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DE OLHO NA PROVA DISCURSIVA

REVALIDA
UMA SELEÇÃO DE QUESTÕES
DISCURSIVAS PARA VOCÊ TREINAR
E MANDAR BEM NA SUA PROVA
Sumário

6 Dicas para você mandar bem 3


na sua prova discursiva

Questões discursivas

Clínica Médica 6
Cirurgia 11
Ginecologia e Obstetrícia 13
Saúde Coletiva 16
Pediatria 19

Comentários e respostas das questões

Clínica Médica 24
Cirurgia 27
Ginecologia e Obstetrícia 31
Saúde Coletiva 35
Pediatria 39
6 Dicas para você mandar bem
na sua prova discursiva
A prova discursiva é uma das etapas mais temidas pelos candidatos nos concursos de
residência médica. Porém, essa é uma das fases fundamentais para conquistar
a tão sonhada vaga em um programa de residência.
Pensando nisso, a Medcel traz neste e-book uma seleção de questões discursivas das
mais renomadas instituições do país. Tudo isso para você se preparar e tirar de letra
mais essa etapa do processo seletivo para residência.
Além disso, o professor e médico ginecologista, Jader Burtet, deixa aqui algumas
dicas para você mandar bem na sua prova discursiva, confira!

Dica #1: Conheça a prova!


Recorra às provas discursivas dos anos anteriores para treinar. A ideia é analisar os
principais conteúdos que foram cobrados, pois assim você vai entender o que costuma
ser cobrado pela instituição e como esses conteúdos são abordados.

Dica #2: Atenção ao enunciado e ao que se pede no comando


da questão.
Releia com atenção o enunciado da questão antes de responder. Alguns enunciados
podem ser compreendidos parcialmente quando lidos rapidamente pela primeira vez.
Se preferir, circule ou grife os pontos-chave da questão, isso vai ajudá-lo a organizar
as ideias quando for responder.

Dica #3: Analise com cuidado as questões de casos clínicos.


Não existe informação inútil nos enunciados das questões, especialmente nas de casos
clínicos. Os dados devem ser todos considerados como pertinentes. O exemplo típico é
a informação da profissão do(a) paciente do caso clínico no enunciado da questão.
Sempre que esse dado for informado é porque a banca deseja que o candidato pense
nas patologias frequentes de ocorrência nessa ocupação.

Dica #4: Faça uma boa gestão do tempo.


Não fique parado na(s) questão(ões) que você ficou em dúvida. Assinale o número da
questão para voltar depois de ter respondido toda a prova.
Dica #5: Se você está com dificuldade nas questões de uma especiali-
dade, pule-as.
Faça as questões de outra especialidade que você tem mais afinidade e depois volte
para as que tinha deixado para trás. Costumamos ficar mais confiantes depois de
responder questões de temas que temos mais afinidade e essa segurança nos torna
mais assertivos para responder aquelas que estávamos tendo dificuldades.

Dica #6: Acredite em você!


Pense sempre que você já é um(a) grande vencedor(a) porque chegou até aqui depois
de uma trajetória bem longa e cheia de obstáculos. Quando sentir qualquer sinal de
insegurança, lembre-se que você é extremamente capaz. Confie em você!

Desejamos bons estudos e sucesso na sua trajetória.


Equipe Medcel
Questões
discursivas
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Clínica Médica VOLTAR AO SUMÁRIO

1.  (INEP – 2022) Um homem com 65 anos de idade, diabético, chega com fa-
miliares para consulta no serviço de pronto atendimento devido a confusão
Clique mental. Os familiares informam que ele é diabético há 20 anos e faz acom-
aqui para
conferir a panhamento com o endocrinologista, em uso de insulina há dois meses (não
resposta sabem a dose, mas que faz uso duas vezes ao dia), além de acompanhamento
desta
questão. com o nefrologista há um mês, por uma alteração renal que não sabem especi-
ficar qual é. Relatam que, no dia anterior, o paciente havia começado a realizar
caminhadas para tentar melhor controle do diabetes e que ele vem reduzindo
sua quantidade de alimentos com essa mesma intenção. Contam que hoje pela
manhã, começou a se queixar de suor frio e tontura e que, em poucos minutos,
tornou-se confuso, apresentando dificuldade para articular as palavras. Ao exa-
me físico apresenta-se normal, sem sinais focais, mas confuso, sem conseguir
manter uma conversa ou contato visual. Apresenta pressão arterial de 130x90
mmHg e frequência cardíaca de 110 batimentos por minuto, com tremores de
extremidades. Considerando que, na abordagem inicial do paciente, foram rea-
lizadas monitorização, suplementação de oxigênio e punção de acesso venoso
periférico, faça o que se pede nos itens a seguir.
a.  Cite a principal hipótese diagnóstica a ser considerada. Justifique
sua resposta.
b.  Indique o exame complementar a ser solicitado imediatamente nesse
caso.
c.  Descreva a conduta medicamentosa imediata.

2.  (UFMT – 2018) O TSH é o principal regulador da função tireoidiana, a


biossíntese e a liberação de T3 e T4 são controladas por mecanismos regula-
dores tipo feedback negativo que mantêm constante a síntese, o estoque e
os níveis dos hormônios no sangue. A partir das informações dadas, responda
aos itens.
a.  Faça um esquema da retrorregulação hormonal do eixo Hipófise-
-Hipotálamo-Tireoide.
b.  Identifique, nesse esquema, as alterações decorrentes da tireoidite de
Graves desse eixo.
c.  Cite quatro principais manifestações clínicas associadas à tireoidite
de Graves.

QUESTÕES DISCURSIVAS 6
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3.  (UFMT – 2018) Dona Renata Najura procurou a UBS responsável pelo
seu bairro para se consultar com a médica Dra. Jaqueline Fasta. Dona
Renata é manicure, relatou que, durante seu trabalho, tinha notado uma
“mancha mais branca” em seu braço direito. Notara também que tinha
queimado essa “mancha enquanto cozinhava há 10 dias e não tinha sentido
nada na mancha”. Negou traumas físicos prévios no MSD. Relatou também
que seu falecido pai (morreu de “infarto fulminante” há cinco anos) tinha tra-
tado de “lepra” há cerca de seis anos. Refere que nunca se casou e sempre
morou com os pais. Dra. Jaqueline percebeu, ao exame físico da Dona Renata,
uma lesão hipocrômica com ausência de pelos, sensibilidade térmica, tátil e
dolorosa praticamente ausentes, localizada no antebraço anterior direito. Tam-
bém notou os nervos ulnar direito e auricular posterior direito espessados na
paciente. Após análise do caso, responda aos itens.
a.  Qual é o diagnóstico mais provável? Qual é a sua classificação (opera-
cional)? Trata-se de uma doença a ser notificada? Justifique.
b.  Descreva o tratamento (medicamentos, dose, prazo) para esse caso.

4.  (UFMT – 2018) Paciente C.A.M, feminino, 42 anos, foi levada por seu es-
poso ao pronto atendimento do Hospital Municipal com queixa de cefa-
leia intensa difusa associada a náuseas e vômitos e iniciada há 2 horas.
Ela descreve a dor como “a pior dor de cabeça da minha vida” e afirma
que começou de repente, após uma discussão com a filha por problemas
familiares. A cefaleia não teve melhora mesmo após tomar 2 comprimidos
de 500 mg de dipirona e a intensidade da dor agravou-se. Nega qualquer
trauma, esforço físico intenso, alterações visuais, fotofobia ou crise convul-
siva, mas afirma “estar sentindo o corpo quente”, iniciado minutos depois
da precipitação da cefaleia e está muito preocupada em ser febre. Nega
qualquer problema médico significativo pregresso. Nega qualquer cirur-
gia anterior e faz uso há 12 anos de contraceptivos orais. Afirma trabalhar
como atendente de telemarketing e nega uso de drogas ilícitas, tabagismo
ou etilismo. Religião católica, mas não frequenta a igreja. EXAME FÍSICO:
Regular estado geral, levemente ansiosa, inquieta, lúcida e orientada no
tempo e espaço, desidratada 1+/4+, corada, Tax: 37,2 °C. O pulso é regular
(85 bpm), a PA é 150/85 mmHg (que ela afirma estar mais alta que o habitual),
e a FR é 20 irpm. Neurológico: Escala de Coma de Glasgow 15, pupilas

QUESTÕES DISCURSIVAS 7
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pequenas, de 2 mm, isocóricas e fotorreagentes. A força motora e os


reflexos profundos são simétricos e sem clônus. Os olhos estão nor-
mais, com movimentos extraoculares normais e sem fotofobia ou
nistagmos. Fundoscopia: normal. Nenhuma nodulação é detectada no
exame do pescoço, mas apresenta leve rigidez de nuca. Exames do
aparelho respiratório, cardíaco, abdominal sem alterações. As análises de
hemograma, eletrólitos, bioquímica e a análise da urina são normais. Reali-
zou tomografia computadorizada de crânio sem contraste (imagem abaixo).
De acordo com o caso clínico, responda aos itens.

a.  Cite duas manobras do exame neurológico que devem ser executadas
em suspeita de irritação meníngea.
b.  Em caso de não possuir o exame de imagem disponível em seu pronto
atendimento, como proceder à investigação para confirmação diagnóstica?
c.  Qual a principal hipótese diagnóstica para o caso descrito?
d.  Considerando os dados clínicos e radiológico disponíveis, cite três
diagnósticos diferenciais.

QUESTÕES DISCURSIVAS 8
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5.  (UFMT – 2018) Paciente feminina, 34 anos, moradora em zona rural, procura
atendimento médico por estar “sentindo cansaço severo” que a impede de
trabalhar “como antes”, sentindo “palpitações” nos últimos seis meses. Ton-
silites estreptocócicas de repetição. Exame físico: pressão arterial de 110 x 60
mmHg; frequência cardíaca de 118 bpm; sopro diastólico em foco mitral, rude
(++/4+); estertores crepitantes em ambas as bases pulmonares, discreta dor à
palpação profunda em hipocôndrio direito; edema perimaleolar bilateralmen-
te (+/4+). Submetida a eletrocardiograma em seis derivações (abaixo). Consi-
derando a história clínica e o eletrocardiograma, responda aos itens a seguir.

a.  Qual o diagnóstico semiológico completo atual?


b.  Qual a classe funcional dessa paciente, segundo a classificação NYHA
(New York Heart Association)?
c.  Cite dois aspectos eletrocardiográficos patológicos evidentes no
exame acima.
d.  Cite o tipo de tratamento cirúrgico indicado e os critérios para a
sua indicação.

