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ESTÔMAGO

Dra. Cinthia Violante


Cavidade peritoneal
Origem
Dilatação no intestino anterior tubular
embrionário durante a 5a semana de
gestação
 EVOLUÇÃO EMBRIONÁRIA

+-7a semana: desce, roda e dilata-se ainda


mais, com um alongamento desproporcional
da curvatura maior, até o seu formato e
posição anatômicos normais.
Organização regional
Hiatos diafragmáticos
Formato e posição
variam:
 biotipos;

 conteúdo gástrico;
►posição do indivíduo
►movimentos diafragmáticos
Estrutura geral do estômago
Estrutura do estômago
Cavidade peritoneal – relação entre
órgãos
Relações anatômicas
 Apesar de fixo na junção (GE) e no piloro, sua
porção medial mais larga é móvel;

 Fundo: parte superior do estômago; é flácido


e distensível.
 Superiormente:diafragma

 Lateralmente: baço

 Anteriormente: diafragma, lobo hepático E e


parede anterior do abdômen
Inferiormente:
 cólon transverso,
 baço,
 lobo caudado do

fígado,
 cruras

diafragmáticas
 nervos e vasos

retroperitoneais.
 Superiormente:
junção GE a aproximadamente 2 a 3 cm abaixo do
hiato esofagiano diafragmático, no plano
horizontal da 7ª art. costocondral
(plano apenas ligeiramente cefálico ao que contém
o piloro)

 Lig. gastroesplênico une a curvatura maior


proximal ao baço.

 Leito do estômago, de superior para inferior:


cúpula E diafragma, baço, rim, supra-renal E,
a.esplênica, pâncreas, mesocolo e colo transverso
Ligamentos Peritoneais

2 camadas de peritônio que


conectam 2 órgãos ou um
órgão e a parede, podendo ser
parte do omento

Ex: lig. gastrofrênico


Lig. Hepatogástrico

Lig. Hepatoduodenal
Omento maior
Coberto por peritônio, exceto onde há vasos
ao longo das curvaturas e em pequena área
posterior ao óstio cárdico

Lâminas do omento menor estendem-se ao


redor do estômago e deixam a curvatura
maior como omento maior
Omento menor
Suprimento Arterial

Tronco celíaco: de todos


os 3 ramos
Suprimento arterial

 A. Gástrica E, menor
ramo do tronco
celíaco

 AA. Gástrica D e
Gastroomental D, rr.
da a. hepática comum

 AA. Gastroomental E e
Gástricas curtas, rr.
da a. esplênica
Angiografia: Suprimento arterial do
estômago
Suprimento venoso do estômago

Sistema porta
venoso
Suprimento venoso do estômago
Muita variação

vv. Gástricas D e
E→v. porta

v. Gastroomental
D→ v. mesentérica
superior, podendo
ir direto para v.
porta ou unir-se a
v. esplênica

v. Gastroomental E
e v. gástrica
curta→v. esplênica
ou tributárias
Suprimento venoso
Sistema porta e anastomoses
Drenagem linfática do estômago

Acompanham as aa. pelas


curvaturas, para linfonodos celíacos
(tronco celíaco)
Linfáticos
4 áreas principais, com seus linfonodos
regionais

●Área da curvatura menor,incluindo


grande parte do corpo: linfonodos ao
longo da a. gástrica E

●Curvatura maior-parte D, incluindo


piloro, e linfonodos gastroomentais ao
longo da a. gastroomental D

●Porção E da curvatura maior –


linfonodos gastroomentais, ao longo da
a. gastroomental E

●Curvatura menor-piloro: seguem para


linfonodos gástricos D, ao longo da a.
gástrica D
Linfa dos 4
principais grupos
de linfonodos


Linfonodos celíacos

Cisterna do quilo e
ducto torácico

►tumores do GI
Inervação do estômago
PSP (vago)
SP (plexo celíaco)

PSP: troncos vagais (A e P) e ramos


Inervação parassimpática do estômago

 Núcleo vago:
 assoalho 4º ventrículo – pescoço(bainha
carotídea) – mediastino: dividindo-se ao
redor do esôfago em vários ramos.

 Acima do hiato esofágico: unem-se em 2


divisões, D (posterior) e E (anterior)
 Tronco Vagal Anterior (n. vago E)
abdômen: esôfago anterior→curvatura menor (rr.
hepáticos e duodenais pelo lig. hepatoduodenal) e
restante continua com rr. gástricos anteriores

Tronco Vagal Posterior (n. vago D)


abdômen: esôfago posterior→curvatura menor→r.
celíaco p/ plexo celíaco; continua com rr. gástricos
posteriores

N. Vago: controle secreção de ácido pelas céls


parietais
(Dor: nn. SP)
Inervação parassimpática
Vago E:
origem ao r. hepático e continua
na curvatura menor: n. de Latarjet

Vago D:
n. “criminoso” de Grassi-1º r. do
n. vago D - etiologia potencial
das úlceras recorrentes quando
não seccionado;
r. para plexo celíaco;
continua posteriormente pela
curvatura menor
Considerações sobre n. vago

 A maioria (>90%) das fibras vagais é aferente,


carreando estímulos do intestino para o
cérebro.
 As fibras vagais eferentes originam-se nos

núcleos dorsais do bulbo e fazem sinapses


com neurônios nos plexos mioentéricos e
submucosos. Estes neurônios utilizam
acetilcolina como seu neurotransmissor e
influenciam na função motora gástrica e na
secreção gástrica.
Inervação simpática do estômago

