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>-PREPARATÓRIO PARA
PROVAS DE RESIDÊNCIA MÉDICA

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SANAR~
• PREPARATÓRIO PARA
-
PROVAS DE RESIDÊNCIA MÉDICA

COORDENADOR
Juliano Silveira de Araújo

,.....
SANAR~
O Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos à Editora Sanar ltda. pela Lei n° 9.6'1O, de
19 d~ Fevereiro de 1998. É pmibida a duplicação ou reprodução deste volume ou qualquer part~ deste livro, no
todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios {eletrônico, gravação, fotocópia ou outros),
essas proibições aplicam ·s~ também à editoração da obra, bem como às suas caracteristicas gráficas, sem per-
missão expressa da Editora.

Título I Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP


Editor I Geisel Alves
Projeto gráfico I Felipe Cerqueira Xavier
Oiagrama1ão I 8ianca Souza Moreira Rocha
Capa I Wesley Ame<fo
Conselho Edítorial l Caio Vinicius Menezes Nunes
PauloCosta Lima
Sandra de Quadros Uzêda
Shella de Quadros Uzêda
Silvio José Albergaria da Silva

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)


Elaboração: Fábio Andl'3de Gomes· CRB-511513
P926 Preparatório para residência médica . SUS SP I
Juliauo Silveira de AJ'3(rjo, coordenador. -
2. ed. -Salvador : SANAR, 2018.
505 p . : it. ; I 6x23 em.
ISBN 978-85-5462-046-2
I. Residentes (Medicina) • E><ames.
questões, etc. 2 . Medicina- Exames, questões,
ecc. 3. Estudantes de medicina- Exames,
questões, etc. 4 . Sistema Único de Saí1de (São
Paulo) · Concursos. I. AJ'3tijo. Juliano Silveira
de, coord.
CDU: 616:378.24

Editora Sanar Lida.


Rua Alceu Amoroso, 172 · Caminho das Árvores
Edf. Salvador Office e Pool, 3• andar
CEP: 41820-770 - Salvador/BA
Telefone: 71 3052-4831
atendimento@editorasanar.com.br
www.edrtorasanar.com.br
Autores

Juliano SiiV<!ira de Araújo


(OOfdenador e AutOf

Bacharel em Medicina pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Especialista em Clínica


Médica pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Especialista em Geriatria pelo
Hospital das Clínica da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP). Membro Titulado da Sociedade
Brasileira de Geriatria e Gerontol09ia (SBGG). Pós-graduação em Cuidados Paliativos pelo Hospital
Sírio Libanês (HSL). Pós-Graduado em Disturbios da Cognição e Memória do Idoso pelo Serviço de
Geriatria do HC-FMUSP. Professor do curso de medicina da Universidade Potiguar-UnP

Alexandre Barbosa Câmara de Souza Giovanni Galena do Nascimetno Santos

Bacharel em Medicina pela Universidade Bacharel em Medicina pela Universidade


Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Espe- Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Espe-
cialista em Clínica Médica pelo Hospi tal das cialista em Clínica Médica pela Faculdade de
Clínica da Faculdade de Medicina da USP (HC-F- Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP).
MUSP). Especializando em Endocrinolgia pelo
Hospital das Clínica da Faculdade de Medicina Hugo Gon1alo Guedes
da USP (HC-FMUSP).
Bacharel em Medicina pela Universidade
Edson Santos Ferreira Filho Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Re-
sidência em Cirurgia Geral pelo Hospital das
Graduação em Medicina pela Universidade Clínica da Faculdade de Medicina da USP (HC-
Federal do Piauí (UFPI). Residência Médica em -FMUSP). Especializando em Endoscopia pelo
Obstetrícia e Ginecologia pela Universidade Serviço de Endoscopia do HC-FMUSP.
de São Paulo (USP). Titulo de Especialista em
Ginecologia e Obstetrícia (TEGO) pela Federa- Juliana Girotti Sperandio
ção Brasileira das Associações de Ginecologia e
Obstetrícia (FEBRASGO). Médico da Disciplina Bacharel em Medicina pela Faculdade de
de Ginecologia do Hospital das Clinicas da Fa- Medicina de São José do Rio Preto ( FAMERP).
culdade de Medicina da Universidade de São Residência Médica em Ginecologia e Obstetrí-
Paulo (HC-FMUSP). cia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (HC-F-
Gabrlela Lucena de Araújo MUSP). Título de Especialista em Ginecologia
e Obstetrícia (lEGO) pela Federação Brasileira
Bacharel em Medicina pela Universidade das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Espe- (FEBRASGOJ.Especializanda em Endoscopia
cialista em Pediatria pela Escola Paulista de Me- Ginecológica pelo Hospital das Clínicas da Fa-
dicina (UNIFESP - EPM). Especialista em Terapia culdade de Medicina da Universidade de São
Intensiva Pediátrica (UNIFESP- EPM). Paulo (HC-FMUSP).
Renata Davim Gomes Parente Rodrigo Camargo ldo Edelmuth

Bacharel em Medicina pela Universidade Médico Preceptor da Residência de Cirur-


Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Espe- gia Geral do Hospital Israelita Albert Einstein
cialista em Pediatria pela Faculdade de Medi· (HIAE). Instrutor do Curso Advanced Trauma
cina de Ribeirão Preto (FMRP-USP). Endocrino- Life Support (ATLS). Cirurgião Geral pela Fa·
logia Pediátrica pela Faculdade de Medicina de culdade de Medicina da Universidade de São
Ribeirão Preto (FMRP·USP). Paulo - FMUSP. Cirurgião do Aparelho Digestivo
pela Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo · FMUSP
Verglllus Jose Furtado de Araujo Neto

Médico Preceptor da Disciplina de Cirurgia


de Cabeça e Pescoço do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (HC· FMUSP) no ano de 2018. Especialista
em Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Residência
médica em Cirurgia de Cabeça e Pescoço pelo
HC-FMUSP. Residência médica em Cirurgia Ge-
ral pelo HC-FMUSP. Graduação em Medicina
pela Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo
Apresentação

O livro Preparatório em Residência Médica SUS/SP é o mais organizado e completo livro para
os residentes que desejam ser aprovados nos concursos do Brasil. Fruto de um rigoroso trabalho de
seleção de questões de concursos e elaboração de novos conteúdos, atende às mais diversas áreas
de conhecimento na Residência Médica.

A presente obra foi redigida a partir do uso de 5 premissas didáticas que julgamos ser de fun-
damental importância para todo estudante que deseja ser aprovado nos mais diversos exames na
Residência Médica:

1. Questões comentadas, alternativa por alternativa (incluindo as falsas), por autores especializa-
dos.
2. 100% das questões são de concursos passados.
3. Questões selecionadas com base nas disciplinas e assuntos mais recorrentes nos concursos.
4. Resumos práticos ao final de cada disciplina.
S. Questões categorizadas por assunto e grau de dificuldade sinalizadas de acordo com o seguin-
te modelo:

fAcll

IIITEIIMEOIÁIIIO

OIFICIL
•••
O livro Preparatório em Residência Médica SUS/SP será um grande facilitador para seus es-
tudos, sendo uma ferramenta diferencial para o aprendizado e, principalmente, ajudando você a
conseguir os seus objetivos.

Bons Estudos!

Geisel Alves
Edrtor
Sumário

1. 201 0
1. PEDIATRIA I ..........................................................................................................................................13
2. PEDIATRIA li ........................................................................................................................................ 16
3. CLINICA I .............................................................................................................................................. 21
4. CLINICA 11 ............................................................................................................................................. 24
S. CIRURGIA I ........................................................................................................................................... 28
6. CIRURGIA li .......................................................................................................................................... 31
7. GINECOLOGIA EOB.STETRICIA ................................................................................................................ .3S
8. GINECOLOGIA EOBSTETRfCIA11 .............................................................................................................. 42
9. MEDICINA PREVENTIVA ........................................................................................................................ S3

2. 2011 71
1. CLINICA 1...............................................................................................................................................71
2. CLI NICA li ............................................................................................................................................74
3. PEDIATRIA I ..........................................................................................................................................77
4. PEDIATRIA li ........................................................................................................................................ 81
S. CIRURGIA I ...........................................................................................................................................8S
6. CIRURGIA li .......................................................................................................................................... 89
7. MEDICI NA PREVENTIVA ........................................................................................................................ 94
8. GINECOLOGIA EOBSTETRfCIA ............................................................................................................... 109
9. GINECOLOGIA EOBSTETRICIA li ............................................................................................................ 114

3. 2012
1. ME OICINA PREV ENTI VA ....................................................................................................................... 123
2. CLINICA I ...........................................................................................................................................136
3. CLINICA 11 .......................................................................................................................................... 140
4. PEDIATRIA I ....................................................................................................................................... 143
S. PEOIATR IA 11 ...................................................................................................................................... 147
6. CIRURGIA I ......................................................................................................................................... 1S1
7. CIRURGIA li ........................................................................................................................................ 1S4
8. GINECOLOGIA EOBSTETRiCIAI ............................................................................................................. 1S9
9. Gl NECOLOGIA EOBSTETRfCIA 11 ............................................................................................................ 164

4. 2013
1. MEDICI NA PREVENTIVA ....................................................................................................................... 171
2. CLfNICA I ............................................................................................................................................ 182
3. CLI NICA 11 .......................................................................................................................................... 186
4. PEDIATRIA I ........................................................................................................................................189
S. PEDIATRIA li ...................................................................................................................................... 193
6. CIRURGIA 1•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 198
7. CIRURGIA li ........................................................................................................................................201
8. GINECOLOGIA EOBSTETR((IA .••.•.••.•.••.•.••.•••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.•..•.•..•.•..•.•.•.••.•.••.•.••.•.••.•••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••.•.•• 20S
9. GINECOLOGIA EOBSTETRICIA 11 .•.••.•.••.•.•.•.••.•.••.•.••.•.••.•••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••.•.••.•.••.•.••.••..•.•..•.•..•.•..•.•.•.••.•.•.210

S. 2014
1. MEDICINA PREVENTIVA •.•.•••.•..•.•..•.•..•.•..•••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••.•.••.•.••.•.•••.••.•.••.•.••.•.••.•••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••.•.•• 217
2. CLINICA 1. •..••..•••..•••..•••..•••.•••..•••..•••..•••..••..••••.••••.••••.••..•••..•••..•••..•••••.•..•.•..•.•..•.•..••..•••..•••..•••..•••.•••..•••. 22S
3. CLINICA 11 ••.•.•••.••••.••••.••••.•••.••.•.••.•.••.•.••••••••.••••.••••.••••.•••.••.•.••.•.••.•.•••.••••.••••.••••.••.•••••.••••.••••.••••.•.•.••.•.•• 230
4. PEDIATRIA 1........................................................................................................................................ 234
S. PEDIATRIA 11 •.•.••.•.••.•.••.•.•••.••.•.••.•.••.•.••..••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••.•.••.•.••.•.•••.••.•.••.•.••.•.••.•••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••.•.•• 242
6. CIRURGIA 1.................................................•....•....•....•...•....•....•....•...........................•....•....•................ 24S
7. CIRURGIAII •.•.•.••.•.••.•.••.•.•••.••••.••••.••••.••••••••.••••.••••.••••.•.•.••.•.••.•.••.•.•••.••••.••••.••••.••••••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••.•.•• 248
8. GINECOLOGIA EOBSTETRICIA I •.•.••.•.••.•.••.•••.••••.••••.••••.•••.••••.••••.••••.••••••••.••••.••••.••••.•••.••••.••••.••••.•.•.••••.••••2S2
9. GINECOLOGIA EOBSTETRICIA 11 .•.••••.••••.••.•••.•.••.•.••.•.••.•...•.••.•.••.•.••.•.•••.••.•.••.•.••.•.••.•••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••.•.•• 2S8

6. 2015
1. PEDIATRIA I ••.••••.••••.••••.••••••••.••••.••••.••••••••.••••.••••.••••.•••.••••.••••.••••.••••••••.••••.••••.••••.•••.••••.••••.••••.•••.•••..••••267
2. PEDIATRIA 11 ....................................................................................................................................... 271
3. CL(NICA 1............................................................................................................................................ 27S
4. CLiNICA 11 •.•.•••.••••.••••.••••.•••.••••.••••.••••.••••••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••.•.••.•.••.•.•••.••.•.••.•.••.•.••.•••••.••••.••••.••••.•••.••.•.•• 280
S. GINECOLOGIA EOBSTETRICIA I ••••••••••••••••••••.••••.••••.••••.••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••.••••.••••.••••.••••••••••••• 283
6. GINECOLOGIA EOBSTETRICIA 11 .•.••.•.••.•.••.•••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••.•.••.•.••.•.•••.••.•.••.•.••.•.••.•••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••.•.•• 288
7. MEDICINA PREVENTIVA •.•••••••..•••..•••..•••..•••.•.••.•.••.•.••.•••.•••..•••..•••..•••••.••.•.••.•.••.•.••.•••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••.•.••292
8. CIRURGIA 1.......................................................................................................................................... 303
9. CIRURGIA 11 ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 30S

7. 2016
1. CliNICAI ••.•.•.•.••.•.••.•.••.•.•••.••.•.••.•.••.•.••.•••.•.••.•.••.•.••.•...•.•..•.•..•.•..•.•••.••.•.••.•.••.•.••.•••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.•..•.••313
2. CLINICA 11 •.•.•••.••••.••••.••••.•••.••••.••••.••••.••••••••.••••.••••.••••.•••.••.•.••.•.••.•.•••.••••.••••.••••.••••••.•.••••.••••.••••.•.•.••.•.•• 317
3. PEDIATRIA I •..•.••.•.••.•.••.•.•••.••.•.••.•.••.•.••••••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.•..•.•..•.•..•.•••.••.•.••.•.••.•.••.•••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••.•.••323
4. PEDIATRIA 11 ....................................................................................................................................... 328
S. GINECOLOGIA EOBSTETRIC.IA I •.•.•..•.•..•.•..•••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••.•.••.•.••.•.••.•••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.•..•.•.332
6. GINECOLOGIA EOBSTETR((IA 11 ••.••••.••••.••••••••.••••.••••.••••.•.•.••••.••••.••••.•••.••.•.••.•.••.•.••.•••••.••••.••••.••••.•.•.••••.•• 338
7. MEDICINA PREVENTIVA •.••••••••.••••.••••.••••.•••.••••.••••.••••.•••.••••.••••.••••.••••••••.••••.••••.••••.•••.••••.••••.••••.•••.•••..••••346
8. CIRURGIA 11 •.•.•.••.•.••.•.••.•.•••.••.•.••.•.••.•.••.•••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.•..•.•..•.•..•.•.•.••.•.••.•.••.•.••.•••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••.•.••3S6

8. 2017
1. CLINICA 1••.•••.•.••.•.••.•.••.•.•••.••.•.••.•.••.•.••.•••.••••.••••.••••.•••.••••.••••.••••.••••••••.••••.••••.••••.•••.••••.••••.••••.•••.•.••.•.••372
2. MEDICINA PREVENTIVA ••.•••.•..•.•..•.•..•.•..•••.•.••.•.••.•.••.•...•.••.•.••.•.••.•.•••.••.•.••.•.••.•.••.•••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••.•.•• 37S
3. PEDIATRIA 1....•....•....•....•......................•....•....•....•..............................................•....•....•....•....•...•....•..388
4. PEDIATRIA 11 •.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••.•.••.•.••.•.•••.••.•.••.•.••.•.••.•••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••.•.••.•.••.•.•••.••.•.••.•.••.•.••.•.•••.••••.•• 394
S. CLINICA li ............................................•....•....•....•........•....•....•....•...................................................... 400
6. GINECOLOGIA EOBSTETRICIA I •.••.•.••.•.••.•••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••.•.••.•.••.•.•••.••.•.••.•.••.•.••.•••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••.•.•• 404
7. GINECOLOGIA EOBSTETR[CIA 11 •••.••••.••••.•••.••••.••••.••••.•••.••••.••••.••••.•••••.••.•.••.•.••.•.••.••..••••.••••.••••.•••.•.••.•.•• 412
8. CIRURGIA I .••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••••.••••.••••.•••.••••.••••.••••.••••••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••••.••••.••••.••..••.•.••.•.••.•.••.•.•••.••.•.•• 417

9. 2018
1. GINECOLOGIA EOBSTETRICIA •.•••..•••..•••..•••.••••.••••.••••.•••.•••..•••..•••..•••.•.••.•.••.•.••.•.••.•••.••••.••••.••••.•••.••••.•••. 430
2. GINECOLOGIA EOBSTETRICIA 11 •.••••.••••.•••.••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••••.••••.••••.•••.••••.••••.••••.••••••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••••.••438
11

3. PREVENTIVA •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••.••••.••••.••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 446


4. PEDIATRIA 1........................................................................................................................................ 462
S. PEDIATRIA 11 ...................................................................................................................................... 470
6. CLINICA 1••.••.•.••.•.••.•.••.•••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••.•.••.•.••.•.••.••..•.•..•.•..•.•..•••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.••.•.••.•.••.•.••.••..•••..•••.• 477
7. CIRURGIA GERAL I .••••.••••••••.••••.••••.••••.•••.••••.••••.••••.•••.••.•.••.•.••.•.••••••••.••••.••••.••••.•.•.••.•.••.•.••.•.••••••••.••••.••• 484
8. CLiNICA 11...••.•.••.•.••.•.••.••..••••.••••.••••.•••.•.•.••.•.••.•.••.•.••••.•.••.•.••.•.••.•.•.•.•..•.•..•.•..•.•••.••.•.••.•.••.•.••.•••.••••.•••••489
9. CIRURGIA GERAL 11 ...............................................................................................................................496
2010

PEDIATRIA I· GABRIELA LUCENA DE ARA0JO


Um menino com 9 anos de idade apre-
02 senta febre baixa e mal estar há 3 dias e
dor de garganta e tosse há 2 dias. O raio X de
A idade, em que a vacinação contra sa· tórax revela a presença de broncopneumonia
O1 rampo, caxumba e rubéola é recomenda-
da e o tempo em que se espera que haj a reação
com infiltrado unilateral em lobo médio direito.
A opção foi pelo tratamento ambulatorial. Dos
após a aplicação são: antibióticos abaixo, é indicado:

@ Idade recomendada (em anos): 1 e 13 a 15. @ cefuroxima.


Tempo de reação (em dias): I a 2 ® claritromicina.
® Idade recomendada (em anos): 1 e 13 a 15. © amoxicilina com ácido clavulânico.
Tempo de reação (em dias): 5 a 14 @ amoxicilina.
© Idade recomendada (em anos): 1 e 4 a 6. ® cefadroxila.
Tempo de reação (em dias): 5 a 14
@ Idade recomendada (em anos): 1 e 4 a 6. .,_COMENTÁRIO: Os agentes etiológicos mais fre·
Tempo de reação(em dias): 1 a 2 quentes na faixa etária entre 6 e 18 anos são os
® Idade recomendada (em anos): 1 e 13 a 15. vírus Streptococcus pneumoniae, Mycoplasma
Tempo de reação(em dias): 3 a 5 pneumoniae, Clamydia pneumoniae e Hae-
mophilus influenzae não tipável. A pneumonia
.,_ COMENTÁRIO: De acordo com o calendário atípica geralmente acomete essa faixa etária
vacina! do Ministério da Saúde (MS) do ano de e exibe quadro bastante característico, que se
20 10, a vacina tríplice vira!, contra as doenças inicia com dor de garganta, às vezes otalgia,
sarampo, caxumba e rubéola, era realizada com evolui com febre baixa, estado geral pouco
12 meses de vida e um reforço com 4 a 6 anos. comprometido, e tosse muito intensa, irritati-
Contudo, em setembro de 2013, foi introduzida va. O tratamento da pneumonia atípica deve
a vacina tetraviral, que inclui a varicela, além ser realizado com macrolfdeos, como Claritro-
das três anteriores. Assim, no calendário vaci· micina ou Azitromicina. A Amoxicilina seria o
na! do MS de 2016, a tríplice vira! é feita apenas antibiótico de escolha para a pneumonia típica,
com 12 meses de vida e aos 15 meses é realiza· em que o agente etiológico mais frequente é o
da a tetraviral. Os efeitos adversos podem sur- pneumococo.
gir de cinco a 14 dias após a vacinação. A febre I Resposta: @ .
alta (maior que 39,5 •q é o mais comum (5%
a 15% dos vacinados), com um a cinco dias de
duração. Uma menina com 7 anos de idade apre-
I Resposta: © . 03 senta queixa de cansaço e o médico do
Programa de Saúde da Famllia observa alguma
14 PreparatóriG para Residência Medica SUS/SP

palidez cutânea e que a ingestão de alimentos ,._COMENTARIO: A miocardite pode decorrer de


que contém ferro é muito baixa, considerando diversas causas infecciosas e não infecciosas,
a história alimentar. Nascida na cidade de São sendo a miocardite secundária por infecção vi-
Paulo, em uma maternidade pública, sem in- ra! a forma mais prevalente em todas as faixas
tercorrências e tem boa saúde. O pai tem t raço etárias. Os vírus cardiotróficos mais prevalentes
falciforme. O melhor exame para orientar a te- são adenovírus, parvovírus B19 e herpes sim·
rapêutica é: pies. Como o paciente em questão não tem
história prévia de cardiopatia congênita, não se
® hemograma. deve pensar em alguma doença progressiva,
® eletroforese de hemoglobina. visto um início súbito. A miocardite bacteriana
© ferritina. apresentaria um quadro febril e de prost ração
@ saturação da transferrina. mais arrast ado.
® prova de laicização. I Resposta: ®

,._ COMENTARIO: A ferritina é o parâmetro bio-


químico mais específico para o diagnóstico O principal agente bacteriano nas farin·
laboratorial de deficiência de ferro, pois se cor-
relaciona com o ferro corporal total. As baixas
05 goamigdalites agudas é o Streptococcus

concentrações indicam depleção do depósito ® a hemolftico do grupo B.


de ferro na ausência de processos infecciosos ® a hemolítico do grupo C.
vigentes. Em uma criança de idade escolar, com © Ghemolftico do grupo B.
história de erro alimentar e sem alterações no @ Ghemolítico do grupo A.
teste do pezinho, deve-se pesquisar deficiência ® a hemolftico do grupo A
de ferro como causador da anemia. O hemo-
grama é um exame inespecífico, porém será útil ,._ COMENTÁRIO: A faringoamigdalite aguda é
no diagnóstico de presença ou não de anemia, causada por vários agentes etiológicos, os vírus
e suas características, mas não é o melhor parâ- são os agent es etiológicos mais comuns. Den·
metro para determinar a terapêutica. O teste de t re os agentes bacterianos das faringoamigda·
l aicização e eletroforese de hemoglobina deve lites, o estrept ococo beta-hemolrt ico do grupo
ser solicitado na investigação da doença falei- A de lancefield é responsável por 15 a 30% dos
forme, mas como o paciente em questão tem casos.
provável teste do pezinho normal (onde já é I RespGsta: @
pesquisado a doença falciforme), não é neces-
sária essa investigação. A saturação de trans-
ferrina estará diminuída na anemia ferropriva, Os principais agent es da meningite neo·
contudo ela também estará reduzida em outros
tipos de anemia, como na anemia de doença
06 natal são:

crônica, não sendo especifica para essa doença. ® Estreptococo do grupo B; listeria e H. in·
I Resposta: ©. fluenzae tipo 8.
® Estreptococo do grupo B; E. co li e listeria.
© E. coli; Estreptococo do grupo 8 e Pneu mo·
Um menino com 4 anos de idade apre- coco.
04
e
sent a arritmia ventricular de início súbito
é diagnosticada miocardite. A principal etio-
@ E. coli; Listeria e N. meningitidis.
® N. meningitidis; H. influenzae t ipo B e Pneu·
logia nestes casos é mococo.

® viral. ,._COMENTARIO: Os agentes infecciosos chegam


® cardiomiopatia congênita progressiva. ao Sistema Nervoso Central (SNC) mais comu·
© idiopática. mente por via hematogênica, razão pela qual a
@ bacteriana. meningite está associada à sep se neonatal em
® reação inflamatória pós-infecção bacteriana aproximadamente 75% dos casos. Assim, os pa·
2010 15

tógenos que causam a sepse nesse período são para indicar tratamento.
geralmente os responsáveis pelas meningites, ® apenas observar.
sendo os mais prevalentes aqueles com predi- © administrar vitamina C na dose de 200 mg/
leção pelo SNC, como Streptoccocus grupo B dia para prevenir o desenvolvimento ou mini-
(especialmente tipo 111), Escherichia colí e lis- mizar os sintomas da doença.
teria monocytogenes. Haemophilus influenzae @ iniciar o oseltamivir devido ao risco de
tipo b, Neisseria meningitidis (meningococo) e doença grave nesta faixa etária.
Streptococcus pneumoniae {pneumococo) são ® realizar hemograma e proteína C-reativa
agentes responsáveis por aproximadamente para detectar período prodrômico e iniciar tra-
95% dos casos de meningite bacteriana após tamento se alterados.
os 2 meses de idade. Contudo, esses números
vêm m udando após a vacinação contra o H. in· ~ COMENTARIO: A quimioprofilaxia contra o vírus
fluenzae t ipo b, diminuindo consideravelmente influenza não está indicada em menores de 3
a incidência dessa bactéria. meses, apenas se a situação seja considerada
I Resposta: ® . crítica. Deve-se observar a presença de sinto-
mas da síndrome gripaI {febre alta, tosse, rínor-

o7 São vacinas compostas por vírus vivos:


reia, prostração, dor de garganta, mialgia), não
sendo necessário, inicialmente, coletar exames
laboratoriais, como hemograma, PCR ou pes-
quisa de vírus respiratório, visto que o contac-
@ polimielite oral e varicela. tante não apresenta sintomas.
® hepatite A e rot avírus. I Resposta:®
© varicela e hepatite A.
@ polímielite oral e hepatite A.
® varicela e influenza. Um recém-nascido de termo, adequado

~ COMENTÁRIO: A vacina atenuada é feita com


09 para a idade gestacional. do sexo mas-
culino, desenvolve icterícia intensa (bilirrubina
bactérias ou vírus vivos. porém cultivados em indireta de 18 mg/dl e direta de 0,8 mg/dl) no
condições adversas, de forma que perderam segundo dia de vida e os exames revelam defi-
a capacidade de provocar a doença. Esse en- ciência enzimática. Das enzimas citadas, a mais
tra quecimento pode ser obtido, por exem- comumente envolvida nestes casos é:
plo, provocando mutações que interfiram em
processos essenciais para o desenvolvimento @ nglicuronidase.
do microrganismo. As vacinas contra saram- ® ligandinas.
po, caxumba, rubéola, varicela, febre amarela, © piruvatoquinase.
rotavírus e poliomielite (oral) são exemplos @ glicose-6-fosfato desidrogenase.
de atenuadas virais. Já as vacinas BCG {contra ® glicuroniltransferase
tuberculose) e contra a febre t ifoide (oral) são
atenuadas bacterianas. A vacina contra o vírus ~COMENTARIO: A deficiência de glicose-6-fosfa-
influenza e hepatite A são compostas por vírus to desidrogenase (G6PD) deve ser pesquisada
inativado. em todo recém-nascido que apresente icterícia
I Resposta: @. não fisiológica, mesmo que outra causa expli-
que a hiperbilirrubinemia. ~uma doença gené-
tica associada ao cromossomo X e, ao contrário
Um menino com 1 ano e 9 meses de do que se esperaria, afeta igualmente indiví-
08 idade tem o diagnóstico confirmado de
infecção pelo vírus influenza A {H 1Nl). Inicia
duos dos dois sexos. A maior incidência ocorre
em pessoas com ancestrais provenientes do
tratamento com oseltamivir. Os pais pergun- Mediterrâneo, como Itália e Oriente Médio, da
tam se "devem tratar a filha de 1 mês e meio, África Equatorial e de algumas regiões do Su-
que, por enquanto, está bem". Conduta correta: deste asiático. Estima-se que pode atingir até
7% da população brasileira, sendo a triagem
@ realizar pesquisa de vírus através do PCR
16 PreparatóriG para Residência Médica SUS/SP

neonatal da G6PD feita em papel de filtro (t este PEDIATRIA 11· RENATA DAVIN GOMES PARENTE
do pezinho).
No recém-nascido haverá uma circulação ente-
ro hepática elevada de bilirrubina decorrente Uma pré-escolar de cinco anos apresenta
da escassa flora in testinal e da maior ativida-
de da enzima beta-glicorunidase na mucosa
11 história de poliúria, polidipsia e náuseas.
O exame físico revela a presença de desidrata-
intestinal. Existe diminuição da conversão de ção Intensa e taquidispneia importante. levan·
mono e diglicuronídeos de bilirrubina em uro- do· se em conta o provável diagnóstico dest e
bilinogênio devido à pequena quantidade de caso, estará ocorrendo nesta criança:
bactérias intest inais, tornando os glicuronídeos
suscetfveis à desconjugação pela beta-glicuro- @ elevação da incorporação periférica de gli·
nidase. Isso se reflete na entrada da bilirrubina cose.
não conjugada pela circulação entero-hepática ® redução na concentração sérica de insulina
e na sobrecarga de bilirrubina ao hepat ócit o. O e hipo·osmolaridade sérica.
RN apresenta captação hepática limitada da bi- © redução da quebra de triglicérides.
lirrubina nos primeiros três a quatro dias devi- @ redução do catabolismo de aminoácidos
do à deficiência de ligandina, principal protefna ® baixa concentração intracelular de potássio.
carreadora da bilirrubina dentro do hepatócito.
Além disso, a conjugação hepática deficiente .. COMENTÁRIO:: Paciente com quadro de po-
decorre da atividade diminuída da glicuronil- liúria, polidipsia e náuseas com desidratação e
·transferase. Ao nascimento, a atividade é infe- taquidispneia. Ao exame ffsico observado desi-
rior a 0, 1% em relação à do adulto, atingindo dratação. Mediante essa clínica devemos pen·
seu nível entre 6 e 14 semanas. sar no diagnóstico de cetoacidose diabética
I Resposta: @ (CAD). Na CAD teremos uma baixa concentra·
ção de insulina, com consequente redução da
incorporação periférica de glicose e aumento
A infecção neonatal pela Klebsiella "ESBL" da quebra das triglicérides e aminoácidos para
1O é um problema que pode compromet er
o cuidado aos recém-nascidos de uma Unida-
obtenção de ATP. já que a glicose se mantem
no extracelular. Dessa maneira também temos
de de Neonatologia. O desenvolvimento desse uma hiperosmolalidade sé rica às custas do au-
tipo de resistência deve-se ao uso de mento da glicemia. Na CAD vemos um déficit
total de potássio sendo a maior perda de po·
@ cefalosporina de terceira geração. tássio a partir do pool intracelular (devido hi·
® carbapenem. pertonia e insulinopenia que geram efluxo de
© ampicilina. potássio das células). Além de haver perda de
@ aminoglicosídeo. potássio nos vômitos e pela diurese osmótica.
® sulfametoxazol-trimetoprima. Assim, existe um déficit de potássio, mas com
nfveis séricos normais. Após a correção da CAD
.. COMENTÁRIO:: Um mecanismo comum de há uma tendência de restit uição da concen·
resistência bacteriana aos antibióticos beta- tração intracelular de potássio podendo gerar
·lactãmicos é a produção de beta-lactamases, hipocalemia se este íon não for corretamente
que agem quebrando o anel beta-lactámico reposto.
das drogas derivadas da penicilina. O termo Alternativa A: INCORRETA. Há uma diminuição da
·seta-lactamase de Espectro Estendido" (ESBL) incorporação periférica de glicose por falta da
refere-se às beta-lactamases produzidas princ insulina.
palmente por Klebsiella spp. e Escherichia coli Alternativa 8: INCORRETA. Existe uma redução da
que apresent am resistência aos beta-lactãmi- i nsulina e uma hiper osmolalidade sérica. devi·
cos de amplo espectro, os quais normalmente do à alta glicemia.
possuem atividade contra os bacilos Gram-n Alternativa C: INCORRETA. Há aumento da quebra
egativos. Exemplos são: cefotaxima, ceftazidi- de triglicérides pela indisponibilidade da glico-
ma, aztreonam e cefpodoxima. se intracelular.
I Resposta: @
2010 17

Alt•rnativa 0: INCORRETA .. Aumento do catabolismo de aminoácidos pela falta de capacidade de usar


glicose na respiração celular.
Alt•rnativa E: CORRETA. Baixa concentração intracelular de potássio devido hipertonía e insulinopenía
que geram efluxo de potássio das células 12 Um escolar de oito anos é trazido em consulta ambula-
torial pediátríca com história de ser asmático e de estar ut ilizando salbutamol inalatório diariamen-
te, através de "bombinha" no último mês, pois tem estado mais cansado. A melhor conduta neste
momento, considerando que não há ausculta de broncoespasmo, é:

® iniciar corticoide sistêmico e beta-adrenérgíco inalatório de longa duração.


® iniciar corticoide inalatório diariamente e orientar o uso do salbutamol inalatório apenas para
as exacerbações.
© iniciar corticoide inalatório e manter o salbutamol inalatório diário.
@ iniciar corticoide sistêmico.
® manter a terapia com o salbutamol inalatório diário.
.. COMENTARIO:: O paciente em questão tem diagnóstico de asma, não está em vigência de crise
asmática, e vem no ambulatório com queixas de que no último mês apresentou sintomas diários
(cansaço) e necessit ou usar beta2 inalatório diariament e. A questão quer avaliar o tratamento da
asma, que deve ser baseado na avaliação do controle dos sintomas. No caso do paciente conside-
ramos parcialmente controlado (sintomas> 2x/semana e uso de beta2 agonista de curta duração
> 2x/semana), dessa maneira precisamos subir um passo no tratamento, que para o paciente seria
uso de corticoide inalatório diário em dose baixa e uso de beta2 agonista nas exacerbações. Deven·
do ser reavaliado em quatro a seis semanas.

Controle dos slnto1111s Nfvel de controle dos slnto~~~as d• ISinl


Nas ultimas 4 semanas, o padent• t.ve Parcialn-..n·
Bom Nlo
to
controlado controlado
Sintoma.s diurnos d~ asma mais d~ 2 vezes por s~ana? controlado
Despertar noturnos devido asma?
Necessidade de medic:~çáo para alívio dos sintomas
majs de 2 vezes por semana 7
Nenhum de-sses 3 a 4desses
limitac;So de alguma atividade devido à asma? 1 a 2 desse-s
F'qln 1,Gi!Ml01S bCIIlJA

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18 PreparatóriG para Residência Medica SUS/SP

Alternativa A: INCORRETA. Não há ausculta de bron- present e na doença de Von Willebrand tipo 1,
coespasmo para iniciar corticoide sistêmico no 28 e principalmente 2N. Esse dado poderia fa-
momento. E o beta adrenérgico de longa dura- zer confundir com a hemofilia A, mas a clínica
ção só deve ser introduzido após introdução do da paciente não é compatível com esse tipo de
cortícoide inalatório sem melhora. hemofilia. Diante disso, os exames laboratoriais
Alternativa B: CORRETA. Já que a criança tem uma que caracterizam a doença de Von Willebrand
asma mal controlada, temos que subir uma seriam TS e TTPA elevados.
etapa no tratamento. Como a criança estava Alternativa A: CORRETA. Elevação do TS e do TTPA
na etapa 1 (beta2 agonista se necessário), já que há falta do fator de Von Willebrand, al-
passamos para a etapa 2 adicionando um Cl terando a via intrínseca da coagulação que é
baixa dose. avaliada pelo TTPA; TP normal já que avalia a via
Alternativa C: INCORRETA. O salbutamol inalatório extrínseca que não está alterada, assim como
deve ser usado nas crises. contagem normal de plaquetas.
Alternativa D: INCORRETA. Não iniciar corticoide sis- Alternativa B: INCORRETA. Há elevação do TTPA.
têmico fora da crise. Alternativa C: INCORRETA. Não há elevação do TP.
Alternativa E: INCORRETA. Trata-se de uma asma Alternativa D: INCORRETA. TS está aumentado.
mal controlada, necessitando de subir uma eta- Alternativa E: INCORRETA. TTPA não está normal,
pa no tratamento. está aumentado.

Uma escolar de 1O anos de idade é trazi- Um lactente de seis meses com suspeita
13 da ao pronto-socorro por sangramento
excessivo de um corte na face. Tem histórico
14 de comunicação interventricular é avalia-
do. Espera-se aausculta deste bebê um sopro
de já ter procurado o pronto-socorro em outras
cinco oportunidades por quadros semelhantes. @ tele diastólico.
A mãe é portadora de doença de Von Wille- ® sistólico com um clique meso sistólico.
brand. O paciente tem nível sérico do fator VIII © contínuo tipo maquinaria.
reduzido. Que outras alterações laboratoriais @ holosistólico.
seriam esperadas para este caso? Observação: ® sistólico ejetivo em crescendo e decrescendo
TS = Tempo de Sangramento; TP = Tempo de
Protrombina; TTPA =Tempo de Tromboplastina ._ COMENTARIO:: A questão traz um lactente com
Parcial Ativada. uma comunicação interventricular e pergunta
qual a característica do sopro esperada. A co-
@ Elevação do TS e do TTPA; TP normal e con- munícação interventrkular (CIV) apresentará
tagem normal de plaquetas. um sopro que se inicia simultaneamente com
® Elevação do TS; TP, TTPA e plaquetas nor- a primeira bulha cardíaca e continua durante
mais. toda a sístole, ao que damos o nome de sopro
© Elevação do TS, do TTPA e do TP; plaquetas pansistólico ou holosistólico. Este sopro está re-
normais. lacionado á passagem do sangue desde o início
@ Elevação do TTPA; TS normal; plaquetas da sístole do ventrículo em contração através
normais e TP normal. de uma abertura anormal (CIV) até o final da
® Elevação do TS; redução das plaquetas; TP sístole.
e TTPA normais. Alternativa A: INCORRETA.
Alternativa B: INCORRETA. Não há clique meso sis-
._ COMENTARIO:: A paciente em questão apre- tólico.
senta histórico de sangramento excessivo após Alternativa C: INCORRETA. O sopro é apenas na sís-
lesões cortantes. A mãe é portadora de doen- tole.
ça de Von Willebrand, logo a melhor hipótese Alternativa E: INCORRETA. O sopro sistólico é con-
diagnóstica para a criança é que tenha herdado tínuo
a doença da mãe. A questão fala que a paciente I Resposta: @
tem nível sérico que fator VIII reduzido o que é
2010 19

,.. COMENTARIO:: A doença mão-pé-boca é cau-


15 Um lactente de dois anos desenvolve
oligúria, edema e anemia após episódio
de diarreia que durou cinco dias. Os exames la-
sada frequentemente pelo enterovius 71 ou
por coxsakievírus (Dentre os coxsakievírus, pre-
boratoriais revelam Hb = 7,5 g/dl; U = 110 mg/ dominantemente o A 16). Geralmente é uma
dl; Cr =2 mg/dl e presença de hemácias frag- doença leve, afebril ou com febre baixa que
mentadas na periferia. O agente habitualmente acomete orofaringe e apresenta lesões macu-
as.sociado a esta síndrome é lopapulosas, vesiculosas e/ou pustulosas em
mãos e pés, como também nádegas e virilhas.
® Yersinia enterocolitka. Algumas infecções podem se manifestar de
® Escherichiacoli0l57:H7. maneira mais grave evoluindo com meningite
© Bartonel/a hense/ae. vira I, miocardite ou pericardite.
@ Shigella. I Resposta: ®
® Parvovlrus B19.

,.. COMENTARIOc O quadro clinico da criança em


questão é compatível com Síndrome Hemolí-
tico Urêmica (SHU) tlpica. É uma doença grave
17 Um lactente de dois anos chega ao
pronto socorro com quadro de dispneia,
sudorese e chiado ins e expiratório. O menor
incluída no diagnóstico diferencial de mkroan- t em antecedente de asma e está fazendo uso
giopatias trombóticas. Na infancia, principal- de profilaxia medicamentosa há dois meses. A
mente em crianças entre dois e seis anos de criança estava sozinha no seu quarto, entretida
idade, 90% dos casos são desencadeados por com brinquedos quando foi encontrada pela
infecção pela Escherichia coli produtora de mãe em desconforto respiratório. A melhor ex-
Shiga-toxina (STEC), cujo sorotipo mais reco- plicação, para o quadro atual desta criança, é
nhecido associado a esta doença é o da E. coli que ela deve ter
0157:H7. A contaminação ocorre por meio
de alimentos e pode se manifestar desde um ® contraído uma laringite estridulosa.
quadro diarreico até uma colite hemorrágica e ® uma epiglotite.
SHU. Assim, três a oito dias, em média, após a © desenvolvido uma crise hiperaguda de
contaminação os pacientes desenvolvem dor asma.
abdominal, diarreia aquosa importante, às ve- @ aspirado algum objeto que está obstruindo
zes com sangue e, após cerca de 24 horas, 1O% a via aérea.
a 15% dos pacientes apresentam anemia he- ® desenvolvido uma paralisia aguda de cor-
molítica, trombocitopenia e insuficiência renal das vocais.
aguda (IRA).
I Resposta: ® ,.. COMENTARIO:: A questão traz lactente com um
quadro de desconforto respiratório agudo en-
quanto brincava sem supervisão. No exame físi-
Uma menina de oito anos é levada ao co tem chiado ins e expiratório, que mostra que
16 pronto-socorro por quadro de dor de
garganta e febre há dois dias. Ao exame físico,
há dificuldade na entrada e saída do ar. logo
a melhor explicação para o quadro seria obs-
observam-se pequenas vesículas na boca e em trução da via aérea devido aspiração de algum
ambas as mãos. Suspeita-se de slndrome boca- objeto, que pode ser um brinquedo.
mãos-pés. Qual das alternativas abaixo é a com- Alternativa A: INCORRETA. Episódio agudo sem pró-
plicação mais frequente desta infecção? dromos infecciosos como seria na laringite, e
ao exame ao invés de chiado ouviríamos o es-
® Meningite asséptica. tridor.
® Osteomielite. Alternativa B: INCORRETA. A epiglotite também se
© Slndrome de Reye. trata de um episódio de desconforto respirató-
@ Hepatite. rio agudo, geralmente acompanhado de pró-
® Paralisia tlácida. dromos infecciosos e ao exame geralmente se
observa o estridor.
20 PreparatórioparaResidência Medica SUS/SP

Alternativa C: INCORRETA. A criança já vinha fazen-


do profilaxia para asma adequadamente sem
motivos para uma exacerbação no momento.
19 Uma pré-escolar de cinco anos tem qua-
dro de anasarca, p roteinúria de 8 g/dia,
hipoalbuminemia e hiperlipidemia. A criança-
Alternativa E: INCORRETA. A paralisia aguda de responde muito bem à introdução de corticoi-
cordas vocais é rara em crianças e geralmente des. Trata-se provavelmente de uma nefropatia:
acontece em lesão do nervo laríngeo recor-
rente em pós-operatório ou por compressão @ da síndrome de Goodpasture.
tu moral. ® por glomerulonefrite rapidamente progres-
I Resposta: @ siva.
© por lgA (8erger).
@ com glomeruioesclerose focal.
Uma menina de dois anos é levada ao ® de lesões mínimas.
18 pediatra por h istória de febre alta (39"C)
nos últimos três dias e hoje iniciou erupção .,. COMENTARIO: O quadro clínico descrito é típi -
maculopapular disseminada por todo o cor- co da sindrome nefrótica idiopática da infância
po, mas ainda não teve febre. Ao exame físico, (proteinúria, anasarca, hipoalbuminemia e hi-
encontra-se em bom estado geral, sem outros perlipidemia). O tipo histológico mais comum é
achados além da erupção. O diagnóstico mais a lesão mínima, sendo responsável por 85% dos
provável para este quadro é: casos de slndrome nefrótica na infância. Este
tipo está relacionado a uma doença que res-
@ roséola. ponde ao uso de corticoide e se apresenta sem
® varicela. outras complicações (hematúria macroscóp ica,
© rubéola. hipertensão, insuficiência renal, hipocompie-
@ infecção pelo Parvovírus 819. mentemia) e atinge crianças entre um e oito
® infecção pelo vírus Coxsackie A. anos. Desse modo, podemos concluir que a ne·
fropatia da paciente se trata de uma síndrome
.,. COMENTARIO: O quadro clínico em questão é nefrótica por lesão histológica mínima.
típico da "Roséola" também conhecida como Alternativa A: INCORRETA. A síndrome de GoodPas-
exantema súbito ou sexta doença. ~ uma ture se caracteriza por hemorragia pulmonar e
doença aguda, autoiimitada, que geralmente g lomerulonefrite.
aparece entre seis meses e dois anos de vida. Alternativa 8: INCORRETA. A glomerulonefrite rapi ·
Causada pelo herpes vírus (seis ou sete). Ca- damente progressiva, leva a doença renal crô·
racteriza-se pelo início repentino de febre alta nica rapidamente e não responde a corticoste·
que desaparece em 72 horas de forma aguda roides.
(•crise") ou diminuindo durante um dia (•iise"), Alternativa C: INCORRETA. A nefropatia por lgA (Ber·
coincidindo com o surgimento de exantema ger), caracteriza-se p rincipalmente por hema-
morb iliforme não p ruriginoso no tronco e pode túria, o que não vemos na criança em questão.
se estender a membros e face. As lesões duram Alternativa D: INCORRETA. Na nefropatia com g lo-
cerca de 2 a 3 dias e podem ser evanescentes meruloesclerose focal apenas 15 a 20% dos pa·
(vislveis por apenas algumas horas). cientes responde aos corticoides.
Alternativa A: CORRETA. Ver comentário. Alternativa E: CORRETA. Ver comentário.
Alternativa 8: INCORRETA. A varicela é característica
por presença de lesões em vários estados de
evolução (pá pula, veslcula e crosta). Dos agentes de diarreia abaixo, aquele
Alternativa C: INCORRETA. Na rubéola, o exantema
geralmente surge juntamente com a febre.
2O cujo mecanismo de ação se d á através da
redução da digestão da lactose é:
Alternativa D: INCORRETA. A infecção pelo Parvovírus
819 é conhecida como eritema infeccioso e tem @ Yersinia.
como p rincipal característica a "face esbofeteada·: ® Campylobacter.
Alternativa E: INCORRETA. A infecção pelo vlrus Co- © Rotavlrus.
xsackie A tem como p rincipal manifestação clí- @ Shigella.
nica a síndrome mão-pé-boca.
2010 21

® Mulher de 65 anos. desnutrida, é subme·


Salmonelfa.

Altornativa A: INCORRETA. A Yersinia que coloniza


22 tida á quimioterapia para câncer de ová·
rio. Após isso, passa a apresentar opacidades
o intestino grosso e causa diarreia por invasão pulmonares difusas. derrame pleural, pericar·
celular e destruição da mucosa. dite, miocardíte, peritonite e eosinopenia pro-
Alternativa B: INCORRETA. Ver comentário. gressiva, evoluindo para óbito. A necropsia re·
Alternativa C: CORRETA. O rotavirus causa uma le- velou granulomas hepáticos e úlceras em tubo
são do epitélio do intestino delgado, desenca· digestivo. O agente etiológico mais p rovável é:
deando um fenômeno de má absorção, devido,
principalmente, á depressão transitória no nível @ Entamoeba histolytica.
das dissacarídeos, atrapalhando a d igestão de ® Mycobacterium avium.
dissacarideos como a lactose e gerando diar· © Hystoplasma capsulatum.
rei a osmótica. @ Mycobacterium tuberculosis.
Alternativa D: INCORRETA. Ver comentário. ® Strongyloides stercoralis.
Alternativa E: INCORRETA. Ver comentário.
O campylobacter, a shiguella e a Salmonella já ll> COMENTARIO: Na programação de qualquer
tem como principal mecanismo uma reação in- tratamento com doses imunossupressoras de-
flamatória causada pela invasão celular e libe· corticoide, é fundamental a profilaxia de estron·
ração de toxinas. gíloidiase, devido ao risco da doença invasiva.
Portanto diante de uma paciente submetida à
CLINICAI· ALEXANDRE BARBOSA CÃMARA DE quimioterapia (provavelmente com corticoide
SOUZA associado) e quadro clinico com opacidades
pulmonares (síndrome de loeffler) e miocardite
eosinofílica, a p rincipal agente etiológico a se
São exemplos de fatores de risco secun- pensar é o Strongyloides stercoralis(l ).
21 dário para trombose venosa profunda e
embolia pulmonar:
Alternativa A: INCORRETA. A forma invasiva da ame-
bíase não está d iretamente relacionada a uso
de corticoide.
@ Fator maior: pós-operatório em U.T.I. Fator Alternativa B: INCORRETA. Micobacterium avium
menor: trauma de membros inferiores. não causa aumento progressivo de eosinófilos
® Fator maior: síndrome nefrótica. Fator me- Alternativa C: INCORRETA. A d isseminação do Hys-
nor: sequelas neurológicas. toplasma capsulatum não está diretamente
© Fator maior: obesidade. Fator menor: cate· relacionada ao uso de corticoide, e sim com ou·
ter venoso central. tras imunodeficiências como HIV/SIDA.
@ Fator maior: diálise crônica. Fator menor: Alternativa D: INCORRETA. A Mycobacterium tub er·
neoplasia abdominal. culosis também não causa aumento progressi·
® Fator maior: cirurgia ortopédica de joelho. vo de eosinófilos.
Fator menor: anticoncepcional oral. Alternativa E: CORRETA.

Alternativa A: INCORRETA. Pós-operatório em U.T.I.


- fator maior; trau ma de membros inferiores- São exemplos de antídepressivo, antipsi·
fator maior.
Alternativa B: INCORRETA. sindrome nefrótica - fa·
23 cótico, estabilizador de h umor e hipnóti·
co, respectivamente:
tor menor. Fator menor: sequelas neurológicas
- fator maior. @ carbamazepina, paroxetina, zolpidem e
Alternativa C: INCORRETA. obesidade- fator menor; quetiapina.
cateter venoso central - fator menor. ® quetiapina. zolpidem, paroxetina e car·
Alternativa D: INCORRETA. diálise crônica - fator bamazepina.
menor; neoplasia abdominal - fator menor. © paroxetina, carbamazepina. quetiapina e
Alternativa E: CORRETA. zolpidem.
@ paroxetina, quetiapina, carbamazepina e
22 PreparatóriG para Residência Medica SUS/SP

zolpidem. Hiperventilar com oxigêncio a 100% - letra


® quetiapina, carbamazepina, zolpidem e pa- Ecorreta;
roxetina. Bicarbonato de sódio para addose;
Tratamento de hipercalemia (secundária a
., COMENTÁRIO: Das medicações dtadas na rabdomiólise associada a rigidez muscular).
questão, são (1 ):
Antidepressivo: Paroxetina (tricíciico); Apesar da HM ser devido a uma passagem des-
Antipsicótico: Quetiapina (segunda geração); regulada do cálcio do retículo sarcoplasmático
Estabilizador de humor: úrbamazepina para o espaço intracelular, levando a uma con-
(anticonvulsivante, mas tem ação também tração muscular sustentada, o único antagonis-
para dor neuropática e estabilização do ta é o Dantrolene, não havendo qualquer ação
humor, podendo ser usado para pacientes de outros bloqueadores dos canais de cálcio,
com transtorno bipolar); portanto a alternativa INCORRETA é letra B.
Hipnótico: Zolpidem (hipnótico não benzo· I RespGsta: ®
diazepínico);

Portanto, a única alternativa com a correspon- Diante de um paciente com história de


dência correta é letra D.
I Resposta: @
25 tosse e dispneia, são fatores que DIMI-
NUEM a probabilidade de asma:

® eosinofilia sem outra justificativa.


Diante de uma crise de hipertermia ma- ® história familiar de ato pia.
24 ligna são preconizadas as condutas abai-
xo, EXCETO:
© antecedente de tabagismo importante
(>20 maços/ano).
@ sibilos, dispneia e tosse que pioram com
® administrar dantrolene sódico intravenoso. exercício e resfriamento do ar inspirado.
® tratar as arritmias cardfacas, preferencial- ® sibilos, dispneia e tosse após ingestão de
mente com bloqueador de canal de cálcio. salicilato ou betabloqueador.
© programar resfriamento ativo com cloreto
de sódio 0,9% gelado. ., COMENTÁRIO: A resposta imune é responsável
@ interromper imediatamente os anestésicos pelo quadro clinico da asma (sibilos, dispneia e
voláteis e/ou sucdnilcolina. tosse), sendo associada a fatores relacionados a
® hiperventilar com oxigênio a 100%. resposta imune TH2, como eosinofilia e história
familiar de atopia. Mas também um outro me-
., COMENTÁRIO: Boa questão para revisarmos as canismo é o relacionado a inervação autônoma
prindpais condutas em relação a uma crise de das vias aéreas, por isso mediadores inflamató-
hipertermia maligna. Devemos sempre suspei· rios que envolvidos com os receptores neurais
ta r de crise de hipertermia maligna (HM) diante (adrenérgicos, colinérgico dentre outros), po-
de um paciente recebendo anestesia e inespe· dem alterar o limiar de despolarização dos
radamente apresentar aumento no ETC02 (hi- brônquios e bronquilos, causando aumento da
percarbia) e rigidez muscular, nesses casos as irritabilidade das vias aéreas. Situações que po-
principais medidas são: dem levar a alteração desses mediadores são o
Dantrolene: único antídoto específico para exercício físico, resfriamento do ar, ingestão de
HM - letra A correta; salicilatos e uso de betabloqueadores.
Resfriamento caso temperaturas acima de Alternativa A: INCORRETA. Como discutido, a eosi-
39'>C - letra C correta; nofilia está relacionada a resposta inflamatória
Interromper a administração de gases anes- TH2, responsável pela asma.
tésicos (halotano, isoflurano, enflurano etc) Alternativa B: INCORRETA. Asma e atopia são 2 ma-
e bloqueadores neuromusculares (sucdnil- nifestações da exacerbação da resposta TH2,
colina), que são as etiologias principais- le- portanto a presença de uma aumenta chance
tra D correta; de associação com a outra.
2010 23

Alternativa C: CORRETA. O Tabagismo, apesar de ser


um fator irritat ivo p ara as vias aéreas e poder
levar a crises de asma, o anteced ente de tab a-
27 Na síndro me d o desconforto respiratório
agudo, observa-se, EXCETO:

gismo importante (> 20 maços-ano), fala muito ® sepse e choque séptico como responsáveis
mais a favor de DPOC. por mais da metade d os caso s.
Alternativa D: INCORRETA. Como discut ido, essas ® p ressão d e o clusão de art éria pulmonar
condições aumentam a irritabilidade d as vias > 18mmHg.
aéreas, e co m isso a chance d e crise asmát ica. © p reenchimento alveo lar, atelect asia e vidro
Alternativa E: INCORRETA. Como d iscut ido, essas despolido ~ tomografia de tórax.
condições aument am a irrit abilidade d as vias @ pa02/Fi02 menor ou igual a 200 mmHg.
aéreas, e com isso a chance d e crise asmática. ® dimin uição da complacência pulmonar.
._ COMENTÁRIO: A sind rome do de sconforto res-
Mulher de 4 5 ano s, apresenta há meses piratório agudo, se t rata de uma red ução na
26 cansaço, h u mor d ep ressivo, sonolência
e obstipação. Ao exame físico está pálida, com
comp lacência pulmo nar, e sua nova definição
(chamada de d efinição e Berlim), é:
p ele seca, pulso de 50 bpm e pressão arterial de
130 x 100 mmHg. Dos d ado s abaixo, o q ue tem Tempo de até 1 semana d o evento causa-
MENOR p robabilid ade de ser encontrado nesta d or;
p acient e é: Op acid ad es b ilat erais, não exp licad as por
derrame, atelectasias, nód ulos ou massas
@ CPK e aldolase aumentadas. pulmonares;
® hemoglobina de 8,2 g/d l e VCM aumentado. Excluir causas card io gênicas.
© ecocardiograma com derrame pericárdico. E são classificad as confo rme a relação
@ hemoglobina glicad a d e 7,8%. pa02/
® LDL colesterol d e 160 mg /dL. Fi0 2:
Leve: 300- 201 mmHg;
._ COMENTÁRIO: Pacient e com sin tomas de can- Moderad a: 200-1 0 1 mmHg;
saço e humor d ep rimid o e si nais de pele seca, Grave: s100 mmHg.
bradicardia, p ressão arterial convergente, a
primeira h ipó tese é h ip otireoid ismo, d entre Alternativa A: CORRETA. Maior p arte d os caso s são
outras manifestações d o h ipotireoidismo, d es- causad os por sep se e choq ue séptico.
tacam-se: Alternativa 8: INCORRETA. Respo nd e a q uestão.
Alternativa A: INCORRETA.- Rab dmiólise, levand o a Uma PSAP acima d e 18 m mHg, é um si nal esp e-
CPK e aldolase aumentad a - cífico de sob recarga volêmica, portanto prova-
Alternativa B: INCORRETA. - Anemia macrocítica, velmente cau sa cardiaca.
p ela p rópria d eficiência d o hormõnio tireoi- Alternativa C: CORRETA. Achados de o pacidad es b i-
diano ou associação frequente co m anemia laterais são caracterist icas da sindrome.
perniciosa • Alternativa D: CORRETA. Na SDRA a d efinição é me-
Alternativa C: INCORRETA. - Derrames cavitários - no r que pa0 2/Fi02< 300 mg, logo quando me-
p ericárdico e pleural p rincipalmente - nor que 200 está incluído nesse intervalo.
Alternativa E: INCORRETA. - Aumento do LDL na cir- Alternativa E: CORRETA. Um dos princip ai s efeitos
culação pela red ução d o receptor BE, respon- fisiopatológicos é redução d a complacência
sável pela en trada do LDL no l igado - A ún ica pulmonar.
alternativa que não faz parte das manifestações
frequentes d o hipotireoidismo é o aumento d a
hemoglobina glicad a (letra D), uma vez que o ~característica d a síndro me d e secreção
ho rmõnio tireo id iano não tem ação d iret a nos
mecanismos regulatórios da glicemia.
28 i napropriad a de ho rmônio antid iurét ico:

I Resposta: @ ® p ressão venosa cen tral b aixa.


® hipernatremia.
24 PreparatóriG para Residência Medica SUS/SP

© sódio urinário aumentado. ® anticorpo antirreceptor de tireotrofina


@ volume u rinário aumentado. (TRab).
® h ipertensão arterial. © anticorpo antítireoperoxidase.
@ ult rassonografia de t ireoide.
., COMENTÁRIO: As principais características da ® ressonância magnética de sela turca .
SSIADH são:
Hiponatremia euvolêmica (letras A, B e E ., COMENTÁRIO: Diante da clínica de hipotireoi-
erradas); dismo, compatível com o T4 livre baixo, o pró-
Ureia e creatinina normais; ximo passo na investigação é avaliar o TSH para
Concentração sérica de ácido úrico baixa; definir etiologia, no caso de TSH baixo devemos
Urina concentrada (letra D errada) e hiper- pensar em lesões hipofisárias ou hipotalâmica
tônica (Na urinário > 20 mEq/L). (hipotireoidismo secundário ou terciário). e
importante chamar atenção que caso a pacien-
I Resposta: © te tivesse clín ica de hipertireoidismo, com os
mesmos exames laboratoriais apresentados na
quest ão, haveriam mais outras 2 possibilidades:
Mulher de 30 anos apresenta há 7 dias T3 toxicose (por produção autônoma ou iatro-
29 disúria e dor lombar direita. O exame de
urina mostra leucocitúria e a u ltrassonografia
gênica) ou segunda fase de tireoidite destruti-
va, na qual a glândula não produz mais hormô-
mostra a presença de gás em rim direito. Na n io t ireoidiano e o TSH ainda está suprimido.
urocultura foi isolada Escherichia coli, 100.000 Alternativa A: INCORRETA. Cintilografia seria impor-
ufc. Dos dados abaixo, o mais p rovável de ser tante numa avaliação d e nódulo t ireoidiano
encontrado nesta paciente é: com hiperfunção tiroeoidiana., para investigar
possibilidade de nódulo quent e.
® Glicemia de 250 mg/dl. Alternativa B: INCORRETA. O Trab é o principal anti-
® Anti-H IV positivo. corpo associado ao h ipertireoidismo por doen-
© vegetação em válvula mitral. ça de graves, no caso a paciente está em hipo-
@ hipergamaglobulinemia monoclonal. tireoidismo.
® rins policísticos. Alternativa C: INCORRETA. O anti-TPO é o principal
anticorpo associado ao hipotireoidismo por
., COMENTÁRIO: Diante de quadro clínico, labo- doença de Hashimoto, uma causa de hipoti·
ratorial e radiológico clássico de p ielonefrite, reoidismo periférico, no caso a paciente está
devemos avaliar se a paciente t em algum fator em h ipotireoidismo central.
de risco: Alternativa D: INCORRETA. O USG de t ireoide teria
Grávidas, crianças ou idosos; finalidade para investigar um nódulo frio (não
Lesões medulares e usuários de sondas ve- produtor), e não um estado de hipotireoidismo.
sicais; Alternativa E; CORRETA. Para investigar hipotireoi-
Diabéticos ou imunossuprimidos. dismo central é importante uma RM de sela túr-
cica para avaliar lesões hipofisárias que levem a
Devemos lembrar ainda que o Diabetes melito destruição dos tireotrofos.
é o p rincipal fator de risco para pielonefrite en-
fisematosa (USG com gás em rim direito), por- CLiNICA 11- GIOVANNI GALENO DO NASCIMENTO
tanto a melhor resposta é letra A. SANTOS
I Resposta: ®

Mulher de 35 anos está em investigação São considerados como principais fato-


3O para astenia crônica. Na avaliação labora-
torial, encontra·se TSH < 0,0 1 mcU/Le T4 1ivre <
31 res de risco para artrite séptica, EXCETO:

O, 1 ng/ml. Dentre os abaixo, o p róximo exame a ® alcoolismo.


ser solicitado deve ser: ® artrite reumatoide.
® cintilografia tireoideana. © prótese articular.
2010 25

@ diabetes mellitus. Na escolha de um antibiótico para trata·


® infecção pelo HIV. 33 ment o domiciliar empírico de uma pneu·
monia adquirida na comunidade, habitualmen·
.. COMENTÁRIO: De acordo com t recho retira· t e, NÃO se leva em consideração uma possível
do do Tratado de Clínica Médica, editado por etiologia por:
Antônio Carlos Lopes: "Alguns fatores de risco
associados ao hospedeiro favorecem o desen· @ Chlamydia pneumoniae.
volvimento da artrite séptica: idade acima dos ® Haemophilus influenza.
80 anos, lesões cutâneas, DIABETES E ARTRITE © S.aureus.
REUMATOIDE PREEXISTENTES, ALCOOLISMO, @ Mycoplasma pneumoniae.
cirurgia articular prévia E PRÓTESE ARTICULAR, @ Legionella pneumophila.
cirrose hepát ica, insuficiência renal crônica e
pacientes em regime de hemodiálise, hemofr- .. COMENTÁRIO: O S. aureus apresenta baixa in·
licos, usuários de drogas intravenosas, com A cidência nas pneumonias comunit árias e, dessa
SfNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRI· forma, geralmente não é contemplado pelos
DA OU COM COMPROMETIMENTO DO SISTEMA tratamentos empíricos de PAC propostos pelos
IMUNOLÓGICO". Não apresentando nas alterna- consensos. Dentre as PACs graves, a etiologia
tivas, fat ores de risco que possam ser excluídos, estafilocócica é uma das mais frequent es. É
invalidando a questão. uma doença de alto risco, mesmo quando aco-
Gabarito da banca: questão anulada met e pacientes jovens ou previamente hígidos.
Havendo suspeita clínica, o paciente deve ser
hospitalizado, mesmo sem apresent ar crité·
Na análise do lfquido pleural num caso rio de int ernação na primeira avaliação, pois a
32 típico de pleurite tuberculosa é provável
o encontro dos dados abaixo, EXCETO:
doença está associada a um curso complicado.
São comuns as presenças de lesões supurativas,
febre persistente, necessidade de ventilação
@ Glicose de 45 mg/dl. mecânica e admissão na UTI. As demais etiolo·
® 10% de células mesoteliais. gias são levadas em conta na abordagem para
© Citológico com 85% de linfócitos e monó· tratamento domiciliar.
cito. I Resposta: ©
@ Aumento de adenosina deaminase.
® pH de7, 19.
Uma mulher de 70 anos, previamente
.. COMENTÁRIO: A tuberculose pleural é a forma
extrapulmonar mais comum de t uberculose. O
34 higida, é submetida a uma artroplastia
de quadril. No segundo pós-operatório passa a
derrame pleural é, em geral, unilateral, leve a apresentar alteração do ciclo vigília-sono e dé·
moderado, de caract erística variável (podendo fiei! de at enção. NÃO se espera encontrar nessa
ser amarelo citrino ou sero-hemorrâgico). exsu- paciente:
dato com predomínio de linfomononucleares
(< 10.000 leucócitos), glicose baixa, ph < 7,4, @ flutuação do comportamento durante o
Adenosina Deaminase (ADA) maior que 40UI, dia.
proteínas no lfquido pleural maior que 3,0 e @ alteração significativa para o diagnóstico,
p oucas células mesot eliais (< 5%). Das opções na res.sonância nuclear magnética de crânio.
dadas na questão, a letra B não se encaixa na © instabilidade da pressão arterial ou da fre-
característica do derrame pleural pela tubercu· quência
lose. Lembrando que a Adenosina Deaminase cardíaca.
também pode aumentar nos linfomas e na pre· @ desorganização do p ensamento.
sença de empiema pleural. Assim, na presença ® qualquer alteração no eletroencefalograma.
de pus, a ADA perde o valor.
I Rell)osta: ® .. COMENTÁRIO: Idosa de 70 anos, em pós-op e·
ratório de artroplastia de quadril (grande cirur-
26 PteparatóriG para Residência Médica SUS/SP

gia), passa a apresent ar alteração do ciclo sono- 50 anos de idade com a Pesquisa de Sangue
-vigllia e déficit de atenção. Não há relato sobre Oculto nas Fezes (PSOF) anualmente, retossig-
qualquer intercorrência na cirurgia e sintomas moidoscopia a cada cinco anos e/ou colonos-
começam apenas no segundo pós-operatório. copia a cada 1O anos (USTasKForce). No caso de
Assim, o enuciado da questão leva ao diag- pessoa com antecedente familiar de câncer de
nóstico de delirium (causa comum de confu- intestino, iniciar aos 40 anos ou 1O anos antes
são mental no doso). Na definição de delirium do familiar com doença mais precoce (quem for
(OSM-V), t emos: distúrbio da atenção (isto é, primeiro) através da colonoscopia (Sociedade
capacidade de dirigir, manter o foco e desviar Brasileira de Coloproctologia). O familiar teve
a atenção reduzida) e consciência, alterações câncer de cólon aos 62 anos. Assim, o rastreio
na cognição (por exemplo, déficit de memória, deve ter inicio aos 40 anos para os parentes de
desorientação, perturbação da linguagem, dis- primeiro grau.
túrbios de percepção) e presente ao longo de I Resposta: @
um período curto (normalmente horas a dias),
tendendo à flutuação.
Dentre as várias causas do delirium, podemos Em relação ao uso de betabloqueadores
destacar as infecciosas (deixando instável a
pressão arterial e/ou a frequência cardíaca), e
36 na insuficiência cardlaca (IC):

cefalopatia metabólica (uremia, por exemplo) @ metoprolol e carvedilol comprovadamente


e uma grande cirurgia (conjuntamente com a reduzem mortalidade na IC crónica.
mudança de ambiente e restrição ao leito). No ® a meta recomendada para o carvedilol é
caso de encefalopatia metabólica, existiria al- ati ngir dose de 12,5 mg ao dia.
teração no Eletroencefalograma (EEG). Assim, © doses devem ser reajustadas a cada 2 dias
nessa senhora, NÃO seria esperado encontrar até chegar a níveis eficazes.
alterações na ressonância nuclear magnética @ não devem ser empregados em associação
de crânio, visto a história clínica relatada (au- com diuréticos.
sência de déficit focal). ® há contraindicação absol uta para seu uso
I Resposta: ® em diabéticos

._ COMENTÁRIO: Os betabloqueadores que têm


Um homem de 36 anos, assintomático, recomendação grau I e nível de evidência A
35Tem
tina.
procura o médico para consulta de ro-
como antecedente familiar pai que
ou B são o carvedilol, bisoprolol e o succinato
de metoprolol, por reduzir o remodelamento
apresentou câncer de cólon com a idade de 62 cardíaco e, assim, diminuir a mortalidade na IC
anos, sem polipose intestinal. Recomenda-se a crónica. A dose almejada de carvedilol é 25mg
es.se paciente, como prevenção de câncer clor- 2x ao dia, iniciando com 3, 125mg ao dia e au-
retal: mentando gradativamente a cada duas sema-
nas. Eles podem ser usados em associação com
@ sígmoídoscopia anualmente após os 40 diuréticos e não há contraindicação para o uso
anos. em diabéticos.
® colonoscopia ou sigmoidoscopia a cada 2 I Resposta: @
anos iniciando-se de imediato.
© test e de sangue oculto nas fezes ou sigmoi-
doscopia anualmente após os 50 anos. O uso prolongado de drogas como iso-
@ teste de sangue ocult o nas fezes anualmen-
te ou colonoscopia a cada 1o anos após os 40
37 niazida e penicilamina pode induzir defi-
ciência clinicamente significativa de:
anos.
® sígmoidoscopia ou colonoscopia a cada 5 @ ácido ascórbico.
anos após os 50 anos ® niacina.
© folato.
._ COMENTARIO: O rastreio de câncer de cólon @ piridoxina.
para a população comum deve ser iniciado aos ® tiamina.
2010 27

~ COMENTARIO: O uso prolongado de isoniazida


e a penicilamina podem induzir a deficiência
clínica de Piridoxina (86) devido ao efeito anta-
39 Em portadores de anemia falciforme, cri-
ses de anemia associadas a reticulócitos
em número baixo, ou ausentes, são causadas,
gonista e por aumentar a excreção urinária da na maioria das vezes, por:
Piridoxina, respectivamente.
I Resposta: @ @ surto de hemólise.
® deficiência de vitamina 812
© deficiência de ferro.
Alcoólatras graves, com deficiência nutri- @ deficiência de produção de eritropoetina.
38 cíonal, particularmente de t iamina, po-
dem desenvolver encefalopatia caracterizada
® infecção por parvovirus 819.
por: ~ COMENTARIO: Em pacientes portadores de
anemia falciforme, uma crise aplástica transitó-
@ sonolência, diminuição global da força ria, manifestada por anemia, reticulocitopenia
muscular e arreflexia. e aplasia eritrocitária está relacionada com a
® agitação psicomotora e alucinações visuais. infecção pelo parvovírus 819. O parvovírus 819
© etargia e disartria. apresenta um tropismo pela medula óssea e
@ agitação psicomotora e vertigem rotatória. nos pacientes portadores de anemia hemolítica
® desorientação, desatenção e indiferença. crônica pode levar ao aparecimento de uma cri-
se aplástica durante o período da infecção.
~ COMENTARIO: Alcoólatras graves, com defi- I Resposta: ®
ciência nutricional, sobretudo de tiamina, po-
dem desenvolver a encefalopatia de Wernicke.
A tríade clássica é ataxia, delirium e distúrbio
oculomotor. Ela é rara e. conforme visto, não
está presente em nenhuma das alternativas
40 Em um paciente portador de anemia
com VCM = 114 fL a presença de neutró-
filos hipersegmentados aponta para o diagnós-
de forma completa. Analisando as alternativas tico de anemia
para acertar a questão:
Alternativa A: sonolência pode estar presen- @ da doença crônica.
te como apresentação de delirium; arreflexia @ por deficiência de vitamina 812 e/ou de fo-
pode ser uma evolução da diminuição de for- lato.
ças de membros inferiores (motivo da ataxia), © por deficiência de vitamina 812 apenas.
mas a diminuição global da força muscular @ por deficiência de folato apenas.
não ocorre. A diminuição de força acontece em ® por mielodisplasia.
membros inferiores porque a alteração é do
vermis cerebelar, onde se encontra a inervação ~ COMENTARIO: VCM de 114 e neutrófilos hiper-
para os membros inferiores, e não nos hemisfé- segmentados são característicos da anemia
rios, os quais inervam demais áreas. megaloblástica que, dentre as causas, estão a
Alternativa 8: agitação psicomotora não é típica deficiência de folato e vitamina 812, não poden-
do quadro, porém pode ocorrer como apresen- do distinguir pelo hemograma e/ou hematos-
tação do delirium, mas a alucinação visual já copia. A Síndrome Mielodisplásica pode cursar
não é vista na encefalopatia. com VCM aumentado, porém os neutrófilos são
Alternativa C: letargia e disartria não fazem par- bilobados ou em formas de halteres (anomalia
te do quadro. de Pelger-Hüet), quando anomalias presentes. A
Alternativa 0: vertigem rotatória não faz parte anemia da doença crônica se caracteriza por ser
da encefalopatia. A marcha atáxica se deve ao normocrômica e norrnodtica (VCM normal).
comprometimento cerebelar. I Resposta: ®
Alternativa E: desatenção, desorientação e in-
diferença são apresentações do delirium e po-
dem estar presentes na encefalopatia de Wer-
nicke.
I Resposta: ®
28 PreparatóriG para Residência Medica SUS/SP

CIRURGIA I· HUGO GONÇALO GUEDES Baseie-se no texto a seguir para respon·


42 der à questão: Um motociclista de 20 anos
colide com um carro~ sendo arremessado a cerca
Baseie-se no texto a seguir para respon· de sete metros. É feita a intubação orotraqueal
41 derà questão: Um motociclista de 20 anos
colide com um carro, sendo arremessado a cerca
no locai. Na chegada ao pronto-socorro, a cãnu·
la de intubação está bem posicionada e fixada.
de sete metros. É feita a intubação orotraqueal Nota-se crepitação à palpação dos arcos costais
no locai. Na chegada ao pronto-socorro, a cãnu· do terço médio do hemitórax esquerdo, haven·
la de intubação está bem posicionada e fixada. do diminuição do murmúrio vesicular em terço
Nota·se crepitação à palpação dos arcos costais médio e inferior de ambos hemitórax. PA: 170 x
do terço médio do hemitórax esquerdo, haven· 110mmHg; P= 140 bpm (em membros superio·
do diminuição do murmúrio vesicular em terço res); Glasgow: 5; FAST (focused Assessment with
médio e inferior de ambos hemitórax. PA: 170 x Sonography in Trauma}: negativo. Peive: estável.
11 O mmHg; P = 140 bpm (em membros supe- Membros inferiores sem pulsos arteriais palpá·
riores); Glasgow: 5; FAST (focused Assessment veis. Sem fraturas de extremidades. Principal
with Sonography in Trauma): negativo. Pelve: achado nos exames de imagem que deve cha·
estável. Membros inferiores sem pulsos arteriais mar a atenção para o diagnóstico suspeitado:
palpáveis. Sem fraturas de extremidades. Princi·
pai suspeita diagnóstica, que explica a situação ® desvio do medias tino na radiografia de tórax
hemodinâmica: em AP.
® alargamento de mediastino na radiografia
® pneumotórax hipertensivo. de tórax em AP.
® ruptura traumática de diafragma, com reten· © imagem de lente biconvexa na tomografia
ção de C02 e vasoconstrição periférica. de crânio.
© ruptura de aorta, com pseudocoarctação. @ imagem sugestiva de câmara gástrica acima
@ lesão cerebral traumática, com resposta de do diafragma, na radiografia de tórax.
Cushing. ® umento da imagem do ventrículo esquerdo
® hipertensão arterial sistêmica, não relacio- na radiografia de tórax de perfil.
nada ao trauma.
.. COMENTÁRIO: Pelo que já foi explicado na ques-
.. COMENTARIO: O pneumotórax hipertensivo tão 21, o alargamento do mediastino na radio·
é causa de choque hemodinãmico, portanto, grafia de tórax é o achado típico da psedocoarc·
o paciente deveria apresentar hipotensão. A tação de aorta no trauma. O caso não se refere
retenção de C02 e vasoconstricção periférica a um aumento isolado do ventrículo esquerdo,
não explicam o quadro clínico isoladamente. A mas sim a uma ruptura parcial da aorta.
tríade de Chusing é caracterizada por hiperten- I Resposta: ®
são, bradicardia e irregularidade respiratória. A
alternativa de Hipertensão Arterial Sistêmica
(HAS} não relacionada ao trauma nem merece Um senhor de 50 anos apresenta a lesão
comentários! Os traumas de aorta normalmen-
te têm alta taxa de mortalidade na primeira
43 mostrada abaixo, que tem oito meses de
evolução. A biópsia revelou tratar-se de metano·
hora devido à sua gravidade e exsanguinação.
Quando o paciente sobrevive, geralmente se dá .. . .... . .
ma. Característica da lesão, mais importante

... '
a um tamponamento promovido por pleura ou
pericárdio, ou, ainda, apenas ruptura intimai da
aorta. Uma dissecção traumática da aorta pode
causar compressão da luz real do vaso e simular

··~-
uma coactação da aorta, levando à assimetria de
pulsos entre MMSS e MMII, com hipertensão nos
MMSS.
I Rtsposta: ©

·- .r.-.
2010 29

@ metástases microscópicas. @ DHL (desidrogenase láctica).


® espessura. ® glicemia.
© grau de mitoses. © PCR (proteína C reativa).
@ localização. @ lactato sérico.
® ulceração. ® déficít de base.
.,_ COMENTÁRIO: Questão delicada, pois são fa- .,_ COMENTÁRIO: A curva de lactato sérico tem
tores prognósticos no melanoma a espessura importante valor preditivo na evolução preco·
(Breslow), disseminação linfonodal e presença cedo paciente, sendo uma medida indireta da
de metástases à distância. Ulceração e taxa de intensidade do choque, devido à hipoperfusão
mitoses ainda são fatores prognósticos inde- periférica e ao metabolismo anaeróbico.
pendentes. Diante do que se tem de mais clás· I Resposta: @
sico, ficamos com a alternativa B e a sua espes-
sura estratificada no Breslow.
I Resposta: ®
46 Em principio, NÃO tem indicação de to-
racotomia de emergência:

Um homem de 62 anos, com queixa de @ hemotórax maciço com instabilidade he-


44 disfagia, faz endoscopia digestiva alta
que revela um tumor no terço médio do esô-
modinãmica.
® lesão traumática de aorta, tamponada.
fago. A biópsia mostra tratar-se de carcinoma © ferimento penetrante de parede anterior
de células escamosas e o ultrassom endoscó- do tórax, com tamponamento cardíaco.
pico sugere uma lesão 5m2 ou 5m3. Não são @ lesão traqueobrõnquica com insuficiência
achadas lesões adicionais por outros métodos respiratória grave.
de imagem. Conduta mais apropriada, com in- ® pneumotórax aberto.
tenção curativa:
.,_ COMENTÁRIO: As indicações de torocotomia
@ operação de Merendino modificada. de emergência são, ainda hoje, controversas.
® esofagectomia radical. Cada vez mais são menores as situações onde
© ablação local com terapia fotodínâmica. a toracotomia está bem indicada. As indicações
@ ressecção endoscópica da mucosa. atuais, baseadas no conceituado site trauma.
® radioterapia com quimioterapia sensibili- org, são: trauma torácico penetrante com para-
zante exclusiva. da cardíaca presenciada (equipe intra ou extra·
hospitalar documentou atividade cardíaca
.,_ COMENTÁRIO: Uma opção curativa numa durante at endimento), trauma torácico pene·
doença local ou localmente avançada sempre trante ou fechado com hipotensão refratária
será uma boa alternativa! Tumores que inva- (PA5 < 70mmHg), exsanguinação rápida pelo
dem as camadas submucosas 5m2 e/ou 5m3 dreno torácico (> 1500ml). Portanto, a resposta,
são difíceis de serem ressecados completamen· segundo a banca do 5U5 5P, é a alternativa B,
te por endoscopia, factível apenas na ressecção onde eles devem considerar que a lesão tam-
Endoscópica 5ubmucosa (E50). Mesmo assim, ponada implique no paciente estável. Fica aqui
o risco de disseminação linfonodal passa de uma critica à alternativa D, visto que lesão de
10%, não sendo opção terapéutica isolada de árvore traqueobrônquka não consta em ne-
primeira escolha. Por isso, uma esofagectomia nhuma referência de alto impacto para realiza-
radical está indicada (letra B). ção de toracotomia de emergêncía.
I Resposta: ® I Resposta: ®

45 Melhor indicador laboratorial de má per-


fusão tecidual e de prognóstico no do-
ente traumatizado com choque hemorrágico
47 Uma paciente de 40 anos foi internada
por apresentar dor aguda no epigástrio,

classe 111/IV:
:lO PreparatóriG para Residência Medica SUS/SP

associada a vômitos e icterícia. Negava febre. obstrução intestinal baixa: neoplasia colorre-
Tinha dor à palpação no epigástrio, com perís- tal.volvo de sigmoide/megacólon chagásico,
talse diminuída. T: 37,2'C. Amiiase sé rica: 1.400 estenose do íleo terminal (doença inflamató-
U/L; leucócitos = 12.000/mm3; AST (TGO): 80 ria). invaginação.
U/L; ALT (TGP): 95 Ull ; bilírrubinas totais: 3.4 I RespGsta: ©
mg/dl, bilirrubina direta: 2,7 mg/dl. Ultrassom:
coielitíase e pequena quantidade de líquido
livre na cavidade peritoneal; vesícula biliar Uma mulher de 37 anos apresenta lesão
normodistendida, com paredes de 2 mm de es-
pessura. Após 72 horas de jejum e hidratação,
49 enegrecida de cerca de 0,8 em de diâme-
tro, no dorso. Tipo de biópsia recomendada:
a paciente ficou praticamente assintomática.
No sexto dia de internação, alimentava-se nor- ® Por shaving.
malmente por via oral. Amilase e transaminases ® Por agulha grossa.
eram, então, normais. Diagnóstico inicial: © De excisão.
@ lncisional.
® colecistite aguda. ® Porpunch.
® pileflebite.
© pancreat ite aguda. .. COMENTÁRIO: Lesão cutânea enegrecida em
@ colangite aguda. questões de prova tem que vir a cabeça o me-
® abscesso hepático. lanoma! A melhor forma de biopsiar esse tipo
de lesão é com uma biópsia excisionai, para es-
.. COMENTARIO: A pancreatite aguda t em diag- tadia r com o Breslow, e, se necessário agendar
nóstico clínico, com a presença de dor abdomi- uma ampliação de margem.
nal no andar superior e amilase 3x o valor basal I Resposta: ©
(que gira em torno de 200). Nos casos não com-
plicados o tratamento inicial é o jejum oral,
analgesia e hidratação vigorosa, com melhora Em pacientes com câncer avançado do
dos sintomas em torno de 48-72h, seguido da
queda e normalização da amilase. A principal
5O sistema digestivo, níveis elevados de
fator de necrose tumoral (TNF, tumor necrosis
etiologia é a coledocoiitiase. factor) associam-se a alterações metabólicas
I Resposta: © que causam caquexia. Das alterações metabóli-
cas abaixo, a que ocorre nessa situação é:

Causa. mais frequente de obstrução de ® inibição da proteólise muscular com limi ta-
48 rntestono grosso: ção da liberação de aminoácidos.
® diminuição do balanço nitrogenado e inibi-
® aderências pós-operatórias (bridas). ção da síntese hepática de proteínas
® hérnia interna. © redução do gasto energético basai e au-
© doença neoplásica. mento do consumo de glicose.
@ megacólon chagásico (volvo ou fecaloma). @ redução da lipólise e dos nlveis séricos de
® doença diverticular na forma hip ertônica. lipídeos.
® redução da produção hepática de glicose e
.. COMENTÁRIO: As principais causas de obstru- gliconeogênese.
ção intestinal são: neoplasias, hérnias, bridas,
volvo, intussuscepção. Diante de algum dado .. COMENTÁRIO: A Síndrome da Anorexia-Ca-
clfnico da história que a questão fornecer, po- quexia (SAC) é uma complicação frequente no
demos triar para um causa específica. Como a paciente portador de uma neoplasia maligna
questão não determina isso, temos que usar em estado avançado. Caracteriza-se por um in -
como referência alguma estatística ou infor- tenso consumo dos tecidos muscular e adiposo,
mação de grande impacto. Escolhemos o livro com consequente perda involuntária de peso,
de Clínica Cirúrgica do Hospital das Clínicas da além de anemia, astenia, balanço nitrogenado
USP. que apresenta como principais causas de negativo, devido a alterações fisiológicas, me-
2010 31

tabólicas e imunológicas. No metabolismo da Alternativa D: Resposta correta, pois a oxidação


caquexia ocorre um aumento do consumo de de substratos energéticos gera calor. Epor meio
glicose pelas células neoplásicas, compensado da calorímetria indireta conseguimos quantifi-
pela neoglicogênese hepática a partir de ami- car esse calor e estimar a atividade metabólica.
noácidos musculares, lipídeos e lactato. Esses Alternativa E: É possível correlacionar o calor
pacientes findam por serem hipermetabólicos, produzido com gastos energético em seres
devido, dentre outras coisas, ao aumento da humanos por meio da calorimetria indireta ou
demanda do ciclo de Cori. A banca do SUS SP pela equação de Harris·Benedict.
lançou como resposta a letra C, o que discorda- I Resposta: @
mos completamente, pois há um aumento da
lipólise, além dos fatos já expostos.
I Resposta: ® Uma mulher de 32 anos vem ao ambula·
52 tório com laudo anatomopatológico de
leiomiossarcoma de alto grau, de 4 em, removi·
CIRURGIA 11- RODRIGO CAMARGO LEÃO EDELMUTH do como se fora um lipoma de parede abdomi-
nal. A ferida cirúrgica está com boa cicatrização,
mas as margens cirúrgicas estão comprometi-
Em pacientes com hipercatabolismo, das, segundo o laudo anatomopatológico. Pró-
51 como grandes queimados, a avaliação
do índice metabólico reflete o gasto energéti-
ximo passo:

co. É correto afirmar que: @ quimioterapia com doxorrubicina e ifosfa-


mida.
@ embora a avaliação por calorimetria indi- ® terapia alvo com imatinib.
reta traga informações sobre as necessidades © radioterapia externa com quimioterapia
calóricas diárias, ela não é um método confiável sensibilizante.
para estimar o índice metabólico. @ seguimento ambulatorial para paciente de
® pacientes com queimadura em mais de alto risco, com exames de imagem.
70% da superfície corpórea podem recuperar- ® nova ressecção cirúrgica.
-se ao atingir índices metabólicos superiores a
100%. I> COMENTÁRIO: O tratamento ideal para sarco-
© os humanos não são capazes de manter mas de partes moles é a ressecção cirúrgica radi-
constante a temperatura corpórea, não conse- cal ampliada, em bloco de musculatura, fáscias
guindo limitar a relação entre calor produzido e e vasos. com margem tridimensional livre de
atividade metabólica. doença de 2 em e com preservação funcional do
@ a oxidação de substratos energéticos refle- membro.
te o gasto energético e, por sua vez, a atividade Deve-se evitar ao máximo a amputação, visto
metabólica. que essa não reduz a mortalidade e aumenta
® não é possível relacionar calor produzido consideravelmente a morbidade cirúrgica. Caso
com gasto energético em seres humanos. a lesão passe próximo a vasos que indicariam a
amputação (ex. artéria femoral), deve-se realizar
Alternativa A: calorimetria indireta é um método uma ressecção marginal nesse local. A amputa·
confiável para estimar o indice metabólico. ção fica reservada para casos de (i) sangramento
Alternativa B: A recuperação de grandes quei- abundante (ii) infecção tumoral recorrente (iii)
mados resulta de diversos fatores, internos e invasão óssea ou vásculo-nervosa. Uma alterna-
externos como atendimento inicial ao trauma, tiva, visando evitar a amputação, é a quimiotera-
equipe multidisciplinar em un, tratamento pia hipertérmica isolada do membro com Cispla-
cirúrgico com enxertos, recuperação da SIRS, tina ou Melphalan. A radioterapia está indicada
tratamento de infeções etc. E não somente de em: Lesões profundas, que acometem a fáscia
índices metabólicos. muscular (estádio TxB). Lesões maiores que 5 em
Alternativa C: Assim como todos os mamíferos, o (Tl) Sarcomas de alto grau Ressecção marginal
homem é um ser homeotérmico, capaz de re- (sem margem de 2 em)
gular sua temperatura. I Resposta: @
32 PreparatóriG para Residência Medica SUS/SP

Em relação ao tratamento cirúrgico das Um homem de 48 anos é admitido com


53 hérnias inguinais, é correto afirmar: 54 dor em faixa no andar superior do ab-
dome e vômitos. A amilase sérica é 1.200 U/L.
@ A correção laparoscópica pode levar a com- Quatro dias após a admissão, a tomografia de
plicações sérias durante a curva de aprendiza- abdome mostra necrose em 50% do parênqui-
do. ma pancreático, com extensão para o tecido
® A dor testicular crônica e as recidivas a lon- adiposo peripancreático. Sobre o t ratamento
go prazo são mais frequentes nos reparos por cirúrgico da necrose pancreática associada à
via anterior, quando se compara com a corre- pancreatite aguda, é correto afirmar:
ção laparoscópica.
© Nas hérnias unilaterais primárias, o padrão- @ A infecção da necrose pancreática é a única
ouro é a hernioplastia laparoscópica. indicação de tratamento operatório nesta con-
@ Os reparos teciduais apresentam a mesma dição.
taxa de recidiva dos reparos livres de tensão. ® À luz das evidências científicas atuais, os
® Das técnicas de correção laparoscópica, a métodos minimamente invasivos de desbrida-
IPDM (lntraperitoneal Dnlay Mesh) deve ser a mento da necrose pancreática são t ão eficazes
preconizada. quanto o já consagrado tratamento operatório
aberto.
11> COMENTÁRIO: As complicações intraoperató- © Nos pacientes com necrose pancreática de
rias da técnica videolaparoscópica tendem a origem biliar, a colecistectomia deve ser feita
ser mais graves durante o aprendizado do ci- precocemente, a fim de evitar exacerbações da
rurgião, se comparado com a técnica aberta. As atividade inflamatória.
lesões mais comuns tendem a ser sangramento @ A ressecção pancreática precoce minimiza
ou clipagem inadvertida de vasos no triangulo os efeitos da i nflamação, melhorando o choque
de Doom; Clipagem de nervos no triangulo da e protegendo órgãosalvo, como pulmões e rins.
dor e lesões secundárias a inserção dos trocate- ® A exploração cirúrgica dentro da primeira
res. As outras alternativas abordam temas clás- semana de admissão resulta em maior morbi-
sicos na correção das hérnias inguinais. mortalidade, quando comparada ao desbrida-
Afirmativa 8: A dor testicular crônica tende a ser mento postergado para a segunda ou terceira
mais comum na técnica aberta por lesão ou semana de evolução.
formação de neuromas nos nervos ilioinguinal,
iliohipogástrica e genitofemoral. Já as taxas de 11> COMENTÁRIO: O tratamento das complicações
recidiva são similares entre ambas as técnicas. da pancreatite aguda grave sofreu várias mo-
Afirmativa C: A videolaparoscopia t em sua in- dificações nas últimas décadas, inclui ndo o
dicação formal em hérnias recidivadas ou em tratamento da necrose pancreática. A conduta
hérnias inguinais bilaterais. No caso de hérnias clássica de laparotomia precoce, com remoção
unilat erais primárias, a t écnica de lichtenstein dos tecidos necróticos tem sido substit uída
é tão eficaz quanto à técnica fechada. pela abordagem minimamente invasiva, em
Afirmativa D: A colocação de tela/ prótese mu- um momento mais tardio. As opções cirúrgicas
dou a história do tratamento das hérnias in- constituem de drenagem percutãnea, retrope-
guinais, pois reduziu drasticamente a recidiva. ritoneal, endoscópica e/ou laparoscópica. Essas
A técnica sem tensão é o padrão ouro para o técnicas podem ser utilizadas em associação
tratamento das hérnias inguinais. para atingir o sucesso pretendido. A aborda-
Afirmativa E: A colocação de tela intraperito- gem por et apas inicialmente menos invasivas,
neal pode levar a complicações como fístulas dá-se o nome de step-up approach. Quando
intestinais ou obstrução de alças. As técnicas vi- comparada com a necrosectomia laparotômica
deolaparoscópicas classicament e utilizadas são convencional ela apresenta um menor índice
(TAPP) transabdominal preperitoneal repair ou de falência de órgãos, menos complicações
(TEP) totally extraperitoneal repair. como fístulas, hérnias incisionais e menor de-
I Resposta: @ senvolvimento de diabetes. Entretanto, a taxa
de mortalidade foi semelhante entre os grupos.
2010 33

Resumindo, existe clara tendência em se evitar de cirurgia.


a abordagem cirúrgica de necroses não infec- ® ~ recomendada gastrectomia, para reduzir
tadas, e postergar a intervenção nas necroses as chances de quadros recorrentes, uma vez que
infectadas. Idealmente, a cirurgia deve ser rea a impactação do cabelo ocorre no estômago.
lizada após duas a três semanas do início da
pancreatite, se a condição cllnica do paciente IJ> COMENTÁRIO: A ingesta proposital de cabelo
assim o permitir. dá-se o nome de tricofagia e tem como conse-
Alternativa A: CORRETA. Não se deve indicar cirur- quência a formação de coleções não digeríveis
gias nos casos de necrose pancreática estéril. A (enovelado de fios de cabelo). Quando peque-
confirmação de infecção pode ser feita por na, essa coleção pode ser tratada de forma con-
meio de cultura positiva em punção com agu- servadora com o uso de laxativos como óleo
lha fina ou na visualização de gás na TC de ab· mineral as.sociada à retirada por endoscopia.
dome Na questão, o autor deixa claro que é possível
Alternativa B: INCORRETA. pois o tratamento opera- palpar a massa, inferindo que a mesma é de
tório aberto apresenta uma maior taxa de com- grandes proporções. Portanto, a conduta deve
plicações, como comentado acima. ser a ressecção cirúrgica do Bezoar. Além disso,
Altornatlva C: INCORRETA. A colecistectomia deve a paciente deve ser encaminhada para avalia-
ser realizada na mesma internação, mas so- ção e tratamento psiquiátrico.
mente após a melhora do quadro global do I Re<posta: ®
paciente e da resolução completa do quadro de
pancreatite.
Altornativa D: INCORRETA. A abordagem precoce Principal causa de morte em pacientes
deve ser evitada, pois os tecidos estão mais friá-
veis, trazendo uma maior dificuldade técnica ao
56 traumatizados vitimas de acidentes en-
volvendo veiculo automotor:
cirurgião. Além disso, é recomendada a aborda-
gem tardia a fim de aguardar a delimitação da @ hemorragia intra-abdominal.
necrose. ® trauma complexo de bacia.
Altornativa E: CORRETA. A abordagem tardia deve © lesão cerebral traumática.
ser preconizada. A questão deveria ter sido @ ruptura de aorta.
anulada, pois possui duas alternativas corretas. ® trauma raquimedular cervical.
IJ> COMENTÁRIO: O trauma cránio encefálico é
Uma jovem de 17 anos procura o pronto- responsável por aproximadamente metade das
55 -socorro com dor, distensão abdominal e
vômitos. Palpa-se uma massa móvel no epigás-
causas de morte no trauma (50%). Outras cau-
sas importantes de morte são: lesão cardíaca
trio, que molda a forma do estômago. O exame ou de grandes vasos (17%), hemorragia (12%),
contrastado mostra tratar-se de massa intra· sepse (1 0%).
gástrica. Ao ser questionada, a paciente refere I Re<posta: ®
tricofagia. Sobre o tratamento do tricobezoar, é
correto afirmar.
Em relação à úlcera venosa, assinale a al-
@ A remoção endoscópica, seguida de inges-
tão de óleo mineral, costuma resolver a maioria
57 ternativa INCORRETA.

dos casos. @ o uso de antibióticos está indicado apenas


® O tratamento deve consistir em gastroto- no caso de infecção com manifestações sistê·
mia com remoção do tricobezoar, seguindo-se micas.
acompanhamento psiquiátrico. ® Alterações de pele (hiperpigmentação, ec-
© O tratamento consiste na ingestão de xaro- zema, hipodermatofibrose) e ulcera ativa estão
pe de ipeca, para induzir o vômito, e no uso de presentes nos pacientes com insuficiência ve-
drogas antipsicóticas. nosa crônica com classificação CEAP 6.
@ Deve-se iniciar o tratamento com enemas e © ~ recomendado o uso rotineiro de antibióti-
lavagem gástrica, a fim de evitar a necessidade cos, porque evita a recidiva da úlcera.
:14 PteparatóriG para Residência Medica SUS/SP

@ A compressão acima de 35 mmHg parece Um motociclista sofreu fratura exposta


ser efetiva na prevenção da recorrência da úl-
cera.
58 de fêmur. O membro está pálido e com
cianose dos dedos. Não se palpa pulso distai.
® O tratamento cirúrgico é recomendado Conduta mais apropriada:
quando o paciente tem insuficiência venosa
superficial e a úlcera está cicatrizada. ® ultrassonografia de partes moles para ava-
liar possível síndrome compartlmental.
.. COMENTARIO: Questão específica de cirurgia ® arteriografia imediata com passagem de
vascular. A insuficiência venosa crônica é uma endoprótese, seguida de fixação da fratura.
afecção bastante comum e se caracteriza por © revascularização imediata com safena ipsi·
dilatações e tortuosidades venosas dos MMII, lateral.
em especial no terço distai da perna. Em casos @ limpeza e fixação da fratura com aqueci·
avançados, a hipertensão venosa do MMII gera mento do membro.
lesões tróficas irreversíveis como hiperpigmen- ® fixação da fratura, seguida de arteriografia
tação, eczema, esclerose ou atrofia. o estágio se o pulso se mantiver ausente.
terminal da doença venosa crônica é a ulcera-
ção, geralmente com bordos elevados, úmida e .. COMENTÁRIO: A primeira medida frente a qual-
cianótica, acompanhada de infecção secundá- quer fratura deve ser o alinhamento e tração do
ria. Entretanto, o uso de antibioticoterapia fica membro, ainda na sala de trauma. Após o aten-
reservado para casos em que há manifestações dimento inicial do trauma ABCDE, o paciente
sistêmicas da infecção, como febre, taquicardia deve ser encaminhado ao centro cirúrgico para
ou outras disfunções orgânicas. O uso rotineiro fixação da fratura. Com a fixação o pulso pode
não reduz a recidiva da úlcera. retomar, caso isso não aconteça à arteriografia
A compressão é peça chave do tratamento con- deve então, ser realizada.
servador, agindo diretamente sobre os meca- I Resposta: ®
nismos da fislopatologia que levam ao apare-
cimento das úlceras e agravamento da doença.
As manifestações clínicas decorrentes da DVC Nos pacientes que serão submetidos à
podem ser classificadas com base na classifica-
çãoCEAP:
59 hemodiálise, a primeira opção de acesso
vascular central deve ser a veia:
Clinicai manifestations
Etiologic factors ® subclávla direita.
Anatomic distribuition of disease, ® femoral.
Pathophysloiogic findlngs © jugular Interna direita.
@ jugular interna esquerda.
© A classificação clfnica , mais utilizada no ® subclávla esquerda.
dia--a-dia:
Classe CO: sinais de doença venosa não visíveis .. COMENTÁRIO: Os acessos venosos profundos
e não palpáveis jugulares são melhores indicados devido a me·
Classe C1: telangectasias ou veias reticulares nor taxa de infecção local, sem comparado com
Classe C2: velas varicosas a punção femoral. Dentre os acessos jugulares,
Classe C3: edema a veia jugular interna direita é mais calibrosa
Classe C4: alterações da pele e tecido subcutâ- que a esquerda e possui um alinhamento me·
neo decorrentes da doença venosa (pigmenta- lhor com a veia cava superior, facilitando assim
ção ou eczema, lipodermato esclerose ou atro- a passagem do fio guia e cateter.
fia branca}; O acesso subclávio para diálise deve ser evita-
Classe CS: alterações de pele com úlcera cica- do, pois a taxa de estenose da veia subclávia
trizada; gira em torno dos 50%.
Classe C6: alterações de pele com úlcera ativa I Resposta: ©
I Resposta:©
2010 35

A respeito do trauma de extremidades, é @ ultrassonografia obstétrica, avaliação de vi·


6O INCORRETO afirmar: talidade fetal e proteinúria de 24 horas.
® ultrassonografia obstétrica e avaliação de
@ No traumatizado hipotenso com fratura vitalidade fetal, apenas.
grave de bacia, a estabilização da bacia deve
ser feita já durante o exame primário, como .. COMENTÁRIO: Esta é uma primeira consulta de
medida de controle de sangramento. pré-natal. Nesse momento, devem ser iden·
® Quando houver suspeita de fratura de ex· tificados os fatores de risco desta gestante na
tremidades, as radiografias dos membros sus· anamnese e no exame físico. A paciente é jo·
peitos devem ser feitas junto com a radiografia vem e sem antecedente de hipertensão arterial,
de bacia, durante o exame primário, para não porém apresentou medida de PA diastólica =
retardar a avaliação do ortopedista. 90 mmHg: cria·se a dúvida do diagnóstico entre
© São lesões com risco de vida: slndrome de hipertensão crônica ou pré-eclàmpsia. Nas
esmagamento, fratura grave de bacia com san· gestantes hipertensas crônicas, que iniciam o
gramento e sangramento externo abundante. pré-natal antes da 20" semana, utilizamos dro·
@ Durante a avaliação inicial, geralmente a gas hipotensoras sempre que a pressão arterial
circulação do membro é avaliada no exame se· diastólica for igual ou superior a 90 mmHg. O
cundário. objetivo terapéutico será, portanto, a norma·
® O controle do sangramento de uma fratura lização da pressão arterial. Nesse momento,
exposta de fêmur deve ser feito através de com· no entanto, não sabemos a idade gestacional
pressão externa e imobilização do membro e (desconhece data da última menstruação, ain·
em casos extremos, garroteamento. da não realizou ultrassonografia obstétrica),
mas a altura uterina de 22 em sugere idade
.. COMENTiRIO: O atendimento ao paciente poli· gestacional em torno de 22 semanas. Nesse
traumatizado segue as diretrizes do ATLS. lnde· momento, aventa-se a hipótese diagnóstica de
pendente do tipo de trauma devemos sempre pré·eclâmpsia ou doença hipertensiva específi·
respeitar o ABCDE, pois estamos tratando cau· ca da gestação, corroborada pelos achados de
sas iminentes de morte. O trauma de extremi- elevação da pressão arterial e edema. Para esta
dades, apesar de poderem trazer graves seque· afecção, indica·se confirmação da elevação dos
las em longo prazo, não traz risco de morte na níveis tensionais com segunda medida de pres-
cena. Diferentemente do trauma pélvico, que é são arterial; a proposta inicial de tratamento é
fonte importante de choque hemorrágico. dietética, com redução da ingesta de sal (até
I Resposta: ® 2· 3g/dia), repouso e sedação. O tratamento
com drogas hipotensoras deve ser iniciado
GINECOLOGIA EOBSTETRÍCIA· EDSON SANTOS quando as medidas citadas forem insuficientes
FERREIRA FILHO para diminuir os níveis pressóricos e a pressão
arterial diastólica se mantiver maior ou igual a
100 mmHg. Além disso, preconiza-se a avalia·
Primigesta de 17 anos, sem doenças, ção da função placentária através da doppler·
61 comparece à primeira consulta de pré-
natal e não sabe informar a data da última
velocimetria de artérias umbilicais (na 20• e 26•
semanas) e artérias uterinas, a partir de 26 se·
menstruação. Encontra-se assintomática e ao manas. Em resumo:
exame físico observam·se PA = 130 x 90 mmHg; Alternativa A: INCORRETA. Pois não se deve iniciar
altura uterina = 22 em; batimentos cardíacos tratamento farmacológico neste momento.
fet ais presentes; edema +/4+ em membros in· Alternativa 8: INCORRETA. Pois não se deve iniciar
feri ores. Conduta adequada: tratamento farmacológico neste momento.
Alternativa C: INCORRETA. A quantificação da pro·
@ introdução de alfametildopa, ultrassono- teinúria de 24 horas é fundamental para a con·
grafia obstétrica e avaliação de vitalidade fetal. firmação diagnóstica e a classificação em pré·
® introdução de alfametildopa, ultrassono· -eclâmpsia leve ou grave; no entanto, não é o
grafia obstétrica e proteinúria de 24 horas. único exame a ser solicitado.
© proteinúria de 24 horas, apenas.
:16 PreparatóriG para Residência Medica SUS/SP

Alternativa D: CORRETA. Pois é fundamental a reali- e caracteriza o estreito médio.


zação de ultrasson09rafia obstétrica (datação e Alternativa C: INCORRETA. No estreito médio, o
identificação de restrição de crescimento fetal), diâmetro anteroposterior vai do meio da con-
avaliação de vitalidade fetal (com dopplerve- cavidade do sacro até o meio da face posterior
locimetria de artérias umbilícais) e proteinúria da sinfise púbica e mede 12 em; já o diâmetro
de 24 horas (confirmação diagnóstica e classi- transverso se estende de uma espinha isquiáti·
ficação). ca a outra e mede 1O.S em.
Alternativa E: INCORRETA. Pois não inclui a pro- Alternativa D: INCORRETA. O conjugado anatômico
teinúria de 24 horas. (ou conjugata vera, mede 11 em) é maior que o
I Resposta: @ conjugado obstétrico (mede 10,5 em), e ambos
são menores que a conjugata diagonalis (mede
em torno de 12 em).
Sobre a bacia obstétrica, é correto afir- Alternativa E: INCORRETA. O diâmetro bitrocanté·
62 mar que: rico e o quadrilátero de Michaelis at ualmente
tem pouco valor na avaliação da bacia obsté·
@ o primeiro oblíquo tem medida maior que trica.
o segundo oblfquo e ambos são menores que o I Resposta: ®
diâmetro transverso máximo.
® o estreito inferior é avaliado pela pelvime-
tria externa e seu diâmetro transverso guarda São causas frequentes de trabalho de
relação com o diâmetro biciático.
© a medida do diâmetro anteroposterior ten-
63 parto prematuro:

de a ser menor que a do diâmetro transverso no @ infecção do trato urinário, polidràmnio, am-
estreito médio. niorrexe prematura, vaginose bacteriana.
@ o conjugado anatômico é menor que o ® vaginose bacteriana, oligo-hidrãmnio, hi·
conjugado obstétrico que é menor que o con- potireoidismo, sobrepeso.
j ugado diagonal. © placenta prévia, polidrâmnio, gemelarida-
® o diâmetro bitrocantérico e o quadrilátero de, tabagismo.
de Michaelis auxiliam na estimativa do diâme- @ tabagismo, hipotireoidismo, infecção do
tro cóccige-subpúbíco. trato urinári01 sobrepeso.
® amniorrexe prematura, gemelaridade, oli·
Alternativa A: Considerada incorreta pela banca, go-hidrâmnio, placenta prévia.
mas é correta. A bacia obstétrica é dividida nos
estreitos superior, médio e inferior. No estreito Alternativa A: CORRETA. Causas infecciosas (infec-
superior, encontram-se os diâmetros oblíquos: çãodo trato urinário, vaginose bacteriana), su·
também chamados de diâmetros de insinua- perdistensão uterina (polidrâmnio, gemelar) e
ção, vão de uma eminência ileopectínea de amniorrexe prematura (está presente em 30·
um lado à articulação sacroillaca contralateral. 40% dos casos) são fatores de risco para traba-
O primeiro oblíquo parte da eminência ileo- lho de parto prematuro. Deve-se lembrar que
pectfnea esquerda e o segundo oblfquo, da amniorrexe é uma das contraindicações para a
direita. Eles medem aproximadamente 12 em e inibição do trabalho de parto prematuro.
o primeiro é discretamente maior do que o se- Alternativa B: INCORRETA. Pois oligo-hidrâmnio não
gundo. Já o diâmetro t ransverso máximo vai do aumenta a chance de trabalho de parto prema·
ponto mais afastado da linha inominada de um turo; hipotireoidismo pode estar relacionado a
lado à l inha do lado oposto e mede em torno prematuridade em casos de descompensação
de 13 a 13,5 em. Talvez a alternativa tenha sido clínica; sobrepeso isoladamen te não está re-
considerada incorreta pois ambos os oblíquos lacionado a aumento do risco de trabalho de
apresentam diâmetros próximos. parto prematuro, mas de prematuridade, por
Alternativa B: CORRETA. A pelvimetria externa, do aumentar a incidência de diabetes mellitus
ponto de vista prático, se resume à medida do gestacional e pré-eclâmpsia.
diâmetro bituberoso do estreito inferior. O diâ- Alternativa C: INCORRETA. Placenta prévia aumenta
metro biciático é avaliado na pelvigrafia interna
2010 37

o risco de prematuridade eletiva, devido as t etrícia relatando ter sido estuprada e solicita
complicações maternas e fetais presentes nes- interrupção da gestação. O médico deve:
ses casos. Quanto ao tabagismo, o risco de
prematuridade se relaciona com o número de @ encaminhar pedido de interrupção da gra-
cigarros consumidos durante a gestação. videz ao juiz.
Alternativa D: INCORRETA. Pelo sobrepeso. ® encaminhar a paciente para avaliação psi-
Alternativa E: INCORRETA. Pela placenta prévia e oli- cológica e agendar retorno em 4 semanas.
go-hidrâmnio. © solicitar a apresent ação de boletim de ocor-
rência.
@ esclarecer que só faria a interrupção se a
Considere a~ seguintes afirmações sobre cardiopatia fosse grave.
64 placenta prev1a: ® internar a paciente para interrupção da
gestação.
I. Apresenta sintomas sobretudo no segundo
perfodo do parto. .,. COMENTARIO: De acordo com o artigo 128,
11. Ocorre junto com descolamento prematuro inciso 11 do Código Penal, o abortamento é um
de placenta em parte dos casos. procedimento licito •quando a gravidez resulta
111. Está relacionada à ocorrência de placenta de estupro~ que é o crime tipificado no artigo
acreta, mas não de percreta. 213 do Código Penal. Nessa hipótese, o aborta-
IV. Tem como fatores de risco cicatriz uterina, mento é um fato típico. ou seja, está previsto no
sinéquias e endometrite. tipo penal, mas não é criminoso, porque não é
antijurídico. Trata-se do chamado 'aborto sen-
Está correto o que se afirma em: timental' ou 'aborto ético• ou 'aborto humani-
tário: uma das duas hipóteses de 'aborto legal:
@ 1,11,111, apenas. ou seja, de "aborto não cr imi noso~ Nesse caso,
® l.ll,lll eiV. exige-se o consentimento da mulher que foi es-
© IV, apenas. tuprada ou, quando incapaz, de seu represen-
@ I e 111, apenas. tante legal. E, como o sistema penal considera
® 11 e IV, apenas. lícita e não criminosa a prática do abortamento
nessa situação, é direito da mulher interromper
I -Classicamente, a placenta prévia se manifes- a gestação decorrente de estupro. Em resumo:
ta por sangramento vaginal indolor no final do Alternativa A: INCORRETA. Não é necessária autori-
segundo ou no início do terceiro trimestre da zação de juiz para interromper a gravidez; esta
gestação. situação já está amparada pela legislação.
11 - Descolamento prematuro de placenta é um Alternativa B: INCORRETA. Não é preciso esperar 4
diagnóstico diferencial de placenta prévia, não semanas para indução do aborto.
sendo comum a concomitância destas afec- Alternativa C: INCORRETA. Não se deve exigir bole-
ções. tim de ocorrência à vitima de violência sexual; a
111 - Placenta prévia está relacionada a placen- assistência médica e a investigação policial de-
tas acretas, ineretas e percretas. vem andar separadamente; pode-se orientar ou
IV - São fatores de risco para placenta prévia: sugerir à paciente a atitude de se defender do
cicatriz uterina (quanto maior o número de ci- agressor, inclusive com boletim de ocorrência.
catrizes, maior o risco), sinéquias, endometrite, Alternativa D: INCORRETA. A indicação da interrup-
idade materna avançada, multiparidade, gesta- ção da gestação não está justificada pela car-
ção múltipla, tabagismo. diopatia, mas pela gestação resultante de vio-
I Resposta: © lência sexual.
Alternativa E: CORRETA. ~ direito da mulher inter-
romper a gestação decorrente de estupro.
Paciente gesta 2, para 1 (cesárea). porta-
65 dora de prótese metálica mitral normo-
funcionante, procura pronto-socorro de obs- Paciente de 36 anos, gesta 3, para 2 (par-
66 tos vaginais), de 31 semanas, apresentou
:18 Preparatório para Residência Médica SUS/SP

glicemia de jejum = 120 mg/dl na primeira consulta com 10 semanas de gestação. O exame físico
em consulta atual apresenta-se sem alterações, porém com altura uterina de 36 em. Neste caso,
faz-se o diagnóstico de diabetes gestacional:

@ solicitando Hb glicada.
® iniciando dieta para diabético e glicemia capilar nos períodos pós-prandiais por 3 dias.
© realizando glicemia capilar em jejum e nos períodos põs-prandiais por 3 dias.
@ confirmando sob repeso fetal e/ou polidrâmnio.
® solicitando nova glicemia de jejum.
.,_ COMENTARIO: Questão polêmica. Recomenda-se responder baseado na bibliografia recomenda-
da. De acordo com "international Association of Diabetes and Pregnancy Study Groups (IADPSGJ: é
recomendado que uma única medida de glicemia de jejum maior ou igual a 92 mg/dl no in feio da
gestação seja classificado como diabetes mellitus gestacional; logo, nenhuma outra medida seria
necessária para o diagnóstico. No entanto, pelo manual da FEBRASGO de 2011, pacientes com gli-
cemia de jejum entre 85 e 125 mg/dl deveriam realizar teste oral de tolerância a glicose com idade
gestacional entre 24 e 28 semanas.

85·125 mgld

TOTG • 75 g · 2h
.....s_l_
m--'1----~ 24 · 28 semanas

Diabetes
FE81lA.S001 10t0

Recomendação semelhante é encontrada no manual técnico de 2010 do Ministério da Saúde: as


gestantes com rastreamento positivo (ou seja, com glicemia plasmática de jejum maior ou igual a
8Smg/dl até 125mg/dl e/ou com qualquer fator de risco) devem ser submetidas à confirmação
diagnóstica com teste oral de tolerância à glicose após ingestão de 75g de glicose anidra em 2SQ-
300ml de água, depois de um período de jejum entre 8-14 horas (TOTG 75g 2h). A glicose plasmá-
tica é determinada em jejum, apõs 1 hora e após 2 horas. Nesta curva, os pontos de corte são 95,
180 e 155 mg/dl, respectivamente; os achados de dois valores alterados confirmam o diagnóstico.
Um único valor alterado indica a repetição do TOTG 75g 2h na 34• semana de gestação. Em resumo:
2010 39

Alternativa A: INCORRETA. A mensuração da hemoglobina glicada não é critério diagnóstico de diabe·


tes mellitus gestacional.
Alt•rnativa B: INCORRETA. Dieta para diabético e mensuração da glicemia capilar são propostas de tra-
tamento e seguimento para a gestante diagnosticada com DMG.
Alt•rnativa C: INCORRETA. A realização de glicemia capilar em jejum e nos períodos pós-prandiais não
é habitualmente incluída como estratégia de diagnóstico de DMG; eventualmente, pode ser usada
em situações específicas, a exemplo de pacientes com antecedente de cirurgia bariátrica, que po-
dem ter dumping e variações de interpretação com a sobrecarga de glicose.
Alt•rnativa D: INCORRETA. Sob repeso fetal e/ou polidrãmnio são sinais que alertam para a existência de
DMG, porém também não são critérios diagnósticos, são fatores de risco. Tais sinais são sugeridos
pela altura uterina aumentada em relação a idade gestacional, por exemplo, e precisam de confir-
mação ultrassonográfica.
Alternativa E: INCORRETA. Apesar de ser o gabarito oficial pela banca examinadora, nenhuma das referên-
cias sugere a repetição da glicemia de jejum quando está até 125 mg/dl. Caso fosse glicemia de jejum
igual ou superior a 126 mg/ dl, a confirmação com nova glicemia de jejum seria o gabarito correto.
I Resposta: ®

Primigesta de 22 anos, 38 semanas de gestação, sem doenças, foi internada por queixa de
67 dor em baixo ventre e encaminhada ao centro obstétrico de imediato. A evolução de seu
trabalho de parto encontra-se registrada abaixo (VER IMAGEM).

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40 Preparatório para Residência Médica SUS/SP

® A infusão de ocitocina na velocidade entre 2 e 30 mUI por minuto corrige a distócia apresen-
tada.
® A velocidade de dilatação na fase ativa do trabalho de parto registrado é menor que O,S em
por hora.
© Na hora Sdo registro há indicação de parto cesárea por distócia funcional.
@ As contrações estão adequadas nas horas 1, 5, 6, 7 e 8 do registro.
® A amniotomia deve ser precoce nestes casos.
.,_ COMENTÁRIO: Aqui se nota um partograma que tipicamente foi iniciado em momento mais pre-
coce que o recomendado. Essa mesma foto é o exemplo de erro na construção do partograma
do manual do Ministério da Saúde (2011). E importante relembrar que, para o acompanhamento
do trabalho de parto, a fase ou divisão funcional de interesse na aplicação do partograma é a de
dilatação ou fase ativa, com velocidade de dilatação cervical mínima de 1 em/ hora. A abertura do
partograma na fase latente ou no início da dilatação (menor que 3-4 em) implicaria em interven-
ções não só desnecessárias, mas também iatrogênicas.
Alternativa A: INCORRETA. Neste caso. somente a partir da horaS o partograma deveria ter sido iniciado,
pois até então a paciente se encontrava no período de latência. Assim, não há indicação de infusão
de ocitocina exógena: o trabalho
de parto, a partir do momento em que inicia a fase ativa, está evoluindo conforme se espera.
Alternativa B: INCORRETA. Na fase ativa (a partir da
hora 5, neste caso), a velocidade de dilatação é
exatamente de 1 em/hora.
Alternativa C: INCORRETA. Mais uma vez, a hora 5 é a
hora em que o registro do partograma deveria
ter sido iniciado; não há indicação de cesárea neste caso.
Alternativa D: CORRETA. As contrações correspondem à fase do trabalho de parto nas horas menciona-
das. Na hora 1, a presença de uma contração moderada é compatível com a fase.
A partir da hora S, há otimização da dinâmica uterina e progressão da cervicodilatação de modo
proporcional.
I Resposta: @

68 São fatores de risco para o carcinoma escamoso do colo uterino:

® multiparidade; menarca precoce; menopausa tardia.


® antecedente de aborto provocado; uso de pllula anticoncepcional do tipo combinada; obesi-
dade.
© multiplicidade de parceiros sexuais; antecedent familiar de câncer de colo uterino; tabagismo.
@ uso de pilula anticoncepcional do tipo combinada; início precoce da vida sexual; antecedente
familiar de câncer de colo uterino.
® antecedente de doença sexualmente transmissfvel; tabagismo; início precoce da vida sexual.
.,_ COMENTÁRIO: Os fatores de risco para câncer de colo uterino são diretamente relacionados a infec-
ção pelo HPV; entre eles, incluem-se: multiparidade; uso de pílula anticoncepcional do tipo combi·
nada; multiplicidade de parceiros sexuais; tabagismo; início precoce da vida sexual; antecedente de
doença sexualmente transmissível. O maior fator de risco é a ausência de rastreamento periódico.
Alternativa A: INCORRETA. Menarca precoce e menopausa tardia estão relacionados a neoplasias estro-
gênio-dependentes (mama, endométrio...).
Alternativa B: INCORRETA. Obesidade também está mais relacionada a neoplasias estrogênio-depen-
dentes, pela aromatizaçáo periférica.
Alternativa C: INCORRETA. Não existe correlação
2010 41

direta com antecedente familiar para o câncer de instabilidade hemodinâmica; é um abdome


de colo uterino, exceto o próprio estilo de vida agudo hemorrágico.
semelhante. Alternativa D: INCORRETA. Não existe necessidade
Alternativa D: INCORRETA. de realizar nenhum exame laboratorial para
I Resposta: ® a abordagem cirúrgica; aguardar 48h sem co
du ta pode implicar em óbito da paciente.
Alternativa E: INCORRETA. A dosagem de progeste·
Primigesta procura pronto·socorro com rona sérica é um exame valioso quando há dú·
69 queixa de atraso menstrual há 1 semana
e dor pélvica acompanhada de sangramento
vida diagnóstíca. Valores inferiores a 1O ng/ml
estão associados a gestação não evolutiva, en·
vaginal em pequena quantidade há 1 dia. Ao quanto concentrações séricas superiores a 20
exame físico: dor à palpação em FIE com 06+, ng/ml são consistentes com gest ações viáveis.
=
pressão arterial 80 x 50 mmHg, pulso 104 = I Resposta: ©
bpm, beta·hCG quantitativo = 2.600 mUI/ml,

7o
ultrassonografia transvaginal = útero vazio,
grande quantidade de líquido livre em cavida· Na gravidez:
de pélvica. Conduta adequada:

@ metotrexato. @ há presença de glicosúria e proteinúria pelo


® internação para observação clínica. aumento do ritmo de filtração glomerular.
© laparotomia. ® encontra-se redução do peristaltismo intes-
@ repetir exames em 48 horas. tinal por ação direta do HLP.
® dosagem de progesterona sérica. © ocorre diminuição dos níveis séricos de co-
lesterol total.
~ COMENTÁRIO: Caso típico de gestação ectópi- @ aumenta força contrátil do miocárdio pelo
ca rota. Todas as pacientes com atraso mens· efeito direto do hCG.
trual, dor e sangramento genital merecem in- ® observa-se efeito hipoglicemiante materno
vestigação. O primeiro passo é a confirmação pelos altos níveis de progesterona no sangue
da gravidez. Com o emprego da ultrassonogra- materno.
fia transvaginal, o valor discriminatório de be·
ta-hCG (fração beta da gonadotrofina coriônica Alternativa A: CORRETA. O aumento da volemia em
humana) encontra-se entre 1.500 e 2.000 mUI/ associação com a redução da resistência vas-
ml, ou seja, a partir deste valor, espera-se vi sua· cular periférica provoca elevação do fluxo pias·
lizar imagem intrauterina. Se o útero está vazio, mático glomerular, com consequente acelera-
a gestação é ectópica. Neste algoritmo, não se ção do rit mo de filtração glomerular. Com isto,
diferencia gestação ectópica íntegra ou rota. alguns achados anormais fora do período ges-
Os sinais de rotura incluem dor abdominal, dor tacional, como glicosúria e proteinúria, podem
intensa à descompressão brusca (peritonite ser j ustificadas tanto pelo aumento do ritmo
subsequente a grande quantidade de sangue de filtração glomerular quanto pela redução da
na cavidade abdominal) e instabilidade hemo- taxa de reabsorção tubular, ambas fisiológicas
dinâmica (hipotensão, taquicardia). A questão na gestação.
teve por objetivo ser óbvia no diagnóstico. As Alternativa B: INCORRETA. A progesterona é um
propostas de trata mento para gestação ectópi· potente relaxante das fibras musculares lisas
ca são expectante, medicamentosa (metotrexa- e o estrogênio age como indutor dos efeitos
to) ou cirúrgica. Para prenhez ectópica rota, a progestagênícos; a redução do peristaltismo
laparotomia é a única opção terapêutica. Em é consequência destes esteroides sexuais, não
resumo: guardando correlação com o hormônio facto·
Alternativa A: INCORRETA. Metotrexate é uma op- gênio placentário.
ção para o t ratamento de gestações ectópicas Alternativa C: INCORRETA. As concentrações pias·
íntegras. máticas de ácidos graxos, triglicérides e coles-
Alternativa B: INCORRETA. É inadmissível manter a t erol aumentam, sobretudo, em jejum, princi·
paciente sob observação clínica na presença palmente no terceiro trimestre da gravidez.
42 PreparatóriG para Residência Medica SUS/SP

Alternativa D: INCORRETA. O aumento de contratili- rico, sendo o mais utilizado na gestação para
dade está relacionado a um aumento na vole- rastreio. Está posi tivo entre 5·6 semanas após
mia, que implica em maior volume sistólico e, a infecção, podendo permanecer positivo em
por conseguinte, maior débito cardíaco. baixos títulos mesmo após o tratamento.
Alternativa E: INCORRETA. Para garantir o aporte de Alternativa 8: CORRETA. Em todas as fases de mani-
glicose necessário para o feto, ocorre aumento festação clínica da sífilis (primária, secundária,
da resistência periférica à insulina, com hiper- latente ou terciária} pode haver transmissão
glicemia pó~prandial e consequente hiperin- vertical, porém as taxas de transmissão vertical
sulinismo. Estes efeitos são mediados por pro- nas fases primária e secundária variam de SO-
lactina e HLP. l 00%, enquanto na latente tardia e terciária em
torno de 10%. Entre as gestantes infectadas não
tratadas, 70·100% dos fetos serão acometidos.
GINECOLOGIA EOBSTETRICIA 11· JULIANA GIROTTI Alternativa C: INCORRETA. O tratamento na gesta-
SPERANDIO ção é realizado de acordo com o esquema re·
sumido abaixo:
sífilis primária, secundária e latente recen-
te: penicilina benza tina 2400 OOOUIIM dose
71 Sobre a doença causada pelo Treponema
pallidum e o ciclo gravídico-puerperal, única;
sífilis latente tardia, indeterminada, terci-
~ correto afirmar: ária (forma mais comum de apresentação
na gestação, com VRDL positivo sem lesões
® Na persistência de t ítulos de VDRL dois me- evidentes): penicilina benza tina 2400 OOOUI
ses após o tratamento medicamentoso, deve- IM, uma vez por semana, durante três se·
·se fazer p esquisa do agente no liquor. manas;
® A transmissão vertical é mais frequente nos neurossífilis: penicilina cristalina 3000
casos primários não tratados do que nos terciá- OOOUI a 4000 000 UI, EV, a cada 4 horas, por
rios. 10-14 dias. Após, penicilina benza t ina 2400
© Sua forma congênita é evitada adminis- OOOUIIM uma vez por semana, durante três
trando- se eritromicina à gestante com a forma semanas;
secundária. Alternativa D: INCORRETA. O VDRL é um teste com
@ ~diagnosticada por títulos deVDRL = 1:2 na alta sensibilidade, porém pouco especifico. ~
gestação. considerado positivo a partir dos titulos 1:16,
® O uso do teste treponêmico para seu diag- sendo assim necessária a confirmação de infec·
nóstico é controverso devido à alta sensibilida- ção pelos testes treponêmicos, já que as taxas
de e baixa especificidade do método. de falso positivos do VDRL podem existir (rea·
ções cruzadas com ou/tras infecções) .
.. COMENTARIO: A sífilis é uma doença causada Alternativa E: INCORRETA. O FTA·Abs (fluorescent
pelo espiroqueta Treponema Pallídum. A sífilis treponemal antibody absorption test) é o tes-
congênita pode ocasionar repercussões fetais, te esp ecífico mais utilizado para confirmação
como alteração de função hepática, hepato- diagnóstica, com melhor especificidade do que
megalia, trombocitopenia, anemia, ascite, os· oVDRL.
teocondrite, retardo mental e até óbito fetal/
neonatal.
Alternativa A: INCORRETA. O diagnóstico sorológi- Considere os seguintes casos clínicos: I.
co na gestação, quando não há evidência de
lesões onde se possa isolar o treponema por
72 Mulher de 64 anos, menopausa aos 49
anos, nunca tendo se submetido à terapêutica
meio de biópsia ou exame microscópico de hormonal da pós-menopausa com estrogênios
campo escuro, pode ser realizado por meio ou progestagênios. Queixa-se de leucorreia
dos testes treponêmicos (dosagem de anticor- com odor forte. Ao exame físico, vagina atrófica
pos específicos para treponema) ou não tre· ++/3, presença de leucorreia fluida acinzenta-
ponêmicos. O VDRL (Venera! disease research da com liberação de odor fétido após adição de
laboratory - não treponêmico} é um teste sé· solução de KOH;
2010 43

VAGINOSE BACTERIANA
11. Mulher de 37 anos, u tilizando pílula anticoncep cional hormonal do tipo combinad a, queixa-se
de leucorreia que p ercebe na roupa, com coloração amarelada. Refere irritação e p rurid o vulvova/
ginal. Ao exame ginecológico, vagina hiperemiad a com leucorreia b ranca em p lacas e grumos
sob re a mucosa. CANDIDfASE VULVOVAGINAL

É correto afirmar:

® O pH vaginal no caso I deve ser menos ácido do que o normal, e o tratamento p od e ser realiza-
do com cremes vaginais com derivados imidazólico s.
® O tratamen to de primeira lin ha para a pacient e do caso I é por meio d e cremes vagi nais com
estrogênios conjugad os.
© A p llula favorece a infecção pelo agente etiológico d o caso 11, enquanto a gravidez dificulta a
ocorrência d o mesmo agente.
@ O agen te et iológico mais p rovável no caso I é um fungo, e o pH vaginal deve ser ácido.
® O agente etiológico mais provável no caso 11 é u m p rotozoário, e o pH vaginal d eve ser alcal ino.
~ COMENTARIO: Para facilitar a memorização d os principais conceitos para as p rovas d e residência e
responder à questão, foi construíd a a tabela abaixo:
Alternativa A: CORRETA. PH vaginal na vagi nose bacteriana é, em g eral, menos ácid o que o usual, e o
tratamento pod e ser realizado com cremes imidazólicos.
Alternativa B: INCORRETA. O tratament o para vaginose bacteriana já foi comentad o anteriormente. Os
cremes vaginais com estrogênios t ópicos estão indicados em casos d e pacient es com vaginite atró -
fica e sint omas associados, como, por exemplo, sensação de ressecamento vaginal, dispareunia,
disúria.
Alternativa C: INCORRETA. Tanto a pílula anticoncepcional quanto a g estação predispõem à p roliferação
fúngica, favorecendo o d esenvolvimento d a candidíase.
Alternativa 0: INCORRETA. O agente etiológico mais provável d o caso I é uma bactéria, e o PH vaginal é,
em geral, mais básico d o que o usual.
Alternativa E: INCORRETA. O agente etiológico do caso 11 é um fungo, e o PH deve ser mais ácid o que
o usual.
44 PteparatóriG para Residência Medica SUS/SP

Agente omis comum


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destquíll>rlo da nora
vaginal (a: oeduçllo
dos hCII'm6nk>s pós
monopauA),""""
diom ~to • Qmido,
oool e/ou mõttiplos uso de anticonctp-
parceiros e/ou ""'o cionais. obesidade. SftO <nl eA:>umOiti-
Foton!S de risco com paro!ir.1 femlnl-
imunossuP"'f6âQ, pios pa ~in>s
No du c:has .aglnos
~-roço nogra,
diobtlts rnefitulo
gell~
seo durar«e a rnens-
tru~ disposliYo
lntrauterino. toba-
gismo
conimentogrumo~ corrimento aderente
ade"'nto h pa~des ama~loo@M!<deadQ
úractolfsticas do corri~Mnto ftuldQ ver-
a>rrimenlof apA!Sfr>- de-aôr'IZIH1tadQ, com vaginais. bra ncacentt\. de odcdoote pode
pode estar associado estar a.ssoc9do a
ta~oclinla odor forte
a prurido • hiperemia disOrla.dispa,.,unia •
vulvwaginal pruridovuMN>gínal
T~ das aminas (adi-
~de 1 gota de KOH
101bno oonimfniQ, Positiw, com ibero-
"'houver~· ~ode odCII'forte ( NegatiYo PosüiYoou negatiYo
de amimas volfttis "ptilll! podre')
hã piora do odor do
corrimenlo)
PH vag lnal (normal
maior que 4,5 menor que 4,5 maior q ue 4,5
ent~ :l,,l~)

vlsualilaçaodetri:ho-
monas (protozoSrio
ftagelodo anaeróbl<li
~nça de due oe!ls aiS: ao flCOIIIt
P!eudo-hifas. após •
(dlulas "'mo nOdeo a~o de KOH 1011>( especulor, podern
Achados mioosc.>
pkos vlslveO após ad~o lise celularcom libera- tllarpoosl!f'I!I!Sos
de sotu~de soro strowMry tpot>, que
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figura retirada do Williams, gyne<ology. Aseta mostra as due <ellsem esfregaço de <orrimentovaginal sugestivo de
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figura retiradado Williams, gyne<ology . Aseta mostra as due <ells em esfregaço de corrimentovaginal sugestivo de
vaginose ba<teriana.

figura retirada do olliams, gyne<ology . Fõtomfãogràhããemõnilrando pseudo-ffotâs'offilwpentina, em <aso de


<andídase vaginal.
46 Preparatório para Residência Médica SUS/SP

A figura abaixo representa o mecanismo ma Z: aromatase • H-1: androstenediona • H-2:-


73 de duas células encontrado no folículo
ovariano, principal responsável pela produção
testosterona • H·3:estrona • H·4:estradiol
Alternativa A: INCORRETA. A célula 1 é a camada da
de esteroides sexuais durante a menacme: (VER teca das gônadas femininas, em que ocorre a
IMAGEM) conversão entre colesterol e os estrogênios.
Alternativa 8: INCORRETA. A sfndrome dos ovários
® A célula 1 é célula da camada da granulosa, policísticos é caracterizada por anovulação
onde se processa a transformação de colesterol crônica, determinando um aumento de LH em
até estrogênios. relação ao de FSH, bem como produção supra-
® A sindrome dos ovários policisticos é carac- fisiológica de androgênios.
terizada por níveis suprafisiológicos dos hor- Alternativa C: CORRETA. O hormônio luteinizante (
mônios H-3 e H-4 e pela relação [ligante"B1:[1i- LH) se liga aos receptores da células da teca, es·
gante "A") acima de 2 na fase folicular inicial.) timulando a produção de esteróides ovarianos,
e, além disso, seu pico sério estimula a ovulação.
Alternativa D: INCORRETA. O hormônio 8 é o follcuio
c
o estimulante, que. nos ovários, atua estimulan-

c)
H-1 H· I ti ·3
L
E do o crescimento folicular e a seleção do folí-
s ENZIMA•.z;• culo dominante durante o ciclo ovariano e, em
T

~
H ·2 H·2 H· 4
conjunto com a aromatase, estimula conversão
o de androgênios em estrogênios nas camada da
L
granulosa ovariana.

~- Alternativa E: INCORRETA. Em casos de hiperan-


:uJlA 1 drogenismo clinico, é necessário estimular a
"=--' aromatização dos androgênios, e não o oposto,
como afirma a letra E.

© Além de estimular a produção esteroidal


ovariana, o pico de concentração sérica do li- Quanto ao Papilomavírus Humano
gante "A" ocorre algumas horas antes da ovu-
lação.
74 (HPV), é correto afirmar (considere NIC =
Neoplasia lntraepitelial Cervical):
@ O ligante •s• é a gonadotrofina LH, que,
além de promover a transformação do folículo ® A maioria dos casos de NIC I e NIC 11 associa-
em corpo lúteo, também estimula a produção dos ao HPV evoluem para NIC 111 ou carcinoma
de androgênios. ínvasivo.
® Há medicações que bloqueiam a enzima ® O tabagismo inibe a replicação do vírus
·z~ sendo indicadas em casos de hiperandro- HPV, dificultando o surgimento da NIC e pro-
genismo clínico. longando o estado de portador-são.
© Em mais de 90% das contaminações, o vírus

_... .
.. COMENTARIO: Para responder a questão, basta não é destruído pelo sistema de defesa imuno·
conhecer a teoria das "duas células-duas gona- lógica e, provavelmente, causará a doença.
dotrofinas'; contemplada na figura abaixo: @ Sua simples presença no colo, vagina ou

.--·- '!lif
,...... o.. • vulva triplicao risco de desenvolver câncer cer-
vicouterino.

--· ·-
~-; c-•o·Al bi<-HII
' ® A simples detecção do HPV não implica na

.._,
• e-.rt
,,-oo.._.._
·~Mf!i:" I
~

-- - ' necessidade de tratamento, pois depende da

·-·
~ c--7~

......1-

existência de uma lesão identificável. Além dis-
so, pode ocorrer remissão espontânea .

·-
- Alternativa A: INCORRETA. De acordo com o manual
de prevenção ao câncer cervical publicado pelo
Desta maneira, temos:· célula 1: teca · célula 2: DATASUS em 2016 , "A história natural do cân-
granulosa • ligante A: LH • ligante 8: FSH • enzi· cer do colo do útero geralmente apresenta um
2010 47

longo período de lesões precursoras, assinto- copia.


máticas, curáveis na quase totalidade dos casos © a teoria da menstruação retrógrada como
quando tratadas adequadamente, conhecidas explicação da fisiopatologia da doença foi
como neoplasias intraepiteliais cervicais de abandonada.
graus 11 e 111 (NIC lVIII), ou lesões de alto grau, @ o tratamento cirúrgico conservador é uma
e adenocarcinoma in situ. Já a NIC I representa das formas terapêuticas principais para mulhe-
a expressão citomorfológíca de uma infecção res com infertilidade concomitante.
transiente ou produzida pelo HPV e tem alta ® a p~ula anticoncepcional do tipo combina-
probabilidade de regredir, de tal forma que da não faz parte do arsenal terapêutico empre-
atualmente não é considerada como lesão pre- gado.
cursora do câncer do colo do útero~
Alternativa B: INCORRETA. O tabagismo é conside- IJ. COMENTARIO: O manual de endometriose da
rado fator de risco para desenvolvimento para febrasgo descreve a endometriose como •uma
câncer cervical, apesar do mecanismo fisiopa- doença crônica, inflamatória, estrogênio-de-
tológico ainda não ser plenamente definido. pendente que ocorre durante o periodo repro-
Alternativa C: INCORRETA. A presença do HPV no dutivo da vida da mulher, caracterizando-se
colo/ vagina/ vulva não necessariamente sig- pela presença de tecido endometrial, glândula
nifica evolução para neoplasia, e o clearance e/ou estroma, fora da cavidade uterin a~
do HPV é determinado por fatores como status Alternativa A: INCORRETA. Os análogos de GnRH são
imune, nutricional e presença de comorbida- medicações que bloqueiam o eixo hormonal e
des que determinem imunossupressão, taba- atuam de maneira eficaz no controle da doença,
gismo. A maioria das infecções agudas por HPV porém não são comumente utilizados devido
causa lesão intraepitelial de baixo grau, que aos efeitos colaterais importantes, como perda
reg ride espontaneamente em mais de 90% dos de massa óssea a sintomas climatéricos, não
casos em indivíduos imunocompetentes e me- sendo indicado o uso prolongado dos mesmos.
nos de 5% das mulheres evoluem para doença Alternativa B: INCORRETA. A diferenciação entre cis-
oncogênica. to de corpo lúteo hemorrágico e endometrio-
Alternativa D: INCORRETA. É fato que a infeção pelos ma pode ser feita à visualização por via laparos-
tipos oncogênicos de HPV (principalmente 16 cópica, e não depende de biópsia, de maneira
e 18) aumentam significativamente o risco de que os endometriomas de ovário pos.suem ca-
desenvolvimento de neoplasia cervico-uterina, racterísticas típicas, com abaulamento da su-
porém, como já elucidado, a maior parte das le- perfície do ovário, conteúdo líquido castanho
sões de baixo grau regridem e apenas 5% das espesso, com aspecto de •chocolate" e, com
mulheres com infecção evoluem para dncer. frequência, apresentam aderências firmes com
Alternativa E: CORRETA. Em torno de 80% das mu- estn.Jturas vizinhas, como útero, tubas uterinas,
lheres sexualmente ativas entrarão em contato peritônio e alças intestinais.
com HPV durante a vida, podendo ocorrer re- Alternativa C: INCORRETA. A teoria da menstruação
missão tanto da infecção quanto de lesões de retrógrada, em que, devido ao fluxo menstrual
baixo grau identificáveis, não indicando neces- intenso, parte do tecido endometrial segue flu-
sariamente o tratamento. xo •inverso• ao da menstruação, favorecendo
o implante ectópíco de tecido endometrial, é
uma das mais aceitas para a explicação de focos
75 Com relação à endometriose: de endometriose fora do útero.
Alternativa D: CORRETA. Para mulheres que pos-
suem acometimento tubarão decorrente da
@ os análogos de GnRH provocam hipogo- doença com infertilidade concomitante, o tra-
nadismo e consequente redução dos focos de tamento laparoscópico conservador (com ten-
doença, sendo empregados habitualmente por tativa de preservação das trompas) constitui
12 meses ou mais. uma alternativa terapêutica a ser considerada.
® a diferenciação entre cisto de corpo lúteo Alternativa E: INCORRETA. Quanto ao tratamento,
hemorrágico e endometrioma de ovário só é a primeira linha para paciente com endome-
possível por meio de biópsia durante !aparos- triose superficial e queixas típicas como dor
48 PreparatóriG para Residência Médica SUS/SP

pélvica crônica, dismenorréia e dispareunia e neoplasia endometrial (principal exame com-


seria a ut ilização de anticoncepcionais (com- plementar: ultrassonografia t ransvaginal); ou
binados ou não), visando ao bloqueio do eixo alterações miometriais, como adenomiose 3. al-
hormonal. terações no eixo hipotálamo-hipófise-gônadas:
em mulheres acima de 40 anos, deve-se consi-
derar a possibilidade de transição menopausa!
Mulher de 47 anos da raça negra refere como causa do sangramento uterino (sendo
76 menstruações prolongadas e em volume
abundante. Gesta: 3, Para: 3. Laqueadura tu-
denominado sangramento uterino disfuncio·
nal), devido à acentuada redução de reserva
bária no último parto. Ao toque vaginal, útero folicular nesta fase e ocorrência de ciclos ano-
de dimensões aumentadas. A uitrassonografia vulatórios (aumento do estrogênio sem oposi-
pélvica e transvaginal revelou volume uterino ção de progesterona), podendo gerar alteração
aumentado (180 cm3) e presença de quatro nó- na quantidade e frequência do sangramento
dulos sólidos bem delimitados na espessura do mesntrual. 4. Outras causas: em mulheres que
miométrio, com diâmetros médios de 3,5 em, ainda menstruam, sempre deve-se descartar
2,1 em, I, 1 em e 0,9 em, respectivamente. gestação; coagulopatias; alterações tireoidea-
nas. A questão trata de uma paciente da raça
~ correto afirmar: negra (fator de risco para m iomatose uterina),
com sangramento uterino anormal e na peri-
@ Em decorrência da prole já estar constituí- menopausa. O exame físico e ultrassonografia
da, a histerectomia é considerada tratamento evidenciam útero de tamanho aumentado,
de primeira escolha. porém descreve apenas nódulos na espessura
® O uso de alguns tipos de esteroides sexuais miometrial (e não submucosos, que justifica-
pode ser uma boa opção terapêutica para as riam sangramento), além de não descrever as
manifestações dessa doença, embora não se- características e espessura endometrial. Dessa
jam curativos. maneira, o raciocínio clínico nos levaria a pen-
© Certamente, o uso de progestagênio em sar principalmente em sangrament o por transi·
baixa dose bloquearia o crescimento desses ção menopausa!, ou em outra causa que não a
nódulos. miomatose ut erina. Porém, o autor da questão
@ Trata-se de neoplasia cujo crescimento é claramente conduziu o caso tendo como diag-
estimulado pelo estrogênio, os análogos do nóstico principal do sangramento ut erino os
GnRH estariam bem indicados para evitar a miomas.
abordagem cirúrgica. Alternativa A: INCORRETA. A histerectomia, por tra-
® Está contraindicado de forma absoluta o tar-se de intervenção cirúrgica e não isenta de
uso de pllula anticoncepcional hormonal do possíveis complicações inerentes ao ato cirúrgi-
tipo combinada. co, é utilizada principalmente em casos de falha
de tratamento clínico, não considerada primei-
IJ> COMENTARIO: A queixa principal da paciente ra escolha.
refere-se ao aumento do volume menstrual. Alternativa B: CORRETA. O bloqueio hormonal do
caracterizando o diagnóstico sindrômico de eixo hipotálamo-hipófise reduz o aporte de
Sangramento Uterino Anormal (SUA). Em uma hormônios ovarianos endógenos, reduzindo
mulher de 47 anos, podemos compartimenta- o crescimento dos nódulos miomatosos (que
lizar o raciocínio clinico de acordo com as pos- possuem receptores hormonais e são respon-
sfveis origem do sangramento, conforme abai- sáveis aos estrogênios e progesteronas) e, em-
xo: 1. colo uterino: descartar, principalment e, a bora não sejam curativos, apresentam-se como
neoplasia de escamosa e/ou de canal glandular primeira linha para o tratamento de miomas
(principal exame complementar: colpocito- quando associados ao SUA.
logia oncótica) 2. cavidade uterina (endomé- Alternativa C: INCORRETA. Existem vários tipos de
trio) e miométrio: descartar possíveis causas progestágenos comercializados, e para a ini-
de aumento do sangramento por alterações bição do eixo hípotálamo-hipófise·gõnadas,
intracavitárias, como miomas submucosos, objetívando reduzir crescimento dos nódulos
pólipos endometriais, hiperplasia endometrial miomatosos, progestagênios em baixa dose
2010 49

deveriam ser combinados com estrogênios ou lula pode contribuir para a interrupção do seu
utilizados em altas doses (como, por exemplo, crescimento estatura!.
o acetato de medroziprogesterona de depósito,
injetável trimestral). Vale lembrar que existe uma Alt•mativa A: INCORRETA. O médico deve realizar
exceção, o desogestrel, que pode ser utilizado anamnese cuidadosa e, se não houverem con
via oral em baixas doses diariamente, e possui traindicações, prescrever o método contracep·
efeito tanto na redução do sangramento quanto tivo que mais se adéque à paciente, sempre
na estabilização do crescimento miomatoso. relembrando a utilização do preservativo, tan·
Ah•rnativa 0: INCORRETA. Os análogos de GnRH to para prevenção contra doenças sexualmen·
tem sua utilização autolimitada, por possuírem te transmissíveis (OST) quanto para auxílio na
efeitos colaterais, como perda de massa óssea contracepção como método combinado.
e sintomas climatéricos, e possuem indicação Alt•mativa 8: INCORRETA. De acordo com capitulo
quando o volume uterino é muito aumentado IX, artigo 74 do Código de ética médica, "é ve-
no preparo pré-operatório dessas pacientes. dado ao médico revelar segredo profissional
Ah•rnatlva E: INCORRETA. A paciente em questão, referende a paciente menor de idade, inclusive
apesar da idade avançada, não apresenta ne· a seus pais ou responsáveis legais, desde que
nhuma contraindicação formal absoluta ao uso a menor tenha capacidade de discernimento,
de pílula combinada. salvo quando a não revelação possa acarretar
danos ao paciente.·
Alt•rnativa C: CORRETA. Conforme explanado nas
Adolescente do sexo feminino com 16 alternativas A e B, não necessita-se dos respon-
77 anos de idade, saudável. procura aten·
dimento na Unidade Básica de Saúde desa·
sáveis legais para prescrição de contracepção,
e deve-se sempre salientar, principalmente a
companhada, referindo ter vida sexual ativa, adolescentes, que o anticoncepcional não pre-
geralmente com uso do preservativo mascu· vine contra DST.
lino, embora o parceiro nem sempre o utilize. Alt•rnativa 0: INCORRETA. Conforme explanado nas
Gostaria de fazer uso da pllula anticoncepcio· alternativas A e 8, não há necessidade de res-
nal para aumentar a segurança anticoncepcio- ponsáveis legais ou assinatura de termo de res-
nal, embora afirme que o parceiro continuará ponsabilidade para prescrição de contracepção.
a utilizar o preservativo. Considerando que a Alt•mativa E: INCORRETA. A maioria dos anticon-
adolescente não apresenta nenhuma contrain· cepcionais orais não interferem na idade óssea
dicaçáo médica ao uso do método pretendido, de adolescentes sem comorbidades, mas deve
o médico que a atende: ser prescrita sempre após anamnese e exame
físico cuidadoso.
@ não deve prescrever a pílula por haver
grande risco de abandono do preservativo, que
confere proteção contra doenças sexualmente Mulher de 21 anos, nuligesta, com vida
transmissíveis.
® pode prescrever a pílula, mesmo sem a pre·
78 sexual ativa, em uso de "tabelinha" ou
preservativo como métodos anticoncepcionais,
sença dos responsáveis legais, mas deve comu· procura atendimento de urgência, queixando-se
nicá·los que a adolescente já apresenta ativida· de dor em baixo ventre há alguns dias e que vem
de sexual, pois a mesma é menor de idade. se intensificando. Sem queixas urinárias ou gas-
© pode prescrever a pílula, não devendo exigir trointestinais. Suas menstruações são regulares
a presença dos responsáveis legais, mas deve a cada 28 ou 30 dias, tendo a última se iniciado
alertá·la de que a pílula não confere proteção há 7 dias e com duração de 4 dias. Ao exame físi-
contra doenças sexualmente transmissfveis. co, bom estado geral, temperatura axilar de 37,9
@ não deve prescrever a pílula sem a presença 'C. Abdome levemente doloroso à palpação
dos pais ou responsáveis. Caso eles compare- profunda de todo o baixo ventre, com descom-
çam, deve exigir que assinem termo de respon· pressão brusca negativa e ruídos hidroaéreos
sabilidade. presentes. Exame especular revela colo hipere-
® pode prescrever a pílula, mas deve, antes, miado com secreção mucoide amarela escura.
verificar a idade óssea da adolescente, pois a pf· Ao toque, útero em anteversão de tamanho
50 PleparatóriG paraResidência Médica SUS/SP

normal, colo e útero dolorosos à mobilização, e Não apresenta, porém, características clínicas
ausência de massas palpáveis. ~correto afirmar: de MIPA complicada, que seriam sinais de
sepse e comprometimento do estado geral do
@ Etiologia polimicrobiana é comum em ca- paciente, de abscesso (massa anexial/ pélvica)
sos como esse; a ceftriaxona intramuscular é ou peritonite (dor à descompressão brusca).
um dos antibióticos que podem ser indicados Dessa maneira, a paciente não necessita de
nesses casos. internação para tratamento, porém deve ser
® Trata-se de pelveperitonite por bactérias acompanhada e reavaliada em 48 a 72 horas
do gênero Neisseria. Essa infecção deve ter sido após o início da medicação.
precedida por uma vaginose bateria na, o que é Alternativa A: CORRETA. A etilogia é polimicrobiana
comum nesses casos. e a principal forma de tratamento é ceftriaxone
© Por ter bactérias dos gêneros Neisseria e 250 mg intramuscular dose única+ doxiciclina
Chamydia como agentes etiológicos, a benzil- 100 mg de 12 em 12 horas, por 14 dias, asso-
penicilina benzatina 1,2 milhão de unidades ciado ou não a metronidazol 500 mg 2 vezes
por via intramuscular em dose única é a melhor ao dia por 14 dias (associação de metronidazol
escolha terapêutica. deve ser realizada quando há suspeita de vagi-
@ O primeiro procedimento, nesse caso, deve nose bacteriana ou tricomonfase associada).
ser a iaparoscopia. Caso se constate a presença Alternativa 8: INCORRETA. Além de a paciente não
de abscessos pélvicos, os mesmos devem ser apresentar sinais de peritonismo, a vaginose
drenados. bacteriana pode preceder a infecção, mas é
® O agente microbiano primário mais prová- causada pela Gardnerella vaginalis e não pelo
vel é a Escherichia coli. O tratamento pode ser gonococo.
realizado com dose única de quinolónicos fluo- Alternativa C: INCORRETA. Como já explanado na al-
rados por via oral. tera nativa A, a principal forma de tratamento é
ceftriaxone 250 mg intramuscular dose única+
.,_ COMENTÁRIO: O caso descrito sugere fortemen- doxiciciina 100 mg de 12 em 12 horas por 14
te a hipótese diagnóstica de Moléstia Inflama- dias, associado ou não a metronidazol 500 mg 2
tória Pélvica. (MIPA) É uma doença de etiologia vezes ao dia por 14 dias (associação de metroni-
polimicrobiana, sendo mais prevalentes a ela- dazol deve ser realizada quando há suspeita de
mídia e o gonococo. O quadro clínico decorre vaginose bacteriana ou tricomoníase associada).
de ascensão de patógenos presentes na vagina Alternativa D: INCORRETA. A intervenção cirúrgica
para o cérvix, cavidade uterina, salpinges e até se faz necessária apenas em casos de falha de
peritóneo. Temos uma mulher jovem, com vida tratamento clínico, instabilidade hemodinâmi·
sexual ativa, sem utilização de método de bar- ca ou necessidade de realízar diagnóstico dife-
reira, fatos que sugerem alto risco para DSTs. O rencial com outras causas de abdome agudo
exame clinico evidencia (destacado em tom es- inflamatório.
curecido): Alternativa E: INCORRETA. Conforme já citado nas
alteranativas anteriores, a etiologia da MIPA é
Critérios menores palil
polimicrobiana e o tratamento de escolha cef·
Critérios maiores palil MIPA (nio sio necessá- triaxone+ doxiciclina.
MIPA (mlnlmo 2 de 3 rios pa11 o dlagnóstco,
palil o diagnóstico) mas podem estar
presente) Considere os seguintes casos clínicos de
dor à palpação de
baixo ventte
Febre
79 mulheres na menacme com vida sexual
ativa, sem parceiro fixo que apresente as se-
do à palpação guintes lesões genitais: I. Vesrculas coalescen-
descarga cervical tes dolorosas na região genital externa, algu-
anexial
dor à mobilização aumento de PCR e/ou mas rotas com exulceração e crostas. Presença
do colo uterino VHS de gânglios inguinais um pouco aumentados e
dolorosos; 11. Lesão ulcerada indolor de bordas
presença de gonococo
salientes e endurecidas, base avermelhada não
e ela mídia em culturas
vaginais
2010 51

purulenta. Presença de linfadenomegalia inguinal discreta homolateral. O agente etiológico e um


tratamento possfvel para os casos I e 11 são:

@ Caso 1: Herpes simplex vírus; cuidados locais. Caso 11: Haemophilus ducreyi; azitromicina.
@ Caso 1: Chlamydia trachomatis; doxiciclina. caso 11: Treponema pallidum; penicilina benzatina.
© Caso 1: Haemophilus ducreyi; azitromicina. Caso 11: Treponema pallidum; penicilina benzatina.
@ Caso 1: Herpes simplex vírus; aciclovir. Caso 11: Treponema pallidum; penicilina benzatina.
® Caso 1: Herpes simplex vírus; aciclovir. Caso 11: Haemophilus ducreyi; doxiciclina.
~ COMENTARIO: Para facilitar a compreensão, uma tabela com a síndrome de úlcera genital foi de-
senvolvida, com os diagnósticos diferenciais

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llniGI dias (RKooonll>) ..........
lO IW'lpo<
onoca
52 PreparatóriG para Residência Médica SUS/SP

nunca fez uso de terapéutica hormonal da pós-


-menopausa com estrogênios ou progestagê-
nios. Hoje não tem mais sintomas atribuíveis
ao hipoestrogenismo da pós-menopausa. Tem
hipertensão arterial leve, bem-controlada, com
diurético tiazídico em dose habitual. t correto
afirmar:

® É recomendável pedir dosagem de FSH e


estradiol em casos como o acima, esperando-
-se nlveis elevados de FSH e baixos de estradiol.
® Se ela tivesse iniciado a terapéutica hor-
monal com estrogênios no inicio da fase de
pós-menopausa, a chance de ter apresentado
nCiURll--6 C..;-r ui t.-tp!""l~ u'~tu (1..-..:;,~tr:pr; co.•<'• ~~..~·c !Jy a fratura teria sido menor.
a. w ',wr. Úl·,if, .,.. )
© Como ela já tem prótese de quadril, não
lesões ul<eradas de herpes simples genital, retirada do necessita mais de medicações especificas para
Williams gine<ologia. tratar osteoporose.
® A principal ação dos estrogênios endó-
genos ou farmacológicos no osso é sobre os
osteoblastos, estimulando a síntese de matriz
óssea nova.
® A terapêutica hormonal com estrogênios
estaria bem indicada neste caso para tratamen-
to da osteoporose.

Alternativa A: INCORRETA. A dosagem de FSH na


pós-menopausa estaria elevada e a de estrogê-
nios baixa, como afirma corretamente a letra A,
porém não seria útil para elucidação diagnósti-
ca e condução do caso em questão.
Alternativa 8: CORRETA. A redução dos estrogênios
lesãode sífilis primária, retirada doWilliams ginecologia. e progestágenos endógenos na pós-menopau-
sa predispõe maior reabsorção e fragilidade
Caso 1: Herpes simples genital, tratamento de óssea, de maneira que a Terapia hormonal (TH}
escolha Adclovir via oral400 mg 3 vezes ao dia aumenta a densidade de massa óssea (DMO} e
por 7·10 dias {priminfecção} ou por 5 dias { re- reduz o risco de fraturas osteoporóticas nestas
corrente). Caso 11: Sífilis primária, tratamento de mulheres e naquelas com baixo ou alto risco de
escolha Penicilina G benzatina 2400 000 UI in- fraturas.
tramuscular dose única. Dessa maneira, a única Alternativa C: INCORRETA. O fato de ter fraturado o
resposta correta é a letra O. quadril e colocado prótese apresenta-se como
I Resposta: @ fator de risco para novas fraturas, e o tratamen-
to da osteoporose para prevenção de novas
quedas/fraturas torna-se indispensável.
Mulher de 73 anos, branca, viúva, procu- Alternativa O: INCORRETA. Trata-se de uma paciente
80 ra atendimento ginecológico para rotina
preventiva. Relata ter fraturado o fêmur direito
de 73 anos em fase de pós-menopausa, com fra-
tura prévia de quadril. Os estrogênios e proges-
há cerca de um ano após queda no banheiro de tágenos apresentam reconhecido efeito inibidor
sua casa. Logo após, foi operada com coloca- da reabsorção óssea mediada pelos osteoclas-
ção de prótese de quadril. Menopausa ocorreu tos, com repercussão importante na massa ós-
aos 52 anos e apesar de ter apresentado foga- sea e no risco de fraturas osteoporótica.
chos nos primeiros 5 anos de pós-menopausa,
2010 53

Alternativa E: INCORRETA. ~estabelecido como "janela de oporttJnidade" para o início da TH a idade entre
50 e 59 anos, ou menos de dez anos após a menopausa, período em que o benefício da TH supera os
riscos, principalmente considerando-se o risco cardiovascular. A paciente em questão possui 73 anos
e apresentou menopausa aos 52 anos, não sendo indicada introdução de TH atualmente.

• • • • • • • • • • • • • • • • • • •• • MEBIEIMA i'REVE~iVA-· JijliAN&SIL.YEifiA DHRAÚJO • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

Segundo as estimativas do Instituto Nacional do Câncer para o ano de 2008, se excluirmos os


81 cânceres de pele não melanoma, os cinco cânceres mais frequentes no Brasil são, da maior
para a menor frequência, respectivamente:

@ HOMENS: estômago, pulmão, próstata, cólon/reto, boca. MULHERES: colo do útero, mama, có·
lon/reto, pulmão, ovário.
® HOMENS: próstata, pulmão, cólon/reto, linfomas, boca. MULHERES: mama, colo do útero, puI·
mão, estômago, cólon/reto.
© HOMENS: pulmão, próstata, estômago, cólon/reto, boca. MULHERES: mama, colo do útero, có·
lon/reto, pulmão, estômago.
@ HOMENS: próstata, pulmão, estômago, cólon/reto, boca. MULHERES: mama, colo do útero, có·
lon/reto, pulmão, estômago.
® HOMENS: pulmão, próstata, cólon/reto, boca, leucemias. MULHERES: colo do útero, mama, có·
lon/reto, pulmão, estômago.

.,_ COMENTARIO: Atenção! A questão solicita os cinco mais prevalentes com exceção do Câncer de
Pele não Melanoma.

Câncer Geral
Estimativa dt casos novos
local~ão primária
Masculino Feminino Total
Próstata 49.530 49.530
Mama Feminina 49.400 49.400
Traquéia. Brõnquio e Pulmão 17.810 9.460 27.270
Cólon e Reto 12.490 14.500 26.990
Estômago 14.080 7.720 21.800
Colo do Otero 18.680 18.680
Cavid<>de Oral 10.380 3.780 14.160
Esôfago 7.900 2.650 10.550
Leucemias 5.220 4.320 9.540
Pele Melanoma 2.950 2.970 5.920
Outras Localiuoçôes 55.610 62.270 117.880
Subtotal 175.970 175.750 351.720
Pele Nlio-Melanoma 55.890 59.120 11 5.010
Todas as neoplasias 231.860 234.870 466.730

"A Estimativa 2008 de Incidência do cancer no Brasil revela que aproximadamente 470 mil novos
casos da doença deverão ocorrer no país em 2008 e 2009:' O tipo mais incidente será o câncer de
pele não melanoma, com 115.01Ocasos a cada ano. Em seguida, vêm: câncer de próstata (49.530
54 Preparatório para Residência Medica SUS/SP

novos casos), mama (49.400), pulmão (27.270), cólon e reto (26.990), estômago (21 .800) e colo de
útero (18.680).
I Resposta:@

# Dados para 20 16

Estimativa do número de casos novos, em


mulheres, Brasil, 2016
~lzaçlo- c-...... ..
,...,e...,. 57 9tiO 2&.1!0
Cl*ln eAeco 11620 U'lo
Calo cb ólaro 16:WO 1,11!1
T-.~tPumlo 10 8110 5,:1'!1
~ 1600 3,1'1.
Corpocb ....... 6960 3,4'1.
Mno 6150 J,O'Io
Glolr4JII Tll!Oide 5870 2,11!1
l.rlon'e l'ilo HodgUl 5000 2,4\
Slsloml NtM>SO C4nlral 4830 2,3\
~ 4$30 2.2'lo
c-lide Oral 4350 2,1 ..
Esó... 2860 1,4\
Filie- 2670 1,3!0
Baxlga 2470 1,2!0
l.rlon'e"' ~~~ I 010 0,5!0
tAmgt 9110 0,5\
T- • Noot>lool•- polt' 20$....
TOdaSes~ 300870
2010 ss

Estimativa do número de casos novos, em


homens, Brasil, 2016

·-·-·----·-·--·-----·-·------
Pró<lal3 61200 16.~
T r - IJr(JnqutoaNnlo 17 330 8.1..
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E>~ 17920 60'1
Clvl<ladtOral 11140 S.~

MOJIO 7950 37'1


8a•go 7200 3.4..
IHlrog<> 63110 3.0'1
lauc""IIIS 5S40 16..
561ema NeNoso cen!nll 5440 25,
Lmlmo nõo Hoô)lon 5110 2.4..
,..."L-\.. Pole M•Onome 3000 14..

<. '-,_ Lmlmo de HOCicil<ll


Gl!rW&Tteorde
1460
1090
0.1..
0.5..
Todn • Ntot>laoiao som ptlo' 21• .360
Todas os Noq;o5oas :!96 200

Fonte:hnp://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id= 1793
PreparatóriG para Residência Medica SUS/SP
56

A Sífilis congênita é o resultado da disseminação hematogênica do Treponema paliidum, da


82 gestante infectada não tratada ou inadequadamente tratada para o seu concepto, du rante
a gestação, via transplacentária. É um problema de saúde pública no Brasil e foi incluída na lista de
doenças de notificação compulsó ria desde 1986, em um esforço pa ra atingir o seu controle. Com
relação~ sífilis congênita é correto afirmar:

@ Se o RN apresentar alteração liquórica, o tratamento deve ser realizado com penicilina G ben-
zatina, 2.400.000 UI, via intramuscular.
® Se a sorolog ia do RN for reagente e a criança assintomática, o tratamento é 50.000 UI de penici-
lina em dose única, via intramuscular, durante os seis p rimeiros meses de vida.
© O RN só deve ser tratado se houver alterações clfnicas e/ou ósseas, e/ou hematológicas, e o
tratamento é realizado com 50.000 UI d e penicilina em dose única, via intramuscular.
@ O RN deve ser tratado com 50.000 UI de penicilina em dose única, via intramuscular, sempre
que a mãe tiver um teste treponêmico reagente durante a gest ação.
® Se não houver alterações clfn icas, radiológicas, hematológicas e ou liquóricas, e a sorologia
fo r negativa, deve-se proceder ao tratamento com dose única d e pen icilina G benza ti na, em dose
ún ica, 50.000 Ul/kg, via intramuscular.

Alternativa A: INCORRETA. Conforme Manual de Tratamento d a Sífilis do Ministério da Saúde, o trata-


mento d everá ser realizado com penicilina G cristalina. A2 -"se houver alt eração liquórica, o t rat a-
mento deverá ser feito com penicilina G Cristalina, na dose de SO.OOO Ui/kg/dose, por via endove-
no X~, a cada 12 horas (nos pri meiro 7 dias de vida) e a cada 8 horas (após 7 dias de vida), durante
10 dias•.
Alternativa 8: INCORRETA. Na vigência d e títulos positivos no n eonato, é orientado a realização d e in-
vestigação e seguimento dos títulos (vide manual d o ministério da Saúde). Na impossibilidade t ra-
tar conforme o liquor do récem-nascido. Se posi tividade no Líquor, t ratar como A2 (Pen icilina G
Cristalina por 1O d ias). Na ausência de positividade do LCR, tratar como A1 (Pen icilin a G Cristalina
ou Procaina por 1Odias).
Alternativa C: INCORRETA. Qualquer evidência clínica, sorológica, hematológica, laboratorial, é indicado
o tratamento com Penicílína (Cristalina - Procaína por 1O d ias).
Alternativa O: INCORRETA. Nos Neonatos com mãe VDRL (+)devem receb er investigação hematológica,
radiológica, sorológica e Pesq uisa no LCR. Na evidência de infecção deverá ser sub metido a trata-
mento com penicilina (cristalina ou procaína a dep ender do Liquor)l
I RespGsta: ®
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Algoritmoparacondutasfrente agestante com sífilis fonte: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes!man ual_sifil is_bolso.pdf


~
~
58 Preparatório para Residência Médica SUS/SP

Segundo a Organização Mundial da Saú- .. COMENTÁRIO: Questão Anulada. TODAS IN-


83é de, qual das seguintes afirmativas abaixo
NÃO um requisito para o estabelecimento de
CORRETAS.
Conceito de Risco Relativo:
um programa de rastreamento para uma deter- RISCO RELATIVO (RR): ou razão de incidências
minada doença (screening)? é uma medida estatística que expressa a pro-
porção de incidência do agravo {doença, causa
@ Deve existir um tratamento para a doença. de morte etc) entre os que apresentam o fator
® O programa deve ser financiado pelo go- {ou fatores) de risco em determinada popula-
verno. ção. Consti tui, portanto, uma medida da força
© A doença deve ser um importante proble- da associação entre o fator de risco e a ocorrên-
ma de saúde pública cia do agravo. Assim, um Risco Relativo de 1,5
@ O teste deve ser aceitável para a população. significa um excesso de risco de 50%, entre os
® A história natural da doença deve ser bem indivíduos que estão expostos àquele fator de
compreendida. risco. Como ocorre, por exemplo, quando está
presente o hábito de fumar na gravidez, onde
._ COMENTARIO: Os exames de rastreio podem a ocorrência de morte perinatal é de 30 por mil
ser financiados pelo governo, no entanto, não nascidos vivos. Enquanto que entre mães que
é uma condição imprescindível para a criação não fumam a ocorrência é de 20 p or 1000.
de uma estratégia de rastreio. De acordo com a Alternativa A: INCORRETA. •as proporções são fre-
Organização Mundial da Saúde (OMS), as estra- quências relativas ou frações e frequentemente
tégias para a detecção precoce são o diagnósti- estimam {ou são) probabilidades de certos even-
co precoce (abordagem de p essoas com sinais to~ No Caso em questão, não se trata de fre-
e/ou sintomas da doença) e o rastreamento quência relativas, mas de grupos estabelecidos.
(aplicação de um teste ou exame numa popu- Alternativa 8: INCORRETA. estimativa de risco rela-
lação assintomática, aparentemente saudável, t ivo ou razão de produtos cruzados, mais co-
com objetivo de identificar lesões sugestivas nhecido como Odds-Ratío {OR) é um indicador
de câncer e encaminhá-la para investigação e que estima o risco relativo a determinado fator
tratamento). O teste utilizado em rastreamento {mede seu efeito no desenvolvimento clínico
deve ser seguro, relativamente barato e de fácil da doença ou problema) a partir de valores en·
aceitação pela população, ter sensibilidade e contrados em estudos de "Caso Control e~ isto
especificidade comprovadas, além de relação é, •representa a razão entre as chances em favor
custo-efetividade favorável. da exposição nos casos (doentes) e as chances
I Resposta: ® em favor da exposição nos não casos (indiví·
duos sadios)".
Alternativa C: INCORRETA. Coeficiente ou Taxa: é are·
!ação entre o número de casos de um evento e
84 Um estudo que tinha como objetivo
avaliar a associação entre tabagismo e
neoplasia de laringe acompanhou uma coor-
uma determinada população, num dado local e
época. E a medida que informa quanto ao "risco"
te de voluntários que incluía tabagistas e não de ocorrência de um evento. Exemplo: número
tabagistas por 1O anos. Ao final do estudo, foi de óbitos por leptospirose no Rio de Janeiro, em
encontrado um risco relativo de neoplasia de relação às pessoas que residiam nessa cidade
laringe igual a 2,5 quando os voluntários taba- em cada ano; no trabalhadores intoxicados por
gistas foram comparados aos voluntários não determinada sub stância em relação aos traba-
tabagistas. O risco relativo calculado represen- lhadores de determinada indústria.
ta uma: Alternativa 0: INCORRETA. Proporção, índice ou
distribuição proporcional: é a relação entre
@ razão de proporções. frequências atribuídas de det erminado even-
® razão de odds. to, sendo que no numerador é registrada a
© taxa. frequência absoluta do evento que constitui
@ proporção. subconjunto daquele contido no denominador
® razão de taxas.
2010 59

que é de caráter mais abrangente. Exemplo: número de óbit os por doenças cardiovasculares em
relação ao número de óbitos em geral.
Distribuição Proporcional =No parcial de casos x 100 No total de casos Alternativa •e•: INCORRETA.
Razão de Taxas é o Quociente entre Coeficient es (vide Item C).