6.  (INEP – 2017) Um homem de 43 anos comparece ao ambulatório de


Cardiologia para iniciar seguimento por apresentar hipertensão arterial sistê-
mica. Ele relata que, há uma semana, havia realizado medida indireta, even-
tual, de seus níveis pressóricos e observado PA = 240x120 mmHg. Naquele
momento, não procurou assistência médica de urgência, mantendo-se as-
sintomático desde então. O paciente informa ser ex-tabagista de 20 maços/

QUESTÕES DISCURSIVAS 9
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ano, tendo interrompido o hábito há 2 anos. Nega etilismo ou outros vícios e


uso rotineiro de qualquer medicação. Ao exame físico, observa-se paciente
em bom estado geral, obeso, com IMC = 40 kg/m2 (peso = 130 kg; altura =
1,80) e circunferência abdominal = 120 cm, além de auscultas respiratória e
cardíaca sem alterações. O exame do abdome não evidencia massas ou vis-
ceromegalias, observando-se edema discreto e simétrico em ambos os mem-
bros inferiores. Apresenta FC = 92 bpm, PA = 220x130 mmHg em ambos
os braços, utilizando-se esfigmomanômetro apropriado para a circunferên-
cia braquial. Foram solicitados exames laboratoriais que evidenciaram sódio
sérico = 142 mEq/L (valor de referência = 135 e 145 mEq/L); potássio sérico =
4,1 mEq/L (valor de referência = 3,5 a 4,5 mEq/L); creatinina sérica = 1,3 mg/dL
(valor de referência = 0,6 a 1,2 mg/dL), ureia sérica = 38 mg/dL (valor de re-
ferência = 30 a 60 mg/dL); glicemia de jejum (dias diferentes) = 130 mg/dL
(1ª amostra) e 134 mg/dL (2ª amostra) (valor de referência = 70 a 99 mg/dL),
colesterol total = 214 mg/dL (valor de referência limítrofe = 200 a 239 mg/dL),
colesterol LDL = 141 mg/dL (valor de referência limítrofe = 130 a
159 mg/dL); colesterol HDL = 45 mg/dL (valor desejável acima de
60 mg/dL); colesterol VLDL = 28 mg/dL (valor de referência até 30 mg/dL);
triglicérides = 138 mg/dL (valor de referência limítrofe = 150 a 199 mg/dL);
excreção urinária de albumina = 260 mg/d (0,18 μg/min). O eletrocardiogra-
ma e os raios x do tórax estavam normais. Com base na história clínica e nos
achados do exame físico do paciente, faça o que se pede nos itens a seguir.
a.  Identifique o diagnóstico sindrômico desse paciente.
b.  Cite, entre as informações, três critérios que caracterizam o diagnóstico.
c.  Descreva o principal conceito fisiopatológico envolvido no diagnóstico
em questão.
d.  Descreva as condutas imediatas a serem tomadas.
e.  Cite metas a serem atingidas pelo paciente com relação a pressão
arterial, glicemia de jejum e colesterol LDL.

7.  (UFMT – 2017) Homem branco, 40 anos, mestre de obra, hipertenso, diabé-
tico, tabagista moderado há 20 anos, refere início do quadro há 24 horas, com
febre alta e calafrios, acompanhados de dor, rubor e edema na perna direita.
Evoluiu após 48 horas sem tratamento com piora do quadro, com mal-estar
geral, aumento da dor, do edema e aparecimento de lesões bolhosas na
perna e febre alta contínua. Ao exame físico: algo confuso, FC = 120 bpm,

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FR = 26 irpm, PA = 110/80 mmHg, com sinais flogísticos em toda extensão do


membro inferior direito, com bolhas necro-hemorrágicas na perna e sinais de
síndrome compartimental, cordão eritematoso e doloroso ao longo da coxa
e linfonodos inguinofemurais dolorosos. A partir das informações dadas, res-
ponda aos itens.
a.  Qual o diagnóstico clínico nas primeiras 24 horas e após as 48 horas
subsequentes? Justifique-os.
b.  Qual a conduta terapêutica indicada? Justifique-a.

Cirurgia VOLTAR AO SUMÁRIO

8.  (INEP – 2022) Uma paciente com 33 anos de idade foi internada para
procedimento cirúrgico de ressecção segmentar da mama direita, para re-
tirada de tumor mamário local com margem de ressecção. Na chegada ao
hospital fez sua identificação na área de internação, tendo sido colocada
pulseira de identificação com anotação de alergia a dipirona. Na chegada
do cirurgião ao hospital, o mesmo foi rapidamente ao quarto para o preen-
chimento de termo de consentimento da paciente. O anestesista já estava
lhe aguardando no centro cirúrgico, tendo sido solicitado o encaminhamento
da paciente para a sala operatória. O maqueiro entrou no quarto, juntamen-
te à enfermeira do andar, que realizou nova identificação da paciente e co-
locou-a na maca para transporte. Ao chegar ao centro cirúrgico ocorreu
mais uma checagem relativa à identificação da paciente pela enfermeira
chefe do centro cirúrgico, tendo encaminhado a paciente para a sua res-
pectiva sala operatória. Após a anestesia geral foi iniciado pelo cirurgião o
procedimento operatório, com sinalização ao final da cirurgia da falta de fio
de sutura adequado. Foi constatado pela circulante de sala que o fio soli-
citado se encontrava em falta no hospital, tendo como solução a utilização
de outra alternativa disponível, que levou a resultado estético não satisfa-
tório. Diante dessa situação, identifique e descreva, de acordo com as eta-
pas preventivas preconizadas para a segurança do paciente pelo Programa
Nacional de Segurança do Paciente, estabelecido pela Portaria nº 529/2013, do
Ministério da Saúde, as ações preventivas que foram realizadas e aquelas que
deveriam ter sido feitas no caso apresentado.

QUESTÕES DISCURSIVAS 11
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9.  (UFMT – 2018) T.X., 65 anos, com colecistectomia agendada. A pressão


arterial é 230/120 mmHg e o pulso 60 bpm. Apresenta os seguintes exames:
Hematócrito = 38%, Na = 140 mmol/L e K= 2,7 mmol/L. Refere que está em
uso das seguintes medicações: propranolol e hidroclorotiazida. A partir das
informações dadas, responda aos itens.
a.  Como deve ser feita e quais critérios devem ser considerados para a
correta avaliação clínica pré-operatória desse paciente?
b.  Quais exames complementares devem ser solicitados, minimamente,
para a correta avaliação desse paciente? Justifique e fundamente cientifica-
mente sua resposta.
c.  Considerando os critérios hemodinâmicos e/ou pressóricos desse
paciente, qual é a orientação/conduta correta com relação à realização
do procedimento proposto? Justifique e fundamente cientificamente
sua resposta.
d.  Qual deve ser a correta monitorização transoperatória para es-
se paciente?

10.  (UFMT – 2017) MASL, gênero feminino, branca, 14 anos de idade,


natural e procedente de Alta Floresta (MT), deu entrada no Hospital
Universitário Júlio Muller (Cuiabá-MT), com queixa de sangramento retal.
O exame colonoscópico mostrou pólipo séssil de 2 cm localizado a 10 cm
do ânus. Próximo à transição retossigmoideana, encontrou-se grande tumor
polipoide de aproximadamente 10 cm e pólipos sésseis em todo o cólon, com
tamanho variando entre 2 a 10 mm. Além disso, havia grande quantidade de
pólipos em todo o segmento ileal examinado. Foi submetida à colectomia to-
tal com ileorretal anastomose, tendo recebido alta após uma semana. O exa-
me anatomopatológico revelou presença de numerosos adenomas tubulares,
bem como um adenocarcinoma vilo-tubular do sigmoide. Após três meses, foi
internada no mesmo hospital apresentando cefaleia, vômitos e alteração do
nível de consciência. A tomografia computadorizada craniana revelou tumor
cístico frontobasal à esquerda. Foi submetida no mesmo dia à craniotomia fron-
tal com exérese subtotal do processo. O exame anatomopatológico revelou
tratar-se de glioblastoma multiforme. A paciente foi submetida à radioterapia no
segmento cefálico. Evoluiu assintomática por um ano, quando novamen-
te apresentou sinais de hipertensão intracraniana, causada por recidiva do
processo frontal. Foi reoperada e recebeu alta após dez dias, sem sequelas

QUESTÕES DISCURSIVAS 12
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neurológicas. A paciente faleceu cinco meses após a última cirurgia, em sua ci-
dade de origem. Com base na história clínica apresentada, responda aos itens.
a.  Qual o diagnóstico sindrômico para o caso?
b.  Tendo em vista o estudo genético, qual a conduta a ser tomada
em crianças com alto risco para essa doença, ao início da primeira
década de vida?

11.  (UFMT – 2017) M.A, 50 anos, foi encaminhado à clínica de dor para avalia-
ção de dor abdominal e com diagnóstico de adenocarcinoma de pâncreas.
A dor está localizada na região epigástrica e mais intensa à noite. O paciente
está usando sulfato de morfina de liberação rápida de 6 em 6 horas. Queixa-se
de controle inadequado da dor, de náusea, vômito e constipação. Sobre o
caso acima, responda aos itens.
a.  Cite duas causas de dor em pacientes com câncer.
b.  Em que consiste a conduta em “escada”, de acordo com a Organização
Mundial de Saúde (OMS) para o controle da dor oncológica?

