gasosa do cólon, que fica preso


Circulação do baço congesto pelo peso do colon > fica mais difícil do colon sair ...
Sinais clínicos
Dor leve a moderada intermitente
Distensão abdominal (normalmente do lado esquerdo)
Poucas fezes (barreira mecânica)
Motilidade diminuída

Diagnóstico
PR > encontra o colon entre o baço e o rim
US

Tratamento
- Reposição hidroeletrolítica
- Fenilefrina 8-16 mg/450kg > é parente próximo da adrenalina > provoca vasoconstrição com
aumento da FC e pressão sistólica > diminuição do baço
Ter cuidado com os efeitos cardiovasculares > animal tem que estar estável pra usar
Depois de administrar colocar o animal para correr (15 min) > vasoconstrição > maior redução
do baço
- Técnica de rolamento > usa pouco, se da anestesia melhor fazer a cirurgia
Animal em decúbito direito sob anestesia geral, ergue o cavalo na posição ventral ate decúbito
esquerdo.
ÍLEO ADINÂMICO
Perda de motilidade

Causas
Pós patologia DJP
Pós obstrução mecânica
Pós distensão intestinal
Maioria das situações > pós cirurgias pelo trauma da manipulação cirúrgica (maioria que
envolvem patologias do ID, mas tambem acontecem com IG)

Consequências do íleo adinâmico


Intestino parado > mesmo assim há aporte de fluido para o lúmen intestinal, bactérias
proliferando, produção que gás que puxa mais líquido, bactérias produzindo toxinas, absorção
dessas toxinas > animal pode ter sepse, alterações eletrolíticas, choque, morte .

Qualquer patologia do TGI que não for resolvida a tempo e tiver lesão pode resultar nesse íleo
adinâmico
- animais submetidos à terapia intensiva
- ID muito distendido, sem motilidade, com muito fluido, translocação bacteriana e de toxinas
- refluxo pela sonda
- alterações cardiocirculatórias e com alteração do líquido peritoneal (pode ficar alaranjado)

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