85 As seguintes ações são exemplos de estratégias de prevenção secundária, EXCETO:

@ Fluoretação da água (prevenção da cárie dental).


® Controle da pressão arterial (prevenção das doenças cardiovasculares).
© Mamografia (prevenção do câncer de mama).
@ Papanicolau (prevenção do câncer do colo ut erino).
® Envio de uma pessoa que sofreu abuso para um abrigo, a fim de mantê-la em segurança (pre-
venção de violência doméstica).

~ COMENT~RIO: De acordo com a Clas.sificação de leveall e Clark (vide tabela abaixo), com exceção
da l etra A (Prevenção Primária), as demais afirmativas são classificadas como prevenção secundá-
ria. A Fluoretaçâo da água, para prevenção de cárie dental, é uma medida que ANTECEDE o apare-
cimento da doença per si.

Quadro I
Apromoção da saúde e os nlvelsde preven~ão s~undo Leavell & Clark (1965)
A promoção da saúde aparece como prevenção primária.. confundindo-se com a
prevenção referente à proteção específica (vacinação. por exemplo}. Corresponde
a medktas gerais, educativas, que objetivam melhorar a resistência e o bem-es-
Primária (promoção da
tar geral dos indtvrduos (comportamentos alimentares, exerdcfo ffslco e repouso,
saúde e proteção espe-
contenção de estresse. não ingestáo de drogas ou de tabaco). para que resistam
cífica)
ãs agressões dos agentes. Também diz respeito a ações de orientação para cuida-
dos com o ambiente. para que esse não favoreça o desenvolvimento de agentes
etiológicos (comportamentos higiênicos relacionados~ habitaç~ e aos entornes).
Engloba estratégias populacionais para detecção precoce de doenças, como por
exemplo o rastreamento de câncer de colo uterino. Também contempla ações
S.cundárla (dlagnóst1-
com indivíduos doentes ou acidentados com diagnóstkos confirmados, para que
co e tratamento preco·
se curem ou mantenham~se funcionalmente sadios, evitando complicações e
ce; limitação da invali-
mortes prematuras. Isto se dá por melo de práticas clinicas preventivas e de edu ~
dez)
cação em saúde, objetivando a adoção/mudança de comportamento (alimenta~
res, atividades fisicas etc}.
Consiste no cuidado de sujeitos com sequelasde doenças ou acidentes. visando a
Terciária (reabilitação)
recuperação ou a manutenção em equillbrio funcional.

roote:úortsnlo, O. (lOO.l). O<oo<Oito do l'lld" • <ileltnl' '""' l""'fl\loti'Omoçlo. P""'~' elo wllde: <On«it.,. o<~.,;.,. ~ndlnói~ l, l9-S<.
I Resposta:@

Segundo a nota técnica no 06/07/DEVEP/SVS/MS, qual das seguintes vacinas é recomendada


86 pelo Ministério da Saúde, para viajantes procedentes de áreas internacionais de risco para
transmissão da doença ou com destino a estas áreas, bem como para viajantes
cujos destinos sejam as áreas nacionais de risco para transmissão da mesma?

@ Hepatit e 8.
® Tétano.
© Febre Amarela.
@ Dengue.
60 PreparatóriG para Residência Medica SUS/SP

® lnfluenza de "p~ Se por exemplo p = 0,05, isto significa que


há 5% de chance de se notar uma diferença tão
... COMENTARIO: (Febre Amarela). Vide Tre<:ho da grande ou maior que a observada, mesmo que
referida nota técnica. "Conforme a Nota Técnica duas populações sejam idênticas. Em pesqui·
no 06/07/DEVEP/SVS/ MS, o Brasil recomenda a sas, habitualmente adota-se um valor de P=0,05
vacinação contra a febre amarela para viajantes (5%) para considerarmos um valor estatístico
procedentes de áreas endêmicas ou com desti- significativo, atribuindo 5% de chance ao acaso.
no a estas áreas, ou para viajantes com destino Na questão acima, encontramos um valor de p
às áreas nacionais de risco para transmissão = 0,002 (0,2%), demonstrando uma diferença es-
dela (Anvisa, 2005)~ tatística entre os grupo. Entende-se que o resul·
I Resposta: © tado encontrado (perda ponderai com restrição
de carboidratos) tem uma chance ser atribuído
ao "acaso• em apenas 0,2% dos casos. Os itens A
Os efeitos de uma dieta com restrição de e C estão incorretos pois afirmam que NAO há
87 carboidratos na perda de peso não têm
sido adequadamente avaliados. Para estudá-
diferença estatfstica entre os 2 grupos. Os itens B
e D estão incorretos pois os valor de 99,8% está
-los, 132 indivíduos com obesidade severa (IMC associado à chance de associação estatfstica não
médio = 43) foram aleatoriamente selecionados se dever ao "acaso·: Tal valor não tem relação
para seguir uma dieta com restrição de carboi- com poder estatístico do Teste ou comparação
dratos ou uma dieta com restrição de gorduras. entre 2 grupos.
Setenta e nove indivíduos completaram os seis I RespGSta: ®
meses do estudo. A análise estatística mostrou
que os indivíduos que seguiram a dieta com
restrição de carboidratos apresentaram maior Em relação ao atestado e boletim médi·
perda de peso (média = 5,8 kg, desvio padrão=
8,6 kg) comparados aos indivíduos que segui-
88 co, de acordo com o Código de ~tica Mé-
dica, é INCORRETO afirmar que o médico:
ram a dieta com restrição de gorduras (média =
1,9 kg, desvio padrão = 4,2 kg) (p = 0,002) (o = @ está proibido de expedir boletim médico
5%). Este valor de p significa que: falso ou tendencioso.
® está proibido de elaborar ou divulgar bole-
@ não existe diferença estatisticamente signi- tim médico que revele o diagnóstico, prognós-
ficativa entre os grupos e o erro que se comete tico ou terapêutica, sem a expressa autorização
com esta afirmação é igual a 0,2%. do paciente ou de seu responsável legal.
® existe diferença estatisticamente significa- © está proibido de fornecer atestado sem ter
tiva entre os grupos e o poder do teste estatísti- praticado o ato profissional que o justifique.
co é igual a 99,8%. @ não pode deixar de atestar atos exe<:utados
© não existe diferença estatisticamente signi- no exercício profissional, quando solicitado
ficativa, pois a diferença da média de peso en- pelo paciente ou seu responsável legal.
tre os grupos é de somente 0,2%. ® não pode atestar óbito quando não tenha
@ existe diferença estatisticamente significa- prestado assistência ao paciente, mesmo se o
tiva entre os grupos, pois 99,8% dos indivíduos fizer como plantonista ou médico substituto.
do grupo da dieta com restrição de carboidratos
perderam mais peso do que os indivíduos que ... COMENTARIO: Conforme o Código de ~tica
seguiram a dieta com restrição de gorduras. médica, o plantonista ou médico substituto
® existe diferença estatisticamente sig nifi- PODEM atesar óbito mesmo que não tenham
cativa entre os grupos e o erro que se comete prestado assistência ao paciente. Vide Artigo
com esta afirmação é igual a 0,2%. Original. Capitulo X Art. 83 ·~ Vedado: Atestar
óbito quando não o tenha verificado pessoal-
., COMENTARIO: O valor de "p" é a probabilidade, mente, ou quando não tenha prestado assis-
que varia de Oa 1 (100%), de encontrar na pes- tência ao paciente, salvo, no último caso, se o
quisa uma diferença igual ou maior que a obser- fizer como plantonista, médico substituto ou
vada. Frequentemente interpreta-se mal o valor em caso de ne<:ropsia e verificação médico-le·
2010 61

gal. De Acordo com o Sexto Código de ~tiça recrutaram voluntários com HPB que foram di-
Médica: vididos, de forma aleatória, em dois grupos").
A"ornativa A: CORRETA. Capitulo X - "Art. 11 6 - ~ Cedo "Simples-Cego" ("Os volun tários tinham
vedado : Expedir bolet im médico falso ou t en- conhecimento de qual suco estavam toman-
denciosoN do, mas os pesquisadores que realizaram seu
A"trnativa 8: CORRETA. Capitulo X -"Art. 11 7 - t ve- atendimento clínico não tiveram acesso a esta
dado: Elaborar ou divulgar boletim médico que informação").
revele o diagnóstico, prognóstico ou terapêut i-
ca, sem expressa autorização do paciente ou de Oes•nhos cJ. pesquisa Areas cJ. interesse
seu responsável lega l~ Estudosde casos e Quadro clínico (doen-
A"trnatlva C: CORRETA. "Art. 11O- ÉVedado: Forne- relatos de casos çasraras)
cer at estado sem ter praticado o ato profissio-
Estudos transversais Frequênclas
nal que o justifique ou que não corresponda à
verdade~ Estudos de dete<:çáo
Fatores de risco
A"trnatlva O: CORRETA. Art. 91. ÉVedado. Deixar de de casos
atestar atos executados no exercício pro fissio- Procedimentos diag·
Estudos de acuráda
nal, quando solicitado pelo paciente ou por seu nôsticos
representante legal. Estudos longitudinais Evolução
I Rtsposta: ®
Fatores de risco, etio-
Estudos caso-controle logia (doenças raras),
prevenção
Um centro de pesquisa universitário
89 pretende aval iar a hipót ese de que a in-
gestão diária de suco de goiaba altera o valor
Estudos coorte
Fatores de risco,
etiologia, incidência,
evolução. prognóstico
do antfgeno prostático especifico (PSA) em
p acient es com hiperplasia benigna da próstata Ensaios dfnicos contl'o·
Tratamento, provençáo
lados aleatorizados
(HPB). Para tant o, eles recrutaram voluntários
com HPB que foram divididos. de forma alea- I Resposta: @
tória, em dois grupos. Todos os voluntários t i-
veram seu PSA mensurado no momento que
foram in cluídos no est udo. Um dos grupos to- Em relação ao sigilo profissional do mé-
mou suco de goiaba e o outro de acerola, dia-
riament e, p or um período de dois meses, de-
9
é
O dico, segundo o código de Ética Médica,
correto afirmar:
p ois do qual tiveram a mensuração do seu PSA
rep etida. Os voluntários tinham conheciment o @ No caso de cobrança de honorários por
de qual suco estavam tomando, mas os pesqui- meio judicial ou extraj udicial o médico tem di-
sadores que realizaram seu at endimento clíni- reito de quebrar o sigilo profissional.
co não t iveram acesso a esta informação. Qual ® É vedado ao médico revelar fato de que te-
das seguint es alternativas melhor descreve o nha conheciment o em virtude do exercício de
desenho deste estudo? sua profissão, mesmo quando do depoimento
como t estemunha.
@ Estudo experimen tal aleatorizado, duplo- © Quando o médico está tratando um pacien-
·cego. t e menor de idade ele pode revelar fatos rela-
® Estudo experimental não aleatorizado, du- cionados ao paciente, independentemente das
plo-cego. circunstâncias, se os pais ou os responsáveis do
© Estudo observacional, prospectivo de coorte. paciente os solicitarem .
@ Estudo exp eriment al aleatorizado, cego. @ O médico pode revelar algum fato de que
® Estudo observacional, caso-controle. tenha conhecimento e que sej a relacionado a
algum dos seus pacientes, caso este venha a
~ COMENTA RIO: Estudo Experiment al ("Um dos fale<:er.
grupos t omou suco de goiab a e o outro de
acerola"( .. . )); Aleatorizado ("Para tanto, eles
62 Preparatório para Residência Medica SUS/SP

O médico pode revelar informações confiden- Nas farmácias do Programa Dose Certa,
ciais de algum paciente caso a empresa na qual
o paciente trabalhe exija estas informações, in-
91 coordenado pela Secretaria de Estado
da Saúde de São Paulo, uma receita de medica-
dependentemente das circunstâncias. mento tem validade:
Alternativa A: INCORRETA. ÉVedado ao medico: "Art.
79. Deixar de guardar o sigilo profissional na ® de 60 dias para receitas de controle espe-
cobrança de honorários por meio j udicial ou cial.
extrajudicial~ ® de 120 dias para todosos medicamentos.
Alternativa B: CORRETA. SEGUE TRECHO DO CÓDI- © quando tiver sido emitida por um serviço
GO DE ~TICA MÉDICA de saúde privado.
É Vedado Art. 73. Revelar fato de que tenha ® quando contém o nome do principio ativo
conhecimento em virtude do exercício de sua ou denominação genérica da medicação.
profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou ® de 20 dias para medicamentos antibacte-
consentimento, por escrito, do paciente. rianos.
Parágrafo único. Permanece essa proibição: a)
mesmo que o fato seja de conhecimento pú- I> COMENTARIO: As Receitas de controle especial
blico ou o paciente tenha falecido; b) quando tem validade de 30 dias (item A incorreto). Não
de seu depoimento como testemunha. Nes- existe receita com validade superior a 90 dias
sa hipótese, o médico comparecerá perante a (item B Incorreto). A receita deverá ser emiti-
autoridade e declarará seu impedimento; c) na da pelos Serviços Públicos de Saúde (item C
investigação de suspeita de crime, o médico incorreto). As receitas de antimicrobianos tem
estará impedido de revelar segredo que possa validade de 1Odias (item E incorreto). Revise o
expor o paciente a processo penal. trecho abaixo sobre Programa Dose Certa.
Alternativa C: INCORRETA. É vedado ao médico: 1. A receita médica deverá ter sido emitida pe-
'Art. 74. Revelar sigilo profissional relacionado los serviços públicos de saúde. Nas Unidadesde
à paciente menor de idade, inclusive a seus farmácia Dose Certa, localizadas nas estações
pais ou representantes legais, desde que o me- Sé e Guaianazes, Hospital Geral de Pedreira e
nor tenha capacidade de discernimento, salvo Conjunto Hospitalar do Mandaqui, também
quando a não revelação possa acarretar dano são atendidas receitas médicas que não te-
ao paciente•. nham sido emitidas pelos serviços públicos de
Alternativa D: INCORRETA. ÉVedado 'Art. 73. Revelar saúde, mediante apresentação do cartão SUS.
fato de que tenha conhecimento em virtude do 2. A validade da receita médica é de: a) 10 dias
exercício de sua profissão, salvo por motivo jus- para receitas com medicamentos antibacteria-
to, dever legal ou consentimento, por escrito, nos; b)30 dias para receitas com medicamen-
do paciente. Parágrafo único. Permanece essa tos de controle especial; c}90 dias para receitas
proibição: a) mesmo que o fato sej a de conheci- com medicamentos de uso contínuo; d)30 dias
mento público ou o paciente tenha falecido; b) para os demais medicamentos do Programa
quando de seu depoimento como testemunha. Dose Certa;
Nessa hipótese, o médico comparecerá perante 3. O medicamento deverá fazer parte do elenco
a autoridade e declarará seu impedimento; c) do Programa Dose Certa;
na investigação de suspeita de crime, o médico 4. A receita deverá ser elaborada conforme deter-
estará impedido de revelar segredo que possa minado pela Resolução SS n• 126, de 13 de agos-
expor o paciente a processo penal. to de 2009, contendo nome genérico das subs-
Alternativa E: INCORRETA. É Vedado: "Art. 76. Reve- tâncias prescrição e NÃO O NOME COMERCIAL.
lar informações confidenciais obtidas quando I Resposta: @
do exame médico de trabalhadores, inclusive
por exigência dos dirigentes de empresas ou de
instituições, salvo se o silêncio puser em risco a Estão entre as indicações do transplan-
saúde dos empregados ou da comunidade':
I Resposta: ®
92 te de células-tronco hematopoéticas,
não experimental e autólogo de medula ós-
sea, EXCETO:
2010 63

@ doença de Hodgkin quimiossensível, como I Resposta: ©


terapia de salvamento, excluídos os doentes
que não se beneficiaram de um esquema qui-
mioterápico atual. Se a Agência Nacional de Vigilância Sani-
® mieloma múltiplo.
© leucemia linfoide aguda em primeira ou se-
93 tária estivesse implementando um novo
mecanismo para a vigilância e monitoramento
gunda remiss~o. de eventos adversos de medicamentos, segun-
@ tumor de célula germinativa recidivado, do as diretrizes norteadoras do Plano Diretor
quimiossensível, excluídos os doentes que não de Vigil~ncia Sanitária, de Maio de 2007, este
se beneficiaram de um esquema quimioterápi- novo programa se caracterizaria como:
co atual.
® linfoma não Hodgkin de graus intermediá- @ produção do conhecimento, pesquisa e de-
rio e alto, indolente transformado, quimios- senvolvimento tecnológico.
sensível, como terapia de salvamento após a ® mobilização, participação e controle social.
primeira recidiva. organização e gestão do sistema nacional de
© vigilância sanitária.
.,. COMENTARIO: Conforme a portaria n. 931, de @ ação regulatória.
2 maio de 2006, A LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA ® ação no contexto da atenção integral à saú-
EM PRIMEIRA OU SEGUNDA REMISSÃO (A ques- de.
tão versa sobre Leucemia LINFOIDE Aguda)
tem indicação de transplante de células - tron- ... COMENTÁRIO: O PDVISA (Plano Diretor de Vigi-
co hematopoiéticas. não experimental e autó- lância Sanitária), que t em como símbolo o Ca-
fagos de medula óssea. Os demais itens (A, B, O tavento - Representa a mobilização), tem como
e E) estão corretos conforme a portaria abaixo. diretrizes nortearas conforme trecho abaixo:
"Os vários agentes envolvidos e as diretrizes
PORTARIA N• 931, DE2 DE MAIO DE 2006 (Revogada estabelecidas como prioridades nos levam a
pela PRT GMIMS n• 2.600 de 21.10.2009) Aprova o pensar em um mecanismo dinâmico, de cons·
Regulamento Técnico para Tran.splante de Células· tante movimento e a rticu laç~o. que represen-
-Tronco Hematopoétlcas. ta o PDVISA .. .""De outra parte, o exercício e
o incentivo à participação social permitem a
11 - CRITtRIOS DE INDICAÇÃO adoção de estratégias de intervenção capazes
I. TCTH autólogos, n~o experimentais de modificar as realidades sanitárias indesejá-
1.1 . TCTH autólogo de medula óssea veis, como também de integrar maior número
de atores e ampliar a legitimidade das práticas
Idade: igual ou inferior a 70 anos sanitárias na sociedade, com vistas ao avanço
das condições de vida da população". "... Uma
Indicações: estratégia de fortalecimento desse setor nas
e.leucemia mieloide aguda em primeira ou se- três esferas de governo. Por isso a revisão das
gunda remissão; responsabilidades dos gestores do Sistema ul-
f. linfoma não Hodgkin de graus intermediário trapassa o campo das intenções normativas e
e alto, indolente transformado, quimiossensí- incorpora o estabelecimento de metas de co-
vel, como terapia de salvamento após a primei- bertura e definição de indicadores de desem-
ra recidiva; penho, acompanhados por processos que via-
g. doença de Hodgkin quimiossensivel, como bilizem o controle social".
terapia de salvamento, excluídos os doentes I Resposta: ®
que não se beneficiaram de um esquema qui-
mioterápico atual;
h. mieloma múltiplo; e É correto afirmar sobre a ficha de notifi-
i. tumor de célula germi nativa recidivado, qui-
miossensível, excluídos os doentes que não se
94 cação individual do sistema de informa-
ção de agravos de notificação (SINAN), EXCETO:
beneficiaram de um esquema quimioterápico
atual. @ Casos de malária e esquistossomose, quan-
64 PteparatóriG para Residência Medica SUS/SP

do identificados em regiões onde estes agravos Febre Maculosa


são endêmicos, devem ser registrados em siste- Febre Tifoide
mas específicos e não no SINAN. Hanseníase
® Deve ser preenchida quando um caso sus- Hantavirose
peito for identificado, mas deve ser encaminha- Hepatites Virais
da para digitação apenas se houver a confirma- Infecção pelo vírus d a imunodeficiência
ção do diagnóstico. humana · HIV em gestantes e crianças ex-
© Cada município deve notificar casos detec· postas ao risco de transmissão vertical XX.
tados em sua área de abrangência, sejam eles lnfluenza humana por novo subtipo (pan-
residentes ou não nesse município. dêmico)
@ A sua imp ressão, controle da pré-numera- Leishmaniose Tegumentar Americana
ção e d istribuição nos municípios são de res· Leishmaniose Visceral
ponsabilidade da Secretaria Estadual de Saúde, Leptospirose
podendo ser delegada à Secretaria Municipal Malária
de Saúde Meningite por Haemophilus influenzae
® Para os agravos hanseníase e tuberculose Peste
são coletados ainda dados de acompanhamen- Poliomielite
to dos casos. Paralisia Flácida Aguda
Raiva Humana
.. COMENTARIO: Não é necessária a CONFIRMA· Rubéola
ÇÃO DIAGNÓSTICA para encaminhar a ficha Síndrome da Rubéola Congênita
para digitação; Vide trecho extraído do Manual Sarampo
do SINAN. ' As unidades federadas deverão Sífilis Congênita
ut ilizar o modelo padronizado pela SVS/MS. A Sífilis em gestante
Ficha de Notificação deverá ser impressa em Síndrome da l munodeficiência Adquirida •
duas vias pré-numeradas. A primeira via deverá AIDS
ser enviada pela unidade de saúde para o local Síndrome Febril ktero-hemorrágica Aguda
no qual será feita a digitação, caso a unidade Sindrome Respiratória Aguda Grave
de saúde não seja informatizada, e a segunda Tétano
via deverá ser arquivada na própria unidade de Tularemia
saúde". Tuberculose
Aos Colega.s concurseiros, atentar para a Lista de Varíola
notificação compulsória atual (2016) e utiliza-la
para as provas do corrente ano. Doenças e Agravos de notificação i mediata I.
Caso suspeito ou confirmado de:
Vide a Usta Atual de Notificação Compulsória
a. Botulismo
(2016). Lista Nado na Ide Doenças e Agravos de
b. Carbúnculo ou Antraz
Notificação Compulsória c. Cólera
Botulismo d. Febre Amarela
Carbúnculo ou Antraz e. Febre do Nilo Ocidental
Cólera f. Hantaviroses
Coqueluche g. l nfluenza humana por novo subtipo (pan-
Dengue dêmico)
Difteria h. Peste
Doença de Creutzfeldt • Jacob i. Poliomielite
Doenças de Chagas (casos agudos) j. Raiva Humana
Doença Meningocócica e outras Meningi· k. Sarampo. em individuo com história d e
tes viagem ao exterior nos últimos 30 dias ou
Esquistossomose (em área não end êmica) de contato, no mesmo período, com al-
Eventos Adversos Pós-Vacinação guém que viajou ao exterior
Febre Amarela I. Síndrome Febril fctero-hemorrágica Agu-
Febre do Nilo Ocidental da
2010 65

m . Síndrome Respiratória Aguda Grave Informação de Agravos e Notificação) em área


n. Varíola NAO ENDtMICAS.
o. Tularemia Alternativa B: CORRETA. De Acordo com o SINAN,
são competências do município: Compet e aos
11. Caso confirmado de: a) Tétano Neonatal munidpios:
111. Surto ou agregação de casos ou de óbitos I. prest ar apoio t écnico às unidades notifi-
por: cantes;
a. Agravos inusitados 11. coletar e consolidar os dados provenientes
b. Difteria de unidades notificantes;
c. Doença de Chagas Aguda 111 . estabelecer fluxos e prazos para o envio
d. Doença Meningocócica e) lnfluen- de dados pelas unidades notificantes; res-
za Humana peitando os fluxos e prazos estabelecidos
pela SVS/MS;
IV. Epizootias e/ou morte de animais que po- IV. enviar os dados ao nível estadual, observa-
dem preceder a ocorrência de doenças em hu- dos os fluxos e prazos estabelecidos pelos
manos: estados e pela SVS/MS;
a. Epizootias em primatas não huma- V. distribuir as versões do Sinan e seus instru-
nos mentos de coleta de dados para as unida-
b. Outras epizootias de importãncia des notificantes;
epidemiológica Resultados laborat oriais de- VI. informar !J unidade federada a ocorrência
vem ser notificados de forma imediata pelos de casos de notificação compulsória, de-
Laboratórios de Saúde Pública dos Estados (LA- tectados na sua área de abrangência, re-
CEN) e Laboratórios de Referência Nacional ou sidentes em outros munidpios, ou a ocor-
Regional rência de surtos ou epidemias, com risco
de disseminação no País;
I. Resultado de amostra individual por: VIl. avalíar a regularidade, completitude,
a. Botulismo consistência e integridade dos dados e
b. Carbúnculo ou Antraz duplicidade de registros, efetuando os
c. Cólera procedimentos definidos como de res-
d. Febre Amarela ponsabilidade do município, para a manu-
e. Febre do Nilo Ocident al t enção da qualidade da base de dados;
f. Hantavirose VIII. realizar análises epidemiológicas e opera-
g. lnfluenza humana por novo subti- cionais;
po (pandêmico) IX. retroalimentar os dados para os integran-
h. Peste t es do sistema;
i. Poliomielite X. divulgar informações e análises epidemio-
j. Raiva Humana lógicas; e
k.Sarampo XI. normatizar aspectos técnicos em caráter
I. Sindrome Respiratória Aguda Grave complementar à at uação do nível estadual
m. Varíola para a sua área de abrangência.
n. Tularemia Alternativa D: CORRETA. Vide Trecho extraído do
Manual do SINAN. "A impressão, distribuição e
11. Resultado de amostras procedentes de inves- controle da Ficha de Notificação pré-numerada
tigação de surtos: para os municípios é de responsabilidade da
a. Agravos inusitados Secretaria Estadual de Saúde, podendo ser de-
b. Doença de Chagas Aguda legada para o munidpio".
c. Difteria Alternativa E: CORRETA. Tuberculose e Hanseníase,
d. Doença Meningocócica além da notificação pelo SINAN, devem ter um
e.lnfluenza Humana registro (boletim) de acompanhamento. "Para
Alternativa A: CORRETA. Malária e Esquitossomose t uberculose, o sistema seleciona, por unidade
só serão Notificados pelo SINAN (Sistema de de saúde atual, os casos que têm pelo menos
um mês e um dia de diagnóstico (data da emis·
66 Preparatório para Residência Medica SUS/SP

são do relatório subtraída a data do diagnóstico ou terapêutica somente poderá ser realizada
é igual ou maior que 31 dias) e cuja situação de após a autorização do patologista do serviço de
encerramento não tenha sido ainda informada. verificação de óbito responsável pela investiga-
Para hanseniase, o sistema seleciona, por uni· ção e citada em relatório de necrópsia.
dade de saúde atual, os casos que têm o campo I Resposta: ANULADA
tipo de alta em branco. Os dados de acompa-
nhamento são apresentados no relatório da
mesma forma como estão preenchidos, ou não, Sobre o programa "Farmácia Popular do
os respectivos campos na base de dados~
I Resposta: ®
96 Brasil" é correto afirmar:

@ O rol de medicamentos que é disponibiliza-


do em decorrência da execução do programa é
No caso de morte sem assistência mé- definido pelos Munidpios.
95 dica, de óbito em decorrência de causa
mal definida ou de outras situações nas quais
® O Programa tem prioridade sobre o abas-
tecimento da rede pública nacional do Sistema
houver indicação de verificação da causa mé· Único de Saúde-SUS.
dica da morte, © O Programa visa á disponibilização de
medicamentos por intermédio de convênios
@ a remoção de tecidos, órgãos ou partes do firmados com Estados, Distrito Federal, Munici-
cadáver para fins de transplante ou terapêutica pios e hospitais filantrópicos, mas exclui a rede
somente poderá ser realizada após a autoriza- privada de farmácias e drogarias.
ção do patologista do serviço de verificação de @ A fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ será
óbito responsável pela investigação. a executora das ações inerentes à aquisição,
® a remoção de tecidos, órgãos ou partes do estocagem, comercialização e dispensação dos
cadáver para fins de transplante ou terapêutica medicamentos de forma independente do Mi-
somente poderá ser realizada após a autoriza- nistério da Saúde.
ção do diretor clínico do hospital onde será rea- ® Em se tratando de disponibilização por in-
lizada a remoção dos tecidos/órgãos. termédio da rede privada de farmácia e droga-
© a remoção de tecidos, órgãos ou partes do rias, o preço do medicamento será subsidiado.
cadáver para fins de transplante ou terapêutica
somente poderá ser realizada após a autoriza- ,.. COMENTÁRIO: Segue Trecho Extraído do Ma-
ção da família do indivíduo que foi a óbito. nual sobre o 'Programa: Farmácia Popular do
@ a remoção de tecidos, órgãos ou partes do Brasil ~ 'Poderão aderir ao Programa órgãos,
cadáver para fins de transplante ou terapêutica entidades e instituições públicas e, também,
somente poderá ser realizada após a autoriza- entidades privadas, sem fins lucrativos, mante-
ção da Central de Transplantes. nedoras de estabelecimentos assistenciais de
® não é pos.sível a retirada de tecidos ou ór- saúde ou de ensino superior de farmácia, con-
gãos nesses casos. forme previsão no Parágrafo único, Art. 2.o. do
Decreto n.o 5.090/04. Nesses casos, os recursos
... COMENTÁRIO: QUESTÃO ANULADA. TODAS IN- para implantação e manutenção de unidades
CORRETAS. O item mais próximo do correto é a serão repassados por meio de celebração de
Letra "A~ no entanto, o elaborador da questão convênios de na tu reza financeira, com o Minis-
esqueceu-se de checar que o referido artigo tério da Saúde, nos termos da IN n.o01/97 e das
fora vetado na época. Questão Anulada. Normas de Cooperação Técnica e Financeira
Vide Trecho da LEI N• 9.434, DE 4 DE FEVEREIRO Mediante a Celebração de Convênios, vigentes
DE 1997. Art. 7• (Vetado) no Ministério da Saúde".
Parágrafo único. No caso de morte sem assis- Alternativa A: INCORRETA. Segue Trecho Extraído do
tência médica, de óbito em decorrência de Manual sobre o "Programa: Farmácia Popular
causa mal definida ou de outras situações nas do Brasil~ Os medicamentos são definidos pelo
quais houver indicação de verificação da causa MINIST~RIO DA SAÚDE (MS) não pelos municí-
médica da morte, a remoção de tecidos. órgãos pios como relata a questão. Os medicamentos
ou partes de cadáver para fins de transplante destinados ao abastecimento do Programa são
2010 67

padronizados de acordo com os critérios defini- ocorrência, pode liberar uma vitima no próprio
dos pelo Ministério da Saúde, cujos fundamen- local, independentemente do aval do médico
tos podem ser conhecidos no sítio www.saude. regulador.
govO .br/far- maciapopular. @ Caso ocorra um óbito durante o transporte
A"•rnativa 8: INCORRETA. O programa em ques- de uma vítima, o destino do corpo será deter-
tão ALINHA-SE a outras ações implementadas minado pelo médico regulador.
pelo Ministério da Saúde. Não há prioridade ® Quando um paciente recusa atendimento a
em relação a forma de abastecimento medi- equipe deverá identificar situações de risco de
camentosos do SUS. "Em consonanda com as vida imediato como comprometimento de vias
altas prioridades governamentais, o Programa aéreas, respiração ou sangramento abundante.
Farmácia Popular do Brasil alinha-se às outras
ações colocadas em prática visando ao aten- IJ> COMENTÁRIO: ~ obrigatório que TODO atendi-
dimento das necessidades de saúde de nossa mento realizado pelo medico Socorrista passe
população (...). pelo Aval do médico Regulador. Demais itens
A"•rnatlva C: INCORRETA. A afirmativa está incorre- corretos e autoexplicativos. Conforme a Reso-
ta pois refere que a rede PRIVADA está excluída. lução do CFM. RESOLUÇÃO CFM no 2.077114
Segue trecho do documento original: "Poderão Dispõe sobre a normatização do funciona-
aderir ao Programa órgãos, entidades e institui- mento dos Serviços Hospitalares de Urgência e
ções públicas e, também, entidades privadas, Emergência, bem como do dimensionamento
sem fins lucrativos, mantenedoras de estabe- da equipe médica e do sistema de trabalho. Art.
lecimentos assistenciais de saúde ou de ensino 1O. ~obrigação do médico plantonista dos Ser-
superior de farmácia, conforme previsão no Pa- viços Hospitalares de Urgência e Emergência
rágrafo único, Art. 2°, do Decreto n.o 5.090/04. dialogar, pessoalmente ou por telefone, com
Alt•rnativa D: INCORRETA. A Fundação FIOCRUZ atua o médico regulador ou de sobreaviso, sempre
em PARCERIA com o Ministério da Saúde. Nesse que for solicitado ou que solicitar esses profis-
contexto, foi instituído o Programa Farmácia Po- sionais, fornecendo todas as informações com
pular do Brasil, por meio do Decreto n.o 5.090, vistas a melhor assistência ao paciente.
de 20 de maio de 2004, cujo foco principal é a I Resposta: ©
implantação da rede Farmácia Popular do Brasil,
em parceria com governos estaduais e muni-
cipais, bem como com instituições da área da Vários estudos já descreveram que crian-
Saúde e instituições de Ensino Superior (IES)
sem fins lucrativos para a instalação de unidades
98 ças com altos níveis de chumbo na den-
tina e sem sintomas de plumbismo apresentam
do programa em locais estratégicos no País, por Ql's mais baixos e um pior desempenho escolar.
meio de convênios com a Fiocru~ tendo com in- A tabela 1 (VER IMAGEM) apresenta o número
terveniente o Ministério da Saúde~ de indivíduos que concluíram o ensino médio,
I R•sposta: ® de acordo com os níveis de chumbo encontra-
dos na dentina. Concluiu-se que os indivíduos
com níveis de chumbo na dentina maior ou
As seguintes alternativas estão de acor- igual a 10 ppm têm uma OR (odds ratio) para
97 do com a regulamentação do Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192),
a falha na conclusão do ensino médio igual a
4,11 (IC 95%0R 1,95;8,84). De acordo com estes
EXCETO: dados conclui·se que:
Condusão do Níveis dê chumbo
@ Quando um paciente menor de 18 anos é
ensino médio ~ lOppm <1 0ppm
atendido e se encontra desacompanhado o
conselho tutelar deve ser comunicado. Não 25 15
® No caso de óbito no local da ocorrência e Sim 75 185
havendo suspeita de crime, a equipe deverá
Total 100 200
preservar as evidências, não removendo o cor-
po e mantendo intacta a cena.
© O médico do SAMU, presente no local da
68 PteparatóriGpara Residência Medica SUS/SP

® As crianças com níveis dentinários de a Chumbo (Casos) encontramos os seguintes


chumbo maior ou igual a 1O ppm tem 4,11 ve- achados: falha na conclusão do ensino médio
zes mais chance de não completarem o ensino igual a 4,1 1 (IC 95% OR 1,95;8,84).
médio, quando comparadas àquelas com níveis IC 95%: O int ervalo de confiança de 95%
de chumbo na dentina < 1O ppm, sendo este confere significação estatística ao trabalho,
aumento estatisticamente significativo. tendo em vista que menos de 5% dos even-
® Um aumento de 4,11 vezes no nível de ex- tos podem ser atribuídos ao acaso.
posição ao chumbo não afetou a capacidade OR: Odds Ratio com valores > 1 indicam
dos indivíduos em completar o ensino médio. fator de risco para determinado evento.
© As crianças com níveis dentinários de Valores < 1 indicam fat or de proteção. No
chumbo maior ou igual a 10 ppm têm um au- caso em questão, observamos um intervalo
mento de aproximadamente 4% na chance OR variando desde 1,91 a 8,84 (mantendo
de não completarem o ensino médio, quando valores > 1), indicando fator de risco ex-
comparadas àquelas com níveis de chumbo na clusivo na população em estudo. O Odds
dentina < 1O ppm, sendo este aumento estatis- Ratio encontrado foi de 4,11 (corroboran-
ticamente significativo. do com o intervalo > 1), indicando que os
@ As crianças com níveis dentinârios de · c asos" apresentam 41 1% ou 4,11 vezes de
chumbo maior ou igual a 1Oppm têm um au- chance de desenvolver o desfecho (falha na
mento de aproximadamente 40% na chance conclusão do Ensino Médio) em relação aos
de não completarem o ensino médio, quando Controles.
comparadas àquelas com níveis de chumbo na Alternativa B: INCORRETA. O item refere que a ex-
dentina < 1O ppm, sendo este aumento estatis- posição (casos) não mostram associação ao
ticamente significativo. desfecho.
® As cria nças com níveis dentinários de Alternativa C: INCORRETA. Como dito, o risco de ex-
chumbo maior ou igual a 10 ppm têm 4,1 1 posição é 4,11 vezes maior ou 411%; A questão
vezes mais chance de não completarem o en- afirmar apenas•4%•
sino médio, quando comparadas àquelas com Alternativa D: INCORRETA. Novamente a alternativa
níveis de chumbo na dentina < 10 ppm, mas erra quando fala que o risco da exposição é de
este aumento no risco não é estatisticamente 40%.
significatívo. Alternativa E: INCORRETA. Este item acerta quanto
ao Risco (4,11 vezes), no entant o coment e o
.,. COMENTÁRIO: Estamos diante de um estu- erro de relatar que o estudo não apresentou
do de Casos (Exposição a Níveis de Chumbo significado est atístico.
~ 1O ppm) e Controles (Exposição a Níveis de I Resposta: ®
Chumbo < 1O ppm) que t em como desfecho a
influencia da exposição e conclusão do Ensino 99 No Brasil, dentre as doenças de notificação
Médio. "Nesse modelo, após o pesquisador dis· compulsória citadas abaixo, a notificação deve
tribuir as pessoas como doentes ou portadoras ser imediata (para caso suspeito ou confirma-
de uma si tuação clínica e não doentes ou não do) para:
portadoras da situação clínica, verifica, retros-
pectivamente, se houve exposição prévia a um ® sífilis congênit a.
fator entre os doentes e os não doentes. As pes- ® botulismo.
soas doentes ou portadoras são denominadas © malária.
•casos: e as não doentes ou não portadoras de ® tétano.
•controle~ Portanto, o parâmetro a ser estuda- ® leptospirose.
do é a exposição ou não a um fa tor~ Hochman
B e col Acta Cirúrgica Brasileira - Vol 20 (Supl .,. COMENTiRIO: O Botulismo é uma das doenças
2) 200$. de notificação compulsória e IMEDIATA.
Nos Estudos de Casos e Controles, utilizamos Para os agravos discriminados a seguir, além
o OR (Odds Ratio) que é a Razão de Chance da notificação periódica, deve ser comunicado
de determinado evento ser PROTETOR ou de imediatamente
RISCO. Nos Indivíduos com maior exposição
2010 69

ao Órgão de Vigilância Epidemiológica Estadual, e este para o SVS, no ato da constatação da suspei-
ta ou diagnóstico de caso ou surto, por meio de telefonema, fax ou e-mail, sem prejuízo do registro
das notificações pelos procedimentos rotineiros do Sinan.

Botulismo
Carbúnculo ou antraz
Cólera
Febre amarela
Febre do Nilo Oddental
Hantavirose
1) Caso suspeito de:
Peste
Raiva humana
Sfndrome febrlllctero-hemonagka aguda
Sfndrome respiratória aguda grave
Varro la
Tularemia
Poliomielite
2) Caso connrmado de: Sarampo
Tétano n~Wnatal
Agravos inusitados
3) Surto ou agregação de Difteria
casos ou agregaç3o de óbitos Doença de Chagas aguda
por: Doença meningocócica
lnfluenza humana

I Resposta: ®

A medida de tendência central mais influenciada pela presença de valores extremos na


1OO amostra é:

0 o desvio padrão.
® a amplitude.
© amédia.
@ amediana.
® amoda.
.,_ COMENTÁRIO: Dentre as medidas de tendência central. a mais influenciada pela presença de Valo-
res Extremos é a M~DIA.
Vantagens da média
1. Seu cálculo leva em consideração os valores de todos indivíduos estudados;
2. É utilizada em boa parte dos testes estatfsticos para calcular diferenças em um estudo; e
3. ~ mais facilmente compreendida pelos leitores e pesquisadores.
70 Preparatório para Residência Médica SUS/SP

Desvantagens da média
1. ~ influenciada por valores extremos (con-
forme mencionado anteriormente);
2. Só deve ser utilizada quando a distribui-
ção dos dados for simétrica (Normal ou
Gaussiana).

Outros Conceitos:
# Medidas Dispersão:
Desvio Padrão: O desvio padrão é a medi·
da mais comum da dispersão estatlstica
(representado pelo símbolo sigma, o). Ele
mostra o quanto de variação ou "dispersão"
existe em relação à média. Um baixo desvio
padrão indica que os dados tendem a estar
próximos da média; um desvio padrão alto
indica que os dados estão espalhados por
uma gama de valores.
Amplitude: A amplitude é definida como
sendo a diferença entre o maior e o menor
valor do conjunto de dados. Denotaremosa
amplitude por R. Portanto, consideremos o
conjunto de dados ordenado:

X(l) s X(2) s X(3) ... s X(n-1) s X(n)


A amplitude R dos dados é dada por:
R= X(n) • X(l)

# Medidas de Tendência Central:


Mediana: Esta é a segunda MTC mais utiliza-
da. Colocando os dados em ordem crescen-
te ou decrescente, a mediana corresponde
ao valor que divide o conjunto de informa-
ções em duas partes iguais.
Moda: Sua utilização é pouco frequente e
serve apenas para demonstrar qual o valor
é o mais frequente (que mais se repete) em
um conjunto de dados.
I Resposta: ©
2011

CLfNICA I· ALEXANDRE BARBOSA CÂMARA DE


SOUZA ralmente, mostra pleocitose com predomí-
nio neutrofilico, hipoglicorraquia e eleva-
ção de proteínas.
Myasthenia gravis: Distúrbio da j unção
Mulher de 25 anos apresenta nos últimos mioneural (por isso no início da doença os
O1 dias fraqueza progressiva em membros
inferiores, superiores e face, ficando tetraparé-
reflexos mantêm preservados), acomete
preferencialmente a musculatura esquelé-
tica, com arreflexia e dificuldade respiratória. tica dos nervos cranianos, diplopia, ptose
A ressonância magnética de crânio foi normal palpebral, paralisia facial, disfagia e disfo-
e o exame do líquor mostrou 5 células/ m m' e nia. Pode haver fraqueza muscular, pode se
proteína de 160 mg/dl. O provável diagnóstico localizar na porção proximal dos membros
e a terapia mais indicada são, respectivamente: I Resposta: ®
® esclerose múltipla e imunoglobulina.
® esclerose lateral amiotrófica e interferon. A associação correta entre nutrientes e
©
@
polirradiculoneurite e dexametasona.
myasthenia gravis e tímectomia.
02 dados clínicos, compatíveis com sua de-
ficiência, é:
® síndrome de Guillain-Barré e plasmaferese.
® piridoxina - diarreia.
~ COMENTARIO: Na investigação da sindrome de ® vitamina A · anemia sideroblástica.
paralisia flácida aguda, progressiva que iniciou © vitamina C - petéquias perifoliculares.
em membros inferiores associada a arreflexia, a @ niacina • cegueira noturna.
® principal hipótese é a síndrome de Guillain- ® tiamina - tetania.
·Barré . As outras patologias cit adas manifes·
tam- ~ COMENTARIO: Das vitaminas citadas pela ques-
·se de maneira diferente: t ão, os sintomas de deficiência de cada uma
Esclerose múltipla: acomete sistema nervo- são:
so central, podendo comprometer vias de Vitamina 66 (Piridoxina): Dermatite, neuro·
motricidade ocular, sensitivas, motoras e da patia e confusão mental. (l etra A errada)
coordenação. Vitamina A (Tiamina): Insuficiência cardía-
Esclerose lateral amiotrófica: o quadro clf- ca de alto débito (beribéri), sintomas neu-
nico é arrastado e a progressão não se dá ropsiquiátricos (agressividade, nistagmo e
em tão pouco tempo. Além disso é mais co- ataxia), cegueira noturna e gastrointestinal
mum em homens mais velhos; (constipação, náuseas e vômitos). (Letra B e
Polirradiculoneurite: o quadro clínico po- E erradas.)
deria ser semelhante ao da síndrome de
Guillain-Barré, mas o exame do lfquor, ge-
72 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

Vitamina C (ácido ascórbico): Mialgia, mal- ralizada, hipoventílação e arritmia cardíaca. A


estar, coagulopatia com petequias e causa mais provável destas complicações é:
sangramento gengiva! (let ra C correta)
Vitamina 63 (Niacina): Diarreia, confusão- ® hiperfosfatemia.
mental, ataxia e dermatite (Letra D incor- ® hipocalemia.
reta). © hiponatremia.
@ hipermagnesemia.
® hipoglicemia.
03 Considere os dois pacientes abaixo:
.., COMENTÁRIO: D quadro clínico de hipocalemia
consiste de fraqueza muscular/paralisia, hipo-
I. Homem com hemorragia subaracnoide e va- ventilação/insuficiência respiratória, mialgia/
soespasmo cerebral, complicado com sfndro- rabdomiolise, fleo paralftico/distensão abdo-
me cerebral perdedora de sal. minal, vômitos, arritmias cardíacas (fibrilação
11. Mulher com tumor cerebral e sfndrome da se- atrial. taquicardia paroxfstica supraventricular,
creção inapropriada de hormônio antidiurético. taquicardia ventricular e fibrilação ventricular),
A comparação correta en tre os dois pacientes é: intolerância a glicose, fibrose intersticial renal
(se crônico) e poliúria (déficit de concentração
® Caracterfstica - sede. I -aumentada. 11 - nor- urinária).
mal ou diminuída. I Resposta: ®
® Caracterfstica- sódio urinário. I- > 40 mEq/
L. li - geralmente> 100 mEq/L.
© Caracterfstica - volume urinário. I - normal Gestante assintomática é avaliada no
ou diminuído. 11- elevado.
@ Característica - pressão arterial. I - normal.
05 pré-natal. Apresenta hemoglobina de 9,8
g/dl, com volume corpuscular médio de 62 fl,
11 - diminuída/normal. 5.500 leucócitos/mm', 220.000 plaquetas/mm'.
® Caracterfstica - pressão venosa central. I - As dosagens de ferro sérico, índice de saturação
normal. 11 -diminuída. de transferrina, ferritina, creatinina e eletrólitos
são normais. Para confirmar a principal hipóte-
.., COMENTÁRIO: As principais características que se di agnóstica, deve-se solicitar:
diferenciam a síndrome cerebral perdedora de
sal e a síndrome da secreção inapropriada de @ Eletroforese de hemoglobina.
hormônio antidiurético, são respectivamente: ® Teste de Coombs.
Volume urinário: elevado I normal ou redu- © Mielograma.
zido; @ Dosagem de TSH.
Pressão arterial: normal ou diminuída I nor- ® Dosagem de DHL, bilirrubinas e haptoglo-
mal; bina.
Pressão venosa central: baixa I normal
Sódio urinário: m uito elevado (> 1OOmEq) I .., COMENT~RIO: Diante de uma paciente com
elevado (>40 mEq); anemia hipocrômica e microcltica, as suspei-
Sede: aumentada I normal ou diminuída. tas seriam ferropriva, t alassemia e as anemias
I Resposta: ® sideroblásticas, como perfil de ferro normal
(na ferropriva teria ferritina baixa, enquanto na
sideroblástica alta), a principal hipótese é a ta-
Paciente é admitido no pronto-socorro lassemia, e para investigação da mesma o pró-
04 com poliúria, desidratação e náusea. Os
exames mostram glicemia de 485 mg/dl, sódio
ximo passo é a eletroforese de hemoglobina.
I Resposta: @
de 130 mEq/L, potássio de 3,9 mEq/ L e bicarbo-
nato de 12 mEq/L. Após terapia com cloreto de
sódio, insulina regular e bicarbonato de sódio, Considere 4 pacientes com os seguintes
o paciente passa a apresentar fraqueza gene- 06 diagnósticos:
2011 73

I. !leite regional; @ Exame - cilindros. Pré-renal - granulosos.


11. Gastrite atrófica; Renal - hialinos.
111. Retocolite ulcerativa inespecífica; ® Exame- relação sérica ureia/creatinina. Pré-
-renal - < 15. Renal - > 40.
Apresentam maior risco de apresentar marcha © Exame - fração de excreção de sódio. Pré-
at áxica e hemograma mostrando hemoglobina -renal - > 1%. Renal - < 1%.
de 7,2 g/dl, VCM de 125 fl e DHL > 3.000 U/L os @ Exame- osmolalidade urinária (mOsm/kg).
pacient es: Pré-renal - > 500. Renal - < 250.
® Exame - densidade urinária. Pré-renal - cer-
@ lleiV. ca de 101 O. Renal - > 1020.
® lell.
© lelll. .. COMENTÁRIO: Os parâmetros clássicos para di-
@ le iV. ferenciação da insuficiência renal "pré-renal" da
® llelll. "renal (necrose t ubular aguda)" são respectiva-
mente:
.. COMENTÁRIO: A condição que leva ao mes- Urina 1: Normal / cilindros granulares e epi-
mo tempo ataxia e anemia megaloblástica é teliais;
a anemia perniciosa (deficiência de vitamina Osmolaridade urinária (m0sm/L): >500 I
B12), que para sua absorção no lleo é necessá- <250;
ria ligação com o fator intrínseco no estômago, Sódio urinário (mEq): <20/>20;
portanto qualquer condição que afetar alguma Fração de excreção de sódio: <1%/ > 1%;
dessas estruturas anatômicas podem levar sua Fração de excreção de ureia: <35%/>35%.
deficiência. I Resposta: @
I Resposta: ®

Considere os pacientes abaixo portado-

O7
As nefropatias associadas ao lúpus erite-
matoso sistêmico e à glomerulonefrite
09 res de bacteriúria assintomática:

pós-estreptocócica têm em comum: I. Mulher de 50 anos em uso de metformina


e glibenclamida.
@ a taxa de evolução para glomerulonefrite 11. Homem de 65 anos com hiperplasia pros-
crônica com hialinização glomerular. t ática benigna.
® a excelent e resposta t erapêutica ao pulso 111. Mulher de 20 anos no segundo trimestre
de metilprednisolona e ciclofosfamida. de gravidez.
© a evolução frequente com proteinúria su- IV. Homem de 45 anos no pré-operatório de
perior a 3,5 gramas por dia. troca de válvula aórtica.
@ a predominância de lesão segmentar e fo-
cal à microscopia ótica. Deverão receber antibioticoterapia os pacien-
® o fato de cursarem com redução do nível t es:
sérico de complemento.
@ lle lll.
.,_ COMENTÁRIO: A hipocomplementemia (detec- ® llle iV.
tada pela redução de C3 e C4) está present e em © I e li.
muitas etiologies de glomerulonefrite, dentre @ I e IV.
elas a: nefrite lúpica, glomerulonefrite pós-in- ® ll e IV.
fecciosa, glomerulonefrite menbranoprolifera-
tiva e crioglobulinemia mista. .. COMENTÁRIO: As condições mais bem aceitas
I Resposta: ® para iniciação do tratamento de bacteriúria
assintomática são gravidez, cirurgia urológica
e t ransplant e renal. Algumas sociedades orien-
Analisando--se as variantes de insuficiência t am também no pré-operatório de valvopatias.
08 renal aguda é verdadeira a comparação: I Resposta: ®
74 PreparatórioparaResidência M~dica SUS/SP

~correta a comparação entre os achados ®


1O clinicos e laboratoriais dos distúrbios das
paratireoides:
©
história de uso crônico de levotiroxina.
presença de exoftalmo.
@ tít ulo elevado de anticorpo antiperoxidase.
® t itulo elevado de anticorpo antirreceptor
® Hiperparatíreoidismo - tetania/Hipoparati- de tireotrofina.
reoidismo - osteoporose.
® Hiperparatireoidismo - catarata/Hipopara- ,.. COMENTÁRIO: A paciente apresenta história
tireoidismo - poliúria. clínica compatível com o diagnóstico de hiper-
® Hiperparatireoidismo - calcificações intra- t ireoidismo. O TSH suprimido relata que o eixo
cranianas/Hipoparatireoidismo - obstipação está sendo inibido pelo hormônio tireoidiano.
intestinal. A captação t ireoideana de iodo radioativo de
® Hiperparatireoidismo - nefrolitíase I Hipo- 1%, a tireoide normal à USG revela que ela não
paratireoidismo- sinal de Chvostek. está apta por iodo e que não há nenhum nó-
® Hiperparatireoidismo - parest esias/Hipopa- dulo hiperfuncionante, sugerindo que não está
ratireoidismo- encurtamento do intervalo QTc. com a produção de hormônio aumentada e
que o hormônio circulante tem origem externa
,.. COMENTÁRIO: O hormônio PTH, produzido na (uso de levotiroxina). Tftulos elevados dos an-
paratireoide, tem ação em reabsorção de cálcio ticorpos antitireoperoxidase são encontrados
no osso e rim, e excreção de fósforo, sendo as- em doenças autoimunes da tireoide (doença
sim o excesso (hiperparatireoidismo), vai geral de graves e t ireoidite de Hashimoto, por exem-
hipercalcemia, redução do intervalo QT, poliú- plo). O titulo de Anticorpos Antirreceptor de
ria, nefrolitíase e osteoporose, e a deficiência Tireotrofina (TRAb) é encontrado em 90% dos
(hipoparatiroidismo) por sua vez, leva a Hipo- casos de doença de graves, a qual apresenta-
calcemia e hiperfosfatemia, gerando aguda- ria alteração na captação de iodo radioativo. A
mente aumento do intervalo QT, parestesias, exoftalmia é encontrada em 20-40% dos casos
tetânía e até convulsões, e de maneira crônica: de hipertireoidismo, não sendo o mais provável
calcificações nos gânglios da base. Dois sinais de ser encontrado nessa paciente.
que podemos encontrar na hipocalcemia são I Resposta: ®
Chvostek: espasmos dos músculos faciais em
resposta à percussão do nervo facial, e Trus-
seau: contração generalizada dos músculos Infecção bacteriana persistente, notada-
do antebraço e flexão do punho induzida por
isquemia após a aplicação de manômetro com
12 mente por Pseudomonas aeruginosa, é
uma das principais caracteristicas da doença
pressão 20mmHg superior a sistólica por 3 mi- pulmonar causada por:
nu tos.
I Resposta: @ ® bronquite crônica.
® deficiência de alfa-1-antitripsina.
© doença de Wegener.
CL[NICA 11- GIOVANNI GALENO DO NASCIMENTO @ fibrose cística.
SANTOS ® infecção pelo HIV.
,.. COMENTÁRIO: A infecção de pacientes com
Mulher de 25 anos apresenta quadro de fibrose cística por Pseudomonas aeruginosa
11 ansiedade, insônia, palpitação e emagre-
cimento. Os exames revelam TSH < 0,01 meU/
é bastante comum. Tanto que se discute a in -
ternação programada para realizar a descolo-
ml, velocidade de hemossedimentação de 3 nização ou desinfecção de pacientes ainda as-
mm/ h, t ireoide homogênea e de t amanho nor- sintomáticos. A colonização de pacientes com
mal à ultrassonografia e captação tireoidiana fibrose clstica ocorre entre o quinto e sexto ano
de iodo radioativo de 1%. Dos dados abaixo o de vida e é em encontrada em 80% dos pacien-
mais provável nessa paciente é: tes com fibrose cística. A colonização e infecção
estão relacionadas com piores prognósticos.
® alargamento de sela t úrcica. I Resposta: @
2011 75

Um homem de 28 anos procura o médico corticoide inalatórío + baixa dose de beta-ago-


13 para tratamento de asma. Queixa-se de
tosse frequente e falta de ar. Faz uso irregular
nista de longa duração).
Al ternativa B: uso diário de um inibidor da bomba
de triancinolona 1 a 2 inalações por dia e sal- de prótons; paciente com sintomas de refluxo,
butamol através de um inalador dosimetrado, o qual podem estar atrapalhando a compensa-
quando necessário, geralmente 3 a 4 vezes por ção da asma. Necessário iniciar o tratamento.
dia. Nos últimos dias acordou mais de 1 vez Alternativa C: corticoide inalatório de maior po-
por sintomas respiratórios e precisou procurar t ência em uso regular; faz parte de uma alter-
atendimento no pronto-socorro 2 vezes. Refere nativa ao Step 3 (média/alta dose de corticoide
refluxo de conteúdo ácido à noite, frequent e. inalatório).
Ao exame está confortável com raros sibilos ex- Alttmativa D: adicionar um antagonista de recep-
pirat órios bilateralment e. O teste com expirô- t or de leucot rieno; faz parte de uma alternativa
metro mostra peak flow de 70% do esperado. ao Step 3 (baixa dose de corticoide inalatório+
Dent re os tratamentos abaixo, NAO é apropria- ant agonista do receptor de leucotrieno).
do para esse paciente, nesse momento: Alttmativa E: Salbutamol regularmente quatro
vezes ao dia; paciente se encontra com sinais
@ adicionar um beta-agonista de longa dura- de crise de asma, necessitando do uso de bro-
ção. codilatador de curta duração até a compensa-
® uso diário de um inibidor da bomba de pró- ção do quadro.
tons. I Resposta: ®
© corticoide inalatório de maior pot ência em Gabarito sugerido: questão anulada por ausên-
uso regular. cia de alternativas corretas.
@ adicionar um antagonista de receptor de
leucotrieno.
® salbutamol regularment e 4 vezes ao dia. Uma mulher, de 40 anos, é admitida na

.. COMENTÁRIO: A questão nos revela um pacien-


14 sala de emergência com queixa de disp -
neia. O monit or mostra (VER IMAGEM). O diag-
te com crise de asma vigente, notável pela pre- nóstico é de:
sença de raros sibilos expirat órios frequentes e
peak-flow de 70% (asma moderada). O pacien-
te apresenta sintomas diários 3-4x/semana,
tem acordado devido aos sintomas da asma e
necessita do uso de medicação de alívio cons-
tantemente (no texto não há descrição de limi- @ Bloqueio AV total.
tação para atividade física), preenchendo três ® Flutter atrial.
dos quatro critérios dos nfveis de cont role dos © Bloqueio AV de segundo grau.
sintomas da asma (controlada/parcialmente @ Fibrilação atrial.
controlada/descontrolada), sendo classificada ® Taquicardia ventricular.
como asma descompensada. Ele possui fato-
res de risco para a descompensação da asma .. COMENTÁRIO: No fragmento do eletrocardio-
(refluxo gastroesofágíco) que deve ser t ratada. grama é notável o padrão serrilhado devido
Seu tratamento atual se encaixa em um Step à presença da onda F, caracterizando o flutter
2 (baixa dose de corticoide ínalatórío e uso de atrial.
broncodilatador de curta duração de resgate). I Resposta: ®
Considerando o uso correto das medicações. a
faixa de tratament o deve ser avançada para um
St ep 3. Analisemos as alt ernativas, consideran- São considerados fatores de risco para
do a pergun ta de qual tratamento NAO é apro-
priado para o paciente nesse momento:
15 doença arterial coronária, equivalentes à
presença de doença coronária estabelecida, as
Altt rnativa A: adicionar um beta-agonista de lon- alterações abaixo, EXCETO:
ga duração; faz parte do Step 3 (baixa dose de
76 PreparatórioparaResidência Medica SUS/SP

® Doença arterial carotídea sintomática; seletividade, sendo de pequena mont a com o


® Aneurisma de aorta abdominal; uso de baixas doses de betabloqueadores car-
© Hipertensão arterial sistêmica; diosseletívos. Diferentemente, betabloqueado-
@ Diabetes mellitus; res de terceira geração, como o carvedilol e o
® Doença arterial periférica. nebivolol, têm impacto neutro ou até podem
melhorar o metabolismo da glicose e lipfdico,
.,. COMENTÁRIO: Entendendo a questão, ela so- possivelmente em decorrência do efeito de
licita os fatores de riscos que possuem equiva- vasodilatação com diminuição da resistência
lência de risco à presença da própria doença à insulina e melhora da captação de glicose
arterial coronariana estável. Ou seja, quais fato- pelos tecidos periféricos. Estudos com o nebi·
res de risco equivalem ao risco de uma doença volol também têm apontado para uma menor
arterial coronariana já estabelecida. Eles são: interferência na função sexual, possivelmente
doença arterial coronária manifesta atual ou em decorrência do efeito sobre a sfntese de
prévia (angina estável, isquemia silenciosa, óxido nít rico endotelial" e "Os diuréticos tam·
sfndrome coronariana aguda ou cardiomiopa- bêm podem provocar intolerância à glicose,
tia isquêmica), doença arterial cerebrovascular aumentar o risco do aparecimento do diabetes
(acidente vascular cerebral isquêmico ou ata- melito, além de promover aumento de triglicé-
que isquêmico silencioso), doença aneurismá- rides, efeitos esses, em geral, dependentes da
tica da estenótica da aorta abdominal ou de dose'; sobre os betabloqueadores e diuréticos,
seus ramos, doença arterial periférica, doença respectivamente. Resposta, hidroclorotiazida
arterial carotfdea (estenose maior ou igual a em dose baixa e atenolol (betabloqueador de
50%) e diabetes melito tipo 1 ou 2. A hiperten- primeira geração).
são arterial também é um fator de risco para a I Resposta: ®
doença arterial coronariana estável, mas não é
um equivalente aterosclerótico.
I Resposta: © Um homem de 70 anos, hipertenso, está
17 em tratamento otimizado com 4 anti-hi·
pertensivos e não atinge a meta preconizada.
Dentre os esquemas terapêuticos para o Faz uso também de outros medicamentos, lis·
16 tratamento de hipertensão de diferen tes
gravidades em pacientes portadores de síndro-
tados abaixo, com ação pressora, que podem
estar interferindo desfavoravelmente no trata·
me metabólica, a PIOR opção é: mento, EXCETO:

® losartana + anlodipina + carvedilol + hidro- ® finasterida.


clorotiazida em dose baixa. ® venlafaxina.
® losartana + anlodipina. © predinisona em dose baixa.
© losartana. @ amitriptilina.
@ captopril + hidroclorotiazida em dose baixa. ® ibuprofeno.
® hidroclorotiazida em dose baixa + atenolol.
.,. COMENTÁRIO: De acordo com a VI Diretriz de
.,. COMENTÁRIO: Retirando trecho da VI Diretriz Hipertensão Arterial Sistêmica, os antidepressi·
Brasileira de Hipertensão Arterial Coronariana: vos tricfclicos (inclui a Amit riptilina), os anti-in -
"Betabloqueadores de primeira e segunda ge- flamat órios esteroidais e não est eroidais (inclui
ração podem acarretar também intolerância Prednisona e lbuprofeno) possuem o efeito de
à glicose. induzir ao aparecimento de novos dimi nuição do efeito anti-hipertensivo. O pri -
casos de diabetes, hipertrigliceridemia com meiro dos anti-hipertensivos de ação cent ral
elevação do LDL-colesterol e redução da fração (Aifametilopa e Clonidina, por exemplo); o se-
HDL-colesterol. o impacto sobre o metabolis- gundo dos betabloqueadores, !ECA e diuréti-
mo da glicose é potencializado quando os be- cos. Em relação à Venlafaxi na, está descrit o em
tabloqueadores são ut ilizados em combinação sua bula um aumento constante da pressão ar·
com diuréticos. O efeito sobre o metabolismo teriaI. Possível que isso ocorra em decorrência
lipídico parece estar relacionado à dose e à
201 1 77

da ação noradrenérgica da Venlafaxina, o que Em um paciente com peritonite bacteria-


condiz com a correlação de dose-dependência
desse efeito, que ocorre especialmente em do·
2O na. são achados do líquido ascítico que
sugerem tratar-se de peritonite secundária:
ses maiores que 225mg por dia. A Finasterida
(inibidor da enzima 5-a-redutase) não apresen- @ glicose > 50 mg/dl e DHL < limite superior
ta efeito pressor descrito em sua bula nem inte- da normalidade no sangue.
ração com anti-hipertensivos. ® glicose < 50 mg/dl e concentração de pro-
I Resposta: @ teínas > 1 g/dt.
© polimorfonucleares > 500/mm' e concen-
tração de proteínas < 1 g/dt.
Os patógenos que mais frequentemente @ glicose > 50 mg/dl e concentração de pro-
18 causam infecção da corrente sanguínea
relacionada a cateter venoso central são:
teínas < 1 g/dl.
® polimorfonucleares > 500/mm' e glicose <
50mg/dl.
@ germes anaeróbios.
® estafilococos coagulase·negativos. ... COMENTÁRIO: Para o diagnóstico de PBS, deve-
© bacilos Gram-negativos. se apresentar liquido ascftico com PMN maior ou
@ Candida sp. igual a 2SO/mm3 (mesmo critério de PBE) e Gram
® Staphylococcus aureus. mostrando Oora mista, juntamente com a pre-
sença de dois ou mais dos seguintes achados:
.,. COMENTÁRIO: Os agentes mais prevalentes em Glicose < SOmg/dL
infecção de cateter relacionado às correntes Concentração de proteínas > 1g/dl
sanguíneas são, em ordem decrescente: estafi- DHL > Limite superior da normalidade do
lococos coagulase negativos, S. aureus e bacilos Sérico
Gram-negativos. Aumentam a acurácia:
I Resposta: ® Antígeno Carcioembrionário (CEA) no liqui-
do ascítico > 5ng/ml
Fosfatase alcalina no liquido ascítico >
Na polimialgia reumática e na fibromiagia 240U/L
19 espera-se encontrar, respectivamente: I Resposta: ®

@ VHS elevada e ausência de marcadores la- PEDIATRIA I· GABRIELA LUCENA DE ARAUJO


boratoriais.
® ausência de marcadores laboratoriais e VHS
elevada. Um menino de 4 meses de vida é inter-
© FAN positivo e VHS elevada.
@ fator reumatoide positivo e ausência de
21 nado em enfermaria de pediatria com
diagnóstico de bronquiolite. Para evitar a trans·
marcadores laboratoriais. missão da doença no ambiente hospitalar, é
® ANCA positivo e fator reumatoide positivo. correto:

.,. COMENTÁRIO: O diagnóstico da polimialgia @ recomendar precauções de contato, ape·


reumática baseia-se em critérios clinicas: dor nas.
e rigidez em no mínimo dois grupos muscula· ® manter a criança em enfermaria, pois o lac·
res, por mais de duas semanas e sem evidência tente de 4 meses não transmite a doença, devi-
clínica ou laboratorial de infecção, malignidade do à pequena eliminação de vírus no ambiente.
ou doença do tecido conjuntivo. Associado à © recomendar precauções respiratórias de
idade superior a 50 anos, VHS elevada e pronta aerossóis, apenas.
resposta à corticoterapia. O diagnóstico de fi- @ recomendar precauçóes respiratórias de
bromialgia é eminentemente clinico, não apre- gotículas, apenas.
sentando alteraçóes de exames laboratoriais. ® recomendar precauções de contato e de
I Resposta: @ gotículas.
78 Preparatório paraResidência Médica SUS/SP

._ COMENTARIO: A transmissão do vírus c;ausador sendo utilizados swab nasal ou de orofaringe.


da bronquiolite ocorre pelo contato direto ou Em crianças entubadas em Unidades de Terapia
próximo com secreções infectadas, é transmi- Intensiva podem ser realizadas coletas de aspi-
tido pela exposição a partfculas grandes (gotí- rado traqueal ou de lavado broncoalverolar. A
culas) a uma distância pequena(< 1 metro) ou carga vira! não é baixa nas crianças. O resultado
por fõmites. Assim, deve ser feito o isolamento da pesquisa dos vírus demoram cerca de um a
apenas de contato. dois dias, quando normalmente a criança ainda
I Resposta: ® encontra-se internada.
I Resposta: questão anulada

22 Um menino de 4 meses de vida é interna-


do em enfermaria de pediatria com diag-
nóstico de bronquiolite. Dos abaixo citados, o 24 A vacina tríplice viral imuniza contra o
sarampo, caxumba e rubéola. Quantas
agente mais comum desta doença é: doses e em que idades devem ser administra·
das, segundo o calendário de imunizações do
® metapneumovírus. Ministério da Saúde?
® parvovfrus.
© adenovírus. ® 3 doses; 12 meses, 4 e 12 anos.
@ vírus Parainfluenza. ® 2 doses; 8 meses e 1Oanos.
® vírus respiratório sincicial. © 2 doses; 12 meses e 4 a nos.
@ 2 doses; 12 meses e 1oanos.
._ COMENTARIO: O vírus sincicial respiratório é o ® 3 doses; 8 meses, 4 e 1Oanos.
agente mais frequente da bronquiolite (cerca
de 76%), contudo diversos outros vírus podem ._ COMENTARIO: De acordo com o calendário va·
causar a doença, como rinovírus, metapneu- cinal do Ministério da Saúde do ano de 201 O, a
movírus, influenza, coronavirus, adenovírus e vacina tríplice vira I, contra as doenças sarampo,
parainfluenza. caxumba e rubéola, era realizada com 12 meses
I Resposta:® (questão anulada pela banca) de vida e um reforço com 4 a 6 anos. Contudo,
em setembro de 2013 foi introduzida a vacina
tetraviral, que inclui a varicela, além das três
A identificação do agente etiológico anteriores. Assim, no calendário vacinaI do Pro·
23 pode ser indicada, para elucidação diag-
nóstica etiológica, durante a internação?
grama Nacional de Imunização de 2016, a trí-
plice vira! é feita apenas com 1 2 meses de vida,
aos 1S meses é realizada a tetraviral.
® Não, pois não há metodologia para identi- I Resposta: ©
ficar o vírus durante o período de internação,
apenas com metodologia demorada, com cul-
tura de células.
® Sim, pela sorologia para vírus, no segundo
dia de evolução.
25 A deficiência seletiva de lgA é uma das
mais comuns deficiências de imunidade
identificadas. Pode-se afirmar que, nestas crian-
© Sim, pela pesquisa por imunofluorescência, ças:
em secreção de rinofaringe.
@ Sim, pela pesquisa direta com identificação ® identifica-se uma predominância do sexo
de células com inclusão, características, em se- masculino, por ser ligada ao cromossomo X.
creção de rinofaringe. ® o prognóstico é de evolução para imuno·
® Não, pois a carga vira! é pequena nos fac- deficiência combinada em metade dos casos e
tentes jovens. resolução no restante.
© existe maior incidência de infecções respi·
._ COMENTARIO: A identificação do agente etio- ratórias, mas não gastrointestinais.
lógico pode ser sim realizada utilizando-se mé- @ está indicado o uso de imunoglobulina hu-
todos laboratoriais como a detecção de anti- mana intravenosa mensal.
corpos fluorescentes e isolamento por culturas, ® observa-se maior incidência de alergia à
2011 79

proteína do leite de vaca. .. COMENTARIO: A hiperbilirrubinemia indire-


ta, denominada "fisiológica~ caracteriza -se na
.,_ COMENTÁRIO: ainda não se determinou a cau- população de termo por início tardio (após 24
sa da deficiência seletiva de lgA exata. Em al- horas) com pico entre o terceiro e quarto dias
gumas famílias, existe evidência de ocorrência de vida. A icterícia por incompatibilidade ABO
familiar, sugerindo ao mesmo tempo autossõ- acontecerá quando a mãe apresentar sangue
mica dominante e modos recessivos de trans- tipo O e o RN tipo A ou B, já a icterícia por in-
missão, não havendo uma predominância por compatibilidade Rh existirá quando a mãe
sexo (alternativa A incorreta). A classe lgA de apresentar Rh negativo e pesquisa de anticor-
imunoglobulinas tem a função específica de pos irregulares posit iva, o que significa que a
proteger superffcies m ucosas do corpo (olhos, mãe foi sensibilizada previamente, e o RN apre-
boca, garganta, pulmões, gastrointestinais e do sentar Rh positivo e coombs direto positivo.
trato geniturinário) de infecção (alternativa C A icterícia do leite materno surge desde a pri-
incorreta). O quadro clínico de pessoas com de- meira semana de vida com persistência por
ficiência de lgA pode variar de saudável e sem duas a três semanas, chegando até três me-
sintomas até doença grave. esta normalmen- ses. Tem sido descrita em 20 a 30% dos RN em
te ligada a outras i munodeficiências, porém aleitamen to materno, sendo que 2 a 4% deles
não há uma evolução da doença para outras persistem com valores acima de 1O mg/dl na
imunodeficiências (alternativa B incorreta). As terceira semana de vida, podendo alcançar 20-
alergias são uma apresentação comum de de- 30 mg/dl por volta da segunda semana. Nesses
ficiência selet iva de lgA, as mais comuns são casos, chamam a atenção o bom estado geral
a asma e alergias alimentares. Não existe tra- do RN e o ganho adequado de peso.
tamento específico para a deficiência seletiva I Resposta: @
de l gA. A gamaglobulina não é usada, a menos
que a deficiência de lgA esteja associada a de-
ficiência de outras classes de imunoglobulinas, O uso de ácido acetilsalicílico em crian-
como a subclasse lgG2 (alternativa d incorreta).
Pacientes que têm deficiência de lgA apresen-
27 ças com vancela:

tam maior prevalência de alergia alimentar, @ auxilia no controle do processo inflamató-


devido à deficiência da lgA secretória no trato rio quando existe pneumonite vira L
gastrointestinal. ® aumenta o risco de aparecimento de her-
I Resposta: ® pes-zóster no futuro.
© deve ser evitado pois favorece o desenvol-
vimento de varicela hemorrágica.
Uma recém-nascida (RN) de termo, com @ diminui a extensão das lesões e abrevia o
26 53 horas de vida, em aleitamento mater-
no exclusivo, apresent a icterícia que se espalha
período de estado da doença.
® está contraindicado devido ao risco de Sín-
até a raiz dos membros. A tipagem sanguínea drome de Reye.
materna é A Rh negativo com pesquisa de anti-
corpos irregulares negativa e da RN é B Rh posi- Alternativa A: INCORRETA. O uso do Ácido Acetil-
tivo com teste da antiglobulina direto negativo salidlico (AA$) não interfere na ocorrência de
e eluato negativo. O resultado da bilirrubina in- pneumonite vira I.
direta foi 9,8 mg% com bilirrubina total de 10.4 Alternativa B: INCORRETA. Após a cura e remissão
mg%. Qual a principal hipótese diagnóstica total do quadro de varicela, o vírus pode per-
para esta RN? manecer em estado latente e sua reativação
resul ta no quadro de herpes-zoster. Isso ocorre
@ Icterícia fisiológica. principalmente em indivíduos imunocompro-
® Icterícia pelo aleitamento materno. metidos.
© Incompatibilidade sanguínea ABO. Alternativa C: INCORRETA. A varicela hemorrágica é
@ Incompatibilidade sanguínea Rh. infrequente, cursa com t rombocitopenia que
® Incompatibilidade sanguínea ABO e Rh. pode evol uir com quadros hemorrágicos em
80 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

diversos órgãos, como a pele. O tratamento é ao dia. As fezes são pastosas, abundantes, féti-
a transfusão de plaquetas e introdução do Aci- das e com predomínio de muco. O tratamento
clovir. Não se utiliza o AAS nesses casos. deve ser feito com Metronidazol 15mg/kg/dia,
Alternativa D: INCORRETA. A varicela é uma doença VO, divididos em duas tomadas, por cinco dias.
autolimitada, com duração de dois a quatro Secnidazol e Tiabendazol são alternativas de
dias, não sendo modificado pelo uso de anti-in- tratamento. O Albendazol não é eficaz no trata-
flamatório. mento da giardiase.
Alternativa E: CORRETA. A síndrome de Reye é pre- I Resposta: ®
cipitada em indivíduos geneticamente suscep-
tível pela interação entre infecção viral (gripe,
varicela) e o uso do Ácido Acetilsalicllico. É ca-
racterizada por uma doença viral prévia, já em
resolução, e o inicio agudo de vômitos e en-
29 Uma menina de 3 anos de idade é levada
ao pronto-socorro com história de fezes
amolecidas várias vezes ao dia, há 2 dias, com
cefalopatia, com alteração de função hepática aparecimento de sangue na data da consulta.
(coagulopatia, elevação de amônia, TGO e TGP). Ao exame, está hidratada, sem febre e. duran-
te o exame, apresenta convulsão. Os principais
agentes que podem estar envolvidos nesse
Um menino de 2 anos de idade, saudá- quadro são:
28 vel e com excelente curva de desenvol-
vimento ponderoestatural, está há 2 semanas ® Shigella dysenteriae e Campylobact er jejuni.
com alterações do hábito intestinal, ora com fe- ® Shigella dysenteriae e Clostridium difficile.
zes amolecidas e outras com obstipação, após © Clostridium difficile e Escherichia coli ente-
quadro diarreico inicial com 3 dias de duração. roinvasiva.
O exame de fezes demonstrou a presença de @ Shigella dysenteriae e Escherichia coli ente-
Giardia lamblia. É correto: roinvasiva.
® Clostridium difficile e Campylobacter jejuni.
® adotar conduta expectante, pois as mani-
festações são autolimitadas e as drogas muito ,.. COMENTÁRIO: A etiologia da diarreia aguda na
tóxicas para esta idade. infância pode estar relacionada com agentes
® atribuir os sintomas à giardíase e prescrever infecciosos como vírus, bactérias e parasitas,
metronidazol durante S a 7 dias. ou agentes não infecciosos. A diarreia causada
© atribuir os sintomas à giardíase e prescrever pela E. coli enteroinvasiva é uma doença infla-
albendazol dose única. matória da mucosa intestinal e da submucosa,
@ tratar a giardíase com albendazol em dose que leva a um quadro de diarreia líquida, di-
única, mas investigar outros agentes para as al- senteria leve, dor abdominal severa, vômitos,
terações referidas. tenesmo, cefaleia, febre, calafrios e mal-estar
® investigar deficiência de lgG e t ratar com generalizado, semelhante ao produzido pela
metronidazol durante 3 dias. Shigella. A shigelose é doença aguda toxêmica,
que pode causar sintomas neurológicos, como
,.. COMENTARIO: A maioria dos casos de giardlase convulsões e sinais meninglticos.
é assintomática ou oligossintomática, sobretu- I Resposta: @
do em pacientes adultos. Contudo, a doença
pode apresentar amplo espectro clínico em
crianças ou adultos jovens. A manifestação O uso de mel na alimentação das crian-
clínica mais frequente é a síndrome diarreica.
caracterizada por diarreia de evolução crônica,
3O ças abaixo de 1 ano de idade está con·
traindicado devido ao risco de:
contínua ou com surtos de duração variável,
acompanhada por cólicas abdominais, com ® leptospirose.
alternância de exonerações normais e consti- ® shíguelose.
pação intestinal, devendo sim ser realizado o © salmonelose.
tratamento nos casos diagnosticados. As eva- @ botulismo.
cuações, em geral, ocorrem duas a quatro vezes ® amebíase.
201 1 81

.. COMENTiRIO: O botulismo é um tipo severo de ção bacteriológica, que pode ser feita através
intoxicação alimentar causado pela ingestão de do teste rápido de detecção de antígenos por
alimentos contendo uma potente neurotoxina swab da garganta. A toxina produzida tem efei-
formada durante o crescimento do Clostridium to sistêmico podendo gerar a síndrome do c ho·
botulinum, cujos esporos esUo frequentemen- que toxico ou a fasceíte necrotizante. Quanto
te distribuídos na natureza. A origem desses à imunidade, uma vez adquirida infecção por
esporos é desconhecida no botulismo infantil, estreptococo do grupo A, o contato com a exo-
mas o mel tem sido identificado como possível toxina estimula a produção de anticorpos an·
fonte de contaminação. Crianças menores de 1 titoxina, proporcionando certa imunidade, mas
ano de idade são mais susceptíveis ao desen- como o estreptococo do grupo A é capaz de
volvimento da doença devido aimaturidade da produzir três diferentes exotoxinas pirogênicas
flora intestinal que, ao ingerir alimento conten· causadoras de erupção cutânea (A. 8 ou C), o
do esporos, permite a germinação, multiplica- paciente pode apresentar um segundo ataque
ção e produção de neurotoxina botulínica no de escarlatina.
intestino infantil. Alternativa A: CORRETA.
I Resposta: @ Alternativa B: INCORRETA. A droga de escolha é a
penicilina.
PEDIATRIA 11· RENATA DAVIN GOMES PARENTE Alternativa C: INCORRETA. Existem três tipos de exo·
toxinas, portanto mesmo tendo a escarlatina
uma vez, é possível ter novamente a doença
A escarlatina é uma doença comum e causada pelas outras duas exotoxinas que não
31 que se manifesta por um rash cutâneo
associado a uma infecção de trato respiratório
foi exposto.
Alternativas De E: INCORRETAS. Ver comentário.
superior. ~ correto afirmar que:

@ o estreptococo do grupo A produtor de to· Um menino de 13anosde idadeé levado


xina eritrogênica é o agente causal.
® a eritromicina é a droga de escolha no trata·
32 ao pronto-socorro com febre e dor no
joelho. Ao exame, está em regular estado geral
mento da doença por inativa r a ação da toxina. e o médico diagnostica artrite em joelho es-
© a doença ocorre apenas uma vez, pois exis- querdo. Como antecedente, havia a referência
te desenvolvimento de imunidade duradoura. de queda de bicicleta há 15 dias, sem ferimento
@ a pesquisa r~pida do antígeno bacteriano cortante, mas com a formação de hematoma
em swab de orofaringe é negativa nestes casos, em coxa direita, que já está resolvido. ~ correto
pelas características do agente. afirmar que:
® o agente envolvido nesta doença não causa
doença ínvasiva, agindo pela produção de toxi- @ o antecedente é uma coincidência não
na sem efeito sistêmico. guardando relação com a artrite atual que, nes·
sa idade, deve-se principalmente ao Strepto-
.. COMENTARIO: A questão aborda a escarlatina coccus pneumoniae.
que é uma infecção do trato respiratório supe- ® o antecedente de trauma fechado sugere
rior, associada à erupção cutânea, característica hemartrose tardia, devendo·se realizar punção
causada por estreptococo do grupo A produtor esvaziado ra e instituição precoce de fisioterapia.
de exotoxina pirogênica (toxina eritrogênica) © o antecedente de trau ma fechado suge·
que acomete indivíduos sem anticorpos an- re artrite asséptica, inflamatória, devendo-se
titoxina. O estreptococo do grupo A é extre· iniciar terapêutica com anti-inflamatório não
mamente sensível à penicilina. Sendo o trata- hormonal.
mento de escolha a pen-V-oral por 1O dias ou @ o Staphylococcus aureus é o principal
penicilina G benzatina IM em dose única. No agente envolvido e deve-se realizar punção
caso da escarlatina o tratamento deve ser ini- diagnóstica da articulação.
ciado imediatamente e se não tiver um quadro ® devido ao antecedente de trauma, o prin·
clássico podemos aguardar alguma confirma· cipal agente é o Staphylococcus epidermidis,
82 Preparatóriopara Residén<ia Médi<a SUS/SP

devendo-se realizar punção diagnóstica e esva- tadas com aplicação de soro frio e compressas
ziadora da articulação. de clorexidine degermante, com regressão em
cinco a sete dias.
.,. COMENTARIO: O quadro clinico apresentado
é compatível com artrite séptica (febre, artrite Alternatíva A: INCORRETA. Não tem relação com
monoarticular com dor localizada). A artrite oleosidade da pele ou acne no futuro.
séptica ocorre principalmente como resultado Alternativa B: CORRETA. A hiperplasia seb~cea é
da disseminação hematogênica do espaço si· uma manifestação cutânea do estimulo hormo·
novial. Mas também est~ relacionada à inocu- nal materno. P~pul as pequenas e numerosas
lação direta, como ocorre no trauma, como é com cerca de 1 mm, cor da pele, amareladas,
o caso do nosso paciente. O agente etiológico no dorso nasal, bochechas e/ ou l~bio superior.
mais comum da artrite séptica é o staphylococ· São decorrentes da dilatação do infundíbulo
cus aureus. Na suspeita de artrite séptica a pun- folicular, com tamponamento de queratina.
ção no liquido sinovial para cultura é a técnica Diagnóstico diferencial com milia e acne neo·
diagnóstica definitiva. natal. Resolução sem tratamento em poucas
Alternativa A: INCORRETA. O trauma pode estar re- semanas.
lacionado à ocorrência da artrite séptica, e o Alternatíva C: INCORRETA. Não se trata de glândulas
agente etiológico mais comum é o staphylo- sudoríparas hiperplásicas.
coccus aureus e não o Streptococcus pneumo- Alternatíva D: INCORRETA. As pérolas de Epstein são
niae. cistos queratinizados localizados no palato, di-
Alternativa B: INCORRETA. Hemartrose é uma con- ferente do que apresenta a criança da questão.
dição rara e está mais relacionada à hemofilia. Alternatíva E: INCORRETA. A acne neonatal não seria
Alternativa C: INCORRETA. O antecedente do trauma uma suspeita nessa idade, surgindo entre a ter-
direciona para artrite séptica. ceira e quarta semana de vida.
Alternativa D: CORRETA.
Alternativa E: INCORRETA. Principal agente é o sta-
phylococcus aureus. Um menino de duas semanas de idade
34 é internado com desidratação, hípona-
tremia e hipercalemia. Sem diarreia, em aleita-
Os pais de um recém-nascido (RN) com mento materno exclusivo, era o terceiro filho
33 três dias de vida estão preocupados com
a aparência da pele do nariz do filho, que est~
do casal, com uma irmã e um irmão saudáveis
com sete e cinco anos de idade, respectivamen-
cheia de pápulas puntiformes com conteúdo te. Ao exame o médico observa criptorquidia
branco-amarelado, que se estendem pela late- bilateral. Deve-se suspeitar de:
ral do nariz até bochechas e em direção à testa.
O médico deve dizer que são: @ hipogonadismo criptogênico.
® Diabetes insipidus.
@ denominadas "acne do RN" e que refletem © hiperplasia congênita de suprarrenal.
a característica de pele oleosa e o risco de acne @ hipoaldosteronismo primário.
no futuro, devendo ser tratada com sabonete ® malformação nefrourogenital.
neutro e água fria.
® glândulas sebáceas hiperplásicas e que de- .,. COMENTARIO: A descrição da questão é típica
saparecem nas primeiras semanas de vida, sem da hiperplasia adrenal congênita (HAC). Trata·
necessidade de tratamento. se de uma criança que na segunda semana de
© glândulas sudoriparas hiperplásicas e que vida evolui com desidratação (sem diarreia)
desaparecem na primeira semana de vida, com com hiponatremia e hipercalemia. Dessa forma,
compressas com soro frio. se enquadra na hiperplasia adrenal congênita
@ ilhotas de células epiteliais denominadas por deficiência das 21 hidroxilase, forma clássi-
Pérolas de Epstein e que aumentam nas primei- ca. Nesse caso, ex.iste uma deficiência na pro-
ras três semanas e vão desaparecendo a seguir, dução de aldosterona, gerando perda de sal
até um ano de vida. (hiponatremia e hipercalemia) e cortisol que
® denominadas •acne do RN" e que são tra- pode gerar sintomas de insuficiência adrenal
2011 83

(hipoglicemia, vômitos). Outra característica presente na hiperplasia adrenal congênit a é o excesso


de andrógenos, já que a adrenal está sendo constantemente estimulada pelo ACTH que não rece-
be feedback negativo do cortisol (produção deficiente), e a via de produção de andrógenos est~
preservada. Ver esteroidogênese adrenal no quadro abaixo. Assim, vemos sinais de virilização em
ambos os sexos. A questão se refere à criança como sendo um menino, mas que tem criptorquidia
bilateral. Nesse caso. é muito mais provável que a criança seja uma menina que sofreu virilização
intraútero (ver escala de prader abaixo).

~~~~
w w ww(f)
--
"""'"""
Pteglenolona j 17-OH Pregnenolona OHEA

3!HIIdro,c.eswrolde
~~M
~~~=-! v~·-
311<>•.... ·~-1
dtuiilciiO!I$flll$'
17~111"
17q,Nc~rod&se

I Progesterona I 17,20-luo I 17-QH Progesterona


17.20~1a8e
j Anclrostenediona

-_.~~~~=~i---------------~~~·~-!------
I Oesox:k::onloosterona ) I 11-ócso>CJCOrtlsol I
·-
11jW!idroxie!iler6idol

""". . . . !
I Coffleostefona Cortisol

j 18·0H Cortioosterona I
"~···MI•
Aldost&rona

Alt•rnativa A: INCORRETA. Hipogonadismo não explicaria a desidratação.


Altornatlva 8: INCORRETA. Diabetes insipidus não explicaria a hiponatremia com hipercalemia, nem
mesmo a criptorquidia.
Altornatlva C: CORRETA. Hiperplasia congênita de suprarrenal.
Alt•rnativa O: INCORRETA. Hipoaldosteronismo não explicaria a criptorquidia.
Altornativa E: INCORRETA. Não explicaria desidratação nessa idade.
84 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

Um lactente de três meses de idade apre- os pais que se trata de febre faringoconjuntival.
35 senta dermatite atópica em face. t corre-
to afirmar que:
O principal agente é:

@ adenovírus.
@ o diagnóstico deve ser confirmado pela ® herpes zoster.
presença de altos níveis de lgE sérica. © metapneumovírus.
® a lesão não é pruriginosa, podendo ser tra- @ rinovirus.
tada com hidratação, além da retirada do de· ® herpes simples vírus.
sencadeante.
© deve-se a um alérgeno inalado, especial- ._ COMENTARIO: A febre faringoconjuntival. ca-
mente pó doméstico. racteriza-se por febre, cefaleia, faringite, con-
@ existe risco aumentado de desenvolvimen- juntivite folicular e adenopatia pré-auricular,
to de rinite ou asma no futuro. sendo mais comumente causada pelos soroti-
® é uma alteração característica do lactente pos 3, 4, 5 e 7 do adenovírus.
jovem, não tendo associação com história fami- Alternativa B: INCORRETA. Infecção por herpes zos-
liar de alergia. ter não se relaciona a febre faringoconjuntival.
Alternativa C: INCORRETA. O metapneumovlrus está
.. COMENTARIO: A dermatite atópica (DA) afeta relacionado com infecções do trato respirató-
1Oa 30% das crianças e frequentemente ocorre rio, sendo importante na bronquiolite. Mas não
em famílias com outras doenças atópicas. t um é o principal agente causador da febre faringo-
distúrbio genético complexo que resulta em conjuntival.
defeito na barreira da pele. redução da resposta Alternativa D: INCORRETA. O rinovírus raramente se
imunológica inata da pele e resposta exacerba- relaciona com conjuntivite viraI.
da dos linfócitos Ta alérgenos ambientais e mi- Alternativa E: INCORRETA. O herpes simples vírus
crorganismos que levam a inflamação crônica também não causa febre faringoconjuntival.
da pele. O diagnóstico se d~ pela identificação I Resposta: @
de três características principais: 1) prurido. 2)
dermatite eczematosa em locais caracte-rístícos
(face, couro cabeludo e região extensora dos São causas de pseudotumor cerebral to-
membros) e 3) evolução crônica. Crianças com
DA são predispostas a desenvolver ainda na in-
37 das as abaixo, EXCETO:

fância rínite alérgica e/ou asma sequencíal, um @ lúpus.


processo chamado de •marcha atópica•. ® hipervitaminose A.
Alternativa A: INCORRETA. O diagnóstico se d~ pela © hipervitaminose K.
identificação de três características principais: @ hormônio de crescimento.
prurido, dermatite eczematosa em locais carac- ® leucemia.
terísticos e evolução crônica.
Alternativa B: INCORRETA. A lesão é pruriginosa. ._ COMENTARIO: A sindrome do pseudotumor
Alternativa C: INCORRETA. Pode ser desencadeada cerebral é uma condição caracterizada por
por poeira, mas não inalada. e sim pelo contato elevação da pressão intracraniana na ausência
com a pele. de lesões expansivas e de ventriculomegalia e
Alternativa D: CORRETA. Existe risco aumentado de com a constituição do liquor normal em um pa-
desenvolvimento de rinite ou asma no futuro ciente sem alterações no nível de consciência.
(•marcha atópica"). Existem várias etiologias para o pseudotumor
Alternativa E: INCORRETA. Geralmente há história cerebral na infância. Causas hematológicas
familiar de atopia. como a leucemia, infecções, medicamentos,
endócrinas (como hormônio do crescimento
recombinante, menarca), causas renais somo
Uma menina de seis anos de idade está síndrome nefrotica, nutricionais (como hipovi-
36 com mal estar, febre alta há três dias e
conjuntivite. Ao exame o médico observa farin-
taminose A ou intoxicação pela vitamina A). De
modo que a hipervitaminose K não se enqua-
gite e linfadenomegalia pré-auricular. Orienta dra como uma causa.
2011 85

I Resposta: © Um escolar de 1O anos. portador de


4O anemia falciforme, é internado com cri-
se vasodusiva e dor muito intensa no tórax e
Na criança, a parada cardiorrespiratória é nas costas. Os pais relatam que no último ano
38 geralmente de origem: o filho foi internado mais de uma vez com cri-
ses dolorosas semelhantes e recebeu analgesia
0 renal. com morfina. A melhor conduta no manuseio
® neurológica. da dor é:
© cardíaca.
@ respiratória. 0 evitar o uso de medicações analgésicas
® metabólica. para que os sintomas de complicações clinicas
não sejam camuflados.
.,_ COMENTARIO: Na criança, a parada cardiorres- ® administrar analgésicos apenas quando
piratória (PCR} geralmente é o resultado final de necessário, evitando-se ao máximo o uso de
uma insuficiência respiratória progressiva ou opiáceos.
choque. Sendo a hipóxia a causa mais comum © utilizar exclusivamente uma classe de me-
de PCR em bebes, crianças e adolescentes. dicação analgésica em doses fixas.
I Resposta: @ @ utilizar analgésicos, em doses baixas, e
acrescentar placebo quando necessário.
® administrar combinações analgésicas, em
Considerando a farmacologia das drogas doses plenas e horários fixos, incluindo opiá·
39 abaixo, a que NÂO necessita de dose de
ataque para atingir nível sérico estável é:
ceos, até o alívio das dores.

.,_ COMENTARIO: Na crise álgica da anemia falei-


0 digoxina. forme o tratamento deve ser feito com analgé·
® epinefrina. sicos de acordo com a necessidade (magnitude
© aminofilina. da dor) do paciente. Devendo ser iniciada anal·
@ fenobarbital. gesia com analgésicos comuns, caso não haja
® hidantofna. resposta adicionar AINES e por fim os opioides.
Alternativa A: INCORRETA. Deve-se fazer exatamen-
.,_ COMENTARIO: A epinefrina ou adrenalina é te o contrário, evitar que o paciente sinta dor.
uma droga vasoativa, que tem início de ação Alternativa 8: INCORRETA. Não se deve evitar uso de
imediato quando administrada via intravenosa opiáceos.
ou intraóssea e tem meia vida de dois a qua- Alternativa C: INCORRETA. Deve-se iniciar com anal-
tro minutos, de modo que o conceito dose de gésicos comuns e adicionar outras analgesias
ataque para atingir nível sérico náo se adequa de acordo com a necessidade, sempre em dose
a esta droga. plena.
Ahernativa A: INCORRETA. A digoxina necessita de Alternativa D: INCORRETA. Utilizar analgésicos sem-
uma dose maior inicial para digitalização. pre em doses plenas e se necessário escalonar a
Alternativa 8: CORRETA. analgesia com analgésicos mais potentes.
Ahernativa C: INCORRETA. Dose de ataque da ami· Alternativa E: CORRETA. Ver comentário.
nofilina de 6 mg/kg deve ser realizada e após
avaliar dose de manutenção. CIRURGIA 1- HUGO GONÇALO GUEDES
Alternativa D: INCORRETA. O fenobarbital necessita
de uma dose de ataque de para atingir nível sé-
rico adequado e após dose de manutenção Em relação aos acidentes ofrdicos, é cor-
Ahernativa E: INCORRETA. Assim como o fenobarbi-
tal, a hidantoina também necessita uma dose
41 reto afirmar:

de ataque para garantir ação imediata, com ní- 0 Não se deve fazer profilaxia do tétano, pois
vel sérico adequado. ela pode causar agravamento da lesá o tecidual.
® O veneno botrópico (ex.: jararaca} tem ativi-
86 Preparatóriopara Residência Medica SUS/SP

dade inflamatória aguda, coagulante e hemor- ras 8h (400,5mllh) e 3204ml nas 16h seguintes
rágica. Alguns pacientes podem, raramente, (200,25ml/h).
evoluir com síndrome compartimental. I Resposta: ©
© Quando o paciente é trazido com tornique-
te, o mesmo não deve ser retirado, devido ao
risco de miotoxicidade do veneno. Um rapaz de 25 anos sofre ferimentos
@ Os pacientes não devem ser hidratados,
para não agravar o grande edema local nem so·
43 por projéteis de arma de fogo em abdo-
me. A laparotomia exploradora revela lesão es-
brecarregar a função renal. Basta administrar o trelada extensa de lobo anatômico direito do fí-
soro antiofídico específico. gado, além de lacerações de cólon ascendente,
® Não se conhece, até o momento, reação junto ~ válvula ileocecal e ao ângulo hepático
anafilática pelo soro antiofídico. do cólon. A pressão arterial é 70 x 30 mmHg,
sob ação de drogas vasoativas. Ocorre sangra-
.. COMENTARIO: O veneno botrópico, que tem mento contínuo, violáceo, sem formação de
como principal ofídio representante a jararaca, coágulos, difusamente, de todos os ferimentos.
tem propriedades proteolíticas, coagulantes e A temperatura esofágica é 34 graus Celsius e o
hemorrágicas. As manifestações clfnicas vão de pH sanguíneo é 7,20. Medidas que devem ser
dor, edema, sangramentos a flictemas locais, tomadas imediatamente, para aumentar a pro-
podendo evoluir com necrose de extensão va- babilidade de sobrevida:
riável. Em casos mais graves, acarreta síndrome
compartimental, IRA e choque. O tratamento é @ exploração da face cruenta hepática e he-
feito o mais rápido possível com soro antibotró- mostasia com sutura dos vasos e selante sin-
pico, além de vacinação antitetânica. tético, além de ressecção do segmento eólico
I Resposta: ® destruído e maturação precoce dos dois cotos
intestinais.
® pinçamento do hilo hepático (manobra de
Um trabalhador de cozinha é ferido em Pringle), administração de plasma fresco e lapa-
42 explosão de caldeira. Tem 18% do total
de sua superffcie corpórea com queimadura de
rorrafia, com drenagem da cavidade peritoneal.
© embolização intra-arterial hepática e exte-
segundo e terceiro graus. Sabendo-se que a ví- riorização dos ferimentos do cólon por múlti-
tima pesa 89 kg, usando o método de Parkland plas os tomias.
(Baxter) para cálculo da reposição hídrica, é cor- @ exploração do ferimento hepático por digi-
reto dizer que a velocidade de administração toclasia e sutura dos vasos sangrantes, seguida
intravenosa de cristaloides, em ml/ hora, após de colectomia direita com anastomose primária.
duas, dez e dezoito horas, deve ser aproxima- ® ressecção sumária do segmento eólico des-
damente de: truido com suturas mednicas, sem anastomo-
se, tamponamento do ferimento hepático com
@ 600, 400 e 200. compressas e fechamento da pele, eventual-
® 400, 400 e 400. mente com sutura contínua.
© 400, 200 e 200.
@ 200, 400 e 600. .. COMENTARIO: Tríade da morte, coagulopatia,
® 200, 200 e 400. acidose metabólica e hipotermia. Imediatamen-
te, temos que adotar condutas cirúrgicas para
.. COMENTARIO: A fórmula de Parkland é 4 x SCQ controle de danos, sendo o mais breve posslvel
x Peso, onde SCQ significa superfície corpórea na estabilização do paciente, fazendo tampo-
queimada, que inclui apenas queimaduras namento de vísceras maciças, com compressas
de segundo e terceiro grau, onde 50% do va- e enterectomias ou colectomias segmentares,
lor total deve ser infundido nas primeiras 8h com grampeamento, sem anastomoses.
(descontando o que já tiver sido infundido no I Resposta: ®
pré-hospitalar) e a outra metade nas 16h subse-
quentes. Dessa forma, a conta fica 4x 18 x 89 =
6408 ml de SF 0,9%, sendo 3204 ml nas primei-
2011 87

Uma paciente de 80anos. diabética e hi-


44 Uma senhora de 60 anos está em pré
operatório para colecistectomia vide-
olaparoscópka. Nega tomar medicamentos,
46 pertensa, dá entrada no pronto-socorro
com dor abdominal difusa, náuseas, vômitos e
exceto produtos fitoterápicos, cujo nome não febre de 3a•c. Última evacuação há três dias. Há
lembra. Produtos naturais que deverão ser sus um dia não elimina flatos. Apendicectomia há
pensos antes da cirurgia, devido ao potencial 20 anos. Tem distensão abdominal e dor difu-
de aumentarem o risco de sangramento: sa à palpação. Hemograma: 20.000 leucócitos/
mm 3• Radiografia de abdome a seguir (VER
® Ephedra e chá de quebra-pedra. IMAGEM). Melhor conduta, após correção dos
® Valeriana e Kava. distúrbios hidroeletrolíticos e início de antibio-
© Extrato de alho, Ginkgo e Ginseng. ticoterapia:
@ Echinacea e Ephedra.
® Valeriana e erva de São João.
.,. COMENTARIO: Dentre os fitoterápicos que al-
teram a coagulação sanguínea, estão o ginkgo
biloba, alho em comprimido, ginseng e gengi-
bre. Estes devem ser suspensos 7 dias antes de
cirurgias. Questão chata, pois raramente estu-
damos isso, mas em bancas como o SUS SP são
questões esperadas e também batidas. Rara-
mente fogem desses fitoterápticos.
I Resposta: ©

® angiografia mesentérica.
Assinale a alternativa correta, consideM ® tomografia de abdome para complementar
45 rando o aneurisma de artéria poplítea: a avaliação e programar a terapêutica.
© jejum, sonda nasogástrica e observação.
® A melhor via de acesso para o tratamento @ preparo para colonoscopia.
cirúrgico é a mediai, que facilita a ressecção to- ® laparotomia exploradora.
tal do aneurisma.
® Tem incidência semelhante no homem e na .,. COMENTÁRIO: A imagem não é a mais feliz,
mulher. mas essa radiografia traz um sinal de pneuma-
© A manifestação clínica mais frequente é a tose intestinal, onde se encontra gás na própria
rotura, como ocorre no aneurisma de aorta ab- parede da alça. Cabe aqui a diferença do acha-
dominal. do radiológico da pneumatose intestinal para o
@ O diagnóstico é feito frequentemente famoso Sinal de Hiegler, típico de pneumope-
quando aparecem os sintomas isquêmicos. ritônio, onde o gás praticamente "desenha" os
® Deve ser operado mesmo quando assinto- limites da alça, visto que percebe-se gás fora e
mático, já que o risco de trombose é maior que dentro da mesma. Portanto, a imagem é suges-
90%. tiva de lnsquemia colônica, com penumatose
intestinal. sendo a conduta de eleição para o
.,. COMENTARIO: O aneurisma da artéria poplí- caso uma Laparotomia Exploradora.
tea é o aneurisma de artéria periférica mais I Resposta:®
frequente, 97% são em homens, sendo sua
evolução natural trombosar e causar chuva de
êmbolos, ocasionando Obstrução Arterial Agu- Uma senhora de 65 anos foi submetida,
da da perna. Tem cirurgia indicada quando sin-
tomático, maior que 02cm, causa emboliUição
47 ha 20 anos, à correção de hérnia incisio-
nal pós-cesárea. Evoluiu com recidiva da hér-
e possui trombos no seu interior. nia quatro meses após a cirurgia. Refere que
I Resposta: @ o abaulamento da região vem aumentando
progressivamente, levando a dificuldade para
88 PreparatórioparaResidência M~dica SUS/SP

deambular e evacuar. Tem diabetes controlado Teve vários episódios de vômitos. Relata sen-
com hipoglicemiante oral e lúpus controlado sação de calafrios e urina bastante escurecida.
com corticoide. fndice de massa corpórea: 43,5 Os familiares notaram que ela está com a pele
kg/m2• Tem abdome em avental, com abau amarelada. Exame físico: dor em hipocôndrio
lamento da região infraumbilkal e de flanco direito e mesogástrio, sem massas palpáveis,
esquerdo, medindo 55 em no sentido transver- além de icterfcia 2+/4+. Primeiros exames que
sal, 30 em no sentido longitudinal e 28 em de devem ser feitos:
altura. A pele tem hiperemia e lesão ulcerada.
Foi submetida ~ hernioplastia com redução do ® ultrassonografia endoscópka e bilirrubínas.
conteúdo do saco herniàrio (grande omento, ® colangiorressonância e hemograma.
cólon transverso e estômago), sutura borda © colangiografia endoscópica e amilase.
a borda do anel herniário e dermolipectomia. @ tomografia de abdome com contraste e
Foi extubada no primeiro pós-operatório, após amilase.
gasometria normal, colhida com a doente em ® ult rassonografia de vias biliares e amilase.
ventilação mecânica, com fração inspirada de
oxigênio de 30%. No segundo pós-operatório, .,. COMENTÁRIO: Quadro susgestivo de colestase,
apresenta frequência cardfaca de 140 bpm e provavelmente causado por coledocolitfase e
respiratória de 42 ipm. PA = 70 x 40 mmHg. podendo estar associado à pancreatite aguda
Pressão venosa central:+1O em de água. Oligú- bil iar. A ausência de sinais peritoniais na ques-
ria. Causa mais provável da instabilidade: tão descarta, a princípio, a colecistite aguda.
Portanto, os exames iniciais seriam USG de pân -
® sindrome compartimental abdominal. creas e vias biliares e amilase.
® cetoacidose diabética. I Resposta: ®
© insuficiência de suprarrenal.
@ sepse abdominal.
® sangramento intra-abdominal.
.,. COMENTÁRIO: A Síndrome Compartimental
49 A respeit o da avaliação pré-operatória, é
INCORRETO afirmar:

Abdominal (SCA) é uma complicação comum ® A avaliação do risco no pré-operatório auxi-


e temivel no pós-operatório precoce de hérnia lia na decisão pelo melhor procedimento para
incisionais gigantes. O diagnóstico pode ser se obter o maior beneficio com o menor risco.
dado por medidas indiretas da Pressão lntra- ® O objetivo principal da avaliação pré-opera-
·Abdominal (PIA), através de um cateter vesical tória é detectar e corrigir as alterações eventual-
(pressão ínt ravesical), associado ou não a sin- mente presentes, antes de realizar a operação.
tomas clínicos, que são oligúria, choque, disp- © Os exames de rotina não baseados em ava·
neia. O valor normal da PIA é 5mmHg, hiperten- Ilação e suspeita clínica trazem pouca ajuda no
são intra-abdominal entre 12·20mmHg, e SCA cuidado e preparo pré-operatório.
quando > 20mmHg associado a nova falência @ Os exames laboratoriais e de imagem são
orgânica. O aumento da PIA causa diminuição os melhores métodos para se identificar os fa·
do débito cardfaco, aumento da PVC, aumento tores de risco.
da pressão expíratória final, IRA, diminuição da ® A solicitação de exames exige que o médi·
perfusão gastrointestinal, podendo levar a is- co tenha conhecimento de sensibilidade, espe-
quemia. O t ratamento é laparotomia com con- cificidade, riscos, custo e relevância clínica.
fecção de peritoneostomia.
I Resposta: ® .,. COMENTÁRIO: A avaliação pré-operatória ba-
seia-se principalmente na avaliação cllnica, es-
tratificação de risco a partir da classificação da
Uma senhora de 85 anos, com diabetes ASA e exames complementares se necessário,
48 e insuficiência renal crônica não dialíti-
ca, procura o pronto-socorro com queixa de
de acordo com morbidades e idade. Isso ajuda
no planejamento operatório e no aporte neces-
dor abdominal em hipocôndrio direito e me- sário para a realização da cirurgia e do cuidado
sogástrio há um dia. A dor irradia para o dorso. pós-operatório imediato.
2011 89

I Resposta: ® ração da vítima provavelmente será demorada.


A vítima é um homem, aparentando 35 anos de
idade, com grave trauma de crânio e face. Está
Um rapaz de 14 anos procura o pronto- inconsciente. Sai grande quantidade de sangue
5O -socorro com queixa de dor testicular há
4 horas. Relata início súbito: acordou pela dor.
pela boca e pelas narinas. Tem também otorra-
gia bilateral. A respiração é muito ruidosa. Con-
Ao exame, tem muita dor em testículo esquer- duta inicial:
do, que, à palpação, parece endurecido e ede·
maciado. A dor não melhora com a elevação @ fazer intubação traqueal imediata.
da bolsa escrota!. O exame de urina não tem ® girar delicadamente a cabeça da vítima
alterações. A respeito do problema deste ado- para o lado, na tentativa de liberar a via aérea.
lescente, é correto afirmar: © solicitar a um auxiliar que estabilize a cabe·
ça e abordar a via aérea com exploração digital
@ deve ser feita orquidopexia bilateral. e aspiração.
® deve ser tratado com antibiótico e cuida- @ verificar se existe sangramento significativo
dos locais. nos membros inferiores, que estão presos nas
© as sorologias têm papel importante na in- ferragens.
vestigação. ® fazer retirada rápida.
@ a cintilografia dos testfculos é fundamental
para estabelecer o diagnóstico e a conduta. .,_ COMENTARIO: O atendimento do paciente
® são necessários marcadores tumorais e to- politraumatizado deve sempre respeitar a se-
mografia de pelve para estadiar a doença. quencia do ATLS. Esse paciente não possui uma
via aérea pérvia, devido ao extenso trauma de
.,_ COMENTARIO: Dor súbita testicular, geralmen- face. O autor nos diz que a respiração é ruidosa
te unilateral, com relato frequente que o pa- e sai grande quantidade de sangue pela boca e
ciente acorda pela dor, sem melhora, a eleva- narinas. Portanto devemos garantir a via aérea
ção testicular (sinal de Preh n), o que descarta a e proteger a coluna cervical (A- Airways).
orquiepididimite aguda, o principal diagnósti- Alternativa A: INCORRETA. Antes de intubar o pa-
co é escroto agudo por torção testicular, sendo ciente devemos realizar manobras básicas
a conduta de escolha nas primeiras 6h cirurgia, como a aspiração da via aérea e retirada de
com avaliação da viabilidade testicular, fazendo corpos estranho da mesma. Além disso, a in·
a orquidopexia BILATERAL, se testículo viável, tubação não seria possível devido ao extenso
ou orquiectomia com orquidopexia contrale- trauma de face. Nesse caso, o acesso definitivo
taral se testículo necrosado. Vale salientar que tende a ser a cricotireoideostomia cirúrgica.
sempre deve ser feita a orquidopexia bilateral, Alternativa B: INCORRETA. A proteção da via aérea
visto que o outro testículo corre risco seme- é essenciall A coluna cervical deve ser alinhada
lhante futuramente. e retificada com a colocação do colar cervical
I Resposta: @ Alternativa D: INCORRETA. A exposição do doente
é a última etapa do atendimento inicial ao pa·
CIRURGIA 11· RODRIGO CAMARGO LEÃO EDELMUTH ciente politraumatizado.
Alternativa E: INCORRETA. O enunciado já nos infor-
ma que a retirada provavelmente será demora-
Um veículo de passeio, em alta veloci· da. Devemos tratar o paciente enquanto a equi·
51 dade, colidiu frontalmente com poste
de energia elétrica, ficando muito deformado.
pe de retirada faz o seu trabalho. Vale sempre
lembrar que a área deve estar segura e que os
O único ocupante é o condutor, sem cinto de profissionais de saúde não estejam sob risco.
segurança, que fica preso nas ferragens pelos
membros inferiores. Com o impacto, o banco
e Um veículo de passeio, em alta veloci·
quebrou a vítima encontra-se praticamente
deitada. O veículo possui quatro portas e as
duas do lado direito estão abertas. Os bombei-
52 dade, colidiu frontalmente com poste
de energia elétrica, ficando muito deformado.
ros informam que a cena é segura e que a libe- O único ocupante é o condutor, sem cinto de
90 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

segurança, que fica preso nas ferragens pelos @ aumento da dose de corticoide.
membros inferiores. Com o impacto, o banco ® manutenção de baixas doses de esteroides
quebrou e a vítima encontra-se praticamente e introdução de inflíximabe.
deitada. O veiculo possui quatro portas e as © suporte nutricional com dieta enteral.
duas do lado direito estão abertas. Os bombei- @ colectomia total com bolsa ileal.
ros informam que a cena é segura e que a libe- ® substituição do corticoide por azatioprina e
ração da vítima provavelmente será demorada. metotrexato.
A vítima é um homem, aparentando 35 anos de
idade, com grave trauma de cránio e face. Está li> COMENTARIO: Classícamente a retocolite ul-
inconsciente. Sai grande quantidade de sangue cerativa era tratada com salicilatos (Mesalazi-
pela boca e pelas narinas. Tem também otor- na) oral ou retal e baixas doses de corticoides,
ragia bilateral. A respiração é muito ruidosa. A podendo ou não associar outros imunodepres·
retirada da vitima demora. Das alternativas a sores como a Azatioprina. Entretanto, muitos
seguir, indique a melhor opção de via aérea de- pacientes são refratários a essas drogas ou
finitiva para esta vitima: necessitam de altas doses de corticoide para
estabilizar o quadro clínico. Nesses casos a te-
@ cricotireoidostomia por punção. rapia biológica tem seu papel: o infliximab ou
® duplo lúmen. adalimumabe (anti TNF-alfa) são drogas rela-
© máscara laríngea. tivamente novas no mercado e que têm mu-
@ intubação nasotraqueal. dado, de forma significativa, o tratamento de
® cricotireoidostomia cirúrgica. casos graves. Os inibi dores do TNF·alfa tem de·
monstrado excelentes resultados na remissão
li> COMENTARIO: O paciente em questão apresen- da doença em casos refratários a terapia básica.
ta TCE grave (glasgow < 8, pois está inconscien- Infelizmente, alguns pacientes não respondem
te). Portanto, ele possui indicação absoluta de a terapia biológica e são submetidos à procto-
uma via aérea definitiva. Por definição, uma via colectomia total com confecção de bolsa ilegal.
aérea definitiva é ter uma cânula endotraqueal A cirurgia possui excelentes resultados para o
com cuff insuflado, conectada a um sistema de tratamento da retocolite ulcerativa,. visto que a
ventilação. Portanto, podemos excluir a cricoti- doença é restrita ao reto e cólon, de forma as·
reidostomia por punção, a cânula de duplo lú- cendente. Mas não podemos esquecer que se
men e a máscara laríngea. No caso em questão, trata de uma cirurgia de grande porte, realizada
a intubação nasotraqueal não pode ser realiza- somente em centros de referência e que possui
da, pois o paciente apresenta trauma extenso uma morbidade significativa.
de face e sinais de fratura de base de crânio Alternativa A: INCORRETA. O uso de altas doses de
(otorragia bilateral). Lembrando que nesses corticoide em longo prazo é uma das indica·
casos, está contraindicada a colocação de qual- ções da terapia biológica
quer sonda ou cateter por via nasal, pelo risco Alternativa C: INCORRETA. A desnutrição é uma com·
de lesão cerebral direta. Além da otorragia, plicação comum em pacientes com doença in-
otorreia ou liquorreia, são outros sinais de fra- flamatória intestinal, geralmente secundária a
tura de base de crânio o hematoma retroauri- inflamação crônica e a estenoses (mais comum
cular - sinal de Battle e a equimose periorbitária na doença de Crohn). Entretanto, a terapia nu-
-sinal do quaxinim. tricional por si só não altera o curso da doença.
I Resposta: ® Alternativa D: INCORRETA. A colectomia total com
bolsa ileal é a cirurgia de escolha para os casos
de retocolite ulcerativa. Mas vale lembrar que,
Uma mulher de 23 anos tem história crô- atualmente, essa conduta é restrita a casos re-
53 nica de quadros disenteriformes frequen-
tes, e vem emagrecendo bastante. Foi diagnosti-
fratários a terapia biológica ou em casos de es-
tenose.
cada colite ulcerativa. O quadro persiste, apesar Alternativa E: INCORRETA. A associação de aza-
de tratada com esteroides. Melhor opção de tioprina e metotrexato pode ser utilizada, mas
tratamento: temos que lembrar que o desmame de cor-
2011 91

ticoide em usuários crônicos é obrigatório. A @ adequada, porque o risco de novo episódio


retirada abrupta da corticoterapia pode levar a de pancreatit e ou de colangite passou a ser mí-
insuficiência adrenal aguda (pela supressão do nimo.
eixo hipotálamo-hipófise-adrenal). ® adequada, pois a taxa de morbimortalidade
I Resposta: ® da colecistectomía, nestas condições, é muito
elevada.
© inadequada, porque a paciente contínua
Um paciente de 35 anos, pesando cerca t endo risco de outras complicações da colelit ía·
54 de 70 kg, queixa-se de dor abdominal di·
fusa, leve, há cerca de 1O dias. Amilase sérica:
se, necessitando de t ratamento operatório.
@ adequada, pois, ainda que a doent e ve·
800 UI/L Amilase urinária: 120 UVL Creatinina nha a precisar de cirurgia na urgência, o risco
sérica: 1,4 mg/dl. Creatinina urinária: 1.200 mg/ passou a ser menos elevado, porque a cirurgia
dl. Diagnóstico mais provável: pode agora ser realizada com segurança por
acesso minimamente invasivo.
@ t umor misto de parótida. ® inadequada, porque a paciente pode evo-
® macroamilasemia. luir com novo surto de pancreatite grave e fa-
© pancreatite subaguda recorrente. lência de múltiplos órgãos.
@ insuficiência renal borderline.
® pancreatite idiopática. .,_ COMENTARIO: A principal causa de p ancreatite
aguda (PA) no mundo é a biliar. Portanto, du-
.,_ COMENTARIO: Quando estamos frente a um rante a investigação da etiologia de um quadro
p acient e com níveis muito elevados de amílase de PA, devemos realizar um USG de abdome su-
sérica, mas com baixos níveis de amilase uriná· perior p ara avaliar se o paciente é portador de
ria, devemos suspeitar que a depuração renal colelitíase. Vale lembrar que o USG dificilmen-
da amilase estej a prej udicada. Como é o caso t e irá auxiliar no diagnóstico da PA, mas é um
na macroamilasemia. Nessa doença, a enzima excelente exame para avaliar a etiologia biliar.
p ossui um tamanho anormal, impossibilitando Nesses casos, a colecistectomia está indicada
a filtração glomerular e consequentemente sua após resolução do quadro agudo. Preferen-
excreção. Vale lembrar que valores séricos de cialmente, durante a mesma internação, pois a
amilase são altamente inespecíficos fora de um taxa de recorrência de p ancreatite aguda gira
contexto clínico, diversas doenças podem cur· em torno de 30%. Entret anto, existem algumas
sar com hiperamilasemia além de pancreatite exceções. Em pacientes com alto risco cirúrgico
aguda (Ex.: insuficiência renal aguda, colecisti· (como no caso em questão) deve-se conside·
te, isquemia mesentérica, trauma abdominal). rar a alta morbimortalidade do procedimento
Valor de referência da amilase urinária 50· 140. em um pacient e octogenário, já com disfunção
I Resposta: ® cardiovascular. A CPRE (colangiopancreatogra-
fia retrógrada endoscópica) com papilotomia
passa, então, a ser uma opção. Lembrem-se de
Uma senhora de 80 anos, hipertensa, que essa é uma conduta de exceção e o t rata-
55 com insuficiência cardíaca classe fun-
cional 11, apresenta quadro sugestivo de pan·
mento preconizado para a grande maioria dos
pacientes é a colecistectomia videolap aroscó-
creatite aguda biliar leve. A ult rassonografia pica durante a mesma internação.
t
mostra microcákulos na vesícula biliar. sub· Alternativa A: INCORRETA. A conduta foi adequada.
metida inicialmente a tratamento clínico, com Realmente houve redução do risco de pancrea-
b oa evolução. Após a normalização da amilase· tite aguda biliar e de colangite, mas não p assou
mia, é feita colangiopancreatografia retr69rada a ser mínimo.
endoscópica, para avaliação e t ratamento, uma Alternativa B: CORRETA.
vez que a paciente é considerada como tendo Alternativa C: INCORRETA. A conduta foi adequada,
alto risco p ara colecistectomia. A colangíogra- pois a paciente possui um elevado risco cirúr-
fia não demonstra cálculos na via biliar. Feita gico. Mas a paciente continua tendo risco de
p apilot omía, sem complicações. A conduta
adot ada foi:
92 Preparatório para Residência Médica SUS/SP

outras complicações de colelitíase, como cole- Grau 11: 1620 mmHg


cistite aguda. Grau 111:2125 mmHg
Alternativa D: INCORRETA. O risco cirúrgico não tem Grau IV:> 25 mmHg
relação com a manipulação da papila duodenal. Já a sfndrome compartimental abdominal é
Alternativa E: INCORRETA. A conduta foi adequada, definida por PIA sustentada ou repetida ;, 20
mas a paciente continua tendo risco de evoluir mmHg que está associada à disfunção ou à fa-
com um novo surto de PA. lência de órgãos. Portanto:
Vamos aproveitar para relembrar! O diagnós· Alternativa A: INCORRETA. A aferição da PIA pode
tico da pancreatite aguda requer dois de três ser feita a qualquer momento após a infusão de
critérios: volume na bexiga
(1) dor abdominal compatfvel com pancreatite Alternativa 8: INCORRETA. A PIA é determinada por
aguda (início súbito de uma dor persistente, mmHg e tem valores objetivos. O exame físico e
forte, epigástrica com irradiação para o dorso). as condições clinicas do doente podem sugerir
(2) elevação da lipase e/ou amilase sérica, três o diagnóstico, mas nunca confirmá-lo.
vezes maior que o valor de referência. Alternativa C: INCORRETA. O paciente deve estar em
(3) achados em exames de imagem compatível posição supina
com pancreatite aguda (TC de abdome com Alternativa D: INCORRETA. O valor injetado varia
contraste venoso ou RM ou USG) A questão foi entre as referências, mas costumam estar entre
anulada pela banca. 25-75 ml
Alternativa E: CORRETA.

A respeito da metodologia para avaliar a


56 pressão intra-abdominal (PIA), é correto
afirmar: 57 Tem indicação absoluta de laparotomia
exploradora em neonato com enteroco-
lite necrotizante:
® A pressão vesical deve ser mensurada den-
tro de 15 segundos após a infusão de volume ® pneumoperitônio.
na bexiga. ® eliminação de fezes sanguinolentas.
® O exame físico tem acurácia similar à me- © pneumatose intestinal.
dida da PIA para diagnóstico de hipertensão @ presença de gás na veia porta.
intra-abdominal. ® celulite de parede abdominal.
© É necessário elevar a cabeceira da cama a
45 graus, para medida mais confiável. ,.. COMENTARIO: Guardem essa regra máxima da
@ Para a medida, é necessário que haja pelo cirurgia: pneumoperitônio é sinônimo de cirur-
menos 75 ml de líquido na bexiga. gia! A presença de ar livre na cavidade perito-
® O transdutor de pressão deve ser "zerado" neal reflete que houve perfuração de víscera
no ponto de cruzamento da projeção da linha oca e, portanto, a laparotomia exploradora está
axilar média com a crista ilíaca. indicada. A enterocolite necrotizante é uma
doença grave que acomete principalmente
,.. COMENTARIO: A pressão intra-abdominal prematuros e de baixo peso, ao final da primei-
(PIA) é, por definição, a pressão contida dentro ra semana de vida. Sua etiologia ainda é pouco
do compartimento abdominal. A PIA deve ser esclarecida mas sabe-se que há invasão bacte-
mensurada em mmHg, em posição supina e em riana da mucosa do TGI com necrose de muco·
expiração após constatação de que não há con- sa e de outras camadas do TGI. Sua apresenta-
tração da parede abdominal e que o transdutor ção varia conforme a gravidade do quadro, mas
está "zerado" no nível da linha axilar média. A geralmente os sintomas gastrointestinais estão
mensuração da PIA deve ser realizada via pres- presentes (diarreia muco-sanguinolenta e au-
são intravesical com instilação 25-75 ml de água mento do volume abdominal). Em casos mais
destilada estéril. A hipertensão intra-abdominal avançados o neonato pode apresentar sinais
é definida quando há uma PIA sustentada ou re- de choque hipovolêmico grave como letargia e
petida 18112 mmHg. HIA é classificada em: dispneia. Sinais indiretos que marcam a gravi-
Grau 1:1215 mmHg
2011 93

dade da doença são: pneumatose intestinal e @ vacina autóloga injetada semanalmente, por
aeroportia (gás na veia porta) seis semanas.
I Resposta: @ ® colostomia em alça.
© solução de podofilina a 25%.
@ cauterização das lesões.
Um paciente tem diagnóstico de adeno· ® imunossupressão.
58 carcinoma mucinoso bem diferenciado
de apêndice, com implantes peritoneais restri· .,. COMENTÁRIO: Questão bastante específica e di·
tos ao quadrante inferior direito. Estadiamento: fícil. Temos que tomar cuidado com a pegadinha:
as vacinas de prevenção do HPV são diferentes
@ M1c. da vacina autóloga utilizada para tratamento. As
® T4a. vacinas preconizadas para a prevenção de HPV
© T4b. são a Quadrivalente (6, 11, 16e 18) ou a Bivalen-
@ M1a. te (16, 18). O ministério da saúde disponibiliza
® M1b. a vacina quadrivalente para toda menina entre
9 e 13 anos, em duas doses (O e 6 meses). Já a
... COMENTÁRIO: Questão decoreba! Vale lembrar vacina autóloga é utilizada como forma de tra·
que o tumor carcinoide de apêndice é mais co- tamento de lesões verrucosas e consiste de uma
mum e mais cobrado em prova. Mas vamos lá ... dose IM semanal, por seis semanas consecutivas.
A vacina é produzida a part ir de 5 g de tecido
TO· sem evidência de tumor ressecado cirurgicamente e, classicamente, tem
Tis- carcinoma in situ. lesão até a lâmina pró- indicação após a ressecçâo cirúrgica de lesões
pria pré-neoplásicas em vulva, colo, ânus e região
Tl· Tumor invade a submucosa perianal. Ela também está indicada em casos no
T2· Invade a muscular própria qual tratamento tópico (cauterização química
T3· Através da muscular própria até a subserosa ou cirúrgica) é ineficaz devido ao tamanho de le·
ou mesoapêndice são ou em que a ressecção cirúrgica traria gran·
T4· Invade o peritõnio visceral de morbidade (como extensa ressecção com ne·
T4a· lnvade o peritônio cessidade de cirurgia plástica, perda do esfíncter
T4b· Invade diretamente outros órgãos ou es· ou invasão do canal anal).
truturas. I Resposta: @
MQ- Sem evidência de metástases
Ml · Metástase à distância
M1a· Metástase intraperitoneal além do qua· Vítima de ferimento por arma branca na
drante inferior direito (incluindo pseudomixo·
ma peritoneal)
60 região supraclavicular direita, próximo à
fúrcula esternal, um senhor de 55 anos chega
M1 b· Metástases não peritoneais (Ex. fígado, ao pronto-socorro, levado por policiais, cerca
pulmão, cérebro) de 15 minutos após o trauma. Está agitado e
I Resposta: ® apresenta sinais de choque. Não tem murmúrio
vesicular em hemitórax direito e a expansibili-
dade está muito diminuída também à esquer·
Um rapaz de cerca de 25 anos vem ao da. l ntubado por via orotraqueal é feita dre·
59 pronto-socorro queixando-se de lesão
perianal há seis meses. Refere prurido e san-
nagem de tórax no quarto espaço intercostal
direito, linha axilar média, com dreno tubular
gramento esporádico na higienização após a de 38 Fr, saindo mais de 2.000 ml de sangue.
evacuação. Diz estar evitando seu parceiro, por Obtidos dois acessos venosos calibrosos em
causa do problema. A inspeção da região revela membro superior esquerdo, é feita reposição
massa com aspecto de couve-flor, que invade o volêmica e pedido sangue O negativo. O pa-
canal anal. Melhor opção de tratamento, asso· ciente é levado à sala de operação e deve ser
ciada a menor taxa de recorrência: submetido imediatamente à:
94 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

® toracotomia anterolateral direita. dengue na criança pode ser assintomática ou


® esternotomia. apresentar-se como uma síndrome febril clássi-
© cervicoesternotomia. ca vira I, ou com sinais e sintomas inespecíficos:
@ toracotomia anterolateral direita, possivel adinamia, sonolência, recusa da alimentação e
mente associada a acesso supraclavicular di- de líquidos, vômitos, diarreia ou fezes amoleci-
reito e esternotomia (incisão em "livro aberto"). das. Nesses casos os critérios epidemiológicos
® toracotomia anterolateral esquerda. ajudam o diagnóstico clínico. Nos menores de
2 anos de idade os sinais e os sintomas de dor
.,_ COMENTÁRIO: Qual o diagnóstico da questão? podem manifestar-se por choro persistente,
Hemotórax maciço! Após drenagem houve saí- adinamia e irritabilidade, podendo ser confun-
da de mais de 1.500 ml de sangue. Seguindo didos com outros quadros infecciosos febris,
o protocolo do ATLS esse paciente necessita próprios da faixa etária. O início da doença
de uma toracotomia para controle da fonte de pode passar despercebido e o quadro grave
sangramento. Mas lembrem-se de que o meca- ser identificado como a primeira manifestação
nismo de trauma é extremamente importante. clínica. O agravamento, em geral, é mais súbito
Nesse caso temos uma lesão por arma branca do que ocorre no adulto, em que os sinais de
em região supraclavicular direita e pela anato- alarme são mais facilmente detectados.•
mia sabemos que a fonte de sangramento é pro- Alternativa B: CORRETA. A infecção pelo vírus den-
vavelmente decorrente de lesão direta dos vasos gue pode ser assintomática ou sintomática.
subclávios ou do tronco-braquicefálico. Portan- Quando sintomática, causa uma doença sis-
to, a exploração dessa região é mandatória. têmica e dinâmica de amplo espectro clínico,
I Resposta: @ variando desde formas oligossintomátícas até
quadros graves, podendo evoluir para o óbito.
MEDICINA PREVENTIVA -JULIANO SILVEIRA DE Três fases clínicas podem ocorrer: febril, crítica
ARAÚJO e de recuperação.
Alternativa C: CORRETA. A Fase Crítica pode estar
presente em alguns pacientes, podendo evoluir
Em 2009, quase 400.000 casos de dengue para as formas graves e, por esta razão, medidas
61 foram registrados em todas as regiões
do Brasil. A identificação precoce dos casos de
diferenciadas de manejo clínico e observação
devem ser adotadas imediatamente. Tem início
dengue é de vital importância para assegurar com a defervescência da febre, entre o terceiro e
medidas de controle, visando principalmente o sétimo dia do início da doença, acompanhada
evitar óbitos. NÃO corresponde às caracterís- do surgimento dos sinais de alarme.
ticas clínicas da dengue a seguinte afirmação: Alternativa 0: CORRETA. Anorexia, náuseas e vômitos
podem estar presentes nos casos de dengue. A
® Nas crianças, o início da doença pode passar diarreia está presente em percentual significa-
despercebido e manifestações clínicas aparece- tivo dos casos, habitualmente não é volumosa,
rem já como quadros graves. cursando apenas com fezes pastosas numa fre-
® O espectro clínico da dengue inclui a ocor- quência de três a quatro evacuações por dia, o
r~ncia de hepatite, insuficiência hepática, ma- que facilita o diagnóstico diferencial com gas-
nifestações do sistema nervoso, miocardite, troenterites de outras causas.
hemorragias graves e choque. Alternativa E: INCORRETA. As formas graves aparecem
© A evolução para manifestações hemorrágicas geralmente em torno do sexto dia de doença, no
graves pode ser precedida do desaparecimento entanto acompanhada da DEFERVESCÊNCIA DA
da febre. Anorexia, náuseas, vômitos e diarreia FEBRE (redução dos valores de temperatura).
podem ser observados por dois a seis dias. Vide comentário item C. Atenção: Questões de
® As formas graves aparecem geralmente em Dengue são Clássicas em prova de Residência.
torno do sexto dia de doença, acompanhadas Três Pontos não podem ser esquecidos: 1) For-
ou não da efervescência de febre. mas de Evolução e Classificação. 2) Tratamento
de acordo com evolução (grupos A, 8, C e D) 3)
Alternativa A: CORRETA. Segue Trecho do Manual Dengue Hemorrágica e prova do Laço.
de Manejo de Dengue no Adulto e Criança. "A
DENGUE
Classificação de Risco e Manejo do paciente
Suspeita de Dengue

-
Febre com duraç.io mãxlma de 07 d•u mais pelo menos dois slntomas (coef.llêla, dor retrorbitiria. exantema. prostração. mlalcQ. arualgla).
Ptsqulsof dmo <k lnfdo ~ SI!'UOITIOS I Hfstório tpidMifolóJiro compatível

Tem Sinal deAJanne e/ou Sinal de Choque?

Sina.ls de Alarme Sinais dê ChoqUê


• Dor abdofiW\a.l inten~ e conunua • Sonolência e/ou lrrrtabllldade
~------~ ~------~
• Võmicos pcnincnoos • Oi~ão da ciu~sc
• HipO(ensio pouural dou lipodmia • H •r:-ottrmla
• Hipotcndo arterial • Pubo ~pido ~ mo
• Preu1o arteri:al conw:r&tntc • Enchimento <llfMiar lento
• ~tomcg:.h~ dolorog • Aumento rcpcm•no de hcllW!tOcrito (PA diferc:ncbl < 10 rnmHg) (> 2 loe8undos)
• ~n&"lm<:nto de I'I'IUÇOUS • QIICdol ~11JPU de pl~s •Choque
• Hemorr~ Wnportantes • Ofl<onforto rf:$piratõrio
(hel'l\ltêmese e/ou me!Ma)

SIM

Pesquisar Sinal de Choque

Grupo C
COI'I\ SJ.nlf'\IIMento de ptole esponútleo P~~ de ai&UM sinal de
ou lndu.tldo (prova do t.ço •). ou alarme. Hllnllcs~çio
condiç;io cbnu;a e$9(1C:u.l eM~ nsco lOc;u.l hcmorri&o prucnu: ou
ou comofi)idades e sem s:m:.l de :al:arrnt WSMte
~
Iniciar hüaraç:lo das padentes de mediato de loC:JOrdl) com a....,...,~ ~atltO aauarda exames~ I lido n ;"'ora~.,... padenttt do GNpoA e a enquanto . . .aw-aliaçlo m6ttca.
- ~-- ---.- ---. -
Aç_ompanhfim•nto Acompanhamento ~
Ambubtoral Leito de intel'l'laç5o por um
periodo mr.wno de: 18h
96 Preparatóriopara ResidênciaMedica SUS/SP

Em 2004, foi criada pelo Governo Federal MENTE medicamentos para as doenças mais
62 o Programa Farmácia Popular do Brasil.
com o objetivo de levar medicamentos essen-
preval entes~.. As doenças incidentes também
tem sua atenção pela farmácia popular. Pode-
ciais a um baixo custo para mais perto da po- mos citar a Questão do H1 N1 {doença Aguda
pulação, melhorando o acesso e beneficiando Incidente de curta duração que gera uma pre-
uma maior quantidade de pessoas. ~ correto valência de poucos dias) Conforme o comen-
afirmar que o Programa Farmácia Popular: tário do Item A. Vide trecho da portaria: "Con-
siderando a meta de assegurar medicamentos
® não prevê a inclusão de medicamentos para essenciais para o tratamento dos agravos com
doenças novas como lnfluenza A {H1 N1 }. maior incidência na população, mediante redu·
® atua exclusivamente com base na rede de ção de seu custo para os pacientes";
farmácias do SUS, em parceria com municípios Alternativa E: INCORRETA. Para d ispensação de me·
e estados. dicamentos para Diabetes o médico necessita
© atua também em parceria com farmácias e realizar RECEITA SIMPLESconforme orientações
drogarias privadas. abaixo: "O Programa Farmácia Popular foi cria-
@ atua distribuindo somente medicamentos do em 2004 e distribui medicamentos gratuitos
para as doenças mais prevalentes no Brasil. para hipertensão, diabetes e asma em unidades
® requer um relatório médico detalhado para próprias e farmácias credenciadas. O programa
dispensar os medicamentos para diabetes. ainda oferece 11 itens em medicamentos, com
preços até 90% mais baratos, utilizados no tra-
Alternativa A: INCORRETA. Por decisão do Minis- tamento de dislipidemia, rinite, mal de Parkin·
tério da Saúde, as unidades próprias do Pro- son, osteoporose e glaucoma, além de contra-
grama Farmácia Popular do Brasil, no ano de ceptivos e fraldas geriátricas para incontinência
20 10, começaram a oferecer, gratuitamente, urinária. Em fevereiro de 2016 houve algumas
o medicamento Fosfato de Oseltamivir, usado alterações no programa em relação à obriga-
especificamente no combate a lnfluenza H1Nl. toriedade da apresentação da receita com o
O medicamento vem engrossar a lista de 107 endereço do paciente. Agora, o preenchimento
itens oferecidos no Programa Farmácia Popular. dessa informação poderá ser feita pelo profis-
Alternativa B: INCORRETA. A parceria da Farmácia sional farmacêutico, com a anuência do pacien-
Popular vai além dos estados e munícipíos. te. Até então, conforme a lei n• 5.991/73, de
Segue trecho da portaria que regulamenta a controle sanitário do comércio de medicamen·
farmácia popular. PORTARIA N° 97 1, DE 15 DE tos, cabia somente ao médico disponibilizar o
MAIO DE 20 12 Dispõe sobre o Programa f armá- nome e o endereço residencial do paciente e,
cia Popular do Brasil. expressamente, o modo de usar a medicação,
Art. 63. À Gerência Administrativa do Programa além das suas informações profissionais".
Farmácia Popular do Brasil compete: I - dar su-
porte à instalação e à manutenção de unidades
mediante a celebração de convênios ou parce- São requisitos para se estabelecer um
ria entre o MS, a FIOCRUZ e os Municípios. os
Estados, o Distrito Federal e Instituições;
63 programa de rastreamento para uma de·
terminada doença, EXCETO:
Alternativa C: CORRETA. Conforme trecho retirado
da portaria {PORTARIA N• 97 1, DE 15 DE MAIO ® o prognóstico da doença deve ser melhor, se
DE 201 2) que regulamente a Farmácia Popular: esta for d iagnosticada mais precocemente.
"Considerando que o Programa Farmácia Po- ® o teste para rastreamento deve ter alta sen-
pular do Brasil prevê a instalação de Farmácias sibilidade.
Populares em parceria com Estados, Distrito Fe- © a doença deve ter alta prevalência na popu-
deral, Municípios e instituições, bem como com lação sob estudo.
a rede privada de farmácias e drogari as~
Alternativa D: INCORRETA. Ainda seguindo a porta- Alternativa A: CORRETA. Só vale a pena rastrear se
ria que regulamente a farmácia popular, a ques- compensar tratar a doença na forma precoce.
tão D está incorreta devido à expressão: .. . "SO-
2011 97

Alternativa B: CORRETA. O teste de rastreamento do Resfriado Comum se após três dias a grande
tem que ser sensível, ou seja, acertar o maior maioria dos indivíduos já está curada.
número de indivíduos com a doença mesmo
que ocorram alguns falsos positivos.
Alternativa C: CORRETA. Não vale a pena rastrear
doença rara. Temos que ter mentalidade de
saúde pública.
64 Em uma amostra aleatória de 500 indiví-
duos, foi encontrado que o peso corporal
médio era 72 kg, com desvio-padrão = 8 kg. As-
Alternativa 0: INCORRETA. Quest ão semelhante à sumindo que esta variável apresenta distribui-
prova de 201 O. Os exames de rastreio podem ção normal, qual é a probabilidade de encon-
ser financiados pelo governo, no entanto, não trarmos nesta amostra um indivíduo com peso
é uma condição imprescindível para a criação menor do que 56,3 kg ou maiordoque87,7 kg?
de uma estratégia de rastreio. De acordo com a
Organização Mundial da Saúde (OMS), as estra- ® 50%.
tégias para a detecção precoce são o diagnósti- ® 20%.
co precoce (abordagem de pessoas com sinais © 10%.
e/ou sintomas da doença) e o rastreamento @ 5%.
(aplicação de um teste ou exame numa popu- ® 2,5%.
lação assintomática, aparentemente saudável.
com objetivo de identificar lesões sugestivas 11>COMENTÁRIO: Quando uma variável apresen-
de câncer e encaminhá-la para investigação e ta padrão de distribuição normal, ela pode ser
tratamento). O teste utilizado em rastreamento calculada utilizando modelo de Gauss. A se-
deve ser seguro, relativamente barato e de fácil guir realizaremos os cálculos. Entendemos que
aceitação pela população, ter sensibilidade e muitos da área médica tem '"aversão'" a cálcu-
especificidade comprovadas, além de relação los. Para os concuseiros X-men deixo o modo
custo-efetividade favorável. exato para obtenção de valores (abaixo). Para
Alternativa E: CORRETA. A doença deve ser grave os meros mortais (como nós da equip e) segue
para compensar os investimentos em Rastreio. um modo simples de Cálculo através da curva
Que interesse teríamos em estudar o rastreio de percentis.

0.003% 0.003%

95.44%

56,3kg 72kg 87,7


98 Preparatóriopara Residência Medica SUS/SP

+ 1 Desvio Padrão: 80kg individual e coletivo, que abrangem a promo-


Média: 72kg. Desvio Padrão: 8kg ção e a proteção da saúde, a prevenção de
-1 Desvio Padrão: 64 agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabi-
-2 Desvios Padrão: 56kg litação e a manutenção da saúde. A Atenção
Básica tem a Saúde da Famma como estratégia
A Barra Azul representa a área aproximadamen- prioritária para sua organização de acordo com
te onde se distribuiriam os pesos entre 56,3 kg os preceitos do Sistema Único de Saúde. Cons-
e 87,7kg (Entre os desvios padrões -2 e +2). Essa tam entre os fundamentos da Atenção Básica,
Área corresponde a 95,44%. Por aproximação EXCETO:
entenderíamos que 5% dos individuos fora da
area correspondem aos pesos <56,3 e >87,6 @ Participar ativamente das comissões de saú-
de das cámaras municipais e assembleias legis-
Média de Peso: 72kg- Desvio Padrão: 8kg lativas dos estados e municfpios.
® O acesso universal e contínuo a serviços de
X: Peso do Individuo-> X-N(72; 8') saúde de qualidade e resolutivos com território
adscritode forma a permitir o planejamento e a
Calculando a porcentagem de lndlvfduos programação descentralizada em consonância
com < 56,3kg. com o princípio da equidade.
© Articulação das ações de promoção à saúde,
P (X< 56,3) = P (Z < 56,3-72 I 8) = 1,96 => prevenção de agravos e vigilância à saúde.
1-A(1,96=vide Tabela) 0,975 => 97.5% @ O compromisso de elaborar metodologias e
Neste calculo observamos que 97,5% dos in- instrumentos de monitoramento e avaliação da
díviduos estão acima de 56,3kg. Interpreta-se Atenção Básica na esfera municipal.
que 2,5% Estão abaixo de 56,3kg. ® Buscar a viabilização de parcerias com orga-
nizações governamentais, não governamentais
Calculando a porcentagem de indivíduos e com o setor privado para fortalecimento da
com> 87,7kg. Atenção Básica no âmbito do seu território.

P (X> 87,7) = P (Z > 87,7 • 72 I 8) = 1,96 => Alternativa A: INCORRETA. Os vereadores são os in-
1-A(1,96=vide Tabela) 0,975 => 97,5% tegrantes das Comissões da C3mara Municipal
Neste calculo observamos que 97,5% dos in· de Saúde. O QUE ~ UMA CÂMARA MUNICIPAL?
díviduos estão abaixode 87,7kg. Interpreta-se Toda C3mara Municipal é um órgão legislativo,
que 2,5% Estão acima de 87,7kg. responsável pela elaboração de leís, visando o
bem estar e a organização social de uma cida-
o .........,._ ,.,••,._, , _ , _ _ .,..,:;.•1 • ""4..:t
de. COMO SÃO FORMADAS AS CÂMARAS MU-
···---·-· ·- -"··--·-·
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pelo povo, em pleito regular, que investidos
de mandato, constituem o Poder legislativo.
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de quatro anos, podendo ou não ser reeleitos,


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dependendo para isto da quantidade de votos
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que receber da população.

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!:E H:E H:E
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-.-
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Alternativa 8: CORRETA. Segue trecho abaixo ex-
traído do CONASS (Conselho Nacional de Se-
quitários de Saúde).
"Nesse sentido, a APS (Atenção Primária a Saúde)
vem demonstrando ser um elemento-chave na
A Atenção Básica caracteriza-se por um constituição dos sistemas nacionais de saúde~
65 conjunto de ações de saúde, no âmbito com capacidade de inl/uirnos indicadores de saú-
2011 99

de e com grande potencial regulador da utiliza- preenchimento das causas do óbito nos cam-
ção dos recursos de alta densidade tecnológica, pos I e 11 da DO:
garantindo o acesso universal aos serviços que
tragam reais beneffcios a saúde da população A ® Causa imediata ou terminal, Causa básica da
Política Nadanal de Promoção da Saúde (PNPS): morte, Causa intermediária, Causa intermediá-
a) utiliza um conceito ampliado de saúde, visan- ria, Outros estados patológicos significativos
do promover a qualidade de vida, a eqüidade, e que contribuíram para a morte, relacionados
reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde relacio- com o estado patológico que a produziu.
nados aos seus determinantes e condicionantes ® Causa imediata ou terminal, Causa interme-
-modos de vida, ambiente, educação, condições diária, Causa intermediária, Causa básica da
de trabalho, moradia, lazer, cultura e acesso a morte, Outros estados patológicos significati-
bens e serviços essenciais.• vos que contribuíram para a morte, não relacio-
Alttrnatlva C: CORRETA. Ainda de acordo com a CO- nados com o estado patológico que a produziu.
NAS$, a Atenção Básica participa de promoção © Causa básica da morte, Causa imediata ou
de saúde, prevenção de agravos e vigilância a terminal, Causa i ntermecl i~ria, Causa interme-
saúde. ~.. garantia do integralidade do atenção diária, Outros estados patológicos significati-
por meio da realização de ações de promoção da vos que contribuíram para a morte, não relacio-
saúde, prevenção de agravos e curativas; e da ga- nados com o estado patológico que a produziu.
rantia de atendimento da demanda espontdnea, @ Causa intermediária, Causa imediata ou ter-
da realização das ações programáticas e de vigi- minal, Causa básica da morte.
lância à saúde"; ® Causa imediata ou terminal, Causa básica da
Alttrnativa D: CORRETA. A descentralização é uma morte, Causa intermediária, Outros estados pa-
medida revelante no planejamento em saúde. tológicos significativos que contribuíram para a
O município tem posição de destaque na esfera morte, relacionados com o estado patológico
da Atenção Básica. O Manual do CONASS abor- que a produziu.
da esse principio: ": . . A Atenção primaria visa
promoção e desenvolvimento de ações interse- 1J> COMENTARIO:
toriais, buscando parcerias e integrando projetos Alternativa 8: CORRETA. A Sequência Correta é:
sociais e setores afins, voltados para a promoção Parte 1: Linha a (causa imediata ou terminal ->
da saúde, de acordo com prioridades e sob a coor- Linhas b e c (causas intermediárias) -> Linha d
denação da gestão municipal" (Causa básica). Em sequência preencher parte
Alttrnativa E: CORRETA. Na Atenção Prim~r ia parti- 11.
cipam, por meio de convênio, tanto a assistên- Para preencher adequadamente a DO, o mé-
cia a Saúde Pública e Privada. "A modalidade dico deve declarar a causa básica do óbito em
de Convênio é um instrumento utilizado para último lugar (parte I - linha d), estabelecendo
formalização do acordo de vontades entre en- uma sequência, de baixo para cima, até a causa
tidades do setor público (União, Estados e mu- terminal ou imediata (parte I - linha a).
nicfpios) e, ocasionalmente, entre entidades do Na parte 11, o médico deve declarar outras con-
setor público e instituições do setor privado, dições mórbidas pré-existentes e sem relação
com vistas à realização de programas de traba- direta com a morte, que não entraram na se-
lho ou de eventos de interesse reciproco, em quência causal declarada na parte I.
regime de mútua cooperação". Relembrando:
CAUSAS DA MORTE PARTE I
Doença ou estado mórbido que causou direta-
A Declaração de Óbito (DO) é o docu- mente a morte
66 mento-base do Sistema de Informações
sobre Mortalidade do Ministério da Saúde CAUSAS ANTECEDENTES Estados mórbidos, se
(SIM/MS). É composta de três vias numeradas existirem, que produziram a causa acima reg is-
sequendalmente, fornecida pelo Ministério da trada, mencionando-se em último lugar a causa
Saúde e distribufda pelas Secretarias Estaduais básica PARTE 11 Outras condições significativas
e Municipais de saúde conforme fluxo padro- que contribuíram para a morte, e que não en-
nizado para todo o país. Sequência correta de traram, porém, na cadeia acima
__ ___
_.. __....
..
_
iiiôl"iT -
,
----
~

.
....._
...
•I Cto-..lrN'oltln .., •~ --- -
,-··-
--·---·
------
--- •lt.llJst
.....-=
anmo~t'f&ll
=
,I C4ultlftttN•:I~tl
J
~- ~

_. ..
-----------------•LIC.U~~··~·~~~~·~··~~~grt~·-----------------------4------~--__J
----
:::.:.:·------ IO..,. •etaea
,_..,,..,. P•l~.-. llf'l"blhM q.- cartr b.u.,-
...................... ,..,.d.......
---------------- 1COfl t etf•JO f\llelllltO qUII l l l. .lla

Vide Exemplo de Preenchimento:


Exemplos de morte por causa natural

Exemplo 1 - Masculino, 65 anos. Há 35 anos, sabia ser hipertenso e não


fez tratamento. Há dois anos, começou a apresentar dispnéia de esforço. Foi
ao médico, que diagnosticou hipertensão arterial e cardiopatia hipertensiva, e
iniciou o tratamento. Há dois meses, insuficiência cardíaca congestiva e, hoje.
teve edema agudo de pulmão, falecendo após 5 horas. Há dois meses, foi diag-
nosticado câncer de próstata.

Veja exemplo de preenchimento na DO:

......... --.......
---·------
.., __ ...

--
c.....~,.~ ..
•I C•n,•opau n•""•"'"''
=m...

__ __
----------------
~-
·LI~~·~·-·~-"-''~"-'-"'-'-'"----------------------~1-''-'-"~"'-4----~
,......_, ...
--.;....,....._,.._.....,
0....~ ........... - ! Necplasut mah8n• dl proslala !2meus

O código d~ Class.ifK:ação lntt!rnacional d~ Doenças nolativo a cada diagnóstico será p~nchido pdos
codificadorcs da Secretaria de Saúde.

Pesquisadores recentemente descobri- Alternativa B: INCORRETA. Conceito de Risco Relati·


67 ram que a doença Y é causada pelo vírus
X. Qual das medidas abaixo é a maisapropriada
vo (RR)- Utilizado para avaliar poder de associa·
ção em estudos de coorte.
para a verificação do impacto da redução da Alternativa C: CORRETA. A Verificação do impacto
exposição, caso os pesquisadores consigam é a proporção do risco de adoecer (doença Y)
desenvolver uma vacina contra o vírus X? após a exposição (vacina contra Vírus x). Este
é o conceito de Risco Atribuível populacional.
@ Razão de chances. lembre que estamos avaliando POPULAÇÃO.
® Risco relativo. Conceito: Do ponto de vista das ações em Saú·
© Porcentagem do risco atribuível popula- de Pública, mais do que estimar a força de uma
cional. associação, pode ser mais importante estimar o
@ Fração etiológica entre os expostos. excesso do risco que é atribuível aexposição na
® Prevalência. população geral que originou a população de
estudo as medidas de impacto.
Alternativa A: INCORRETA. Conceito de Razão de Alternativa D: INCORRETA. Fração etiológica entre os
Chances (Odds Ratio) - Utilizado para avaliar po· expostos expressa qual o percentual de doença
der de associação em estudos de caso-controle. a
entre os expostos que é atribuível exposição.
2011 101

Alt•rnativa E: INCORRETA. A Prevalência é uma fo· Febre amarela: conforme recomendação do


tografia de determinada condição em um pe· calendário vacinaI do Ministério da Saúde
ríodo limitado de tempo e espaço. Não estimar de acordo com a região.
impacto de intervenção per si. Difteria e tétano (dT): reforço a cada 10
anos.
lnfluenza: anual. OBS: qualquer outra vaci·
O Brasil é reconhecido mundialmente na deverá ser avaliada individualmente du·
68 pela qualidade do Programa de Controle
da epidemia de HIV/AIDS. O indivíduo infec· I
rante o acompanhamento médico.
Resposta: ©
tado pelo HIV (soropositivo) deve ser avaliado
por um médico antes de tomar qualquer vacina
para se prevenir de doenças. Dentre as orienta· Foram analisadas publicações indexadas
ções abaixo, NÃO é pertinente para os portado·
resdoHIV:
69 nas bases Medical literature Analysis and
Retrieval System Online (MEDLINE); Literatura
Latino-americana e do Caribe em Ciências da
@ Vacina contra a gripe A H1N1 (gripe suína): Saúde (Lilacs); Cochrane e Scientific Electronic
deve ser tomada somente quando indicada Library Online (SciELO). Não houve delimitação
pelo médico. por período. As buscas foram realizadas por dois
® Vacina contra hepatite B é indicada pelo revisores independentes, definindo-se a estraté·
médico, especialmente com base na caracte- gia de busca livre com termos "human papillo·
rização de risco do paciente em relação a esta maviruS:: "prevalence" e "Brazil" e os operadores
doença. booleanos: "NOT HIV" e "NOT pregnant~ A bus·
© Vacina contra o pneumococo só pode ser ad· ca foi realizada em abril de 2009. Com base no
ministrada se as células CD4+ estiverem acima texto acima, que seção e tipo de abordagem da
de200/mm3. pesquisa estão sendo representados?
@ Vacina contra tétano-difteria: a recomendação
geral é de uma dose de reforço a cada 1Oanos. @ Descrição de métodos de uma revisão siste·
® Vacina inativada contra o vírus causador da mática.
poliomielite: é preferível à vacina oral. no soro· ® Resultados de um estudo baseado em uma
positivo e seus comunicantes próximos. série de casos.
© Introdução de um estudo transversal.
.. COMENTÁRIO: Além de um CD4> 200, é neces· @ Descrição de métodos de um estudo trans·
sário uma avaliação médica para afastar sinais versa I.
clínicos de lmunossupressão severa. ® Introdução de uma metanálise.
Os Pacientes com HIV podem receber todas as
vacinas do calendário nacional, desde que não ., COMENTÁRIO: O Relato acima descreve de que
apresentem deficiência imunológica impor· forma foi realizada uma busca, com determi·
tante. Maior imunodepressão está associada a nados termos em uma plataforma de dados.
maior risco relacionado a vacinas de agentes Trata·se da Descrição metodológica de uma
vivos. O soropositivo deverá ser avaliado por Revisão sistemática. "Uma revisão sistemática
um médico antes de tomar qualquer vacina. ~ sobre determinado tema possui o critério de
recomendado adiar a vacinação em pacientes seleção explícito, de forma que outros pesqui·
sintomáticos ou com imunodeficiência avan- sadores podem avaliar a qualidade da revisão
çada (CD4 < 200 cel/mm'). Orientações gerais e/ou executá-la novamente. Outra vantagem
para adultos: desta técnica é a produção de evidências sobre
Pneumococo: uma dose para pacientes determinado tema, além da investigação de
com CD4 > 200cel/mm'. oportunidades de pesquisas nos desvios dos
apenas um reforço após cinco anos. resultados encontrados. Teve início na mediei·
Hepatite B: em todos os pacientes suscetíveis na, sendo que agora vem sendo utilizada por
(Anti·HBsAg negativo, anti-HBc negativo) diversas outras áreas do conhecimento.
Hepatite A: pacientes suscetíveis (anti·HVA ne· I Resposta:@
gativo) e portadores de hepatopatias crônicas.
102 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

Um operador de andaimes, de 30 anos de idade, trabalhava na construção de um Shoppi ng


7O Center quando o andaime caiu de uma altura correspondente a três andares. A ambulância
do SAMU chegou ao local em 1O minutos, com uma equipe de enfermeiro e técnico de enferma-
gem. Durante o trajeto até o hospital mais próximo o operário não resistiu aos ferimentos decorren-
tes da queda e faleceu. Na situação descrita, a declaração de óbito deste operário deve ser assinada
pelo médico:

® do convênio da empresa de construção para quem o operário trabalhava.


® do hospital para onde o paciente estava sendo levado.
© do SVO para onde o mesmo deveria ter sido levado.
@ da equipe do SAMU que realizou o transporte.
® do IML para onde o paciente deveria ter sido levado.

.. COMENTARIO: Alternativa E:"O MAIS CORRETO' . Questão Diret a-> CAUSA EXTERNA~ IGUAL A IML
(Instituto médico Legal- Aos cuidados do Médico Legista). O motivo da anulação da questão é o
fato d e "Levar o pacient e direto para o IML~ Há uma séria de i ncoerências na quest ão que discuti-
remos separadamente:
1. A unidade enviada foi a Básica (enfermei ro+ técnico em enfermagem) que, para a magnitude do
acidente (queda de três andares), d everia ter sido solicitado a Unidade Avançada (Médico, Enfer-
meiro, Tec. Enfermagem e suporte de UTI).
2. Concordamos que o médico do IML deve fornecer o Laudo, no entanto, o individuo (mesmo com
sinais de morte) deveria ter sido removido para u ma u nidade com médicos.
Vide trecho do Manual sobre declaração de óbito por causa externa (do qual foi reproduzido a
questão).
"Segundo a definição, óbito por causa externa é aquele que ocorre em consequência direta ou indi-
reta de um evento lesivo (acidental, não acidental ou de intenção indeterminada). Ou seja, decorre
de uma lesão provocada por violência (homicídio, suicídio, acidente ou morte suspeita), qualquer
que seja o tempo decorrido entre o evento e o óbito. O fato de ter havido internação e ciru rgia e o
óbito ter ocorrido 12 dias depois não interrompe essa cadeia. O importante é considerar o nexo de
causalidade entre a queda que provocou a lesão e a morte. O corpo deve ser encaminhado ao IML
e a DO emitida por médico legi sta. QUESTAO ANULADA

Exemplos de morte por causa não-natural

Exemplo I - Masculino, 25 anos, pedreiro, estava trabalhando quando sofreu


queda de andalm<! (altura correspondente a dois andares). Foi recolhido pelo
wviço de resgak e encaminhado ao hospital, onde fez cirurgia em virtude de
traumatismo cranicnctfálico, Morreu após três dias.

_____
Veja exemplo de preenchimento na DO:
------
.... _
. .....
,..,_,
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,,...
Ol:ltnpce er.300~QLC •I E441"'11 w rebnl
m. "'

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CA.1..1814ANT'lcaKHTtS
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2011 103

Em 4 de janeiro de 2008, a Divisão de contra os sorogrupos A, 8 e C da Neisseria me-


71 Doenças de Transmissão Respiratória
do CVEJCCD/SESSP registrou a notificação, via
ningitidis, e as conjugadas, disponíveis para os
sorogrupos B, C, A, Y e W135. Limites: As vacinas
Grupo de Vigilância Epidemiológica de Santos polissacárides induzem a imunidade de curta
(GVE), da ocorrência de sete casos suspeitos de duração e são pouco imunogênicas nas crian-
Doença Meningocócica (DM) no município de ças menores de dois anos. As vacinas conjuga-
Guarujá/SP, no período de 14 de dezembro de das A, B e C são eficazes para crianças menores
2007 a 3 de janeiro de 2008. Os casos foram in· de dois anos, porém são mais caras.
vestigados e a situação foi caracterizada como
um surto de DM na comunidade Chaparral com Alternativa A: INCORRETA. Não composição de DNA
coeficiente de incidência de 18,53/1 00.000 na Vacina Meningocócica.
habitantes, cujo risco de adoecimento encon· Alternativa 8: CORRETA. Desde a época da ques·
trava-se na faixa etária de menores de 6 anos tão (2010) até a atualidade, houve uma grande
e com registro de um caso na faixa etária de mudança no calendário vacinal: Introdução da
15-19 anos. Sobre a vacinação para doença Vacina Meningocócica. Como dito no item B,
meningocócica, acompanhadas de algumas existem dois tipos de Vacina: Conj ugada e Po-
das respectivas limitações, é correta a seguinte lissacarfdica (A, C, Y W 135). A forma conjugada
afirmação: é composta de proteínas carreadoras.
Alternativa C: INCORRETA. Como dito nos comentá-
@ Vacinação: 2 tipos de vacinas, as polissacári- rios existem dois tipos de Vacinas: POLISSACA·
des e de DNA. As polissacárides, contra os soro- RÍDEAS E CONJUGADAS.
grupos A, 8 e C da Neisseria meningitidis, e as Alternativa D: INCORRETA. Item incorreto pois refere
de DNA são disponíveis para os sorogrupos 8, presença de composição com DNA.
C, A, Y e W135. Limites: As vacinas polissacári- Alternativa E: INCORRETA. Item bem redigido, no
des induzem a imunidade de longa duração e entanto torna-se incorreto quando fala sobre
são pouco imunogênicas nas crianças menores disponibilidade de vacina para o Sorogrupo B
de 2 anos. As vacinas de DNA A, B e C são efica- Vamos rever um pouco mais o tema meningite:
zes para crianças menores de 2 anos, porém são ~ doença meningocócica é causada pela bac-
mais caras, e as Y e W135 não são licenciadas téria Neisseria meningitidis (Meningococo), cuja
no Brasil. disseminação resulta em infecções invasivas gra-
® Vacinação: dois tipos de vacinas, as polis· ves, como a meningite e a meningococcemia. As
sacárides e as conjugadas. As polissacárides, infecções, em geral, têm início abrupto e evoluem
contra os sorogrupos A e C da Neisseria me· de forma rápida, alcançando uma taxa de leta·
ningitidis, e as conjugadas, disponíveis para os /idade de 10% a 20%. A doença pode acometer
sorogruposC, A, Y e W135. limites: não existem pessoas de todas as faixas etárias, porém, a maior
vacinas eficazes contra a N. meningitidis doso- incidéncia ocorre em crianças menores de 5 anos
rogrupo 8. As vacinas polissacárides induzem a de idade, sobretudo nos menores de I ano. Em
imunidade de curta duração e são pouco imu- situações de surtos observa-se uma distribuição
nogênicas nas crianças menores de dois anos. da doença meningocócica entre os adolescentes
© Vacinação com vacinas conjugadas. As va- e adultos jovens. Sabe-se, hoje, que individuas
cinas conj ugadas são disponíveis para os so- assíntomáticos podem ser portadores desta bac-
rogrupos B, C, A, Y e W135. Limites: As vacinas téria na nasofaringe, propiciando a transmissão
conjugadas A e C são ineficazes para crianças para indivíduos suscetrveis~
menores de 2 anos e são caras.
@ Vacinação com vacinas de DNA. As vacinas limte: hnp://sbgg.org.br/wp-content/uploads/2014/10/
de DNA são efetivas contra os sorogrupos A,
C, Y e W135 da Neisseria meningitidis. Limites: guia-de-vacinas.jXlf
Estas vacinas induzem a imunidade de longa
duração, porém são pouco imunogênicas nas
crianças maiores de dois anos. Qual dos critérios abaixo não faz parte do
® Vacinação: dois tipos de vacinas, as polissa-
cárides e as conjugadas. As polissacárides,
72 conjunto de premissas utilizadas para se
estabelecer causalidade?
104 Preparatóriopara ResidênciaMedica SUS/SP

® Nível de significâncía estatística. ma Único de Saúde (SUS), EXCETO a execução


® Plausibilidade biológica. de ações de:
© Força da associação.
@ Efeito dose-resposta. ® vigilância sanitária.
® Temporalidade. ® organização dos setores não governamen·
tais que atuam na saúde.
.. COMENTÁRIO: Os critérios de Hill (Austin Bra· © vigilância epidemiológica .
dford Hill · Epidemiologista) busca caracterizar @saúde do trabalhador.
como causal uma associação entre uma ex- ® assistência terapêutica integral, inclusive far·
posição e uma doença ou condição de saúde. macêutica.
Seguem abaixo nove critérios. O Item A (Nivel
de Significância) não faz parte destes critérios. Alternativa 8: INCORRETA. Segue a Definição de Or·
Os demais itens (Piausibilidade, Força de Asso- ganização de Não governamental. De antemão
ciação, Efeito dose-resposta, Temporalidade) antecipa-se que são organizações que atuam
fazem parte de tais critérios. de forma autônoma.
•As Organizações não governamentais (ONG)
1. Força da associação: quanto mais forte uma são grupos sociais organizados, sem fins lucrati·
associação, mais provável que sej a causal. A for- vos, constitl.lídos formal e autonomamente, ca·
ça da associação é medida pelo risco relativo ou racterizados por ações de solidariedade no cam-
pelo odes ratio po das políticas públicas e pelo legítimo exercício
2. Consistência: a relação deve ser condizente de pressões políticas em proveito de populações
com os achados de outros estudos excluídas das condições da cidadania.
3. Especificidade: exposição específica causa
a doença Segue copia da Lei 8.080 no qual destacamos
4. Temporalidade: causa deve ser anterior à em negrito os itens A. C. D, E.
doença
S. Gradiente biológico (efeito dose-respos- LEI N• 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990.
ta): deve ser em gradiente, proporcional Dispõe sobre as condições para a promoção,
6. Plausibilidade biológica: A associação deve proteção e recuperação da saúde, a organiza·
ter uma explicação plausível, concordante com ção e o funcionamento dos serviços correspon-
o nível atual de conhecimento do processo pa· dentes e dá outras providências.
tológico
7. Coerência: os achados devem seguir o para· Art. 6° Estão incluídas ainda no campo de
digma da ciência atual atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):
8. Evidências experimentais: Mudanças na I · a execução de ações:
exposição mudam o padrão da doença a. de vlgl/ancia sani tária;
9. Analogia: com outra doença ou com outra b. de vigilânâa epidemiológica;
exposição c. de saúde do trabalhador; e
cL de assistência terapêutica integral, in..
I Resposta: ® cluslve farmacêutica;
11 - a participação na formulação da politica e
na execução de ações de saneamento básico;
A Lei no 8.080, de 19 de setembro de 111 • a ordenação da formação de recursos hu·
73 1990, dispõe sobre as condições para
promoção, proteção e recuperação da saúde,
manos na área de saúde;
IV- a vlgilância nutricional e a orientação ali-
a organização e o funcionamento dos servi- mentar;
ços correspondentes e dá outras providências. V - a colaboração na proteção do meio am·
O seu art. 2o estabelece •A saúde é um direito biente, nele compreendido o do trabalho;
fundamental do ser humano, devendo o Esta· VI- a formulação da política de medicamentos,
do prover as condições indispensáveis ao seu equipamentos, imunobiológicos e outros insu-
pleno exercício': De acordo com esta Lei, estão mos de interesse para a saúde e a participação
incluldas ainda no campo de atuação do Siste- na sua produção;
2011 105

VIl- o controle e a fiscalização de serviços, pro- a ocorrência de surto ou epidemia, doença


dutos e substâncias de interesse para a saúde; ou agravo de causa desconhecida, alteração
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, no padrão clínicoepidemiológico das doenças
água e bebidas para consumo humano; conhecidas, considerando o potencial de dis·
IX- a participação no controle e na fiscalização seminação1 a magnitude, a gravidade, a seve-
da produção, transporte, guarda e u tilização ridade, a transcendência e a vulnerabilidade,
de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos bem como epizootias ou agravos decorrentes
e radioativas; de desastres ou acidentes;
X - o incremento, em sua drea de atuaçdo, do
desenvolvimento científico e tecnológico; SEGUE A LISTA DE NOTIFICAÇÃO PARA
XI- a formulação e execução da polltica de san- "MEMORIZAÇÃO"
gue e seus derivados.
Fonte:http://www.senado.gov.br/senado/conleg/arti- Lista Nacional de Doenças e Agravos de Notifi-
gos/especiais/Organiza<oesNaoGovemamentais.pdf cação Compulsória

Botulismo
Carbúnculo ou Antraz
Para incluir novas doenças e agravos Cólera
74 em uma lista de doenças de notificação
compulsória, NÃO é levada em consideração à
Coqueluche
Dengue
magnitude, Difteria
Doença de Creutzfeldt - Jacob
@ o potencial para causar surtos e epidemias, Doenças de Chagas (casos agudos)
os compromissos internacionais, a transcen- Doença Meníngocócica e outras Meningi-
dência. tes X.Esquistossomose (em área não endê-
® o potencial de disseminação, a vulnerabili- mica)
dade, a transcendência. Eventos Adversos Pós-Vacinação
© o potencial de disseminação, os compromis- Febre Amarela
sos internacionais, a transcendência. Febre do Nilo Ocidental
@ o potencial para causar surtos e epidemias, a Febre Maculosa
disseminação, os compromissos internacionais, Febre Tlfoide
a transcendência. Hansenfase
® o potencial para causar surtos e epidemias, Hantavirose
a disponibilidade de vacinas ou tratamentos, os Hepatites Virais
compromissos internacionais. Infecção pelo vírus da imunodeficiência
humana - HIV em gestantes e crianças ex-
~ COMENTARIO: QUESTÃO ANULADA • Questão postas ao risco de transmissão vertical XX.
mal elaborada que no próprio enunciado apre- lnOuenza humana por novo subtipo (pan-
senta uma informação incoerente ao citar que a dêmíco)
"Magnitude" não é levada em consideração nas Leishmaniose Tegumentar Americana
doenças de notificação compulsória. Segue o Leishmaniose VísceraI
trecho da portaria do Ministério da Saúde: Leptospirose
PORTARIA N° 1.271, DE 6 DE JUNHO DE Malária
2014 Meningite por Haemophilus inOuenzae
Define a Lista Nacional de Notificação Com- Peste
pulsória de doenças, agravos e eventos de Poliomielite
saúde pública nos serviços de saúde públicos Paralisia Flácida Aguda
e privados em todo o território nacional, nos Raiva Humana
termos do anexo, e dá outras providências. Rubéola
Síndrome da Rubéola Congênita
Art. V (Capitulo 1): ... situação que pode cons- Sarampo
tituir potencial ameaça à saúde pública, como Sífilis Congênita
106 Preparatóriopara Residén<iaMédi<a SUS/SP

Sífilis em gestante Saúde Pública dos Estados (LACEN) eLabora-


Síndrome da lmunodeficiência Adquirida - tóri os de Referência Nac.ional ou Regional
AIDS
Síndrome Febril lctero-hemorrágica Aguda I. Resultado de amostra individual por:
Síndrome Respiratória Aguda Grave a. Botulismo
Tét ano b. Carbúnculo ou Antraz
Tu la remia c. Cólera
Tuberculose d. Febre Amarela
Varíola e. Febre do Nilo Ocidental
f. Hantavirose
Doenças e Agravos de notificação Imediata g. l nfluenza humana por novo subtipo (pan-
dêmico)
I. Caso suspeito ou confirmado de: h. Peste
a. Bot ulismo i. Poliomielite
b. Carbunculo ou Ant raz j. Raiva Humana
c. Cólera k. Sarampo
d. Febre Amarela I. Sfndrome Respiratória Aguda Grave
e. Febre do Nilo Ocidental m. Varíola
f. Hantaviroses n. Tularemia
g. lnfluenza humana por novo subtipo (pan-
dêmico) 11. Resultado de amostras procedentes de in-
h. Peste vestigação de surtos:
i. Poliomielite a. Agravos inusitados
j. Raiva Humana b. Doença de Chagas Aguda
k. Sarampo, em indivíduo com história de c. Difteria
viagem ao exterior nos últimos 30 dias ou d. Doença Meningocócica
de cont ato, no mesmo período, com al- e. l nfluenza Humana
guém que viajou ao exterior
I. Síndrome Febril ict ero-hemorrágica Aguda
m. Síndrome Respiratória Aguda Grave
n. Varíola o. Tularemia
75 ~ma das propriedades da curva normal

11. Caso confirmado de: ® A variância é igual ao desvio-padrão.


a. Tétano Neonatal ® A área sob a curva é igual a 50%.
© 90% dos valores da distribuição estão loca-
111. Surto ou agregação de casos ou de óbitos lizados dentro do intervalo da média + ou - 2
por: desvios-padrão.
a. Agravos inusitados ® A média, a mediana e a moda têm o mesmo
b. Difteria valor.
c. Doença de Chagas Aguda ® 80% dos valores da distribuição estão loca-
d. Doença Meningocócica lizados dentro do int ervalo da média + ou • 2
e. lnfluenza Humana desvios-padrão.