12.  (UFMT – 2017) Mulher negra, 17 anos, prostituta, em uso irregular


de contraceptivo oral, refere dor pélvica súbita, acompanhada de sangra-
mento vaginal discreto há 24 horas. Refere leucorreia crônica, amarelada,
com odor fétido. Ao exame físico, apresenta-se febril, hipocorada, PA =
90/60 mmHg, FC = 110 bpm, com dor à palpação da fossa ilíaca direita, com
compressão e descompressão local dolorosa. A partir das informações dadas,
responda aos itens.
a.  Cite três hipóteses diagnósticas prováveis, justificando-as.
b.  Cite quatro exames indicados, inicialmente, para esclarecimento
diagnóstico, justificando-os.

Ginecologia e Obstetrícia VOLTAR AO SUMÁRIO

13.  (INEP – 2022) Uma paciente de 32 anos de idade está grávida de seu se-
gundo filho e faz pré-natal no centro de saúde. Solicitou um atendimento de
urgência no dia de hoje, por queixa de dor lombar e mal-estar. No momento
está com 29 semanas de idade gestacional. Tratou uma cistite há 2 semanas

QUESTÕES DISCURSIVAS 13
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com cefalexina e, após isso, não fez nenhum exame de controle. O restante do
pré-natal está normal. Refere, durante a consulta, que a dor lombar iniciou há
2 dias, que teve febre (não medida) e queda do estado geral. Nega sintomas
gripais e refere boa movimentação fetal. Ao exame, apresenta-se em regular
estado geral, corada, hidratada, febril (temperatura = 38 °C), com pulso de 100
batimentos por minuto (bpm) e pressão arterial de 100 x 60 mmHg. Apresen-
ta, ainda, exame cardiopulmonar sem anormalidade. Abdome sem sinais de
irritação peritoneal, com altura uterina de 28 cm. Batimentos cardíacos fe-
tais de 148 bpm, sem dinâmica uterina. Punho percussão de região lombar
dolorosa à direita. Toque vaginal com colo grosso, medianizado e impérvio.
Considerando o quadro clínico apresentado, faça o que se pede nos itens
a seguir.
a.  Cite a principal hipótese diagnóstica. Justifique sua resposta.
b.  Descreva qual a conduta adequada.
c.  Cite três possíveis complicações referentes a esse caso clínico.

14.  (UFMT – 2018) Esquematize o fluxograma de diagnóstico de diabetes


mellitus gestacional em situação de viabilidade financeira e disponibilidade
técnica total, conforme orientações do Ministério da Saúde do Brasil.

15.  (UFMT – 2018) Dione, 25 anos, grávida de três meses, foi ao PSF Jardim
das Flores fazer pré-natal. Na consulta com a médica de família, ela referiu
ter tido tratamento adequado de sífilis primária há mais de 4 anos. O exame
solicitado de VDRL deu positivo de 1/128. A partir das informações dadas,
responda aos itens.
a.  Explique o diagnóstico. Pertence a algum grupo ou síndrome?
b.  Considerando o exposto, seria reação cruzada, doença atual, infecção
pregressa ou cicatriz sorológica? Justifique.
c.  Quais seriam as devidas condutas?

16.  (UFMT – 2018) Descreva a classificação BI-RADS® (4ª edição) com relação
aos achados da mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética.

17.  (INEP – 2017) Uma mulher de 32 anos, secundigesta, assintomática, vai


à Unidade Básica de Saúde para a primeira consulta pré-natal da gestação

QUESTÕES DISCURSIVAS 14
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atual, no curso da 17ª semana. Relata que não fez pré-natal na gestação ante-
rior, há 2 anos, e que deu à luz recém-nascido no sétimo mês, pesando 1.000
g, falecido dois dias após o parto. Traz resumo de alta da maternidade indi-
cando que o parto foi por via vaginal, sem complicações maternas, e que o
recém-nascido tinha baixo peso, hepatoesplenomegalia, petéquias, icterícia,
rinite serossanguinolenta, linfadenomegalia generalizada e anemia. Não há
registro de qualquer tipo de tratamento já realizado. Na consulta atual, o
exame clínico geral e o exame obstétrico não identificam anormalidades.
Apresenta resultado positivo de teste rápido treponêmico e VDRL com
titulação de 1:32. Nega alergias medicamentosas. Diante da situação
apresentada, descreva o diagnóstico clínico e estadiamento e elabore
um plano de cuidados que contemple estratégias de atenção integral,
eficaz e resolutiva.

18.  (UFMT – 2017) O aumento uterino é comum e costuma ser o resultado de


gravidez ou de leiomioma. Estes são neoplasias benignas do músculo liso que
com frequência se originam no miométrio, são referidos como miomas uteri-
nos e, como seu conteúdo considerável de colágeno produz uma consistência
fibrosa, são erroneamente denominados fibromas. A partir das informações
dadas, responda aos itens.
a.  Cite quatro fatores de risco para o leiomioma uterino.
b.  Cite quatro sintomas do leiomioma uterino.
c.  Qual é a classificação dos leiomiomas?
d.  Cite quatro medicamentos usados no tratamento clínico do leiomioma.

19.  (UFMT – 2017) No Brasil, o câncer de endométrio é menos frequente


que o de colo uterino. O câncer de endométrio é doença ginecológica
maligna comum e de relevante importância no climatério, devendo ser lem-
brada e pesquisada em toda paciente com história de sangramento e acha-
do de espessamento endometrial nessa fase. A partir das informações dadas,
responda aos itens.
a.  Cite dez fatores de risco para o câncer de endométrio.
b.  Defina neoplasia intraepitelial endometrial.
c.  Caracterize a propedêutica da paciente com hiperplasia endometrial.

QUESTÕES DISCURSIVAS 15
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Saúde Coletiva VOLTAR AO SUMÁRIO

20.  (INEP – 2022) Uma mulher, moradora de cidade com 600.000 habitan-
tes, procurou a Unidade Básica de Saúde de referência para se consultar com
o médico da Estratégia de Saúde da Família por dor no braço, antebraço e
punho direitos. Durante a anamnese, o médico detectou que a paciente
apresentava esses sintomas há 6 meses com piora ao longo do tempo, mas
que não a impediam de trabalhar com digitação de textos em uma empresa
de computação. Ela relatou que, durante a pandemia da COVID-19, muitas
digitadoras haviam sido demitidas e que aquelas que tinham permanecido
estavam trabalhando sem pausas para descanso, frequentemente trabalhando
além do horário regular, sem remuneração adicional, e que muitas também
apresentavam queixas similares às dela. Ao exame físico, a única alteração
observada foi dor à palpação do antebraço e braço direitos. Considerando
essa situação, faça o que se pede nos itens a seguir.
a.  Cite a principal hipótese diagnóstica para o caso apresentado. Justifi-
que sua resposta.
b.  Descreva o plano (propedêutico, terapêutico, educativo e de segui-
mento) adequado ao caso.
c.  Liste dois problemas biopsicossociais evidenciados no relato
da paciente.

21.  (INEP – 2017) Um gestor de saúde de um município brasileiro com 40.000


habitantes deseja implantar uma nova Equipe de Saúde da Família (ESF) em
um distrito que possui 6.000 moradores, única área descoberta pela estraté-
gia. Trata-se de uma região à margem de um rio, onde moram muitas famílias
de pescadores, em habitações sustentadas em palafitas improvisadas, distan-
tes umas das outras. Com a chegada da ESF, inicia-se o processo de territo-
rialização com a participação de todos os profissionais, incluindo o médico de
família e comunidade. Considerando a situação apresentada e o processo de
territorialização, atenda ao que se pede a seguir:
a.  Com base nas diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica, no
Brasil, como se avalia a decisão do gestor de saúde, com relação ao
número de pessoas adscritas nessa nova ESF?
b.  Quais são os objetivos dessa nova ESF ao realizar a territorialização
nesse distrito?

QUESTÕES DISCURSIVAS 16
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c.  Indique as etapas a serem desenvolvidas pela ESF para desenvolvimen-


to do processo de territorialização nesse distrito.
d.  Cite três problemas sanitários que provavelmente serão encontrados
pela ESF nesse distrito durante o processo de territorialização.

22.  (INEP – 2017) Uma mulher de 23 anos teve trauma cranioencefálico


grave e isolado após queda do cavalo. Previamente hígida e sem utilizar ne-
nhum tipo de medicação de rotina, está internada na Unidade de Tratamento
Intensivo de um hospital com 200 leitos há 8 dias, com piora clínica progres-
siva, a ponto de a equipe médica conversar com os familiares sobre a neces-
sidade de exames devido à suspeita de morte encefálica. A mãe da paciente,
entendendo que a equipe passaria a discutir a possibilidade de doação de
órgãos, antecipou que a paciente havia comentado ser bastante favorável à
doação de seus órgãos, em caso de morte encefálica. Ela acrescentou que,
apesar de saber da posição da filha sobre o assunto, tinha muito receio de
tomar a decisão junto aos demais membros da família, por não saberem até
que ponto o diagnóstico de morte encefálica é confiável e também em razão
da forte influência religiosa de alguns deles. Considerando a situação descrita,
atenda ao que se pede nos itens a seguir:
a.  Com base na legislação vigente no país, descreva quatro critérios
diagnósticos para a confirmação de morte encefálica.
b.  Explique qual deve ser, de acordo com a legislação brasileira, a conduta
da equipe médica, caso a decisão final da família pela doação de órgãos
seja diferente da vontade expressa pelo paciente em vida.
c.  Considerando a legislação vigente no país, descreva as etapas a
serem observadas para viabilizar a doação de órgãos, caso a família decida
pela doação.

23.  (UFMT – 2017) O Sr. JMF, pedreiro aposentado, tinha 50 anos quando
procurou, pela primeira vez, o serviço de saúde. Havia caído do andaime da
construção civil em que trabalhava e sofreu fratura exposta de tíbia esquer-
da, cujo tratamento cirúrgico e imobilização não resultaram em sucesso.
Evoluiu com osteomielite crônica que não respondeu bem ao tratamento
antimicrobiano e permaneceu, durante todo o resto de sua vida, com uma
extensa úlcera de perna esquerda, constantemente infectada e dolorosa.
Impossibilitado de trabalhar, foi aposentado por invalidez aos 60 anos, já

QUESTÕES DISCURSIVAS 17
DE OLHO NA PROVA DISCURSIVA | REVALIDA

tendo diagnósticos adicionais de hipertensão arterial e diabetes mellitus.


