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CIRURGIA
MÓDULO 2
Vitor Moreira Melo
Marcelo Portocarrero
Vergilius José Furtado de Araujo Neto
© Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos à Editora Sanar Ltda. pela
Lei nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume ou
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(eletrônico, gravação, fotocópia ou outros), essas proibições aplicam-se também à editoração da
obra, bem como às suas características gráficas, sem permissão expressa da Editora.
MARCELO PORTOCARRERO
CIRURGIA GERAL
1. Perioperatório.........................................................................................9
2. Hérnias inguinal e femoral................................................................15
3. Abdome agudo inflamatório ............................................................31
4. Apendicite aguda................................................................................ 39
5. Lipoma, cisto dermoide e biópsia de linfonodo..........................47
UROLOGIA
1. Tumores urogenitais............................................................................53
2. Hiperplasia prostática benigna........................................................ 71
3. Urgências urológicas não traumáticas........................................... 77
CIRURGIA GERAL
CIRURGIA GERAL PERIOPERATÓRIO
INTRODUÇÃO
A avaliação clínica bem conduzida é capaz de descartar a maior parte das patolo-
gias que interferem com risco cirúrgico.
IDADE
A idade isoladamente não é um fator de risco tão relevante quanto se pensa. Em-
bora alguns estudos apontem para o aumento do risco com a idade, o mais impor-
tante são as comorbidades que o paciente apresente, assim como a capacidade
cardiovascular dele.
CAPACIDADE FUNCIONAL
SAHOS
TABAGISMO
SANGRAMENTO
ASA
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ASA Definição Exemplos
Indivíduo sadio, não fumante, mínimo consumo de
I Paciente sem comorbidades.
álcool.
Doença sistêmica leve sem limitação Tabagista, etilista social, gravidez, obesidade (IMC
II
funcional. <40), HAS e DM compensados etc.
Doença sistêmica severa com limitação HAS ou DM descompensados, obesidade (IMC ³40),
III
funcional. marcapasso, abuso de álcool.
Doença sistêmica severa que ameaça a
IV IAM <3 meses, AVC, IRC dialítica com diálise irregular.
vida constantemente.
Aneurisma de aorta roto, trauma complexo, hemor-
Paciente moribundo, sem expectativa de
V ragia epidural, abdome agudo vascular com cardio-
sobrevivência sem a cirurgia.
patia.
Paciente em morte encefálica. Doador
VI
de órgãos.
MEDICAÇÕES
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• Antiagregantes plaquetários – de modo geral, o AAS não deve ser suspenso
antes da cirurgia. Em casos de sangramento catastrófico durante o procedi-
mento (ex. neurocirurgia) a suspensão do antiagregante pode ser considerada
7 a 10 dias antes. O clopidogrel, geralmente, deve ser suspenso 5 dias antes de
cirurgia eletiva.
• Anticoagulantes – enoxaparina deve ser suspensa 12h antes do procedimento.
Heparina não fracionada pode ser revertida antes da cirurgia, se necessário. A
rivaroxabana deve ser suspensa 48h antes da cirurgia.
• Fitoterápicos – agentes como gingko biloba e outras medicações fitoterápicas
devem ser suspensas 7 dias antes do procedimento.
SOLICITAÇÃO DE EXAMES
EXAMES LABORATORIAIS
ELETROCARDIOGRAMA (ECG)
O ECG pode ser útil para detectar isquemia miocárdica recente, ou em curso, e
para servir como base para alterações eletrocardiográficas pós-operatórias.
De maneira geral, não é comum encontrar alterações em pacientes sem doença
cardíaca ou diabetes submetidos a procedimentos de baixo risco.
Uma vez descrita a baixa acurácia para os exames realizados sem indicação, as
recomendações mais tradicionais para pacientes hígidos estão descritas abaixo*:
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Idade/gênero Masculino Feminino
0 a 40 anos Hb / Ht* Hb / Ht / b-HCG*
40 a 50 anos Hb / Ht / ECG Hb / Ht / b-HCG*
50 a 65 anos Hb / Ht / ECG
65 a 75 anos Hb / Ht / ECG / Creatinina / Glicemia
>75 anos Hb / Ht / ECG / Creatinina / Glicemia / Rx do tórax
*As recomendações podem variar de acordo com a diretriz.
**Os exames de hemoglobina (Hb) e hematócrito (Ht) podem ser solicitados sempre que indicados,
mesmo abaixo dos 40 anos. Se paciente assintomático <40 anos – não são necessários exames.
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CIRURGIA GERAL HÉRNIAS INGUINAL E FEMORAL
INTRODUÇÃO
Uma hérnia, por definição, é a passagem, parcial ou total, de uma estrutura ana-
tômica através de um orifício para uma localização anormal. O orifício, neste caso,
é o canal inguinal.
As hérnias inguinais e femorais ocorrem em uma zona de fragilidade da parede
abdominal anterior conhecida como orifício miopectíneo de Fruchaud, cujos limi-
tes anatômicos são:
EPIDEMIOLOGIA
Apesar de em geral não serem graves, acumulam impacto social importante por
atingirem trabalhadores em idade produtiva. Elas se apresentam em dois picos de
incidência: um em crianças/adolescentes (Nyhus I) e outro em idade mais avan-
çada (Nyhus III).
Um resumo da distribuição epidemiológica das hérnias está descrito abaixo:
• Hérnias são mais frequentes em homens (25% vs 5% das pessoas).
• Hérnias inguinais são as mais comuns. A Hérnia inguinal mais comum é a in-
direta.
• Elas são mais comuns que as femorais (20:1).
• Hérnias inguinais são mais comuns à direita (2:1).
• Hérnias inguinais são mais comuns em homens (9:1).
• Hérnias femorais são mais comuns em mulheres (4:1). Ainda assim, as hérnias
inguinais são mais frequentes que as femorais em mulheres.