IV. Eplzootl as e/ou morte de animais que po- Alternativa A: INCORRETA. Matematicamente fa-
dem preceder a ocorrência de doenças em lando, o desvio padrão é a raíz quadrada da
humanos: variância.
a. Epizootias em primatas não humanos Alternativa B: INCORRETA. A área sob a curva é igual
b. Outras epizootias de importância epide- a 100%.
miológica Alt ernativa C: INCORRETA. 95,44% dos valores estão
dentro do intervalo da média + ou - 2 desvios
Resultados laboratoriais devem ser notifica- padrão.
dos de forma imediata pelos Laboratórios de
2011 107

Alternativa D: CORRETA. A Distribuição normal Fonte: http://www.cin.ufpe.brI ~rmcrs/ESAPIarquivos/


apresenta-se em formato de sino, unimodal, DistribuicaoNormal.pdf
simétrica. Uma das propriedades deste tipo de
distribuição é a presença de média, mediana e
moda com o mesmo valor.
Alternativa E: INCORRETA. Conforme o comentário Segundo o GLOBOCAN 2008, uma com·
da letra C, 95,44% estão dentro da área de dois
desvios padrão.
76 pilação de dados sobre incidência e mor·
talidade por câncer, publicado pela Agência
Seguem informações Relevantes sobre distri· Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), os
buição normal. 5 t ipos de câncer de maior incidência no sexo
feminino (excluindo-se os cânceres de pele não
A distribuição normal é a mas importante dis· melanoma) nos países menos desenvolvidos
tribuição estatfstica, considerando a questão são:
prática e teórica. Já vimos que esse tipo de dis·
tribuição apresenta-se em formato de sino, uni· ® colo uterino, mama, endométrio, pulmão e
modal, simétrica em relação a sua média. Con· ovário.
siderando a probabilidade de ocorrência, a área ® mama, colo uterino, pul mão, estômago e
sob sua curva soma 100%.1sso quer dizer que a cólon/reto.
probabilidade de uma observação assumir um © colo uterino, mama, estômago, ffgado e pu I·
valor entre dois pontos quaisquer é igual à área mão.
compreendida entre esses dois pontos. @ mama, pulmão, cólon/ reto, ovário e endo·
métrio.
® pulmão, mama, colo uterino, estômago e
l igado.

v\ 11> COMENTARlO: O levantamento Globocan 2008,


divulgado pela Agência Internacional para Pes·
guisa em Câncer (IARC, na sigla em inglês), da

J ~ Organização Mundial de Saúde (OMS) mostra


que a maioria dos 12,7 milhões de novos casos

_,1
\ de câncer e 7,6 milhões de mortes pela doença
~ em todo o mundo ocorreram em países em de-
senvolvimento. Em 2008 a incidência deCAem
mulher se dava conforme item B (1· Mama, 2·
Colo Uterino 3· Pulmão, 4· Estômago, 5· Cólon/
reto. Para atualidade, houveram algumas mu·
68,26% => 1 desvio danças que devem ser memorizadas conforme
95,44% => 2 desvios os..taciGs at<~aUzaclos paoa ~ 1 6< · · · · · · · · · · · ·
99,73% => 3 desvios
Ambos os Sexos: Pele Não Melanoma (29% do
Na figura acima, tem as barras na cor marrom estimados).
representando os desvios padrões. Quanto
mais afastado do centro da curva normal, mais Homens (retirando pele não melanom a):
área compreendida abaixo da curva haverá. A 1. Póstata
um desvio padrão, temos 68,26% das observa· 2. Pulmão
ções contidas. A dois desvios padrões, possui· 3. Cólon e reto
mos 95,44% dos dados compreendidos e final· 4. Estômago
mente a três desvios, temos 99,73%. Podemos S. Cavidade Oral.
concluir que quanto maior a variabilidade dos
dados em relação à média, maior a probabili· Mulheres (exceto Pele não Melanoma):
dade de encontrarmos o valor que buscamos 1. Mama;
embaixo da normal.
108 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

2. Cólon e Reto (em 2008 o segundo mais in- Na construção de um teste de hipóteses,
cidente era o de colo de útero).
3. Colo de útero.
78 para análise estatística, é INCORRETO
afirmar:
4. Pulmão
S. Estômago. @ O poder do teste estatístico é influenciado
I Resposta: ® pelo tamanho da amostra.
® O poder do teste estatístico é igual ~ proba-
bilidade de se rejeitar HO, quando Ha é verda-
A avaliação segundo intenção de trata- deira.
77 mento é uma estratégia de análise utili-
zada em:
© O valor de p mede a probabilidade de rejei-
tarmos HO, quando HO é verdadeira.
@ O nível de significãncia estatística é a pro-
@ ensaios clínicos, com a finalidade de permitir babilidade de cometermos um erro estatfstico
a análise de grupos não homogêneos. tipo 11.
® estudos caso-controle, permitindo a minimi- ® O nfvel de significáncia estatfstica é a pro-
zação de viés de seleção. babilidade de cometermos um erro estatístico
© ensaios clínicos randomizados, com a fina- tipo I.
lidade de permitir a análise das perdas de se-
guimento. Alternativa A: CORRETA. Tamanhos amostrais au-
@ estudos de coorte, com a finalidade de per- mentam a confiança do estudo empoderando
mitir a análise das perdas de seguimento. o teste estatístico.
® ensaios clínicos randomizados, sendo que Alternativa 8: CORRETA. Definição correta de Poder
sua completa aplicação só é possível se houver do Teste Estatfstico.
dados disponíveis sobre a evolução (desfecho) Alternativa C: CORRETA. Definição correta de "Valor
de todos os pacientes que foram randomizados. de P'.
Alternativa D: INCORRETA. (como solicitado na
Alternativa A: INCORRETA. Apesar de ser utilizada questão). Em estatfstica um resultado tem
em ensaios clínicos, a '1ntenção de tratar"é uma signiticância estatística se for improvável que
ferramenta que avalia desfechos de um grupo tenha ocorrido por acaso. Mais concretamen-
previamente Randomizado (na Randomização te, a significância está relacionada ao nível de
já houve a homogeneização). confiança ao rejeitar a hipótese nula quando
Alternativa 8: INCORRETA. Não é uma ferramenta esta na verdade é verdadeira (erro do tipo 1).
utilizada em casos controles, mas em ensaios Alternativa E: CORRETA. A significãncia estatística
clínicos. representa a probabilidade de que um resulta-
Alternativa C: INCORRETA. Um item atraente! No en- do similar seja obtido se toda a população fosse
tanto está incorreto pois o "intention-to-treat" testada.
ele inclui as perdas mas não analisa especifica-
mente estes indivfduos.
Alternativa D: INCORRETA. Faz Menção a Estudos de Pesquisadores estão interessados em
Coorte.
Alternativa E: CORRETA. Os resultados dos ensaios
79 avaliar a associação entre peso ao nas-
cimento e desenvolvimento de obesidade na
clfnicos podem ser analisados considerando-se vida adulta. Os desenhos de estudo mais apro-
dois possíveis conjuntos de dados. O primeiro priados para esta avaliação são:
inclui toda a população randomizada, indepen-
dentemente de desistências, perdas ou falta de @ ensaio clínico e estudo caso-controle.
adesão ao tratamento, é definido pela intenção ® estudo ecológico e estudo transversal.
de tratar, referido pela sigla ITT (intention-to- © estudo de coorte retrospectivo e estudo
-treat). O segundo conjunto inclui somente os ecológico.
pacientes que completaram o tratamento e ® estudo transversal e estudo de coorte retros-
que não cometeram nenhuma violação de pro- pectivo.
tocolo; é um subconjunto do anterior. referido ® estudo de coorte prospectivo e estudo ca-
pela sigla PP (per-protocol). so-controle.
2011 109

Alternativa A: INCORRETA. Para o desenho de estu· Esse valor de"r" é o risco relativo entre consumo
do solicitado (observacional}, não é necessário de carne vermelha e valores de fndice de Massa
o modelo de ensaio clínico que tem como obje· Corpórea. Um valor de r < 1,O (p:0,03 ·>confere
tivo intervenção. significado estatístico) mostra que a exposição
Altornativa 8: INCORRETA. Estudos ecológicos e (consumo de carne vermelha) tem papel PRO·
transversais são ferramentas que reproduzem TETOR em relação ao desfecho (nível de IMC).
uma fotografia da situação, avaliam um único ·o risco relativo (RR), também chamado de ra·
momento específico, portanto não se adequam zão de incidências ou razão de risco, expressa
para avalíar desfechos futuros. uma comparação matemática da probabílída·
Alternativa C: INCORRETA. Se o estudo quer saber de do risco de adoecer entre grupos de expos-
se os indivíduos vão se tornar obesos, não há tos e não-expostos a um determinado fator em
sentido de fazer um desenho retrospectivo. O estudo. O cálculo é feito a partir da divisão do
estudo ecológico (tempo delimitado e estuda risco no grupo de expostos pelo risco do grupo
populações) também é uma modalidade que de nâo·expostos."
não de adequa. A interpretação dos valores do risco relativo
Alternativa D: INCORRETA. Como dito previamente, é a seguinte: • Quando o RR é menor que 1, a
estudo transversal é uma FOTOGRAFIA da si· associação sugere que o fator estudado teria
tuaçâo, sendo uma ferramenta ruim para asso- uma ação protetora;* Quando o RR apresenta
ciação causa e efeito. valor igual a 1, temos ausência de associação; •
Alternativa E: CORRETA. Conforme o enunciado, Quando o RR é maior que 1, a associação suge·
precisamos "avaliar" a associação entre peso re que o fator estudado seria um fator de risco;
ao nascer e obesidade adulta. Diante desta quanto maior o RR, maior a força da associação
solicitação, o desenho do estudo adequado é entre exposição e o efeito estudado.
observacional (não necessita de intervenção} e Alternativa 8: INCORRETA. Consumo de carne ver·
prospectivo, tornando a alternativa ECorreta. mel ha não mostrou associação com obesidade.
Alternativa C: INCORRETA. Como dito no comentá·
rio da questão consumir carne vermelha é fator
Um estudo realizado em 15 países euro· protetor.
8O peus para avaliar a relação entre o con·
sumo de carne vermelha (kg/percapita/ano) e
Alternativa D: INCORRETA. O estudo não evidenciou
associação entre consumo de carne vermelha
o índice de massa corpórea (IMC), encontrou e obesidade, mas tal dieta como fator protetor.
uma correlação positiva, com um r = 0,80 (p Alternativa E: INCORRETA. Como os demais itens,
= 0,03}. Com base nestes resultados, é correto peca em dizer que consumo de carne é fator de
afirmar que: risco (obesidade) e não protetor.

@ 64% da variabilidade observada para o IMC GINECOLOGIA EOBSTETRiCIA · EDSON SANTOS


pode ser explicada pela variabilidade observa· FERREIRA FILHO
da para o consumo de carne vermelha.
® 80% dos casos de obesidade nestes países
podem ser explicados pelo alto consumo de O tratamento com doxiciclina NÃO apre·
carne vermelha.
© 80% das pessoas que comem carne verme·
81
co de:
senta efeito no provável agente etiológi·

lha tem alto IMC.


@ o alto consumo de carne vermelha causa @ úlcera genital com base granulomatosa de
obesidade. aspecto vermelho·vivo e sangramento fácil.
® 64% dos casos de obesidade nestes países Ausência de linfadenopatia inguinal.
podem ser explicados pelo alto consumo de ® lesão genital ulcerada indolor de bordas sa·
carne vermelha. lientes e endurecidas, base avermelhada não
purulenta e presença de linfadenopatia ingui·
Alternativa A: CORRETA. Para responder esta ques· na! discreta.
tão, não é necessário realizar cálculos. mas in- © vesiculas coalescentes dolorosas, algumas
terpretar essa •correlação positiva • r = 0,80". rotas com ex ulceração e crostas na vulva.
110 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

@ lesões genitais múltiplas exulceradas, dolo- vagina hiperemíadas, presença de leucorreia


rosas, com contornos elevados e base com ex- branca espessa em grumos aderentes à muco-
sudato purulento de odor fétido. sa. Considerando os achados clínicos descritos,
® gânglio inguinal infartado com supuração e é mais provável que o pH, o resultado do teste
nstulização por orifícios múltiplos. das aminas e o agente etiológico sejam, respec-
tivamente:
Alternativa A: INCORRETA. Provavelmente se refere~
donovanose, 1ST causada pelo Calymmatobac- @ ácido, negativo e bactéria.
teríum granulomatis, caracterizada por nódulos ® ácido, positivo e fungo.
indolores que progridem para úlceras altamente © ácido, negativo e fungo.
vascularizadas, que sangram com facilidade ao ® alcalino, positivo e bactéria.
contato. Os linfonodos, em geral, não estão en- ® alcalino, negativo e fungo.
volvidos. O tratamento pode ser feito com doxi-
ciclina, azitromicina, ciprotloxacino, eritromicina .,_ COMENTÁRIO: Quadro clinico típico de candi-
ou sulfametoxazol-trimetoprim. dlase vaginal, no qual o pH vaginal é normal
Alternativa B: INCORRETA. Provavelmente se refere (<4,5), o teste das aminas é negativo (torna-
a slnlis, DST causada pelo Treponema pal/idum, -se positivo nos casos de vaginose bacteriana
cuja fase primária é caracterizada por úlcera iso- e, menos intensamente, na tricomoníase) e o
lada, indolor, firme, com bordas levemente ele- agente etiológico é um fungo.
vadas; pode haver acometimento linfonodal ou I Resposta: ©
não. O tratamento recomendado tem a penicili-
na como primeira linha, mas a doxiciclina pode
ser uma alternativa para pacientes alérgicas. São fatores de risco para o câncer cervi-
Alternativa C: CORRETA. Provavelmente se refere à
primo-infecção herpética, cujas lesões apresen-
83 couterino (escamoso) e para o câncer de
mama: Considere: DST = doença sexualmente
tam as fases de vesículas com ou sem pústulas, transmissível.
ulcerações e crostas. O tratamento inclui aciclo-
vir, valaciclovir ou fanciclovir; doxiciclina não @ Câncer cervicouterino - tabagismo/Câncer
tem aplicação, pois é um antibiótico e a doença de mama - menopausa tardia.
em foco é de etiologia viral. ® Câncer cervicouteríno- nuliparidade/Câncer
Alternativa D: INCORRETA. Provavelmente se refere de mama - multiparidade.
ao cancro mole, 1ST causada pelo Haemophílus © Câncer cervicouteríno - antecedente de
ducreyi, caracterizada por úlceras dolorosas de DST/Câncer de mama- menarca tardia.
base avermelhada e granular, de consistência @ Câncer cervicouterino - infecção pelo HPV
amolecida, que se tornam dolorosas e podem 16 ou 18/Cãncer de mama - primeiro parto an-
ter exsudato purulento com odor fétido em tes dos 2S anos.
casos de infecção secundária. O tratamento é ® Câncer cervicouterino - obesidade/Câncer
feito primordialmente com doxiciclina, sendo de mama - antecedente familiar de câncer de
opções: azitromicina, ciprofloxacino, eritromicie mama.
na ou sulfametoxazol-trimetoprim.
Alternativa E: INCORRETA. Provavelmente se refere Alternativa A: CORRETA. Tabagismo é fator de risco
ao linfogranuloma venéreo, DST causada pela para câncer de colo uterino por fisiopatologia
Chlamydia trachomatis, cujas manifestações ainda não plenamente elucidada. Menopausa
podem incluir vesiculas, linfadenopatia e sin- tardia aumenta o tempo de exposição estrogé-
drome anogenitorretal. O tratamento reco- nica e é fator de risco para câncer de mama e
mendado é com doxiciclina; uma alternativa é endométrio.
eritromicina. Alternativa B: INCORRETA. Multiparidade é um
fator de risco para câncer de colo uterino,
enquanto funciona como fator protetor para
Mulher de 26 anos, usuária de contra- câncer de mama.
82 ceptivo oral combinado, refere prurido
vulvovaginal. Ao exame ginecológico, vulva e
Alternativa C: INCORRETA, pois menarca precoce é
um fator de risco para o câncer de mama, uma
2011 111

vez que aumenta o tempo de exposição estro- Altornativa E: INCORRETA. Esse processo é estimula-
gênica. do pela ligação do FSH aos receptores presen-
A"ornativa D: INCORRETA, pois primeiro parto antes tes na célula da granulosa.
dos 25 anos protege contra câncer de mama.
A"ornativa E: INCORRETA. pois obesidade é fator
de risco para câncer de mama, não de colo de Com relação à síndrome dos ovários poli-
útero. 85 císticos, é correto afirmar:

@ Pode-se associar a dificuldades para engra-


Considere a seguinte etapa na esteroido· vidar, mas a concepção pode acontecer mesmo
84 gênese que ocorre no ovário: Substância
A > aromatização > Substância 8. é correto afir-
sem uso de indutores de ovulação.
® O tratamento de primeira linha é realizado
mar: (VER IMAGEM) por meio de fármacos antiandrogênicos.
© Os atrasos menstruais e amenorreia são ex-
aromatizaçao plicados pelos elevados níveis plasmáticos de
Substância A _ _ _ _..;__ _ Substância 8 progesterona que caracterizam a doença.
@ O diagnóstico definitivo exige a presença de
policistos ovarianos à ultrassonografia pélvica.
@ Ocorre na célula da granulosa, sendo que a ® O hiperandrogenismo plasmático está pre-
··substância A'' é o estradiol. sente mesmo nos quadros leves da doença.
® A · substância I<' corresponde ao colesterol e
a "Substância 8" à testosterona. Altornativa A: CORRETA. A síndrome dos ovários
© Esse processo é estimulado pela ligação do polidsticos (SOP) inclui entre seus critérios a
LH aos receptores presentes na célula da teca. anovulaçâo crônica, o que estabelece uma di-
@ Tal etapa ocorre dentro da célula da granulo- minuição da probabilidade de gestação. No en-
sa sob estímulo do FSH. tanto, ocorre ovulação espontânea (ainda que
® Esse processo é estimulado pela ligação do numa frequência menor), o que pode permitir
LH aos receptores presentes na célula da gra- uma gravidez espontânea.
nulosa. Altomativa 8: INCORRETA. O tratamento da SOP é
direcionado para a queixa da paciente; o hipe-
.,_ COMENTARIO: Aromatização é o nome que se randrogenismo pode ser tratado com contra-
dá ao processo de conversão de androgênio ceptivos combinados e os antiandrogênicos
(substância A) em estrogênio (substância 8). As são adjuvantes nessa abordagem; quando o
células da granulosa expressam níveis elevados problema maior é a infertilidade, o uso de indu-
de atividade de aro matase em resposta ao estí- tores da ovulação pode ser considerado.
mulo pelo FSH. Altomatlva C: INCORRETA. Os atrasos menstruais e
amenorreia são explicados pela anovulação
Altornatlva A: INCORRETA. De fato, ocorre na célula crônica, que cursa com níveis plasmáticos de
da granulosa, mas a "Substância A" é um andro- progesterona reduzidos, uma vez que este
gênio (testosterona ou androstenediona). hormônio é produzido pelo corpo lúteo após a
A"•rnativa 8: INCORRETA. A "Substância 8" cor- ovulação.
responde à testosterona e a ·substância e· ao Altomatlva D: INCORRETA. Pelos critérios de Rot-
estradiol. O colesterol é o precursor inicial da terdam, são necessários dois de três achados:
esteroidogênese. disfunção ovulatória/menstrual, hiperandro
A"•rnativa C: INCORRETA. Esse processo é estimula- genismo clínico e/ou laboratorial, sinais ultras-
do pela ligação do FSH aos receptores presen- sonográficos de ovários polidsticos (2:12 cistos
tes na célula da granulosa. A ligação do LH aos entre 2-9mm ou volume ovariano > 1O ml),
receptores presentes na célula da teca aumenta além da exclusão de outras causas. Desta for-
a produção de androgênio, que corresponderia ma, não é imprescindível o achado ultrassono-
à "Substância A~ gráfico para o diagnóstico.
Alt•rnativa D: CORRETA. Tal etapa ocorre dentro da Altomativa E: INCORRETA. Conforme supracitado,
célula da granulosa sob estimulo do FSH. não é obrigatório a ocorrência de hiperandroge-
112 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

nismo e, mesmo que ele ocorra, pode ser apenas Alternativa B: INCORRETA. AINHs são adjuvantes no
clínico, com dosagens laboratoriais normais. controle álgico e térmico, porém não tratam a
etiologia do problema: antibioticoterapia é fun·
da mental.
Mulher de 22 anos, solteira, previamente Alternativa C: INCORRETA. Em razão do custo da
86 saudável. dá entrada em atendimento de
urgência com queixa de dor em baixo ventre há
laparoscopia e pela boa predição do diagnósti·
co com critérios clínicos, laboratoriais e de ima-
cerca de uma semana. Nega alterações uriná· gem, é razoável iniciar terapia antimicrobiana
rias ou gastrointestinais. Está no 8• dia do cíclo com base no diagnóstico clínico. Tratamento
menstrual e a última menstruação normal se cirúrgico (dentre os quais, laparoscopia e dre·
encerrou há cerca de 4 dias. Questionada, refe- nagem guiada por imagem se destacam) só
riu parceiro sexual masculino único há três me· está indicada quando há falha do t rat amento
ses, fazendo uso do coito interrompido como clinico ou, eventualmente, em quadros sépti·
método anticoncepcional. Apresent a BEG, cos graves.
temperatura axilar de 38,1 •c, dor a palpação Alternativa D: INCORRETA. Novamente, o tratamen-
do abdome inferior, com descompressão brus· to cirúrgico só está indicado quando há falha
ca negativa e ruldos hidroaéreos presentes. Ao do tratamento clinico ou em quadros sépticos
exame ginecológico, colo uterino hiperemia- graves.
do e presença de leucorreia amarelada. Toque Alternativa E: CORRETA. O quadro clinico é muito
vaginal: dor importante à mobilização do colo sugestivo de doença inflamatória pélvica agu-
uterino, sem massas palpáveis. Neste caso: da e a antibioticoterapia empírica é a melhor
abordagem terapêutica inicial para a maioria
® a doença inflamatória pélvica aguda não é dos casos; segundo o CDC, a principal opção te-
a primeira hipótese diagnóstica para este caso, rapêutica parenteral utiliza cefoxitina associado
pois a paciente apresenta parceiro sexual único. a doxiciclina e, em casos de abscesso tubo-ova-
® o tratamento com anti-inflamatórios não es- riano, associa-se clindamicina ou metronidazol.
teroidais é suficiente em função de se tratar de
quadro de salpíngíte aguda leve autolímítada.
© a conduta imediata deve ser a laparoscopia Para casos cuja citologia cervicovaginal
de urgência para diagnóstico de certeza antes
de se instituir antibioticoterapia.
87 realizada em exame ginecológico de ro-
t ina de mulheres saudáveis na Unidade Básica
@ após Início da antibíoticoterapía, deve-se de Saúde (UBS) revela resultado •citologia de
realizar laparoscopia de urgência para firmar lesão intraepitelial de baixo grau" ou •citologia
diagnóstico de certeza e, na presença de abs· de lesão intraepitelial de alto grau: a melhor
cessos pélvicos, procede-se à respectiva drena· conduta inicial é:
gem.
® o quadro clínico é bastante sugestivo de ® Citologia cervicovaginal compatível com
doença inflamatória pélvica aguda e a antibio- lesão intraepitelial: baíxo grau - realizar colpos-
ticoterapia empírica é a melhor abordagem te· copía com biópsia dirigida/alto grau • realizar
rapêutica inicial para a maioria dos casos desse cauterização cervícouterina imediata.
tipo. ® Citologia cervicovaginal compatível com Ie·
são intraepítelial: baixo grau- repetir a citologia
Alternativa A: INCORRETA. Caso clínico típico de em seis meses na UBS/alto grau • realizar col-
doença inflamatória pélvica aguda. A multipli poscopia com biópsia dirigida.
cidade de parceiros sexuais aumenta o risco. © Citologia cervicovaginal compatível com le-
porém não é condição indispensável para sua são intraepitelial: baixo grau- repetir a citologia
ocorrência. Anamnese sexual, ainda mais em em seis meses na UBS/alto grau - repetir a cito-
setor de urgência, não pode ser totalmente logia em seis meses na UBS.
confiável; e o parceiro pode ter outro contato @ Citologia cervicovaginal compatível com le-
sexual; além da possibilidade de latência dos são in traepitelial: baixo grau- repetir a citologia
microrganismos causadores (principais: gano- imediatamente na UBS/alto grau- realizar col-
coco e clamldia) ser m uito variável. poscopia com biópsia dirigida.
201 1 113

® Citologia cervicovaginal compatível com @ orientá-la e acompanhar com controle ul-


lesão intraepitelial: baixo grau - realizar colpos- trassonográfico.
copia com biópsia dirigida/alto grau - realizar ® iniciar tratamento com progestagênio sinté-
conização cervical imediata. tico, 14 dias por ciclo.

... COMENTÁRIO: Questão fácil, porém polêmica. ... COMENTÁRIO: Não há indicação de realizar
Diferentes locais podem ter abordagens distin- ultrassonografia pélvica como método de ras-
tas às alterações de colpocitologia oncológica. treamento; não há redução de morbimortalida-
No entanto, a maioria dos concursos públicos e de por neoplasias ginecológicas, não substitui
provas de residência médica utilizam as diretri- anamnese e exame físico, favorece o aumento
zes do Ministério da Saúde e do INCA, publica- de condutas iatrogênicas e gera ansiedade des-
das em 2011 e atualizadas em 2016. necessária nas pacientes.~ um hábito que surgiu
Alternativa A: INCORRETA. Lesão intraepitelial de pela redução do tempo disponfvel para consul-
baixo grau - repete citologia após seis meses; t as- sobretudo na saúde suplementar- e como
se persistência, considera-se a realização de documentação para a •Medicina Defensiva".
colposcopia. Lesão intraepitelial de alto grau - Alternativa A: INCORRETA. Não há benefício em
realizar colposcopia com biópsia dirigida. realizar tratamento clinico em miomas assinto-
Alternativa 8: CORRETA. Lesão intraepitelial de bai- máticos. Análogos do GnRH Induzem um status
xo grau - repete citologia após seis meses. Le- hipoestrogênico que pode ter graves conse-
são intraepitelial de alto grau - realizar colpos- quências para a mulher: desde fogachos, até
copia com biópsia dirigida. redução de massa óssea, por exemplo.
Alternativa C: INCORRETA. lesão intraepitelial de alto Alternativa 8: INCORRETA. Não há benefício em rea-
grau não deve manter seguimento com citolo- lizar tratamento clínico ou cirúrgico em mio mas
gia: deve ser encaminhada para colposcopia. assintomáticos; o procedimento tem alguma
Alternativa D: INCORRETA. Lesão intraepitelial de morbidade e o risco de degeneração maligna é
baixo grau - não há benefício em repetir a cito- ínfimo. Miomectomia está indicada para casos
logia imediatamente; recomenda-se aguardar de miomatose uterina sintomática com desejo
seis meses. Nesse período, podem ser investi- reprodutivo e falha do tratamento clínico.
gadas e t ratadas outras causas de alteração de Alternativa C: INCORRETA. Não há benefício em rea-
citologia (vulvovaginites, atrofia ...). lizar tratamento cirúrgico em miomas as.sinto-
Alternativa E: INCORRETA. lesão intraepitelial de máticos; o risco cirúrgico é muito maior que o
baixo grau - repete citologia após seis meses. risco de transformação maligna. É uma cirurgia
Lesão intraepitelial de alto grau em citologia sem indicação e que pode implicar em compli-
merece investigação complementar (colpos- cações para a paciente - como qualquer pro-
copia com biópsia dirigida) para, conforme cedimento- mas ainda mais por ela ser obesa.
achado histológico, adequada programação Alternativa D: CORRETA. O seguimento clínico é o
terapêutica. mais importante. Eventualmente, a comple-
mentação com ultrassonografia pode ser útil
nos casos em que o exame físico é difícil (por
Mulher de 46 anos, 3G 3P OA, obesa, as- exemplo, devido a obesidade).
88 sintomática, é submetida a exame de ul-
trassonografia pélvica sob alegação de •exame
Alternativa E: INCORRETA. Não há benefício em
realizar tratamento clinico em miomas assin-
de rotina~ no qual se relata útero com volume tomáticos.
aumentado com 164 em' e presença de nódulo
miometrial ovalado bem delimitado de localiza-
ção subserosa em região fúndica posterior e me- Com relação à endometriose, é correto
dindo cerca de 4,5 em de diâmetro, de aspecto
sugestivo de mioma. A conduta adequada é:
89 afirmar:

@ A ultrassonografia pélvica, preferencialmen-


@ iniciar tratamento com análogos do GnRH. te transvaginal, é suficiente para o diagnóstico
® indicar miomectomia. de certeza quando o quadro clinico é típico.
© indicar histerectomia total ou subtotal.
114 Preparatóriopara ResidênciaM~dica SUS/SP

® Apesar de antiga, a teoria da menstruação informações clínicas disponíveis e os Critérios


retrógrada participa da explicação da pat ogê- de Elegibilidade Médica para Métodos Anticon-
nese da doença, pelo menos parcialmente. cepcionais da OMS:
© O contraceptivo combinado oral está con-
traindicado, pelo maior risco de recidiva ou ® A pílula de apenas progestogênio e o dispo-
progressão da doença. sitivo intrauterino poderiam ser indicados para
@ Os análogos do GnRH só devem ser indica- a mulher do Caso A.
dos no tratament o quando a terapêutica cirúr· ® Os métodos hormonais p odem ser utilizados
gica não puder ser realizada. sem restrição no Caso 8, p ois o evento trombó-
® As t écnicas de reprodução assistida (fertili· t ico descrito não teve associação com fat ores
zação in vitro) só podem ser indicadas após o hormonais, já que ocorreu fora do período de
tratamento cirúrgico da doença. gestação ou de puerp ério.
© A mulher do Caso B pode utilizar anticon-
Alternativa A: INCORRETA. O diagnóstico é clínico. cepcional hormonal combinado, p ois o evento
A ultrassonografia convencional é útil para a t rombótico foi há vários anos.
identificação de endometriomas de ovário; no @ A mulher do Caso A apresenta contraindi·
entanto, lesões intestinais são mais bem visi- cação ao uso dos métodos anticoncepcionais
bilizadas na ult rassonografia t ransvaginal com hormonais em geral, em função do tabagismo
preparo intestinal. Se o quadro clínico é tfpi- e idade acima dos 35 anos.
co, não é necessário exame de imagem para o ® Os mét odos anticoncepcionais hormonais,
diagnóstico. como grupo, são contraindicados para a mu -
Alternativa B: CORRETA. Existem t rês principais lher do Caso B por aumentarem o risco de novo
teorias que explicam a patogênese da endo- event o t rombótico.
metriose - menstruação retrógrada (original·
mente proposta por Sampson em meados da Alternativa A: CORRETA. Ambas têm contraindica-
década de 1920, baseia-se na suposição de que ção ao uso de estrogênio; tabagistas com mais
a endometriose é causada pela implantação de de 35 anos de idade e antecedente de trom-
células endometriais por regurgitação tubária boembolismo venoso restringem as op ções de
durante a menstruação), metaplasia celômica contracepção às não estrogênicas.
(transformação de epitélio ovariano e/ou peri· Alternativa 8: INCORRETA. O estrogênio habitual-
toneal em endometrial) e por fatores imunoló- mente pode aumentar o risco t romboembólico
gicos (reação inflamatória local). em 2-3 vezes, com alguma variação conforme
Alternativa C: INCORRETA. O contraceptivo com· t ipo (estradiol, etinilestradiol...) e dose.
binado oral pode ser uma das linhas de trata- Alternativa C: INCORRETA. Antecedente pessoal de
mento, sobretudo, em uso contínuo, p ois inibe t romboemb olismo venoso é contraindicação
a ovulação e melhora o quadro clinico de en- absoluta ao uso de estrogênios exógenos.
dometriose. Alternativa 0: INCORRETA. Tabagismo em pacient es
Alternativa O: INCORRETA. Análogos de GnRH são acima de 35 anos de idade só contraindica mé-
medicações que fazem p arte do arsenal clínico todos estrogênicos; o uso de contraceptivos de
para tratamento de endometriose; o t ratamen- base progestínica, por exemplo, está permitido.
to cirúrgico tem entre suas indicações a falha Alternativa E: INCORRETA. Anticoncepcionais hormo·
do tratamento clínico. nais incluem as p flulas combinadas e os proges-
Alternativa E: INCORRETA. Não há consenso na lite· tágenos. Não há aumento do risco tromboem·
ratura sobre o tema. bólico com o uso isolado de progestágeno.

GINECOLOGIA EOBSTETRICIA 11
Considere duas mulheres que desejam JULIANA GIROITI SPERANDIO
90 método anticoncepcional: Caso A: 37
anos, t abagista de 20 cigarros por dia, dois fi·
lhos por parto vaginal. Caso B: 32 anos, nu liges- Gestante de 22 anos, sem doenças, inter-
ta, antecedente de t rombose venosa profunda
há alguns anos. levando em conta apenas as
91 nada há dois dias por quadro de rotura
prematura de membranas, é encaminhada ao
2011 115

centro obstétrico em trabalho de parto, com 35 semanas. Sobre a profilaxia de infecção neonatal
pelo Estreptococo do Grupo B (EGB) nesta paciente, é CORRETO afirmar:

@ Caso esteja indicada, necessita de dose de ataque e manutenção.


® Deve ser prescrita apenas se houver cultura vaginal e reta! positivas e recentes para EGB.
© O antibiótico de escolha é a cefazolina ou eritromicina.
@ Será realizada apenas se a paciente apresentar febre intraparto.
® Não deve ser prescrita se a paciente estiver com dilatação superior a 6 em.

~ COMENTÁRIO: Questão importante sobre profilaxia contra infecção neonatal por Streptococcus
agalactie.
Alternativa A: CORRETA. Atualmente, preconiza-se a realização de dose de ataque, seguida pela dose
de manutenção, quando indicada profilaxia. A droga de escolha para profilaxia contra o EGB é a
penicilina G cristalina, 5 milhões UI endovenoso no ataque seguida de manutenção, com 2,5 mi·
lhôes UI a cada 4hs até o parto. Na indisponibilidade da penicilina, utiliza-se ampicilina 2 gramas
endovenosa como dose de ataque, seguida por ampicílina 1 grama de manutenção a cada 4 horas
desde o início do trabalho de parto até a ultimação do mesmo.
Alternativa 8: INCORRETA. Relembremos as indicações de profilaxia contra infecção por SGB em caso
de ruptura prematura de membranas ovulares:

prematuridade (gestação menor que 37 semanas), sem pesquisa de SGB recente (menos de 5
semanas);
filho anterior acometido por sepse neonatal;
urocultura positiva para SGB nesta gestação;
pesquisa positiva para SGB com swabvaginal e anal, durante esta gestação;
cultura vaginal/reta! negativa com algum dos fatores: prematuridade (menor que 37 semanas);
ruptura prematura de membranas ovulares maior que 18 horas; febre intraparto sem outros
focos evidentes.

Alternativa C: INCORRETA. Os antibióticos de escolha são penicilina e ampidlina, como já explanado na


alternativa A.
Alternativa D: INCORRETA. A antibioticoprofilaxia deve ser prescrita desde o início do trabalho de parto
e considera-se adequadamente realizada quando o parto ocorre no mínimo 4 horas após a dose
de ataque.
Alternativa E: INCORRETA. A antibioticoprofilaxia deve ser realizada, quando indicada, independente·
mente a dilatação.

92 Sobre os transtornos psíquicos do puerpério, analise as afirmações abaixo:

I. A depressão pós-parto ocorre em 1% das pacientes, com intensidade máxima nos primeiros
seis meses.
11. A psicose puerperal é rara e autolimitada, porém a mãe deve ser afastada do recém-nascido
durante a fase mais intensa dos sintomas.
111. Mais de 70% das mulheres com psicose puerperal têm um episódio subsequente e a medica·
ção de escolha, quando necessária durante a amamentação, sáo os inibidores da monoami·
no-oxida se.
IV. O blues puerperal ocorre em cerca de 85% das puérperas e desaparece espontaneamente em
até duas semanas.

Está correto o que se afirma em:


116 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

@ l,ll,llleiV. suplementação com 4 mg de ácido fólico/dia


®IV, apenas. (comprimidos de 5 mg disponíveis no sistema
© I e 11 1, apenas. único de saúde). Na prática, o comprimido de
@ 11 e IV, apenas. 5 mg é prescrito para todas as gestantes no
® I, 11 e 111, apenas. período pré-convencional e primeiro trimestre.
Alternativa B: INCORRETA. A suplementação com
.,. COMENTÁRIO: Analisemos as assertivas: ácido fólico previne defeitos de tubo neural,
Assertiva 1: INCORRETA. A depressão pós·parto principalmente quando utilizado no período
ocorre em cerca de 10% a 20% de todas as ges· pré-concepcional e no primeiro trimestre.
tantes, com início em aproximadamente 4 se· Alternativa C: INCORRETA. A profilaxia contra defei·
manas após o parto e intensidade máxima nos tos de tubo neural deve ser realizada para todas
primeiros 6 meses. as pacientes, independente dos antecedentes
Assertiva li: INCORRETA. A psicose puerperal é rara obstétricos.
(0,1% das pacientes), mas não é autolimitada, Alternativa D: INCORRETA. A suplementação com
ocorre em pacientes com quadro psiquiátrico comprimidos de ácido fólico 5 mg via oral é
prévio e evolue rapidamente para psicose gra· recomendada mesmo para as pacientes com
ve, com necessidade de internação e tratamen· dieta rica em ácido fólico, já que a concentra·
to farmacológico. ção dessa substância obtida pela dieta habitual
Assertiva 111: INCORRETA. A ocorrência da psicose é de 0,25 mg, e a dosagem recomendada para
puerperal está relacionada com alterações psi· gestantes de baixo risco é de 0,4-{1,8 mg por dia.
quiátricas prévias e o tratamento é variável, de Alternativa E: INCORRETA. O Ministério da Saúde e
acordo com o tipo de manifestação psiquiátrica. a Federação Brasileira de Ginecologia e Obste·
Assertiva IV: CORRETA. O blues puerperal ocorre em trícia preconiza a sua utilização no período pré·
torno de 80% das puérperas e regride em até -concepcional até o primeiro trimestre da ges-
duas semanas, fator que o diferencia da depres· tação, que é a fase mais importante da divisão
são pós-parto. celular e formação do concepto.
I Resposta: ®
Médico recebe plantão com parturien·
93 A suplementação de ácido fólico: 94 te de 20 anos, 38 semanas de gestação,
sem antecedentes obstétricos ou doenças, no
® em pacientes que utilizam anticonvulsivan· centro obstétrico. Ao avaliá-la, o médico cons·
tes, tem dose recomendada maior do que a tata vitalidade fetal adequada e altura uterina
usual. compatível, porém indica cesariana por vício
® previne possíveis defeitos cardíacos fetais. pélvico. Considerando a avaliação clínica da ba·
© deve ser realizada apenas em pacientes com da obstétrica, as características que levaram a
antecedente obstétrico de malformações fetais. essa indicação são:
@ não é necessária em pacientes com dieta
rica em espinafre, fígado e cereais integrais. ® losango de Michaellis simétrico e diâmetro
® tem ação preventiva maior se utilizada du· conjugado obstétrico estimado em 11 em.
rante toda a gestação. ® promontório sacrovertebral não atingível e
pequeno ligamento sacrociático = 4 em.
Alternativa A: CORRETA. Alguns antiepilépticos sa· © espinhas ciáticas proeminentes e diâmetro
bidamente aumentam as chances de malfor· bituberoso = 8 em.
mações fetais e defeitos abertos do tubo neu· ® ângulo subpúbico = 90• e diâmetro cóccige·
ral. A dose recomendada de suplementação -subpúbico = 9 em.
com ácido fólico para gestante que não utiliza ® curvatura sacraI infundibular e diâmetro bi·
antiepiléptico é de 0,4·0,8 mg por dia, além de crista = 31 em.
incentivo ao consumo de alimentos fonte de
ácido fólico. Para mulheres que j á tiveram filho .,. COMENTÁRIO: Para previsão de bom prognós·
anterior acometido ou utilizam antipiréticos tico e evolução adequado do parto via vaginal,
associados a malformações, recomenda-se a é necessário conhecimento dos diâmetros da
2011 117

bacia menor (ou bacia obstétrica). Esta é constituída por três estreitos, e cada estreito possui diâ-
metros ou oblíquos de maior importância, ressaltados abaixo:
1. estreito superior: conjugata anatômica (promontórios suprapúbicos) que mede 11 em; conju-
gata obstétrica (promontório púbico mínimo) que mede 10,5 a 11 em;
2. estreito médio: diâmetro bi-isquiático, que mede 10,5 em, que é o diâmetro mais estreito do
canal de parto;
3. estreito inferior: conjugara êxitus, que é formada pela associação entre o diâmetro cóccix-
·subpúbico de 9,5 em e 2 a 3 em a mais após a retropulsão do cóccix na fase final do trabalho
de parto;
O vício pélvico ocorre quando os diâmetros da bacia menor são menores do que o mínimo ne-
cessário para passagem do concepto durante o trabalho de parto. A questão deseja saber quais
diâmetros descritos não favorecem o parto vaginal, configurando possível vício pélvico.
Altornatlva A: INCORRETA. O diâmetro conjugata obstétrica (diâmetro promontório púbico) mlnimo
deve ser de 10,5 a 11 em para bom prognóstico do parto vaginal, como afirma a alternativa. O
quadrilátero de Michaellis (projeção cutânea do sacro avaliado durante a pelvimetria externa) deve
ter suas diagonais medindo 11 em e 1Oem (as.simétríco portanto) para a boa evolução do concepto
durante o trabalho de parto. Vide figura abaixo, reti rada do livro Zugaib Obstetrícia, 2• ed. _ __
11
I
I
I

<I

10 ---~ ---~1 ---1--


I
I
I,
I
I
I
I
8 c
"
Ahornativa 8: INCORRETA. Presença de promontório sacrovetebral atingível significa que a conjugata
diagonais é menor que 12 em e, dessa maneira. a conjugata vera obstétrica é menor que 10,5,
podendo favorecer distocia de estreito superior. O ligamento sacrociático não determina papel de
grande relevância na avaliação da bacia obstétrica.
Ahornativa C: CORRETA. Espinhas ciáticas proeminentes (diâmetro menor que 10,5 em) associadas a
um diâmetro bituberoso menor que 11 em podem determinar má evolução no trabalho de parto.
Ahornativa D: INCORRETA. Um diâmetro sub púbico maior ou igual a 90 graus e diâmetro cóccix-subpú-
bico (ponta do cóccix até a borda inferior da pubis) mede por volta de 9 em e configura a conjugata
êxitus após a retropulsão do cóccix, quando aumenta 2 a 3 em.
Ahernativa E: INCORRETA. O diâmetro bicrista em geral mede 28 em, e, mesmo que menor que este
valor, não necessariamente indica mal prognóstico do trabalho de parto. A curvatura sacraI voltada
para o infundíbulo pélvico poderia atrapalhar a evolução do trabalho de parto,
mas também não indicaria cesárea por vício pélvico.

Os sinais clínicos que indicam descompensação de quadro cardíaco em gestante de 34 se-


95 manas, portadora de febre reumática são:

@ murmúrios vesiculares reduzidos em bases pulmonares e hepatomegalia.


® sopro sistólico ejetivo 2 em 6+ em foco aórtíco e dispneia aos médios esforços.
© murmúrios vesiculares reduzidos em bases pulmonares e sopro sistólico ejetivo 2 em 6+ em
foco aórtico.
@ frequéncia cardíaca de 104 batimentos por minuto e dispneia aos médios esforços.
118 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

® hepatomegalia e frequência cardíaca de 104 primeiras manifestações clinicas é o aumento


batimentos por minuto. da frequência cardfaca materna. A dispneia pro-
gressiva com piora da classe funcional, como já
11- COMENTARIO: Trata-se de uma questão de cli· explicado, em geral está presente e é um dos
nica em obstetrícia, difícil e1 pela nossa avalia- indicativos de descompensaçâo e necessidade
ção, sem resposta definida. de internação da paciente.
Para respondê-la, deve-se recordar sobre a in- Alternativa E: INCORRETA. Como já explicado, he-
cidência de acometimento das valvas cardíacas patomegalia é mais comum em casos de des·
pela febre reumática. A valva mais comumente compensação cardíaca direita e surge mais co-
acometida é a mitral, destacando-se, princi· mumente em quadros de estenose das valvas
palmente, a estenose da mesma. As alterações direitas. A taquicardia materna pode ocorrer
hemodinâmicas na gestação fazem com que como resposta compensatória ao desequilíbrio
haja aumento da frequência cardfaca e débito hemodinãmico. Dessa maneira, a letra E não
cardíaco, favorecendo a descompensação de é correta em sua totalidade, e consideramos
cardiopatias pré-existentes. No caso da este no- a letra D como resposta da questão. O autor,
se mitral descompensada, há represamento re- porém, considerou esta alternativa como a res-
trógrado do fluxo sangufneo, gerando sinais e posta da questão que, ao nosso ver, seria passi-
sintomas de descompensação cardíaca esquer- vel de recurso.
da, como congestão pulmonar, edema agudo
de pulmão, representados por dispneia pro-
gressiva aos esforços, redução de murmúrios Primigesta com 33 semanas, portadora
vesiculares em bases. estertores pulmonares.
Sinais de insuficiência cardíaca direita podem
96 de asma intermitente sem crises há um
ano, procura pronto atendimento de obstetri-
ocorrer (hepatomegalia, estase jugular, edema cia com queixa de dor em baixo-ventre há 4
proeminente de membros inferiores), porém horas, após discussão com vizinha. Ao exame:
a paciente nesses casos provavelmente já terá Pressão arterial = 11 O x 70 mmHg, eupneica,
sido internada por conta de descompensação altura uterina = 31 em, dinâmica uterina = 2
pulmonar. Vejamos as alternatívas: contrações fracas em I O minutos, batimentos
Alternativa A: INCORRETA. Pensando no caso de cardíacos fetais = 144 bpm, movimentação fe-
congestão pulmonar, pode haver redução de tal ativa. Ao toque: colo esvaecido (médio), di-
murmúrios vesiculares em bases, associado latado para 3 em. Ao atendê-la, o médico deve:
a estertores, porém, a hepatomegalia decor-
rente de descompensação clínica em geral ® encaminhar paciente ao centro obstétrico
aparece mais tardiamente no quadro clínico por se tratar de trabalho de parto não inibível.
e, quando presente, indica descompensação ® prescrever beta·agonista para inibição de
cardfaca direita. trabalho de parto prematuro, se provar a vita-
Alternativa 8: INCORRETA. Sopro sistólico ejetivo em lidade fetal normal.
foco aórtico surge quando há estenose da valva © pesquisar infecções e prescrever corticoide
aórtica e seu acometimento é mais raro do que para maturação pulmonar.
o da valva mitral nos casos de febre reumática. ® acalmar a paciente, explicando que se trata
Dispneia progressiva pode estar presente, e é de falso trabalho de parto.
um dos indicativos clfnicos de descompensa- ® solicitar ultrassonografia para avaliar cresci-
ção da doença. mento fetal e presença de malformações, rea·
Alternativa C: INCORRETA. Sopro sistólico ejetivo valiando-a em 60 minutos
em foco aórtico surge quando há estenose da
valva aórtica. Murmúrios vesiculares reduzidos 11- COMENTARIO: Trata-se de uma gestante pré-
podem ocorrer. ·termo, que apresenta-se ao médico com duas
Alternativa D: CORRETA. Esta alternativa, apesar de contrações fracas e, ao toque, colo 3 em médio.
ter sido considerada incorreta pelo autor da Uma informação importante que não é forneci-
questão, é a que mais se encaixa como respos~ da é a paridade da paciente, já que uma multi·
ta da questão. Durante a descompensaçáo da para pode apresentar colo modificado sem ne-
cardiopatia reu mática em gestantes, uma das cessariamente estar em trabalho de parto. De
2011 119

qualquer maneira, para diagnóstico de trabalho de parto nesse caso, deve-se reavaliar a paciente
em 1 a 2 horas, já que, por definição, o trabalho de parto consiste em "contrações regulares que
modificam o colo em um período de tempo~
Após estas considerações, percebemos que o autor tem a intenção de caracterizar uma gestante
em inicio de trabalho de parto prematuro (TPP). A conduta nesses casos é:
diagnosticar se o TPP é inibfvel: abaixo de 34 semanas, ausência de ruptura prematura de mem-
branas ovulares, colo com esvaecimento não pronunciável ;
realizar tocólise com betamiméticos ou antagonistas de ocitocina;
realizar corticoterapia para maturação pulmonar com betametasona, já que se trata de pacien-
te em trabalho de parto prematuro e menos de 34 semanas;
realizar profilaxia para estreptococo do grupo B (quando não houver pesquisa com menos de
5 semanas);
pesquisar possíveis causas de TPP. em especial infecção urinária, corrimentos;

Dessa maneira, tem-se:


Alt•rnativa A: INCORRETA. O trabalho de parto é inibível e deve ser realizada inibição.
Altornatlva 8: CORRETA. A inibição deve ser realizada com beta agonistas, obviamente após afastamen-
to de sofrimento fetal intraparto com provas de vitalidade.
Altornatlva C: CORRETA. Deve-se pesquisar infecções e prescrever corticoterapia para maturação pul-
monar.
Altornativa O: CORRETA. Deve-se acalmar a paciente, mas o diagnóstico não se trata de falso trabalho
de parto.
Altornativa E: CORRETA. A ultrassonografia não deve ser necessariamente realizada neste caso (não há
nada na história que sugira alteração no crescimento fetal nem presença de malformações), porém
a reavaliação da paciente em 60min é recomendada (para diagnóstico de trabalho de parto, como
comentado anteriormente).
Dessa maneira, encontramos duas alternativas corretas, e a questão deveria ter sido anulada por
este motivo.

Primfpara de 19 anos, 38 semanas, sem doença, chegou a maternidade em trabalho de


97 parto, sendo encaminhada ao centro obstétrico. Ao ser novamente avaliada, constatou-se
ausência decontraindicação ao parto vaginal e, então, se iniciou o registro do partograma abaixo
(ver imagem). Não necessitou de administração de ocitocina, tampouco foi realizada analgesia
de parto. A vitalidade fetal permanece preservada. Sobre o acompanhamento desta paciente, é
correto afirmar:
Partograma
Nome RG DeLee Hodge
10
 / -AM
~E3l
r
E3l / / -3
o II<Sl / ./ -2
7 1- 11
""gE
o.~

.,o 6 1. . I& ./ -1
-~ 5 ./ ./ o 1- 111
õ 4 I..- / IM +1
3 Â Â +2
2 +3
1 +4 L.. IV
Vulva
Diadelnido
19 20 21 22 23 24 01 02
Hora Real
Hora de 1 2 3 4 5 6 7 8
Registro
120 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

® variedade t ransversa na hora 3 do registro tal} está durando apenas 1 hora ainda. Sem
possui significado patológico. indicação de fórcipe neste momento.
® O fórcipe deveria ter sido locado na hora 8 Alternativa C: INCORRETA. A descida da apresenta-
do registro por período expulsivo prolongado. ção está respeitando a evolução do trabalho
© A morosidade da descida da apresentação de parto, sendo que na hora 5 o feto encon-
foi corrigida na hora 5 do registro. tra-se em -2 de De Lee e 6 em de dilatação, o
@ A amniotomia oportuna deve ter sido reali- que é esperado para fase ativa do t rabalho de
zada entre as horas 5 e 7 do registro. parto.
® Na hora 2 do registro, a paciente estava em Alternativa 0: CORRETA. A alternativa é correta,
pródromo de trabalho de parto. porém, com algumas considerações. A amnio-
tomia oportuna, de fato, é realizada entre 6 a
.. COMENTÁRIO: O partograma é uma ferramen- 8 em de dilatação, e poderia ter sido realizada
ta dentro da obstetrícia fundamental para o no intervalo indicado na alternativa. Porém,
acompanhamento da evolução do trabalho a amniotomia é indicada apenas quando há
de parto e diagnóstico de distocias. A cons- distocia funcional hipoatividade uterina. Para
trução do partograma deve ser realizada da isso, deveria ter sido demonstrada a parte do
seguinte maneira: cada divisória horizontal partograma onde se registram a qualidade e
(abscissa} deve corresponder a uma hora e quantidade de contrações uterinas, de modo
medir 1 em; cada vertical (ordenada) deve cor- a correlacioná-las com a fase do trabalho de
responder a 1 em de dilatação. À direita, deve parto, e saber se a mesma estaria indicada
constar a altura da apresentação, segundo De neste caso. De qualquer maneira, o autor da
Lee, em centímetros, tendo como referência a questão considerou como esta sendo a alter-
espinha ciática como altura zero (ponto mais nativa que responde o enunciado.
baixo da apresentação}. A primeira linha, linha Alternativa E: INCORRETA. Não é possível afirmar
de alerta, é traçada a partir da fase ativa da com certeza que a paciente apresenta-se em
dilatação (paciente com 4 em de dílatação e, pródromo de trabalho de parto neste momen-
em primíparas, dilatação de 1,2 em por hora). to, pois este é caracterizado como sendo uma
Quatro horas após, é traçada a linha de ação, fase inicial do trabalho de parto, onde ocor-
assim convencionada por representar o tem- rem contrações que modificam o colo uterino,
po máximo necessário para a transferência da porém não a cada hora, conforme a fase ativa.
paciente para um centro de referência onde O enunciado e partograma fornecem apenas
pudesse ser submetida à cesariana, em um a informação de que a dilatação se manteve
estudo realizado no Zimbawe, África, em 1972 igual nas duas horas analisadas, porém não
(14}. Avaliemos, então, as alternativas. descreve outras características do toque va-
Alternativa A: INCORRETA. Na hora 3 do registro, ginal (espessura do colo, localização etc.}, de
temos uma paciente no início do trabalho de modo que não se pode inferir se a paciente
parto, com a cabeça no plano -3 de de Lee. t apresenta-se ou não na fase latente (ou pró·
esperado que, neste momento, a apresenta- dromo} de trabalho de parto.
ção seja transversa, de maneira que a rotação
interna do polo cefálico ocorra apenas após a
insinuação (diâmetro transverso do polo cefá- O médico realiza acompanhamento
lico no plano Ode de Lee ou biciático}.
Alternativa 8: INCORRETA. Período expulsivo pro-
98 pré-natal de primigesta de 36 anos, sem
doenças de base, que desenvolveu quadro
longado é definido como: maior que 2 horas de doença hipertensiva específica da gesta-
em primíparas, sem analgesia de parto; maior ção (DHEG} com 34 semanas. Mesmo fazendo
que 3 horas em primfparas, com analgesia de uso de alfametildopa 2g por dia há 7 dias, a
parto; maior que 1 hora em multíparas, sem pressão da paciente em repouso alcança 160
analgesia de parto; maior que 2 horas em mul- x 100 mmHg em duas medidas, com interva-
típaras, com analgesia de parto. Temos uma lo de duas horas, sem outros sintomas. Ela se
primípara, sem analgesia, em que o período encontra com 37 semanas e o crescimento e a
expulsivo (momento a partir da dílatação to- vitalidade fetais estão normais. Deve-se:
2011 121

@ admi nistrar sul fato de magnésio pelo risco de evolução para eclãmpsia.
® indicar o parto pelo quadro clínico materno.
© manter a medicação anti-hipertensiva após o p art o, até controle pressórico.
@ solicitar biópsia renal após puerpério.
® introduzir pindolol para melhor cont role pressórico.

Alternativa A: INCORRETA. O sulfat o de magnésio est á indicado nas seguintes situações: iminência
de eclâmpsia (t ríade cefaléia, alterações visuais e epigastralgia}; eclâmpsia; pacientes com diag-
nóstico de DHEG grave em trabal ho de parto para profilaxia contra eclãmpsia. Consideram-se
critérios de gravidade: DHEG supera juntada; proteinúria acima de 5 g em 24 hs; pico pressórico
confirmado em 2 aferições com intervalo de 2 hs com a paciente em repouso (pressão sistólica
maior ou igual a 160 e/ou diastól ica maior ou igual a 110 mmHg); cianose ou edema agudo de
pul mão; oligúria menor que 400 m l/dia.
Alternativa 8: CORRETA. O part o é indicado com 37 semanas nos casos de DHEG grave (represent ada
neste caso por 2 medidas pressóricas 160X 100 mmHg}, com boa vitalidade fetal.
Alternativa C: INCORRETA. A fisiopatologia da DHEG tem origem na má placentação. com fal ha na
segunda onda de i nvasão t rofoblástica no miométrio, em que ocorre aumento da resistência das
artérias espiraladas, com aument o da resistência ao fluxo placent ário, desencadeando a pré-e-
clámpsia e seus sintomas. No parto, após a desquitação, não existe mais o fator que desencadeou
as alt erações fisiop at ológicas que levaram ao aumento pressórico. Dessa maneira, preconiza-se
suspensão de todas as medicações e cont role pretório d urant e o puerpério.
Alternativa D: INCORRETA. Não está indicada a bióp sia renal em uma situação de DHEG pura, em que
a paciente não apresente outros sin tomas sugestivos de doença renal concomitante.
Alternativa E: INCORRETA. O quadro de DHEG grave com 37 semanas i ndica resolução imediata da
gestação.

Médico at ende paciente em consulta ambulatorial, sem atraso menstrual. que t raz dosa-
99 gem quanti tativa de bet a-hCG = 1.500 mUI/ml (TPI) e ult rassonografia transvaginal com
ausência de saco gestacional int rautero, sem demais alterações (exames realizados no d ia an-
terior). Após exame físico, constata-se ausência de si nais sugestivos de gestação. Diagnóstico e
conduta:

@ gestação incipiente; rep etir ultrassonografia em 7 dias.


® gravidez bioquímica; acomp anhar dosagem de b et a-hCG até negativação.
© neoplasia trofoblástica gestacional; solicitar ult rassonografia com doppler.
@ gestação ect ópica; i nternação e conduta expectant e.
® abortamento completo; esclarecer à paciente que o nível de beta-hCG está declinando.

Alternativa A: CORRETA. O b eta hCG acima de 2000 está condicionado a imagem intrauterina suges-
tiva de gestação. Dessa maneira, deve-se repetir o hCG quantitat ivo e ult rassonografia em 7- 14
dias, para reavaliação diagnóstica.
Alternativa 8: INCORRETA. Pelo explanado na letra A.
Alternativa C: INCORRETA. Não há nenhum indicio no enunciado sugerindo gestação molar, como
i magem com vesículas intrauterinas à ul trassonog rafia. hCG muito aumentado, sint omat ologia
clínica proeminente na paciente.
Alternativa D: INCORRlTA. Para suspeita de gestação ectópica, deve existir o hCG maior que 2000,
com ausência de imagem i ntrauterina, o que não representa o caso na questão.
Alternativa E: INCORRETA. Como é p ossível esclarecer que o hCG está declinando se apenas uma
dosagem foi realizada?
122 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

Analise o partograma abaixo (VER IMAGEM). O parto representado: I. apresenta fase ativa
1OO protrafda; 11. deve ter distocia corrigida com ocitocina; 111. é tfpico de casos de despropor
ção fetopélvica; IV. apresenta dilatação cruzando inadvertidamente a linha de alerta. Est á correto
o que se afirma em:

Partograma
Nome RG Delee Hodge
10 ./ ./
9 ./ ./ · AM r
./ ./ -3

.. ..
8
o
·~~ 7 IC8 . /
C))
/ -2 r 11
sE 6 / ./ .1
.~~ ./ ./ o r 111
o
5
4
3
2
.. .. . '/ / +1
+2
+3
1 +4 '- IV
Vulva
Dia de lnldo
Hora Real
Hora de 1 2 3 4 5 6 7 8
Registro

@ I, 11, 111 e IV.


® IV, apenas.
© I e 11 1, apenas.
@ 11 e 11/, apenas.
® I, 11 e 111, apenas.

Assertiva 1: INCORRETA. A fase ativa iniciou na hora 5 e, se considerarmos que o partograma de Fried-
man deve ser aberto no início da fase ativa, o partograma foi aberto antecipadamente. Consideran-
do então que a linha de alerta deve ser a partir da hora 5, a paciente apresenta evolução esperada
do trabalho de parto, e não apresenta evidências de fase atíva protraída antes do início da fase
ativa.
Assertiva 11: INCORRETA. Para caracterizar distocia funcional de hipoatividade e realizar correção com
medidas ocitocitas, devem estar representadas no partograma as contrações uterinas, a fim de cor·
relacioná-las com a evolução do trabalho de parto.
Assertiva liI: INCORRETA. Em casos de desproporção feto-pélvica, tipicamente apresenta-se um parto·
grama com dilatação total e período expulsivo prolongado, com falha na descida da apresentação.
Assertiva IV. CORRETA. A dilatação deve acompanhar a linha de alerta, e quando a ultrapassa, indica
provável distocia durante o trabalho de
parto. Nesse caso, porém, o partograma foi aberto antes do início da fase ativa (que iniciou na hora
5 aproximadamente), e a dilatação ultrapassa a li nha de alerta, nesse caso provavelmente por an-
tecipação na abertura do partograma.
I Resposta: ®
2012

MEDICINA PREVENTIVA- JULIANO SILVEIRA DE ARAÚJO

Um dos grandes desafios que o SUS vem enfrentando refere-se ao comprometimento de


O1 recursos orçamentários das três esferas de governo com a compra de medicamentos de ulti-
ma geração, não disponíveis na rede pública de saúde. Qual é o motivo para isto estar ocorrendo?

® Portadores de doenças movem ações j udiciais contra o governo exigindo o medicamento com
base no artigo constitucional "A saúde é direito de todos e dever do Estado".
® Porque há lobby da indústria farmacêutica junto ao governo.
© Doenças raras exigem medicamentos novos e caros.
@ Por deficiência de planejamento das prioridades de gastos por parte dos gestores de saúde.
® Porque os portadores de doenças pedem para os médicos receitarem os medicamentos mais
novos.

Alternativa A: CORRETA. Existem diversos medicamentos de alto custo que habitualmente não são dis-
pensados pelo SUS. Os principais são Imunobiológicos e alguns Quimioterápicos. Medidas judiciais
estão se tornando mais comuns para aquisição desses insumos pelos usuários do sistema. Segue
trecho abaixo:
SACIO( N.l JUSn(A
Cltsot OvoWmt d• ~ tontr• O1'0~ POf !Mdic.lfnMto$ e tri&IIIMMO

871
.......
--·
+376% +347%
te-MO
727
10lO~W•10a.l ~~~-­
JOI0 ....-201.11

1010 1011 ?OU 2013 20:111 lOIO ,.,,

==:::-.:::=:::.."!:'.:.:it' ...- -·-·-..,_


--·-
124 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

"em cinco anos, a busca pelo direito à saúde le- ® O câncer de mama e o câncer de pulmão.
vou o Ministério da Saúde a repassar RS 2,3 filhos
para custeio de medicamentos e tratamento Alternativa A: INCORRETA. CA de Colo de útero não
após determinações judiciais: O valor é quase é o mais prevalente. Ca de Estômago apresenta
o dobro do total que o governo gasta por ano, alta letalidade.
com o"Mais Médicos". E fica pouco abaixo das Alternativa 8: CORRETA. Os tumores de pele são os
despesas do programa Farmácia Popular, que cânceres mais frequente no Brasil e correspon-
dá desconto para compra de medicamentos. de a 30% de todos os tumores malignos regis·
Só em 20 14, o valor repassado para cumprir de- trados no pais. Apresenta altos percentuais de
terminações judiciais foi de R$ 871 milhões- é cura, se for detectado precocemente. Entre os
a maior quantia já registrada por esse motivo. tumores de pele, o tipo não melanoma é o de
Em 201O, os gastos com demandas judiciais re- maior incidência. No tocante ao CA de próstata,
presentaram R$ 183 milhões. devido a sua baixa letalidade, atualmente tem
Alternativa 8: INCORRETA. Apesar da política brasi- se questionado seu rastreio, pois as pessoas
leira não dar exemplo no quesito honestidade, têm morrido de outras causas apesar de serem
até então não há um grande escândalo (Como a portadores de CA de Próstata ("Morrem com
"l ava-Jato") que mostre associação da indústria Câncer" e Não "Morrem por causa do Câncer").
farmacêutica e o governo. Alternativa C: INCORRETA. Apesar do CA de prósta-
Alternativa C: INCORRETA. Item apresenta uma afir- ta apresentar um comportamento indolente, o
mativa interessante. Doenças raras habitual- que torna a afirmativa incorreta é a presença do
mente têm tratamentos onerosos, no entanto, CA de pulmão como mais prevalente.
a sobrecarga do sistema está associada doen- Alternativa D: INCORRETA. Primeira parte correta:
ças mais prevalentes como canceres e doenças Pele não melanoma mais frequente. Segunda
autoimunes. parte Incorreta: CA de Colo de útero não tem
Alternativa D: INCORRETA. Outra afirmativa que traz baixa letalidade.
uma informação revelante1 no entanto, o pro- Alternativa E: INCORRETA. Duplamente incorreto.
blema não reside apenas na gestão de recursos, Mama é o mais frequente nas mulheres, não na
mas na disponibilidade de recurso mediante a população geral (repito: pele não melanoma).
grande demanda. Pulmão é um dos canceres mais letais.
Alternativa E: INCORRETA. Independente da de-
manda do paciente, o médico SEMPRE deverá
optar pela melhor forma de tratamento. Segue Um ensaio clínico foi desenhado para
trecho do código de ~tica Médica. Cap. I - Art.
04: "Ao Médico cabe zelar e trabalhar pelo per-
03 comparar a eficácia de dois regimes tera-
pêuticos com sulfato ferroso no tratamento da
feito desempenho ético da Medicina e pelo anemia na gravidez. As gestantes que aceitaram
prestigio e bom conceito da profissão". participar do estudo foram alocadas nos dois
grupos por meio de sorteio com o propósito de:

Considerando as estimativas de incidên- @ Aumentar a adesão das gestantes aos trata-


02 cia e letalidade de cânceres publicadas
pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) em
mentos durante o estudo.
® Controlar o viés de aferição que ocorre fre-
2009, é correto afirmar que no Brasil são cân- quentemente nos estudos experimentais.
ceres de mais alta incidência e baixa letalidade, © Diminuir o efeito de fatores de confundi·
respectivamente: mento nos resultados da comparação entre os
dois grupos.
@ O câncer de colo do útero e o câncer de es- @ Permitir que o estudo fosse realizado sem a
tômago. necessidade de aprovação pelo comitê de ética
® Os tumores de pele não melanoma e o cân- em pesquisa da instituição sede da pesquisa.
cer de próstata. ® Diminuir o tamanho amostrai (número) de
© O câncer de pulmão e o câncer de próstata. gestantes necessárias ao estudo.
@ Os tumores de pele não melanoma e o cân-
cer de colo do útero.
2012 125

Alternativa A: INCORRETA. A randomização é um 'A unidade de Saúde da Famma deve trabalhar


método para minimizar viés de seleção. Não se com a definição de um território de abrangência,
associa a estratégia de intervenção ("Aumentar que significa a área sob sua responsabilidade.
a adesão"). Uma unidade de Saúde da Famflia pode atuar
Alt•rnativa B: INCORRETA. O "Cegamento" (medida com uma ou mais equipes de profissionais, de·
que o avaliador não sabe qual grupo está inves· pendendo do número de famílias a ela vincula·
tigando) é o método mais adequado para tratar das. Recomenda-se que, no âmbito de abran-
o viés de aferição. gência da unidade básica, uma equipe seja
Alt•rnativa C: CORRETA. O ·sorteio" ou randomiza- responsável por uma área onde residam de 600
ção é um processo pelo qual probabilidades a 1.000 famílias, com o limite máximo de 4.SOO
são atribuídas a todos os elementos no espaço habitantes".
amostrai. ~ um processo de Casualização. Tem Alt•matíva C: INCORRETA. A participação do médico
como objetivo reduzir fatores de confundimen- generalista é o ponto forte da Atenção Básica.
to na seleção da amostra (homogeneizar os in· As subespecialidades (Ginecologia, Pediatria
divíduos). e afins) compõem um cenário secundário na
Alt•rnativa D: INCORRETA. Questão que dispensa atenção básica.
grandes comentários. Todo estudo, indepen- Alternativa D: INCORRETA. A imunização da criança
dente da sua magnitude, deve ser submetido à também j á é um programa sedimentado na
aprovação do Comitê de Ética. atenção básica.
Alt•rnativa E: INCORRETA. Os métodos de rando· Alt•mativa E: INCORRETA. A política de CAPS (Cen·
mização estão associados a reduzir o viés de tro de Atenção Psicossocial) é parte integrante
seleção. O tamanho amostrai está associado à do seguimento secundário da atenção básica.
magnitude com que tal evento se repete. Even-
tos com baixa oçorrência precisam de amostras
maiores. A análise da situação de saúde a partir de
05 coeficientes de mortalidade geral encon·
tram restrições, porque as populações podem
A Estratégia Saúde da Família tem sido apresentar composições diferentes em relação
04 adotada nacionalmente como modelo
preferencial para a reestruturação da Atenção
a fatores como idade e sexo. Nesta afirmativa a
asserção é:
Básica à Saúde. A característica mais inovadora
desta estratégia é: @ Verdadeira, mas a razão, embora verdadeira,
não a j ustifica.
@ A inclusão na equipe de um profissional res- @ Falsa, embora a razão seja verdadeira.
ponsável pelas atividades de vigilância epide· © Verdadeira, mas a razão, falsa, não a justifica.
mio lógica. @ Falsa e a razão também falsa.
® A adscrição da clientela. ® Verdadeira e a razão, verdadeira, a justifica.
© O trabalho centrado em especialistas em
Pediatria, Gineco-übstetrícia e Clínica Médica. Alt•matíva E: CORRETA. O Coeficiente é uma medi·
@ A priorização dos programas de imunização da de normatização que de deve ser utilizado
na infância. entre grupos semelhantes. Ex.: Qual o coefi·
® A referência dos indivfduos diagnosticados ciente de mortalidade infantil de Natal e Recife?
com transtornos mentais para os serviços de Portanto, a Afirmativa é correta. Quanto à asser·
saúde do nfvel de atenção secundária. tiva: Verdadeira. A diversidade de fatores como
idade e sexo dificulta a analise de coeficiente
Alternativa A: INCORRETA. A vigilância epidemiológi- de mortalidade geral. Ex.: Duas cidades podem
ca já fazia parte da Política de Atenção á Saúde. ter coeficientes iguais, no entanto, cidades
Alt•rnatlva B: CORRETA. Conforme o trecho abaixo, desenvolvidas tem a tendência de uma maior
Adscrição de clientela é a característica mais mortalidade de idosos enquanto que cidades
inovadora desta estratégia • Segue a definição subdesenvolvidas podem apresentar maior
de Adscriçáo de Clientela: mortalidade de crianças, jovens e adultos.
126 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

06 No Brasil, sucessivas epidemias de den-


g ue vêm ocorrendo d esde 1986, com
grande impacto econômico, social e de saúde
07 São doenças de notificação compulsória
no Brasil:

púb lica para as comunidad es onde ocorrem. ® Dengue, raiva h u mana, sarampo, periodon-
Os gestores de saúde t êm promovido medidas to p atia e leptospirose.
para d imin uir a alta letal idade por d engue q ue ® Dengue, raiva humana, sarampo, leptosp iro-
tem sido registrada. É mais eficaz na redução da se e caxumba.
letalidade por dengue: © Botulismo, dengue, raiva humana, sarampo
e leptospirose.
® Disponibilizar para a rede de serviços de saú- @ Dengue, raiva humana, sarampo, leptosp iro -
d e os testes sorológ icos e isolamento vira I para se e etilismo.
a confirmação laboratorial p recoce d o d iagnós- ® Botulismo, raiva humana, sarampo, etilismo
tico de dengue. e tabagismo.
® Instruir a rede de serviços de saúde a int er-
nar os casos de doença feb ril aguda com mais Alternativa A: INCORRETA. "Periodontopatia" não é
de sete d ias de duração. de notificação comp ulsória. Imagina o Caos d e
© Vacinar os contactantes dos casos confir- notificar toda "Cárie" e "Gengivite".
mados contra os quatro sorotipos do vírus da Alternativa 8: INCORRETA. Ap esar do nome estra-
dengue. n ho, · c axumba' não é d e notificação compul-
@ Garantir a disp onibilidade de antivirais e he- sória.
mod erivad os para a red e d e serviços para q ue Alternativa O: INCORRETA. Etilismo não é d e noti-
sejam administrados nos casos graves. ficação também. Seria inviável notificar todo
® Prever as epidemias, treinar equipes mult i- mund o q ue consumisse álcool.
disciplinares e organizar a rede de serviços de Alternativa E: INCORRETA. Tabagismo não é de no-
saúde antes d o in feio delas. t ificação compulsória. Da mesma forma que
etilismo, seria inviável notificar tod o tabagista.
Alternativa A: INCORRETA. Em tempos d e epid emia
de Dengue, não há necessid ade de confirmação Vide a Lista Atual de Notificação Compulsória
soro lógica para iniciar as medidas adequadas. (2016). É NECESSARIO MEMORIZAR
Alternativa 8: INCORRETA. Os indivíduos com doen- Usta Nacional d e Doenças e Agravos de Notifica-
ça febril aguda com mais d e sete duas d e evo- ção Compulsória
lução tem q ue ser in ternados e questionados Botulismo
sobre d iagnostico de DENGUE. Febre per si Carbúnculo o u Antraz
NÃO é sinal de gravidade na Dengue. Devemos Cólera
estar atent os para os indivíduos que evoluem Coqueluche
de forma g rave na DEFERVESCÊNCIA (24-48h Oengue
pós-feb re). Difteria
Alternativa C: INCORRETA. Não ha até o momento Doença de Creutzfeldt - Jacob
Vacina eficaz e disponível para a po p ulação. Doenças de Chagas (casos agudos)
Alg umas já se encontram na fase d e testes em Doença Meningocócica e outras Meningites
Humanos. Esquistossomose (em área não endêmica)
Alternativa O: INCORRETA. Seria uma resposta corre- Eventos Adversos Pós-Vacinação
ta se fosse uma questão sobre Hl N1. No ent an- f ebre Amarela
to, t rata-se de uma q uestão de Dengue e não Febre d o Nilo Ocidental
antivirais d isponíveis para esta p atologia. Febre Maculosa
Alternativa E: CORRETA. PREVENI R SEMPRE~ O ME- Febre Tifoide
LHOR REMÉDIO. As medidas eficazes para epi- Hanseníase
demias de dengue co nsistem em: 1) Oferecer Hantavirose
atendimento em saúde 2) Identificar as popu- Hepatites Virais
lações d e risco 3) Localizar o foco do mosquito Infecção pelo vírus da imunodeficiência hu-
e evitar novos focos. 4) Assistência dos casos mana - HIV em gestantes e crianças expostas
graves. 5) Notificação!!!
2012 127

ao risco de transmissão vertical XX.Influenza b. Difteria


humana por novo subtipo (pandêmico) c. Doença de Chagas Aguda
leishmaniose Tegumentar Americana d. Doença Meningocócica
leishmaniose Visceral e. lnfluenza Humana
Leptospirose
Malária IV. Epizootias e/ou morte de animais que podem
Meningite por Haemophilus influenzae preceder a ocorrência de doenças em humanos:
Peste a. Epizootias em primatas não humanos
Poliomielite b. Outras epizootias de import~ncia epidemio-
Paralisia Flácida Aguda lógica
Raiva Humana
Rubéola Resultados laboratoriais devem ser notificados
Sfndrome da Rubéola Congênita de forma imediata pelos laboratórios de Saúde
Sarampo Pública dos Estados (LACEN) e Laboratórios de
Sífilis Congênita Referência Nacional ou Regional
Sífilis em gestante I. Resultado de amostra individual por:
Sfndrome da lmunodeficiência Adquirida - a. Botulismo
AIDS b. Carbúnculo ou Antraz
Sfndrome Febril fctero-hemorrágica Aguda c. Cólera
Síndrome Respiratória Aguda Grave d. Febre Amarela
Tétano e. Febre do Nilo Ocidental
Tularemia f. Hantavirose
Tuberculose g. lnfluenza humana por novo subtipo (pan-
Varíola dêmico)
h. Peste
Doenças e Agravos de notificação imediata i. Poliomielite
I. Caso suspeito ou confirmado de: j. Raiva Humana
a. Botulismo k. Sarampo
b. Carbúnculo ou Antraz I. Síndrome Respiratória Aguda Grave
c. Cólera m. Varíola
d. Febre Amarela n. Tularemia
e. Febre do Nilo Ocidental
f. Hantaviroses 11. Resultado de amostras procedentes de inves-
g. lnfluenza humana por novo subtipo (pandê- tigação de surtos:
mico) a. Agravos inusitados
h. Peste b. Doença de Chagas Aguda
i. Poliomielite c. Difteria
j. Raiva Humana d. Doença Meningocócica
k. Sarampo, em indivíduo com história de via- e. lnfluenza Humana
gem ao exterior nos últimos 30 dias ou de I Resposta:©
contato, no mesmo período, com alguém
que viajou ao exterior
I. Síndrome Febril fctero-hemorrágica Aguda O atestado de óbito é uma declaração
m. Sfndrome Respiratória Aguda Grave
n. Varíola
08 médica que se refere ao término da vida
de um indivíduo. No Brasil, em locais onde não
o. Tularemia há um médico, a lei permite que a morte seja
atestada com a declaração de duas t estemu-
11. Caso confirmado de: nhas que tenham presenciado ou verificado
a. Tétano Neonatal o óbito. A declaração ou atestado de óbito se
refere à causa básica da morte que é definida
111. Surto ou agregação de casos ou de óbitos por: como:
a. Agravos inusitados
128 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

® indireta da morte.
®terminal da morte.
© direta da morte.
@ inicial da morte.
® final da morte.

... COMENTÁRIO: Relembrando:


CAUSAS DA MORTE PARTE I
Doença ou estado mórbido que causou diretamente a morte
CAUSAS ANTECEDENTES
Estados mórbidos, se existirem, que produziram a causa acima registrada, mencionando-se em úl-
timo lugar a causa básica
PARTE 11
Outras condições significativas que contribu íram para a morte, e que não entraram, porém, na
cadeia acima

G U.o\1011-n: -------

- ..ltft-l - - - - · •I CJtUsa itflf!dt•l• ou lftfiTllnat


- -
-·--
, - .. - I
------·
------ .......__ _
u ....... ............

-·-- •I
~--~-~--;;~~-~ . ~~--------------------~------L---_j
Causa Intermediária
·I ;,:,.._-;;;;:;;;;;,,,
J

----------------•LIC~k~··~·~·~··~·~•-••~m_oo~•----------------------~------L---_j
-----
--
.... ·-·------
MIOI •
Outros est,Cfos petolf>gKOI stgndiCõiiiYOI qu~ contr bulram

1 com o estado patoh)gico que • produ.t•u

Alternativa A: INCORRETA. A causa indireta da morte preenche a parte 11 do atestado.


Alternativa B: INCORRETA. Eo oposto do item correto (letra D).
Alternativa C: INCORRETA. A Causa direta é o evento final.
Alternativa D: CORRETA. A causa básica da morte é o evento inicial que desencadeia o óbito. Segue
trecho sobre preenchimento de D.O.
Alternativa E: INCORRETA. A causa final da morte é o evento "final" (parece óbvio, e é!) e não a causa
básica.

Os valores do coeficiente de mortalidade infantil indicam que, nas últimas décadas, a ten-
09
te de:
dência é de declínio no Brasil. No Estado de São Paulo essas mortes decorrem principalmen·

® Causas originadas no período neonatal.


® Complicações da desnutrição.
© Complicações de gastroenterocolites.
@ Doenças do aparelho respiratório.
® Anomalias congênitas.

Alternativa A: CORRETA. Nos últimosanos, em relação à mortalidade infantil, o Brasil segue a tendência
dos países desenvolvidos. Devido às medidas sanitárias (saneamento básico e vacinação) a morta·
Iidade por causas infecciosas (diarreias, problemas respiratórios) tem sido reduzida. As melhora nas
condições sociais também colabora com a redução nos casos de morte por Desnutrição. Grandes
capitais (dentre elas São Paulo) apresentam o processo em estádio avançado em relação a cidades
do Norte-Nordeste.
2012 129

~MI• 1 - CoeflclentM de mortaltdadeln~tll, por 1000 NV. secundo componentes- Munldplo


de São Paulo, 2007 a 2012

lndkodor 2007 2001 2009 2010 2011 20U


12~13 11;98 n;ss tvt 11/\2
Coeflcionte d e - NoonNI 8,18 8,07 8,13 7,74 7,58 7,59
• NeoNiill Preox:e 5,45 5,65 5,57 5,31 5,39 5,33
• mt-de241torud•- 2,62 2,92 2,86 2,86 2,64 2,46
• NeoNiill Tordli 2,73 2,43 2,56 2,43 2,19 2,26
Cotlbonte de -.alidodt P6s--l 4,39 4,06 3,85 3,81 3,83 3,83
IAlternativa 8: INCORRETA. Na questão se solicita o
Jotu Sllro\'P'ON~W

entre valores <1 e >1 (0,92 a 1,18), ou seja, de-


perfil Paulista de mortalidade infantil. Desnutri· terminada variável se comporta como fator de
ção e uma causa que sofre redução no processo risco e fator protetor simultaneamente. Relem-
de transição social e epidemiológica. bre o conceito de risco relativo.
Alternativa C: INCORRETA. Apesar de ser uma reali- RISCO RELATIVO (RR): ou razão de incidéncias é
dade em cidades sem saneamento básico, no uma medida estatística que expressa a proporção
Estado de São Paulo, devido às medidas sani- de incidência do agravo (doença, causa de morte
tárias, houve uma redução gradativa de tais etc) entre os que apresentam o fator (ou fatores)
mortes. de risco em determinado população. Constitui,
Alternativa D: INCORRETA. Apesar de elevado índice portanto, uma medida da força da associação
de doenças respiratórias, a cidade de SP apre· entre o fator de risco e a ocorrência do agravo. As-
sentou um processo de melhoria de acesso à sim, um Risco Relativo de 1,5 significa um exces-
saúde, reduzindo a mortalidade por tais causas. so de risco de 50%, entre os individuas que estão
Alternativa E: INCORRETA. As anomalias congênitas expostos àquele fator de risco. Como ocorre, por
compõe uma parcela (menor) das causas neo- exemplo, quando está presente o hábito de fumar
natais de mortalidade infantil. na gravidez, onde a ocorrência de morte perina-
tal é de 30 por mil nascidos vivos. Enquanto que
entre mães que nilo fumam a ocorréncia é de 20
Em artigo científico publicado em revis· por 1000.
1O ta médica arbitrada, os autores afirmam
que o risco relativo (RR) de adquirir sífilis cong~·
I Resposta: @
nita sob determinadas condições de parto, em
maternidades públicas, de bairro periférico, em Para as práticas de vigilância em saúde,
capital estadual da região sudeste, foi de 0,97
com intervalo de confiança de 95% entre 0,92
11 os conceitos de incidência e prevalência
têm significado operacional, pois em uma po·
e 1,18, em comparação com a maternidade de pulaçáo específica, em um determinado perío-
referência. Tal valor deve ser interpretado como do de tempo, a incidência se refere ao número:
indicativo de que, em relação à maternidade de
referência, o risco de sífilis congênita é estatis· @ de casos de uma dada doença, enquanto a
ticamente: prevalência se refere ao número de casos des-
sa doença observados na parcela suscetível da
@ 18% maior. população.
@ Maior. ® total de casos de uma dada doença, enquan·
© Menor. to a prevalência se refere ao número de casos
@Igual. novos dessa doença.
® 8%menor. © de casos novos de uma dada doença, en-
quanto a prevalência se refere ao número total
~ COMENTARIO: No estudo em Questão não dife· de casos dessa doença.
rença estatística entre os dois grupos. Observe
que o valor do Intervalo de Confiança varia de
130 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

@ de casos novos de uma dada doença, en- Alternativa C: CORRETA. Lembrem-se INCID~NCIA =
quanto a prevalência se refere ao número de NOVO. Prevalência = PERTENCE (NOVO + ANTI·
casos pré-existentes dessa doença. GOS). Portanto, incidência de um doença não
® de casos pré-existentes acrescidos do nú- os casos novos no momento e a p revalência
mero de casos novos de uma dada doença, en- são os novos e os antígos.
quanto a p revalência se refere ao número total Alternativa D: INCORRETA. Conceito de Incidência
de casos dessa doença. Correto -> Casos NOVOS. Conceito de p reva·
lência incorreto (temos casos p ré-existente +
Alternativa A: INCORRETA. Lembre-se incidência casos novos).
são os casos NOVOS. Prevalência são os CA· Alternativa E: INCORRETA. lncídência não incluí ca·
50S TOTAIS. sos pré-existentes.
Alternativa 8: INCORRETA. Conceitos invertidos na
questão. Incidência => Casos Novos. Prevalên-
cia =>Total de Casos (novos + Prévios).

Num estudo epidemiológico, os indivíduos foram alocados, inicialmente, em dois grupos,


12 sendo u m deles composto exclusivamente por expostos a um determinado fator, e outro
grupo composto por indivíduos certamente não expostos a esse fator. Nesse delineamento ambos
os grupos foram seguidos por um determinado período de tempo e, em seguida, aferiram-se as
incídências da doença sob estudo. Após análise estatística chegou-se à conclusão sobre a etiologia.
Tendo em vista o desenho do estudo pode-se afirmar que se trata de:

@ estudo caso-controle.
® abordagem ecológica.
© estudo de corte transversal.
@ ensaio comunitário.
® estudo de coorte.

Quadro 2 · Relação entre o desenho de pesquisa prlm~rlo aser Indicado para sub~rea biomédica
pesquisada

Dtsenhos de pesquisa Areas de Interesse


Estudos de casos e relatos de casos Quadro clfnlco (doenças raras)
Estudos transversais frequ~nclas

Estudos de detecçao de casos Fatores de risco


Estudos de acur.1cla Procedimentos diagnósticos
Estudos longitudinais Evolução
Estudos caso-controle Fatores de risco. etiologia (doenças raras), prevençao
Estudos de coorte Fatores de risco, etiologia, Incidência, evolução, prognóstico
Ensaios clfnicos controlados aleatorizados Tratamento, prevençao

Alternativa A: INCORRETA. Os casos controles partem sobre a incídência de Câncer de pele em resi ·
da doença e vão investigar os fatores d e risco. dentes no Rio de Janeiro~
Ex.: 'Po rtadores de Cirrose Hepática consumiram Alternativa C: INCORRETA. Estudo de corte transver-
mais álcool que indivfduos sem Cirrose?" sal são 'fotografia da si tuação~ evidenciam na·
Alternativa 8: INCORRETA. No caso acima esta sen- quele momento. Ex.:'Número de tabagistas que
do avaliados indivíduos. Nos estudos ecológi- d esfilaram na abertura das o limpíadas de 2016~
cos avaliam grandes populações. Ex.: "Estudo
2012 131

Na questão acima a corte de indivíduos foi se- Alt•mativa E: CORRETA. Trata-se de um Estudo de
guida por um determinado período de tempo. COORTE. Vamos entender: Temos um grupo
Alt•rnativa 0: INCORRETA. "Ensaio comuni tário" se- de indivíduos (até então sadios - Exclui casos
ria uma modalidade de ensaio clínico realizada controles} que são exposto a um fator de risco
no ambiente extra-hospitalar. Os ensaios são por um período "x" de tempo (exclui os estudos
estudos de INTERVENÇÃO. Ex.: "Vamos investi- Transversal e Ecológico que não "fotografias"
gar a incidência de Cárie na população do bair- daquele momento. Por ser observacional, não
ro de Pompéia-SP após distribuição de pasta de há intervenção no estudo acima (excluímos En-
dente com dobro de flúor~ saio Clínico}.

Na abordagem teórica conhecida como História Natural da Doença, o primeiro nível de pre-
13 venção está localizado no perfodo:

@ imediatamente posterior ao horizonte clfnico, que se caracteriza pelo diagnóstico precoce e


tratamento imediato.
® anterior ao horizonte clínico, que se caracteriza pelo aparecimento dos primeiros sinais e sintomas.
© anterior ao horizont e clínico. que se caracteriza pela fase de incubação.
@ concomitante ao horizonte clínico, que se caracteriza pelo aparecimento dos primeiros sinais e
sintomas.
® concomitante ao horizonte clinico, que se caracteriza pelo prognóstico.

Alt•rnativa A: INCORRETA. Como dito no comentário, antecede a doença, sendo assim será anterior ao
horizonte clinico.
Alt•rnativa B: INCORRETA. ~ impossível o surgimento de sinais e sintomas e não surgir à doença. Os
sinais e sintomas são a manifestação (horizonte} clínica da doença;
Alt•rnativa C: CORRETA. A prevenção primária consiste em medidas que visam minimizar a exposição
do indivíduo a determinados fatores de Risco. NESTE MOMENTO NÃO HÃ DOENÇA ("Antecede ao
horizonte Clínico"}.

Quadro l
Ap~ão da Slúde tos nlftls dt p~ segundo Luwtll &Clarll (1965)
A promoção da saúde aparece como prevenção primária, confundindo-se com a
prevenção referente à proteção especifica (vacinação. por exemplo). Corresponde
Primária (promo<;ão a modidas gerais. oducativas, que objetivam melhorar a reslstêncla e o bem-<!s-
tar geral dos lndivfduos (comportamentos alimentares, exerdclo ffsko e repouso,
da saúde eproteção contençjo de estresse. nA<> lngestAo de drogas ou de tabaco), para que resistam
espedficaI às agressões dos agentes. Também diz respeito a ações de orientação para cuida-
dos com o ambiente. para que esse não favoreça o desenvolvimento de agentes
etiológicos (comportamentos higiênicos relacionados ahabitaçãoe aos entornos}.
Engloba estratégias populacionais para detecção precoce de doenças, como por
exemplo, o rastreamento de dncer de colo uterino. Também contempla ações
Secundária (diagnóstico com indMduos doentes ou actdentados com diagnósticos confirmados. para que.
etratamento precoce; para que se curem ou mantenham-se fundonalmente sadios. evitando compli-
llmltaçao da Invalidez) cações e mortes prematuras. Isto se d~ por melo de poltlcas clinicas preventivas
e de educação em saúde. objetivando a adoção/mudança de comportamentos
(alimentares. atividades flslcas etc.).
Consiste no cuidado de sujeltos com sequelas de doenças ou acident e~ visando a
Terciária (reabilitação) recuperação ou a manutenção em equilfbrio fundonal.
132 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

Alternativa 0: INCORRETA. Prevenção Primá ria ® méd icos, enfermeiros, odontólogos, médi-
antecede doença, dessa forma, antecede o cos veterinários e farmacêuticos.
horizonte clinico. ® médicos, enfermeiros, odontólogos, médi-
Alternativa E: INCORRETA. Reiteramos o conceito cos veterinários e farmacêuticos, bem como
de Prevenção Primária: Foco nos fatores de os responsáveis por organizações e estabe -
risco, sendo assim, não é concomitante ao lecimentos pú blicos e particulares de saúde.
horizonte clínico.
Alternativa A: CORRETA. Todo Cidadão pode no·
ti ficar qualquer Agravo a Saúde. Conforme o
~ obrigatória a notificação de doenças, Item, os profissiona is que lidam com saúde
14 agravos e eventos em saúde pública de
notificação compulsória, em todo o território
tem a OBRIGAÇÃO de notificar independente
da esfera (pública ou particu lar) .
nacional, por parte apenas de: Alternativa 8: INCORRETA. Como d ito previa men-
t e, a obrigatoriedade reside nos profissionais
@ médicos, enfermeiros, odontólogos, mé- de saúde. Outros profissionais podem notifi-
dicos veteriná rios, biólogos, biomédicos, far- car, assim como qual quer cidadão.
macêuticos, bem como os responsáveis por Alternativa C: INCORRETA. Item que trás informa-
organizações e estabelecimentos públicos e ção relevantes, no entanto, peca no momen-
particulares de saúde e de ensino. to que exclui as instituições publicas e parti-
® médicos, enfermeiros, odontólogos, mé- culares.
dicos veterinários, biólogos, biomédicos, Alternativa O: INCORRETA. Além das instituições
farmacêuticos, psicólogos, engenheiros e publicas e privadas, a questão não cita outros
advogados, bem como os responsáveis por profissionais de saúde como biomédicos e
organizações e estabelecimentos públicos e biólogos.
particulares de saúde, de al imentação e de Alternativa E: INCORRETA. Faltou outros profissio·
ensino. nais de saúde como biomédicos e biólogos.
© médicos, enfermeiros, odontólogos, mé-
dicos veterinários, biólogos, biomédicos e
farmacêuticos.

Con siderando as características de gestação e parto predominantes no Brasil, pode-se


15 afirmar que as causas mais frequentemente associadas a mortalidade materna em nosso
meio são:

@ infecções, embolia pulmonar e cardiopatias.


® infecções, toxemia e hemorragia.
© toxemia, hemorragia e cardiopatías.
® acidente vascular cerebral, diabetes e hemorragia.
® acidentes anestésicos, hemorragia e toxemia.

Alternativa A: INCORRETA. As cardiopatias e embolia pulmonar podem ser consideradas como


doenças circulatórios e estão na quinta posição nas causas de mortalidade.
Alternativa 8: CORRETA. Morte mat erna é um relevante indicador de Saúde. Nos últimos anos
observamos uma redução global de óbitos materno, no entanto, os números brasileiros ainda
são insuficientes segundo a ONU (organização das nações unidas). Podem citar como as três
principais causas: 1- Hipertensão Gestacional (Toxemia) 2- Hemorragias 3- Infecção.
2012 133

EVOlUÇÃO OOS NÚMEROS PRINCIPAIS C.AUSAS


Total de 6bitos de mie ~ por OA MORTAlJOADE MATERNA
100 mil nascidos vivos Óbito materno por 100 mit nascidos vivos

1990 141 • H1perte<1s!o 40.6


1994 120 gestaclonal
1998 IOI
• Hemocragia
2001 80 2S.7
2002 15 • Aborto
2004 70
2008 71 Infecção 410
2010 68
pôs~parto -eD
2011· • Doenças u CID
circu13tórias
2015 .. lS 1990 2000 2010 ~

Fonte da Imagem: Folha de Sao Pauto

Alternativa C: INCORRETA. Hemorragia e Toxemia @ necessária como medida preventiva inespe·


estão entre as três principais causas. Já cardio· cífica, mesmo que não haja mais poliovírus em
palia está na quinta posição. circulação.
Alternativa O: INCORRETA. Diabetes não faz parte do ® desnecessária como medida preventiva,
grupo das principais causas de morte materna. pois n~o há mais poliovírus no país.
Alternativa E: INCORRETA. Acidentes anestésicos
n~o estão descritos isoladamente nas cinco Alternativa A: CORRETA. Uma questão sobre a Vaci-
causas principais de morte materna. Se enten· na do famoso "Zé Gotinha~ Apesar da erradica-
dermos o eventos "Hipotensão" pela anestesia ç~o. é necessáría a vacinação pois o Vírus da Pó·
poderíamos enquadrar nas causas circulatórias lio continua circulante. Tal medida é específica
(quinta posição), pois a vacina tem beneficio direto com a doen-
ça, diferente da prática de atividade física que
tem benefícios para varias doenças (medida
Embora o Brasil tenha recebido da Or· inespecífica). Apesar de Erradicada desde 1990,
16 ganização Pan-Americana de Saúde, em
setembro de 1994, o certificado de interrupção
em 2014 foi identificado a presença de cepas
do enterovírus no esgoto sanitário do aeropor·
da transmissão dos virusselvagens, a vacinação to de Viracopos.
contra a poliomielite prossegue em todo o País,
inclusive com campanhas anuais de imuniza- ~poliomielite ou "paralisia infantil' é uma doen-
ção em massa. Essa vacinação é: ça infecto-contagiosa vira/ aguda, caracterizada
por um quadro de paralisia flácido, de inicio sú-
@ necessária como medida preventiva especí· bito. O déficit motor instala·se subitamente e sua
fica, pois os poliovírus seguem circulando. evolução, frequentemente. não ultrapassa três
® necessária devido à má qualidade dos servi· dias. Acomete em geral os membras inferiores, de
ços públicos de saúde, não sendo possível asse- forma assimétrica, tendo como principal caracte-
gurar a eficácia da vacina brasileira. rística a flacidez muscular, com sensibilidade can·
© necessária como medida preventiva inespe- servada e arreflexia no segmento atingido~
cífica, pois os poliovírus seguem circulando.
134 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

Alternativa B: INCORRETA. Apesar das dificuldades mas e sinais específicos. Numa situação oposta
enfrentadas pela saúde pública (má qualidade se encontra o vírus da poliomielite, dotado de
j á é um excesso de demérito) a vacina da pólio baixa patogenicidade. Dentre os infectados, so-
é de ótima qualidade e foi a responsável pela mente cerca de 1% desenvolve a paralisia.
erradicação do vírus. Alternatíva 0: INCORRETA. Concordamos com a bai-
Alternativa C: INCORRETA. Questão atraente, no en- xa patogenicidade; No entanto, a baixa infecti·
tanto, erra ao afirmar que é uma medida pre- vidade não condiz com o vírus da Pólio. Curiosi-
ventiva inespecífica. dade: A vacina para Pólio tem eliminação fecal,
Alternativa 0: INCORRETA. Novamente comete o com isso existe imunização coletiva devido à
erro de afirmar que é uma medida inespecífica. "disseminação" da vacina pela comunidade.
Alternativa E: INCORRETA. Piora alternativa de To- Alternativa E: INCORRETA. Memorize: Pólio = Alta
das! ~ necessária como medida preventiva e o lnfectividade (o vírus se multiplica muito) e
virus foi isolado em território nacional. baixa patogenicidade (apenas 1% das pessoas
adoecem).

Com relação à transmissão dos vírus de


17 poliomielite, pode-se afirmar que sua dis-
seminação se caracteriza por: 18 Um dos problemas do sistema de saúde
brasileiro se relaciona com o seu financia·
mento, cujas fontes:
@ alta patogenicidade e baixa letal idade.
® alta infectividade e alta patogenicidade. @ não são regulares, e embora suficientes e de-
© alta infectividade e baixa patogenicidade. finidas, são compartilhadas pelos governos fe·
@ baixa infectividade e baixa patogenicidade. deral, estaduais e municipais, beneficiando-se
® baixa infectividade e alta patogenicidade. da boa qualidade da gestão pública.
® são regulares e suficientes, e embora sejam
Alternativa A: INCORRETA. O vírus da pólio por cau· definidas para serem compartilhadas pelos go·
sar doença em 1% dos casos tem BAIXA pato- vernos federal, estaduais e municipais, pade-
genicidade. Quanto à letalidade está correto. cem de má gestão pública.
Diferente de um vírus letal como o Ebola, o © não são regulares, nem definidas, embora
Vírus da pólio "mata pouco~ então tem baixa sejam suficientes e compartilhadas pelos go-
letalidade. vernos federal, estaduais e municipais, de acor-
Alternativa 8: INCORRETA. Novamente o conceito do com determinação constitucional.
de Alta Patogenicidade ("causa muita doença") @ não são regulares, nem definidas, nem sufi·
Não se Aplica ao Vírus da Pólio. cientes embora venham sendo compartilhadas
Alternativa C: CORRETA. O vírus da Pólio apresenta pelos governos federal, estaduais e municipais,
uma alta infectividade (devido sua facilidade de acordo com determinação constitucional.
de transmissão e infecção e multiplicação), no ® são regulares, e embora insuficientes e in·
entanto, apresenta uma baixa patogenicidade. definidas, são compartilhadas pelos governos
Apenas 1% dos indivíduos infectados desen· federal, estaduais e municipais, além de pade·
volveram a doença. Seguem os conceitos abai- cerem de má gestão pública.
xo. Conceito de lnfectividade: é o nome que se
dá à capacidade que tem certos organismos de Alternativas Ae B: INCORRETAS. Está de brincadeira.
penetrar e de se desenvolver ou de se multipli- Os recursos estão longe de ser suficientes para
car no novo hospedeiro, ocasionando infecção. custear o sistema de saúde brasileiro.
Conceito de Patogenicidade: É a qualidade que Alternatíva C: INCORRETA. Não são regulares (há
tem o agente infeccioso de, uma vez instalado meses que há repasses do estado para o muni-
no organismo do homem e de outros animais, cipio). Não são suficientes em nenhuma esfera:
produzir sintomas em maior ou menor propor- Nacional, Estadual ou Municipal.
ção dentre os hospedeiros infectados. Há agen· Alternatíva O: CORRETA. Questão que quem assiste
tes dotados de alta patogenicidade, como é o noticiários acerta. O financiamento da SAÚDE é:
caso do vírus do sarampo. Nesse caso, pratica· 1) IRREGULARES e INDEFINIDAS (Muitas vezes
mente todos os infectados desenvolvem sinto necessita de repasses da União para os estados
2012 135

e dos estados para os municípios). 2) INSUFI- Alt•rnativa E: INCORRETA. Duplo Erro: 1) Não há
CIENTES. Temos carências de insumos (medica- necessidade de soro antitetânico. 2) Se o indiví-
mentos e afins), leitos hospitalares, profissio- duo vai ganhar reforço é porque a vacinação foi
nais de saúde. O sistema está sobrecarregado. completa. Caso a vacinação (três doses) fosse
A"ornativa E: INCORRETA. Como dito no item acima. incompleta, "No chance" teríamos que aplicar
Não são regulares pois não um fluxo habitual novamente as três doses.
Estado-> Município.

Na_s estratégias de aten~ão primária à

19 Após acidente de motocicleta, um jovem


entregador de pizza foi levado ao pronto-
2O saude, em mwtas Sltuaçoes cog1ta-se a
oportunidade de realizar procedimentos de
-socorro tendo-se constatado lesão abrasiva na screening. tendo em vista o sentido preventivo
região do calcâneo direito. Na anamnese refe- da atividade e o baixo custo relativo. Contudo,
riu ter feito reforço vacina! contra tétano havia para ser bem sucedido e eficiente, a execução
mais de dez anos. Os procedimentos inclufram do screening requer a consideração de alguns
limpeza do ferimento com água, sabão e água critérios, dentre os quais estão a:
oxigenada. Adicionalmente havia indicação de:
@ baixa prevalência da doença, a eficácia da
@ não aplicar reforço vacina! nem soro antite- prevenção primária, elevadas sensibilidade e es-
tânico, pois o tipo de lesão não justificava acio- pecificidade, e a aceitabílidade pela população.
nar o sistema imunológico. ® alta prevalência da doença. a eficácia da pre-
® aplicar reforço vacina!. mas não soro antite- venção primária, elevadas sensibilidade e espe-
tânico, pois a vacinação fora completa. cificidade, e a aceitabilidade pela população.
© aplicar reforço vacinal e soro antitetânico, © baixa prevalência da doença, a eficácia do
pois a vacinação fora feita havia mais de dez tratamento precoce, elevadas sensibilidade e
anos. especificidade, e a aceitabilidade pela popula-
@ não aplicar reforço vacinal. mas aplicar soro ção.
antitetânico, pois a vacinação fora incompleta. @ alta prevalência da doença, a eficácia do tra-
® aplicar reforço vacina! e soro antitetânico, tamento e da reabilitação, moderadas ou altas
pois a vacinação fora incompleta e não efetiva. sensibilidade e especificidade desde que haja
boa aceitabilidade pela população
A"•rnativa A: INCORRETA. Concordamos que não ® alta prevalência da doença, a eficácia do tra-
há indicação de soro antitetânico, no entanto, tamento precoce, elevadas sensibilidade e es-
não vacinar já é demais! O motoqueiro deve pecificidade, e a aceitabilidade pela população.
receber reforço pois sua vacina! expirou (mais
de lO anos). Alt•rnativa A: INCORRETA. Para o rastreio ser eficaz,
Alternativa B: CORRETA. O jovem entregador de piz- a doença deve ter alta prevalência.
za apresenta reforço vacina! há mais de 1Oanos, Alternativa B: INCORRETA. Alternativa parcialmente
o que significa? 1) Se tem reforço é porque apre- completa. A eficácia dever ser no tratamento e
sentou esquema vacina I completo 2) Deverá ser não na prevenção primária.
vacinado com outro reforço pois o prazo expi- Alternativa C: INCORRETA. Tal alternativa comete o
rou. Neste caso não há necessidade de soro anti- erro em afirmar baixa prevalência da doença.
tetânico pois a magnitude da lesão foi pequena lembre-se: Temos que ter alta prevalência para
(não houve perda de substância, lacerações, ex- compensar a busca pela doença.
posições de grandes áreas e afins). Alt•rnativa D: INCORRETA. Outro item quase corre-
Alt•rnatlva C: INCORRETA. Concordamos em aplicar to. Devemos prestar atenção no tocante a SEN-
reforço vacinaI (mais de 1O anos). Aplicar Soro SIBILIDADE DO TESTEDE RASTREIO. Bons testes
não é necessário pois se trata de escoriações de devem ter alta sensibilidade. Todos os indiví-
baixo risco. duos doentes devem ser localizados mesmo
A"ernativa D: INCORRETA. Questão TOTALMENTE que eventualmente tivemos falsos positivos
INCORRETA. Devemos dar o reforço da Vacina e (nestes casos testes secundários de confirma-
não há necessidade de Soro Antitetânico. ção auxiliam nas duvidas).
136 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

Alternativa E: CORRETA. Tal afirmativa descreve as -se os dados clínicos e laboratoriais abaixo. EX-
principais características para a seleção de um CETO:
teste de Rastreio adequado. Segue trecho da
OMS: De acordo com a Organização Mundial ® eritroblastos ortocromáticos no sangue pe·
da Saúde (OMS), as estratégias para a detecção riférico.
precoce são o diagnóstico precoce (abordagem ® icterícia com predomínio de bilirrubina in·
de pessoas com sinais e/ou sintomas da doen- direta.
ça) e o rastreamento (aplicação de um teste ou © colecistopatia calculosa.
exame numa população assintomática, aparen- @ esplenomegalia.
temente saudável, com objetivo de identificar ® reticulocitose.
lesões sugestivas de câncer e encaminha-la
para investigação e tratamento). O teste uti- 11- COMENTARIO: A jovem mulher em questão
lizado em rastreamento deve ser seguro, re- sem dúvidas é portadora da hemoglobinopatia
lativamente barato e de fácil aceitação pela supracitada, pois possui em sua eletroforese de
população, ter sensibilidade e especificidade hemoglobina (exame que dá o diagnóstico e
comprovadas, além de relação custo-efetivida- que é obrigatório no teste do pezinho) 87% de
de favorável. hemoglobina S, que forma as famosas hemá-
cias em foice.
CLiNICA 1-ALEXANDRE BARBOSA CAMARA DE Alternativa A: INCORRETA. Não só em leucemia po-
SOUZA dem haver blastos no sangue periférico, em
qualquer situação de "sobrecarga" da medula
por necessidade de aumento de produção, ela
Corpos lipoides urinários são habitual- pode acabar liberando células ainda não com-
21 mente encontrados em paCientes porta-
dores de:
plemente formadas (blastos), isso ocorre mais
comumente em anemias e infecções graves.
Alternativa B: INCORRETA. Icterícia é uma caracte·
® rins polidsticos. rística esperada em doenças hemoliticas, pois
® síndrome nefrótica. a bilirrubina nada mais é que um produto do
© síndrome hepatorrenal. metabolismo da globina de hemácias mortas.
@ nefrite intersticial. Como não há empecilhos para a conjugação ou
® nefrite por analgésico. excreção da bilirrubina, o padrão é sempre de
aumento isolado de BILIRRUBINAS INDIRETAS.
11- COMENTÁRIO: Pacientes nefróticos possuem Alternativa C: INCORRETA. Seguindo a linha de
hipercolesterolemia severa. Por perderem di- raciocínio, por um aumento na demanda da
versas proteínas na urina, o fígado destes doen- conjugação de bilirrubina, há uma cascata de
tes faz uma hiperproduçáo de algumas delas, elevação na produção dos ácidos biliares, o que
dentre es.sas as lipoproteinas. Com a lesão favorece a criação de cálculos biliares pigmen·
glomerular, apenas algumas proteínas passam tados. O tratamento com hidroxiureia parece
pelos podócitos devido as suas massas molecu- ser um fator de proteção para doentes falei·
lares e suas cargas elétricas. Não é o caso das formes com o genótipo UGTl A1. É importante
lipoproteínas. Porém, em situações de excesso, marcar que não é fator de risco exclusivo da
podem acabar passando e formando os carpos anemia falciforme, mas das doenças hemollti·
lipoides- por isso, letra 8. Se alguma questão casem geral.
quiser ser mais capciosa, pode perguntar que Alternativa D: CORRETA. O baço é um órgão com
lipoproteína específica origina os corpos lipoi- a vasculatura em "trabéculas'; o que favorece
des. A resposta é o HDL (1) sua função no sistema reticulo-endotelial. As
I Resposta: ® hemácias em foice com sua deformidade pre·
judicada causam milhares de microclusões no
baço. fazendo que ocorra um fenômeno nesses
Em uma mulher de 25 anos que apre- doentes conhecido como autoesplenectomia,
22 senta eletroforese de hemoglobina com
87% de hemoglobina S, é provável encontrar-
fazendo com que tenham um baço reduzido
(algumas vezes sequer visíveis no USG) e se
2012 137

jam encarados como Asplênicos. Na primeira ® retirada inespecífica como melhor resposta
infância pode haver sim esplenomegalia leve. motora.
Todavia, a partir dos cinco anos de idade, pro-
vavelmente o processo já ocorrera. A paciente .. COMENTARIO: Um detalhe que pode cair na sua
em tela tem 25 anos, portanto, não esperare- prova sobre Glasgow são as limitações. Aí vão
mos que tenha esplenomegalia. algumas: crianças (há escala adaptada), intu-
Alt•rnativa E: INCORRETA. Seguindo o mesmo racio- bação orotraqueal, afasia, paresias ou plegias,
cínio da alternativa A, a produção acelerada de surdez, mude:;:, idioma e etc.
eritrócitos, leva a líberação de retículócitos para São 15 pontos (no mínimo 3) que serão soma-
o sangue periférico. dos em três quesitos: abertura ocular, resposta
verbal e resposta motora. Abertura Ocular:
4- abertura ocular espontânea
Mulher de 76 anos é internada por bron- 3 -abertura ocular a estimulo verbal
23 copneumonia. Faz-se o diagnóstico de
delirium. E provável que, no e~ame psfquico
2- abertura ocular a estímulo doloroso
1- Ausente
desta paciente, encontremos a consciência, o Resposta verbal:
pensamento e a atenção espontânea, respec- 5 -Orientado
tivamente: 4 - Confuso
3- Palavras inapropriadas
@ rebaixada, confuso e reduzida. 2 - Sons intelig íveis
® preservada, confuso e reduzida. 1- Ausente
© preservada, empobrecido e prejudicada. Resposta motora:
@ preservada, exaltado e aumentada. 6- obedece a comandos verbais
® rebaixada, confuso e aumentada. 5 - localiza estímulos
4 - retirada in específica do membro
.. COMENTiRIO: Diante de uma idosa com deli- 3 - Padrão flexos/descerebração
rium ou síndrome cerebral aguda é importante 2 - padrão Extensor/decorticação
chamar atenção para consciência que estará re- 1 -ausente
baixada e o pensamento que será confuso com
desorientação temporo-espacial muitas vezes. Logo, vemos: nas: alternativas que a menor pon-
Além da atenção que estará reduzida e- muitas tuação é para a posição de descerebraçâo. Uma
vezes- é o achado mais exuberante no quadro. confusão comum: deixar o candidato indeciso
Há o score de CAM-ICU para delirium que ne- entre decorticação e descerebração. Aqui vai
cessita para o diagnóstico de (1 ): um macete: o córtex faz parte o cérebro, certo?
1. mudança aguda ou flutuação no estado men- Então, o que é mais grave: uma lesão "apenas"
ta/e no córte~ ou em todo o cérebro? Claro que no
2. Desatenção e um dos seguintes: cérebro. Assim, descerebração é mais grave.
3. alteração no n/vel de consci~ncia ou I R01posta: ®
4. pensamento desorganizado.
I R•sposta: @
Homem de 55 anos com histórico de eti-

Dos achados abaixo, o que apresenta


25 lísmo há 1 semana está com dificuldade
em deambular sem au~ílio e há 12 horas em
24 menor pontuação na escala de coma de
Glasgowé:
estado confusional. Aparenta desnutrição, está
apático, desatento, indiferente ao ambiente. Ao
exame frsico, evidencia-se além da confusão
@ resposta motora em descerebração. mental, nistagmo, diplopia e ataxia de marcha.
® resposta motora em decorticação. As pupilas são isocóricas e fotorreagentes. O
© palavras desconexas como melhor resposta hemograma mostra Hb de 12 g/dl, VCM de 96
verbal. fl. Creatinina, eletrólitos e coagulograma estão
@ abertura ocular à estimulação verbal.
138 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

normais. Das opções abaixo, o diagnóstico mais ® potássio de 6.8 mEq/L.


provável é:
.. COMENTÁRIO: A mielinólise pontinha é uma
@ coma hipoglicêmico. das mais temidas complicações da correção
® hematoma subdural crônico. iatrogênica da hiponatremia, condiç~o grave
© síndrome de abstinência alcoólica. e irreversível (1 ). Pelo caso da questão se trata
@ intoxicaç~o alcoólica aguda. de uma correção inadvertidamente rápida do
® deficiência de tiamina. sódio, torna a alternativa D correta.
I Resposta: @
.. COMENTÁRIO: Etilista há uma semana tem ata-
xia de marcha, diplopia e nistagmo somados à
confusão mental. Paciente está emagrecido e Mulher de 55 anos, portadora de tireoidi-
apático. o diagnóstico é clássico: estamos fa-
lando da Síndrome de Wernick. causada p ela
27 te de Hashimoto, em uso irregular de le-
votiroxina, é internada com pielonefrite e qua-
deficiência de namina. É importante diferen- dro tfpico de coma mixedematoso. É provável o
ciá-la de outra doença causada pela deficiência encontro nesta paciente de:
da vitamina Bl. A Encefalopatia de Korsarkoff,
que é conhecida pela tríade de Confabulação, @ reflexos exaltados e aumento de CPK.
amnésia retrógrada e anterógrada e apatia ® hipernatremia e hipotermia.
(presente no caso! Cuidado). O tratamento de © hiperglicemia e baixa voltagem difusa ao
ambas é com reposição de tiamina. Todavia, a eletrocardiograma.
primeira é reversível, mas a segunda não (1). @ hipocortisolismo e hipercapnia.
Alternativa A: INCORRETA. O paciente não está em ® bradicardia e hipertensão arterial.
coma!
Alternativa B: INCORRETA. Não há história de trau- .. COMENTÁRIO: Uma paciente hipotireoidea
ma, ainda que o alcoolismo seja importante com tratamento irregular está em um insulto
fator de risco. agudo por sepse de foco urinário. A doente
Alternativa C: INCORRETA. O paciente do caso não evolui ent~o para uma verdadeira emergência
parou de beber para haver síndrome de absti- endocrinológica chamada de coma mixedema-
nência. toso. Nada mais é que um hipotireoidismo exa-
Alternativa D: INCORRETA. Paciente com muitas al- cerbado, a imagem em espelho da Tempestade
terações clínicas há mais de uma semana, ex- t ireoideana. Os principais fatores desencadea-
cluindo assim intoxicação aguda. dores são: exposição ao frio, sepse, diuréticos,
Alternativa E: CORRETA. Diante da suspeita, sempre anestésicos, ICC, AVC, sangramentos, queima-
deve ser reposto tiamina, p rincipalmente antes duras, traumas e não adesão ao tratamento ( 1).
de iniciar glicose, uma vez que a reposição des- Alternativa A: INCORRETA. Reflexos diminuídos é
ta, pode levar a deficiência aguda de t iamina. clássico da condição. Há sim aumento de CPK.
em geral ao redor de 500.
Alternativa B: INCORRETA. Esperamos HIPOtermia,
assim como no laboratório, que esperamos as
26 Mulher de 27 anos, internada em uma
unidade de terapia intensiva com quadro
de distúrbio hidroeletrolftico, desenvolveu, du-
HIPOS (natremia, glicemia, cloremia, cortisole-
mia... a exceção é a hipercolesterolemia).
rante o tratamento, confusão mental; e à resso- Alternativa C: INCORRETA. Baixa voltagem no ECG
nância magnética, desmielinização em tronco sim, mas HIPERglicemia não.
cerebral. Dentre os exames de entrada abaixo, Alternativa D: CORRETA. Há diminuição do drive ven-
o que com maior probabilidade, pertencia à t ilatório, portanto, HIPOxemia com hipercania.
paciente era: Há também hipocortisolismo marcante, que
inclusive deve ser tradado com Hidrocortisona
@ pHde6,91 . endovenosa, antes do início da levotiroxina.
® potássio de 1,8 mEq/ L. Alternativa E: INCORRETA. Bradicardia sim, HIPER-
© sódio de 155 mEq/L. tensão, não. Esta alternativa contém a pega
@ sódio de 11 5 mEq/ L. dinha da questão, pois no hipotireoidismo é
2012 139

comum o achado de hipertensão arterial, em


geral convergente, mas no coma mixedemato-
so o paciente está hipotenso.
29 Mulher de 65 anos apresenta há meses
lombalgia e astenia. Nos últimos dias,
houve piora do estado geral, obstipação, dor
abdominal difusa e alguns episódios de vómi-
to. Ao exame flsico, está desidratada e confusa.
Em um paciente que apresenta o padrão A radiografia de coluna e crânio mostra lesões
28 respiratório de Kussmaul, do conjunto de
achados abaixo, o mais provável é:
líticas. Os exames de sangue mostram anemia e
aumento dos níveis de ureia, creatinina, cálcio
e ácido úrico. A fosfatase alcalina é normal. Os
@ Potássio {mEq/L): 6,5/pC02 {mmHg): 50/ He- exames que confirmarão a principal hipótese
mograma: leucocitose. diagnóstica são:
® Potássio {mEq/L): 2,5/pC02 {m mHg): 20/He-
mograma: leucocitose. @ densitometria óssea e dosagem de vitamina O.
© Potássio {mEq/L): 2,5/pC02 {m mHg): 50/He- ® cintilografia óssea e dosagem de PTH intacto.
mograma: leucopenia. © mamografia e pesquisa de CA 15-3.
@ Potássio {mEq/L): 6,5/pC02 {mmHg): 201 He- @ mielograma e eletroforese de proteínas.
mograma: leucopenia. ® bioquímica do lfquor e biópsia de osso.
® Potássio {mEq/L): 6,5/pC02 {mmHg): 20/He-
mograma: leucocitose. .,_ COMENTÁRIO: Quadro clínico típico de Mielo-
ma Múltiplo - Sétima década de vida, dor lom-
.,_ COMENTÁRIO: A respiração de Kussumaul é bar, sintomas gerais de uma piora global, lesões
um achado da acidose metabólica que signi- líticas ósseas em crânio e coluna, anemia, hiper-
fica uma resposta ao insulto e uma tentativa calcemia e azotemia, e ainda dá a informação
desesperada de expelir C02 do corpo e tentar de uma fosfatase alcalina normal (para excluir
neutralizar seu pH. A cetoacidose diabética é a a hipótese de lesões blásticas de metástases
principal doença que apresenta esse sinal. ósseas ou doenças primárias do osso) . .. Pre-
Antes de procurar uma alternativa certa, vamos cisa de mais? Isso é Mieloma Múltiplo até que
raciocinar sobre os três parâmetros pedidos: se prove o contrário. E qual o próximo passo?
potássio, PC02 e leucometria. Embora grande Pedir um mielograma e uma eletroforese de
parte dos pacientes com essa condição apre- proteínas. ( 1)
sentem-se espoliados de potássio, um terço As questões de mieloma múltiplo em geral são
deles apresenta hipercalemia. Lembrem-se que fáceis. Se errar, você paga CARO. ((cálcio alto),
eles têm pouca ou nenhuma insulina circulan- A(anemia), R(Rins ruins), O(lesões ósseas).
do, portanto, perdem um dos mecanismos de Leve esse macete e acerte a grande parte das
levar o potássio para o intracelular. Além disso, questões.
estão com distúrbios da osmolaridade e com Alternativa A: INCORRETA. Os exames seriam válidos
acidose, que, ao contrário da alcalose, tende a na suspeita de osteoporose ou osteomalacia .
hipercalemia. Alternativa 8: INCORRETA. Os exames seriam váli-
A pegadinha da questão está aqui: por mais dos na suspeita de hiperparatireoidismo.
que tenhamos que ter bastante atenção com Alternativa C: INCORRETA. Os exames seriam válidos
a hipocalemia na cetoacidose, não é o achado na suspeita de metástase de neoplasia de mana.
mais frequente, e a questão quer saber o mais Alternativa E: INCORRETA. A biopsia óssea seria váli-
esperado. Podemos então desconsiderar letras da na suspeita de neoplasia primária óssea.
"B" e "C". Se há um esforço para neutralizar a I Resposta: @
fal ta de bicarbonato com a lavagem de C02 do
corpo, esperamos que esse gás esteja diminuí-
do, excluindo as letras "K e "C" ~- contraindica~ão à ventilação não inva-
Ficamos entre ·o· e "E". E como está a leucome-
tria na Cetoacidose? Clássico: pelo estresse cor-
3O stva com pressao pos1t1va:

póreo, há uma comum e marcada leucocitose. @ distúrbios respiratórios relacionados ao


Letra E responde a questão. sono.
I Resposta: ® ® edema agudo de pulmão cardiogênico.
140 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

© doença pulmonar obstrutiva crônica com com genfibrozil. Recomenda-se. por isso, evi·
acidose respiratória moderada. tar essa associação. Recomenda-se cautela nas
@ deformidade da parede torácica (cifoesco- seguintes condições clínicas: a) portadores de
liose). doença biliar; b) uso concomitante de anticoa·
® encefalopatia grave. gulante oral cuja p osologia deve ser ajustada;
c) pacientes com função renal diminuída; d) as·
.,_ COMENTÁRIO: Vamos antes relembrar as princi- soeiação com estatinas.
pais indicações (1 ): I Resposta: @
(1) Congestão/ IC descompensada,
(2) DPOC exacerbado,
(3) lmunodeprimidos com dispneia na urgência
(4) Síndrome da Apneia obstrutiva do sono. 32 São caracteristicas da SIRS (Síndrome de
Resposta Inflamatória Sistêmica), EXCETO:

E quais as contraindicações (1 ): @ leucocitose ou leucopenia.


(1) parada cardiorrespiratória, ® taquicardia.
(2) instabilidade hemodinâmica © febre ou hipotermia.
(3) IAM e arritmias graves @ trombocitopenia.
(4) incapacidade de proteger via aérea: rebai- ® taquipneia.
xamento do sensório, vômitos, agitação psico-
motora .,_ COMENTARIO: Relembrando os critérios de
(5) secreção excessiva de vias aéreas com risco Síndrome da Resposta In flamatória Sistêmica
de aspiração. (SIRS):
Temperatura maior que 38 <>(e menor que
I Resposta: ® 36•C;
Frequência cardíaca menor que 90bpm;
CLINICA 11· GIOVANNI GALENO DO NASCIMENTO Frequência respiratória maior que 20ipm
SANTOS ou Pa C02 menor que 32mmHg ou, ainda,
necessidade de ventilação mecânica por
um processo agudo;

31 O efeito colateral mais grave relacionado


ao uso de sinvastatina associada a gemfi·
brozil no tratamento de dislipidemias é:
Leucocitose maior que 12.000/mm' ou leu·
copenia menor que 4.000/mm' ou, ainda,
presença de mais de 10% de formas imatu·
ras (bastonetes).
@ Rabdomiólise.
® Fibrose retroperitoneal. Assim, a trombocitopenia não se enquadra nos
© Hepatite. critérios de SIRS. Para complementar, vamos
@ Leucopenia. analisar outros conceitos:
® Convulsão.
Sepse: SIRS relacionada à infecção doeu·
.,_ COMENTARIO: E infrequente a ocorrência de mentada ou presumida;
efeitos colaterais graves durante tratamento Sepse grave: sepse associada à hipoperfu·
com fibratos, levando a necessidade da inter- são tecidual, hipotensão ou disfunção or-
rupção do tratamento. Podem ocorrer: distúr· gânica (cardiovascular, neurológica, renal,
bios gastrintestinais, mialgia, astenia, litiase respiratória, hepática, hematológica e me-
biliar (mais comum com clofibrato), diminuição tabólica);
de libido, erupção cutânea, prurido, cefaleia, Choque séptico: sepse associada à hipoten-
perturbação do sono. Raramente observa-se são que persiste após ressuscitação com
aumento de enzimas hepáticas e/ou CK, tam- fluídos e que necessita de drogas vasopres-
bém de forma reversível com a interrupção do soras ou na presença de hiperlactemia.
tratamento. Casos de rabdomiólise têm sido I Resposta: @
descritos com o uso da associação de estatinas
2012 141

Terapias correntes para a síndrome de podem estar presentes. em geral na fase avan·
33 anticorpos antifosfolípides incluem as
drogas abaixo, EXCETO:
çada, diferentemente da dispneia.
I Rosposta: ©
@ clopidog rei.
® corticosteroides. Anticorpos antimitocôndria estão pre-
©
@
heparina de baixo peso molecular.
varfarina.
35 sentes em cerca de 95% dos casos de:

® hidróxido de cloroquina. @ Hepatite C crônica.


® Hemocromatose.
.,. COMENTARIO: O tratamento de escolha para a © Cirrose biliar primMa .
Síndrome de Anticorpos Antifosfolípides (SAF) @ Hepatite autoimune.
é a anticoagulação. Varfarina, heparinas não ® Doença de Wil son.
fracionadas e de baixo peso molecular frequen·
temente em associação com Ácido Acetilsalicf· Alternativa A: INCORRETA. Hepatite C: o anticorpo
lico (AAS) são utilizados. Corticosteroídes não encontrado na doença é apenas o anti·HCV, o
têm uma função estabelecida no tratamento qual também possui uma sensibilidade de 95%.
de SAF primária, mas podem ser utilizados para A confirmação do diagnóstico é realizada atra·
o tratamento de condições reumáticas associa- vés da quantificação do RNA e genotipagem.
das à SAF secundária. Entretanto, altas doses de Alternativa B: INCORRETA. Hemocromatose: doença
corticosteroides são usadas empiricamente em metabólica caracterizada pelo depósito exces-
pacient es com SAF que se apresenta com trom· sivo de ferro no fígado e em outros órgãos; não
bocitopenia ou anemia hemolítica significativa há anticorpos relacionados. O diagnóstico é
e na síndrome catastrófica. A única medicação real izado através de biópsia hepática e pesqui·
que não faz parte do tratamento da SAF é o sa de mutação genética gen C282Y. A mutação
hidróxido de cloroquina, utilizado para doen- funciona como fator de risco, pois em 30% dos
ças como lúpus e artrite reumatoide, as quais pacientes homozigotos não há depósito de fer-
podem ter uma maior incidência de SAF, mas ro no tecido hepático.
não estão relacionadas com o tratamento da Alternativa C: CORRETA. Cirrose biliar primária: o
síndrome. anticorpo antimitocondrial, juntamente com
I Resposta: ® a hipercolesterolemia, podem estar presentes
em 90 a 95% dos pacientes (resposta correta).
Alternativa D: INCORRETA. Hepatite autoimune:
34 Na estenose mitral, o principal e muitas ve- existem três principais tipos de hepatite au-
zes o único sintoma, é: toimune - tipo 1, tipo 2 e tipo 3, com seus
respectivos marcadores, antimúsculo liso, anti-
@ palpitação. · LKM tipo 1 e anti·SLA. respectivamente.
® hemoptise. Alternativa E: INCORRETA. Doença de Wilson: se-
© dispneia. melhante à hemocromatose, não há marcador
@ taquicardia paroxistica. imune. O diagnóstico é realizado com a análise
® dor precordial. dos níveis de ceruloplasmina sérica, excreção
urinária de cobre e biópsia hepática .
.,. COMENTARIO: O paciente com estenose mitral
pode permanecer uma ou duas décadas assin-
tomático. Em geral, os sintomas iniciam com Uma das principais limitações do teste
uma dispneia lenta e progressiva, inicialmente
ao esforço físico. Com a evolução. pode haver
36 de sangue oculto nas fezes para o rastre-
amento do câncer colorretal é:
descompensação clínica e instalar-se o edema
pulmonar em consequência de elevação re· @ Não demonstrar eficácia na diminuição da
pentina da pressão atrial esquerda. Sintomas mortalidade.
como dor torácica, hemoptise, tromboembo- ® Não detectar pólipos.
lismo, arritmias, rouquidão e disfagia também © Ter sensibilidade muito baixa.
142 PreparatórioparaResidén<ia Médi<a SUS/SP

@ Exigir dieta restritiva prolongada. senta úlcera infectada no tornozelo. Tomogra·


® Apresentar alta taxa de falso-negativo. fia de tórax mostra algumas lesões numulares
em hemitórax direito e abscesso em hemitórax
.,_ COMENTÁRIO: Questão razoavelmente mal· esquerdo. A análise da tomografia de tórax é a
-intencionada. O teste de pesquisa de sangue chave para fechar a questão, excluindo as letras
oculto nas fezes demonstrou eficácia na di· A (tuberculose pulmonar), B (tuberculose mi·
minuiçáo da mortalidade (letra A, falsa); não liar), C (pneumonia aspirativa) e E (DPOC com
apresenta sensibilidade muito baixa, para le· descompensaçâo infecciosa) por não apresen·
sões malignas chega a 75% (letra C, falsa); não tarem imagens características. A história clíni-
exige dieta restritiva prolongada, dependendo ca (úlcera infectada) mais exames de imagem
do método, no máximo três a quatro dias (letra (diversas lesões em ambos hemitórax) nos leva
d, falsa). Na letra E. se considerarmos todas as ao diagnóstico de embolização séptica (letra D.
lesões. malignas e não malignas, ele apresenta correta).
alta taxa de falso-negativo, mas a questão con· I Resposta: @
sidera em relação ao rastreamento de câncer
colorretal, não possuindo altas taxas (letra E.
falsa). De fato, não é posslvel detectar pólipos São afecções que causam derrames pleu-
com o exame de sangue oculto nas fezes (letra
B, correta).
38 rais caracterizados como transudatos,
EXCETO:
I Resposta: ®
® insuficiência cardlaca.
® atelectasia.
Um homem de 50 anos, com anteceden- © slndrome nefrótica.
37 te de diabetes e alcoolismo grave, pro·
cura o pronto-socorro com febre e tosse. Tem
@ diálise peritoneal.
® pericardite constritiva.
úlcera infectada no tornozelo direito e apresen·
ta a tomografia de tórax (VER IMAGEM). O diag- .,_ COMENTÁRIO: Questão anulada, pois todas as
nóstico mais provável é de: alternativas demonstravam derrames pleurais
do tipo transudato, não havendo alternativa
correta. lembrando que derrame pleural do
tipo transudato é aquele do tipo não infec-
cioso/não inflamatório e, para ser classificado
como transudato, deve obedecer aos três crité·
rios de light (caso algum seja descumprido, é
classificado como exsudato).
Critério de light:
Proteína derrame pleural!sérica < 0,5;
lDH pleural/sérico < 0,6;
LDH pleural < 2/3 do limite superior do va·
lor da normalidade do LDH sérico.
I Resposta: questão anulada

® tuberculose pulmonar. Em pacientes com febre reumática con-


® tuberculose miliar.
© pneumonia aspirativa.
39 firmada, espera-se encontrar:

@ embolização séptica. ® Confirmação de estreptococcia em cerca de


® DPOC com descompensação infecciosa. 80% dos casos se testados 3 antlgenos estrep-
tocócicos.
... COMENTARIO: Paciente nos é apresentado com ® ASLO positivo em mais de 90% dos casos .
o histórico de alcoolismo e diabetes e história © Elevação de PCR. mas não de VHS.
de febre mais tosse há algumas semanas. Apre- @ l eucopenia.
2012 143

® Complemento normal. neo), devido à positividade de anticorpos ant i-


-histonas, e não ocorre diminuição do comple-
.. COMENTÁRIO: Na febre reumática, quando se mento. O tratamento está relacionado com a
dosam os três anticorpos (ASLO, anti-DNAse B e suspensão da droga.
antí-Hialuronidase), se alcança uma sensibilida- I Rosposta: questão anulada
de de 95%. Dosando-se somente o ASLO, essa
sensibilidade diminui para 80% (letra A e B in- PEDIATRIA 1- GABRIELA LUCENA DE ARAUJO
corretas). Tanto o PCR quanto o VHS se elevam
na febre reumática. O primeiro se eleva mais
rapidamente que o segundo (letra C incorreta}. Um escolar de 7 anos apresenta quadro
Na febre reumática ocorre leucocitose neutroff-
lica, até 20.000/mm' (letra 0}. O complement o
41 de fraqueza há 4 dias. Teve antecedente
de quadro viral, aproximadamente uma sema-
não diminui na febre reumática, assim o mes- na antes do inicio do sintoma. A mãe refere que
mo se encontra normal (let ra E correta). a fraqueza muscular se inst alou de forma pro-
I Resposta: ® gressiva e, aparentemente, parece ser ascen-
dente. Testes específicos apontam para uma
desmielinização, de caráter autoimune, dos
Lúpus induzido por drogas apresenta nervos periféricos. Trata-se provavelmente de:
4 O várias diferenças em relação ao lúpus
eritematoso sistêmico, como as citadas abaixo, @ síndrome de Guillaín-Barré.
EXCETO: ® amiotrofia espinhal anterior.
© miastenia gravis.
@ Menor taxa de incidência de nefropatia. @ esclerose múltipla.
® Taxa de alterações hematológicas pratica- ® distrofia muscular progressiva tipo Du-
mente nula. chenne.
© Ausência de acometimento do sistema ner-
voso central. Alternativa A: CORRETA. A sfndrome de Guillain-
@ Menor incidência de artralgia e artrite. -Barré é uma polineuroradkulopatia desmieli-
® Incidência igual em ambos os sexos. nizante aguda ou subaguda, caracterizada por
paralisia flácida, arreflexia profunda, alterações
.. COMENTÁRIO: Questão foi, possivelmente, sensitivas discretas e dissociação albumino-ci-
anulada devido a uma precipitação na escrita. tológica no liquor. É rara em crianças, porém
Ao colocar que o lúpus fármaco induzido não deve ser considerada quando ocorrer uma
apresenta como diferença a igual incidência instalação aguda ou subaguda de paralisia de
entre os sexos, ela afirma que o Lúpus Eritema- caráter ascendente, frequentement e precedida
toso Sistêmico (LES} tem igual incidência. Infor- por infecções respiratória ou gastrointestinal,
mação errônea, pois o LES apresenta incidência e acompanhada de dor, podendo impedir a
superior no sexo feminino. A distribuição por deambulação.
gênero varia muit o na literatura e depende da Alternativa B: INCORRETA. As Atrofias Musculares
droga responsável, não existindo igual incidên- Espinhais (AME} têm origem genética e carac
cia entre os sexos, anulando a única alternativa t erizam-se pela atrofia muscular secundária à
que poderia apresentar diferença com lúpus degeneração de neurônios motores localiza-
Eritematoso Sistêmico. As demais, característi- dos no corno anterior da medula espinhal. O
cas fazem partem do quadro de lúpus farma- grupo I (doença de Werdnig-Hoffmann} pode
coinduzido e são diferent es do LES. Letra A, B se manifestar desde a fase intraútero até os 3
e C: o lúpus farmacoinduzido praticamente não meses de vida extrauterina. Nos grupos 11 e 111,
apresenta alt erações hematológicas, renais e os sintomas se manifestam entre 3 e 15 meses
do sistema nervoso central. Letra 0 : os sinto- e de 2 anos a vida adulta, respectivamente. O
mas relacionados são mais os constitucionais, quadro clínico caracteriza-se por deterioração
alterações de pele e serosites. Em geral, não motora após um período de desenvolvimento
apresentam positividade de anti-DNA nativo aparentemente normal.
e anti-Sm. O FAN é positivo (padrão homogê-
144 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

Alternativa C: INCORRETA. A miastenia gravis é uma do o Coxsackie vírus B o mais frequente agente
doença neurológica autoimune que afeta a etiológico.
porção pós-sináptica da junção neuromuscular. I Resposta: ®
~caracterizada por fraqueza e fadiga dos mús-
culos esqueléticos de uso repetitivo. Normal-
mente é uma fraqueza descendente. As associações abaixo correlacionam
Alternativa D: INCORRETA. A esclerose múltipla é
rara na infância. Normalmente se inicia no adul·
43 agente de gastroenterite e tratamento.

to jovem, com sinais e sintomas neurológicos I. Salmonella - não sendo infecção sistêmica,
transitórios, em caráter de surto e remissão. não introduzir antibióticos.
Alternativa E: INCORRETA. A distrofia muscular de 11. Shigella - sulfametoxazol/trimetoprim.
Duchenne é uma doença hereditária progres· 111. Campylobacter jejuni - metronidazol.
siva que possui herança recessiva ligada ao
cromossomo X. As manifestações clínicas nor· t correto afirmar:
malmente começam nos três primeiros anos de
vida. As alterações funcionais iniciam-se com @ Apenas está correta a associação 111.
o enfraquecimento muscular, que ocorre gra- ® Apenas estão corretas as associações I e 11.
dualmente e de forma ascendente, simétrica e © Apenas estão corretas as associações I e 111.
bilateral, com inicio na cintura pélvica e mem- @ Apenas estão corretas as associações 11 e 111.
bros inferiores, progredindo para musculatura ® Apenas está correta a associação 11.
de tronco e para a musculatura responsável
pela sustentação da postura bípede, cintu- ._ COMENTiRIO: A evolução do quadro clínico
ra escapular, membros superiores, pescoço e de salmonelose em indivfduos imunocompe-
músculos respiratórios. A fraqueza muscular tentes não é influenciada, favoravelmente, pela
torna-se evidente por volta dos 5 anos de ida· administração de antimicrobianos, sendo na
de1 quando as crianças apresentam sintomas maioria das vezes um quadro diarreico autoli-
iniciais, tais como dificuldade de deambular, mitado, devendo receber apenas medidas de
pular e correr, além de quedas frequentes. suporte (hidratação, repouso e sintomáticos),
sendo a afirmativa I correta. Já no caso da shi·
guelose, há comprovação de eficácia no início
Um lactente de 15 meses é admitido com do antibiótico se a febre perdurar por 48 horas
42 quadro de febre, dispneia e taquicardia
há 2 dias. Ao exame físico, apresenta ritmo de
e a presença de manifestações sistêmicas, sen-
do a primeira opção a Sulfametoxazol·trimeto·
galope, com presença de terceira bulha. O ECG prim (afirmativa 11 correta). O Campylobacter
revela leve distúrbio de repolarização. Conside· jejuni causa uma gastroenterite, com diarreia,
rando a hipótese di agnóstica principal, o agen- febre e dor abdominal. Geralmente é um qua-
te mais provavelmente implicado é o: dro autolimitado, não sendo necessário o uso
de antibiótico (afirmativa 111 incorreta).
@ Staphylococcus epidermidis. I Resposta: ®
® Vfrus Coxsackie B.
© Staphylococcus aureus.
@ Streptococcus viridans. A cardiopatia cianogênica que mais fre-
® Haemophilus influenzae. 44 quentemente se manifesta no período
neonatal é a:
._ COMENTARIO: A miocardite usualmente apre-
senta-se nas crianças e neonatos como insufi- @ Comunicação interventricular.
ciência cardíaca aguda (dispneia, taquipneia, ® Transposição dos grandes vasos da base.
palpitação, dor precordial, sfncope) por vezes © Drenagem anômala das veias pulmonares.
fulminante e com menor frequência como @ Coarctação da aorta.
cardiomiopatia dilatada oligossintomática. A ® Tetralogia de Fallot.
miocardite vira! e pós-vira! é a maior causa de
cardiomiopatia dilatada crônica e aguda, sen-
2012 145

.. COMENTÁRIO: No Brasil. a prevalência de car- nicas exclusivamente hemorrágicas, sem outras


diopatia congênita é de aproximadamente cin- alterações do hemograma e do coagulograma,
co a 1O em 1.000 nascidos vivos. A comunica- é o achado laboratorial essencial para o diag-
ção interventricular é a cardiopatia congênita nóstico. No hiperesplenismo, observaria-se ao
mais frequentemente encontrada (por volta exame físico um aumento do baço. Na leuce-
de 30%) no período neonatal, contudo essa é mia, seria evidenciada alteração da série leu-
uma cardiopatia não cianogênica. A cardiopa- codtária no hemograma. Na sepse, estaria pre-
tia congênita cianogênica mais frequente é a sente um quadro de febre, com leucocitose e
transposição de grandes artérias, com taxava- mal estado geral. A trombocítopenia aloimune
riando de 3,5 a 10,9%. atinge crianças no período neonatal.
I Resposta: ® I Resposta: ®

Um pré-escolar de 4 anos apresenta qua· Um lactente de 1 mês é t razido ao pron·


45 dro de petéquias e equimoses há 1 dia.
Além do quadro cutâneo, a criança aparenta
46 to-socorro com história de baixa aceita-
ção alimentar e baixo ganho ponderai. A mãe
bom estado geral e está hemodinamicamen- refere que o filho tem vômitos. O bebê está no
te estável. Não apresenta esplenomegalia. No 1O' percentil de peso, 50' percentil da estatura
hemograma, a única alteração observada é a e 50' percentil de perímetro cefálico. O exame
contagem de plaquetas em 12.000/mm' . No físico é normal. assim como os sinais vitais. Os
esfregaço periférico, observam-se plaquetas de exames laboratoriais revelam:
tamanho aumentado. O diagnóstico mais pro- pH sérico = 7,32; Na = 134 mEq/L; K = 4,5 mE-
vável é: q/ L; cloro = 106 mEq/L e bicarbonato = 1O mE-
q/L. O diagnóstico mais provável é:
@ hiperesplenismo.
® leucemia. @ fibrose cística.
© trombocitopenia isoimune. ® estenose do piloro.
@ sepse. © erro inato do metabolismo.
® púrpura trombocitopênica imune. @ acidose tubular renal.
® diarreia crônica.
.. COMENTÁRIO: A Púrpura Trombocitopênica
Imune ou ldiopática (PTI) é uma das doenças .. COMENTÁRIO: A estenose hipertrófica do piloro
hemorrágicas adquiridas mais comuns da in· é caracterizada por uma hipertrofia progressiva
fância, ocorrendo numa frequência de quatro a da musculatura pilórica, causando estreitamen-
oito casos por 100 mil crianças por ano. Comu· to e alongamento persistentes do canal pilóri·
mente, é uma doença benigna, autolimitada e co. É um diagnóstico comum entre lactentes
ocorre em crianças previamente hígidas, com abaixo dos 3 ou 4 meses de idade, sendo vista
idade entre 4 e 8 anos de idade. A PTI é uma na proporção de três para cada 1.000 nascimen-
doença imunomediada na qual as plaquetas tos. Há história de vômitos não biliosos, "em
são opsonizadas por autoanticorpos e destrui- jato~ a partir da terceira ou quarta semanas de
das pelos fagócitos do sistema reticuloendo· vida, associada a achados, ao exame físico, de
telial, levando a uma trombocitopenia devido hiperperistalse gástrica, distensão do andar su-
ao aumento do clearance plaquetário no baço perior do abdome e "tumor" pilórico palpável,
e ffgado. A PTI aguda, de inicio súbito, ocorre também chamado 'oliva pilórica". Com a evolu-
principalmente na infância e, muitas vezes, ção clínica da estenose hipertrófica de piloro,
sucede a uma infecção viral ou vacinação. A os vômitos passam a ser mais frequentes e mais
maioria das crianças afetadas não necessita de volumosos, podendo estar associado ou não à
tratamento medicamentoso, sendo que 80% a perda de peso. A presença de alcalose metabó-
85% dos casos têm resolução espontânea da lica hipoclorêmica é um achado frequente nos
doença dentro dos primeiros seis meses do exames laboratoriais, devido à perda de ácido
diagnóstico. A contagem plaquetária menor clorídrico nos episódios de vômito. Na fibrose
que 150x109/l, associada a manifestações clí- cística haverá uma desnutrição crônica, com
146 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

todos os índices antropométricos próximos vo, podem-se ofertar fórmulas à base de proteí-
do percentil 1O, além de sintomas respiratórios na isolada de soja; fórmulas à base de proteínas
constantes. No erro inato do metabolismo e na extensamente hidrolisadas, compostas predo-
acidose tubular renal há alteração dos exames minantemente por peptídeos e aminoácidos
laboratoriais, como acidose metabólica, au- obtidos por hidrólise enzimática e/ou térmica
mento da amônia e distúrbios eletrolíticos. e ultrafiltragem; e fórmulas ou dietas a base de
I Resposta:® aminoácidos. As fórmulas devem ser mantidas,
preferencialmente, até os 2 anos de idade, sen-
do o mínimo recomendado até 12 meses.
Um lactente de 3 meses é trazido à con- I Resposta: ©
47 sulta de puericultura. Sua mãe refere que
vem notando o aparecimento de erupção eri-
tematosa nas bochechas, que não melhoram Uma adolescente de 14 anos é trazida
com o uso de loções hidratantes. Refere ainda
que percebeu a presença de laivos de sangue
48 em consulta com queixa de visão dupla.
Na história, refere cefaleia importante intermi-
nas fezes por duas ocasiões. O bebê foi ama- tente, que chega a acordá-la no meio da noite,
mentado até o segundo mês de vida e está há mas que cede após o vômito. Ao exame físico,
um mês sob uso de fórmula láctea. A pesquisa observa-se que a menor é incapaz de abduzir
de sangue oculto nas fezes revela-se positiva. os dois olhos. Tem reflexos dos membros infe-
Considerando a principal hipótese diagnóstica riores levemente exacerbados. Qual dos sinais
para este caso, a melhor conduta é: abaixo mais provavelmente estará presente
nesta paciente?
@ propor a realização de enema opaco antes
de modificar a dieta. @ Papiledema.
® substituir a fórmula láctea por fórmula à ® Exoftalmo unilateral.
base de soja. © Hipotensão.
© substituir a fórmula láctea por fórmula ele- @ Taquicardia.
mentar com hidrolisado proteico. ® Epistaxis.
@ substituir a fórmula láctea por fórmula isen-
ta de lactose. ~ COMENTÁRIO: Várias anormalidades cerebrais
® indicar suplemento nutricional com fórmula e sistêmicas podem levar à Hipertensão l ntra-
hipercalórica. craniana (HIC) como, por exemplo, tumores
de sistema nervoso central. malformações ar-
.. COMENTÁRIO: A Alergia à Proteína do Leite de teriovenosas, aneurismas, abscessos cerebrais,
Vaca (APLV) é um assunto frequente atualmen- hidrocefalia, eventos hipóxicos isquêmicos.
te. No Brasil, a prevalência de suspeita de APLV O quadro clínico pode se manifestar como
entre crianças com sintomas gastroenterológi- cefaleia, vômitos, diplopia, cegueira episódi-
cos é de SA%. Segundo os mecanismos imuno- ca, papiledema ao exame de fundo de olho e
lógicos envolvidos, a APLV pode ser classificada movimentos desconjugados intermitentes dos
em: mediadas pela lgE, não mediadas pela lgE olhos são queixas do paciente ainda conscien
(linfócitos T) e mistas. Por isso tem uma ampla te. A tríade de Cushing nem sempre é encon-
variedade de sinais e sintomas, como: urticária, trada em crianças: bradicardia, hipertensão
rinite, asma, síndrome da alergia oral (prurido arterial e bradipneia. Em lactentes, o aumento
e leve edema confinado na cavidade oral), der- progressivo do perímetro cefálico pode ser o
matite atópica, coloproctite (fezes com muco único sinal de Hipertensão lntracraniana.
e sangue) e esofagite eosinofllica. A base do I Resposta: @
tratamento da APLV disponível é a dieta de ex-
clusão de leite de vaca e derivados. Se a criança
encontra-se em aleitamento materno exclusi- De acordo com o Calendário de Vacina-
vo, a mãe deve submeter•se à dieta de exclusão
de leite de vaca e derivados. Já para as crianças
49 ção do Ministério da Saúde, a vacina con-
jugada contra o pneumococo:
que não estão em aleitamento materno exclusi-
2012 147

@ não está prevista no calendário, apesar de para nós, a questão não apresenta resposta
liberada para importação pela ANVISA. correta.
® está recomendada a todas as crianças, em I Rosposta: ®
4 doses: aos 2, 4, 6 e reforço aos 12 meses de
idade. PEDIATRIA 11- RENATA OAVIN GOMES PARENTE
© está recomendada a todas as crianças, em 3
doses: aos 3, Se reforço aos 1S meses de idade.
@ está recomendada apenas aos portadores O teste do pezinho pode triar diversas
de doenças de base pulmonares ou cardíacas,
em 4 doses: aos 2, 4, 6 e reforço aos 12 meses
51 doenças. Entre todas as que são compre-
endidas pela triagem neonatal do Ministério da
deidade. Saúde na fase 111, estão:
® está recomendada apenas aos portadores
de anemia falciforme, esferocitose ou outras @ deficiência de G6PD e hipotireoidismo.
com risco de esplenectomia funcional ou de ® deficiência de G6PD e hiperplasia de suprar-
outra natureza, em 3 doses: aos 3, 5 e reforço renal.
aos 15 meses de idade. © hipotireoidismo e hiperplasia de suprarre-
nal.
.. COMENTARIO: O Programa Nacional de Imuni- @ fenilcetonúria e fibrose cística .
zação (PNI) do Ministério da Saúde de 201 O pre- ® hemoglobinopatias e deficiência de G6PD
conizava que a vacina conjugada pneumoc:ócica
1O valente fosse realizada em quatro doses: aos .. COMENTÁRIO: O programa de triagem neona-
2, 4 e 6 meses e reforço aos 12 meses. Contudo, tal foi regulamentado em 200 1 pelo ministério
no PNI de 2016 houve mudanças sendo, a partir da saúde. O programa era constituído de três
de agora, aplicada em duas doses, aos 2 e 4 me- fases:
ses, seguida de reforço preferencialmente aos 12 FASE I - Detecção de fenilcetonúria, Hipoti-
meses, mas poderá ser tomado até os 4 anos. reoidismo Congênito.
I Resposta: ® FASE 11 -Detecção de fenilcetonúria, Hipo-
tireoidismo Congênito, Doenças Falcifor-
mes e Outras Hemoglobinopatias.
São agentes de broquiolite todos os FASE 111 - Detecção de fenilcetonúria, Hipo-
5O abaixo, EXCETO: tireoidismo Congênito, Doenças Falcifor-
mes e Outras Hemoglobinopatias e Detec-
@ adenovírus. ção de Fibrose Cística.
® vírus respiratório sincicial.
© bocavírus. Outras hemoglobinopatias incluem: algumas,
@ metapneumovirus. mas não todas, Beta Talassemias, e a maioria
® coronavírus. das Alfa Talassemias clinicamente significantes.
Serão identificados também portadores de He-
COMENTARIO: De acordo com o Guideline
1!11 . . moglobinopatias (hemoglobina traço}, que ge-
de Bronquiolite da Academia Americana de ralmente são assintomáticos, mas cuja identifi-
Pediatria, publicado em 2014, o principal vírus cação pode ter implicação genética importante
causador da bronquiolite é o vfrus sincicial res- na famrtia.
piratório, sendo outros agentes etiológicos o Em dezembro de 20 12, o MS autorizou a am-
rinovfrus, metapneumovfrus, influenza, parain- pliação do Teste do Pezinho (FASE IV) incluindo
fluenza, adenovírus e coronavírus. Não sendo mais duas patologias: Deficiência da Biotini-
citado nesta publicação apenas o bocavirus, dase (DB) e a Hiperplasia Adrenal Congênita
dentre as alternativas da questão. Contudo, o (HAC). Que já está implementada no estado de
bocavfrus também é um vrrus de acometimen- São Pulo desde 2013 e vem sendo implementa-
to do sistema respiratório, que pode levar aca- do nos outros estados do país
sos graves de bronquiolite, inclusive Síndrome Alternativa A: INCORRETA. Não detecta deficiência
do Desconforto Respiratório Agudo. Portanto, deG6PD
143 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

Alternativa 8: INCORRETA. Não detecta nem deficiên· A peritonite bacteriana espontânea é o


cia de G6PD, nem hiperplasia de suprarrenal.
Alternativa C: INCORRETA. Não detecta hiperplasia
53 tipo mais frequente de infecção na crian·
çacom:
de suprarrenal.
Alternativa E: INCORRETA. Não detecta deficiência ® librose cística.
deG6PD. ® deficiência de lgA secretora.
I Resposta: @ © anemia falciforme.
@ síndrome nefrótica.
® neutropenia cíclica.
Gestante realizou quatro consultas de
52 Pré-Natal, até a 32• semana, quando
abandonou o seguimento e evoluiu para par·
,.. COMENTÁRIO: A infecção é a principal causa
de complicação na criança com síndrome ne·
to vaginal. Recém-nascido de termo, com peso frótica. As crianças em recidiva tem susceptibi-
de nascimento de 3.240 g, é admitido com 42 lidade aumentada a infecções bacterianas por
horas de vida na unidade de cuidados inter- causa de perdas urinárias de imunoglobulinas e
mediários, transferido do alojamento conjun· fator B da properdina. deficiência na imunidade
to, onde apresentou temperatura de 38,7" C. celular, terapia imunossupressora, desnutrição
O hemograma revelava leucocitose com des· e edema ou asdte atuando como potenciais
vio à esquerda e a proteína C reativa estava meios de cultura. Assim a peritonite bacteriana
elevada. Sem quaisquer outras alterações ao espontânea é uma infecção comum entre os
exame físico. Neste caso, a coleta do liquor está portadores de síndrome nefrótica.
- - - - - - - (I) e os principais agentes I Resposta: @
envolvidos são {11). Assinale
a alternativa da tabela que preenche correta·
mente as lacunas. Uma lactente com um ano e dois me-

@ I • dispensada I 11 - Escherichia co/i e Listeria


54 ses, saudável, sem doenças pregressas,
apresenta secreção nasal espessa e amarelada
monocytogenes. e voz anasalada há três dias e aparecimento de
® I · indicada /11 • Escherichia co/i e Streptococ- febre alta há dois dias, conforme informa o pai,
cus agalactiae. que também refere que, há I O dias, a criança
© I • indicada I 11 - Streptococcus aga/actiae e apresentara quadro gripal. Ao exame clínico, o
Listeria monocytogenes. médico observa secreção purulenta nasal e em
@ I • indicada /11 • Escherichia co/i e Staphylo· •queda" a partir da rinofaringe à oroscopia. À
coccus aureus. otoscopia, observa-se líquido em orelha média,
® I · dispensada I 11 · Streptococcus agalactiae e bilateralmente. Restante do exame sem altera·
Staphylococcus aureus. ções. A conduta deve ser, considerando a idade
da criança, além dos cuidados locais:
,.. COMENTÁRIO: Trata-se de um quadro de sepse
neonatal precoce (febre + leucocitose com des- ® tomografia de seios da face, radiografia de
vio à esquerda e protelna C reativa elevada) tórax e antibioticoterapia intravenosa.
com menos de seis dias de vida. Nessa idade, ® radiografia de seios da face e antibioticote·
os agentes etiológicos obedecem a seguinte rapia local.
ordem de prevalência (do mais prevalente para © apenas antibioticoterapia oral.
o menos prevalente): Streptococcus do grupo @ radiografia de seios da face e de tórax e anti-
8, Escherlchla co/i, Listerla monocytogenes, Sta· bioticoterapia oral.
phylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, ® tomografia de seios da face e antibioticote-
Klebsiella, Pseudomonas. Enterobacter, entre rapia oral.
outros. Todo RN com suspeita de sepse ou bac-
teremia comprovada, deve ser coletado hemo· ,.. COMENTÁRIO: Os sintomas apresentados são
cultura e liquor. Em caso de sepse tardia deve· típicos de sinusite, com história de quadro gri·
·se ainda coletar urocultura. pai há I Odias evoluindo com febre e secreção
I Resposta: ® purulenta, pensamos numa sinusite bacteriana
2012 149

aguda, cujo diagnóstico é clínico e o tratamen- © taquicardia ventricular.


to institufdo deve ser antibioticoterapia oral. @ taquicardia juncional.
Altornativa A: INCORRETA. Não necessita de exames ® taquicardia supraventricular.
de imagem, já que o diagnóstico é clínico.
Altornativa 8: INCORRETA. Não necessita de exames .. COMENTÁRIO: A criança em questão tem uma
de imagem e a antibioticoterapia deve ser sis- taquicardia, (frequência cardfaca (FC) = 210
têmka. bpm - ver tabela), com QRS estreito. AS taqui-
Alternativa C: CORRETA. Diagnóstico clínico de si nu· cardias com QRS estreito podem ser: taqui·
site, que deve ser tratada com antibioticotera- cardia sinusal quando se observa uma onda p
pia oral. normal precedendo cada QRS ou a taquicardia
Alternativas Oe E: INCORRETAS. supraventricular, quando o ritmo se origina
acima dos ventrículos (reent rada por via aces·
sória, reentrada no nó AV, foco atrial ectópico).
Uma adolescent e, com 17 anos de idade, No caso da taquicardia supraventricular, temos
55 apresenta febre alta e dor, com sinais flo-
gísticos intensos, em joelho esquerdo, há um
uma FC mais alta que nas taquicardias sinusais
e onda p ausente ou anormal.
dia. Nega trauma. Nega doenças ou infecções
pregressas ou outros sint omas atuais. A suspei- FreqHnci.l cardíaca normal (em batimentos por
ta é de artrite séptica. Considerando que tem minuto), conforme a idade e a atMdade basal.
vida sexual ativa, os agentes etiológicos a se-
rem considerados são: Idade Acordado Média Dormindo
o-3 me-ses 85·190 140 80-160
@ Neisseria gonorrhoeae e Adenovírus. 3 meses ..
® Staphylococcus aureus e Candida albicans. 100.190 130 7$-160
2 anos
© Streptococcus viridans e Neisseria gonor- 2·10anos 60.140 80 60·90
rhoeae.
Acima de
@ Staphy/ococcus aureus e Neisseria gonor- 60.100 75 50-90
10 anos
rhoeae.
® Staphylococcus aureus e Adenovlws. Alternativa A: INCORRETA. Na taquicardia sinusal,
cada complexo QRS deve ser precedido de uma
.. COMENTÁRIO: A artrite séptica é mais comum onda P.
em crianças amis novassendo que ~ dos casos Alternativa 8: INCORRETA. As extrassístoles ventri-
ocorre no primeiros 5 anos de idade, sendo o culares não são causas de taquicardia, e o ba·
agente etiológico mais comum da artrite sép- timento aberrante geralmente apresenta QRS
tica o staphylococcus aureus. Quando temos alargado.
esta patologia em recém-nascidos ou adoles- Alternativa C: INCORRETA. A taquicardia ventricular
centes com vida sexual ativa, temos que pensar apresenta complexos QRS alargados.
na artrite séptica gonocócica. Que nos adoles- Alternativa O: INCORRETA. Na taquicardia juncional,
centes pode estar relacionada à artrite séptica existe onda p, mas se observa uma dissociação
ou tenossinovite de pequenas articulações ou átrio ventricular.
na forma de infecção monoarticular de grandes Alternativa E: CORRETA. Na taquicardia supraventri·
articulações (joelho). cular, temos um QRS estreito com ausência de
I Resposta: @ onda p, como fala a questão.

O traçado eletrocardiográfico, em um me- A deficiência de ferro é prevalente em


56 nino de sete anos, evidencia complexos
QRS estreitos não precedidos de ondas P e fre-
57 todos os Continentes. É correto afirmar:

quência cardíaca de 210 bpm. O diagnóstico é: @ No hemograma de anemia ferro priva, obser-
va-se microcitose e queda acentuada nos valo-
@ taquicardia sinusal. res do RDW, importante indicador diferencial
® extrassístoles ventriculares. para talassemia.
150 PreparatórioparaResidência M~dica SUS/SP

® A ferritina é o método mais acurado de ava- ® lmunoglobulina intravenosa e vacina contra


liar o estoque de ferro, mas depende das condi- sarampo.
ções clínicas. © lmunoglobulina intravenosa, apenas.
© Alterações de humor não são observadas @ Vacina contra sarampo, apenas.
nas deficiências de ferro. ® lmunoglobulina intramuscular, apenas.
@ Os adolescentes do sexo masculino rara-
mente apresentam deficiência de ferro, devido .. COMENTÁRIO: No caso do sarampo, devemos
aos eficientes mecanismos de absorção e pou- considerar profilaxia para contactantes suscep-
cas perdas. tíveis, ou seja, que não são imunes ao sarampo.
® A necessidade de ingerir sujeira ou outras Consideramos imunes, aqueles que receberam
subst~ncias não habituais nas deficiências de duas doses da vacina acima de um ano de ida-
ferro é um mito, não tendo evidência médica. de, com intervalo mínimo de 30 dias entre as
doses (duas doses conferem 99% de proteção
.. COMENTÁRIO: Tanto a talassemia como a ane- e uma dose apenas 95%), ou que tenham Evi-
mia ferropriva se apresentam como uma ane- dência laboratorial de imunidade (lgG positivo)
mia microdtica e hipocrômica. portanto a mi- ou Doença confirmada por exame laboratorial.
crocitose e consequente elevação do RDW não Dentre os susceptfveis, temos os imunocom-
pode ser considerado um fator para diferenciar petentes e os imunodeficientes. Considera-
anemia ferropriva da talassemia. Na anemia mos imunocompetentes as crianças acima de
ferropriva podem ser observadas alterações de seis meses não imunizadas ou que receberam
humor, bem como perversão do apetite com apenas uma dose da vacina. Aos imunocom-
desejo por comer substâncias não alimentares. petentes expostos ao sarampo está indicada a
A ferritina sérica é o valor mais útil para avalia- Vacina Tríplice ViraI (até 72 após a exposição).
ção laboratorial do ferro, pois reflete o esgota- Dentre os imunodeficientes estão aqueles com
mento dos depósitos de ferro dos tecidos, de doenças que conferem imunodeficiência (seja
modo que uma ferritina baixa é fiagnóstico de pela própria doença ou pelo tratamento), ges-
anemia ferropriva em paciente com anemia. tantes e os menores de seis meses. Para este
Como também é uma proteína de fase aguda, grupo se indica a imunoglobulina, que pode
pode aumentar independente dos estoques ser administrada intramuscular ou intravenosa,
de ferro nas inflamações agudas ou crônicas, devendo ser administrada até o sexto dia após
doenças, malignas, hipertiroidismo ou ingestão o contato. Sendo preferível a lmunoglobulina
pesada de álcool. Intravenosa para grávidas susceptíveis e indi-
Alternativa A: INCORRETA. Tanto na anemia ferro pri- víduos com imunodeficiência grave (indepen-
va como na talassemia, observamos valores de dente do status vacina! ou imunológico) Desse
RDW aumentados. modo, para o paciente em questão por ser imu-
Alternativa C: INCORRETA. As alterações de humor nodeficiente e susceptível ao sarampo deve ser
são sintomas presentes nas deficiências de ferro. indicada imunoglobulina intramuscular, como
Alternativa O: INCORRETA. Os mecanismos de ab- fala a letra E.
sorção de ferroo são iguais em ambos os sexos. I Resposta: ®
Alternativa E: INCORRETA. A perversão do apetite é
um sintoma comum na anemia ferropriva.
I Resposta: ® Uma menina com dois meses de idade
59 apresenta tosse e taquipneia, sem febre.
Ausculta pulmonar com alguns estertores, sem
Uma criança com 1Omeses de idade de- outras alterações; raio X de tórax com leve hi-
58 senvolveu sarampo. Na casa onde mora,
há adultos jovens vacinados e um primo com
perinsuflação e infiltrado intersticial discreto; e
hemograma com eosinofilia. Antecedente de
três meses de vida. Para proteger este primo, conjuntivite aos 14 dias de vida, tratada com
deve-se administrar: colírio. O principal diagnóstico e o tratamento
são, respectivamente:
® lmunoglobulina intramuscular e vacina con-
tra sarampo.
2012 151

@ pneumonia por Estreptococo agalactiae; a única alternativa que fala do fator VIII e heran-
ampicilina. ça ligada ao X é alternativa A. que está correta.
® pneumonia por Mycoplasma pneumoniae; I Resposta: @
azitromicina.
© broncopneumonia por Chlamydia pneumo- CIRURGIA 1- HUGO GONÇALO GUEOES
niae; azitromicina.
@ bronquioliete por adenovírus; medidas de
suporte. Homem de 62 anos, após 12 dias de tra-
® pneumonia por Chlamydia trachomatis; eri-
tromicina.
61 e queostomia, apresenta sangramento sú-
bito copioso pelo traqueostoma, seguido de
choque hipovolêmico. O provável diagnóstico
~ COMENTÁRIO: A questão traz um quadro típico e a conduta t erapêutica mais apropriada são,
de pneumonia por C. trachomatis. Essa infec- respectivamente:
ção se dá por transmissão vertical da mãe para
o recém-nascido. Também conhecida como ® ulceração de parénquima tireoideano; hipe-
pneumonia afebril do lactente, se caracteriza rinsuflação do balonete da cânula de traqueos-
por inicio geralmente entre um e três meses de tomia.
vida, com apresentação clínica de tosse persis- ® lesão da croça da aorta; esternotomia me-
tente, taquipneia e ausência de febre. O achado diana e sutura de patch de pericárdio bovino
mais consistente na radiografia de tórax é a hi- no sitio lesado.
perinsuflação acompanhada por infiltração in- © lesão da artéria carótida direita pelo balone-
tersticial ou alveolar mínima. Associado ao an- t e da cânula de traqueostomia; prótese endo-
tecedente de conjuntivite aos 14 dias de vida, vascular na carótida.
ficamos com a hipótese de pneumonia por @ fistula traqueoinominada; secção e ligadura
clamldia como o principal diagnóstico. O trata- da artéria inominada.
mento de escolha para esses casos é eritromi- ® lesão da artéria tireoideana inferior; cervico-
cina 50 mg/kg/dia, via oral, 4x/dia por 14 dias. tomia exploradora e ligadura dessa artéria.
I Resposta: ®
~ COMENTÁRIO: Questão clássica! Complicação
de traqueostomia, com cânula mal posiciona-
Qual o fator de coagulação deficiente na da após duas semanas, causa erosão dos anéis
6O é Hemofilia A e qual a herança desta doen-
ça, que a mais comum deficiência congênita
traqueais e fístula traqueoinonimada. Quadro
muito grave e dramático, com elevada taxa de
de fatores de coagulação? mortalidade por exsanguinação rápida. A con-
duta é cirúrgica de emergência com t ampona-
@ VIII; ligada ao cromossomo X. mento e ligadura da a. inonimada.
® IX; autossômica dominante (mutação es- I Resposta: @
pontânea).
© VIII; autossômica dominante (mutação es-
pontânea). Um paciente de 45 anos do sexo mascu-
@ IX; ligada ao cromossomo X.
® IX; autossõmica recessiva.
62 lino tem hérnia inguinal à direita e será
submetido à correção cirúrgica, com tela. Não é
hipertenso nem diabético. Não faz uso habitual
~ COMENTÁRIO: A hemofilia ocorre em aproxi- de nenhuma medicação. Nunca foi internado.
mada mente 1:5000 homens, com 85% tendo Nega outras morbidades. Exames pré-operató-
deficiência do fator VIII e 1o a 15% deficiência rios que devem ser solicitados:
do fator IX. Sendo a hemofilia A deficiência do
fator VIII e a hemofilia B deficiência do fator IX. ® eletrocardiograma e radiografia de tórax.
Os genes para os fatores VIII e IX estão localiza- ® hemograma e função renal.
dos no cromossomo X, portanto o tipo de he- © hemograma e coagulograma.
rança da hemofilia B é ligada ao X. Desse modo
152 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

@ hemograma, coagulograma e eletrocardio- © acidemia láctica do plasma.


grama. @ leucometria do sangue periférico inferior a
® hemograma, coagulograma, eletrocardio- 4.000 células/mm'.
grama e radiografia de tórax. ® alterações agudas no estado ment al.

li> COMENTÁRIO: Abaixo dos 45 anos, não é neces- li> COMENTÁRIO: Os parâmetros fisiológicos para
sário a solicitação de nenhuma exame pré-ope- 51RS são hipotensão (PAS < 90mmHg), taquicar-
ratório. A partir dos 45 até os 54 anos, é neces- dia (FC > 90bpm), taquipneia (FR > 20 irpm), hi -
sário apenas um ECG para os homens. De 55 até pertermia ou hipotermia (T > 38'C ou < 36'C) e
70 anos, devemos solicitar ECG e hemograma, leucocitose (> 12.000) ou leucopenia (< 4.000).
e para maiores de 70 anos, devemos solicitar I Resposta: @
ECG, hemograma, ureia, Creatinina, eletrólitos
e glicemia de jejum. Olhando as alternativas,
não encontramos nenhuma que se enquadre Em pacientes portadores de alguns tu·
corretamente. Devido a isso, essa questão foi
anulada.
65 mores sólidos estadia dos como no limite
da ressecabilidade cirúrgica, lança-se mão da
quimioterapia neoadjuvante, com o intento
de reduzir as dimensões tumorais de forma
Mulher de 34 anos queixa-se de dor a tornar a sua ablação mais segura e radical.
63 torácica e dispneia súbita no segundo
pós-operatório de redução e fixação interna
Ocorrendo um súbito surto de morte de células
tumorais, pode instalar-se a slndrome de lise
de fratura pélvica. A paciente refere fazer uso tu moral, que se associa às seguintes aberrações
regular de anovulatórios orais. Considerando- eletroliticas, EXCETO:
-se a hipótese diagnóstica mais provável para
a intercorrência, pode-se esperar os seguintes ® Hipercloremia.
achados propedêuticos. EXCETO: ® Hipocalcemia.
© Hiperfosfatemia.
® radiografia de tórax normal. @ Hiperuricemia.
® pulmões livres à ausculta torácica. ® Hiperpotassemia.
© hemograma normal.
@ dosagem plasmática de dímero-D normal. li> COMENTÁRIO: A síndrome de li se t umorai está
® eletrocardiograma normal. associada à hipercalemia, hiperfosfatemia, hi-
pocalcemia, hiperuricemia.
li> COMENTÁRIO: Cirurgias de ossos longos trazem I Resposta: ®
um risco maior de embolia gordurosa, somado
ao uso de anovulatórios orais, onde a carga de
estrógeno aumenta o risco de TEP. Diante disso, Complicação mais frequente na cirurgia
e até pelo pós-operatório recente, a única coisa
que não se esperaria é um D·dimero normal.
66 bariátrica de derivação gástrica (gastric
bypass) com reconstrução em Y de Roux lapa·
I Resposta: @ roscópica, quando comparada com a mesma
derivação feita por técnica convencional, por
laparotomia:
Um pa râmetro fisiológico utilizado
64 como critério para a definição de 5ín-
drome da Resposta Inflamatória Sistêmica, por
® formação de aderências intracavitárias.
® hérnias internas.
consenso, é: © complicações respiratórias.
@ perda de peso no curto prazo.
® necessidade de agentes inotrópicos ou va- ® flstulas anastomóticas.
sopressores para a manutenção da pressão ar-
terial sistólica. li> COMENTÁRIO: Uma questão muito específica
® pressão arterial sistólica menor que 90 e capciosa. No Sabiston, encontramos que a
mmHg. cirurgia bariátrica laparoscópica promoveu re-
2012 153

dução de quase todas as complicações, exceto ® Devido à morbidade e mortalidade da recons·


as hérnia internas, cuja incidência aumentou. trução de trânsito, deve ser realizada somente a
I Resposta: ® correção da hérnia incisional, com ou sem tela, a
critério do cirurgião.