Mantinha sua pressão arterial e glicemias bem controladas com captopril,
glibenclamida e metformina. Quando completou 70 anos, deu entrada no
hospital regional com febre e calafrios, além de descompensação do diabetes
mellitus (glicemia = 400 mg/dL). A úlcera da perna esquerda mostrava volumo-
sa secreção purulenta e extensa celulite adjacente. Após 48 horas, evoluiu com
sepse, síndrome de angústia respiratória e choque. Parada cardiorrespiratória foi
constatada no dia seguinte. Considerando as informações clínicas e evolutivas do
Sr. JMF, preencha, de forma correta, o bloco VI da declaração de seu óbito.

BLOCO VI Tempo aproximado entre o início e


a morte

Causas da morte Doença ou estado mórbido que causou a morte:

PARTE I
Devido à ou como consequência de:

Devido à ou como consequência de:

Devido à ou como consequência de:

PARTE II
Outras condições
significativas que
contribuíram para a
morte

24.  (UFMT – 2017) A tuberculose latente (ou tuberculose infecção) é uma


condição frequente em países endêmicos dessa doença. Os portadores são
assintomáticos. Uma pesquisa populacional foi feita para identificar a preva-
lência e os fatores associados à tuberculose latente em uma população de
baixa endemicidade, cuja prevalência (IC = 95%) esperada regional é de
aproximadamente 5% (3,2%; 6,8%). Participaram do estudo 1.800 indivíduos
adultos da população local e a prevalência (IC = 95%) encontrada foi de 10%
(6,1%; 14%). Dos portadores de tuberculose latente, 90 relatavam tratamento
prévio de tuberculose na família. No entanto, nos não portadores, a infecção
familiar foi relatada por apenas 162 pessoas. A partir das informações dadas,
responda aos itens.
a.  A tuberculose latente é mais prevalente no município estudado do que
na região? Justifique.
b.  Que conclusão pode ser feita sobre a investigação de potencial fator de
risco da infecção familiar prévia.

QUESTÕES DISCURSIVAS 18
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Pediatria VOLTAR AO SUMÁRIO

25.  (INEP – 2022) Uma escolar com 7 anos de idade é atendida em Unidade de
Pronto Atendimento. A mãe relata que, há um dia, está com inchaço nos olhos
e tem urinado pouco, apresentando urina escura. Relata também que, há 15
dias, a menina queixou-se de dor na garganta e dificuldade para engolir os
alimentos e apresentou febre alta por quatro dias, manejada com medicação
sintomática. No momento, a escolar apresenta cefaleia. Ao exame físico, veri-
fica-se regular estado geral, edema periorbital discreto e hipertensão estágio
1. Considerando o caso clínico descrito, responda às questões a seguir.
a.  Qual é a principal hipótese diagnóstica? Justifique sua resposta.
b.  Quais exames laboratoriais podem estar alterados nesse caso?
c.  Quais as orientações a serem feitas e que medicamentos devem ser
receitados para essa escolar?
d.  Qual é a evolução esperada desse quadro para casos não complicados?

26.  (UFMT – 2018) A asma é uma doença inflamatória das vias respiratórias,
que se caracteriza por obstrução reversível dessas vias. É doença crônica mui-
to comum na infância e motivo frequente de atendimento em unidades de
Pronto Atendimento. A partir das informações dadas, responda aos itens.
a.  Cite cinco sinais de crise asmática grave.
b.  Esquematize a sequência de tratamento da asma aguda grave na uni-
dade de atendimento. No caso de medicações, cite a via de administração.

27.  (UFMT – 2018) Criança do sexo masculino, 9 anos completos, está sendo
avaliada no ambulatório da Unidade de Atenção Básica. O escolar apresenta
45 kg e 140 cm de altura. Utilizando as curvas de crescimento da Organização
Mundial de Saúde (OMS), responda aos itens.
a.  Estabeleça o diagnóstico nutricional dessa criança em função de Peso,
Altura e Índice de Massa Corporal (IMC).
b.  Cite três orientações gerais a serem feitas à família e à criança em
função desse diagnóstico.

QUESTÕES DISCURSIVAS 19
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QUESTÕES DISCURSIVAS 20
DE OLHO NA PROVA DISCURSIVA | REVALIDA

28.  (INEP – 2017) Um menino de 5 anos chega à consulta na Unidade Básica


de Saúde (UBS) conduzido pela mãe. Ela relata que o menor vem apresentado,
há algumas semanas, lesões na região perianal, conforme mostrado a seguir:
Na anamnese, foram coletadas as seguintes informações: a mãe não vive com
o pai da criança, trabalha como diarista, e a criança fica na casa do vizinho, um
senhor já aposentado. O menor não frequenta a escola, e o último registro de
atendimento na UBS foi há 3 anos. O médico observa que a criança apresen-
ta um comportamento arredio e agarra-se à mãe quando dela se aproxima.
Considerando o quadro descrito e as informações apresentadas, responda aos
questionamentos dos itens a seguir.

a.  Cite dois prováveis diagnósticos para o caso.


b.  Cite dados descritos que justificam as hipóteses diagnósticas.
c.  Além de tratar a lesão, qual deve ser a conduta adequada?

29.  (UFMT – 2017) Surtos de bronquiolite ocorrem nos meses das estações
outono-inverno e, por vezes, na primavera. A transmissão da doença se faz
por via aérea, por meio de gotículas de saliva ou por contato com secreções
contaminadas. Fatores genéticos e ambientais, como fumaça de cigarro,
contribuem para a gravidade da doença. Alguns estudos sugerem que exis-
te uma predisposição genética à bronquiolite, por exemplo, crianças com

QUESTÕES DISCURSIVAS 21
DE OLHO NA PROVA DISCURSIVA | REVALIDA

bronquiolite têm mais chance de ter um portador de asma ou outra doen-


ça causadora de sibilância na família. Com relação à bronquiolite aguda do
lactente, responda aos itens.
a.  Cite os dois principais agentes etiológicos.
b.  Descreva três sinais ou sintomas característicos.
c.  Cite dois fatores de risco para a gravidade da doença.
d.  Identifique a complicação imediata dessa patologia no lactente jovem.
e.  Descreva duas formas de profilaxia primária.

30.  (UFMT – 2017) Neste ano de 2017, o Governo Federal fez alterações im-
portantes no calendário vacinal com o objetivo de aumentar a proteção de
crianças, ampliar a imunidade de adolescentes e diminuir casos de caxumba
entre adultos. A medida já é válida em todos os postos de saúde do Brasil
desde o início de 2017. As modificações acontecem com frequência, sem-
pre levando em conta estudos e pesquisas científicas que apontam a ne-
cessidade de incluir novos grupos e ampliar a oferta de vacinas. Segundo a
Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações (PNI), “esta
ampliação permite aumentar a proteção às doenças imunopreveníveis,
conforme os grupos definidos, além de elevar as coberturas vacinais, di-
minuindo assim a população suscetível a essas doenças”. Atualmente, o
Ministério da Saúde oferece gratuitamente, por meio do Sistema Único de
Saúde (SUS), 19 vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde
(OMS), que atendem todas as idades. Cerca de 300 milhões de doses são
ofertadas para combater mais de 20 doenças. A partir das informações dadas,
descreva o calendário vacinal PNI 2017 no:
a.  Período neonatal.
b.  Período de lactente.
c.  Período pré-escolar.
d.  Período escolar e adolescente.

QUESTÕES DISCURSIVAS 22
Comentários
e respostas
das questões
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Clínica Médica VOLTAR AO SUMÁRIO

1.  (INEP – 2022)


a.  Esse paciente tem um quadro de hipoglicemia sintomática aguda
Clique grave, com alteração neurológica. O paciente aumentou a atividade física,
aqui para
conferir a reduziu a ingesta de alimentos, tem doença renal crônica diagnosticada –
questão não se sabe o estágio –, começou a insulina recentemente e não ajustou a
desta
resposta. dose e começou com sintomas clínicos, tipo de hipoglicemia.
b.  Paciente precisa de um dextro para confirmar a hipoglicemia.
c.  Esse paciente não consegue deglutir, tem o risco de se engasgar e bron-
coaspirar. Se ele estivesse consciente, orientado, com sintomas de hipogli-
cemia, poderia ser aporte calórico via oral; 15 a 30 gramas de carboidrato
de rápida absorção via oral. Como ele está com o neurológico alterado, é
indicado glicose hipertônica G50.

2.  (UFMT – 2018)


a.  O hipotálamo produz TRH – estimula a produção de TSH pela hipófise
– que por sua vez estimula a tireoide a produzir T4 e T3. A produção de T3
e T4 inibe a hipófise e o hipotálamo (feedback negativo). A maior parte do
hormônio tireoidiano produzido é de T4. O T3 em geral decorre da trans-
formação periférica do T4.
b.  Na doença de graves há aumento na produção de T4 e T3 pela tireoide
e, por feedback negativo, inibe a liberação de TSH e TRH.
c.  São manifestações da tireoidite de Graves – dermopatia infiltrativa,
oftalmopatia e bócio são as manifestações clássicas. Entre as principais
manifestações estão: nervosismo, taquicardia, bócio e tremores.

3.  (UFMT – 2018)


a.  A principal hipótese é hanseníase. Hanseníase ou doença de Hanson.
Pela classificação operacional: hanseníase multibacilar, pois se trata de
doença de notificação compulsória. A hanseníase é uma doença de noti-
ficação compulsória em todo território nacional e ela deve ser feita assim
que houver o diagnóstico de certeza.
b.  O tratamento será realizado com a poliquimioterapia, usando
rifampicina uma dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg) com
administração supervisionada + dapsona uma dose mensal de 100 mg

COMENTÁRIOS E RESPOSTAS DAS QUESTÕES 24


DE OLHO NA PROVA DISCURSIVA | REVALIDA

supervisionada e uma dose diária autoadministrada. A duração do tra-


tamento deve ser de seis doses mensais supervisionadas de rifampicina.
E considera-se critério de alta seis doses supervisionadas em até nove
meses de tratamento.