ETIOLOGIA
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QUADRO CLÍNICO
HISTÓRIA
EXAME FÍSICO
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de uma hérnia inguinal ou femoral deve ser feito, via de regra, pelo
exame físico!!! A avaliação clínica bem feita tem sensibilidade (75%) e especifici-
dade (96%) elevadas.
Nos casos em que há dúvida diagnóstica, pode ser solicitado um exame de ima-
gem:
• USG de parede abdominal (S=90% / E=86%).
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• TC de abdome e pelve (exame mais sensível para o diagnóstico de hérnias).
Permite, além do diagnóstico, a avaliação de conteúdo herniário e identifica-
ção das vísceras herniadas.
• Ressonância magnética: ótimo exame (sensibilidade e especificidade > 95%),
embora pouco realizado na prática clínica por sua menor disponibilidade.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Varicocele.
Hidrocele.
Urológicas
Testículo ectópico.
Torção testicular.
- Linfonodomegalia.
- Lipoma.
Partes moles - Aneurisma de artéria femoral.
(músculo, linfonodo, pele e subcutâneo) - Cisto sebáceo.
- Adenite inguinal.
- Abscesso de psoas.
CLASSIFICAÇÃO
LOCAL DA HERNIAÇÃO
18
DE NYHUS
TRATAMENTO
BASSINI
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por sutura descontínua da aponeurose do MT ao trato iliopúbico (posterior ao
ligamento inguinal). Depois, procedia-se o fechamento da aponeurose do mús-
culo oblíquo externo e reconstrução do anel inguinal externo medial (ânulos não
coincidentes).
Índice de recidiva em torno de 3%.
SHOULDICE
20
Fonte: Livro Clínica Cirúrgica USP
MCVAY
Oclui tanto o anel femoral como o inguinal e pode ser usada nas duas situações.
21
Fonte: Livro Clínica Cirúrgica USP
KIRSCHNER
LICHTENSTEIN – INGUINOTOMIA
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músculo transverso. A sutura se inicia no tubérculo púbico (local onde mais fre-
quentemente ocorrem as recidivas). A extremidade lateral é cortada para acomodar
o funículo espermático e as duas pontas são suturadas refazendo o ânulo interno.
Outras técnicas de reparo da hérnia inguinal – diferem de Lichtenstein pela au-
sência de fixação da tela com sutura e entre si pela localização do funículo e mol-
des da tela inserida no espaço pré-peritoneal. Com algumas sem fixação da tela
(Trabucco) e outras com tela em forma de guarda-chuva.
PLUG FEMORAL
Incisão abaixo da prega inguinal. Dissecção suficiente para isolar e reduzir o con-
teúdo do saco herniário. Elaboração de um cone ou cilindro de polipropileno que
oblitera o anel femoral e é suturado ao trato íleopúbico, baina dos vasos femorais
e ligamento pectíneo. Se presta ao tratamento da hérnia femoral (abaixo do liga-
mento inguinal).
TELA PRÉ-PERITONEAL
RIVES
O acesso à região inguinal é feito sem secção da região, mas por incisão mediana
infraumbilical ou Pfannenstiel.
STOPPA
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usada) e colocação de grande tela que acompanha a linha arqueada de Douglas
superiormente, e localiza-se no estreito superior da bacia inferiormente. A exten-
são lateral é até 2 cm das espinhas ilíacas.
A prótese é mantida em posição pela pressão exercida pelos órgãos intraperito-
neais. Fixada com pontos sobre o LIGAMENTO PECTÍNEO (COOPER). Os elemento
do funículo são individualizados e “parietalizados” (separados do saco peritone-
al), permitindo sua passagem ao largo da tela.
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ADENDO – HERNIOPLASTIA VIDEOLAPAROSCÓPICA
ACESSO MISTO
COMPLICAÇÕES
ENCARCERAMENTO E ESTRANGULAMENTO
Definições
• Encarceramento – hérnias cujo conteúdo deixa de ser redutível.
• Estrangulamento – hérnias em que o suprimento sanguíneo da víscera her-
niada está comprometido, podendo evoluir com isquemia e necrose. Sempre
decorre do encarceramento, o contrário não é verdadeiro.
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O risco de encarceramento é maior no início dos sintomas (primeiros 3 meses). As
hérnias femorais apresentam maior risco de encarceramento do que as inguinais.
O diagnóstico das duas complicações é CLÍNICO. Exames de imagem podem ser
utilizados se houver dúvida diagnóstica.
Hérnia com conteúdo não redutível define o encarceramento e a presença de si-
nais flogísticos intensos, necrose ou ulceração cutâneas sugerem sofrimento de
alças (estrangulamento).
O tratamento consiste na cirurgia de urgência SEMPRE que possível, idealmente
até 6h de encarceramento. A redução só deve ser realizada se risco cirúrgico proi-
bitivo OU até 6h de encarceramento. O risco de forçar uma redução é a lesão das
estruturas herniadas ou a redução de vísceras estranguladas, e eventualmente
perfuradas, para a cavidade abdominal.
Cirurgia deve ser realizada preferencialmente por via anterior (inguinotomia).
Inguinais: avaliação do conteúdo, ressecção se necessário e Lichtenstein.
Femorais: avaliação do conteúdo, ressecção, se necessário, e Rives ou Lichtens-
tein + Plug.
A laparotomia é indicada caso seja verificada peritonite OU conteúdo herniados
muito volumosos e irredutíveis. Nestes casos, realiza-se um Stoppa.
A mortalidade na presença destas complicações pode chegar a 30%.
DAS HERNIOPLASTIAS
ABERTA
FERIDA OPERATÓRIA
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Infecções crônicas com formação de sinus estão associadas à má integração da
tela, que deve ser retirada.
A indicação de profilaxia é questionável, mas em geral se usa cefalosporina de 1ª
geração na indução anestésica como dose profilática.