Achado do exame de urina que fala con- .,. COMENTÁRIO: Questão que pode dar o que fa-
67 tra o diagnóstico de apendicite retroce-
cal em pacientes com dor em fossa ilíaca direita
lar, mas esse conceito mudou há algum tempo,
inclusive com trabalhos e teses de doutorado
e febre: do Hospital das Clínicas da Universidade de São
Paulo. Está mais que comprovado que a recons-
@ leve leucocitúria. trução de trânsito pode e deve ser feita junta-
® profusão de bactérias. mente com o reparo da hérnia com tela de poli·
© presença de corpos cetõnicos. protileno, sem aumentar taxas de complicações
@ densidade de 1035. e infecções locais ou sistêmicas.
® leve hematúria. I Resposta: @
... COMENTÁRIO: Todos os achados descritos são
possíveis de serem encontrados no paciente Uma senhora de 28 anos, com 35 semanas
com apendicite, exceto a confirmação de bac-
térias na urina, visto que não ocorre passagem
69 de gestação, procura atendimento médi-
co por dor anal aguda, associada a sangramento
direta de bactérias do apêndice para o trato uri- vivo. Não tem comorbidades. Está em bom esta-
nário. Neste caso, o paciente tem um diagnósti· do geral. Frequência cardíaca: 86 batimentos por
co diferencial da apendicite, a infecção urinária. minuto. O exame proctológico mostra dois ma-
I Resposta: ® milos hemorroidários externos, às 3 e às 7 horas,
com sinais de trombose. Conduta inicial:

Uma senhora de 70 anos foi submetida à @ anopexia mecânica (PPH).


68 retossigmoidectomia à Hartmann, por do·
ença diverticular complicada, há dois anos. No
® internação, analgesia e anticoagulação.
© banho de assento, analgésicos por via oral e
pós-operatório, apresentou infecção da ferida laxantes leves.
operatôria e, posteriormente, hérnia incisional. @ hemorroidectomia à Milligan-Morgan.
Foi internada para reconstrução de trânsito in· ® ligadura elástica.
testinal, com o preparo pré-operatório apropria·
do. A respeito da conduta operatória, é correto .,. COMENTÁRIO: A conduta ideal na trombose he-
afirmar: morroidária aguda em até 72h é a hemorroidec·
tomia sob anestesia local. Após isso, o tratamen-
@ A hérnia deve ser tratada com prótese e o to deve ser conservador. A técnica padrão-ouro
trânsito intestinal reconstruido. Porém, deve ser de hemorroidectomia é a Milligan-Morgan. Con-
feita obrigatoriamente colostomia de proteção, tudo, percebam que a paciente está GRÁVIDA!
devido ao risco de deiscência da anastomose. Esse pode ter sido o respaldo da questão para
® Deve ser feita apenas a reconstrução do trân· adotar conduta conservadora, evitando expor
sito intestinal, neste momento, por ser uma ci· o feto aos efeitos deletérios de posslveis drogas
rurgia contaminada. anestésicas.
© Deve ser feita a reconstrução do trânsito in- I Resposta: ©
testinal com a correção da hérnia, porém sem
utilizar prótese de polipropileno, pelo risco proi-
bitivo de infecção desse material. Um paciente de 81 anos, com anteceden·
@ Em principio, deve ser corrigida a hérnia
com prótese de polipropileno ou similar, no
70te de revascularlzação do miocárdio há
1O anos, procura o prontosocorro por dor em
mesmo tempo da reconstrução de trânsito. hlpocõndrlo direito há 2 horas, após ter comi-
Não há aumento na incidência de infecção de do pizza. Está em bom estado geral, anictérico
sítio cirúrgico. e afebril. Tem dor à palpação de hipocôndrio
154 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

direito, mas sem sinais de peritonite. Exames em íleo. apresentando náuseas e vômitos. O
laboratoriais: Amilase, leucograma e bilirrubi· abdome está distendido e timpânico, mas sem
nas: normais. Fosfatase alcalina: 86 U/ L (normal sinais de irritação peritoneal. A radiografia de
até 60 U/L); Gama-GT: 115 U/L (normal até 100 abdome mostra discreta distensão de delgado,
U/L). Ultrassonografia de abdome: vesícula biliar sem níveis líquidos, e mínima quantidade de
normodistendida, com paredes de espessura gás e fezes no cólon. O hemograma é normal e
normal e cálculo móvel de 2,5 em no seu inte- o paciente está afebril. A respeito da evolução
rior; ausência de dilatação de vias biliares. Após deste paciente, é correto afirmar.
analgesia com n-butilescopolamina, o paciente
refere desaparecimento da dor. Melhor conduta: ® Deve receber eritromicina e/ou fisostigmina.
® E provável que esteja hipovolêmico e com
® internação e observação clínica. acidose metabólica.
® internação e antibioticoterapia. © Requer apenas observação; deve melhorar
© internação e colecistectomia laparoscópica. com medidas de suporte, como jejum e hidra·
@ avaliação pré-operatória ambulatorial. tação intravenosa.
® internação e tomografia de abdome. @ Deve receber antibióticos de amplo espec·
tro, por via intravenosa, com cobertura para
._ COMENTARIO: Quadro típico de cólica biliar enterobactérias e anaeróbios.
simples. Dor que dura até 4 horas, sem febre ou ® E provável que tenha deiscência de anasto-
sinais peritoniais, com USG mostrando o cálculo mose.
e paredes da vesícula biliar normais. A conduta é
apenas analgesia e orientações. com programa· ._ COMENTAR lO: Estamos frente a um caso de íleo
ção operatória em regime ambulatorial. prolongado no pós-operatório. Após qualquer
I Resposta: @ cirurgia abdominal espera-se um período de
hipomotilidade do aparelho digestivo, secun-
CIRURGIA 11· RODRIGO CAMARGO LEÃO EDELMUTH dário ao trauma cirúrgíco, com liberação de
catecolaminas e citocinas e pela manipulação
mecâníca de alças. O período do íleo pode
Fator prognóstico isolado mais relevate, variar entre dois e cinco dias, sendo maior em
71 em pacientes com carcinomatose perito-
neal exclusiva por carcinoma colorretal:
grandes laparotomias, com ressecções, cirur
gias de urgência com contaminação grosseira
da cavidade e manipulação excessiva de alças.
® Presença de ascite. Em oleos mais prolongados, como na questão,
® Citorredução completa. devemos afastar causas patológícas que levam
© Histologia indiferenciada. a não recuperação da fisiologia normal do TGI.
@ (ndice de carcinomatose peritoneal maior Causas comuns de fleo patológico são distúr-
do que 10. bios hidroeletroliticos, infecções em geral (ITU,
® Presença de obstrução intestinal. pneumonia), deiscência de anastomose ou ou-
tras complicações intra·abdominais. O pacien·
.. COMENTAR! O: O autor não é especifico se quer te em questão não apresenta nenhum sinal de
o fator de melhor ou pior prognóstico. Entre· gravidade, está sem leucocitose e afebril. Por·
tanto, sabemos que não ha consenso quanto tanto, devemos manter uma conduta expec-
ao fator isolado mais relevante de pior prog· tante com medidas de suporte.
nóstico. Mas a literatura é clara que a citorredu- Alternativa A: INCORRETA. Não devemos prescrever
ção completa é o fator isolado mais relevante pró-cinéticos a fim de reduzir o t empo de íleo
de melhor prognóstico. pós-operatório. O uso de inibidores acetilco-
I Resposta: ® linesterase ou de eritromiçina é uma conduta
de exceção em casos de abdome agudo obs-
trutivo, sendo reservados para alguns casos
Um homem de 48 anos foi submetido à de pseudo-obstrução colônica ou síndrome de
72 colectomia eletiva por diverticulite re·
corrente. No oitavo pós-operatório ainda esta
Ogilvie.
2012 155

Alternativa 8: INCORRETA. O autor não nos dá ne- já podemos descartar as opções de diagnóstico
nhuma evidência que o paciente esteja desi- por imagem. Atualmente. existem três moda-
dratado. Além disso, o mesmo não apresenta lidades de derivação da árvore biliar: prótese
elevação do hematócrito que poderia sugerir biliar por CPRE, drenagem transparieto-hepá-
hemoconcentração (leucograma normal). tica (DTPH) ou derivação cirúrgica (biliodiges-
Alternativa D: INCORRETA. Antibióticos devem ser tiva). A obstrução no caso em questão é baixa
prescritos em casos em que há suspeita de in- (próximo à cabeça pancredtica- co/edocoliríase?
fecção. O paciente em questão não apresentou Tumor periampular?), portanto, a derivação da
febre nem leucocitose. via biliar por CPRE seria a melhor opção! Infe-
Alternativa E: INCORRETA. O paciente não apresenta lizmente, o autor quis dificultar a questão. Clas-
sinais de gravidade esperados em um caso de sicamente, a conduta para obstruções baixas
deiscência da anastomose: sem irritação perito· na indisponibilidade de CPRE é a anastomose
neal, febre ou leucocitose. Vale lembrar que o biliodigestiva. Enquanto a DTPH estaria indica-
sinal mais precoce de deiscência de anastomo- da para obstruções mais altas (colangiocarcino-
se é a taquicardia. mas proximais e tumor de Klatskin).
I Resposta: © Não devemos brigarcom a questão, mas pode-
mos aproveitar para aprofundar sobre o tema.
O autor não nos fornece mais dados e não
Um paciente de 78 anos, diabético e podemos assumir o diagnóstico definitivo do
73 hipertenso, procura o pronto-socorro
com história de dor abdominal há 1 dia. A dor
paciente. Mas suponhamos que o diagnóstico
fosse coledocolitíase. A conduta realmente se-
é em hipocôndrio direito e mesogástrio, com ria CPRE com papilotomia ou derivação cirúrgi-
irradiação para o dorso. Teve vários episódios ca (anastomose biliodigestiva), a fim de varrer
de vômitos. Relata calafrios e febre de 38,5'(. a via biliar. Entretanto. se o paciente apresen-
Os familiares notaram que ele está com a pele tasse uma colangite aguda grave secundária a
amarela. Ao exame, tem icterícia 3+/4+ e dor à um tumor periampular ressecável (isto é, sem
palpação de hipocôndrio direito e mesogástrio, invasão vascular e sem sinais de metástase),
mas sem massas palpáveis. Frequência cardía- deveriamos desobstruir a via biliar com CPRE
ca: 1 30 bpm. PA: 90 x 60 mmHg. Hemograma: ou DTPH e programar a ressecção cirúrgica do
25.000 leuc/mm'. A ultrassonografia mostrou tumor em um segundo momento (gastroduo-
dilatação de via biliar intra e extra-hepática, denopancreatectomia -cirurgia de Whipple).
sem identificar causa da obstrução, próximo à Alternativa A: INCORRETA. O ultrassom endoscópico
cabeça pancreática. Melhor conduta para este é um excelente exame de imagem para o diag-
paciente, além de hidratação e antibiótico: nóstico e, em casos de tumores, para o estadia-
menta de lesões periampulares. Entretanto, é
@ ultrassom endoscópico. um exame sem fins terapêuticos.
® colangiorressonância. Alternativa 8: INCORRETA. Assim como o ultrassom
© cirurgia para drenagem da via biliar. endoscópico, a colangioressonáncia é um mé-
@ tomografia de abdome. todo somente de diagnóstico.
® drenagem transparieto-hepática imediata Alternativa D: INCORRETA. A tomografia de abdo-
me é um exame útil e mais disponível que a
.,_ COMENTÁRIO: O paciente em questão apresen- tomografia ou a ressonância. Tem uma menor
ta um quadro clássico de colangite aguda gra- sensibilidade para cálculos. mas ainda sim, é
ve. Icterícia com dor abdominal e febre? Triade um exame útil no diferencial de coledocolitfase
de Charcot! ~ importante perceber que esse é e tumores.
um paciente com idade avançada, comorbida- Alternativa E: INCORRETA. A DTPH é uma das três
des e já hipotenso. Devemos pensar imedia- opções terapêuticas para a colangite. sendo
tamente em sepse grave de foco abdominal, a primeira opção para obstruções altas da via
além das medidas iniciais como culturas. hidra- biliar.
tação e antibioticoterapia precoce, devemos I Resposta: ©
desobstruir a via biliar desse paciente. Portanto,
156 Preparatóriopara Residén<iaMédi<a SUS/SP

Um homem de 32 anos, que estava sem Alternativa B: CORRETA. Como o mesmo apresenta
74 capacet e, caiu da motocicleta. No local.
estava inconsciente, com Glasgow 6. Na che-
sinais de herniação de uncus iminent e, pode-
mos optar pela hiperventilação controlada e
gada ao hospital, levado por ambulância de devemos realizar uma TC de crânio imediat a·
suport e b ásico, a pupila direita tem 6 mm de di- mente.
âmetro e está arreativa; a pupila esquerda tem Alternativa C: INCORRETA. A nicardipina é um blo·
3 mm de diâmetro. Sinais vitais: Pulso= frequ- queador do canal de cálcio, droga hipotenso-
ência cardíaca: 90 batimentos por minuto; PA = ra, que não t em relação com o tratamento do
200/11 O mmHg. Próximo passo: TCE e pode, inclusive, piorar o edema cerebral.
Alternativa 0: INCORRETA. Alternativa ab surda! Não
® ventilação por máscara laríngea. existe indicação de procedimento neurocirúr-
® intubação traqueal, hiperventilação contro- gico no trauma antes de um exame de imagem
lada e tomografia de crânio imediata. e do diagnóstico.
© intubação traqueal, ventilação para mant er Alternativa E: INCORRETA. O u so de soluções hipos·
PC02 em torno de 40 mmHg e administração molares é proscrito nessas situações, pois pode
de nicardipina. agravar o edema cerebral.
@ trepa nação do lado di reito, onde tem prová-
vel hematoma sub dural.
Após colisão de carro, um homem de
® administração de 1 litro de solução de clore-
to de sódio a 0.45% e 500 ml de manitol a 10%. 75 36 anos tem pressão arterial de 70 x 40
mmHg. Na avaliação pri mária, observa-se ex-
.. COMENTARIO: Como tratamos um paciente tenso hemat oma perineal e crepitação óssea,
com TCE grave (Giasgow s 8)? Prevenin do a no exame da pelve. O FAST é positivo. Não
hipovolemia e hipoxemia! responde à administração de vol ume. Próxima
Temos que assegurar a via aérea do paciente in- medida:
consciente com uma via aérea definitiva (isto é:
cânula endotraqueal com cuffinsuflado, conec- ® tomografia computadorizada de abdome e
tada a um sistema de ventilação) e devemos pelve.
evitar a hipotensão a fim de manter a pressão ® fixação externa de bacia.
de p erfusão cerebral. © lavagem peritoneal diagnóstica.
Lembrem-se de que a pressão de perfusão @ embolização pélvica.
cerebral = Pressão arterial média - Pressão in- ® laparotomia exploradora.
tracraniana (PPC = PAM- PIC), portanto a hipo-
tensão é diretamente proporcional ~ piora da .. COMENTÁRIO: Até que se prove o contrário, o
perfusão cerebral. choque hemorrágico é o principal tipo de cho·
Já em casos de pacientes com sinais de hiperten- que em um cenário de trauma! Sempre que es-
são intracraniana com possível herniação uncal tamos frent e a um pacíente polit raumatizado
(anisiocoria ou trfade de cushing: hipertensão, que apresente hipotensão devemos procurar
bradicardia e bradipneia) podemos administrar uma font e de sangramento (tórax, abdome/
Manitol 20% IV ou Nacl20% em bolus (o famoso pelve e fratura de ossos longos). lembrem-se
"salgadão") e/ou hiperventilar o doente de for- de que sangramentos intracranianos não são
ma transitória (PaC02 30-35mmHg) na tentativa causa de choque hemorrágico, pois o crânio é
de reduzir o edema cerebral. uma estrutura fechada e com volu me limitado.
Alternativa A: INCORRETA. O atendimento ao pa- E dent re as causas de choque hemorrágico, o
ciente politraumatizado segue as diretrizes do abdome é a principal fonte de sangramento!
ATLS. Independente do tipo de trauma deve- Questão clássica e sem discussão. Choque
mos sempre respeitar o ABCDE, pois estamos hemorrágico, instável com FAST positivo =
tratando causas iminentes de morte. Esse pa- laparot omomia exploradora!
ciente, por estar inconsciente, não consegue Alternativa A: INCORRETA. A instabilidade hemodi-
manter sua via aérea pérvia e precisamos de nãmica contraindica a tomografia de ab dome
uma via aérea definitiva. A máscara laríngea é no trauma.
um dispositivo de via aérea temporário.
2012 157

Alternativa 8: INCORRETA. A fratura de pelve é uma urinária há "alguns meses~ Está afebril e todos
importante causa de choque hemorrágico no os sinais vitais são normais. Observa-se e palpa·
cenário de trauma e está diretamente relacio- · se uma massa, que ocupa a pelve e o hipogás·
nada a lesões intra-abdominais. Não podemos trio.~ feita inicialmente a hipótese de "bexigo·
assumir que o trauma pélvico é o único fator ma~ sendo a criança submetida a cateterismo
do choque hemorrágico da vítima. Caso o pa· vesical, com saída de 700 ml de urina clara. No
ciente estivesse estável,. o mesmo poderia ser entanto, persiste a massa ocupando pelve e hi·
submetido a uma tomografia de abdome. pogástrio. Diagnóstico mais provável:
Alt•rnativa C: INCORRETA. A laparotomia explorado·
ra já está indicada. @ infecção do trato urinário.
Alt•rnatlva D: INCORRETA. A arteriografia com em- ® hímen imperfurado.
bolização é um método auxiliar que pode ser © válvula de uretra posterior.
utilizado para o controle de hemorragias asso- @ abscesso apendicular.
ciadas à fratura pélvica, a lesões esplênicas ou ® teratoma de ovário.
hepáticas.
I R•sposta: ® .. COMENTARIO: Questão bastante difícil, mas po·
demos excluir já podemos excluir as letras A, C
eD.
Contraindicação absoluta para realiza· Alternativa A: INCORRETA. O quadro clínico não su-
76 ção de esplenectomia laparoscópica: gere ITU, o autor não nos informa se a paciente
tem disúria e o tempo é bastante prolongado.
@ Plaquetas< 20.000/mm3. Alt•rnativa C: INCORRETA. A válvula de uretra pos·
® Esplenomegalia acentuada. terior é uma doença congênita, predominao·
© Hipertensão portal. temente no sexo masculino, e com diagnóstico
@ Malignidade. precoce geralmente ainda no período antena·
® Obesidade mórbida (IMC > 40). tal.
Alternativa D: INCORRETA. Pacientes com coleções
.. COMENTARIO: A videolaparoscopia (VLP) evo· intracavitárias dificilmente não apresentam fe·
luiu muito rapidamente nas últimas décadas e bre Em pacientes pré-adolescentes com massa
atualmente já é realidade no dia-a-dia do cirur- pélvica, dor abdominal inespecífica e altera·
gião. A VLP nada mais é que uma via de acesso ções urinárias, temos que pensar em teratoma
à cavidade abdominal, e não o procedimento de ovário ou hímen imperfurado. O enuncia·
em si. Atualmente, não podemos afirmar que do não é rico em informações sobre histórico
existem contraindicações absolutas ao uso da menstrual e sobre o exame físico, então temos
VLP. a não ser pela inexperiência do cirurgião. que trabaíhar com as informações que o autor
Mas sabemos que alguns pacientes não toleram nos dá. Os teratomas de ovário são mais laterais
bem o pneumoperitônio (como em cardiopa· ao exame físico e nossa paciente apresentava
tas graves, cirróticos graves com descompensa- uma massa em hipogastro/pelve. Nesse caso
ção aguda e pacientes instáveis hemodinami· temos que pensar em hematocolpo ou hema·
camente). O autor deu como gabarito a opção tometra, que são compatlveis com o diagnósti·
"C" (hipertensão portal), que realmente é a mais co de hímen imperfurado.
correta dentre as alternativas, mas vale ressaltar I Rosposta: ®
que é uma contraindicação relativa, a depender
do estado clínico do paciente. Outras possíveis
contraindicaçôes relativas são cirurgias abdo- A respeito da crioptorquidia unilateral, é
minais prévias (risco de aderências), obstrução
int estinal intensa.
78 correto afirmar:

I Resposta: © ® O risco de carcinoma testicular é significati·


vamente maior, quando comparado com a po-
pulação normal.
Uma menina de 12 anos tem história de ® Recomenda-se a correção cirúrgica com 3
77 dor abdominal progressiva e retenção meses de idade.
158 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

© A operação só deve ser feita após os 2 anos ~m relação ao tumor carcinoide gástrico,
de idade.
@ O diagnóstico é feito logo ao nascimento.
8O e correto afirmar:

® Há um risco muito maior de infertilidade, ® raramente são encontradas metástases em


quando comparado com a população normal, tumores menores que 5 em.
mesmo após a correção cirúrgica. ® é raro e sua incidência vem diminuindo.
© nem a somatostatina, nem seus análogos,
.. COMENTARIO: A criptorquidia é a má forma· têm efeito na proliferação das células entero·
ção congênita mais comum do trato urinário. cromafins.
O tratamento cirúrgico (orquipexia) deve ser @ quando são do tipo 11 (associados a Zollin·
feito após o sexto mês, pois até então o testf· gerEIIison ou MENI) têm maior potencial de
cu lo pode descer para o escroto. O tratamento malignidade do que os carcinoides de outras
definitivo deve ser feito tão precocemente após localizações.
o sexto mês e idealmente até o segundo ano ® a hipergastrinemia que resulta no estímulo
devida. das células enterocromafins aumenta a produ·
Sabidamente. esses pacientes possuem uma ção de histamina, que estimula a proliferação
incidência de câncer testicular maior que a po- celular e as atipias.
pulação geral, assim como uma maior taxa de
infertilidade. .. COMENTÁRIO: Os tumores carcinoides são
I Resposta: ® neoplasias neuroendócrinas que acometem
principalmente o trato gastrointestinal (55%)
e brônquiopulmonar (30%). Os principais si·
79 A colite neutropênica: t ios abdominais dos tumores carcinoides são:
apêndice (45%) jejuno e íleo (28%). reto (16%)
e estômago (2%).
® causa edema da parede do intesti no, sem Os tumores carcinoides gástricos são subdivi-
fibrose ou necrose. didos em três t ipos. O tipo I é o mais comum,
® afeta mais comumente o ceco. está associado ~ hipergastrinemia e a gastrite
© é uma infecção monobacteriana. atrófica. Geralmente se apresenta como múlt
@ é causada por Ciclosporidium. pios pólipos gástricos e tem um comportamen·
® ocorre somente em paciente com leucemia . to benigno e indolente.
O tipo 2 está relacionado~ sindrome Zollínger·
.. COMENTÁRIO: · EIIison e a sindrome NEM· I . Tem associação
A colíte neutropênica pode evoluir para for- com a hipergastrinemia, possui um prognós·
mas graves, refratárias ao tratamento clíni· tico intermediário e apresenta uma incidência
co, com necrose e perfuração de alças um pouco maior de metástases.
O ceco é uma região menos vascularizada O tipo 3 é esporádico, bastante raro e não
que o restante do cólon, assim como mais mantém correlação com a hipergastrinemia.
distensível. Por esse motivo, as repercus· Apresenta maior taxa de metástases e tem pior
sões da colite neutropênica podem ser prognóstico.
mais evidentes nessa localização que res· Alternativa A: INCORRETA. O risco de metástases
tante do cólon. mantém correlação com o tipo de tumor carcí·
~ uma infecção polimicrobiana por gram· noide e não com seu tamanho.
-negativos entéricos e, por vezes, anaeró· Alternativa 8: INCORRETA. O tumor carcinoide gás·
bios. trico continua sendo muito raro, mas sua inci·
É uma infecção polimicrobiana por gram- dência tem aumentado nos últimos anos.
-negativos entéricos e, por vezes, anaeró- Alternativa C: INCORRETA. Drogas como o octreoti·
bios. • Pode ocorrer em quaisquer pacien· de (análogos da somatostatina) inibem a proli·
tes com granulocitopenia, não somente em feração e atividade das células enterocromafins
quadros de leucemia. e são utilizados no tratamento dos tumores
carcinoides, especialmente nos sintomas da
I Resposta: ®
2012 159

sindrome carcinoide e em casos de recidiva ou cionam a acidose fet al, ou sej a, são sinais de
de metástases. sofrimento fet al intraparto.
A"ornativa D: INCORRETA. O tipo 3 apresenta maior Al t•mativa D: INCORRETA. Mais uma vez, variabili-
taxa de metástases e tem pior prognóstico. dade normal é entre 10-25 bpm.
A"•rnativa E: CORRETA. Apesar de não existirem Al t•mativa E: INCORRETA. Conforme previamente
evidências cientificas concretas em humanos, esclarecido, DIP I não é marcador de sofrimento
acredita-se que a hipergastrinemia estej a di- fetal intrap arto.
retamente relacionada com a etipat ogenia dos
t umores cardnoides de estômago. Vale lembrar
que houve um aumento considerável do uso de São modific~ções gravidicas compatíveis
IBP na população mundial, e que isso, explique
o aumento da incidência dos t umores carcinoi-
82 com gestaçao normal:

des de estômago. I. Redução da capacidade pulmonar residual


funcional.
GINECOLOGIA EOBSTETRÍCIA 1- EDSON SANTOS li. Aumen to do débito cardíaco.
FERREIRA FILHO 111. Glicosúria.
IV. Aumento do tempo de esvaziamento gás-
trico.
São sinais de sofrimento fetal intraparto
81 as seguintes variáveis cardiotocográficas: Está correto o contido em:

@ Variabilidade > 1O bpm; DIP 11. @ l, ll,llle iV.


® DIP umbilical com morfologia em "W"; DIP I. ® I, 11 e 111, apenas.
© DIP li; DIP umbilical com morfologia em "W". © I e 111, apenas.
@ DIP umbilical com morfologia em "W"; varia- @ 11 e IV, ap enas.
bilidade> 1O bpm. ® IV, apenas.
@ DIP I; DIP 11.
Al t•mativa A: CORRETA. As quatro são corretas,
A"•rnativa A: INCORRETA. De fat o, as DIP 11 (desace- explicaremos uma a uma: I. A capacidade resi-
lerações tardias, causadas por hipoxemia fetal dual funcional é definida como a soma da re-
resultante da redução do fluxo sanguineo pla- serva expiratória e do volume residual. Ocorre
cen t~río em feto com b aixa reserva de oxigê- redução da capacidade pulmonar total (apro-
nio) se associam a diminuição do pH fetal e a ximadamente 200ml) em razão da elevação
maior morbidade e mortalidade p erinatais, re- do diafragma à custa de redução do volume
presentando, portanto, um sinal de sofriment o residual. 11. O débito cardíaco (produto da fre-
fetal intraparto. No entanto, é a diminuição da quencia cardíaca pelo vol ume sistólico) chega a
variabilidade que também pode representar ser 50% (em alguns casos, até 80%) maior que o
um sinal de sofrimento fetal, ou seja, variabili- de mulheres não gr~vi das. Em geral, o aumento
dade< 6 bpm. do volume plasmático é da ordem de 45-50%
Altornatlva 8: INCORRETA. A DIP umbilical com mor- em comparação com a não gestante, enquanto
fologia em "W" pode represent ar sofriment o a massa eritrocit ária se eleva em torno de 30%
fetal intraparto; DIP I não. As DIP I (desacelera- (hemodiluição fisiológica da gestação). 111. Al-
ções precoces) decorrem de um estímulo vagai guns achados considerados anormais fora da
subsequente à compressão do polo cef~li co gestação - como glicosúria e proteinúria - são
fet al p elas contrações uterinas. Essas desace- normais na gravide.z. subsequentes a aumen-
lerações não são acompanhadas de hipóxia ou to no ritmo de filt ração glomerular e redução
acidose fetal. na reabsorção t ubular. O ritmo de filtração
A"ornativa C: CORRETA. Conforme previamente ci- glomerular pode ser aumentado em 50-BO%
tado, DIP 11 e DIP umbilical com morfologia em devido ao aumento da volemia e a redução da
"W" (ou "DIP umbilical de mau prognóstico•) resist ência vascular periférica. IV. A progestero-
são alterações cardiotocográficas que se reta- na é um potente relaxante de fibras muscula-
160 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

res lisas; o estrógeno potencializa as ações da Primigesta de 20 anos, sem doenças, é


progesterona. Estes efeitos levam a relaxamen-
to do esfíncter esofágico inferior e reduç~o do
84 admitida em centro obstétrico com 38
semanas de gestaç~o. em trabalho de parto
seu peristaltismo. Com isto, ocorre aumento do e queixa de perda de liquido pela vagina há 1
tempo de esvaziamento gástrico e da incidên- hora. Ao exame físico: altura uterina= 33 em; di-
cia de refluxo gastresofágico. nâmica uterina = 3 contrações moderadas em
Alternativas B, C, De E: INCORRETAS. Conforme justi- 1O minutos; toque = colo médio anterior com
ficado acima. 4 em de dilatação, bolsa rota, apresentação em
ODP, com ápice na altura das espinhas ciáticas;
sem demais alterações. Vitalidade fetal normal.
São exames subsidiários imprescindíveis Neste momento foi solicitada analgesia pela
83 no acompanhamento pré-natal, deven-
do ser solicitados a todas as gestantes:
dor da paciente. Após 3 horas, em novo exame,
constata-se: dinâmica uterina = 3 contrações
moderadas em 1O minutos; toque = colo mé-
@ pesquisa de H1 N1 , hemograma completo e dio, anterior, dilatado para 6 em, sem alteração
ultrassonografia morfológica de 1• trimestre. na variedade de posição nem altura da apre-
® perfil bioflsico fetal, glicemia de jejum e ul- sentação. Considerando vitalidade fetal preser-
trassonografia morfológica de 1° trimestre. vada, o diagnóstico e respectiva conduta são:
© sorologia para slfilis, hemograma completo
e perfil biofísico fetal. @ trabalho de parto eutócico; reavaliar em 1
@ glicemia de jejum, tipagem sangulnea ABO hora.
Rh e sorologia para sífilis. ® distocia funcional; introdução de ocitocina
® ultrassonografia morfológica de 2• trimes- (EV).
tre, pesquisa de H1N1 e tipagem sanguínea © desproporção cefalopelvica; cesárea.
ABO Rh. @ distocia de rotação; cesárea.
® parada secundária da descida; estimular
Alternativa A: INCORRETA. Não se preconiza pesqui- deambulação.
sa universal de H1N1 na gestação, apenas em
casos suspeitos. Alternativa A: INCORRETA. No trabalho de parto
Alternativa 8: INCORRETA. N~o se orienta a realiza- eutócico, na fase ativa (a partir de 4 em) ocor-
ção rotineira de perfil bioflsico fetal em todas re dilatação a 1,2 em/hora. Neste caso, em três
as gestantes, apenas na presença de comorbi- horas, houve dilatação de 2 em, ou seja, 0,7 em/
dades sistêmicas (hipertensão, diabetes...) e no hora, caracterizando um trabalho de parto dis-
pós-datismo, ou se queixa clínica (ex.: redução tócico.
de movimentação fetal). Alternativa 8: CORRETA. Define-se distócia funcio·
Alternativa C: INCORRETA. Novamente, não se orien- naI como a presença de anormalidade do fator
ta a realização rotineira de perfil biofísico fetal. contrátil durante o trabalho de parto, o que
Alternativa O: CORRETA. Glicemia de jejum é parte influencia diretamente a progressão da dila-
do rastreio de diabetes mellitus pré·gestacional tação cervical. Pode ser classificada como de
e gestacional. Tipagem sanguínea é imprescin- hipoatividade, hiperatividade, hipertonia e de
dível de ser identificada no pré-natal, para evi- dilatação. Não há caracterização de atividade
tar ocorrência de aloimunização (se mãe Rh ne- uterina exacerbada (excluindo hiperatividade)
gativo e feto Rh positivo). Sorologias para HIV ou de aumento de tónus uterino (excluindo
e slfilis devem ser solicitadas na primeira con- hipertonia). Para hipoatividade e distócia de
sulta de pré·natal e no terceiro trimestre, pois dilatação (conceitos que, dependendo da refe-
se dispõe de intervenções eficazes para evitar rência, podem ser confundidos), a terapêutica
a transmissão vertical destas doenças sexual- é semelhante: medidas ocitócicas - infusão en-
mente transmisslveis e suas repercussões sobre dovenosa de ocitocina exógena, amniotomia e
o recém-nascido. analgesia. Uma vez que a paciente já apresen-
Alternativa E: INCORRETA. Novamente, não se pre- ta bolsa rota e já foi analgesiada, a terapêutica
coniza pesquisa universal de H1N1 na gestação. adequada é a introduç~o de ocitocina.
2012 161

Alternativa C: INCORRETA. Para o diagnóstico de do os esquemas mais comuns: clindamicína +


desproporção cefalo-pélvica, exige-se dilata- gentamicina; ou ampicilina + gentamicina +
ção total e parada secundária de descida da metronidazol.
apresentação fetal. Nesses casos, as contrações Alternativa B: CORRETA. A infecção intra-amniótica é
uterinas tentam vencer sem sucesso o obstá- polimicrobiana, geralmente com micro-organis-
culo ósseo do canal de parto. Deve-se indicar mos do sistema genital, incluindo anaeróbios,
cesárea diante deste diagnóstico para evitar aeróbios Gram-positivos e Gram-negativos.
rotura uterina. Alternativa C: INCORRETA. A via de infecção pode
Alt•rnativa 0: INCORRETA. O diagnóstico de distó- ser ascendente a partir da flora vaginal ou he-
cia de rotação só pode ser dado com dilatação matogênica, sendo aquela a mais comum.
cervical total; ademais, evidências contemporâ- Alternativa O: INCORRETA. A infecção intra-amnióti-
neas sugerem que o fórcipe de Kielland (rota· ca ocorre em 1·5% de todas as gestações. Na vi·
ção) é o método mais bem-sucedido de mane- gência de amniorrexe prematura, pode atingir
jar a distócia de rotação. O fórcipe de Kielland é sobre para 3·15% e, se pré-termo, pode atingir
ideal para rotações de 90 a 135•, sendo indica- até 25% dos casos.
do principalmente nas variedades transversas. Alt•rnativa E: INCORRETA. Está associada a latência
Preconiza-se locar o fórcipe com apresentação superior a 24 horas.
fetal baixa (a partir do plano +2 de Delee), com
feto vivo, bolsa das águas rota, dilatação total e
certeza da variedade de posição. Sobre anemia ferropriva na gestação
Altornativa E: INCORRETA. Parada secundá ria de
descida é um diagnóstico sindrômico e deve
86 considere os segUi ntes Itens:

ser investigado sua etiologia: desproporção ce- I. Edefinida pela concentração de Hb < 10,5
falo-pélvica, distócia funcional de hipocontrati- g/dl.
lidade. Ea causa deve ser tratada. 11. ~ responsável por mais de 90% das ane-
mias na gestação.
111. Tem como tratamento padrão inicial a re-
85 A infecção intra-amniótica: posição de ferro parenteral.
IV. Está associada à ocorrência de prematuri-
dade e crescimento fetal restrito.
@ é de fácil diagnóstico clínico, o que facilita
introdução terapéutica (cefalosporina de 1• ge- Está correto o que se afirma em:
ração).
® é polimicrobiana, com patógenos anaeró- @ l, ll,llle iV.
bios, aeróbios e bacilos Gram-negativos. ® I, 11 e 111, apenas.
© ocorre sobretudo por via hematogênica e © I e 111, apenas.
transplacentária. @ 11 e IV, apenas.
@ ocorre em 25% das gestações. ® IV, apenas.
® está associada à ocorrência de mecôneo e
latência entre rotura de membranas e parto < li> COMENTÁRIO: Apenas 11 e IV são corretas, ex-
12 horas. plicaremos uma a uma: I. A concentração de
hemoglobina se encontra reduzida durante a
Alternativa A: INCORRETA. Os casos clássicos de in· gravidez, resultado da hemodiluiçào (aumento
fecção intra-amniótica são de fácil diagnóstico de até 50% do volume plasmático e de até 30%
clínico; em geral, associam-se a amniorrexe pre- da massa eritrocitária); gestantes com hemoglo·
matura. No entanto, podem acontecer também bina < 11 g/dl no primeiro e no terceiro trimes-
em membranas íntegras, muitas vezes associa- tres ou < 10,5 g/dl no segundo trimestre seriam
dos a trabalho de parto prematuro, quadro este consideradas anêmicas. Apesar dessa variação
de diagnóstico mais difícil. Feito o diagnóstico, ocorrer, é consenso utilizar os valores de hemo-
deve-se proceder com a resolução da gestação globina inferiores a 11 g/dL para a definição de
(de preferência, via vaginal) e o inicio imediato anemia na gestação. Além disso, para a definição
de antibioticoterapia de amplo espectro, sen- de anemia ferropriva, é necessário demonstrar
162 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

diminuição dos estoques de ferro e melhora firmado, não se inicia o uso de uma medicação
com a reposição de ferro. 11. A deficiência de com significativa toxicidade.
ferro é responsãvel por 90-95% das anemias na Alternativa 8: INCORRETA. A repetição da ultrasso-
gestação. 111. A primeira linha de tratamento é o nografia deve ser considerada quando os va-
uso de sais de ferro por via oral; utiliza-se a via lores de beta-hCG ainda não atingiram o limiar
parenteral apenas em casos de grave intolerân- mínimo para a visualização de imagem intrau-
cia gastrointestinal ou quando a anemia grave terina, o que não é o caso. Ademais, caso seja
é detectada no terceiro trimestre. IV. Embora os uma gestação ectópica, 7 a 1Odias são tempo
efeitos da anemia materna no feto não estejam suficiente para a sua rotura, com risco iminente
claramente estabelecidos, há associação com de vida, motivo pelo qual a vigilância tem que
prematuridade, abortamento, restrição de cres- ser intensa e a reavaliação, portanto, num pe-
cimento intrauterino e óbito fetal. ríodo mais curto de tempo.
AlternativasA, 8, Ce E: INCORRETAS. Conforme expli- Alternativa C: INCORRETA. Não se deve fazer lapa-
cado acima. rotomia exploradora sem diagnóstico firmado,
I Resposta: @ a menos que a paciente estivesse instável he-
modinamicamente (o que corroboraria para a
hipótese de gestação ectópica rota), o que não
Paciente de 20 anos com ciclos mens· é o caso. já que houve tempo hábil, inclusive,
87 truais previamente regulares procura
pronto-atendimento com queixa de sangra-
para a realização de exame de imagem.
Alternativa D: INCORRETA. Novamente, não se deve
menta genital há 2 horas, após atraso mens- administrar misoprostol para um quadro clínico
trual de 1O dias. Ao exame físico apresenta-se ainda sem diagnóstico. E, mesmo se fosse um
afebril, com abdome indolor; exame especular abortamento, não haveria indicação de condu-
= pequena quantidade de sangue coletado em ta ativa, pois eco endometrial inferior a 20 mm.
fundo de saco posterior; toque = colo grosso, Alternativa E: CORRETA. A concentração sérica de
posterior, impérvio e indolor à mobilização. So· beta-hCG em casos de gestação ectópica tende
licitados os exames: beta-hCG quantitativo = a ser menor do que a observada na gestação
2.200 mUI/ml e ultrassonografia transvaginal tópica evolutiva de mesma idade. A gestação
que revela eco endometrial = 1O mm, sem de- tópica inicial exibe a capacidade de duplicar o
mais alterações. Conduta esperada: título de beta-hCG entre 1,4 e 3,5 dias. Em 48
horas, ocorre elevação dos títulos de beta-h·
@ metotrexato intramuscular. CG de pelo menos 53% em 99% das gestações
® repetir ultrassonografia transvaginal em 7 a evolutivas. Neste caso, a mensuração do beta·
10 dias. -hCG em 48 horas pode revelar uma oportu-
© laparotomia exploradora. nidade para a diferenciação entre um aborto
@ administrar misoprostol via vaginal e oral. completo (útero vazio, eco endometrial de 1O
®repetir beta·hCG quantitativo em 48 horas. mm} se o beta·hCG estiver em franca queda ou
aumentar a suspeita de gestação ectópica, se o
.. COMENTARIO: Este é um caso de gestação de beta·hCG apresentar ligeira ascensão. t pouco
localização indeterminada. Em nenhum mo- provável se tratar de gestação tópica, pois o
mento, se identificou saco gestacional tópico valor di criminatório de beta-hCG para visuali-
ou massa anexial, para considerarmos as hipó- zação de imagem intrauterina atualmente é de
teses de aborto completo ou gestação ectópi- 1.5002.000 mUI/ml.
ca, por exemplo. Neste momento, não é possf-
vel estabelecer com segurança o diagnóstico
diferencial. Paciente 3 gesta 1 para (cesárea) 1 aborto
Alternativa A: INCORRETA. A administração intra-
muscular de metotrexato pode ser utilizada na
88 (espontâneo}, 34 anos. com hipertensão
arterial pré-gestacional, em uso de metildopa
terapêutica medicamentosa da gestação ectó- 1,5 mg/dia, é atendida em consulta de pré-na-
pica e nas doenças trofoblásticas gestacionais; tal com 38 semanas. Ao exame: pressão arterial
no entanto, na ausência de um diagnóstico = 130 x 90 mmHg; altura uterina = 30 em; di-
2012 163

nâmica uterina ausente; toque = colo grosso, intensos. Informa que faltam dois ou três com-
posterior dilatado 2 em, membranas íntegras, primidos para acabar a cartela de anticoncep-
apresentação cefálica; amnioscopia = líquido cional atual e que nunca teve quadro clínico
claro com grumos grossos. Ausência de ede- parecido. Ao exame ginecológico, nota-se
mas. Prova de vitalidade fetal revela feto ativo vulva hiperemiada e com edema leve, mucosa
com índice de líquido amniótico normal. Con- vaginal hiperemiada e presença de leucorreia
duta: branca em grumos, alguns aderentes à muco-
sa. Colo normal. Toque vaginal: nada digno de
® solicitar ultrassonografia obstétrica. nota. Neste caso:
® aumentar metildopa para 2 g/dia.
© aguardar trabalho de parto. ® espera-se, ao exame microscópico da secre-
@ indicar cesárea. ção, o encontro de clue·cells (ou células-alvo)
® solicitar proteinúria de 24 horas. e liberação de odor fétido quando em contato
com KDH 10%.
AH•rnatlva A: CORRETA. Deve-se solicitar ultrasso- ® espera-se encontrar hifas ao exame micros-
nografia obstétrica suspeitando de restrição de cópico da secreção e o pH deve ser mais ácido
crescimento fetal, pois altura uterina incompa- do que o normal.
tível com idade gestacional e índice de líquido © o provável agente etiológico é bacteriano e
amniótico normal. o tratamento deve ser feito com derivados imi-
AH•rnativa B: INCORRETA. Não há indicação de dazólicos.
ajuste de medicação com níveis pressóricos de @ espera-se, que o pH vaginal esteja elevado
130x90mmHg na segunda metade da gravidez. e o tratamento deve ser feito com derivados
AH•rnativa C: INCORRETA. Pode-se aguardar até 40 triazólicos.
semanas o trabalho de parto espontâneo. des- ® a nistatina é um antibiótico adequado, pois
de que o feto não seja restrito, não haja altera- a provável bactéria causadora é sensível a essa
ções de vitalidade fetal e a hipertensão esteja substância em mais de 80% dos casos.
controlada. No entanto, não se sabe se há ou
não diagnóstico de restrição de crescimento I> COMENTÁRIO: Questão anulada pois todas as
fetal; caso haja, na vigência de hipertensão ar- alternativas apresentam erros conceituais. Qua-
terial pré-gestacional, indica-se o parto com 37 dro clínico típico de candidíase vaginal, no qual
semanas. o pH vaginal é normal (<4,5), o testedasaminas
AH•rnativa 0: INCORRETA. Ainda que não se deva é negativo, o agente etiológico é um fungo e o
levar a gestação a pós-datismo, devido a hi- tratamento inicial é o fluconazol via oral e/ou
pertensão arterial crônica, a cesárea eletiva só cremes vaginais de derivados azólicos.
deverá ser realizada com 40 semanas de idade Alt•mativa A: INCORRETA. Achados sugestivos de
gestacional, respeitando-se o controle de vitali- vaginose bacteriana.
dade e crescimento fetais. Alt•mativa B: INCORRETA. O pH deve estar normal;
Alt•rnatlva E: INCORRETA. A protein úria de 24 horas casos com pH mais ácido sugerem vaginite ci-
deve ser solicitada quando se suspeita de pré- tolítica.
-eclâmpsia sobreposta à hipertensão arterial; Alt•mativa C: INCORRETA. O provável agente etioló-
tal suspeita pode ser levantada diante de piora gico é fúngico.
importante do controle pressórico, o que não Alt•mativa O: INCORRETA. Espera-se um pH normal.
é o caso. logo, nâo é necessário solicitar pro- Alt•rnativa E: INCORRETA. O provável agente etioló-
teinúria de 24 horas. gico é fúngico.

Mulher de 28 anos, 1 gesta 1 para, com São critérios diagnósticos de pré-e-


89 relacionamento sexual estável há 3 anos,
usuária de pílula anticoncepcional. procura
90 clâmpsia grave:

pronto atendimento com queixa de corrimen- ® Oligúria < 1.000 mVdia; plaquetopenia <
to vaginal que aparece amarelado nas roupas 50.000 plaquetas/mm'.
íntimas, refere também ardor e prurido genital
164 PreparatórioparaResidência M~dica SUS/SP

® Pressão arterial sistólica = 140 mmHg; pres- Alternativa A: INCORRETA. A ultrassonografia obsté-
são arterial diastólica = 100 m mHg. trica poderia até ser solicitada, quando obser-
© Proteinúria = 5 g/24 horas; edema agudo de vamos que a altura uterina está pequena para
pulmão. a idade gestacional (restrição de crescimento
@ Oligúria < 1.000 ml/dia; proteinúria =5 g/24 fetal? oligoámnio?), porém a dopplervelocime-
horas. tria obstétrica só estaria indicada caso descon-
® Edema agudo de pulmão; p ressão arterial fiássemos de insuficiência placentária, o que,
diastólica = 100 m mHg. pelo enunciado, não é pos.sível de ser inferido.
Analisemos as demais alternativas
Alternativa A: INCORRETA. Consideram-se crit érios Alternativa B: INCORRETA. A paciente não apresenta
de gravidade: oligúria (<400ml/dia) e a pla- critérios de internação no momento para rea-
quetopenia (<100.000/mm') chama atenção lização de parto {seja vaginal ou cesáreo). Em
para uma provável sfndrome HELLP. que é uma uma paciente com diagnóstico de pós-datis-
forma grave de pré-eclãmpsia. mo, os critérios de resolução da gestação são:
restrição de crescimento fetal ou macrossomia;
Alternativa B: INCORRETA. Consideram-se crité- oligoâmnio; sofrimento fetal {representado por
rios de gravidade: PAS ;, 160 e/ou PAD ;;: 11 O liquido meconial ou alteração de cardiotoco-
mmHg, confirmadas em duas aferições, com grafia); comorbidade materna; colo uterino fa-
intervalo de 2 horas, com paciente em repouso. vorável (lndice de Bishop maior ou igual a 6);
Alternativa C: CORRETA. Consideram-se critérios de idade gestacíonal maior que 41 semanas (em
gravidade: proteinúria ;;: Sg/24h, cianose e/ou alguns serviços, considera-se 42 semanas como
edema pulmonar. p razo final para internação).
Alternativa 1>: INCORRETA. Consideram-se critérios Alternativa C: INCORRETA. Pelos mesmos motivos
de gravidade: oligúria (<400ml/dia) e proteinú- explanados na letra B.
ria ;;: Sg/24h. Alternativa 1>: INCORRETA. Pode-se aguardar o tra-
Alternativa E: INCORRETA. Consideram-se critérios balho de parto espontâneo até 41 semanas (ou
de gravidade: cianose e/ou edema pulmonar, 42 semanas de acordo com alguns guidelines),
PAS ;, 160 e/ou PAD;, 11 O mmHg, confirmadas desde que a paciente seja examinada a cada 2-
em duas aferições, com intervalo de 2 horas, 3 dias e realizado perfil bioffsico fetal simples
com paciente em repouso. {cardiotocografia e medida do índice de líquido
amniótico).
GINECOLOGIA EOBSTETRICIA 11 · Alternativa E: CORRETA. Deve-se seguir a paciente
JULIANA GIROTTI SPERANDIO com exame físico e perfil b iofísico fetal e, caso
não entre em t rabalho de parto espontâneo,
deve retornar em 7 dias para reavaliação e in·
ternação com 41 semanas (novamente, em al-
91 Primigesta de 20 anos, 40 semanas de
gestação, sem doença, apresenta-se em
consulta de p ré-natal sem queixas. Ao exame
guns protocolos, utiliza-se o pós-termo como
data limite, porém 41 semanas é o limite mais
físico geral, não se constatam alterações; altura aceito entre os diferentes consensos).
uterina = 34 em; dinâmica uterina ausente; fre-
quência cardíaca fetal= 132 bpm; toque= colo
grosso, posterior e impérvio. Conduta:

® Solicitar ultrassonografia e dopplerveloci-


92 São. fatores de risco para câncer do colo
do utero:

metria obstétrica. ® multiplicidade de parceiros sexuais, obesi·


® Internação para indução do parto. dade e tabagismo.
© Internação para cesárea. ® multiplicidade de parceiros sexuais, nulipari -
@ Aguardar trabalho de parto espontâneo. dade e obesidade.
® Solicitar perfil b iofísico fetal seriado e retor- © tabagismo, uso da terapêutica de reposição
noem 7 dias. hormonal da pós-menopausa e nuliparidade.
2012 165

@ tabagismo, antecedente pessoal de doença teve qualquer evento vascular arterial ou veno-
sexualmente transmissível e imunodeficiência. so que contraindicasse o método.
® início precoce da atividade sexual, preserva- ® manter a pílula anticoncepcional combina-
tivo como método anticoncepcional e multipa- da, pois ela é de baixa dose e, sendo assim, não
ridade há qualquer efeito potencializador ou somató-
rio aos riscos associados ao tabagismo.
.,_ COMENTÁRIO: São considerados fatores de ris-
co para desenvolvimento de câncer de colo de Alternativa A: CORRETA. Para pacientes t abagistas
útero: infecção por vírus HPV de alto risco (es- com mais de 35 anos, é contraindicado o uso de
pecíalmente subtipos 16 e 18); múltiplos par- estrôgenios em Anticoncepcionais Orais (ACO)
ceiros e/ou início precoce da vida sexual; imu- combinados, devendo, então, ser trocado por
nodepressâo; tabagismo; desnutrição. Dessa outro método não hormonal ou contendo ape-
maneira, percebe-se que os principais fatores nas progestágenos.
de risco estão contemplados na alternativa D Alternativa 8: INCORRETA. O tabagismo não é con-
da questão. Deve-se ressaltar que antecedente tra indicação absoluta ao uso do ACO hormonal,
pessoal de doença sexualmente transmissível sendo a contraindicação formal apenas refe-
aparece na alternativa, significando provável rente ao ACO combinado, em pacíentes acima
contato com o vírus HPV, o que configura fa- de 35 anos.
tor de risco para evolução à neoplasia cervical, Alternativa C: INCORRETA. Como já comentado, po-
como já apresentado. de-se utilizar a terapia progestagênica como
I Resposta: @ método contraceptivo nestas pacientes.
Alternativa O: INCORRETA. Deve-se suspender a pí-
lula combinada, pelos motivos já explanados.
Mulher de 36 anos vai ao ginecologista Alternativa E: INCORRETA. Independente da dosa-
93 e para rot ina preventiva. Não apresenta
queixa sempre teve boa saúde, nunca teve
gem hormonal, é contraindicado o uso do es-
trogênio sintético como contraceptivo combi-
qualquer problema sério de saúde. Refere ser nado em tabagistas com mais de 35 anos.
tabagista de cerca de 20 cigarros por dia há
cerca de 15 anos. Faz uso de pílula anticoncep-
cional do tipo combinada de baixa dose como Situações qu': se associam a aumento de
método contraceptivo há muitos anos, a qual
está muito bem adaptada. Com relação à pílula,
94 rosco para o cancer de mama:

o ginecologista deve: @ antecedente pessoal de hipertensão arterial;


multiparidade.
@ recomendar que ela interrompa seu uso ® antecedente familiar de primeiro grau para
e passe a utilizar outro método que não con- câncer de mama; menarca tardia.
tenha estrogênio, pois, a partir dos 35 anos, a © menarca precoce; primeira gravidez após os
pílula combinada é contraindicada a fumantes. 30 anos.
® recomendar que ela interrompa seu uso @ menopausa precoce; primeira gravidez após
imediatamente e informá-la de que, na verda- os 30 anos.
de, ela deveria ter parado a pílula anticoncep- ® nuliparidade; primeira gravidez antes dos 25
cíonal assim que começou a fumar anos atrás, anos.
pois o tabagismo é contraindicaçâo absoluta
ao anticoncepcional hormonal. .,_ COMENTAR lO: São considerados fatores de ris-
© recomendar que ela interrompa seu uso, co para desenvolvimento do câncer de mama:
bem como de qualquer método anticoncep sexo feminino; idade avançada; etiogenia
cional hormonal, pois, a partir dos 35 anos, os hispânica; história familiar positiva (parentes
métodos hormonais são contraindicados a fu- de primeiro e segundo grau, por parte mater-
mantes. na, que manifestaram neoplasia antes dos 50
@ manter a pílula anticoncepcional combina- anos); história pessoal de neoplasia de mama;
da, pois ela está muito bem adaptada e nunca presença de mutações genéticas de deleção do
166 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

BRCA 1 ou BRCA2; maior tempo de exposição Alternativa A: INCORRETA. A substância C represen-


estrogênica durante o ciclo reprodutivo: me- tam os estrogênios, formados a partir da an-
narca menor que 12 anos e menopausa acima drostenediona.
de 55 anos; nuliparidade ou primeira gestação Alternativa B: INCORRETA. A passagem da substân-
tardia (acima dos 30 anos); consumo de álcool cia B entre as duas células ocorre por meio de
e baixa prática de atividades físicas; obesidade. difusão.
Dessa maneira, encontramos fatores de risco Alternativa C: CORRETA. A substância A é o coleste-
apenas na letra C, as demais são incorretas. rol que, na camada da teca ovariana, por meio
I Resposta: © da hidroxilação, perde átomos de carbono,
gerando a androstenediona, que, por sua vez.
por meio de difusão, passa para a camada da
Considere a produção de est eroides se- granulosa, e lá sofre processo de aromatização
95 xuais femininos que ocorre pelo, assim
chamado, •mecanismo de duas células~ abaixo
gerando estrogênios.
Alternativa 0: INCORRETA. Ligante 1 e 2 são hor-
esquematizado. (VER IMAGEM) Assinale a alter- mônios que estimulam a ocorrência da hidro-
nativa correta. xilação do colesterol (LH) e aromatização da
androstenediona (FSH), e não precursores das
.......
..,..,....... ...
.._. progesteronas/estrogênios/androgênios .

-
......'

Ptoaossox
2

- L..J

Prncessoy
Alternativa E: INCORRETA. O sistema duas células-
·duas gonadotrofinas ocorre parte na camada
granulosa e parte na camada da teca ovariana

A.- r- A- B- ~s - e - r- c Mulher de 45 anos, gesta 2 para 2, as-


96 sintomática, com ciclos menstruais
guiares e eumenorreicos, foi submetida à ul-
re~

trassonog rafia pélvica sob alegação de •rotina


C6h.AaA CMuloll 8 gi necológica~ Este exame mostrou útero com
@ substância C é a testosterona, formada a par- volume cerca de 15% acima do esperado, às
tir da substância B, o estradiol. custas de dois nódulos de m ioma subseroso,
® A passagem da substância B entre a Célula cada um medindo cerca de 2,5cm de diâme-
A e a Célula B ocorre através do sistema porta- tro. É correto afirmar que:
·hipofisário.
© A substância A é o colesterol que perde áto- @ o melhor tratamento, nesse caso, é com
mos de carbono pelos Processo X e Processo Y, progestagênios, pois promovem a redução do
cuja atividade é estimulada pelas gonadotrofi- volume dos miomas na grande maioria dos
nas hipofisárias. casos.
@ Ugante 1 e Ligante 2 são hormônios esteroi- ® se esta paciente necessitasse de anticon-
des precursores da progesterona, dos androgê- cepcional, os métodos hormonais estariam
nios e dos estrogênios. contraindicados à custa do achado ultrasso-
® O mecanismo de duas células acima ilustra- nográfico.
do ocorre parte no hipotálamo (Célula A) e par- © há clara indicação de histerectomia em fun-
te na hipófise anterior (Célula B). ção do tamanho uterino.
@ não há i ndicação de histerectomia, mas sim
._ COMENTiRIO: Coloquemos a legenda nos fato- de m iomectomia para estudo anatomopatoló-
res: Célula A: Camada da teca ovariana Célula B: gico dos nódulos.
Camada da granulosa ovariana Ligante 1: Hor- ® o achado não surpreende, em vista da ele-
mônio Luteinizante (LH) Ligante 2: Hormônio vada prevalência dos m iomas e pelo fato da
Folículo estimulante (FSH) Substância A: coles- maioria dos casos ser assintomática.
terol Substância B: androstenediona Substân-
cia C: estronalestradiol Processo X: hidroxilação Alternativa A: INCORRETA. O t ratamento para mio-
Processo Y: aromatização matose uterina sintomática pode ser feito com
2012 167

alguns tipos de progestágenos contínuos, po- 11> COMENTARIO: Pelo enunciado, temos 2 tipos
rém, a paciente, neste caso, é assintomática e de lesões vulvares caraterfsticas: 1: cancro duro
os miomas são pequenos, não indicando tra- ou sífilis primária: lesão ulcerada, de fundo lim-
tamento. po, indolor, com linfadenopatia inguinal ipsila-
Alternativa B: INCORRETA. Os achados ultrassono- teral em geral não dolorosa; 11: herpes simples
gráficos de útero discretamente aumentado e vulvar: lesão que inicia-se em forma de vesfcu-
míomatose uterina não contraindkam trata- la de base eritematosa, que, após alguns dias,
mento com anticoncepcionais. rompe-se a úlcera dolorosa e evolui com a for-
Alternativa C: INCORRETA. Pelo mesmo motivo mação de crostas; pode estar associada à linfa-
explanado na letra A, não há indicação de tra- denopatia inguinal ipsilateral dolorosa. Dessa
tamento no momento, nem clinico nem cirúr- forma, temos:
gico, já que a paciente não apresenta sintoma- Alternativa A: INCORRETA: O diagnóstico é clínico
tologia decorrente da miomatose uterina. de ambas as lesões, e não por isolamento direto
Alternativa D: INCORRETA. A taxa de degerenara- do microorganismo. No cancro duro, pode-se
ção maligna miomatosa é menor que 1%, não realizar pesquisa em campo escuro do trepone-
sendo indicado estudo anatomopatológico ma, e no herpes simples pode-se realizar o teste
em todos os casos. de Tzanc (raspado da lesão com visualização de
Alternativa E: CORRETA. De fato, os miomas não células multinucleadas).
prevalentes na população feminina, em geral Alternativa 8: INCORRETA. Lesão I é sugestiva de can-
assintomáticos. e podem apresentar-se como cro duro, causado pelo Treponema pallidum.
achado de exame de imagem de rotina. Alternativa C: INCORRETA. Lesão B descreve o her-
pes simples.
Alternativa D: CORRETA. Tratamento da sffilis pri-
Considere as seguintes lesões vulvares mária de escolha é penicilina G benzatina 2.4
97 (próximas ao introito vaginal), ambas
surgidas há menos de uma semana:
milhões UI dose única, pode-se usar tetracicli-
nas em caso de indisponibilidade do primeiro
antibiótico.
I. Lesão ulcerada indolor de bordas salientes e Alternativa E: INCORRETA. O tratamento do herpes
endurecidas, baseavermelhada não purulenta. simples é realizado com aciclovir.
Presença de linfadenomegalia inguinal discre-
ta homolateral.
11. Vesículas coalescentes dolorosas, algumas A causa ma i~ frequente de s~ngram e n to
rotas com exulceração e crostas. Presença de
gânglios inguinais um pouco aumentados e
98 uterono na pos-menopausa e:

dolorosos. @ Pólipo endometrial.


® Tumor ovariano produtor de estrogênio.
Assinale a alternativa CORRETA. © Hiperplasia de endométrio.
@ Carcinoma de endométrio.
@ Em ambas as lesões, o isolamento direto do ® Endométrio atrófico.
microorganismo causador costuma ser fácil e
é condição essencial para o diagnóstico. 11> COMENTARIO: A causa mais frequente de san-
® A lesão I é altamente sugestiva do cancroi- gramento uterino anormal pós-menopausa é a
de ou cancro mole, causado pelo H. ducreyi. atrofia endometrial, seguido por hiperplasia/
© A lesão 11 é descrição tfpica do li nfogranu- formações polipóides do endométrio. O carci-
loma venéreo. noma de endométrio, apesar de ser mais fre-
@ Geralmente, a penicilina é a primeira esco- quente nesta idade, quando comparado com
lha para tratar pacientes com a lesão I, porém as outras faixa etária, apresenta-se como a ter-
a tetraciclina pode ser uma alternativa. ceira causa mais provável de sangramento ute-
® Antibióticos de amplo espectro costumam rino pós-menopausa. Dessa maneira, esse tipo
ser eficazes contra o provável agente etiológi- de sangramento deve sempre ser investigado
co da lesão 11. de modo a descartar malignidade. Tumor ova-
168 Preparatóriopara Residência M~dica SUS/SP

ria no produtor de estrogênio pode causar san- Alternativa A: INCORRETA. A vacina quadrivalente
gramento uterino, porém deve ser considerado ainda não possui efeitos bem estabelecidos re·
em casos de sangramento uterino verdadeiro !acionados à involução de lesões causadas pelo
em crianças. Resposta, portanto, letra E. HPV, mas apenas à prevenção da infecção pelo
I Resposta: ® vírus antes da exposição ao mesmo.
Alternativa B: CORRETA. Como já dito, os sorotipos
6 e 11 estão maiscorrelacionados com o desen-
99 Mulher de 23 anos, com vida sexual ativa, faz volvimento de verrugas genitais, e o 16 e 18 a
uso de pílula anticoncepcional como método lesões pré-malignas do colo uterino.
contraceptivo. Sem parceiro sexual fixo, infor· Alternativa C: INCORRETA. As lesões, de maneira
ma que pede ao parceiro que utilize preserva- geral, involuem espontaneamente, porém,
tivo nas relações, mas nem sempre é atendida. algumas mulheres têm desejo de exérese das
Apresenta lesão vulva r verrucosa, com aspecto mesmas.
de couve·flor na fúrcula, medindo cerca de 4 Alternativa 0: INCORRETA. Apesar de existirem ou·
mm de diametro e outra, imediatamente ao tros métodos preferiveis à exérese com bisturi
lado, com as mesmas características e com 2 (aplicação de podifinina, ATA, criocautério),
mm de dia metro. A vulvoscopia após aplicação este método pode ser utilizado, principalmente
de ácido acético a 5%, as lesões se mostram em casos de condilomas extensos, com bons
acetorreagentes. Colposcopia e vaginoscopia resultados. A taxa de recidiva das lesões corre-
normais. A biópsia da lesão vulvar maior reve- lacionam-se com o dearance do vírus em si. e
lou eixo vascular conjuntivo recoberto por epi- não com a retirada com ou sem margens.
télio com coilocitose, acantose, hiperqueratose Alternativa E: INCORRETA. No caso do granuloma
e papilomatose, sem atipias nucleares na cama· inguinal, as lesões são vegetantes ulceradas e
da basal do epitélio. ~ correto afirmar que: não exofíticas. provavelmente estaria descrita
presença de linfonodomegalia confluente.
® em casos como esse, a vacina contra o pa-
pilomavírus humano apresenta efeito terapêu·
tico similar aos agentes destrutivos químicos. Jovem de 19 anos, estudante universi·
® os sorotipos 6 e 11 do papilomavírus h uma·
no são os mais frequentemente envolvidos em
1OO tária, nuligesta, procura atendimento
ginecológico queixando-se de cólicas mens·
lesões como as descritas. truais, principalmente no primeiro dia, com
© a chance de remissão espontanea das lesões moderada intensidade e que normalmente não
é menor do que 10%. a incapacitam. Nega surgimento da dor antes
@ a excisão a bisturi de lesões desse tipo não do fluxo menstrual. Informa que as cólicas se
deve ser realizada, pois se associa à elevada tornaram mais frequentes nos últimos anos,
taxa de recidiva nas margens. justamente quando os ciclos menstruais pas-
® apesar de sugestivo de infecção pelo papi· saram a ser mais regulares. Tomou antiespas·
lomavírus humano, um diagnóstico diferencial módicos comuns indicados por sua mãe, mas
a ser considerado, neste caso, é o granuloma sem bons resultados. Refere atividade sexual
inguinal, acometendo a vulva. esporádica, quando usa preservativo, e nega
dispareunia. Ao exame ginecológico: nada dig·
,.. COMENTARIO: A questão remete à lesão vulvar, no denota.
apresentando todas as características clínicas e
anatomopatológicas que sugerem condiloma ® A produção endometrial aumentada de
acumínado causado pelo HPV (principais soro- prostaglandinas encontra-se na base da fisio·
tipos 6 e 11): lesões verrucosas, em geral múlti· patologia desse distúrbio.
pias, indolores, acetorreagentes após aplicação ® Apesar da vida sexual, a pílula anticoncep·
de ácido acético que à biópsia pode apresentar cional deve ser evitada neste caso, pois é sabi·
coilocitose (vacuolízação perinuclear), acantose, do que pode piorar os sintomas.
hiperqueratose e papilomatose; e, por se tratar © Antes de qualquer iniciativa de tratamento,
de lesão benigna, em princípio não apresentam é obrigatório realizar exame de ultrassonogra·
atipias nucleares. Vejamos as alternativas: fia pélvica.
2012 169

@ A laparoscopia se impõe para descartar en-


dometriose em casos desse tipo.
® Como antiespasmódícos comuns não surti-
ram efeito, não esperaria bons resultados com
anti-inflamatórios não hormonais.

.,_ COMENTÁRIO: Trata-se de uma paciente jovem,


na menacme, com história de dor pélvica cí-
clica no período menstrual, sem melhora com
antiespasmódicos. Est as características clínicas
sugerem como provável causa adenomiose (te-
cido endometrial proliferando na camada mus-
cular uterina). Vejamos as alternativas:
Alternativa A: CORRETA. A dor é causada pelo ex-
cesso de prostaglandinas produzidas durante
o período menstrual, que promovem aumento
da contratilidade uterina e dor.
Alternativa B: INCORRETA. Os anticoncepcionais
estariam indicados, neste caso, para controle
a longo prazo dos sintomas, com intenção de
bloqueio hormonal do ciclo menstrual e menor
proliferação dos tecidos endometriais no mio-
métrio.
Alternativa C: INCORRETA. Paciente jovem, sem sin-
tomas de alarme e exame ginecológico normal,
indícam não haver obrigatoriedade de realiza-
ção do exame ultrassonogrãfico.
Alt•rnativa 0: INCORRETA. A laparoscopia é indicada
nos casos em que há suspeita de endometriose
profunda e refratária ao tratamento clíníco.
Alternativa E: INCORRETA. O antiespasmódicos im-
pedem a ação local das prostaglandinas, en-
quanto os anti-inflamatórios inibem a produ-
ção das mesmas. Idealmente, deve-se associar
ambas as classes para obtenção de ação sinér-
gica e melhora da dor.
2013

MEDICINA PREVENTIVA- JULIANO SILVEIRA DE


sição até o aparecimento da febre, e cerca de 14
ARAÚJO
dias até o início do exantema. O rash exantemá-
tico é máculo-papular, de cor avermelhada, com
distribuição em sentido céfalo-caudal. No pri-
Em relação ao sarampo, é correto afirmar meiro dia, surge na região retro-auricular e face;
OI que: no segundo dia, no tronco; e no terceiro dia, nas
extremidades, persistindo por cinco/seis dias.
@ o diagnóstico laboratorial é feito mediante Alternativa C: INCORRETA. ~ transmitido diretamen-
detecção de anticorpos lgM no sangue, desde te de pessoa a pessoa, através das secreções
os primeiros dias até, em média, oito semanas nasofaríngeas, expelidas ao tossir, espirros. falar
após o aparecimento do exantema. ou respirar.
® o período de incubação é. geralmente, 1O Alternativa O: INCORRETA. Pacientes internados com
dias, e o exantema se inicia, geralmente, a partir Sarampo são de Alto Risco para Transmissão in-
de 28 dias após a exposição. Ira-hospitalar. Seguem as medidas de proteção.
© o contágio por dispersão de gotículas com 1. implementar precauções para aerossóis;
partículas vírais no ar em ambientes fechados é 2. encaminhar o paciente para a sala com
o único modo de transmissão. pressão negativa;
@ o risco de transmissão intra-hospitalar é 3. se não houver disponibilidade para interna-
baixo. ção na sala de pressão negativa, o paciente
® o período de maior transmissibilidade ocor- pode ser encaminhado para uma sala de
re dois dias antes e dois d ias após o início do atendimento e mantido a porta fechada;
exantema. 4. os profissionais de saúde e familiares de-
vem utilizar máscara N95;
Alternativa A: INCORRETA. Diagnostico Laboratorial: S. o paciente, ao sair do quarto (para a reali-
a) ELISA (lgM e lgG); Fixação do complemento; zação de exames ou ser encaminhado para
inibição de hemaglutinação ou imunofluo- internação), deve utilizar máscara cirúrgica;
rescência indireta; b) Isolamento do vírus em 6. realizar a higiene das mãos, especialmente
cultura de células, a partir de material colhido com o uso de gel alcoólico;
na orofaringe (até o terceiro dia), sangue e na Alternativa E: CORRETA. ~de quatro a seis dias antes
urina (até o sétimo dia), a partir do início do do aparecimento do exantema, até quatro dias
exantema. No Brasil, os laboratórios de referên- após. O perjodo de major t@osmjssjbj!jdade
cia para o diagnóstico do Sarampo, realizam de ocorre dois dias antes e dois dias aOós o inicio
rotina, somente a pesquisa de anticorpos lgM, do exantema. O vírus vacinaI não é transmissível.
pelo método ELISA. Para o esclarecimento de
situações particulares é realizado o isolamento
viral em Laboratório de Referência Nacional. Quanto aos Sistemas de Informação (SI)
AHernativa B: INCORRETA. Geralmente dura 1O dias
(variando de 7 a 18 dias), desde a data da expo-
02 em saúde usados no Brasil, é INCORRETO
afirmar:
m Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

® Os estados e municípios devem notificar perfil epidemiológico da ampla gama de locais


no Sistema Nacional de Agravos Notificáveis (cidades, estados e afins).
(SINAN) somente os agravos que constam da
listagem nacional (MS, ano 2009).
@ O Sistema de Informação sobre Mortalidade Em relação às hepatites virais, é correto
(SIM) utiliza a declaração de óbito como instru-
mento padronizado para alimentá-lo.
03 afirmar que:

© O Sistema de Informações sobre Nascidos Vi· ® a vacina inativada da hepatite A é bem tole·
vos (SINASC) usa a declaração de nascido vivo, rada, porém pouco imunogênica.
para sua alimentação. ® o risco de transmissão vertical é maior na
@ O nível de eficiência do Sistema de Infor- hepatite B do que na hepatite C, ocorrendo em
mação sobre Mortalidade (SIM) depende do 70 a 90% dos casos cujas gestantes apresentem
preenchimento integral e adequado da decla- replicação virai.
ração de óbito. © na hepatite C o risco de transmissão vertical
® O enfoque epidemiológico na construção dos pode chegar a 50% nas gestantes coinfectadas
SI em saúde é essencial para a constituição do como HIV.
conhecimento sobre o processo•saúde-doença~ @ o paciente infectado pelo vírus da hepatite
C apresenta anti-HVC reagente, indicando que
Alternativa A: INCORRETA. O Sistema de Informação o mesmo tornou-se um portador crônico da
de Agravos de Notificação (Sinan) é alimentado, doença.
principalmente, pela notificação e investigação ® o anticorpo lgG contra o antígeno do núcleo
de casos de doenças e agravos que constam da do vírus B (anti·HBc lgG) é o marcador que indi·
lista nacional de doenças de notificação com- ca contato prévio com o vfrus, desaparecendo
pulsória, mas é facultado a estados e municí- ao longo de 5 a 1Oanos após a infecção.
pios incluir outros problemas de saúde impor-
tantes em sua região, como varicela no estado Alternativa A: INCORRETA. Aprenda um pouco so·
de Minas Gerais ou difilobotrfase no município bre essa Vacina. Vacina contra hepatite A - A
de São Paulo. infecção pelo vírus da hepatite A é prevalente
Alternativa B: CORRETA. O Sistema de Informação em alguns países. Viajantes para áreas endê·
Sobre Mortalidade (SIM) desenvolvido pelo micas ou pacientes com risco para a infecção
Ministério da Saúde, em 1975, é produto da têm indicação de receberem a vacina. Está in·
unificação de mais de quarenta modelos de ins- dicada, também, para pessoas com hepatopa-
trumentos utilizados, ao longo dos anos, para tias crônicas suscetíveis à hepatite A. A vacina
coletar dados sobre mortalidade no país. Possui é imunogênica na população saudável, porém
variáveis que permitem, a partir da causa mor· parece ser menos imunogênica em pacientes
tis atestada pelo médico, construir indicadores imunocomprometidos. Na pós-infecção, pode
e processar análises epidemiológicas que con· ser feita a profilaxia com imunoglobulina. Pou·
tribuam para a eficiência da gestão em saúde. ca ou nenhuma informação existe em relação à
Alternativa C: CORRETA. O DATASUS desenvolveu o exacerbação de doença reumatológica.
Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos Alternativa B: CORRETA. Acredita-se que a transmis-
(SINAS() visando reunir informações epidemio· são do HBV no parto seja o modo mais frequen·
lógicas referentes aos nascimentos informados te de transmissão vertical. O mecanismo pode
em todo t erritório nacional. Sua implantação incluir microtransfusões de sangue materno
ocorreu de forma lenta e gradual em todas as durante o trabalho de parto, infecção após rup-
Unidades da Federação. tura de membrana, contato direto com mem-
Alternativa O: CORRETA. Questão autoexplicativa. branas mucosas com secreções ou sangue in -
A Declaração de Óbito deve ser corretamente fectados no t rato genital. Lee et ai. estudaram
preenchida, evitando-se causas genéricas: 1) 125 neonatos de mães infectadas e detectaram
Parada Respiratória 2) Parada Cardíaca e Afins. positividade para o HBsAg em 33% das amos·
Alternativa E: CORRETA. Através dos Dados dos Sis- tras de liquido amniótico, 50% das amostras
temas de Informações (Sis) é possível traçar o de sangue de cordão, 71% das amostras de lei-
20B 173

te materno e 95,6% de amostras de conteúdo Método de escolha para Esquistossomose


gástrico dos RN. Permite revelar os ovos de helmintos
A"•rnativa C: INCORRETA. Em pesquisa de gestan- Análise quantitativa: determina-se o núme-
tes infectadas pelo VHC, não houve transmissão ro total de ovos por gramas de fezes com
vertical em mães contaminadas apenas com o auxilio de tabela ou multiplica-se por o nú-
VHC; contudo, esta percentagem atinge índices mero de ovos encontrados efetivamente na
de até 36% nos casos de coinfecçáo pelo HIV2. preparação examinada
Alternativa D: INCORRETA. Anti·HVC positivo signi·
fica exposição em algum momento da vida ao Alt•rnativa 8: INCORRETA. Apenas deve ser notifica-
vírus. Para confirmar infecção Crônica solicita· do em áreas não endêmicas.
-se o PCR vira I. Alternativa C: CORRETA. São Diagnósticos dife-
Alternativa E: INCORRETA. O Marcador Anti·HBc lgG rencias da Forma aguda da Esquistossomose
realmente está associado a contato antigo com ("Febre de Takayama): Esquistossomose Aguda
o vírus (Contato Atual é lgM •Momentoi. O An· (febre de Takayama} • Malária • Febre tifoide
ti-HBc pode permanecer positivo por toda vida. • Hepatite viral anictérica (A e B) • Estrongiloi-
Segue Resumo dos anticorpos: díase • Amebíase • Mononucleose • Tuberculo-
HBsAg - É o chamado antfgeno de superff- se miliar • Ancilostomose aguda • Brucelose •
cie do vírus, um marcador que indica infec- Doença de Chagas aguda.
ção atual. Alternativa D: INCORRETA. O acompanhamento da
Anti HBs - Indica se existem anticorpos con- cura deve ser realizado no quarto mês após o
tra a hepatite B, os quais podem ser por tratamento.
causa da vacina ou de uma infecção ante- ·A importância do tratamento reside não só no
rior curada espontaneamente. fato de curar a doença ou diminuir a carga pa-
Anti HBc total- Chamado anticorpo ·core• da rasitária dos pacientes, bem como impedir sua
hepatite B indicando uma infecção prévia. evolução para formas graves. Existem trabalhos
Anti HBc IGM - Anticorpo que indica uma demonstrando que a quimioterapia também
infecção que aconteceu recentemente. reduz a hepatoesplenomegalia previamente ins-
talada. Todo caso confirmado deve ser tratado,
a não ser que haja contraindicação médica. Nas
Em relação à esquistossomose mansôni-
04 ca, é CORRETO afirmar que:
áreas de baixa prevalência com transmissão focal
e nas áreas indenes está indicada a verificação de
cura no 4~ mês ao término do tratamento, com
@ A técnica de exame protoparasitológico •Ka- três amostras colhidas em dias sucessivos. Em
to-Katz• propicia a visualização dos ovos de S. caso de persistência da positividade do exame, o
mansoni, mas não permite a sua contagem por tratamento deve ser repetido~
grama de fezes. Alternativa E: INCORRETA. Questão capciosa de
® No Brasil é doença de notificação compulsó· •Geografia~ O único erro da questão é que a
ria em áreas endêmicas e não endêmicas. ocorrência da Esquistossomose em Região
© Malária, febre tifoide e doença de chagas TROPICAL e não subtropical como afirma o
(forma aguda), são alguns dos diagnósticos di- item.
ferenciais da forma aguda da doença.
@ O acompanhamento da cura deve ser feito
com a realização de três exames de fezes, em Quanto à definição de conceitos usados
dias sucessivos, no segundo mês após o trata-
mento.
05 em estudos epidemiológicos está correto:

® Édoença de ocorrência subtropical, registra- @ Coeficiente de prevalência pontual de uma


da principalmente em países da África, leste do doença é o número absoluto de casos novos
Mediterrâneo e Américas. da doença ocorridos durante um certo perfo-
do em uma população sob o risco de adquirir
Alternativa A: INCORRETA. O método Kato-Katz a doença.
(descrito abaixo) permite quantificar a conta· ® Epidemia tipo propagada é aquela na qual a
gem por grama de fezes. progressão da doença é mais lenta, geralmen-
174 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

te a transmissão é feita pelo contato pessoa a O Programa de Saúde da Família (PSF) foi
pessoa, não ocorrendo a exposição simultânea
a um determinado agente.
06 criado pelo governo federal brasileiro há
mais de 12 anos. Sobre o seu funcionamento, é
© Vieses de seleção são distorções nas estima- CORRETO afirmar que:
tivas de efeito devido a erros de mensuração/
aferição da exposição e/ou desfecho de interes- ® A figura do Agente Comunitário de Saúde
se, levando à classificação errônea dos partici- (ACS) é importante na equipe do PSF, embora
pantes do estudo em termos do seu status de sua profissão ainda não seja regulamentada
doença e/ou exposição. por lei.
@ Significância estatística refere-se à probabili· ® As equipes de saúde multiprofissionais são
dade de que uma diferença entre os grupos es- responsáveis pelo acompanhamento de um
tudados tenha acontecido somente pelo acaso. número definido de famílias, localizadas em
Quanto maior essa probabilidade, maior a sig- determinada área geográfica, trabalhando in-
nificância estatística. dependentemente das Unidades Básicas de
® Recidiva é o reaparecimento ou recrudesci- Saúde (UBS).
mento de sintomas de uma doença, antes do © O PSF inclui ações de promoção e prevenção
doente apresentar-se completamente curado. de saúde, enquanto as ações ligadas à recupera-
ção e reabilitação de doenças e agravos frequen·
Alternativa A: INCORRETA. lembre-se conforme os tes na comunidade são direcionadas a outras
comentários de 20 11 e 20 12, Prevalência é a instâncias do Sistema Único de Saúde (SUS).
fotografia dos casos NOVOS E ANTIGOS juntos. @ Uma portaria do governo federal, de 2006,
Alternativa 8: CORRETA. Seguem os tipos de Epi· estabeleceu que o PSF é a estratégia do Minis·
demia: Fonte comum: ocorre em situações nas tério da Saúde prioritária para organizar a Aten-
quais a exposição da população suscetível se ção Básica de saúde à população brasileira.
dá em relação a uma fonte comum de deter- ® Dentre as diversas atribuições dos membros
minado patógeno, permitindo que os casos de uma Equipe da Saúde da Família (ESF), não
apareçam em rápida sucessão e num curto pe- se inclui a de realizar busca ativa e notificação de
ríodo. Como exemplo poderíamos citar uma doenças e agravos de notificação compulsória.
epidemia por toxi-infecção alimentar entre
indivíduos que participaram, horas antes, de Alternativa A: INCORRETA. LEI N° 11 .350, DE 5 DE
uma mesma refeição contaminada por estafi· OUTUBRO DE 2006.: Art. 1o As atividades de
lococos produtores de uma enterotoxina ter- Agente Comunitário de Saúde e de Agente de
moestável. Progressivas ou propagadas: como Combate às Endemias, passam a reger-se pelo
a própria denominação sugere, a progressão disposto nesta Lei.
nesse caso é mais lenta e a transmissão do Alternativa B: INCORRETA. As equipes de saúde tra·
agente etiológico ocorre de pessoa a pessoa balham em apoio mútuo as Unidade Básicas de
ou por vetor, implicando geralmente a multi· Saúde.
plicação do agente no hospedeiro e a necessi- Alternativa C: INCORRETA. Apesar do nome UNIDA-
dade de sua eliminação para atingir um outro DE BÁSICA, o PSF também auxilia na recupera·
indivíduo suscetfvel. ção de reabilitação de doenças e agravos.
Alternativa C: INCORRETA. Viés de Seleção é um Alternativa 0: CORRETA. PORTARIA N° 648, DE 28
erro na escolha de individuas, tornando os DE MARÇO DE 2006: Aprova a Polftica Nacional
grupos de heterogêneos, causando distorções de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de
nas analises. diretrizes e normas para a organização da Aten-
Alternativa 0: INCORRETA. Quanto menor a chance ção Básica para o Programa Saúde da Família
de um evento ocorre ao acaso, maior a força (PSF) e o Programa Agentes Comunitários de
de associação e a significância estatística. Saúde (PACS).
Alternativa E: INCORRETA. A Recidiva é o reapare- Alternativa E: INCORRETA. t dever dos membros do
cimento do sintoma ou doença após o doente PSF identificar e notificar as doenças e agravos
se apresentar curado. de notificação compulsória da sua região.
20U 175

Em relação à leishmaniose vísceraI (cala- para áreas urbanas de médio e grande porte e
O7 zar) é INCORRETO afirmar: se tornou crescente p roblema d e saúde pública
no país e em outras áreas do continente ameri-
@ A confirmação de infecção assintomática é cano, sendo uma endemia em franca exp ansão
feita no paciente com exame sorológico rea- geográfica. É uma doença crônica, sistêmka,
gente ou parasitológico positivo. caracterizada p or febre de longa duração, p er-
® E doença de alta incidência, ampla distribui- da de peso, astenia, adi namia e anemia, dentre
ção, com formas graves e fatais. outras manifestações. Quando não tratada,
© Nas áreas endêmicas, acomete pessoas de pode evoluir para óbito em mais de 90% dos
todas as idades, p rincipalmente crianças meno- casos.
res de 1O anos. Alternativa C: CORRETA. Crianças e idosos são mais
@ ~ doença endêmica no Brasil, mas têm sido susceptíveis. Existe resposta humoral detecta-
registrad os su rtos frequentes. da através de ant icorpos circulantes, que pare-
® Nas cinco regiões do Brasil, a doença é limi- cem ter pouca importância como defesa.
tada a áreas rurais e a pequenas localidades Alternativa D: CORRETA. No Brasil, a Leishmaniose
urbanas. Visceral é uma doença endêmica com registro
de surtos frequent es.
Alternativa A: CORRETA. As infecções inaparentes Alternativa E; CORRETA. Teoricamente, este i tem
ou assintomáticas são aquelas em que não há era para ser incorret o, pois o Calazar avançou
evidência de manifestações clínicas. O diagnós- gradualmente para áreas Urbanas (vide Trecho
tico, quando feito, é pela coleta d e sangue para abaixo), no entant o a banca d o concurso acei-
exames sorológicos (imunofluorescência indi- tou recurso como este item também correto
reta/IFI ou enzyme linked immmunosorb ent d evido o p red omínio persistir em áreas rurais e
assay/Eiisa) ou através da in tradermorreação urbanas menores.
de Montenegro reativa. •Inicialmente, sua ocorrência estava limitada a
Alternativa B: CORRETA. A Leishmaniose Víscera! dreas rurais e a pequenas localidades urbanas
(LV) foi p rimariamente uma zoonose, caracteri- mas atualmente encontra-se em franca expan-
zada como doença de caráter eminentemente são para grandes centros.""
ru ral. Mais recentemente, vem se expandindo Quest ão Anulada. Todos itens corretos.

Analise o seguinte caso clínico:•Feminino, 36 anos. Há 20 anos t eve febre reumática e, como
O8 complicação, estenose mitral. Há cinco anos vem apresentando insuficiência cardíaca con-
gestiva compensada com t ratamento clínico. Há quatro anos com hipertensão arterial sistêmica, de
difícil controle. Há oito meses, com quadro de insuficiência cardíaca congestiva irreversível. Faleceu
com esse quadro.• A causa t erminal (ou imediat a) da morte nesse caso clínico é:

@ Estenose mitral.
® Arritmia cardíaca.
© Febre reumática.
@ Insuficiência cardíaca congestiva.
® Hipertensão arterial sistêmica.

Alternativa A: INCORRETA. A estenose mitral foi uma causa intermediária entre a febre reumática e a
insuficiência cardíaca.
Alternativa B: INCORRETA. Arritmia p ode ser um desfecho nos casos de insuficiência cardíaca, no entan-
to, em nenhum momento o caso cita tal condição.
Alternativa C: INCORRETA. A Febre Reumática foi a causa inicial de t odo p rocesso que culminou com
óbito.
176 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

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Alternativa D: CORRETA. A causa terminal (•Linha• a nêmica decorrente da resposta imunológica


da declaração de óbito) é o desfecho ou evento materna à presença do treponema, com a pro-
final da cascata de eventos. No caso da jovem dução de anticorpos específicos.
de 36 anos, tudo começou com a Febre Reumá- Alternativa 8: INCORRETA. A fase secundária é res-
tica, seguido da estenose mitral e por fim ICC ponsável por 90% da transmissibilidade.
irreversível. Alternativa C: INCORRETA. Vide as causas de trata-
Alternativa E: INCORRETA. A Hipertensão Arterial mento incompleto:
entraria na "Parte 11" da declaração de óbito: Causas de Inadequação do tratamento da
"Outros estados patológicos significativos que sífilis na gravidez;
contribufram para a morte, não estando, entre- Todo tratamento realizado com outro me-
tanto, relacionados com o estado patológico dicamento que não seja penicilina;
que a produziu. Tratamento incompleto, mesmo tendo sido
realizado com penicilina;
Tratamento realizado ou finalizado no perí-
09 Em relação à sífilis, é correto afirmar: odo menor que 30 dias antes do parto;
Quando o parceiro não foi tratado ou foi
tratado inadequadamente e manteve con-
@ O risco de transmissão vertical da sífilis varia tato sexual com a gestante sem usar preser-
de 30% a 100%, dependendo da fase clínica da vativo;
doença na gestante. Falta de informação confiável acerca do
® O período de transmissibilidade da doença tratamento do parceiro.
na fase secundária é entre 6 semanas e 6 meses Alternativa D: INCORRETA. Ainda existem casos de
após a fase primária; essa fase da doença é res- abordo por Sífilis no País.
ponsável por 30% da transmissibilidade da sífilis. Alternativa E: INCORRETA. O VDRL é válido para o
© Considera-se tratamento adequado da sífilis seguimento Clínico: O teste mais conhecido é
em gestantes aquele relatado pela gestante no o Venera! Disease Research Laboratory (VDRL),
pré-natal. ainda que outros sejam disponfveis (RPR - Ra-
@ Infecções sifilíticas intrauterinas não tratadas pid Plasm Reagin). O VORL pode ser qualitati-
podem levar ao aborto espontâneo ou à morte vo (reagente ou não reagente) ou quantitativo
perinatal, mas com o programa de eliminação (com a titulação de anticorpos descrita). Como
da sffili s congênita no Brasil, isso praticamente os seus tltulos correlacionam-se diretamente
não ocorre mais. com a atividade da doença, o VDRL quantita-
® A sorologia não treponêmica (VDRL) é indi- tivo é preferfvel, sendo particularmente útil no
cada para diagnóstico, por ser passível de titu- diagnóstico inicial da sífilis, monitoramento da
lação, mas não para seguimento clínico. resposta terapêutica e frente à possibilidade de
recidivas ou reinfecções.
Alternativa A: CORRETA. Enquanto, nas suas formas
primária e secundária, 70 e 100% dos fetos são
comprometidos, nas fases latente (recente ou A vigilância epidemiológica tem impor-
tardia) e terciária, o risco de infecção fetal se
reduz para 30%, devido à menor carga trepo-
1O tante papel na Saúde Pública. Dentre
seus vários atributos, é INCORRETO
2on m

@ trabalhar separadamente de comitês técni- ® ter capacidade para detectar rapidamente


cos assessores e da sociedade científica local. situações de emergência para a Saúde Pública
® avaliar o impacto de eventos para a Saúde mundial.
Pública. Alternativa A: CORRETA. A ação rápida é uma forma
© medir fatores de risco para doenças. de conter um agravo antes que ganhe maior
@ propor estratégias de intervenção e mudan- magnitude.
ças nas políticas de saúde. Alternativa 8: INCORRETA. Não apenas os patógenos
® planejar e fornecer atenção aos doentes. de doenças reemergentes merecem atenção.
"Evento causado por um agente patogênico com
Alternativa A: INCORRETA. A sociedade científica alto potencial de causar epidemias (patogenici-
deve atuar em parceria com os comitês técni- dade do agente, alta teta/idade, múltiplas vias de
cos para gerar informações e desenvolver ple- transmissão ou portadores sãos)" RS/2005.
namente a vigilância. Alternativa C: CORRETA. Como próprio nome fala
Alternativa 8: CORRETA. A Vigilância epidemioló- "Organização MUNDIAL de Saúde': deve ter
gica avalia o impacto de eventos como surtos, controle dos eventos internacionais mediante
epidemias e afins. dados, dentre eles de fronteiras.
Alternativa C: CORRETA. E através da informação Alternativa O: CORRETA. Da mesma forma que o
científica que a vigilância epidemiológica estu- Item C. A OMS tem acompanhar surtos, epide-
da os fatores de risco para doenças. mias e afins.
Alternativa 0: CORRETA. A informação coletada Alternativa E: CORRETA. A Rapidez e Eficiência da
pela vigilância epidemiológica auxilia na toma- ação é medida relevante para reduzir maiores
da de decisões. repercussões.
Alternativa E: CORRETA. Item autoexplicativo.
Como dito informações colhidas geram ações
e polfticas assistenciais. 12 E correto afirmar:

O Regulamento Sanitário Internacional @ No Brasil, nas últimas décadas, tem havido


11 (RSI) foi elaborado em 1969, para o con- redução da mortalidade precoce geral; entre-
trole de cólera, praga, varíola e febre amarela. tanto, a mortalidade precoce associada a doen-
Oesde então, as ações de vigilância sanitária ças infecciosas e parasitárias permanece alta.
nos portos, aeroportos e fronteiras e nas mi- ® Doenças e agravos não transmissíveis são
grações humanas fazem parte de um acordo caracterizadas por curto período de latência e
internacional, no qual os países membros do manifestações clínicas com períodos de remis-
RSI devem impedir a disseminação de doen- são e exacerbação.
ças infectocontagiosas, entre outros deveres. © O modelo de estudo epidemiológko para
A circulação de mercadorias e de pessoas entre doenças infecciosas, baseado na tríade"agente,
os vários países deve ser feita com maior segu- hospedeiro e meio ambiente" é o mesmo utili-
rança no mundo globalizado atual. Quanto à zado para o estudo das doenças e agravos não
versão revisada do RSI, de 200S, é INCORRETO transmisslveis.
afirmar que os países devem @ Nos últimos anos, no Brasil, mais da metade
dos óbitos decorreram das doenças crônicas não
@ cooperar com a rápida avaliação e assistên- transmissíveis, como neoplasias, doenças nutri-
cia aos eventos inusitados e agravos da saúde. cionais e metabólicas e do aparelho circulatório.
® controlar situações de emergência para a ® O processo acelerado de urbanização e de
Saúde Pública mundial, que envolvam apenas mudanças socioculturais influi pouco no au-
patógenos reemergentes. mento dos acidentes e das violências nas gran-
© notificar a Organização Mundial de Saúde des cidades brasileiras.
(OM$) de todas as situações de emergência li-
gadas à saúde. Alternativa A: INCORRETA. Todas as mortalidades
@ verificar a ocorrência de surtos, quando solici- reduziram inclusiva por doenças infecto-pa-
tado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
178 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

rasitarias (lembrem-se: Saneamento básico e Alternativa B: INCORRETA. 30 Semanas da Gestação


Vacinas). é um período precoce. Segue a verdadeira re-
Alternativa B: INCORRETA. Agravos não transmissí- comendação:
veis apresentam período de latência longo (ex.: •Realizara cesárea eletiva (com 38 semanas com-
Hipertensão. Às vezes o indivíduos leva anos pletas, membranas íntegras e fora de trabalho de
para descobrir o diagnóstico). parto) para toda gestante HIV+ atendida no pré-
Alternativa C: INCORRETA. Os modelos de agra- -natal, respeitando-se a autonomia da paciente
vos não transmissíveis seguem outros moldes para decidir sua preferência pelo tipo de parto,
como fatores de risco e tempo de exposição. após ser informada dos conhecimentos atuais
Alternativa O: CORRETA. Houve a famosa "Transição sobre transmissão vertical.'
Epidemiológica•: As doenças crônicas assumi- Alternativa C: INCORRETA. Deverá realizar investiga-
ram o espaço das doenças infecto-parasitárias ção para fechar o diagnostico definitivo.
no tocante a mortalidade. I. Infecção pelo Trypanossoma cruzi docu-
Alternativa E: INCORRETA. ~ através desse processo mentada com reativação da doença de
acelerado, sem planejamento, que surgem as Chagas manifesta por diagnóstico para-
periferias e o aumento no índice de violência. sitológico em fluidos corporais (pesquisa
Não há oportunidades para todos. direta, xenodiagnóstico artificial ou hemo-
cultura), associado à:
2. Meningoencefalite: imagem de lesão cere-
13 Quanto à AIDS, é correto afirmar que: bral com efeito de massa (ressonância nu-
clear magnética ou tomografia computa-
dorizada com ou sem injeção de meio de
@ a simples suspeita de exposição ao HIV, tanto contraste - captação anelar) e/ou
em gestantes quanto em conceptos, não preci- 3. Miocardite aguda: arritmias e/ou insufici-
sa ser notificada e investigada de imediato. ência cardíaca diagnosticadas eletrocar-
® a gestante soropositiva deve realizar cesárea diogrática e ecocardiograticamente.
eletiva a partir da 30' semana, independente
do valor da carga viraI sanguínea. Alternativa D: INCORRETA. A partir dos 18 meses
© a reativação da doença de Chagas (menin- que a criança deve ser investigada para HIV
goencefalite e/ou miocardite) é doença indica- pela possibilidade de positividade de títulos
tiva de AIDS, para a qual é aceito o diagnóstico pelos anticorpos da mãe.
presuntivo. Alternativa E: CORRETA. Apesar do início da Era do
@ a criança exposta ao HIV (de mãe soropositi- Retrovirais, a Salmonelose é uma doenças pre-
va) deve ser acompanhada até, pelo menos, os valente nos indivíduos imunossuprimidos e é
18 meses de idade, e será considerada infecta- indicativo de quadro SIDA.
da se houver um resultado de carga viraI detec-
tável em qualquer fase do acompanhamento.
® sepse recorrente por Salmonella (não tifoi- Em relação às patologias abaixo, é correto
de) é doença indicativa de AIDS, para a qual é
requerido o diagnóstico definitivo.
14 afirmar:

@ Na dengue, o período adequado para a


Alternativa A: INCORRETA. Deve ser investigada para realização de sorologia é a partir do 3• dia de
reduzir o risco de transmissão vertical: "A taxa doença.
de transmissão do HIV de mãe para filho duran- ® Em 201 O, a maioria dos casos de dengue no
te a gravidez. sem qualquer tratamento, pode Brasil ocorreu nas regiões Centro-Oeste e Su-
ser de 20%. Mas em situações em que a grávi- deste, causados pela recirculação do sorotipo
da segue todas as recomendações médicas, a DENV-1.
possibilidade de infecção do bebê reduz para © Na febre amarela urbana, um dos mosquitos
níveis menores que 1%. As recomendações transmissores é da espécie Haemagogus.
médicas são: o uso de remédios antirretrovirais @ O tratamento da sífilis congênita é feito com
combinados na grávida e no recém-nascido, o penicilina cristalina por cinco dias.
parto cesáreo e a não amamentação~
20H 179

® O período de incubação da febre amarela forma drástica a mortalidade infant il em países


é de 10 a 21 dias, após a p icada do mosquito que entraram em p rocesso de urbanização. País
infectado. com baixa renda per capita apresentam morta-
lidade significativa por fatores amb ientais.
A"ornativa A: INCORRETA. A coleta da sorologia Alternativa C: CORRETA. Questão autoexplicativa.
ocorre do 6° ao 100 dia de doença. Vide o comentários do item A que conceitua
A"ornativa 8: CORRETA. Casos de dengue por Re- a epidemiologia e sua relação com população.
gião em 201O: Região Centro Oeste (62.658 Alternativa 0: CORRETA. A epidemiologia ocupado·
casos); Região Sudeste (20.520); Região Norte nal, como próprio nome cita, estuda as doenças
(12.123); Região Nordeste (4.164); Região Sul e a associação com os nexos ocupacionais. LER
(1.572). (Lesão por esforço repetitivo) e DORT (Doen-
A"ernativa C: INCORRETA. Na febre amarela urbana ça Osteoarticular relacionada ao Trabalho) são
quem transmite é o mosquito do gênero Aedes. condições de interesse da epidemiologia ocu-
Na forma rural o gênero responsável é o Hae· pacional.
magogus. Alternativa E: INCORRETA. Características indivi-
A"ernativa 0: INCORRETA. O tempo de tratament o duais são relevantes na carga global de doen-
da Sífilis congênita é 1O dias de Penicilina Cris- ças. Podemos citar o exemplo d a "idade" que é
tatlina. um importante fator de risco para as doenças
Alternativa E: INCORRETA. O período de incubação do aparelho circulatório.
do vírus da febre Amarela é de três a seis dias.

Quanto às vacinas no Brasil, o Ministério

15 Em relação a epidemiologia ambiental e


ocupacional, é INCORRETO afirmar:
16 da Saúde normatiza:

@ a vacina BCG-Id (intradérmica) d eve ser apli·


@ A epidemiologia ambiental, ent re outras cada nos contatos intradomiciliares sintomáti-
funções, avalia o impacto da qualidade de vid a cos de pacientes multibacilares com hansenlase.
e da saúde causadas pela diminuição da cama- ® a vacina DPT+Hib (contra difteria, t étano,
da de ozônio e das mudanças climáticas. coqueluche e H. influenzae) deve ser iniciada a
® A taxa de mortalídade infantil por causas partir dos dois meses de vida, com intervalo de
ambientais é maior nos países de baixa renda 60 dias entre as doses, totalizando três d oses; o
per capita. primeiro reforço deve ser feito entre os quatro
© Fatores ambientais, físicos, psicológicos, bio- e seis anos de idade.
lógicos e químicos, podem afetar a saúde de © a eficácia da vacina DPT é igual para os seus
uma p opulação. três component es.
@ A epidemiologia ocupacional lida especifi- @ a vacina triplice viral (contra sarampo, ru-
camente com os fatores ambient ais no local de béola e caxumba) é dada aos 12 meses de ida·
trabalho. de, e a segunda dose, entre quatro e seis anos
® As características individuais, como fatores de idade.
genéticos e idade influem pouco na carga glo- ® a vacina contra varicela não integra o calen-
bal de doenças. dário de rotina de imunização da população
indígena.
Alternativa A: CORRETA. A epidemiologia é um
campo da ciência que t rata dos vários fatores Alternativa A: INCORRETA. Todos os contatos de pa-
genéticos, sociais ou ambientais e condições cientes com Hanseníase (multi ou paucibacila-
derivados de exposição microbiológica, tóxi- res) devem ser imunizad os.
ca, traumática etc. que determinam a ocorrên- Alternativa 8: INCORRETA. A vacina DPT (sem o
cia e a distribuição de saúde, doença, defeito, componente Hib: Haemophilus) deve ter seu
i ncapacidade e morte entre os grupos de i n- primeiro reforço aos 15 meses.
divíduos. Alternativa C: INCORRETA. A eficácia dos componen·
A"ernativa 8: CORRETA. O saneamento básico é um t es da DPT é diferente: 'A eficácia desta vacina é
exemplo de medid a ambiental que reduziu de
180 PreparatórioparaResidén<ia Médi<a SUS/SP

muito boa, conferindo proteção, após o esquema completo de 90-95% para a difteria, 77-95% para
a coqueluche e 100% para o tétano~
Alternativa 0: CORRETA. Questões de Vacina são sempre presentes em concursos. Atenção para o calen-
dário de 2016. A vacina tríplice vira! é realizada em duas doses: aos 12 meses e ATUALMENTE entre
quatro e seis anos.

VACINAS COMO EltAANTfS CALENDÁltiO DE VACINAÇÃO >ot6


VACINAS HfPAT1Tt B Pübll(()opriOiil.triO: Olt~ Pffllod11 popullçJo.
ALTERADAS 04 ~9 anos. indtiltn<ltntt de Jd.ldt ou condicõts
de 'll; llnN:bllktHt.
NO CALENDÁRIO
POUOMIWTt ) doH1 admini~r•dll$ Tffs DMHda V~in1 Poliomieliet
DE VACINAÇÃO .,._oral {loci1'1tt3), Du&SdOHS lnadwada (VIP) Via tn1tamusc:ulfr aos
da V.ttina POiioMitolil~t 2, 4 t 6 m.sts. brotço c«n a
2016 tn.atiY'ida (VIP) e uma d1 VadM Viclna Pol110mielllt Ofal CVOJ~t aos
PoliotrlieiUt Or~t (V(lP}. tS mtsts e 04 I tiOS de Mt.tdt.

PNEUMOC0CaA 10 l do~s .os l.4 t 6 mttts. Du.ts<loses aos 1 t 4 mHts. Rtforco


-YAL!IITt Reforço tos 12 me$ts. preftrendal•fflltaos u I'MiH,
podenôoset admlnis.uado ai~ os 4
a!los dt idade.

HEPATrnA Uma dose aos 1::r rn('SU.

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dt 6 mrws qntrt a pri~ e a tom intervakt dt o6 mesn ent~ a
:~t&vnda dose e 60 mHes entre primeira ta S«sundf 60Sc.
a pri•tira ta tffctira dOi-*.

MUINGOCÓCICA C Ouas dosts. a.os 1 e~ mtsn Ser.\ admlnl.suada em dun<tows.


(COtiJ~ <k idolóe'. Ad~lt411 ~Ot(O A primeira deve SH' al)lk61ia 11M 1rb
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JWMMMilll,.tnlt aGi IS n.e1n e o refotço. l)fffertiKiitMtntr
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quente entre 5 a 14 dias. A doença apresenta


manifestações clínicas varíáveis, desde formas
Sobre a leptospirose, zoonose de grande assintomáticas e oligossintomáticas até qua-
17 impacto socioeconômico, é CORRETO
afirmar:
dros clínicos graves associados a manifestações
fulminantes.
Alternatln 8: INCORRETA. - Antirratização - visa
@ O período de incubação varia de 1 a 30 dias modificar as características ambientais que
(média entre 5 e 14 dias). favorecem a penetração, a instalação e a livre
® As medidas de antirratização em áreas en· proliferação de roedores, por meio da elimina-
dêmicas sujeitas às inundações foram extintas ção dos fatores que propiciem o acesso desses
devido à toxicidade para a população. animais a alimento, água e abrigo.
© Apenas os roedores e caninos são animais Alternativa C: INCORRETA. Já foi descrito leptospiro-
suscetíveis ao agente infeccioso. se em animais domestico, de criação, silvestres
@ O agente infeccioso tem baixa capacidade e sinantr6picos (comensais).
de sobrevivência no meio ambiente. Alternativa O: INCORRETA. As leptospiras podem
® A bactéria Leptospira é anaeróbica obriga- sobreviver no ambiente até semanas ou meses,
tória. dependendo das condições do ambiente (tem-
peratura, umidade, lama ou águas de superfí-
Alternativa A: CORRETA. O período de incubação cie). Porém, são bactérias sensíveis aos desin-
da doença varia de 1 a 30 dias, sendo mais fre·
20H 181

fetantes comuns e a determ inadas condições t ação, sendo de suma gravidade a ação terato-
ambientais. gênica nest e período.
Alt•rnativa E: INCORRETA. A Leptospira é uma bac-
téria AERÓBIA.

18 Em relação à rubéola, é CORRETO afirmar:


19 Quanto aos conceitos epidemiológicos
abaixo, est á CORRETO:

@ Os estudos de caso-controle são aqueles


que partem da causa (exposição) para o efeito
@ O período de transmissibilidade da doença (doença).
é, aproximadamente, de cinco a sete dias antes ® Doenças infecciosas emergentes são causa-
do início do exantema e de 1O a 15 dias após. das por agentes conhecidos que estavam sob
® A transmissão se dá, exclusivamente, por controle, mas tornaram-se resi stentes às drogas
contaminação por gotículas eliminadas pela antimicrobianas comuns ou estão se expan-
tosse ou espirro. di ndo rapidamente, em incidência ou em área
© Diante de uma pessoa com sinais e sintomas geográfica.
de rubéola, deve-se realizar o bloqueio vacina! © Estudo epidemiológico de incidência é ba-
dos contatos do caso suspeito, preferencial- seado em investigações que produzem "instan-
mente dent ro de 72 horas após a exposição. tâneos• da situação de saúde de um determ ina-
@ A imunoglobulina hiperimune deve ser do grupo ou comunidade; é também chamado
dada em imunodeprimidos suscetlveis expos- de estudo transversal.
tos à infecção até 14 dias. @ Risco absolu to é a probabilidade de ocorrên-
® A sfndrome da rubéola congênita é uma im- cia (ou frequência) de um dado evento em uma
portante complicação da infecção pelo vírus da população sob risco, por um período de tempo.
rubéola durant e a gest ação, e ocorre, principal- ® Estudos de coorte são os que determinam
mente. em decorrência da infecção no terceiro a prevalência de um fator de risco ou de uma
trimestre gest acional. doença em uma det erminada população.

Alt•rnativa A: INCORRETA. O período de transmissi- Alt•mativa A: INCORRETA. Os estudos de Caso-con-


bilidade é de cinco a sete dias antes do exante- trole partem do Efeito (doença) e buscam a
mas até cinco a sete dias após. Questão incorre- causa (exposição).
ta pois afirmar 1O a 15 após exantema. Alt•mativa B: INCORRETA. 'Doença emergente• é
Alternativa B: INCORRETA. A infecção se produz por o surgimento ou a identificação de um novo
disseminação de gotículas, ou através de con- problema de saúde ou um novo agente infec-
tato direto com os pacientes. A transmissão in- cioso como, por exemplo, a febre hemorrágica
direta, mesmo sendo pouco frequente, ocorre pelo virus Ebola, a AIOS, a hepatite C, a ence-
mediante contato com objetos cont aminados falite espongiforme (doença da vaca louca) ou
com secreções nasofaríngeas, sangue e urina. microrganismos que só atingiam animais e que
Alternativa C: CORRETA. Diante de casos suspeitos agora afetam também seres humanos como o
de Rubéola é mandatória a realização de Vaci- vírus da Febre do Nilo Ocidental. o hantavfrus e
nação dos contatos, mesmo sem confirmação o vírus da influenza aviária (A/HSN l ).
sorológica. Alternativa C: INCORRETA. O estudo epidemiológi-
Alt•rnativa 0: INCORRETA. Para tratamento da Ru- co de incidência avalia os casos novos de uma
béola esta indicado suporte clínico. Nos conta- doença ou efeito em determinada população.
tos está indicado a vacinação e não a !muno- Já os estudos Transversais avaliam os casos no-
globulina. vos e ant igos simultaneamente, semelhante a
Alt•rnativa E: INCORRETA. A passagem transplacen- uma 'fotografia" da sit uação.
tária do vírus ocorre durante a vi remia materna Alternativa O: CORRETA. RISCO ABSOLUTO - o cha-
e estudos epidemiológicos mostram que esta mado Risco Absoluto, nada mais é que a ocor-
transmissão é altamente provável quando a rência de um fenômeno na população, isto é,
in fecção se dá no PRIMEIRO TRIMESTRE da ges-
182 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

o coeficiente incidência de determinado fenô- direta ou indiretamente e pela presença de


meno em determinada população. anticorpos no soro, por meio de testes espe-
Alternativa E: INCORRETA. Os estudos de coorte são cíficos, conhecidos como imunotluorescência
modalidades de estudos longitudinais. Eles ne- indi reta (IFI), hemaglutinação indi reta (HAI} e
cessitam de um "'x.. tempo para serem realizados. enzimas (Elisa}.

CL[NICA 1- ALEXANDRE BARBOSA CAMARA DE


Quanto à doença de Chagas, é correto SOUZA
2O afirmar que:

® os casos confirmados de transmissão verti- Das alternativas abaixo, a melhor terapêu-


cal da doença não devem ser tratados, conside-
rando-se o baixo nfvel de cura nessa fase.
21 tica abortiva para cefaleia em salvas é:

® os métodos parasitológicos usados no diag- ® acupuntura.


nóstico são de grande valia na fase crônica da ® haloperidol.
doença. © dexametasona.
© as formas mais comuns de transmissão da @ inalação com máscara de oxigênio.
doença para o homem são: a vetorial, a transfu- ® gabapentina.
sional e a transplacentária.
@ o período de incubação independe da forma I> COMENTARIO: Questão tão fácil quanto clás-
de transmissão. sica. O enunciado nem sequer lhe exigiu que
® para confirmar ou descartar um caso suspei- fizesse o diagnóstico. De cara, já impõe a per-
to de doença de Chagas crônica pelo critério gunta: como tratar cefaleia em salvas? A res-
sorológico. é necessária a realização de exame posta é simples: com inalação com máscara de
por um só método. oxigênio. A questão era tão simples que nem
sequer tentou nos deixar confuso com o trata-
Alternativa A: INCORRETA. O tratamento é obrigató- mento de PROFILAXIA para as crises, que seria a
rio devido à alta eficácia e segurança do proce- amitriptilina, um antidepressivo tricíclico, como
dimento. primeira escolha. Perceba que o comando é cla-
Alternativa 8: INCORRETA. Dada a baixa parasitemia ro quanto à terapêutica abortiva (1 ).
na fase crônica da doença, os testes parasito- I Resposta: @
lógicos não são utilizados e testes sorológicos
baseados na detecção de anticorpos contra o
T. cruzi devem ser rotineiramente empregados.
Alternativa C: CORRETA. No Brasil, uma vez contro-
lada a transmissão pelas vias vetorial e transfu-
22 Considere três pacientes com anemia,
além das caracterfsticas abaixo.

sional, a via vertical adquiriu maior importância Paciente 1- TSH superior a 30 mcU/ml.
na transmissão da doença de Chagas (DC). A Paciente 11 - poliartrite crônica em mãos e
alta possibilidade de cura da doença de Chagas rigidez matinal.
congênita (DCC) faz com que seu diagnóstico Paciente 111 - eletroforese de hemoglobina
seja imperativo. com HbA2 superior a 4%.
Alternativa O: INCORRETA. O periodo de incubação
da Doença de Chagas varia de acordo com a via Anemias microdtica, normocítica e macrocítica
de transmissão, sendo de 5 a 15 dias na vetorial, serão encontradas com maior probabilidade,
de 30 a 40 dias na via transfusional, do quarto respectivamente. nos pacientes:
ao nono mês de gestação na via transplacentá-
ria e cerca de 7 a 22 dias para via oral. ® l, lll e ll.
Alternativa E: INCORRETA. Na fase aguda e nas for- ® 111, 1e 11.
mas crônicas da doença de Chagas o diagnós- © I, 11 e 111.
tico do agente causador poderá ser realizado @ lll,lle l.
pela detecção do parasito por meio de méto- ® ll, llle l.
dos laboratoriais de visualização do parasito
20U 183

.. COMENTARIO: Três pacientes. três anemias: ® Linfoma de Hodgkin, síndrome de cava su·
uma microdtica, uma normodtica e outra ma- perior e radioterapia.
crodtíca.
Vamos facilitar nossa vida e procurar primeira· .. COMENTÁRIO: Parece que ter revisado Hema·
mente a resposta que encaixa melhor com ma- tologia foi um bom negócio nesse ano. A pro·
crocitose. Esta é encontrada em situações de va do SUS gosta de "forçar• uma especialidade
deficiência de folato/ácido fólico e/ou vitamina a cada ano. Em 20 11, foi reumato, em 2014,
B12. Ou quando algo está ocorrendo para que pneu mo, em 2013, hemato... sempre tem a
a função do folato não esteja sendo executada. predileta. Qual será a desse ano? A questão
Como exemplos, temos o uso de medicações impõe respeito ao perguntar sobre um tema
que inibem o folato (Metotrexate, Sulfadiazi- obscuro para a maioria dos candidatos: HIPER·
na ...), Anemia Perniciosa, Alcoolismo, Hipoti· VISCOSIDADE. Responder a questão é que não
reoidismo e etc. Então, qual paciente se encaixa era tão complicado assim. Ele pede diagnósti·
aqui? Sem dúvidas, o paciente número I, pois co, manifestação e tratamento mais prováveis.
apresenta um hipotireoidismo importantíssi· Dessa maneira, vamos descartar as alternativas
mo (TSH >30 mcg/ml). que não fazem sentido entre si, depois as que
Agora deixamos as coisas mais fáceis. Esse tipo não contêm causas prováveis de hiperviscosi·
de questão nos permite ao menos minimizar dade e depois então, vamos tentar encontrar a
os riscos, pois se formos arriscar, temos apenas alternativa correta.
duas alternativas possíveis até agora: O e E. Va· Alternativa A: INCORRETA. Linfoma não é uma gran·
mos então pensar no paciente 11: independente de causa e menos ainda tem Budd-Chiari como
da doença reumatológica em tela (Será artrite manifestação da síndrome.
reumatoide?), o autor quer indicar que existe Alternativa B: INCORRETA. Macroglobulinemia de
um pano de fundo inflamatório aqui, ou seja, Waldenstrom é sem dúvidas uma grande cau·
uma doença crónica. Ecomo seria uma anemia sa da síndrome e também é tratada com dexa·
de doença crônica? Normocítica e normocrô- metasona. Todavia, hemorragia gengiva! não
mica. Portanto, o Paciente 11 tem uma anemia é manifestação de hiperviscosidade, e sim de
normocítica. coagulopatia.
Já sabemos que a resposta é D, mas vamos con- Alternativa C: INCORRETA. Outra possível causa:
tinuar. O paciente 111 tem na sua eletroforese de Mieloma Múltiplo. Confusão mental pode sim
Hemoglobina a HbA2 de 4%. Poderia deixar ser uma manifestação, mas não trataremos a
mais fácil dizendo o quadro clínico do doente síndrome com pamídronato. Reservamos os
ou até mais detalhes da eletroforese. Todavia, bifosfonatos para hipercalcemia e/ou lesões ós-
dentro do contexto, já é o suficiente para pen· seas líticas dolorosas.
sarmos em Beta·talassemias que, assim como a Alternativa 0: CORRETA. Nada a corrigir na alternati·
Alfa, cursam com anemia microdtica. va. Fica o aprendizado: turvação visual é muitas
I Resposta: @ vezes o sintoma mais precoce da síndrome de
Hiperviscosidade, devendo ser sempre ques-
tionado em pacientes com risco de evoluir com
Paciente é internado com quadro típico essa complicação. Todavia, o mais comum é
23 de síndrome de hiperviscosidade. Dos
abaixo, o diagnóstico, manifestação clínica e tra-
ocorrer em Leucemias Agudas. Plasmaférese é
uma opção terapêutica para a complicação e a
tamento mais prováveis são, respectivamente: Doença em tela.
Alternativa E: INCORRETA. Fala corretamente de
@ linfoma não Hodgkin, síndrome de Budd· outra urgência oncológica, a síndrome da veia
-Chia ri e heparina. cava superior. Mas nada a ver com hipervisco·
® Macroglobulinemia de Waldenstróm, he· sidade.
morragia gengiva! e dexametasona.
© Mieloma múlt iplo, confusão mental e pami·
dronato.
@ Macroglobulinemia de Waldenstróm, turva·
ção visual e plasmaférese.
24 São medidas usadas na prevenção dane·
fropatia induzida por contraste, EXCETO:
184 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

® utilizar contraste não-iônico quer seja de ® abuso de analgésicos.


baixa ou iso-osmolaridade.
® alcalinizar urina com solução bicarbonatada. ._ COMENTÁRIO: Qual glomerulopatia primária
© dopamina em dose dopaminérgica. mais comum? Ela ataca em geral indivíduos
@ suspender diurético. jovens e na maioria das vezes é benigna. Em
®utilizar N-acetilcisteína. menor proporção pode se apresentar como
síndrome nefrítica. Em parcela menor ainda,
Alternativa A: CORRETA. Claro que devemos evitar se apresenta como síndrome nefrótica. Esta·
o contraste quando possível e também prefe- mos falando de quem? Da doença de Berger,
rir não·iônicos ou de baixa osmolaridade, mas ou nefropatia por lgA (1). A grande alternativa
também vamos evitar diuréticos e AINEs. A a ser ter dúvida aqui seria com LES. Entretanto,
ideia aqui é não permitir hipovolemia nem va- a síndrome nefrótica do LES não tem hematú-
soconstricção renal durante o uso do contraste. ria, apenas proteinúria. A hematúria em geral
Alternativa B: CORRETA. Apesar de haver ligeira aparece mais na nefrite lúpica classe 11, mas
superioridade na infusão de solução salina à também na 111. Não na IV que é a que contém
solução bicarbonatada, além da primeira ser Síndrome Nefrótica.
mais barata e ter menos repercussões em caso I Resposta: ®
de sobredosagem. Para pacientes internados.
infunde-se 1ml/kg/h de 6 a 12 horas antes do
procedimento e por mais 6 a 12 horas após. A avaliação da severidade de uma crise
Alternativa C: INCORRETA. A Dopamina em dose
dopaminérgica ou ,.mini-dopa': como alguns
26 asmática aguda é baseada, além do exa-
me clinico. em alguns parâmetros de semiolo-
médicos mais antigos conhecem, já foi por um gia armada. Dentre os citados. aquele que ge-
tempo uma esperança para o tratamento de ralmente fornece MENOS informação útil nesse
lesão renal aguda de forma geral, mas como sentido é:
todos sabemos, não "vingou". Não faz parte
do arsenal hoje nem para IRA nem para a NIC. @ Medida do VEFI.
Sempre serA a "alternativa errada" nos concur- ® Oximetria de pulso.
sos médicos. © Radiografia de tórax.
Alternativa D: CORRETA. Deve-se suspender diuré- @ Gasometria arterial.
tico. também com oracional de não permitir hi- ® Pico de fluxo expiratório.
povolemia nem vasoconstricção renal durante
o uso do contraste. ._ COMENTÁRIO: Excelente questão. Todas as al-
Alternativa E: CORRETA. A acetilcisteina pode ser ternativas, exceto a letra C, que é o gabarito,
usada e não é contraindicada, mas também apresentam propedêutica complementar que
não é nenhum consenso. As associações médi- ajuda a classificar uma crise Asmática. Oxime-
cas, a partir dos estudos, concordam que não tria de pulso, Peak·flow, gasometria arterial e
há tanta evidência que defenda seu uso irrestri- - raramente pela indisponibilidade em emer-
to, mas o guideline de 2012 da KDIGO permite gências -a medida de VEF-1 -vão nos orientar
seu uso por ser bem tolerada, sem efeitos cola- melhor sobre que paciente asmático tem mais
terais importantes, barata e por ter um benefí- chance de um desfecho desfavorável, mudan-
cio posslvel. do nossa maneira de abordar cada caso. A Ra-
diografia de tórax não. Cuidado aqui. Em crises
asmáticas moderadas ou severas, ou qualquer
Síndrome nefrótica em adulto jovem as- uma que apresente algum sinal de alarme na
25 sociada à hematúria macroscópica suge-
re diagnóstico de:
história, uma radiografia de tórax é bem-vinda
para estudar o paciente. Perceba, que por mais
que faça parte da rotina de algumas institui-
® nefropatia por lgA. ções e guidelines, não serve para prognosticar
® refluxo vesicoureteral. nem classificar o doente (1 ).
© lúpus eritematoso sistêmico. I Resposta: ©
@ crioglobulinemia.
20B 185

São fatores relacionados a maior risco de ~ COMENTARIO: Questão decoreba sobre insuli·
27 osteoporose: nas. Percebemos a descrição de insulina dedu·
ração intermediária, que não dura o dia inteiro
@ hiperestrogenismo e demência. e que não inicia seu efeito de imediato. Sem
® raça n"9ra e sedentarismo. dúvidas estamos falando da Insulina NPH (1 ).
© tabagismo e alcoolismo. Alternativa A: INCORRETA. ~uma insulina ultrarrápi·
@ puberdade precoce e imobilização. da. Errada.
® obesidade e dieta pobre em cálcio. Alternativa B: INCORRETA. Insulina rápida. Errada.
Alternativa C: INCORRETA. lnsulína de longa dura-
~ COMENTARIO: Osteoporose é um tema bastan· ção. Não tem pico de ação e sua duração efetiva
te comum nos concursos médicos. A questão e máxima é de 24 horas. Errada.
exigia conhecimento dos fatores de risco da Alternativa 0: INCORRETA. Outra insulina ultrarrápi·
doença. Qual o pri ncipal? Sexo feminino. Existe da. Errada.
também osteoporose secundária a alguns fato· Alternativa E: CORRETA. Atenção para o conceito.
res (isolados ou não), que são: pós-menopausa Não é insulina de LONGA duração, e sim inter-
(ou deficiência de estrógenos), drogas (Corti· mediária.
coides, anticonvulsivantes, antidepressivos e
altas doses de acetato de medroxiprogestero·
na), cigarro, doenças inOamatórias intestinais, Eletrocardiograma de um homem de 60
doença celiaca, fibrose cística, hipertireoidismo
prévio ou atual, hiperparatireoidismo, hipercal·
29 anos, diabético, portador de cardiomio·
patia dilatada, em uso de betabloqueador, ini·
ciúria, osteogenesis imperfecta e, mais recente- bidor da ECA, diurético de alça e antagonista de
mente adicionada a lista, Depressão. aldosterona. Ele provavelmente apresenta:
Gestação é apontada como fator de risco em
apenas alguns estudos isolados, mas lactação @ Hipocalcemia.
é um fator de proteção. ® lsquemia aguda do miocárdio.
A raça branca tem maior prevalência que a ne- © Infarto do miocárdio antigo.
gra, sendo portanto1 um fator de risco. Seden-
1 @ Hipercalemia.
tarismo e alcoolismo também são fatores de ® Hiponatremia.
risco importantes.
Alternativa A: INCORRETA. Nem um, nem outro são. ~ COMENTARIO: Cardiopata em uso de betablo-
Altornativa B: INCORRETA. Raça branca, e não ne· queador, I ECA, diurético de alça e antagonista
gra, é fator de risco. da aldosterona com eletrocardiograma com
Altornativa 0: INCORRETA. Nenhuma das duas é fa· marcante achado: Onda T apiculada. Qual das
to r de risco. opções abaixo melhor representa o diagnósti·
Alternativa E: INCORRETA. Dieta pobre em cálcio co do doente interpretando apenas as informa-
sim, mas obesidade não. Esta é um fator prole· ções dadas?
to r para osteoporose, embora pareça está asso- Temos duas medicações sinérgicas para esta
ciado a um aumento de fraturas de forma geral. alteração. Uma é o IECA e a outra é o antago·
I Resposta: © nista da aldosterona, também conhecido como
poupador de potássio, diurético que atua no
tubo coletor e que tem a Espironolactona como
Das alternativas abaixo, a preparação de principal representante. Somado ao ECG carac·
28 insulina que apresenta início de ação de
2 a 4 horas, pico de 4 a 1Ohoras e duração efeti·
terístico, é claro que estamos falando de hiper-
calemia (1).
va de 1Oa 16 horas é a: I Resposta: @
@ Aspart.
@ Regular. Considerando-se a taxa de cura, tempo
© Giargina.
@ lispro.
30 de defervescência da doença e a oco r rên-
cia, no pós-tratamento, de superinfecção por S.
@ NPH.
186 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

aureus resistente à meticilina, a melhor escolha Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo


para o tratamento do abscesso de pulmão é: (SDRA):

@ lmipenem. Pa02/ Fi02 < 300: SDRA leve;


@ Ampicilina + sulbactam. Pa02/Fi02 < 200: SDRA moderada;
© Metronidazol. Pa02/Fi02 < 100: SDRA grave.
@ Penicilina G.
® Clindamicina. Caso a questão estivesse escrita corretamente,
a resposta seria Pa02/Fi02: 70/0,4 = 175 (SDRA
.. COMENTARIO: Qual a melhor escolha para um ou lesão pulmonar moderada).
abscesso de pulmão por S. aureus? A exceção I Resposta: questão anulada
do metronidazol, todas as alternativas mostram
drogas que in vitro podem combater a bactéria.
Mas qual apresenta disponibilidade biológica, Segundo as diretrizes das sociedades de
taxa de cura razoável, taxa de resistência tolerá-
vel e é a melhor opção para tratar a patologia?
32 reumatologia, fazem parte dos critérios
diagnósticos da arterite de células gigantes:
É a clindamicina.
A questão foi feita a partir de dois trials que saí- @ cefaleia temporal de instalação recente e
ram naquele ano que abordavam justamente amaurose fugaz.
como objetivos primários e secundários o que ® anorexia e perda de peso e VHS > 70 mm/h.
fora pedido no enunciado. A resposta foi a clin- © claudicação mandibular e febre na ausência
damicina (600 mg IV 8/Sh, seguido de 150 a 300 de infecção.
mg a cada seis horas via oral). Segundo os au- @ idade> 50 anos e VHS > 50 mm/h.
tores, varias bactérias anaeróbias no abscesso ® dor na cintura escapular e idade > 60 anos.
de pulmão criam betalactamases e permitem o
S. aureus utilizá-las à vontade contra os antimi- .. COMENTARIO: Os critérios de classificação de
crobianos convencionais (1 ). arterite de células gigantes são:
I Resposta: ®
Idade de início > 50 anos;
CLINICA 11-GIOVANNI GALENO DO NASCIMENTO Cefaleia ou novo tipo de dor localizada em
SANTOS crânio;
Anormalidade da artéria temporal (artéria
temporal dolorida à palpação ou pulsação
Uma mulher de 50 anos, com pneumo- diminuída);
31 nia extensa bilateral, apresenta Pa02 de
70 mmHg, PaC02 de 36 mmHg, respirando com
VHS > SOmmHg;
Anormalidades na biópsia da artéria tem-
oxigênio por uma máscara de Venturi a 40%. poral: artéria mostrando vasculite, carac-
Tomando como parâmetro a razão Pa02/Fi02 terizada por predominância de infiltrado
pode-se inferir que apresenta: celular mononuclear ou inflamação granu-
lomatosa, geralmente com células multinu-
@ hiperventilação; cleadas.
® hipoxemia moderada;
© ventilação adequada; O paciente portador de. no mínimo, três crité-
@ hipoxemia leve; rios representa uma sensibilidade de 94% e es-
® hipoxemia grave. pecificidade de 91%. Manifestações gerais ines-
peclficas (fadiga, emagrecimento, febre, por
.. COMENTARIO: Questão provavelmente anula- exemplo). claudicação mandibular, amaurose
da por motivo de nomenclatura. A razão Pa02/ fugaz e manifestações de polimialgia reumá-
Fi02 não quantifica a hipoxemia. Ela serve para tica também podem compor o quadro clínico
avaliar o grau de lesão respiratória (falência da síndrome. mas não fazem parte dos critérios
pulmonar), inclusive é um dos critérios para
20U 187

diagnósticos. O tratamento apresenta boa res- I Resposta: ®


posta aos corticoides.
I Resposta: @
As endocardites infecciosas em usuários

Observe as imagens abaixo (VER IMA-


35 de drogas ilícitas endovenosas são cau-
sadas principalmente por:
33 GEM). Essas imagens mais provavelmen-
te representam a presença de: @ Streptococcus pyogenes.
® Bactérias do grupo HACEK.
© Fungos.
@ Staphylococcus aureus.
® St aphylococcus epidermidis.

... COMENTÁRIO: Devido à colonização habitual


da pele, mecanismos de adesão à valva cardfa-
ca (proteína clumping fator) e poucos mecanis-
@ Tumor primário de pulmão. mos de higiene para um procedimento estéril,
® Metástase pulmonar. o S. aureus é a principal etiologia de endocardi-
© Embolia de pulmão com infarto pulmonar. te em usuários de drogas ilicitas.
@ Derrame pleural encistado, ou loculado. I Resposta: @
® Atelectasia do lobo superior esquerdo.

... COMENTÁRIO: Derrames encistados apresen-


tam a configuração biconvexa (lent e), margens
lisas, atenuação homogênea, determinam des-
36 Recomenda-_se tratar sempre a bacteriú-
na assmtomat1ca em

locamento do parênquima pulmonar adjacente @ pacientes hospitalizados, com sonda vesical.


e se localizam no interior das cissuras pulmonar. ® paraplégicos.
I Resposta: @ © grávidas, independente do tempo de ges-
tação.
@ idosos da comunidade, ambulantes.
Considerando infecções de comunida- ® mulheres na pré-menopausa.
34 de causadas por estafilococos, a MENOS
provável de ser causada por esses agentes é: ... COMENTÁRIO: O tratamento de bacteriúria as-
sintomática está indicado, somente, em duas
@ Endocardite bacteriana. situações: gestação, devido à diminuição de
® Meningite. complicações periparto e incidência de parto
© Artrite séptica. prematuro, e para paciente submetidos a pro-
@ Osteomielite. cedimentos do trato genitourinário traumático
® Piomiosite. (ressecção t ransuretral da próstata, por exem-
plo), por diminuir o número de complicações.
... COMENTÁRIO: Em infecções como a artrite Nos pacientes hospitalizados, com sonda vesi-
séptica, osteomielite e piomiosite, o S. aureus cal, paraplégicos, idosos da comunidade e mu-
se encontra como um dos principais agentes lheres na pré-menopausa não está indicado o
devido à colonização habitual da pele. Na tratamento da bacteriúria assintomática.
endocardite, ele se torna um agente comum, I Resposta: ©
sobretudo em pacientes em uso de drogas
intravenosas. não necessitando de lesão val-
var prévia, pois possui mecanismo de adesão
às valvas cardíacas. A meningite, de fato, é a
etiologia menos provável de ser causada por
37 Nas intoxicações agudas por monóxido
de carbono podem ocorrer as alterações
abaixo, EXCETO:
S. aureus. Exceção dos traumas cranianos, nos
quais a porcentagem pode chegar a 20%. @ Dispneia com Pa02 normal.
183 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

® Alteração da cor da pele e mucosas. tes HLA-B27 positivos ou não. Neisseria gonor-
© Sequelas neurológicas permanentes. rhoeae está relacionada a alguns episódios de
@ lsquemia do miocárdio. artrite, porém sem relação com quadros de ar-
® Acidose respiratória grave. trite reativa. Síndrome de Reiter- tríade artrite
reativa, uretrite não gonocódca e conjuntivíte.
,... COMENTÁRIO: Na intoxicação por monóxido de I Resposta: ©
carbono ocorre rápida ligação do CO à hemo-
globina, com uma afinidade 210 vezes maior
que a do oxigênio. A Pa02 continua normal Um paciente dá entrada na sala de emer-
devido a não influenciar na solubilidade do
02 arterial, mas a principal fonte de 02 para
39 gência com infarto agudo do miocárdio.
Em poucos minutos desenvolve dispneia e
os tecidos, a hemoglobina, fica comprometida. congestão pulmonar grave. O monitor mostra
A oximetria de pulso convencional também a imagem abaixo. (VER IMAGEM) o diagnóstico
apresenta valores normais, pois os aparelhos eletrocardiográfico é de:
convencionais não conseguem diferenciar en-
tre a ligação do monóxido de carbono para o
oxigênio com a hemoglobina (letra A, correta).
Também ocorre mudança da coloração para
tom de framboesa da pele e mucosas (letra B,
correta). Caso ocorra intoxicação grave, pode
I± i: ::T±: ::tlL
i
@ Bloqueio AV de segundo grau, Mobitz tipo 11.
ocorrer sequelas neurológicas permanentes e ® Bloqueio AV de segundo grau, Mobitz tipo I.
isquemia do miocárdio devido à hipóxia teci- © Ritmo juncional.
dual persistente (letras C e O, corretas). A aci- @ Bloqueio AV total.
dose gerada pela intoxicação é metabólica de- ® Flutter atrial.
vido ao metabolismo anaeróbio iniciado com o
baixo suporte de 02 fornecido. Como a letra E .... COMENTÁRIO: No fragmento de ECG, visuali-
colocava como acidose respiratória, a mesma zamos uma completa dissociação entre o bati-
está incorreta. mento atrial (onda P) e o batimento ventricular
I Resposta: ® (QRS). Ou seja, o ventrlculo está batendo em
um ritmo próprío (ritmo de escape, frequência
ventricular se situa entre 40-60bpm), pois não
A artrite reativa está geralmente asso- recebe comando vindo do átrio devido à pre-
38 ciada à infecção bacteriana prévia, entre
elas NÃO se incluem aquelas causadas por:
sença de um bloqueio. O átrio, por sua vez, fica
batendo em sua frequência natural (frequência
atrial se situa entre 60·90bpm - na figura em
@ Chlamydia trachomatis. torno de 70bpm). Ambos independentes (dis-
® Shigella flexneri. sociados).
© Clostridium difficile. I Resposta: @
@ Yersinia ent erocolitica.
® Neisseria gonorrhoeae.
Um jovem de 15 anos de idade recebe,
,... COMENTÁRIO: Artrite reativa significa doença
inflamatória articular provocada por um agente
4O no pronto-socorro, uma injeção de peni-
cilina benzatina no glúteo; cerca de 15 minutos
transmisslvel localizado em outro órgão, e não depois apresenta placas eritematosas elevadas
na articulação acometida. Atualmente, está nos braços e tronco, grande edema labial, es-
restrito à artrite por infecções urogenitais e en- tridor laringeo e taquicardia. Mantém pressão
téricas, principalment e por Chlamydia tracho- arterial normal, com saturação de 02 de 97%.
matis, Salmonella, Shigella, Campylobacter ou O médico opta por administrar adrenalina; a via
Yersínia. Os pacientes que apresentam artrite de aplicação deve ser:
reativa por esses microrganismos são, em sua
maioria, HLA-B27 positivos. No entanto, o t er- @ intramuscular.
mo •artri te reativa• está empregado em pacien- ® endovenosa.
20H 189

© subcutânea.
@ inalatória.
® intramuscular ou subcutânea, desde que
42 Um menino com 11 anos de idade está
com quadro de pneumonia, com história
de febre há 2 dias, que foi precedido por mal·
próximo ao local da injeção anterior. -estar e fraqueza. O irmão de 9 anos apresenta
quadro de tosse e fraqueza há 1 semana. O mé·
.. COMENTÁRIO: A questão apresenta um pa· dico explica aos pais que irá prescrever antibio·
ciente em início de um quadro de anatilaxia. ticoterapia com macrolídeo porque suspeita
O tratamento inicial deve ser realizado com que o agente etiológico seja:
adrenalína subcutânea 0,3-0,Smg, IM, no mús·
cu lo vasto lateral da coxa, a cada S· l Smin, se @ Streptococcus pneumoniae tolerante.
sintomas sistêmicos persistentes. Tratamento ® Chlamydophila (Chlamydia) pneumoniae.
adjuvante t ambém pode ser realizado com an· © Mycoplasma pneumoniae.
ti·histamfnicos associando bloqueio H1 e H2 @ Chlamydia trachomatis.
(difenidramina e ranitidina), 82 agonistas para ® Streptococcus pneumoniae.
auxiliar nos sintomas de broncoespasmos, cor-
ticosteroides e expansão com soro fisiológico .. COMENTÁRIO: Um grande número de agentes
em caso de hipotensão. Pacientes em uso de etiológicos é identificado como causa de pneu-
beta·bloqueador podem apresentar resistência monia adquirida na comunidade. Os agentes
à ação da adrenalina, sendo necessário realizar encontrados são diferentes para cada faixa
a glucagon 1·Smg IV em S minutos. etária.lsso vai ser um diferencial importante, já
I Resposta: @ que o quadro clinico é bem semelhante. Os ví·
rus predominam nos primeiros anos e vão dei-
PEDIATRIA I· GABRIELA LUCENA DE ARAUJO xando lugar para as bactérias Chlamydia pneu·
moniae e Mycoplasma pneumoniae a partir do
final do período pré-escolar. Entre um e três
Na propedêutica das doenças respira· meses de vida, além dos agentes bacteríanos,
41 tórias obstrutivas observam-se caracte·
rístícas clínicas distintas, dependendo da loca·
os agentes da "pneumonia afebril do lactente"
devem ser lembrados: Chlamydia trachomatis,
lização da obstrução. Pode-se observar que o Ureaplasma urealyticum e o vfrus respiratório
período: sincicial. Acima dos três meses de idade, por or·
dem de frequência, os agentes seriam os vírus
@ expiratório prolonga-se mais que o inspira· (respiratório sincícial, sobretudo), S. pneumo-
tório nas obstruções larfngeas; niae, H. influenzae (tipo b e cepas não tipáveis);
® ínspiratório e o expíratório aumentam igual· S. aureus, Chlamydia spp e Mycoplasma pneu·
mente nas obstruções laríngeas; moniae têm relevância ainda desconhecida,
© ínspiratório prolonga-se mais que o expira· mas sempre devem ser considerados no diag-
tório nas obstruções nasais; nóstico diferencial. Em pré-escolares, a partici·
@ ínspiratórío prolonga-se mais que o expira· pação do S. aureus reduz-se e, inversamente,
tório nas obstruções bronquiolares; o envolvimento do M. pneumoniae se eleva
® inspiratório e o expira tório aumentam igual- paulatinamente a partir dos 4-S anos. O agente
mente nas obstruções bronquiolares. bacteriano principal continua sendo S. pneu·
moniae. Nos escolares e adolescentes, S. pneu-
.. COMENTÁRIO: Em doenças que levam à obstru· moniae continua sendo o agente bacteriano
ção das vias aéreas altas (nasal e larfngea), tem- mais frequente. M. pneumoniae e Chlamydia
-se um tempo inspiratório maior, na tentativa pneumoniae são microrganismos de prevalên-
de vencer uma resistência até que o ar chegue cia crescente.
aos pulmões para a troca gasosa, a qual ocor· O Mycoplasma pneumoníae é um dos agen·
rerá normalmente. Já nas doenças obstrutivas tes mais comuns da pneumonia adquirida na
das vias aéreas inferiores (asma, bronquiolite), comunidade em crianças e jovens adultos em
tem-se um tempo expiratório maior, pois o ar todo o mundo, sendo relatada em 1Oa 40% dos
fica aprisionado nos bronquíolos. casos. A maioria dos pacientes apresenta qua-
I Resposta: ©
190 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

dros de traqueobronquites ou infecções das de enema baritado, onde observa-se zona de


vias aéreas superiores, que são as formas clíni- transição. O diagnóstico mais provável é:
cas mais comuns. São comuns faringite, dor de
garganta, rouquidão, cefaleia, mal-estar, febre, ® Volvo de sigmoíde.
adinamia, mialgia e tosse, presente em quase ® Doença de Hirschsprung.
todos os casos. Esses casos devem ser tratados © Obstipação funcional.
em primeira escolha com macrolídeos, sendo @ Pseudo-obstrução crônica.
a Azítromicina e a Claritromicina os mais fre· ® Hipotonia de parede abdominal.
quentes utílizados.
I Resposta: © ,. COMENTÁRIO: A doença de Hirschsprung ou
aganglionose intestinal congênita é um proces-
so patológico típico da faixa etária pedíátrica,
Uma menina com 8 anos de idade rece- clinicamente expressa por obstrução intestinal
43 be diagnóstico de escarlatina. A causa
das manifestações cutâneas observadas na do-
no período neonatal ou constipação intestinal
grave no lactente e escolar. Os sintomas podem
ença e seu tratamento são: aparecer já nos primeiros dias de vida. O atraso
na eliminação do mecônio nas primeiras 24 ho-
® Endotoxina pirogêníca do estreptococo do ras de vida é relatado em até 90% dos pacientes
grupo B; amoxicilina durante 1Odias. com a doença. Há constipação intestinal grave
® Toxina erítrogêníca do estreptococo do gru- na infância, que pode evoluir com distensão
po A; eritromícina durante 7 dias. abdominal crônica, peristaltismo visível, déficit
© Endotoxina pírogêníca do estreptococo do de crescimento e desnutrição. O enema opaco,
grupo B; amoxicilina durante 7 dias. com bário, é o exame mais utilizado para o diag-
@ Toxina erítrogêníca do estreptococo do gru- nóstico. ele permite a identificação da zona de
po A; amoxicilina durante 1Odias. transição entre o segmento espástico agangliô-
® Endotoxína pírogêníca do estreptococo do nico e o cólon dilatado, sendo característico do
grupo B; eritromicina durante 7 dias diagnóstico, estando presente em 75% dos ca-
sos. A obstipação funcional é observada em pré-
,. COMENTÁRIO: A escarlatina é causada quase na -escolar, relacionada com a retirada das fraldas.
totalidade dos casos por estreptococo beta-he- No volvo de sigmoide há distensão abdominal,
molítico do grupo A, produtor de toxina eritro- dor abdominal e constipação, fazendo parte do
gênica. Inicia-se de maneira abrupta com febre espectro do abdome agudo obstrutivo, previa-
alta. vômitos, cefaleia e faringite. mente hígido.
Passadas 12 a 48 horas, surge o exantema di- I Resposta: ®
fuso e micropapular. A palpação dá sensação
de lixa, inicia-se no peito e expande-se rapida-
mente para todo o tronco, pescoço e membros, As drogas abaixo citadas são eficazes no
poupando palmas das mãos e plantas dos pés.
O sinal de Filatow é descrito como a palidez na
45 tratamento da giardiase, EXCETO:

região períoral. As papilas linguais ficam aver- @ Tinidazol.


melhadas e edemacíadas dando o aspecto de ® Furazolidona.
língua em framboesa. O tratamento de primei- © Nitazoxanida.
ra escolha contínua sendo a Penicilina, sendo a @ Mebendazol.
Amoxicilina (SOmg/kg/dia) por 1O dias a mais ® Metronidazol.
indicada.
I Resposta: @ ,. COMENTÁRIO: O tratamento da giardlase pode
ser realizado, de acordo com o Ministério da
Saúde, com as seguintes drogas: Secnídazol 2g
Um menino com sindrome de Down está VO em dose única para adultos, e 30mg/kg ou
44 com 8 meses de idade e tem história de
obstípação desde o nascimento. Nunca recebeu
1ml/kg para crianças, em dose única, após re-
feição; Tinidazol 2g VO, em dose única; Metroní-
aleitamento materno. O médico solicita o exame dazol 250mg duas vezes ao dia, por cinco dias,
192 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

da por ultrassonografia (alternativa D correta). Devido à grande capacidade reativa, tanto do


A obesidade na infância e adolescência asso- íon férrico como do ferroso, o ferro é, pratica-
cia-se à presença de hipertensão arterial e de mente, encontrado no organismo ligado às
alterações metabólicas, como o aumento de proteínas de transporte ou de armazenamento
triglicérides e da glicemia e a redução do HDL- ou como componente funcional de compostos
·colesterol,levando à síndrome metabólica (al- heme e de metaloenzimas. Assim, o ferro sérico
ternativa C incorreta). livre não é um bom parâmetro para a quantida-
A resistêncía à insulina significa a diminuição de de ferro presente no organismo.
na capacidade da insulina de estimular a uti- I Resposta: ®
lização da glicose. As células 13·pancreáticas
aumentam a produção e a secreção de insulina
como mecanismo compensatório [hiperinsuli- Um adolescente de 14 anos de idade pro·
nemia), enquanto a tolerância à glicose perma-
nece normal. A resistência à insulina tem sido
49 cura o seu médico com história de febre,
dor de garganta e cansaço há 5 dias. Ao exame
apontada como um problema de saúde coleti- físico, apresenta amigdalite exsudativa associa-
va e acomete inclusive crianças e adolescentes da a enfartamento ganglionar de cadeia cervical
(alternativa B incorreta). posterior. O baço é palpável a 3 em do rebordo
Mais de 95% das pessoas que desenvolvem costal E. O agente etiológico mais provável de
obesidade são de causa nutricional, também ser o causador deste quadro é:
denominada simples ou exógena, os restantes
5% são obesos denominados de endógenos, @ Estreptococo beta-hemolítico do grupo A.
ou seja, alterações hormonais (alternativa E in- ® Adenovírus.
correta). A fórmula para o cálculo de fndice de © Toxoplasma Gondii.
Massa Corporal (IM() é a mesma para todas as @ Vírus Epstein-Barr.
idades, sendo: peso (Kg)/estatura (m)2 (alterna- ® Corynebacterium diphtheriae.
tiva A incorreta).
I Resposta: @ ,.. COMENTÁRIO: O vírus Epstein-Barr pode causar
a mononucleose ínfecciosa, que é uma infecção
com duração de mais de uma semana, provoca
O melhor exame para se avaliar a situação febre, línfoadenopatia, hipertrofia amígdaliana,
48 dos estoques de ferro de uma criança sau-
dável, mas com suspeita de anemia ferropriva, é:
com exsudato sobre as mesmas, muita dor de
garganta,. muitas vezes associada ao hepato e
esplenomegalia. A infeção frequentemente é
@ Relação ferro sérico/ferritina. inaparente e com pouca expressão em crianças
® Capacidade de ligação do ferro. de baixa idade, com pico de incidência da doen·
© Ferro sé rico. ça clínica dos 15 aos 20 anos de idade.
@ Saturação da transferrina. A toxoplasmose, causada pelo Toxoplasma gon·
® Ferritina. di i, se manifesta principalmente como uma ade-
nopatia localizada que pode generalizar em até
,.. <OMENTARIO: A ferritina é o parâmetro bioquí- 30% dos casos. Junto a esse quadro, sintomas
mico mais especifico para o diagnóstico labora- gerais como febre, mal-estar, cefaleia e fadiga
torial de deficiência de ferro, pois se correlaciona podem estar presentes. Menos comum, o pa-
com o ferro corporal total. As baixas concentra- cíente pode apresentar mialgia, artralgia, dor
ções indicam depleção do depósito de ferro na abdominal, odinofagia além de um exantema
ausência de processos infecciosos vigentes; esse maculopapular.
será o primeiro sinal de deficiência de ferro ob- A faringoamigdalite aguda esptreptocócica
servado nos exames laboratoriais. Depois haverá é, na maioria das vezes, produzida por um es-
uma eritropoiese deficiente de ferro, onde as re- treptococo beta-hemolltico, o Streptococcus
servas de ferro estarão diminuídas ou ausentes. pyogenes do grupo A. Acompanha-se, em ge-
levando a um índice de saturação de transferrina ral, de febre alta, dor de garganta, prostração,
abaixo de 16%, aumento do RDW e aparecimen- cefaleía, calafrios, vômitos e dor abdominal. Na
to de eritrócítos microciticos e hipocômicos. inspeção da orofaringe, há congestão intensa
20B 193

e aument o de amígdalas, com presença de ex- ® aparentemente não há vantagem no uso de


sudato purulento e petéquias no palato. Ainda profilaxia antimicrobiana na prevenção de pie-
p ode estar presente adenite cervical bilateral. lonefrite em crianças com RVU.
Acomet e com maior frequência crianças após ® a profilaxia antimicrobiana, para a preven-
os 5 anos de vida, mas pode ocorrer, não rara- ção de pielonefrite, é aceitável apenas no grau
ment e, em menores de 3 anos. VdeRVU.
A angina difitérica é causada pela Corynebac- © a profilaxia antimicrobiana p arece ser útil
terium diphtheriae. No início da doença, ob· na prevenção de pielonefrite em crianças com
serva-se discreto aumento amigdaliano, além RVU, independentemente da intensidade do
da hiperemia de t oda a faringe. Depois, ocorre mesmo.
a formação das pseudomembranas caracte- @ a profilaxia antimicrobiana parece ser bené-
rísticas, aderentes e invasivas, constituídas por fica, na prevenção de pielonefrite, apenas nos
placas amarelo-acinzentadas que se tornam es- graus I, 11 e 111de RVU.
pessas e com bordas bem definidas. Essas placas ® a profilaxia antimicrobiana, para a preven-
estendem-se pelas amígdalas recobrindo-as e, ção de pielonefrite, só se justifica nos graus IV
frequentemente, invadem as estruturas vizinhas, eVdeRVU.
podendo ser observadas nos pilares anteriores,
úvula, palat o mole e retrofaringe, adquirindo 1Jo- COMENTARIO: O Risco Relativo (RR} é uma ra-
aspecto necrótico. O estado geral do paciente zão entre o risco de ocorrência do evento em
agrava-se com a evolução da doença, em virtu- um grupo e o risco de ocorrência do evento
de da progressão das pseudomembranas e da em outro grupo, no caso risco de pielonefrite
absorção cada vez maior de toxina. A amigdalite em um grupo que fez uso de pro filaxia e outro
vira I pode ser causada por adenovírus, rinovfrus, que não fez uso. No caso em questão, se o RR
parainfluenza, influenza e vírus sincicial respira- é menor que 1, significa que houve proteção à
tório. Crianças com infecções virais muitas vezes ocorrência de pielonefrite, no presente estudo.
têm sinais e sintomas extrafarígeos, como coriza, Contudo, se o RR é maior que 1, significa que
conjuntivite, tosse e rouquidão. não há vantagem do uso de profilaxia para
I Resposta: @ redução de incidência de pielonefrite. Assim,
olhando p ara o RR, com intervalo de confiança
de 95%, de todos os estudos evidenciados na
50 A tabela abaixo apresent a os dados com-
binados dos diversos estudos que avalia-
t abela, o intervalo é maior que 1, não havendo
vantagem no uso de profilaxia antímicrobiana
ramo efeito da profilaxia antimicrobiana na pre- na prevenção de pielonefrite em crianças com
venção de pielonefrite, em crianças portadoras refluxo vesicoureteral.
de Refluxo Vesicoureteral (RVU}, nos seus vários I Resposta: ®
graus. (VER IMAGEM}. Pelos dados expostos é
CORRETO afirmar que: PEDIATRIA 11 - RENATA DAVIN GOMES PARENTE
Ndme- Risco Relatl-
Grau Ndmero
rode wo(lnttmlo
de de estu-
RVU
alan~
estudadas
dos
de Conllinça
dt 9S16)
51 Um lactente de dois anos de idade chega
ao pront o-socorro com quadro de febre
de 39• C e crise convulsiva tônico clõnica gene-
0,62 (0.30- ralizada. A crise dura menos de cinco minutos.
o 549 3
1,27) Apesar da agressiva terapia antitérmica, aplica-
0,94 (0,49- da pela mãe, a criança já apresentou outros três
I e li 455 s 1,80) episódios de convulsão febril no últ imo ano.
0,74 (0,4 2- Das drogas abaixo, a que melhor pode reduzir
111 347 6 o risco de novas crises convulsivas febris e:
1,29)
0,69(0,39-
IV 122 3 ® fenobarbital.
1,20)
0,40(0,08-
® lamotrigina.
v s 1,90) © clonazepam.
194 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

@ carbamazepina. .,. COMENTÁRIO: A criança em questão tem doen-


® fenitoína. ça falciforme e apresenta hemiparesia à direita,
o que nos faz pensar que ela pode estar tendo
.,. COMENTÁRIO: O tratamento da crise convulsiva um Acidente Vascular Cerebral (AVC), compli-
febril simples (geralmente generalizada, tonico cação que ocorre em 10% das crianças com
clônica, associada à febre, com duração de até anemia falciforme. A conduta para estes pa-
15 minutos), é feito com benzodiazepínico (Dia- cientes é a exsanguineotransfusão que deverá
zepam, lorazepam ou m idazolam) no momento ser realizada o mais rápido possível, com me-
da crise, caso a mesma dure mais que cinco mi- lhor resposta quando é realizada na primeira
nu tos. O tratamento antiepiléptico continuo ou hora. A exsanguineotransfusão parcial é feita
intermitente (durante os episódios febris) não para reduzir a quantidade de hemoglobina S
é recomendado para crianças com crises febris circulante e consequentemente a hiperviscosi-
simples. Por muitos anos foi usado o fenobar- dade sanguínea, e assim tentar garantir melhor
bital (3 a 5 mg/kg/dia), que foi considerado efi- perfusão do local provavelmente isquemiado,
caz em alguns estudos na prevenção de novas já que o processo que supostamente gerou a
crises febris, no entanto para esse efeito seus isquemia foi uma crise de vaso-odusão. Uma
níveis séricos precisam estar em concentrações tomografia de crânio normal não exclui o diag-
terapêuticas, o que foi atribuído a uma série de nóstico de AVC, devendo ser repetida poste-
efeitos colaterais inconvenientes, que podem riormente. Abaixo, mostramos um fluxograma
ser graves o suficiente para suspensão do tra- para AVC na doença falciforme que consta no
tamento. De forma contínua, também usamos manual do M inistério da Saúde.
o valproato (20 a 30 mg/kg/dia). E de maneira · OMcil neurol69ico fclt.ll
intermitente pode ser usado o diazepam (0,33 ·ConwiWn
• AlttOÇ~dacon~ll
mg/kg a cada oito horas durante a febre) assim
como o nitrazepam, clobazam ou clonazepam.
..........
--··-
A questão é confusa, já que essa conduta de fa-
deoi.CIO$
zer tratamento profilático da cri se febril simples
não é a recomendada. Dentre as opções pode- • TC de air*' ~ concrout11
~>Md~lko ...........
ríamos ficar com o fenobarbital ou o clonaze-
pam, ambos podem ser usados na profilaxia.
· A~~
(Mdrspor~~Yiri)
i~
,,....
(ff'flxiletc:.
Sendo que o fenobarbital de maneira continua
AYC
e o clonazepan de maneira intermi tente. O ga-
~u(lodtHbS 1*1
"""'"'
barito liberado foi letra A (fenobarbital), pro- < JO-.: ftUnguinlfOo
vavelmente por se tratar de uma terapia con- tr.ndus.\o ~td•l
tinua, e o fenobarbital é a terapia contínua que ~d1HbS
apresenta melhor resultado com comprovação '*~ <l09k

científica da redução de recorrência de crises. ......., ei(WII'IQUi~


tr~t~du~ patellf

I Resposta: @
Figura 5 - Addt:nte vauulat c:erebta.l (AVC).

Um meni no de três anos de idade, porta-


52 dor de anemia falciforme, apresenta his-
tória de fraqueza do lado direito há uma hora.
I Resposta: ®

Ao exame físico, observa-se hemiparesia direi-


ta. A tomografia de crânio é normal. A conduta A vaci na contra o Haemophilus influen-
para este paciente é: 53 zae t1po B

@ hidroxiureia. @ deve ser evitada nas crianças com antece-


® exsangui neotransfusão parcial. dente de convulsão febril.
© observação. ® pode ser dada para crianças acima de dois
@ anticoagulação com hepari na. meses com esquema de duas doses.
® administração de ateplase.
20H 195

© pode ser dada em dose única nas crianças clínica já lembra sint omas de cetoacidose dia-
acima de um ano de idade. bética. Quando temos uma gl icemia capilar=
@ deve ser evitada nas crianças com alergia à 750mg/dl comprova que a criança está abrin-
proteína do ovo. do um diagnóstico de diabet es melitus. Como
® deve ser evitada nas crianças que apresen- o paciente apresenta-se desidratado, a con-
taram reação vacinal à vacina tríplice acelular. d uta inicial é uma expansão de 10 a 20ml! kg
de soro fisiológico para correr de uma a duas
Alternativa A: INCORRETA. A convulsão febril não é horas. Como consta na alternativa B. Neste
contraindicação para nenhuma vacina. momento além da ressuscitação volêmica, já
Alternativa 8: INCORRETA. A vacina deve ser dada devemos col her os exames necessários para
a crianças maiores que dois meses, mas ideal- avaliar se o paciente está em cetoacidose e só
mente com um esquema de três doses. após iniciar a correção com insulina.
Alternativa C: CORRETA. Crianças entre um e cinco I Resposta: ®
anos não vacinadas ou com esquema incom·
pleto deverão receber apenas uma dose a par-
tir do segundo ano de vida. Uma escolar de 1O anos de idade che-
Alternativa O: INCORRETA. Não ut iliza a pro terna do
ovo em sua composição.
55 ga ao pronto-socorro com quadro de
f raqueza de membros inferiores há três dias.
Alternativa E: INCORRETA. Só deve ser evitada em Refere quadro de resfriado há aproximada-
crianças com doenças graves que contra indi- mente uma semana. Ao exame físico apre-
cam a vacinação em geral ou relato de ocorrên- senta os sinais vitais normais, mas é incapaz
cia de reação anafilática sistêmica ap ós aplica- de se manter em pé. Os reflexos dos membros
ção de dose anterior. inferiores estão abolidos. Dos achados abaixo,
aquele que provavel mente est ará associado a
este quadro é:
Um menino de cinco anos de idade é
54 levado ao pronto-socorro com história
de perda de 2,5 kg nas últ imas duas semanas
@ anemia hemolítica.
® mioglobinúria.
associada ao surgimento de enurese. Ao exa- © glicorraquia baixa.
me físico, o menor está alerta e comunicativo, @ proteinorraquia elevada.
apresenta PA = 90 x 60 mmHg e FC = 130 bpm. ® proteína C-reativa elevada.
A saliva é espessa e a respiração é rápida e
profu nda. Uma glicemia capilar é obtida e re- .,. COMENTÁRIO: O quadro descrito é compat ível
sulta em 750 mg/dl. Um acesso intravenoso é com síndrome de guillain-barré. Uma criança
obtido. A primeira conduta no manejo desta de 1O anos que começa com fraqueza em
criança é: membros inferiores (MMII) há t rês dias, que
parece t er piorado a ponte de não conseguir
@ Administrar fosfato de potássio (5 mEq/kg se manter em pé no momento atual. Tudo co-
de potássio) em 1 hora. meçou alguns dias após resfriado. A criança
® Administrar 20 ml!kg de soro fisiológico em está em bom estado geral e no exame físico o
uma hora. único achado anormal é a arreflexia dos MMII.
© Administrar insulina regular O, 1 U/kg em Alternativa A: INCORRETA. A anemia hemolftica
dose de ataque. poderia gerar um quadro de fraqueza de MMII
@ Proceder a intubação orotraqueal. como resul tado de evento isquêmico cerebral,
® Infu ndir 1 mEq/kg de bicarbonato de sódio mas nesse caso, seria um evento agudo, e não
em uma hora. arrastado como da criança em questão, e difi-
cil mente seria bilat eral.
.,. COMENTÁRIO: A criança do enunciado tem Alternativa 8: INCORRETA. A mioglobinúria é uma
perda de peso + enurese noturna, com sinais manifestação clínica rara relacionada à rabdo-
de desidratação (saliva espessa) e respiração miólise. O caso da nossa criança poderia ser
rápida e profunda (respiração de kussmaul') a uma rabdomiólise pós-infecciosa, porém a
1% Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

clínica deveria ser de dor intensa e urina es- © ceftriaxona pode ser ut ilizada como profila-
curecida. xia de comunicantes íntimos.
Alternativa C: INCORRETA. A glícorraquia baixa @ a vacina cont ra meningococo C conjugada
sugere quadro de meningite bacteriana, que faz parte do calendário vacina! e o esquema é
não se associa a quadro viral prévio. A criança de dose única em qualquer idade.
com meningite teria maior prostração, febre e ® a profilaxia de comunicant es é realizada
no exame físico estariam presentes sinais de com rifampicina por quatro dias.
irrit ação meníngea.
Alternativa D: CORRETA. Na sindrome de Guillain Alternativa A: INCORRETA. A profilaxia está indi -
- Barré observa-se prot einorraquia elevada cada até sete dias após o início dos sint omas,
(at é 2 vezes o limit e superior da normalidade) preferencialmente nas primeiras 24h a 48h.
com celularidade até 10 leucócitos/mm' . Essa Alt ernativa 8: INCORRETA. Em 2010, no Estado de
dissociação ent re os níveis altos de prot eína São Paulo que apresenta os maiores coeficien-
no líquor e falt a de resposta celular é típica do tes de incidência de doença meningocócica
Guillan-Barré. reportados no pais, o sorogrupo C foi respon-
Alternativa E: INCORRETA. A proteína C reativa é sável por 81,5% dos casos identificados. o so·
um marcador laboratorial de processos infla- rogrupo B por 10,9%, o sorogrupo W135 por
matórios. Poderia estar elevada nessa ocasião, 6% e o sorogrupo Y por 1,2%.
mas não obrigatoriamente. Alternativa C: CORRETA. Apesar da droga de esco-
lha ser a rifampicina, a ceftriaxona pode ser
utilizada.
Um pré-escolar de quatro anos é levado Alternativa D: INCORRETA. No calendário vacina!
56 ao consultório do seu médico com qua-
dro de chiado e desconforto respiratório há
do minist ério da saúde a vacina contra o me-
ningococo C está disponível no primeiro ano
um dia. Esta é a quinta vez que a criança apre- de vida, quando são recomendadas duas do·
senta quadro semelhant e no últ imo ano. Ao ses da vacina meningocócica C conjugada, aos
exame físico apresenta FR = 33 rpm e satura- três e cinco meses.
ção de 02 de 98% em ar ambiente. À ausculta Alternativa E: INCORRETA. A profilaxia decomuni-
observam-se sibilos difusos e expiração pro- cantes com rifampicina deve durar dois dias e
longada. A melhor conduta neste momento é: não quatro.