4.  (UFMT – 2018)


a.  Rigidez de nuca, sinal de Brudzinski, Lasegue e Kernig.
b.  Em pacientes com alta suspeição diagnóstica de HSA, sem exame de
imagem disponível, deve-se proceder exame de punção liquórica com
coleta de LCR em quatro tubos. Classicamente, haverá manutenção na con-
tagem de hemácias entre o primeiro e último tubo, excluindo a possibilida-
de de presença de hemácias por acidente de punção.
c.  Paciente que descreve a pior dor de cabeça da vida com TC
demonstrando áreas de hemorragia, confirma a hipótese de hemorra-
gia subaracnóidea.
d.  São possíveis diagnósticos diferenciais: síndrome de vasoconstricção
cerebral reversível, meningite, ataque isquêmico transitório.

5.  (UFMT – 2018)


a.  Febre reumática (secundária às faringites estreptocócicas de repetição,
possivelmente maltratadas) com sequela valvar cardíaca, estenose mitral e
insuficiência cardíaca de câmara direita.
b.  Funcional 3 do NYHA (porque ela tem uma limitação importante das
atividades habituais).
c.  Sobrecarga atrial esquerda, evidenciada pelo índice de Morris na deri-
vação V1, que é a fase negativa da onda P, com uma área maior que 1 mm e
sobrecarga ventricular direita, evidenciada pelo qR na derivação V1, o que
indica sobrecarga ventricular direita importante.
d.  O tratamento clínico dessa paciente pode ser feito com betabloquea-
dor, para diminuir a frequência cardíaca, aumentar o tempo diastólico do
ventrículo esquerdo e melhorar o esvaziamento do átrio esquerdo. E o tra-
tamento da valva mitral está indicado, porque ela tem, provavelmente, uma
doença valvar importante, além de sintomas. Pode ser feito por meio de
uma valvoplastia por balão, mas apenas após o ecocardiograma (obriga-
tório nesse caso), que permitirá avaliar se as características da valva são
passíveis de tratamento percutâneo (valvoplastia por balão), pelo cálculo

COMENTÁRIOS E RESPOSTAS DAS QUESTÕES 25


DE OLHO NA PROVA DISCURSIVA | REVALIDA

do escore de Block. A valvoplastia por balão seria o ideal nessa paciente


que tem, clinicamente, um quadro isolado de estenose mitral. Se ela tivesse
dupla lesão valvar, precisaria de uma abordagem cirúrgica (valva metálica,
pois ela é jovem, a fim de evitar novas cirurgias).

6.  (INEP – 2017)


a.  O diagnóstico sindrômico é o de síndrome metabólica.
b.  A síndrome metabólica se define pela presença de três critérios ou mais
do NCEP ATPIII, sendo que o paciente do caso tem, apenas: obesidade
abdominal por meio de circunferência abdominal acima de 102 cm em
homens e acima de 88 cm em mulheres. O paciente tem pressão arterial
maior ou igual que 130 mmHg para pressão sistólica ou maior ou igual
que 85 mmHg para pressão diastólica. O paciente tem glicemia de jejum
maior ou igual a 100 mg/dL. O paciente tem triglicérides maior ou igual a
150 mg/dL. O paciente não tem HDL colesterol menor que 40 mg/dL em
homens e menor que 50 mg/dL em mulheres.
c.  O principal mecanismo subjacente na síndrome metabólica é a resistên-
cia à insulina. A obesidade do tipo abdominal está frequentemente associa-
da à resistência à insulina. A hiperinsulinemia que acompanha a resistência
à insulina pode levar à hipertensão arterial e à dislipidemia, principalmen-
te à custa da hipertrigliceridemia e do baixo HDL, e essas promovem o
desenvolvimento da aterosclerose, que é o resultado final da síndro-
me metabólica.
d.  Orientações de dieta hipocalórica e medicamentos para redução da
hipertensão arterial (obrigatoriamente com um medicamento da classe dos
IECA ou BRA), controle do diabetes (metformina) e da dislipidemia (estati-
na) e para a perda de peso.
e.  As metas são: em pacientes diabéticos, como o caso desse paciente,
com albuminúria (nefropatia diabética), deve-se tentar atingir pressão arte-
rial menor que 130/80 mmHg, contanto que não tenha sintomas de hipo-
tensão; glicemia de jejum menor que 100 mg/dL; colesterol LDL — hoje em
dia não se fala mais de meta de LDL exclusivamente. O paciente do caso,
por ser diabético e ter mais de 40 anos, deve receber estatina no mínimo em
dose moderada. No entanto, dado que tem múltiplas comorbidades, o mais
adequado é usar estatina em alta dose, visando à redução de mais de 50%
do LDL inicial, idealmente atingindo LDL inferior a 70 mg/dL.

COMENTÁRIOS E RESPOSTAS DAS QUESTÕES 26


DE OLHO NA PROVA DISCURSIVA | REVALIDA

7.  (UFMT – 2017)


a.  Nas primeiras 24 horas, a hipótese diagnóstica era de erisipela ou ce-
lulite localizada, pois o paciente apresentava quadro clínico compatível
e sinais flogísticos de infecção de pele. Por não ter sido instituído trata-
mento adequado, o paciente evoluiu com sepse e fasceíte necrotizante.
A suspeita de sepse se dá pela presença de disfunção orgânica com
Quick SOFA maior ou igual a dois — nesse paciente, há confusão mental e FR
maior ou igual a 22. Na fasceíte necrotizante, a infecção geralmente se inicia
nos pés e progride rapidamente pela fáscia até a perna. A apresentação clínica
é de celulite com sinais sistêmicos de infecção grave — taquicardia, leucocito-
se, hiperglicemia marcada ou acidose — em pacientes diabéticos.
b.  Condutas terapêuticas: internação em UTI; coleta de hemoculturas; lactato;
reposição volêmica com cristaloides 30 mL/kg nas primeiras 3 horas; antibioti-
coterapia de amplo espectro visando à cobertura de estafilococos, Gram nega-
tivos e anaeróbios iniciada na primeira hora; desbridamento e descompressão
cirúrgica da síndrome compartimental. Essas condutas diminuem a mortalidade
e a perda do membro afetado.

Cirurgia VOLTAR AO SUMÁRIO

8.  (INEP – 2022)


Há 3 períodos de realização dos checklists: antes da indução anestésica
(momento da chegada do paciente no centro cirúrgico); o momento an-
tes da incisão (está anestesiado, antes de incisar o paciente, há medidas
a tomar); e após o fim da cirurgia (depois da saída do cirurgião da sala, há
outras medidas).
Antes da indução anestésica (na chegada do doente ao centro cirúrgico),
deve-se confirmar a identidade e se há consentimento. Há também a ne-
cessidade de verificação da segurança anestésica, se há dispositivos, medi-
camentos necessários, checagem de funcionamento do oxímetro de pulso;
se havia programação de solicitação de hemoderivados com antecedên-
cia, caso necessário. Verificação de alergias, demarcação de sítio, se há via
aérea difícil e risco de perda de sanguínea.

COMENTÁRIOS E RESPOSTAS DAS QUESTÕES 27


DE OLHO NA PROVA DISCURSIVA | REVALIDA

No momento antes da incisão operatória e da indução anestésica, há um


checklist a ser realizado, a saber: confirmar membros da equipe para se
certificar de que estão operando a pessoa certa, confirmação verbal da
identidade do sítio cirúrgico, revisão do cirurgião, duração do procedimen-
to, possibilidade de perda sanguínea, revisão do anestesista, se há situa-
ção de risco, revisão de equipe de enfermagem e materiais necessários.
Importante: profilaxia antimicrobiana. Depois do fim da cirurgia, há mais
um checklist: o profissional deve se reportar, tanto cirurgião quanto aneste-
sista, quanto a se houve algum problema relacionado à cirurgia/anestesia.
Contagem dos instrumentos ou compressa. Catalogação da amostra
do espécime cirúrgico, acondicionamento adequado, inclusive verbal-
mente. Precisa-se falar de preocupações e providências com relação ao
pós-operatório, profilaxia de tromboembolismo, continuar antibiótico e
dieta. Houve muita falha no protocolo de cirurgia segura.

9.  (UFMT – 2018)


a.  Inicialmente, através da anamnese e exame físico. O objetivo da ava-
liação do paciente é detectar doenças não reconhecidas e fatores de risco
que podem aumentar o risco de cirurgia acima do valor basal e propor
estratégias para reduzir esse risco.
b.  Embora o teste laboratorial pré-operatório não seja rotineiramen-
te indicado, o teste seletivo é apropriado em circunstâncias específicas,
incluindo pacientes com doenças subjacentes conhecidas ou fatores
de risco que afetam o gerenciamento cirúrgico ou aumentam o risco, e
procedimentos cirúrgicos específicos de alto risco. Estudos laborato-
riais específicos comumente solicitados para avaliação pré-operatória
incluem hemograma completo, eletrólitos, função renal, glicemia, estu-
dos da função hepática, avaliação da hemostasia e urinálise. As diretri-
zes de 2014 do American College of Cardiology (ACC)/American Heart
Association (AHA) recomendam um ECG de 12 derivações em repouso no
pré-operatório para pacientes com doença arterial coronariana conhecida,
arritmia significativa, doença arterial periférica, doença cerebrovascular
ou outra doença cardíaca estrutural significativa, exceto àqueles submeti-
dos à cirurgia de baixo risco.
c.  Em cirurgia eletiva se preconiza o controle pressórico antes do procedi-
mento. Além do ajuste de medicações pela hipocalemia. Paciente apresenta

COMENTÁRIOS E RESPOSTAS DAS QUESTÕES 28


DE OLHO NA PROVA DISCURSIVA | REVALIDA

doença sistêmica não controlada. O ideal é controlar hipertensão e ajustar


a dosagem de potássio para realização da cirurgia proposta.
d.  Durante uma anestesia, para manutenção adequada da anestesia ge-
ral, necessita monitorização clínica e monitores convencionais. Monito-
rização da circulação sanguínea, com a determinação da pressão arterial,
batimentos cardíacos e determinação do ritmo cardíaco. Monitorização da
oxigenação do sangue arterial. Monitorização da ventilação, com medida
do gás carbônico expirado, nos casos de anestesia com respiração artificial.