ESCROTO
Edema testicular, hidrocele, atrofia testicular - esta última ocorre por orquite is-
quêmica em até 1,8% das hernioplastias. A isquemia se dá por conta de congestão
venosa (trombose) em razão do trauma venoso que pode ser discreto (tração, sem
lesão perceptível). A lesão arterial parece não ser central na gênese da isquemia.
Em geral, a orquite inicia-se após 5 dias da operação e pode ser insidiosa.
Tratamento – AINEs e ATB são utilizados embora não tenham benefício comprova-
do. É um processo não supurativo, que raramente requer orquiectomia.
SENSIBILIDADE DOLOROSA
LAPAROSCÓPICA
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ESCOLHA DA TÉCNICA CIRÚRGICA
HÉRNIAS BILATERAIS
Stoppa OU laparoscópica
• Contraindicações ao acesso posterior:
• Radioterapia pélvica.
• Procedimentos com abordagem pré-peritoneal (Tx renal, pancreático,
enxertos vasculares, cirurgias de bacia).
• VLP – contraindicações ao pneumoperitônio – ICC, doença pulmonar.
Cirurgia abdominal prévia (relativa).
• Indicação – necessidade de retorno mais precoce às atividades = VLP melhor
que aberta. Recidiva é igual.
• Lichtenstein bilateral – pode ser feita, embora não seja a escolha em alguns
serviços. Geralmente feita se contraindicação ao Stoppa.
HÉRNIAS RECIDIVADAS
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HÉRNIAS GIGANTES CRONICAMENTE HABITADAS
HÉRNIAS FEMORAIS
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CIRURGIA GERAL ABDOME AGUDO INFLAMATÓRIO
INTRODUÇÃO
DOR
A - Abscessos
Hepático / esplênico / psoas (psoíte)
G - Ginecológica e Obstétricas
Cisto ovariano roto ou torcido / Salpingite / Abscesso tubo-ovariano / Ectópi-
ca rota / Mioma torcido
U - Urológicas
Pielonefrite / Ureterolitíase / Torção Testicular / Distensão Vesical
D - Doenças sistêmicas
Hematológica: anemia falciforme / Anemia hemolítica / Púrpura de Henoch-S-
EXTRA-TGI (“AGUDO”) chönlein / Hemofilia / Leucemia aguda
Reumatológica: Lúpus
Metabólica: Cetoacidose Diabética / Porfiria / Uremia / Hiperparatireoidismo /
Hipertrigliceridemia
Infecciosa: Tuberculose Intestinal / Herpes Zoster / Pneumonia / Hepatite /
Faringite Estreptocócica (em crianças)
O - Outros (lembrar do “IAM” - Infarto / Ascite / Mesentério)
IAM / PBE / Adenite Mesentérica / Intoxicação Exógena (em especial por
chumbo e metanol) / Síndrome do Intestino Irritável / Picadas por animais
peçonhentos
PERITONITE SECUNDÁRIA
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ABSCESSOS INTRA-ABDOMINAIS
• ABSCESSOS HEPÁTICOS
• ABSCESSO AMEBIANO
ETIOLOGIA
Entamoeba histolytica.
FISIOPATOLOGIA
QUADRO CLÍNICO
DIAGNÓSTICO
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Geralmente os abscessos acometem o lado direito do fígado, pois sua dissemi-
nação hematogênica vem da porta, cujo ramo direito é maior e mais retilíneo. A
maioria dos casos se mostra com um abscesso único, localizado na área supero-
anterior do lobo direito do fígado.
A maioria dos pacientes com abscesso amebiano não apresenta simultaneamente
a sua forma intestinal.
A sorologia antiameba é de elevada sensibilidade (99%) para identificar um con-
tato prévio com o parasita. Na maioria dos casos, significa uma “cicatriz sorológi-
ca” de infecção passada. Um resultado negativo é útil para afastar a hipótese de
abscesso amebiano.
TRATAMENTO
ETIOLOGIA
• Doenças hepatobiliares
• Doenças das vias biliares, fígado policístico, lesão hepática traumática
– a mais frequente.
• Focos infecciosos a distância que enviam êmbolos sépticos pela veia porta.
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• Osteomielite, endocardite, apendicite e outras supurações abdominais.
• Via artéria hepática.
• Bacteremia.
• Infecção direta por processo infeccioso adjacente ou trauma penetrante.
• Iatrogênica.
• Pós-biópsia ou embolização hepática.
• Idiopático (em cerca de 43% dos pacientes não se consegue identificar a causa
do abscesso).
FISIOPATOLOGIA
QUADRO CLÍNICO
DIAGNÓSTICO
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• A maioria se localiza no lobo direito do fígado (igual no abscesso amebiano).
• O diagnóstico diferencial com abscesso amebiano deve-se dar devido a um
somatório de dados de história clínica, exames laboratoriais, radiológicos e
quadro clínico. Fatores como idade maior que 50 anos, achados pulmonares
ao exame físico, presença de abscessos múltiplos em exame radiológico e so-
rologia negativa para ameba falam fortemente a favor de abscesso piogênico.
TRATAMENTO
• Drenagem percutânea guiada por imagem (USG ou TC) em todos os casos (ex-
ceto quando múltiplos abscessos pequenos).
• Antibioticoterapia prolongada (4 a 6 semanas) guiada por culturas.
• Deve cobrir gram-negativos e anaeróbios
• Monoterapia com beta-lactâmico com inibidor de betalactamase.
• Terapia combinada com cefalosporina de terceira geração ou quinolona
associado com metronidazol.
• Laparotomia reservada para insucesso da punção ou ruptura do abscesso.
ABSCESSO ESPLÊNICO
ETIOLOGIA
FISIOPATOLOGIA
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QUADRO CLÍNICO
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
ABSCESSO DE PSOAS
ETIOLOGIA
PRIMÁRIA
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SECUNDÁRIA
FISIOPATOLOGIA
QUADRO CLÍNICO
Tríade clássica (30%): febre, dor em região dorsal, dor à movimentação do quadril.