@ corticosteroide intramuscular.
® instalação de máscara não reinalante de Em relação à Infecção do Trato Urinário
02.
© epinefrina subcutânea.
58
que:
(ITU) em crianças é INCORRETO afirmar

@ beta-agonista intravenoso.
® inaloterapia com beta·agonist a. @ a urocult ura negativa de amostra de urina
colhida por saco coletor tem seu valor ao ex-
.. COMENT~RIO: Trata-se de um quadro de cluir o diagnóstico de ITU.
broncoespasmo e a conduta inicial é beta 2 ® a postectomia reduz a incidência de ITU no
agonista inalatório. primeiro ano.
I Resposta: ® © as crianças com parentes de primeiro grau
com ITU têm maior chance de ter ITU que
aquelas sem esse antecedente.
Em relação à meningit e meningocócica @ a prevalência de ITU em lactentes febris
57 é correto afirmar que: menores de t rês meses é maior em meninos.
® o teste de nit rit o positivo indica alta proba·
@ a profilaxia de comunicantes não t em mais bilidade de ITU e tem alta sensibilidade.
indicação se decorreram mais de 24 horas
após contato. Alternativa A: CORRETA. A urocultura negativa em
® o meningococo B foi o sorogrupo mais fre· qualquer forma de coleta descarta ITU.
quent e em 2010 no Estado de São Paulo.
20U 197

Alternativa 8: CORRETA. A presença da fimose mo- Alternativa E: INCORRETA. A Pressão arterial diastóli-
difica e intensifica a colonização bacteriana ca e sistólica abaixo do percentil é considerada
ba lanoprepucial. Esse achado aumenta a inci normal quando está abaixo do percentil 90.
dênci a de ITU, principalmente no pri mei ro ano
devida.
Alternativa C: CORRETA. A história familiar de PA normal:< percenul90 (com base na Idade. sexo e
doença renal, de hipertensão arterial, de in- allura)
fecção uri nária e de anomalias do aparelho
urinário deve ser considerada como fator de
risco para ITU. PA elevada (pre-.t~lper1en.I.IO):} pereenbf 90 e < 95;
Alternativa O: CORRETA. Durante o primeiro ano (1,1 > 120180 mmHg
de vida a proporção entre o sexo masculino e
femi nino é cerca de dois a cinco: um.
Alternativa E: INCORRETA. Nit rito e esterase leuco- Hlpertens.to ot.Uglo 1: ~ poroentJ195 Ml < 95 +12
citária geralmente estão presentes em urina
mmHg: ou 130180 a 139i89 mmHg
contaminada.

Hlpertendo utáglo 2.: definiÇOes de l'lll*ten&ão


Em r~lação à pressão arterial em crian-
59 ças, e correto afirmar: arterial supMof ao esttiQIO 1

@ Leva-se em consideração apenas a pressão


sistólica para classificação de hipertensão em
crianças.
® O manguito deve ser largo suficiente para
cobri r todo o braço da criança. Criança de dois anos de idade com 12
© A pressão arterial medida deve ser classifi-
cada segundo tabela que leva em conta sexo,
60 quilos foi trazida ao pront o-socorro após
ingestão de seis comprimidos de acetaminofe-
idade e percenti l de alt ura. no (paracetamol) de 500 mg há cerca de três
@ Quanto maior o peso da criança maior o horas. A mãe nega possível ingestão de outras
valor do percent il normal da pressão arterial. substâncias. Ao exame ffsico a criança se apre-
® Pressão arterial diastólica e sistólica abaixo senta em bom estado geral, hidratada e eup-
do percentil 95 é considerada normal. neica. A conduta correta é:

Alternativa A: INCORRETA. Temos que considerar @ monitorizar diurese e função renal.


tanto a pressão sistólica como a diastólica no ® coleta de nível sérico de acetaminofeno e
diagnóstico da hi pert ensão na criança. Sendo início da terapêutica.
uma delas alteradas já faz diagnóstico de hi- © lavagem gástrica com soro fisiológico.
pertensão. @ observação por 24 horas e alta se a criança
Alternativa 8: INCORRETA. A largura da bolsa de se mantiver bem.
borracha do manguito deve corresponder a ® alt a com observação domiciliar.
40% da circunferência do braço, e seu com-
pri ment o, envolver 80% a 100% do braço da 11- COMENTARIO: A dose tóxica do paracetamol
criança. em crianças são doses acima de 150 mg/kg
Alternativa C: CORRETA. Para classificar a criança de peso. A criança da q uestão ingeriu 3g (6
como hipertensa ou não, temos que inserir comprimidos de SOOmg) o que corresponde
sua medidas numa t abela que leva em conta a a 250mg/kg de peso para ela. logo, i ngeri u
idade, o sexo e o percentil de estatura . uma dose tóxica. O método laboratorial de
Alternativa 0: INCORRETA. Quanto maior o percen- maior importância na intoxicação pelo pa-
til de altura da criança maior o valor do per- racetamol é a dosagem sanguínea do m ed i-
cent il normal da pressão arterial. camento, pois com ela poderemos aval iar e
198 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

calcular o risco toxicológico do paciente e as- CIRURGIA 1- HUGO GONÇALO GUEDES


sim a necessidade de mantê-lo internado (ver
normograma de Rumack-Matthew abaixo).
A administração de N-acetilcisteína (antídoto Uma mulher de 28 anos de idade apre-
específico para o paracetamol) tem indicação
quando os níveis de paracetamol estão acima
61 senta dor torácica anterior que piora
com a tosse. dispneia leve, hipotensão postura!
da linha de toxicidade (diagonal) do nomo- e temperatura axilar de 38,7•c, associada à dor
grama de Rumack-Matthew ou quando os cervical, com aumento do volume do pescoço
níveis plasmáticos de paracetamol não forem 3 dias após restauração dentária em maxilar in-
disponíveis. A lavagem gástrica é mandatória ferior. A tomografia mostra coleção em região
nas primeiras quatro horas após ingestão, retrofaríngea e coleções mediastínais septadas,
enquanto ainda há absorção da medicação. além de pequena efusão pleural à direita. Nesse
Dessa maneira, a alternativa C está certa, mas caso,
como a alternativa B contempla o nível sérico
de acetominofeno que é m uito importante ® o uso exclusivo de medidas clínicas, sem o
para decisão de conduta, ela foi considerada desbridamento agressivo das coleções descri-
o gabarito da questão. tas, levará mui to provavelmente ao óbito.
® o germe mais provavelmente envolvido é E.
co li.
© o desbridamento cirúrgico por bitoraco-
tomia (incisão de clamshell) deve ser evitado,
pela alta morbidade.
@ a bitoracotomia, associada a cervicotomia
ampla, deve ser reservada exclusivamente para
os pacientes que não respondam à antibiotico-
terapia de amplo espectro.
® a manipulação dentária descrita não guarda
relação causal com o presente quadro, deven-
Alternativa A: INCORRETA. Na intoxicação pelo pa- do-se a propedêutica focar na investigação de
racetamol, devemos mon itorizar a função he- eventual fístula esofágica.
pática, a cada 24h por até três dias após a in-
toxicação a depender do quadro do paciente. 11- COMENTÁRIO: Paciente com mediastínite agu-
Alternativa C: INCORRETA. Mas incompleta. A la- da dissecante em decorrência de abscesso re-
vagem gástrica com soro fisiológico está in- trofaríngeo. Quadro grave e de alta mortalida-
dicada nas primeiras quatro horas, mas não de, que tem como tratamento desbridamento
é a única medida a ser tomada nessa ocasião. cirúrgico amplo e todo o suporte de antibiótico
Devendo ser medido nível sérico do aceto- e intensivo possível o quanto antes. A pacien-
minofeno e proceder com administração de te deve ser submetida à toracotomia bilateral,
antídoto. com drenagem pleural e mediastinal fechada, e
Alternativa D: INCORRETA. A criança pode se man- à cervicotomia com drenagem cervical.
ter assintomática ou oligossintomática nas I Resposta: @
primeiras 12h a 24h, de modo que o risco de
hepatotoxicidade deve ser avaliado (através
da dosagem sérica de acetominofeno) antes Primeira intervenção que deve ser feita
da alta.
Alternativa E: INCORRETA. Com ingestão de dose
62 para corrigir a queda de pressão arterial
que ocorre após o "desclampeamento" aórtico,
tóxica, não podemos dar alta para o paciente na cirurgia da aorta:
antes de estabelecer o risco de hepatotoxici-
dade. ® administração de protamina.
I Resposta: ® ® administração de drogas vasoativas.
© administração de albumina endovenosa.
20B 199

@ reposição volêmica. ® veia mesentérica superior.


® aumento da fração inspirada de oxigênio ® tronco celíaco.
(Fi02). © artéria mesentérica superior.
@ artéria hepática própria.
._ COMENTÁRIO: A hipoten~o gerada após o ® veia porta .
a
desclapeamento aórtico leva hipotensão e a
hipoperfus:lo pulmonar, refratários ao uso de ._ COMENTÁRIO: A árvore biliar é diretamente de·
cris taloides e vasoconstrictores com aumento pendente do fluxo arterial, portanto, o fígado
do efeito de espaço morto pulmonar, queda do não pode ficar sem o mesmo, apesar da pre·
débito cardíaco, retorno venoso, PVC e contra· dominância da circulação portal. Uma ligadu·
tilidade miocárdica. Durante o clampeamento ra direta da a. hepática própria não seria bem
da aorta, há necessidade de heparinização tolerada, porém, a ligadura do tronco celíaco
plena pelo risco de embolízação e, no desciam· pode ser melhor tolerada devido ao refluxo da
peamento da mesma, a heparinizaçâo deve ser a. gastroduodenal (ramo da a. mesentérica su·
reduzida em torno de 50%, utilizando-se a pro- perior), para a a. hepática própria, mantendo a
tramina para tal. Apesar disso, a questão deseja circulação arterial hepática.
saber uma conduta especifica para o controle I Resposta: ® .
pressórico, que, neste caso, apesar de pouco
efetivo, mas é a primeira intervenção, a reposi·
ção volêmica. Um homem de 66 anos de idade apre·
I Resposta: @ 65 senta queixas sugestivas de infecção do
trato urinário duas semanas após a alta hospi-
talar para tratamento conservador para diverti·
As diretrizes mais recentes para o trata- culite aguda de cólon sigmoide. O paciente não
63 mento de pacientes com doença arterial
obstrutiva periférica sintomática recomendam
sofreu qualquer instrumentalização das vias
urinárias. Exame mais acurado para a definição
o uso de drogas hipolipemiantes quando a do· diagnóstica desta complicação:
sagem de LDL for maior que:
@ enema opaco.
@ 70mg/dl. ® ult rassonografia de abdome total e pelve
® 130mg/dl. masculina.
© lOO mg/dl. © tomografia computadorizada de abdome e
@ 200mg/dl. pelve.
® 250mg/dl. @ cistoscopia.
® urografia excretora .
._ COMENTÁRIO: De acordo com a sociedade
brasileira de cirurgia vascular, a paciente com ._ COMENTÁRIO: Paciente com diverticulite que
DAOP deve iniciar hipolipemiantes orais para evolui com complicações urinárias, deve-se
manter o nível de LDL menor que 1OOmg/dL, pensar logo em fístula colovesical. Aqui cabe
HDL maior que 40mg/dl. colesterol total < uma discussão conceitual, visto que tanto a to·
200mg/dL e triglicerídeos < 150mg/dL. Tudo mografia computadorizada quanto os exames
isso devido ao fato desse grupo de pacientes endoscópicos (cistoscopia e colonoscopia) são
ser considerado de alto risco cardiovascular. bons para o diagnótico. A banca coloca a letra
I Resposta: © C como resposta, cabendo discussão sob a eis·
toscopia.
I Resposta: ©
0 traumatismo vascular muitas vezes
64 cursa com instabilidade hemodinamica,
que impede o reparo vascular adequado. Na A respeito do sistema porta, é INCORRE·
maioria dos pacientes, por ser bem tolerada,
pode ser feita a ligadura de:
66 TO afirmar:
20U 201

.. COMENTARIO: Reconhecidamente, o pólipo do .. COMENTARIO: Antes de avaliar as alternativas


tipo histológico viloso, > 02 em e com displa· temos que rever um conceito anatômico no
sía de alto grau tem os maiores fatores de risco trauma: a zona de Ziedler. Temos que suspei-
para transformação em adenocarcinoma. t ar de lesão cardíaca ou de grandes vasos em
I Resposta: @ todos os feri mentos penetrantes dessa região!
Limite superior: linha horizontal na altura
do manúbrio esternal
A punção int raóssea pode ser utilizada Limite inferior: linha horizontal na altura do
7O no lactente com instabilidade hemodi·
nãmica, para reanimação volêmica. A confirma·
processo xifoide
Limites laterais: paraesternal direita e axilar
ção do posicionamento correto da agulha deve anterior esquerda
ser obtida por meio de: Pelo enunciado, podemos concluir que esse
paciente possui um hemo tórax (murmúrios ve-
® Método de imagem. siculares reduzidos e submacicez à percussão),
® Medição da extensão da agulha inserida no mas não podemos afirmar que ele não possui
osso. uma lesão cardíaca ou até mesmo um tampo-
© Refluxo de sangue pela agulha. namento. Ele ainda está estável, mas as lesões
@ Aspiração de medula óssea. cardíacas são graves e podem levar ao choque
® Injeção de azul de metileno. hemorrágico grau IV em pouco tempo.

.. COMENTARIO: Um posicionamento correto da Alternativa A: INCORRETA. A drenagem de tórax


punção intraóssea pode ser determinado por está indicada, entretanto o paciente está instá·
perda da resistência após passagem pelo cór- vel hemodinamicamente (choque hemorrágico
tex da diáfise anterior, a agulha se mantém no grau 11) e não deve ser levado à tomografia an-
local sem nenhuma sustentação, existe a possi- tes da estabilização.
bilidade de aspirar medula óssea, possibilidade Alternativa 8: CORRETA. Lembrem-se de que o me-
de infusão rápida de líquidos. canismo de trauma é de extrema importância
I Resposta: @ em todos os casos! Temos um ferimento na
zona de Ziedler e não temos como excluir, nes·
CIRURGIA 11· RODRIGO CAMARGO LEÃO EDELMUTH se momento, uma lesão cardíaca. O paciente
ainda está consciente, mas já apresenta alte·
rações hemodinãmicas e pode instabílizar a
Vítima de ferimento único por arma qualquer momento. Portanto, devemos realizar
71 branca em 3° espaço intercostal esquer·
do na linha hemiclavicular. O paciente está ta·
a radiografia de tórax e o FAST ainda na sala de
trauma. O FAST irá avaliar a janela p ericárdica e
quidispneico, mas consciente. Pulso: 11 O bpm. a possfvel presença de derrame pericárdico e/
PA: 11 O x 90 mmHg. Não tem !urgência jugular. ou tamponamento cardíaco. Já a radiografia irá
Murmúrio vesicular muito diminuído em hemi- nos mostrar se o dreno está bem locado, se há
tórax esquerdo, com submacicez à percussão. hemopneumotórax residual e alargamento de
Melhorconduta inicial: mediastino. Caso o paciente apresente melho-
ra hemodinâmica após a reposição volêmica e
® Drenagem de tórax. seguida de tomografia drenagem de tórax, poderemos levá-lo a tomo-
de tórax. grafia. Não se esqueçam de que a estabilidade
® Drenagem de tórax, FAST (Focused Assess- hemodinãmica é uma condição obrigatória
ment with Sonography in Trauma), radiografia para levarmos o pacient e à tomografia.
de tórax. Alternativa C: INCORRETA. O lavado peritoneal diag·
© Radiografia e drenagem de tórax, LPD (Lava· nóstico fica reservado para suspeitas de lesões
gem Peritoneal Diagnóstica). intra-abdominais.
@ Toracocentese diagnóstica/terapêutica. Alternativa D: INCORRETA. A toracocentese fica reser·
® Punção de espaço pericárdico (Marfan). vada para casos de pneumotórax hipertensivo.
202 PreparatórioparaResidén<ia Médi<a SUS/SP

Alternativa E: INCORRETA. A punção de Marfan é © hemorragia digestiva alta - tabagismo -


uma conduta de exceção para o diagnóstico de omeprazol, endoscopia.
tamponamento cardíaco. O FAST é um exame @ hemorragia digestiva baixa - anti-inflamató-
rápido e não invasivo, por esse motivo deve· rio - sulfassalazina, colonoscopia.
mos priorizá-lo frente à punção. ® hemorragia digestiva baixa - hipertensão ar-
terial - captopril, colonoscopia.

A alternativa em que todos os instru- ,._ COMENTÁRIO: Melena são fezes pastosas de cor
72 mentos citados são afastadores é escura e com odor muito fétido, secundária a
digestão do sangue no t rato gastrointestinal.
@ Crawford - Farabeuf - Richardson. Portanto, estamos frente a um pacien te com
® Farabeuf - Kelly - Langenbeck. HOA. Existem inúmeras causas de HOA, mas
© Rochester- Richardson - Gosset. as principais são úlcera péptica, varizes de
@ Gosset - Finochietto - Saltou r. esôfago e tumores do TGI. O autor não nos dá
® Kocher- Farabeuf- Gosset. sinais que a paciente seja cirrótica e nem que
apresente uma neoplasia. Muito pelo contrário,
,._ COMENTARIO: - Farabeuf: afastador pequeno ele confirma dois fatores de risco importantes
ou médio. utilizado para afastar geralmente para úlcera péptica: uso de AINEs e tabagis-
pele e subcutâneo. mo, sendo o primeiro muito significativo para
Langenbeck e Richardson: afastadores si- a ocorrência aguda de lesão ulcerosa péptica.
milares, pequeno, porém mais longos. Uti- Devemos lembrar que HOA é uma doença po-
lizado para afastar geralmente pele e sub- tencialmente grave e que nossa prioridade é
cutâneo. a estabilização hemodinâmica do paciente!
Finochietto: afastador utilizado em cirur- É essencial que a primeira medida a ser feita
gias torácicas, grande e forte, autoestático. seja a ressuscitação volémica com cristaloides
Gosset: afastador grande e forte, autoestáti- e até mesmo concentrado de hemácias se ne-
co, utilizado em cirurgias abdominais. cessário. O tratamento específico para HOA de
Balfour: afastador grande e forte, autoes- etiologia ulcerosa péptica é a infusão de IBP
tático, utilizado em cirurgias abdominais. em bolus (omeprazol 80 mg), seguida de infu-
Mui to semelhante ao Gosset, mas conta são contínua a 8 mg/h por 72 horas. A EOA é
com uma pinça a mais. essencial, assim que possível, para confirmar o
diagnóstico e tratamento local (ex.: injeção de
Já o Kocher, Kelly, Rochester e Crawford são adrenalina). Além disso, a biópsia de toda úlce-
pinças com cremalheira utilizadas durante o ra gástrica é mandatória, para afastar neoplasia.
procedimento cirúrgico. I Resposta: ®
I Resposta: @

73 Uma senhora de 42 anos de idade refere


melena há 1 dia. Nega dor abdominal.
74 Um paciente foi vitima de ferimento por
arma de fogo com entrada no 3° espaço
intercostal direito e saída no 100 espaço inter-
Hipertensa, faz uso de propranolol. Acompa· costal do mesmo lado. Est á em choque hemor-
nha no ambulatório de reumatologia, devido rágico grau 11. Proposta adequada de aborda-
à artrite reumatoide. Usou recentemente di- gem inicial:
clofenaco sódico, devido à descompensação
da artrite. Tabagista, nega etilismo. A hipótese @ drenagem de tórax e tomografia de abdo·
diagnóstica mais provável, o principal fator de me.
risco e a melhor conduta são, respectivament e: ® drenagem de tóra><, seguida de laparotomia.
© toracofrenolaparotomia direita.
@ hemorragia digestiva alta -anti-inflamatório @ toracotomia, seguida de laparotomia, se
- terlipressina, endoscopia. houver lesão de diafragma.
® hemorragia digestiva alta -anti-inflamatório ® radiografia de tórax e laparotomia.
- omeprazol, endoscopia.
20H 203

.. COMENTARIO: Novamente, o atendimento ao © deve-se fazer lPD (Lavagem Peritoneal Oiag-


paciente politraumatizado segue as diretrizes nóstica); se positiva, indicar laparotomia.
do ATLS. Independente do tipo de trauma de- @ se não tiver dor abdominal significativa, de-
vemos sempre respeitar o ABCDE. A toracoto- ve-se fazer tomografia, para decidir a conduta.
mia só estaria indicada no caso de hemotórax ® o FAST (Focused Assessment with Sonogra-
maciço, após a passagem do dreno de tórax e phy for Trauma) consegue diferenciar a dor de
saída de mais de 1.500 ml de sangue. Portanto, lesão de víscera da dor da lesão de parede ab-
as opções C e D estão erradas. dominal.
Esse paciente apresenta um FAF transfixante do
hemitórax direito, então podemos assumir que .. COMENTARIO: A exploração digital de um FAB
houve lesão da cavidade pleural e, por conse- em abdome, após antissepsia e anestesia local
quência, um pneumotórax ou hemopneumo· é uma ferramenta extremamente útil para ava·
tórax. Já sabemos que o tratamento indicado liar a profundidade da lesão e se houve pene-
é a drenagem torácica, sem a necessidade de tração da cavidade peritoneal. Caso existisse
um raio-x de tórax. Opção E, errada. Resta-nos dúvida sobre a penetração, poderíamos realizar
saber como abordar o abdome. Essa conduta é uma TC (somente se paciente estável) ou deixar
um pouco controversa, mas vamos lá. Primeiro o paciente em observação para reavaliação se-
precisamos relembrar a definição da transição riada. Vale lembrar que a exploração digital se-
tóraco-abdominal: ria desnecessária caso o paciente apresentasse
Limite superior: anteriormente é o quarto sinais inequívocos de penetração da cavidade,
espaço intercostal, geralmente a linha in- como evisceração. O FAST e lPD são mais úteis
termamilar e posteriormente é o ângulo para trauma abdominal fechado.
inferior da escápula. I Resposta: @
Limite inferior: plano entre as últimas cos-
telas.
Melhor conduta para tratar o sangra-
Agora sabemos que estamos frente a um feri-
mento penetrante da transição tóraco-abdomi-
76 menta associado à neoplasia gástrica, na
urgência, quando a gastrectomia não for uma
nal. A conduta frente a esses ferimentos é bas· opção possível:
tante controversa, mas muitos serviços indicam
a laparotomia ou laparoscopia diagnóstica, pois @ hemostasia por esclerose endoscópica.
existem lesões de difícil diagnóstico mesmo ® gastrotomia com sutura hemostática.
com exames de imagem (lesão diafragmática, © irrigação gástrica com solução gelada.
lesão duodenal, lesão de cólon em sua porção @ radioterapia hemostática.
retroperitoneal). Outro motivo para indicação ® embolização por arteriografia.
cirúrgica nesse caso é o choque hemorrágico
do paciente. Lembrem-se de que pacientes ins· .. COMENTARIO: A questão foi corretamente anu·
táveis não devem ser submetidos a TC. lada pela banca (gabarito oficial na época D).
I Resposta: ® Como já vimos na questão 33, nossa prioridade
é a estabilização hemodinãmica do paciente,
com ressuscitação volêmica com cristaloides e
Um homem de 25 anos de idade foi viti- até mesmo concentrado de hemácias, se neces-
75a ma de ferimento por arma branca, próxi·
mo cicatriz umbilical. Tem sangramento dis-
sário. Na urgência, o tratamento mais rápido é
a EDA, por meio desse exame podemos realizar
creto. Não tem outras lesões. Glasgow: 15. PA: a hemostasia com hemoclipes, injeção de adre-
11 Ox 80 mmHg. Pulso: 90 bpm. Nesse caso: nalina ou cauterização direta. A radioterapia
hemostática é um excelente método em casos
@ a exploração local do ferimento com anestesia de tumores irressecáveis, entretanto, é uma
local pode evitar laparotomia não terapêutica. opção que requer planejamento e, por ques-
® deve-se fazer FAST (Focused Assessment tões técnicas, não pode ser realizada na sala de
with Sonography for Trauma); se positivo, indi- emergência. Outra opção em casos refratários
car laparotomia.
204 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

é a arteriografia com embolização. Questão @ A presença de 500 eritrócitos/ml ou 100.000


Anulada. leucócitos/ml no lavado peritoneal caracteriza
o exame como positivo.
® O exame negativo não descarta lesões de
A respeito da apendicite aguda é correto duodeno, pâncreas ou retroperitônio.
77 afirmar que:
._ COMENTÁRIO: O LPD é um exame que vem
® não existe situação clínica que contemple perdendo bastante espaço na avaliação inicial
tratamento não operatório da apendicite aguda. do trauma, devido a maior disponibilidade do
® aproximadamente 7% da população mun· USG na sala de trauma (FAST). Entretanto, ainda
dia I terá apendicite no decorrer da vida. pode ser muito útil em locais mais afastados,
© o ponto de Me Burney localiza-se na união com pouco recurso e sem a disponibilidade de
do terço médio com o terço distai de uma linha TC. Apesar de rápido, amplamente disponível
imaginária que vai da espinha ílíaca anterossu· e altamente sensível, é pouco específico, pois
perior direita até o púbis. não nos informa a etiologia da lesão e não de·
@ a incisão de Rockey·Davis é uma laparoto· tecta lesões diafragmáticas ou retroperitoneaís.
mia paramediana direita. O LPD está indicado em traumas abdominais
® a incisão de Jalaguier é transversa. fechados, instáveis hemodinamicamente. Vale
lembrar que esse é um exame invasivo e que
Alternativa A: INCORRETA. Existem alguns casos em requer certa experiência cirúrgica. Além disso,
que apendicectomía é realizada após seis/oito não devemos realizar o LPD quando a lapa roto·
semanas do quadro inicial (apendicectomia de mia exploradora já está i ndicada.
intervalo): quando existe a presença de pias· Após a incisão na linha média, infraumbilical,
trões/ abscessos maiores de 4 em a drenagem devemos locar uma sonda em direção a pelve.
percutânea está indicada, associada a antíbio· O exame é francamente positivo quando há
ticoterapía.lembrem·se de que a colonoscopia aspiração de sangue (> 1O ml) ou de conteú·
é mandatória antes da cirurgia para afastar tu· do gastrointestinal (fibras, bile, suco entérico).
mores. Caso isso não ocorra, devemos lavar a cavidade
Alternativa B: CORRETA. com 1.000 ml de soro fisiológico aquecido, ga·
Alternativa C: INCORRETA. O ponto de Me Burney lo· rantindo a li mpeza de toda a cavidade por meio
calíza·se na união do terço médio com o terço de compressão manual do abdome. Após aspí·
distai de uma linha imaginária que vai da espi· ração de todo esse conteúdo, o material deve
nha ílíaca anterossuperíor direita até a cicatriz ser enviado para análise laboratorial e passa
umbilical. a ser positivo quando: > 100.000 hemáceas, >
Alternativa 0: INCORRETA. A incisão de Rockey· Da· 500 leucócitos e/ou bacteríoscopía positiva.
vis é transversa na FIO. I Resposta: ®
Alternativa E: INCORRETA. A incisão de Jalaguier é
pararretal externa, longitudinal.
NAO é mecanismo que partícipe da com·

Sobre a LPD (lavagem Peritoneal Diag·


79 pensação da hemorragia:

78 nóstica), é correto afirmar: ® diminuição do volume sistólico.


® vasoconstrição arterial.
® No adulto, a aspiração de 10 ml de sangue, © vasoconstríção venosa.
embora sugestiva, ainda não caracteriza o exa· @ taquicardia.
me como positivo, devendo ser complemen- ® aumento do ínotropísmo m iocárdico.
tada com a lavagem com 1000 ml de solução
cristaloíde. ._ COMENTARIO: Questão bastante tranquíla. Para
® ~um método simples, rápido e de alta espe· respondê-la, precisamos lembrar da fisiologia
cificidade, embora invasivo. Volume sistólico = Pré-carga x Contratilida·
© Não há contraíndicação absoluta para a rea· de miocárdica x Pós·carga
lização de LPD.
20U 205

Débito cardíaco = Volume sistólico x Fre- GINECOLOGIA EOBSTETRfCIA- EDSON SANTOS


quência cardíaca • Pressão arterial = Débito FERREIRA FILHO
cardíaco x Resistência vascular periférica

Em casos de hemorragia, há extravasamento


de sangue para fora dos vasos. Portanto, o vo-
lume total de sangue no sistema circulatório é
81 Mulher de 23 anos de idade, nuligesta,
com vida sexual ativa, mas sem parceiro
fixo, usuária de pílula anticoncepcional e sem
menor e, por consequência, a quantidade de antecedente p essoal de doenças ou cirurgias,
sangue ejetada pelo ventrículo esquerdo tam- procura atendimento médico pela presença
b ém é menor (temos uma pós-carga menor}. de lesão genital que surgiu há cerca de 5 dias.
Sendo assim, a diminuição do volume sistólico Teve relações sexuais com um parceiro há duas
é uma consequência da hemorragia e não um semanas e há cerca de um mês e meio relacio-
mecanismo de compensação. nou-se sexualmente com outro parceiro. Ao
I Resposta: @ exame, apresenta lesão ulcerada arredondada,
indolor, de bordas salientes e endurecidas, base
avermelhada não purulenta no terço inferior do
Achado na radiografia de tórax que NÃO grande lábio esquerdo, próximo ao introito va-
80
nais:
é sugestivo de lesão de vasos mediasti- ginal. Presença de linfadenomegalia inguinal
discreta homolateral. ECORRETO afirmar:

@ abaixamento do brônquio fonte esquerdo. @ Se ocorrer a regressão espontanea da lesão


® alargamento de medias tino. em duas semanas, pode-se afirmar que o agen-
© desvio da traqueia para a esquerda. te foi destruído pelo sistema imunológico e não
@ capa picai na pleura esquerda. se faz necessário nenhum t ipo de tratamento.
® fraturas de 1' e 2' arcos costais. ® A doxiciclina é uma possibilidade terapêu-
tica eficaz contra o provável agente etiológico
Alternativa A: CORRETA. Hematoma mediastinal desta lesão.
pode rebaixar o brônquio fonte esquerdo por © Se os testes sorológicos para sífilis forem ne-
compressão mecânica direta. gativos. esse diagnóstico pode ser afastado e
Alternativa 8: CORRETA. Achados clássicos e que deve-se pensar em cancroide, também conhe-
deve ser um sinal de alarme para o cirurgião. cido como cancro mole.
O alargamento do mediastino no raio-x de tó- @ O provável agente etiológico da lesão obser-
rax em um cenário de trauma não pode passar vada não atraves.sa mucosa íntegra.
despercebido! Há indicação de TC de tórax para ® Considerando o tempo que decorre para
confirmar se há lesão/hematoma de grandes surgimento deste tipo de lesão após infecção
vasos pelo agente mais provável, pode-se afirmar
Alternativa C: INCORRETA. Os grandes vasos da base que a infecção deve t er ocorrido a partir das
estão localizados a esquerda da traqueia me- relações sexuais mais recentes informadas pela
diastino, portanto, hematomas mediastinais paciente.
desviariam a traqueia para a direita!
Alternativa D: CORRETA. O achatamento do ápice IJ> COMENTARIO: Caso típico de sífilis primária.
pleural é outro sinal indireto de hematoma de úlcera clássica, isolada, firme ao toque, bordos
mediastino, por efeito de massa. arredondados. indolor, fundo íntegro.
Alternativa E: CORRETA. Fraturas de primeiro e se- Alternativa A: INCORRETA. Sem tratamento, estas
gundo arcos costais remetem a um mecanismo lesões cicatrizam espontaneamente em até seis
de trauma importante com forte energia/im- semanas. Seis semanas a seis meses após o sur·
pacto. Nesses casos. devemos sempre suspeitar gimento do cancro, manifesta-se a sífilis secun-
de lesões de grandes vasos devido à cinética do dária, motivo pelo qual o tratamento desde a
trauma torácico. fase primária é fundamental.
Alternativa 8: CORRETA. O tratamento de primeira
escolha é a penicilina G benzatina, mas a doxi-
206 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

ciclina pode ser utilizada 1OOmg 2x/dia por 2 mas também pelo aumento de mediadores in-
semanas como esquema alternativo. flamatórios, caracteriza um fator de risco para o
Alternativa C: INCORRETA. A sífilis precoce pode câncer de endométrio (RR2,0- 5,0).
ser diagnosticada principalmente pelo exame Alternativa O: INCORRETA. Tabagismo não é um fa·
em campo escuro ou pelo teste de imunofluo- tor de risco clássico para câncer de mama. No-
rescência direta do líquido da lesão. Os testes vamente, para o câncer de endométrio, o uso
sorológicos podem positivar mais ta um diag de pílulas combinadas é um fator protetor.
nóstico diferencial de úlceras genitais, mas com Alternativa E: INCORRETA. Novamente, a ooforec·
aspectos clinicos bastante distintos. tomia bilateral seria um fator protetor para o
Alternativa 0: INCORRETA. O provável agente etioló- câncer de mama.
gico da lesão é o Treponema pallidum, espiro-
queta sexualmente transmissível que consegue
atravessar mucosa Integra e acometer novo in- Em relação à neoplasia intraepitelial
divíduo mesmo sem solução de continuidade
de pele I mucosas.
83 cervical (NIC) e ao câncer cérvico·ute·
rino de células escamosas, é correto afirmar
Alternativa E: INCORRETA. Tal lesão pode se desen- que:
volver em 1Odias a 12 semanas após a exposi-
ção. Não é possível identificar, por cronologia, ® esse tipo de câncer ainda é o mais frequen-
parceiro sexual que fez a transmissão da sífilis. te entre as mulheres brasileiras.
® os casos de NIC 111devem ser tratados por
meio da histerectomia radical.
São fatores de risco para câncer de mama © a maior parte dos casos de NIC I evoluirão
82 e de endométrio, respectivamente: até carcinoma.
@ raramente o HPV sorotipo 16 está presente
® Primeira gestação após os 30 anos e uso de em lesões subclínicas.
pílulas anticoncepcionais combinadas por mui- ® tabagismo, antecedente de doença se-
tos anos durante a menacme. xualmente transmissível e multi plicidade de
® Ooforectomia bilateral antes dos 35 anos e parceiros sexuais são considerados fatores de
nuliparidade. risco para o câncer.
© Menopausa após os 55 anos de idade e obe-
sidade. Alternativa A: INCORRETA. O câncer de mama é o
@ Tabagismo e uso de pílulas anticoncepcio- tipo que possui a maior incidência ea maior
nais combinadas por muitos anos durante a mortalidade na população feminina em todo
menacme. o mundo, tanto em países em desenvolvimen-
® Ooforectomia bilateral antes dos 35 anos e to quanto em países desenvolvidos.
obesidade. Alternativa B: INCORRETA. O NIC 111é o carcinoma
in situ do colo do útero. A conduta diante do
Alternativa A: INCORRETA. Não existe uma associa- NIC 111 deve ser individualizada, considerando
ção clara entre uso de contraceptivos hormo- idade, paridade, se gestante ou não...; no en·
nais e câncer de mama; para o câncer de endo- tanto, em geral, a proposta terapêutica inicial
métrio, o uso de pílulas combinadas chega a ser é a conização (clássica ou por cirurgia de alta
fator protetor (RR 0,3 - 0,5). frequência), sendo a histerectomia simples
Alternativa B: INCORRETA. A ooforectomia bilate- reservada para casos específicos. A histerecto-
ral removeria a principal fonte de estrogênios mia radical faz parte do arsenal terapêutica da
endógena, culminando com uma redução das neoplasia invasiva do colo do útero.
neoplasias mamárias estrogênio-dependentes. Alternativa C: INCORRETA. NIC I regride esponta-
Alternativa C: CORRETA. Menarca precoce e meno- neamente em 57% dos casos, progredindo
pausa tardia aumentam o tempo de exposição para carcinoma in situ em 11% dos casos e
estroprogestagênica do tecido mamário, mo- para câncer invasivo em apenas 1%.
tivo pelo qual configuram fator de risco para Alternativa D: INCORRETA. Os sorotipos 16 e 18 são
neoplasia mamária. Obesidade, provavelmente os mais frequentemente associados ao câncer
pela aromatização no tecido adiposo periférico,
20B 207

de colo uteri no e, por conseguinte, às suas le- @ se for feito exame microscópico da secreção
sões precursoras. em preparação a fresco com soro fisiológico,
Alternativa E: CORRETA. Os fatores de risco para provavelmente serão vistas as Clue Cells.
câncer de colo de útero i ncluem início pre- ® o pH da secreção vaginal deve estar mais áci-
coce de atividades sexuais, multipliddade de do do que o normal da vagina.
pa rceiros sexuais, parceiro masculino com váw © se se aplicar gota de hidróxido de potássio
rias parceiras sexuais, tabagismo, deficiências a 10% à gota desse corrimento, espera-se mu-
nutricionais, imunossupressão, paridade, DST dança de sua coloração para azulado.
atual ou pregressa, rastreamento inadequado, @ é um protozoário flagelado unicelular de
ba ixo nível socioeconômico. transmissão sexual.
® cremes contendo miconazol ou clotrimazol
são formas adequadas de tratamento.
Mulher de 57 anos de idade, com me-
84 nopausa aos 49, sem nunca ter feito uso
de estrogênios ou progestagênios na pós-me-
.,_ COMENTÁRIO: Caso clínico típico de vaginose
bacteriana, na qual ocorre alteração da simbio-
nopausa apresentou sangramento vaginal de se da flora vaginal, com supercrescimento de
pequena intensidade e ao exame especular bactérias anaeróbias e redução significativa das
confirmou-se que a origem era da cavidade espécies de lactobacilos produtores de peróxi-
uterina. Se a cavidade endometrial for exami- do de hidrogênio.
nada, é mais provável que se encontre: Alternativa A: CORRETA. As clue cells são as indica-
doras mais confiáveis de vaginose bacteriana
@ torção de mioma submucoso. (VB). São células epiteliais vaginais que contêm
® hiperplasia endometrial com atipias. muitas bactérias aderidas. Seu achado tem va-
© pól ipo endometrial. lor preditivo positivo de 95% para VB.
@ atrofia endometrial. Alternativa 8: INCORRETA. Nas pacientes com VB, o
® carci noma de endométrio. pH vaginal caracteristicamente está superior a
4,5, resultado da redução da produção de ácido
.,_ COMENTÁRIO: A causa mais comum de san- pelos lactobadlos.
gramento genital pós-menopausa é a atrofia Alternativa C: INCORRETA. A adição de KOH 10% a
cístka do endométrio. Ainda assim, todos os uma amostra fresca de secreção vaginal libera
casos de sangramento genital pós-menopau- aminas voláteis com odor de peixe, o que re-
sa merecem investigação pela possibilidade presenta a positividade para o whiff test.
de se tratar de hiperplasia ou neoplasia mal ig- Alternativa D: INCORRETA. Os agentes etiológicos
na do endométrio. da VB mais comuns são Gardnerella vaginalis
I Resposta: @ e Mobiluncus spp.; já a t ricomoníase (um diag-
nóstico diferencial da VB) tem como agente
etiológico mais comum um protozoário flage-
Mulher de 32 anos de idade, 1 gesta, 1 lado unicelular de transmissão sexual.
85 para, sem antecedente pessoal de do-
enças ou cirurgias, queixa-se de corrimento
Alternativa E: INCORRETA. Os cremes contendo
miconazol ou clotrimazol são parte do arsenal
genital com odor forte. Nega ardor ou prurido t erapêutico da candidíase vulvovaginal (outro
vaginal. Refere que notou esse corrimento nas diagnóstico diferencial da VB). A principal linha
últimas semanas, tendo observado piora do de tratamento da VB envolve o uso de metroni-
odor com a chegada da menstruação e após dazol (via oral ou gel vaginal).
as relações sexuais. Refere usar pílula anticon-
cepcional do tipo combinada como método
para evitar gestações. Ao exame especular, no- Em relação à doença inflamatória pélvica
tou-se leucorreia fluida, branco-acinzentada,
com odor de peixe podre e ausência de sinais
86 aguda (DIPA), é correto afirmar que:

de vaginite. Considerando o agente etiológico @ a presença de dor no abdome inferior, à pal-


mais provável, é correto afirmar que: pação anexial e à mobilização cervicouterina
208 PreparatórioparaResidén<ia Médi<a SUS/SP

associada à temperatura axilar de 38 'C permi- ® a cíclica corresponde a cerca de dois terços
tem tratar como DIPA. dos casos e a acíclica ao restante um terço.
® a detecção de clamídia, gonococo ou mico- © na maioria das vezes, a mastalgia exige tra-
plasma em secreção endocervical é essencial tamentos medicamentosos para ocorrer alívio.
para o diagnóstko de certeza. @ sua presença ajuda a descartar o diagnóstico
© a Neisseria gonorrhoeae ou a Chlamydia de câncer de mama.
trachomatis são as únicas bactérias presentes ® raramente ocorre como decorrência da te-
nesse quadro infeccioso na maioria dos casos. rapêutica hormonal da pós-menopausa com
@ sua ocorrência não implica risco aumentado estrogênios e progestagênios.
para novos episódios de DIPA.
® a laparoscopia é recomendada na aborda- Alternativa A: INCORRETA. A etiologia precisa da
gem inicial para afastar a possibilidade de abs· mastalgia não está determinada, mas é prová·
cessos tubo-ovarianos. vel que esteja relacionada com alterações no
conteúdo aquoso intersticial e, consequente·
Alternativa A: CORRETA. O diagnóstico de DIPA é clf- mente, na pressão intersticial, mediadas por
nico e os principais achados são exatamente os estrogênio e progesterona.
descritos na alternativa. Alternativa C: INCORRETA. Em geral, a mastalgia ci-
Alternativa B: INCORRETA. Novamente, o diag- clica tende a sofrer remissão espontânea com o
nóstico de DIPA é clinico e a detecção de tais inicio da menstruação; habitualmente, podem
agentes. embora corrobore o diagnóstico, não ser usados AINEs para alívio sintomático.
é imprescindível para o mesmo. Não se deve Alternativa O: INCORRETA. A mastalgia adclica cos-
postergar o início do tratamento para esperar tuma ser focal e não demonstra relação com o
a confirmação da presença de pelo menos um ciclo menstrual. Embora seja frequentemente
destes agentes. causada por cisto simples. o câncer de mama
Alternativa C: INCORRETA. A etiologia da DIPA é poli- ocasionalmente se apresenta na forma de dor
microbiana e, embora a Neisseria gonorrhoeae focal na mama. Portanto, essa queixa deve ser
e a Chlamydia trachomatis sejam os agentes investigada com exame físico cuidadoso e, con-
mais comuns, também podem ser encontrados forme achados, exame de imagem focado e
associados: Trichomonas vaginalis, Escherichia eventualmente biópsia com agulha grossa.
coli, Bacteroides fragilis, Enterococcus fecalis ... Alternativa E: INCORRETA. Uma vez que se relacio-
dentre muitos outros. na a alterações no conteúdo aquoso intersticial
Alternativa 0: INCORRETA. Diagnóstko prévio de mediadas por estrogênio e progesterona, é
DIPA é fator de risco para nova DIPA, assim frequente que o uso de terapia hormonal cul·
como duchas, múltiplos parceiros sexuais, mine com mastalgia, em especial. no início do
idade jovem {1 0·19 anos de idade), outras in- tratamento.
fecções sexualmente transmissíveis, parceiro I Resposta: ®
com uretrite ou gonorreia, não usar método de
barreira.
Alternativa E: INCORRETA. A laparoscopia é um pro· Segundo as recomendações do Minis·
cedimento cirúrgico de alto custo e com riscos
inerentes, devendo ser reservada para casos
88 tério da Saúde do Brasil para o rastrea-
mento do câncer do colo uterino, é CORRETO
refratários ao tratamento clinico inicial. E razoá- afirmar que:
vel iniciar terapia antimicrobiana com base no
diagnóstico clinico em pacientes com antece- ® Apesar da recomendação de realizar colpos-
dentes e sinais clínicos sugestivos de DIPA. copia após resultado de lesão íntraepitelíal de
alto grau ao exame citopatológico, a repetição
do exame citológico em 6 meses é uma medida
Em relação à dor mamária, é correto afir- alternativa aceitável.
87 mar que: ® O achado de lesão intraepitelial de baixo
grau ao exame citopatológico obriga a realiza-
® o padrão acíclico indica que a etiologia não ção de colposcopia.
éhormonal.
20B 209

© Os exames citopatológicos devem ser reali- queixa-se de perda urinária aos esforços com
zados anualmente até a idade da menopausa piora gradual há alguns anos, e atualmente a
e, então, passam a ser realizados a cada 3 anos. incomoda bastante com prejuízo da qualidade
@ Em mulheres que não iniciaram a vida se- de vida. Sem doenças crônicas ou uso de ou-
xual, o exame citopatológico só é recomenda- tros medicamentos. Ao exame clínico, cistocele
do após a menopausa, devendo a coleta ser leve, sem outros achados significativos. Urocul-
realizada com haste flexível sem exame espe- tura negativa e exame de urina tipo I (urinálise)
cular. sem achados dignos de nota. Submeteu-se a
® O início da coleta do exame citopatológico teste urodinâmico que revelou complacência
é aos 25 anos para as mulheres que já tiveram vesical normal, ausência de contrações não ini·
atividade sexual. bidas do detrusor e perda de urina com pressão
intravesical acima de 72 cmH20.
Alternativa A: INCORRETA. Não é aceitável aguardar E CORRETO afirmar que, em casos como este:
seis meses diante do diagnóstico citológico de
lesão de alto grau: a colposcopia é mandatória ® Após 5 anos do tratamento cirúrgico, a cirur-
e o atraso na investigação adequada pode mo- gia de Kelly-Kennedy mostra eficácia similar à
dificar o prognóstico e as oportunidades tera- faixa vaginal livre de tensão ou à colpofixação
pêuticas desta paciente. retro púbica.
Alternativa 8: INCORRETA. A recomendação para o ® A imipramina é considerada tratamento de
primeiro achado de lesão intraepitelial de baixo primeira escolha, evitando-se a cirurgia.
grau é a repetição do exame citológico em seis © A cirurgia de sling sintético com faixa vaginal
meses. livre de t ensão é um tratamento eficaz.
Alternativa C: INCORRETA. O início da coleta deve ser @ A colpofixação retropúbica é atualmente
aos 25 anos de idade para as mulheres que já ti- contraindicada.
veram ou têm atividade sexual. O rastreamento ® Há evidência científica suficiente para reco·
antes dos 25 anos deve ser evitado. Os exames mendar o aumento da dose hormonal como
periódicos devem seguir até os 64 anos de ida- tratamento.
de e, naquelas mulheres sem história prévia de
doença neoplásica pré-invasiva, interrompidos IJ> COMENTÁRIO: Caso clínico típico de inconti·
quando essas mulheres tiverem pelo menos nência urinária de esforço (IUE): pós-meno-
dois exames negativos consecutivos nos úl- pausa, com antecedentes obstétricos, urinálise
timos cinco anos. Para mulheres com mais de normal e urocultura negativa e exame urodinâ-
64 anos de idade e que nunca se submeteram mico confirmatório. A queixa típica de perda
ao exame citopatológico, deve-se realizar dois urinária aos esforços associado ao teste urodi-
exames com intervalo de um a três anos. nâmico sem contrações não inibidas do detru·
Alternativa D: INCORRETA. Na ausência de atividade sor permite caracterizar a incontinência como
sexual (virgo), não há indicação de rastreio ci· puramente de esforço, sem componente de
to lógico. bexiga hiperativa.
Alternativa E: CORRETA. Novamente, o início da Alternativa A: INCORRETA. Não se usa mais a cirurgia
coleta deve ser aos 25 anos de idade para as de Kelly-Kennedy para correção de lU E, devido
mulheres que já tiveram ou têm atividade se- aos resultados pobres.
xual. O rastreamento antes dos 25 anos deve Alternativa 8: INCORRETA. A imipramina faz parte
ser evitado. do arsenal terapêutico da bexiga hiperativa
I Resposta: ® (BH), um diagnóstico diferencial da IUE que
pode ocorrer concomitantemente (lU mista).
Alternativa C: CORRETA. Para as pacientes que não
Mulher de 58 anos de idade, 3 gesta, 2 apresentam melhora ou não desejam trata-
89 para (1 parto vaginal e 1 cesariano), 1
aborto, na pós-menopausa há cerca de 9 anos,
mento conservador (ex.: fisioterapia), a cirurgia
é o passo seguinte para o tratamento da IUE.
sob terapêutica hormonal com estrogênio e Os slings configuram o tratamento padrão para
progestagênio em esquema de baixa dose, lU E; os slings de uretra média mais comuns são
com bom controle dos sintomas climatéricos, o TVT (tension·free vaginal tape, um método
210 Preparatório paraResidência Médica SUS/SP

retropúbico) e o TOT (transobturator tape, um GINECOLOGIA EOBSTETRICIA II ·JU LIANA GIROTTI


método transobturador). SPERANDIO
Alternativa 0: INCORRETA. A colpofixação retropú-
bica perdeu espaço para os slings, devido a
menor taxa de complicações destes últimos,
porém continua sendo um tratamento cirúrgi-
co eficaz (85-90% em um ano, 70% em 5 anos) e
91 Primigesta procurou pré-natal com o
exame de VDRL reagente, com título
de 1:8, e FTA-Abs positivo. É CORRETO afi rmar
pode ser utilizada em casos selecionados. que:
Alternativa E: INCORRETA. A melhora do trofismo
genital pode ser conseguida com estrogeniote- ® Em caso de t ratamento incorreto, o recém ·
rapia tópica, mas não há evidência que o uso de -nascido deverá receber tratamento com pe-
TH sistêmica melhore a incontinência urinária nicilina benzatina.
de esforço. ® Deve-se prescrever ao casal penicilina
benzat ina e seguir os títulos de VDRL até a
sua negativação. Orientar o uso de preserva-
Parturiente encontra-se com cervicodila- tivo e not ificar o caso de sífilis na gestação.
9O tação total há 3 horas. Ao exame clinico,
a apresentação encontra-se no plano +3 de De-
© Se a paciente não apresentar lesão cutâ-
nea ou mucosa, deve-se consi derar falso-po-
Lee, e a variedade de posição é occipitopube. sitivo.
Após a contração uterina, os batimentos cardí- ® Deve-se sol icitar a sorologia do parcei ro e,
acos fetais são de 154 bpm. Qual o diagnóstico se positiva, tratar o casal com penicilina ben-
e conduta? zatina 2.4 milhões UI dose única.
® O uso de penicilina para o t ratamento de
® Distócia funcional e parto cesáreo. sífilis na gestação é absolutamente contraín-
® Sofrimento fetal e parto cesáreo. dicado em casos de alergia ao medicamen to.
© Desproporção cefalopélvica e parto cesáreo.
@ Desproporção cefalopélvica e parto fórcipe. Alternativa A: INCORRETA. Em caso de t ratamento
® Período expulsivo prolongado e parto fór- i nadequado da gestante, deve-se i nvestigar
cipe. i nfecção neonata l e, se necessário, realizar
tratamento com penicilina cristalina.
Alternativa A: INCORRETA. Distocia funcional é uma Alternativa B: CORRETA. Deve-se notificar o caso,
entidade que engloba hipo e hipercontratilida- tratar o casal independente da sorologia do
de e incoordenaçâo. Em geral, cursa com para- marido, seguir até a negativação do VDRL e
da secundaria de dilatação. Deve-se corrigir a notificar o caso de sífili s na gestação. O FTA-
distocia (seja aumentando ou reduzindo a infu- ·Abs, que é o teste t reponêmico, pode per·
são de ocitocina, realizando a amniotomia ou manecer posit ivo mesmo após tratamento.
a analgesia) e, se não for corrigível, indica-se a Alternativa C: INCORRETA. A ausência de sinais e
cesárea. sintomas clínicos não se relaciona com a ne-
Alternativa B: INCORRETA. Os batimentos cardíacos cessidade ou não de tratamento da paciente
fetais registrados após a contração sugerem e do parceiro. O diagnóstico sorológico é sufi-
bem-estar fetal, afastando a hipótese de sofri· ciente para indicar o tratamento e. nesse caso,
mento fetal agudo. seria t ratado como sífilis i ndeterminada.
Alternativa 0: INCORRETA. A conduta para despro- Alternativa O: INCORRETA. Independente da so-
porção é parto cesáreo, não fórcipe; de qual- rologia do marido, deve-se tratar ambos e,
quer forma, não configura desproporção, mas neste caso, com três doses de penicilina ben-
perfodo expulsivo prolongado. zatina 2.4 milhões UI.
Alternativa E: CORRETA. Caso clínico clássico de Alternativa E: INCORRETA. Pode-se realizar des-
período expulsivo prolongado, com dilatação sensibilização à penici lina para real ização do
total > 2 horas e dinâmica uterina adequada; tratamento durante a gestação.
a conduta é abreviar o período expulsivo com
fórcipe (se OP, de alivio).
20H 211

Em relação ao mecanismo das duas cél ulas, princip al responsável pela sínt ese d e hormônios
92 esteroides ovarianos d urante a menacme, é CORRETO afirmar q ue:

I Tlt&c;al C~ll Blood Gn~J~ulc$a Cell

C.,o. P<rtiro \
I
.. eAMP ~
CYPt•A
"'"'17'E0tltnE
Estradlol·11~

,
8FSI1
I
1-'rc:tên • CYP171 17? H$(H 1 cAVP
kl'l.etWA 17-0H ~IJnttrO lCI'"JR Estro,.
'CYP 17j
. I>-' f-.. CVI-'191 - P•~I<lnA ~
k f'~Sn
)
11> ~su J
Androste<*loone Anclrotrlet~edlone

@ Tanto as células da teca q uanto as da gra·


n ulosa pro duzem estradio l na d ependência
da gonadotrofina p redominante em cad a mo·
93 Mulher com id ade g estacional d e 32 se·
manas é internada com d iagnóstico de
trabalho d e parto p rematuro não inib fvel. Das
mento. cond u tas a seguir, NAO é indicada p ara o caso:
® O Hormônio Lut einizante (LH) se liga a re·
ceptores intranud eares presentes nas células ® dampeamento p recoce do cordão umbilícal.
da teca. ® anti biotico terapia endovenosa para a p artu·
© O p rocesso d e aro matização é aq uele q ue riente.
transforma estradiol em testostero na e oco rre © avalíação d a vitalidade fet al d urant e o t raba·
nas células d a t eca. lho d e parto.
@ O Hormônio Foliculo-Est imu lante (FSH) se @ amniotomia tard ia.
líga ao recepto r de membrana p resente nas cé- ® epi siotomia ampla.
lulas d a granu losa.
® O colesterol é o p recursor p ara a formação ~ COMENTÁRIO: O autor deseja saber a alternati·
de estradiol nas células tecais. v a i ncorreta. Vejamos:
Alternativa A: CORRETA. Deve·se clampear o cor·
~ COMENT~RIO: A figura abaixo ilust ra o meca· d ão u mbilical imediatamente após o parto de
nismo end ócrino d as duas células - duas gona· modo a oferecer os cuidados neonatos mais
dotrofinas. preco cemente ao recém· nascido premat uro.
Vejamos as alternativas. Alternativa 8: CORRETA. Em todo trabalho de p ar·
Alternativa A: INCORRETA. As células da granulosa to prematuro, q ue não tenha coleta recente
prod uzem estradiol a partir do estfmulo d o FSH. (menor q ue S semanas) d e Streptoco co do
Alternativa 8: INCORRETA. O LH se liga a receptores g rup o 6, deve·se real iza r pro filax ia p ara inf ec·
de membrana presentes nas células da teca. ção neo natal.
Alternativa C: INCORRETA. O p rocesso d e aromatiza· Alternativa C: CORRETA. ~necessário avaliação da vi·
ção ocorre nas células da granulosa, d e modo a talíd ade fetal durante todo o trabalho de parto.
converter os androgênios em estrogênios. Alternativa 0: CORRETA. Deve·se evitar realizar
Alternativa O: CORRETA. O FSH se líga aos recepto· amniotomia precoce com intenção d e red uzi r
res de memb rana d a granulosa. trauma fetal d u rante a p assagem p elo canal
Alternativa E: INCORRETA. O co lesterol é transfo r· d e parto.
mado em androg ên io nas células tecais. Alternativa E: CORRETA. Em alg uns serviços, é i ndi·
cad a epi siotomia nos casos de p rematuridade,
212 Preparatóriopara ResidênciaM~dica SUS/SP

de modo a reduzir o tempo de compressão do Alternativa E: INCORRETA. Como já comentado, a


polo cefálico durante o desprendimento da circulação pulmonar é um território de alta re-
cabeça. A questão foi anulada justamente por sistência ao fluxo sanguíneo fetal.
todas as alternativas estarem corretas e, dessa
maneira, não apresentar resposta.
Quanto ao mecanismo de parto da apre-

Quanto à circulação fetal, é INCORRETO


95 sentação cefálica fletida, quantos graus,
e em que sentido, precisa rodar o feto em ODA
94 afirmar: para realizar o hipomóclio?

@ O canal arterial transporta sangue pouco @ 45' no sentido horário.


oxigenado, do tronco da pulmonar, para a aor- ® 45' no sentido anti-horário.
ta descendente. © 90' no sentido anti-horário.
® O cordão umbilical liga o feto à placenta @ 135' no sentido horário.
e é composto por duas artérias e uma veia. A ® 90' no sentido horário.
veia transporta o sangue oxigenado da pla-
centa ao feto. .,. COMENTARIO: Paciente em variedade de po-
© O dueto venoso díreciona sangue oxigena- sição occipício direita anterior, o que significa
do proveniente da veia umbilical em direção à que o ponto de referência (que é o occipfcio)
veia cava inferior. localiza-se posicionado às 1O horas. A questão
@ O sangue bem oxigenado presente no átrio desej a saber, portanto, quantos graus a cabeça
direito é desviado pela crista dívídens, através precisa rodar para que o occípícío chegue às
do forame oval, para o átrio esquerdo. 12hs, de modo a realizar o hipomóclio.
® A circulação pulmonar fetal constituí territó-
12 hs
rio de baixa resistência ao fluxo sanguíneo.

.,. COMENTARIO: O autor desej a saber a alternati-


va incorreta. Vejamos:
Alternativa A: CORRETA. O canal arterial. ou due- 9 hs 3 hs
to arterioso, transporta sangue do ventrículo
direito (tronco da pulmonar) para a aorta des-
cendente, possibílítando desvio do fluxo san-
guíneo do pulmão fetal. onde não ocorrem
trocas gasosas e oferece grande resistência à
circulação fetal.
Alternativa 8: CORRETA. O cordão umbilical possui 06 hs
três vasos: duas artérias e uma veia. As artérias
carregam sangue venoso do feto para a pla- .,. COMENTARIO: Como observas-se na ilustração
centa, e a veia traz sangue oxigenado da mãe acima, o feto deverá girar 45 graus no sentido
para o feto. horário para chegar às 12hs. Lembre-se sempre
Alternativa C: CORRETA. O dueto venoso encaminha que, quando houver questões sobre variedade
aproximadamente metade de fluxo sanguíneo de posição, esquematizar o proposto no enun-
da veia umbilical diretamente para a veia cava ciado para facilitar o raciodnio.
inferior, e a outra metade para o sistema porta I Resposta: @
hepático.
Alternativa D: CORRETA. O fluxo proveniente da
veia cava inferior é dividido pela crista divídens, Prímigesta com idade gestacíonal de 38
com maior parte sendo direcionado para o fo-
rame oval, e deste ao ventrículo esquerdo, per-
96 semanas, encontra-se em trabalho de
parto há 4 horas, com 6 em de dilatação, bol-
mitindo que órgãos nobres, como o coração e sa rota, feto único em apresentação cefálica.
sistema nervoso central, recebam sangue rico Apresenta o padrão cardiotocográfico ilustrado
em oxigênio.
20B 213

abaixo há 40 minu tos. (VER IMAGEM). Qual a A paciente encontra-se na fase ativa do t raba-

,. ....
principal hipótese diagnóstica e conduta?
..
lho de parto, com 3 contrações em 10 minutos.
compatível, então, com o esperado e sem ne-
cessidade de ocitocina .
/. f
"'-
•• •• ~
Al ternativa C: CORRETA. Justificado acima.
• • • • Alternativa D: INCORRETA. Sofrimento fetal crônico,





• ·-
.1 em geral, é demonstrado por meio de altera-
ções do índice de líquido am niótico ou insufi-

it liil. Jl Zt
@ Vitalidade fetal intraparto preservada e anal-
ciência placentária que alteram os valores de
dopplervelocimetria.
Alternativa E: INCORRETA. Já justificado nas alterna-
tivas anteriores.

gesia.
® Distocia funcional e ocitocina endovenosa.
© Sofriment o fet al agudo e parto cesáreo.
@ Sofrimento fetal crônico e parto cesáreo.
97 Das complicações abaixo, NÃO é mais
frequente no diabetes gestacional :

® Vitalidade fetal preservada int raparto e oci- @ hipoglicemia neonatal.


tocina endovenosa. ® polidrãmnio.
© policit emia.
.,. COMENTÁRIO: Analisemos o padrão cardioto- @ desconforto respiratório do recém-nascido.
cográfico intraparto: a linha superior represen- ® hipercalcemia neonatal.
ta a Frequência Cardíaca Fetal (FCF), enquanto
a linha inferior refere-se ao padrão de contra- .,. COMENTÁRIO: São frequent es complicações do
ções. Cada coluna representa 1 minuto corrido diabetes gestacional:
no tempo analisado. Desta cardiot ocografia, feto grande para idade gestacional ou ma-
p odemos avaliar então: cros som ia fetal
• Dentro de 1O min, a paciente apresenta três polihidrãmnio
contrações. Não podemos avaliar a intensidade trabalho de parto prematuro e rotura pre-
das mesmas (pois esta é medida pelo tempo de matura de membranas ovulares
duração das mesmas). óbito fetal intraútero
·Unha de base da FCF encontra-se em 150 bati- hipoglicemia neonatal
mentos p or minuto. · Percebe-se uma queda na desconforte respiratório no recém-nascido
FCF mais de 20 segundos após o pico da con- hipocalcemia neonatal
tração. Este tipo de queda é denominado de- icterícia neonatal
saceleração tardia, ou DlP 11. A DIP 11 frequente Como vemos, o diabetes gestacional pode cau-
durante o trabalho de parto, que não consegue sar hipocalcemia, e não hipercalcemia neonat al.
ser corrigida com medidas de ressuscitação I RMposta: ®
intrauterina (mudança de decúbito, oxigênio,
correção de taquissistolia/ hipertonia uteri-
na quando existente), indica sofrimento fetal O ponto de referência da apresentação
agudo e necessidade de resolução da gestação
pela via mais rápida. Neste caso, a paciente está
98 cefálica defletida de segundo grau é:

com 6cm de dilatação, a via mais rápida indica- @ subocciplcio.


da seria parto cesáreo. ® mento.
Vejamos as alternativas: © lambda.
Alternativa A: INCORRETA. A vitalidade fet al está @ glabela.
comprometida, por isso. a intervenção neces- ® bregma.
sária seria parto imediato.
Alternativa B: INCORRETA. O diagnóstico de distocia
funcional é dado quando as contrações não es-
tão adequadas para fase do trabalho de parto.
214 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

._ COMENTARIO: A tabela abaixo correiaciona apresentação com o ponto de repato, ponto de referên-
cia., linha de orientação e diâmetro de insinuação, retirado do livro Zugaib, Obstetrícia.

Dlimtlnl dt
Apresen~o Pontodt"'JMM Ponto de rtferfncli l.lniY dt orltn~io
lml~
Fontanel• lamb-
Cefálica fletida Ocdpído Sutura sagital Blporietal
d6ide
Angulo anterior
Cefálica defleti- Sutura sagrtome-
da fontanela Bregma Blporietol
da de 1ogr<1u topica
bregmátiu
Cefálica defleti· Raiz do ~riz ou
Naso Sutura metópica Bitemporal
da de 20 grau glabela
Cefálica defteti· Queixo Mento Unha facial Bimalar
da de l<'grou
Pêlvlca Ponta dO CÓCCIX Sacno Sulco lnterglilteo Bitroantérlco

blleQ ,......,....., "vlllol""' dt posl(lo, ~t~lr.ldo do 1Mollbl1<tric».l>oá

Dessa maneira, o ponto de reparo na apresentação cefálica defletida de segundo grau é a glabela,
e o ponto de referência é o naso.
I Resposta: @

99 Durante a gravidez, é contraindicada a vacina contra:

@ influenza.
®caxumba.
© meningite meningocócica.
@ tétano.
®hepatite B.

._ COMENTARIO: Veja a tabela abaixo, retirado dos protocolos assistenciais em obstetrícia da FMUSP,
quinta edição.

Vad111s seguras e dt rot1111 n1 Vad111s uSidas 111 gesta~ em VICIIIIS contrlllndlcaus 111
oe~ sltu<ôfs espedab gesta~
dT (Tétano e Oifteri•) Hepat~eA Sar.ompo
Coqueluche acelular Tuberculose (BCG) Rubéoi<l
lnfluenza Pneumococo Coqueluche
Hepatite B Meningococ:o Caxumba
Raiva Varkela
Febre •maret•
Poliomielite (no Brasil)

Dessa maneira, a única vacina, entre as alternativas, contraindicada na gestação é a de caxumba,


letra B, que é a resposta da questão
I Resposta: @
2013 2IS

Akomotin C: INCORRETA. Na mola pacial, podem


existir veslculas ontrauterínas. porém sempre há

1OO Ptimigesta de 26 anos de idade, com


atraso menstrual de lO semanas, procu-
ra o pronto-socorro com queixa de sangramen-
presença do embrião.
Altematins De E: INCORRETAS. Já explanado na letra
A.
to genital. Ao exame clínico, a pressão arterial é
de I SO x 90 mmHg, há edema de face, o útero
é palp~vel acima da sínfise púbica e os anexos
são aumentados e dolorosos à palpação. A ul-
trassonografia descreve imagem intrauterina
em •tempestade de neve· e ovários apresentam
cistos tecaluteínicos. O embrião não foi visua li·
udo. Qual a hipõtese diagnóstlca e a conduta
para o caso?

@ Coriocarcinoma e histerectomia seguida da


quimioterapia adjuvante.
® Mola completa e curetagem uterina.
© Mola parcial e curetagem uterina.
@ Neoplasia trofoblástica e hlsterectomia.
<é) Neoplasia trofoblástica e quimioterapia.

11- COMENTÁRIO: Questão diflcil sobre diagnós-


ticos diferenciais sobre moléstia trofoblástica
gestacional. Nesta entidade, existem 5 possí-
veis diagnósticos diferenciais: neoplasla tro-
foblástica gestacional (dividida em mola inva-
sora, tumor trofobástico de sitio placentário, e
tumor trofoblástico epitelíólde e coriocarcino-
ma) e mola hidatíforme (parcial ou completa).
Vejamos as alternativas.
Ahtm.atlva A: INCORRETA. O diagnóstico de neo-
plasia trofoblástica gestacional dificilmente ê
dado clinicamente, mas sim laboratorlalmente
com curva de HCG, exames de imagem de·
monstrando metástases ou diagnóstico histo-
pato16gico. A conduta nestes casos depende
do grau de invasão, presença ou não de metás-
tases. paridade da paciente.
Aktm.atlva 8: CORRETA. Clinicamente, suspeita-se
de gestação molar completa com aumento
press6rico precoce, associada á hiperêmese
persistente e útero aumentado para idade
gestacional. A ultrassonografia, observam-se
Imagens vesiculares intrautennas (tempesta-
de de neve) e ausência de embrião, e podem
estar presentes cistos teca·luteinlcos na região
dos ovários. A conduta é esvaziamento uterino
e enviar material para avaliação e confirmação
histopatológica.
2014

MEDICINA PREVENTIVA· JULIANO SILVEIRA DE ARAÚJO

A cloração da rede de água e os programas de reabilitação física para pacientes com doença
O1 neurológica crônica, correspondem:

@ ambos à prevenção primária.


® ambos à prevenção secundária.
© à prevenção secundária e primária, respectivamente.
@ à p revenção p rimária e secundária, respectivamente.
® à prevenção primária e terciária, respectivamente.
.. COMENTARIO Cloração da Água (Prevenção Primária - "Evitar Surgir Doença")· Reabilitação Neuro·
lógica (Prevenção Secundária). Segue as definições. Demais itens incorretos por exclusão.

Quachl
Ap~ da sallde tos nlvtls dt prtfttlçáo Sf9Undo Luvtll & Cl.t (1965)
A promoção da saúde aparece como prevençáo primária, confundindo-se com a
prevenção referente à proteçáo específica (vaónaçáo, por exemplo). Corresponde a
Primária (promoção medidas gerais~ educativas, que objetivam melhorar a resistência e o bem-estar geral
dos indivíduos (comportamentos alimentares. exerdcio físico e repouso, contenção
da saúde eproteçao de est~sse, nlo inoest&o de drogas ou de tabaco}, para que ~stam ~s agress6es dos
espedfica) agentes. Também d iz respeito a aç6es de orientação para cuidados com o ambiente,
para que esse náo favoreça o desenvolvimento de agentes etiológicos (comporta-
mentos higiênicos relacionados à habitaçáoe aosentornos).
Engloba estratégias populacionais para detecçáo precoce de doenças, como por
Secund~~a (dlag. exemplo, o rastreamento de dncer de colo uterino. TamWm contempla aç6e-s com
indivíduos doente$ ou acidentados com diagnósticos confinnados, para que, para
nóstlco e tratamento que se curem ou mantenham-se funcionalmente sadios, evitando complicaçóes e
precoce; limitaçãoda mortes prematuras. Isto se dá por meio de práticas clínicas preventivas e de educaçáo
Invalidez) em saúde, objetivando a adoção/mudança de comportamentos (a l ime ntar~ ativi-
dades físic.u etc.).
Consiste no cuidado de sujeitos com sequelas de doenças ou acidentes, 'lisando a
Terckírta (reabilitação) recuperaçáo oo a manutençáo em equilibrio funcional.

I Resposta:®
21& PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

• Leishmaniose Tegumentar Americana


• Leishmaniose Víscera!

02 A Lista Nacional de Doenças de Notifica-


ção Compulsória foi atualizada em 2006,
através da Portaria n.• 5 da Secretaria de Vigi-
• Leptospirose
·Malária
·Meningite por Haemophilus influenzae
lância em Saúde do Ministério da Saúde. São ·Peste
doenças de Notificação Compulsória: • Poliomielite
• Paralisia Flácida Aguda
@ toxoplasmose e carbúnculo. • Raiva Humana
® leishmaniose tegumentar americana e crip- ·Rubéola
tococose. • Slndrome da Rubéola Congênita
© sífilis em gestante e hanseníase. ·Sarampo
@ febre t ifoide e b rucelose. • Slfilis Congênita
® hepatites virais e hidatidose. • Sífilis em gestante
• Síndrome da l munodeficiência Adquirida-
Alternativa A: INCORRETA. Toxoplasmose não faz AIDS
parte da lista. • Síndrome Febril fctero-hemorrágica Aguda
Alternativa C: INCORRETA. Criptococose não faz par- • Síndrome Respiratória Aguda Grave
te da Lista. · Tétano
Alternativa D: INCORRETA. Brucelose não faz parte • Tularemia
da Lista. · Tuberculose
Alternativa E: INCORRETA. Hidatidose não faz parte ·'Varíola
da Lista.
Doenças e Agravos de notificação imediata
Vide a Lista At ual de Notificação Compulsó· I. Caso suspeito ou confirmado de:
ria (2016). É NECESSARIO MEMORIZAR a. Botulismo
b. Carbúnculo ou Antraz
Lista Nacional de Doenças e Agravos de No- c. Cólera
t ificação Compulsória d. Febre Amarela
·Botulismo e. Febre do Nilo Ocidental
• Carbúnculo ou Antraz f. Hantaviroses
·Cólera g. lnfluenza humana por novo subtipo (pandê-
· Coqueluche mico)
·Dengue h. Peste
· Difteria i. Poliomielite
·Doença de Creutzfeldt- Jacob j. Raiva Humana
· Doenças de Chagas (casos agudos) k. Sarampo, em indivíduo com h istória de
·Doença Meningocócica e outras Meningites viagem ao exterior nos últimos 30 dias ou de
• Esquistossomose (em área não endêmica) contato, no mesmo período, com alguém que
·Eventos Adversos Pós-Vacinação viajou ao exterior
· Febre Amarela I. Síndrome Febril fctero-hemorrágica Aguda
·Febre do Nilo Ocidental m . Slndrome Respiratória Aguda Grave
· Febre Maculosa n. Varíola
·Febre Ti foi de o. Tularemia
• Hanseníase
• Hantavirose 11. Caso confirmado de:
·Hepatites Virais a. Tétano Neonatal
• Infecção pelo vírus da imunodeficiência hu·
mana - HIV em gestantes e crianças exp ostas ao 111. Surto ou agregação de casos ou de óbitos
risco de t ransmissão vertical por:
• lnfluenza humana por novo subtipo (pandê- a. Agravos inusitados
mico) b. Difteria
2014 219

c. Doença de Chagas Aguda ® O modelo médico-assistencial privatista é


d. Doença Meningocócica aplicado exclusivamente no setor privado.
e.lnfluenza Humana ® O modelo sanitarista é predominantemente
curativo e hospitalar.
IV. Epizootias e/ou morte de animais que podem © No modelo médico-assistencial, privatísta
preceder a ocorrência de doenças em humanos: é a pressão espontânea e desordenada da de·
a. Epizootias em primatas n~o humanos manda que condiciona a organização de recur·
b. Outra.s epizootias de importância epidemia· sos para a oferta.
lógica @ O modelo sanitarista propõe enfrentar os
problemas de saúde da população mediante
Resultados laboratoriais devem ser notificados atenção universal sem a inclusão de campa·
de forma imediata pelos Laboratórios de Saúde nhas e programas especiais.
Pública dos Estados (LACEN) e Laboratórios de ® O modelo sanitarista inclui como sujeitos a
Referência Nacional ou Regional equipe de saúde e a própria população.

I. Resultado de amostra individual por: Alternativa A: INCORRETA. O modelo privatista é o


a. Botulismo de demanda espontânea (quando o paciente
b. Carbúnculo ou Antraz se sente doente), dessa forma serviços públicos
c. Cólera também tem essa característica.
d. Febre Amarela Alternativa 8: INCORRETA. Modelo Assistencial "Sa·
e. Febre do Nilo Ocidental nitarista•
f. Hantavirose O modelo sanitarista corresponde a Saúde
g. l nfluenza humana por novo subtipo (pandê· Pública institucionalizada no Brasil durante o
mico) século XX, que tem enfrentado os problemas
h. Peste de saúde da população mediante campanhas
i. Poliomielite (vadnaç~o, combate as epidemias, reidratração
j. Raiva Humana oral etc.) e programas especiais (controle da tu·
k.Sarampo berculose e da hanseníase , saúde da criança,
I. Síndrome Respiratória Aguda Grave saúde da mulher e saúde mental etc.)
m. Varíola Alternativa (: CORRETA. Modelo Médico·Assisten·
n. Tularemia cíal Privatista.
É o mais prestigiado, predomina no Brasil, es·
11. Resultado de amostras procedentes de inves· tando voltado para os indivíduos. Esse modelo
ligação de surtos: reforça a atitude dos indivíduos de só procu·
a. Agravos inusitados rarem os serviços de saúde quando se sentem
b. Doença de Chagas Aguda doentes.
c. Difteria • Características :
d. Doença Meningocócica • Está centrado na figura do médico especia·
e. lnfluenza Humana lista, privilegia a utilização de tecnologias para
diagnostico e tratamento de doenças.
Fonte: http://www.saude.sp.gov.br/resources/ Alternativa D: INCORRETA. As Campanhas e progra·
ses/perfiVprofissional·da-saude/servicos/lista_ mas especiais são essencíais ao modelo sanita·
naáonal_de_doencas_de_n otificacao_compu! soria_. ris ta.
pdf Alternativa E: INCORRETA. O modelo sanitarista tem
como sujeito o •sanitarista: cujo trabalho toma
I Resposta: ® por objeto os modos de transmissão e fatores
de risco de doenças, numa perspectiva epide·
miológica.
Em relação aos modelos assistenciais
03 ou modelos de atenção, é CORRETO
Entre 1981 e 1983, pesquisadores dos
afirmar que:
04 Centers for Disease Control, reuniram
220 Preparatório paraResidén<ia Médi<a SUS/SP

informações sobre 1.000 pacientes residentes cência chama a atenção para a complexa reali-
nos Estados Unidos que preenchiam uma de- dade da juventude brasileira e, em particular de
finição usada para a vigilância da AIDS. Com adolescentes, articulando aspectos ligados ao
esses dados eles desçreveram as características exercício da sexualidade e da vida reprodutiva,
demográficas e comportamentais dos pacien- ~s condições materiais de vida e ~s múltiplas re-
tes e as complicações da doença. O tipo de es- lações de desigualdade que constituem a vida
tudo realizado é denominado: social em nosso país.

@ ensaio clínico randomizado.


®coorte. Em relação aos parâmetros para valida·
© caso-controle.
@ estudo transversal.
06 ção de testes diagnósticos, o conceito
de precisão é definido como parâmetro que:
® série de casos. ANULADA.

Alternativa A: INCORRETA. É um estudo observado- @ determina a capacidade do teste em forne-


na!, sem nenhum tipo de intervenção, portanto cer resultados muito próximos ao verdadeiro
é incorreto afirmar se tratar de um ensaio clínico. valor do que se está medindo.
Alternativa B: INCORRETA. Nos estudos de coortes ® determina existir concordância dos resulta-
(são também longitudinais) acompanhamos dos obtidos quando um mesmo teste é feito
uma grupo de indivíduos expostos a um deter- várias vezes.
minado fator de risco e avaliamos o surgimento © se refere~ obtenção de resultados iguais em
de determinada doença. testes realizados com a mesma amostra do ma-
Alternativa C: INCORRETA. Nos estudos de Caso- terial biológico, quando feitos por diferentes
·Controle, existem indivíduos doentes e sadios, pessoas em diferentes locais.
diferente da serie de casos que apresentam @ se refere à proporção de resultados verda-
apenas indivíduos doentes. deiros positivos.
Alternativa D: INCORRETA. O estudo acima tem du- ® se refere à proporção de resultados verda-
ração de dois anos, portanto, trata-se de uma deiros negatívos.
estudo longitudinal.
Alternativa E: CORRETA. Temos um longitudinal de ~ COMENTÁRIO Questão anulada (itens A e B
1000 indivíduos (casos) que já apresentavam Corretos). Segue o conceito de precisão: Pre-
uma determinada doença (AIDS), portanto cisão: A precisão, neste sentido, é a dispersão
trata-se de uma série de casos. Vide o quadro do conjunto de valores que se obtém a partir
resumo abaixo: das medições repetidas de uma magnitude ou
grandeza: quanto menor é a dispersão, maior é
a precisão.
Em relação às mudanças no perfil e na I Resposta: QUESTAO ANULADA
05 dinâmica demográfica do Brasil nas últi-
mas décadas, todas estão corretas, EXCETO:
São caracteristícas dos estudos de coor-
@ Aumento do envelhecimento populacional.
® Diminuição da taxa de fecundidade.
07 te,
EXCETO:
© Diminuição da gravidez na adolescência.
@ Aumento da expectativa de vida. @ Permitem estabelecer a prevalência da
® Aumento da população urbana. doença.
® A exposição pode ser obtida sem o potencial
Alternativa A: CORRETA. Com a Transição demo- viés decorrente do desfecho já ser conhecido.
gráfica (diminuição da taxa de natalidade e au- © Podem avaliar a relação da exposição com
mento da sobrevi da) houve um envelhecimen- várias doenças.
to populacional. @ Podem ser concorrentes ou históricos.
Alternativa C: INCORRETA. Não houve redução na ® Requerem o arrolamento de um número
gravidez na adolescência. A gravidez na adoles- muito maior de pessoas do que os estudos que
2014 221

apresentam o evento de interesse. é essencial para evitar formas mais graves da


doença. Suspeito: individuo que apresente fe-
Alt•rnativa A: INCORRETA. Os estudos TRANSVER· bre de início súbito, cefaleia, mialgia e história
SAIS permitem o estabelecimento da prevalên· de p icada de carrapato e/ou ter frequentado
cia de uma doença. área sabidamente de transmissão de febre ma-
Alt•rnativa B: CORRETA. Os estudos de coorte par· culosa, nos últimos 15 dias; ou indivíduo que
tem da causa (exposição) para a consequência apresente febre de inicio súbito, cefaleia, mial-
(doença). gia, seguido de aparecimento de exantema
Alt•rnativa C: CORRETA. Um mesmo fator de risco maculo -papular, entre o segundo e quinto dias
p ode ser responsável por varias doenças. de evolução e/ou manifest ações hemorrágicas.
Alt•rnatlva D: CORRETA. Para além dos estudos de Alternativa C: INCORRETA. A febre hemorrágica do
coort e prospectivos existem dois outros tipos Dengue pode surgir de 3 a 15 dias.
de estudos de coorte: os estudos de coorte re· Alternativa D: INCORRETA. O período de incubação
trospectivos ou h istóricos (em que exposição e varia de 2 a 15 dias.
tempo de seguimento aconteceram no passa· Alternativa E: INCORRETA. Quadro Fulminante, evo-
do) e os estudos de coorte duplo ou com con· lui de u m a três dias.
trolos externos (em que os indivfduos expostos
e os não expostos pertencem a populações di·
ferentes). O Ministério da Saúde iniciará a vacina-
Alt•rnativa E: CORRETA. Do ponto de vista prático,
uma importante desvantagem dos estudos
09 ção contra o vírus do papiloma humano
em 2014. A faixa etária das meninas que rece-
de coorte é que se o resultado esperado, ge· berão as primeiras doses dessa vacina é de:
ralmente uma doença, for pouco frequente (o
que, normalmente, acontece) um grande nú· @ 7 a 9anos.
mero de indivíduos tem que ser seguido duran· ® 9a11anos.
te um longo período de tempo para ser possí· © 9a 13anos.
vel tirar conclusões. @ 11 a 13 anos.
® 13a 15anos.

A definição de caso suspeito: "Indivíduo I> COMENTÁRIO O Ministério da Saúde está am-
O8 que apresente febre de início súbito, ce·
faleia e mialgia, seguido de aparecimento de
pliando a faixa etária para a vacinação contra
o vírus do papiloma humano (HPV), usada na
exantema maculopapular, entre o segundo e prevenção de câncer de colo do útero. Já em
quin to dias de evolução e/ou manifestações 2014, meninas dos 11 aos 13 anos receberão as
hemorrágicas• refere-se a: duas p rimeiras doses necessárias à imunização,
a dose inicial e a segu nda seis meses depois.
@ malária. A terceira dose deverá ser aplicada cinco anos
® febre maculosa brasileira. após a primeira.
© dengue hemorrágica. I Rosposta: @
@ leptospirose lctero-hemorrágica.
® feb re purpúrica brasileira.
Segundo o Calendário Nacional de Vaci-
Alternativa A: INCORRETA. Surgimento de 5 a 14
dias após a infecção.
1O nação do Ministério de Saúde do Brasil,
a vacina contra rotavlrus deve ser aplicada aos:
Alt•rnativa B: CORRETA. A Febre Maculosa Brasileira
(FMB) é uma doença infecciosa febril aguda, de @ dois e quatro meses.
gravidade variável, cuja apresentação clín ica ® três e cinco meses.
pode variar desde as formas leves e atfpicas até © dois, quatro e seis meses.
formas graves, com elevada taxa de letalidade. @ nove meses.
~transmitida por carrapatos, principalmente ® 12 meses.
do gênero Amblyomma. O tratamento precoce
221 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

._ COMENTA RIO Rotavírus - Existem duas vacinas •No Brasil, 94% da população tem acesso a
disponíveis. A vacina monovalente inclu ída no serviços de água potável. Nas cidades, esse
PNI, indícada em duas doses, seguindo os limi- percentual alcança 98%, contra 92% em 1990,
tes de faixa etária: primeira dose aos dois meses de acordo com o relatório da Unícef. Entre a po·
(limites de 1 mês e 15 dias até no máximo 3 me- pulação rural, o avanço foi bem mais expressivo
ses e 15 dias) e a segunda dose aos quatro me- nos últimos 25 anos: apenas 38% acessavam
ses (limites de 3 meses e 15 dias até no máximo redes de água limpa nestas regiões, contra 70%
7 meses e 29 dias). em 2015."
I Resposta: ® I Resposta: @

Qual dos seguintes tipos de câncer apre- Sobre o vírus papiloma humano (HPV) e
11 senta menos evidências que justifiquem
sua inclusão nas estratégias atuais de rastrea-
13 o câncer de colo de útero, NÃO é correto
afirmar:
mento oncológico?
® A maioria das mulheres sexualmente ativas
® Colo de útero. será infectada por um ou mais tipos de HPV em
® Cólon. algum momento da vida.
© Mama. ® O câncer de colo de útero é o primeiro tu·
@ Reto. mor mais frequente na população feminina no
® Pulmão. Brasil.
© O câncer de colo de útero é a quarta causa
._ COMENTÁRIO A evidência atual não dá supor- de morte de mulheres por câncer no Brasil.
te para o rastreamento para câncer de pulmão ® Os HPV 16 e 18 são os principais responsá·
com radiografia de tórax ou citologia do escar- veís dos casos de câncer de colo do útero.
ro. Rastreamento anual com TC de baixa dose ® Os HPV 6 e 11 são os principais responsáveis
está associado a uma redução da mortalidade dos casos de verrugas genital • condiloma acu-
por câncer de pulmão em fumantes de alto minado.
risco, mas são necessários mais dados sobre o
custo efetividade do rastreamento e os male- ._ COMENTÁRIO Questão Anulada. Existem dois
fícios e beneficios relativos ao rastreio através ítens INCORRETOS.
de uma gama de diferentes grupos de risco e Alternativa A: CORRETA. Felizmente apenas 1% dos
contextos. casos HPV estão associadas com câncer.
I Resposta: ® Alternativa 8: INCORRETA. O câncer de Colo de úte·
ro é o terceiro mais frequente na população fe·
minina no Brasil (Mama em primeiro, seguido
A distribuição de água potável no Brasil, de Colorretal).
12 quando consideradas áreas urbanas e ru-
rais, atinge, aproximadamente, o seguinte per-
Alternativa C: INCORRETA. O Câncer de Colo Uterino
é a sétima causa de morte por canceres nas mu·
centual da população: lheres.
Alternativas Oe E: CORRETAS. Conheça um pouco
® 20%. mais sobre a Vacina do HPV. Foram desenvolvi·
@ 40%. das duas vacinas contra os tipos de HPV mais
© 60%. presentes no câncer de colo do útero. Essa va-
@ BO%. cina, na verdade, previne contra a infecção por
® 100%. HPV. Mas o real impacto da vacinação contra o
câncer de colo de útero só poderá ser observa·
.. COMENTÁRIO Questão polêmica. O Gabarito do após décadas. Uma dessas vacinas é quadrí·
fornecido foi letra O (BO%). Seria difícil afirmar valente, ou seja, previne contra quatro tipos de
que 100% da água potável estaria disponível. HPV: o 16 e 18, presentes em 70% dos casos de
Então ficamos com a resposta O. câncer de colo do útero, e o 6 e 11, presentes
2014 223

em 90% dos casos de verrugas genitais. A outra


é específica para os subtipos de HPV 16 e 18. @ Representam a segunda causa mais frequen-
te de morte.
® A maioria das vítimas da violência urbana
Estratégias como adequada distribuição são homens, jovens, da raça negra, e apresen-
14 de medicamentos, interrupção da ca-
deia de transmissão e detecção precoce para
tam baixa escolaridade e baixo nível socioeco-
nômico.
diminuir a incapacidade física, fazem parte das © Observa-se aumento na mortalidade entre
ações contra: os motociclistas.
@ Compreendem as lesões decorrentes de aci-
@ hanseníase. dentes e de violências.
® malária. ® A análise de série histórica da mortalidade
© poliomielite pelo vírus selvagem. por homicidios identifica tendência crescente.
@ deficiência de vitamina B12.
® desnutrição. Alternativa A: INCORRETA. A causa mais frequente
de morte em 20 14 foram os Infartos, seguidos
.,. COMENTÀRIOA hanseníase é uma doença crô- dos Acidentes Vasculares Cerebrais. Causas ex-
nica, infectocontagiosa, cujo principal agente ternas ficaram em terceiro Lugar.
etiológico é o Mycobacterium leprae (M. Le- ·o infarto agudo do miocárdio é primeira causa
prae). Esse bacilo t em a capacidade de infectar de mortes no País, de acordo com a base de
grande número de indivíduos, no en ~tanto dados do DATASUS, de Departamento de In-
poucos adoecem. A doença atinge pele e ner- formática do SUS, que registra cerca de 100 mil
vos periféricos podendo levar a sérias incapa- óbitos anuais devidos à doença~
cidades físicas. A hanseníase é uma doença de Alternativa B: CORRETA. Esse grupo representa boa
notificação compulsória em todo o território parte da população pobre e marginalizada das
nacional e de investigação obrigatória. grandes cidades.
I Resposta: @ Alternativa C: CORRETA. Os acidentes de transito,
principalmente motociclistas estão associado a
elevados índices de mortalidade.
Grávidas devem receber as seguintes va- Alternativa D: CORRETA. Autoexplicativa.
15 cinas, EXCETO: Alternativa E: CORRETA. Esta tendência de aumento
de homicídios tem sido principalmente nos
@ Toxoide diftérico. bolsões de pobreza.
® Vacina contra hepatite B.
© Vacina contra influenza.
@ Toxoide tetânico. Nos níveis de evidência científica, segun-
® Vacina contra rubéola. 17 do a Classificação de Oxford Centre for
Evidence-8ased Medicine, o nível 38 corres-
... COMENTARIO Que algumas vacinas são de pondea:
grande importância na gestação, todos os mé-
dicos sabem, mas muitos não tem reforçado a @ Ensaio clínico controlado e randomizado
necessidade de imunização para as mulheres com intervalo de confiança estreito.
grávidas. Existem vacinas que estão disponíveis ® Estudo de coorte (incluindo ensaio clínico
nos postos de saúde gratuitamente: a Vacina randomizado de menor qualidade).
lnfluenza, Vacina dTpa (Toxoide diftérico e To- © Estudo ecológico.
xoide Tetânico) e Vacina Hepatite B. @ Estudo caso-controle.
I Resposta: ® ® Relato de casos.

Alternativa A: INCORRETA. Ensaio Clínico Randomi-


Em relação às causas externas de morte zado e Controlado (1 8).
16 no Brasil, é INCORRETO afirmar: Alternativa B: INCORRETA. Estudo de Coorte (28).
Alternativa C: INCORRETA. Estudo Ecológico (2C).
224 PreparatórioparaResidência Medica SUS/SP

Ntwl dl! Evtdfnda Cfl!ntlfica por Tipo dl! Estu4t - "'xfort Cl!nlrl! for Evtdencl!-basl!d Mll4klnl!"-llltlnla
atuallla{.io maio ~e 2001
Grau de Reco- Ntvel de Tratamento/Prevenção - Etio-
Dlagnostn
IMIKiaçáo EvtdOnda logia
Revisá o Sistemática (com homogenei-
Revisão Sistemática (com homo-
dade) de Estudos Diagnósticos nível t
tA geneidade) de Ensaios Clínicos
Critério Diagnóstico de estudos nível
Controlados e ~ndomi ~os
18, tm di~tes centros cllnicos

A Ensaio Clínico Controlado e Ran- Coorte validada com bom padrão de


18 domizado com intervalo de Con- referência Critério Diagnóstico testa-
fiança Estreito do em um \Wiico centro dínico

Resuhados Terapêuticos do tipo Sensibilidade e Espe<ifiddade prôxi-


1(
"tudo ou nada• mas de 1OO'Jift

Revisão Sistemática (com homoge·


Revisão Sistemática (com homo-
2A neidade) de estudos diagnósticos de
geneidade) de estudos de Coorte
nivel > 2
Estudo de Coorte (incluindo En- Coorte Exploratól'ie com bom padrio
de Referência C.ritêrio Diagnóstico de-
28 saio Clínico Randomizado de
rivado ou validado em amostras frag-
Maior Qualidade)
mentadas ou banco de dados
Obse.vaçáo de Resultados Tera-
8
2C pêuticos (outcomes research) Es-
tudo Ecológico
Revtsáo Sistemática (com homo- Revisão Sistemática (com homoge-
3A geneidade) de Estudos Caso-Con- neidade) de estudos diagnósticos de
trole nível > 38
~~çio nio consecutNI de casos~ ou
38 Estudo Caso-controle padráo de referência aplicado de for-
ma pouco consistente
Relato de Casos (incluindo Coorte
Estudo atso-controle ou padr.\o ~ re·
c 4 ou Caso-Controle de menor quali-
ferênda pobre ou nâo independente
dade)

Opiniio desprovida de ~~âáBftico ou baseada em mat~rías bisicas


o s (estudo fisiológico ou estudo com animais)
Alternatíva A: CORRETA. Valor preditivo negativo
Alternativa E: INCORRETA. Relato de Caso {4). {VPN): é a probabilidade de um indivíduo ava-
I Resposta: ® liado e com resultado negativo ser realmente
normal.
Alternativa 8: INCORRETA. Conceito de Eficiência x
A proporção de sadios {sem a doença) Eficácia: eficácia é uma medida normativa do
18 entre os negativos ao teste, corresponde
à definição de:
alcance dos resultados, enquanto eficiência é
uma medida normativa da utilização dos re-
cursos nesse processo. (...) A eficiência é uma
® valor preditivo negativo. relação entre custos e benefícios. Assim, a efi
® eficiência. ciência está voltada para a melhor maneira pela
© sensibilidade. qual as coisas devem ser feitas ou executadas
@ especificidade.
2014 m

(métodos), a fim de que os recursos sejam apli- na ausência de outro diagnóstico específico, e
cados da forma mais racional possível(...) qualquer um dos seguintes sinais de gravidade,
A"•rnativa C: INCORRETA. Sensibilidade: A sensibili- EXCETO:
dade de um método reflete o quanto este é efi-
caz em identificar corretamente, dentre todos @ Saturação de Sp02 < 95% em ar ambiente.
os indivíduos avaliados, aqueles que realmente ®Febre elevada de início súbito.
apresentam a característica de interesse. Assim, © Piora nas condições clínicas de doença de
no caso do IMC, a sensibilidade mede o quanto base.
o método é capaz de identificar aqueles que de @ Sinais de desconforto respiratório ou au-
fato apresentam obesidade. mento da frequência respiratória avaliada de
A"ornatlva D: INCORRETA. Especificidade: Já a espe- acordo com idade.
cificidade de um método reflete o quanto ele ® Hipotensão em relação à pressão arterial ha-
é eficaz em identificar corretamente os i ndivf- bitual dos pacientes.
duos que não apresentam a condição de inte-
resse (no exemplo dado, seriam os individuos _. COMENTÁRIO Alternativa B: Incorreto. Os sinais
que não são de fato obesos). de Gravidade São:
Altornatlva E: INCORRETA. Precisão: A precisão, nes- 1. Dispneia;
te sentido, é a dispersão do conjunto de valores 2. Desconforto Respiratório;
que se obtém a partir das medições repetidas 3. Saturação de 02 menor que 95%;
de uma magnitude ou grandeza: quanto menor 4. Exacerbação de doença preexistente.
é a dispersão, maior é a precisão.
I Resposta: ®

.C.LJtiJÇ~_I:.mm.m.mJ!.Q~HA~~-R.~ P.E•••
19 A Organização Mundial da Saúde reco-
menda que 15% dos partos seja m feitos
por cesarianas. A taxa nadonal de cesarianas,
SOUZA

incluindo hospitais públicos e privados, é apro-


ximadamente: ANULADA.

@ 10%.
21 Em pacientes com Doença Pulmonar
Obstru tiva Crônica (DPOC) o melhor in-
dicador isolado de risco de exacerbações da
@ 20%. doença é:
© 40%.
@ 60%. @ APa02.
® 80%. @ O tempo de doença.
© História de exacerb ações prévias.
_. COMENTÁRIO Questão Anulada. O Valor cor- @ O grau de obstrução do fluxo aéreo.
reto seria próximo de 50%. Segue trecho da ® APaC02.
UNA5US.
•o que vemos éque, em duas décadas, os casos .. COMENTÁRIO Quem estudou DPOC se deu
no Brasil aumentaram de forma exponencial, bem na prova do SUS São Paulo, em 2014. Três
disse a diretora. Dados da OMS de 2011 mostram questões fáceis de acertar para quem tinha o
que 53.7% dos partos no Brasil eram cesáreas, a mfnimo de domfnio no tema, que é assfduo em
maior taxa do mundo. Em 201 O, essa taxa era de qualquer grande concurso médico.
52,3%. As estimativas, parém, apontam que ao A questão em tela aborda os fatores de risco
final de 20 14 a taxa já teria chegado a 55%.' para exacerbações da doença. Os principais fa-
tores são:
Idade avançada;
Segundo o Protocolo de Tratamento de Gravidade do DPOC (baseada em função
2O lnfluenza estabelecido pelo Ministério
da Saúde em 2013, considera-se caso suspeito
pulmonar - VEF 1);
Presença de tosse produtiva crônica;
de síndrome respiratória aguda grave indiví- Número de exacerbações no ano anterior;
duo de qualquer idade com sfndrome gripal, Número de internações no ano anterior;
226 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

Uso prévio de ventilação mecânica;


Comorbidades. I> COMENTARIO Em uma exacerbação aguda de
Dentre eles, o que tem o maior RR (Risco Rela- DPOC qual nosso arsenal terapêutico? Vamos
tivo) é o número de exacerbações no ano an- guardar o Mneumônico ABCD.
terior, que é muito ligado com o estadiamento Alternativa A: CORRETA. Antibiótico (usaremos quan-
e evolução da doença. Repare a pegadinha: do houver três sintomas cardinais: aumento da
tempo de doença não é sinônimo de estágio dispneia e volume de escarro além de escarro
da doença (1 ). purulento; com dois apenas se um deles for es·
I Resposta: © carro purulento ou se houver necessidade de
ventilação mecânica). Elegemos o antibiótico a
depender do risco de pseudômonas: não inter-
Na prova de função pulmonar, conside· nados assumiremos que não há o risco e prescre·
22 rada tecnicamente valida, em um indi-
viduo de 70 anos, a razão volume expiratório
veremos amoxicilina (com ou sem clavulanato),
macrolideos, cefuroxima ou quinolonas. Se esti·
forçado em I segundo/capacidade vital força- ver internado, mas sem risco de pseudômonas,
da será considerada normal caso seja "maior ou Ceftriaxone ou Levo/moxifloxacino. Se houver
igual a•: o risco, Levofloxacino, ceftazidime, cefepime ou
piperacilina-tazobactam. O enunciado deixou
@ SO%. subentendido que devemos usar antibiótico,
@ 60%. pois se trata de exacerbação severa.
© 65%. Alternativa 8: CORRETA. Broncodilatador. Aqui esta·
@ 70%. va a pegadinha da questão. Em exacerbações,
® ss%. usamos Beta-2 agonistas de CURTA duração.
Embora em exacerbações leves o GOLD j á auto-
I> COMENTARIO Questão que cobra detalhe de rize apenas aumentar temporariamente a dose
espirometria, porém, um dos mais básicos pos- do LABA (b2-agonista de longa duração), não
sfveis. Dado uma espirometria válida, 70% é o é consenso e muito menos presente nas dire-
limite inferior da normalidade para a grandeza trizes brasileiras. Repare que o enunciado deixa
em questão, a razão entre o Volume Expiratório claro que se trata de uma exacerbação SEVERA
Forçado em 1 segundo (VEF- 1) e a capacidade para que não houvesse recurso ou dúvida
vital forçada (CVF). Como se chama tal razão quanto ao gabarito.
entre VEF- 1 e CVF? É claro que estamos falando Alternativa C: CORRETA. Corticoide. Diminuem o
do fndice de Trffenau, muito importante para tempo de recuperação, melhoram a prova de
diagnóstico dos distúrbios obstrutivos, sempre função pulmonar e a hipoxemia, além de redu-
menores que 70%. Caso haja reversibilidade zir o risco de novas exacerbações. Usar VO ou IV
pós-broncodilatação, estamos frente ao diag- é equivalente. A via vai depender da instabili-
nóstico de Asma. Caso o contrário, de DPOC (1). dade do paciente ou da presença de vômitos. O
I Resposta: @ que pode cair na prova é a novidade: o GOLD já
autoriza o uso do corticoide apenas inalatório
em crises leves. Em geral, prescreve-se o equi-
Numa exacerbação aguda severa de Do· valente a prednisona 40 mg/dia por 5-7 dias.
23 ença Pulmonar Obstrutiva Crônica, em
um paciente com moderada retenção crônica
Alternativa D: CORRETA. dar Oxigênio. Lembrando,
vamos dar oxigênio apenas para os hipoxemi-
de C02, os principais agentes terapêuticos são, cos. Ventilação não-invasiva não é regra! Reser·
EXCETO: vamos apenas para os casos mais sintomáticos
e altera o desfecho e o prognóstico. Fora do
® Corticoesteroide sistêmico. mneumonico, mas dentro das alternativas. os
® Antibióticos. anticolinérgicos inalatórios (ipratrópio) fazem
© Agonista beta-adrenérgico inalatório de lon- parte do arsenal como auxiliares na terapia.
ga duração. Não são as medicações de escolha, mas com
@ Oxigênio. certeza fazem parte do arsenal.
® Anticolinérgico inalatório.
2014 227

Portanto, após o exposto, o que melhor respon- A questão tem duas alternativas possíveis, mas
de a questão é a letra C. a banca da prova não acatou os recursos.
I Resposta: © Aprenda: não brigue com a questão. Se ocorrer
isso na sua prova, busque a "mais errada" (ou a
mais certa, a depender do enunciado).
24 NÃO é próprio da doença de Crohn:

A síndrome antifosfolipídeo pode ocor·


@ Inflamação super1icíal da mucosa.
® cerca de 1/3 dos pacientes apresentam so-
25 rer de forma primária1 ou associada a ou-
tra doença, sendo mais frequente com:
mente ileíte.
© doença limitada ao cólon somente. @ síndrome de Sjogren.
@ cerca de 50% dos pacientes apresentam en- ® Lu pus Eritematoso Sistêmico.
volvimento do íleo e do cólon. © doença mista do colágeno.
® ocorrer acometimento predominante da @ artrite reumatoide.
boca e da área gastroduodenal. ® uma trombofilia hereditária.

.. COMENTARIO Doenças Inflamatórias Intes- .. COMENTARIO Questão mais que batida. Sín-
tinais (DIIl são geralmente responsáveis por drome dos anticorpos antifosfolipldeos, Sln-
questões difíceis. Essa questão recebeu vários drome antifosfolípide ou simplesmente SAF
recursos na época e é bastante polêmica. O erro é uma trombofilia adquirida. E uma doença
provavelmente foi num erro de tradução doCe- autoimune causada por essa categoria de au-
ciI por parte da banca. toanticorpos, os quais até agora conhecemos o
Em geral, as questões de Dll gostam de con- Anticardiolipina, o Anti-Beta-2-microglobulina
frontar conceitos de Crohn com Retocolite Ul- e o Anticoagulante lúpico.
cerativa. Essa aqui é um exemplo. Vamos tentar O diagnóstico é através dos Critérios de Sappo-
encontrar a alternativa errada. ro, ou seja, precisamos de um critério laborato·
Alternativa A: INCORRETA. A inflamação na doença riaI e um critério clínico. Laboratoriais: um ou
de Crohn (DC) é classicamente transmural, em mais dos anticorpos acima positivos, repetidos
geral acometendo várias (muitas vezes todas) num intervalo de 12 semanas entre si.
as camadas histológicas do trato gastrintesti- Clínicos: a) Trombose vascular (Arterial ou ve·
nal. Portanto, não é superficial. letra A é o ga- nosa ou de microvasos) em qualquer órgão ou
barito da questão. tecido. Tromboses superficiais não se encaixam
Alternativa B: CORRETA. Um terço dos doentes sem aqui. b) Morbidade gestacional: uma ou mais
acometidos apenas no óleo. Conceito clássico. mortes inexplicadas de fetos com mais de dez
Alternativa C: CORRETA. 20-25% dos doentes terão semanas, prematuridade abaixo de 34 semanas
doença restrita ao Cólon. Não confunda com de fetos normais por DHEG, insuficiência pia·
Retocolite Ulcerativa. Embora esta também centária, ou três ou mais abortamentos espon-
seja restrita, o padrão de lesão é diferente. tâneos sem alterações cromossômicas.
Guarde esse conceito chave. O tratamento é através de anticoagulação. A
Alternativa D: CORRETA. Metade deles terão acome· síndrome pode ser primária ou secundária. A
timento colônico junto com o ileal. principal doença correlacionada é, sem dúvi-
Alternativa E: INCORRETA. Aqui houve o erro. A tra- das, o Lúpus Eritematoso Sistêmico. A obser-
dução livre do trecho diz que "Predominante- vação aqui é que outros fatores podem estar
mente pode haver lesão de todo o tubo diges- associados como infecções (Tuberculose, es-
tivo, incluindo boca e área gástrica e duodenal". piroquetoses [sífilis, Lyme, leptospirose), HIV,
Perceba que é diferente de dizer que há um HTLV, Hepatites virais), Neoplasias, Drogas (fe-
predomínio de lesões na boca e na área gas- notiazidas são as principais), e até Síndrome de
trintestinal. Estômago é um lugar que pode ser Klinefelter .
acometido sim, mas em uma parcela menor de I Resposta: ®
doentes.
228 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

26 Uma mulher grávida no 1° trimestre tem


contato estreito com portador de menin-
gite por meningococo.
.,. COMENTARIO Um eletrocardiograma que mos-
tra l nfradesnívelamento do segmento ST em
Recomenda-se como medida profilática a ad- dll, dlll e aVF e v2, v4, além do supradesnivela-
ministraç~o de: mento em espelho em aVR, v l , v3. Além dopo-
sicionamento ruim dos eletrodos (pelo padrão
@ Ciprofloxacina. de progressão das ondas), o que isso traduz pra
® Sulfametoxazol + trimetoprima. gente? Para completar, o supra é do mal, con-
© Ceftriaxona. vexo, abrupto. Não é aquele supra benigno de
@ Eritromicina. uma pericardite ou alteração de repolarização.
® Ampicilina. Qual o quadro clínico provável do doente? Sem
dúvidas, uma síndrome coronariana aguda: dor
.,. COMENTARIO Profilaxia para meningites pode torácica tlpica. Não esperamos uma mera hi-
ser cobrado também no caderno de Preventiva. percalemia como na letra O, congestão como
Ela deve ser institulda em até 24 horas do caso na letra C, muito menos pneumonia (o que O
índice, mas pode ser feita até o 30• dia pós-con- ECG tem a ver com isso?!) como na letra E.
tato. Não é indicada em meningites por pneu- Ficamos entre a letra A e B. Por quê não a B?
mococo. Apenas em casos de meningococo ou Aprenda com a questão. O padrão de dor pre-
hemófilos. Ambas são feitas normalmente com cordial no infarto com supra é uma dor continua
rifampicina. Pra o meningococo, quatro doses, e excruciante e presente no repouso. Dificilmen-
sendo administradas de 12/12h (1 Omg/kg/dia). te um paciente como esse estará assintomático
Para o hemófilo, a mesma dose, só que diária com tanta alteração nesse ECG. A letra B relata
por quatro dias. As alternativas aqui são o cipro- o quadro de uma angina instável, que mostraria
floxacino 500 mg dose única, que assim como um ECG sem alterações isquêmicas.
a rifampicina deve ser evitada em Grávidas, e o 11!1 Resposta: @
Ceftriaxone 250 mg IM também em dose única.
I Resposta: ©
O termo cor pulmonale é aplicado à hi-

Observe o eletrocardiograma abaixo


28 pertrofia e/ou dilatação, com disfunção,
do ventrículo direito que resulta de hiperten-
27 (VER IMAGEM). Este eletrocardiograma
corresponde mais provavelmente a um pacien-
são pulmonar associada às afecções abaixo,
EXCETO:
tecom:e
@ cifoescoliose.
® tromboembolismo pulmonar de repetição.
© apneia obstrutiva do sono.
@ doença pulmonar obstrutiva crônica.
® estenose mitral.
@ Dor precordial em aperto, sudorese e náusea
há várias horas. .,. COMENTARIO O enunciado já nos dá perfei-
® História de episódios frequentes de dor pre- tamente o conceito de cor pulmonale. Resta
cordial aos esforços que cessam com repouso identificarmos qual das patologias abaixo não
ou nitrato sublingual, assintomático no mo- está relacionada. A resposta aqui é meramente
mento. anatômica. As patologias devem fazer de algum
© Doença pulmonar obstrutiva crônica des- modo uma hipertensão pulmonar para causar
compensada, dispneia intensa, estase venosa o cor pulmonale. A valva mitral, por se localizar
jugular e edema periférico. posteriormente (no fluxo da circulação) à arté-
@ Vômitos há mais de 1 dia, desidratação, atri- ria pulmonar, não tem como influenciar direta-
to pericárdico, ureia = 289 mg/dl e creatinina = mente no processo. Portanto, estenose ou insu-
9,0mg/dl. ficiência mitrais não seriam respostas cabíveis,
® Dor torácica, dispneia e escarro hemoptoico o que faz a letra E ser o gabarito correto.
no terceiro pós-operatório de prótese de quadril.
2014 22')

Aprenda com as outras alternativas. Cifoesco- já comentamos sobre HVE e também sinais de
liose mais rarament e pode causar, junto com HAE na onda P.
outras deformidades torácicas. As demais são Alternativa C: INCORRETA. Infarto do miocárdio pré-
causas clássicas: DPOC, Apneia ob strut iva do vio: veríamos onda Q patológica, onda T inver-
sono e TEP de repetição (ou um TEP maciço ou tida ou paredes inativas.
a caveleiro agudo). Out ras causas não citadas Alternativa D: CORRETA.
são: Esclerodermia, l ntersticiopatias pulmona- Alt ernativa E: INCORRETA. Cardiomiopatia hiper-
res e Hipertensão pulmonar idiopática. t rófica: o ECG não é o exame de escolha para
I Resposta: ® o diagnóstico, mas veremos aqui hipertrofia de
TODAS as câmaras do coração, não de uma iso-
ladamente.
Ob serve o eletrocardiograma abaixo. O clássico é encontrarmos sobrecarga biatrial,
29
ça de:
Este eletrocardiograma mostra a presen- podendo ter outros comemorativos como BAV
de primeiro grau ou outros mais graves, ou até
mesmo taquiarritimias. Na prova, quando vir
-;--;-;-1 ~. l l um ECG com "alterações demais: desconfie de
Cardiomiopatia hipertrófica.

'
~iI '- I· 11
~·--,r-T-'T I I I
Uma mulher de 64 anos com dor lombar
~ i+~--i-+--r-11 3O e na região interescapular, persistente
com uso de anti-inflamatórios não hormonais,
tem VHS =70 mm/1 • hora e autoanticorpos ne-
gativos. Após o início de prednisona em dose
@ pericardite crônica. baixa tem melhora significativa dos sintomas. O
® insuficiência mitral. diagnóstico mais provável é de:
© infarto do miocárdio prévio.
@ hipertrofia vent ricular direita. ® polimiosit e.
® cardiomiopatia hipertrófica. ® esp ondiloartropatia soro negativa.
© polimialgia reumática.
.. COMENTÁRIO Outra questão de eletrocardio· @ fibromialgia.
grama. A resposta é simples, pois o achado é ® osteoart rite.
b em típico e grit ante: hipertrofia ventricular
direita. A questão dificultaria se opusesse hi- .. COMENTÁRIO Dor em cint ura (pélvica e/ou es-
p ertrofia ventricular direita com ventricular capular), persistent e, em geral com má respos-
esquerda. ta a AINE e analgésicos comuns e provas infla-
Na hipertrofia de VE, a parte positiva do QRS matórias - em especial o VHS, que é bastante
está mais ampla nas derivações precordiais, elevado- positivas. Estamos falando de quem?
enquanto que na de VD, est á mais ampla na Da Polimialgia reumática. Essa doença t em
parte negativa. Existem critérios mais sofistica- uma forte associação com a Arterite temporal
dos para tal, mas o básico que você precisa para e - assim como esta - tem resposta dramática
acertar uma questão de prova é isso. Comove- ao cort icoide (1).
mos em V2 e V3, está claro que se trata de uma Alternativa A: INCORRETA. Polimiosite: não há fra-
hipertrofia de ventrfculo direito (1). queza muscular na história. O laboratório indi-
Alternativa A: INCORRETA. Pericardite crônica: espe- caria uma CPK aumentada.
raríamos radesnivelamento de ST de aspecto Alternativa 8: INCORRETA. Espondiloartropatia so-
côncavo. ronegativa: apontaria um homem jovem em
Alternat iva 8: INCORRETA. Insuficiência mitral: o geral. Contaria história de rigidez matinal e
ECG não é específico, mas tem achados da sua NÃO melhoraria com corticoides.
rep ercussão, que é a hipertrofia tanto de átrio Alternativa D: INCORRETA. Fibromialgia. Cit aria os
quanto de vent rículo direit o. Veríamos o que t ender point s, problemas relacionados ao sono
230 PreparatórioparaResidência Medica SUS/SP

e uma melhora com exercício físico, não com perceber que pacientes portadores da doença
corticoide. O VHS é normal. podem ser negativos para ambos os testes (le-
Alternativa E: INCORRETA. Osteoartrite. Mostraria t ra A, correta); o FR tem baixa sensibilidade e
um padrão mecânico, não inflamatório das especificidade, 80% (letra B, incorreta); ambos
dores. Não melhoraria drasticamente com cor- podem ser negativos (letra C, incorreta); o FR
ticoide e apresentaria melhora, mesmo que a
pode ser negativo devido baixa especifici-
parcial, a analgésicos comuns. Não costuma ter dade, 80%, inclusive com o anti-CCP estando
VHS aumentado. negativo (letra O, incorreta); o anti-CCP tem
I Resposta: © sensibilidade de 50%, ou seja, em cem doentes
confirmados, apenas 50% apresentarão a posi -
CLINICA 11- GIOVANNI GALENO DO NASCIMENTO tividade para o anti-CCP (baixa sensibilidade),
SANTOS mas em cem resultados soropositivos para o
anti -CCf~ podemos dizer que 98 pessoas pos-
suem a artrite reumatoide (alta especificidade),
Ao solicitar sorologia para o diagnóstico ao contrário do que afirma a alternativa (letra
31e de artrite reumatoide (Fator Reumatoide:
FR antipeptideos cíclicos citrulinados: anti-C-
E. incorreta).
I Resposta: @
CP) o médico deve ter em mente que:

@ existem pacientes com a doença, mas que Em um paciente com doença inflamató-
são soronegativos para ambos os testes.
® embora FR tenha baixa sensibilidade, apre-
32 ria intestinal caracterizada por ileite, frs-
tulas perianais e pioderma gangrenoso é mais
senta especificidade acima de 90%. provável o encontro do anticorpo anti
© FR pode ser negativo, mas não anti-CCP.
@ pode haver pacientes que sejam negativos @ Músculo liso.
para anti-CCF~ mas não para FR. ® Mitocôndria.
® anti-CCP é o teste mais sensível para o diag- © Saccharomyces cerevisiae.
nóstico, mas tem baixa especificidade. @ Centrômero.
® Endomíseo.
.., COMENTÁRIO Os anticorpos anti-CCP possuem
alta especificidade (98%), porém baixa sensi- .., COMENTÁRIO Doença inflamatória caracteriza-
bilidade (cerca de 50%), ou seja, quando estão da por ileíte, fístulas perianais e pioderma gan-
presentes indicam fortemente o diagnóstico de grenoso está caracterizando o quadro clinico
artrite reumatoide, mas sua negatividade não de doença de Crohn. Na retocolite ulcerativa
tem maior valor prático. idiopática, devido ao acometimento apenas de
O Fator Reumatoide (FR), um anticorpo geral- mucosa e submucosas, é raro o desenvolvímen-
mente da classe lgM, dirigido contra a porção to de fistulas. A ileíte primária acontece apenas
constante de uma imunoglobulina, apesar de na doença de Crohn, podendo acontecer na re-
estar incluído entre os critérios diagnósticos, tocolite por inflamação do ceco e denominada
com 20% dos pacientes que são soronegativos. ileite de refluxo. O pioderma gangrenoso pode
O Fator Reumatoide também pode apresentar acontecer em ambas as doenças intestinais
positividade em diversas situações que não es- inflamatórias, em diversas outras (artrite reu-
tão relacionadas com a artrite reumatoide (lú- matoide, paraproteinemia, mieloma múltiplo,
pus, Sjógren, crioglobulinemia, doença mista, leucemia, hepatite crônica ativa, doença de Beh-
doenças parasitárias, endocardite e cirrose bi- çet, neoplasias malignas, infecção pelo HIV) e,
liar primária, por exemplo), indicando que sua inclusive, de forma idiopática, mas possui uma
positividade deve ser interpretada j untamente maior incidência na retocolite ulcerativa. Como
com a clínica do paciente para a afirmação do as fistulas são bem mais comuns na doença de
diagnóstico. Assim, o FR não possui nem uma Crohn, podemos inferir o diagnóstico. Na do-
alta sensibilidade e nem alta especificidade, ne- ença de Crohn, esperamos encontrar em maior
cessitando da relação clínica para o valor diag- proporção a positividade para os anticorpos
nóstico. Analisando as alternativas, podemos anti-Saccharomyces cerevisiae (anti-ASCA) em
2014 231

75% dos casos. Enquanto, na retocolite ulcerati- dias para o primeiro e 3-5 para o segundo).
va esperamos encontrar em maior proporção a I Rtsposta: @
positividade para os anticorpos citoplasmáticos
antineutrófilos de padrão perinuclear (p-ANCA).
Olhando as outras alternativas:
Alternativa A: INCORRETA. anticorpos antimúsculo
liso estão relacionados à hepatite autoímune
34 São contraindicações para VNI (Ventila-
ção Não lnvasiva):

tipo I (lupóide), sendo o menos prevalente dos Absolutas Relativas


três; antinuclear e antiactina são os outros dois.
mecanismo de de-
Alternativa B: INCORRETA. anticorpo antimitocôn- @ arritmia grave
dria está presente na cirrose biliar primária, glutição comprome-
com choque
tido
alcançando sensibilidade de 95% e especifici-
dadede98%. parada respiratória
® trauma facial
Alternativa 0: INCORRETA. anticorpos anticentrô- iminente
mero é marcador da forma esclerose sistêmica mecanismo de tosse
limitada (forma CREST: Calcinose, Raynaud, © vômito
comprometido
Esclerodactilia, Esofagopatia e Telangiectasia),
@ angina instável fobia de máscara
com frequência de 80% e específico para essa
forma. Outro anticorpo da esclerodermia, dessa rebaixamento
vez especifico para a forma sistêmica difusa, é a ® do estado de excesso de secreções
anti-topoisomerase (anti-Scl-70). consciência
Alternativa E: INCORRETA. anticorpo anti-endomísio
está presente na doença celíaca, apresentando .,_ COMENTARIO Todas as opções listadas nas al-
sensibilidade de 90-95% e especificidade de ternativas são contraindicaçôes para o uso de
95-100%. Os outros anticorpos relacionados à ventilação mecânica não invasiva, o que vai
doença são a antí-transglutaminase tecidual e diferir será a classificação como absoluta ou
anti-gliadina, esta última com uma sensibilida- relativa.
de e especificidade menor do que o anticorpo As contraindicações classificadas como absolu-
anti-edomíseo. tas são: mecanismo de deglutição e tosse com-
I Resposta: © prometidos, parada respiratória iminente, arrit-
mia grave com choque e rebaixamento do nível
de consciência. E as contraindicações relativas
Tratamento eficaz da giardíase sintomáti- são: trauma facial, vômito, angina instável, fobia
33 ca pode ser efetuado com dose única de: de máscaras e excesso de secreções. Olhando a
alternativa que classifica corretamente, verifica-
@ Tinidazol. mos a letra E como a alternatíva correta.
® Albendazol. I Resposta: ®
© Furazolidona.
@ Mebendazol.
® Metronidazol. Aproximadamente metade do risco de

.,_ COMENTARIO A giardfase é a infecção causada


35 um acidente vascular encefálico isquê-
mico após um Ataque lsquêmico Transitório
pelo protozoário Giardia lamblia, atualmente (AIT) acontece nas primeiras 48 horas, tornan-
denominado G. duodenalis. O tratamento em do a avaliação diagnóstica precoce fundamen-
dose única pode ser feito com imídazólicos tal. Pode-se utilizar o escore ABCD2 para dife-
como o Secnidazol e o Tinidazol2g, VO (letra A, renciar pacientes de alto ou baixo risco. Dos
correta). O Metronidazol e o Albendazol tam- itens abaixo o que tem maior pontuação nesta
bém podem ser utilizados na dose de 250mg escala é:
3x/dia, VO, por 7-10 dias e 400mg, lx/dia, du-
rante cinco dias, respectivamente. A Furazoli- @ pressão arterial superior a 140 x 90 mmHg.
dona e o Mebendazol também podem ser uti- ® idade superior a 60 anos.
lizados, mas com duração de vários dias (7-1 O © duração do AIT superior a 60 minutos.
232 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

@ presença de distúrbio de linguagem sem ® Evidências, clínicas ou laboratoriais, que o


hemiparesia. distúrbio seja causado por condição médica ou
® presença de diabetes mellitus. intoxicação por substância ou efeito de medi-
Gabarito da banca: letra C (presença de distúr- cação.
bio de linguagem sem hemiparesia)
.,_ COMENTÁRIO No conceito de delirium, pode-
.,_ COMENTÁRIO O escore ABCD' é uma ferramen- mos analisar a alternativa A como incorreta.
ta de avaliação de riscos concebido para me· Observemos: síndrome mental aguda, de base
Ihora r a predição de risco de AVC em curto pra- orgânica, com início abrupto, de duração breve~
zo depois de um Ataque lsquêmico Transitório com prejuízo global das funções cognitivas, de
(AIT). A pontuação é otimizada para prever o atenção, psicomotricidade e de ciclo sono-vigí-
risco de Acidente Vascular Cerebral no prazo de lia. Ou seja, se é abrupto, não pode ser de início
dois dias depois de um TIA, mas também prevê insidioso. Ressalva apenas na letra Eque estaria
o risco de derrame em 90 dias. A pontuação faltando a palavra •ausência' no início da alter-
do ABCD' é calculada somando-se pontos para nativa para que ficasse corretamente explicada:
cinco fatores independentes. ausência de evidências, clínicas ou laborato-
riais, que o distúrbio seja causado por condição
A (age) - idade > 60 anos: 1 ponto médica ou intoxicação por substância ou efeito
B (b/ood pressure) - pressão arterial sistólica de medicação. Apesar da alternativa não estar
;, 140mmHg ou pressão arterial diastólica ;, completamente explicada, a questão não foi
90mmHg: 1 ponto considerada anulada pela banca.
C (clinicai features) - manifestações clínicas: I Resposta: @
Fraqueza unilateral com ou sem prejuízo da
fala: 2 pontos
Apenas prejuízo da fala: 1 ponto A possibilidade de síndrome nefrótica é

D (duration) -duração:
37 aventada ao encontrar-se no sedimento
urinário a presença de cilindro:
AIT ;, 60 minutos: 2 pontos
AIT 10-59 minutos: 1 ponto @ granuloso.
D (diabetes)- diabetes: 1 ponto @ epitelial.
© céreo.
A pontuação total é de 7 pontos e um escore de @ lipídico.
5·6 indica risco de 8,1% de um acidente vascu- @ hemático.
lar encefálico em dois dias, indicando interna-
ção para investigação de causa. Escore menor .,_ COMENTÁRIO A síndrome nefrótica apresenta
ou igual a 3 dispensa internação caso não haja como caraterística a perda maior que 3-3,5g
outra indicação (fibrílação atrial, por exemplo). de proteínas em 24 horas, ocasionando uma
I Resposta: © hipoalbuminemia que provoca o edema, hi-
perlipidemia e demais complicações. A hiperli-
pidemia é ocasionada pelo frgado em resposta
São características dos quadros de deli· ao estado de hipoalbuminemia e diminuição
36 rium, EXCETO: da pressão oncótica; ocorre um estímulo para
a produção de lipoproteínas.
@ Desenvolvimento insidioso ao longo de dias A hiperlipidemia ocasionada gera lipidúria e a
a semanas. consequente formação de corpos graxos ova-
® Variação significativa nas escalas de sedação lados (células epiteliais com gotículas de gor-
ou na de coma de Glasgow nas últimas 24 horas. dura) e cilindros graxos, também chamados
© Alteração da cognição que não é explicada de gordurosos ou lipídicos (formados por tais
por demência preexistente ou em evolução. células aderidas à proteína de Tamm-Horsefall).
@ Perturbação da consciência com redução da I Resposta: @
capacidade de manter a atenção.
2014 m

São características da Púrpura Tromboti- ~ COMENTÁRIO Ambos os diabetes melito. tipo 1


38 topênica Trombótica, EXCETO: e tipo 2, possuem herança poligênica, mas so-
mente o diabetes melito tipo 1 está relacionado
@ Reticulocitose, leucócitos com contagem com o Complexo HLA (HLA DR3 e DR4) (11 cor-
normal ou elevada e teste de Coombs direto reta). No diabetes melito tipo 2 não há diminui-
negativo. ção do nível sérico do peptídeo C, pois a produ-
® Presença de hemólise microangiopática. ção de insulina se encontra normal (o peptídeo
© Sintomas neurológicos como cefaleia, con- C é obtido quando a pró-insulina é clivada em
fusão mental e convulsões. insulina e peptídeo C - produção de insulina
@ Alteração de função renal e febre. normal, nível de peptídeo C também estará).
® A base do tratamento consiste no uso de Apesar de incomum, pode ocorrer cetoacidose
corticoide e heparina. diabética no diabetes melito tipo 2 se houver
estresse intenso e descompensação glicêmica
~ COMENTÁRIO A Púrpura Trom bocitopênica importante, diferentemente do tipo 1, onde a
Trombótica (PTT) é uma sfndrome rara, mais co- cetoacidose faz parte da evolução natural da
mum em mulheres, caracterizada pela oclusão doença. caso não seja fornecido a insulina para
trombótica da microcirculação, levando à sln- administração (IV, correta).
drome de anemia hemolítica microangiopática, I Resposta: @
trombocitopenia, sintomas neurológicos (ce-
faleia, confusão mental e convulsões). febre e
insuficiência renal. Apresenta todos os critérios Terapia transfusional crônica leva fre-
de anemia hemolitica: reticulocitose acentua-
da, aumento do LDH, elevação da bilirrubina
4O quentemente à sobrecarga de ferro que
pode ocasionar, EXCETO:
indireta e queda acentuada da haptoglobina.
O Coombs é negativo por não ser autoimune @ hipogonadismo.
e o esfregaço de sangue periférico apresenta ® miocardiopatia e arritmia.
esquizócitos. A base do tratamento consiste na © carcinoma hepatocelular.
realização de plasmaférese e transfusão diária @ hiperpigmentação cutânea.
de plasma congelado. O corticoide pode ser ® hipoglicemia.
utilizado na crise aguda também, mas devido
ao risco de sangramento, a heparina não é utili· ~ COMENTÁRIO O paciente submetido a es-
zada (letra E, incorreta). Para casos recorrentes, quemas de transfusão crônica, sem ser acom-
evidências sugerem o uso do Rituximab (anti· panhado os níveis de ferro no organismo, de-
corpo anti-CD20). senvolverá uma sobrecarga do elemento no
I Resposta: ® organismo, apresentando quadro clínico seme-
lhante à hemocromatose.
Analisando o quadro clínico da Hemocromato-
3g Considere: se Hereditária (HH), temos:
Os sintomas mais referidos são: fadiga (de 70%
a 80%), artralgia/artrite (de 40% a 50%), dor ab-
I. Baixo nível sérico de peptídeo C. dominal (de 20% a 60%), diminuição da libido
11. Genética poligênica. ou impotência sexual (de 20% a 50%), perda de
111. Associação com HLA. peso (de 10% a 50%). E os sinais clínicos mais
IV. Cetoacidose apenas se houver estresse frequentes para o diagnóstico são: hepatome-
intenso. São características do diabetes galia (de 50% a 90%). hiperpigmentação da
mellitus do tipo 2: pele (de 30% a 80%), hipogonadismo (de 20%
a 50%). artropatia, esplenomegalia, diabetes
@ li e IV. melito, cirrose hepática, miocardiopatia e/ou
® le l ll. arritmia.
© 11 e 111. O risco de carcinoma hepático é cerca de 20
@ 111e IV. vezes maior nos pacientes com HH e é mais fre-
® I e li. quente em pacientes com cirrose hepática.
234 Preparatóriopara Residén<ia M~di<a SUS/SP

Assim, concluímos que a hipoglicemia não faz do status do HBeAg. Não se recomenda pos·
parte do quadro clínico da sobrecarga de ferro. tergar o HBig até o sétimo dia do nascimento,
I Resposta: ® pois a eficácia não pode ser comprovada após
48 horas do nascimento; administrar concomi·
PEDIATRIA I· GABRIELA LUCENA DE ARAUJO tantemente a primeira dose da vacina e a HBig
em locais de aplicação diferentes; o esquema
vacina I segue o calendário básico da criança.
Martina acaba de nascer e o pediatra é Tendo em vista a ausência de evidências de que
41 informado que sua mãe, Ana, tem HbsAg
positivo. Neste caso deve·se:
o aleitamento materno de mães infectadas
pelo vírus da hepatite B ofereça algum risco
adicional na transmissão vertical, e comparado
® colher sorologia para o vírus da hepatite B ao alto risco quando da exposição ao sangue e
e bilirrubinas da recém-nascida e suspender secreções maternas, a OMS não contraindica o
a amamentação até receber o resultado dos aleitamento materno, mesmo em não imuniza·
exames. dos. Crianças que receberam imunoprofilaxia
® administrar a vacina contra hepatite B e a ao nascimento devem realizar pesquisa de mar-
imunoglobulina especifica para hepatite B na cadores imunológicos de hepatite B (HBsAg e
recém-nascida nas primeiras 12 horas e manter ant i·HBs) entre 9 e 18 meses de idade, após a
a amamentação. última dose da vacina de hepatite B.
© administrar na recém-nascida a imunoglo- I Resposta: ®
bulina especifica para hepatite B nas primeiras
12 horas de vida e a vacina contra hepatite B
até 30dias. O Ministério da Saúde disponibilizou a 4'
@ administrar a vacina contra hepatite B e
prescrever aciclovir para a recém-nascida ainda
42 edição do caderno Dengue: diagnóstico
e manejo clínico com a expectativa de auxiliar
no berçário e suspender amamentação por 24 os profissionais de saúde no atendimento ade·
horas. quado dos pacientes com dengue e diminuir a
® manter observação rigorosa durante 24 ho· letalidade da doença no país. Nesse contexto,
ras, buscando identificar sintomas de hepatite
neonatal e colher sorologia para hepatite B e ® pode ser considerado caso suspeito a crian·
bilirrubinas. ça proveniente ou residente em área endêmica
que apresente quadro febril, sem sinais de lo·
.. COMENTARIO A transmissão vertical da hepati· calização da doença e ausência de sintomas
te B resulta da exposição das membranas mu· respiratórios.
cosas do feto ao sangue ou fluidos corporais ® a notificação dos casos de dengue não é
maternos infectados pelo vírus da hepatite B, compulsória, com exceção das formas graves
podendo ocorrer antes do nascimento, por via da doença, pois com as atuais medidas de pre·
transplacentária (intrauterina) ou no momento venção, as intervenções de saúde estão locadas
do parto {perinatal), sendo esta última a princi· na dengue hemorrágica.
pai forma. Nos cuidados com o recém-nascido, © a prova do laço negativa é uma manifesta·
recomenda·se: limpar com compressas macias ção frequente nos casos de dengue, servindo
todo o sangue e secreções visíveis no recém· principalmente como marcador para as formas
-nascido imediatamente após o nascimento e graves, devendo ser utilizada rotineiramente na
proceder com banho em água corrente ainda prática clínica.
na sala de parto; utilizar aspiração gástrica para @ a dengue é uma doença dinâmica, sendo que
a remoção de secreção infectada; aplicar a vaci· os sinais de alarme e o agravamento do quadro
na ainda na sala de parto ou, o mais tardar, nas clinico costumam ocorrer na fase de remissão da
primeiras 12 horas após o nascimento; adminis· febre {entre o 6• e 100 dias da doença).
trar a imunoglobulina específica para hepatite ® o hemograma deve ser solicitado em todos
B (HBig) ao neonato ainda na sala de parto ou os casos suspeitos de dengue hemorrágico e
dentro das primeiras 12 horas de vida, caso a
mãe seja HBsAg reagente, independentemente
2014 235

tem como finalidade principal avaliar a hemoglobina para definir a necessidade de hidratação en-
dovenosa.
Alt•rnativa A: CORRETA. De acordo com o manual do Ministério da Saúde, pode ser considerado caso
suspeito a criança proveniente ou residente em área endêmica que apresente quadro febril, sem
sinais de localização da doença ou na ausência de sintomas respiratórios.
Alttrnativa B: INCORRETA. Todo caso suspeito de dengue deve ser notificado à Vigilância Epidemiológi-
ca, sendo imediata a notificação das formas graves da doença.
Alttrnativa C: INCORRETA. A prova do laço positiva é uma manifestação frequente nos casos de dengue,
principalmente nas formas graves, e apesar de não ser específica~ serve como alerta, devendo ser
utilizado rotineiramente na prática clínica como um dos elementos de triagem na dengue e, na
presença da mesma, alertar ao médico que o paciente necessita de um monitoramento clinico e
laboratorial mais estreito. A prova do laço positiva também reforça o diagnóstico de dengue.
Alt•rnatlva D: INCORRETA. A dengue é sim uma doença dinâmica, em que os sinais de alarme e o agra-
vamento da doença surgem na fase de remissão; contudo, essa fase ocorre entre o terceiro e sexto
dia de doença.
Alt•rnativa E: INCORRETA. O hemograma deve ser sim solicitado para todos os casos suspeitos de
dengue hemorrágica, porém, ele tem como finalidade principal avaliar o hematócrito, para iden-
tificação de hemoconcentração. Hemoconcentração indica provável alteração de permeabilidade
capilar (extravasamento plasmático), associado à gravidade, além de definir a necessidade de hi-
dratação e resposta à terapia de reposição instituída.

Em relação à desnutrição infantil, importante problema de saúde mundial, tanto por seus
43 fatores diretos como pela associação a outros processos, é CORRETO afirmar:

@ A gravidade da desnutrição também pode ser feita pelos critérios de Gomez. Segundo esse es-
core, que relaciona o peso da criança e a média teoricamente esperada (percentil SO na curva Peso/
Idade), é normal quando essa relação é superior a 75%.
® Desde 1975, a Organização Mundial da Saúde adota o termo desnutrição para caracterizar a
carência de determinados nutrientes, isoladamente, como é o caso da deficiência de ferro, de pro-
teínas ou energética.
© Segundo as curvas da Organização Mundial da Saúde, a criança pode ser classificada como des-
nutrida quando o Peso/Idade e/ou Altura/Idade estiver abaixo de -2 escore-Z ou IMC estiver entre
-1 e -2 escore-Z.
@ A classificação da gravidade da desnutrição pode ser feita a partir de diferentes métodos. Se-
gundo a Organização Mundial da Saúde, a relação peso/altura e/ou altura/idade entre -3 escore-Z
e -2 escore·Z é considerada desnutrição grave.
® A sindrome da desnutrição pode ser diagnosticada por dados antropométricos como o Peso (P)
e a Altura (A) em relação à idade (P/1 e Nl) e em relação a eles mesmos(PIA) sempre considerando·
-se um padrão de referência.

Alt•rnatlva A: INCORRETA. Pelos critérios de Gomez. que relaciona o peso e a idade da criança, tem-se
a seguinte classificação:
Eutrófico: P / I > 90% do p50;
Desnutrição I grau: P / I = 76%- 90% (déficit de peso de 1O% a 24%);
Desnutrição 11 grau: P /1 = 60% - 75% (déficit de peso de 25% a 40%);
Desnutrição 111 grau: P /I < 60% (déficit de peso superior a 40%).

Alt•rnativa B: INCORRETA. A desnutrição pode ser definida como uma condição clínica decorrente de
uma deficiência, relativa ou absoluta, de um ou mais nutrientes essenciais; contudo, a falta de mi·
cronutrientes, como o ferro, não é considerada uma desnutrição.
236 PreparatórioparaResidênciaMedica SUS/SP

INDICESlHTROPOMttRICOS
CRIANÇAS DE 5 A10 ANOS IIICOM-
CRIANÇAS DE OA5ANOS INCOMPlETOS
PLETOS
Valom Crftlcos
Peso Pes. Estatura Pes. Estatura
IMCpara IMCpara
para para para para para
Idade Idade
lclide estahlra lclidt ldadt IÃC!t
Muito Muito
Muito Muito
Magreza Magreza baixa Magreza baixa
<Percen- <Escore baixo baixo
acen~ acentu- estatura acentu- estatura
til 0,1 z-3 peso para peso para
ada ada para a ada para a
a idade a idade
id.lde idade
2: Perc:eo- ;e Escore Bai>CII 8a1xa
BailCO Baixo
til 0,1 e z-3e estatura estatura
peso para Magreza Magreza peso para Magreza
<percen- <escore para a para a
til3 z-2 a idade a idade
idade idade
;, Per- ~ E sco re
centil J e z-le
<percen- <escore
tiiiS z-1
Eutrofia Eutrofia Eutrofia
~Pe~ ~Escore Peso Peso
tii iS e z-1 e adequa- adeq~
Sperc~ :S:.escore dopara a do para a
til 85 z+ t idade idade
Estatura Estatura
~ Pe ~ >Escore adequa- adequa-
Risco de Risco de
til 82 e z+1 e da para a Sobre- da para a
sobre-- sobre-
~ perc~ ~esco re
id.lde peso idade
peso peso
til 97 z+2
> Percen- >Escore
til 97 e z+2e Peso Sobre- Sobre- Obesida-
Spercerr- Sescore peso peso Peso de
elevado elevado
til 99,9 z+3 para a
para a
idade idade
> Per«n- >Escore Obesida- Obesido- Obesido-
til 99,9 z+3 de de de grave

Alternativa C: INCORRETA. A nomenclatura adotada Alternativa E: CORRETA. A avaliação nutricional da


para cada faixa de percentil ou escore se-z. criança deve ser feit a através das medidas an·
guindo a recomendação da Organização Mun- tropométricas,
dial da Saúde: como peso, altura em relação à idade (P/1e Ali)
Assim, uma criança com peso/idade e/ou altu- e em relação a eles mesmos (P/ A), sempre con-
ra/idade com escore-Z abaixo de -2 estará com siderando-se um padrão de referência, sendo
baixo peso para idade e, na curva IMC, se estiver aplicado a percentis ou escores-Z.
com escore-Z entre -1 e -2. é considerada eu-
tr6fica.
Alternativa 0: INCORRETA. Segundo tabela exposta
acima, a relação peso/altura entre -3 e -2 esco-
44 Em relação à tuberculose na criança é
correto afirmar:
re-Z é considerada magreza, nas crianças com
idade entre O e S anos; j á na relação altura/ida- @ O diagnóstico de tuberculose pulmonar, na
de entre -3 escore-Z -2 escore-Z é considerada prática, é realizado segundo o sistema de esco-
baixa estatura para idade.
2014 237

re validado em nosso meio, sendo que entre 30 a 35 pontos o diagnóstico é muito provável, indi-
cando o início do tratamento medicamentoso.
® O diagnóstico de tuberculose pulmonar em crianças é baseado no sistema de pontos, a partir
do qual indica-se a abordagem terapêutica, sendo que o estado nutricional e o quadro radiológico
n~o s~o pontuados por serem inespecíficos.
© Na avaliação diagnóstica, a interpretação da prova tuberculínica (PPD) depende do estado vaci-
naI da criança, sendo que o PPD maior que 5 mm pode ser considerado sugestivo de infecç~o por
M. tuberculosis nas crianças que receberam BCG há mais de dois anos.
@ Cerca de 20% dos casos de tuberculose em crianças têm apresentação pulmonar, sendo que
as apresentações extrapulmonares mais frequentes são: ganglionar periférica, pleural, óssea, a me-
ningoencefálica e a renal.
® Os achados radiográficos mais sugestivos da tuberculose pulmonar em crianças são: cavernas
bacillferas, sendo positivas ao exame bacterioscópico, adenomegalias hilares e/ou paratraqueais e
pneumonias com qualquer aspecto radiológico.

.. COMENTARIO Diagnóstico de tuberculose pulmonar em crianças e em adolescentes com resulta-


dos negativos à baciloscopia:

[ Qua<hod lnko•""'....'"' Contato com adulto Teste hliMKVIitlk O' btMio nutriCional
tuberculoso
F«ft ou slntOtNs como; ·Ade11011~b hbr ou padrao
,....
Ptóldmo. nos ültlmos ·> Smmemn:.o Onnuulçio gtlrW
to&W, 4dinamia, exp«"tOf..ç.kr.

.........
•m.J9fKirneft:O. $udcwnc > J
niíli•
·Condens.aÇio ou intlltrJdo
((:Om ou sem flQIIV~}
~ter-*>>2~
• Condensaçao ou Infiltrado
..
v.acivdos com BCG
ou v.cirwdol > 2 .ano\

· > IOmrnemndn.-
dos<2~
(com ou wm ftCaY~) > 2
totmaNJ f"o!!Oulndo com piora
ou sem methofa com .,dblóõ-
CM p.v• 9f'I'MI COtnl..nl

e e e e e
.,.......,.,
Asslntcm;itico ou com sint~ ~o ou ~tt.radodle
qW~Iqu~rbpo < 2 ~riM

e e
lnfft:çao mphtórl;l (l)ftl meo- RadlogfiN I\OONI OcJuioNI <Srnm PMo llguAI ou adrN
!hora .tp6suso de MtibióbCOl ou neg..lti'o'G do petcentll 1o
J»r.11 gt'fTI"''n comuM ou wm
anbbi6tk:os
e e e e e
--
JO a JS pontor.

Alternativa A: INCORRETA. Pelo escore de pontua-


ção, entre 30 e 35 pontos pode ser considerado
como indicativo de tuberculose e orienta o iní-
tgullau inNri;w alS ~
Cllign6Wcopouco ~Se a Cl'\aftçil b AS9NtCIMATICA•a ~
6ade..X.aNCIRMAI..41~-~.,..... por ~

com qualquer condição imunodepressora. Em


crianças vacinadas há menos de dois anos, con-
sidera-se sugestivo de infecção PT igual ou su-
cio de tratamento da criança a critério clínico. perior a 1Omm.
Alternativa 8: INCORRETA. O escore de pontuaç~o Alternativa 0: INCORRETA. As manifestações extra-
leva sim em consideração o quadro clínico-ra- pulmonares da tuberculose na infância ocor-
diológico e estado nutricional da criança. rem em aproximadamente 20-25% do total de
Alternativa C: CORRETA. A prova tuberculínica pode casos, sendo mais frequente a forma pulmonar.
ser interpretada como sugestiva de infecç~o Algumas localizações extrapulmonares mais
por M. tuberculosis quando igual ou superior frequentes são: gânglios periféricos, pleura, os-
a 5mm em crianças n~o vacinadas com BCG, sos e meninges.
crianças vacinadas há mais de dois anos, ou Alternativa E.: INCORRETA. As manifestações clinicas
238 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

podem ser variadas. O achado clínico que cha- descarta a hipótese de glomerulonefrite pós-
ma atenção na maioria dos casos é a febre, -estreptocócica, indicando encaminhamento
habitualmente moderada, persistente por 15 para o nefrologista para biópsia renal.
dias ou mais e frequentemente vespertina. São @ A evolução do caso é compatível com a hi-
comuns irritabilidade, tosse, perda de peso, su- pótese de glomerulonefrite pós-estreptocód-
dorese noturna, às vezes profusa; a hemoptise ca, sendo a conduta adequada expectante com
é rara. Muitas vezes, a suspeita de tuberculose é acompanhamento clinico e laboratorial com
feita em crianças com diagnóstico de pneumo· pediatra-geral.
nia sem melhora com o uso de antimicrobianos ® O diagnóstico de glomerulonefrite pós-es-
para germes comuns. Os achados radiográficos treptocócica não é comum em meninos nessa
mais sugestivos da tuberculose pulmonar em faixa etária e como os exames não normaliza-
crianças são: adenomegalias hilares e/ou para- ram, está indicado encaminhamento para o
traqueais; pneumonias com qualquer aspecto nefrologista.
radiológico, de evolução lenta, às vezes asso-
ciadas às adenomegalias mediastinicas, ou que ._ COMENTÁRIO O quadro descrito no paciente
cavitam durante a evolução; infiltrado nodular da questão é compatível com a glomerulo-
difuso (padrão miliar). nefrite pós-estreptocócica, sendo esta a mais
comum das glomerulopatias da infância (al-
ternativa O correta), mais comum no período
Há 40 dias, Ivo de 1O anos de idade foi escolar e pré-escolar (alternativa E incorreta).
45 internado apresentando edema gene-
ralizado associado à hipertensão moderada e
Os sintomas manifestam-se 1Oa 20 dias (no má-
ximo seis semanas) após a infecção estreptocó-
hematúria. Os exames de sangue e uri na colhi- cica de vias aéreas superiores ou de pele, sendo
dos na ocasião confirmaram a hipótese inicial clássica a presença de edema, hipertensão e
de síndrome nefrítica. Recebeu alta em 3 dias hematúria. Na evolução natural dos casos não
após boa evolução clínica. Hoje, Ivo retoma complicados, observam-se, inicialmente, em
para seguimento ambulatorial. Relata que média sete a 15 dias após o início da doença,
está bem. Ao exame físico: FC = 80 batimen- desaparecimento do edema, aumento da diu-
tos por m inuto; FR = 20 irpm; PA = 110 x 70 rese e, dois a três dias após, normalização dos
mm Hg (p95 = 11 9 x 80 mmHg), sem edemas níveis tensionais, com pressão arterial menor
ou outras alterações ao exame físico. Traz os que o percentil 95 (alternativa B incorreta). A
exames que foram colhidos há 1O dias: Urina maioria das alterações urinárias regride entre a
1 com pH = 5,5; d = 1030; cor amarelo escuro; quarta e sexta semana da doença, embora em
50.000 hemácias na urina; leucócitos 10.000; 10% dos casos possa persistir a hematúria resi-
cilindros ausentes; sangue oculto ++; urobili- dual por vários meses (alternativa A incorre-
nogênio e pigmento biliar negativo, proteína ta). A dosagem do complemento sérico é obri-
negativa. Hemograma normal. C3 = 21 (nl 90 gatória para o diagnóstico de glomerulonefrite
até 180) C4 =7 (nl 10-40). Analisando a história pós-estreptocócica. Seus valores encontram-se
e os exames, é CORRETO afirmar: dimi nuídos em 95 a 98% dos casos. A normali-
zação de seus níveis, que ocorre dentro de qua-
® Ivo deve ser encaminhado para o nefrolo· tro a seis semanas, é um parâmetro importante
gista para biópsia renal pela manutenção de tanto para prognóstico quanto para o diagnós-
hematúria no exame de urina tipo 1que sugere t ico diferencial (alternativa C incorreta).
o diagnóstico de nefropatia por lgA. I Resposta: @
® A pressão arterial, no momento da consulta,
indica mau prognóstico, sendo necessário o en-
caminhamento para o nefrologista para biópsia A utilização do soro de reidratação oral
renal para descartar nefropatia lúpica.
© A persi stência do complemento ainda baixo
46 nos casos de desidratação implicou em
grande queda da mortalidade infantil por diar-
reia aguda. A Terapia de Reidratação Oral (TROJ:
2014 2l9

@ está indicada na maioria dos quadros de de- com ruídos hidroaéreos presentes. que não
sidratação por diarreia aguda e um índice de desaparecem mesmo após um intervalo maior
retenção de 20% associasse a uma evolução entre as tomadas; dificuldade de ingestão de
satisfatória do processo de reidratação. SRO, por exemplo, estomatite severa.
® é contraindicada quando há número de vô- Alternativa E: INCORRETA. Deve-se oferecer à crian-
mitos alto pelo risco de aspiração, assim nesses ça. líquidos via oral, conforme aceitação, sendo
casos a hidratação endovenosa com soro fisio- I OOml de TRO após cada evacuação.
lógico é mandatóría. I Resposta: @
© deve ser combinada com suspensão da ali-
mentação, inclusive o aleitamento materno,
pois a presença de qualquer alimento na luz Mariana tem 4 meses de idade e está em
intestinal dificulta a terapêutica.
@ pode falhar em decorrência da presença de
47 aleitamento materno exclusivo. Veio ao
pronto-socorro acompanhada pelo pai, Ma-
vômitos e nesse caso não está indicada a passa- nuel, que relata que a filha está com fezes líqui-
gem de sonda nasogástrica para a reidratação. das, 6 vezes ao dia, há 2 dias. O quadro é acom-
® deve ser oferecida em amostras pré-fixadas panhado de febre de 38,50C e vários episódios
para que se possa avaliar com precisão o quan- de vômitos, dificultando a ingestão de líqui-
to foi ingerido pela criança. dos. Ao exame físico, Mariana está em regular
estado geral e irritada. As mucosas estão des-
Alternativa A: CORRETA. Diarreia aguda é uma coradas, olhos fundos e sem lágrimas, saliva
doença caracterizada pela perda de água e ele- espessa, turgor da pele pouco diminuído, pulso
trólitos. devido ao g rande número de evacua- rápido e com enchimento capilar de 4 segun-
ções. A terapia de reidratação oral é feita com dos. Qual o diagnóstico e a conduta inicial para
uma solução de sais que são importantes para Mariana?
a manutenção do equilíbrio orgânico.
Alternativa 8: INCORRETA. A hidratação venosa @ Desidratação grave. Manter o aleitamento
deve ser indicada quando a criança não ganha materno e iniciar terapia de hidratação endo-
ou perde peso após as primeiras duas horas de venosa concomitante com hidratação oral com
hid ratação por sonda nasogástrica; quando a reavaliação de 1/1 hora
criança tem vômitos persistentes (quatro ou ® Desidratação grave. Suspender o aleitamen-
mais vezes, no mínimo, em uma hora) após a to materno durante a fase de reidratação e ini-
instalação da sonda nasogástrica; no caso de ciar hidratação endovenosa com soro fisiológi-
crise convulsiva com alteração do estado de co 20 ml/kg em 20 minutos.
consciência. © Desidratação de algum grau. Manter o alei-
Alternativa C: INCORRETA. Os lactentes amamen- tamento materno e iniciar terapia de hidrata-
tados no seio deverão continuar recebendo o ção oral, reavaliação de 1/1 hora, por um perío-
leite materno, junto com o soro de reidratação do de 4 horas.
oral. Os pacientes com outro tipo de ali men- @ Desidratação de algum grau. Suspender o
tação deverão receber somente a solução rei- aleitamento materno durante a fase de reidra-
dratante, enquanto mantêm sinais de desidra- tação e iniciar terapia de hidratação oral com
tação. reavaliação de 1/1 hora.
Alternativa D: INCORRETA. A administração por son- ® Desidratação de algum grau. Manter o alei-
da nasogástrica é uma maneira de dar TRO de tamento materno durante a fase de reidratação
modo gradual e continuo, favorecendo a ab- e iniciar hidratação endovenosa com soro fisio-
sorção da solução, e deverá ser administrada lógico 20 ml/ kg.
quando há perda de peso após as primeiras
duas horas de tratamento adequado com SRO; 11> COMENTÁRIO Manejo do paciente com diarreia
vômitos persistentes (quatro ou mais vezes, no aguda, de acordo com o Ministério da Saúde:
mínimo, num período de uma hora) depois de
iniciada a TRO; distensão abdominal acentuada
240 Preparatóriopara Residência Medica SUS/SP

AVAllAçAO DO ESTADO DE HIDRATAÇAO DO PACIENTE


ETAPAS A B c
OBSERVE
Estado geral Bem, a\erta Irritado, intranquilo Comatoso, hipotõnico*
Olhos Normais Fundos Muito fundos e secos
Ugrímas Presentes Ausentes Ausentes
Sedento, bebe rápido e avida- Bebe mal ou não é capaz de
Sede Bebe normal, sem sede
mente bebe,..
EXPLORE
Desaparece muito lentamente
Sinal da prega Desaparece rapidamente Oesapare<:e lentamente
(mais de 2 segundos)

Pulso Cheio Rápido, fraco Muito fraco ou ausente

DECIDA
Se apresentar dois ou mais si·
SEM SINAIS DE DESI- Se apresentar dois ou mais nais, induindo pelo menos um
DRATAÇAO sinais: COM DESIDRATAÇAO dos destacados com asterisco
('): DESIDRATAÇAO GRAVE
TRATE
USE O PLANO 8 (pese opa- USE O PLANO C (pese o pa-
USE O PLANO A
ciente) ciente}

._ COMENTARIO O paciente da questão apresen- conforme aceitação.


ta-se com regular estado geral e irritada. muco- I Resposta: ©
sas descoradas, olhos fundos e sem lágrimas,
saliva espessa, turgor da pele pouco diminuído,
pulso rápido e com enchimento capilar de qua- Pedro tem 12 anos de idade e vem à sua
tro segundos, apresentando então com quadro
de desidratação, devendo ser tratado pelo pla-
48 primeira consulta na UBS de um bairro
do município de São Paulo onde irá morar a
no B, que deve seguir as seguintes orientações: partir de agora. Em relação à vacinação, Matil·
1. Administrar solução de reidratação oral: da, sua mãe, relata que falta uma dose contra
· A quantidade de solução ingeri da dependerá hepatite B, mas perdeu a carteira de vacinação
da sede do paciente; em uma enchente. Pedro apresenta cicatriz de
• A SRO deverá ser administrada continuamen- 8CG. Qual é a conduta adequada para regula ri·
te, até que desapareçam os sinais de desidra- zar a situação vacina! de Pedro?
tação;
• Apenas como orientação inicial, o paciente ® Como o cartão de vacina foi perdido, deve-
deverá receber de 50 a 1OOmlll<g para ser admi· ·se revacinar Pedro apenas com 3 doses contra
nistrado no período de 4-6 horas. hepatite 8; 3 doses de difteria e tétano (dupla
2. Durante a reidratação, reavaliar o paciente adulto} e duas doses de sarampo, caxumba e
seguindo as etapas do quadro "avaliação does- rubéola que são vacinas importantes nessa fai-
tado de hidratação do paciente": xa etária.
• Se desaparecerem os sinais de desidratação, ® Como a mãe lembra qual vacina está fal-
utilize o plano A; tando, deve-se abrir novo cartão e atualizar o
• Se continuar desidratado, indicar a sonda na- esquema vacina!, administrando a última dose
sogástrica (gastróclise); contra hepatite 8 e administrando 3 doses da
·Se o paciente evoluir para desidratação grave, difteria e tétano que são vacinas importantes
seguir o plano C. nessa faixa etária.
Em lactentes, o leite materno deve ser mantido,
2014 241

© Como o cartão de vacina foi perdido, deve- ® pneumonia sem derrame pleural, Staphylo-
-se revacinar Pedro com 3 doses de anti-hepati- coccus aureus, tratamento ambulatorial com
te B; 3 doses da difteria e tétano (dupla adulto); azitromicina.
3 doses de antipólio oral e duas doses de sa-
rampo, caxumba e rubéola. .,. COMENTARIO O agente bacteriano principal
@ Como a mãe lembra qual vacina está faltan- da pneumonia encontrado na faixa etária de
do, deve-se abrir novo cartão e revacinar apenas pré-escolar e escolar é o S. pneumoniae. No
com 1 dose contra hepatite 8; 1 dose de BCG e exame físico do aparelho respiratório, identifi-
duas doses de sarampo, caxumba e rubéola que ca- se a taquipneia que, para crianças maiores
são vacinas importantes nessa faixa et ária. de 1 ano, é uma frequência respiratória maior
® Como o cartão de vacina foi perdido, deve- -se que 40 impulsões respiratórias por minuto. A
revacinar Pedro com 1 dose de BCG; 3 doses de presença de retração int ercost al é um sinal de
anti-hepatite B; 3 doses da difteria e tétano (du- gravidade da doença e seu achado é indicati-
pla adulto); 3 doses de antipólio oral e duas doses vo de internação. Em crianças, é frequente o
contra meningite e 1 dose contra pneumococo. comprometimento brônquico com estertores
finos médios e grossos. À ausculta, o murmú-
.,. COMENTARIO De acordo com o calendário va- rio vesicular poderá estar diminuído na con-
cina! do adolescente, o paciente deve receber densação por pneumonia, como também nas
a vacina para hepatite B (as três doses, já que grandes atelectasias e nos derrames pleurais. O
não t em a confirmação que já recebeu ante- frêmito toracovocal estará aumentado nos ca-
riormente), t ríplice viral (duas doses), difteria e sos de consolidação e diminuído nos derrames
tétano (três doses) e antipoliomielite oral (três pleurais. Dessa forma, temos um paciente com
doses). o diagnóstico de pneumonia, sem derrame ob-
I Resposta: © servado pelos sinais semiológicos, sem sinais
de gravidade, podendo ser tratado em casa.
Ant ibióticos de primeira escolha são a Amoxici-
Ana t raz seu filho Pedro com 3 anos de lina ou a Penicilina procaína, para o t ratamento
49 idade ao pronto-socorro, poi s apresenta
tosse produtiva há uma semana, febre de 38'C
domiciliar.
I Rtsposta: @
a cada 8 horas, há 3 dias, e cansaço há 2 dias.
Ao exame físico, Pedro apresenta frequência
respiratória = 30 irpm apresentando apenas ti- Criança de 3 anos e 6 meses de idade
ragem subdiafragmática; frequência cardfaca =
100 bpm. Ausculta pulmonar com murmúrios
5O apresenta quadro de febre até 39•c há
um dia, sem outras queixas ou sintomas. Crian-
vesiculares diminuídos, macicez à percussão e ça em bom estado geral e exame físico sem ne-
aumento da ausculta da voz na base do hemi- nhuma alteração. Qual a melhor conduta?
tórax esquerdo. O diagnóstico e o agente etio-
lógico mais provável para o quadro respiratório @ Reavaliação em 48-72 horas se manutenção
de Pedro e a conduta nesse momento são: da febre.
® Colher Hemograma, Urina I (uroanálise) e
@ pneumonia com derrame pleural, Staphylo- Proteína C Reativa.
coccus aureus, realizar toracocentese e introdu- © Colher Hemograma, Hemocultura e Protefna
zir penicilina crist alina. C Reativa.
® pneumonia sem derrame pleural, Streptoc- @ Colher Hemograma, Urina I, Radiografia de
cocus pneumoniae. internação com introdução tórax.
de penicilina cristalina. ® Colher Hemograma, Urina I (uroanálise) e
© pneumonia com derrame pleural, Streptoc- Urocultura.
cocus pneumoniae, internação com int rodução
de penicilina cristalina. .,. COMENTiRIO A investigação de um quadro
@ pneumonia sem derrame pleural, Streptoc- febril em uma criança em idade escolar ou pré-
cocus pneumoniae, tratamento ambulatorial -escolar será indicada quando esta apresentar
com amoxicilina. febre maior que 39,4 •C associada a t remores
242 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

e calafrios (sugestivo de bacteremia), toxemia, Deixando os corticoides reservados para os


com mau estado geral, aspecto abatido, inape- lactentes sibilantes atópicos. O beta-2-adrenér-
tência, irritabilidade alternada com sonolência, gico pode ser usado, mas sua eficácia é contro-
letargia, apatia, fácies de sofrimento, choro in- versa e imprevisível.
consolável ou choramingas, gemência e dura- Alternativa 8: CORRETA. A conduta inicial para a
ção da febre maior que 72 horas. As infecções criança hipoxêmica é receber oxigênio umidifi-
virais geralmente cursam com três dias de febre cado frio. O que obtemos com inalação de oxi-
(adenovírus podem causar febre um pouco mais gênio com soro fisiológico. Como esse paciente
prolongada). Ultrapassados os três dias, pensar não estará apto para receber alimentos por
em infecção urinária {solicitar bacterioscópico boca devida à taquipneia, temos que providen·
de urina), especialmente em crianças abaixo ciar hidratação.
de 2 anos, sem outra sintomatologia; mas se a Alternativa C: INCORRETA. O beta 2 ad renérgico tem
febre prolonga uma infecção das vias aéreas su- eficácia controversa e a antibioticoterapia não
periores, suspeitar de contaminação bacteriana seria necessária, já que a epidemiologia direcio·
(rinossinusite-otite). Dessa forma, o paciente da na para um quadro viraI.
questão, por estar em bom estado geral. sem al- Alternativa D: INCORRETA. Não iniciar corticoterapia
terações no exame físico e com febre há apenas neste momento.
um dia, deve ser reavaliado nas próximas 48 a 72 Alternativa E: INCORRETA. Vide comentários ante·
horas, sem necessidade de examescomplemen- riores.
tares nesse atendimento inicial.
I Resposta: @
São indicações de hospitalização de crian·

PEDIATRIA 11 · RENATA DAVIN GOMES PARENTE


52 ças com Infecção do Trato Urinário {ITU):

@ Idade menor de três meses, malformação do


trato urinário, ITU pregressa.
Felix de Souza, três meses, chega ao ® Idade menor de 12 meses, malformação do
51 pronto-socorro com quadro de febre
(38• C) há dois-três dias, tosse e cansaço, com
trato urinário, vômitos frequentes.
© Idade menor de três meses, malformação do
piora importante hoje. Ao exame encontra-se trato urinário, vômitos frequentes.
acianótico, afebril, corado, hidratado. Frequên- @ Idade menor de 12 meses, malformação do
cia respiratória = 62 irpm1 tiragens intercostais trato urinário, ITU pregressa.
e subdiafragmática. Murmúrios vesiculares ® Idade menor de três meses, ITU pregressa,
presentes e simétricos, com sibilos e estertores vômitos frequentes.
grossos d ifusos bilateralmente. Saturação de
Oxigênio em ar ambiente de 89%. Pais contam ._ COMENTÁRIO Indicações para hospitalização
que é a primeira vez que seu filho apresenta ai· de crianças com infecção do trato urinário são:
guma doença. A terapia inicial inclui oxigênio e idade menor que três meses. Infecções febris
inalação com: agudas sugestivas de pielonefrite e vômitos
frequentes, pela impossibilidade de medicação
@ beta·2·adrenérgico e corticoterapia. via oral. A malformação do trato urinário é um
® soro fisiológico e hidratação. fator de risco para o desenvolvimento de pie-
© beta-2-adrenérgico e terapia antimicrobiana. lonefrite. Ela não é uma indicação expressa de
@ soro fisiológico e corticoterapia. hospitalização. Mas diante das alternativas pro-
® soro fisiológico e terapia antimicrobiana. postas a que mais se aproxima do que trazem
os consensos no assunto é a alternativa C, já
._ COMENTARIO Trata-se de uma primeira crise de que ITU pregressa não é um fator de risco im-
bronquiolite em um recém-nascido saudável, portante e não indica internação.
de causa provavelmente viraI. I Resposta: ©
Alternativa A: INCORRETA. Na primeira crise de
bronquiolite, não devemos usar corticoterapia.
2014 243

Fernanda, três anos de idade com qua- lateral não supurativa, eritema da mucosa oral
53
e
dro de tosse há quatro dias, coriza hialina
irritabilidade, não perdeu o apetite e está
com lábios fissurados, lfngua "em fra mboesa~
edema endurado em mãos e pés, exantema
ativa. Iniciou quadro de febre até 38• C há dois cutâneo polimorfo. Levando em conta a princi-
dias. Mãe acha que criança está com dor de pal hipótese di agnóstica feita para esta criança,
ouvido, pois leva muito a mão à orelha esquer- é CORRETO afirmar:
da, porém refere que ela não reclamou de dor.
Criança afebril no momento, sem alterações de @ O tratamento inclui penicilina ou amoxicilina.
exame físico com exceção de opacidade e hipe- @ A provável causa da doença é o Streptococ-
remia de membrana timpânica esquerda. Qual cus pyogenes.
diagnóstico e a melhor conduta? © A provável causa da doença é o Staphylococ-
cus aureus.
@ Otite média aguda, orientações gerais e rea- @ Os exames laboratoriais apropriados pode-
valiação em 48 horas ou se houver piora clínica. rão confirmar a doença.
® Otite média aguda, amoxidlina por 14 dias, la- ® Esta doença pode evoluir com envolvimento
vagem nasal e nebulização com soro fisiológico. da artéria coronária.
© Otite média aguda, orientações gerais e
prescrição de lavagem nasal e nebulização com _. COMENTÁRIO A principal hipótese diagnostica
soro fisiológico. para essa criança é a doença de Kawasaki. Uma
@ Otíte serosa, amoxicilina por 14 dias, lava- doença de etiologia ainda desconhecida, que
gem nasal e nebulização com soro fisiológico. deve ser diagnosticada seguindo o seguinte
® Otite serosa, orientações gerais, lavagem critério:
nasal e reavaliação em 48 horas ou se houver
piora clínica. Febrt por dnco dias oumais+ 4dos 5 altérlos
Conjuntivite n~o purulenta
_. COMENTÁRIO O quadro clínico da criança fala
Alteração de lábios e cavidade oral:
a favor de uma otite média aguda. Febre, dor Lfngua framboes~onne
no ouvido e Otoscopia mostra membrana tim- Eritemia e edema de orofarfnge
pãnica eritematosa e opaca. Como tem mais Fissuras e erltema labial
que dois anos, está afebril no momento, sem Alteraç~ de membros:
outras alterações do exame físico. a conduta no Agudo: Eritema e edema de máos e p~s
momento é expectante. Devendo a criança ser Subagudo: descamaçáo periungueal nas semanas
reavaliada em 48h. 2e 3
Certmdo Incerteza do dlag- Exantema pollmórfico
ldadf
diagnóstico nóstlco Linfonodo~alia cervical (> l ,San de dia metro)
< 6 mêSes tratar tratar O diagnóstico é clínico, os exames laboratoriais
6 meses a Grave: tratar não confirmariam a hipótese diagnostica. Mas
tratar
lanos Não grade: observar podem contribuir na avaliação. Sendo obser·
Grave: tratar vado leucocitose com desvio a esquerda, com
>2 anos Náograve: Observar contagem de plaquetas normal na primeira se-
observar mana e aumento na segunda semana. Apresen-
Critérios para tratamento da OMA. segundo a ta VHS e/ou PCR elevados.
Academia Americana de Pediatria. Trata-se de uma vasculite que afeta predomi-
nantemente as artérias de médio calibre com
I Resposta: @ predileção pelas artérias coronárias. O trata-
mento proposto é imunoglobulina intravenosa
e acido acetil saiíCilico em dose anti-inflamató-
Uma criança de três anos e quatro meses ria (80 a 100 mg/kg/dia).
54 de idade, previamente saudável, apre-
senta febre alta há cinco dias, conjuntivite bi-
I Resposta: ®
244 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

Uma criança de três anos de idade evolui Alternativa A: INCORRETA. O tratamento deve ser o
55 com diarreia significativa e deterioração
clínica. É obtida uma gasometría arterial que
mais precoce possível, de preferencia nas duas
primeiras semanas de vida.
mostra pH: 7,23; Pa02: 68 mmHg; PaC02: 32 Alternativa 8: INCORRETA. O teste de triagem consta
mmHg; bicarbonato de 15 mEq/L e saturação de da dosagem do TSH em papel filtro.
02 de 92%. Trata-se de: Alternativa C: INCORRETA. Não vemos hipert onia, ao
contrário1 observa-se hipotonia.
® Acidose metabólica. Alternativa 0: CORRETA. A triagem neonat al em re·
® Alcalose respiratória. cém-nascidos a termo deve ser feita após 48h
© Acidose metabólica e alcalose respiratória. até o 4• dia de vida.
@ Acidose metabólica e acidose respiratória. Alternativa E: INCORRETA. A icterícia prolongada é
® Alcalose metabólica e acidose respiratória. um dos sintomas do hipotireoidismo congênito•

.. COMENTÁRIO Trata-se de uma acidose metabó-


lica, pois na gasometria t emos um pH baixo (nor- Uma criança com acidose metabólica apre-
mal de 7,35 a 7,45), com um bicarbonato baixo
(normal: 20- 28mEq/L) e PaC02 levemente bai-
57 senta as seguintes dosagens sanguíneas:
sódio = 137 mEq/L cloro = 98 mEq/L e bicarbona-
xa (35 - 45 mmHg). Na acidose metabólica isola· to de 16 mEq/L O seu ânion·gap será de:
da, há uma diminuição possível da concentração
de C02 no sangue, para isso devemos calcular o @ 23 mEq/L.
PC02 esperado. Se o real estiver menor que o es- ® 12 mEq/L.
perado, podemos dizer que existe uma acidose © 10 mEq/L.
respiratória concomitant e. @ 13 mEq/L.
Cálculo do PC02 esperado: PC02= 1,5x (HC03) ® 17 mEq/L.
+8±2
.. COMENTÁRIO O anion gap representa a concen·
Para o paciente da questão o PC02 esperado tração de t odos os ânions não mensurados no
seria: 30,5 ± 2 (variando de 28,5 a 32,5 plasma. Deve ser calculado da seguinte forma:
AG = sódio • (cloro+ bicarbonato) Temos ent ão
Alternativa 8: INCORRETA. Não há alcalose respirató- que o anion gap do paciente da questão é: 137-
ria (PC02 dentro do esperado) (98 + 16) = 23mEq/L
Alternativa C: INCORRElA. Não há alcalose respiratória. I Resposta: ®
Alternativa D: INCORRETA. Não há acidose respiratória.
Alternativa E: INCORRETA. Não há Alcalose metabólica.
I Resposta:® No período neonatal os valores normais
58 da frequênda respiratória variam de:

Sobre o hipotireoidísmo congênito é cor- ® 20 a 40 respirações por minuto.