10.  (UFMT – 2017)


a.  Síndrome de Turcot.
b.  É recomendado que crianças de alto risco sejam submetidas a testes
para detecção de mutação no gene APC. Após a realização dos testes, dois
grupos são identificados, aqueles que herdaram as alterações no APC, os
quais requerem seguimento e intervenção específica, e aqueles que não
herdaram. Os que não herdaram requerem rastreamento semelhante ao da
população geral.

11.  (UFMT – 2017)


a.  Pode ser causada pela presença e avanço do próprio tumor, efeito
indireto do tumor (desequilíbrio metabólico, infecção), consequência
do tratamento do câncer, como quimioterapia, radioterapia ou cirurgia;
mecanismos não relacionados, tais como enxaqueca, dor miofascial.
b.  A OMS defende uma conduta em “escada” para o controle da dor
oncológica exclusivamente com medicamentos via oral, dependendo da
intensidade e em parte do mecanismo da dor.
Primeiro degrau: controlar a dor com medicamentos não opioides, com
ou sem adjuvantes.
Segundo degrau: em caso de dor persistente ou cuja intensidade aumen-
ta, associar opioides fracos aos analgésicos não opioides e adjuvantes.
Terceiro degrau: opioides fortes são usados com analgésicos não opioides
e adjuvantes até que haja analgesia completa.
Nesse ponto, se a dor persistir, devem ser empregados procedimentos
neurolíticos e/ou intervencionistas.

COMENTÁRIOS E RESPOSTAS DAS QUESTÕES 29


DE OLHO NA PROVA DISCURSIVA | REVALIDA

12.  (UFMT – 2017)


a.  Hipóteses diagnósticas (pode haver outras): prenhez ectópica; abor-
tamento complicado; Doença Inflamatória Pélvica (DIP). Os achados que
podem ser indícios de prenhez ectópica são: vida sexual ativa; uso irregu-
lar de contraceptivo oral; possibilidade de gestação; metrorragia; taqui-
cardia; palidez cutânea e nas mucosas; peritonismo no quadrante inferior
direito. A presença de febre pode ser justificada por resposta inflamatória
sistêmica ou reação secundária ou infecção de coleção hemática na pelve.
Os achados que podem ser indícios de abortamento complicado são: vida
sexual ativa; uso irregular de contraceptivo oral; possibilidade de gestação;
metrorragia e taquicardia; palidez cutânea e nas mucosas. A presença de
sinais de sepse pode ser devido à infecção ou hemorragia secundária ao
abortamento traumático, lesão uterina ou de vísceras adjacentes e retenção
de restos embrionários. A DIP está associada à vida sexual ativa e presença
de infecções ginecológicas. A paciente em questão relatava vida sexual
ativa e leucorreia e apresenta sepse com foco abdominal/pélvico. A presen-
ça de complicações, como abscesso tubo-ovariano ou peritonite localizada,
podem dar causa ao quadro séptico e peritonismo localizado.
b.  Exames indicados (pode haver outros): gonadotrofina coriônica;
hemograma; ultrassonografia endovaginal/pélvica; laparoscopia. A gona-
dotrofina coriônica será útil para confirmar prenhez tópica ou ectópica.
No hemograma, é possível verificar sinais de infecção — leucocitose,
desvio à esquerda — causados por infecção associada à DIP ou ao
abortamento complicado. Valores muito baixos da hemoglobina podem
decorrer de hemorragia (prenhez ectópica) ou sepse. A ultrassonografia
endovaginal/pélvica pode delimitar a presença de prenhez ectópica,
abscessos, coleções hemáticas, restos embrionários e outras causas do
quadro clínico, como apendicite aguda. A laparoscopia pode ser diagnós-
tica e terapêutica para abscessos e outras coleções, peritonite purulenta,
prenhez ectópica, hemostasia de hemorragias, além de causas não
ginecológicas, como apendicite aguda e perfuração intestinal.

COMENTÁRIOS E RESPOSTAS DAS QUESTÕES 30


DE OLHO NA PROVA DISCURSIVA | REVALIDA

Ginecologia e Obstetrícia VOLTAR AO SUMÁRIO

13.  (INEP – 2022)


a.  Trata-se de paciente que agora apresenta infecção urinária tratada, mas
não realizou o controle. Com o tempo, começou a apresentar febre, per-
cussão de região lombar dolorosa à direita, quadro típico de pielonefrite.
b.  Em quadros de pielonefrite na gestação, a paciente é internada, pois
há muito risco de sepse. Com a internação, é iniciada antibioticoterapia
endovenosa. Pode-se iniciar cefalosporina de primeira geração (como cefa-
zolina), e se não houver melhora, a regressão da febre em 24 ou 48 horas,
pensa-se em escalonar por cefalosporina de terceira geração (como
ceftraiaxona). A urocultura também oferecerá base para observar se a
antibioticoterapia está eficaz.
c.  Complicações maternas poderia ser bacteremia, septicemia e até óbito
materno, não havendo controle adequado da paciente.

14.  (UFMT – 2018)


Existem dois esquemas diagnósticos: viabilidade financeira e/ou disponi-
bilidade técnica parcial e viabilidade financeira e viabilidade técnica total.
A questão cobra este último esquema. Nesta proposta, realiza-se glice-
mia de jejum até 20 semanas de gestação para diagnóstico de Diabetes
Mellitus Gestacional (DMG) e Diabetes Mellitus (DM) na gestação. Caso a
glicemia de jejum esteja abaixo de 92 mg/dL, realiza-se o Teste Oral de
Tolerância a Glicose (TOTG) de 24 a 28 semanas. Caso a paciente te-
nha iniciado o pré-natal com mais de 20 semanas, o TOTG é realizado
imediatamente. Se o valor de glicemia de jejum for maior ou igual a
126 mg/dL, é considerado DM. Se este valor estiver entre 92 e 125, é
considerado DMG. No TOTG, a DM é diagnosticada quando o valor do
jejum for maior a 125 mg/dL ou o valor de 2 horas pós-sobrecarga de gli-
cose for maios ou igual a 200 mg/dL. Para diagnóstico de DMG, o exame
apresenta ao menos um valor de: jejum, entre 92 e 125 mg/dL; 1 hora,
maior ou igual a 180 mg/dL; 2 horas, entre 153 e 199 mg/dL.

15.  (UFMT – 2018)


a.  O diagnóstico é sífilis adquirida latente tardia em gestante. O relato de
tratamento adequado anteriormente não exclui esse diagnóstico, uma vez

COMENTÁRIOS E RESPOSTAS DAS QUESTÕES 31


DE OLHO NA PROVA DISCURSIVA | REVALIDA

que pode ser um caso de reinfecção. O diagnóstico pertence ao grupo de


Doenças Sexualmente Transmissíveis.
b.  Trata-se de doença atual, pois a titulação de VDRL é muito alta para ser
reação cruzada, infecção pregressa ou cicatriz sorológica.
c.  A paciente deve ser imediatamente tratada com esquema de sífilis la-
tente tardia, pois há o relato de tratamento prévio: penicilina G benzatina
2,4 milhões UI, intramuscular, semanalmente por 3 semanas (dose total
de 7,2 milhões UI). O teste treponêmico pode ser solicitado para confir-
mar o diagnóstico, mas o tratamento não pode ser retardado. As demais
sorologias necessitam ser checadas ou solicitadas. Se disponível, uma ul-
trassonografia pode ser realizada a fim de rastrear alterações fetais devido
à doença. O parceiro precisa ser convocado para tratamento e a doença
deve ser notificada. No acompanhamento, o VDRL deve ser dosado men-
salmente na paciente gestante.

16.  (UFMT – 2018)


O BI-RADS® subdivide os achados mamográficos, de ressonância
magnética e ultrassonográficos em:
Classe 0: achados inconclusivos – deve-se realizar exame adicional para
complementação;
Classe 1: achados normais ou negativos – não há alterações no exame;
Classe 2: achados benignos;
Classe 3: achados provavelmente benignos;
Classe 4: achados suspeitos;
Classe 5: achados altamente suspeitos;
Classe 6: achados com comprovação de malignidade.

17.  (INEP – 2017)


O diagnóstico clínico da paciente é sífilis, e o estadiamento é sífilis latente
de duração indeterminada, uma vez que não há menção de diagnóstico
ou tratamento prévio (mínimo de dois anos e sete meses de evolução —
dado que a causa provável do óbito neonatal anterior foi sífilis congênita).
Como a paciente apresenta teste treponêmico e teste não treponê-
mico positivos, com VDRL acima de 1/16, e história pregressa de um
feto com malformações, deve tratar-se, muito provavelmente, de doença