Maioria dos casos sintomas inespecíficos: dor, febre, anorexia e perda de peso.
Posição antálgica - MI fletido em direção ao hipogastro.
Sinal do psoas - dor à extensão da coxa homolateral. Pode acontecer em apendi-
cites retrocecais (apêndice em contato com o psoas).
DIAGNÓSTICO
TC é o exame de escolha
Imagem USG tem sensibilidade menor
RM é a modalidade padrão para diagnóstico e acompanhamento de pacien-
tes com osteomielite associada.
TRATAMENTO
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CIRURGIA GERAL APENDICITE AGUDA
ANATOMIA
EPIDEMIOLOGIA
EDEMA /
OBSTRUÇÃO ISQUEMIA NECROSE ABSCESSO PERITONITE
DISTENSÃO
Aumento da pressão intraluminal Diminui a Neste mo- Presente Apendicite Apendicite
por acúmulo de secreção no inte- circulação mento, os em 90% dos complica- complicada
rior do apêndice com hiperprolife- (comprometi- nociceptores casos após da
ração bacteriana. mento do re- parietais já 24 horas de
torno venoso são estimula- sintomas.
Mais comum: FECALITO e linfático). dos havendo, Geralmente
Hiperplasia linfoide (jovens), então, uma não evoluem
neoplasias, parasitas ou corpos Estímulo de dor mais para perfu-
estranhos. nocicepto- localizada em ração.
res viscerais fossa ilíaca à
Porém: causando direita.
Fecalitos também estão presentes uma dor vaga (cerca de
em apêndices normais em região 12/24 horas
Pressão intraluminal aumentada epigástrio/ após o início
está presente em apenas 30% das mesogástrio. dos sintomas).
apendicites.
• Clássico: Dor periumbilical (epigástrio/mesogástrica) com evolução da dor
para a região da fossa ilíaca direita + Anorexia + Náuseas/Vômitos = PRESENTE
EM APENAS 40/50% DOS CASOS
• Sinais Clássicos: Febre (geralmente < 38,3ᵒ) + dor no ponto de McBurney com
descompressão brusca dolorosa.
• Principais microrganismos identificados: E. coli + Bacteroides fragilis
• Pacientes procuram se movimentar o mínimo possível devido à irritação pe-
ritoneal. Quando deitados, procuram a posição de decúbito dorsal, com as
pernas fletidas.
• Sintomas podem variar conforme:
• Localização do apêndice
• Retrocecal: Dor em dorso + Sinal do Psoas positivo
• Pélvico: sintomas urinários (= cistite)
• O paciente
• Obeso - dificuldade na palpação abdominal, bem como de se ob-
ter exames radiológicos confiáveis.
• Idoso - baixa resposta inflamatória, quadro mais arrastado, diag-
nóstico tardio. Risco de perfuração e mortalidade maior do que
em crianças.
• Criança - contato difícil para coleta da história clínica e dados do
exame físico. Maior incidência de perfuração do que em adultos
(omento maior imaturo, não conseguindo localizar o processo).
• Gestante - apêndice deslocado para cima e para o lado, gerando
uma localização atípica da dor (emergência cirúrgica extrauterina
mais comum).
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• Lapinsky: dor na fossa ilíaca à direita quando o paciente eleva o membro in-
ferior esticado;
• Lenander: aumento em mais de um grau da temperatura retal em relação à
axilar;
• Aaron: dor epigástrica durante a palpação do ponto de McBurney;
• Dunphy: dor em fossa ilíaca à direita quanto o paciente tosse;
• Obturador: dor na fossa ilíaca à direita durante rotação interna e passiva da
coxa flexionada com o paciente em decúbito dorsal;
• Sensibilidade: 8% / Especificidade: 96%
• Psoas: dor na fossa ilíaca à direita à extensão e leve abdução da coxa direita;
• Sensibilidade: 15% / Especificidade: até 96%
DIAGNÓSTICO/TRATAMENTO
É CLÍNICO (se quadro típico)!!!! Homem adulto jovem, com quadro clínico clássico,
não precisa de exames para confirmar e operar.
Dúvida diagnóstica = Solicitação de exames
De acordo com a nova edição do Sabiston:
Se evolução clínica precoce (<48 horas), com quadro clínico característico em ho-
mem > apendicectomia
Se, mesmo em quadro precoce, houver dúvida diagnóstica (idoso/mulher não
gestante), realizar tomografia para o diagnóstico. Em crianças e gestantes a ul-
trassonografia deve ser o exame de escolha. Se ultrassonografia negativa e, na
falta de outra suspeita diagnóstica, nas crianças, realizar uma tomografia e em
gestantes uma ressonância magnética.
A via laparoscópica é preferida quando houver casos duvidosos, mulheres, ido-
sos, obesos e suspeitas de perfuração.
• Se apendicite aguda tardia (> 48 horas), avaliar a presença de peritonite difu-
sa. Se houver peritonite difusa, realizar reanimação volêmica vigorosa + anti-
bioticoterapia + cirurgia tão logo seja possível.
• Se não houver peritonite difusa, realiza-se uma tomografia. Se houver evi-
dência de abscesso, realizar drenagem guiada por tc com antibioticoterapia
41
e colonoscopia após 4/6 semanas para afastar outros diagnósticos (colite e
neoplasia), com apendicectomia após intervalo de 6/8 semanas. Se evidên-
cia de fleimão/pequena quantidade de líquido, realizar antibioticoterapia com
colono após 4/6 semanas e apendicectomia após 6/8 semanas.
• Converter para abordagem cirúrgica os tratamentos conservadores que apre-
sentam piora do quadro clínico (sepse, piora da dor ou leucocitose).
Exame USG TC RM
Diâmetro anteroposte-
rior ≥ 7 mm (ou 6 mm Realizada apenas em
em algumas referên- gestantes.