56 reto afirmar: ® 20 a 30 respirações por minuto.
© 40 a 60 respirações por minuto.
® O início do tratamento deve ser o mais pre· @ 30 a 40 respirações por minuto.
coce possível, de preferência até o quarto mês ® 40 a 70 respirações por minuto.
devida.
® Oteste de triagem é feito com a dosagem de .. COMENTARIOVeja tabela:
T4 em papel filtro.
© Geralmente a criança se apresenta com hiper- Idade Respira~õeslmin
tonia muscular e dificuldade respiratória. Até um ano 30a60
@ A triagem neonatal em recém-nascidos a ter-
mo deve ser feita até o 4° dia de vida. Um a três anos 24a40

® A icterícia prolongada não faz parte do qua- Quatro a dnco anos 22 a 34


dro clínico. 6a 12anos 18a 30
13a 18anos 12 a 16

Rlnk!:SAYP· 101 1
2014 245

I Resposta: © @ A asserção é incorreta e a razão é correta.


® A asserção e a razão estão erradas.

Ao examinar um recém ~nascido são en- I> COMENTÁRIO A presença de anticorpos lgM
59 contradas habitualmente manifestações
que não têm repercussão clínica. A manifesta-
específicos para rubéola, no sangue do recém-
-nascido, é evidência de infecção congênita.
ção exige atenção, pois está fora da normalida- uma vez que os anticorpos lgM maternos não
de e precisa de seguimento: ultrapassam a barreira placentária.
A infecção natural pela rubéola confere imuni-
@ batimento de aletas nasais. dade permanente, mas os anticorpos que nos
® vérnix. protegem após a primo-infecção são do tipo
© lanugo. IGG. Dessa forma. A asserção está correta e a
@ mancha mongólica. razão está incorreta.
® milium sebáceo. I Resposta: ®
Alternativa A: CORRETA. O batimento de aletas na-
sais é um sinal de desconforto respiratório no CIRURGIA I· HUGO GONÇALO GUEDES
recém-nascido.
Alternativa 8: INCORRETA. O vérnix está presente é
um biofilme que permite a maturação da pele Um homem de 37 anos de idade bateu
do recém-nascido, lubrifica e facilita sua passa-
gem pelo canal do parto. Estando mais presen-
61 seu carro em alta velocidade contra um
poste. Ficou preso nas ferragens e decorreram
te nos recém-nascidos a termo. 50 minutos até que fosse retirado do vefculo.
Alternativa C: INCORRETA. O lanugo é uma pilificação Trazido pelo resgate em prancha rígida, com
fina que pode estar presente no RN ao nasci- colar cervical, recebendo oxigênio, 1O Um inu-
mento, desaparecendo nas primeiras semanas. to, chega ao pronto-socorro depois de mais 40
Alternativa O: INCORRETA. A mancha mongólica é minutos. Apresenta fratura fechada de tíbia e fi-
uma mancha de coloração marrom azulada ou bula à esquerda, que foi cuidadosamente imo-
arroxeada que surge por um defeito da migra- bilizada. Está orientado e estável hemodina-
ção dos melanócitos da crista neural para a micamente. Queixa-se de muita dor em perna
derme no desenvolvimento embrionário. Pelo esquerda, principalmente à movimentação do
caráter autoinvolutivo, não necessitam de tra- pé. A perna esquerda tem edema tenso e pul-
tamento. sos distais diminufdos, sendo muito dolorosa à
Alternativa E: INCORRETA. O milium sebáceo con- movimentação passiva. Conduta prioritária:
siste em pápulas peroladas benignas que não
necessitam de intervenção. @ Fasciotomia.
® Arteriografia e fixação imediata das fraturas.
© Elevação da perna, para diminuir o edema.
Dada à sentença: "A presença de anticor- @ Analgesía com opioides leves e anti-inflama-
6O pos lgM específicos para rubéola no re-
cém-nascido é evidência de infecção congênita
tórios, evitando drogas de4pressoras do siste-
ma nervoso central.
PORQUE a infecção natural pela rubéola em ge- ® Reposição volêmica agressiva, para melho-
ral não confere imunidade permanente~ rar a perfusão sistêmica e da perna fraturada.
Assinale a alternativa CORRETA sobre a rubéola
congênita. COMENTAR lO Paciente com trauma de coxa, ede-
ma tenso e diminuição de pulsos distais. Até
@ A asserção é correta, a razão é correta e ara- que se prove o contrário, o paciente está ten-
zão justifica a asserção. do uma síndrome compartimental da coxa, e a
® A asserção é correta e a razão é incorreta. conduta nesse caso é a fasciotomia.
© A asserção é correta, a razão é correta, mas a I Resposta: @
razão não justifica a asserção.
246 Preparatóriopara Residência M~dica SUS/SP

Uma mulher de 58 anos de idade usou braço esquerdo, de cerca de 6 mm de diâmetro.


62 anti-inflamatório, por dor nas costas, nos
últimos 15 dias. Chega ao pronto-socorro com
Não há linfonodos palpáveis. Melhor conduta:

hematêmese, em choque hemodinâmico. Após ® observação ambulatorial rigorosa.


reanimação volêmica, foi submetida à endos- ® biópsia por punção.
copia digestiva alta, que mostrou úlcera em © biópsia incisional.
antro gástrico. Indica maior risco de recidiva @ biópsia excisional, sem margem.
hemorrágica o achado endoscópico de: ® exérese com margem de 1,O em e pesquisa
de linfonodo sentinela.
® Fundo da úlcera com hematina.
® Coágulo aderido ao fundo da úlcera. ., COMENTARIO Mais uma vez, lesão cutânea
© Sangramento em jato. enegrecida, irregular na prova, deve-se sempre
@ Sang ramento em babação continua. pensar em melanoma, e a melhor conduta para
® Vaso visível. diagnóstico e estadiamento é a biópsia excisio-
nal marginal a lesão.
., COMENTARIO Uma questão sobre a classifica- I Resposta: ®
ção de Forrest, onde quanto maior o sangra-
mente encontrado, maior a chance de recidiva.
No caso, o sangramento em jato (Forres! IA) é a J.A.l., 65 anos, masculino, portador de
resposta da questão.
I Resposta: ©
65 doença de Chagas, relata dor abdominal
em cólica há 1Odias. Refere parada de elimina-
ção de gases e fezes há 3 dias. O abdome é glo-
boso, distendido, difusamente doloroso, sem
Uma senhora de 52 anos, sem antece- sinais de irritação peritoneal e sem cicatrizes.
63 dentes médicos relevantes, queixa-se de
dor em hipocôndrio direito e epigástrio, asso-
Toque retal: sem fezes na ampola retal. Feita a
radiografia mostrada a seguir (VER IMAGEM).
ciada à febre e queda do estado geral, há 3 dias. Principal r e tratamento:
Está desidratada, ictérica e febril (temperatura
axilar: 39,0"(). A principal hipótese diagnóstica
e melhor maneira de confirmHa é:

® pancreatite aguda bilíar; amilasemia.


® neoplasia periampular; tomografia de ab-
dome.
© colangite aguda; ultrassonografia de abdome.
@ cisto hepático infectado; punção.
® hepatite aguda; enzimas hepáticas.

.. COMENTARIO Paciente com a tríade de Charco!


da colangite aguda: dor no HCD, febre e icterf-
cia, com um USG de abdome podendo mostrar ® Volvo de sigmoide; colonoscopia descom-
coledocolitiase e espessamento e dilatação da pressiva.
árvore biliar. ® Hérnia interna; laparotomia exploradora.
I Resposta: © © Obstrução intestinal; jejum, sonda gástrica
e hidratação.
@ Fecal o ma; lavagem intestinal.
Uma mulher de 37 anos, branca, em con- ® Neoplasia de cólon; retossigmoidectomia à
64 sulta ambulatorial, queixa-se de mancha
pruriginosa no braço. que cresceu nos últimos
Hartmann

meses. O exame revela lesão enegrecida, de ., COMENTARIO Paciente provavelmente com


contornos irregulares, em face mediai de ante- megacólon chagásico, com quadro típico de
2014 247

abdome obstrutivo baixo, além da radiografia @ neuralgia intercostal.


com imagem típica em bico de pássaro e grão ® recorrência dos sintomas primários.
de café do volvo de sigmoide. Uma alternativa
para o tratamento é a colonoscopia descom- ._ COMENTÁRIO A sudorese compensatória é
pressiva com passagem de sonda retal de gros- a complicação pós-operatória mais comum,
so calibre para programação de colectomia ou ocorrendo principalmente no dorso e virilhas,
colopexia, a depender do caso. seguido em menor proporção pela sudorese
I Resposta: @ gustarória. A síndrome de Horner é complica-
ção irreversível. porém rara.
I Resposta: @
Um rapaz de 18 anos chega ao pronto-
66 ·socorro por ferimento por arma branca,
ocorrido há cerca de 1 hora. Tem lesão de 6 em Um homem de 74 anos de idade foi ví-
de extensão em face Antero-superior de ante·
braço direito, aparentemente profunda, sem
68 tima de colisão lateral de automóvel.
Estava sentado no banco de trás do veículo.
sangramento ativo. A mão direita tem perfusão Est á consciente e queixa-se de dor em região
muito diminufda, m uita dor e parestesia. Não se escapular esquerda. Frequência respiratória:
palpa pulso radial nem ulnar no membro afeta- 24 ciclos por minuto. Está acianótico. FC: 120
do. Melhor conduta: bpm, pulso cheio. Pressão arterial sistólica: 100
mmHg, sendo assimétrica entre os membros
@ Aquecimento do membro e vasodilatadores superiores. A radiografia de tórax mostra alar-
arteriais por via intravenosa. gamento do mediastino (cerca de 9 em) e des-
® Anticoagulação com heparina. vio da traqueia para a direita. Não mostra hemo
© Arteriografia de urgência, para avaliar pos- nem pneumotórax. Hipótese diagnóstica mais
sível lesão arterial; dependendo do achado, provável:
operação.
@ Exploração imediata da lesão, em centro ci- @ Tórax instável.
rúrgico, para reconstrução arterial. ® Rotura traqueobrônquica.
® Fasciotomia dos compartimentos do ante- © Contusão cardíaca.
braço. @ Lesão traumática de artéria axilar esquerda.
® Rotura traumática de aorta .
._ COMENTÁRIO Dor forte, parestesia e perfusão
diminuída são sinais de isquemia do membro, ._ COMENTÁRIO Tórax instável e rotura traqueo-
provavelmente ocasionado por uma lesão vas- brôquica não são compatíveis com o quadro
cular do FAB profundo. A conduta correta é clínico do paciente, que está acianótico e sem
abordagem cirúrgica para reparo adequado de trauma costal aparente. A contusão cardíaca
imediato. não causa alargamento mediastinal, e a lesão
I Resposta: @ da a. axilar é lesão distai ao mediastino. A rotura
da aorta explica todos os achados, sendo a res-
posta da questão.
Uma mulher de 22 anos, com queixa I Resposta: @
67 de hiperidrose axilopalmar, solicita ser
submetida à simpatectomia por videotoracos-
copia. A paciente deverá ser informada sobre Dentre as condições abaixo citadas de-
os eventuais efeitos colaterais e as possíveis
complicações decorrentes do procedimento. D
69 correntes de t rauma toracoco, a que se
associa à maior letal idade imediata é
evento desfavorável mais frequente é:
@ rotura traumática de aorta.
@ sudorese compensatória em dorso e virilhas. ® rotura t raqueobrônquica.
® sfndrome de Horner. © contusão pulmonar.
© sudorese facial com estímulo salivar (sudo- @ pneumotórax hipertensívo.
rese gustatória). ® contusão cardíaca.
248 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

97%, com oxigênio; C: PA: 11 O x 80 mmHg, P: 90


.. COMENTÁRIO Segundo o ATLS e o site trauma . bpm, abdome flácido, doloroso em flanco direi-
org, a ruptura traumática da aorta é responsá- to, pelve estável, toque retal sem alterações; D:
vel por até 15% de todas as mortalidades de Glasgow 15; E: escoriações em dorso, à direita.
colisões de veículos, onde 80% dos pacientes Apresenta hematúria. Conduta correta:
morrem ainda no ambiente pré-hospitalar. A
rotura traqueobrõnquica é também grave con- @ Laparotomia exploradora.
dição clínica, porém bem menos frequente. O ® Laparoscopia di agnóstica.
gabarito da banca foi a letra D, pneumotórax © Ultrassom de vias urinárias.
hipertensivo, porém não há evidência científica @ Monitorização e observação clínica.
de alto impacto que respalde a afirmativa. ® Tomografia de abdome, com fase excretora.
I Resposta: ®
._ COMENTÁRIO O paciente em questão é vítima
de um trauma abdominal fechado com hema·
Um senhor de 52 anos, tabagista de lon- túria. Qual o grande divisor de águas em casos
7O ga data, observou lesão em borda lateral
esquerda da Hngua, ulcerada, há cerca de 1
como esse' A estabilidade hemodinãmica! No
caso em questão, nosso paciente está estável
mês. A úlcera tem cerca de 1,5 em de diâmetro. e pode ser submetido a TC de abdome para
A respeito desta lesão, é CORRETO afirmar: avaliar uma possivel lesão renal (dor em flanco
+ hematúria). Não iremos indicar cirurgia para
® Devem ser investigadas doenças gástricas e um paciente estável, sem peritonite, sem antes
feita orientação nutricional, já que deve tratar- realizar um exame de imagem (opções A e Ber-
-se, mais provavelmente, de lesão aftoide. radas) e não podemos ignorar o fato do pacien-
® Deve ser feita biópsia excisional para defini- te apresentar hematúria após o trauma (opção
ção diagnóstica. D errada). O USG do trauma é o FASn O USG de
© A disseminação metastática para os pul mões rins e vias urinárias tem pouco uso no trauma
é um achado frequente nestes pacientes. abdominal (opção C errada).
@ Trata-se mais provavelmente de adenocar- I Resposta: ®
cinoma de língua, fortemente relacionado ao
tabagismo.
® Um dos exames necessários durante a inves- Um paciente de 30 anos, vitima de queda
tigação é a laringoscopia, direta ou indireta. 72 de moto em alta velocidade, apresenta:
A: via aérea pérvia, com colar cervical; B: MV+
.. COMENTÁRIO Até que se prove o contrário, bilateralmente com roncos difusos, Sat02: 80%
com relação a lesões ulceradas ou exofíticas com oxigênio; C: PA: 11 O x 70 mmHg, P: 95
não cicatrizentes na cavidade oral em paciente bpm, abdome flácido e indolor, pelve estável,
tabagista, devemos pensar em carcinoma epi· toque retal sem alterações; D: Glasgow 14, pu·
dermóide, devendo realziar biópsia incisional pilas isocóricas, fotorreagentes; E: escoriações
para confirmação da doença, estadiamento e em tórax e membros superiores. Provável causa
busca de lesões secundárias com rinofaringo- da hipoxemia:
laringoscopia, broncoscopia, endoscopia, TC de
tórax e cervical. ® Pneumotórax bilateral.
I Resposta: ® ® Contusão pulmonar.
© Hemotórax.
@ Broncoespasmo.
CIRURGIA 11· RODRIGO CAMARGO LEÃO EDELMUTH ® Pneumotórax hipertensivo.

._ COMENTÁRIO O autor nos assegurou que a via


Um paciente de 35 anos, vítima de queda aérea desse paciente já está pérvia e garantida,
71 de andaime de 2 metros, trazido por res-
gaste, apresenta: A: Via aérea pérvia, com colar
então podemos ir para a letra B (ventilação).
Estamos frente a um paciente com hipoxemia
cervical; B: MV+, sem ruídos adventícios, Sat02: em um cenário com um mecanismo de trauma
2014 249

importante e sabemos que houve impacto to- vez ficamos com a impressão que o autor não
rácico, pois há escoriações em tórax ao exame nos deu todas as informações necessárias, mas
físico. Nosso padente não apresenta redução vamos com calma!
ou ausência de MV, então podemos descartar O autor é enfático em nos dizer que ela está de-
as opções de hemotórax ou pneumotórax. E o sidratada e muito descorada (3+/4+), quando
broncoespasmo não mantém correlação com o associamos isso ao fato de ela estar taquicárdi-
trauma, portanto a opção correta é a alternativa ca e em uso de anticoagulantes orais, já pode-
B, contusão pulmonar! Lembrem-se do tripé mos pensar em abdome agudo hemorrágico.
do tratamento da contusão pulmonar: analge- Além disso, a paciente apresenta distensão ab-
sia, fisioterapia respiratória e restrição hídrica. dominal às custas do acúmulo de líquido intra-
Vamos aproveitar também para rever o exame cavitário, pois ao exame o abdome é maciço a
físico do trauma torácico: percussão. Podemos então concluir que esse lí-
Pneumotórax simples: MV reduzido ou abo- quido é sangue e que ela apresenta um choque
lido, hipertimpanismo a percussão. Pacien- hemorrágico!
te estável hemodinamicamente. I Resposta: @
Pneumotórax hipertensivo: MV reduzido
ou abolido, hipertimpanismo a percussão.
Paciente instável hemodinamicamente.
Desvio de traqueia e !urgência jugular (se
74 O linfonodo sentinela:

paciente com volemia adequada, sem cho-


que hemorrágico). @ deve ser estudado de rotina em melanoma,
Hemotórax: MV reduzido ou abolido, maci- câncer de mama e carcinoma basocelular.
cez a percussão. Paciente instável hemodi- ® é o linfonodo com maior captação radioativa
namicamente. da região em questão.
© é o primeiro linfonodo que drena a região
Desvio de traqueia e ausência de t urgênda ju- em quest ão.
gular. @ pode ser mais de um linfonodo.
I Resposta: ® ® quando negativo, indica linfadenectomia da
região em questão.

Uma paciente de 28 anos refere dor ab- ~ COMENTÁRIO A questão foi anulada pela ban-
73 dominal há cerca de 12 horas. A dor é
difusa e acompanhada de náuseas, vômitos e
ca, pois havia mais de uma resposta correta. O
linfonodo sentinela é o primeiro linfonodo ou
distensão abdominal. Nega febre. Está desidra- grupamento linfonodal que drena uma deter-
tada (+/4+) e muito descorada (3+/4+). Oabdo· minada região. Além disso, na prática médica
me está distendido e é maciço à percussão. Não vemos que o linfonodo sentinela costuma ser
se auscultam ruídos hidroaéreos. O toque retal o que mais capta o marcador radioativo e/ou o
não denota lesões e evidenda fezes na ampola contraste injetado.
reta I. P = 120 bpm, PA = 100 x 80 mmHg, IMC = A pesquisa do linfonodo sentinela é de grande
35 kg/m'. A paciente está em uso de anticoa- valia nos casos de tumores de mama, melano-
gulante oral, por trombose de membro inferior ma e câncer de pênis. Pois, quando positivos
direito, há 3 meses. A hipótese diagnóstica mais podem indicar necessidade de esvaziamento
provável é abdome agudo: de toda a cadeia linfonodal respectiva (linfade-
nectomia).
@ hemorrágico. I Resposta: ANULADA
® obstrutivo.
© perfurativo.
@ vascular. Um traumatizado de 49 anos foi subme-
® inflamatório. 75 tido à fixação externa de fratura exposta
de perna direita, drenagem de tórax por hemo-
~ COMENTARIO Ao ler a questão pela primeira tórax, laparotomia com esplenectomia e sutura
250 Preparatóriopara ResidênciaMedica SUS/SP

de laceração hepática. Recebeu 7 concentrados descompressiva com peritoneostomia (bolsa


de hemácias e 20 litros de cristaloide. No 2• de Bogotá ou curativos á vácuo) e suporte in-
dia de pós-operatório, evoluiu com distensão tensivo com restrição hídrica. E as outras alter-
abdominal, taquipneia, rebaixamento do nível nativas?
de consciência, oligúria e hipotensão. Não teve Não podemos pensar em sangramento hepáti-
queda do hematócrito. Provável hipótese diag- co, pois não houve queda de hematócrito e o
nóstica e conduta: paciente apresentou somente distensão abdo-
minal, sem dor ou peritonite.
@ Sangramento hepático. Arteriografia. O choque séptico em um cenário de trauma
® Sangramento hepático. Angiotomografia. costuma ser mais tardio, em geral ao redor do
© Síndrome compartimental abdominal. Peri- quinto ao sétimo dia pós-trauma e se apresenta
toniostomia. de forma muito semelhante ao paciente em
@ Síndrome compartimental abdominal. Cura- questão: distensão abdominal, febre, taquicar-
rização. dia, taquidispneia e hipotensão.
® Choque séptico de foco abdominal. Laparo- I Resposta: ©
tomia exploradora .

._ COMENTARIO O caso em questão trata sobre o Associação correta entre o risco perio·
diagnóstico e tratamento da síndrome compar-
timental abdominal (pressão intra-abdominal
76 peratório especifico e a escala ou !ndice
utilizado para sua avaliação:
sustentada ou repetida ;;: 20mmHg associada à
disfunção ou à falência de órgãos). O aumento @ Nutricional - Goldman.
da pressão intra-abdominal reduz a perfusão ® Cardiológico- Apache 11.
tecidual dos órgãos intra-abdominais aumen- © Pul monar - Braden.
tando o risco de isquemia de mucosas e trans- @ Pulmonar - Torrington e Henderson.
locação bacteriana, com redução da perfusão ® Renal - Detsky.
renal resultando em oligúria e prejudicando o
retorno venoso e causando hipotensão. É uma Alternativa A: INCORRETA. Goldman: avalia o risco
entidade comum no cenário pós-trauma, visto cardíaco em cirurgias não cardíacas.
que muitas vítimas necessitam de expansão Alternativa 8: INCORRETA. O APACHE 11 é um escore
volêmica agressiva para melhora do padrão he· prognóstico, que estima a gravidade e prediz
modinãmko. Na questão o paciente foi ressus- mortalidade de doentes graves. É um dos esco-
citado com 20 litros de cristaloide! res mais difundidos no mundo e amplamente
O diagnóstico da SCA é objetivo: PIA susten- utilizado em UTI. Lembrem-se de que ele não é
tada ou repetida <: 20mmHg. Vamos lembrar exclusivo da pancreatite aguda!
como é feita a mensuração da PIA? Alternativa C: INCORRETA. Escala utilizada pela equi-
Em posição supina e em expiração (após cons· pe de enfermagem para avaliar o risco de de·
tatação de que não há contração da parede ab- senvolvimento de úlceras de pressão.
dominal) e que o transdutor está •zerado" no ní- Alternativa 0: CORRETA. O escore de Torrington e
vel da linha axilar média. A mensuração da PIA Henderson também avalia o risco pré-operató-
deve ser realizada via pressão intravesical com rio e estima a probabilidade de ocorrência de
instilação 25-75 ml de água destilada estéril no complicações pulmonares e mortalidade.
cuff da sonda de Foley. A hipertensão intra-ab- Alternativa E: INCORRETA. Detsky: também avalia o
dominal é definida quando há uma PIA susten- risco cardíaco em cirurgias não cardíacas
tada ou repetida llil 12mmHg. Já a hipertensão
intra-abdominal é classificada em:
Grau 1: 1215mmHg Um senhor de 68 anos foi submetido à
Grau 11: 1620mmHg
Grau 111: 2125mmHg
77 gastrectomia total, por adenocarcinoma
pouco diferenciado, há 1 ano. Ficou assintomá-
Grau IV: > 25mmHg tico até há 3 semanas, quando passou a apre-
sentar dor abdominal difusa, em cólica, náuseas
O tratamento definitivo da SCA é a laparotomia
2014 251

e vômitos. Passou a ter também distensão ab- Contrastes hiperosmolares.


dominal progressiva. A tomografia de abdome I Resposta: ©
revela carcinomatose per itoneal difusa, ascite
e distensão de alças de delgado, sem ponto
de obstrução evidente. Tem muito pouco gás
e mínima quantidade de fezes nos cólons e na
ampola reta!. Melhor tratamento inicial:
79 Uma criança de 3 anos é trazida ao pron-
to socorro com quadro de dor abdominal
em cólica, há 10 horas. Tem sangue e muco nas
fezes. O exame clínico revela massa palpável
@ laparotomia exploradora. em quadrante inferior direito do abdome. Está
® jejum, sonda gástrica e hidratação intrave- hemodinamicamente normal. Melhor conduta:
nosa.
© jejunostomia endoscópica. @ Tomografia de abdome e pelve.
@ corticosteroides por via intravenosa. ® Ressonância de abdome e pelve.
® jejunostomia percutânea. © Laparotomia exploradora.
@ Laparoscopia diagnóstica.
~ COMENTARIO Estamos frente a um quadro de ® Colonoscopia com insuflação de ar.
abdome agudo obstrutivo em um paciente que
já foi submetido à cirurgia. Nesses casos, nossa ~ COMENTARIO Massa palpável em Q!D +fezes
principal hipótese diagnóstica é brida! A condu- com muco e sangue em uma criança? Sempre
ta inicial nesses casos é sempre expectante, com t emos que lembrar de intuscepção!
jejum por via oral, passagem de SNG, soro de A intussuscepção é uma invaginação do intesti-
manutenção, hidratação venosa a critérios mé- no proximal para dentro da luz intestinal distai.
dico e correção dos distúrbios hidroeletrolíticos. ~ uma das causas mais comuns de abdome
A cirurgia nesses casos pode ser indicada se agudo na infância (sendo a segunda causa mais
houver falha do tratamento clínico após 36-72 comum de emergência abdominal na criança,
horas. Vale uma ressalva para a questão: o pa- depois de apendicite).
ciente foi submetido a uma gastrectomia total Mais comum no sexo masculino e em me-
há um ano e não possui estômago, a sonda se- nores que dois anos (90% dos pacientes
ria naso-entérica nesse caso! apresentam até dois anos). Incidência mais
I Resposta: ® elevada em lactentes: S-9 meses.
O quadro clínico consiste na tríade clássica: dor
abdominal em cólica, fezes em geleia de fram-
NÃO é condição que piore o risco de boesa/morango e massa abdominal palpável
78 desenvolvimento de lesão renal aguda,
associada ao uso de contraste iodado intrave-
(mas está presente em menos de 50% dos ca-
sos). Alguns pacientes podem ter resolução
noso: espontânea, após tratamento expectante com
jejum, analgesia e hidratação. Os tratamentos
@ nefropatia diabética. não cirúrgicos são, atualmente, a conduta de
® taxa de filtraçãoglomerular < 60 ml/1,73 m 2• eleição, essencialmente por sua alta taxa de
© sexo masculino. êxito (80% pós enema com bário e 95% pós
@ administração de manitol. enema com ar) e sua baixa taxa de morbimor-
® uso de contraste com alta osmolaridade. talidade, bem como pela curta duração da hos-
pitalização pós-redução. A colonoscopia ou en-
~ COMENTÁRIO São fatores de risco para a nefro- doscopia com insuflação de ar também passa a
patia induzida por contraste: ser uma opção.
Doença renal crônica de qualquer etiologia A cirurgia fica reservada para os casos em que
(incluindo nefropatia diabética); a redução por enema está contraindicada (pe-
Idosos; ritonite, choque e perfuração) ou houve falha
Rim único; do tratamento.
Desidratação; I Resposta: ®
Uso de drogas nefrotóxicas;
Contrastes em doses elevadas;
252 Preparatóriopara ResidênciaMedica SUS/SP

A re~peito do câncer superficial de bexi- ® Leiomioma uterino subseroso e deve ser in-
8O ga, e correto afirm ar: vestigad o p or meio de ultrassonografia trans-
vaginal.
@ O seu t rat amento depend e do estadiam ento © Câncer de endométrio, portant o a conduta
e do g rau hístológico. é histeroscopia diagnóstica im ediata com bióp-
® t diagnosticado com elevad a acurácia pela sia de endom étrio.
citologia urinária. ® Pólipo uterino com causa de sangramento
© e mais comum na mulher. u terino disfuncional.
@ O seu t ratam ento geralmente requer ressec- ® Hiperplasía endometrial com espessura en-
ção comp leta da bexiga. d ometrial de até 7 m m.
® Habitualm ente é tratado com quimioterapia
intravesical po r, pelo m enos, 6 meses Alternativa A: CORRETA. Ainda que a investigação
vise excluir neoplasias m alignas, a maioria d os
.. COMENTi RIO O tu m or de bexiga é o tum o r casos de sangramento após a menopausa é
m ais frequente do trato urinário. É mais fre- causada por doenças benignas, sendo a atrofia
quente em homens, especialmente em homens cística do endométrio a principal causa de san-
tabagistas. g ramento pós-menopausa.
O diagnóstico geralment e é tardio e se apre- Alternativa B: INCORRETA. Manifestações clínicas de
senta de forma branda, com hem atúria assin- leiomio m atose uterina são muito m ais frequen-
tomática ou associada a sintomas unnanos tes no menacme e. mesmo que considerásse-
inespedficos como cistite, poliúria, urgência mos essa hipótese no d iagnóstico diferencial,
miccional ou dor abdominal. miomas de localização subserosa se encontram
A cistoscopia com bióp sia é o método preco- afastad os d o endométrio, não cu rsando com
nizado para o diagnóstico definitivo. Já a cito- sangramento. Miomas que sangram mais habi-
logia urinária possui alta especificidad e m as t ualmente são os submucosos ou intramurais
baixa sensibilidade. com componente submucoso.
Sempre que falamos em câncer, t em os q ue Alternativa C: INCORRETA. É fundament al a investi-
falar em estadiam ento! O t ratamento de q ual- gação da cavidade endom etrial para a exclusão
quer t umor mant ém relação d ireta com o seu de neop lasias malig nas e hiperplasias endome-
estadiamento. Amaioria dos tumores de bexiga t ríais, para o qual as indicações de hísteroscopia
é superficial (70%) e, portanto, passíveis de tra- e b iópsia são precisas. No entanto, a p rincipal
tam ento por RTUb (ressecção transuretral de h ipótese d iagnóstica é atrofia endom etrial.
bexiga) + injeção intra-vesical com BCG, para Alternativa 0: INCORRETA. A nom enclatura 'disfun-
reduzir a t axa de recidiva local. cional" remete a um diagnóstico de exclusão;
I Resposta: @ se há pó lipo, a etiologia é estrut ural e não dis-
funcional.
De qualquer fo rma, ainda que os pó lipos sejam
GINECOLOGIA EOBSTETRICIA 1- EDSON SANTOS relativamente frequentes, a atrofia endom etrial
FERREIRA FILHO continua sendo a p rincipal causa de sang ra-
mente pós-m enopausa.
Alternativa E: INCORRETA. A atrofia endom etrial
Mulher de 67 anos, na pós-m enopausa continua sendo a principal causa de sang ra-
81 há 18 anos e sem uso de terapia de re-
posição hormonal, refere sangram ento vaginal
mente pós-menopausa, sobret udo com valores
menores de eco endom etrial.
discreto há 2 dias. A principal hipótese diagnós-
tica é:
Sobre o rastream ento do câncer de colo
@ Atrofia endom etrial decorrente d o hipoes-
trogenismo, que pode levar à fragilidade vascu-
82 de útero, é correto afirmar:

lar endom etrial e sangram ento .


2014 253

@ Os métodos de rastreamento do câncer de nunca se submeteram ao exame citopatológí-


colo de útero e de suas lesões precursoras são co, deve-se realizar dois exames com intervalo
o exame cítopatológico e a colposcopia, que de um a três anos. Se ambos os exames forem
devem ser realizados anualmente após o início negativos. estas mulheres podem ser dispensa-
da vida sexual. das de exames adicionais.
® No exame citopatológico, é considerada in- Alternativa E.: INCORRETA. Gestantes têm o mesmo
satisfatória a amostra em que não há represen- risco que não gestantes de apresentarem cân-
tação do epitélio glandular. cer do colo do útero ou suas lesões precursoras.
© Pacientes com exame cítopatológico indi- O achado destas alterações durante o ciclo
cando metaplasia imatura devem ser encamí· grávido puerperal reflete a oportunidade do
nhadas a colposcopía. rastreamento durante o pré-natal. Apesar de a
@ Mulheres com mais de 65 anos podem ín· JEC no ciclo gravídico·puerperal encontrar-se
terromper o rastreamento para cancer de colo exteriorizada na ectocérvice na maioria das
de útero se t iverem pelo menos dois exames vezes, o que dispensaria a coleta endocervical,
citopatológícos negativos consecutivos nos úl- a coleta de espécime endocervical não parece
timos cinco anos. aumentar o risco sobre a gestação quando utí·
® Não se deve realizar a coleta do exame cito- lizada uma técnica adequada.
patológico em mulheres gestant es.

Alternativa A: INCORRETA. O método preconizado Com relação ao rastreamento cervicou-


para o rastreamento do câncer de colo de útero
é a colpocitologia oncológica (sinonímia: exa-
83 teríno, é CORRETO afirmar:

me citopatológico, Papanicolaou); em casos @ A presença de células escamosas atfpícas de


específicos. conforme seu resultado, indica-se significado indeterminado, possivelmente não
colposcopia para identificação de lesão e guiar neoplásico (ASC·US) em duas citologias conse·
biópsia, se necessário. Além disso, o início da cutivas com colposcopia normal, é indicação de
coleta deve ser aos 25 anos de idade para as conização cervical.
mulheres que já tiveram ou têm atividade se- ® Na colposcopia a zona de transformação
xual. O rastreamento antes dos 25 anos deve tipo 2 apresenta componente endocervical
ser evitado. completamente visível e pode ter componente
t
Alternativa 8: INCORRETA. considerada insatísfa· ectocervical de pequena ou grande extensão.
tóría a amostra cuja leitura esteja prejudicada © Gestantes com diagnóstico histológico de
pelas razões: material acelular ou hípocelular NIC 111 devem ser submetidas à conização cer·
(<10% do esfregaço); leitura prejudicada(> 75% vical, de preferência no segundo trimestre de
do esfregaço) por presença de sangue, piócítos, gestação, devido ao risco de progressão para
artefatos de dessecamento, contaminantes ex- lesão invasiva.
temos ou intensa superposição celular. @ São considerados achados maiores à colpos·
Alternativa C: INCORRETA. A palavra "imatura·, em copia (sugestivos de lesão de alto grau): ponti-
metaplasía escamosa. foi incluída buscando ca· lhado fino, mosaico fino, epitélio acetobranco
racterizar que esta apresentação é considerada tênue.
como do tipo reparatíva. Nestes casos, a reco- ® lndíca·se colposcopia imediata frente ao
mendação é seguir a rotina de rastreamento achado citopatológíco de células glandulares
citológico. atípicas de significado indeterminado (AGC)
Alternativa D: CORRETA. Os exames periódicos de- apenas para mulheres na pós-menopausa. Mu·
vem seguir até os 64 anos de idade e. naquelas lheres jovens devem repetir o exame em seis
mulheres sem história prévia de doença neo- meses e realizar investigação caso a alteração
plásica pré-invasiva, interrompidos quando es- persista.
sas mulheres tiverem pelo menos dois exames
negativos consecutivos nos últimos cinco anos. Alternativa A: INCORRETA. A presença de células es·
Para mulheres com mais 64 anos de idade e que carnosas atípicas de significado indeterminado,
254 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

possivelmente não neoplásico (ASC-US) em cirúrgica.


duas citologias consecutivas com colposcopia ® abcesso da glândula de Skene - drenagem.
normal, é indicação de repetir a citologia pre- © abscesso da glândula de Bartholin - drena-
cedida, quando necessário, do tratamento de gem.
processos infecciosos e de melhora do trofismo @ abscesso da glândula de Skene- antibiotico-
genital, com uso prévio de estrogênio (para terapia oral.
mulheres após a menopausa). ® cisto de Gartner - drenagem.
Alternativa 8: CORRETA. A zona de transformação
tipo 1 é completamente ectocervical e total- Alternativa A: INCORRETA. Caso clássico de abscesso
mente visível. A zona de transformação tipo da glândula de Bartholin, para o qual a conduta
2 tem componente endocervical, mas é total- preconizada é a drenagem- não a exérese - ci-
mente visível. A zona de transformação tipo 3 rúrgica.
é aquela em que o componente endocervical Alternativa 8: INCORRETA. Duas grandes glândulas
não é totalmente visível. vulvares estão na base do vestíbulo; estas são
Alternativa C: INCORRETA. Para gestantes, na vigên- as glândulas de Bartholin e as glândulas pa-
cia de exame citopatológico mostrando HSIL, rauretrais (Skene). As glândulas de Bartholin
realizar colposcopia e, caso a colposcopia apre- drenam através dos duetos de Bartholin, loca-
sente achados sugestivos de invasão, biópsia. lizados bilateralmente no vestíbulo às quatro e
Se o resultado histopatológico revelar invasão, oito horas (posição em relação ao canal vaginal
encaminhar a mulher para tratamento na uni- em analogia a um relógio). Já as glândulas pa-
dade terciária. Caso o resultado evidencie NIC rauretrais drenam através dos duetos de Skene,
11/111, a mulher deverá ser reavaliada 90 dias que estão localizados bilateralmente imediata-
após o parto. Caso não seja realizado biópsia, mente inferior e lateralmente ao meato uretra I.
deve-se realizar nova citologia em 90 dias após Alternativa C: CORRETA. No abscesso da glândula
o parto. Não há contraindicação ao parto vagi- de Bartholin, a conduta preconizada é a dre-
nal para essas gestantes. nagem cirúrgica. A antibioticoterapia pode ser
Alternativa D: INCORRETA. Os achados menciona- utilizada de modo adjuvante em casos de celu-
dos na alternativa são achados menores. Os lite nos tecidos círcunjacentes.
achados maiores incluem epitélio acetobranco Alternativa D: INCORRETA. Novamente, a topografia
denso, acetobranqueamento de aparecimento é incompatível com glândula de Skene, mas sim
rápido, orifícios glandulares espessados, mo- com glândula de Bartholin. A antibioticoterapia
saico grosseiro, pontilhado grosseiro. margem (inclusive, oral, se boas condições clínicas) é
demarcada, sinal da margem interna, sinal da recomendada em casos de celulite nos tecidos
crista (sobrelevação). circunjacentes.
Alternativa E: INCORRETA. Indica-se colposcopia Alternativa E: INCORRETA. A genitália interna é de-
imediata frente ao achado citopatológico de rivada dos duetos de Wolff (mesonéfricos) e
células glandulares atípicas de significado in- de Müller (paramesonéfricos). Nas mulheres,
determinado (AGC) para todas as mulheres. durante a oitava semana de desenvolvimento
embriológico. os duetos müllerianos se fundem
distalmente e desenvolvem o útero, o colo do
Mulher de 27 anos procura o pronto· útero e a porção superior da vagina. Além disso,
84 --socorro de ginecologia referindo dor
e inchaço em vulva há 2 dias. Ao exame físico,
os duetos de Wolff regridem. Se os duetos per-
sistirem numa forma vestigial. eles podem for-
observa-se abaulamento de aproximadamente mar cistos de Gartner. O tratamento depende
3,0 em na região posterior do grande lábio di- dos sintomas e do desejo do paciente. Se a
reito, de consistência amolecida, com ponto de mulher é assintomática, a cirurgia não é tipi-
flutuação. doloroso à manipulação e hiperemia camente realizada porque pode ser complexa
moderada. Diante deste quadro, o provável e não é recomendada. Quando uma paciente
diagnóstico e a conduta adequada são. respec- é sintomática, a abordagem terapêutica pode
tivamente: envolver drenagem do cisto, injeção, ou a aspi-
ração, tetraciclina intra-cística, excisão ou mar-
® abscesso da glândula de Bartholin- exérese supialização.
2014 255

Os músculos do assoalho pélvico apon- dia por medo de perder urina, já que as perdas
85 tados são: (VER IMAGEM). são mais comuns quando a bexiga está repleta.
Nega disúria, urgência, urgeincontinência ou
noctúria. Faz uso de absorvente diariamente.
Nega doenças associadas ou cirurgias prévias.
Exame Ffsico Geral: Bom Estado Geral; PA: 110
x 70 mmHg; Peso: 90 kg; IMC: 34 kg/m'. Exame
Físico Ginecológico: Presença de rotura perineal
grau 2; Ausência de perda urinária à manobra
de Valsalva. útero em AVf de tamanho nor·
mal. Anexos não palpáveis. Ausência de dor à
mobilização do colo. Observando o caso clíni·
co descrito acima, a hipótese diagnóstica e os
exames complementares que devem ser solici·
Mlls<ULOS tados para melhor avaliação do caso e auxilio
1 2 3 terapêutico são:
Elévador do l.squlocaver· Perineal
@ @ Incontinência urinária de esforço por defi-
ânus noso transverso
ciência esfincteriana uretra I; urina 1, urinocul-
8ulboespon- Perineal
® Puborretal
joso
tura e uretrocistografia retrógrada e miccional.
transverso
® Incontinência urinária de esforço por hi·
Pubococd- Perineal Bulboespon-
permobilidade do colo vesical; urina 1 e uri-
© geo transverso Joso
nocultura.
@ Elevador do lsquiocawr- Bulboespon- © Incontinência urinária de esforço por hiper-
ânus noso joso mobilidade do colo vesical; urina 1, urinocultu·
Elevador do Perineal lsquiocaver• ra, estudo urodinâmico e diário mkcional.
® ánus transverso noso @ Incontinência urinária de esforço; urina 1,
urinocultura e teste terapêutico com antko-
~ COMENTARIO A anatomia do assoalho pélvico linérgico.
feminino pode ser resumida através da figura ® Incontinência urinária de esforço; urina 1,
abaixo: urinocultura e estudo urodinâmico.
.........._
trw ;r••-
"'--~

......_...........
T(-S...~II
Alternativa A: INCORRETA. Pela história clínica, não é
possível diferenciar se a incontinência urinária
de esforço (IUE) é por deficiência esfincteriana
ou hipermobilidade do colo vesical; para isto,
pode ser utilizado o estudo urodinãmico, após
se afastar infecção do trato urinário (com urina
1 + urocultura).
Alternativa 8: INCORRETA. Novamente, não é possl-
vel diferenciar o tipo de IUE pela anamnese e
Portanto, identificam-se os músculos: 1) eleva- pelo exame clfnico.
dor do ânus (composto pelos músculos pubo· AlternativaC: INCORRETA. Mais uma vez, não é pos-
coccigeo, puborretal e iliococcígeo); 2) isquio- sfvel diferenciar o t ipo de l UE pela anamnese e
cavernoso; 3) transverso superficial do períneo. pelo exame clínico.
I Resposta: @ Alternativa D: INCORRETA. O diagnóstico está cor·
reto, mas a proposta terapêutica está inade-
quada. Os anticolinérgicos são indicados para
Mulher de 45 anos relata perda urinária o tratamento de bexiga hiperativa. Para a IUE,
86 há cinco anos, com piora progressiva
associada principalmente à tosse, espirro e ri
inicia-se com medidas comportamentais e fi.
sioterapia do assoalho pélvico, podendo-se
sadas. Costuma ir ao banheiro várias vezes ao
256 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

lançar mão de correção cirúrgica ou pessários à densidade mamária habitualmente elevada.


conforme o caso. Alternativa D: INCORRETA. A abordagem cirúrgica
Alternativa E: CORRETA. Éuma lUE, não se consegue está indicada diante do desconforto da pacien-
definir o tipo. No diagnóstico, sempre se deve te ou o crescimento rápido.
afastar infecção do trato urinário, as.sím como Alternativa E: INCORRETA. O achado ultrassonográ-
antes da realização do estudo urodinâmico. fico é típico de fibroadenoma, não é necessário
Através dele conheceremos a pressão de perda core biopsy. A investigação deve prosseguir em
e, com isto, definiremos o tipo de lUE{deficiên· caso de mudança do quadro clínico.
cia esfincteriana ou hipermobilidade do colo
vesical) e programaremos terapêutica.
Mulher de 27 anos apresenta amenorreia

Paciente de 23 anos apresenta nódulo


88 há 4 meses, sem outras queixas. Refere
menarca aos 14 anos, com ciclos regulares até
8
em
7 palpável de aproximadamente 1,5 em
quadrante superior lateral de mama direita,
um ano atrás, quando os intervalos começaram
a ficar mais longos. Nunca engravidou. Atual-
móvel, de consistência fibroelástica, indolor. mente sem vida sexual. Nega doenças associa-
Refere que a avó teve câncer de mama aos 60 das, uso de medicações ou internações hospi-
anos. À ultrassonografia, foi detectada forma- talares. Nega ganho de peso, queda de cabelo,
ção nodular hipoecogênica, de forma ovalada, acne ou aumento de pelos. Pratica atividade
limites regulares e bem delimitados, com maior física diária intensa (corrida, musculação e ci-
eixo paralelo à pele e sem sombra acústica pos- clismo), nega tabagismo. Ao exame flsico, apre-
terior. Neste caso: senta: altura 1,65 m, peso 50,0 kg, pressão ar-
terial 100 x 60 mmHg, mamas sem alterações,
® como a paciente apresenta alto risco para abdome indolor à palpação, órgãos genitais
cãncer de mama, ind ica ~se a exérese cirúrgica externos com pilificação adequada, colo uteri-
do nódulo. no epitelizado e secreção vaginal fisiológica ao
® a principal hipótese diagnóstica é fibroa de· exame especular. Na investigação diagnóstica,
noma, sendo possível acompanhamento ul- apresentou os seguintes resultados: - Dosa-
trassonográfico. gem de prolactina normal. - Beta-HCG sérico
© deve-se solicitar mamografia, já que esta negativo. - FSH e LH séricos diminuídos. - Es-
tem melhor acurácia para avaliar lesões palpá· trogênio sérico diminuído. - Níveis séricos de
veis. androgênios normais. - Ressonância nuclear
@ indicar biópsia excisional do nódulo a fim de magnética de crânio normal. - Ultrassonografia
descartar malignidade. pélvica transvaginal: útero em anteversoflexão
® caso a formação nodular se apresentasse com miométrio homogêneo, volume de BO
anecogénica à ultrassonografia estaria indicada em'. Eco endometrial 3 mm. Ovário D: volume
a punção com agulha grossa cortante (core de 3 em'. Ovário E: volume de 3 em'. Diante do
biopsy) para avaliação histológica. quadro exposto, a paciente em questão apre-
senta:
Alternativa A: INCORRETA. Alto risco para câncer de
mama é: familiar de primeiro grau com câncer ® hipogonadismo hipergonadotrófico.
de mama antes dos 50 anos de idade ou caso ® malformação uterina.
de câncer de mama em homem. © síndrome dos ovários policísticos.
Alternativa 8: CORRETA. A lesão é caracterlstica: @ hipogonadismo hipogonadotrófico.
nódulo palpável. lesão pequena, móvel, con- ® síndrome de Sheehan.
sistência fibroelástica, indolor. Pode-se realizar
seguimento através de exame clinico e ultras- Alternativa A: INCORRETA. Se fosse hipogonadismo
sonografia; a indicação de abordagem cirúrgica hipergonadotrófico, os níveis de FSH e LH esta-
é o desconforto da paciente ou o crescimento riam aumentados.
rápido {diagnóstico diferencial com phyllodes). Alternativa 8: INCORRETA. Exame clínico e ultrasso-
Alternativa C: INCORRETA. Mamografia em mulhe- nografia transvaginal reduzem a probabilidade
res jovens tem pouca relevância cllnica devido
2014 257

de alterações estruturais. Malformações uteri- Alternativa A: INCORRETA. Ainda que métodos de


nas, quando ocorrem, são mais habitualmente barreira tenham ótima proteção contra OSTs,
causa de amenorreia primária. não são seguros para evitar gestação.
Alternativa C: INCORRETA. Não há hiperandrogenis- Alternativa 8: INCORRETA. Uma vantagem do anel é
mo clínico ou laboratorial nem critério ultrasso- que a mulher só precisa se preocupar uma vez
nográfico. ao mês, o que reduz os índices de falha do mé-
Alternativa 0: CORRETA. Amenorreia secundária todo por esquecimento. No entanto, sua eficá-
com níveis reduzidos de gonadotrofinas falam cia depende sim da aderência da paciente.
a favor de etiologia central: hipotálamo ou hi- Alternativa C: INCORRETA. Mito! Por algum tempo
pófise. houve essa preocupação. Hoje sabemos que os
Alternativa E: INCORRETA. As células hipofisárias OIUs são uma opção plauslvel de contracepção
podem ser lesionadas ou necrosadas em virtu- de longa duração mesmo em pacientes nuli-
de de anoxia, trombose, doença autoimune ou gestas.
hemorragia. Quando isso ocorre após episódio Alternativa D: INCORRETA. De fato, há uma maior
hipotensivo da gravidez ou puerpério, chama- quantidade de hormônios administrada em
mos de síndrome de Sheehan; quando não é uma única vez; no entanto, é um hormônio de
relacionado à gravidez. denominamos doença depósito, que vai liberando pequenas doses
de Sim monds. diariamente.
Alternativa E: CORRETA. Tanto os OIUs quanto os
implantes subdérmicos são opções de contra-
Mulher nuligesta de 18 anos procura gi- cepção reversível de longa duração plausíveis,
89 necologista, pois não pretende engravi-
dar nos próximos anos, para aconselhamento
mesmo em adolescentes, mesmo em nuliges-
tas.
sobre métodos contraceptivos. Há um ano faz
uso de contraceptivo hormonal oral (pílula),
mas não se adaptou bem a esse método, pois Paciente de 25 anos procura médico da
já se esqueceu de tomar as drágeas por diver-
sas vezes. Possui parceiro fixo há um ano. Nega
90 Unidade Básica de Saúde queixando-se
de corrimento de pequena quantidade com
doenças associadas ou uso de medicamentos. odor desagradável há 5 dias principalmente
Nega dismenorreia ou tensão pré-menstrual. após a relação sexual, associado à queimação
Ciclos menstruais regulares e fluxo normal. vaginal discreta. Nega prurido ou disúria. Utiliza
Qual deve ser a orientação médica quanto à contraceptivo hormonal injetável mensal e
anticoncepção? a última aplicação foi há sete dias. Ao exame
especular observou-se corrimento amarelo-es-
@ Excluindo a possibilidade do contraceptivo verdeado sem presença de bolhas, hiperemia
hormonal oral, a melhor opção são os métodos moderada de paredes vaginais e ausência de
de barreira, que também protegem contra sangramento do colo uterino. Teste das aminas
doenças sexualmente transmissíveis. positivo e pH vaginal de 5,5. A conduta deve
® O anel vaginal seria uma boa opção, já que ser:
a sua eficácia independe da aderência da pa-
ciente. @ Tratar como vaginose bacteriana e tricomo-
© Pacientes adolescentes nuligestas têm con- nfase. Aconselhar, oferecer anti-H IV, VDRL. soro-
traindicação para a utilização de dispositivos logia para hepatites 8 e C; se disponível, vacinar
intrauterinos, sendo descartada esta opção. contra hepatite B, convocar e tratar parceiro.
@ Os contraceptivos hormonais injetáveis não ® Tratar como Gonorreia e Clamídia. Acon-
são recomendados para mulheres menores selhar, oferecer anti-HIV, VDRL, sorologia para
que 21 anos devido à maior concentração hor- hepatites 8 e C; se disponível, vacinar contra
monal. hepatite B, convocar e tratar parceiro.
® Pode-se indicar um método contraceptivo © Tratar como candidíase. Aconselhar, oferecer
de longa duração como dispositivos intrauteri- anti-HIV, VDRL. sorologia para hepatites B e C;
nos ou implante subdérmico. se disponível, vacinar contra hepatite B, convo-
car e tratar parceiro.
258 PreparatórioparaResidência Medica SUS/SP

@ Considerar como causa fisiológica. Acon- GINECOLOGIA EOBSTETRICIA 11· JULIANA GIROTTI
selhar, oferecer anti-HIV, VDRL, sorologia para SPERANDIO
hepatites B e C; se disponível, vacinar contra
hepatite B, convocar e tratar parceiro.
® Realização de microscopia, sem a qual não
há possibilidade de diagnóstico, sendo con-
traindicado tratamento sem identificação do
91 Secundigesta de 29 semanas, com um
parto cesárea anterior, chega ao pronto·
-socorro queixando-se de sangramento vaginal
agente etiológico. de moderada intensidade de início súbito, sem
outras queixas. Refere outro episódio seme-
Alternativa A: CORRETA. Caso bastante sugestivo lhante há 2 semanas, em menor quant idade. ~
de tricomonfase; nela, há odor desagradável tabagista e hipertensa. Encontrava-se em bom
e teste das aminas fracamente positivo, pois a estado geral, FC: 90 bpm, PA: 11O x 70 mmHg,
infecção por Trichomonas vaginalis também abdome gravfdico, tõnus normal e BCF: 140
está associada a supercrescimento anaeróbio bpm. Ao exame especular, presença de sangue
e produção de aminas voláteis. A vulva pode vivo coletado em fundo de saco posterior, pe-
estar eritematosa, edemaciada e escoriada; a queno sangramento exteriorizando pelo orifi·
leu correia vaginal costuma ser fina e amarelada cio do colo. A principal hipótese diagnóstica e
ou esverdeada. Costuma ser diagnosticada fator de risco associado são:
com a identificação microscópica de protozoá-
rios anaeróbios ovais e flagelados; além disso, ® Descolamento prematuro de placenta e hi-
o pH vaginal frequentemente está elevado. As pertensão arterial crônica.
pacientes com infecção por t ricomonas devem ® Placenta prévia e cicatriz uterina prévia.
ser testadas para outras doenças sexualmente © Oescolamento prematuro de placenta e taba-
transmissíveis e o(s) contato(s) sexual(is) deve( gismo.
m) ser adequadamente avaliado(s). @ Moléstia trofoblástica gestacional e taba·
Alternativa 8: INCORRETA. Na cervicite por gonor- gismo.
reia, ocorre secreção vaginal profusa sem odor, ® Placenta prévia e hipertensão arterial crônica.
não irritante e de cor branco-amarelada. Já a
clamídia. em geral, é assintomática; quando I> COMENTARIO Trata-se de uma paciente no se-
sintomática, causa descargas vaginais mucopu- gundo trimestre de gestação com queixa de
rulentas ou secreções ectocervicais. sangramento vaginal. Nesses casos, deve-se
Alternativa C: INCORRETA. Os sintomas mais co- pensar em duas principais hipóteses diagnós-
muns da candidíase são prurido, dor, eritema ticas, de acordo com o quadro clínico resumido
vulva r e edema com escoriações. O corrimento de maneira simplificada abaixo:
vaginal característico lembra queijo cottage; o 1· Placenta prévia: sangramento vermelho vivo,
pH vaginal é normal (<4,5) e o exame micros- em geral sem dor abdominal associada, tõnus
cópico permite a visualização da levedura. Na uterino normal, com fator de risco para im·
candidfase simples, não há indicação de ras- plantação placentária em localização anômala
trear doenças sexualmente transmissíveis nem (principal é cicatriz u terina prévia).
tratar o parceiro, pois não é uma doença de 2- Descolamento prematuro de placenta: san-
transmissão sexual, podendo ocorrer inclusive gramento vermelho escurecido, dor abdomi-
em pacientes virgo. nal, tõnus uterino aumentado, com fator de
Alternativa O: INCORRETA. Leucorreia fisiológica risco associado (por exemplo, uso de drogas
não costuma apresentar odor ou causar vagini- recente, doença hipertensiva, trombofilia etc.)
te. Nos casos fisiológicos, não há necessidade
de investigações complementares ou trata- Dessa maneira. percebe-se que o autor deseja
mento do parceiro. caracterizar um quadro de placenta prévia, e o
Alternativa E: INCORRETA. O quadro clínico é típico fator de risco apresentado no enunciado é a ce·
e a microscopia só é conclusiva se positiva (vi- sárea anterior. Resposta letra B.
sualização de parasita flagelado oval e móvel); Alternativa A: INCORRETA. pelo quadro clinico não
se negativa, não afasta o diagnóstico. característico.
Alternativa C: INCORRETA. pelo já explanado.
2014 259

Alternativa D: INCORRETA. O quadro de moléstia que não fosse, a vacinação durante a gestação
trofobeastica gestacional é bem distinto, sen- é contraindicada.
do, em geral, caracterizado nos enunciados
com idade gestacional no primeiro trimestre,
pré-eclâmpsia precoce, hiperêmese intensa, e Primigesta, idade gestacional de 40 se-
descrição ou de imagens vesiculares ao ultras-
som, ou de saída de vesículas em conjunto com
93 manas e 3 dias, sem comorbidades, pro-
cura atendimento queixando-se de diminuição
o sangramento. Tabagismo não é um fator de de movimentação fetal há 8 horas. A conduta
risco associado. inicial deve constituir-se por:
Alternativa E: INCORRETA. A resposta de fato é pla-
centa prévia, porém hipertensão arterial é um @ Ultrassonografia para avaliação de macros-
fator de risco relacionado a descolamento pre- somia fetal e insuficiência placentária, patolo-
maturo de placenta, e não de placenta prévia. gias comumente encontradas no pós-datismo.
1!!1 Resposta: ® ® Exame de Oopplerfluxometria das artérias
umbilical e cerebral média fetais.
© Amniocentese para pesquisa de mecôneo
Gestante de 8 semanas comparece a anteparto.
92 primeira consulta pré-natal trazendo os
seguintes exames: tipagem sangufnea O nega-
@ Internação para cesárea por tratar-se de qua-
dro de sofrimento fetal.
tivo, Hb 8,5 g/dl e Ht 25%, sorologia para HIV ® Cardiotocografia anteparto de repouso e,
negativa, VDRL titulo de 2, toxoplasmose lgM caso necessário, estimulada.
negativo e lgG positivo, rubéola lgM negativo
e lgG positivo. Conduta correta: Alternativa A: INCORRETA. A macrossomia fetal e
insuficiência placentária são mais comumente
@ Encaminhar para seguimento em serviço encontradas no pós-datismo e podem ser
terciário de medicina fetal devido ao risco de diagnosticadas por meio da ultrassonografia,
anemia fetal. porém não deve ser a principal conduta nesse
® Indicar transfusão sanguínea devido ao risco caso, devendo-se priorizar a avaliação da vitali-
de hemorragia feto-materna maciça. dade fetal por meio do exame físico, cardioto-
© Solicitar teste treponêmico para confirma- cografia e perfil biofísico fetal.
ção de sífilis. Alternativa 8: INCORRETA. Não há nenhum fato no
@ Iniciar espiramicina na dose de 1,O g a cada enunciado que indique necessidade de reali-
8 horas para profilaxia de infecção fetal por to- zação do doppler de artéria umbilical/cerebral
xoplasmose. neste caso, como comorbidade materna ou res-
® Encaminhar paciente para vacinação contra trição de crescimento fetal.
rubéola. Alternativa C: INCORRETA. Em nennhum caso pes-
Alternativa A: INCORRETA. Não há nada no enun- quisa-se mecôneo anteparto por meio de am-
ciado que sugira atualmente anemia fetal. A niocentese, mas sim por meio de amnioscopia.
anemia materna deve ser investigada e tratada, Alternativa D: INCORRETA. Apesar da queixa da
porém não implica em risco direto ao desenvol- paciente ser redução da movimentação fetal,
vimento de anemia fetal deve-se avaliar se a queixa da mesma procede,
Alternativa B: INCORRETA. Novamente, nada no observando a movimentação fetal e outros pa-
enunciado indica risco hemorrágico iminente. râmetros de vitalidade por meio do exame físi-
Alternativa C: CORRETA. Altos títulos de VDRL indi- co, não indicando necessariamente sofrimento
cam solicitação do teste treponêmico para con- fetal e cesárea imediata.
firmação do diagnóstico de sifilis. Alternativa E: CORRETA. O principal exame comple-
Alternativa D: INCORRETA. A paciente é imune para mentar a ser realizado neste caso é a cardioto-
toxoplasmose (lgM negativo e lgG positivo), cografia. Deve-se lembrar, porém, que alguns
não necessitando de profilaxia para a doença. serviços não indicam estimulo fetal no pós-da-
Alternativa E: INCORRETA. A paciente já é imune à tismo, por risco de indução de mecônio fetal.
rubéola (lgM negativo e lgG positivo), e,mesmo
260 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

94 Sobre as modificações gravídicas:


95 l'aciente com atraso menstrual de 9 se-
manas dá entrada no pronto-socorro
com queixa de sangramento vaginal doloroso.
I. O aumento da volemia materna decorre em Apresenta llHCG de 1764 mUVml e ultrassono·
maior proporção do acréscimo de volume plas- grafia transvaginal, não demonstra saco gesta-
mático que da hiperplasia celular. cional tópico e revela eco endometrial de 20
11. Durante a gestaç~o normal, a hipófise au- mm. Neste caso, é correto afirmar:
menta de tamanho à custa de hipertrofia e h i·
perplasia da porç~o anterior da gl~ndula, em @ O eco endometrial espessado configura um
especial dos lactótrofos, gerada pela ação esti· abortamento incompleto e deve-se internar a
muladora do estrógeno. paciente para realização de curetagem uterina.
111. Na gestante, ocorre aumento do volume ® A ausência de imagem intrauterina confirma
corrente respiratório, com aumento da reserva o diagnóstico de gestação ectópica e deve-se in-
expíratóría e inspiratória. Está correto o que se ternar a paciente para laparotomia exploradora.
afirma em: © Trata-se de possrvel gestação incipiente e
deve-se fazer controle seriado do 13-HCG.
@ le i! . @ Trata-se de gestação ectópica, mas o baixo
® !.apenas. valor de 13-HCG e ausência de imagens sugesti-
© 11 e 111. vas em regiões anexiais permite a conduta ex-
@ 11, apenas. pectante com controle seriado do 6-HCG.
® l, ll elll. ® A curetagem uterina se faz mandatória para
exclusão de moléstia trofoblástica gestacional
Assertiva 1: CORRETA. Na gestação, ocorre aumento através do anatomopatológico.
global da volemia materna para suprir as neces-
sidades hemodinâmicas materno-fetais. O au- I> COMENTARIO: A presente questão foi anulada,
mento da volemia ocorre de 45-50% do acrésci- pois o autor não colocou uma informação es-
mo de volume plasmático, e em torno de 30% é sencial no enunciado: caracterfsticas do colo
decorrente da hiperplasia celular, acarretando, uterino ao toque vaginal. Dessa maneira, não se
dessa maneira, uma hemodiluiçâo gestacional. consegue chegar a um diagnóstico definitivo.
Assertiva II:CORRETA. Na gestação, ocorre hipertro- Trata-se de uma paciente com atraso menstrual
fia e hiperplasia da hipófise anterior decorrente que está sangrando. O eco endometrial é es·
do estímulo estrogênico, podendo dobrar de pessado (acima de 15 mm}, porém o B-HCG é
tamanho. No período pós-parto, caso haja san· menor que 2000 mUI!ml, sendo que, acima
gramento profuso, pode ocorrer a necrose e fa- deste valor, é obrigatória a visualização de
lência glandular (síndrome de Sheehan}. imagem intrauterina, e abaixo do mesmo não
Assertiva 111: INCORRETA. Relembremos que a capa- pode-se concluir que se trata de gestação inci-
cidade vital pulmonar é a soma entre volume piente ou possível gestação ectópica. Analise·
corrente + volumes inspiratório e expiratório. mos as alternativas:
Na gestação, a capacidade vital não é modifi· Alternativa A: INCORRETA. O eco endometrial espes·
cada, mas ocorre redistribuição desses parâme- sado não necessariamente configura aborta-
tros pulmonares. O volume corrente aumenta mento incompleto. Para tal diagnóstico, o colo
para suprir a maior necessidade de oxigênio uterino ao toque vaginal deve estar prévio, o
devido ao aumento da massa eritrocitária e eco endometríal maior que 15 mm e, em geral,
quantidade total de hemoglobina circulante. o nfvel de 6-HCG é maior que 2000 mUI/ml.
Dessa maneira, ocorre redução da reserva ex- Alternativa B: INCORRETA. A ausência de imagem
piratória (que compensa o aumento do volume intrauterina, nesse caso, não necessariamente
corrente) e preservação da reserva inspiratória. configura gestação ectópica, pois a obrigato-
I Resposta: @ riedade de visualização do saco gestacional
intrauteríno se dá quando o 13-HCG é maior que
2000 mUI/ml.
2014 261

Alternativa C: INCORRETA. Pode tratar-se de uma 2- Verificação do status referente ao Strepto-


ameaça de aborto (gestação incipiente com coccus agalactiae: se desconhecido ou negati-
colo impt\rvio) ou abortamento incompleto/ vo, não indicada profilaxia com antibióticos. Se
em curso, com eco endometrial acima de 15 positivo (ou urocultura positiva na gestação, ou
mm e colo pt\rvio. O controle com HCG seriado filho anterior acometido com sepse neonatal),
só estaria indicado no caso de ameaça de abor- realizar profilaxia
to, diagnóstico que não t\ possível fechar sem a 3- Acima de 36 semanas, realizar indução de
avaliação do colo uterino. trabalho de parto, se vitalidade fetal normal.
Alt•rnativa D: INCORRETA. Pelo já explanado, não t\ 4- Vigilância relativa a sinais de corioamnioite
possível diagnosticar gestação ectópica apenas intraparto. Dessa maneira, temos:
pelo enunciado. O nfvel de HCG t\ menor que Alternativa A: INCORRETA. Se a vitalidade fetal não
2000 mUI/ml, podendo significar gestação ini- estiver alterada, pode-se induzir o trabalho de
cial, não foram descritas imagens anexiais à ul- parto.
trassonografia nem palpação de massa anexial Alternativa B: CORRETA. Se a vitalidade fetal estiver
ao exame ffsico ou instabilidade hemodinãmi- normal, o parto pode ser induzido.
ca (gestação ectópica rota). Alt•rnativa C: INCORRETA. Aguardar 48 horas o iní-
Alt•rnatlva E: INCORRETA. Não ha nenhum indicio cio do trabalho de parto pode significar maior
no enunciado que possa indicar moléstia tro- risco de corioamnioite, por isso deve-se adotar
foblástica gestacional, a não ser o sangramento conduta ativa nesses casos. Vale lembrar que al-
vaginal. gunsguidelines são mais permissivos e aceitam
I Resposta: AN ULADA o aguardo de até 24 horas ao in feio do trabalho
de parto.
Alternativa D: INCORRETA. Não é indicado antibioti-
Primigesta de 37 semanas de gestação coprofilaxia em casos de Streptococcus agalac-
96 procura o pronto-socorro por perda de
líquido em grande quantidade há 2 horas. Ao
tiae desconhecido (apesar do autor não infor-
mar claramente este dado).
exame dinâmica uterina ausente, BCF 148 bpm, Alternativa E: INCORRETA. Deve-se internar a pa-
e ao exame especular, saída de líquido claro ciente, realizar controle de curva térmica, coleta
com grumos em grande quantidade. Toque va- de hemograma para avaliar status infeccioso
ginal: colo grosso, posterior, 1 em de dilatação, laboratorial, porém não é indicado necessaria-
apresentação cefálica. Conduta adequada: mente repouso. Na realidade, a deambulação
pode auxiliar no desenvolvimento de contra-
@ Parto cesárea devido ao risco de infecção ções que desencadeiem o trabalho de parto.
neonatal e sepse.
® Avaliação da vitalidade fetal e indução do
parto. Em relação à anatomia da pelve femini-
© Internação hospitalar e aguardar o início do
trabalho de parto por att\ 48 horas.
97 na,é CORRETO afirmar:

@ Iniciar tratamento com antibiótico para pro- @ O diafragma pélvico é composto pelos mús-
filaxia da sepse neonatal por Streptococcus culos levantador do ânus e transverso profundo
agalactiae. do períneo, bilateralmente.
® Internação hospitalar, colher hemograma ® O diafrag ma urogenital é composto pelos
materno, controle de curva térmica, pesquisa músculos esfíncter interno da uretra e isquioca-
da vitalidade fetal e repouso. vernoso, bilateralmente.
© O corpo perineal é composto pelos múscu-
.,_ COMENTÁRIOTemos um caso caracterizando los bulboesponjosos, transversos superficiais
uma gestante de 37 semanas com quadro de do períneo e esfíncter externo do ânus.
Ruptu ra prematura de membranas ovulares, @ O nervo pudendo origina-se do plexo sacra I
fora de trabalho de parto, portanto. Nesses ca- e é responsável apenas pela inervação sensitiva
sos, a conduta é: do períneo.
1- Avaliação da vitalidade fetal ® A artéria uterina é ramo da artéria ilíaca ex-
terna.
262 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

Alternativa A: INCORRETA. O diafragma pélvico é formado pelos músculos de sustentação do assoalho


pélvico, que são: elevador do ânus (composto pelos músculos pubo coccígeo, puboretal, e íleo
coccígeo), e pelas subdivisões do músculo ísquiococdgeo. O transverso profundo do períneo não
compõe o diafragma pélvico, e sim o diafragma urogenital.
Alternativa 8: INCORRETA. O diafragma urogenital é composto pelos músculos transverso profundo do
períneo, esfíncter anal, uretral externo, isquiocavernosos, bulbocavernosos e transversos superfi·
dais do períneo.
Alternativa C: CORRETA. O corpo perineal é composto pelos músculos transverso superficial do períneo,
exfíncter anal externo e bulbo esponjoso
Alternativa 0: INCORRETA. O nervo pudendo origina-se do plexo sacra! e é resposável pela inervação
motora da face perineal inferior
Alternativa E: INCORRETA. A artéria uterina é ramo da artéria ilíaca interna.

Primigesta, com gestação gemelar de 32 semanas, procura a maternidade com queixa de


98 contrações a cada 5 minutos. Ao exame, apresenta dinâmica uterina presente, batimentos
cardfacos fetais de 152 bpm e 160 bpm, colo esvaecido, com 2 em de dilatação, e membranas inte·
gras. Neste caso, é INCORRETO afirmar:

@ Trata-se de trabalho de parto prematuro e a paciente deverá ser encaminhada para parto
imediato.
® Deve ser colhida a pesquisa de Strepto do grupo B.
© Uso de terbutalina endovenosa oferece risco de edema pulmonar.
@ Uso de atosibano endovenoso é eficaz, com menos efeitos maternos adversos.
® Deve ser prescrita betametasona 12 mg IM em duas doses, com 24h de intervalo entre elas.

.,_ COMENTARIO: Pelo enunciado, o autor pretendia caracterizar um Trabalho de Parto Prematuro
(TPP) em gestação gemelar de 32 semanas e deseja saber a alternativa incorreta.
Alternativa A: INCORRETA. Por tratar-se de parto prematuro inibfvel, deve-se internar a paciente e utili-
zar uterolítícos para inibição das contrações. Letra A é a resposta, portanto.
Alternativa B: CORRETA. Em casos de TPP, deve-se colher rotina de screening infeccioso, pesquisa para
strepto do grupo B, e alguns locais preconizam a coleta de culturas vaginais para clamidia e gono-
coco. Deve-se introduzir antibioticoprofilaxia para Strepto do grupo B por 48 horas, ou até sair o
resultado de cultura e iniciar inibição do parto com uterolítico de escolha e realizar corticoterapia.
Alternativa C: CORRETA. Alguns efeitos colaterais da terbutalina são desenvolvimento de taquicardia
materna e edema agudo de pulmão, e deve-se manter vigilância para controle dos mesmos.
Alternativa O: CORRETA. O Atosibano (antagonista da ocitocina) possui menos efeitos colaterais mater·
nos do que a terbutalina, porém é menos utilizado pelo seu alto custo e por não estar disponfvel
nos principais serviços públicos do país.
Alternativa E: CORRETA. A internação da inibição do trabalho de parto é justamente realizar a betame-
tasona em 2 doses para maturação pulmonar fetal.

Primigesta de 39 semanas, com pré-eclâmpsia leve e diabetes gestacional,


99 apresenta o seguinte partograma. (VER IMAGEM) Qual o diagnóstico do partograma e con·
duta frente ao caso?

@ Perfodo expulsivo prolongado e fórcipe de alivio materno-fetal.


® Distocia de rotação e fórcipe de Kielland.
© Distocia funcional por hipoatividade e ocitocina endovenosa.
@ Desproporção cefalopélvica e cesãrea.
® Parada secundária da dilatação e fórcipe de Simpson.
2014 263

~~-1--1--1~~-f~~~--t-~~~1---1 -AM
~1--+--+-~~~~~--~~~~+-~--1 -3
~1--r~~~7f~--+-~~~tr~~--l - 2
-1
o

~~--1---+-~~-+--1---~-+---+--+---~-+---1 •2
2 ~-t--t--1--~--+--+--+--1~-t--t--1--1---1 •3
tr--~~--+--1---r--+--+--+---~~--+--+---1· 4
---------+-~--+--+--+--+--+--+-~---+--1---+--+---l ""lva

19 20 21 22 23 24 2 3 4 5 6 7

1=integra - RA = rotura artificial - AM = alto e môvel

.. COMENTARIO: Analisemos o partograma. Até cabilidade não respeitadas, com feto acima do
a hora 3, o trabalho de parto evoluiu adequa- plano Ode de Lee).
damente. Observemos então da hora 3 à 6. Te- Alternativa B: INCORRETA. O feto ainda não insi-
mos dilatação total mantida por 3 horas, com nuou e, desta maneira, o diâmetro fronto-occi-
contrações adequadas para fase do trabalho de pital deve estar paralelo ao eixo das espinhas
parto (período expulsivo). A apresentação des- isqui~ticas (como ocorre no partograma), em
ceu do plano -2 de de Lee ao -1 de de Lee, po- variedade transversa,portanto.
rém estagnou neste. Percebe-se que não houve Alternativa C: INCORRETA. Não caracteriza-se dis-
insinuação do polo cefálico (plano O de de Lee tocia funcíonal, pois as contrações estão ade-
não foi ultrapassado), a despeito do motor ute- quadas para o perfodo expulsivo (4 contrações
rino adequado. Desta maneira, pode-se dizer moderadas a fortes).
que a cabeça fetal provavelmente não ultrapas- Alternativa O: INCORRETA. lmpossfvel haver parada
sa o nível das espinhas isquiáticas, configuran- de dilatação considerando que a dilatação do
do uma desproporção céfalo- pélvica. A condu- colo uterino já atingiu seu máximo (1 Oem).
ta, neste caso, é o parto cesáreo. Resposta letra
O. Analisemos as demais afirmativas.
Alternativa A: INCORRETA. Em primigesta sem 0 exame de toque de parturiente cujo
analgesia (dado não fornecido no enunciado),
configura-se período expulsivo prolongado di-
1O0 feto encontra-se em situação longitu-
dinal. apresentação cefálica fletida. posição es-
latação total acima de 3 horas. Porém, o fórcipe, querda e variedade de posição ocd pito-trans-
neste caso. estaria proscrito (condições de apli- versa, deve-se identificar o lambda:
264 Preparatóriopara Residência M~dica SUS/SP

® As 12h.
® Entre 12h e 3h.
© As3h
@ As 9h.
® Entre 9h e 12h.

lt longi.udinal pube (12 hs)

bregma-6hs lamilda (occipicio)- 31lsquerda


direita

sacro (6hs)

transversal

._ COMENTARIO: Fizemos a figura acima para simplificar o raciocínio. Sempre relembre de esquema·
tizar na sua prova o proposto pelo enunciado, o que facilit a a visualização.
I Resposta: ©

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2015

PEDIATRIA I· GABRIELA LUCENA DE ARAUJO Frente a uma intoxicação com beta·bloquea·


dor, deve-se usar o glucagon como antfdoto.
Já na intoxicação com Acetominofen (parace·
t amol), usa-se a N-acetilcisteina como antido·
A tabela abaixo correlaciona alguns t o. Sendo assim, a resposta correta é a letra E.
OI agentes tóxicos com seus respectivos
antídotos. (VER IMAGEM). Os i tens marcados
O metano! tem como antídoto o Fomepizol. A
0-penicilamina é indicada nas intoxicações por
como A, 8, C e O correspondem, respectiva· cobre, chumbo, mercúrio ou níquel.
ment e, a: I Rosposta: ANULADA
Tóxico Antfdoto
Na taquicardia ventricular sem pulso a
ferro
8
A
tiossulfato de sódio
02 melhor opção de manej o consiste em
realizar a:
c glucagon
acetaminofen o @ Desfibrilação vent ricular nas doses de 0,5, 1
e 1 J/kg.
@ D·penicilamina, cianeto, betabloqueadores ® Desfibrilação ventricular nas doses de 1,2 e
e N·acetilcisteina. 4 J/kg.
® Desferroxamina, cianeto, insulina e N-acetil- © Desfibrilação vent ricular nas doses de 2.4 e
cisteína. 4 J/kg.
© Desferroxamina, metano!, insulina e azul de @ Cardioversão sincronizada na dose de 0,5 a
metileno. 1 J/kg.
@ D·penidlamina, metano!, insulina e azul de ® Cardioversão sincronizada na dose de 2 a 4
metileno. J/kg.
® Desferroxamina, cianeto, betabloqueadores
e N·acetilcisteína. ~ COMENTARIO: De acordo com o guideline da
American Heart Association para suporte de
~ COMENTARIO: O antídoto para intoxicação vida avançado em pediatria, quando um pa·
por sais de ferro é a desferroximina, que deve ciente tem uma parada cardiorrespiratória que
ser usado via endovenosa ou intramuscular. A se identificou ritmo de fibrilação ventricular ou
intoxicação com cianeto deve ser tratada com t aquicardia ventricular, deve·se realizar a des·
o uso de um kit de antídotos, que são o ni tri to fibrilação ventricular, ou seja, um choque não
de amila, por via inalatória; nit rito de sódio e sincronizado. O primeiro choque deve ser rea-
tiossulfato de sódio injetáveis; não sendo assim lizado com 2J/Kg, o segundo choque com 4J/
apenas o tiossulfato de sódio, por isso não há Kg e o terceiro choque em diante deve ser feito
resposta para essa questão. com 4J/Kg ou mais, sendo o máximo 1OJ/Kg.
268 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

com carga máxima de adulto. Caso identifique- tra-se ativa, afebril e em bom estado geral. sen-
-se uma parada cardiorrespiratória em assisto- do assim, o provável agente etiológico é o vírus
lia ou Atividade Elétrica Sem Pulso (AESP), não parainfluenza.
está indicada a realização de desfibrilação, sen- I Resposta: @
do indicada a infusão de adrenalina 0,01 mg/kg
a cada três a cinco minutos.
I Resposta: © A área pulmonar onde mais comumente
04
lobo:
ocorrem atelectasias numa criança é o

Um lactente de 2 anos é levado ao pron-


03 to-socorro com quadro de respiração
ruidosa e dificultosa há 2 dias. Esteve bem até
®
®
superior esquerdo.
superior direito.
há 3 dias, quando apresentou um pico febril de © inferior esquerdo.
38,5'C associado à tosse e coriza clara. Nega ou- @ médio direito.
tros sintomas. Ao exame, a criança apresenta-se ® inferior direito.
em bom estado geral, alerta e afebril. Observa-
-se desconforto respiratório discreto e estridor .,. COMENTARIO: Atelectasia pulmonar consiste
inspiratório com murmúrio vesicular normal no colapso de um segmento, lobo ou todo o
e sem ruídos adventfcios à ausculta. O RX de pulmão, causando diminuição do volume pul-
tórax mostra que a coluna aérea subglótica monar, alterando a relação ventilação/perfu-
apresenta o sinal de "torre de igreja". O provável são, provocando shunt pulmonar.
causador deste quadro é: É necessário uma relação ventílação/perfusão
equilibrada nos pulmões como um todo para
® estreptococo do grupo A. se ter uma boa oxigenação. As artérias pulmo-
® Streptococcus pneumoniae. nares penetram nos pulmões nas suas porções
© Haemophilus influenzae. médias, assim, quando se está de pé ou senta-
@ vírus Parainfluenza. do, a tendência é que o sangue perfunde com
® vírus sincicial respiratório. mais facilidade a base do que o ápice, devido
à força da gravidade. Vale lembrar que o ápice
.,. COMENTÁRIO: a causa mais comum de infec- ainda sofre efeito dos movimentos cardíacos,
ção e obstrução da via aérea superior é o crupe pressionando-o. Os brônquios também che-
víral ou laringotraqueobronquite víral aguda. É gam à porção média, mas eles ventilam mais o
uma doença caracterizada por tosse ladrante, ápice que a base. O pulmão tende a cola bar e a
rouquidão, estrídor ínspiratórío e disfunção res- caixa torácica tende a expandir; o peso do pul-
piratória em vários graus de severidade. Afeta mão traciona suas porções superiores contra
crianças de 1 a 6 anos, com pico de incidência a caixa torácica, diferentemente da base que1
no segundo ano de vida. O agente etiológico apesar da tendência a colabar, está "esparrama·
mais envolvido na laringotraqueobronquite é da". Na prática, as regiões superiores do espaço
o vírus parainfluenza, responsável por metade pleural têm uma pressão mais negativa, e as da
dos casos durante o inverno. base, uma pressão menos negativa. Devido a
O Haemophilus influenza tipo b era responsá· isso, os alvéolos do ápice estão muito estirados,
vel pela grande maioria dos casos de epiglotite expandidos, já na base, estão menos. No ponto
bacteriana. Com o advento da vacina conjuga- de repouso elástico (final da expiração em re-
da contra Hib, a incidência de doença invasiva pouso), os alvéolos do ápice estão com grande
causada por essa bactéria tem diminuído con- volume e os da base com pouco volume.
sideravelmente. A diferença entre a pressão intra-alveolar e a
Na radiografia frontal. podemos visualizar um pressão pleural é chamada de pressão t rans-
afilamento abaixo das cordas vocais causado pulmonar. No ápice, a pressão transpulmonar é
pelo edema da mucosa, conhecido como o si- grande, ou seja, a pressão pleural é muito nega-
nal da ponta de lápis, característico da doença. t iva. Já na base, a pressão no espaço pleural é
O quadro clínico descrito na questão sugere um pouco menor, bem como o volume dos al-
uma infecção viral, visto que a criança encon· véolos. Isso facilita para que o ápice do pulmão
2015 269

direito possa atelectasiar com mais frequência ao déficit de cloreto de sódio (NaCI), cloreto de
que as outras areas pulmonares. potássio (KCI) ou ácido cloridríco (HCI) em pro-
I Resposta: ® porções variadas.

Causas de alcalose metabólica:


Um paciente internado numa unidade a
- Associadas contração do volume do com-
O5 pedi~trica apresenta os seguintes re-
sultados laboratoriais: Na: 136 mEqll; CI: 104
partimento extracelular:
Com cloro urinário baixo [CI-) < 15mEq/L:
mEq/l ; K: 4 m Eqll; ureia: 45 mgldl; creatinina: Perda de secreção g~strica (vômitos,
0,9 mg/dl e glicemia: 90 mg/dl. A osmolaridade drenagem gástrica);
sérica deste paciente é aproximadamente de: Perda intestinal de NaCI (cloridorreia
congênita);
@ 300. Uso crônico de diuréticos;
® 310. Pós-correção de hipercapnia crônica;
© 284. Fibrose cfstica.
@ 270.
® 290. Com cloro urinário alto:
Uso recent e de diuréticos;
... COMENTÁRIO: o cálculo da osmolaridade séri- Sfndrome de Bartter;
ca é realizado com a seguin te fórmula: Síndrome de Git elman.

Osm sérica = 2 x[Na+)(meq I Ll + Glicose (mg I Na síndrome de Cushing haverá perda de sódio
dl)l18 + Ureia (mg I dl )/6 e cloro na urina, o que resulta em um au men·
t o do bicarbonat o equimolar à perda de cloro,
Assim: Na+: 136mEqll; Glicose: 90mg/dl; como compensação. Dessa forma, haverá um
Ureia: 45mgldl cloro urinário elevado.
Osm sérica = (2x136) + (90118) + (4516) = I Resposta:@
284,5mOsmiL
I Resposta:©
Uma criança de 9 meses tem história de

São causas de alcalose metabólica clori-


07 ter tido contato próximo com caso con-
firmado de Hepatite A h~ 1Odias. Para a profila-
O6 dro-responsiva (cloro urinário < 15 mE-
qll) todas as abaixo, EXCETO:
xia desta criança. recomenda-se:

@ Apenas medidas de suporte, pois o contato


@ Fibrose cística. ocorreu h~ mais de 7 dias.
® pós-hipercapneica. ®Administração de imunoglobulina humana
© sonda nasog~strica aberta. normal, pois o contato foi há menos de 14 dias.
@ síndrome de Cushing. © Administração de imunoglobulina humana
® uso de diuréticos de alça. intravenosa pois, apesar do contato ter ocor-
rido há mais de 7 dias, a via intravenosa pode
.,. COMENTÁRIO: A alcalose metabólica é definida promover a prevenção da doença.
por um excesso de álcali no organismo, acom- @Administração de vacina contra Hepatite A,
panhado de aumento do pH e da concentração pois o contato foi há menos de 14 dias.
de bicarbonat o no compartimento extracelular. ® Administração de imunoglobulina específi-
Uma gasometria com um pH > 7AS; bicarbona- ca anti-Hepatite A.
to> 24 e pC02 > 45mmHg indica uma alcalo-
se metabólica. A akalose metabólica pode ser .,. COMENTARIO: A administração da imunoglo-
considerada um distúrbio eletrolítico com re- bulina é indicada em sit uações pós-exposição
percussões sobre o equilíbrio ácido-base, pois para cont actantes domiciliares e sexuais de
na maioria dos casos, o aumento da concenM casos confirmados de hepatite A, lactentes de
tração plasmática de bicarbonato é secundário
270 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

mães infectadas com o vírus da hepatit e A, Alternativa C: CORRETA. A anemia no prematuro tem
funcionarios e crianças que frequentam cre- o seu nadir mais acentuado, sendo, nos prema·
ches durante surto. A imunoprofilaxia com t uros com peso de nascimento entre 1.000g e
imunoglobulina pode ser realizada até 14 dias 1.500g, em torno de Sg/dl de hemoglobina,
da exposição, podendo prevenir ou atenuar a enquanto nos abaixo de 1.000g, chega a 7g/dl.
doença (alternativa B corret a, alternativa A Alternativa D: CORRETA. O trat amento da anemia
i ncorreta). A imunoglobulina é realizada de da prematurídade sintom~tica (baixo ganho
forma intramuscular (alternativa C incorreta). de peso, necessidade de suporte vent ilat ório) é
Pós-exposição, o mais adequado é realizar a a t ransfusão de concentrado de glóbulos ver-
imunização passiva (imunoglobulina) e não a melhos, em pequenos volumes (1 O a 15ml/kg).
imunização ativa com a vacina (alternati va O Alternativa E: CORRETA. Durante o período neona-
incorreta). A imunoglobulina utilizada é a co- tal ocorre maior destruição dos glóbulos ver-
mum (alternati va E Incorreta), e não a especf- melhos, pois a meia vida dos eritrócitos, nessa
fica para hepatite A. faixa etária. é menor que 70 dias.
I Resposta: ®
A síndrome da morte súbita ainda é um

O8
A respeito da anemia fisiológica do lac-
tente, pode-se afirmar todas as abaixo,
09 problema significativo nos lactentes. So·
bre esta síndrome todas as afirmações abaixo
EXCETO: estão corretas, EXCETO:

® Atinge o pico entre 8 e 12 semanas de vida ® Nos casos confirmados parece haver uma
no recém-nascido de termo e entre 3 e 6 sema- redução da reatividade dos receptores de sero-
nas de vida no recém-nascido prematuro. tonina.
® A suplementação de ferro pode abreviar o ® São fatores de risco: pais fumantes, sexo
tempo de anemia nos recém-nascidos de termo. masculino, imunização incompleta e uso de
© No nadir da anemia, nos la c tentes prematu- t ravesseiros e rolinhos no berço.
ros, a concentração de hemoglobina pode atin- © É possível observar a presença de quadro
gir valores de 7 a 9 g/dl. petequial em até 95% dos casos e a presença
@ A abordagem terapêutica dos bebês nascidos de edema pulmonar é também frequente.
prematuramente pode envolver a administração @ A posição supi na ao dormir proporcionou
de concentrado de glóbulos para aqueles com uma redução de 60 a 70% dos casos.
baixo ganho ponderai, dificuldade respiratória e ® O uso noturno de chupeta eleva o risco de
elevação da frequência respiratória. ocorrência da síndrome
® Decorre, entre out ros motivos, da menor
vida média das hem~cias dos lactentes j ovens. Alternativa A: CORRETA. A etiologia da sindrome de
morte súbita do lact ente ainda é considerada
Alternativa A: CORRETA. Observa-se nas primeiras desconhecida. Existem diversas hipóteses fisio-
semanas de vida uma queda acentuada e au- patológicas. Uma das teorias mais aceitas ba·
tolimitada, da taxa de hemoglobina, comum seia-se em prov~vei s alterações do mecanismo
a todos os lactent es. Trat a·se de uma queda de desp ertar desses lactentes, com polimorfis·
fisiológica cujo pico ocorre na oitava e décima mo do gene t ransportador de serotonina e de-
segunda semana de vida no recém-nascido de senvolvimento do sistema nervoso autônomo.
termo e entre três e seis semanas de vida no re- Alternativa 8: CORRETA. São fatores de risco para
cém-nascido prematuro. morte súbit a do lactente: tabagismo, dormir
Alternativa 8: INCORRETA. A administração de fer- em posição pro na (dorso para cima), presença
ro nessa ocasião não impede nem atenua essa de muitas cobertas e t ravesseiros no berço, re-
queda. Em t orno da décima segunda semana cém-nascidos do sexo masculino, ausência de
de vida, ocorre a ret omada da eritropoese e o amamentação, vacinação em atraso. não uso
ferro armazenado será reutilizado, sendo míni- de chupetas, hipot ermia ou hipertermia.
mo o requerimento de ferro exógeno.
2015 271

Alternativa <: CORRETA. Petéquias nas superfícies I Resposta: ©


pleural, epicárdica e subcapsulares no ti mo são
achados comuns~ decorrentes do aumento da PEDIATRIA 11· RENATA DAVIN GOMES PARENTE
pressão negativa, intratorácica, secundária a
uma inspiração vigorosa, indicativa de morte
por asfixia. Grande parte das crianças vítimas Uma recém-nascida (RN) com peso de
de morte súbita apresenta edema pulmonar,
observado macro e microscopicamente. Acre·
11 nascimento de 3.200 g, filha de mãe ado·
lescente e usuária de drogas injetáveis que não
dita-se que esse fenômeno esteja relacionado realizou pré-natal, com teste de HIV, realizado à
com as alterações agônicas, não sendo conse· admissão na maternidade, negativo, apresenta
quente a problemas cardíacos prévios. VDRL (Venereal Disease Research Laboratory)
Alternativa D: CORRETA. A posição supina (barriga de 1/16 eTPHA (Treponema Pallidum Haemag·
para cima) ao dormir é um dos principais méto- glutination Assay) positivo. A mãe apresentava
dos de prevenção da síndrome de morte súbi· VDRL 1/32 e TPHA reagente. Além das outras
ta do lactente, levando a uma redução de 60 a sorologias, Rx de ossos longos, hemograma,
70% dos casos. fundo de olho e triagem auditiva, está indicada
Alternativa E: INCORRETA. O uso de chupeta é um terapêutica com:
dos mecanismos de prevenção da morte súbita
no lactente. @ penicilina cristalina durante 10 dias, inde-
pendentemente do resultado do liquor.
® penicilina cristalina durante 14 dias, sem in-
Um menino com 3 anos de idade apre· dicação para coleta de liquor.
IO sentou quadro de disenteria após comer
um queijo comprado em uma barraca à beira
© penicilina benzatina durante 14 dias, se re-
sultado do liquor com VDRL positivo.
da estrada. O exame identificou Escherichia coli @ cefalosporina de terceira geração durante 14
0157:H7. O médico demonstrou preocupação dias, se liquor com VDRL positivo.
com o risco da seguinte complicação: ® cefalosporina de terceira geração durante
1O dias, independentemente do resultado do
@ encefalite. liquor.
® intussuscepção.
© síndrome hemolítico-urêmica. _. COMENTÁRIO: A questão traz um caso de si·
@ intolerância crônica à lactose. filis congênita. Mãe tem sorologia positiva e
® intolerância crônica à proteína do leite de não tratou na gestação e criança t ambém. Em
vaca. qualquer caso de sífilis congênita est~ indicada
coleta de liquor. Caso não esteja disponível este
_. COMENTÁRIO: Diferentes patógenos são as- exame, devemos tratar todas as crianças para
sociados a doenças de transmissão alimentar, cobrir neurossífilis.
sendo um dos principais a Escherichia coli ente· O tratamento indicado para a sífilis é penicilina
rohemorrágica sorotipo 0157: H7. Essa bactéria G cristalina na dose de 50.000 UI/Kg/dose, por
Gram-negativa é causadora de uma colite he- via endovenosa, a cada 12 horas (nos primeiros
morrágica, com presença de diarreia, dor abdo· sete dias de vida) e a cada 8 horas (após sete
minai, vômitos e febre. Na maioria dos pacien- dias de vida), durante 1O dias; ou penicilina G
tes, a diarreia sanguinolenta depois de tratada procaína 50.000 UI/Kg, dose única diária, IM,
desaparece sem deixar sequelas, mas em 10% durante 1O dias; Para neurossifilis, o tratamen-
dos pacientes menores de 1O anos. a doença to só pode ser feiro com penicilina cristalina, já
por progredir para a Síndrome Hemolltico Ur~­ que a procaína não penetra o sistema nervoso
mica (SHU). A SHU é definida pela t riade: ane· central.
mia hemolitica, plaquetopenia e insuficiência AltematiYO 8: INCORRETA. O tempo de tratamento
renal aguda. A encefalite, intussuscepção, into· deve ser de 1O dias.
lerância à lactose e Alergia à Proteína do Leite Alternativa C: INCORRETA. O único tratamento indi·
de Vaca não estão relacionadas com a E. coli cado em caso de liquor alterado é com penicili·
enterohemorrágica. na cristalina por 1O dias.
m PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

Alternativa D: INCORRETA. Vide comentário da alter- Alternativa C: INCORRETA. Adenoma hipofisário não
nativa anterior. explicaria o aumento da tireoide.
Alternativa E: INCORRETA. Vide comentário da alter- Alternativa D: INCORRETA. No hipotireoidismo cen-
nativa anterior. tral teríamos os hormônios tireoidianos dimi-
I Resposta: ® n u ídos com um TSH normal o u levemen te au-
mentado.
Alternativa E: INCORRETA. Na Doença de Graves te-
O uso terapêutico de imunoglobulina ríamos um TSH supresso.
12 humana intravenosa está indicado nas
doenças abaixo, EXCETO:

® síndrome de Guillain Barré.


® doença de Kawasaki.
14 Uma adolescente moradora na cidade de
Campinas em São Paulo, com 15 anos de
idade, apresenta ao exame clinico um pequeno
© púrpura trombocitopênica imunológica. aumento d a g lândula tireoide tendo sido sub·
@ anemia autoimune. metida a exames que revelaram T3 e T4 livres
® anemia microesferocítica. normais e TSH elevado. Nesse caso, espera-se
encontrar no exame de sangue:
._ COMENT4RIO: O uso de imunoglobulina hu-
mana está indicado em doenças associadas a @ TSH baixo após teste com TRH.
autoimunidade. A única alternativa que traz ® Deficiência de TBG.
uma doença que não entra nesse critério, é © Deficiência de iodo.
a alternativa E. A anemia microesferodtica é @ Anticorpos antitireoperoxidase.
uma desordem hereditária que altera a forma ® Anticorpos antirreceptor de TSH.
do eritrócito gerando hemólise. Nesse caso a
imunoglobulina não teria papel terapêutico. ._ COMENTÁRIO: Trata-se d a mesma paciente da
I Resposta: ® questão anterior, cuja principal hipótese diag-
nóstica é o hipotireoidismo autoimune (tireoi-
dite de Hashimoto).
Uma adolescente moradora na cidade de Alternativa A: INCORRETA. O teste de estfmulo com
13 Campinas em São Paulo, com 1S anos de
idade, apresenta ao exame clínico um pequeno
TRH mostraria TSH bastante elevado, já que
não há falta deficiência de produção desse
aumento da glândula tireoide tendo sid o sub- hormônio.
metida a exames que revelaram T3 e T4 livres Alternativa B: INCORRETA. A deficiência de TBG
normais e TSH elevado. O diagnóstico mais pro- pode ser vista em condições especiais, como
vável é: na gestação ou em doenças sistêmicas graves
o u na deficiência de TBG congênita (doença
® Tireoidite de Hashimoto. ligada ao X). Está associada ao aumento de ní-
® Sócio endêmico. veis baixos de hormônios t ireoidianos com TSH
© Adenoma hipofisário. normal. Não implicam em alterações de função,
@ Hipotireoidismo central. desde que a fração livre permaneça normal.
® Doença de Graves. Alternativa C: INCORRETA. A deficiência de iodo não
é esperada.
Alternativa A: CORRETA. A Tireoidite de Hashimoto Alternativa D: CORRETA. Na t ireoidite de Hashimoto
é uma doença autoimune da tireoide que pode os anticorpos antitireoperoxidase estão pre-
ter o bócio como manifestação clínica elabora- sentes em altos títulos.
torialmente temos o aumento do TSH. Alternativa E: INCORRETA. Os anticorpos antirrecep-
Alternativa B: INCORRETA. O bócio endêmico é uma tor de TSH (TRAb) estão presentes na doença
doença associada à baixa ingesta de iodo. o de Graves.
que é pouco provável. já que a adolescente
mora na cidade de campinas e no Brasil o sal
branco comercializado é enriquecido com iodo.
2015 273

Uma das important es medidas em sala © oferta de oxigênio com máscara aberta (três
15 de parto no processo de reanimação,
especialmente do recém-nascido com menos
litros) e medida de saturação de oxigênio em
membro superior direito.
de 37 semanas e de todos os que necessitam @ ventilação com pressão positiva sem oxi-
de cuidados, com influência no prognóstico, é gênio e medida de saturação do oxigênio em
prover calor para a manutenção da tempera- membro superior direito.
tura corpórea. Para tanto1 recomenda-se que a ® ventilação com pressão positiva com oxigê-
temperatura ambiente seja de ...... e a tempera- nio (três litros) e medida de saturação de oxigê-
tura corpórea se mantenha entre ...... e ...... , em nio em membro superior esquerdo.
graus Celsius ('C). Complet am, respectivamen-
te, as lacunas: N..\SCIM~N'f< >
.--------, Ccsr~ :t fetn'lO?
@ 23; 35 e 36. Re!Õpir.IOI.Io <lU chorando?
® 26; 36,5 e 37. Tónus muscular em flexão?
© 23; 36,5 e 37.
@ 26;35e36.
® 23; 36 e 36,5. Pron:r calor
Pm icioruar abcça
... COMENTÁRIO: Segundo as diretrizes de rea- .\ spi.r;u- ,.1as :léte:1-s s/n
~"\t
nimação neonatal da sociedade brasileira de
pediatria de 2016, na sala de parto devemos
tentar manter a temperatura corporal entre r------------------------,
36,5·37,5• C (normotermia). E para diminuir a '~ '~
f<C < IHH bpm. :tf)flCt.1 ou
perda de calor do RN a temperatura ambien- : rcsp•t:\Ç3() 1rrcguh r? :
te na sala de parto deve estar entre 23-26• C. !.._ ____ _ _ _ ____ _ ____ _ ____ _ _ _ !

No manual de reanimação neonatal da SBP de


Rm ,}
2014, trazia a temperatura da sala ideal com
26• C e do RN temperatura corporal entre 36,5 \'e-t'lll llÇ~O oom Jlrt~O P<~ti\'<1
{I( J lOCgundM
MOf\llc.n·.J,r S.u< >2
e 37,0• C. Dessa forma o gabarito da questão é (f~JdtJIIIIÜtNl~)
CO.l:!M.k~r l'nU!IlJI(Jt_pan ~' á11:tr FC
letra B. Mas nos dias atuais, nenhuma das alter-
nativas estaria correta.
I Resposta: @ ... COMENTÁRIO: Quando a VPP é indicada no RN
<:34 semanas, iniciar com ar ambiente (oxigê-
nio a 21 %). Uma vez Iniciada a ventilação, re-
Uma gestante, primigesta, 30 anos de comenda-se o uso da oximetria de pulso para
16 idade, 38 semanas de gestação est~ em
trabalho de parto sem intercorrências prévias
monitorar a oferta do oxigênio suplementar.
Aplicar sempre o sensor neonatal no membro
e a cardiotocografia fetal revela alterações da superior direit01 na região do pulso radial1 para
vitalidade. Liquido claro. Indicado parto cesá- monitorar a Sat02 pré-ductal. Após posicionar
reo. (VER IMAGEM). Conforme o fluxo para a o sensor, conect~-l o ao cabo do oximetro. A
reanimação neonatal da Sociedade Brasileira leitura confiável da Sat02 demora cerca de 1·2
de Pediatria, acima esquematizado, as medidas minutos após o nascimento, desde que haja
correspondentes ao passo A são: débito cardíaco suficiente, com perfusâo peri-
férica.
@ estímulo t átil em solas dos pés e dorso e I Resposta: @
oferta de oxigênio com m~scara aberta (três
litros).
® estimulo tãtil em solas dos pés e dorso e Um menino com 11 anos de idade rece-
ventilação com pressão positiva com oxigênio
(três litros).
17 be o diagnóstico de escarlatina. O agente
etiológico e o possível tratamento são, respec-
tivamente:
274 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

® Streptococcus do grupo A; amoxadlina. Dados de 2014 do IBGE apontam a Taxa


® Arcanobacterium haemolyticum; amoxacili-
na-clavulanato.
19 de Mortalidade Infantil no Brasil de 14,4. O
valor refere-se a número de óbitos em crianças:
© Haemophilus influenzae; amoxacilina-clavu-
lanato. ® menores de um ano pelo número total de
@ Streptococcus do grupo B; amoxacilina. nascimentos naquele ano.
® Streptococcus do grupo O; amoxacílina-cla- ® menores de cinco anos pelo número total de
vulanato. nascimentos naquele ano.
© menores de um ano pelo número de nasci-
.. COMENTARIO: A questão é bem objetiva e dos vivos naquele ano.
pergunta o agente etiológico e o tratamento @ menores de um ano por mil nascidos vivos.
da escarlatina. A escarlatina é causada pelo es- ® menores de cinco anos por mil nascidos vi·
treptococo do grupo A produtor de exotoxina vos
pirogênica. Esse estreptococo é extraordina-
riamente sensivel a penicilina, de modo que a .. COMENTARIO: A questão quer saber o concei-
amoxidlina pode ser usada. to de taxa de mortalidade infantil que é obtida
I Resposta: ® por meio do número de crianças de um deter-
minado local (cidade, região, pais, continente)
que morrem antes de completar um ano, a
Relação co~reta entre _o antimicrobiano e cada mil nascidas vivas.
18 seu mecan1smo de açao: I Resposta: @

® Antimicrobiano- Macrolfdeo; Mecanismo de


ação- atua na formação da parede celular. O esquema abaixo representa a circula-
® Antimicrobiano - Tetraciclina; Mecanismo de
ação- atua na integridade da membrana celular.
20 ção. (VER IMAGEM) A denominação da es-
trutura assinalada no retângulo em destaque é
© Antimicrobiano- B lactâmico; Mecanismo de
ação -atua na formação da parede celular.
@ Antimicrobiano- Glicopeptídeo; Mecanismo
de ação - inibe a sintese proteica no interior da
célula.
® Antimkrobiano- Aminoglicosídeo; Mecanis-
mo de ação - atua na integridade da membrana
celular.

Alternativa A: INCORRETA. O macrolídeo é um anti-


biótico bacteriostático que age inibindo a sín-
tese proteka do microrganismo, ligando-se a
subunidade 50s do ribossomo bacteriano.
Alternativa 8: INCORRETA. A Tetraciclina também é
bacteriostática e age inibindo a síntese protei·
ca do microrganismo, ligando-se a subunidade
30s do ribossomo bacteriano.
Alternativa C: CORRETA. Antimicrobiano- B lactâmi- ® dueto arterioso.
co; Mecanismo de ação - atua na formação da ® comunicação dos grandes vasos.
parede celular. © truncus médio da pulmonar.
Alternativa D: INCORRETA. Os glicopeptídeos são ® ramo sistêmico da pulmonar.
bactericidas que inibem a síntese da parede ® ramo acessório da pulmonar.
bacteriana.
Alternativa E: INCORRETA. Os Aminoglicosídeos .. COMENTARIO: A figura aponta para um canal
atuam inibindo a síntese proteica do microrga- que liga o tronco pulmonar à artéria aorta, esse
nismo. canal é chamado de canal arterial ou dueto ar-
2015 275

terioso. Na circulação fetal, o sangue que sai do Alternativa D: CORRETA. Na anemia de doença crôni·
ventrículo direito encontra grande resistência ca não há carência de microelementos, portanto
nos pulmões (que estão vasoconstrictos e não inicialmente é normocrômica e normodtic.
tem função de troca gasosa), e grande parte é Alternativa E: INCORRETA. Como há interação no
desviada para a circulação sistêmica através do metabolismo do folato, há macrocitose envol-
canal arterial. Ao nascimento, a resistência da vida.
vasculatura pulmonar é menor que a sistêmica,
de modo que o fluxo de sangue pelo canal ar·
Considere a paciente aqui retratada:
teriaI ocorre da aorta para o tronco pulmonar. A
alta P02 contrai e fecha o canal arterial tornan·
do-se por fim o ligamento arterial.
22 (VER IMAGEM). Trata-se de mulher cro·
nicamente doente, com tratamento irregular.
I Resposta: @ Dos dados abaixo, os mais prováveis de serem
encontrados em sua evolução clínica são:

CLiNICA I· ALEXANDRE BARBOSA CÃMARA DE


SOUZA

Dian_te de um pacient~ c?m anemia n?r·


21 mocrt1ca e normocromrca, a pnmeua
consideração é tratar-se de:

@ Anemia associada a medicamentos.


® Deficiência combinada de ferro e folato.
© Talassemia.
@ Anemia de doença crônica.
® Deficiência de cobalamina.

DICA DO AUTOR: Anemia normocítica e normocrô-


mica em adulto · embora não tenha a opção na
questão, a primeira hipótese que o candidato
deve pensar é um sangramento AGUDO · situa-
ção mais comum aqui sem dúvidas, pois ainda
não houve tempo para impacto na hemato·
poiese e nas reservas de ferro. @ Hemoglobina de 7,8 g/L e VCM de 75 fl.
Ahernativa A: INCORRETA. Aqui há uma pletora de ® Pulso de 120 bpm e aldolase elevada.
condições e tipos de anemia. Medicações po· © Galactorreia e menorragia.
dem inibir o foiato e causar macrocitose, como @ Hb glicada de 8,7% e obstipação.
o Metotrexato. mas também suprimir a Medula ® Reflexos profundos exaltados e depressão.
óssea (como o próprio metotrexato! Mas tam-
bém o Cloranfenicol, quimioterápicos, fenitoí· DICA DO AUTOR: Ao olhar o rosto da mulher da
na e etc) e causar anemia aplástica. Há também imagem, o diagnóstico é escancarado: Hipo-
anemia hemolitica por deficiência de G6PD... tireoidismo. Mixedema facial, feição apática,
definitivamente não é a melhor resposta. alopecia mediai nas sobrancelhas... Mas as al-
Ahernativa 8: INCORRETA. Deficiência de ferro até ternativas para responderam as perguntas são
pode cursar com anemia normo normo em detalhistas e capciosas.
uma fase inicial, mas quando definitivamente Alternativa A: INCORRETA. Anemia aqui é normo
instalada, cursa com microcitose e hipocromia. normo por duas explicações. 1) o metabolis-
Deficiencia de foiato cursa com macrocitose. mo lento também funciona na medula óssea:
Ahernativa C: INCORRETA. Talassemia é causa de tem todos os micro-elementos, mas só trabalha
anemia hipo micro. mais "devagar•. ~ hipoproliferativa, mas não tem
276 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

prejuízo na qualidade das hemácias. 2) como o isso a água total, assim como potássio, fósforo,
enunciado denuncia, é uma doença crônica, magnésio etc são mais depletados no E.H.H
merecendo uma anemia compatível a tal. A al- que na C.A.D. A exceção se dá pelo sódio, uma
ternativa se torna errada pela microcitose. vez que diante a poliúria osmótica nas duas si
Alternativa 8: INCORRETA. Aldolase elevada é clás- t uações os nossos ríns preparados para expe-
sico, pela lesão muscular, mas taquiarritimias lir ou reabsorver o sódio tende a permanecer
não. Esperamos bradiarritimias, em especial a inalterado.
bradicardia sinusal. Alternativa A: INCORRETA. Como explicado acima.
Alternativa C: CORRETA. A falta de hormônios faz o Atenção para pseudohiponatremia com as
TSH se elevar, mas as custas também o aumen- grandes hiperglicemias.
to do TRH, que é produzido no hipotálamo. Alternativa 8: INCORRETA. O cloreto segue o sódio,
Qual a consequência disso? Pode haver uma sendo a explicação acima também válida.
maior produção de prolactina junto ao proces- Alternativa C: CORRETA. O rim é preparado para
so, que, dessa maneira, atinge os galatotrofos expelir o potássio, não sendo preparado para
nas mamas e causam galactorreia. E a menor- reabsorver tão prontamente tal lon como é
ragia? Anormalidades menstruais são mais que com o sódio perante uma poliúria osmótica.
comuns, em especial AMENORREIA. Mas ciclo Existe o déficit nas duas situações, mas é mais
menstrual fica desregulado devido à lentifica- acentuado no Estado Hiperosmolar Hiperglícê-
ção do metabolismo basal. e devido a anor- mico. Alternativas D e E: INCORRETAS. O déficit
malidades vasomotoras e endometriais pode de água é maior no E.H.H. que no C.A.D.
também haver menorragia como um achado
normal.
Alternativa D: INCORRETA. Obstipação é frequente e Um homem de 27 anos tem em seu
é esperada. Mas não esperamos Hb glicada tão
alta, uma vez que apesar de haver resistência
24 histórico médico, no decorrer de vários
anos, os seguintes dados: priapismo: colelitía-
insulínica associada, o metabolismo como um se, osteomielite, acidente vascular encefálico,
todo mostre HIPOS: Hiponatremia, hipocalce- hipertensão pulmonar, úlceras em membros
mia, hipocalemia e HIPOGLICEMIA. não HIPER- inferiores, retinopatia proliferativa e insufici-
GLICEMIA. A exceção fica por conta da hiperli- ência renal. É provável que este paciente seja
pidemia. tratado com:
Alternativa E: INCORRETA. Reflexos profundos es-
tariam diminuídos, não exaltados. Depressão ® lmunoglobulina e dexametasona.
pode sim ser um achado. ® Insulina e captopril.
© Plasmaferese e aspirina.
@ Prednisona e azatioprina.
® Foiato e hidroxiureia.
23 São dados típicos dos déficits de água
e eletrólitos em Cetoacidose Diabética
(C.A.D.) e Estado Hiperglicêmíco Hiperosmolar DICA DO AUTOR: Preste atenção nas manifestações
(E.H.H.): clínicas, todas são relacionadas com vasoclu-
sões, a exceção da colelitíase, que é explicada
@ sódio (mEq/kg)/ C.A.D. S a 13/ E.H.H. 7 a 1O pela hemólise: a hiperprodução de bilirrubina
® cloreto (mEq/kgl/ C.A.D. 5 a 1 S/ E.H.H. 3 a 5 indireta exige maior conjugação desta e como
© potássio (mEq/kg)/ C.A.D. 3 a 5/ E.H.H. 4 a 6 produto temos cálculos pigment ados na via
@ água total (L)/ C.A.D. 9/ E.H.H. 6 biliar. Sem dúvidas este jovem é portador da
@ água (ml/ kg)/ C.A.D. 100 a 200/ E.H.H. 100 mais clássica hemoglobinopatia: a anemia fal-
ciforme. Esse paciente, como todo portador
DICA DO AUTOR: Apesar de parecer bastante com- de anemia hemolítica, deve receber Folato
plicado •decorar• esses valores, diante dessa complementar e no caso da anemia falciforme
questão é possível responder utilizando o se- a Hidroxiuréia, que é um fármaco que induz a
guinte racíoclnio: No estado hiperosmolar os produção de hemoglobina fetal, diminuindo
valores de glicemia são muito maiores, portan- assim a proporção de hemácias falcízadas na
to é mais importante a diu rese osmótica- por circulação.
2015 m

I Resposta: ® da síndrome, que são nada mais que agrupa·


mentos de HDL degenerados que passaram
pelo glomérulo lesado.
Analisando-se casos de pacientes com
25 proteinúria de 24 horas variando de 4
a 6 gramas, o achado MENOS provável, dos O exame clínico inicia•se pela parte mo·
abaixo, é: 26 tora que é avaliado observando-se a fo·
nação do paciente, assim como a deglutição.
® Suscetibílidade aumentada a infecções bac- Avalia-se então a faringe e o palato mole em re·
terianas. pouso e em contração. Realiza-se o reflexo nau·
® Estado de hipercoagulabílidade. seoso bilateral mente. O texto acima descreve a
© Anasarca. propedêutica dos seguintes nervos cranianos:
@ Hipervolemia.
® Hiperlipidemia. @ V e VIl.
@ VIII e IX.
DICA DO AUTOR: Fundamentalmente é preciso © IX eX.
saber identificar a Sindrome Nefrótica como @ XI e XII.
cerne da questão e isso é fácil: ' pacient es com @ 111 e IV.
proteinúria de 24h entre 4 a 6 gramas~
Alternativa A: INCORRETA. Sim, com a p erda de di· DICA DO AUTOR: De maneira resumida, que pares
versas proteínas plasmáticas, incluindo as imu· cranianos são responsáveis por fonar, deglutir
noglobulinas, perdemos a força contra germes, e inervam faringe e palato mole? Estamos fa·
em especial os encapsulados (leia-se pneumo· lando do Glossofaríngeo (IX) e do Vago (X). O
coco). Há então maior propensão a infecções Glossofaríngeo é um nervo misto que surge
bacterianas. Trata-se de um individuo imuno· no sulco retrolivar da medula oblonga (Bul·
deprimido. bo) e possui diversos ramos: nervo t impânico,
Alternativa B: INCORRETA. Dentre as proteínas per- ramo do seio carotídeo, ramo farfngeo, ramo
didas, está a Antitrombina-111, que é pró-coa· do músculo estilofaríngeo, do estiloglosso e
gulante. Então, o nefrótico está em um estado ramos tonsilares. Suas fibras motoras inervam
pró·trombótico. TVP é um evento comum e não a faringe e alguns músculos da língua. As sensi·
é raro encontrar eventos atípicos, como trom· ti vas, a mucosa da faringe e o terço superior da
boses mesentéricas, de veia renal, Budd·Chiari mucosa lingual.
e etc. Já o nervo Vago, que também é misto, surge
Alternativa C: INCORRETA. Anasarca é um marco da no sulco posterolateral do bulbo inferiormen·
Síndrome Nefrótica. A p erda de proteínas faz te ao nervo glosofaríngeo e superiormente ao
com que haja uma hiposomolaridade do plas- nervo acessório. É um dos que mais tem ramos,
ma, fazendo com que o líquido seja perdido sendo eles craniais (auricular posterior e me·
para o lntersticio. Um edema global e abundan- níngeo), cervicais (faríngeos, laringeo superior,
te é um marcante aqui. cardíacos cervicais), torácicos (laríngeo inferior,
Alternativa D: CORRETA. Hipervolemia: o edema é cardíacos torácicos, pericárdicos, esofágicos e
euvolêmiço. Não há excesso de líquido, há ape· de condutos torácicos) e finalmente, ramos ab·
nas o deslocamento visando equilibrar o novo dominais.
gradiente elétrico vigente. Também não há hi· lnerva músculos da faringe, da laringe e do
povolemia. Guarde o conceito. palato mole, além dos arcos palatinos, da du·
Alternativa E: INCORRETA. Se há perda de proteínas, ra·máter, pele da orelha, mucosa laríngea, timo
o fígado tenta compensar com a hiperprodu· e tireóide. Também inverva o sistema respirató·
ção. Algumas proteínas não são perdidas facil· rio, digestivo, coração, baço, intestinos e rins. É
mente e as lipoproteínas são um dos exemplos. o maestro do sistema parassimpático.
Desse modo, como a produção global está au· Portanto, a propedêutica neurológiça descrita
mentada, os colesteróis estarão aumentados é compatível com os pares IX e X, que contem·
também. Um detalhe: o sedimento urinário pia na alternativa C.
pode mostrar corpos lipoides, achado clássico
278 PreparatórioparaResidência Medica SUS/SP

que quando ou muito elevada ou muito baixa,


27 Familiares trazem ao serviço de emer-
gência mulher de 52 anos, por apresen-
tar h~ 90 minutos, subitamente, dificuldade em
contraindica a t rombólise. Vejamos o déficit:
é • pequeno "demais para submetermos a um
fechar o olho esquerdo e desvio d a rima bucal p rocedimento tão cheio de complicações, ou-
para o lado direito. Trata-se de paciente diabéti- tro motivo para que, mesmo que fosse um AVC,
ca, hipertensa e dislipidêmica em uso irregular trombolisar não seria a resposta correta.
de anlodipino, glímepirid a e sinvastatina. Fuma
meio maço de cigarro por dia e é etilista social.
A p ressão arterial é de 150 x 100 m mHg e a gli- Considere a tabela abaixo que mostra a
cemia capilar 160 mg/dl. A p rovável conduta
terapêutica é prescrever:
28 int er-relação entre manifestações morfo-
lógicas e clínicas (nefróticas e nefrítícas) nas d o -
enças glomerulares: (VER IMAGEM} Glomeru lo -
@ asp irina+ clopidogrel por via oral. nefrite crescêntica, glomerulopatia de lesões
® corticoide por via oral. mínimas, glomeruloesclerose focal e glomeru-
© rivaroxabana por via oral. lopatia membranoproliferativa, correspondem,
@ tia mina intramuscular. respectivamente, a:
® alteplase intravenoso.
Morfologia Nefrótica Nefritica
DICA DD AUTOR: Paciente com múltiplas comor-
bidades e fatores de risco cardiovasculares em
I ++t+ -
tratamento irregular adent ra a sala de emer- II ++ +
g ência com d éficit neurológico focal há 90 III ++ +++
min utos, ligeiramente hipertensa e sem h ipo
ou h iperglicemia marcantes. A hipót ese aqui
IV -- ++t+
é AVC, certo?! Esse pensamento é tão medular @ IV, I, 11 e 111.
quanto equivocado. Perceba o p adrão de défi- @ 111, I, IV e 11.
cit: rest rito a face, dificu ldade de fechar o olho © I, 111, IV e li.
esquerdo e desvio da rima bucal p ara o lado di- @ l, ll, lll e iV.
reito. Portanto, temos u m déficit facial do lado @ IV, 11, 111e I.
esquerdo (o desvio é contralateral ao lado afe-
tado d a face. O Diagnóstico aqui é de Paralisia DICA DO AUTOR: Questão confusa e subjetiva. Exige
Facial Periférica. uma diferenciação entre glomerulopatias para
Alternativa A: INCORRETA. Seria correto em caso de dizer qual "é mais nefrítica ou mais nefrótica~
IAM, mesmo em AVEi a conduta não seria dupla Uma verdadeira ~bula em Medicina Interna
antiagregação. dizer que se consegue mensurar o quanto de
Alternativa 8: CORRETA. A corticoterapia via oral componente nefrítico e nefrótico tem em cada
é um dos tratamentos utilizados para tratar a uma patologia. Diante de questões como essa, é
Paralisia Facial Periférica, ou Paralisia de Bell. importante b uscarmos a respo stas mais sensata.
Alternativa C: Incorreta. Não há sentido em an- São quatro patologias: Glomerulonefrit e Cres·
ticoagular a paralisia facial periférica, e mesmo céntica (ou Rapidamen te Progressiva), Por Le-
no AVEi está contra indicada como abordagem sões Mínimas , GESF (glomeru loesclerose focal
inicial. e segmentar) e Glomerulopatia Membranopro-
Alternativa D: INCORRETA. A tiamina seria trata- liferativa.
mento para slndrome d e Wernicke-Korsackoff, Qual delas diríamos que é toda nefrótica e nada
a qual os sintomas não tem nenhuma relação nefrítica? Quem melhor se encaixa aqui é a p or
com o quadro apresentado. lesões mínimas, p rincipal etiologia de sindro-
Alternativa E: INCORRETA. Muitos candidatos mar- me nefrótica em crianças e que responde dras-
caram altepase, porém, mesmo que fosse AVEi, t icamente a corticoterapia. Portanto, Lesões
a ausência d e uma TC que afaste sangramen- Mínimas é o número I.
to torna essa conduta proib itiva. E estudan- Quem é mais nefrótica que nefrítica? Temos
do mais a fundo o AVC, sabemos que existe a aqui a Glomeruloesclerose segment ar, ou
escala NIH, que é uma escala clínica do AVC, GESF/ GEFS. Principal padrão de síndrome
2015 279

nefrótica no adulto, p resenta na maioria das chegam até os alvéolos, comum em distúrb ios
doenças que causam a síndrome. Número 11. restritivos, em hipertensão p ulmonar e princi·
Quem é mais nefrít ica que nefrótica? Estamos palmente no TEP.
faland o da Glomerulopatia memb ranoprolife- Alternativa E: INCORRETA. Hipoxemia grave sim,
rativa, o tipo mais incomum de síndrome nefró- mas hipertensão pulmonar, não.
tica depois de amiloid ose. Realmente é a mais
nefrítka entre as nefrótkas. Número 111.
Por fim, quem é tot almente nefrítica? Estamos
faland o das glomeruloNEFRITES crescênt icas.
3o Considere o s índices u rinários:

Número IV. Juntando as informações, vemos


que o gabarito é a LETRA A. I. Sódio > 40 m Eq/l.
A quest ão era passível de recurso tanto pela sua 11. Fração de excreção d e sódio< 1%.
formulação confusa quanto ao fato que as cres- 111. Osmolaridade < 350m0sm/l.
cênticas podem em 5· 15% das vezes se ap resen· IV. Densidade u rinária> 1.015.
tar como slndrome nefrótica. Ou sej a, além de
mal formulada a questão é desatualizada. São encontrados, nos casos de necrose tu bu lar
aguda, com maior probabilidade:

As principais caracterfsticas clínicas d a @ llleiV.


29 Síndrome do Desconfort o Resp iratório
do Adulto são:
® I e 111.
© I e IV.
@ li e IV.
@ h ipoxemia e opacidades radiológicas pul- ® I e li.
monares bilaterais.
® h ipoxemia com hipercapnia e congestão DICA DO AUTOR: Na necrose tubular agud a, gran·
pulmonar. d e causa de IRA '1ntra-renal~ o túbulo é lesado
© h ipoventilação, h ipercapnia e infilt rad o in- e perde a habilid ade de concentrar a urina e d e
tersticial pulmonar difuso. reabsorver sódio e água. Clinicamente vemos
@ hipercapnia e aumento de áreas p ulmonares isso como u ma IRA poliúrica muitas vezes. Com
ventiladas e não p erfundidas. isso, t emos uma perda de sal e água, que não
® h ipoxemia grave e h ipertensão pulmonar causará impacto na natremia, mas deixará o
acentuada. paciente desidratad o e apontará na análise da
urina os achad os típicos. Aqui a fração excreta·
DICA DO AUTOR: Conceito muito importante sobre da de sódio é aumentada, assim como o sódio
a SDRA ou SARG é abordado aqui. Fique at ento, urinário. Na "pré-re n al ~ o rim estará ávido por
p ois com a epidemia d e H1N1, m uitas bancas líquido e sódio, tend o seu túb ulo p reservad o,
vão abordar est e tema. Então, não d eixe de re· portanto, o inverso acontecerá: oligúria e reten·
visá-lo, além do próprio H1Nl. ção d e ambos.
Alternativa A: CORRETA. Sem erros. Conceitual. Res· Assertiva 1: CORRETA. Túb ulo lesado deixa passar
ponde a questão. sódio.
Alternativa 8: INCORRETA. Há hipoxemia sim, po· Assertiva 11 : INCORRETA. Pelo mesmo motivo acima.
dendo ou não ter hipercapnia. Congestão pul- Assertiva 111: CORRETA. A urina está hiposmótica
monar não faz parte da síndrome, sendo, na nessa condição. Mas se tem muit o sódio, como
verd ade, diagnóstico diferencial importante. isso é po ssível? Perceba que a quantidade de
Alternativa C: INCORRETA. Não há hipovent ilação. água livre perdida é p roporcional ao sódio, e a
Há p roblemas para t roca, não para ventilar. Há osmolaridad e é medida levand o em considera-
sim infilt rado pulmonar intersticial difuso, mas ção t ambém out ros íons, que não são perdidos
não causa hipoventilação. na mesma proporção que água e sódio, tornan·
Alternativa D: INCORRETA. Aumento das áreas p ul- do a osmolaridade baixa aqui.
monares vent iladas e não perf undid as. Obser- Assertiva IV: INCORRETA. Tem mais líquido que so·
ve o conceito. Aqui é a máxima d o distú rb io luto. Pelo mesmo motivo acima, esperamos ter
VIQ. Em geral, o problema está nos vasos que
280 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

menor densidade, em geral uma hipostenúria segmento ST, NÃO há evidência de benefício
<1005. no uso de:
I Resposta: ®
@ Nitroglicerina EV.
® Heparina de baixo peso molecular.
CLÍNICA 11- GIOVANNI GALENO DO NASCIMENTO © Heparina convencional.
SANTOS @ Antiplaquetários.
® Trombolíticos .

A gasometria caract erizada por pH = .. COMENTARIO: A questão nos apresenta um pa·


31 7,60, bicarbonato de 30 mEq/L e pCO, de
31 mmHg será encontrada com maior probabi·
ciente com sindrome coronariana aguda com
elevação de marcadores de necrose miocárdi·
Iidade em paciente que apresenta: ca, porém sem elevação eletrocardiográfica do
segmento ST. Traduzimos que se trata de um
@ insuficiência cardíaca+ vômito. paciente com IAM sem supra de ST, no qual não
® uso crônico de clortalidona + forma grave de há benefício do uso de trombolíticos. Os trom-
polirradiculoneurite. bolíticos só apresentam evidência de uso no
© uremia + embolia de pulmão. IAM com supra. No IAM sem supra de ST, todas
@ infecção urinária+ sepse. as demais medidas devem ser realizadas. De
® descompensaçào diabética +asma acordo com as alternativas: Alternativa A: Nitro·
gliceri na EV: usada para o controle pressórico e
.. COMENTARIO: Vamos analisar os dados da de alívio de sintoma; Alternativas B e C: Tanto
questão: pH:7,6 1!1 alcalemia HC0-3: 30mEq/L 11!1 a heparina de baixo peso molecular quanto a
alcalose metabólica pC02: 31mmHg 11!1 alcalose heparina convencional pode ser usada no IAM
respiratória Com os valores de bicarbonato e sem supra. A escolha de uma em detrimento da
pC02 tendendo, ambos, para uma alcalemia e outra levará em conta fatores como o clearance
coincidindo com o pH analisado, nem precisa- renal; Alternativa D: Antiplaquet ários como o
mos analisar estequiometricamente, pois sa- clopidogrel e AAS devem ser usados, salvo con-
bemos que existem dois distúrbios que estão traindicaçôes; Alternativa E: Trombolíticos: não
levando à alcalose (alcalose m ista: metabólica devem ser usados como explicado no início da
+ respiratória). Observando as alternativas, na quest ão.
alternatíva A achamos uma causa de alcalose I Resposta: ®
respiratória (insuficiência cardíaca) + alcalose
metabólica (vômito: perda de HCI) - alternati-
va correta. Analisando as demais: Alternativa NÃO é considerado como critério para a
B: uso crônico de Clortalidona (alcalose meta-
bólica) + forma grave de polirradiculoneurite
33 definição de sepse o achado de:

(acidose respiratória) - incorreta. Alternativa @ ausência de ruídos hidroaéreos abdominais.


C: uremia (acidose metabólica) + embolia de ® glicemia abaixo de 70 mg/dl sem uso de hi·
pulmão (alcalose ou acidose respiratória) - in- poglicemiante oral.
correta. Alternativa 0: infecção urinária+ sepse © plaquetas abaixo de 100.000/mm'.
(acidose metabólica em ambos) - incorreta. Al- @ leucócitos em número normal com mais de
ternativa E: descompensação diabética + asma 1O% de formas jovens.
(acidose metabólica e respiratória, respectiva- @ INR > 1,5.
mente) - incorreta.
I Resposta: @ .. COMENTARIO: Questão escrita de forma in -
completa. No enunciado é solicitado critérios
de definição de sepse, porém nas alternativas
Em pacientes com síndrome coronaria- soment e a letra D faz parte dos critérios de
32 na aguda que apresentem aumento de
troponina e CK-MB, com ECG sem elevação do
definição. Analisando-as, entendemos que a
banca solicita qual quadro clínico não poderia
2015 281

compor uma sepse. A letra B preenche esse I Resposta: @


requisito, pois a sepse, devido aos hormônios
contrarreguladores, tende a gerar uma hiper-
glicemia e não uma hipoglicemia, como sugere Antibióticos que atuam na parede celu-
a alternativa. lembrando a orientação de na
sepse manter uma glicemia menor que 180mg/
35 lar e que caracteristicamente apresen-
tam ação limitada ou nula contra enterococos
dl, a qual demonstrou evidência na diminuição incluem:
da mortalidade.
I Resposta: ® @ ampícilina.
® oxacilina.
© linezolida.
Bradicardia, hipersalivaçâo, vômitos, @ penicilina cristalina.
34 diarreia, sudorese intensa e fascículaçôes
são manifestações t ípicas da intoxicação por:
® vancomicina.
.. COMENTA RIO: A questão nos solicita um anti-
@Cocaína. biótico que possua como mecanismo de ação
® Antidepressivos triclcllcos. a atuação na parede celular da bactéria e que
© Opioides. t enha uma ação nula contra o enterococo. Nas
@ Organofosforados. opções, apenas a linezolida não possui ação na
® Anti-histamínicos. parede celular. Analisaremos as alternativas,
considerando sua ação contra o enterococos.
.. COMENTARIO: Bradicardia, hipersalivação, vô- d) Penicilina cristalina: eficaz contra os cocos
mitos, diarreia, sudorese intensa e fasciculações Gram-positivos - Streptococcus (S. pyogenes,
são manifestações do sistema parassimpático S. agalactiae, S. viridans e S. pneumoniae) - . ba-
(atividade colinérgica nos receptores muscarl- cilos Gram-positivos (listeria monocytogenes),
nicos e nicotínicos). Analisando as alternativas: Gram-negativos (N. meningitídis), anaeróbios
Alternativa A: INCORRETA. Cocaína: a cocaína possui da boca e orofaringe (exceção do Bacteroides
efeito simpaticomimétíco (palpitação, taquicar- fragilis) e espiroquetas (Treponema pallídum e
dia, boca seca, hipertensão, nervosismo, por leptospira interrogans). Apresenta efeito ape-
exemplo). Assim, o quadro clínico não trata de nas bacteríostático contra Enterococcus fecalís
intoxicação por cocaína - incorreta. - incorreta. a) Ampicilina: diferencia da Penici·
Alternativa B: INCORRETA. Antidepressivos trícícli- lina cristalina por uma maior eficácia contra os
cos: age inibindo a receptação de diversos neu· Gram·negativos (algumas cepas de H. influen·
retransmissores, mas a intoxicação desenvolve, zae, M. catarrhalís, E. coli, P. mirabils, Salmonella
sobretudo, efeitos anticolinérgicos (taquicar· sp. e Shigella sp.). Como Penicilina G. cristalina,
dia, hipertensão, pele seca e quente) e, devido mantém certa atividade contra o E. fecalis - in-
ao bloqueio dos canais de sódio, pode provocar correta. b) Oxacilina: a oxacilina é uma penicili·
prolongamento do QRS com possibilidade de na com resistência as penicilinases produzidas
arritmias fatais- incorreta. pelo S. aureus, o qual apresenta uma resistên·
Alternativa(; INCORRETA. Opióides: em doses altas cia natural contra as penicilinas. A ação contra
podem causar depressão do centro respiratório o enterococos é particularmente nula devido à
e rebaixamento do nlvel de consciência com baixa afinidade dos receptores com as penici-
miose - incorreta. linas semissintéticas resistentes à penicilinase.
Alternativa D: CORRETA. e) Vancomicina: germes Gram-positivos sáo
Alternativa E: INCORRETA. Anti-histamínicos: são naturalmente sensíveis, incluindo o enterococ-
anticolinérgicos e seus efeitos ocasionarão cus (embora já apareçam cepas resistentes). ~
sintomas simpaticomiméticos. Devido ao blo- a droga de escolha para S. aureus resistente à
queio dos receptores parassimpáticos, ocorrerá Meticilina/oxacilina (MRSA). Por não atravessa-
predomínio de sintomas simpáticos: diminui- rem a barreira externa dos Gram-negativos. não
ção do peristaltismo, pupilas dilatadas, pele e possuem ação contra essas bactérias - incorre-
mucosas secas, retenção urinária, taquicardia, ta. c) linezolida: possui ação de inibição da sín-
hipertensão, por exemplo- incorreta. tese proteica. Excelente ação contra o S. aureus
282 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

com resistência intermediária à vancomicina fezes e/ou a visualização de pseudomembra-


(VIRSA), enterococo resistente à Vancomicina nas no exame endoscópico são imprescindfveis
(enterococo VRE) e pneumococo com resistên- para o diagnóstico definitivo. O tratamento da
cia alta à Penicilina - incorreta. colite pseudomembranosa é realizado com o
I Resposta: @ Metronidazol ou Vancomicina oral.
I Resposta: ®

A síndrome de hipoventilaçâo da obe·


36 sidade está presente quando um indiví-
duo com IMC > 30 kg/m 2, sem outras comorbi· 38 De acordo com as recomendações da
maioria das sociedades de cardiologia,
dades, acordado e respirando em ar ambiente, para o tratamento da doença cardíaca isquêmi-
desenvolve hipoventilação alveolar, ou seja: ca est ável, são consideradas drogas de primeira
linha para a redução dos episódios de angina e
® Pa02 < 70 e PaC02 > 40 mmHg. melhora da tolerância aos esforços:
® Saturação de 02 < 90% e Pa02 < 70 mmHg.
© PaC02 > 45 mmHg. @ Nitratos.
@ Pa02 < 70 mmHg. ® Bloqueadores de canal de cálcio.
® i>aC02 > 42 mmHg e saturação de 02 <90%. © Hidralazina com nitrato.
@ Betabloqueadores.
._ COMENTÁRIO: Síndrome obesidade-hipoventi- ® Bloqueadores de receptor de aldosterona.
laçâo alveolar é definida como hipoventilação
alveolar crônica, em paciente obeso (índice ._ COMENTÁRIO: No tratamento da doença car-
de massa corpôrea > 30 Kg/m1), sem qualquer dfaca isquêmica estável, os beta-bloqueadores
outra doença respiratória que j ustifique o dis- são consideradas drogas de primeira linha para
túrbio de trocas gasosas. O conceito de hipo· a redução dos episódios de angina e melhora
ventilação alveolar reflet e a incompetência do da tolerância aos esforços (grau de recomen-
aparelho respiratório para eliminar gás carbõ· dação I, nível de evidência B). Isoladamente ou
nico (C02) na mesma proporção em que o gás em associação com outros agentes antiangino-
chega aos pulmões. Subentende, portanto, a sos, os bloqueadores beta-adrenérgicos cons-
presença de hipercapnia (PaC02 > 45 mmHg) tituem os medicamentos de primeira escolha
acompanhada de equivalente grau de hipoxe· no tratamento da angina estável, além de be-
mia (baixa Pa02). nefícios quanto à mortalidade e à redução de
I Resposta: © infarto apôs evento agudo coronário, situações
nas quais, nos dias de hoje, com toda a terapêu-
tica atual do infarto, é possível determinar uma
O tratamento da colite pseudomem- redução em torno de 13% do risco de morte
37 branosa geralmente implica adminis·
tração de:
cardiovascular e reinfarto, considerando o es-
tudo COMMIT. Esses fármacos diminuem a fre-
quéncia cardíaca, a contratilidade miocárdica, a
® enemas de corticosteroide. condução atrioventricular e a atividade ectópi-
® budesonida oral. ca ventricular. Mais ainda, podem aumentar a
© clindamicina ou ciprofloxacina oral ou EV. perfusão em áreas isquêmicas por aumento no
@ sulfassalazina enema ou oral. tempo de diástole e da resistência vascular em
® vancomicina ou metronidazol oral. áreas não isquêmicas. Os bloqueadores do ca-
nal de cálcio, nitratos, ivabradina, trimetazidina
._ COMENTARIO: A colite pseudomembranosa e até mesmo o alopurinol podem ser utilizados
é uma enfermidade causada pelo Clostridium para alívio de sintomas e melhora da qualida-
difficile que acomete principalmente o trato de de vida. Os bloqueadores dos receptores
gastrointestinal inferior. Possui como principais de aldosterona e a associação hidralazina mais
fatores de risco o uso de antibióticos, a idade nitrato são drogas que não são utilizadas com
avançada e a hospitalização. A identificação la- esse intuito.
boratorial da toxina do C. difficile na amostra de I Resposta: @
2015 283

Os marcadores biológicos da artrite reu- a antibioticoterapia empírica com Vancomicina


39 matoide que são de maior utilidade para
se estabelecer o grau de atividade da doença
devido à possibilidade.
I R.,posta: ©
são:

@ Proteina C-reativa e FAN. GINECOLOGIA EOBSTETRICIA 1- EDSON SANTOS


® Velocidade de hemossedimentação e proteí- FERREIRA FILHO
na C-reativa.
© Velocidade de hemossedimentação e beta-
-2-microglobulina. No ciclo menstrual normal, espera-se en-
@ Proteina C-reativa e anti-DNA nativo.
® FAN e anticorpo antipeptideo cíclico citruli-
41 contrar:

nado. @ Fase lútea de 21 dias, com LHe progesterona


em altas concentraçóes.
.,. COMENTARIO: A atividade da artrite reuma- ® Fase proliferativa de cerca de 14 dias, em que
toide pode ser estabelecida através de sinais há FSH elevado, estrogênio em ascensão e pro-
indiretos do hemograma como anemia normo- gesterona baixa.
cítica e normocrômica, leucocitose, eosinofilia © Fase proliferativa de 1O dias, com altas con-
e plaquetose. Mas os marcadores de maior centrações de progesterona e LH.
utilidade para verificar o grau de atividade da @ fase lútea de cerca de 14 dias, com FSH ele-
doença são a Proteína C Reativa (PCR) e a Velo- vado, estrogênio baixo e progesterona baixa.
cidade de Hemossedimentação (VHS). O Fator ® Pico ovulatório ao redor do 1O• dia do ciclo.
Antinuclear (FAN) e o anticorpo antipeptídeo quando há o pico do FSH e valores de LH bai-
cíclico citrulinado (anti-CCP) não estão rela- xos.
cionados com a atividade da doença. O anti
DNA-nativo e a B-2-microglobulina não estão Alternativa A.: INCORRETA. A fase lútea é relativa-
relacionados com a doença. mente fixa (14 dias), o pico de LH antecede a
I Resposta: ® ovulação e os níveis séricos de progesterona de
fato estão elevados.
Alternativa 8: CORRETA. A fase proliferativa é variá-
Um homem internado em UTI, com ca- vel, dura cerca de 14 dias (nos ciclos de 28 dias),
40 teter venoso central, apresenta febre e
duas hemoculturas, periférica e central, positi-
nela há ação do FSH para recrutamento folicu-
lar e desenvolvimento do foliculo dominante,
vas para estafilococo coagulase negativo. Trata- estrogênio em ascensão e progesterona baixa.
mento empírico deve ser iniciado com: Alternativa C: INCORRETA. A fase proliferativa nor-
mal pode durar de 10 a 21 dias e mantém níveis
@ oxacilina. reduzidos de progesterona e LH.
® ceftriaxona e gentamicina. Alternativa 0: INCORRETA. Na fase lútea, FSH está
© vancomicina. reduzido e progesterona se eleva.
@ ceftriaxona. Alternativa E: INCORRETA. O pico ovulatório ao re-
® ampicilina e gentamicina. dor do 14° dia do ciclo, quando há o pico de
FSHe deLH.
.,. COMENTARIO: Infecção de cateter venoso
central com hemoculturas positivas para es-
tafilococos coagulase negativo em paciente Segundo a lei no 9.263 de 1996, que trata
apresentando febre permite o início de an-
tibioticoterapia empírica com Vancomicina.
42 do tema Planejamento Familiar, é permi-
tida a esterilização voluntária em:
Após sair o resultado do antibiograma, ocorre a
adequação do antibiótico. A depender da flora @ mulheres nas quais a gestação se configure
bacteriana local, pode ser que ocorra sensibili- risco de complicações graves, desde que ates-
dade à Oxacilina, porém recomenda-se iniciar tada por um médico responsável e aguardado
284 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

prazo de 90 dias entre a consulta e o procedi- relação sexual com seu namorado, mas não
mento de esterilização. usou preservativo. Refere ciclos menstruais re-
® homens e mulheres com sociedade conju- gulares de 30 dias e sua última menstruação
gal, em que um dos cônjuges expresse por es- ocorreu há 3 semanas. Não deseja gravidez
crito vontade de contracepção definitiva, após nesse momento. Qual deve ser a orientação
prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação médica?
da vontade e o ato cirúrgico.
© mulheres durante cesárea eletiva sem inter- ® Orientar a paciente a realizar teste de gesta-
corrências, desde que tenham pelo menos 2 ce- ção se houver atraso menstrual, já que o prazo
sáreas anteriores, com pelo menos 2 filhos vivos. de ação da p~ula do dia seguinte já foi ultrapas-
@ mulheres acima de 35 anos de idade, com sado.
pelo menos 1 filho vivo, desde que haja con- ® prescrever análogo de GnRH I ampola IM
sentimento do cônjuge, com prazo mfnimo de para uso imediato.
30 dias entre a manifestação da vontade e o ato © Prescrever levonorgestrel 1,5 mg, via oral,
cirúrgico. para uso imediato.
® homens e mulheres com mais de 25 anos de ® Tranquilizar a paciente já que o risco de ges-
idade ou com pelo menos 2 filhos vivos, com tação é muito baixo devido ao período do ciclo
prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação em que ocorreu a relação sexual.
da vontade e o ato cirúrgico. ® Prescrever pflula de estrogênio e progesta-
gênio de média dose, 2 comprimidos de 8/Sh
Alternativa A: INCORRETA. A exigência de que ages- por 3 dias.
tação configure risco de complicações graves é
requerida para laqueadura intraparto; nessas, o Alternativa A: INCORRETA. A "pilula do dia seguinte"
prazo também é de 60 dias entre a consulta e o pode ser oferecida até 120 horas após a relação
procedimento de esterilização. sexual desprotegida; idealmente, sua eficácia é
Alternativa 8: INCORRETA. Requer-se idade mínima maior em até 72 horas.
(25 anos) ou prole constituída (02 filhos vivos). Alternativa 8: INCORRETA. Os análogos de GnRH não
Alternativa C: INCORRETA. As mulheres com duas são opção como contracepção de emergência.
cesáreas anteriores, é dado o direito de realizar As opções possfveis incluem: método de Yuzpe
a laqueadura íntraparto respeitando-se o prazo (etinilestradiol + levonorgestrel, em duas toma-
mínimo de sessenta dias entre a manifestação das), levonorgestrel 1,5mg (em dose única ou
da vontade e o ato cirúrgico. Fora do ciclo graví- em duas doses separadas por um intervalo de
dico-puerperal, não é feita essa exigência. 12h) e o DIU de cobre. Outras opções citadas em
Alternativa 0: INCORRETA. Novamente, homens e literatura, porém indisponíveis no Brasil, incluem
mulheres, idade maior que 25 anos ou dois fi- mifepristona e acetato de ulipristal.
lhos vivos, prazo mfnimo de 60 dias. Alternativa C: CORRETA. É a opção com maior efi-
Alternativa E: CORRETA. No artigo 1O, consta: "So- cácia e menos eventos adversos relacionados.
mente é permitida a esterilização voluntária nas Pode-se oferecer dose única de 1,5mg de levo-
seguintes situações:[...) em homens e mulheres norgestrel ou fracioná-la em duas tomadas de
com capacidade civil plena e maiores de vin- 0,75mg separadas por intervalo de 12 horas.
te e cinco anos de idade ou. pelo menos, com Alternativa O: INCORRETA. Nenhum período do ciclo
dois filhos vivos, desde que observado o prazo menstrual restringe ou dispensa o uso de con-
mínimo de sessenta dias entre a manifestação tracepção de emergência em caso de relação
da vontade e o ato cirúrgico, período no qual sexual desprotegida sem desejo de gravidez.
será propiciado à pessoa interessada acesso a Alternativa E: INCORRETA. O método de Yuzpe (eti-
serviço de regulação da fecundidade, incluindo nilestradiol 100 mcg + levonorgestrel 0,5 mg,
aconselhamento por equipe multidisciplinar, repetido após 12 horas) dura um único dia e os
visando desencorajar a esterilização precoce". comprimidos são tomados 12112 horas.

43 Joana tem 22 anos e não usa nenhum


método contraceptivo. Há 20 horas teve 44 Paciente de 35 anos. assintomática, traz
resultado de colposcopia com pequena
2015 285

área tênue de epitélio acetobranco às 12h, to- © laparoscopia para abertura das fimbrias tu-
talmente visível. A biópsia mostra cervicite crô- bárias.
nica. A pesquisa de HPV foi negativa. A conduta @ inseminação intrauterina.
a seguir deve ser: ® indução de ovulação com citrato de clomife-
no e coito programado.
@ retirar por conização clássica.
® cauterizar com ácido acético. Altornativa A: CORRETA. A fertilização in vitro está
© cauterizar com eletrocautério. indicada quando a motilidade tubária está di·
@ apenas orientar a paciente a manter a rotína ficultada e limita o encontro óvulo-espermato-
ginecológica. zoide.
® ressecar com cirurgia de alta frequência. Altomativa 8: INCORRETA. A ICSI (intracytoplasmic
sperm injection) é o método de escolha em ca·
Altornatlva A: INCORRETA. Neste caso, não há indi- sos de infertilidade de fator masculino, o que
cação formal de realização de colposcopia, pois está excluído pelo espermograma normal.
não há relato de alteração de colpocitologia AltomativaC: INCORRETA. A obstrução é proximal às
oncológica. Sendo cervicite crônica e pesquisa f ímbrias, logo, não é a abertura delas que me-
de HPV negativa, não se deve proceder com in- lhorara o prognóstico reprodutivo deste casal.
vestigação ou procedimentos excisionais, pois Altornativa D: INCORRETA. A IIU (inseminação in-
não há beneffcio em relação a redução de mor- trauterina) é um dos métodos utilizados em ca-
bidade ou mortalidade por câncer de colo de sos de infertilidade de fator masculino; além de
útero. ser o método escolhido em casos de anormali-
Altornativa 8: INCORRETA. Ácido acético é utilizado dades cervicais (ex.: muco hostil) e, na ausência
para a realização da colposcopia; não tem fina- de doença tubária, pode ser uma proposta para
lidade terapêutica. infertilidade de causa inexplicável. Quando a
Altornativa C: INCORRETA. Cauterização é uma téc- causa é tubária, não há benefícios em realizar a
nica cada vez menos empregada; talvez hou- inseminação intrauterina1 pois não é a ascensão
vesse alguma indicação em casos de ectopia do espermatozoide na vagina e através do colo
sintomática (ex.: sinusorragía), mas como a pa- uterino a limitação da fertilízação.
ciente não tem queixas importantes, o procedi- Altomativa E: INCORRETA. Esta é uma proposta te-
mento é Inapropriado. rapêutica para casos de infertilídade de origem
Alternativa D: CORRETA. Basicamente, só há neces· ovulatória. O citrato de clomifeno é um modu
sídade de orientar seguimento ginecológico la dor seletivo do receptor de estrógeno (em in-
habitual. Os achados estão dentro da norma· glês, SERM) que induz a liberação, pelo próprio
Iidade e não guiam procedimento terapêutico. organismo, de FSH e LH, provocando a ovula-
Alternativa E: INCORRETA. Novamente, os achados ção. Não há benefícios em seu uso em casos de
estão dentro da normalidade e não guiam te- infertilidade de origem tubária.
rapia.

Mulher com conteúdo vaginal flocular,

45 Casal de 33 anos, queixa de infertilidade


há 5 anos. Durante a investigação diag·
46 fluido, esbranquiçado e homogêneo.
O pH vaginal é de 6. O exame a fresco mostra
nóstica, observou-se espermograma com con- raros polimorfonucleares e células epiteliais
centração normal de espermatozoides, com escamosas recobertas por grande número de
50% de mobilidade rápida. A histerossalpingo- cocobacilos. o diagnóstico é:
grafia mostrou parada de progressão do con·
traste na porção proximal de ambas as tubas. @ Candidfase.
Está indicado a realização de: ® Tricomoníase.
© vaginose bacteriana.
@ fertilização in vitro. @ Vaginite citolitica.
® injeção intracitoplasmática de espermato- ® Vaginite inflamatória.
zoides.
286 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

Alternativa A: INCORRETA. Candidíase apresenta pH Alternativa O: INCORRETA. A maioria dos casos de


vaginal abaixo de 4,5; no exame a fresco. po- sangramento após a menopausa é causada por
dem ser observados hifas ou esporos. doenças benignas.
Alternativa B: INCORRETA. Tricomoníase clássica Alternativa E: INCORRETA. Novamente, a maioria
cursa com leucorreia malcheirosa, fina, amarela dos casos de sangramento após a menopausa
ou verde, com sintomatologia inflamatória: di- é causada por doenças benignas.
sUria, dispareunia,. prurido vulvovaginal e dor.
Nela, o pH vaginal está geralmente elevado e o
exame a fresco de preparado salino tem sensi- Mulher de 44 anos, 6 gesta, 6 para, refere
bilidade de 60· 70% para a identificação de pa-
rasita flagelado móvel.
48 aumento do fluxo menstrual há um ano.
Os ciclos são regulares a cada 28 dias e a du-
Alternativa C: CORRETA. Na vaginose bacteriana, o ração é de 6 dias. No exame físico, observa-se
pH vaginal se encontra acima de 4,5. A eleva- o útero aumentado de tamanho em cerca de
ção de pH é altamente sensível (92%) para o três vezes, superfície regular, móvel. Anexos
diagnóstico, mas pouco específica (62%). As cé- normais. A ultrassonografia pélvica revela úte·
lulas epiteliais vaginais recobertas por grande ro globalmente aumentado, com ecotextura
número de cocobacilos (principal agente etio- difusamente heterogênea, com volume de 300
lógico: Gardnerella vaginalis) caracteriza as clue cm3, eco endometrial homogêneo com espes·
cells; o valor preditivo positivo da identificação sura de 7 mm e ovários normais. A causa mais
delas em pacientes com quadro clínico sugesti- provável da queixa clínica é:
vo de vaginose bacteriana é de até 95%.
Alternativa 0: INCORRETA. Na vaginose citolítica, há @ Pólipo uterino.
superproliferação de lactobacilos, promovendo @ Endometriose.
um pH vaginal mais ácido (3,5 a 4,5). © 5angramento dísfuncional.
Alternativa E: INCORRETA. •vaginite inflamatória• @ Mio ma uterino.
é um termo genérico e não se refere a doença ® Adenomiose.
específica.
Alternativa A: INCORRETA. Habitualmente, os pó·
lipos endometriais não cursam com aumento
Mulher de 72 anos, hígida, refere saída do volume uterino; à ultrassonografia, pode
47 de pequena quantidade de sangue pela
vagina há um dia. Esse sangramento mancha a
aparecer como um espessamento endome·
tríal inespecífico ou como uma massa focal
sua roupa, mas não apresenta coágulos e não arredondada ou alongada dentro da cavidade
é acompanhado de cólicas. A causa mais fre- endometrial. Ao doppler, a visualização de um
quente dessa queixa clínica é: vaso nutridor único é característica de pólipos
endometriais.
® carcinossarcoma de endométrio. Alternativa B: INCORRETA. O quadro clínico clássico
@ atrofia endometríal. de endometriose tem como componentes pre-
© pólipo endometrial. dominantes dor pélvica e infertilidade; no caso,
@ adenocarcinoma de endométrio. não há relato de queixa álgica e a paciente é
® sarcoma uterino. multípara.
Alternativa C: INCORRETA. Sangramento disfuncional
Alternativa A: INCORRETA. Ainda que a investigação é um diagnóstico de exclusão; o exame físico e
vise excluir neoplasias malignas, a maioria dos a ultrassonografia evidenciam alteração estrutu·
casos de sangramento após a menopausa é ral, o que impossibilita que a hipótese diagnósti·
causada por doenças benignas. ca de sangramento disfuncional seja válida.
Alternativa B: CORRETA. A maioria dos casos é cau- Alternativa 0: INCORRETA. A história clínica não
sada por atrofia do endométrio ou da vagina. permite afastar o diagnóstico, e o exame ffsico,
Alternativa C: INCORRETA. Os pólipos endometriais apesar de ser inconclusivo, permite a inclusão
benignos também podem causar sangramento da miomatose uterina no diagnóstico dife·
nessa população, mas em menor proporção. rencial. No entanto, a ultrassonografia pélvica
2015 287

apresenta alta sensibilidade para o diagnóstico, ·se nova dose de imunoglobulina anti-O após
em que se visualizariam massas hipoecogêni- o parto também para evitar aloimunização e
cas (ou hiperecogênicas, dependendo da pro- repercussão para as próximas gestações.
porção de músculo liso e tecido conectivo), de Alt•mativa A: INCORRETA. Além destes dois mo-
bordos bem delimitados, com calcificações ou mentos, também se faz de modo profilático a
degeneração. partir de 28 semanas de gestação.
Alt•rnativa E: CORRETA. A adenomiose é caracte- Alt•rnativa B: INCORRETA. O teste de Coombs mar-
rizada por aumento uterino causado por resi· cará hemólise no recém-nascido, não represen·
duos ectópicos endometriais profundamente tando o status materno.
localizados dentro do miométrio. A paridade e Alt•mativa C: INCORRETA. Não há indicação de am·
a idade são fatores de risco clássicos. A ultras- niocentese; não há justificativa para um proce-
sonografia, pode-se identificar, dentre diversos dimento invasivo nesse caso. A identificação de
achados, heterogeneidade na ecotextura mio- isoimunização Rh se faz por avaliação ultrasso-
metrial, acompanhando aumento de volume nográfica, em especial, pela dopplervelocime·
uterino. tria de artéria cerebral média.
Alt•mativa O: INCORRETA. Se o recém-nascido for
Rh negativo, não há risco de aloimunização Rh
Durante consulta pré-natal observa-se e, por conseguinte, não há indicação de imuno-
49 tipagem materna A, Rh negativo, DU
negativo e paterna O, Rh positivo. O t este de
globulina anti-O para a mãe. Não há circunstân-
cia, na aloimunização, para administrar imune-
Coombs indireto é negativo. Deve-se: globulina anti-O para o recém -nascido.
Alt•mativa E: CORRETA. Recomenda-se prescrever
@ prescrever vacina anti-RH para a mãe so- imunoglobulina anti-O para a mãe na 28' se-
mente após parto normal ou abortamento. mana e após o parto se o recém-nascido for Rh
® realizar teste de Coombs no recém-nascido positivo.
e se negativo, prescrever vacina anti-RH para a
mãe.
© realizar amniocentese na 28• semana para Mulher de 28 anos de idade, assintomáti-
verificar isoimunização RH.
@ prescrever imunoglobulina anti-O para ore-
5O ca, faz consulta preconcepção planejan-
do engravidar. O toque vaginal mostra anexo
cém-nascido, se ele for RH negativo. direito aumentado 2 vezes de tamanho, endu-
® prescrever imunoglobulina anti-O para a recido, indolor e móvel. Anexo esquerdo nor-
mãe na 28• semana e após o parto se o recém· mal. A ultrassonografia mostra cisto complexo
-nascido for RH positivo. de 4 em no ovário direito, com área central
hiperecogênica de 2 em, liquido denso, pon-
llll .,_ COMENTÁRIO: Caso clínico clássico: mãe tem tos produtores de sombra acústica e algumas
Rh negativo, pai tem Rh positivo; logo, há chan· septações. De acordo com a epidemiologia e as
ce de o recém-nascido ter Rh positivo e, por características ecográficas desse tumor, pode-
isso, há risco de aloimunização caso haja troca · se supor que se t rata de:
de sangue do feto para a mãe. O momento de
maior risco de imunização é o parto; em menor @ teratoma cistico benigno.
proporção, sangramentos durante a gestação ® endometrioma.
também podem promover sensibilização ao © tumor da granulosa.
antigeno Rh. Por isso, recomenda-se adminis- @ carcinoma seroso.
tração de imunoglobulina em casos de sangra- ® carcinoma mucinoso.
mento e, de maneira profilática, antes do parto.
Como a imunoglobulina anti-O mantém seu Alt•mativa A: CORRETA. Também chamado de tera·
efeito por 12 semanas e a data provável do par- toma cistico maduro e cisto dermoide, este tu-
to gira em torno de 40 semanas, recomenda-se mor representa 1Q-25% das neoplasias ovaria·
a administração a partir de 28 semanas. Após nas benignas. Costuma crescer de forma lenta.
o parto, já se tem acesso à t ipagem sanguínea Microscopicamente, podem ser encontrados
do recém -nascido; caso o Rh seja posi tivo, faz-
288 PreparatórioparaResidén<ia Médi<a SUS/SP

elementos endodérmicos ou mesodérmicos. @ Provocado por expressão, uniductal, unilate·


mas predominam os ectodérmicos; cabelos e ral e seroso.
secreções gordurosas podem ser encontradas ® Espontâneo, poliductal, unilateral e translú·
no seu interior, assim como glândulas sebáceas cido.
e sudoriparas. Esta composição múltipla se re-
flete, na ultrassonografia, em cisto de conteúdo I> COMENTÁRIO: Questão simples. Deseja saber
heterogêneo, com sombra acústica (calcifica- as características que sugerem benignidade
ções) e septações. quando o fluxo papila presente, que são: não
Alternativa 8: INCORRETA. Classicamente, os endo- espontâneo (após expressão), multiductal, bila-
metriomas se apresentam como estruturas cís- teral, multicolor.
ticas com ecos internos de baixa densidade. Ao I Resposta: ©
doppler, demonstra fluxo pericístico, mas não
intracfstico.
Alternativa C: INCORRETA. Foram descritos dois Nos casos de descolamento prematuro
subtipos de tumores das células da granulo-
sa: juvenil e adulto. São tumores raros. Devido
52 de placenta existe sofrimento fetal agu-
do em decorrência de:
a alta produção de estrógenos, o tipo juvenil
apresent a-se clinicamente com precocidade ® coagulação íntravascular disseminada do
sexual, enquanto que o t ipo adulto se manifes- feto.
ta clinicamente por sangramento vaginal após ® perda sanguínea aguda materna com hi pó·
a menopausa e desconforto abdominal. Cerca xia fetal.
de 95% dos casos são adultos, acometendo © hemoâmnio.
mulheres na peri ou pós-menopausa, com mé- @ perda sanguínea aguda fetal.
dia de idade de 50 anos. A ultrassonografia não ® consumo de fatores de coagulação do feto.
parece ajudar na diferenciação pré-operatória
entre os tumores da célula da granulosa e os I> COMENTiRIO: Outra questão simples. Para
tumores epiteliais. responder, basta pensar na fisiopatologia do
Alternativa D: INCORRETA. A caracterização dos car- descolamento de placent a. O descolamento
cinomas depende da análise histopatológica; de placent a acarret a perda sangufnea materna
os achados epidemiológicos (idade jovem), a aguda, com consequente hipoxemia fetal, po·
história clínica (assintomática) e o achado ul- dendo levar ao sofrimento fetal agudo (em ge·
trassonográfico não são compatíveis. Em geral, ral, com alterações na frequência cardíaca fetal
tumores malignos são multiloculados, sólidos e cardiotocografia).
ou ecogênicos e volumosos (>5 em), com septo Alternativa A: INCORRETA. Não ocorre coagulação
espesso em áreas nodulares. intravascular disseminada no feto, mas pode
Alternativa E: INCORRETA. Idem comentário da al- ocorrer na mãe.
ternativa D. Alternativa C: INCORRETA. De fato, o hemoâmnio
pode estar presente, porém não é a causa di·
ret a do sofrimento fetal agudo, e sim um dos
GINECOLOGIA EOBSTETRICIA 11· JULIANA GIROTTI sinais clínicos que representam o sangramento
SPERANDIO placentário.
Alternativa D: INCORRETA. A perda sanguínea ocor-
re mais proeminentemente do leito planetário
O fluxo papilar funcional é caracterizado materno do que propriamen te do feto.
51 por ser: Alternativa E: INCORRETA. Pode ocorrer consumo
de fatores de coagulação MATERNO, em uma
® Espontâneo, uniductal, bilateral e esverdea· fase mais avançada do da intercorrência obs·
do. tétrica, o que acarreta complicações maternas
® Não espontâneo, multiductal, unilateral e em princípio.
seroso. I Resposta: ®
© Não espont âneo, multiductal, bilateral e
multicolorido.
2015 289

Gestante de 18 semanas vem para pri- © indicar indução do parto em ambiente hos-
53 meira consulta de rotina e o obstetra en-
contra altura uterína de 25 em. Há suspeita de:
pitalar imediatamente.
@ aguardar a evolução natural do parto por até
4 semanas, com controle da coagulação.
@ Insuficiência placentária. ® indicar parto cesareana devido à apresenta-
® Infecção congênita. ção anômala.
© Oligoâmnio.
@ Erro de data. Alternativa A: INCORRETA. Não é necessária indução
® Amniorrexis prematura. do parto imediatamente, já que grande parte
das pacientes com óbito fetal evolui com traba·
.,. COMENTARIO: O enunciado da questão traz lho de parto dentro do próximo mês.
uma gestante com altura uterina maior do que Alternativa B: INCORRETA. Em geral, as pacientes
a esperada para idade gestacional (de uma com óbito fetal evoluem espontaneamente
maneira simplificada, pode-se correlacionar a para o trabalho de parto. Deve-se controlar
idade gestacional com altura uterina, sendo as sempre o coagulograma da paciente, por risco
mesmas correspondentes, a partir do nível da de desenvolvimento de distúrbios de coagula-
cicatriz umbilical, que corresponde aproxima- ção por consumo.
damente a 20 em). Dessa maneira, insuficiência Alternativa<: INCORRETA. Como já comentado, não
placentária, oligoâmnio e amniorrexis prematu- há necessidade de indução imediata do traba-
ra podem ser descartados, pois a altura uterina lho de parto.
esperada seria menor do que a correspondente Alternativa D: CORRETA. Pode-se aguardar a evolu·
para idade gestacíonal (descartadas alternati- ção ao trabalho de parto espontâneo com con-
vas A, C, E). Nos casos de infecções congênitas, trole do coagulograma. Cabe lembrar que, de
ocorre restrição de crescimento intrauterino acordo com o serviço e protocolo, o tempo de
em geral, porém também pode haver casos de espera varia entre 15 a 30 dias.
políhidraminia (altura uterina maior ou menor Alternativa E: INCORRETA. De fato, a apresentação
que o esperado), deixando dúvidas sobre a le- pélvica não favorece o parto vaginal, ainda
tra B. mais em bacia ginecológica não testada pre-
O erro de data, porém, é o fator que melhor viamente. Porém, o feto é prematuro e prova-
se encaixa com incompatibilidade entre altura velmente com restrição de crescimento intrau
uterina e idade gestacional, sendo a letra O a terino (altura uterina menor que a esperada
alternativa que mais se encaixa no contexto. para idade gestacional), por isso pode-se tentar
I Resposta: @ o parto vaginal. Deve-se lembrar que um dos
principais riscos do parto pélvico se dá na hipó-
xia fetal decorrente da cabeça derradeira, risco
Paciente de 32 anos de idade G2P1Nl há que neste caso não existe.
54 3 anos, está grávida de 32 semanas. Refe·
re diminuição da movimentação fetal há 2 dias.
A altura uterina é de 28 em, não há contração A principal causa de fissuras mamárias
uterina e não se auscultam batimentos cardía-
cos fetais. A ultrassonografia confirma o óbito
55 durante a amamentação é:

fetal, sendo a apresentação pélvica e peso esti- @ Recém-nascido grande para idade gestacio-
mado de 1300 g. Além das orientações ao casal, nal.
deve-se: ® Pega incorreta do recém-nascido.
© Apojadura tardia.
@ orientar indução de parto de inicio ambula- @ Ausência de preparo mecânico dos mamilos
torial. com internação as.sim que aumentarem no pré-natal.
as contrações. ® Parto gemelar.
® aguardar evolução para parto normal por no
máximo uma semana, devido ao risco de fenô- Alternativa A: INCORRETA. O peso do recém-nasci-
menos tromboembólicos. do não tem relação direta com dificuldades na
290 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

amamentação. Porém, fatores que possuem quando, ao puncionar o nódulo, o mesmo não
relação com o peso do neonato podem levar a fosse dstico.
dificuldades na amamentação, como a prema- A acurácia é definida como capacidade de um
turidade, diabetes materno com repercussões método em acertar o diagnóstico correto. Pen·
neonatais etc.. sando desta maneira, um método que envolva
Alternativa 8: CORRETA. A principal causa da ocor- a análise laboratorial patológica possui maior
rência de fissuras mamárias é a pega incorreta acurácia que qualquer outro método de aná-
do recém-nascido, que causa ingurgitamento lise. O único método que inclui t al análise no
mamário e desenvolvimento de das lesões, enunciado é a letra A, as demais alternativas
predispondo a infecção local e podendo levar referem-se a exames de imagem. Porém, vale
à mastite puerperal. lembrar que, atualmente, a PAAF, nos casos de
Alternativa C: INCORRETA. A apojadura tardia não nódulo mamário, é út il apenas na diferenciação
está relacionada geralmente com o desenvolvi- entre lesão sólida ou cistica, pois como a aná-
mento das fissuras mamárias. lise do método é citológica, e não histológica,
Alternativa D: INCORRETA. O preparo mecânico dos um resultado negativo para malignidade não
mamilos é indicado durant e a gestação (hi- necessariamente afasta a sua possibilidade,
giêne com água, atrito leve, exposição solar, e na suspeição persistente de lesão maligna
massagem em casos de palias planas ou pseu- deve-se prosseguir a i nvestigação com outros
doinvertidas), porém a sua não realização não métodos diagnósticos.
significa necessariamente o desenvolvimento A PAAF em geral não fornece diagnóstico preci-
de fissuras. so e possui altas taxas de amostras insuficientes
Alternativa E: INCORRETA. O p arto é gemelar quan- à análise. De qualquer maneira, resposta letra A
do a mãe amamenta ambos recém-nascidos no pelos motivos j á explanados.
puerpério; quando a ordenha do leite é realiza- I Resposta: @
da adequada e frequentemente, o ingurgita-
mento mamário e surgimento de fissuras pode
ser evitado. O encontro de lgM e lgG positivas para
57 toxoplasmose, com teste de avidez de
75% em gestante assintomática de 30 semanas,
Durante consulta pré-natal de rotina em indica infecção:
56 primigesta de 16 semanas, palpa-se nó-
dulo mamário fibroelástíco de 2,Scm em seu @ recente, realizar ecocardiografia fetal
maior diâmetro, móvel, indolor. A paciente ® antiga, realizar cordocentese para confirma-
desconhecia a presença desse nódulo. Para es- ção.
clarecimento diagnóstico, o exame com maior © antiga e seguimento pré-natal de rotina.
acurácia seriA: @ aguda, iniciar terapêutica com sulfadiazina e
pirimetamina e ácido folínico.
@ punção com agulha fina. ® intrauterina, realizar amniocentese com pes-
® ressonância magnética. qui sa com toxoplasma.
© tomografia sem contraste.
@ ultrassonografia com estudo p or Doppler. ._ COMENTÁRIO: A questão foi anulada, pois não
® mamografia com proteção de abdome para existe resposta correta. Temos uma paciente no
Rx. terceiro t rimestre de gestação, com IGM e IGG
positivas, e teste de avidez alto, o que significa
._ COMENTiRIO: As características clínicas do exclusão de infecção das últimas 12 a 16 sema-
nódulo sugerem fortemente benignidade (fi- nas prévias. Porém, a paciente de 30 semanas
broelástíco, pequeno, móvel, indolor). Provável estaria com um período de até 14 semanas ini-
diagnóstico em nódulo mamário de paciente ciais da gestação sem status soro lógico (adqui -
jovem com essas características seria fibroa- riu a infecção neste período i nicial ???).
denoma. A Punção Aspirativa com Agulha Fina Dessa maneira, NÃO PODE-SE CONCLUIR quan·
(PAAF), nesse caso, poderia reforçar a hipótese do foi a infecção em relação à idade gestacio-
2015 291

na I. A in fecção é antiga (alta avidez), porém não ~marcador de replicação viral. Sua po-
se sabe se foi antes ou durante o período ini- HBeAg
sitividade indica alta infecciosidade.
cial da gestação. Em casos de infecção materna
Surge após o desaparecimento do
aguda confirmada na gestação, deve-se iniciar Anti-HBe
HBeAg, indica o fim da fase replicativa.
profilaxia com espiramicina e preconiza-se a
pesquisa de PCR vira! no liqu ido amniótico en-
Eo único anticorpo que confere imu-
nidade ao HBV. Está presente no soro
tre 17 e 32 semanas e, se este vier positivo, ini-
após o desaparecimento do HBsAg.
cia-se esquema tríplice para tratamento fet al. Anti-HBs
sendo indicador de cura e imunida-
A resposta correta seria, então: infecção antiga de. Está presente isoladamente em
(porém não pode descartar que não ocorreu no pessoas vacinadas.
início da gestação), profilaxia com espiramicina
e amniocentese. Alternativa A: CORRETA. Na verdade, a paciente
possui hepatite B crônica em atividade, com
HBsAG negativo, anti-HBsAG positivo, anti-HBc
Gestante na 1,. semana está muito pre- positivo anti-HBe positivo
58 ocupada com os result ados de exames
pré-natais mostrando sorologia para hepatite
Alternativa C: INCORRETA. Paciente vacinada apre-
sentaria isoladamente o anti- HBs positivo e
com HBsAG negativo, ant i-HBsAG positivo, an- demais negativos.
ti-HBc positivo, anti-HBe positivo. Deve-se ex- Alternativa D: INCORRETA. Paciente com contato
plicar que esses exames significam que ela: prévio e curada, possuiria o perfil laboratorial
seguinte: HBsAG negativo, anti-HBsAG posit i-
@ Tem hepatite B crônica. vo, anti-HBc (lgG) positivo e anti HSe negativo.
® Tem hepatite C crônica. I Resposta: @
© Foi vacinada para hepatite B.
@ Teve contato com o vírus da hepatite B e está
imune. Primigesta de 26 semanas apresentou
® Teve hepat ite C. 59 PA = 150 x 90 mmHg em duas aferi-
ções, com intervalo de uma semana. Todas
~ COMENTÁRIO: Questão mais relacionada à in- as aferições anteriores estiveram entre 120 x
fectologia do que com a obstetrícia em si. To- 80 mmHg e 11 0 x 70 m mHg. Refere boa mo-
dos os anticorpos apresentados referem-se à vimentação fetal e nega qualquer sintoma
avaliação de status sorológico da paciente em como cefaleia, escotomas ou dor abdominal.
relação à hepatite B (e não à hepatite C, em que A avaliação subsidiária obrigatória inclui,
o anticorpo analisado seria o anti-HCV). Descar- além da dosagem de proteínúria:
tamos, ent ão, as alternativas 8 e E. Veja abaixo
a interpretação das demais siglas apresentadas @ Bilirrublnas, ácido úrico, cálcio, ácido fóli-
no enunciado, retirado do manual de hepatites co e urina t i po I.
virais, do Ministério da Saúde, 2005 ® Urina tipo I, TGO, TGP, troponi na, coagulo-
grama e hemograma.
© Coagulograma, DHL, creatinina, t roponina
Martador SlgnlfiClldo e ácido úrico.
@ Creatini na, sódio, potássio, coagulograma
~ o primeiro marcador que aparece
no curso da infecção pelo HBV. Na e bilirrubi nas.
SBsAg ® Tran sami nases, DHL, ácido úrico, creatini-
hepatite aguda, ele declina a nfveis
indetectáveis em até 24 semanas. na e hemograma com plaquetas.
~ marcador de infecção recente, en·
Anti-HBc ~ COMENTARIO: Nesta questão, o autor desejou
contrado no soro até 32 semanas
lgM aventar a hipótese diagnóstica de doença hi-
após a infecção.
~ marcador de longa duração, pre-
pertensiva específica da gestação, com duas
Anti-HBc sente nas infecções agudas e crôni- medidas pressóricas alteradas. Para fecha r o
lgG cas. Representa contato prévio com diagnóstico, é necessário apresentar edema
ovfrus. (ganho de maior ou igual a 2 kg em 1 semana
292 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

ou edema de mãos e face) e/ou proteinúria. A @ introduzir misoprostol via vaginal, manter
paciente não apresenta no enunciado crité- a paciente em repouso dei tada do lado es-
rios de gravidade que sugiram a investigação querdo.
de HELLP sindrome (picos pressóricos, sinais ® aplicar fórceps de Kielland.
de eminência de eclampsia ou alterações or-
gânicas), porém, claramente, o autor colocou .,_ COMENTARIO: Temos uma paciente em t raba ·
em todas as alternativas critérios laborato- lho de parto com 6cm de dilatação, na fase
riais para investigar a mesma (que seriam do· ativa, com 2 contrações moderadas. Nesta
sagem de bilirrubinas, DHL, esquizócitos no fase do trabalho de parto, espera-se pelo
sangue periférico, t ransaminases, plaquetas). menos 3 contrações moderadas em 1O m in,
Dessa maneira, vejamos as opções: de modo que ocorra modificação do colo em
Alternativa A: INCORRETA. Ácido fólico e cálcio torno de 1 em por minuto em primigestas e a
não entram no d iagnóstico, acompanhamen- cabeça fetal progrida nos planos de de Lee.
to nem critérios de gravidade da DHEG. O O diagnóstico do caso, então, é distocia fun ·
ácido úrico não faz diagnóstico, mas é útil no cional de hipoatividade e deve ser corrigida
acompanhamento da pré·eclâmpsia (princi· com medidas ocitócitas. O autor deseja saber
palmente nos casos de superajuntada). A uri- qual a conduta no momento. Vejamos as al-
na 1 faz parte do diagnóstico durante avalia· ternativas:
ção da proteinúria. Alternativa A: INCORRETA. Não há nada no enun-
Alternativa 8: INCORRETA. Troponina e coagu- ciado que indique parto cesáreo.
lograma não entram no d iagnóstico, acom- Alternativa 8: INCORRETA. Não há indicação de
panhamento nem critérios de gravidade da locação de fórcipe, primeiro porque a varie·
DHEG. dade transversa de posição é esperada nesse
Alternativa C: INCORRETA. Coagulograma e t ropo· momento (com 6 em de dilatação, é muito
nina não entram no diagnóstico, acompanha- provável que a cabeça fetal não tenha insi-
mento nem critérios de gravidade da DHEG. nuado ainda), e segundo porque não respei-
A cretinina também não faz diagnóstico, po- ta algumas condições de aplicabilidade de
rém é prudente de ser solicitada para avalia- fórcipe (dilatação total, amniotomia, feto no
ção da função renal da gestante (avalia lesão plano +3 de de Lee).
renal prévia, podendo fal sear a proteinúria). Alternativa C: CORRETA. Amniotomia e ocitocina
Alternativa D: INCORRETA. Sódio, potássio e endovenosa são medidas ocitócitas que cor·
coagulograma não entram no diagnóstico, rigiriam a distocia funcional.
acompanhamento nem crit érios de gravida· Alternativa D: INCORRETA. Não há nenhuma in·
de da DHEG. di cação de misoprostol neste momento (pa-
Alternativa E: CORRETA. Transaminases, DHL e ciente com colo favorável em t raba lho de
plaquetas avaliam HELLP síndrome. parto), e essa medida só aumentaria as chan-
Creatinina prediz a função renal da gestante. ces de sofrimento fetal agudo.
Ácido úrico é útil no acompanhamento da Alternativa E: INCORRETA. Mesma justificativa
doença. apontada na letra B.