T5(6)-T10(9)
→ nn. esplâncnicos para Plexo
Celíaco
(plexos ao redor das aa. gástrica e
gastroomental)
Sistema nervoso intrínseco
 S.N.I. (entérico) do estômago: neurônios nos plexos neuronais
de Auerbach e de Meissner, neurônios colinérgicos,
serotonérgicos e peptidérgicos

 Função pouco compreendida

 Numerosos neuropeptídios localizados nestes neurônios:


 acetilcolina,

 serotonina,
 substância P,
 peptídio relacionado ao gene da calcitonina,
 Bombesina (GRP),

 colecistocinina (CCK)
 somatostatina
Estrutura histológica
1. Estômago é revestido pelo
peritônio, exceto pequena área
posterior na cárdia proximal e no
antro pilórico distal;

2. O peritônio forma a serosa


(camada mais externa);
3. Abaixo dele : camada muscular
própria, mais espessa, ou
muscular externa, composta de 3
camadas de músculos lisos
Piloro: camada muscular média
circular + espessa = esfíncter

Dentro das camadas externa e


média rico plexo de nn.
autonômicos e de gânglios: plexo
mioentérico de Auerbach.
Organização glandular gástrica
Mucosa gástrica : epitélio glandular colunar

Fçs. de glândulas e células que revestem as


glândulas variam de acordo com a região do
estômago
Função

 Órgão para acúmulo de alimento ingerido


 Quimica e mecanicamente preparado para digestão
e passagem para duodeno
 ►digestão enzimática (pepsina)
 Suco gástrico: quimo (semilíquido para duodeno)

 Calibre quando vazio: pouco maior que intestino


grosso
 Pode conter 2-3L de alimento (RN: 30mL leite)
Motilidade

Regulada por mecanismos neurais extrínsecos:

 vias parassimpáticas – vago

 simpáticas - o sistema nervoso entérico


 Intrínsecos

 controle miogênico - dentro das membranas


excitatórias das células do músculo liso gástrico.
Padrão cíclico de jejum
 complexo migratório mioelétrico (CMM)
cada ciclo: 90 a 120 minutos
composto de quatro fases de atividade elétrica

fase I: aumento no tônus gástrico, mas sem contração


fase II: contrações gástricas ocasionais
fase III:contrações gástricas a cada 15 a 20 segundos
fase IV: breve período de recuperação, antes do próximo ciclo
CMM

Efeitos do CMM: limpeza frequente dos conteúdos gástricos


durante os períodos de jejum.
Os exatos mecanismos regulatórios das atividades CMM são
desconhecidos, mas estas atividades permanecem intactas após
a denervação vagal.
Motilidade Gástrica Pós-prandial

 a) relaxamento receptivo e acomodação gástrica:


↓tônus em repouso da parte próximal do estômago e do
fundo mediado pelo nervo vago

 b) mistura e trituração de partículas sólidas e líquidas de


alimentos ingeridos
contrações repetidas e potentes das porções medial e
antral do estômago: partículas alimentares propelidas
contra um piloro fechado = subsequente retropulsão de
sólidos e de líquidos.

Efeito: mistura sólidos e líquidos e cisalhamento das


partículas para um tamanho menor que 1 mm.
Motilidade gástrica

Contração do antro/corpo
Motilidade e esvaziamento
gástricos
Podem ser afetados por:
 ansiedade

 medo

 depressão

 exercício

 temperatura dos
conteúdos intraluminais
 propriedades químicas e
mecânicas

Causa: influência de
mediadores neurais e
hormonais
Motilidade gástrica anormal
Sintomas:
 náuseas
 sensação de “estufamento"
 saciedade precoce
 dor abdominal
 desconforto abdominal
Distúrbios da motilidade gástrica
 Pós vagotomia

 Esvaziamento gástrico retardado associado a


diabetes mellito

 Infecção pelo H. pylori.


Vagotomia
 perda do relaxamento receptivo e da acomodação gástrica em
resposta à ingestão de uma refeição

 saciedade precoce

 distensão abdominal pós-prandial

 esvaziamento acelerado de líquidos


 atraso no esvaziamento de sólido
Gastropatia diabética
 pode ocorrer em pacientes insulinodependentes ou independentes

 assemelha-se muito ao quadro clínico da gastroparesia pós-


vagotomia
 associa alterações estruturais nos nervos vagos
 etiopatogenia:
 neuropatia diabética autonômica
 os efeitos metabólicos da diabetes também foram
implicados
 a hiperglicemia causa:
 redução na contratilidade do antro gástrico
 aumento na contratilidade pilórica
 supressão na atividade fase III do CMM
  
H. pylori com dispepsia não-ulcerosa
 Também esvaziamento gástrico prejudicado,
acompanhado por redução na complacência
gástrica.
Hérnia de hiato
Dor referida
Dor estomacal e duodenal

Dor contínua, queimação, inquietante,


semelhante à da caimbra

Leve ou intensa

Em ondas

Saciedade precoce

Melena

Sintomas podem estar associados às


refeições
Resumo

 Vísceras abdominais geralmente insensíveis a cortes,


laceração, esmagamento

 Ff. somente sensíveis ao alongamento ou tensão na parede


decorrentes de neoplasmas, distensão, espasmos

 Velocidade de desenvolvimento de tensão deve ser rápida


para produzir dor: distensão gradual (obstrução maligna),
pode ser indolor, caso não haja ulceração

 Inflamação e isquemia podem produzir dor (constante)


 Peritônio visceral é insensível a dor, diferente do peritônio
parietal
Conselhos e cuidados
OBRIGADA

cinthiaviolante@yahoo.com.br

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