Diâmetro > 7mm Parede > 2 mm
cias) Apêndice:
Achados Atenuação de gordura (densificação da
Líquido livre em FID ≥7 mm - sugestivo
RADIOLÓ- gordura periapendicular)
Perda de compressi- 6-7 mm = Inconclusivo
GICOS Apendicolito (25%)
bilidade do apêndice ≤ 5 mm, ar ou contraste
Líquido livre em fossa ilíaca à direita
com espessamento da na luz = praticamente
parede (lesão em alvo) afastado
Apendicolito (raro)
• Antibioticoterapia sem abordagem cirúrgica pode curar até 85% dos casos.
Mas praticamente ⅓ dos pacientes apresentaram recorrência da doença. Índi-
ce de recorrência inaceitável, logo, a apendicectomia continua sendo o padrão
ouro no tratamento.
• Colite e neoplasia podem estar associadas à apendicite em até 5% dos casos.
• Tomografia sem evidências de complicações não afasta estas últimas.
• Apendicectomia por via aberta ou videolaparoscópica não muda prognóstico
da apendicite.
• Videolaparoscopia:
• Obesos
• Dúvida Diagnóstica
• Demais casos > Escolher de acordo com a experiência do cirurgião
• Principal complicação da apendicectomia: infecção de sítio cirúrgico (mais co-
mum nas cirurgias laparotômica).
42
• Classificação da apendicite aguda (antiga, mas ainda usada por alguns cirur-
giões).
• Fase I: edematosa ou catarral - apêndice inflamado sem sinais de com-
plicação
• Fase II: úlcera flegmonosa - apêndice extremamente edemaciado
• Fase III: gangrenosa - presença de necrose transmural
• Fase IV: perfurativa - perfuração do apêndice
INTRODUÇÃO
Várias doenças com diferentes tratamentos se manifestam com dor + tumor dolo-
roso palpável na fossa ilíaca à direita.
Muitas vezes, essa massa representa bloqueio de epíplon + alças adjacentes a um
foco de inflamação, necrose ou perfuração.
ETIOLOGIA
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DIAGNÓSTICO
• Apendicite é a causa mais prevalente, sendo responsável por 50-70% dos ca-
sos.
• A apendicite, nesta fase, pode não ser de tratamento eminentemente cirúrgico.
• TTO conservador em cerca de 85% de sucesso.
• Tratamento cirúrgico de alta morbidade.
• Nem sempre é possível fazer o diagnóstico diferencial e pode levar
a colectomias desnecessárias, por patologias de tratamento clíni-
co (por exemplo: Crohn)
• Apendicite com plastrão: 20% apresentam coleções associadas, cuja
drenagem percutânea é satisfatória nessa fase.
TRATAMENTO
• Coleção
44
• Punção guiada de coleções
• Antibioticoterapia
• Apendicectomia de intervalo
• Sempre que não operar
• Colonoscopia para avaliar outros diagnósticos.
APENDICITE HIPERPLÁSICA
CONCLUSÃO
45
REFERÊNCIAS:
1- Dor abdominal aguda com massa palpável na FID - Cirurgião ano 8 - Dario Biro-
lini + Samir Rasslan.
46
CIRURGIA GERAL
LIPOMA, CISTO DERMOIDE E BIÓPSIA
DE LINFONODO
BIÓPSIA DE LINFONODO
Localização Epônimo
Supraclavicular à esquerda Linfonodo de Virchow/Sinal de Troisier
Periumbilical Irmã Maria José (Sister Mary Joseph)
Pré-laríngeos Délfico
Axilar Irish
Inguinal profundo Cloquet
MÉTODOS DE BIÓPSIA
Pode-se realizar uma punção por agulha fina de um linfonodo, que permite uma
avaliação citológica. É a Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF). Normalmente,
é a primeira escolha para a investigação de uma linfonodomegalia suspeita, por
ser pouco invasiva, bastante sensível e específica para carcinomas, e por não dis-
seminar o tumor, bem como não causar ruptura grosseira da cápsula linfonodal,
que confere ao doente portador de neoplasia maligna um pior prognóstico.
Existe também a punção por agulha grossa (tru-cut), que já permite uma amos-
tragem melhor de tecido, porém mais agressiva e que leva à ruptura da cápsula
linfonodal.
Uma vez que a PAAF é inconclusiva, usualmente prefere-se prosseguir para uma
biópsia excisional, de forma a preservar a cápsula do linfonodo e, quando não
possível, uma biópsia incisional.
Há de se ressaltar, neste capítulo de biópsia de linfonodo, o conceito de Biópsia
de Linfonodo Sentinela, método que combina técnica cirúrgica com recursos de
medicina nuclear. O paciente faz uma linfocintilografia no dia anterior à biópsia
e, durante o ato operatório, tem sua lesão primária injetada com azul-patente
ou verde-indocianina. Logo após é realizada a biópsia na qual a linfocintilografia
apontou haver a primeira estação de drenagem. O linfonodo corado e com maior
radiação detectada com problema intraoperatório é ressecado (biópsia excisio-
nal) e avaliado com parafina (não congelar!). Isso determina prognóstico, estadia-
mento e, muitas vezes, conduta a partir daí. A indicação clássica deste método
está em melanomas com Breslow > 0,75 N0.
48
LIPOMA
O lipoma é a neoplasia benigna mais comum de partes moles, formada por adi-
pócitos maduros e envoltos por pseudocápsula fibrótica. Sua apresentação clí-
nica normalmente é de um nódulo amolecido, de 1 a 10 cm, em tronco e extre-
midades, muitas vezes arredondado, oval ou multilobulado. Existem síndromes
familiares que cursam com lipomatose múltipla, como a Síndrome de Madelung,
mas trata-se de afecção rara na população. O diagnóstico é clínico, mas pode-se
complementar com exame de imagem, como a ultrassonografia ou a tomografia
computadorizada com contraste para casos avançados. Deve-se suspeitar de ma-
lignidade (lipossarcoma) quando o crescimento for rápido, houver dor associada,
prurido ou ulceração da pele. A tomografia está indicada para lipomas maiores de
5 cm ou se houver algum dado clínico que sugira malignidade.