Parturiente de 40 semanas, Primiges- MEDICINA PREVENTIVA· JULIANO SILVEIRA DE


6O ta, com BCF: 136 bpm, 2 contrações
de moderada intensidade a cada 10 m inutos,
ARAÚJO

está com 6 em de dilatação, em occipto t rans·


versa esquerda há duas horas. Nesse momen- O estudo que aloca sujeitos para re-
to, deve-se: 61 ceber suplementos de óleo de peixe
ou placebo e então segue os grupos de tra-
® indicar cesárea. tamento e placebo por vários anos para ob·
® aplicar fórceps de Sympson-Braun. servar a incidência de doença coronariana,
© realizar amniotomia e introduzir ocitocina corresponde ao seguinte delineamento:
endovenosa.
2015 293

@ Estudo de coorte. t ese nula geralmente afirma que não existe re-
® En saio clínico randomizado. lação entre dois fenômenos medidos.
© Estudo ecológico. I Rosposta: @
@ Estudo t ransversal.
® Estudo de caso-controle.
O tipo de câncer que apresenta menor
.,_ COMENTÁRIO: Se teve intervenção (Suple-
mento de óleo e peixe) então podemos con-
63 evidência de associação com tabagismo
é o câncer de:
siderar ENSAIO CLINICO. Segue resumo dos
t ipos de estudos. @ mama.
@ fígado.
Quadro 2-IWia<ão entre odesenho de pesquiY © boca.
prii!Yrlo ~ str lndluclo ~~~ a SUbárN blomHI- @ pulmão.
c~ p~~qulsada ® faringe.
Destnhos de pesquls~ Areas de lntertsst
I> COMENTÁRIO: Fumar é um péssimo hábito que
Estudos de casos e rela- Quadro ctrnlco (doenças alem do risco de câncer, é responsável por ou-
tos de casos raras)
tras doenças pulmonares (DPOC) e do aparelho
Estudos transversais Frequénclas circulatório. Dos S tipos de canceres acima, o
Estudos de detecçlo de Fatores de risco de mama possui a menor interferência do ta-
casos bagismo. ·o tabagismo está relacionado a mais
Procedimentos dlag· de 50 doenças sendo responsável por 30% das
Estudos de acuracia
nóstkos mortes por câncer de boca, 90% das mortes por
Estudos longkudlnals Evoluçlo câncer de pulmão. 25% das mortes por doen-
ça do coração, 85% das mortes por bronquite
Fatores de risco, etio-
Estudos caso-controle logla (doencas raras), e enfisema, 25% das mortes por derrame cere-
prevençlo bral. Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), todo ano cinco milhões de pessoas mor-
Fatores de risco. etiolo-
Estudos coorte gla, Incidência, evolu- rem no mundo por causa do cigarro. E, em 20
çlo, prognostico anos, esse número chegará a 1O milhões se o
consumo de produtos como cigarros, charutos
Ensaios clfnkos contro--
lados aleatorlzados Tratamento, prevençlo e cachímbos continuar aumentando~
I Rosposta:@
I Resposta: ®

Variáveis como gênero (masculino e fe-

62 NÃO há associação entre as variáveis pre-


ditora e de desfecho na população em
64 minino) e grau de dor (grave, moderado
e leve) podem ser classificadas. segundo o t ipo
hipótese: de medida, respectivamente, em categorias:

@ Nula, exclusivamente. @ Ordinal e discreta.


® Nula e hipótese alternativa bilateral. ® Ordinal e nominal.
© Nula e hipótese alternativa unilateral. © Nominal e ordinal.
@ Alternativa unilateral. exclusivamente. @ Ordinal e continua.
® Alternativa bilateral, exclusivamente. ® Nominal e discreta .

.,_ COMENTÁRIO: Em Estatística, a hipót ese nula, .,_ COMENTÁRIO: Variáveis como Gênero não se-
representada por HO é uma hipótese que é guem ordem, e são qualitativas para NOMEAR
apresentada sobre determinados fatos esta- os grupos masculino e feminino (Nominal). Já
tlsticos e cuja falsidade se tenta provar através Grau de dor segue uma gradação -ordem de
dum adequado teste de hipót eses. Uma hipó- uma menor intensidade para uma maior inten-
sidade (Ordinal).
294 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

I Resposta: ©

Pode ser definida como a proporção de sujeitos com a doença para os quais o teste fornece
65 a resposta correta (teste positivo):

@ Especificidade.
® Razão de verossimilhança.
© Valor preditivo positivo.
@ Valor preditivo negativo.
® Sensibilidade.

.,. COMENTÁRIO: Sensibilidade (s) - é a probabilidade de um individuo avaliado e doente de ter seu
teste alterado (positivo}. s = número de indivíduos doentes e com teste positivo/número total de
individues doentes; ou: s = VP I (VP + FN) (equação 1} Especificidade - é a probabilidade de um
indivíduo avaliado e normal ter seu teste normal {negativo}. e= número de indivíduos normais e
com teste negativo/número total de indivíduos normais; ou: e = VN/(VN + FP} (equação 2) Preva-
lência (p): é a fração de indivíduos doentes na população total avaliada. p = número de indivíduos
doentes I número de individues da população; ou: p = Do/n (equação 3) (onde: Do = doentes; n
= população} Valor preditivo positivo {VPP}: é a probabilidade de um i ndivíduo avaliado e com
resultado positivo ser realmente doente. VPP =VP I {VP + FP) Valor preditivo negativo {VPN): é a
probabilidade de um indivíduo avaliado e com resultado negativo ser realmente normal. VPN = VN
/{VN + FN)
I Resposta: ®

66 Na Declaração de Óbito, as seguintes definições:

1. A doença ou afecção que iniciou a cadeia de acontecimentos patológicos que conduziram dire-
tamente à morte; ou
2. As circunstâncias do acidente ou violência que produziu alesão fatal, correspondem à causa.

@ terminal.
® final.
© intermediária.
@ básica.
® imediata.

------ --
-·--· ..

---..-·_.___..--
,... .. -........~ ,...... ...

.,. COMENTÁRIO: Na parte I, linha D, como causa básica, a circunstância do acidente ou da violência
responsável pela lesão que causou a morte.
I Resposta: @
2015 295

De acordo com a l ista Nacional de Notifi- Raiva Humana


6
e
7 cação Compulsória de doenças, agravos
eventos de saúde, atualizada em 20 14, atra-
Rubéola
Síndrome da Rub éola Congênita
vés da Portaria no 1.271 do Ministério da Saúde, Sarampo
são doenças de Notificação Compulsória: Sifilis Congênita
Sífilis em gestante
@ Febre tifoide e brucelose. Sindrome da lmunodeficiência Adquirida -
® Hepatit es virais e hidatidose. AIOS
© Toxoplasmose e peste. Slndrome Febril ictero-hemorrágica Aguda
@ leishmaniose tegumentar americana e crip- Síndrome Respiratória Aguda Grave
tococose. Tétano
® leptospirose e difteria. Tula remia
Tuberculose
~ COMENTARIO: leptospirose e difteria são Varíola
doenças de notificação compulsoria. Tem que
memorizar a t abela. Vide a lista At ual de No- Doenças e Agravos de notificação imediata
tificação Compulsória (2016). É NECESSÁRIO I. Caso suspeito ou confirmado de:
MEMORIZAR a. Bot ulismo
lista Nacional de Doenças e Agravos de Notifi- b. Carbúnculo ou Antraz
cação Compulsória c. Cólera
Botulismo d. Febre Amarela
Carbúnculo ou Antraz e. Febre do Nilo Ocidental
Cólera f. Hant aviroses
Coquel uche g. lnfluenza humana por novo subtipo (pan-
Dengue dêmico)
Difteria h. Peste
Doença de Creutzfeldt - Jacob i. Poliomielite
Doenças de Chagas (casos agudos) j . Raiva Humana
Doença Meningocócica e outras Meningi- k. Sarampo, em indivíduo com história de via-
tes gem ao exterior nos últimos 30 (trinta) dias
Esquistossomose (em área não endêmica) ou de contato. no mesmo período, com al-
Eventos Ad versos Pós-Vacinação guém que viajou ao exterior
Febre Amarela I. Síndrome Febril fctero-hemorrágica Aguda
Febre do Nilo Ocidental m. Slndrome Respiratória Aguda Grave
Febre Maculosa n. Varíola
Febre Tlfóide o. Tularemia
Hanseníase
Hantavirose 11. Caso confirmado de: a. Tét ano Neonatal
Hepatit es Virais
Infecção pelo vlrus da imunodeficiência 111. Surto ou agregação de casos ou de óbitos
humana - HIV em gestantes e crianças ex- por:
postas ao risco de transmissão vertical XX. a. Agravos inusitados
lnfluenza humana por novo subtipo (pan- b. Difteria
dêmico) c. Doença de Chagas Aguda
leishmaniose Tegumentar Americana d. Doença Meningocócica
leishmaniose Visceral e. lnfluenza Humana
leptospirose
Malária IV. Epizootias e/ou morte de animais que po-
Meningite por Haemophilus influenzae dem preceder a ocorrência de doenças em hu-
Peste manos:
Poliomielite a. Epizootias em primatas não humanos
Paralisia FIácida Aguda
2% Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

b. Outras epizootias de importância epid emiológica

Resultados laboratoriais devem ser notificados de forma imediata pelos Laboratórios de Saúde Pú-
blica dos Estados (LACEN) e laboratórios de Referência Nacional ou Regional.
I. Resultado de amostra individual por:
a . Botulismo
b. Carbúnculo ou Antraz
c. Cólera
d . Febre Amarela
e. Febre do Nilo Ocidental
f. Hantavirose
g. lnfluenza humana por novo subtipo (pandêmico)
h . Peste
i. Poliomielite
j. Raiva Humana
k. Sarampo
I. Síndrome Respiratória Aguda Grave I.
m. Varíola
n. Tularemia

11. Resultado de amostras p rocedentes de investigação de surtos:


a. Agravos inusitados
b. Doença de Chagas Ag uda
c. Difteria
d. Doença Meningocócica
e. lnfluenza Humana
I Resposta: ®

Paciente de 78 anos de idade, hipertensa e diabética, sofreu acidente cerebrovascular isquê-


68 mico, apresentando hemiparesia. Nesse caso, o p rograma de reabilitação física (neurológica),
indicado para essa paciente, corresponde ao(s) seguinte(s) nível(is) de prevenção:

@ prim~ria e secund~ria.
® secundária e terciária.
© terci~ria.
@ secundária.
@ prim~ria .

.,. COMENTARIO: A Reabilitação corresponde ao nível de atenção terciária.

Aprei!IO(ão da salldf tos nlftls dt prmtl(ão stglndo LNWtll & Clart (196S)
A prornoçOo da saMe aparece como prevenção pri~ria. oonfoodindo-se com a
prevenção referente~ proleç~ especffica (vacin*, pr:it exemplo). Corresponde
a medidas ger.~is, educativas, que objetívam melhor.~r a rosistMd<l e o bem-estar
Prlm~rla (promoçáo da
geral dos indivlduos (comportamentos alimenta~ exerclcio flsico e repous. con-
saolde e proteç~ espe-
tem;~ de estresse, n~ ingesUo de drogas ou de tabaco), para que resist.lm as
cifica)
agressóes dos agentes. Também diz respeito a açóes de orient~ para cuidados
com o imbiente, para que esse náo favoreça o desenvolvimento de igentH etio-
lógicos (comportamentos higi~nicos relacionados a habitação e aos entornos).
2015 297

Engloba estr.otl!gia• populacional• por.o detecçlto precoce de doenç<Js. como por


exemplo o r.ostreomeoto de c3nce< de colo uterino. Tambml contempla ações
S.cundar~>o (diagnosti-
com indivfduos doente< ou acidentados com diagnostkos confirmados, par.o que
co e tratamento preco-
se curem ou montenham~ se funcionalmente sadios, evit.lndo complkaçóes o
ce; limitaçáo da inval~
mortes prematur.os. Isto se da por meio de Jlf'ltlca< clrnka• pn!Wntiva. e de edu-
dez)
caç~ em saOde. obJetivando a adoç~mudança de comportamento (a1iment.r
res. ativklade< flsica< etc).
Consiste no cuidado de sujeitos com sequelas de doenças ou acidentes. visando a
T•rcl;\rla (reabilitaçáo)
recuperação ou a manutençlto em equiVbrio funcional.

I Resposta: © .. COMENTARIO: Segue a definição de caso sus-


peito de Chikungunya conforme ministério da
Saúde: "Paciente com febre de início súbito
Segundo a Organização Mundial da Saú- maior que 38YC e artralgia ou com artrite in-
69 de, cerca de 30% das mortes por câncer
são decorrentes das seguintes escolhas com-
t ensa de inicio agudo, não explicado por outras
condições, sendo residente ou tendo visitado
portamentais e dietéticas, EXCETO: áreas endêmicas ou epidêmicas até duas sema-
nas antes do inicio dos sintomas ou que tenha
@ tabagismo. vínculo epidemiológico com caso confirmado.
® índice de massa corporal baixo. Alternativa A: INCORRETA. Febre Amarela - Inicio
© álcool. dos sintomas antes de 1Odias.
@ baixa ingestão de frutas e legumes. Alternativa 8: INCORRETA. Ebola - De uma a 21 dias.
® falta de atividade física. Alternativa C: INCORRETA. Malária - Inicio dos sinto-
mas em média antes de 9 dias.
.. COMENTARIO: Tem IMC baixo pode significar Alternativa E: INCORRETA. Dengue - Início dos sin-
desnutrição no entanto, não está associado a tomas 5-6 dias.
mortalidade por câncer. Os principais fatores I Resposta: @
de risco para o câncer são:
Tabagismo;
Alimentação; Segundo o "Relatório de Insegurança
Peso corporal;
Hábitos sexuais;
71 Alimentar no Mundo" de 20 14, da Orga-
nização das Nações Unidas para Alimentação e
Fatores ocupacionais; Agricultura (FAO), o Brasil tem construído uma
Bebidas alcoólicas; estratégia de combate à fome e tem reduzido
Exposição solar; de forma muito expressiva a desnutrição e su-
Radiações; baliment ação, nos últimos anos. Segundo a
Medicamentos. FAO, contribuíram para este resultado, EXCETO:
I Resposta: ®
@ Programa Nacional de Merenda Escolar.
® centralização das decisões, sem participação
"Paciente com febre de início súbito > da sociedade civil.
7O 3s,s•c e artralgia ou artrit e de início sú-
bito não explicada por outras condições e re-
© aumento da oferta de alimentos.
@ aumento da renda dos mais pobres e gera-
sidindo ou tendo visitado áreas endêmicas (ou ção de mais empregos.
epidêmicas) até duas semanas antes do inicio ® Programa Bol sa Famllia.
dos sin tomas~ corresponde à definição de caso
suspeito de: .,_ COMENTÁRIO: A participação da sociedade
civil é uma forma interessante na resolução de
@ Febre amarela. problemas de saúde. Os itens A, C, O e E repre-
® Ebola. sentam med idas que favorecem a redução da
© Malária. fome. "O País conseguiu reduzir o número de
@ Febre Chikungunya. pessoas subnutridas em 2 milhões de pessoas
® Dengue.
2015 299

bilidade, organizando as necessidades desta exame de rastreamento. Grau de recomenda-


p opulação em relação aos outros pontos de ção A.
atenção ~ saúde, cont ribuindo para que a pro- I Rosposta: @
gramação dos serviços de saúde part a das ne-
cessidades de saúde dos usu~rios.
I Resposta: ® Estudo realizado pelo Institut o de Pes-
75 quisa Econômica Aplicada, em 20 11, re-
velou que 58,1% da população apontou a falta
de médicos como o principal problema do Sis-
73 A vacina contra hepatite A foi introduzida
no Calendário Nacional de Vacinação do
SUS. Essa vacina est~ indicada para crianças de:
t ema Único de Saúde. Segundo esse est udo, o
número de médicos por mil habitantes no Bra-
sil é de:
@ 3 a 5 anos.
® 6a 7 anos. @ 1,8.
© 12 a 23 meses. @ 15,8.
@ 6a 11 meses. © 10,8.
® 24 a 36 meses. @ 20,8.
® 5,8 .
... COMENTÁRIO: A Vacina da Hepatite A é reali-
zada por crianças com a 1 a 2 anos de idades. A ... COMENTÁRIO:Segundo a 0MS2 0 Brasil pos-
hepatite A é uma doença contagiosa, causada sui 359.69 1 médicos ativos e apresenta uma
pelo vírus A (VHA) e também conhecida como proporção de 1,8 médicos para cada mil habi-
"hepatite infecciosa". Sua t ransmissão é fecal-o- t antes, conforme dados primários obtidos no
ral, por contato entre indivíduos ou por meio Conselho Federal de Medicina (CFM) e na esti-
de água ou alimentos contaminados pelo vírus. mativa populacional do Instituto Brasileiro de
Geralmente, não apresenta sintomas. Porém, os Geografia e Estatística (IBGE)3. A proporção de
mais frequent es são: cansaço, tontura, enjoo e/ médico/1 .000 habitant es constatada no Brasil é
ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos menor do que em outros países latino-america-
amarelados, urina escura e fezes claras. A vaci- nos com perfil socioeconômico semelhante ou
na de Hepatite A foi introduzida no calendário países que têm sis-temas universais de saúde, a
infantil em 2014, para crianças de 1 a 2 anos de saber: Canadá 2,0; Reino Unido 2,7; Argentina
idade. 3,2; Uruguai 3,7; Portugal 3,9; Espanha 4,0 e
I Resposta: © Cuba6,7.
I Rosposta: @

74 De acordo com o Caderno de Atenção


Primária do M inist ério da Saúde doBra-
sil (20 1O) recomenda-se o rastreament o do 76 Em 2013, foram confirmados 220 casos
de sarampo no Brasil. Segundo o Minis-
câncer de: t ério da Saúde, a primeira dose da vacina con-
tra sarampo deve ser aplicada com a idade de:
@ cólon e reto.
® esôfago. @ 15 meses.
© estômago. ® 24meses.
@ pele. © 6 meses.
® cavidade oral. @ 12 meses.
® 9meses.
... COMENTÁRIO: Recomenda-se o rastreament o
para o câncer de cólon e reto usando pesquisa .,. COMENTÁRIO: A vacina contra o sarampo é a
de sangue oculto nas fezes, colonoscopia ou única medida preventiva e a mais segura. ~ im-
signoidoscopia, em adultos ent re 50 e 75 anos. portante que o esquema vacina! esteja comple-
Os riscos e os benefícios variam conforme o t o. A primeira dose deve ser aplicada aos doze
meses de vida, aos 15 (quinze) meses com a
300 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

vacina letra viral (corresponde à segunda dose missão por via transfusional, todavia é rara se
(D2) da vacina tríplice viral e uma dose da vaci- os protocolos forem observados.
na (varicela). Todos os homens e mulheres até Alternativa D: INCORRETA. Até o momento não exis-
49 anos devem tomar a dose da vacina e serem te Vacina disponível para Zika, Chikungunya e
vacinados, independentemente de história Dengue (está mais próxima do lançamento).
pregressa da doença. Alternativa E: INCORRETA. O período de incubação
I Resposta: @ intrínseco, que ocorre no ser humano, é em mé-
dia de 3 a 7 dias (podendo variar de 1 a 12 dias).
O extrínseco, que ocorre no vetor, dura em mé-
Em relação à febre chikungunya, doença dia dez dias. O período de virem ia no ser huma
77 emergente no Brasil, é CORRETO afirmar: no pode perdurar por até dez dias e, geralmen-
te, inicia-se doisdias antes da apresentação dos
@ É uma doença aguda, autolimitada, sem sintomas, podendo perdurar por mais oito dias.
complicações crônicas.
® Pessoas diabéticas não apresentam maior
risco para sintomas mais graves. A Organização Mundial da Saúde decla·
© Pode ser transmitida pelo mosquito Aedes
aegypti, o mesmo vetor da dengue.
78 rou o surto de Ebola como emergência
pública mundial. Em relação à transmissão des-
@ Existe vacina eficaz para prevenir a doença. sa doença, é INCORRETO afirmar que:
® Os sintomas aparecem ao redor de 14 dias
após a picada de mosquitos infectados. @ a transmissão de humanos para humanos se
dá por meio do contato com sangue, secreções
Alternativa A: INCORRETA. Apôs a fase subaguda, ou outros fluidos corpóreos de uma pessoa
alguns pacientes poderão ter persistência dos doente.
sintomas, principalmente dor articular e mus- ® pode ser transmitida pelo ar.
culoesquelética. As manifestações têm com- © pode ser transmitida por alguns animais.
portamento flutuante. A prevalência desta fase @ pode ser transmitida por humanos.
é muito variável entre os estudos, podendo ® pode ser transmitida através do contato di-
atingir mais da metade dos pacientes. Os prin- reto com cadáveres, durante rituais fúnebres.
cipais fatores de risco para a cronificação são:
idade acima de 45 anos, desordem articular I> COMENTÁRIO: Ebola não é Transmitido pelo
preexistente e maior intensidade das lesões ar- Ar. Segue um Resumo sobre Ebola: A doença
ticulares na fase aguda. do vírus Ebola (anteriormente conhecida como
Alternativa 8: INCORRETA. Fatores de risco para febre hemorrágica Ebola) é uma doença grave,
doença grave (comorbidades): história de con- muitas vezes fatal, com uma taxa de letalidade
vulsão febril, diabetes, asma, insuficiência car- que pode chegar até os 90%. A doença afeta os
díaca, doenças reumatológicas, consumo abu- seres humanos e primatas não-humanos (ma-
sivo de álcool, anemia falciforme talassemia e cacos, gorilas e chimpanzés). O Ebola foi identi-
hipertensão arterial sistêmica. ficado pela primeira vez em I 976, em dois sur-
Alternativa C: CORRETA. A febre de chikungunya é tos simultâneos: um em uma aldeia perto do
uma arbovirose causada pelo vírus Chikungun- rio Ebola, na República Democrática do Congo,
ya (CHIKV), da famllia Togaviridae e do gênero e outro em uma área remota do Sudão. A ori-
Alphavirus. A viremia persiste por até dez dias gem do vírus é desconhecida, mas os morcegos
após o surgimento das manifestações clfnicas. frugívoros (Pteropodidae) são considerados os
A transmissão ocorre pela picada de fêmeas hospedeiros prováveis do vírus Ebola.
dos mosquitos Ae. Aegypti e Ae. albopictus O Ebola é introduzido na população humana
infectadas pelo CHIKV. Casos de transmissão por meio de contato direto com o sangue, se-
vertical podem ocorrer quase que, exclusiva- creções, órgãos ou outros fluidos corporais de
mente, durante o período de intraparto em animais infectados. Na África, os surtos prova-
gestantes virêmicas e, muitas vezes, provoca velmente originam-se quando pessoas têm
infecção neonatal grave. Pode ocorrer trans- contato ou manuseiam a carne crua de chim-
2015 301

panzés. gorilas infectados. morcegos, macacos, antílopes florestais e porcos-espinhos encontrados


doentes ou mortos ou na floresta.
Depois que uma pessoa entra em contato com um animal que tem Ebola, ela pode espalhar o vírus
na sua comunidade, transmitindo-o para outras pessoas. A infecção ocorre por contato direto com
o sangue ou outros fluídos corporais ou secreções (fezes, urina, saliva, sêmen) de pessoas infec-
tadas. A infecção também pode ocorrer se a pele ou membranas mucosas de uma pessoa saudá-
vel entrarem em contato com objetos contaminados com fluidos infecciosos de um paciente com
Ebola, como roupa suja, roupa de cama ou agulhas usadas. Cerimônias fúnebres em que durante
o velório as pessoas tenham contato direto com o corpo da pessoa falecida, como é comum em
comunidades rurais de alguns países africanos, também podem desempenhar um papel impor-
tante na transmissão do Ebola. Pessoas que morreram de Ebola devem ser manipuladas apenas
por quem esteja usando roupas de proteção e luvas. O corpo deve ser ent errado imediatament e.
O v lrus Ebola não é transmitido pelo ar.
I Resposta: ®

O diagn~stico precoce e tratamento imediato do câncer de colo de útero é um exemplo de


79 prevençao

@ primária e secundária.
® secundária e terciária.
© primária.
@ secundária.
® t erciária.

~ COMENTARIO: A prevenção secundária consiste no diagnóstico precoce e tratamento visando a


redução de invalidez. A primária consiste na prevenção a exposição (fatores de risco). Já na pre-
venção terciária o objetivo é a reabilitação do indivíduo que já teve alguma limitação pelo insulto

Quadro I
Apromoção da saúde e os níveis de preve~io sttundo l.eavell &Clartc (1965)
A promoção da saúde aparece como prevenção prfm~ria, confundindo-se com a
prevenção re ferente~ proteção específica (vacinação, por exemplo). Corresponde
a medidas gerais. educativas. que objetivam melhorar a resistência e o bem-estar
Primária (promoção da
geral dos indivfduos (comportamentos alimentares. exercício ffsico e repous. con~
saúde e proteção espe-
tençáo de estresse. não Ingestão de drogas ou de tabaco), para que resistam ~s
dfica)
agressões dos agentes. Tam~m diz respeito a ações de orientação para cuidados
com o ambiente, para que esse não favoreça o desenvolvimento de agentes etio-
lógicos (comportamentos higiênicos reladonados à habita~o e aos entornos).
Engloba estratégias populacionais para detecção precoce de doenças. como por
exemplo o rastreamento de docer de colo uterino. Também contempla ações
S..:undárla (diagnósti-
com indlvlduos doentes ou acidentados com diagnósticos confirmados. para que
co e tratamento preco-
se curem ou mantenham-se funcionalmente sadios, evitando complicações e
ce; limitaç!io da invafi..
mortes prematuraS-Isto se~ por melo de p<~tlcas clinicas preventlva.s e de edu-
dez)
cação em saúde. objetivando a adoç~o/mudança de comportamento (ali menta~
res, atividades ftslcas etc).
Consiste no cuidado de sujeitos com sequelas de doenças ou acidentes. visando a
Torclilria (reabilitação)
recuperação ou a manutenç:io em equillbrio funcional.

I Resposta: @
302 Preparatóriopara Residência M~dica SUS/SP

80 Segundo o Oxford Center for Evidence·Based Medicine, o nível de evidência 1A corresponde a:

@ Revisão sistemática de estudos caso-controle.


® Estudo ecológico.
© Ensaio clínico controlado e randomizado com intervalo de confiança estreito.
@ Revisão sistemática de estudos de coorte.
® Revisão sistemática de ensaios clínicos controlados e randomizados.

Alternativa A: INCORRETA. Revisão sistemática de caso-controle (3A).


Alternativa 8: INCORRETA. Estudo Ecológico (2C).
Alternativa C: INCORRETA. Ensaio clínico controlado e randomizado com intervalo de confiança estrei·
to. (1 B).
Alternativa 0: INCORRETA. Revisão sistemática de estudos de coorte.(2A)
Alternativa E: CORRETA. Revisões sistem ática de ensaios clfnicos controlados e randomizados são nível
d@evidência (1 A)
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2015 303

CIRURGIA I· HUGO GONÇALO GUEDES brusca positiva. Exames: Leucócitos: 18.000/


mm3, com desvio à esquerda; creatinina: 1,0
mg%; amilase: 1.020 U/L; lipase: 2.030 U!l. A ra-
Uma senhora de 39 anos de idade procu· diografia de abdome mostra distensão de alças
81 ra o pronto-socorro por estar ictérica há
5 dias e ter dor em hipocóndrio direito, irradia-
de delgado, sem pneumoperitõnio. Internado,
a conduta inicial para este doente deve ser:
da para dorso. Refere náuseas e vômitos. Nega
prurido. Antecedentes pessoais: 4G, 4P, OA, hi· @ hidratação e analgesia.
pertensão arterial sistêmica, dislipidemia. Está ® laparoscopia diagnóstica.
em bom esta o geral, ictérica e afebril. O abdo· © laparotomia exploradora.
me é globoso, sendo doloroso em epigástrio. @ antibiótico, sondagem gástrica e vesical,
Não tem sinais de irritação peritoneal. Hipótese analgesia.
diagnóstica mais provável, exame complemen- ® passagem de sonda gástrica, hidratação e
tar mais pertinente e melhor conduta: antibiótico.

@ pancreatite biliar, ressonância magnética e Alternativa A: CORRETA. O paciente apresenta diag·


colecistectomia. nóstico clfnico de pancreatite aguda, que pode
® colangite, tomografia e colangiografia en· evoluir em casos complicados com ileo funio·
doscópica. nal e distensão do delgado. A conduta inicial é
© coledocolitíase, ultrassom e colangiografia hidratação e analgesia, associado ao jeju m.
endoscópica terapêutica.
@ colangiocarcinoma, ressonância magnética
e ressecção oncológica. Um senhor de 67 anos de idade queixa-
® coledocolitíase, tomografia e colecistecto·
mia.
83 ·se de fraqueza, perda de peso (cerca de
1O kg) e cólicas em mesogástrio, há cerca de 6
meses. Nega náuseas, vômitos, empachamento
Alternativa C: CORRETA. O fato de ter icterfcia nesse pós-prandial, sensação de plenitude gástrica
contexto significa obstrução biliar e, somado precoce, alteração do hábito intestinal, febre
aos fatores de risco da paciente, provavelmente ou dispneia. Antecedentes pessoais: hiperten·
colestase litiásica por coledocolítíase. A ausên· são arterial sistêmica tratada. Está um pouco
cia de sinais peritoniais e febre excluem causas emagrecido e descorado e seu estado geral é
infecciosas como a colangite, nem há contexto de regular a bom. Abdome: indolor, sem dis·
clínico para se pensar em obstrução biliar ma· tensão, sem massas palpáveis. Toque retal: sem
ligna por um colangiocarcinoma1 por exemplo. alterações. Hb: 9,0 mg%; Ht: 35%; leucócitos:
Pancreatite aguda biliar é um interessante diag· 9.500/mm', plaquetas: 300.000/mm'. Hipótese
nóstico diferencial, mas não está indicada uma diagnóstica mais provável:
ressonância, visto que o diagnóstico é clínico,
somado à dosagem sérica de amilase, nem @ Neoplasia de estômago.
uma colecistectomia resolveria a pancreatite. ® Leucemia.
Por fim, um UGS de pâncreas e vias biliares po- © Neoplasia de reto baixo.
deria confirmar a coledocolítíase, e uma CPRE @ Neoplasia de cólon direito.
com extração de cálculos do colédoco poderia ® Neoplasia de cólon esquerdo.
resolver o caso.
Alternativa O: CORRETA. Os sintomas gastrintesti·
nais altos descartados no enunciado servem
Um senhor de 32 anos procura o pronto· para descartar o tumor gástrico, enquanto o to·
82 ·socorro com queixa de dor epigástrica
irradiada para dorso há 2 dias, com piora pro-
que normal e a ausência de alteração de hábito
intestinal descartam os tumores de reto e do
gressiva, acompanhada de náuseas e vômitos. cólon esquerdo, respectivamente. O hemogra·
Nega febre. Pul so: 110bpm,PA: 130x90 mmHg, ma normal, excluindo a anemia, afasta o diag·
T: 36,5'(. O abdome está distendido, sendo di· nóstico de leucemia. Por fim, os tumores do có·
fusamente doloroso e tendo descompressão
304 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

lon direito, normalmente, manifestam-se com Alternativa A: CORRETA. A maioria das cirurgias
anemia simplesmente, devendo todo paciente ortopédicas incluem o uso de AINEs não pós-
com mais de 50 anos e anêmico ser submetido -operatório, somado ao fato de o paciente ser
a uma colonoscopia. tabagista (fator de risco por diminuir a proteção
da barreira mucosa gástrica), quadro de início
súbito, com choque hemorrágico. A hipótese
Um paciente de 42 anos tem hérnia in- mais provável é de úlcera péptica ativa, com
84 guina! direita, redutível, há 3 anos. Chega
ao pronto-socorro relatando encarceramento
sangramento e perfuração, levando ao abdo-
me agudo perfurativo. Nesses casos, a conduta
há 7 horas. O exame revela hérnia inguinal di é cirúrgica e, se abordado precocemente e não
reita encarcerada, com hiperemia e muita dor houver complicações locais, o tratamento pode
local. O abdome está distendido, mas sem evi- ser ráfia da úlcera com pacth omental.
dência de peritonismo. O paciente está estável
hemodinamicamente. Conduta:

@ analgesia e observação clínica.


® inguinotomia direita.
86 o megaesõfago chagásico é classifica-
do de acordo com o calibre esofágico e
a "quebra do eixo esofágico~ Tal classificação
© redução manual sob sedação. determina a conduta cirúrgica. A melhor ope-
@ laparotomia mediana. ração para o tratamento do megaesõfago de
® analgesia e redução manual. calibre aumentado, mas sem quebra do eixo
esofágico é:
Alternativa B: CORRETA. Hérnia inguinal encarcera-
da, com sinaisde sofrimento de alça (hiperemia @ Serra-Dória.
local). A conduta de escolha é inguinotomia, @ Nissen.
com exploração do saco herniário e tratamento © Esofagectomia distai.
primário, com enterectomia se necessário. Ape- ® Esofagectomia total.
nas se a hérnia reduzir antes da incisão cirúrgi- ® Heller-Pinotti.
ca é que se deve fazer uma laparotomia, pois
se perde o reparo do segmento intestinal que Alternativa E: CORRETA. A quebra do eixo esofágico,
sofreu agressão. como descrito na questão, significa o aumento
acentuado do calibre esofágico e graduações
mais avançadas como os graus 111 e IV. Como o
Um paciente de 32 anos de idade, taba- caso não se trata disso, a esofagectomia está
85 gista de longa data, chega ao pronto-so-
corro com queixa de dor abdominal de início
contraindicada. Nissen é técnica cirúrgica para
correção de hérnia de hiato com fundoplicatu-
súbito, há 6 horas, seguida de febre, vômitos ra e não se aplica ao megaesôfago. A cirurgia de
e mal-estar. Está no 14° pós-operatório de ar- Sérra-Dória é a cardioplastia com gastrectomia
troplastia de j oelho, devido a lesão lígamentar parcial em Y-de-Roux e tem sua indicação ade-
traumática. Está descorado e com fácies de dor. quada para os casos de refluxo ácido gastroe-
Pulso: 130 bpm; PA: 90 x 70 mmHg. DB + em sofágico nos pacientes operados previamente
todo o abdome. Hipótese di agnóstica mais pro· para megaesôfago. Por fim, a cirurgia de Hel-
vável e conduta correspondente: ler-Pinotti, que é a cardiomiotomia associada à
fundoplicatura, é hoje procedimento de esco-
@ ú lcera péptica, sutura. lha para os casos de megaesõfago graus I e 11,
® Abdome agudo vascular, arteriografia. sem a quebra do eixo esofágico.
© Abdome agudo vascular, laparotomia explo-
radora.
@ Neoplasia gástrica, gastrectomia. Um paciente de 24 anos de idade apre-
® Síndrome de Olgivie, colonoscopia descom-
pressiva.
87 senta nevo de 2 em de diâmetro no dor-
so. Realizada biópsia excisional marginal, que
2015 305

veio compatível com melanoma, com Breslow membro. O pulso fica fino, claramente assimé-
de 3 mm. No estadiamento com tomografia trico em relação ao outro membro. Conduta:
de abdome, tórax e crânio, foi achado nódulo
pulmonar compatível com metástase. Próximo 0 elevação do membro e reanimação volêmi-
passo: ca mais agressiva.
® fixação interna da fratura, com extrema ur-
0 1infonodo sentinela. gência.
® ampliação de margens para 2 em. © ultrassom Doppler do membro.
© biópsia do nódulo pulmonar. @ fasciotomia.
@ ampliação de margens para 3 em. ® angiotomografia.
® ampliação de margens e linfonodo sentinela.
Altomativa 0: CORRETA. Questão clássica de síndro·
Altornatlva C: CORRETA. A presença de metástase à me compartimental. com edema tenso local
distância no melanoma determina o tratamen· pós-traumático, diminuição de pulsos, pares-
to sistêmico e não necessita de investigação de tesias e dor local. A conduta é fasciotomia des-
linfonodo sentinela ou ampliação de margens. compressiva de urgência.
Portanto, na suspeita de metástase, a primeira
conduta no estadiamento do melanoma é a
biópsia da lesão suspeita. Um paciente de 35 anos, vitima de co-
90 lisão auto x auto, chega ao pronto-so-
corro, com os seguintes dados: A: lntubação
Um paciente de 40 anos de idade está orotraqueal. B: Murmúrio vesicular presente
88 no quarto pós-operatório de hernio-
plastia inguinal direita à Licht enstein, feita sob
bilateralmente, saturação de 02: 98%. C: Pulso:
11 Obpm, PA: 100 x 70 mmHg, t empo de enchi-
raquianestesia. Queixa-se de muita cefaleia e mento capilar: 2s, pelve estável, toque reta I sem
de vômitos frequentes. Está descorado e de- alterações. 0: Glasgow: 3T. E: Escoriações múlti-
sidratado. A ferida operatória tem discreta hi- plas em dorso. Passada sonda de Foley, retor-
peremia. Nega dor abdominal. Conduta mais nou diurese francament e hematúrica. Conduta:
apropriada:
0 uretrocistografia retrógrada.
0 blood patch. ® irrigação vesical.
® benzodiazepínicos e analgésicos. © laparoscopia di agnóstica.
© analgésicos e antibioticoterapia tópica. @ FAST (Focused Assessment w ith Sonography
@ ant ibioticoterapia oral. for Trauma).
® suspensão de opioides prescritos e reforço ® tomografia de abdome.
com analgésicos simples, mais frequentes.
Altomativa E: CORRETA. Na presença de hematúria
Ahornativa A: CORRETA. A cefaleia pós-raquianeste- pós-traumática, devemos considerar o trauma
sia é complicação inerente ao procedimento e, de rins e vias urinárias. sendo a primeira condu·
geralmente, associada com punções calibrosas ta diagnóstica de imagem a realização de uma
ou repetitivas. Um tratamento aceitável é a in· Tomografia de abdome.
jeção de sangue autólogo intratecal, com bons
resultados.
CIRURGIA 11· RODRIGO CAMARGO LEÃO EDELMUTH
Vítima de queda de motocicleta, um ra·
89 paz de 22 anos teve fratura fechada de
rádio, com esmagamento. Inicialmente, o pulso Um paciente de 32 anos de idade, vítima
periférico distai à lesão era normal à palpação.
Cerca de 3 horas após, o paciente começa a
91 de queda de motocicleta em alta veloci-
dade, sem capacete. chega ao pronto-socorro
queixar-se de formigamento e dor no braço e nas seguintes condições: A: Grande quantidade
na mão e a apresentar edema progressivo do de sangue na boca, com muita dificuldade de
306 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

aspiração com aspirador rígido. 8: Murmúrio da, que não melhorou com o uso de pomada
vesiwlar presente, com roncos difusos bilate- receitada pelo farmacêutico. Há 1 mês, notou
ralmente; saturação de 02: 83%. C: Pulso: 11 O íngua abaixo da mandíbula, também à esquer-
bpm; PA: 100 x 70 mmHg. D: Glasgow: 13. E: da, dolorosa e endurecida de, aproximadamen-
Fratura exposta de maxilar e mandíbula, com te, 2 em. Principal hipótese diagnóstica:
muito sangramento. Conduta imediata:
® reação alérgica ao fumo de corda.
® intubação com fibroscópio na sala de emer- ® carcinoma basocelular de língua, com linfo-
gência. nodomegalia por infecção local.
® traqueostomia por punção. © lesão aftoide infectada, com linfadenite rea·
© cricotireoidostomia cirúrgica na sala de cional.
emergência . @ carcinoma epidermoide de língua, com me-
@ máscara de oxigênio em alto fluxo, aspiração tástase cervical.
da via área e arteriografia de emergência. ® blastomicose.
® ventilação com máscara laríngea até prepa-
ro da sala operatória, para via aérea cirúrgica. .. COMENTÁRIO: Estamos frente a um carcinoma
epidermoide, o principal tipo de tumor malig-
.. COMENTARIO: O paciente certamente não pos- no de língua. Nosso paciente tem todos os prin-
sui uma via aérea pérvia. O autor nos informa cipais fatores de risco para câncer de Hngua:
que há g rande quantidade de sangue na boca homem, tabagista e etilista! O autor é bastante
e que a aspiração com aspirador rígido não é enfático e nos diz que o paciente masca o fumo
eficaz. Como podemos garantir uma via aérea quando não está fumando.
para esse doente? A IOT sempre deve ser a I Resposta: @
primeira opção! Mas no caso em questão não
há como enxergar as cordas vocais devido à
presença de sangue em abundância. Além Vítima de queda de 6 metros de altura, um
disso, o paciente apresenta fratura de maxilar
e mandíbula, deixando toda a face muito ins-
93 operário de 45 anos chega ao pronto-so-
corro por transporte aéreo, com suspeita de lesão
tável para manipulação e tentativa de intuba- vertebromedular. Avaliação na sala de emergên-
ção. Se não conseguimos realizar a intubação cia: A: Via aérea pérvia. B: Murmúrio vesicular pre-
no cenário de trauma nos resta duas opções: sente bilateralmente; saturação de 02: 98%, com
cricotireoideostomia por punção ou cirúrgica! máscara de 02. C: Pulso: 90 bpm, PA: 130 x 80
Vamos lembrar que a cricotireoideostomia por mmHg; sem sangramento externo. D: Glasgow:
punção não é uma via aérea definitiva! Ela pode 15; comprometimento da sensibilidade e da mo-
ser realizada em crianças < 1Oou 12 anos, como tricidade de membros inferiores. E: Hematoma
ponte para realização da traqueostomia ou em em dorso, ao nível de L1. Durante a avaliação ini-
casos de inexperiência do médico, pois é mais cial, a prancha rígida deve ser retirada:
simples que a cricotireoideostomia cirúrgica.
A traqueostomia no cenário de trauma é uma ® após as radiografias ou tomografias apro-
conduta de exceção, sempre é cirúrgica e só priadas.
está indicada em fraturas de laringe ou crianças ® logo que possível, geralmente durante a
menores de 10-12 anos. avaliação secundária, e o paciente movimenta-
I Resposta: @ do apenas em monobloco.
© imediatamente, se o paciente não tiver dor
Um senhor de 62 anos de idade, agri· cervical, já que tem Glasgow 15.
92 cultor, natural e procedente de Juazeiro
(Bahia). etilista de 2 doses de aguardente por
@ apenas após a avaliaçãodo neurocirurgião
ou do ortopedista. por ordem de um deles.
dia e tabagista de fumo de corda (não sabe ® apenas quando o doente já estiver no centro
informar a quantidade, mas tem o costume cirúrgico. pronto para a fixação da coluna.
de mascar o fumo quando não está fumando),
queixa-se de afta na língua há 3 meses. Trata-se .. COMENTARIO: A prancha rígida é um instru-
de ferida de, aproximadamente, 1 em, à esquer- mento de transporte e deve ser retirada tão
2015 307

logo que possível a fim de evitar úlceras de nário associada à fratura da pelve são as lesões
pressão! A retirada da prancha não deve ser ba· uretrais, especialmente quando há fratura dos
seada em achados do exame físico, mecanismo ramos pélvicos anteriores. Devemos suspeitar
de trauma, déficits sensitivos e/ou motores ou de lesões de uretra em todo paciente com fra·
nível de consciência. Em casos em que há sus tura de pelve, hematoma perineal, uretrorragia
peita de lesão devemos manter o colar cervical e deslocamento cefálico da próstata. Nesses
e movimentar o paciente em bloco! casos não devemos realizar a sondagem vesical
Alternativa A: INCORRETA. Se pos.sível, devemos de demora, e a avaliação de um urologista deve
deixar o paciente na prancha rígida até a reali· ser solicitada. A uretrocistografia retrógrada é o
zação dos exames de imagem, pois isso facilita exame de escolha para o diagnóstico.
o transporte. Mas temos que lembrar que os I Resposta: ®
exames de imagem não são condições obriga·
tórias para a retirada da prancha, desde que o
paciente sempre mantenha a coluna alinhada Um homem de 43 anos, tabagista desde
em decúbito dorsal horizontal com colar cervi·
cal e que a mobilização sempre seja em bloco.
95 os 13 anos, deu entrada no pronto-socor-
ro com dor e lesão no hálux direito. No exame
Alternativa B: INCORRETA A retirada da prancha não físico, nota-se diminuição da temperatura do
mantém correlação com o nível neurológico. membro inferior direito, a perfusão do mesmo
Alternativas De E: INCORRETAS. A prancha é rígida pé é mais lenta (o enchimento capilar é maior
e, portanto, o tempo do paciente em cima dela que 6s) e os pododáctilos têm cianose móvel.
deve ser abreviado. O risco de lesões de pres- Não se palpa pulso poplfteo, nem tibial anterior
são é proporcional ao tempo em que o pacien· nem posterior em nenhum dos lados. Diagnós·
te se encontra deitado na prancha. Desde que a t ico etiológico mais provável:
mobi lização seja feita em bloco, a prancha não
diminui o risco de aumentar a lesão raquime- @ Arterite idiopática.
dular. @ Tromboangeíte obliterante.
I Resposta: © © Arterite de Takayasu.
@ Aterosclerose.
® Embolia arterial.
O trauma de bacia pode causar hemorra-
94 gias letais ou cursar com outras compli-
cações~ como impotência ou lesão de uretra ou
~ COMENTARIO: A tromboangeite obliterante ou
doença de Buerger é uma vasculite inflamatória
bexiga. Um homem de 54 anos de idade teve de vasos distais de pequenos e médios calibres,
diagnóstico de fratura de bacia após colisão au- que costuma poupar vasos proximais. Acomete
tomobilística. Está estável e normal hemodina· homens jovens ao redor do 4(}45 anos e taba·
micamente, em ventilação espontânea, e não gistas. O fumo é o principal fator de risco para
tem lesões associadas significativas. Queixa-se a doença de Buerger e mantém uma correlação
de dor em hipogástrio e tem uretrorragia. Le· direta com a atividade de doença. O paciente
são mais provável e melhor forma de investiga· geralmente apresenta dor e isquemia distai,
ção: lesão de: com tromboflebite superficial associada. O fe-
nômeno de Raynaud também pode estar pre·
@ bexiga extraperitoneal; cistografia. sente até 40% dos casos. Em casos mais graves
® uretra; urografia excretora. pode haver progressão da isquemía com apa·
© bexiga intraperitoneal; tomografia de abdo- recimento de úlceras. O único tratamento efi-
me. caz contra a progressão da doença é a cessação
@ uretra; tomografia de abdome. completa do tabagismo! A· A arterite idiopática
® uretra; uretroci stografia retrógrada. é um diagnóstico de exclusão! C· A arterite de
Takayasu é uma vasculite crônica de etiologia
~ COMENTARIO: Acidentes de trânsito (68·84%) desconhecida que acomete aorta e grandes va·
e queda de altura (6-25%) são os principais res· sos D· A doença aterosclerótica acomete tanto
ponsáveís pela associação de fratura pélvica e vasos proximais quanto distais.
lesões de uretra. A principal lesão do trato uri-
306 Preparatório paraResidência Médica SUS/SP

E- Quadros embólicos são agudos e unilaterais, abdome é fonte de sangramento se não esta-
com ausência de pulsos somente no membro mos pensando que o paciente está sangrando.
acometido. Alternatíva C: CORRETA. O uso de vasopressores é o
I Resposta:® tratamento de escolha para o choque medular,
pois nessas situações há perda do tõnus vascu-
lar periférico.
Uma moça de 20 anos de idade, vítima de Alternativa 0: INCORRETA. O autor deixa bem evi-
96 colisão de auto, chega ao pronto-socorro
hipotensa, mas responde inicialmente à admi-
dente que não há lesões associadas que sugi-
ram perda sanguínea, portanto não há porque
nistração de volume. A tomografia revela su- iniciar o protocolo de transfusão maciça. Res-
bluxação CS/C6 e fratura de ramo púbico. Não trito para casos de choque hemorrágico grave.
tem lesões na cabeça, tórax, abdome, extremi- Altematíva E: INCORRETA. Novamente, não estamos
dades nem partes moles. Na unidade de trata- pensando que o paciente está sangrando. A fixa-
mento intensivo, volta a apresentar hipotensão. ção da petve com lençol fica reservada para ca-
Pulso: 55 bpm, PA: 80 x 50 mmHg, saturação de sos de fratura de pelve instável. A fratura isolada
02: 99%. Recebe 2 litros de solução cristaloide e do ramo púbico não gera instabilidade a pelve.
a saturação cai para 88%. O enchimento capilar
é menor que 2 segundos e as extremidades não
estão frias. Melhor tratamento para a hipoten- Uma senhora de 79 anos de idade quei-
são desta doente, neste momento: 97 xa-se de dor abdominal em cólica, dis-
tensão abdominal e parada de eliminação de
® corticoides. gases e fezes há 5 dias. Nega vômitos ou febre.
® laparotomia exploradora. Refere que nos últimos 4 meses vem evacuan-
© vasopressores. do a cada 3 dias, graças à utilização frequente
@ transfusão sanguínea 1:1 :1 (papa de hemá- de laxativos. Nega perda de peso. t hipertensa
cias, plasma fresco e plaquetas). e diabética. Foi submetida a gastrectomia sub-
® lençol pélvico ou embolização de vasos de total, por doença péptica, há muitos anos. Está
bacia. em bom estado geral, corada, mas desidratada.
O abdome está distendido, mas é flácido e não
.,_ COMENTÁRIO: O choque hemorrágico é o prin- se palpam massas. É doloroso à palpação pro-
cipal tipo de choque no cenário de trauma! Na funda, mas não tem sinais de irritação perito-
tentativa de compensar a perda volêmica, o neal. Não há sinais de hérnia na região ingui-
organismo aument a a frequência cardíaca para nocrural. Toque reta!: sem massas e sem fezes
tentar manter o débito cardíaco. Portanto, um na ampola. Feita a radiografia de abdome mos-
pacient e politraumatizado hipotenso e sem trada a seguir. (VER IMAGEM) Principal hipótese
taquicardia não é a regra! Temos que descartar di agnóstica e melhor tratamento:
que o mesmo não é usuário de betabloqueador
e procurar por outras causas de hipotensão sem
taquicardia. Além disso, o paciente com sangra-
mente apresenta extremidades frias, pegajosas
e má perfusão tecidual. No caso em questão, es-
tamos frente a um clássico choque neurogênico:
hipotensão sem taquicardia com boa perfusão
periférica, extremidades quentes e fratura de
coluna! Esses doentes perdem o tônus vascular
que resulta em hipotensão e perdem, também o
estímulo simpático para o coração.
Alternativa A: INCORRETA. O uso de corticoide no
TRM é altamente controverso e não há evidên-
cias de qualidade que corroborem essa conduta.
Alternativa 8: INCORRETA. Não há evidencia de cho-
que hemorrágico! Não podemos pensar que o
2015 309

@ Tumor reto/sigmoide - Cirurgia de Hart- Alt•matíva E: INCORRETA. Causa extremamente


mann. rara de abdome agudo obstrutivo. Ocorre em
® Pseudo-ob strução de cólon - Colonoscopia pacientes portadores de colecistopatia crônica
descompressiva. calculosa, que evoluem para um quadro agu-
© Tumor de cólon direito - Colectomia direita. do de formação de fístula colecistoentérica.
@ Ab dome agudo obstrutivo por aderências Por essa fístula h~ a passagem de um ou mais
- Lap arotomia exploradora p ara lise de bridas. c~lculos, que podem impactar (geralmente em
® fleo biliar • Laparotomia exploradora com íleo terminal na válvula íleo-cecal) e provocar o
enterotomia e retirada do c~l culo. quadro obstrutivo.

Alt•rnatlva A: CORRETA. Estamos frente a um qua-


dro clínico clássico de abdome agudo ob stru- Em relação à dor abdominal aguda, é
tivo (distensão e dor ab dominal e parada de
eliminação de flatus e fezes) Dent re as hipó-
98 correto afirmar:

teses diagnósticas devemos pensar em t umor ® A dor da apendicite aguda é inicial mente
de cólon, bridas e hérnias inguinocrurais encar- epigástrica e, na maioria das vezes, precedida
ceradas. O autor afirma que não h~ hérnia no de febre alta com calafrios.
exame físico e nos dá uma informação essen- ® Em cerca de 95% dos casos. a dor abdomi-
cial: a paciente apresenta alteração do hábito nal decorrente de rotura de aneurisma da aorta
int estinal há quatro meses. Além disso, vemos abdominal associa-se também a dor lombar. ©
na radiografia dilatação de todo o cólon, sem A dor da úlcera duodenal perfurada caracteri-
dilatação de alças de delgado e sem dilatação za-se por ser de forte intensidade, inicial mente
de reto (sem ar no ret o). no epigástrio, e irradiar-se para a fossa ilíaca
Alt•rnativa B: INCORRETA. A pseudo-obstrução co- esquerda, simulando diverticulite aguda, o que
Iônica ou síndrome de Ogilvie é um diagnósti- caracteriza a síndrome de Valent ino.
co de exclusão e é caracterizada por obstrução @ Dor int ensa no hipocôndrio direito por mais
colônica sem fator obstrutivo. Pode ser desen- de 6 horas, associada a icterícia com predomí-
cadeada ou cursar concomitantemente com al- nio de bilirrubina direta e elevação de fosfatase
gumas condições clínicas como: infecções, me- alcalina, pode caracterizar síndrome de Mirizzi.
dicamentos, doença de Parkinson, cirurgias ou ® Pacientes com dor epig~strica e suspeita de
traumas. A colonoscopia, além de ser um b om pancreatite aguda devem ser submetidos, roti·
exame diagnóstico, tem papel terapêutico, des- neiramente, a tomografia de abdome com con-
comprimindo o cólon. A cirurgia de urgência traste, ainda na emergência.
fica reservada p ara casos em que h~ susp eita
de isquemia pela colonoscopia ou risco de per- IJ> COMENTÁRIO: Questão corretamente anulada
furação (Ceco > I O ou 12 em) pela banca por possuir duas alternativas corre-
Alt•rnativa C: INCORRETA. Guardem essa dica para t as.
as provas: tumor de cólon direito geralmente Alt•matlva A: INCORRETA. O quadro clínico da
cursa com sangrament o, enquanto tumores de apendicite consiste em dor epigástrica/p erium·
cólon esquerdo e sigmoide cursam com obs- bilical com migração para FIO, associada à ina-
trução. Na radiografia da questão podemos ver petência, astenia. A febre pode estar presente
dilatação de todo o cólon sigmoide, portanto, o no início do quadro, apesar de não ser comum.
fator obstrutivo está à jusante. Já febre alt a com calafrios é um sinal mais t ar-
Alt•rnatlva D: INCORRETA. Hipótese diagnóstica dio e pode representar perfuração, necrose ou
muito pertinente nesse caso: sempre devemos abscesso local.
p ensar em aderências em quadros obstrutivos Alt•mativa B: CORRETA. O aneurisma de aorta roto
nos pacientes com cirurgia abdominal prévia! se apresenta como uma dor súbita e intensa,
Entret anto, o autor nos dá a informação que a podendo ser em região de precórdio, abdome
p acient e apresenta alteração do hábit o intes- ou dorso/lombar. Vamos lembrar que a aorta é
tinal há quat ro meses, favorecendo o diagnós- uma estrutura ret roperitoneal!
tico de tumor. Quadros obstrutívos por bridas Alt•matíva C: INCORRETA. O quadro clínico típico
costumam ser agudos. da úlcera perf urada também é de dor abdomi
310 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

nal intensa, aguda e difusa, pois há extravasa- ® colostomia em ângulo hepático, por incisão
mento de se<reção entérica/gástrica por toda a mínima em hipocôndrio direito.
cavidade. Geralmente o paciente sabe o mo- ® colostomia por laparotomia mediana.
mento exato do início da dor e ao exame físico © prótese plástica autoexpansível.
encontramos o abdome rígido, em t~bua. J~ a ® ressecção abdominoperineal de reto com re-
síndrome de Valentino é extremamente rara e construção primária e colostomia de proteção.
ocorre quando h~ acúmulo dessas secreções ® sonda de Fouchet.
entéricas na goteira pa rietocólica direita, simu-
lando um quadro de apendicite. Alternativa A: CORRETA. A colostomia descompres-
Alternativa 0: CORRETA. Sempre temos que investi- siva por !refinação {evisceraçâo do cólon pelo
gar doenças das vias biliares em pacientes com mesmo orifício de maturação) é um procedi-
do r em HCD e icterícia! Apesar de rara, o quadro mento pouco invasivo e de baixa complexida-
clínico da questão é compatível com a síndro- de técnica. Esse procedimento pode ser realiza-
me de Mirizzi. do em ângulo transverso {hipocôndrio direito)
Colelitíase: presença de cálculos na vesícula ou em fossa ilfaca esquerda (sigmoideostomia).
biliar. Esses cálculos podem ser sintomáti- Alternativa B: INCORRETA. Primeiramente devemos
cos ou assintomáticos! tentar a colostomia por ! refinação. Se duran-
Colecistite aguda: processo inflamatório te o intra-operatória houver algum problema,
agudo da vesícula biliar. Quadro clínico de converte-se então a cirurgia para laparotomia
dor em HCD com duração maior que 6 ho- mediana.
ras, associado a náuseas vômitos e febre. Alternativa C: INCORRETA. A colocação de próteses
Coledocolitíase: presença de cálculos na via é uma opção em casos de paliação, em doen-
biliar. Quadro clínico de dor em HCD/dorso tes com prognóstico muito reservado e com
associado à icterícia às custas de bilirrubina altíssimo risco cirúrgico. Entretanto, as próteses
direta existentes são, em sua maioria, metálicas e não
Colangite: infecção grave, ascendente das plásticas Existem algumas opções de próteses
vias biliares. Tríade de Charcot: dor abdomi- biodegradáveisno mercado. Entretanto, efeitos
nal,. febre e icterícia. adversos como sangramento, dor e incontinên-
Síndrome de Mirizzi: Complicação rara da cia são comuns.
colelitíase. Ocorre quando h~ obstrução do Alternativa 0: INCORRETA. Cirurgia de grande porte
dueto hepático comum secundário a com- e alta morbidade.Temos que considerar que es-
pressão extrínseca, devido~ impactação de tamos tratando de um paciente com 89 anos e
cálculos no dueto cístico ou infundíbulo da com múltiplas comorbidades.
vesícula. Alternativa E: INCORRETA. Conduta completamente
Alternativa E: INCORRETA. A TC de abdome com abolida nessas situações. Alto risco de perfura-
contraste IV fica reservada para casos em que ção de cólon, além de ser ineficaz.
há dúvida diagnóstica ou para pacientes com
pancreatite aguda grave! Nesses casos, deve-
mos postergar a tomografia e realizá-la de for- Uma senhora de 42 anos de idade foi
ma tardia, se possível após o quinto ou sétimo
dia, pois a tomografia precoce subestima a gra-
1OO submetida a histerectomia h~ 3 anos,
por mioma. Chega ao pronto-socorro com
vidade das complicações locais. queixa de distensão abdominal, vômitos e pa-
rada de eliminação de gases e fezes há 1 dia.
O hemograma e o lactato são normais. No exa-
Um senhor de 89 anos de idade apre- me do abdome, não há sinais de peritonite. A
99 senta obstrução intestinal por câncer de
reto estadiado por tomografia de abdome com
tomografia mostra obstrução parcial no delga-
do, com um ponto de transição que pode cor-
contraste. Não tem evidências de peritonite. E responder a brida ou hérnia interna. E correto
portador de doença pulmonar obstrutiva crôni- afirmar:
ca grave e insuficiência cardíaca e renal. Melhor
opção de tratamento da obstrução intestinal: ® Provavelmente, o quadro irá evoluir para in-
tussuscepção.
2015 l11

® Caso haja remissão do quadro com trata-


mento clinico, a chance de recorrência é menor
que 10%.
'Ç) Está indkado o uso de antibióticos intrave-
nosos.
@ Provavelmente, a paciente não irá necessitar
de cirurgia nesta Internação,
® Está Indicado o uso de sonda nasogástrica
por mais de 48 horas.

Alttrnatlva A: INCORRETA. A intussuscepção é uma


das causas de abdome agudo obstrutivo e não
a evolução natural das bridas.
Aktrnatlva 8: INCORRETA. A incidência de obstru·
çAo por bridas em pacientes previamente sub-
metidos a cirurgias abdominais varia entre 1%
e25%.
Akt<Mtl'll C: INCORRETA. A conduta inicial nesses
casos é sempre dlnka, com jejum por via ora~
passagem de SNG (se muitos vômitos), soro
de manutenção, hidratação venosa a critérios
médiCo e correção dos distúrbios hidroeletro·
llticos.
Aktrnatr;, 0: CORRETA. Bridas são a principal cau·
sa de abdome agudo obstrutivo em pacientes
que já foram submetidos à cirurgia abdominal
e, na maioria dos quadros, tem resolução es-
pontânea com tratamento expectante.
Alttrnatlva E: INCORRETA. O uso de SNG está indica-
do em casos de muitos vômitos e distensão ab·
dominai, até melhora dos sintomas ou necessi·
dade de cirurgia. Não existe um tempo mínimo
ou máximo para o uso da SNG. Na prática ve-
mos que o uso de SNG varia entre 24-72 horas.
2016

CLiNICAI· ALEXANDRE BARBOSA CÃMARA DE xo de 100.000/mm"'. "Proteinúria > ou igual a


SOUZA 0.3 g/dja na urjo a de 24 horas"' e"'Jransamioases
> 2 vezes o valor normal' fazem parte do crité·
rio diagnóstico de pré·eclâmpsia.
Alternativa 8: CORRETA. Alterações ret inianas indi·
OI Uma gestante que relata ser previamen·
te normotensa, após a 20• semana de
gravidez apresenta PA: 150 x 100 mmHg, con·
cam HAS de longa data, portanto iniciada antes
da gestação (2). A paciente pode até ter pré· e·
firmada 2 vezes. O diagnóstico de pré·eclâmp· clâmpsia associada a HAS preexistente, mas te·
sia será firmado se houver um dos achados ria que ter outros achados associados.
abaixo, EXCETO: I Resposta: ®
@ Creatinina > 1,1 mg/dl.
® Fundo de olho com cruzamentos A·V pato· Uma mulher de 58 anos portadora de
lógicos.
© Plaquetas abaixo de 100.000/mm'.@ Pro·
02 miocardiopatía chagásica procura o
pronto·socorro com queixa de cansaço e epi·
teinúria > ou igual a 0,3 g/dia na urina de 24 sódios de síncope ao se levantar. Apresenta P:
horas. 42 bpm, PA: 96 x 58 mmHg, FR: 18 mr/min. e
® Transaminases pelo menos 2 vezes o valor saturação de 02 =94% em ar ambiente. Rece·
normal. be atropina em dose máxima, sem resposta. O
monitor mostra: (VER IMAGEM). O diagnóstico
~ COMENT~RIO: Questões envolvendo conheci· é de:
mentos 'multidisciplinares" (no caso, obstetrí·
cia e clínica médica) são cada vez mais comuns,
nesse caso é importante o candidato lembrar
que na definição de pré·eclâmpsia: PA5 " 140
m mHg ou diastólica ;,90 mmHg em duas oca·
siões por pelo menos 4 horas de intervalo após @ Ritmo juncional.
as 20 semanas acompanhada por proteinú ria ® 8radicardia sinusal.
(<:0,3 g/ urina 24 horas ou ;;: 1+ na urina tipo 1) © Bloqueio atrioventricular de 2• grau. Mobitz I.
ou alguma outra disfunção organica (plaquetas @ Bloqueio atrioventricular de 3• grau.
abaixo de 100.000/mm'; creatinina > 1,1 mg/ ® Bloqueio atrioventricular de 2•grau, Mobitz 11.
dl; transaminases ;, 2 vezes o valor normal;
edema pulmonar ; sintomas cerebrais ou vi- ~ COMENTiRIO: Uma importante dica da ques·
suais), mas isso em GESTANTES PREVIAMENTE tão é que o paciente apresenta um sinal de
NORMOTENSAS (1 ). Portanto iremos procurar instabilidade - síncope e hipotensão (outros
sinais de hipertensão crônica. seriam dor torácica e dispneia), portanto o can·
Alternativas A, C, D e E: INCORRETAS. Como discuti· didato teria que pensar obrigatoriamente nas
mos: •creatinina > 1.1 mg/dt:: 'Piaauetas aba i· bradiarritmias malignas: "Bloqueio atrioventri
314 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

cular de 3° grau" e "Bloqueio atrioventricular de riamente fazer a contenção - seja química ou


2• grau, Mob itz 11" (1). mecânica (1).
Alternativa A: INCORRETA. Ritmo j uncional não se Alternativa A: INCORRETA. A lactulose é importan-
observa ond a •p• no ECG. te no tratamento de encefalopatia hepática d e
Alternativa 8: INCORRETA. Bradicardia sinusal toda paciente cirrótico1 no caso temos um paciente
onda "p" conduz QRS além d e raramente haver com hepatit e alcoólica, o mecanismo d o deli-
instabilidade hemodi n~mica associada. rium não se relaciona com a constipação, por-
Alternativa C; INCORRETA. No Mobitz I a onda "p" tanto não seria uma opção.
vai p rogressivamente atrasando a condução do Alternativa 8: INCORRETA. Apesar do paciente ter
QRS, até que não conduz - como se "avisasse" a síndrome da resposta inflamatória sist êmica
ao coração que deixará de conduzir. (SIRS- febre, taquicardia e taquip neia), a causa
Alternativa D: CORRETA. Se observarmos com cui- é p ela hepatite e não infecciosa, portant o não
dado, a onda •p• está completamente disso- há i ndicação de nenhum antibiótico.
ciada do QRS (os intervalos "PQ" são b ast ante Alternativa C: CORRETA. A melhor maneira de con-
diferentes entre si), portanto a resposta é BAV ter um paciente agitado com história de alcoo-
de 3°grau. lismo é com benzodiazepínico de curta ação,
Alternativa E: INCORRETA. Apesar do Mobitz 11 d entre eles o l orazepam.
também ser uma arritmia maligna, a onda "p" Alternativa D: INCORRETA. Mesmo que não houves-
conduz em alguns ciclos e d eixa de conduzir se uma causa clara para agitação (não é o caso
em outros, a grande diferença para o Mobitz I do nosso paciente). a tomografia só conseguiria
é que não há o atraso, portanto não há "aviso ser feita após contenção do paciente, portanto
prévio" ao coração que deixará de haver uma não é a conduta mais apropriada no momento.
condução. Alternativa E: INCORRETA. Diante de paciente com
h istória de ingestão alcoólica deveríamos evi-
tar o uso do haloperidol, pois essa medicação
Um homem de 28 anos está internado há reduz o limiar convulsivo, e a associação com o
03 I dia com diagnóstico de hepatit e alco-
ólica aguda. O médico de plant ão é chamado
álcool pode p recipitar crises convulsivas.

à noite para atendê-lo por estar apresentando


agitação intensa. Está agitado, com discurso
desconexo, com algumas frases incompreen-
síveis e alucinações, precisando ser contido
04 Taquipneia, dispneia, b radicardia e hi-
potensão, com presença de acidose me-
tabólica grave, ocorrem com as intoxicações
no leito. Não há d éficits motores localizados. abaixo, EXCETO:
Apresenta sudorese profusa e tremor acentu-
ado, com pesquisa de asterixis negativa; p ulso @ Monóxido de carbono.
rít mico de 122 b p m, PA: 138 x 62 mmHg, tem- ® Etilenoglicol.
peratura: 38 •C e FR: 28 mr/min. A conduta mais © Barb itú rico s.
apropriada é: @ Cianeto.
® Metformina.
@ lactulose.
® Cefuroxima. .. COMENTARIO: Na avaliação d e intoxicações
© l orazepam. agudas devemos reconhecer as sindromes
@ Solicitar t omografia comput adorizada de - Hipoatividade; acidose metabólica grave e
cranio. persistente; asfixiant e; convulsiva; bradicardica;
® Haloperidol. hemorrágica; simpaticolítica e sem efeito ini-
cial em SNC. O autor da questão chama aten-
.. COMENTARIO: Diant e de qualquer atendimen- ção para a alteração gasométrica, portanto a
to de u rgência, a primeira conduta é estabele- principal h ipótese é d e acidose metabólica
cer a segurança da equipe médica e do pacien- grave e persistente, que pode vir associada a
te, ant es mesmo de iniciar BLS, ACLS, ATlS etc., taquipneia intensa, dispneia, bradicardia e hi-
send o assim, diant e de um paciente que está potensão. As causas clássicas dessa síndrome
com agitação intensa, deveríamos obrigato- são: acetona, ácido valproico, cianeto, etano!,
2016 315

formaldeído, etílenoglicol, metformina, monó- da dor, no caso da questão as características da


xido de carbono e salicilatos (1 )_ dor não parecem ser relacionadas a enxaqueca
A"ornativa A: INCORRETA. Causa cl~ssica da síndro- - de início subido, holocraniana e que perma-
me de acidose metabólica persistente, uma neceu com dor após horas do episódio. Nesse
maneira para diferenciar das outras causas é a caso é mandatória a investigação de hemorra-
própria dosagem sérica, que inclusive alguns gia subaracnóidea (1 O}.
aparelhos de gasometrias o fazem, além da pre- Altornativa A: CORRETA. A tomografia é positiva em
sença de Anion Gap normal com lactato alto. mais de 90% dos casos de hemorragia subarac-
A"•rnativa 8: INCORRETA. Outra causa cl~ssica da nóidea, caso viesse normal, faz-se necessária a
sindrome de acidose metabólica persistente, realização da análise liquórica.
para diferenciar das outras causas é o achado Alternativa 8: INCORRETA. A avaliação dos vasos
de cristais de oxalato na urina e a ausência de cerebrais deve ser feita no caso da hemorragia
cetose. subaracnóidea, mas preferencialmente por an-
A"ernativa C: CORRETA. Em geral os barbitúricos giografia. Eo exame na urgência é a tomografia.
dão sfndromes de hipoatividade (bradpneia, Alternativas C e E: INCORRETAS. Não necessário na
rebaixamento de nível de consciência, hiper- urgência a ressonância nem a angioressonân-
capnia etc.) com pupilas não mióticas. cia para avaliar hemorragia subaracnóidea, são
A"ornativa D: INCORRETA. O cianeto também causa exames demorados que não irão dar informa-
a sindrome de acidose metabólica persistente, ções adicionais nessa etapa da investigação.
uma pista para pensar no cianeto é o Anion Alt•rnativa D: INCORRETA. O uso do contraste não
Gap aumentado com lactato aumentado, mui- irá melhorar a acurácia diagnostica e até atra-
to semelhante ao choque séptico. palhar, pois áreas contrastadas podem se con-
Alternativa E: INCORRETA. Além da acidose metabó- fundir com áreas de sangramento.
lica persistente, a metformina também se apre-
senta com Anion Gap normal com lactato alto.
06 A hepatite C aguda, na maioria das vezes,

Uma mulher de 52 anos, com antece-


O5 dente de migrânea, procura o pronto-so-
corro com queixa de cefaleia súbita de grande
@ Éadquirida pela via sexual.
® Éassintomática.
intensidade há 4 horas. Estava sentada almo- © Ocorre em pacientes imunodeprimidos.
çando quando ocorreu o episódio. É capaz de @ Se resolve espontaneamente, sem cronifi-
identificar o momento exato do início da dor. cação.
Permaneceu deitada por cerca de 2 horas, com ® Evolui com insuficiência hep~tica.
abrandamento progressivo da dor, mas perma-
nece com cefaleia moderada, holocraniana, até Alt•rnativa A: INCORRETA. A principal via de trans-
agora. Os exames clínicos e neurológicos são missão é parenteral. A via sexual é responsável
normais. O exame de imagem mais adequado pela minoria dos casos.
no momento é: Alt•rnativa 8: CORRETA. É infrequente o paciente
perceber a fase aguda da hepatite C, na maior
@ Tomografia computadorizada de crânio, sem parte das vezes o diagnóstico ocorre já com
contraste. complicações da hepatopatia crônica.
® Angiotomografia de crânio, com estudo de Alt•rnativa C: INCORRETA. Nos imunossuprimidos
vasos anteriores e posteriores. não há maior índice de hepatite C aguda, mui-
© Ressonância nuclear magnética de crânio. to pelo contrário, há maior risco de cronificar a
@ Tomografia computadorizada de crânio com doença, com evolução mais rápida para fibrose
contraste. e hepatocarcinoma.
® Angioressonància de crânio. Alternativa D: INCORRETA. Na maioria dos casos
evolui para hepatite C crônica.
... COMENTÁRIO: Mesmo pacientes com ante- Alternativa E: INCORRETA. Em geral é assintomática,
cedente de migrânea devem ser investigados quando sintomática são sintomas leves, rara-
com exames de imagem caso mudem o padrão mente evolui para insuficiência hepática.
316 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

Considerando os benefícios e os efeitos em ar ambiente. A conduta inicial mais adequa-


07 colaterais relacionados ao uso de terapia
antirretroviral, as recomendações atuais para a
da será:

grande maioria dos pacientes são de que seja ® Prednisolona EV.


iniciada: ® Epinefrina IM.
© Noradrenalina.
® Somente em pacientes com diagnóstico de @ Ventilação não invasiva.
SI DA. ® Solução fisiológica EV em bolus.
® Somente quando a contagem de CD4 for
menor que 200 céls/microl. ,.. COMENTÁRIO: Paciente preenche os critérios
© Quando a infecção pelo HIV for confirmada. de sepse - foco infeccioso evidente (estava tra-
@ Somente na presença de infecções repeti- tando ITU) + SI R$ (pelo menos 2 dos seguintes
das, em qualquer sitio. critério: temperatura > 38 OC ou < 36 OC; fre-
® Somente quando a contagem de CD4 for quência cardíaca > 90 bpm; frequência respira-
menor ou igual a 3SO céls/microl. tória > 20 irm ou PaC02 < 32 mmHg; e leucó-
citos totais < 4.000 ou > 12.000, ou > 1O% de
,.. COMENTÁRIO: De acordo com as novas reco- bastões). Ejá podemos considerar como grave,
mendações do ministério da saúde devemos uma vez que há disfunções orgânicas associa-
estimular o inicio imediato da TARV, na pers- das: hemodinâmica (hipotensão) e neurológia
pectiva de redução da transmissibilidade do (rebaixamento do nível de consciência). Diante
HIV, considerando a motivação do paciente desse cenário é fundamental iniciar as medidas
com HIV. Todavia, deve-se considerar a impor- para sepse grave.
tância da adesão e o risco de efeitos adversos Alternativa A: INCORRETA. O uso de corticoide (hi-
no longo prazo (1). 1mportante lembrar que na drocortisona) é considerado para uso na sepse
impossibilidade de se obter contagem de CD4, somente quando suspeita-se de insuficiência
não se deve adiar o tratamento (1) (essa reco- adrenal associada, como em situações de cho-
mendação entrou nos últimos consensos, por que séptico refratário (uso de noradrenalina
isso tem alta chance de ser cobrada em concur- maior que 0,5 mcg/kg/min).
sos). Para resolver a questão o candidato deve Alternativa 8: INCORRETA. Adrenalina IM é usada no
prestar atenção na seguinte palavra:'Somente~ contexto de anafilaxia, e não de sepse grave.
presente em quase todas as alternativas. Alternativa C: INCORRETA. A noradrenalina só entra-
Alternativas A e D: INCORRETAS. Não precisa haver ria no caso de paciente refratário as médias de
presença das doenças definidoras nem evidên- expansão volêmica com solução cristaloide.
cia de imunodeficiência para iniciar o tratamen- Alternativa D: INCORRETA. Em pacientes com rebai-
to, basta a infecção pelo HIV. xamento do nível de consciência é uma con-
Alternativas B e E: INCORRETAS. Independente do traindicação a ventilação não invasiva.
CD4 está recomendado o tratamento. Alternativa E: CORRETA. As principais medidas na
Alternativa C: CORRETA. Para tratar o individuo tem sepse são: expansão volêmica com cristaloide
que estar infectado. O uso de TARV em indiví- (Infusão de 30 ml/kg) e antibioticoterapia pre-
duos não infectados é possível, mas estaríamos coce. No caso dessa paciente, além da solução
falando de profilaxia e a questão se refere ex- fisiológica, deveríamos trocar a nitrofurantoi-
clusivamente ao tratamento. na por outro com apresentação endovenosa,
como a ceftriaxona.

Uma mulher de 76 anos iniciou nitrofu-


08 rantolna há 1 dia para tratamento de in-
fecção urinária sintomática. De manhã, a filha 09 pacientes portadores de DPOC são clas-
sificados como portadores da forma leve
teve dificuldade para acordá-la e procurou o se apresentarem VEF1 pósbroncodilatador:
pronto-socorro. A paciente está rebaixada, le-
tárgica, sem déficits neurológicos focais, P: 112 ®"maior ou igual a" 80%.
bpm, rítmico, PA: 86 x 50 mmHg, T: 37,9 •C, FR: ® > 40%.
24 mr/min, com saturação de oxigênio= 88% ©"maior ou igual a" 60%.
2016 317

@ >50%. Altornativa C: INCORRETA. Esse padrão de marca-


® >70%. dores de fase aguda pode ser mais comum na
arte ri te de Takayasu.
.. COMENTÁRIO: O candidato não pode confun- Altomaliva D: CORRETA. mas além disso não po-
dir critério diagnóstico de DPOC com a classi- demos esquecer que não atinge somente as
ficação de DPOC. O critério diagnóstico se dá grandes articulações, mas outras articulações
através do índice de tiffeneau (volume expira- frequentemente acometidas são as interfalan-
do forçado no p rimeiro segundo [VEFJ dividido gianas p roximais e distais.
pela capacidade vital, e multiplicado por 100) Altornativa E: INCORRETA. Embora possa haver derra-
menor que 70% após broncodilatador. Já a clas- me articular na osteoartrite, o líquido mostra ha-
sificação de DPOC. um dos parâmetros, segun- bitualmente uma contagem leucocitária inferior
do o GOLD, é o VEF1: a 2.000 células/mm3, sem outras anormalidades.
;;, 80%: leve
<: 50 e <80 %: Moderado
<o30 e< 50%: Grave CLfNICA 11- GIOVANNI GALENO DO NASCIMENTO
< 30%: Muito grave SANTOS
Altornatlva A: CORRETA. l embrem-se do MAIOR OU
IGUAL. várias questões já cobraram esse deta-
lhe entre MAIOR ou MAIOR E IGUAL. Corticoesteroide será encontrado com
Altornativas 8 • C: INCORRETAS. Nem existem esses
limites na classificação do GOLD.
11 MENOR probabilidade na prescrição de
um paciente portador de:
Altornativa O: INCORRETA. Nesse caso seria mo-
derada. @ Paralisia de Sell.
Alt•rnativa E: INCORRETA. O autor da questão t en- ® Púrpura trombocitopênica idiopática.
tou confundir o candidato com o mesmo corte © Coma mixedematoso.
do índice de tiffeneau. @ Tempestade tireoideana.
® Síndrome de Guillain-Barré.
O diagnóstico de osteoartrite baseia-se .. COMENTÁRIO: Analisando o tratamento pa-
1O em um conjunto de achados sugestivos
da doença, dentre os quais encontra-se:
drão de cada patologia:
a. Paralisia de Bell: o pilar do tratamento das
paralisias agudas do nervo facial é o trata-
@ PCR elevada com VHS normal. mento oral com glicocorticoide. Em casos
® Fator reu matoide positivo em títulos altos. graves e agudos, vê-se benefício a associa-
© VHS elevad a com PCR normal. ção de antivirais (Valaciclovir ou Aciclovir).
@ Acometimento articular assimétrico, princi- b. Púrpura Trombocitopênica ldiopática: os
palmente nas grandes junt as. corticosteroides povoam o tratamento tan-
® líquido sinovial inflamatório, geralmente to nas formas leves/moderadas (Prednisona
com leucócitos acima de 20 mil!mm3• VO) quanto nas formas graves (pulsoterapia
com Metilprednisolona). As demais opções
.. COMENTÁRIO: Embora seja bem d eterminado de tratamentos são a imunomodulaçâo (Ri-
que a osteoartrite é uma doença inflamatória tuximab), esplenectomia e transfusão de
e não somente relacionada a degeneração da plaquetas (plaquetopenias graves com dis-
articulação, a inflamação é a nível local, sem re- função de SNC).
percussões inflamatórias séricas laboratoriais (1). c. Coma mixedematoso: o tratamento de es-
Altomatlva A: INCORRETA. Esse padrão de marca- colha é feito com levotiroxina intravenosa
dores de fase aguda pode ser mais comum em a qual, se indisponível. opta pela oral. O
algumas formas de l úpus Eritematoso Sistê- corticoide é usado pela possibilidade de
mico (lES). coexistência do hipocortisolismo.
Altornativa 8: INCORRETA. Fator reumatoide em ai· d. Tempestade t ireoidiana: o tratamento se
tos títulos geralmente é encontrado na artrite baseia na inibição da síntese e secreção de
reumatoide e na feb re reumática. hormônios tireoidianos com as medicações
318 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

antitireoideanas (Propiltiouracil ou Meti- 1!!1 COMENTÁRIO: Observando os mecanismos de


mazol) e a sobrecarga de iodo com o lugol ação: I. Estabilização da membrana elétrica da
(mínimo de duas horas após a introdução célula miocárdica: o gluconato de cálcio é res-
do antitireoideano), respectivamente. ponsável por tal ação. Ele não age diretamente
Também deve ocorrer o bloqueio hormo- em diminuir a hipercalemia, mas protege tem-
nal periférico com beta-bloqueadores. Os porariamente a membrana elétrica da célula
corticosteroides são usados por inibirem a miocárdica de efeitos da hipercalemia, preve-
conversão de T4 para T3 e por ser útil em nindo arritmias. Usado apenas quando há alte-
ambientes de hipocortisolismo •relativo~ rações eletrocardiográficas compatíveis com os
e. Síndrome de Guillain-Barré: em formas le- efeitos da hipercalemia, independent emente do
ves/moderadas pode-se assumir a conduta nível sérico de potássio. 11. Translocação de po-
expectante, pois a doença pode não progre- tássio para o meio intracelular: a translocação
dir e evoluir espontaneamente para a recu- de potássio para o meio intracelular diminui o
peração. Em formas graves, estudos t êm de- nível sérico extra celular (mas não diminui o pool
monstrado a eficácia da plasmaférese e da de potássio corporal). Possuem tal mecanismo o
imunoglobulina intravenosa.. sem evidência Beta-2-agonista inalatório (Salbutamol), o bicar-
do aumento da eficácia significativamente bonato de sódio e a solução polarizante (glicose
com a associação de ambas. Altas doses de e insulina). 111. Remoção de potássio: diminuem
corticosteroides intravenosos não são efica- o pool corporal de potássio pelo aumento da
zes no tratamento. Algum benefício foi visto excreção: diuréticos (furosemida), resinas tro-
na associação com imunoglobulinas. cadoras de íons como a sulfona poli estireno de
Assim, a prescrição de corticosteroide será cálcio (sorcal) e os métodos dialiticos (diálise pe-
encontrada com menos probabilidade na pa- ritoneal ou hemodiálise).
tologia descrita na letra E (Sindrome de Guil- I Resposta: @
lain-Barré).
I Resposta: ®
Em pacientes com sfndrome de lise tu-

Os medicamentos usados no tratamento


13 moral é mais provável o encontro de:

12 da hipercalemia têm os seguintes meca-


nismos de ação:
Fósforo (em PoUsslo Cálcio lônko
mgldl) (emmEq/l) (emmmolll)
@ >4,5 < 3,0 > 4.2
I. Estabilização da membrana elétrica da célula
miocárdica; ® < 1,5 < 3,0 > 4,2
11. Translocação de potássio para o meio intra-
celular;
© > 4,5 > 6,0 > 4,2

111. Remoção de potássio. @ > 4,5 > 6,0 < 1,2


® < 1,5 <3,0 < 1,2
A CORRETA relação entre os mecanismos de
ação e as drogas são: ~ COMENTÁRIO: O diagnóstico da síndrome de
lise tu moral, de acordo com os critérios de Cai-
Políestlreno ro-Bishop são:
Glucolllto
sulfonato de Salbutamol
de cálcio Ácido úrico sérico > 8mg/dl
úlcio
Potássio sérico > 6mEq/L
~ 111 11 Fósforo sérico > 4,Smg/dl
(ij) 11 111 Cálcio total sérico < 7mg/dl

© 11 I 111
De acordo com as alternativas, seguindo os
@ 111 11 valores do cálcio e potássio, as alternativas C e
(§) 11 111 I O são as respostas possíveis. Sabendo que um
cálcio total menor que 7mg/dl corresponde a
2016 319

um cálcio iônico menor que 1,2mmoi/L (a pro- I Resposta: ®


porção não é linear), chegamos à alternativa D
como correta. A letra C não poderia ser correta,
pois considera que o valor do cálcio esteja alto Homem de 45 anos apresenta um carci-
ou acima, porém, na lise tumoral, o cálcio é o
eletrólito que possui nfvel sérico diminuído.
15 noma de adrenal esquerda produtor de
cortisol. Dos abaixo, os dados mais prováveis
I Resposta: @ neste caso são:

Pigmenta- Potássio
Hemograma
Considere as seguintes alterações eritro- çãoCutwa Sérico
14 citárias:
®
aumen- aumen-
llnfocltose
tada ta do
I. Hemácias em gota ou dacriócitos;
11. Hemácias em alvo ou leptócitos; ® normal dlmlnufdo llnfopenla
111. Acantócitos; IV. Corpúsculos de Howeii-Jolly. aumen·
© normal
ta do
linfocitose
A correta relação entre as alterações eritrocitá-
aumen·
rias e distúrbios clínicos é: @ dlmlnufdo llnfopenla
ta da

Hemo- aumen-
Flbrose
Hepato- ® ta da
diminufdo linfocitose
Asplenla globlno-
Medular patla
patlaC
.,_ COMENTARIO: Em um carcinoma adrenal pro-
® 11 111 IV dutor de cortisol, a produção ocorre indepen-
® 11 111 IV dente do ACTH (ACTH estará baixo), não ha-
vendo motivo para aumento da pigmentação.
© IV 111 11
Inversamente à insuficiência adrenal, o excesso
@ 11 IV 111 de cortisolleva à hipocalemia. Os glicocorticói-
® IV 111 11 des suprimem as respostas imunológicas, redu-
zem agudamente a contagem de linfócitos me-
.,_ COMENTARIO: Observando as alterações eri- diante sua redistribuição do comportamento
trocitárias: I. Hemácias em gotas ou dacriócitos: intravascular para o baço, linfonodo e medula
são sinais de hematopoese extramedular. Ocor- óssea. A contagem de neutrófilos aumenta e a
re principalmente na mielofibrose. 11. Hemácias de eosinófilos cai.
em alvo ou leptócitos: também conhecida como I Resposta: ®
codócitos, são encontradas em patologias
onde ocorre a precipitação da hemoglobina no
centro da hemácia. Em geral, ocorre nas hemo-
globinopatias: talassemia e hemoglobinopatia
S, hemoglobinopatia SC e hemoglobinopatia
16 Mulher de 32 anos apresenta artrite,
pleurite, anemia e anasarca. Pressão arte-
rial é 120 x 70 m mHg, creatinina é 1,1 mg/dl, há
C. 111. Acantócitos: os acantócitos ocorrem em corpos lipoides urinários e anticorpo anti-Sm
dois distúrbios constitucionais diferentes, que positivo. A biópsia renal mostrará com maior
afetam o metabolismo lipídico: abetalipopro- probabilidade:
teinemia (S. de Bassen-Kronzweig) e na anemia
da hepatopatia severa (spur cell anemia), mais ® Glomerulonefrite proliferativa focal.
comum em pacientes portadores de cirrose ® Nefrite mesangial proliferativa.
alcoólica. IV. Corpúsculos de Howeii-Jolly: são © Glomerulonefrite membranosa.
pequenos restos nucleares, basofflicos, peque- @ Glomerulonefrite proliferativa difusa.
nos e bem definidos, não removidos, presentes ® Esclerose glomerular.
nos eritrócitos. Normalmente, eles seriam re-
movidos pelos macrófagos do baço, mas pela .,_ COMENTARIO: Paciente com artrite, pleurite
ausência do órgão, eles permanecem. (serosite), anemia, anasarcada e corpos lipoides
320 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

na urina (hipercolesterolemia) + anti-Sm positi- e. Hipoclomplementemia inferior a oito sema-


vo, ao que tudo indica, é uma paciente com o nas: correta. Importante saber a história natural
diagnóstico de lúpus, sendo a sindrome nefró- da GNPE para avaliar necessidade de biópsia.
tica, o acometimento renal pela doença. A fun- Na GNPE, a oligúria e função renal tende a me-
ção renal est~ preservada, pressão arterial est~ lhorar em até sete dias, a hipocomplementemia
normal e não há relato de hematúria, excluindo pode durar até oito semanas, a hematúria mi-
um quadro de sindrome nefrítica associada à croscópica pode persistir por 12-24 meses e a
síndrome nefrótica (glomerulonefrite mesan- proteinúria (leve) pode persistir por até dois a
giocapilar ou membranoproliferativa). Assim, cinco anos.
paciente com lúpus apresentando quadro de
slndrome nefrótica pura, biópsia renal mostrará Assim, considerando um caso de GNPE, o mais
com maior probabilidade sinais de nefropatia improvável é o consumo de complemento pela
membranosa (90%). via clássica.
I Resposta: © I Resposta: @

Analisando um paciente de 18 anos com Pacientes com liquido cefalorraquidiano


17 hipertensão, hematúria e edema, con-
cluiu-se que se tratava de glomerulonefrite
18 (LCR) hemorrágico foram divididos em
dois grupos. Grupo 1: hemorragia subaracnoi-
aguda pós-estreptocócica. Assim sendo, dos dea. Grupo 11: punção liquórica traumática. São
dados abaixo o mais IMPROVAVEL é: caracterlsticas destes casos:

® Proteinúria usualmente subnefrótica. caractenstl-


Grupo I Grupo 11
® faringite precedendo o quadro em cerca de ca do LCR
10 dias. Macófagos
© Piodermite precedendo o quadro em cerca @ com hemos- ausente presente
de 14a 21 dias. siderina
@ Consumo de complemento pela via cl~ssica
com diminuição de C4 e CHSO. Xantocro-
® mia
presente ausente
® Hipocomplementemia inferior a 8 semanas.
© Coagulação presente ausente
.,_ COMENTÁRIO: Analisando as alternativas sobre
Pressão
a glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica: @ normal elevada
liquorica
a. Proteinúria usualmente subnefrótica: correta.
Usualmente a proteinúria não chega ao limiar Contagem
na qual é considerada nefrótica. Nos casos em eritrocltica
que ultrapasse 3g em 24h, orienta-se a biópsia
® em tubos
decrescente constante

renal para confirmação diagnóstica e exclusão sequenciais


de outras patologias (glomerulonefrite mesan-
giocapilar ou membranoproliferativa). ._ COMENTÁRIO: Analisando o grupo I (hemorra-
b. faringite precedendo o quadro em cerca de gia subaracnóidea), o líquor esperado conterá
1O dias: correta. A faringite precede o quadro macrófagos com hemossiderina (metabólito
entre uma e duas semanas. da degradação da hemoglobina), xantocro-
c. Piodermite precedendo o quadro em cerca mia (coloração amarelada devido a bilirrubina
de 14 a 21 dias: correta. A piodermite precede o proveniente da degradação da hemoglobina),
quadro entre duas e três semanas. sinais de coagulação estarão ausentes, pressão
d. Consumo de complemento pela via clássica liquórica aumentada (presença de sangue no
com diminuição de C4 e CHSO: incorreta. Na compartimaneto liquórico) e a contagem de
GNPE ocorre o consumo de complemento pela eritrócitos ou aspecto do líquor em tubos se-
via alternada (diminuição de C3 e CHSO). Lem- quenciais tende a se manter constante (eritróci-
brando que os componentes da via clássica são tos devem estar espalhados em todo o líquor).
o C4 e C1q, os quais estão normais.
2016 321

No grupo 11 (punção 1iquórica t raumática), o l iquor não conterá macrófagos com hemossiderina
nem xantocromia, pois não haverá tempo suficiente para a degradação d a hemoglob ina (começa a
ocorrer 12 horas após a hemorragia), a coagulação estará p resente, a pressão liquórica não é altera-
da por uma punção traumática e a contagem de eritrócitos t ende a diminuir a cad a t ubo (maior no
líquor em contato com o local do trauma e menor a medid a que o líquor é colhido).
I Resposta:®

19 Rastreamento de aneurismas intracranianos deve ser realizado em pacientes portadores de:

@ Hemoglobinopatia C.
® Amiloidose.
© Cirrose biliar p rimária.
@ Hemocromatose.
® Rins policísticos .

.. COMENTARIO: Questão bem direta, mas cabe uma revisão. Os principais fatores de risco em ter-
mos populacionais são relacionad os à hipertensão arterial. com risco relativo de 2,8 e tabagismo
(RR 1,9). Ocorrência de h istória familiar de aneurisma corresponde a 10% dos pacientes com HSA.
sendo mais importante entre parentes de primeiro grau, principalmente entre irmãos. Quando da
presença de dois ou mais parentes com aneurismas intracranianos, a chance de ocorrência é sete
vezes maior que na pop ulação, ocorrendo em até 8% d os indivíduos. Aneurismas intracranianos
são encontrados em 1O% dos pacientes com Doença Autossômica Dominante de Rins Policisticos
(DADRP), secundário a mutações nos genes PKD1 e PKD2. Em virtud e da rarid ade da d oença, con-
trib ui com menos de 1% dos pacientes com HSA.
I Resposta:®

20 Considere as imagens abaixo: (VER IMAGEM). As imagens que pertencem ao mesmo pacíen-
te são, com maior p robabilidade:

I
321 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

III IV

..

v
,. VI
@ ll,llleV.
@ I, IV e VI. 11. Imagem de crânio mostrando o padrão co-
© II,IVeV. nhecido como sal e pimenta: reabsorção óssea,
@ l,llleVI. comumente observada no mieloma múltiplo.
® ll,lll eVI.
-Analisando as Imagens da hematoscopla:
.. COMENTARIO: A questão nos apresenta seis
imagens, divididas em três duplas, e pergun- 111. Hemácias em rouleaux (empilhamento): de-
ta quais têm a probabilidade de pertencer ao corrente da elevação de fibrinogênio ou globu-
mesmo paciente. linas. O empilhamento ocorre pela quebra da
polaridade da membrana da hemácia que, ao
-Analisando as radiografias: invés de se repelir, apresenta atração entre elas,
gerando a aglomeração.
I. Imagem da bacia (má qualidade), onde não é IV. Hematoscopia mostrando quadro sugestivo
possível afirmar a presença de qualquer patolo- de esquizócitos: hemácias com formas bizarras,
gia com certeza. provenientes de traumas ou por depósitos de
20t6 m

fibrina int ravascular, comumente observado ou na presença de disenteria prolongada e de·


nos casos de CIVD, próteses valvulares, queima· bilitante. O tratamento para Campylobacter
duras extensas e microangiopatias. pode ser realizado com Eritromicina SOmg/kg/
dia em quatro doses, por sete dias. Na salmo·
·Analisando a eletroforese de proteínas: nelose em imunocompetentes, não se faz uso
de antibióticos, apenas uso de sintomáticos.
V. Pico monoclonal na faixa correspondente às Na diarreia por shiguela, pode-se fazer uso do
globulinas: observado nas gamopatias mono· Sulfametoxazoi·Trimetoprim 50mg/kg/dia, de
clonal (mieloma múltiplo, por exemplo). 12/12h por cinco dias. Na diarreia por Clostri·
VI. Eletroforese de proteínas com pico polido· di um e por giárdia, deve-se fazer uso do Metro·
nal: o pico na faixa correspondente à albumi· nidazol.
na é considerado normal. Nas faixas restantes, I Resposta: @
conseguimos observar o aumento, mas sem
grande sobreposição em relação às demais
proteínas (pico policlonal). Um pré-escolar de 3 anos chega ao pron-

Assim, j untando as pistas: as imagens 11, 111 e


22 to-socorro com quadro de arritmia. O
médico de plantão tenta induzir uma manobra
V pertencem ao mesmo paciente, o qual pro· vagai aplicando uma bolsa de gelo na face da
vavelmente deve apresentar o diagnóstico de criança. Essa criança provavelmente apresenta
alguma gamopatia monoclonal (mieloma múl· uma taquicardia:
tiplo, por exemplo).
I Resposta: @ @ Ventricular hemodinamicamente estável.
® Supraventricular hemodinamicamente es·
tável.
PEDIATRIA I· GABRIELA LUCENA DE ARAUJO © Supraventricular hemodinamicamente ins·
tável.
@ Ventricular sem pulso.
A associação ç~rreta entre gastroenterite ® Ventricular hemodinamicamente instável.
21 e tratamento e:
~ COMENTÁRIO: As arritmias geralmente ocor·
@ Campylobacter jejuni • eritromicina. rem por alterações no sistema de condução
® Salmonella • sulfametoxazoVtrimetoprima. cardíaco ou devido a lesões do próprio tecido
© Shigella • sem necessidade de antibióticos. cardíaco. São classificadas como bradiarrrtmias
@ Clostridium difficile · penicilina. e taquiarritmias, de acordo com a frequência
® Giárdia • eritromicina. cardíaca, lenta ou rápida, respectivamente.
Taquicardia é definida como frequência cardía·
~ COMENTÁRIO: Na infância, a diarreia aguda é ca rápida quando comparada às frequências
provocada em geral por um agente infeccioso cardíacas normais para a idade. O comprometi·
que, ao colonizar o trato intestinal, determina mento do débito cardíaco secundário à taquiar·
má absorção de água, eletrólitos e nutrientes. ritmia no lactente pode aparecer depois de pe-
O processo deve apresentar, na maior parte dos ríodo em que os sintomas são imperceptíveis.
casos, uma evolução autolimitada, não exce- A frequência cardíaca aumentada nas crianças
dendo o prazo de 15 dias, tempo considerado pode levar ao aumento do débito cardíaco no
suficiente para depuração do agente causal e início, mas se a frequéncia for extremamente
restabelecimento das funções absortivas. alta, este débito diminui. Nesse caso, não há
O tratamento das diarreias agudas visa evitar a tempo suficiente para o enchimento diastólico,
desidratação, sendo indicado, principalmente, levando à diminuição do volume sistólico. A
o uso do soro de reidratação oral. Como diar- diminuição do enchimento diastólico diminui
reia é um praçes.so infeccioso autolimitado, também a perfusão das coronárias e a frequên·
raramente é indicado o uso de antibióticos. A cia cardíaca elevada aumenta a demanda de
exceção ocorre nos casos de cólera, pacientes oxigênio. A consequência do débito cardíaco
imunos suprimidos, evolução clínica para sepse inadequado, da má perfusão coronária e do au·
324 Preparatóriopara ResidênciaMedica SUS/SP

mento da demanda de oxigênio é o choque de Idade de Eru~o (e• meses)


origem cardiogênica. Dtnte
Arcada lnfl!rlor Aluda Supl!l'lor
A taquicardia supraventricular é a taquia rritmia
que mais causa comprometimento cardlaco na A 5-7 6-8
infllnda e pode aparecer abruptamente ou de B 7-10 8-11
forma intermitente. O tratament o a ser realiza- c 16-20 16· 20
do deve considerar a estabilidade ou instabili-
dade hemodinâmica. Se a criança encont ra-se o 10- 16 10-16
est~ve l hemodinamicamente, pode-se realízar E 20-30 20-30
a manobra vagai, na t entativa de diminuir ave·
locídade na condução pelo nó atrioventricular. ® Incisivos centrais e caninos.
A manobra vagai em lact entes é feita colocan· ® Incisivos centrais e incisivos lat erais.
do uma bolsa com gelo ou ~gua gelada na face © Incisivos laterais e caninos.
e nos olhos, tomando cuidado para não cobrir @ Incisivos centrais e pré-m olares.
as vias aéreas. Para as crianças mais velhas, a ® Incisivos laterais e pré-molares.
manobra vagai pode ser feita pedindo a elas
que soprem um canudo obstruido ou uma be- ll> COMENTÁRIO: A erupção dental é um processo
xiga. Se houver sinais de instabilidade hemodi- no qual o dente migra da sua posição intraós·
nllmica ou choque: trate a taquiarritmia o mais sea na maxila e mandíbula para sua posição
rápid o possível com cardioversão sincronizada funcional, envolvendo, portanto. outros teci·
ou adenosina endovenosa. dos e mecanismos fisiológicos, além do simples
I Resposta: ® rompiment o no tecido gengiva!. Correlações
entre desenvolvimento dental e outras variá-
veis do desenvolvimento somático vêm sendo
A associação ~ORRETA entre doença e encontradas. Variáveis nutricionais e de desen-
23 agent e causal e: volvimento no nascimento e na vida precoce
podem predizer o número de dentes erupcio-
® Rubéola- Togavírus DNA. nados que as crianças têm em sua cavidade
® Roséola ln fant um - Parvovírus B19. oral. Mesmo não unãnime, o sexo masculino
© Erit ema infecdoso - Coxsackievírus A. apresenta um processo de erupção dental mais
@ Síndrome mãos-pé-boca- Herpesvlrus 6. precoce em relação ao sexo feminino, os negros
® Sarampo - Paramyxovírus. são mais precoces que os brancos, e os níveis
socioeconômicos e as diferenças regionais
ll> COMENTÁRIO: O vírus da rubéola é da família também influendam nos valores de erupção
do togavírus, porém constituído de RNA. Duas dental.
linhagens comuns de vírus do herpes causam a
roséola ou exant ema súbito: o herpes vírus hu· Dentes Eru~o Eru~o
mano tipo 6, que é o mais comum, mas a doen- Dentes
deócluos (idade (idade
ça também pode ser devido ao herpes vírus deócluos
supl!rio· média em média em
humano t ipo 7. O eritema infecdoso é causado inferiorl!s
res mesl!s) mi!SIS)
pelo parvovírus 6 19. A síndrome mão·pé·boca
é provocada pelo vírus Coxsackie. O vlrus de Incisivos Incisivos
8-10 6-8
centrais centrais
sarampo é um paramixovírus, do gênero Mor·
billivirus. Incisivos lncisM>s
9 - 11 6 -8
I Resposta: ® laterais laterais
Caninos 16 -18 Caninos 17
Primeiros Primeiros
15 16
24 A tabela apresenta a idade de erupção
da dent ição primária nos lactentes (VER
IMAGEM). Os itens A e C correspondem, respec-
molares
Segundos
24 · 29
molares
Segundos
18
molares molares
tivamente, aos dentes
I Resposta: ®
2016 325

25 O diagrama abaixo representa a compo-


sição da cátions e ânions intracelulares
CDo!Cn
llt.wbaMto CM(OI"•
101
IA
...
)I)
I
10
(VER IMAGEM). Os itens demarcados como A e
B, na coluna de ânions, correspondem, respec- ,OSUfD t!l611 z 1 IDO
tivamente a: ._.f•to rSO<It t I lO

INTRACELLULAR
AC'*"OfJir~~ta."
• 1S -
-.....·
" - 6)

Cations Anions I Resposta: ©

Um lact ente de 2 anos é admitido com


K• (140)
A 26 quadro de broncopneumonia com der-
t
rame pleural. realizada a punção pleural e o
B Hquido obtido é enviado para análise. Espera-se
Na' (13) que, para confirmar a possibilidade de empie-
Mg ' (7)
c ma pleural, os resultados demonstrem todos os
[
abaixo, EXCETO:
@ Fosfato e bicarbonato.
® Bicarbonato e proteínas. @ Proteína do líquido pleural > 3 g.
© Fosfato e proteinas. ® Relação de proteína entre Hquido pleural e
@ Cloro e proteínas. plasma > 0,5.
® Bicarbonato e cloro. © pH do líquido pleural < 7,1 .
@ Glicose do líquido pleural < 40 mg/dl.
~ COMENTARIO: Os liquides orgânicos têm uma ® Relação de DHL entre líquido pleural e plas-
composição semelhante, sob o ponto de vista ma < 0,6.
da atividade química e das pressões osmóticas.
A natureza dos íons, contudo, difere entre os ~ COMENTARIO: A toracocentese é realizada
compartimentos intracelular e extracelular. O quando se tem um derrame pleural e tem
líquido extracelular inclui o liquido intersticial e como objetivo inicial a caracterização do líqui-
o plasma sanguíneo, e tem grande quantidade do como transudato ou exsudato. Em algumas
de sódio e cloreto. O líquido intracelular pos- situações, a toracocentese fornece o diagnós-
sui grande quantidade de potássio e pequena tico de imediato, como ocorre no empiema,
quantidade de sódio e de cloreto. As grandes quilotórax e hemotórax. Os critérios para dife-
proteínas e alguns t ipos de ácidos orgânicos io· renciação entre transudatos e exsudatos foram
nizáveis existem exclusivamente no líquido in- descritos por Ught.
tracelular; não existem no plasma e no líquido
intersticial. As diferenças de composição entre Crttértos de l.igllt para dlferen~o de tnnsu-
os líquidos intracelular e extracelular são mui· ütos e exsuNtos
to importantes para o desempenho adequado
ParâiiW!Iros
das funções celulares. A figura abaixo mostra a
composição eletrolftica do plasma, do líquido Relação entre proteína do liquido pleural e sérica
intersticial e do líquido int racelular. Relação entre DHL do liquido pleural e sérica
OHL no líquido pleural >213 do limite superior no
soro
Transooados
s o.s
S0,6
não
326 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

Critérios de Llght para dlferendaçio de transu· escotomas cintilantes, pré-síncope e síncope. A


datos e e~Wdatos taquicardia supraventricular pode não apresentar
queixas clínicas e o diagnóstico ser feito durante
Parâmetros avaliação pediátrica, ou diante de estado febril
Exsudatos em atendimento emergencial. Em crianças com
> 0.5 idade inferior a 3 anos, o familiar mais próximo é
a pessoa que observa o coração acelerado ou o
> 0,6 comportamento diferente da criança, como difi·
sim cuIdade de mamar ou deglutir, inquietude inicial
progredindo para quietude, com olhos vidrados,
A presença de qualquer um dos três critérios de seguindo para o agravamento do quadro, com
exsudato é suficiente para sua caracterização respiração ofegante, sudorese intensa, sonolên·
e a presença dos três critérios de transudato é cia, palidez e cianose labial.
necessária para sua caracterização. O derrame O eletrocardiograma em repouso pode eviden·
parapneumônico desenvolve-se inicialmente ciar pré-excitação ventricular manifesta, carac-
como um exsudato reacional, de aspecto claro, terizando a possibilidade de taquicardia por
não viscoso, com baixa celularidade, ausência reentrada atrioventricular como causa dos sin-
de bactérias, pH normal e valores baixos de de· tomas. Em crianças com idade inferior a 2 anos
sidrogenase láctica e glicose. Se o processo não de idade, a pré-excitação ventricular pode pas-
for controlado com o uso de antibióticos, o der· sar desapercebida, pois o complexo QRS não é
rame pode se tornar complicado, com aumento tão alargado, mas o intervalo PR é muito curto
do volume de líquido, da celularidade pleural. (menor ou igual a 80 ms).
da desidrogenase láctica e queda acentuada do Em recém-natos e lactentes com menos de
pH. A presença de grande quantidade de pro· 1 ano de idade, o uso de água gelada na face
teína identificada no líquido também caracteri· apresenta alto índice de reversão de taquicar-
za a presença de exsudato. Valores de desidro· dia reentrante - a água gelada na face gera
genase láctica > 1.000 U/1, glicose < 40 mg% e aumento da pressão arterial com distensão do
pH < 7,2 são sinais de intenso processo inflama- arco aórtico, causando um reflexo vagai. No
tório, que podem levar à maior deposição de fi. caso de insucesso da manobra vagai. a adeno·
brina1 com risco de loculações e espessamento sina (0,2 mg/kg/dose) é o fármaco de escolha,
pleural, além da evolução para empiema. realizada em bolus endovenoso.
I Resposta:® I Resposta: ®

Um lactente de 2 meses é levado ao O médico plantonista do pronto-socorro


27 pronto-socorro com quadro de letargia
e sudorese. Ao exame físico observa-se FC: 220
28 deve realizar a profilaxia de meningite
meningocócica para os familiares de uma esco·
bpm, com pulsos presentes e per fusão adequa- lar de 7 anos acometida de quadro confirmado
da. Após receber oxigenoterapia é colocada no por bacterioscopia de líquido cefalorraquidia·
monitor cardíaco que revela ondas P alteradas no. Esta pode ser realizada com:
e complexo QRS estreito(< 0,08 seg). A melhor
conduta neste momento é administrar: ® Ceftriaxona 125 mg IM para os menores de
15 anos e 250 mg para os maiores de 15 anos
® Atropina IV. ou ciprofloxacino 500 mg VO 2x/dia por 2 dias
® Adenosina IV em bolo rápido. para os maiores de 18 anos.
© Bicarbonato de sódio IV. ® Rifampicina 20 mg/kg/dose em 2 doses VO
@ Gluconato de cálcio IV. por 4 dias ou com ceftriaxona 50 mg/kg IM para
® Epinefrina IV ou 10. os menores de 15 anos e 100 mg/kg para os
maiores de 15 anos.
.,. COMENTÁRIO: Os sintomas relacionados às ta- © Rifampicina 20 mg/kg/dia VO em 2 doses
quiarritmias supraventriculares incluem palpita- por 2 dias ou ciprofloxacino 500 mg VO 2x/dia
ção, fadiga. desconforto ou dor torácica, dispneia, por 2 dias para os maiores de 18 anos.
2016 327

@ Rifampicina 20 mg/kg/dose em 2 doses VO média de 5,6 g/dl, associada à reticulocitopenia


p or 4 dias ou ciprofloxacino 500 mg VO 2x/dia marcada.
p or 2 dias para os maiores de 18 anos. Alternativa 8: INCORRETA. Anemia de doença crô-
® Rifampicina 20 mg/kg/dia VO em 2 doses nica é uma síndrome clínica que se caracteriza
p or 2 dias ou com ceftriaxona 125 mg IM para pelo desenvolvimento de anemia em pacientes
os menores de 15 anos e 250 mg para os maio· que apresent am doenças infecciosas crônicas,
res de 15 anos. inflamatórias ou neoplásicas. No caso não está
descrito que a criança em quest ão tem alguma
.,_ COMENTÁRIO: A profilaxia para meningococo comorbidade associada.
está indicada para contactantes domiciliares, em Alt ernativa C: CORRETA. A anemia ferropriva é a ca·
creches e contactantes de secreções orais sem rência nutricional mais prevalente no mundo,
uso de equipamentos de proteção individual. acarretando prejuízos a curto e longo prazo no
Em cerca de 10% dos casos de doença menin- desenvolvimento neuropsicomotor e na apren-
gocÓ<ica, há história de contat o com doent e. Os dizagem, além de comprometimento na res·
casos secundários ocorrem geralmente dentro posta do sistema imunológico. Segundo a Or-
de cinco dias do diagnóstico do caso índice. As ganização Mundial da Saúde, define-se anemia,
drogas empregadas na profilaxia são Rifampi- para crianças menores de S anos e gestantes,
cina 20mg/kg/dia a cada 12h, por dois dias em como níveis de hemoglobina inferiores a 11 g/
maiores de um mês e 1Omg/kg/dia, a cada 12h, dl. Para as crianças de 5 a 11 anos, o diagnósti·
por dois dias em menores de um mês; Ceftriaxo· co de anemia é feito quando a hemoglobina é
na: 125 mg a 250 mg IM, dose única; e Ciproflo- menor que 11,5 g/dl; para adolescent es de 12 a
xacina: 500 mg VO, dose única. 14 anos e para mulheres não grávidas, ab aixo
I Resposta: ® de 12 g/dl; e, finalmente. para adultos do sexo
masculino acima de 15 anos, abaixo de 13 g/
dl. Para avaliação da anemia associada à defi·
Um la c tente de 12 meses apresenta um ciência de ferro, tem-se uma mkrocitose (ava-
29 perfil hematológico com Hb: 7,5 g/dl, Ht:
22%, VCM: 65 fl e uma contagem ajustada de
liada pelo Volume Corpuscular Médio - VCM)
e hipocromia (avaliada pela Hemoglobina Cor-
reticulócitos de 1%. A anemia dessa criança é puscular Média - HCM). A redução percentual
provavelmente devida a: de reticulocitos indica produção deficiente de
eritrócitos.
@ Eri trocitopenia transitória da infância. Alternativa O: INCORRETA. A sindrome talassêmica é
® Anemia de doença crônica. uma entidade que está englobada na triagem
© Anemia ferropriva. neonatal realizada no Brasil. O hemograma é
@ Síndrome talassêmica. importante porque, além dos índices hemati·
® Crise aplástica pelo parvovírus 819. métricos fornecidos pelo exame que expres-
sam informações valiosas para a triagem de he·
A"ernativa A: INCORRETA. A Eritroblastopenia Tran- moglobinas variantes, geralmente, o VCM e o
sit ória da Infância é uma forma de anemia arre· HCM estão reduzidos; a visualização ao micros·
generativa temporária. Euma condição adqui- cópico do esfregaço sangulneo também auxilia
rida, autolimitada e de instalação progressiva. bastant e, por exemplo, a bet a talassemia major
Caracteriza-se por supressão transitória da pro- revela anisoci tose pronunciada, poiquilocitose
dução eritroide, com eritroblast openia medular e numerosos eritrócitos pequenos e pratica-
e reticulocitopenia no sangue periférico, resul- mente incolores; a bet a-t alassemia minor mos·
tando numa anemia normocítica/normocrómi- tra hipocromia, microcitose, pontilhado basófi·
ca moderada a grave. A etiologia permanece lo, células em alvo. No caso de alfa talassemia,
p or esclarecer, tendo sido propostos mecanis· ob servam-se corpos de Heinz e agregados de
mos infecciosos e imunes. Em cerca de metade hemoglobina.
dos casos ident ifica-se uma infecção viral nos Alternativa E: INCORRETA. As crises aplásticas não
dois meses precedent es, sobretudo afetando o são muito frequentes e geralmente ocorrem
trato respiratório ou gastroint estinal. A hemo· após processos infecciosos, como causado pelo
globina pode at ingir níveis entre 2 e 9 g/dl, com parvovírus 819. Clinicament e se apresentam
328 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

por sintomas de anemia aguda sem aumento das manchas de Bitot.


esplênico podendo, em situações mais severas, ® Nos ossos, com formação de hiperostose
estarem presentes sinais de choque hipovolê- cortical.
mico. Há redução abrupta da hemoglobina, dos © Nos anexos, com alopecia e queda de unhas.
reticulódtos e precursores erítroides na medula @ Na pele, com dermatite seborreica e acne.
óssea, com ou sem plaquetopenia e leucopenia. ® No intestino, com diarreia e síndrome de
m~ absorção.

A síndrome de Lõetfler pode ser causada IJ> COMENTÁRIO: Os sintomas mais evidentes da
3O pelos agentes: deficiência de vitamina A estão associados à
necessidade dessa vitamina para a manuten-
® Enterobius vermicularis e Strongyloides sterco- ção das funções epiteliares. Os sinais mais ca-
ralis. racterísticos e especificos da deficiência de vi-
® Strongyloides stercoralis e Necator americanus. tamina A são as lesões oculares. Essas lesões se
© Trichocephalus tri<:hiurus e Necator americanus. desenvolve insidiosamente e raramente acon-
@ Enterobius vermicularis e Trichocephalus tri- tecem antes dos 2 anos.
chiurus. Alternativa A: CORRETA. Na falta de vitamina A, a
® Strongyloides stercoralis e Trichocephalus tri- córnea sofre queratinização, torna-se seca, opa-
chiurus. ca, susceptível a infecções e forma camadas de
células secas e escamosas (xeroftalmia). Assim
IJ> COMENTARIO: Alguns helmintos, por suas ca- como a córnea a conjuntiva também é quera·
racterísticas evolutivas de passagem através tinizadae forma placas que são chamadas as
dos pulmões em um dos estágios de seu ciclo manchas de bitot.
reprodutivo, podem causar comprometimento Alternativa B: INCORRETA. A hipervitaminose A pode
respiratório nos pacientes infectados. As larvas causar hiperostose de ossos longos, mas essa
rompem os capilares pulmonares dos alvéolos, não deve ser confundida com a hiperostose cor-
provocando hemorragia e infiltração pulmonar. tical, doença rara de causa ainda desconhecida.
O decurso pode ser agudo e autolimitado ou, Alternativa C: INCORRETA. A hipovitaminose A não
repetindo-se o ciclo enteropulmonar, tornar-se está relacionada a alopecia ou queda das unhas.
crônico. O quadro clínico típico é a síndrome de Alternativa D: INCORRETA. A hipovitaminose A est~
Lõtfler, caracterizada por tosse seca, dispneia, relacionada a hiperqueratose folicular.
sibilos, desconforto retroesternal e febre baixa. Alternativa E: INCORRETA. A hipovitaminose A pode
São parasitas que apresentam ciclo pulmonar: gerar diarreia pela alteração do epitélio intesti·
Ascarís lumbricoides, Strongyloides stercoralis; naI, mas não se trata da alteração mais específi-
e os causadores da ancilostomíase, Ancylosto- ca encontrada nessa patologia.
ma duodenale e Necator americanus. O Ente- I Resposta: ® .
robius vermicularis e Trichocephalus trichiurus
não apresentam ciclo pulmonar, assim as alter-
nativas A, C, D e E estão incorretas. O acetaminofeno (paracetamol) é uma
I Resposta: ® 32 das drogas com ação antiinflamatória e
antipirética mais utilizada em crianças. Isto se
deve, em parte, ao risco do uso de salicilatos as-
PEDIATRIA 11- RENATA DAVIN GOMES PARENTE sociado a alguns processos virais. A droga que
deve ser indicada nos casos de superdosagem
de acetaminofeno, preferencialmente nas pri·
A deficiência de vitamina A pode causar meiras 2 horas, e o risco de uso de salicilatos,
31 prejuízo nas funções do epitélio de dife-
rentes órgãos, incluindo o intestino e os rins.
são. respectivamente:

Entretanto, as alterações mais características e ® Piridoxína - Acidose metabólica.


especificas são observadas: ® Bicarbonato de sódio- Alcalose respiratória.
© N-acetílcisteína - Síndrome de Reye.
® Nos olhos, podendo levar ao aparecimento
2016 J2<)

@ Difenidramina - Alcalose hipoclorêmica. @ Não. pois a criança não atingiu o peso ne-
® Sulfonilureia - Acidose respiratória. cessário de cerca de 1O kg.
® Sim, pois a criança já atingiu o peso de 8 kg
... COMENTARIO: A intoxicação por acetaminofe- e idade acima de 1O meses.
no pode ser revertida com uso a N- acetilcisteí-
na que pode ser administrada de forma oral ou ... COMENTARIO: O Departamento de Segurança
endovenosa, evitando a hepatotoxicidade da da Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda
intoxicação por acetaminofeno. que bebés menores de 1 ano e 1O kg devem ir
A Sindrome de Reye se trata de uma hepato- num assento de segurança tipo bebê-conforto,
patia m itocondrial preceptada em p essoas voltado para trás; crianças entre 1O e 20 kg de-
geneticamente susceptfveis pela interação en- vem ir num assento de segurança voltado para
tre uma infecção vira! (gripe, varicela) e o uso a frente; crianças com mais de 20 kg, em torno
de salicilato. Clinicamente caracteriza-se por de cinco anos, podem usar o cinto de seguran-
doença virai anterior que parece estar em reso- ça regular da aeronave.
lução e o inicio agudo de vômitos e encefalo- Alternativa A: INCORRETA. Para usar a cadeirinha
patia. Os sintomas neurológicos podem evoluir voltada para frente a criança deve ter um peso
rapidamente para convulsões, coma e morte. A mfnimo que de 1Okg.
disfunção hepática está invariavelmente pre- Alternativa B: INCORRETA. B: Incorreta. Para usar o
sente com coagulopatia, mas os pacientes que assento voltado para frente a criança precisa
sobrevivem apresentam completa recuperação atingir o p eso de 1Okg e mínima de 1 ano e não
da função hepática. 18 meses.
Alternativa A: INCORRETA. A piridoxina é antídoto Alternativa C: INCORRETA. A criança ainda não atin-
para intoxicação por isoniazida. giu o peso adequado que seria 1Okg, apesar da
Alternativa B: INCORRETA. O bicarbonato de sódio é idade.
antídoto para intoxicação por salicilatos e anti- Alternativa D: CORRETA.
depressivos tricíclícos. Alternativa E: INCORRETA. Para usar a cadeirinha
Alternativa C: CORRETA. voltada para frente a criança deve ter um peso
Alternativa 0: INCORRETA. A d ifenidramina é usada mínimo que de 1Okg e idad~ 1ano.
como antídoto nas distonias agudas desen- I Resposta: @.
cadeadas por bloquead ores dopaminérgicos
(p.ex.: metoclopramida, butirofenonas e feno-
tiazínicos)
Alternativa E: INCORRETA. A sulfonilu reia não é usa-
da como antídoto na intoxicação por acetami-
34 Em relação ao "Teste do coraçãozínho"
considera-se normal o resultado de satu-
ração de oxigênio:
nofeno.
I Resposta: © . @ "maior ou igual a• 9S% e diferença obtida
entre os membros "menor ou igual a• 3%.
® "maior ou igual a• 90% e diferença obtida
Os pais de uma criança de 11 meses de entre os membros "menor ou igual a"1 0%.
33 vida, com peso de 8 kg, perguntam ao
médico se já podem colocar a cadeirinha de
© •maior ou igual a• 90% e d iferença obtida
entre os membros "menor ou igual a" 1O% e in-
carro do filho voltada para a frente, pois, em 1 tervalo Q-Tc < 0,45.
mês, farão uma viagem de aproximadamente @ "maior ou igual a"90% e intervalo Q·Tc <0,60.
100 km e poderão melhor observá-lo. A orien- ® "maio r ou igual a"95% e intervalo Q-Tc <0,45.
tação correta é:
... COMENTARIO: O teste do coraçãozinho e tra-
@ Sim, pois a criança já tem o peso de 8 kg e ta da aferição da oximetria de pulso, em todo
terá 1 ano na data da viagem. recém-nascido aparentemente saudável com
® Não. pois a criança não atingiu a idade mí- idade gestacional > 34 semanas, antes da alta
nima de 18 meses. da Unidade Neonatal entre 24 e 48 horas de
© Sim, pois a criança já terá 1 ano, o requisito vida. A oximetria d eve ser aferida em membro
necessário para inverter a posição da cadeirinha. superior direito e em um dos membros inferi o -
330 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

res. Para a adequada aferição, é necessário que morbidade e mortalidade em crianças com
o recém-nascido esteja com as extremidades menores de seis meses de idade. O objetivo da
aquecidas e o monitor evidencíe uma onda de introdução da vacina dTpa é induzir a produção
traçado homogêneo. de altos títulos de anticorpos contra a doença
O resultado é considerado normal se a satu· coqueluche na gestante, possibilitando a trans-
ração periférica for maior ou igual a 95% em ferência transplancentária destes anticorpos
ambas as medidas (membro superior direito para o feto, resultando na proteção do recém·
e membro inferior) e diferença menor que 3% · nascidos, nos primeiros meses de vida, até que
entre as medidas do membro superior direito e se complete o esquema vacina I contra a coque-
membro inferior. luche, preconizado no Calendário Nacional de
I Resposta: ® . Vacinação.
Alternativa A: INCORRETA. A gestante deve receber
a vacina.
As figuras abaixo apresentam os coe· Alternativa 8: CORRETA.
35 ficientes de incidência de coqueluche
e cobertura vacina! (DPT e DPT/Hib), Brasil de
Alternativa C: INCORRETA. A vacina apenas com o
componente pertussis não existe.
1990 a 2013; os casos de coqueluche confirma- Alternativa D: INCORRETA. Não existe recomenda-
dos segundo a faixa etária, estado de São Paulo ção de imunizar o recém nascido ainda na ma-
de 2007 a 2013; estes casos estratificados por ternidade.
idade em meses entre lactentes abaixo de 1 Alternativa E: INCORRETA. A vacinação da gestante
ano e o aumento no número nos últimos anos não é contraindicada.
(VER IMAGEM). Considera-se como estratégia I Resposta: ®
para proteger os lactentes jovens, que são os
que apresentam maiores taxas de morbimorta·
lidade ligadas à doença: Um menino, filho de pais que fizeram

® A vacinação dos contactantes domiciliares


36 a opção por não vaciná-lo, apresentou
quadro de difteria, com exsudato amigdalia·
de gestantes, com dTpa, uma vez que a gestan· no e complicações cardíacas e neurológicas. A
te não deve receber a vacina. imunidade da vacina contra difteria é conferi·
® A vacinação das gestantes, com dTpa, es- da por e a primeira dose deve ser administrada
pecialmente no terceiro trimestre da gestação, com a idade de, respectivamente:
mesmo naquelas que tenham sido imunizadas
na infância. ® Toxóide diftérico · 2 meses.
© Antecipar a vacinação dos lactentes para 1 ® Fragmentos protéicos da membrana do
mês de vida, apenas utilizando o componente Corynebacterim diphtheriae • 2 meses.
"pa" da vacina dTpa. © Polissacarídeos do Corynebacterím di·
@ Imunizar o recém-nascido, ainda na mater· phtheriae • 1 mês.
nidade, no dia da alta hospitalar, com a dTpa, ® Sequenciamento de proteína da parede do
com a dose reduzida à metade (0,25 ml). Corynebacterim diphtheriae • 1 mês.
® Evitar o contato da gestante e do recém· ® Polissacarfdeos do Corynebacterim di·
·nascido com pessoas com doenças respirató· phtheriae conjugados à proteína · 2 meses.
rias, uma vez que a vacinação da gestante ou
do lactente antes de 2 meses de vida são con· .,_COMENTARIO: Atualmente a vacina que se en·
traindicadas. contra no calendário vacina! para proteção con-
tra a difteria é a pentavalente que é composta
,.. COMENTARIO: Devido a alta prevalência da pelas vacinas DTP (protegendo contra difteria,
coqueluche no primeiro ano de vida e maior tétano e coqueluche) e vacina contra Haemo·
letalidade no primeiro mês de vida, a OMS re· philus influenzae tipo B e contra a Hepatite B.
comenda a vacinação de todas as gestantes Essa vacina deve ser administrada aos 2, 4 e 6
com o componente pertussis (acelular), a par- meses de idade. Após deve ainda ser realizado
tir da vigésima sétima semana até a trigésima reforço com DPT aos 15 meses e 4 anos. O com·
sexta semana de gestação, a fim de reduzir a
2016 331

ponente da vacina que provoca a imunidade ~COMENTiRIO: O quadro clinico da criança em


contra a difteria é o toxóide diftérico. questão é característico de uma in fecção do
I Resposta: @ trato urin~rio. Por apresentar febre essa infec-
ção sugere pielonefrite. O tratamento de es-
colha da pielonefrite sempre será via oral se o
A triagem cardiológica neonatal ("Teste paciente não estiver impossibilitado de ingerir
37 do coraçãozinho") tornou-se obrigatória
nos hospit ais do SUS desde o ano de 2014. Re-
a medicação (vômitos, desidratação, incapaci-
dade de ingerir líquidos). Assim Ficamos com
comenda-se sua realização as opções que constam nas letras A, B e C. As
letras A e 6 trazem opções que são de escolha
@ Através da oximetria de pulso em membro para tratamento de cistites não complicada, o
superior esquerdo e inferior direito e D2 longo, que não é o caso da paciente em questão. Nes-
entre 24 e 48 horas de vida. se caso, a droga de escolha seria a cefuroxima,
® Nas primeiras 24 horas de vida, através de pois tem um maior espectro de cobertura e é
D2 longo e oximetria de pulso em um membro disponível por via oral.
superior e um membro inferior. I Resposta: ©.
© Através da oximetria de pulso, nas primei-
ras 24 horas de vida, em membros superiores
direito e esquerdo. Um Recém-Nascido (RN) do sexo mascu-
@ Através de oximetria de pulso em membro
superior direito e membro inferior, entre 24 e
39 lino, de 26 horas de vida, apresenta icterí-
cia zona 111 de Kramer e a dosagem sérica das bi-
48 horas de vida. lirrubinas revelou Bilirrubina indireta 81 de 10,3
® Nas primeiras 24 horas de vida, através da mg% e total BT de 11,1 mg%. A tipagem san-
oximetria de pulso em membro superior es- guínea da mãe e do RN são A Rh negativo com
querdo e qualquer dos membros inferiores. Coombs indireto (pesquisa de anticorpos irre-
gulares) negativo e A Rh positivo com Coombs
~COMENTÁRIO: Como já comentado na questão direto (teste da antiglobina direta) negativo. O
54, o teste do coraçãozinho e trata da aferição hemograma revelava a presença de fragmenta-
da oximetria de pulso, em todo recém-nascido ção hemática e o número de reticulócitos esta-
aparentemente saud~vel com idade gestacio- va elevado. O exame indicado para a investiga-
nal > 34 semanas, antes da alta da Unidade Ne- ção da causa desta hiperbilirrubinemia é:
onatal entre 24 e 48 horas de vida. A oximetria
deve ser aferida em membro superior direito e @ Eletroforese de hemoglobina.
em um dos membros inferiores. ® Dosagem de piruvato-quinase.
I Resposta: @. © Dosagem de Desidrogenase Láctica (DHL).
@ Dosagem de G6PD (Giicose-6 Fosfato De-
sidrogenase).
Uma menina de 5 anos de idade, sem ® Curva de fragilidade osmótica.
38 qualquer hist ória prévia, desenvolve
quadro de disúria e febre até 38,2 •c, com alte- ~COMENTÁRIO: O paciente em questão, apresen-
rações no exame de urina tipo I sugestivas de t a uma icterícia Às custas de bilirrubina indire-
infecção do trato urin~rio. Está em bom estado ta. Apesar de existir incompartibilidade Rh o
geral. Uma escolha para iniciar o tratament o coombs é negativo, o que descarta a incompa-
antibiótico, neste caso, é: tibilidade como causa da icterfcia. Como temos
uma contagem de reticulócitos aumentada o
@ Amoxicilina, via oral. próximo passo é avaliar a morfologia hem~cias.
® Sulfametoxazol-trimetoprima, via oral. Nosso paciente apresenta fragmentação hemá-
© Cefuroxima axetil, via oral. tica, que não caracteriza nenhuma hemoglobi-
@ Amicacina, via parenteral. nopatia, assim devemos buscar as deficiências
® Ceftriaxona, via parenteral. enzimáticas que estão relacionadas a hemólise.
332 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

Alternativa A: INCORRETA. Só estaria alterada a ele- de Hirschs-


troforese de hemoglobina nas hemoglobino- ® prung 2 Cirurgia

patias que foi descartada pela hematoscopia.


Alternativa B: INCORRETA. Embora a d eficiência de ~\'COMENTÁRIO: A questão traz u m recém nas-
piruvato-quinase (PK) seja uma d eficiência en- cido com história de obstipação desde o nas-
zimática que cursa com anemia hemolítica1 seu cimento e um enema contrastado que t raz
diagnóstico se dá pela avaliação da atividade características compatíveis com a doença de
da piruvato- quinase. E temos que lembrar em h irschsprung, ou megacolon congênito agan-
ordem de frequência, a deficiência de G6PD é glionico. Esse diagnóstico também é compatí-
uma etiologia mais comum devendo ser pes- vel com a h istória clínica de obstipação desde o
quisada antes da deficiência de PK. nascimento. Nessa doença uma d as p rincipais
Alternativa C: INCORRETA. A dosagem de Desidro- manifest ações clínicas é o retardo na elimina-
genase láctica (DHL) estará aumentada devido ção de mecônio, pod endo cursar com disten-
a hemólise, não contribuindo p ara elucidação são abdominal e/ou vômitos b iliosos.
diagnóstica. Avaliando a imagem, vemos que a seta 2 apon-
Alternativa 0: CORRETA. A deficiência de G6PO (Gii- ta para um segment o em que vemos uma zona
cose-6 Fosfato Desidrogenase), é a deficiência d e transição estreita entre o colon proximal
enzimática que mais comumente causa anemia dilatado (normal) e o segmento agangliônico
hemolltica. distai obstruído e de menor calibre. Esse é o
Alternativa E: INCORRETA. A curva de fragilidade achado clássico da doença.
osmótica é ú til no diagnóstico d a esferocit ose. I Resposta: ®
hemoglobinoátia que cursaria com p resença
de esferócitos no sangue periférico.
I Resposta: @ . GINECOLOGIA EOBSTETRICIA 1- EDSON SANTOS
FERREIRA FILHO

Um menino d e 23 dias de vid a apresen-


40 ta obstipação desde o nasciment o. O
Raio-X apresentad o é resultado da investiga- 41 Paciente de 14 anos de idade vem à con-
sulta com queixa de ainda não ter mens-
ção diagnóstica (as setas 1 e 2 indícam zonas t ruado. Não refere nenhu m antecedente pes-
do intestino) (VER IMAGEM). A d oença; zona de soal ou familiar significat ivo. Ao exame físico,
int estino com alteração; t ratamento recomen- apresenta estágio puberal M4 e P4 de Tanner.
dado são, respectivamente: O médico deve:

..
® Esclarecer que ela deve menstruar logo, não

-
sendo necessário nenhum exame subsidiário.
11 ® Solicitar FSH e LH para investigar amenorreia
h ipogonadotrófica.
© Solicitar cariótipo para suspeita de síndrome
Obstipação Estfmulo d e Turner.
intestinal anal com
® funcional supositório
@ Pedir para retornar em 6 meses, caso não te-
do lactente de glicerina n ha menstruad o, iníciar investigação.
® Solicitar pesquisa de cromossomo Y por sus-
Agan-
peita de disgenesia gonad al.
® glionose Dieta
Co ngênita
I> COMENTÁRIO: A amenorreia primária é defi-
Megacolon Colestira-
© ful'\cional mina
nida como a ausência de menstruação aos 14
anos de idade na ausência de caracteres sexuais
Atresla de
@ sigmoide
2 Cirurgia secundários ou aos 16 anos de idade, indepen-
d ente d a p resença ou ausência de caracteres
sexuais secundários. Neste caso, a paciente tem
14 anos, já t em caracteres sexuais secundários
2016 333

(desenvolvimento puberal M4P4); o mais provável é se tratar de algo fisiológico e o mais importan-
te, nestes casos, é a orientação da paciente, para alívio de sua ansiedade.
I Resposta: @
O comportamento das gonadotrofinas e dos esteroides sexuais varia de acordo com as fases
42 do ciclo menstrual normal. Desse modo, espera-se que:

@ A progesterona aumente progressivamente a partir do 3° dia do ciclo, atingindo o pico ao redor


do 12°dia.
® No início da fase lútea, o decréscimo de FSH estimula a liberação de progesterona.
© No início do ciclo, o FSH aumenta progressivamente devido à diminuição do estrogênio folicular.
@ O pico de LH que ocorre no meio do ciclo estimula a produção de FSH folicular.
® Na fase folicular ocorra progressivo aumento de progesterona e de estrogênio, induzindo o pico
deFSH.

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.,. COMENTÁRIO: A figura acima resume a osci- gestfnica. No inicio da fase lútea, a progestero-
lação dos esteroides sexuais ao longo do ciclo na é liberada pelo corpo lúteo.
menstrual: Alternativa C: CORRETA. No in fcio do ciclo, o FSH au-
Alternativa A: INCORRETA. A progesterona é produ- menta progressivamente devido à diminuição
zida pelo corpo lúteo, aumentando progressi- do estrogênio folicular; o aumento do FSH visa
vamente a partir da ovulação (em torno do 14° a aumentar a produção estrogêníca pelos folí-
dia) e com pico em torno do 21• dia. culos antrais até a seleção do dominante.
Alternativa 8: INCORRETA. O FSH estimula a libera-
ção estrogênica, enquanto o LH estimula a pro-
334 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

Alternativa D: INCORRETA. O pico de LH que ocorre no meio do ciclo estimula a ovulação.


Alternativa E: INCORRETA. Na fase folicular, ocorre aumento progressivo de estrogênio, até que o pico
de estradiol induz o pico de LHe, com ele, a ovulação.

Paciente de 30 anos queixa-se de aumento do fluxo menstrual, com sangramento intenso


43 que dura 7 dias, com eliminação de coágulos e cólícas importantes. Essa queixa tem cerca de
um ano de duração. Refere ter engravidado uma ve~ tendo parto normal, sem intercorrência, há 3
anos. Usa preservativo como método contraceptivo. Ao exame físico1 observa-se colo normal, com
moderada quantidade de sangue coletado na vagina. O toque bimanual mostra útero aumentado
a 1Oem da sinfise púbica, superfície irregular, móvel, discretamente doloroso à palpação. Pensando
nas causas de sangramento uterino anormal, a primeira hipótese diagnostica deve ser de:

® Mio ma uterino subseroso.


® Mio ma uterino intramural.
© Pólipo endocervical.
@ Endometriose pélvica.
® Sarcoma uterino.
._ COMENTARIO: Na investigação dos casos de sangramento uterino anormal, pode-se lançar mão do
mnemônico PALM-COEIN divulgado pela lnternational Federation of Gynecology and Obstetrics
em 2011:

Polvo Coaaulooathv
Adenomyosi.s Ovulatol'y dvsfuncdon
Submucos.al
L~omvoma Endometrl.al
Other
Malignancy & hyperplasia latrogenic
Not vet clas.sified

'-te: Munro MG. Crit<Ney HO. 8rod.:1 MS, k~s10r IS: FIGO Working Grovp on fMnsttu~ Oisorders. FIGO dtls.sific;~tion mt~m (PAI.M·COEIN) r G-..ses
of abnonnal utertoe bleedlngln nongra'oidwomen of teprodoctlve age.lnt JGynae<.ol Obstet 201 1;11311):3--13.

Numa paciente íovem, com sangramento intenso, com exame físico sugerindo aumento do volu·
me uterino, a etiologia mais provável é a miomatose uterina. Os miomas podem ser subserosos,
intramurais e submucosos; os subserosos não costumam causar sangramento aumentado, exceto
se possufrem componente intramural importante. Já os submucosos não causariam irregularidade
nos contornos do útero. Portanto, o mais provável é se tratar de um mioma intramural. Não deve
ser um pólipo endocervical, pois além de este não causar aumento importante do volume uterino,
seria visualizado no exame especular. Endometriose pélvica tem, em geral, quadro de dor predo·
minando sobre sangramento. Por fim, sarcoma tem epidemiologia distinta, sendo maiscomum em
mulheres mais idosas.
I Resposta: ®

Paciente de 22 anos queixa-se de ardor e prurido vaginal e dor ao coito, acompanhados


44 de corrimento esverdeado, em grande quantidade, fluido, com mau odor. É nuligesta, usu-
2016 335

ária de contraceptivo oral combinado. Refere a idade. Outros fatores de risco incluem ciclos
disúria important e desde o início do quadro. menstruais ovulatôrios, menarca precoce,
Pensando no provável diagnóstico, o conteúdo menopausa tardia e uso de terapia hormonal
vaginal deve apresent ar: estroprogestativa. O nascimento do primeiro
filho antes dos 28 anos de idade está associado
@ pH vaginal ao redor de 6, test e das aminas à redução do risco de câncer de mama, assim
positivo e organismos flagelados em movimen- como aquelas com grande número de filhos
to. nascidos vivos. A história familiar de câncer de
® Hifas e esporos em meio a infiltrado leucoci- mama também indica maior risco de câncer
tário, com pH acima de 6. de mama, em especial se familiares de primei-
© Células-alvo em meio a células vaginais de ro grau forem afetadas, se as familiares forem
descamação, t este das aminas negativo e pH jovens (sobretudo, abaixo de 50 anos) na oca-
inferior a 4. sião do diagnóstico ou se tiverem tido câncer
@ Cocos Gram-positivos aos pares, infiltrado de mama bilat eral. A síndrome do câncer de
leucocitário discreto, teste do KOH negativo. mama/ovário hereditária é responsável por
® pH ácido, infilt rado leucocitário int enso e 5-7% dos cânceres de mama e a maioria deles
bactérias Gram-posit ivas. está associado a mutações dos genes BRCA 1
e BRCA2. Antecedente de hiperplasia atípica,
.,. COMENTÁRIO: O diagnóstico mais provável é consumo de álcool e aumento do IMC na pós-
o de t ricomoníase, devido a presença de cor- -menopausa t ambém são elencados como fa-
rimento esverdeado com prurido e odor, em t ores de risco.
quantidade abundant e, além da disúria. Nestes I Resposta: ®
casos, o pH vaginal costuma estar acima de 4,5,
o teste das aminas (whiff test) pode estar pre-
sent e e o exame a fresco da secreção vaginal Mulher de 32 anos de idade chega ao
pode evidenciar o Trichomonas vaginalis, um
protozoário flagelado.
46 pronto-socorro com intensa dor em
baixo ventre. Refere que a dor teve início há 3
I Resposta: @ dias, com piora progressiva, acompanhada de
febre de 38'C que melhora com antit érmicos.
Acompanhando o quadro, refere dor à relação
São considerados fatores de risco de de- sexual, mas não teve võmitos ou parada de eli-
45 senvolvimento de câncer de mama: minação de gases. Refere ter menstruado há 6
dias, não usa método cont raceptivo há 3 meses
@ Dois parentes de primeiro grau com câncer e tem atividade sexual regular. O exame físico
de mama na pós-menopausa, menarca tardia, mostra temperatura axilar de 37,8'C, dor à pal-
menopausa precoce. pação difusa do abdome, principalmente em
® Mãe com câncer de mama em qualquer ida- fossa iliaca direit a. A compressão do cólon des-
de, menarca tardia, mutação no gene VEGFI . cendente não acentua a dor. Há conteúdo va-
© Irmão com câncer de mama, terapia hor- ginal aumentado exteriorizando-se pelo colo,
monal na pós-menopausa, cirurgia anterior de com odor desagradável. A palpação anexial é
mama. dificultada pela dor intensa, porém não se nota
@ Tia paterna com câncer de mama tipo lobu- aumento do volume de útero ou de anexos. A
lar in sit u aos 60 anos de idade, avó materna mobilização do colo do út ero é bastante dolo-
com câncer de tireoide, menopausa precoce. rosa. A suspeita di agnóstica deve ser de:
® Irmã com câncer de ovário, biópsia prévia
da mama com atipia celular, história pessoal de @ Apendicite aguda.
irradiação torácica. ® Gravidez ectópíca rota infectada.
© Endometriose pélvica.
.,. COMENTiRIO: O maior fator de risco para cân- @ Anexite aguda .
cer de mama é o gênero feminino. Além disso, ® Torção de anexo direito.
a incidência do câncer de mama aumenta com
336 Preparatóriopara Residência M~dica SUS/SP

._ COMENTiRIO: Quadro clínico clássico de doen- bilidade de t ratamento oral (por exemplo, por
ça inflamatória pélvica aguda com acometi- vômitos).
mento anexial. Alternativa E: INCORRETA. A torção anexial é carac-
Alternativa A: INCORRETA. Por não haver vômitos, terizada por dor intermitente, súbita, intensa,
diarreia ou parada de eliminação de gases, bem sem comemorativos como febre ou conteúdo
como porque a compressão do cólon descen- vaginal aumentado com odor desagradável.
dente não acentua a dor, torna-se menos pro-
vável o diagnóstico de apendicite aguda. Além
disso, os achados ginecológicos (dor à relação O dispositivo intrauterino de cobre pode
sexual, conteúdo vaginal aumentado com odor
desagradável. mobilização do colo do útero
47 ser indicado como primeira opção con·
traceptiva para mulheres:
bastante dolorosa) tornam o diagnóstico de
doença inflamatória pélvica aguda mais prová- @ Com leiomiomas submucosos de até 4 em.
vel. Quando houver dúvida diagnóstica entre ® Multiparas para diminuição de sangramento
apendicite aguda e doença inflamatória pélvica uterino.
aguda, sobretudo, em casos com quadro clínico © Jovens nuligestas como anliconcepção.
menos exuberante, a ultrassonografia transva- @ Com sangramento uterino estrutural.
ginal e a tomografia computadorizada de ab- ® Com discrasias sanguíneas.
dome podem ser bastante úteis na elucidação
diagnóstica. Alternativa A: INCORRETA. Anormalidades uterinas
Alternativa 8: INCORRETA. Não há atraso menstrual que resultem em distorção da cavidade endo-
para se pensar em gravidez ectópica; além dis- metrial representam contraindicação ao uso
so, a probabilidade de uma gestação tubária dos dispositivos intrauterinos.
ser sítio de infecção é mínima - eventualmente, Alternativa 8: INCORRETA. Para diminuição de san-
pode ocorrer infecção após manipulação cirúr- gramento uterino, pode-se oferecer o sistema
gica, antecedente ausente no caso em questão. intrauterino liberador de levonorgestrel após
Quando houver dúvida diagnóstica entre pre- elucidação diagnóstica da etiologia do sangra·
nhez ectópica e doença inflamatória pélvica mento.
aguda, em casos com quadro clínico menos Alternativa C: CORRETA. O dispositivo intrauterino
exuberante, a dosagem quantitativa de ~-hCG de cobre é um excelente método anticoncep-
e a ultrassonografia transvaginal podem ser cional, com índice de Pearl em torno de 0,6-0,8
bastante úteis na elucidação diagnóstica. por 100 mulheres por ano. Pode ser usado em
Alternativa C: INCORRETA. A história típica de endo· pacientes jovens e a nuliparidade não é con·
metriose pélvica é de uma dor crônica, sem co- traindicação à sua inserção.
memorativos como febre ou conteúdo vaginal Alternativa 0: INCORRETA. O dispositivo intrauteri·
aumentado com odor desagradável. no de cobre pode cursar com aumento de san-
Alternativa 0: CORRETA. Quadro clínico clássico de gramento menstrual, piorando o quadro clínico
doença inflamatória pélvica aguda; a dor em pré-existente.
fossa iliaca direita pode sugerir acometimento Alternativa E: INCORRETA. O dispositivo intrauterino
anexial. Nos casos com infecção, a tuba uteri- de cobre pode cursar com aumento de sangra-
na inflamada e supurada pode aderir ao ovário. mento menstrual, o que pode ser agravado em
Se houver inflamação, perdem-se os planos pacientes com distúrbios da coagulação.
teciduais e a distinção entre os dois órgãos e
passa a se utilizar a denominação 'abscesso
tubo -ovaria n o~ Recomenda-se hospitalização Mulher de 45 anos de idade, queixa·se
para tratamento parenteral nas seguintes situa·
çôes: adolescentes, drogadição, doença grave,
48 de dor importante na pelve que melhora
quando esvazia a bexiga. Refere também dor
suspeita de abscesso, diagnóstico duvidoso, ao urinar, e algumas vezes tem urgência mic-
peritonite generalizada, temperatura axilar > cional. Esse quadro apareceu há 3 anos e está
38,3°C, ineficácia do tratamento ambulatorial. piorando progressivamente. A frequência uri-
instrumentação intrauterina recente, conta- nária diurna é de 16 vezes, a noturna de 5 ve-
gem de leucócitos > 15.000/mm' e impossi·
2016 337

zes. Exame físico geral e ginecológico normais, me, observa-se índice de Ferriman de 14. Nas
exceto por desconforto à palpação da bexiga. regiões de dobras existe coloração marrom da
Urina 1: leucócitos 8.000/ml, eritrócitos 7.500/ pele. O IMC é de 30 kg/m'. O diagnóstico é de:
ml. Urocultura negativa. Capacidade vesical no
primeiro desejo miccional de 50 m l; capacidade @ Insuficiência ovariana de causa lúpica.
vesical máxima de 180 ml. Infusão interrompi- ® Disgenesia gonadal pura.
da por dor. Teste do potássio positivo. Diagnós- © Sindrome de feminização testicular.
tico mais provável: @ Síndrome dos ovários policisticos com resis-
tência insulínica.
@ Sindrome da bexiga hiperativa. ® Síndrome da resistência androgênica peri·
® Sfndrome da bexiga dolorosa. férica.
© Incontinência urinária por hipermobilidade
do colo vesical. .,. COMENTÁRIO; Em 1935, lrving Freiler Stein e
@ Infecção urinária recorrente. Michaelleventhal publicaram uma série de ca·
® Cálculo do trato urinário. sos de sete m ulheres com amenorreia, hirsutis-
mo e ovários policísticos bilaterais, uma condi-
.,_ COMENTÁRIO: Anteriormente chamada de cis- ção que mais tarde veio a ser conhecida como
tite crônica intersticial. a sindrome da bexiga síndrome do ovário policístico. Atualmente re-
dolorosa é caracterizada por dor, pressão ou conhecida como a endocrinopatia mais comum
desconforto pélvico crônico (mais de 6 meses em mulheres no menacme, é caracterizada por
de duração) que a paciente relaciona com o en- irregularidade menstrual (ciclos anovulatórios),
chimento vesical associado a pelo menos um hiperandrogenismo e ovários policísticos. Este
sintoma urinário como urgência e frequéncia é um caso clássico de síndrome dos ovários po-
persistentes. Já que não houve comprovação licísticos, em cuja fisiopatologia a resistência in-
de que se trataria de doença inflamatória, o sulínica tem papel central. Nesta paciente, por
termo cistite é errôneo. Sua prevalência varia exemplo, a obesidade e a acantose nigricans
de 0,3% a 0,6% na população geral e está forte- são indícios de resistência insulfnica. O hiperan-
mente as.sociada a outras síndromes dolorosas drogenismo pode ser clínico e/ou laboratorial;
como intestino irritável e fibromialgia. O diag- o índice de Ferriman-Gallwey superior a 8 é um
nóstico é eminentemente clínico e de exclusão. marcador de hirsutísmo, sendo um indício de
Os sinais no exame físico são escassos, a biópsia hiperandrogenismo clínico. No entanto, por ser
vesical tem achados inespecíficos e o papel da um diagnóstico de exclusão, é importante afas-
urodinâmica no diagnóstico é incerto. Afastar tar outras causas de espaniomenorreia/ ame·
urolitíase e infecção do trato urínário é funda- narreia e hirsutismo.
mental para o diagnóstico. Neste caso, o exame I Resposta: @
qualitativo de urina e a urocultura afastam es-
tes diagnósticos diferenciais. O teste do potás-
sio consiste em testar a sensibilidade da bexiga Mulher de 32 anos de idade, 2 parceiros
a uma solução de cloreto de potássio que nada
provocaria em uma bexiga normal. Testes po-
5O sexuais anteriores, faz exame ginecoló·
gico de rotina anual, sem nunca ter detectado
sitivos são revelados por aumento da sensibili- qualquer alteração. Recebe a colpocitologia
dade vesical a essa substância, entretanto, seu oncológica desse ano com resultado ASC-US.
valor é discutível. Portanto, a alternativa mais No exame físico, não há alteração do colo do
adequada é a 8. útero, nem de vagina. O teste de Schiller foi ne-
I Resposta: ® gativo. A recomendação é:

@ Realizar histeroscopia diagnóstica.


Mulher de 25 anos de idade refere ter
49 menstruação irregular, com intervalos
superiores a 6 meses desde a menarca. Refere
® Realizar colposcopia com biópsia dirigida.
© Prescrever imidazólico e colher nova citolo-
gia em seguida.
ter dificuldade para emagrecer e vem notando @ Coletar amostra de células de canal endocer-
pele oleosa e manchas escuras na pele. Ao exa- vical.
338 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

® Repetir a citologia cervicovaginal em 6 meses. ® Orientações sobre alimentação e cuidados


para evitar contágio e repetir sorologia bimen-
.. COMENTÁRIO: ASC-US é a sigla para "Atypical sal. pois gestante suscetível à toxoplasmose.
squamous cells of undetermined significance•
ou, em português, "células escamosas atípicas ~ COMENTÁRIO: Questão sobre toxoplasmose
de significado indeterm inado~ São achados na gestação. Em questões como essas, deve-
citológicos caracteriu.dos pela presença de -se sempre lembrar que é necessMo precisar o
alterações celulares insuficientes para o diag· momento em que ocorreu a infecção, de modo
nóstico de lesão intraepitelíal, mas alterações a avaliar o risco individual de transmissão ver-
mais significativas do que as encontradas em tical. Temos dessa maneira, algumas situações
processos inOamatórios. Diante de um resulta- possiveis para diagnóstico a partir dos anticor-
do de exame citopatológico de ASC-US, a con- pos lgM e lgG. som:
duta na mulher com 30 anos ou mais será a re-
petição des.se exame num intervalo de 6 meses. gestante susceptível: lgM e lgG negativos.
A segunda coleta deve ser precedida, quando Conduta: Repetir bimensalmente a soro-
necessário. do tratamento de processos infec- logia para avaliar soroconversão; medidas
ciosos e de melhora do trofismo genital, com preventivas, como evitar vegetais crus/
uso prévio de estrogênio (para mulheres após a carne mal passada, evitar caixas de areia e
menopausa). Para as mulheres com idade infe- contato com gatos.
rior a 30 anos a repetição do exame citopatoló- gestante imune: lgG positivo, lgM negativo
gico deverá ser realizado em 12 meses. Se dois soroconversão: gestante previamete sus-
exames citopatológicos subsequentes com o ceptível, que apresenta lgM e lgG positivos.
intervalo adequado forem negativos. a mulher Conduta: Realizar profilaxia de transmissão
deverá retornar à rotina de rastreamento cito- vertical com espiramicina. Caso confirmada
lógico trienal; porém, se o resultado de alguma a infecção fetal com amniocentese entre
citologia de repetição for igual ou sugestivo de 17 e 32 semanas ou acima de 32 semanas
lesão intraepitelial ou câncer, a mulher deverá de gestação, mesmo sem confirmação da
ser encaminhada para colposcopia. infecção, iniciar tratamento materno- fetal
I Resposta: ® com com sulfadiazina+ pirimetamina+ áci-
do folínico
casos suspeitos: lgM e lgG na primeira soro·
GINECOLOGIA EOBSTETRICIA 11- JULIANA GIROnt logia. Conduta: Solicitar teste de avidez de
SPERANDIO lgG. Caso alta avidez. a infecção ocorreu há
mais de 12-16 semanas.

Gestante de 24 anos, 2G 1Pn, 11 4/7 se- Alternativa A: INCORRETA. Em casos suseitos, de-
51 manas, vem para consulta de pré-natal
com sorologia de toxoplasmose: lgM+ e lgG+. A
ve-se solicitar teste de avidez de lgG, e o trata·
mento iniciado apenas se infecção confirmada.
conduta adequada a ser tomada no momento: Alternativa 8: INCORRETA. Alta avidez significa in·
fecção pregressa, baixa avidez. provavelmente
® Iniciar tratamento com sulfadiazina, devido infecção aguda.
aeinfecção aguda por toxoplasmose. Alternativa C: CORRETA. Justamente, pelo já explí-
® Teste de avidez de lgG para toxoplasmose, cado anteriormente.
se baixa avidez. indica uma infecção pré-gravi- Alternativa D: INCORRETA. Gestante é considerada
dica; se alta avidez, considerar infeção aguda e um caso suspeito.
iniciar tratamento para toxoplasmose. Alternativa E: INCORRETA. Gestante é considerada
© Teste de avidez de lgG para toxoplasmose. um caso suspeito, e não susceptível.
se alta avidez. indica uma infecção pré-gravidi-
ca; se baixa avidez. considerar infecção aguda e
iniciar tratamento para toxoplasmose. Puérpera em 7o dia pós-parto cesáreo,
@ Sem necessidade de novos exames, gestan-
te imune a toxoplasmose.
52 procura pronto-socorro, com queixa de
2016 339

dor abdominal e aumento do sangramento mento por via oral. com retorno precoce para
vaginal. Amamenta sem dificuldades. Nega ou- reavaliação
tras queixas. Ao exame físico: Bom estado geral, Altomativa D: INCORRETA. Deve ser internada e so-
corada, hidratada, T oral: 37,8 •c.
FC 108 bpm, licitados exames complementares para acom-
FR 16 ipm. Aparelho cardiorrespiratório sem al- panhamento da puérpera, como hemograma,
terações. Mamas túrgidas. com calor local, sem PCR e VHS, ultrassonografia para avaliação de
hiperemia local, dolorosas, expressão positiva. espessura endometrial e necessidade de cure-
Abdome globoso, ruídos hidroaéreos presen- tagem.
tes, útero amolecido, palpável a 3cm acima da Altomativa E: INCORRETA. Deve-se realizar interna-
cicatriz umbilical, doloroso à palpação. Ferida ção imediata conforme já explicado.
operatória em bom aspecto, sem sinais flogfsti-
cos. Especular: lóquia em quantidade aumenta·
da, com odor fétido. Toque Vaginal: colo pérvio Primigesta de 33 anos, 35 2/7 semanas,
para 2 em, útero aumentado, doloroso. Em rela-
ção à principal hipótese diagnóstica:
53 procura pronto atendimento por quadro
de sangramento genital importante e inten-
sa dor abdominal. Refere, ainda, diminuição
@ O principal fator de risco é a ocorrência de da movimentação fetal. Ao exame físico: bom
fissuras mamárias. estado geral, descorada 2+/4+, PA: 150 x 90
® O principal fator de risco é a ocorrência de mmHg, FC: 100 bpm. Abdome gravídico, BCF:
parto cesáreo. 108 bpm, tônus uterino aumentado. dinâmica
© Trata-se de uma infecção de sftio cirúrgico, uterina presente com quatro contrações fortes
devendo ser administrado ant ibioticoterapia em 1O minutos. OGE: sangramento escuro com
via oral por sete dias. coágulos em moderada quantidade, exteriori-
@ A paciente pode ser tratada ambulatoria- zado pelo canal vaginal. Esta patologia obsté-
mente e não necessita de exames complemen- trica:
tares.
® Pode-se orientar observação do quadro e @ Deve ter diagnóstico confirmado com um
retorno em dois dias para reavaliação dos sin- exame ultrassonográfico. O toque vaginal é
tomas. contra indicado.
@ Tem diagnóstico clínico. Deve-se realizar ce-
~ COMENTARIO: Trata-se de um caso de morbi· sárea imediatamente.
dade febril puerperal. As principais causas de © Tem grande associação com picos hiperten-
infecções que podem estar envolvidas são: in· sivos. Deve-se interromper a gestação imedia·
fecção puerperal (incluindo mastite puerperal, ta mente pela via de parto mais rápida.
infecção de ferida operatória e endomiome· @ Faz necessário estabilização hemodinâmica
trite) e infecção urinária. No caso em questão, da paciente e estabelecer manobras de reani-
a paciente apresenta abdominal, com sangra- mação fetal intraútero. Somente considerar
mento aumentado, associado à febre, utero hi- parto se não houver resposta às manobras.
poinvoluído e doloroso à palpação, colo prévio ® Deve-se manter paciente em observação
com loquiação fétida, caracterizando uma en- com monitorização fetal com cardiotocografia
domiometrite. Vejamos as alternativas: contínua.
Altornatlva A: INCORRETA. Trata-se de endomiome-
trite, e não mastite, cujo fator de risco seria fis- ~ COMENT.(RIO: Trata-se de uma paciente no
sura mamária. terceiro trimestre de gestação com queixa de
Altornativa B: CORRETA. A cesareana é considerada sangramento vaginal. Nesses casos, deve-se
um dos principais fatores de risco para desen- pensar em duas principais hipóteses diagnós-
volvimento da infecção. ticas, de acordo com o quadro clínico resumido
Altornativa C: INCORRETA. A paciente deve ser inter- de maneira simplificada abaixo:
nada para antibioticoterapia endovenosa; após
48 horas febril em vigência de antibióticos, 1. Placenta prévia (PP): sangramento verme-
pode receber alta para continuidade ao trata- lho vivo, em geral sem dor abdominal as-
340 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

sociada. t ônus u terino no rmal, com fator de risco para imp lantação p lacentária em localização
anômala (principal é cicatriz uterina prévia);
2. Descolamento p rematuro de p lacenta (DPP): sang ramento vermelho escurecido, dor abd o -
minal, tônus uterino aumentado, com fator d e risco associado (po r exemp lo, uso de d rogas
recente, doença h ipertensiva, tro mbofilia etc.).

A paciente em questão ap resenta sangramento genital escurecido importante, associado a bônus


uterino aumentado, e possível sofrimento fetal (redução da movimentação fetal), representando
p rovavelmente quadro de descolamento p rematuro de p lacenta. Vejamos as alternativas:
Alternativa A: INCORRETA. O d iagnóstico de d escolament o p rematuro de p lacenta é clínico, e o toque
vaginal d eve ser realizado com intenção de indicar a via d e parto.
Alternativa 8: INCORRETA. O d iagnóstico é clínico e deve-se realizar o parto pela via mais ráp ida, não
necessariamente por via alta.
AlternativaC: CORRETA. O DPP pode ser desencad eado após picos hipertensivos, e a gestação deve ser
interro mpida imediatamente pela via mais rápida.
Alternativa O: INCORRETA. Deve-se estab ilizar a mãe e realizar o parto imediat o.
Alternativa E: INCORRETA. Conforme explicado, o parto deve ser imediato.

Paciente de 32 anos, n uligesta, vem p ara consulta ginecológica p ré-concepcional para o rien-
54 -tações. Nega alergias, é h ipertensa há um ano, em uso d e captopril 25 mg a cada 12 horas,
com bo m cont role. Sem outras comorbidades. nega vícios. Exame f ísico sem alterações. PA: 130 x
70 mmHg. Deve-se orientar a esta paciente uso d e ácid o fólico e:

@ Suspensão d e medicação anti-hipertensiva sem necessidad e d e introd ução d e nova d roga.


® Modificação de medicação anti-hipertensiva para losartana.
© Modificação de medicação anti-hipertensiva para enalapril.
@ Manter medicação anti-hipertensiva devido ao bom controle p ressórico.
® Modificação d e medicação anti-hipertensiva para alfa-metildopa.

~ COMENTÁRIO: Questão sobre hipertensão em paciente com desejo gestacional. A paciente em


1!11
questão é hipertensa e apresenta PA 13x7 em vigência de medicação. Os JECA (captopril, enalapril),
são contra indicados na gestação pelo risco de malformação fetal. ~ preconizad a a sub stit uição da
medicação por alfa agonistas de ação central (alfa metildopa) até a d ose máxima de 2 g/dia. Se
necessária nova droga para controle p ressórico, deve·se adicionar b loqueados de canal de cálcio
(anlodipino) ou venodilat adores (hidralazina). Em alguns serviços, utiliza-se como droga d e escolha
o beta bloqueador p indolol, porém o mesmo recentement e não está sendo mais produzido pela
ind ústria farmacêutica no Brasil e está sendo retirado do mercado. Vejamos as alternativas:
Alternativa A: INCORRETA. Deve-se substituir por alfa metildopa.
Alternativa 8: INCORRETA. Pelos motivos já explicados.
e
Alternativa C: INCORRETA. contraindicado o uso de I ECA na gest ação.
Alternativa O: INCORRETA, pelo já explanad o.
Alternativa E: CORRETA; confo rme explicado.