COMENTÁRIOS E RESPOSTAS DAS QUESTÕES 32


DE OLHO NA PROVA DISCURSIVA | REVALIDA

ativa e que requer tratamento, pois, uma vez não tratada, o treponema
pode ser transmitido ao feto, causando a sífilis congênita novamente. Sífilis
congênita ainda é uma doença endêmica no Brasil, embora haja cura e
prevenção. A primeira medida a ser tomada em uma gestante com diag-
nóstico de sífilis é o tratamento dela e do parceiro com penicilina benzatina,
3 doses de 2.400.000 UI, 1.200.000 UI em cada nádega, com intervalo de
uma semana entre elas. O tratamento do parceiro é imperioso para essa
gestante ser adequadamente tratada, independentemente do estado so-
rológico dele. Os títulos devem cair quatro vezes em até seis meses e ne-
gativar entre 12 e 24 meses após o tratamento; caso contrário, se esses
títulos se mantiverem ou aumentarem, deve-se considerar a hipótese de
neurossífilis, falência de tratamento ou reinfecção. Após o nascimento, a
conduta para o recém-nascido varia se a gestante fez ou não tratamen-
to adequado para sífilis. É muito importante a conscientização do casal
sobre o diagnóstico e definição de estratégias que visem aderência da ges-
tante ao seguimento pré-natal. As situações estão demonstradas a seguir:
1. Situação A: recém-nascido de mãe com sífilis não tratada ou inade-
quadamente tratada. Independentemente do resultado do VDRL do
recém-nascido, a investigação inclui os seguintes exames laboratoriais: lí-
quido cefalorraquidiano (citologia, bioquímica e VDRL); hemograma com
plaquetas e radiografia de ossos longos. Outros exames complementares
são recomendados quando o recém-nascido é sintomático ou a doença
altamente provável, como avaliação oftalmológica e auditiva (BERA), ul-
trassonografia craniana e dosagem de aminotransferases, bilirrubinas,
gama-GT e fosfatase alcalina (acometimento hepático). O tratamento
varia de acordo com a avaliação clínica e de exames complementares, sem-
pre com penicilina G (cristalina, procaína ou benzatina).
2. Situação A1: se houver alterações clínicas, sorológicas, radiológicas
e/ou hematológicas, o tratamento deverá ser feito com penicilina G crista-
lina 50.000/kg/dose, via intravenosa, a cada 12 horas (nos primeiros 7 dias
de vida) ou a cada 8 horas (após 7 dias de vida), durante 10 dias. Alternati-
vamente, pode-se usar penicilina G procaína 50.000 UI/kg, 1 vez ao dia, via
intramuscular, durante 10 dias.
3. Situação A2: se houver alteração do líquido cefalorraquidiano, o
tratamento deve ser feito com penicilina G cristalina 50.000/kg/dose,
via intravenosa, a cada 12 horas (nos primeiros 7 dias de vida) ou a cada

COMENTÁRIOS E RESPOSTAS DAS QUESTÕES 33


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8 horas (após 7 dias de vida), durante 10 dias. A penicilina procaína não


deve ser utilizada.
4. Situação A3: se não houver alterações clínicas, radiológicas, hema-
tológicas e/ou do líquido cefalorraquidiano, realiza-se tratamento com
penicilina G benzatina, 50.000 UI, via intramuscular, dose única. O acompa-
nhamento do recém-nascido é obrigatório, incluindo o seguimento com
VDRL sérico após a conclusão do tratamento. Na impossibilidade de garantir
o acompanhamento, o recém-nascido deve ser tratado como o esquema A1.
5. Situação B: recém-nascido de mãe adequadamente tratada. Nesse
caso, realiza-se o VDRL do recém-nascido — em amostra periférica, e não
de cordão umbilical. Se este for reagente com titulação maior do que a da
mãe e/ou com alterações clínicas, realizam-se hemograma, radiografia de
ossos longos e coleta de líquido cefalorraquidiano.
6. Situação B1: se houver alterações clínicas, radiológicas, hematológicas
sem alterações do líquido cefalorraquidiano, o tratamento deverá ser feito
como em A1.
7. Situação B2: se houver alterações liquóricas, o tratamento deve-
rá ser feito como em A2. Se recém-nascido assintomático e VDRL
não reagente, realiza-se apenas acompanhamento clínico-laboratorial.
Na impossibilidade de garantir o seguimento, realiza-se tratamento com
penicilina benzatina 50.000 UI/kg, via intramuscular, dose única.

18.  (UFMT – 2017)


a.  Idade, paridade, raça negra, primeira gestação tardia, hereditariedade.
b.  Hemorragia genital, dor pélvica, esterilidade, desconforto pélvico,
dismenorreia.
c.  Mioma submucoso, subseroso, intramural.
d.  Anti-Inflamatórios Não Esteroides (AINE), anticoncepcional, acetato de
medroxiprogesterona, DIU de levonorgestrel, análogos do GNRH.

19.  (UFMT – 2017)


a.  Obesidade; síndrome do ovário policístico; uso prolongado de es-
trogênios em altas doses na menopausa; menarca precoce; menopau-
sa natural tardia; história de infertilidade; nuliparidade; irregularidade
menstrual; residência na América do Norte ou na Europa Setentrio-
nal; maior nível educacional ou de renda; raça branca; idade avançada;

COMENTÁRIOS E RESPOSTAS DAS QUESTÕES 34


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uso de tamoxifeno; história de diabetes mellitus; hipertensão arterial ou


doença biliar; uso prolongado de contraceptivos orais combinados em alta
dosagem; tabagismo.
b.  O termo Neoplasia Intraepitelial Endometrial (NIE) foi criado para dis-
tinguir de forma mais precisa duas categorias clínicas bastante distintas
de hiperplasia: (1) endométrio policlonal normal reagindo difusamente a
ambiente hormonal anormal e (2) lesões monoclonais intrinsecamente
proliferativas que surgem focalmente e implicam risco elevado de ade-
nocarcinoma (MUTTER, 2000). Utiliza-se o termo neoplasia intraepitelial
endometrial para descrever todos os endométrios classificados como
pré-malignos por uma combinação de três características morfométricas
que refletem o volume glandular, a complexidade da arquitetura e as anor-
malidades citológicas.
c.  Ainda que a ecografia nos possa mostrar uma linha endometrial espes-
sada, não é ela que faz o diagnóstico de hiperplasia. A ecografia revela-se
pouco útil, particularmente na pré-menopausa. O valor preditivo negativo
da espessura endometrial é muito mais significativo na pós-menopausa:
99% para endométrios inferiores a 4 mm. A hiperplasia endometrial é um
conceito definido histologicamente, assim é necessária uma amostra (su-
ficiente) de tecido endometrial que pode ser obtida sob visão direta, na
histeroscopia, por meio de uma biópsia dirigida; cegamente, por cureta-
gem, aspiração e biópsia fracionada ou, simplesmente e a baixo custo, por
meio de uma biópsia através da cânula de Pipelle.

Saúde Coletiva VOLTAR AO SUMÁRIO

20.  (INEP – 2022)


a.  Seria LER/DORT, pelo padrão da afecção, que atinge toda a região do
antebraço, pela dor na apalpação, frequente nos digitadores (pela exposi-
ção no trabalho).
b.  O que deve ser avaliado propedeuticamente: a história da queixa atual,
quanto tempo durou, a localização, intensidade, tipo padrão, formas de
relação, o que melhora e piora, variação no tempo. Indagar e falar dos di-
versos aparelhos, descobrir se houve trauma, esforços musculares agudos,

COMENTÁRIOS E RESPOSTAS DAS QUESTÕES 35


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se há outro tipo de doença do tecido conjuntivo (como artrite, diabetes,


espondilite anquilosante, esclerose sistêmica, polimiositose e condições
como gravidez e menopausa). Indagar também sobre comportamentos e
hábitos que podem prejudicar a dor, antecedentes pessoais e familiares.
Na anamnese ocupacional haverá atividades operacionais como movimen-
tos repetitivos, jornadas prolongadas, ausências de pausas, exigência de
posturas desconfortáveis por tempo prolongado, força muscular, ritmo de
trabalho etc. Podem ser pedidos alguns testes do exame físico, no qual
se faz inspeção: a primeira etapa é apalpação e manobras. Será inspe-
cionado postura normal, assimetrias, edemas, existência de deformidade
ou característica dos anexos, com pele e unhas. Na apalpação: procurar
consistência diferente da pele ou dos tecidos moles, se há nodulação,
contratura na apalpação dos locais doloridos, principalmente punho,
antebraço e braço. Manobras: de Finkelstein (para avaliar tenossinovite de
Quervain), teste de Cozen (para avaliar epicondilite, fletir o cotovelo a 90º
e pronar o cotovelo), de Adson, Tinel, Gerber, Speed, teste de Adson e
Phalen. Plano educativo abrange várias coisas, como: informar a pacien-
te da necessidade de CAT, como provavelmente se trata de uma doen-
ça ocupacional; discutir com a paciente sobre dificuldades enfrentadas
pelo estabelecimento do trabalho, no diagnóstico e de como a reinserção
dela no resgate da cidadania com as doenças de trabalho. Quanto ao tra-
tamento/plano terapêutico, a conduta será anti-inflamatórios, analgésicos,
fisioterapia e discussão com a paciente da possibilidade de afastamento
por um período, ou de mudança de tipo de atividade. Acompanhamen-
to por equipe multiprofissional, atividades laborais, fisioterapia etc.
c.  Da parte biológica, pode-se citar tendinopatias, inflamação no sistema
ósseo muscular. Na parte psicossocial, o cansaço, o medo de perder em-
prego, a pandemia, o excesso de trabalho, a falta de remuneração adicio-
nal e o descanso.

21.  (INEP – 2017)


a.  Com relação ao número de pessoas, o cálculo está errado, já que de
acordo com as Diretrizes do Programa Saúde da Família o limite máximo é
de 4.000 habitantes por equipe, sendo a média preconizada de 3.000.
b.  A territorialização serve para conhecer os moradores da região e en-
tender as necessidades específicas relacionadas às questões demográficas,

COMENTÁRIOS E RESPOSTAS DAS QUESTÕES 36


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epidemiológicas, aos aspectos econômicos, sociais, culturais e políticos e


conhecer a clientela.
c.  Primeiro os agentes comunitários de saúde, através de cadastro das
famílias por visita domiciliar, identificam os indivíduos e os problemas de
saúde, assim conseguem delimitar a área e organizar as ações de saúde
que serão feitas nessa região.
d.  Abastecimento de água; drenagem urbana; coleta do lixo; doenças
passadas pela água, como diarreia.