Se houver suspeita de malignidade, está indicada a realização de biópsia com
agulha grossa, ou incisional, respeitando a linha de força da lesão, para resse-
cá-la após. Se for realizada com tru-cut, realizar múltiplas biópsias pela mesma
entrada na pele.
O tratamento se dá por ressecção cirúrgica da lesão.
CISTO DERMOIDE
49
UROLOGIA
UROLOGIA TUMORES UROGENITAIS
CÂNCER DE RIM
INTRODUÇÃO
FATORES DE RISCO
• Sexo masculino.
• Idade entre 50-70 anos.
• Síndrome de Von Hippel Lindau – 40% desenvolvem CCR. Síndrome associada
com diversas neoplasias, como a hemagioblastomas do sistema nervoso, feo-
cromocitoma e CCR.
PATOLOGIA
QUADRO CLÍNICO
Embora seja descrita uma tríade clássica do CCR (Hematúria + dor lombar/abdo-
minal + massa palpável), na maioria dos casos o paciente é assintomático. O diag-
nóstico de CCR é feito através de um achado incidental nos exames de imagem.
Quando sintomático, o sintoma mais apresentado é a hematúria.
Pode haver síndromes paraneoplásicas, embora essas manifestações não sejam
comuns. Essas síndromes cursam com alterações relacionadas ao metabolismo
do cálcio/fosfato (hiperparatireoidismo), produção e eritropoietina e imunocom-
plexos (amiloidose/nefropatia).
DIAGNÓSTICO
CLASSIFICAÇÃO DE BOSNIAK
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- Cisto simples (sem septações).
Lesão renal de paredes finas, densidade de Benigno
I
água, sem septações, calcificações ou capta- Não necessita seguimento.*
ção de contraste.
- Cisto simples com septações delicadas. É
uma lesão benigna com septações, algumas Benigno.
II
calcificações densidade um pouco maior que Não necessita seguimento.*
o I, mas sem captação.
- Cisto com septações espessas e pequena
área na espessa na parede do cisto captante
Follow-up
IIF de contraste.
TC de controle após 6 meses.
Alterações estão entre tipos II e III. A classifi-
cação é IIF – de follow-up.
- Paredes e septações grosseiras, com capta- 40-60% malignos
III
ção de contraste intralesional.
- Paredes e septações grosseiras com cap-
IV tação de contraste adjacente às paredes da 85-100% malignos
lesão.
*Pode ser realizado controle tomográfico ou com USG após 1 ano.
TRATAMENTO
Lesão sólida
Nefrectomia (parcial ou total)
Nefrectomia parcial pode ser realizada se lesão < 7 cm (T1) / sem acometer hilo /
sem acometimento da pelve.
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As opções são pela nefrectomia parcial ou enucleação da lesão.
Obs.: Após a nefrectomia SEMPRE abrir a peça (mesmo se suspeita for células re-
nais), pois veio da via excretora = linfadenectomia – vide abaixo.
• Linfadenectomia?
A realização de linfadenectomia sistemática não é estabelecida.
É preconizada a ressecção apenas dos linfonodos acometidos/aumentados. Em
até 40% dos casos, há reação linfonodal inflamatória perirrenal, sem acometi-
mento neoplásico.
• Quimioterapia/radioterapia?
A quimioterapia e radioterapia não apresentam bons resultados no CCR – a res-
secção radical é a única possibilidade curativa.
Como consequência:
• Fatores de risco – aminas aromáticas, tabagismo, anilina etc.
• QC – hematúria é o principal sintoma, sendo muito mais frequente. Quase
sempre há hematúria macroscópica presente.
• TTO – Nefroureterectomia + linfadenectomia – comportamento semelhante e
bexiga.
• Fatores prognósticos
Alguns fatores denotam pior prognóstico nesse tipo de lesão.
• Lesão que ultrapassa a espessura da parede da pelve ou ureter.
• Neoplasia indiferenciada.
• Trombos tumorais em vasos sanguíneos intratumorais.
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CÂNCER DE BEXIGA
INTRODUÇÃO
FATORES DE RISCO
PATOLOGIA
QUADRO CLÍNICO
Hematúria indolor (70% dos casos) – em paciente idoso e tabagista. Caso ocorra
este quadro em questão, suspeitar de câncer de bexiga.
Sintomas urológicos irritativos em idoso tabagista – Não suspeitar só de ITU. Lem-
bre-se de CA de bexiga. Principalmente o CA in situ. A neoplasia deve ser investi-
gada e descartada.
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DIAGNÓSTICO
• Marcadores urinários
Pouco utilizados na prática. Tem boa especificidade, mas sensibilidade não muito
boa.
• BTAStat.
• NMP22.
• Telomerase.
• Survivina.
• FISH.
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ESTADIAMENTO
T N M
Tis: carcinoma in situ (“flat tumor”).
Ta: não invade tecido conjuntivo subeptelial (lâmina
própria ou submucosa).
T1: Invade lâmina própria ou submucosa. N0: sem linfonodos N1: 1 lin-
T2: Invade a camada MUSCULAR. fonodo pélvico. M0: sem metás-
A. Primeira metade (superficial). N2: 2 ou mais linfonodos pél- tases.
B. Segunda metade (profunda). vicos. N3: linfonodos ilíacos M1: com metás-
T3: invade TECIDO PERIVESICAL. comuns. tases.
T4: Invade outros órgãos.
T4a – próstata, vagina, útero ou intestino.
T4b – parede abdominal, assoalho pélvico ou outros
órgãos.
ESTÁGIOS
CONDUTA
T1
O tratamento cirúrgico do T1 é sempre RTUb, mas pode evoluir até uma cistecto-
mia a depender do seguimento.
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• Baixo grau
• RTUb
• Alto grau
• Tumor com alta chance de recidiva. Começa com RTUb, mas pode aca-
bar em cistectomia.
• RTUb → Recorrência → nova RTU → recorrência → cistectomia.
SEGUIMENTO
T2 EM DIANTE
60
TECTOMIA apenas, afinal, não há próstata.
OPÇÃO 2: QT + RT
LINFADENECTOMIA PÉLVICA
RECONSTRUÇÃO
61
CÂNCER DE PRÓSTATA
INTRODUÇÃO
Tumor sólido mais frequente no homem – 18% dos homens (ou 1 em cada 6 ho-
mens) apresentará um tumor de próstata. Entre os principais fatores de risco para
essa neoplasia temos:
• Raça negra.
• História familiar (2x o risco geral se 1 parente de primeiro grau).
• Obesidade (papel duvidoso).
• São fatores prognósticos na neoplasia de próstata: o PSA, o Gleason e o Estágio.
PATOLOGIA
Tipo histológico
• 95% são adenocarcinomas.
• Sarcomas, CECs, carcinoma de células transicionais são raros.
Localização
• 75% periférico;
• 25% transicional;
• 5% central.
ESCORE DE GLEASON
62
apresenta correlação com a presença de metástases ganglionares e com a sobre-
vida nas neoplasias de próstata.
SCREENING
Refinamentos de PSA…
Os refinamentos do PSA são métodos que aumentam a sensibilidade em compa-
ração à dosagem isolada do PSA.
• Densidade de PSA.
• O tecido neoplásico produz muito mais PSA por volume de tecido que a
próstata normal.
• Densidade > 0,15 mg/mL/cm3.
• Velocidade de PSA.
• Pacientes com câncer aumentam PSA em velocidade maior que o nor-
mal.
• Aumento > 0,75 mg/mL/ano.
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DIAGNÓSTICO
ESTADIAMENTO
Exames
• Toque retal.
• Cintilografia óssea - principal sítio de metástase.
• Ressonância nuclear magnética da pelve – Avalia invasão local, principalmente
quando o intuito é preservar o feixe nervoso com melhor continência e potên-
cia.
• TNM
T N M
Tis
T1 –tumor não palpável
Achado incidental (< 5% do volume
de tecido retirado em RTU).
Achado incidental (> 5% do volume
retirado em RTU).
M0 – ausência de metástases à
PSA elevado.
distância.
T2 – tumor palpável N0 – ausência de metástases linfo-
M1 – presença de metástases à
Unilateral <1/2 lóbulo. nodais.
distância.
Unilateral > ½ lóbulo. N! – presença de metástases linfo-
Linfonodos não regionais.
Bilateral. nodais.
Osso (Bone).
T3
Outros sítios.
envolvimento extracapsular mí-
nimo;
acometimento de vesículas semi-
nais.
T4 – Invasão de estruturas adja-
centes.
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TRATAMENTO
DOENÇA LOCALIZADA
RDT X CIRURGIA.
CIRURGIA RADIOTERAPIA
Cura mais. Menor índice de cura.
Mais impotência. Menos impotência.
Mais incontinência. Menos incontinência.
Melhor para próstatas maiores. Ruim para próstatas volumosas.
Melhor para pacientes com LUTS. Ruim para pacientes com LUTS.
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Outros tratamentos são descritos, sendo menos utilizados como outros – Braqui-
terapia, HIFU (high-intensity focused ultrasound).
DOENÇA METASTÁTICA
RTU de próstata pode ser realizada e não muda a evolução do câncer de próstata.
HEMORRAGIA INCOERCÍVEL
Tratamento endoscópico.
Se falhar – Radioterapia hemostática.
DOR ÓSSEA
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OBSTRUÇÃO URETERAL
Terapia hormonal.
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CÂNCER DE TESTÍCULO
INTRODUÇÃO
FATORES DE RISCO
• Etnia caucasiana.
• Criptorquidia.
• Atrofia testicular.
PATOLOGIA
QUADRO CLÍNICO
68
DIAGNÓSTICO
USG DE TESTÍCULO
MARCADORES
ESTADIAMENTO
TRATAMENTO
69
Após orquiectomia e estadiamento adequados, deve-se definir sobre o tratamen-
to. Caso haja uma massa retroperitoneal, o tratamento se inicia com QUIMIOTERA-
PIA. A quimioterapia pode ser negativa em muitos casos (inclusive metastáticos).
Se houver remissão completa e linfonodos positivos antes da QT, a linfadenecto-
mia retroperitoneal deve ser realizada. Se houver massa residual pequena (<3 cm)
e tumor tipo seminoma, pode-se considerar a realização de radioterapia, mas em
geral opta-se pela cirurgia.
70
UROLOGIA HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA
INTRODUÇÃO
EPIDEMIOLOGIA
FATORES PREDISPONENTES
• Aumento da idade.
• Presença dos testículos.
• História familiar.
FATORES ATENUANTES
• Atividade física.
• Consumo moderado/alto de álcool – capaz reduz androgênios.
FISIOPATOLOGIA
QUADRO CLÍNICO
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Estas complicações são indicativas de tratamento cirúrgico. A outra indicação é a
falha do tratamento clínico.
DIAGNÓSTICO
AVALIAÇÃO MÍNIMA
Outros exames:
• USG de próstata (abdominal) – Avalia melhor o volume da próstata.
• Tende a superestimar o tamanho prostático.
• Avalia resíduo miccional (ideal < 12mL).
• Medida de fluxo urinário máximo.
• >15 mL/s = normal.
• <10 mL/s = diminuído.
Este fluxo pode estar comprometido por outros motivos, como a falência do detrusor.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• Sintomas irritativos/obstrutivos
• Infecção.
• Estenose de uretra.
• Neoplasia de bexiga.