22.  (INEP – 2017)


a.  Os parâmetros clínicos para constatação de morte encefálica a serem
observados são coma aperceptivo com ausência de atividade motora
supraespinal e apneia. Eles podem ser identificados por meio do exame
neurológico onde encontramos:
• Pupilas fixas e arreativas;
• Ausência de reflexo corneopalpebral;
• Ausência de reflexo oculoencefálico;
• Ausência de respostas às provas calóricas (reflexo oculovestibular);
• Ausência do reflexo de tosse;
• Apneia;
• Ausência de resposta aos estímulos dolorosos.
Parâmetros diretos de exames:
• Arteriografia cerebral sem fluxo;
• Ultrassonografia de Doppler transcraniano sem fluxo;
• Eletroencefalograma sem atividade cerebral.
b.  De acordo com a legislação brasileira, Lei nº 9.434/1997 (Lei de Trans-
plantes), depreende-se que a manifestação de vontade expressa e pública
do potencial doador quanto à doação de seus órgãos não está juridicamen-
te protegida. Em contrapartida, a decisão sobre a (não) doação de órgãos
é inteiramente da família do doador, mesmo que esta decisão contrarie sua
vontade. Art. 1º: É legal e ética a suspensão dos procedimentos de supor-
tes terapêuticos quando determinada a morte encefálica em não doador
de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante, nos
termos do disposto na Resolução CFM nº 1.480, de 21 de agosto de 1997,
na forma da Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997. Assim sendo, todos
os equipamentos e suporte terapêutico devem ser encerrados diante da

COMENTÁRIOS E RESPOSTAS DAS QUESTÕES 37


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paciente em morte encefálica e não doador de órgãos. Resumindo, quem


decide é a família, independente da vontade prévia do potencial doador.
c.  A família assina termo por escrito mediante testemunhas para autorizar
a retirada. Depois da confirmação da morte encefálica e de manifestado
o desejo pela família de doar os órgãos do parente, a equipe médica re-
aliza um questionário com os familiares para detalhar o histórico clínico
do paciente. A ideia é investigar se os hábitos do doador teriam levado
ao desenvolvimento de possíveis doenças ou infecções que possam ser
transmitidas ao receptor. Doenças crônicas, como diabetes, infecções ou
mesmo o uso de drogas injetáveis podem acabar comprometendo o órgão
que seria doado, inviabilizando o transplante. Por isso, a equipe médica ve-
rifica o passado clínico do doador. A entrevista é um guia para os médicos,
que ainda realizam testes biológicos e físicos que indicam também a pos-
sível compatibilidade com os receptores na fila do transplante. É feita a
cirurgia para retirar múltiplos órgãos que são acondicionados em solução
de preservação e gelo e cada equipe leva o órgão captado ao seu receptor.

23.  (UFMT – 2017)


O preenchimento do Bloco VI deve ocorrer: Parte I – Nesta parte, o médico
deve declarar a causa básica do óbito em último lugar (parte I - linha d),
estabelecendo uma sequência, de baixo para cima, até a causa terminal ou
imediata (parte I - linha a). Sendo que a causa básica da morte é a doença
ou lesão que iniciou a cadeia de acontecimentos que resultaram na causa
terminal ou imediata. Na parte II, o médico deve declarar outras condições
mórbidas preexistentes e sem relação direta com a morte, que não entra-
ram na sequência causal declarada na parte I. Para o preenchimento ade-
quado da Declaração de Óbito (DO), o médico não deve assinar a DO em
branco, preencher a DO sem, pessoalmente, examinar o corpo e constatar
a morte, utilizar termos vagos para o registro das causas de morte, como
parada cardíaca, parada cardiorrespiratória ou falência de múltiplos órgãos
e cobrar pela emissão da DO (exceto que seja um paciente particular a
quem não vinha prestando assistência).

24.  (UFMT – 2017)


a.  A prevalência de tuberculose latente no município é semelhante à pre-
valência regional, pois tanto no estudo municipal quanto no estudo feito

COMENTÁRIOS E RESPOSTAS DAS QUESTÕES 38


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anteriormente na região, os intervalos de confiança (95%) da prevalência


se sobrepõem.
b.  Existe associação forte entre infecção familiar prévia e tuberculose la-
tente. O relato de tratamento prévio de tuberculose em algum membro da
família é um importante fator de risco para tuberculose latente no indivíduo.

Pediatria VOLTAR AO SUMÁRIO

25.  (INEP – 2022)


a.  Considerando-se todo o quadro, a principal hipótese diagnóstica é a
glomerulonefrite pós-estreptocócica. Chega-se a essa hipótese devido à
incidência de infecção, provável infecção estreptocócica há 15 dias; uma
faringoamigdalite com evolução após duas semanas para um quadro de
oligúria, hematúria, hipertensão e edema periorbitário, altamente sugestiva
para a hipótese diagnóstica.
b.  O exame de urina, que mostrará hematúria, leucocitúria e proteinúria
— mas não nefrótica. O exame de sangue, devido à função renal estar
alterada, indica aumento de ureia e creatinina. Outro importante exame
complementar é o C3, que nesses pacientes está diminuído, e a progressão
é um fator prognóstico para o paciente. Pode-se também solicitar ASLO
(antiestreptolisina O), que evidencia infecção pelo estreptococo e começa
a aparecer positivo após duas semanas de infecção.
c.  O tratamento de glomerulonefrite pós-estreptocócica é o suporte.
A orientação é de dieta com restrição hídrica e de sódio até o paciente
apresentar diurese normal. Além disso, será prescrito anti-hipertensivo caso
necessário e, como não foi erradicado o estreptococo, é indicado penicilina
cristalina para erradicação da cepa.
d.  A evolução favorável é esperada para esse quadro. Na Pediatria, a
glomerulonefrite pós-estreptocócica não costuma constar.

26.  (UFMT – 2018)


a.  Sinais de crise asmática grave: fala palavras (lactente chorando ou irrita-
do), presença de retrações acentuadas, FR aumentada, saturação de oxigê-
nio entre 91 e 95% em ar ambiente, sonolência ou agitação.

COMENTÁRIOS E RESPOSTAS DAS QUESTÕES 39


DE OLHO NA PROVA DISCURSIVA | REVALIDA

b.  Sequência de tratamento: manter paciente com máscara de oxigênio


com fluxo mínimo de 3 L/min; monitorização com oximetria de pulso e mo-
nitor cardíaco; acesso venoso periférico; beta-2-agonista de curta duração
(salbutamol) por aerossol dosimetrado a cada 20 minutos por 1 hora; metil-
prednisolona 1 a 2 mg/kg endovenosa. Se ausência de melhora, optar por
sulfato de magnésio na dose de 5 g/kg diluído em soro fisiológico, correr
em 20 minutos; solicitar transferência para unidade avançada.

27.  (UFMT – 2018)


a.  Ver imagem. O escolar encontra-se com uma altura adequada para a
idade (escore z +1). Ao avaliar o peso de acordo com a idade, observamos
um peso aumentado (escore z entre +2 e +3). Nestes casos, o mais impor-
tante é correlacionar o peso à estatura, ou seja, ter o valor do IMC (kg/m2).
O IMC do paciente encontra-se entre escore z +2 e +3. Com esse IMC,
o diagnóstico do paciente é de obesidade.
b.  A família deve ser orientada quanto aos riscos em médio e longo prazo
da obesidade, com destaque para diabetes mellitus tipo 2, hipertensão
arterial e hiperlipidemia. Uma atenção especial deve ser dada à dieta do
dia a dia e à necessidade da prática de exercícios. A perda de peso deve
ser gradual, respeitando as particularidades do indivíduo. Nos livros de
Pediatria, uma sugestão comum é que se programe como alvo de perda
de peso uma perda de 10% em 6 meses.

28.  (INEP – 2017)


a.  A questão mostra um menino de 5 anos que é negligenciado pela
cuidadora. A criança não frequenta escola (negligência educacional),
não faz acompanhamento médico de rotina (negligência física) e fica sob
os cuidados de um terceiro que não faz parte da família (negligência
emocional). A negligência é uma apresentação de maus-tratos contra a
criança. O caso deve ser notificado para o conselho tutelar e Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e a criança deve ser mantida
afastada de seu provável agressor. Os prováveis diagnósticos são negligên-
cia e abuso sexual. A lesão cutâneo-mucosa é um condiloma acuminado
perianal que tem como causa uma infecção pelo HPV transmitido por con-
tato sexual (abuso sexual).

COMENTÁRIOS E RESPOSTAS DAS QUESTÕES 40


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b.  Não frequenta escola, não passou em consulta na UBS nos últimos 3
anos, comportamento arredio e o fato de permanecer sozinho por muito
tempo com um possível agressor.
c.  O pediatra deve acolher e escutar a vítima. Deve ser feita a notificação
de maus-tratos ao Conselho Tutelar e ao Sinan. Iniciar profilaxia para DST
não virais, HIV e hepatite B. Afastar a criança do provável agressor. Medidas
protetivas para o menor.

29.  (UFMT – 2017)


a.  Vírus Sincicial Respiratório e Adenovírus.
b.  Coriza, tosse e dificuldade respiratória, podendo também ser: sibilân-
cia, chiado e rinorreia.
c.  Prematuridade e cardiopatia congênita, pode também ser
broncodisplasia.
d.  Insuficiência respiratória aguda.
e.  Aleitamento materno exclusivo e imunização materna na gestação con-
tra H1N1 e B pertussis.

30.  (UFMT – 2017)


a.  Ao nascer - BCG; Hepatite B.
b.  Aos 2, 4 e/ou 6 meses - Vip: Vacina Pólio Inativada; DPT:
Difteria, Pertussis e Tétano; Hib: Hemófilos influenza tipo B; HB:
Hepatite B; VORH: Rotavírus oral; Pn10v: Pneumo 10-valente; 3 e 5 meses -
meningo C; 9 meses - febre amarela - áreas endêmicas 12 meses e 15
meses - SCR: Sarampo, Rubéola, Caxumba; Tetraviral: Sarampo, Rubéola,
Caxumba e Varicela.
c.  Aos 4 anos - DTP (tríplice bacteriana); VOP (vacina oral poliomielite).
d.  Aos 9 anos - HPV: Vacina contra papiloma vírus humano; 11- 19 anos -
Dt: Difteria e tétano tipo adulto a depender da situação vacinal - meningo
C, Hepatite e tríplice viral.

COMENTÁRIOS E RESPOSTAS DAS QUESTÕES 41


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