• Litíase vesical.
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TRATAMENTO
FARMACOLÓGICO
• Alfabloqueador
• Promove relaxamento da musculatura lisa.
• Age em 4-5 dias.
• Inibidor da 5-alfa-redutase
• Indicação próstata > 60 g.
• Age em três meses.
• Reduz o volume prostático.
• Reduz o PSA a aproximadamente metade do valor basal (antes da intro-
dução da medicação).
INTERVENCIONISTA
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• Dilatação do trato alto (não precisa ter IRC).
• Retenção urinária.
• Litíase vesical.
• Hematúria recorrente.
• Infecção prostática recorrente.
75
• Cirúrgico ⤍ PROSTATECTOMIA
Realizada em próstatas com volume > 80 g.
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UROLOGIA
URGÊNCIAS UROLÓGICAS
NÃO TRAUMÁTICAS
PRIAPISMO
INTRODUÇÃO
O priapismo é definido com uma ereção persistente do pênis ou clitóris não rela-
cionada ao estímulo sexual.
ETIOLOGIA
PRIMÁRIO SECUNDÁRIO
Hematológico
• Anemia falciforme, leucemia, mieloma múltiplo.
Neurológico
• Choque medular.
Tumoral.
Traumático.
Iatrogênico.
Sem idiopático • Injeção intracavernosa.
Medicamentoso
• Inibidores da fosfofiesterase-5, cocaína, alfablo-
queadores.
Infeccioso
• Malária, veneno de aranha.
Metabólico
• Gota, diálise, DM, NPT.
FISIOPATOLOGIA
A ereção é iniciada com relaxamento do músculo liso das artérias do corpo ca-
vernoso. Abaixo, explicaremos resumidamente como ocorrem as duas formas de
priapismo:
• Isquêmico (de baixo fluxo OU venoclusivo)
• É a forma MAIS COMUM!!! Ocorre por falha no relaxamento do múscu-
lo liso do corpo cavernoso. Isso acontece possivelmente por falha no
mecanismo produtor de NO, responsável pelo relaxamento do músculo
liso. Leva a dano do tecido erétil por edema tecidual, podendo evoluir
com dano irreversível (fibrose do corpo cavernoso), que ocorre rapida-
mente (24-48h).
• Não isquêmico (alto fluxo OU arterial OU congênito)
• Forma menos comum. Ocorre por fístula entre a artéria cavernosa e o
corpo cavernoso (congênita ou adquirida – traumática). Não representa
emergência, pois o sangue que passa pelos corpos cavernosos é oxige-
nado normalmente e se resolve espontaneamente em 2/3 dos casos.
AVALIAÇÃO CLÍNICA
É muito importante obter a história clínica detalhada. Buscar na história pelo uso
de medicações (causa mais comum). Avaliar a duração e ocorrência de episódios
prévios.
O diagnóstico geralmente é bem claro – ereção sem estimulação sexual que per-
siste por mais de 2-4h.
EXAMES COMPLEMENTARES
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DIFERENCIANDO ALTO DE BAIXO FLUXO
INVESTIGAÇÃO ETIOLÓGICA
Usualmente não é solicitada na emergência, mas deve ser realizada nos casos
com suspeita de outras etiologias menos comuns. A principal delas é a anemia
falciforme. O diagnóstico de falcemia é feito com esfregaço (que pode evidenciar
hemácias falcizadas e corpúsculos de Howell-Joly – acúmulos arredondados de
DNA nas hemácias) ou eletroforese de proteínas. O toxicológico de urina pode
identificar o uso de cocaína.
TRATAMENTO
PRIAPISMO ISQUÊMICO
TRATAMENTO CIRÚRGICO
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PRIAPISMO NÃO ISQUÊMICO
ESCROTO AGUDO
INTRODUÇÃO
ETIOLOGIA
TORÇÃO TESTICULAR
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ORQUIEPIDIDIMITE
TORÇÃO X ORQUIEPIDIDIMITE
Outras causas…
• Hérnia inguinal.
• Torção do apêndice testicular.
• Trauma.
• Pós-vasectomia.
• Obstrução do epidídimo cursa com distensão e dor.
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DIAGNÓSTICO
HISTÓRIA CLÍNICA
EXAME FÍSICO
EXAMES COMPLEMENTARES
• Urina 1 e Urocultura
• Piúria e bacteriúria sugerem infecção, mas não confirmam.
• USG doppler testicular
• Torção diagnosticada ao USG = CIRURGIA. Na dúvida ou indisponibilida-
de de USG doppler = CIRURGIA.
TRATAMENTO
TORÇÃO TESTICULAR
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Caso no intraoperatório, seja erificado um testículo isquêmico – Orquiectomia +
orquidopexia contralateral.
Se o paciente quiser colocar prótese testicular após orquiectomia – fazer acesso
via inguinal para evitar extrusão da prótese. Ou seja, se indicado orquiectomia no
pré-operatório, já realiza-se o acesso inguinal para a cirurgia e coloca-se a pró-
tese testicular.
ORQUIEPIDIDIMITE
PARAFIMOSE
FISIOPATOLOGIA
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QUADRO CLÍNICO
Dor e edema da região distal do pênis são os achados mais frequentes. Pode evo-
luir tardiamente com obstrução urinária, que indica redução urgente.
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
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FRATURA DE PÊNIS
ETIOLOGIA
Durante o intercurso sexual (mais grave): ocorre quando o pênis ereto desliza
para fora da vagina e choca-se contra o períneo.
Manipulação peniana.
FISIOPATOLOGIA
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é clínico.
• Edema.
• Hematoma de extensão variável – contido pela fáscia de Buck ou escorre para
bolsa escrotal e períneo.
85
TRATAMENTO
Pós-operatório
• Evitar relações sexuais por 6 semanas.
• Psicoterapia se houver receio de ter relações sexuais após esse período.
COMPLICAÇÕES
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