Paciente de 23 anos, p rimigesta, 3B semanas, procura o pronto-socorro com queixa de di-


55 minuição d e movimentação fetal. Nega contrações, sangramentos ou perda de líquido. Sem
comorb idades, realiza seguimento p ré-natal adequado. Exame fisico: Bom estado geral, PA: 11 O
x 70 mmHg, FC: 78 b pm. Abdome gravídico, AU: 35 em, BCF: 142 bpm, dinâmica uterina ausente,
tônus normal. Toque vaginal: colo g rosso, posterior, dilatação de 2 em, amolecid o, cefálico, bolsa
íntegra. Amn ioscopia com liquido claro com grumos. Realizado o exame abaixo: (VER IMAGEM).
Conduta a ser realizada neste momento:
2016 341

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@ Indução de trabalho de parto com ocitodna.


® Amniotomia pa ra verificar a presença de mecônio.
© Indução de trabalho de parto com misoprostol.
@ Realizar estimulação fetal e nova cardiotocografia após.
® Realízação de cesárea de urgência.
.,_ COMENTÁRIO: Temos uma paciente termo, fora de trabalho de parto, queixando-se de redução
da movimentação fetal. Nestes casos, deve·se avaliar a vitalidade fetal e afastar possíveis causas
benignas de redução da movimentação fetal ( hipoglicemia materna, sono fetal).
A cardiotocografia é o principal exame de vitalidade fetal e deve ser laudada da seguinte maneira:
linha de base entre 11 Oe 160 bpm: 1 pontos
variabilidade normal (10·25 bpm): 1 ponto
presença de acelerações transitórias (caracaterizadas como aumento de 15 bpm por 15 segun-
dos em relação à frequência cardíaca fetal basal): 2 pontos
ausência de desacelerações: 1 ponto

A cardiotocografia da questão possui 2 pontos:


frequência cardíaca fetal basal em torno de 145 bpm: 1ponto
variabilidade menor que 10 bpm (normal de 10·25 bpm): O ponto
ausência de desacelerações: 1 ponto
ausências de acelerações: Oponto
342 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

Nesses casos (pont uação menor que 4), lauda-se como feto hipoativo e deve-se realizar estímulo
sonoro no polo fetal, para diferenciar sofrimento fetal do sono fetal, e repetir o exame após e avaliar
se houve mudança no padrão cardiot ocográfico.
I Resposta: @

Paciente de 29 anos, 4G3Pn, 39 3/7 semanas, internada em centro obstétrico em trabalho


56 de parto, evolui com o partograma a seguir: [VER IMAGEM). Sobre a evolução deste tipo d e
parto, é CORRETO afirmar:

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@ Há um aumento de risco de laceração de canal d e parto e hemorragias intracranianas no recém-


-nascido.
@ Trata-se d e um período expulsivo p rolongado e a conduta a ser real izada é um fórci pe de alívio.
© Há um aumento d e risco de infecção puerperal, rotura uterina e hipoglicemia neonatal.
@ Há um aumento da necessidade de uso d e fórcipe neste ti po d e parto.
® Parto de evolução normal, eutócico.
2016 343

.. COMENTARIO: Analisemos o partograma: ® A presença de sopro cardíaco pode ser um


contrações: paciente apresenta 4 a 6 con- achado fisiológico na gestante, porém. o mais
trações fortes a cada 15 minutos no perí- frequente é a presença de sopro diastólico.
odo analisado, mui to além do esperado ® Na gestação há um au mento fisiológico do
para fase do t rabalho de parto (fase ativa débito cardíaco e da frequéncia cardíaca mater-
preconiza-se 3 contrações moderadas em na. A gestante também pode apresentar uma
1O minutos); "dispneia fisiológica· devido ao aumento do
frequência cardíaca fetal: varia entre volume corrente.
140150 bpm (dentro do esperado); © Mastalgia é uma queixa incomum em ges-
dilatação cervical: evoluiu Sem em 3 horas, tantes em período inicial da gestação.
muito além do esperado para uma paciente @ Constipação é frequente em gestantes e está
multípara (evolução de 1,5 em por hora na associada aos níveis hormonais de beta -hCG;
fase ativa); tende a melhorar com a evolução da gestação.
® A pressão arterial tende a cair no primeiro tri-
Dessa maneira, pode-se caracterizar o parto mestre de gestação, mantendo-se em níveis mais
como taquitócito, com maiores chances de baixos durante toda a gestação. Isso se deve ao
complicações associadas ao mesmo: lacera- fenômeno de vasoconstrição na gestação.
ções de canal de parto, atonia uterina puerpe-
ral e hemorragia, hemorragia intracraniana do Alternativa A: INCORRETA. Devido ao aumento do
recém-nascido. Vejamos as alternativas: débito cardíaco e aumento da viscosidade san-
Alternativa A: CORRETA. conforme explicado ante- guínea, pode estar presente sopro sistólico leve
riormente. em 90% das gestantes; em apenas 20% das
Alternativa 8: INCORRETA. Pelo contrário, trata-se gestantes está p resente sopro diastólico;
de u m parto taquitócito. Alternativa 8: CORRETA. Na gestação. há aumento
Alternativa C: INCORRETA. O parto taquitócito não do débito cardíaco como consequência do au-
está relacionado à infecção intra-amniótica ou mento da frequência cardíaca e volume efetivo
hipoglicemia neonatal circulante (volume sistólico);
Alternativa D: INCORRETA. Partos taquitócitos. em Alternativa C: INCORRETA. Mastalgia pode estar pre-
geral. não estão relacionados com aumento da sente desde o início da gestação, e ocorre devi-
necessidade de parto vaginal operatório. do ao aumento do volume mamário por ação
Alternativa E: INCORRETA. Parto é taquitócito, e não hormonal;
eutócito. Alternativa D: INCORRETA. A obstipação intestinal é
prevalente em torno de 16·39% das gestantes
e ocorre devido à redução da contratilidade da
Primigesta, 16 anos, vem para a primeira musculatura lisa dos intestinos e à permanên-
57 consulta pré-natal após teste de gravidez
urinário positivo, com atraso de 11 semanas.
cia prolongada do bolo fecal no intestino, que
proporciona maior absorção de água e canse-
Queixa-se de náuseas, tontura, cansaço e sono- quente obstipação intestinal.
lência durante o dia e dor nas mamas. Refere Alternativa E: INCORRETA. A pressão arterial tende a
palpitações eventuais e, ult imamente, sente-se cair a partir do segundo trimestre de gestação,
com constipação intestinal. Sem comorbida- devido à redução da resistência vascular perifé-
des, nega alergias. Exame trsico: bom estado rica, e retorna aos níveis pré-gravidicos no fim
geral, PA: 90 x 60 mmHg; FC: 104 bpm; FR: 22 do terceiro trimestre.
irpm; T: 36,7 oC. Semiologia pulmonar sem alte-
rações. Semiologia cardiológica com presença
de sopro sistólico +14+ multifocal e desdobra- RFT, 30 anos, 3G2Pn, 37 sn
semanas,
mento da primeira bulha cardíaca. Abdome flá-
cido, RHA+, sem alterações, indolor, útero não
58 sem comorbidades, é admit ida em tra-
balho de parto. Evoluiu com parto normal com
palpável. Exame ginecológico sem alterações. laceração de segundo grau, rafiada sob anes-
Em relação às queixas e achados de exame f ísi- tesia local, dando à luz ao RN masculino, peso
co desta paciente. é CORRETO afirmar: 4010 g, APGAR 9/10. Dequitação espontânea
344 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

de placenta íntegra. Durante a monitorização Alternativa E: INCORRETA. A paciente apresenta fa·


da primeira hora de pós-parto, evolui com san- tor de risco para atonia uterina.
gramento genital aumentado, com útero amo-
lecido e doloroso, mesmo após realização de
mas.sagem uterina e ocitocina intravenosa. Em Paciente de 23 anos, 2G1Pc, 38 3/7 sema-
relação a este quadro clínico: 59 nas, interna em trabalho de parto avan-
çado, com 7cm de dilatação, cefálico, bolsa in·
® O uso de balão de Bakri não seria efetivo tegra, alta e móvel. Refere que não conseguiu
neste caso devido ao sangramento intenso ter parto normal na outra gestação por 'não ter
apresentado pela paciente. passagem~ seu outro filho nasceu com 2700g.
® Pode-se fazer uso de misoprostol 800 mcg Foi admitida em pré-parto, onde evoluiu com
via vaginal para tentativa de controle de san· contrações adequadas, atingindo dilatação to·
gramento. tal. Como a altura da apresentação, permane-
© A paciente apresenta pelo menos um fator ceu acima do plano - 1 de Delee durante todo
de risco para a ocorrência desse tipo de com- o período. Foi indicado parto cesáreo, nascen-
plicação. do RN feminino, peso 3900g, APGAR 9/10. Con·
@ Pode-se fazer uso de metilergonovina via sidere as assertivas abaixo sobre esta paciente:
reta I, pois a paciente não apresenta contraindo·
cações ao uso da medicação. I. Acavalgamento ósseo e bossa serosangui·
® A paciente não apresenta fatores de risco nea seriam achados de exame clínico pos·
para essa complicação, sendo esta imprevisível sfveis nessa paciente;
neste caso. 11. O Sinal de Bandi·Frommel nunca estaria
presente neste caso;
._ COMENTARIO: O enunciado da questão preten· 111. Ângulo subpúbico < 90o, promontório
deu caracterizar quadro típico de hemorragia atingível e espinhas ciáticas proeminentes
do quarto período do parto, tendo como causa seriam achados possíveis da pelvímetría
a atonia uterina. Os fatores de risco são aque· desta paciente;
les que predispõem a sobredistenção uterina, IV. O conjugado obstétrico desta paciente
como gestação gemelar, polidrâmnio, macros· deve ser menor que 12cm e é medido cli·
som ia fetal. A conduta clínica, nos casos de ato· nicamente na pelvimetria, como a distân-
nia uterina, é: massagem uterina, ocitocina en~ cia da subpube ao promontório.
dovenosa ou intramuscular, metilergometrina
intramuscular, misoprostol 800 mcg via retal. Está correto o que se afirma APENAS em:
Caso não haja melhora com essas medidas, se-
gue-se a realização da conduta cirúrgica, com @ IV.
embolização das artérias uterinas, sutura de ® li e IV.
B·lynch, e, por último, histerectomia. Vejamos © l,llelll.
as alternativas: @ I e IV.
Alternativa A: INCORRETA. O balão pode ser utiliza· ® l elll.
do ocasionalmente em casos de sangramento
aumentado. ._ COMENTARIO: Temos uma paciente que evo-
Alternativa 8: INCORRETA. O misoprostol 800 mcg luiu com dilatação total, porém não apresentou
pode ser utilizado para controle do sangramen· descida da apresentação. As prováveis causas
to, porém a via de escolha é a reta I para melhor seriam uma desproporção céfalo-pélvica, em
absorção. que o feto é desproporcional ao tamanho da
Alternativa C: CORRETA. A paciente apresenta um bacia, ou um vicio pélvico, em que a bacia é
feto com peso maior que 4000 g, configurando desfavorável à passagem do feto.
fator de risco para atonia uterina. Assertiva 1: CORRETA. Acavalgamento de suturas e
Alternativa 0: INCORRETA. Pode-se administrar me· bossa serosanguinea são sinais de despropor·
tilergometrina, porém, por via intramuscular. A ção céfalo-pélvica;
principal contraíndicação para uso da medica- Assertiva 11: INCORRETA. Em casos que há contra-
ção é descontrole pressórico da paciente. ções adequadas para a fase do trabalho de par-
2016 345

to, e um fator que obstrua a descida, pode ge- nuligesta, caso exames compatíveis, pode-se
rar exaustão da musculatura uterina e evolução considerar conduta expectante, se saco gesta
para iminência de rotura uterina, sendo um dos cional de tamanho adequado e Beta-hCG em
sinais da mesma o de Bandi-Frommel; queda.
Assertiva 111: CORRETA. Esses achados são carac- ® Apendicite. Deve-se internar a paciente para
terísticos de uma bacia desfavorável ao parto realização de antibioticoterapia endovenosa e
vaginal; apendicectomia.
Assertiva IV: INCORRETA. A conjugata obstétrica é a
media do promontório ao pube e deve ser de li> COMENTÁRIO: Trata-se de uma paciente com
no mínimo 10,5 em para bom prognóstico do quadro de abdome agudo inflamatório de lo·
parto vaginal, e não de 12 em conforme afirma calização em fossa ilfaca direita. Em paciente jo-
a assertiva. vem, com vida sexual ativa, sem contraceptivo
I Resposta: ® eficaz e sem uso de anticoncepcionais hormo-
nais, deve-se descartar: apendicite, gestação
ectópica, cisto anexial roto ou hemorrágico e
Paciente de 25 anos, sexo feminino, nu· abscesso anexial por Moléstia Inflamatória Pél-
6O ligesta, portadora de hepatite C crônica,
procura pronto-socorro por dor abdominal im-
vica (MIPA). O caso clínico sugere fortemente a
hipótese de gestação ectópica, pois não apre-
portante hoje, sem melhora com medicação. senta sinais de septicemia (presentes na apen-
Nega alterações do trato urinário ou intestinal. dicite e na MIPA) e apresenta atraso menstrual.
Nega febre. Refere também atraso menstrual Vejamos as alternativas:
de 2 semanas. Antecedentes ginecológicos: Alternativa A: INCORRETA. Como já explanado, a
vida sexual ativa, sem parceiro fixo, uso irregu- principal hipótese diagnóstica é gestação ectó·
lar de preservativo masculino. Ciclos regulares. pica, e não MIPA.
Ao exame físico: bom estado geral, PA: 100 x Alternativa 8: INCORRETA. Trata-se de gestação ec-
70 mmHg, FC: 84 bpm. Abdome flácido, RHA+, tópica. E como exames complementares, deve-
dor à palpação profunda de fossa ilfaca direita, · se solicitar HCG quantitativo, ultrassonografia,
sem dor à descompressão brusca. Especular: ti pagem sanguínea. Como a paciente está está-
secreção fisiológica, colo epitelizado. Toque va- vel clinicamente, sem sinais de choque hipovo-
ginal: útero retrovertido, intrapélvico, com dor lêmico e irritação peritoneal, pode-se aguardar
à palpação anexial direita. A principal hipótese os exames complementares. E. se confirmada
diagnóstica é uma provável: gestação ectópica, a conduta pode ser indivi-
dualizada de acordo com o tamanho da mes·
@ Doença Inflamatória Pélvica Aguda. Deve-se ma, não indicando, dessa maneira, intervenção
internar a paciente para a realização de antibio· cirúrgica imediata.
ticoterapia endovenosa. Alternativa C: INCORRETA. A alternativa resume a
® Gestação ectópica. Deve·se solicitar Beta·h· confirmação diagnóstica em casos de gesta-
CG quantitativo, ultrassom transvaginal e tipa- ção ectópica íntegra, porém a conduta com o
gem sanguínea. Deve-se proceder à laparoto· uso de metotrexate está restrito a alguns casos,
mia exploradora imediatamente pelo risco da como gestação ectópica íntegra de até 4cm,
patologia. estabilidade hemodinâmica, desejo de preser-
© Gestação ectópica. Deve-se solicitar Beta- vação de fertilidade, concepto sem atividade
·hCG quantitativo, ultrassom t ransvaginal e cardíaca, líquido livre limitado à pelve e exames
tipagem sanguínea. Como paciente estável e laboratoriais normais; e por último, ao contrá·
nuligesta, caso exames compatíveis, pode-se rio do que afirma a alternativa, beta hCG menor
considerar uso de metotrexato, se saco gesta- que 5000mUI/ ml e crescente.
cional de tamanho adequado e Beta-hCG em Alternativa D: CORRETA. Resume-se a propedêutica
queda. para diagnóstico de gestação ectópica e, em
@ Gestação ectópica. Deve-se solicitar Beta- alguns casos, pode-se adotar conduta expec-
·hCG quantitativo, ultrassom transvaginal e taste: gestação ectópica íntegra de até 4cm,
tipagem sanguínea. Como paciente estável e estabilidade hemodinãmica, desejo de preser-
346 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

vação de fertilidade. concepto sem atividade Em relação ao papilo mavírus humano


a
cardíaca, líquido livre limitad o p elve e exames
laboratoriais normais; e por último, ao contrá-
62 (HPV), é INCORRETO afirmar:

rio d o que afirma a alternativa, beta hCG meno r @ O HPV é um vírus que apresent a mais de 200
que SOOOmUVml e decrescente em dosagens genótipos diferentes;
consecut ivas (24 a 48 hs). ® A Agência Internacional para Pesq uisa sobre
Alternativa E: INCORRETA. Apesar d e um dos d iag- Câncer (IARC) considera 12 genótipos como
nósticos diferenciais ser apendicite, não é a o ncogênicos.
p rincipal hipótese diagnóstica do caso. © Os t ipos virais oncogênicos mais comuns
são HPV 16 e 18, responsáveis p or cerca de 70%
d os casos de câncer d o colo do útero.
MEDICINA PREVENTIVA- JULIANO SILVEIRA DE @ Mulheres in fectad as po r HPV podem desen-
ARAÚJO volver lesões intraepiteliais cervicais e, destas,
a maioria evolui para câncer de colo de ú tero.
® Os cânceres de colo de út ero, vagina, vulva,
Em relação ao câncer de colo de ú tero, é pênis, ânus e orofaringe podem estar associa-
61 INCORRETO afirmar: d osaoHPV.

@ O número de mortes teve d iscreta qued a no Alternativa A: CORRETA. Existem mais de 200 tipos
país, entre 2002 e 20 12. d iferentes do vírus, dos quais, aproximadamen-
® E a terceira causa de morte por câncer entre te, 100 já t iveram o genoma completo seq uen·
mulheres. dado e 40 são conhecidos por infectar, especi
© Em 2014, as estimativas foram d e 15,3 casos camente, a mucosa anogenital de hu manos
novos a cada 100 mil m ulheres. (HPV mucosotrófico).
@ A maior incidência é em mulheres na faixa Alternativa 8: CORRETA. O HPV é u m vírus que apre-
de 45 a 50 anos de idade senta mais de 200 genótipos diferentes, sendo
® ~ o tipo de câncer mais freq uent e na pop u- 12 deles considerad os oncogênicos pela Agên-
lação femin ina. cia Internacional para Pesquisa sobre Câncer
(IARC) e associados a neoplasias malignas do
.,. COMENTÁRIO: Questão Anu lada. Respostas t rato genital, enquanto os demais tipos virais es-
possíveis A e E (os itens inco rretos). tão relacionados a verrugas genitais e cutâneas.
Alternativa A: INCORRETA. O nú mero de mortes por Alternativa C: CORRETA. O câncer d o colo do útero
câncer do colo do útero no país aumentou (Não est á associado à infecção persist ente por subti·
teve d iscreta queda como cita a q uestão) 28,6% pos o ncogênkos do vírus HPV (Papilomavírus
em 10 anos, passando de 4.091 ó b it os, em Humano), especialmente o HPV· 16 e o HPV· 18,
2002, para 5.264, em 20 12.1sso é o que mostra responsáveis por cerca de 70% dos cânceres
o Atlas de Mortalidade por Câncer no Brasil, p u- cervicais.
blicação do Min istério da Saúde e do Instit uto Alternativa 0: INCORRETA. A infecção pelo HPV é
Nacional d o Câncer (Inca). muito comum. Estima-se q ue cerca de 80% das
Alternativa 8: CORRETA. O levantamento mostra o mulheres sexualmente ativas irão adquiri-la ao
câncer d o colo d o útero como o terceiro tipo de longo de suas vidas. Aproximadamente 29 1 mi-
câncer q ue mais mata mulheres no Brasil, atrás lhões d e mulheres no mundo são portadoras
apenas do de mama e de brônquios e pulmões. do HPV, sendo que 32% estão infectadas pelos
Alternativa C: CORRETA. No ano de 2014 eram es- subtipos 16, 18 ou ambos. Comparando-se esse
perados 15.590 casos novos de CA de Colo de dado com a incidência anual de aproximada-
ú tero, perfazend o u ma relação de 15,33 caso s mente 500 mil casos de câncer d e colo d o úte-
para 100 mil mulheres. ro, conclui-se que o câncer é um desfecho raro,
Alternativa O: CORRETA. 45 e 49 anos é a Faixa etária mesmo na p resença da infecção pelo HPV. Ou
que concentra a maior casuística de Câncer de sej a, a infecção pelo HPV é um fator necessário,
colo Uterino. mas não suficiente, para o d esenvolvimento do
Alternativa E: INCORRETA. O Câncer de Mama ê o câncer cervical uterino.
tipo de neop lasia mais frequente nas mu lheres.
2016 347

Alternativa E: CORRETA. o papilomavírus humano um problema sério de saúde pública é a sua capa-
cidade de provocar alguns tipos de câncer. 99% dos cânceres de colo de útero, 93% dos cânceres
de ~nus, 60% dos cânceres da vulva e 50% dos c~nceres de pênis e vagina estão relacionados ~
infecção pelo HPV. Raramente, o HPV também é capaz de provocar câncer da laringe, da boca, dos
seios nasais e do esôfago.

Um grupo de pesquisadores quer realizar estudo com médicos do Estado de São Paulo sem
63 doença coronariana para identificar a prevalência de fatores de risco para essa doença. O
desenho metodológico do estudo que melhor se adequa para alcançar este objetivo é:

@Coorte.
® Caso-controle.
©Revisão sistemática.
@ Ecológico.
®Séries de casos.

~ COMENTARIO: Questão Anulada. A resposta que poderia contemplar essa questão (estudo Trans-
versal) não está inserido nas alternativas. Nas questões de Estudos (desenhos metodológicos) po-
demos seguir o seguinte"Passo a Passo~ 1. O Estudo é uma 'FOTO' do situação (Transversal) ou um
"FILME' (longitudinal). 2. O Estudo tem intervenção (Ensaio Clfnico) ou Observacional. 3. O estudo
parte dos fatores de risco (Coorte) para a doença ou parte da doença (Caso-Controle) para os fato-
res de risco. 4. ~ um estudo que avalia a população (Ecológico) sem individualizar?

QUA DRO I - Classificação d1nâmica na mtegração dos desenhos de pesquisa


prin1ários.

UTUDOS
DUCIIITIVOS - ESTUDO
E RELATO
OECASOS
I'
ESTUDO
CAso-coNTROLE

- I
COORTE
HISTÓRICA

'~
'I
I ESTUDO
LONGITUDINAL
- ESTUDO DE
COORTE
;rI•IAo COttCORREtml
' I CON<:ORRENTE I
~I I
ESTUDO
OOSERVACIONAL
SERES H!At4NOS
I "' I INCioENCIA
I COORTE
t , , EXPERIMENTAl
li' I ACURÁCIA
.INTERVENCIONAL.

ESTUDOS
AHAI.ITICOS
ESTUDO
TRANSVERSAL
- PREVAl.tNCIA
SCREEMNG
PETEcç.\OOECASOS
I,
-""
'
NAo CONTROlACO
CON11lOlAOO
AUTo-coNT1tOC..AOO

t
'
PESOUISA PARAlELO

' I EM SERES CRUZADO


HUMANOS HAOALE.ATORilAOO
FATORIAL

linW!oi~IN>vM>I '-
ALEATORlZAOO
ESTUDO t
t
'
NTERVENCIONAl

- '
ENSAIOS
PESQUISA CLINICOS A8ERTO
EXPERIMENTAl MASCAftAMENTO

I Resposta: ANULADA.
343 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

Em relação à hepatite A, é INCORRETO acima de 500 células/mm3 foram alocados,


64 afirmar: aleatoriamente, para iniciar terapia antírretroví-
ral imediatamente ou quando a contagem for
@ Apresenta alta prevalência nos pafses com abaixo de 350 células/mm3 ou, ainda, na ocor-
menores condições sanitárias e pior situação rência de doença definidora de aids. O desenho
socioeconômica. do estudo, visando atender o objetivo propos·
® A principal via de contágio é a fecal-oral, por to, deve ser:
contato inter-humano ou por meio de água e
alimentos contaminados. @ Ensaio clínico randomizado.
© ~ habitualmente benigna, mas pode, rara- ® Estudo de caso-controle aninhado a uma
mente, apresentar uma forma grave, levando à coorte.
hospitalização e ao óbito. © Revisão sistemática.
@ A prevenção desta doença contínua a ser a @ Séries de casos.
arma maisimportante para seu controle, poisnão ® Coorte.
existem medicamentos antívíraís especfficos.
® O Programa Nacional de Imunizações introdu- Alternativa A: CORRETA. Questões de estudos epi·
ziu a vacina adsorvida hepatite A (ínativada) para demiológícos são frequentes nas provas do
ser administrada às crianças de 6 meses de idade. SUS·SP. "De cara" o item A é o correto! Note que
temos uma INTERVENÇÃO: •... avaliar se o ini-
Alternativa A: CORRETA. A Hepatite A, devido a cio mais precoce da terapia antiretroviral". .. Se
transmissão feca-oral, tem maior incidência nas tiver intervenção, não titubeie e marque Ensaio
áreas de pior condição socioeconômica e con- Clinico!. Outro conceito importante da questão
dições sanitárias. é a forma ALEATORIA como os indivfduos são
Alternativa 8: CORRETA. Devido a transmissão fecal- alocado, que recebe o nome técnko de Rando·
-oral, é de grande importância medidas de sa- mização.
neamento básico e cuidados com alimentação Alternativa 8: INCORRETA. Estudo de Caso-Controle
para previnír casos de hepatite A. e Coorte tem uma importante característica em
Alternativa C: CORRETA.A hepatite A tem o curso comum: São estudo OBSERVACIONAIS.
mais brando entre as hepatites vírais. Apesar de Alternativa C: INCORRETA. Revisão sistemática é
não apresentar formas crônicas, existem relato uma forma de executar revisões abrangentes
de caso de hepatite fulminante que pode evo- da literatura de forma não tendenciosa. Uma
luir com óbito. revisão sistemática sobre determinado tema
Alternativa 0: CORRETA. Medidas de saneamento possui o critério de seleção explícito, de forma
básico, cuidados com alimentação e politicas que outros pesquisadores podem avaliar a qua-
de imunização são as medidas mais eficazes lidade da revisão e/ou executá-la novamente.
para a Hepatite A. No tocante aos indivfduos Alternativa D: INCORRETA. Uma série de casos é uma
que desenvolverem o quadro infeccioso, medi- forma de estudo do tipo observacíonal, muito
das de suporte são indicadas, sem terapia far- comum na pesquisa médica, que acompanha
macológica específica. pacientes com uma exposição conhecida a um
Alternativa E: INCORRETA. A vacina contra Hepatite dado tratamento similar ou analisa os prontuá-
A foi incluída desde o dia 15/07/2014 no Calen- rios médicos para avaliar a relação entre expo-
dário Nacional de Imunização. E indicada para sição e desfecho. Ela pode ser retrospectiva ou
crianças entre 1 a 2 anos. Dose únka, 0,5 ml, IM. prospectiva e geralmente envolve um número
menor de pacientes em relação a outros dese-
nhos de estudos mais poderosos, como o ca·
Foi realizado estudo com objetivo de so-controle ou estudos randomizados contro·
65 avaliar se o inicio mais precoce da te-
rapia antírretroviral, em pacientes infectados
lados. Série de casos pode ser consecutivas ou
não-consecutivas.
pelo HIV, diminui a possibilidade de apresentar Alternativa E: INCORRETA. Estudo de Coorte não
eventos graves relacionados ou não à aids, ou tem INTERVENÇÃO (Ensaios Clínicos). lem-
morte por qualquer causa. Nesse estudo, pa- brem-se Coorte e Casos controles são estudos
cientes que tinham contagens de células CD4 OBSERVACIONAIS.
2016 349

Analise o quadro abaixo. (VER IMAGEM) © superioridade.


66 A relação que define especificidade é: @ ecológico.
® não superioridade.
Doença
Doença presente Alternativa A: INCORRETA. Estudo de Equivalencia é
ausente
o resultado obtido de um estudo comparativo
Teste positivo A B
da qualidade de dois medicamentos com o ob-
Teste negativo C o jetivo de fornecer subsídios para a determina-
Total A+C B+D ção da intercambialidade.
Alternativa B: CORRETA. Trata-se de um estudo de
@ AIA+C não inferioridade. Estudos de não-inferiorida-
@ DIB+D de são modelos experimentais desenvolvidos
@ AIA+B com o objetivo de determinar se um novo tra-
@ DIC+D tamento ou procedimento não é menos eficaz
® DIA+B+C+D que outro já estabelecido e considerado como
controle. São de grande importância no estu-
Alternativa A: INCORRETA. A Formula A I A +C corres- do de tratamentos em que o uso de placebo é
ponde a SENSIBILIDADE. inviável. Requerem metodologia diferente dos
Alternativa B: CORRETA. Vamos seguir o exemplo estudos clássicos, chamados de estudos de su-
da tabela para se t ornar mais didático: A = VP; perioridade, especialmente no planejamento
B = FP;C = FN; D = VN e análise estatística. Um exemplo clássico de
estudo de não inferioridade são dos anticoagu-
T•bt4•1· fttb(iG 4t-4ueaf• , _ C~t'
lantes "novos" x a Varfarina.

Talo,: POfo h~<l


N'pt"-o
,.,
1\1$1{1\0

'"
..
""""' "'P'"'O
\'S
Alternativa C: INCORRETA. Os estudos de superiori-
dade representam o modelo tradicional, com o
qual estamos acostumados a lidar. Se aplicam
\'P· \<nl:dNofi'MIIJ\'0, \'N• \«d.lodo:oft) ~·vo.. FP· f~., poAU\'0; tanto para eficácia comparativa (tratamento
fl-'· fabofWPt•-o novo vs. tratamento tradicional), como para
eficácia (tratamento vs. placebolcontrole). No
Especificidade = VNI(VN + FP) = O I B + O caso da eficácia comparativa, este tipo de de-
Alternativa C: INCORRETA. A formula corresponde senho parte da premissa de que o tratamento
ao VALOR PREOITIVO POSITIVO: A I A+B novo tem motivos para ser superior ao trata-
Alternativa 0: INCORRETA. A Formula corresponde mento tradicional. A possível superioridade
ao Valor Preditivo Negativo: O I C+ O. justifica a troca do tradicional pelo novo.
Alternativa E: INCORRETA. Esta formula não corres- Alternativa 0: INCORRETA. O Estudo Ecológico des-
ponde a nenhum dos principais conceitos dos creve as diferenças entre as populações num
test e estatísticos. determinado espaço de tempo ou num mes-
mo tempo. Compara as frequências da doença
entre os diferentes grupos num determinado

67 Ensaio clínico randomizado comparou a


eficácia do medicamento A, considera-
do padrão para o tratamento de hipertensão
espaço de tempo. Informações desejadas são
retiradas de registros de dados coletados roti-
neiramente como fonte de dados oficiais (OMS,
arterial, versus o medicamento B, novo anti·hi- registros nacionais...); Vantagens: São rápidos e
pertensivo. Os resultados esperados demons- de baixo custo, já que dispensam amostragens,
traram, dentro do limite aceitável pré-deter- entrevistas. fichas ou exames clínicos.
minado, que o novo tratamento não foi menos Alternativa E: INCORRETA. O termo correto é Não -
eficaz que o t ratamento padrão. O desenho Inferioridade ou eventualmente Superioridade.
desse estudo é definido como: Criar um estudo de "Não superioridade" não faz
muito sentido!
@ equivalência.
® não inferioridade.
350 Preparatório para Residência Médica SUSISP

A p roporção de indivíduos com sífilis en- liado e com resultad o negativo ser realmente
68 tre aqueles com resultados positivos no
teste de VDRL, pode ser definido como:
normal. VPN = VN I (VN + FN) (equação 5)
Alternativa E: INCORRETA. Eficiência ou rendimento
refere-se à relação entre os resu ltados obtidos e
@ Sensibilidade. os recursos empregados. Existem diversos tipos
® Especificidade. de eficiência, que se aplicam a áreas diferentes
© Valor preditivo positivo. do conhecimento.
@ Valor preditivo negativo. I Resposta: ©
® Eficiência.

Alternativa C: CORRETA. Este é o Conceito de Valor Em relação à vacinação contra o Papilo -


p reditivo positivo (VPP): é a p robabilidade de
um indivíduo avaliado e com resultado positivo
69 mavírus Humano (HPV), é INCORRETO
afirmar que:
ser realmente doent e.
@ O Ministério da Saúde do Brasil introduziu a
Revisemos agora os demais conceitos e a tabe- vacina contra HPV 6, 11, 16 e 18 (recombinante)
la abaixo ajudará a responder a questão 48 que confere proteção contra HPV de baixo risco
(HPV 6 e 11 ) e de alto risco (HPV 16 e 18).
Ta. . I · R~ . .. ."(. , _ let•
® A vacina contra HPV é destinada à preven-

r- ~oU \ O
Po.titi\O
\'P
""""' , 1>.-rp!~O
ção, mas também apresenta efeit o terapêutico
demonstrado nas infecções preexistentes.
Nt,satno fN © O Programa Nacional de Imunizações não
\'P•lCf&:ldâto ....ll\0.. V,.. \e:t"~fleSMo>O,
"'
fp. ÍlhO pMitl\0, recomenda a vacina para uso terapêutico de
J"S.faha o,.o-.o
lesões displásicas cervicais, vulvares e vaginais
Alternativa A: INCORRETA. - Sensibilidade (s) - é de alto grau ou de verrugas genitais.
a probabilidade de u m i ndivíduo avaliado e @ A vacina contra HPV é uma ferramenta de
doente de ter seu teste alterado (positivo). p revenção primária que não confere p roteção
contra todos os subtipos oncogênicos de HPV.
s = número de indivíduos doentes e com teste ® A vacina contra HPV não confere p roteção
positivo/número total de indivíduos doentes; contra outras doenças sexualmente transmissí-
ou: s = VP I (VP + FN) (equação 1) veis e, por isso, o uso do preservativo em todas
as relações sexuais deve ser mantido.
® Alternativa 8: INCORRETA. - Especificid ad e - é a
probabilidade de um indivíduo avaliado e nor- Alternativa A: CORRETA. É necessários memorizar os
mal t er seu teste normal (negativo). sorotipos associado a imunização: Baixo risco
e =número de indivíduos normais e com teste (6, 8); Alto risco (16 e 18).
negativo/número total de indivíduos normais; Alternativa 8: INCORRETA. A vacina HPV é d estinada
ou: e = VNI(VN + FP) (equação 2) exclusivamente à utilização preventiva e não
tem efeito demonstrado ainda nas infecções
Prevalência (p): é a fração de indivíduos doen- p ré-existentes ou na d oença clínica estabele-
tes na população total avaliada. cida.
p = número de indivíduos d oentes I número de Alternativa C: CORRETA. Como dito previamente, a
indivíduos da população; ou: vacina do HPV não tem finalidade terapêutica,
p = Doln (equação 3) (onde: Do = doentes; n = apenas preventiva dos soro tipos 6,8, 16 e 18.
população) Alternativa D: CORRETA. Existem mais de 150 so-
Valor preditivo positivo (VPP): é a probabilida- rotipos do HPV, entretanto, a vacina não tem
de de u m i ndivíduo avaliado e com resultado cobertura vacina para TODOS os sorotipos. Me-
positivo ser realmente doente. VPP = VP I (VP morizemos: 6, 8, 16 e 18.
+ FP) (equação 4) Alternativa E: CORRETA. Outras Doenças Sexual-
Alternativa D: INCORRETA. Valor preditivo negativo mente Transmissíveis (Gonorréias, Sífilis, HIV e
(VPN): é a probabilidade de um i ndivíduo ava-
2016 351

afins) não recebem proteção da Vacina do HPV (proteção específica). O uso da caminha ainda é a
melhor forma de prevenir DST.

A Organização Mundial da Saúde recomenda realizar, rotineiramente, teste para identificar


7O antígeno criptocócico em pacient es adultos infectados pelo HIV que apresentem cont agem
de linfócitos CD4 < 100 células/mm' antes do início da terapia antirretroviral, em cenários com
elevada prevalência de antigenemia criptocÓ<ica. Esta estratégia corresponde ao seguinte nível de
prevenção:

@ Primordial.
@ Primária.
© Secundária.
@ Terciária.
® Quaternária.

Alternativa A: INCORRETA. Relembre o Conceito de prevenção Primordial: Prevenção Primordial é o con-


j unto de atividades que visam evit ar o apareciment o e estabelecimento de padrões de vida social,
económ ica ou cultural que se sabe estarem ligados a um elevado risco de doença.
Alternativa B: INCORRETA. A prevenção primária tem enfoque nos FATORES DE RISCO.
Alternativa C: CORRETA. A prevenção secundária tem o objetivo de realizar o diagnósticos precoce
("teste para identificar antígeno criptocódco") com intuito de um tratamento precoce limit ando
a invalidez.

Quadro I
Ap~ dil Silúde e os nlvels de prt'lençjo Sf9Undo leilvell &Clilrlt (1965)
A promoç~ da saúde aparece como prevenç~o primária, confundindo-se com a
prevençlo referente à proteçólo específica (oonoçóo, por exemplo). Corresponde
a medidas gerais,. educativas, que objetivam melhor.1r a resistência e o bem-estar
Primária (promoç.lo da
geral dos individuas (comportamentos alimentares. exerdcio fislco e repous, con-
saúde e proteçólo espe-
t~o de estresse, n~o ingest.lo de drogas ou de tabaco), para que resistam às
cifica)
agress6es dos agentes. Também di% respeito a aç6es de orientaçólo para cuidados
com o ambiente, par.1 que esse não favoreç.. o desenvolvimento de agentes etio.
lógicos (comportamentos higiênicos relacionados i habitaçâo e aos entornas).
E119loba estratégias populacionais para detecç~ precoce de doenças, como por
exemplo o rastreamento de cãncer de colo uterino. Também contempla açóes
S..:undária (diagnósti-
com individuas doentes ou acidentados com diagnósticos confirm.-.dos, para que
co e tratamento preco-
ce; limitação da invaJj. se curem ou mt~ntenham-se funcionalmente ~.os. eviando compl~ e
mortes prematuras. Isto se dá por meio de práticas dinicas preventivas e dê edtJoo
dez)
~em saúde, objetivando a adoçólofmudança de comportamento (alimentr
res, atividades fisicas etc).
ConsiS1e no cuidado de sujeitos com sequelas de doenças ou acidente$, visandO a
T•rd érla (reabilita~)
recuperaçólo ou a manutençólo em equílfbrio funcional.
Alternativa O: INCORRETA. A prevenção terciária tem como principal área de atuação o processo de
reabilitação.
Alternativa E: INCORRETA. A prevenção quaternária atua evitando os excessos promovidos pela medi-
cina, as latrogenias.

Criança de 2 anos de idade, procedente de São Paulo, foi internada devido à doença menin-
71 gocócica. Os pais apresentaram carteira vacinal em dia, incluindo as vacinas meningocóci-
cas atualmente distribuídas pelo Sistema único de Saúde. O resultado do sorotipo que causou a
352 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

doença mostrou que a vacina não teve efeito mas ao exame de toque retal foi evidenciada
protetor, sendo causada por outro sorotipo. O próstata de dimensões aumentadas, assimétrica
sorotipo mais provável de ter sido a causa da e nodular. Após esse achado, o exame recomen-
doença do caso relatado é: dado para melhor investigação do caso será

® v. ® biópsia prostática.
@ W135. ® ultrassonografia suprapúbka.
© c. © ressonância magnética de próstata.
@ B. @ repetição do toque reta I.
@ A. ® repetição da dosagem de PSA.

.. COMENTÁRIO: Questão capciosa! Em 201 O, o Alternativa A: CORRETA. O indivíduo no caso aci-


ministério da Saúde introduziu a Vacina Me- ma, apresenta alterações no toque retal ("di-
ningococcica C (Conjugada) que oferecia pro- mensões aumentadas, assimétrica e nodular").
teção para os seguintes Sorotipos: ACYW13S. Neste caso é mandatório realização de Biópsia
De acordo com dados nacionais, o Sorotipo prostática. Seguem as indicações:
mais Frequente é o C, seguido do Sorotipo B. RECOMENDAÇÕES
Na questão o trecho •... sendo causa por outro
sorotipo" leva resposta do Item D, pois é a única BIÓPSIA-INDICAÇÕES
alternativa que possui uma cepa que não é co- Toque retal prostático alterado;
berta pela vacina. PSA > 4 ng/ml;
I Resposta: @ PSA > 2,5 ng/ml em pacientes jovens (até
55 anos);
Densidade de PSA >0, 15 ng/ml;
Fumar é um fator de risco para os seguin- Velocidade de PSA > 0,75 ng/ml /ano.
72 tes tipos de câncer, EXCETO:
Alternativa 8: INCORRETA. Diante de um paciente
® leucemia mieloide aguda e fígado. com alterações no toque reta I, realizar a biópsia
® colo de útero e laringe. se torna mandatório. A USG supra-púbica for-
© rim e estômago. neceria informações limitadas (tamanho esti-
@ pâncreas e bexiga. mado da próstata, resíduo pós miccional).
® faringe e suprarrenal. Alternativa C: INCORRETA. A Ressonância Magnética
teria importância em delimitar lesões pélvicas
.. COMENTÁRIO: Segue trecho extraido do Ma- e planejamento cirúrgico eventual. A Biópsia
nual do INCA. Fumar não esteve associado a seria a melhor opção devido a necessidade de
Câncer de Suprarrenal. O Câncer de Faringe está estudar melhor essas alterações no toque retaI.
associado ao consumo de álcool. Alternativa 0: INCORRETA. O Toque reta I é uma exa-
Os fumantes correm risco muito mais elevado me simples, entretanto, proporciona descon-
de adoecer por câncer e outras doenças crônicas forto e ainda está arraigado em preconceitos.
do que os não-fumantes. Principal causa isolada Repetir o exame nestas circunstância seria des-
evitável de câncer, além de câncer de pulmão, o necessário.
tabagismo é também fator de risco para câncer Alternatln E: INCORRETA. Alguns tumores podem
de laringe, pâncreas, figado, bexiga, rim, leuce- evoluir com PSA em níveis mais baixos. Neste
mia mielóide e, associado ao consumo de álcool, caso se o PSA veio normal não é necessário
de câncer de cavidade oral e esôfago. repetir imediatamente. As alterações no Toque
I Resposta: ® reta I já são suficientes para indicar a Biópsia.

Paciente de sexo masculino, 54 anos de O rastreamento com exames de mamo-


73 idade, foi à consulta urológica de rotina.
Não apresentava queixas urinárias e tinha valo-
74 grafia é a estratégia de saúde pública
que tem sido adotada em contextos onde a in-
res normais de antigeno prostático especifico, cidência e a mortalidade por câncer de mama
2016 353

são elevadas. Em países que implantaram pro- mento (exemplo: herpes simples. toxoplasmo-
gramas efetivos de rastreamento, a mortalida- se, rubéola, citomegalovirose, sífilis e AIDS) é
de por esta neoplasia vem apresentando ten- classificada como comunitária.
dência de redução. Os resultados de ensaios @ Quando o período de incubação da doença
clínicos randomizados sugerem que é possível não for conhecido e na ausência de evidência
reduzir a mortalidade por câncer de mama em clínica/laboratorial de infecção, no momento
15% a 23% quando a mamogralia é realizada a da internação, convenciona-se infecção hos-
cada dois anos e em cobertura igual ou supe- pitalar toda manifestação clínica de infecção
rior a 70% de mulheres em faixa etária de que se apresentar a partir de 72 horas após a
admissão.
@ 35 anos ou mais. ® Infecção comunitária é aquela constatada,
® 40 a 49 anos. ou em incubação, no ato de admissão do pa-
© 45 a 59 anos. ciente, desde que não relacionada com interna-
@ 50 a 69 anos. ção anterior.
® 55 a 79 anos.
Alternativa A: INCORRETA. A Infecção hospitalar vai
.,. COMENTÁRIO: Questão Direta. Segue o Trecho além da data de salda do individuo. Segue a
retirado do ministério da Saúde: 'Mulheres com definição de infecção Hospitalar: ~ aquela ad-
risco elevado de câncer de mama devem ser quirida após a admissão do paciente e que se
submetidas à mamogralia, anualmente, a partir manifeste durante a internação ou após a alta,
dos 35 anos de idade (MS, 2004). Recomenda- quando puder ser relacionada com a interna-
-se realizar uma mamografia, em mulheres de ção ou procedimentos hospitalares.
50 a 69 anos de idade a cada dois anos (MS, Alternativa B: CORRETA. Infecção comunitária é
Caderno de Atenção Básica n•13, 2013)~ ·os aquela constatada ou em incubação no ato de
resultados de ensaios clínicos randomizados admissão do paciente, desde que não relaciona-
sugerem que, quando a mamogralia é oferta- da com internação anterior no mesmo hospital.
da às mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois Alternativa C: CORRETA. Desse conceito de infecção
anos, com cobertura igual ou superior a 70% da transplacentária, surge a importância da rea-
população-alvo, é possível reduzir a mortalida- lização do pré-natal e tratamento precoce da
de por câncer de mama em 15% a 23%" (MS, Gestante.
Caderno de Atenção Básica n• 13, 20 1 3)~ Fonte: Alternativa 0: CORRETA. são também convencio-
http:/ /idsus.saude.gov.br/licha4s.html nadas infecções hospitalares aquelas manifes-
I Resposta: @ tadas antes de 72 (setenta e duas) horas da in-
ternação, quando associadas a procedimentos
diagnósticos e/ou terapêuticas, realizados du-
Em relação à Portaria n• 2616 de 1998, rante este perlodo;
75 que define alguns conceitos sobre infec-
ções comunitárias e hospitalares, é INCORRETO
Alternativa E: CORRETA. Infecção Comunitária é
aquela constatada ou em incubação no ato de
afirmar que: admissão do paciente, desde que não relaciona-
da com internação anterior no mesmo hospital.
@ Para definir infecção hospitalar, a manifes-
tação clínica deve ocorrer no período de inter-
nação limitado à data de saída hospitalar do O Documento de Consenso sobre Con-
paciente.
® A infecção é comunitária quando está asso-
76 trole do Câncer de Mama do Ministério
da Saúde do Brasil de 2004 define como grupos
ciada à complicação, ou extensão, da infecção populacionais com risco elevado para o desen-
já presente na admissão, a menos que ocorram volvimento do câncer de mama, EXCETO:
sinais ou sintomas, fortemente, sugestivos da
aquisição de nova infecção. @ Mulheres com história familiar de pelo me-
© A infecção em recém-nascido, cuja aquisi- nos um parente de primeiro grau (mãe, irmã
ção por via transplacentária é conhecida, ou foi ou filha) com diagnóstico de câncer de mama,
comprovada e evidenciada logo após o nasci- abaixo dos 40 anos de idade.
354 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

® Mulheres com história familiar de pelo me- do desde prova do laço p osit iva até fenômenos
nos um p arent e de primeiro grau (mãe, irmã mais graves como hematêmese, melena e ou~
ou filha) com diagnóstico de câncer de mama t ros. A ocorrência de manifestações hemorrági-
bilateral, em qualquer faixa et ária. cas, acrescidas de sinais e sint omas de choque
© Mulheres com história familiar de pelo me- cardiovascular (pulso arterial no e rápido ou
nos um p arent e de primeiro grau (mãe, irmã ou ausente, diminuição ou ausência de pressão
filha) com diagnóstico de câncer de ovário, em arterial, pele fria e úmida, agitação), levam à
qualquer faixa et ária. suspeita de síndrome de choque.
@ Mulheres com história familiar de câncer de Alternativa C: INCORRETA. Novamente a dica está
mama masculino. no período de incubação. 12 dias no maximo.
® Mulheres com diagnóstico histopatológico A febre amarela é uma doença febril aguda, de
de lesão mamária proliferativa com atipia ou curta duração (no máximo 12 dias) e de gravi-
neoplasia lobular in si t u. dade variável. A forma grave caracteriUI-se cli-
nicamente por manifest ações de insuficiência
,.. COMENTARIO: Questão ANULADA. Teoricamen- hepática e renal, que podem levar à morte. De-
te a Resposta incorreta Seria o Item A, pois o fa- ve-se levar em conta seu potencial de dissemi-
tor de risco seria diagnostico de CA de Mama nação em áreas urbanas.
em parente do primeiro grau (mãe, irmã e filha) Alternativa O: INCORRETA. Novamente o período de
abaixo dos 50 ANOS. Seguem os Grupos popu- incubação define o diagnóstico. Febre maculo-
lacionais de Alt o Risco para desenvolver Câncer sa, 15 dias de incubação. Indivíduo que apre-
de Mama: história familiar de pelo menos um sente febre de inicio súbito, cefaleia, mialgia e
parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) que tenha relatado história de picada de car-
com diagnóstico de câncer de mama, abaixo rapatos e/ou contato com animais domésticos
dos 50 anos de idade; História familiar de pelo e/ou silves- t res e/ou ter frequentado área sa-
menos um parent e de primeiro grau (mãe, irmã bidamente de t ransmissão de febre maculosa,
ou filha) com diagnóstico de câncer de mama nos últimos 15 dias; Macete de Prova: Período
bilateral ou câncer de ovário, em qualquer faixa de Incubação de 21 dias - Sfndrome Hemorrá-
etária; Mulheres com diagnóstico histopatoló- gica - > Ebola.
gico de lesão mamária proliferativa com atipia Alternativa E: CORRETA. Segue a Definição de Caso
ou neoplasia lobular in si tu História familiar de Suspeito de Ebola: Indivíduo procedente, nos
câncer de mama masculino. últimos 21 dias, de país com transmissão da
doença pelo vírus Ebola (DVE) e que apresente
febre, podendo ser acompanhada de diarreia,
A definição de caso suspeito: "indivíduo vômítos ou sinais de hemorragia, como: diar-
77 procedente, nos últimos 21 dias, de Gui-
né ou Serra Leoa que apresente febre, podendo
reia sanguinolent a, gengivorragia, ent erorragia
internas, sinais purpúricos e hematúria. Serão
ser acompanhada de diarreia, vômitos ou sinais considerados também casos suspeitos os indi-
de hemorragia, como: diarreia sanguinolenta, vfduos que relatarem contato com sangue ou
gengivorragia, enterorragia, hemorragias int er- secreções, entre estas o leite materno e o sê-
nas~ sinais purpUricos e hematúria~ se refere à men de pessoas suspeitas que apresentam os
seguinte doença: sinais e sintomas acima citados, ou com o diag-
nóstico confirmado para DVE.
® Febre Zica.
® Dengue hemorrágica.
© Febre amarela. A Portaria n• 529, de 1o de abril de 2013
@ Riquetsiose.
® Ebola.
78 instituiu o Programa Nacional de Segu-
rança do Paciente. São objetivos específicos
desse Programa, EXCETO:
Alternativa B: INCORRETA. (PER(ODO DE INCUBA-
ÇÃO 08-12 DIAS). Caso suspeito de FHD- é todo ® Promover e apoiar a implementação de inicia-
caso suspeito de dengue clássico que também tivas voltadas à segurança do paciente por meio
apresent e manifestações hemorrágicas, varian-
2016 355

da implantação da gestão de risco e de Núcleos de Segurança do Paciente nos estabelecimentos de


saúde.
® Envolver os pacíentes e familiares nas ações de segurança do pacíente.
© Ampliar o acesso da sociedade às informações relativas à segurança do paciente.
@ Delegar às universidades a produção, sistematização e difusão dos conhecímentos sobre segu-
rança do paciente.
® Fomentar a inclusão do tema segurança do pacíente no ensino técnico e de graduação e pós-
-graduação na área da saúde.

~ COMENTÁRIO: Não é responsabilidade única das universidades a produção e difusão do conhe-


cimento no tocante a segurança do paciente. TODOS OS ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE. Segue
o trecho da portaria: Art. 3° Constituem-se objetivos específicos do PNSP: "promover e apoiar a
implementação de iniciativas voltadas à segurança do paciente em diferentes áreas da atenção, or-
ganização e gestão de serviços de saúde, por meio da implantação da gestão de risco e de Núcleos
de Segurança do Paciente nos estabelecimentos de saúde";
IV- produzir, sistematizar e difundir conhecimentos sobre segurança do paciente;
Os demais itens estão corretos (A,B,C,E) e são auto-explicativos. As questões de legislação do SUS
são possíveis de ser respondidas com um pouco de atenção na leitura e interpretação de texto.
I Resposta: @

A higienização das mãos é a principal medida de prevenção para infecções relacionadas à


79 assistência à saúde. Para essa prática, todos os seguintes momentos estão etencados peta
Organização Mundial de Saúde e Ministério da Saúde do Brasil, EXCETO:

@ Imediatamente antes da realização de qualquer procedimento asséptico.


® Antes de entrar em contato com o paciente.
© Após tocar qualquer objeto, mobília e outras superfícies nas proximidades do paciente, somente
após ter tido contato com o paciente.
@ Após contato com o paciente, com as superfícies e objetos próximosa ele e ao sair do ambiente
de assistência ao paciente.
® Imediatamente após risco de exposição a fluidos corporais e após a remoção de luvas.

~ COMENTÁRIO: Se teve contato com áreas próximas do pacíente, independente do contato com o
mesmo, DEVE LEVAR AS MAOS. Os patógenos encontram-se colonizando todo o ambiente, desde
móveis, utensmo e afins. Demais itens corretos (A,B,D e E). Figura abaixo representa os momentos
mais importantes para a higiene das mãos.
QUANDO? Seus 5 momentos para a higiene das mãos
~·- -----------------------
356 Preparatóriopara Residência M~dica SUS/SP

I Resposta: © superior esquerdo, que, após alguns minutos,


migra para região abdominal e membro infe-
rior esquerdo. No momento, est~ em regular
O pacote de recomendações da Agência estado geral, orientado, com fácies de dor. P:
8O Nacional de Vig i l~nda Sani t~ ria (ANVISA)
para prevenção da infecção de corrente sanguí-
120 bpm; pressão arterial no membro superior
direito: 220 x 110 mmHg. Não tem pulsofemo-
nea associada ao acesso venoso NÃO inclui: ral à esquerda, tendo sinais de ísquemia agu-
da na perna do mesmo lado. Sobre dissecções
@ Higiene das mãos. agudas de aorta, é INCORRETO:
® Precauções máximas de barreira na passa-
gem do cateter. @ Diferentemente do que ocorre nas dissec-
© Antissepsia da pele com clorexidina. ções do tipo A, a hipertensão arterial é um dos
@ Escolha do sítio de inserção adequado, com principais fatores de risco presentes nas dissec-
preferência para a veia subclávia nos casos de ções do tipo 6.
cateteres não tunelizados. ® O caráter migratório da dor está presente em
® Reavaliação, a cada 48 horas, da necessidade menos de 20% dos casos, sendo a dor torácica
de manutenção do cateter, com pronta remo- irradiada para as costas a queixa mais comum
ção daqueles desnecessários. nas dissecções do tipo 6.
© O tratamento inicial é o controle da dor, da
._ COMENTARIO: A reavaliação do Dispositivo tem pressão arterial e da frequência cardíaca, que
que ser DIÁRIA' e não a cada 48h como descre- deve ser feito com vasodilatadores e betablo-
ve a questão. Os demais itens (a,b,c e d) estão queadores cardiosseletivos.
corretos e são auto-explicativos. Segue trecho @ A angiotomografia, no paciente estável he-
do manual da anvisa e o pacote de recomenda- modinamicamente, fornece dados suficientes
ções: "Tomando como base a campanha "Pro- para o diagnóstico e o planejamento cirúrgico,
tecting 5 Million Uves~ podemos trabalhar com quando necessário.
os proces sos de alto impacto na prevenção da ® A isquemia do membro deve ser tratada
infecção da corrente sanguínea associada ao com embolectomia, pois se trata de obstrução
acesso venoso. O projeto recomenda "pacotes arterial aguda de causa embólica, cuja provável
de medidas, que individualmente resultam em fonte é o coração.
melhoria da assistência, mas quando implanta-
das em conjunto~ resultam em melhorias ainda Alternativa A: CORRETA. O principal fator de risco
mais substanciais. As evidências científicas que para as dissecções agudas de aorta é o tabagis·
corroboram cada elemen- to do "pacote" estão mo. As doenças do col ~geno são importantes
suficientemente estabelecidas a ponto de ser na etiologia das dissecções do tipo A, enquanto
considerado um cuidado padrão". O pacote do a HAS e a crise hipertensiva mantêm correlação
CVC tem 5 componentes: 1. Higienizaçãodas- direta com as dissecções do tipo 6.
Mãos 2. PrecauçõesmáximasdeBarreiranapas- AlternatiYa 8: CORRETA. A dor torácica intensa e
sagemdocateter 3. Anti-sepsiacomCiorexidina súbita, com irradiação para o dorso é clássica
4. Escolha do sítio de inserção adequado, com nas dissecções agudas de aorta (tipo A e B). A
preferência para a veia subdávia nos casos de migração da dor é comum e corresponde a ex-
cateteres não tunelizados S. Reavaliação diá- tensão/ progressão da doença.
ria da necessidade de manutenção do cateter, Alternativa C: INCORRETA. A cirurgia de emergência é
com pronta remoçãodaqueles desnecessários. o tratamento de escolha nos casos de dissecção
I Resposta: ® aguda de aorta, podendo ser por via aberta ou
endovascular. O controle da pressão arterial e da
frequência cardíaca é o tratamento de escolha
CIRURGIA 11· RODRIGO CAMARGO LEÃO EDELMUTH para dissecções crônicas e aneurismas de aorta.
Alternativa D: CORRETA. A angíotomografia é o exa-
me padrão ouro para o diagnóstico de dissec-
Um homem de 55 anos apresenta dor ção aguda de aorta, além de fazer o diagnóstico
81 torácica súbita, irradiada para membro ele permite avaliar a extensão da doença. En-
2016 357

tretanto, pacientes instáveis não podem reali- Diabetes.


zar o exame.
Alt•rnativa E: INCORRETA. A isquemia nesse caso é Alt•mativa A: INCORRETA. A cintilografia hepatobi-
secundária a dissecção da aorta até sua bifur- liar (DISIDA) é o padrão ouro para o diagnósti·
cação nas ilíacas, impedindo o fluxo sanguíneo co de colecistite aguda (CCA). Entretanto, é um
para o membro inferior, por esse motivo não exame de exceção que fica reservado para ca·
existe espaço para a embolectomia. Questão sos de dúvida diagnóstica.
foi anulada pela banca, pois apresenta duas al- Alt•mativa B: INCORRETA. A colecistotomia per·
ternativas incorretas: C e E. cutânea (punção da vesícula biliar guiada por
imagem) é um tratamento de exceção, reser·
vado para pacientes criticos que não possuem
Um homem de 38 anos, portador de fi. condições clínicas de serem submetidos à cole·
82 brose dstica, é submetido a transplante
de pulmão. Passa a receber ciclosporina, azatio·
cistectomia.
Alt•mativa C: CORRETA. Em geral, o diagnóstico de
prina e metilprednisolona. No quinto dia após o CCA pode ser dado com base na história clfni-
transplante, apresenta dor no quadrante supe· ca, exame físico e achados laboratoriais e de
rior direito do abdome, temperatura de 37,2"C imagem. O quadro clássico consiste na dor em
e leucocitose com desvio à esquerda. O ultras- HCO, náuseas e vômitos. com piora nas alimen-
som à beira do leito revela sinais de colecistite tações e febre. A icterfcia é mais comum nos
aguda acalculosa. Melhor opção a respeito do casos de CCA acalculosa. Vamos lembrar dos
diagnóstico e da conduta para este paciente: sinais ultrassonográficos da CCA:
Cálculo impactado no infundíbulo (exceto
@ Para o diagnóstico, é essencial fazer cintilo- nos casos de CCA alitiásica);
grafia hepatobiliar com ácido 2,6-di-isopropil Espessamento da parede (> 4 mm);
iminodiacético (DI SIDA). Parede delaminada;
® A primeira opção de tratamento é a colecis- Líquido livre ao redor da vesículari
tostomia percutânea, preferencialmente guia- Murphy ultrassonográfico (dor em HCD, no
da por tomografia. ponto cístico com o probe de ultrassom).
© Em geral, os achados clfnicos, o desvio à es-
querda no leucograma e a ultrassonografia cos- Alt•mativa D: INCORRETA. O tratamento de vírus
tumam definir muito bem o diagnóstico. oportunistas é rotina em alguns serviços de
@ É mandatório iniciar o tratamento com dro- transplante, mas não é obrigatório, pois o tra-
gas antivirais para vírus oportunistas, como o tamento de escolha é a cirurgia.
citomegalovírus, por exemplo. Alt•mativa E: INCORRETA. O tratamento de escolha
® Só deve ser indicada colecistectomia, se não é a colecistectomia. O tratamento clinico ex·
houver resolução clínica após tratamento com clusivo ou associado à punção percutânea fica
antimicrobianos para enteropatógenos. A cole· reservado para paciente sem condições clinicas
cistite aguda alitiásica é responsável por 1O% de serem submetidos à cirurgia.
das colecistites agudas. Essa afecção é mais
comum em pacientes críticos internados em
terapia intensiva ou imunossuprimidos (AIDS Em traumatizados graves, a hipotermia
e pós-transplantes), mas também pode ocorrer
em pacientes da comunidade.
83 (temperatura central abaixo de 35 "C):

São fatores de risco para a colecistite aguda @ Aumenta o consumo de oxigênio pelo mio-
acalculosa: cárdio.
internação em UTI; ® Diminui o metabolismo anaeróbico.
Idade; © Melhora a função cardíaca.
Nutrição parenteral total; @ Édefinida como grave, quando a temperatu-
Grande queimado; ra central é menor do que 32 •c.
Politrauma; ® Deve ser tratada, sempre que possivel, ajus-
Instabilidade hemodinâmica; tando-se o circuito do ventilador mecânico. de
Ventilação mecânica; modo que o ar inalado seja aquecido a 38 •c.
358 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

._ COMENTARIO: A hipotermia é comum nas pa- Referências anatômicas para dissecção


cientes vítimas de trauma, em consequência
de acentuada perda sanguínea, exposição do
85 da veia safena distai, em pacientes em
choque hemorrágico:
doente ao meio externo, reanimação com flui-
dos não aquecidos ou perda da capacidade de @ Duas polpas digitais anteriormente e supe-
termorregulação em pacientes intoxicados ou riormente ao maléolo mediai.
com danos neurológicos. Define-se como hipo- ® Duas polpas digitais posteriormente e supe-
termia, uma temperatura central (temperatura riormente ao maléolo lateral.
esofágica ou vesical) abaixo de 36• C, e hipoter- © Duas polpas digitais posteriormente e infe-
mia grave abaixo de 32° C. A hipotermia é um riormente ao maléolo mediai.
dos tripés da Trfade letal no trauma (hipoter- ® Duas polpas digitais anteriormente e infe-
mia, coagulopatia e acidose) e sua prevenção é riormente ao maléolo mediai.
mais fácil que sua correção. ® Duas polpas digitais anteriormente e supe-
I Resposta: @ riormente ao maléolo lateral.

._ COMENTARIO: Questão de anatomia: a veia sa-

84 Espaços visualizados no FAST (focused


assessment sonography in trauma):
fena passa anteriormente ao maléolo mediai e
sua d issecção deve ser realizada logo acima do
mesmo.
I Resposta: ®
@ Pelve, espaço hepatorrenal e loja esplênica.
® Espaço hepatorrenal, pelve, goteiras parie-
tocólicas. Um homem de 32 anos caiu da laje, de
© Goteiras parietocólicas, espaço pleural, saco
pericárdico e pelve.
86 aproximadamente 4 metros de altura,
há cerca de 1 hora. Dados no local: P: 120 bpm;
@ Pelve, saco pericárdico, goteiras parietocóli- PA: 150 x 80 mmHg; Glasgow: 15. Na chega-
cas e espaço hepatorrenal. da ao hospital: A: via aérea pérvia, respiração
® Pericárdio, espaço hepatorrenal, subfrênico aparentemente normal. B: murmúrio vesicular
esquerdo e pelve. presente bilateralmente, sem ruídos adventí-
cios; saturação de 02: 96%, com máscara com
._ COMENTARIO: Questão bastante direta, os lo- 15 L 02/minuto, frequência respiratória: 14 in -
cais avaliados com o FAST são: cursões respiratórias por minuto. C: frequência
Pericárdio cardíaca: 92 bpm, PA: 11 Ox 90 mmHg, extremi-
Espaço hepatorrenal dades quentes, tempo de enchimento capilar:
Espaço esplenorrenal ou subfrênico es- 1s, sem esta se jugular; abdome indolor, sem
querdo hipersensibilidade; toque reta!: esfíncter hipo-
Pelve ou fundo de saco de Douglas tônico, sem sangue, próstata tocável, regular.
Pelve estável. FAST (focused assessment sono-
O FAST não é invasivo, pode ser realizado rapi- graphy in trauma): negativo. Sondagem vesical:
damente a beira leito, possui alta sensibilidade urina clara. D: Glasgow 1 S, pupilas isocóricas e
e acurácia para avaliação de líquido livre na fotorreagentes, reflexo bulbocavernoso ausen-
cavidade e pode ser realizado em pacientes te. E: palpação de deformidade dolorosa em co-
hemodinamicamente instáveis. Entretanto, é luna vertebral, na transição toracolombar. Tem
operador dependente, e tem baixa especifici- paraparesia e paraplegia crural com flacidez e
dade, pois não determina a origem da lesão. déficit de sensibilidade em membros inferiores.
Lembrem-se: pacientes instáveis hemodinami- Os familiares perguntaram se o paciente ficará
camente e com FAST positivo devem ser sub- definitivamente paraplégico. Melhor resposta:
metidos à laparotomia exploradora.
I Resposta: ® ® Como não tem sinai s de choque neurogêni -
co nem medular, é provável que a paraplegia
2016 359

seja transitória e venha a ocorrer recuperação da motricidade.


® O paciente já está em choque medular e, por isso, a paraplegia é definitiva.
© Deve-se esperar as 12 horas de choque medular e reavaliar, para definir se a paraplegia será
definitiva.
@ O choque neurogênico deve ser revertido, antes de se poder avaliar o prognóstico da paraplegia.
® Nada se pode dizer ainda, pois o paciente está na fase de choque medular.

~ COMENTÁRIO: Precisamos compreender alguns conceitos básicos para responder a questão:


Choque neurogênico: estado de má perfusão tecidual (hipotensão, sem taquicardia reflexa). A
lesão do sistema nervoso simpático medular resulta em vasodilatação dos vasos viscerais e das
extremidades, associadas à perda do tônus simpático cardfaco. Fazendo com o que paciente
não consiga elevar a frequência cardíaca. Essa situação deve ser reconhecida e diferenciada do
choque hipovolêmico, no qual a pressão arterial está diminulda e acompanhada de taquicardia.
Choque medular: ruptura fisiológica das funções da medula espinal que acompanha o trauma
raquimedular.

É a suspensão transitória da função e reflexos abaixo do nlvel da lesão. Os sintomas são déficit de
sensibilidade, paralisia flácida, ausência de reflexos tendinosos profundos, abolição da atividade
somática reflexa e alterações na regulação térmica abaixo do nivel da lesão. O choque medular
dura dias a semanas, usualmente 4-12 semanas, tendo seu fim marcado pelo retorno dos reflexos
tendinosos profundos e do reflexo bulbocarvernoso

Choque Hemorr~olhlpovolfmko Medular


PA Hipotensáo Hipotensáo
Fc Taquicardia Normal ou bradicardia
PerfusAo Ruim, extremidades frias Normal, extremidades quentes
Esflncter Normotônico Hlpotõnico

Alternativa A: INCORRETA. O paciente apresenta sinais claros de trauma raquimedular/choque medular:


hipotonia do esfíncter, paraparesia e paraplegia crural com flacidez e déficit de sensibilidade em
membros inferiores.
Alternativa B: INCORRETA. Não podemos afirmar que a paraplegia é permanente pois o paciente ainda
está em choque medular.
Alternativa C: INCORRETA. O choque medular pode durar semanas.
Alternativa D: INCORRETA. O paciente não apresenta sinais de choque neurogênico.
I Resposta: ®

Vítima de colisão de carro X poste, um paciente de 58 anos sofreu trauma de crânio leve
87 (Giasgow 14), trauma torácico com fratura de 2 arcos costais à direita, sem hemotórax ou
pneumotórax, bem como fratura fechada de braço (radiografia a seguir, com o braço já imobiliza-
do). Está em observação no pronto-socorro há 2 dias, agora já em Glasgow 15, respirando bem e
com bom controle álgico das fraturas de arcos costais. Contudo, refere piora acentuada da dor no
braço engessado, apesar de analgesia potente. Também se queixa de intenso formigamento no
braço. Não é possível palpar o pulso radial, devido ao gesso. No momento, não tem ortopedista
nem cirurgião vascular no hospital, devendo ser solicitada transferência, caso julgue necessário ter
a avaliação desses especialistas. Provável diagnóstico e conduta: (VER IMAGEM)
360 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

ta, difusa. em cólica. Nega episódios anteriores


de perda de sangue nas fezes. ~ hipertenso, ta·
bagista e etilista social. Est~ em regular estado
geral, descorado, eupneico, um pouco ansioso.
P: 11 Obpm; PA: 90 x 70 mmHg. O abdome é fl~­
cido e indolor à palpação. Toque retal: sangue
vivo, sem massas. Conduta, após a reanimação
volêmica:

@ Colonoscopia.
® Arteriografia.
© Endoscopia digestiva alta.
@ Cintilografia.
® Angiotomografia.
@ Síndrome compartimental. Abrir o gesso ,. COMENTÁRIO: A grande maioria das hemor-
imediatamente e solicitar transferência para ragias digestivas é alta (80%). Um quadro de
ortopedia. enterorragia sugere que a etiologia seja baixa,
® Lesão vascular despercebida. Solicitar ime- mas em pacientes com motilidade intestinal
diatamente transferência para cirurgia vascular. aumentada, uma HDA pode se apresentar com
© Slndrome compartimental. Solicitar imedia- enterorragia. Portanto, antes de iniciar a inves-
tamente transferência para ortopedia. t igação com colonoscopia devemos excluir um
@ Lesão nervosa. Solicitar imediatamente sangramento alto e doenças anorretais com exa-
transferência para ortopedia e neurocirurgia. me físico, toque e anuscopia. Feito isso. temos
® Lesão vascular não percebida. Abrir o ges- que lembrar das principais causas de HOB: doen·
so, fazer fasciotomia à beira do leito e solicitar ça diverticular, angiectasia e neoplasia de cólon.
transferência imediata para ortopedia. Colonoscopia: exame obrigatório para todo
quadro de HDB. Além de localizar precisa-
,. COMENTÁRIO: Estamos frente a um quadro tí- mente a fonte de sangramento, permite
pico de síndrome compartimental: trauma de também, a intervenção terapêutica em al-
membro com fratura e consequente edema guns casos. Ex.: cauterização com argônio
local. H~ aumento pressão intersticial sobre em angiectasias ou injeção de solução de
a pressão de perfusão capilar dent ro de um adrenalina em tumores sangrando;
compartimento osteofascial fechado. Se não Endoscopia digestiva alta: exame obrigató-
tratada, pode comprometer vasos, músculos ria para qualquer hemorragia digestiva, alta
e terminações nervosas provocando dano te- ou baixa;
cidual irreparável. O quadro clínico é típico: Arteriografia: localiza com precisão o local
dor importante, edema, ausência de pulsos do sangramento, mas para isso, é necessário
distais, parestesias de extremidade e hipoes- que seja um sangramento de alto fluxo (0,5 •
tesia. O tratamento é a fasciotomia ampla dos 1 ml/min). Geralmente é o exame de escolha
compartimentos. Entretanto, o paciente está para sangramentos contínuos e de grande
com o braço engessado e precisamos primeiro monta. Além de fazer o diagnóstico, a arte-
confirmar que a ausência de pulso e a etiologia riografia também pode ser terapêutica: em-
da compressão não são decorrentes somente bolização do vaso sangrante ou injeção de
do ges.so. Portanto, primeiro devemos retirar o vasopressina;
gesso e reavaliar a per fusão do membro. Cintilografia: é um exame mais sensível para
I Resposta: @ detectar hemorragias digestivas. A cintilo-
grafia é capaz de detectar fluxos hemorrági-
cos muito baixos (0, 1 ml/min). Além de ser

88 Um homem de 4S anos refere enterorra-


gia há 1 dia. Diz ter dor abdominal discre-
2016 361

barato e pouco invasivo. Entretanto, não localiza o sangramento com precisão, não faz o diagnós-
tico da etiologia e não é terapêutico;
Angiotomografia: possui uma alta especificidade e sensibilidade para identificar o local de san-
gramento. Entretanto, só é eficaz em sangramentos contínuos e de maior volume. Apesar de pou-
co invasivo, é um método pouco utilizado para o rastreio de hemorragias digestivas.

I Resposta:©

Um senhor de 82 anos refere icterícia há 1 mês. Diz ter emagrecido 2 kg no perlodo. Tem
89 HAS e DM. Usa marcapasso, por bloqueio atrioventricular total. Nega febre. Refere ânsia e
alguns episódios de vômitos. Nega sangramento ou prurido. Está em regular estado geral. ictérico,
desidratado, afebril. P: 60 bpm, PA: 120 x 70 mmHg, T: 36,s·c. o abdome é indolor e sem massas
palpáveis. Murphy: negativo. Hemoglobina: 11 g/dl, leucócitos: 9.500/mm3, bilirrubina: direta: 8,0
mg/dl, indireta: 2,0 mg/ dL Ultrassom: dilatação de vias biliares intra e extra-hepáticas, sem fator
obstrutivo evidenciado; vesícula biliar com múltiplos cálculos. Próximo passo:

@ Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópíca (CPRE).


® Coledstectomia laparoscópica com colangiografia intraoperatória.
© Colecistectomia convencional com biópsia hepática e colangiografia intraoperatória.
@ Ecoendoscopia.
® Colangiorressonãncia.
.,_ COMENTÁRIO: Estamos frente a um paciente com icterícia obstrutiva: aumento de bilirrubina total,
às custas de bilirrubina direta com dilatação de via biliar. Portanto, temos que investigar qual o fator
obstrutivo nesse caso e as duas principais hipóteses diagnóstícas são coledocolitiase ou tumores
periampulares (tumor de papila, tumor de pâncreas, colangiocarcinoma ou tumor de duodeno) O
autor já nos informou que o ultrassom de abdome não conseguiu evidenciar o fator obstrutivo,
portanto temos que prosseguir na investigação. Existem diversos exames de imagem que podem
nos auxiliar:
Repetir o ultrassom de abdome;
Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE);
Colangioressonância (ColangioRM);
Ultrassom endoscópico (ECO-EDA);
Tomografia computadorizada de abdome (TC) A CPRE é mais difundida e de fácil acesso que a
ECO-EDA ou ColangioRM e, portanto, acaba sendo mais utilizada no dia-a-dia.

Nas tabelas abaixo, podemos ver um fluxograma classicamente utilizado para avaliar o risco de
coledocolitíase. No caso em questão, nosso paciente teria alta probabilidade de cálculo na via biliar
e teria indicação de CPRE. Entretanto, com o advento e maior difusão de outros métodos diag-
nósticos, a CPRE vem perdendo espaço diagnóstico, ficando reservada para procedimentos tera-
pêuticos. Temos que lembrar que é a CPRE é invasiva e apresenta riscos (perfuração, pancreatite
e sangramento). Já foi o padrão ouro para o diagnóstico e tratamento de coledocolitíase, mas seu
uso diagnóstico tem sido cada vez mais restrito. Não podemos dizer que é errado indicar CPRE para
esse paciente, mas se estamos em serviços nos quais há disponibilidade de outros exames, deve-
mos realiza-los a fim de confirmar se há cálculo na via biliar. A colangioRM e a ECO-EDA possuem
alta sensibilidade e especificidade para o diagnóstico diferencial e os protocolos mais recentes su-
gerem a confirmação da coledocolitíase antes da realização da CPRE. Não há evidência que um
exame seja superior ao outro, portanto não podemos concordar com o gabarito oficial (altenativa
D). Apesar dos recursos a banca manteve a questão.
362 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

PIOBAIILIDADE DE Cot.EDOCOU11AsE EM PM:Ioot COM COLELITIASE


Olculo n o - o no USG OU
Alia probabilidade > SO'Ji (um dos ColaOQ•e •sc:tndMte ou
quatro crltéf1osl mfirrubóv > 4 ou
a.lirrubóv MitO I~ 4/J Edilataçloo d e - o > 6 mm
Alt~ de ero:tmas hepaUcasou anallculares(~o BT) OU/f
ld>M >55 •nos OU/E
Probabilidade lnte~medl~r1a l'incruttte agudo de otlolo9ia blllir OUJ'f
Dllataçtoodo c - o > 6 mm OU/f
Biforrubino enlfe 1~4.0 OU/E

Batxa probabilidade Nenhum prodllor

CONDUTA CONFORME PIIOIABIUDAOE


Alta probabilidade CPRf pré-oper.~tória
Colangiores>onan<:i•
Ultrassom endoscópko
Probabilidade lntermediMI.J Colangíografia intraope<atória com explo<açAode vios biliares se necess.lrio
Colangíografia intraope<atória com CPRE p6S-operatória se necessario

Baixa probabilidade Col&istectomia sem necessmde de ccllangiografia intraope<atória

Um senhor de 34 anos, o beso, está no Alternativa A: INCORRETA. O íleo paralitico é uma


9O primeiro pós-operatório de hernioplas-
tia umbilical com tela, por hérnia umbilical
afecção bastante comum em cirurgias abdomi-
nai s. Geralm ente é secundário a manipulação
recidivada. Durante a visita médica da manhã, excessiva de alças quando há extensa lise de
o paciente relata d esconforto abdomi nal hipo· bridas1 anastomoses gastrointestinais, cirur-
gástrico, que foi aumentando durante a noite. g ias p rolongadas e contaminação da cavidade.
Vomitou 2 vezes à noite. Não evacuou, não Quadro pouco compatível com cirurg ias de pe-
eliminou gases nem urinou durante a noite. O queno porte como hernioplastias.
abdome está distendido e doloroso ~ palpa- Alternativa B: INCORRETA. Apesar de dor e distensão
ção. Os rufdos hidroaéreos estão ausentes. O abdominal, não há sinais de perítonite no enun·
cirurgião do caso relata que a cirurgia demorou ciado. Pacientes com lesão inadvertida de alça
2 horas, sendo realizada com raquianestesia e apresentam sinais d e sepse de foco abdominal
sedação. Foi feita ressecção de parte de epíplon como taquicardia. Além disso, o autor os i nforma
encarcerado. Não houve intercorrências. Prová- que havia somente epíplon encarcerado.
vel diagnóstico e conduta: Alternativa C: INCORRETA. O bexigoma não deixa de
ser um efeito colateral da raquianestesia, mas o
@ Íleo paralítico. Manter em jejum. tratamento para a retenção urinária aguda é a
® Lesão inadvertida de alça. Tomografia de ab- sondagem vesical de alívio.
dome. Alternativa D: CORRETA. A retenção urinária aguda
© Efeito colateral da raquianestesia. Adminis· é uma causa i mportante de dor abdominal no
trar antiespasmódico e antifisético e recomen- pós-operatório, especialmente em cirurgias
dar repouso no leito. perianais e reparos d e hérnia. Além d isso, é um
@ Bexigoma. Sondagem vesical de alfvio. efeito colateral comum da raquianestesia.
® Sangramento d e ligadura dos vasos epiploi- Alternativa E: INCORRETA. O sangramento dos va-
cos. Tomografia de abdome. sos epip loicos é uma h ipótese diagnóstica vá-
lida. O sangue na cavidade abdomi nal poderia
,.. COMENTARIO: Todas as h ipóteses diagnósticas ser responsável pela dor e íleo paralítico. Mas
das alternativas são factíveis a história clínica. em casos de sangramento de grande volu me o
Entretanto, temos que ter senso crítico e avaliar paciente deveria apresentar sinais de choque
qual a m ai s p rovável. hemorrágico como hipotensão, taquicardia e
2016 363

má perfusão periférica. Não po<lemos aceitar 11> COMENTARIO: Não vamos deixar o enuncia·
essa resposta como correta, pois o bexigoma é do nos confundir! O choque hemorrágico é o
muito mais frequente em cirurgias desse porte. principal tipo de choque em um cenário de
trauma! Sempre que estamos frente a um pa·
ciente politraumatizado que apresente hipo·
Um motociclista de 39 anos colidiu con· tensão e taquicardia devemos procurar uma
91 tra um carro. Atendído em pronto-so-
corro de hospital secundário, estava em coma
fonte de sangramento {tórax, abdome/pelve e
fratura de ossos longos). E dentre as causas de
(Giasgow 6), tendo sido imediatamente int uba· choque hemorrágico, o abdome é a principal
do. FC: 120 bpm; PA: 88 x 60 mmHg; saturação fonte de sangramento! Nosso paciente tem um
de 02: 99%. Depois de receber 2 litros de solu· FAST positivo, portanto, podemos assumir que
ção fisiológica aquecida, a pressão arterial pas· a etiologia do choque é essa. Ele respondeu a
sou para 115 x 65 mmHg e a frequência cardla· infusão de volume, en tretanto voltou a chocar.
ca para 100 bpm. O FAST {Focused Assessment Isto porque a fonte de sangramento ainda não
Sonography i n Trauma) é positivo. Solicita-se foi controlada, estamos enchendo um balde
a transferência para um centro de maior com· furado! Lembrem·se: choque hemorrágico,
plexidade que dispõe de recursos para o trata· instável e com FAST positivo = laparotomomia
mento definitivo. No entanto, o paciente volta a exploradora!
ficar taquicárdico e a pressão arterial cai para 90 A f está a pegadinha da questão, o autor foi ela·
x 58 mmHg. Além de continuar a reanimação ro e nos informou que estamos em um centro
volêmica com cristaloide, é necessário: pequeno, sem recursos. Portanto, não temos
como realizar a laparotomia nesse serviço e
@ Insuflar um balão intra·aórtico, passado pela transferir um doente com o abdome aberto
femoral. ou em peritoneostomia. Portanto, temos que
® Transfundir sangue e manter a transferência. continuar com a infusão de volume, dessa vez
© Fazer laparotomia de controle de danos e com crístaloides e sangue! Não se esqueçam do
transferir logo depois. ATLS: choque hemorrágico classe 111 e IV mere·
@ Tratar como choque neurogênico e acelerar cem transfusão!
a transferência. I Resposta: ®
® Passar cateter central e administrar drogas
vasoativas, mantendo a transferência

Ptrda lsllnulda de Sangue' lla~Hda na Condf!lo lnklal do Doentt


Oassel Oassell {)asse lU C'- IV
Perda sanguínea (ml) Até 750 7SG-1500 1500-2000 >2000
Perda sangufneal'li 309!.-409(,
Até IS% IS%-30% >40%
volume sangu,neo)
1=-reqvênci~ de putso
<100 100-120 120-140 >140
(BPM)
Pressão owterial Normal Normal Diminufda Diminufda
Preuão de pulso Normal ou
Dim"'u'da Diminurdo. Oiminukb
(mm HgJ aumentada
Frequêtlda re<pl,...
tórla
14-20 20-30 30-40 >35

Oiu,.,.,(JnUh) >30 20-30 5·15 Deipreziwl


levemente Moderadamente Ansioso. confuso
Estado ment>IISNC Coofuso. letMgico
ansioso a0$iosa
Cristaloide e Cristaloide e
Rcposlçik> 100l~mka Cristaloide Crlstalolde
sangue sangue
........ '-em.~ -..c...tOIIS.If('CQ.Adf..nur41UUN8t~Wl.Sl~(oun;r,.......t.t(0.C..201l
364 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

Em relação à colite neutropênica, é IN- de 02: pa02: 1OS mmHg, paC02: 35 mmHg e
92 CORRETO: pH 7,48. Conduta:
@ Cricotireoidostomia.
@ A colonoscopia é fundamental para seu ® Aspiração, suplementação de ox1gen1o,
diagnóstico e tratamento. controle da dor, fisioterapia respiratória, evi-
® Tipicamente, ocorre 10 a 14 dias após a tar a hiper-hidratação.
quimioterapia. © lntubação traqueal e ventilação mecânica.
© Clostridium sp, E. col i, Pseudomonas sp e @Fixação imediata de arcos costais.
Candida sp são os agentes mais comumente ® Drenagem profilática do hemitórax es-
envolvidos. querda.
@ O achado radiológico de pneumatose in-
testinal é pouco sensível, mas muito específi- .,_ COMENT~RIO: Estamos frente a um quadro
co para o d iagnóstico. de trauma torácico, com provável contusão
® Em doentes com câncer, sua incidência pulmonar. Podemos assumir que foi um trau·
beira os 5%. ma de alta energia, pois o paciente estava
sem cinto de segurança e ele apresenta fra-
Alternativa A: INCORRETA. Não se pode realizar turas de costela.
colonoscopia na vigência de colite neutro- Alternativa A: INCORRETA. Nosso paciente apre-
pênica pelo risco de perfuração colônica e senta um problema no B (breathing). A v ia
translocação bacteriana. aérea (A- airways) está pérvia, portanto, não
Alternativa B: CORRETA. A colite neutropênica há indicação de cricotireoideostomia ou tra-
ocorre geralmente no nadir da quimioterapia queostomia.
(10-14 dias após), quando a neutropenia é Alternativa B: CORRETA. O tripé do tratamen-
mais grave. to do trauma torácico (contusão pulmonar)
Alternativa C: CORRETA. Os agentes mais comuns consiste em analgesia, fisioterapia respirató-
da colite neutropênica são: Escherichia Coli, ria e manter balanço hídrico negativo. Uma
Pseudomonas aeruginosa, Clostridium sp, analgesia adequada é essencial para que o
Klebsiella sp e Candida sp. paciente possa expandir adequadamente o
Alternativa D: CORRETA. A pneumatose intestinal tórax e recrutar alvéolos.
ocorre somente em aprox. 20% dos pacien- Alternativa D: INCORRETA. A fixação de arcos
tes, mas quando presente sugere sofrimento costais no trauma é um procedimento ainda
de cólon e é muito sugestiva de colite neutro- controverso
pênica no cenário pós-quimioterapia. Alternativa E: INCORRETA. A drenagem de tórax é
Alternativa E: CORRETA. A colite neutropénica é um procedimento terapêutico, em casos de
uma afecção comum em doentes com câncer, hemotórax ou pneumotórax.
em especial em neoplasias hematológicas I Resposta: ©
com neutropenia.

Sutura de múltiplos ferimentos de

93 Um homem de 35 anos, que dirigia


sem cinto de segurança, foi trazido ao
94 partes mo les~ em ambos os membros
inferiores, sob anestesia local com xilocaína
pronto-socorro após colisão, em que houve a 2%, sem vasoconstritor, em um paciente
impacto do tórax com o volante. Não tem idoso com antecedentes de angina estável.
evidência de trauma de face nem de crânio. O paciente pesa aproximadamente 65 kg e
Não tem instabilidade hemodinâmica. A ra- diz não ter alergias. Os ferimentos são super·
diografia de tórax mostra múltiplas fraturas ficiais, mas muito extensos. Decide-se diluir
de arcos costais à esquerda. O mediastino é o anestésico local, com soro fisiológico, para
normal. O paciente está acordado e conscien- 1%. No entanto, foram utilizados mais de 70
te e tem frequência respiratória de 24 incur- m l desta solução. Podem ocorrer sinais su-
sões por m inuto, sendo a respiração ruidosa. gestivos de intoxicação. Estes NÃO incluem:
Nota-se segmento de tórax com respiração
paradoxal. Gasometria arterial, com máscara @ Fala arrastada.
2016 365

® Náuseas e/ou vômitos. im inente de morte, temos que buscar formas


© Hipotensão. alternativas à transfusão sanguínea. Entre-
@ Convulsões. tanto, frente a casos com risco real e iminente
® Dormência perioral. d e morte temos que fornecer todos os meios
_. COMENTÁRIO: São sintomas da intoxicação disponíveis para salvar a vida do doente, in-
por lidocafna: clusive a transfusão sanguínea, independen-
Gosto met álíco; te da vontade do paciente ou familiares.
Dormência em lábios e língua; Alternativa A: INCORRETA. Se a paciente estiver
Alterações visuais; inst ável hemodinamicamente devido ao cho-
Fala arrastada; que hemorrágico, o médico deve transfundir,
Confusão mental; visto q ue exi ste risco iminente de morte.
Convulsões; Alternativa 8: INCORRETA. O médico nunca pode
Alterações hemodinãmicas. mentir para o paciente ou familiares
Alternativa 0: INCORRETA. O cirurgião e o anes-
Qual a dose máxima de lidocafna? Com va- tesista têm capacidade e autonomia para a
soconstritor: 7-8 mg/kg Sem vasoconstritor: t omada de decisão.
S mg/kg Alternativa E: INCORRETA. Em casos em que exis-
I Resposta: ® t e risco iminente de morte a transfu são pode
ser realizada.
I Resposta: ©
Em decorrência de coli são aut omobi-
95 lística, uma menina de 15 anos. teste-
m unha de Jeová, teve fratura de bacia, lesão Uma senhora de 55 anos, assintomá-
esplênica grave e lesão cerebral traumática.
Est á intubada e hipotensa. Os pais recusam-
96 tica. fez ultrassonografia de abdome
que mostrou um pólipo de 0,5 em na vesícula
-se a permitir que a criança receba transfusão biliar. Conduta:
de qualquer hemoderivado, mesmo que sua
vida corra risco imediato. A criança precisa
ser operada e receber sangue, para ter chan-
ce de sobreviver. O cirurgião deve:

@ Respeitar a vontade dos familiares e sub-


meter a menina a cirurgia, sem transfusão.
® Realizar a operação, administrar sangue
de acordo com a necessidade médica e não
informar aos pais nem à própria paciente.
© Realizar a operação, administrar sangue de
acordo com a necessidade méd ica e informar
aos pais que isso foi medicamente necessá·
rio, para salvar a vida da criança. @ Colecistectomia videolaparoscópica.
@ Ret ardar a cirurgia até que se obtenha po- ® Seguimento com colangiorressonãncia.
sição clara da d iretoria clfnica sobre o proble- © Ecoendoscopia com biópsia do pólipo.
ma. @ Colecistectomia aberta, com ressecção do
® Não realizar a cirurgia, por falta de assina- segmento IV do ligado.
tura de termo de consentimento informado, ® Repetir o ultrassom em 6 meses.
permitindo que a criança evolua para óbito,
ao lado dos pais, que foram amplamente ad- _. COMENTÁRIO: Em sua grande maioria, o
vertidos e orientados. diagnóstico de carcinoma de vesícula é fei-
t o de forma tardia e possui um prognóstico
_. COMENTÁRIO: Devemos respeitar a vonta- muito reservado. A prevalência de pólipos
de do paciente e de seu familiar sempre que de vesícula est á em torno de 5% e vem au-
possível. Em situações eletivas, sem o risco mentado, devido a maior d isponibilidade de
366 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

exames de imagem, em especial a ultrasso- hérnias encarceradas se apresentam como


nografia. A colecistectomia profilática deve uma massa irredutível de consistência firme
ser realizada nas seguintes situações: e hipersensivel no canal inguinal que pode
Tamanho > 10mm; se estender para a bolsa escrota!. A criança
Crescimento rápido documentado; fica irrequieta, pode apresentar vômitos, ne-
Idade> 50 anos; ga-se a comer e chora continuamente. Com
Colelitíase associada; o aparecimento das alterações isquêmicas, a
Pacientes sintomáticos. Pólipos < 4 mm dor se intensi fica, o vômito se torna bil ioso
possuem pouquíssimo risco de malign i- ou mesmo fecaloide, a massa se torna ainda
zação e o seguimento com imagem pode mais sensível e podem aparecer edema e ver·
ser realizado sem maiores preocupações. melhidão da pele local, febre e evidência de
Já a conduta de pólipos entre 4 - 1O mm obstrução intestinal. Geralmente, as hérnias
é bastante discutfvel. A questão nos da inguinais em crianças são de fácil redução
uma paciente de 55 anos, idade limítro- sob sedação (Alternativa E incorreta) e a
fe para o seguimento ultrassonográfoco, hernioplastia deve ser real izado em até 24-48
com um pólipo pequeno. O gabarito ofi- horas após a redução manual, visando uma
cial considerou a alternativa E como cor- menor morbidade cirúrgica e reduzindo o
reta. Entretanto, alguns serviços teriam risco de recidiva (alternativas A, 8 e C incor·
indicado a colecistectomia VLP. retas)
I Resposta: ® I Resposta: @

As hérnias encarceradas em crianças A indicação de tomografia ~e crânio


97 do sexo masculino: 98 em pac•entes com traumat•smo cra-
nioencefál ico, hoje, deve ser bastante libe-
® Devem ser reduzidas na urgência e, se pos- ral. No entanto, você trabalha em local com
sível, operadas eletiva mente. poucos recursos e não tem condições de rea-
® Devem ser operadas, no máximo, até 2 ho- lizá-la deste modo, devendo selecionar os pa-
ras após a redução. cientes que encaminha para realizar o exame.
© Quando operadas dentro de 6 meses após Você atende 5 pacientes com trauma fecha -
a redução, não há aumento de morbidade. do, todos com trauma de crânio leve, mas só
@ São mais comuns à direita. consegue autorízação para transferir um dos
® São faci lmente reduzidas, em geral, com pacientes para o serviço de referência quere-
sedação; no entanto, em caso de indicar ci- aliza o exame. Os outros quatro doentes de-
rurg ia, é necessário fazer laparotom ia, para vem ser tratados sem a tomografia. Você opta
avaliar melhor o conteúdo do saco herniário. por transferir:

.. COMENTÀRIO: As hérnias inguinais, em ® Um homem de 33 anos, que caiu de um


crianças, quase sempre são indiretas, devido banquinho, não perdeu a consciência e tem
a persistência do conduto peritoniovaginal. um ferimento corto contuso no couro cabe-
Há predom ínio do sexo masculino e apro· ludo, com sangramento moderado.
ximadamente 60% das hérnias são do lado ® Uma mulher de 23 anos, que bateu o car-
direito, 25% do lado esquerdo e 15% bilate· ro em ba ixa velocidade, estava com cinto de
rais (Alternativa D correta) A irredutibilidade segurança, acha que desmaiou, mas está ple-
é a complicação mais temida da hérnia. ~ namente consciente, não tem sinais externos
mais frequente nos primeiros meses de vida de trauma e nega cefaleia.
e maioria das hérnias encarceradas evolui © Um senhor de 72 anos que caiu da escada,
rapidamente para o estrangulamento quan- diz que não perdeu a consciência, mas não
do não tratadas de imediato, e as alterações lembra bem do que aconteceu e pergunta
isquêmicas progressivas culminam em gan- sempre as mesmas coisas (repetitivo), embo-
grena e perfuração do intestino herniado. As ra pareça entender o que se lhe d iz e esta r
orientado quanto à sua vida .
2016 367

@ Um ciclista de 45 anos, que estava de capacete, e lembra-se muito bem da queda.


® Um homem de 62 anos, com hálito alcoólico, que caiu da própria altura e já teve um episó-
dio de vômito no pronto-socorro.

.,_ COMENTÀRIO: Abaixo podemos ver as indicações de TC para pacientes com TCE leve. A letra C
contempla um paciente maior que 65 anos, com queda de escada (o autor não nos informa o
número de degraus) e que aparenta estar confuso.

lndl~ dt TC no Trau1111 Cr1nllnctf"ko l tvt


A TC de crânio ê necessária em doentes portodores de trauma craniencefâlico leve (por exemplo. perda de
con.sci~ncia testemunhada ou deSOf'ientaçáo testemunhada em doente com escore na GCS de 13 a 15) e em
qualquer um dos seguintes <iosos:
Alto ri.sto paralnterven~io neurodrúrglca:
Escore na GCS menor do que 15 até duas horas Risco mod«ado p1r1lesio c•rebr•l n• TC:
após o trauma AmMsfa para fatos Bnteriofes ao impacto (mais
Suspeita de fratura exposta ou com afundamento que 30 minutos)
Qualquer sinal de fratura de base de crànio (por Mecanismo perigoso (por exemplo, atropelamen-
exemplo hernotlmpano, olhos de guaxinim, otor- to de pedestre por veiculo automotor, ejeçao do
reia ou rinorreia de LCR, sinal de Battle) ocupante de dentro do vekulo automotor, queda
Vômitos (maisdo que dois episódios) de altura maior que 1 metmou 5 degraus)
Idade superior a 65 anos

I Rosposta: ©

Um rapaz de 15 anos é levado ao pronto-socorro com queixa de dor em fossa ilíaca di-
99 rei ta, náuseas e anorexia há dois dias. Refere ter sentido leve desconforto no epigástrio,
que não tem mais, antes do aparecimento da dor atual. A dor foi aumentando aos poucos.
Nega queixas urinárias. Não tem antecedentes médicos relevantes. O pai d iz que'este menino
nunca f icou doente". Tem febrícula (agora, 37,6 •c). O abdome é bastante doloroso~ palpação
no quadrante inferior d irei to, com defesa involuntária e sinais de irritação peritoneal. Tem ain-
da dor discreta~ percussão lombar direita. Os sinais de Rovsing, do psoas e do obturador são
negativos. Hemograma: 12.000 leucócitos/ m m'; PCR: 18 mg/L (normal até 5 mg/ dl); Urina 1:
50.000 leucódtos/mm3. No ultrassom, o apêndice não é visualizado. Próximo passo na abor-
dagem deste adolescente:

@ Tomografia de abdome.
® Apendicectomia.
© Antibióticos IV e observação clínica, internado.
@ Antibiótico por via oral e aguardar urocultura, em casa.
® Repetir ultrassom e hemograma em 24 hs

.,_ COMENTÁRIO: Estamos frente a um quadro típico de apendicite aguda ! Não devemos pensar
em outra hipótese diagnóstica para o caso! A apendicite aguda é a principal causa de abdome
agudo no mundo, independente da idade do paciente.
O quadro clinico clássico consiste em dor/ desconforto abdominal, com início periumbilical e
m igração para fossa ilíaca direita (FIO), podendo estar associado a náuseas, vômitos, hiporexia,
prostração e febre (geralmente baixa). O quadro clfnico e laboratorial será mais exuberante
com o avançar da doença, isto é, com a necrose e perfuração do apêndice. Em quadros ini ciais
podemos encontrar leucocitose e discreta elevação do PCR. A leucocitúria não é infrequente, e
ocorre quando o apênd ice inflamado está em contato com o ureter direito. O ultrassom de ab-
dome e a tomografia computadorizada com contraste venoso são excelentes exames para au-
368 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

xiliar no diagnóstico. Mas não se esqueçam: (a dor é decorrente da pressão e do ar in·


o diagnóstico de apendicite aguda é clfnico! tracolõnico que sai do cólon esquerdo e
A escala de Alvarado é bastante utilizada para comprime/ mobiliza o apêndice inflama -
auxiliar no diagnóstico de apendicite aguda. do a direita);
Sinal do Psoas: dor na fossa ilíaca direita
na abdução e extensão da coxa direita,
Esco11 de Alvarado com o paciente em decúbito lateral es-
Clínka/Achados Pontu~o querdo;
M lgr~Ao da dot para FIO Sinal do obturador: dor eipogastro secun ·
dário a flexão e rotação interna do qua ·
Sintoma$ Náuseasouvómitos
dril;
Anorexia Sinal de Blumberg : sinal mais clássio para
Dor em FIO 2 apendicite aguda. Descompressão brus-
Elevação de temperatura ca posi tiva (dor de forte intensidade) no
Sinal$ ponto de McBurney.
Descomprenao doloro~
em FIO
LabOfcl· leuccxitose 2
tório o..vlo • esquerda
o-<: lolpoo<Jwt S· ~ ,slwl; 7·&- ;9 • ti:-P'O"Iwl

Não podemos nos deixar levar pelos sinai s


cllnicos negativos no enunciado. Apesar de
clássicos. eles possuem baixa sensibilidade e
especificidade para o diagnóstico. Vamos re·
lembrar alguns:
Sinal de Rovsing : dor em fossa ilíaca di·
reita ao comprimir a fossa ilíaca esquerda

r---------~---------------,.
i

Sinal do Ps..s. Am Fam Phy>ician. t999 Nov t;60CJ)

I Resposta: ®

Um senhor de 68 anos, com artrite acentuada em ambos os joelhos, será submetido à


1é OO hepatectomia direita. Nega sintomas que sugiram cardiopatia e o eletrocardiograma
normal. A angiotomografia de coronárias também é normal. Para esta operação de grande
porte, a avaliação cardiológica deste paciente deve ser complementada com:

@ Apenas anamnese e exame flsico cuidadosos.


2016 369

® Cateterismo cardíaco.
© Mapeamento ca rdíaco com radioisótopos.
@ Ecocardiograma com teste de stress com vasodifatador coronariano.
® Ecocardiograma t ransesofágico bidimensional, com administração de dobutamina.
Alternativa A: CORRETA. Apenas Anamnese e Exame Físico Cuidadoso. Existe várias formas de es-
t ratificar o risco cardiovascular. Uma desses formas é o escore de Destky (segue tabela abaixo).
O paciente em questão apresenta BAIXO RISCO CARDIOVASCULAR, sendo assim deve proceder
o procedimento de Hepatectomia sem investigação adicional. Os dema is itens são forma de
estratificar os indivíduos que apresentam risco cardiovascufar aumentado (vide algoritmo):

t• puso: quanlllkar os pontos dc..:ordo com u ftrihds abaixo

• IA~1< 6m (I O pontm) ou
• s...p.... dt F.stmosuórt~eocntK& (20 pontos)
• Rttmo nlo unusol ou RS d ESSV no I:CC (5 pontos) ou
• IAM > 6m (5 pontos)
>5 lSV no lCG (5pontoo)
• Angm• Cb...-111 (10 pontos) ou
• 1'02 < 60, pCOl >50. K < 3. U >50. C> ),O ou m;tnto.ao
• Angm• da.... I\' (20 pontos)
lt1lo (5 pontos)
• I·. AI' n• ul11m• scmano ( 10 pontoo) ou
• lcudo 70(5 pontos)
• EAI' •lsum• ,.•, n• •od• (5 pontool
• C.~ d. .mtrgfncu (I O pontos)

'lbt<ll de pontos:
0~ I • 0· 15 pontos
Ou~ 11 - lO·)O pontos
Ou!<' 111 • > 30 pontos
370 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

Outra forma de estratificar o Risco Cirúrgico é por meio do Escore da AHNACC:

1 ~-~
'":f· 1----St.t . --- 1---=:.=
---{·1~~;~~-·8--JI~·::·:~··:JI
CONO SCAROIM:ASATIVAS
• •...A;incleCGOI·io~--

·--
30-
• ICCdwtoi4* leoude,....klida

• ~..,.,•or-(lloro>e r -
~) !OCIG ta•
CIU lll'lt':lmMica

.,.,_
. . c ...h
!....,.,.,.; (> 4
METO) O _

FATORESQ.INICOS
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....modl'rio I = I ............ ., I "'-· I-IIÇio(l)

sL
T ....
..._
·-fOr-
.,. ..... (1111
, . . _ -IIÇio--
81« '+
,.-., ....,_,.,_
ppejn ~)OU l)fOIIa
REFER!NCIAS

1. Figura retirada de: Munro MG. Critchley HO. Btoder


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2. Rgura retirada de: Hayleo 8T, Maher CF, Bélrber MO,


Camargo S, Oandolu V, Digesu A. Goldman HB. Huser
M. Mllanl AL. Morao PA, S<haer GN, Wlthagen Ml. An
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(POP). Nevrooro1 Vro<lyn. 2016;35(2):137·68.

3. Rgura retirada d~ Hayleo 8T, Maher CF, Barber MO.


Camargo S, Oandolu V, Digesu A. Goldman HB, Huser
M, Mllanl AL. Morao PA, S<haer GN.. W!thagen Ml. An
lnternational Urogyoecological AssodatiOn (IUGA) I
lnternational Contlnen<e Sodety (ICS) Joint Report
on the Tét'minology for female Pélvi< Organ Prolapse
(POP). Nevrooro1 Vro<lyn. 2016;3Sl2t.137·68.

4. Figura retirada de: Ministério da Saúde /Instituto


Nacional de Câncer José Alencar GO!'I;éS da Silva. Oire•
trizes para a detecção precoce do câncer de mama no
Brasil. Rio de Janeiro: INCA. 2015.
2017

CLÍNICA I· GIOVANNI GALENO DO NASCIMENTO multirresistentes. No caso estamos falando do


SANTOS Streptococcus, uma bactéria gram positiv.
Alternativa C: INCORRETA. A ceftriaxona seria uma
possibilidade se o MIC fosse baixo, ou o pa-
Em um caso de meningite bacteriana
OI aguda por Streptococcus pneumoniae
(com concentração inibitória mínima de beta·
·ciente não tivesse doença em sistema nervoso
central.
Alternativa D: INCORRETA. O autor da questão ten-
·lactâmicos muito elevada), o esquema tera- ·tou confundir os candidatos com o tratamen-
pêu-tico de escolha, dentre os abaixo, é: to para endocardite infecciosa, que na maior
par·te dos casos em valvas nativas também são
@ polimixina. por streptococcus, mas não confundam - no
® meropenem. caso da endocardite estamos falando do Viri-
© ceftriaxona. dans, boovis e menos frequentemente o fecalis.
@ ampicilina + gentamicina. A endocardite pela S. Pneumoniae é muito rara.
® vancomicina. Alternativa E: CORRETA. A tratamento deve ser feito
com Vancomicina ASSOCIADO com ceftriaxona
DICA DO AUTOR: Na interpretação do antibio-gra· e não esquecer da dexametasona O, 15 mg/Kg
ma, tão importante quanto saber de qual bacté· antes de iniciar o antibiótico e manter por 4
ria se trata, é lembrar do paciente que estamos dias. E em casos de MIC muito elevado, alguns
avaliando. Em se tratamento de um paciente autores recomendam inclusive associar com Ri-
com meningite isso muda completa-mente • -f ampicina 600 mg/dia.
caso estivéssemos falando de pneumo-nia o
tratamento poderia ser com ceftriaxona, já para
o tratamento de meningite é necessário a Van·
comicina nos casos da concentração inibi·tória
mínima (MIC) muito elevada, uma vez que a
02 Uma mulher de 59 anos, tabagista desde
os 16 anos, hipertensa, em uso de losar-
tana 100 mg/dia, queixa-se de tosse há 8 me-
maior parte dos antibióticos atingem meno-res ses. Tem sobrepeso leve e vida sedentária. Nega
concentrações em no sistema nervoso cen-tral. dispneia, dor torácica ou abdominal, pi-rose ou
Só lembrando que caso o MIC baixo para beta· emagrecimento. Refere ter tido, há mais de 1O
lactâmicos (<0, 1 mcg/m L para penicilina) po· anos, dois episódios de alergia cutânea urti-
deria ser usado a penicilina e em casos de MIC cariforme com antibióticos que não lembra o
intermediário (0, 1-1 mcg/m L), a ceftriaxo-na é nome. O exame f isico é normal. Testes pulmo-
a opção de escolha. Independente do tra·ta· -nares mostram volume expiratório forçado
mento, a duração é em torno de 10· 14 dias. no 1• segundo- VEFl = 75% do esperado e a
Alternativas A e B INCORRETAS. Tanto a polimixina ra-zão VEF1/capacidade vital forçada - CVF =
como o Meropenem, são utilizados geralmente 65%. Após broncodilatador, ocorre aumento
para t ratamento de bactérias gram negativas apenas do VEF 1 para 82%. A radiografia de tó-
2017 373

rax é nor mal. A causa mais provável da tosse No t ratamento medicamentoso de


nessa pa-ciente é: 03 dislipidemias a ocorrência de cefaleia,
flushing facial, hiperpigmentação cutânea,
@ uso de losartana. acantose nigricans, náuseas, vômitos, diarreia e
® processo alérgico. miosite está relacionada ao uso de:
© asma.
@ refluxo gastresofágico. @ estatinas.
@ OPOC. ® f enofibrato.
© colestiramina.
DICA DO AUTOR: Na investigação de tosse crô-nica @ inibidores de PCSK9.
a história cllnica deve sempre contemplar taba- ® ácido nicotfnico.
gismo, uso de iECA, sintomas alérgicos e rinite,
além de febre (nunca esquecer tubercu-lose no DICA DO AUTOR: Das medicações para dislipide-
Brasil} e de refluxo gastresofágico. No caso a mia sem dúvida a que traz maiores incômodos
paciente parecia ter uma alergia a algu-ma an- ao paciente é o ácido nicotrnico, a queixa de
tibiótico. mas não sintomas de atopia, e o que flushing (pele avermelhada, sensação de ca-
chamava atenção era o tabagismo. A espirome- lor e prurido) em mais de 10% dos casos. Os
tria acaba por fechar o diagnóstico - a razão fabricantes chegaram até a associar com o la-
VEFl/ VEFl/CVF (Tiffeneau} menor que 70% e ropipranto, um antagonista de prostaglandina,
sem evidência de reversibilidade após bronco- para reduzir esses efeitos. No entanto alguns
dilatador (ganho em VEF-1 apenas de 7% - para estudos mos-traram tendência a au mento de
definir resposta seria de 12%} fazem o diagnós- AVC com essa medicação, sendo suspenso do
tico de OPOC. Só chamar atenção que para o mercado (1}.
diagnóstico é levado em conta o índice de Tiffe- Comentários da questão (1):
neau pós-broncodilatador, embora o autor de Alternativa A: INCORRETA. Apesar de ser associada
deixe claro, também não foi funda-mental para a rabdomiolise1 existem casos isolados de mio-
responder a questão. ·site por estatinas, além disso não dão flushing.
Altornativa A: INCORRETA. O uso do i ECA (Captopril, Alternativa 8: INCORRETA. Assim como as estatinas,
enalapril etc) normalmente é associado a tosse embora seja uma reação incomum, os fibratos
crônica, os BRAs (bloqueadores do receptor da também pode levar a rabdomiolise, mas não
angiotensina) até podem estar associados, mas esperado flushing facial, hiperpigmentação
muito raramente. cutânea, acantose nigricans.
Alternativa 8: INCORRETA. A paciente não tinha ne- Alternativa C: INCORRETA. A colestiramina tem ação
-nhum sinal de atopia que pudéssemos pensar a nível intestinal, reduzindo a reabsorção dos
em um processo alérgico. sais biliares que tem como composição o co-
Alternativa C: INCORRETA. Mesmo em adultos fu- les-terol, com isso conseguem tratar a dislipide-
·mantes, não é raro nos surpreendermos com mia. Por ter ação lumínal, seus efeitos principais
diagnóstico de asma ou tosse variante de asma, são náuseas, vômitos e diarreía, mas não inclui
sem sintomas na infância. No entanto a espiro- o flushing.
-metria exclui essa possibilidade. Alternativa D: INCORRETA. Medicação nova, mas que
Alternativa D: INCORRETA. Se quiséssemos ter cer- vem sendo cobrada bastante em concur-sos, é
te-za que a paciente não tem refluxo, o ideal importante o candidato conhecê-la: A PCSK9 é
seria fazer uma pHmetria para excluir, no en- uma protease que degrada os recep-tores de
tanto além de não ter sintomas, já havia uma LDL, a medicação se trata de um anti-corpo
espiro-metria alterada. não há necessidade de monodonal contra essa protease, assim haverá
conti-nuar essa investigação. maior número de receptores e conse-quente-
Alternativa E: CORRETA. A espirometria corrobora mente redução do colesterol plasmáti-co. Por
com a suspeita clfnica, e sem dúvidas, a medida ser um anticorpo injetável no subcutâ-neo, a
mais importante é a suspensão do tabagismo. maior parte dos sintomas são dermatites locais,
mas também pode haver mialgia.
374 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

Alternativa E: CORRETA. Apesar de ser uma das dem interferir e levar a reativação do herpes
poucas medid as que consiga aument ar o HDL, simp lex que favorece ao surgimento da para-
pode ser responsável por todos os sintomas, · lisia facial. Dentre desses eventos, os que tem
por isso é frequente os pacientes não tolerarem maior risco são gravidez (em especial no 3• tri-
e d escontinuarem a medicação. -mestre) e Diabetes Mellitus, como a segunda
opção não t inham entre as alternativas, ficamos
com a gestação.
Uma mulher de 32 anos, com sintomas I Resposta: ®
04 sugestivos de cistite aguda, ap resenta
urocult ura positiva para ent erococos não-resis·
-tentes. Dentre as abaixo, a opção MENOS ade- O achado fisiológico característico da
quad a para o trat amento é: 06 doença pulmonar obstrutiva crônica, na
prova d e função pulmonar, é:
® amoxicilina-clavulanat o.
® fosfomicina. ® reversão de obst rução d o fluxo aéreo após a
© amp icilina. administração de inibidor de leucotrieno.
@ levofloxacina. ® obstrução ao fluxo aéreo total ou parcial-
® nitrofu rant oina. ·mente reversível após o uso de beta-agonista
inalatório.
DICA DO AUTOR: Novamente uma questão en- © obstrução ao fluxo aéreo após 6 segundos,
-volvend o tratamento antimicrobiano guiado. sem reversão com broncodilatador inalatório.
~ importante o candidato levar dessa questão @ ob strução ao fluxo aéreo no 1° segundo
que os ent erococos são nat uralmente resis- acompanhado d e diminuição proporcional na
·tent es a quinolonas - independentemente de capacidade vital forçada.
serem multirresistentes ou não-resistentes a ® obstrução fixa do fluxo inspiratório, com ou
outros antibióticos e de usarmos quinolonas sem uso de broncodilatad or.
respiratórias ou não.
Alternativas A, 8, Ce E: INCORRETAS. Todos esses an- DICA DO AUTOR: Essa foi uma questão muito erra-
-tibióticos poderiam ser opções para u ma mu- d a devido a falta de atenção d e alguns can-di-
-lher com enterococo não- resistente~ apesar de d atos na hora de ler as alternativas. O DPOC é
alguns autores sugerirem o uso da fosfomicina u ma ob strução desproporcional do fluxo aéreo
que poderia ser dose única. expiratório em relação a capacidade vital força-
Alternativa 0: CORRETA. Por ser uma quinolona, ·da e com isso impactando no fluxo total (mas
NUNCA d eve estar entre as opções para trata- com fluxo inspiratório normal) e sem reversão
mento de enterococos, mesmo que o antibio· complet a ao uso de b roncodilatadores. O aut or
grama mostre sensibilidade in vitro, in vivo são joga com esses conceitos e acabou confundin -
semp re resist entes. · do muitos candidatos.
Alternativa A: INCORRETA. O t ratamento com inibi-
· dor de leucotrieno é indicado na asma indu-
O rísco de paralisia facial periférica está zida por aspirina ou por exerdcio físico, não há
05 aument ad o em at é 3 vezes: rela-ção com DPOC.
Alternativa 8: CORRETA. Não há reversão comp leta
® durante a gestação. com uso de beta-agonista, o que não quer dizer
® na menopausa. que não possa reverter parcialmente.
© em transplantados. Alternativa C: INCORRETA. A obstrução é no fluxo no
@ em pessoas com alcoolismo. 1• segundo, não após 6 segundos.
® após 65 anos de idade. Alternativa O: INCORRETA. A Obstrução é d espro-
porcional nos distúrb ios obstrutivos. Pod e ser
DICA DO AUTOR: Questão decoreba e difícil. Even- proporcional nos distúrbios restritivos, mas não
tos que interfiram no si stema imunológico po - o caso do DPOC.
2017 375

Alternativa E: INCORRETA. A obstrução é do fluxo caso, mesmo em pacientes comatosos se for


Expiratório. O fluxo inspiratório em geral está secundário a hipercapnia.
normal. Assertiva 11: Síndrome coronária aguda com
ede-ma agudo de pulmão. Correto - Apesar de
infar-to agudo do miocárdio ser uma contrain-
Considere quatro pacientes com hipóxia, dica-ção, isso é relativo, caso o paciente em
O7 recebendo oxigênio por cateter nasal: edema agudo e estável hemodinamicamente,
pode ser tentado VNI para estabilização venti-
I. DPOC descompensado com PaC02 = 52 latória do paciente.
mmHg; Assertiva 111: tromboembolismo pulmonar no 1°
11. sindrome coronária aguda com edema pós-operatório de artroplastia de quadril. Cor-
agudo de pulmão; reto - não há contraindicações nesse caso, e
111. tromboembolismo pulmonar no 1• pós pode ajudar no suporte do paciente.
operatório de artroplastia de quadril; Assertiva IV: intoxicação por barbitúrico. Incorre-
IV. intoxicação por barbitúrico. to, intoxicação barbitú rica em geral é acompa-
nhado por rebaixamento do nível de consciên-
Têm indicação de ventilação não invasiva APE- cia, e por isso contraindicado.
NAS os pacientes: I Resposta: ®
@ l,lll e iV.
® l, ll e lll. Em todos os casos de febre reumática
©
@
llleiV.
I e li.
08 com cardite, recomenda- se o uso de:

® llelll. @ antibioticoterapia antiestreptococos.


® ácido acetilsalicílico em doses de 100 a 200
DICA DO AUTOR: A ventilação não invasiva qua-se mg por dia.
sempre pode ser uma opção no manejo de pa- © imunoterapia com anticorpos monoclonais.
cientes com hipóxia, mas devemos sempre ter @ corticoesteroide IV em doses altas, repetidas
em mente as contraindicações: diariamente por 3 a 5 dias.
Diminuição da consciência, sonolência, agi- ® corticoesteroide VOe imuneglobulína IV.
-tação, confusão ou recusa do paciente;
lnstabilídade hemodinãmica com neces-si- DICA DO AUTOR: Apesar da febre reumática ser
dade de medicamento vasopressor, cho- uma resposta imune tardia ao estreptococo
-que (pressão arterial sistólica< 90 mmHg), beta-hemolít ico do grupo A, e quase sempre
arritmias complexas; não haver mais infecção no diagnóstico, o tra-
Obstrução de via aérea superior ou trauma tamento com penicilina é indicado para erra-
de face; dicação da bactéria, com objetivo de reduzir a
Tosse ineficaz ou incapacidade de degluti- exposição antígênica do paciente ao estrepto-
-ção; coco e impedir a propagação de cepas reuma-
Distensão abdominal, náuseas ou vômitos; togênicas na comunidade.
Sangramento digestivo alto; Alternativa A: CORRETA. Alguns casos de cardite
Infarto agudo do miocárdio; precisarem de corticoide em doses altas, mas já
Pós-operatório recente de cirurgia de face, cardite subclinica/leve, que não há necessida-
via aérea superior ou esôfago; de de nenhum tratamento especifico além do
Uso de VNI é controverso: pós-operatório suporte clínico.
de cirurgia gástrica, gravidez. Alternativa 8: INCORRETA. A aas pode ser utilizado
em alguns casos, mas em doses anti-inflamató-
Assertiva 1: DPOC descompensado com PaC02 ria e não de anti-agregação plaquetaria.
= 52 mmHg. Correto - DPOC é uma das pato- Alternativa C: INCORRETA. Não é validado imunote-
logias que mais se beneficiam da VNI, e nesse rapia com anticorpos monoclonais para cardite
na febre reumática.
376 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

Alternativas D e E: INCORRETAS. Dependendo do


acometimento da cardite pode ser necessário
uso de corticoide VO e até p ulsoterapia. Mas
1O Em alguns países desenvolvidos a taxa
de mortalidade por câncer colorretal vem
diminuindo e a maior parte dessa redução de-
não para todos os casos, como foi perguntado -corre:
na questão.
@ da realização de colonoscopia p recoce, abai-
xo dos 40 anos de idade.
Pacientes que se apresentam no pron- ® d a maior oferta de produtos alimentícios
09 to-socorro com elevação acentuada da
p res.são arterial podem necessitar de controle
orgânicos.
© da realização de testes de triagem para a
da pressão de forma rápida por apresentarem doença.
achados que caracterizam uma emergência hi· @ do aumento do conteúdo de fibras na die-
pertensiva, como os abaixo, EXCETO: -ta, mesmo em produtos industrializados.
® da diminuição na dieta d a ingestão de gor-
@ hematúria. -duras saturadas.
® dor intensa na região dorso-lombar de início
recente. DICA DO AUTOR: Existem poucas neoplasias que é
© reflexo arterial aumentado e cruzamentos bem demonstrado que o rastreamen-to muda
A-V patológicos no fundo de olho. mortalidade para a população geral, entre
@ náuseas e vômitos. elas o câncer de cólon e mama. Cuidado com
® elevação recente de creatinina. rastreio do câncer de próstata e tireoide, para
quais apesar de muitos médicos indica-rem,
DICA DO AUTOR: Na verdade o que a questão quer não existem estudos mostrando redução de
saber é se o candidato sabe quais as mani-fes- mortalidade na população. além de gerarem
tações clínicas e laboratoriais da h ipertensão custos e inúmeros resultados falso positivos le-
acelerada maligna - definida como h ipertensão -vando a procedimentos desnecessários.
grave (pressão diastólica > 130 mmHg) associa- Alternativa A: INCORRETA. Colonoscopia p recoce
da a alterações de fundo de olho (retinopatia pode ser uma estratégia, mas para pacientes
graus 111 e IV de Keith-Wagener). especialmente com adenocarcinoma familiares ou síndromes
o papiledema (grau IV), podendo levar a aco- hereditárias.
metimento sistêmico. Alternativas B, D e E: INCORRETAS. Até seriam boas
Alternativa A: INCORRETA. Pode ocorrer hemólise estratégias, já que sabemos que o câncer, mas
por intensa vasoconstricção durante a crise, definitivamente isso não está ocorrendo não
levando a anemia micro-angiopática e hema- países desenvolvidos, onde a epidemia de obe-
túria. ·sidade e cada vez maior, j ustamente por não
Alternativa B: INCORRETA. Pode ocorrer dorsalgia realizarem medidas como essas.
ou lombalgia quando associado com dissecção Alternativa C: CORRETA. Na população geral, o ade·
de aorta associada. -nocarcinoma de cólon deve ser rastreado a
Alternativa C: CORRETA. Nesse item é descrito a re- par-tir dos 50 anos, tanto através da colonos·
·tinopatia grau 11, que é decorrente da HÁS crô- copia a cada 1O anos, mas também com retos-
·nica e não do quadro agudo, que se associado sigmoi-doscopia de 515 anos e sangue oculto
ao papiledema. anual.
Alternativa D: INCORRETA. Sintomas gastrointes-
·tinais como náuseas e vômitos são muito fre-
-quentes. MEDICINA PREVENTIVA- JULIANO SILVEIRA DE
Alternativa E: INCORRETA. Envolvimento renal: é co- ARAÚJO
-mum, varia em gravidade e pode variar de pro-
·teinúria não nefrótica a franca perda de função
renal. Creatinina acima de 2,3 mg/dl está pre- Em relação à avaliação de testes diagnós-
-sente em 31% dos pacientes na apresentação. 11 -ticos, é INCORRETO:
2011 m
@ Quando a doença é rara o valor preditivo po- preditivos de um teste diagnóstico dependem,
sit ivo é baixo. essencialmente, de três fatores: sensibilidade
® A sensibilidade e especificidade são pro- e especificidade do teste e a prevalência da
-priedades inerentes ao teste. doença. A sensibilidade e especificidade, pelo
© Os valores preditivos dependem da inci- contrário, não dependem da prevalência da
-dência da doença na população de estudo. doença~
@ O valor preditivo posi tivo aumenta com a
prevalência da doença.
® O valor preditivo negativo diminui com a
prevalência da doença. 12 Paciente de 54 anos de idade apresenta
paraparesia espástica tropical, doença
causada pelo HTlV-1, e usa anda dor para de-
Alternativas A, 8, De E: CORRETAS. Estão corretos e ambular. A paciente faz fisioterapia motora três
são autoexplicativos. Segue uma forma simples vezes por semana. Essa atividade é um exem-
de memorizar estes conceitos: plo do(s) seguinte{s) nível{is) de prevenção:
A. Quanto maior a sensibilidade, maior será o
valor preditivo negativo, isto é, maior será a @ Secundário e terciário.
probabilidade de, perante um resultado nega- @ Primário.
-tivo, não haver doença. © Secundário.
B. Quanto maior a especificidade, maior será o @ Terciário.
valor preditivo positivo, isto é, maior será a pro- ® Primário e secundário.
-babilidade de, perante um resultado posi tivo,
haver doença. ll> COMENTARIO: No caso em questão, nós temos
C. Quanto maior a prevalência da doença, um paciente que já foi exposto a um determi-
maior será o valor preditivo positivo e menor nado fator de risco (prevenção primária), apre-
será o valor preditivo negativo, isto é, quanto sentou uma doença (prevenção secundária) e
mais frequente é uma doença mais provável é agora está em fisioterapia que é uma medida
encontrar verdadeiros positivos (aumentando de reabilitação (prevenção terciária). t preciso
o valor preditivo positivo), mas também é mais ter cuidado com enunciado de prova, pois a
provável encontrar falsos negativos (diminuin- questão se refere a pratica da fisioterapia mo-
-do o valor preditivo negativo). tora três vezes por semana. As demais alterna-
Alternativa C: INCORRETA. O Valor preditivo depen- tivas estão erradas conforme explicação acima.
-de da PREVAL~NCIA da doença. Segue quadro ilustratívo para facilitar a memo-
"Os valores preditivos do teste, isto é, a pro- rização das prevenções.
babilidade de, perante um resultado positivo
ou negativo, existir ou não doença Os valores

Quadro I
Apromoção da saúd• • os nfftls d• prP~.nçáo 54!gundo LNY~!II & Oark{1965)
A promoção da saúde aparece como prevenção primária. confundindo-se com a
prevenção referente à proteção específica (vacinação, por exemplo). Corresponde
a medidas gerais, educativas, que objetivam melhorar a re-sistência e o bem-estar
Primária (promoção
geral dos indivíduos (comportamentos alimentares. exercício ffslco e repous. con-
da saúde e prot~o tenção de estresse. não ingestão de drogas ou de tabaco), para que resistam às
especifica)
agressõe-s dos agentes. Também diz respeito a ações de orientação para cuidados
com o ambiente, para que esse não favoreça o desenvolvimento de agentes etio-
lógicos (comportamentos higiênicos relacionados à habitaç~o e aos entornosl.
378 PreparatórioparaResidência M~dica SUS/SP

Quadro I
Apromoção da sallde e os nlvels de prevenção segundoLeavell & Clart (1965)
Engloba estratégias populacionais para detecção precoce de doenças, como por
exemplo o rastreamento de cAncer de colo uterino. Também contempla ações
Secundária (diag-
com individuas doentes ou acidentados com diagnósticos confirmados, para que
nóstico e tratamento
se curem ou mantenham-se funcionalmente sadios, evitando complicações e
precoce; limitação da
mortes prematuras. Isto se dá por meio de práticas clínicas preventivas e de edu ~
invalide~
cação em saúde, objetivando a adoção/mudança de comportamento (alimenta-
res, atividades físicas etc).
Consiste no cuidado de sujeitos com sequelasde doenças ou acidentes. visando a
Têrciária (reabilitação)
recuperaçAo ou a manutenção em equllfbrio funcional.

I Resposta: @ por cultura no líquido cefalorraquidiano (lí-


quor), entre janeiro e dezembro de 2015, em
hospital de referência de São Paulo. Na bacte-
Criança de seis anos de idade foi avalia-
13 da em Unidade Básica de Saúde devido a
manifestações clínicas compatrveis com resfria-
· rioscopia de lfquor de 27 desses casos havia
bacilos Gram negativos. No mesmo período,
a bacterioscopia de líquor foi negativa para
do comum. Contudo, o médico solicitou raios 24 crianças que tiveram diagnóstico clínico e
X dos seios da face e prescreveu amoxicilina liquórico de meningite viral. Nesse estudo, a
por sete dias. O(s) nível(is) de prevenção com sensibilidade da bacterioscopia com coloração
obje-tivo de evitar diagnósticos, exames e tra- Gram para diagnóstico de meningite meningo-
tamentos desnecessários é: cócica é:

® Secundário e terciário. ® 44.4%.


@ Primário. ® 100%.
© Secundário. © 90%.
@Terciário. @ 80%.
® Quatern~rio. ® 55.6%

.., COMENTÁRIO: Vamos memorizar: Prevenção 11> COMENTÁRIO: Questão que aborda o conceito
primária (Fatores de Risco). Prevenção secundá- do cálculo de sensibilidade.
·ria (Tratamento de Doenças - Evitar sequelas).
Prevenção Terciária (Reabilitar os indivíduos Doen~ Teste Positivo Teste Negativo
que desenvolveram sequelas). Prevenção Qua-
Verdadeiro Falso Negativo
·ternária "Prevenção do Jaleco" (latrogenia). Sim (VP+FN)
Positivo (VP) (FN)
Segue o conceito de Prevenção Quatern~ria .
Falso Positivo Verdadeiro
"Prevençâão quaternária foi definida de forma di- Não (FP+VN)
(FP) Negativo (VN)
·reta e simples como a detecção de indivlduos em
risco de tratamento excessivo para protegê-los A sensibilidade é a proporção de indivíduos
de novas intervenções médicas inapropriadas e com teste positivo (VP) na população adoeci-
sugerir-lhes alternativas eticamente aceitáveis. da (VP + FN): No caso, temos 30 crianças aco-
Posto que um dos fundamentos centrais da me- -metidas com meningite e o Gram foi capaz de
dicina seja o primum non nocere a prevenção diagnosticar 27 dessas crianças. A sensibilidade
quaternária deveria primar sobre qualquer outra será: 27/30 x 100: 90%
opção preventiva ou curativa." Vamos aproveitar e calcular a especificidade:
I Resposta: ® Proporção de testes negativos (VN) em indiví-
·duos sem doença (FP+VN). Em uma população
de 25 pessoas, 1S apresentavam sarampo e 1O
Trinta crianças tiveram diagnóstico de eram sadias. Segue a tabela que representam o
14 meningite meningocócica, confirmado desempenho do teste X.
2017 379

grupo de trabalho coordenado pela Organização


Teste X Teste X Mundial da Saúde (OMS) com participação do
Doen~ Total
Positivo Negativo governo brasileiro busca apro-fundar tais evidên·
Sim 12 (VP) 3(FN) 15 (VP + FN) cios cientificas•
Não 2(FPJ S{VN) 10 IFP + VNJ
Alternativa C: INCORRETA. A Transmissão da Den·
-gue é via pícada do mosquito Aedes aegypt.
Vamos Calcular a sensibilidade: Test e positivo Alternativa D: INCORRETA. A febre de oropouche,
em 12 indivíduos, dentre 15 com a doença: (VP) também chamada de febre de Mojui, consiste
I (VP+FN) = 12/15 x 100 (%) = 80% Sensibilidade. em uma doença viral (causada por um arboví·
-rus), que ocorre em áreas tropicais e é trans-
Vamos Calcular a Especificidade: Teste Negativo · mitida pela p icada d o mosquit o d a espécie
em 8 indivfduos em um total de 1Osem doença. Culicoides paraensis, popularmente conhecido
(FP) I (FP+VN) X 100 (%) = 8/10 X 100:80%. como mosquito pólvora ou marium. O período
I Resposta: © de incubação deste vlrus gira em torno de 3 a
8 dias, embora possa chegar a 12 dias. Dentre
as manifestações clinicas, é posslvel observar a
A seguinte arbovirose pode ser transmit i· presença de febre, anorexia, intensas dores de
15 -da por via sexual: cabeça, d or no pescoço e nas costas, dor nas ar-
·ticulações, fotossensi bilização, bronquite, dia r·
Rocio. -reia, dor abdominal e sensação de queimação
@ Zika. em todo o corpo. O paciente pode vir a desen·
© Dengue. -volver meningite.
@ Oropuche. Alternativa E: INCORRETA. A feb re do Mayaro é uma
® Mayaro. doença infecciosa febril aguda, causada por u m
arbovírus (vírus transmitido por artrópodes),
Alternativa A: INCORRETA. O vírus Rocio surgiu no que pod e causa uma doença de curso benigno
sul do Estado de São Paulo em 1976 e causou semelhante a dengue. Normalmente, após uma
epidemia de encefalite por cerca de dois anos. ou duas semanas o paciente se recupera com·
O vírus circulou provavelmente entre pássaros pletamente. Entretanto, parte dos pacien-tes
e mosquitos, em particular Aedes scapularis pode ap resentar queixa de artralgia intensa,
e Psorophora ferox. Ocorreram cerca de mil acompanhada ou não de edema nas articula-
casos, com sequelas motoras nos pacientes e · ções. A lesão pode ser l im itante ou incapaci·
taxa de letalidade de aproximadamente 10%, tante e durar por meses, quando a recuperação
mas não foram descritos casos humanos desde é mais p rolongada.
então. A Transmissão é via pícada do mosquito.
Alternativa B: CORRETA. Conforme nota informativa
do Ministério da Saúde, o zika vlrus é uma ar-
b o·virose que, além da t ransmissão pela p icada
16 Considere a figura abaixo:

do mosquito aedes, pode ser transmitido via


rela-ção sexual. Segue nota do MS: I ~ (p.adlao curo)

"O zika vírus (ZV) é uma arbovirose cuja prin·ci·


pai forma de transmissão ocorre através da pi-
cada de mosquitos do gênero Aedes sp. Exis-tem
relatos na literatura de transmissão sexual do
ZV.[1],{2] Ademais, foram isoladas partícu-las vi·
rais em sémen de individuo com sinais e sintomas
sugestivos de infecção pelo ZV.[3] As evidências
cientificas disponíveis até o momento apontam a+c b+ d
para um possível estabelecimento de vínculo cau·
sal do ZV e a transmissão sexual. Atualmente um
380 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

A acurácia está melhor definida em: ilustram uma situação parecida. O fármaco uti-
lizado como parâmetro foi a boa e tradicio-nal
@ a + d/(a + b +c + d) Varfarina. Entretanto, por questões éticas, o
® alia + c) desenho do estudo deveria mostra que esses
© dl!b+d) novos medicamentos não eram INFERIORES
@ al(a + b) a Varfarina. Segue a definição dos estudos de
® b + c/(a + b + c+ d). não inferioridade:

.,_ COMENTÁRIO: A acurácia é a capacidade de o •Estudos de não inferioridade são modelos expe-
teste acertar. Então ele é a soma dos verdadei- rimentais desenvolvidos com o objetivo de deter-
-ros positivos e verdadeiros negativos, dentro minar se um novo tratamento ou procedimento
da amostra total. não é menos eficaz que outro já estabelecido e
Segue a construção da fórmula: Verdadeiro po- considerado como controle. São de grande im-
· sitivo (a) -portância no estudo de tratamentos em que o
uso de placebo é inviável. Requerem metodologia
@ Verdadeiro negativo diferente dos estudos clássicos, chamados de es-
Amostra Total (a + b +c + d) tudos de superioridade, especialmente no plane-
Fórmula: a + d/ (a + b +c+ d). jamento e análise estatística":

Aprender os conceitos é a melhor forma de I Resposta: ®


ten-tar chegar a uma fórmula durante a prova.
I Resposta: @
A profilaxia antirretroviral pós-exposição

Um estudo de fase 3, randomizado, du-


18 (PEP) de risco para infecção pelo vírus HIV
se insere no conjunto de estratégias de saúde
17 ·plo-cego ativamente controlado, incluiu
adultos infectados pelo vírus HIV-1 e sem uso
pública, cujo principal objetivo é ampliar as
formas de intervenção para evi tar novas infec-
prévio de antirretrovirais. Os casos foram ran- ções pelo HIV. O Protocolo Clinico e Diretrizes
·domizados para receber dolutegravir (DTG), Terapêuticas de PEP. do Ministério da Saúde
ou raltegravir (RAL), combinados com dois ini- do Brasil, orienta que o primeiro atendimento
bido-res da transcritase reversa análogos de após possfvel exposição ao HIV é uma urgência
nucleosídeos. A carga vira! foi indetectável na médica. A PEP deve ser iniciada o mais precoce-
semana 48, em 361 (88%) pacientes do grupo mente possfvel, após a exposição, tendo como
de DTG e em 35 1 (85%) do grupo de RAL (di- limite:
ferença ajustada 2.5%; IC 95% - 2.2 e 7.1). À @ 24h.
luz desse resultado, se concluiu que DTG •não @ ? dias.
é pior• do que RAL. O desenho do estudo em © 48h.
questão é: @ 72h
® 96h.
@ Não superioridade.
® Não inferioridade. .,_ COMENT~RIO: Questão clássica de SUS-SP. Di·
© Caso-controle. reta. O tempo de 72h é o intervalo máximo para
@ Superioridade. a profilaxia pós-exposição. Segue em detalhes
® Inferioridade. um interessante algoritmo sobre o assunto em
questão.
.,_ COMENTÁRIO: Os estudos dos anticoagulantes I Resposta: ®
novos (Dabigatrana, Rivaroxabana e Apixabna)
2017 I 381

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382 PreparatórioparaResidén<ia Médi<a SUS/SP

Sobre a publicação da Secretaria de Vigi- 2,7 milhões de frascos de penicilina benzatina,


19 lância em Saúde do Ministério da Saúde,
em 2016, com informe sobre a situação epi-
com prioridade na prescrição para grávidas e
seus parceiros.
demiológica da sífilis no Brasil, é INCORRETO Alternativa 8: CORRETA. Questão sobre doenças de
afirmar: notificação compulsória SEMPRE (isso mesmo
sempre!) caem nas provas de SUS-SP. Item Au-
@ Desde 2014 enfrenta-se o desabastecimen- ·toexplicativo.
·to de penicilina benzatina, devido à falta mun· Alternativa C: CORRETA. A baixa qualidade do
-diaI de matéria prima para sua produção. prl>-natal é um dos limitantes ao diagnostico
precoce e tratamento da gestante com Sífilis.
® A notificação de casos de slfilis em gestan- Consequentemente, vários diagnósticos são
·te, congênita ou sífilis adquirida é compulsória realizados durante a triagem neonatal.
em todo o território nacional. Alternativa D: CORRETA. A faixa etária de maior ati-
© Alguns estados apresentam taxas de inci· vidade sexual entre as mulheres é dos 15 aos
dência de slfilis congênita mais elevadas do 49 anos. Dentre as gestantes com sifilis a faixa
que as de sífilis em gestant e, o que remete a etária de maior casuística foi de 20 a 29 anos.
posslveis lacunas da assistência ao pré-natal e Alternativa E: INCORRETA. Os dados mostram que
do sistema de vigilância epidemiológica. mais de 70% das mães que tiveram diagnosti-
@ Na série histórica de 2005 a 2016, observou- co foram para pelo menos 1 consulta prl>-natal.
-se que cerca de metade das gestantes com sífi- O problema reside na qualidade do pré-natal,
lis era da faixa etária de 20 a 29 anos. na perda de seguimento, no tratamento inade·
® Em 20 15, a maioria das mães de crianças -quado da gestante e do parceiro.
com sífilis congênita não fez exame pré-natal.

Alternativa A: CORRETA. No ano de 2016, o Gover·


no Brasileiro, em caráter emergencial, adquiriu

2o Analise a seguinte figura

·-
2

T - e ----~
~... ...
o
Onde:
T = medida de eficâcia de um novo tratamento.
C= medida de eficácia de um tratamento controle.
M = matQem de nao-inletioridade de T em retaçao ao c. deter-
minado antes do inicio do estudo
(Adaptado de:PINTO. Valdair Ferreira. J Vasc Bras
2010. v. 9, n. 3)
2017 383

A p artir do desenho de ensaios clinicos compa- Colera;


rativos randomizados, a melhor descrição do Coqueluche;
tipo de estudo indicado em 3, no qual o inter- Dengue;
valo de confiança da diferença está contido na Difteria;
zona definida entre-M e +M, é: Doenca de Creulzfeldt - Jacob;
Doencas de Chagas (casos agudos).
@ Não superioridade. Doenca Meníngococica e outras Meningi-
® Não inferioridade. ~tes;

© Equivalência. Esquistossomose (em area nao endemica);


@ Superioridade. Eventos Adversos Pos-Vacinaço;
® Inferioridade. Febre Amarela;
Febre do Nilo Ocidental;
.,_ COMENTARIO: Conforme a descrição da legen- Febre Maculosa;
da da figura, M é a margem de não inferiorida- Febre Tifoide;
de, sendo assim, se um estudo encont ra-se no Hanseniase;
intervalo M ele não é nem inferior e nem supe- Hantavirose;
rior, portanto, equivalente. Hepatites Virais;
O número 1 represent a os trab alhos que mos- ln fecço pelo virus da imunodeficiencia hu-
tram SUPERIORIDADE (Item A e D incorretos). mana - HIV em gestant es e criancas expos-
O Número 2 representa os trabalhos de NÃO tas ao risco de transmissao vertical;
INFERIORIDADE (Itens B e E incorretos). ln fluenza humana por novo subtipo (pan-
Questões de figuras e gráficos muitas vezes demico).
p arecem difíceis, entret anto, com calma e p a- Leishmaniose Tegumentar Americana
ciência é possível encontrar um raciocínio que Leishmaniose Visceral
responda a questão. Leptospirose
I Resposta: © Mala ria
Meningite por Haemophilus influenzae
Peste
A Portaria n.o 204 de 20 16, do Ministério Poliomielite
21 da Saúde do Brasil, define a lista Nacio-
nal de Notificação Compulsória de doenças,a-
Paralisia Flacida Aguda
Raiva Humana
gravos e eventos de saúde pública, que NÃO Rubeola
inclui: Sindrome da Rubeola Congenita
Sarampo
@ Doença de Chagas - forma crônica. Sifilis Congenita
® Dengue - Casos. Sifilis em gestante
© Dengue - Óbitos. Sindrome da lmunodeficiencia Adquirida -
@ Sindrome da l munodeficiência Adquirida. AIDS
® Malária na região amazônica. Sindrome Febril lctero-hemorragica Aguda
Sindrome Respiratoria Aguda Grave
.,. COMENTÁRIO: A doença de Chagas forma AGU- Teta no
DA é de notificação compulsória. Entretanto a Tularemia
forma crônica não é! Segue a Lista atualizada Tuberculose
(2016) com as doenças de Notificação compul- Variola
sória.
Doencas e Agravos de notificaço imediata
SEGUE A LISTA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA. Caso suspeito ou confirmado de:
Bot ulismo
Lista Nacional de Doencas e Agravos de Notifi- Carbunculo ou Antraz
-caço Compulsoria Colera
Botulismo Febre Amarela
Carbunculo ou Antraz; Febre do Nilo Ocidental
384 Preparatóriopara Residén<ia Médi<a SUS/SP

Hantaviroses Agravos inusitados


lnfluenza humana por novo subtipo (pan- Doenca de Chagas Aguda
demico) Difteria
Peste Doenca Meningococica
Políomielite lnfluenza Humana
Raiva Humana
Sarampo, em índividuo com histo ria de via-
gem ao exterior nos últimos 30 dias ou de A norma do Ministério da Saúde do
contato, no mesmo período, com alguem
que viajou ao exterior
22 Brasíl, para identificação de casos de
tuberculose pulmonar, fundamenta-se, princi·
Sindrome Febril lctero-hemorragica Aguda palmente, na busca ativa de sintomáticos respi-
Sindrome Respiratoria Aguda Grave ratórios, definidos como aqueles com tosse.por
Variola pelo menos:
Tularemia
@ 2 semanas.
11. Caso confirmado de: a) Teta no Neonatal ® 1 semana.
Surto ou agregaço de casos ou de obitos por: © s semanas.
Agravos inusitados @ 3semanas.
Difteria ® 4 semanas.
Doenca de Chagas Aguda
Doenca Meningococica) lnfluenza Humana COMENTARIO: O conceito de sintomático respi-
ratório manteve-se com o corte de três sema-
IV. Epizootias e/ou morte de animais que po- nas, para fins operacionais, mas o corte de duas
dem preceder a ocorrencia de doencas em hu- semanas pode ser considerado em situações
manos: operacionais favoráveis e/ou em populações
Epizootias em primatas nao humanos espedais.
Outras epizootias de importancia epide- I Resposta: ®
miologica

Resultados laboratoriais devem ser notifi-cados Segundo o documento "Estimativa 2016:


de forma imediata pelos Laboratorios de Saude
Publica dos Estados (LACEN) e Labora-torios de
23 Incidência do câncer no Brasil ~ do Insti-
tuto Nacional de Câncer José Alencar Gomes
Referenda Nacional ou Regional I. Resultado de da Sílva, do Ministério da Saúde do Brasil. é IN-
amostra individual por: CORRETO afirmar sobre a incidência de câncer
Botulismo no Brasil:
Carbunculo ou Antraz
Colera ® 0 Ainda que a história familiar de câncer de
Febre Amarela mama seja um importante fator de risco para
Febre do Nilo Ocidental o surgimento da doença, cerca de 90% dos ca·
Hantavirose sos ocorrem em mulheres sem história familiar.
lnfluenza humana por novo subtipo (pan- Sem considerar os tumores de pele não meia·
demico) noma, o câncer de próstata é o mais incidente
Peste entre os homens em todas as regiões do país.
Poliomielite ® Sem considerar os tumores de pele não me-
Raiva Humana lanoma, o câncer de mama é o mais fre-quente
Sarampo nas mulheres das regiões Sul, Sudeste, Centro
Sindrome Respiratoria Aguda Grave Oeste e Nordeste.
Variola © Sem considerar os tumores de pele não me-
Tu la remia lanoma, o câncer do colo do útero é o maisinci-
dente na região Norte.
Resultado de amostras procedentes de inves-ti-
gaço de surtos:
2017 385

@ Apenas a história familiar é identificada I Resposta: ®


como único fator de risco bem estabelecido
para o câncer de próstata.
Apenas a história familiar é identificada como Em relação à mortalidade por Aids, se-
único fator de risco bem estabelecido para o
câncer de próstata.
25 gundo o Boletim Epidemiológico de Aids
e DST de 2015, do Ministério da Saúde do Brasil,
Ahornativa E: INCORRETA. São vários os fatores de é correto afirmar:
risco para o câncer de prostata:
Idade, Nacionalidade, Raça. Histeria familiar, @ Houve diferenças expressivas entre os coe-
Dieta, obesidade, tabagismo e DST. ficientes de mortalidade por sexo em todas as
faixas etárias, sendo maior entre os homens do
que entre as mulheres, no ano de 2014.
® Nos últimos dez anos observou-se queda de
24 Segundo odocumento"Estimativa 2016:
Incidência do câncer no Brasil~ do lnsti·
tuto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da
20% no coeficiente de mortalidade padronizado.
© A queda no coeficiente de mortalidade não
Silva, do Ministério da Saúde do Brasil, sobre o foi observada em todas as regiões do país mas,
câncer de mama, é correto afirmar. apenas, nas regiões Sudeste e Sul.
@ Nas regiões Norte e Nordeste, o coeficiente
@ As mulheres consideradas de alto risco são de mortalidade está estável há 1O anos.
as que têm história familiar da doença em pa· ® Entre os jovens de 15 a 19 anos e entre os
-rentes até terceiro grau. maiores de 60 anos, observou-se diminuição
® A prática de atividade física e a aliment ação dos óbitos no ano de 2014.
saudável com a manutenção do peso corporal
estão associadas à diminuição de, aproximada· Alternativa A: INCORRETA. Não houve diferença ex·
mente, 70% do risco de desenvolver a doença. pressiva no tocante aos coeficientes de morta-
© A obesidade pós-menopausa não é conside· lidade.
rada um fator de risco para desenvolvimento ·comparando-se a distribuição proporcional dos
da doença. casos de aids segundo raça/cor por sexo desde
@ As taxas de mortalidade estão em decrésci- 2005 are 2014, observa-se que não existe diferen-
mo, situando-se em 2015 em 1 óbito a cada 100 ça nas proporções de brancos, amarelos, pardos
mil m ulheres. e indígenas segundo sexo, exceto entre os pretos,
® A mamografia para mulheres entre 50 e 69 nos quais a proporçdo de homens e inferior a das
anos é a estratégia recomendada pelo Ministé· mulheres~
rio da Saúde do Brasil para seu rastreamento. Alternativa B: INCORRETA. A queda no coeficiente
de mortalidade por AIDS foi de 5% e não 20%
_. COMENTÁRIO: O Ministério da Saúde tornou como afirma a questão.
pú-blica a Portaria n• 61/2015, que reduziu ain· "Analisando o coeficiente de mortalidade padro·
da mais o acesso à mamografia de rastreamen- -nizado, observa-se uma queda nos últimos dez
to · aquela realizada em mulheres sem sintomas anos para o Brasil: passou-se de 6,0 óbitos a cada
de câncer de mama que desejam fazer exames 100 mil habitantes em 2005 pora 5,7 em 2014, o
periódicos visando o diagnóstico precoce. Esse que representa uma queda de 5,0%:
fato precisa ser conhecido por toda a socieda- Alternativa C: CORRETA. Segue trecho do Boletim
de brasileira, pois o cenário da alt a mortalidade sobre AIDS 20 15:
por câncer de mama no pais pode se agravar. "No entanto, essa redução não e observada em
O novo documento restringe a disponibiliza· todas as regiões do pais; apenas as regiões Sudes·
ção do exame no Sistema único de Saúde (SUS) re e Sul apresentam rendencias de queda, sendo
para usuárias assintomáticas com idades entre que a região Sul teve redução de 10,6% e
50 a 69 anos, faixa considerada prioritária pelo no Sudeste essa redução foi mais acentuada, de
Ministério da Saúde, deixando de fora todas 19.7%:
aquelas abaixo de 50 anos e acima dos 70 anos, Alternativa D: INCORRETA. Nas regiões Norte e Nor-
público conscient e da importância da mamo· deste o Coeficiente de Mortalidade segue em
grafia de rotina. aumento.
386 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

'Nas regiões Norte e Nordeste, a tendendo e de Alternativa D: INCORRETA. Estudo ecológico é um


crescimento nos últimos dez anos; no Norte, o coe Estudo TRANSVERSAL. ~ uma fotografia da Si-
ciente aumentou 58,6%, passando-se de 4,6 óbi- -tuação. Nesse caso observamos que esses in-
·tos para cada 700 mil habitantes em 2005 para di-víduos serão acompanhados por determina-
7,3 em 2014, e no Nordeste, aumentou 34,3%, do período de tempo, caracterizando o estudo
passando-se de 3,2 para 4,3 óbitos para cada I 00 como LONGITUDINAL.
mil habitantes~ Alternativa E: CORRETA. Estudo de Coorte: Trata-se
Alternativa E: INCORRETA. Entre os jovens de 15 a 19 de Um estudo LONGITUDINAL. OBSERVACIO-
anos houve um aumento na mortalidade: · NAL que parte dos FATORES DE RISCO para o
~ .. Entre os jovens de 15 a 19 anos, observase ten- DESFECHO (Doença).
dencia significativa de aumento, e entre aqueles Segue trecho extrafdo da Sociedade Brasileira
de lO a 14 anos nao se verifica variaço ao longo de Oncologia Clínica:
desse período.• "Em um estudo de coorte os grupos (chamados
coortes) que compartilham fatores comuns de
exposição, como por exemplo, fumantes e não fu-
Um estudo prospectivo, com um grupo mantes, são acompanhados ao longo do tempo
26 grande de participantes expostos e não
expostos a determinados fatores de risco, foi
periodicamente investigados por pesquisado-res
que vão coletando e agrupando prospectiva-
desenhado com objetivo de identificar os fato- -mente vários dados sobre estes grupos de pes-
res que contribuem para desenvolvimento de soas. Nestes estudos parte-se da exposição em
doenças cerebrovasculares após perfodo longo busca da avaliação do desfecho (por exemplo, a
de tempo. Esse tipo de estudo é classificado ocor-rendo de uma doença). Se uma associação
como: entre exposição e desfecho for encontrada, sua
magni-tude pode ser descrita em termos de risco
® série de casos. relativo, por exemplo~
® ensaio clínico randomizado.
© caso-controle.
@ ecológico. Segundo o documento 'Demog rafia
® coorte. 27 Médica no Brasil 201 5~ do Conselho Re-
gional de Medicina do Estado de São Paulo, é
Alternativa A:INCORRETA. O estudo de casos consis- INCORRETO:
-te na cuidadosa e minuciosa descriço, por um
ou mais medicos, do diagnostico e evoluço da ® As capitais das 27 unidades da federação
doenca de um pequeno numero de pacientes. reúnem a maioria dos registros de médicos,
E o tipo mais basico de estudo clinico e tem mas a população dessas cidades representa
grande tradiço na medicina. lambem serve menos do 25% do total do país.
para elucidar os mecanismos das doencas e ® Dos médicos em atividade no Brasil, em
dos tratamentos, a partir de estudos clínicos e 2014, a maioria têm título de especialista.
laboratoriais altamente detalhados e metodo- © O Brasil apresentava, em 2015, uma razão de
logicamente sofisticados de um paciente ou de 2,l i médico por 1.000 habitantes.
um pequeno grupo de pacientes. @ Em 2014, os homens eram maioria dos mé-
Alternativa B: INCORRETA. O estudo descrito acima -dicos no pais, mas há uma tendência de femi-
é OBSERVACIONAL. Os ensaios clínicos têm nização da medicina no Brasil.
como principal característica a INTERVENÇÃO. ® As regiões Norte (1,09 médico por 1.000
Portan-to não podemos classificar como ensaio habitantes) e Nordeste apresentam razão de
clinico. Alternativa C: INCORRETA. Nos estudos de médico por 1.000 habitantes abaixo da razão
Caso-Controle, partimos do indivíduo DOENTE nacional.
e avaliamos os possíveis fatores de exposição Alternativa A: CORRETA. Segue trecho autoexplica-
que podem ter associação epidemiológica com tivo do'Demografia Médica no Brasil2015":
eles. No caso em questão os indivíduos são sa-
dios e estão expostos a fatores de risco.
2017 387

.. .'As capitais das 27 unidades da federação reúnem 55,24%dos registros de médicos, mas a população
dessas cidadesrepresenta apenas 23,80% do total do país~ ..

Alternativa 8: CORRETA. 52% dos médicos que trabalham exclusivamente no serviços publico são es-
-pecialistas. No serviço privado esse numero chega a 68,2%. 74,3% dos especialistas trabalham em
ambos os serviços.
Alternativa C: INCORRETA. Questão Capciosa! Em outubro de 2015 existiam 399.692 médico no Brasil
p ara uma população de 204.411.281 (RAZÃO 1,95 para 1000 habitant es). A razão de 2, 11 corres-
·ponde ao NÚMERO DE REGISTROS (inclui: Ativos, Inativos, Óbitos e afins).
Alternativa D: CORRETA. Em 2014 havia 57,5% de médico homen s. Nas faixa dos 29 anos de idade as
mulheres são maioria (56,2%) corrob orando com a in formação da feminização médica.
Alternativa E: CORRETA. O Nort e e o Nordest e apresentam uma razão de médicos/habit antes menor do
que a média nacional (1,09 e 1,3, respectivamente). A situação é pior nos interiores do Norte e do
Nordeste, onde a proporção de médicos p or mil habitant es é, na sequência, de 0,42 e 0,46.

Pacient e, sexo feminino, 30 anos, estava em viagem de férias para atividades de alpinismo
28 quando sofreu acidente com queda de altura correspondente a 7 metros. Recolhida e levada
ao hospital p elo serviço de resgate, foi submet ida à cirurgia em virtude de traumatismo crânio
encefálico, evolui ndo para óbito ap ós 2 d ias. O diagnóstico a ser colocado na Parte I do atestado

-- --
de óbito é:

~ ..
...,.,. ......
I ~~..-.
-·- .........
~

CAIAAI ANTI:ClDlNTU
·I
MOTC S()II(Jrtt UI' CUCHOtfiCO fôlt ~

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I
I
I
I
I
~~·~- I I I

@
®
©
asma brônquica.
edema cerebral.
traumatismo crânio-encefálico.
29 Paciente de 63 anos, com antecedente
de hipertensão arterial sistêmica sem tra-
tamento e câncer de laringe, em programação
@ queda de andai me. cirúrgica. Há 12 meses, começou a apresent ar
® neurocirurgia. dispneia de esforço. Foi diagnosticado com car-
diopatia hipertensiva e iniciou t rat amento, mas
... COMENTÁRIO: A Parte I do Atestado de óbi to com baixa adesão. Há 2 meses, evoluiu com
é a doença/estado mórbido que causou dire· insuficiência cardíaca congestiva, foi admitido
tament e a morte. No caso da nossa alpinista, em um pronto- -socorro com edema agudo de
a forma mais completa de preenchi mento do pulmão e faleceu após 5 horas. O diagnóstico a
atestado seria: ser preenchido no campo"a" da Parte I do ates-
Parte 1: t ado de óbito é:
e. Edema Cerebral.
f. Traumatismo Crânio encefálico @ Câncer de laringe.
g. Queda durante atividade de alpini smo ® Insuficiência cardfaca hipertensiva.
("esse queda de andaime" ta fora de con- © Cardiopatia hipertensiva.
texto). @ Edema agudo de pulmão.
I Resposta: ® ® Hipertensão arterial sistêmica.
388 Preparatóriopara ResidênciaMedica SUS/SP

.. COMENTARIO: Semelhante à questão anterior. Reproduziremos como seria esse atestado de óbito.

Parte 1:
a. Edema Agudo de Pulmão
b. Insuficiência Cardiaca Hipertensiva
c. Cardiopatia Hipertensiva
d. Hipertensão Arterial.

Parte 11 : Cãncer de Laringe.

Segue uma revisão sobre atestado de óbito.


Para preencher adequadamente a DO, o médico deve decla rar a causa básica do óbito (veja con·
ceito de causa básica do óbito na página 28) em último lugar (parte I • linha d), estabelecendo uma
sequência, de baixo para cima, até a causa terminal ou imediata (parte l - linha a).

Na parte 11, o médico deve declarar outras condições mórbidas pré-existentes e sem relação direta
com a morte, que não entraram na sequência causal declarada na parte I.

Exemplo extra fdo do Manual do CFM muito semelhante a questão do SUS · 2017.

Exemplo I - Masculino, 65 anos. Há 35 anos, sabia ser hipertenso e não


fez tratamento. Há dois anos, começou a apresentar dispnéia de esforço. Foi
ao médico, que diagnosticou hipertensão ar terial e cardiopatia hipertensiva, e
iniciou o tratamento. Há dois meses, insuficiência cardíaca congestiva e, hoje,
teve edema agudo de pulmão, falecendo após 5 horas. Há dois meses, foi diag-
nosticado câncer de próstata.

Veja exemplo de preenchimento na DO:

__~

.. ___. -.. ---


-------·
ClAO.....

-------
-·--
0 OA-'"-

-----
------

•I Edetna !Iludo do pulmlo


•1 tnauflt:ltnçla c-..rdfaea hip.er14tl'll~l
.1 Catdlortatla tll~ertent.tvl
-··--
!':.::::-::-
!Shoru

12 meses
12 anos

..
~~~---------·~l"~·~~,.·~n~··~·~·~"·~'~'·'~--------------------~~3~,~·~··~·~----~
~

==--~==- I Neopll$1a maligna de prOS:Iata I z meset

• O código de Clrnifiação lnternadonal de Doenças relativo a cada diagnóstico será preenchido pelos
codiAcadores da Stcutarl.a de Saúde.
I Resposta: @

A Nota Informativa no 311, de 2016, da Coordenação Geral do Programa Nacional de Imuni-


30 zações do Ministério da Saúde do Brasil, informou que o reforço da vacina meningocócica C
(conj ugada) estará disponfvel no Calendário Nacional de Vacinação ano de 20 17, para a faixa etária
de:

® s a 7 anos.
® 1 a3 anos.
2017 389

© 15 a 17 anos.
@ 12 a 13 anos.
® 9 a 10 anos.

.,_ COMENTARIO: Questão direta!!! Conforme a nota Técnica, a Vadna Meningocócica C (conjugada):
"No p rimeiro ano de i ntrodução será d isponi bil izada para ambos os sexos, para a faixa etária de 12
a 13 anos de idade, considerando u m reforço ou dose ú nica, conforme situação vadnal. Até 2020, a
faixa etária será ampliada gradativamente a partir d os nove anos de idade~
I Resposta: @
PEDIATRIA I· GABRIELA LUCENA DE ARAUJO

Uma criança de 5 anos é levada ao pronto-socorro com quadro de febre há 5 dias, associada
31 a vômitos, dor abdomi nal, dor orbitária e p rostração. Refere que, nas ú ltimas, 24 horas houve
surgimento d e eru pção máculo·papular em tronco e membros, e artralgia em joelhos. Diante deste
quadro e considerando a hipótese diagnóstica mais provável, a melhor conduta é:

@ col her sorologias e in iciar oseltamivir.


® col her cul turas, iniciar ceftriaxona e h idratação paren teral.
© realizar p rova d o laço, colher sorologias e hidratação parenteral.
@ realizar p rova d o laço, colher culturas, in iciar penicilina cristalina e hidratação parenteral.
® col her sorologias e cul tu ras e iniciar osel tamivir e ceftriaxona .

.,_ COMENTARIO: O quadro clinico descrito na questão sugere uma criança acometid a p elo vírus d a
dengue. Não há si ntomas gri pas (t osse, coriza, congestão nasal. hiperemia ocular, dor d e garganta)
que levem a crer que haja infecção pelo vírus influenza (alternativas A e E incorretas).
A dengue na criança pode ser assi ntomática ou ap resentar-se como uma síndrome febril clássica
v iraI, ou com sinais e si ntomas i nesp ecíficos: adinamia, sonolência, recusa da alimentação e de lí·
qui dos, vômitos, d iarreia ou fezes amolecidas. Nos menores d e 2 anos de idade, especial mente em
menores d e 6 meses, sintomas como cefaleia, dor retro -orbitári a, mialgias e artralgias podem ma-
n ifestar-se por choro persistente, adinamia e irritabilídade, geralmente com ausência de manifes-
tações respiratórias, pod endo-se confundir com outros quadros infeccio sos feb ris, próp rios d essa
fai xa etária. O exantema, quando p resente, é maculopapular, podendo apresentar-se sob todas as
formas (pleomorfismo), com ou sem p ru rido, p recoce ou t ard iamente.
Fluxograma para classificação de risco de dengue
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P~ c.. -. tMo~fl'lidN ~ Tfi,K. IC~ .,... ~ ~- ........ .
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390 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

O paciente da questão enquadra-se no grupo ® anal, de latência e fálica.


C, devido à presença de sinais de alarme (dor © de latência, anal e fálica.
abdominal e vômitos). Nesse caso, deve-se co- @ fálica, anal e de latência.
-letar exames laboratoriais e sorologias, realizar ® anal, fá fica e de latência.
a prova do laço, além de hidratação venosa.
Não há necessidade do uso de antibiótico (al- .,_ COMENTÁRIO: A teoria do desenvolvimento
ternativas B e D incorretas). pskossexual foi proposta pelo psicanalista Sig-
I Resposta: © -mund Freud, que descreveu como a persona-
li-dade era desenvolvida ao longo da infância.
Ele acreditava que a personalidade era desen-
Uma pré-escolar de 3 anos acaba de ser volvi-da através de uma série de estágios de
32 diagnosticada com fibrose cistica. Os pais
da criança estão preocupados com a possibilida-
infân-cia em que as energias da busca do pra-
zer do ID tornam-se tocadas em determinadas
de da ocorrência desta doença em futuras ges- áreas erógenas. Essa energia psicossexual, ou
-tações. O médico deve esclarecer que o padrão libido, descrita como a força motriz por trás do
de transmissão genética da fibrose cística é: com-portamento.
A primeira fase (0 a 2 anos) é chamada de fase
® autossômica recessiva em algumas famílias oral, onde a fonte primária de interação do lac-
e ligada ao cromossomo X em outras. tente ocorre através da boca, de modo que o
® autossômica recessiva. enraizamento e reflexo de sucção é especial-
© autossômica dominante. mente importante. A boca é vital para comer e
@ ligado ao cromossomo X. a criança obtém prazer da estimulação oral por
® por mutação variável. meio de atividades como degustar e chupar.
A segunda fase (2 a 3 anos) é a anal, em que o
.,_ COMENTÁRIO: A fibrose cfstica ou mucovisci- foco principal da libido estava no controle da
dose é uma doença associada a mutações no bexiga e evacuações. O grande conflito nessa
gene CFTR e ao padrão de herança autossômi- fase é o treinamento do toalete- a criança tem
co recessivo. Assim, para qualquer casal com de aprender a controlar suas necessidades cor-
uma criança afetada, o risco de que uma segun- porais.
da criança venha a apresentar fibrose cística é A terceira fase (3 a 6 anos) é chamada de fál-
de 25%. ca, o foco principal da libido é sobre os órgãos
I Resposta: ® genitais. As crianças começam a descobrir as
diferenças entre machos e fêmeas. Nessa fase,
os meninos começam a ver seus pais como ri-
A tabela abaixo apresenta as fases do vais pelo afeto da mãe. O Complexo de Edipo
33 desenvolvimento psíquico conforme a
teoria de Freud.
descreve esses sentimentos de querer possuir a
mãe e o desejo de substituir o pai. No entanto,

-....
c:
~
.!!!

..
~
e
~

.!!!
-....
c:
t!l
a criança também teme ser punida pelo pai por
estes sentimentos, um medo que Freud deno-
minou de angústia de castração .
~
~
t:
!I 'I!!
.... ::
c
A quarta fase (6 a 12 anos) é o período de la-
tência, os interesses da libido são suprimidos.
..
"C
M
0-2
anos
2-3
anos
3-6
anos
6-12
anos
12-20
anos
O desenvolvimento do ego e superego contri-
buem para esse perfodo de calma. Ele começa
li2
..-
.:l! Oral 11 111 Genttal
na época em que as crianças entram na escola
e tornam-se mais preocupadas com as relações
entre colegas, hobbies e outros interesses.
Ea quinta fase (12 a 20anos) é o estágio genital,
Os itens I, 11 e 111correspondem, respectivamen- onde o indivíduo desenvolve um forte interes-
te, às fases: se sexual no sexo oposto. Essa fase começa du-
rante a puberdade, mas passa por todo o resto
® de latência, fálica e anal. da vida de uma pessoa.
2017 391

I Resposta: ® A posição supina, em lactentes normais, não


t raz maior risco de sufocação, pois os reflexos
de deglutição e despertar estão intactos e não
Um pré-escolar de 4 anos é admitido aumenta o risco de apneias ou cianose, deven-
34 com suspeita de intoxicação associada à
presença de acidose metabólica com ânion gap
do ser essa a posição de escolha (alternativa O
incorreta). O tabagismo e o uso de substâncias
elevado. Todas as substâncias abaixo são com- tóxicas durante a gestação e o primeiro ano de
patíveis com este achado, EXCETO: vida aument a o risco de síndrome da morte sú-
bita em duas a quatro vezes (alternativa C e E
@ etilenoglicol. incorreta). Estudos demonst ram que em cerca
® fenotiazínicos. de um quinto dos casos de slndrome de morte
© met ano!. súbita, os bebês foram encontrados com a ca-
@ acetaminofeno. -beça coberta ou enrolada nas cobertas. Assim,
® salicilatos. recomenda-se que os pés do bebê fiquem en-
-costados na borda do berço, evi tando que este
~ COMENTÁRIO: Os derivados da fenotiazina, escorregue para baixo das cobertas. além de
como Clorpromazina e Levomepromazina, colchões de fibra mais resistente (alternativa
são geralmente bem absorvidos pelo t ubo A incorreta).
gas-trointestinal e parenteralmente. Após ab- I Resposta: ®
sorção, são rapidamente distribuídos pelos
tecidos; 70% da dose administrada é logo re-
movida da circulação porta pelo fígado. Sua Os gráficos abaixo denotam situações
int oxicação aguda leva a risco cardiovascular e
de depres-são do SNC. Síndrome neuroléptica
36 clinicas em que foram utilizadas associa-
ções de antimicrobianos.
maligna é potencialmente fatal e pode ocor-
rer com doses terapêuticas e após poucos dias
de uso. Seda-ção, miose, hiper ou hipotensão,
taquicardia, retenção urinária, xerostomia, au-
sência de su-dorese. Sintomas extra piramidais
podem ocorrer (alternativa B incorreta).
I Resposta: ®

Todos os abaixo são fatores de risco para


35 a ocorrência da slndrome da morte súbi-
ta, EXCETO:

colchões com superfícies macias.


® uso de chupeta ao dormir.
© uso de opiláceos pela mãe no período pré-
-natal.
@ posição prona ao dormir.
® tabagismo mat erno no pré-natal.

~ COMENTÁRIO: A etiologia da síndrome da .


2

morte súbita do lactente ainda é considerada


desconhe<:ida. Uma das teorias mais aceitas
baseia-se em prováveis alterações do meca- Pelos gráficos, é possível afirmar que a associa-
nismo de despertar desses lactentes. Assim, o ção entre antimicrobianos
uso da chupeta influenciaria nesse despertar,
reduzindo a síndrome (alternativa B correta). @ A e B é sinérgica.
392 Preparatóriopara Residência Medica SUS/SP

® C e O é indiferente. sociado com morte e com sequelas graves na


© C e O é sinérgica. infância, mesmo após a introdução da vacina
@ E e F é antagônica. no calendário vacina! do Ministério da Saúde.
® A e 8 é antagônica. A glomerulonefrite difusa aguda pós-estrepto-
cócica é considerada, juntamente com a febre
.,_ COMENTÁRIO: Nota-se que no gráfico em reumática, sequela tardia, não supu-rativa, de
questão temos no vetor X a variável "horas" e Infecção por estreptococo pyogenes, e caracte-
no vetor Y a variável "logaritmo de organismos riza-se, fundamentalmente, por processo i nfla·
viáveis~ Sendo assim, a soma da ação do anti· matório, de origem imunológica, que aco-mete
biótico A com o 8 reduziu ainda mais o número todos os glomérulos de ambos os rins.
de organismos viáveis, mostrando assim um I Resposta: @
efeito sinérgico. O medicamento O antagoniza
o C e o medicamento E é indiferente à ação de F.
I Resposta: ® Das anemias abaixo, aquela que ti pica·
38 mente apresenta-se com normocitose e
elevada contagem de reticulócitos é a:
A tabela abaixo apresenta uma classifi-
37 cação dos principais estreptococos pa·
togênicos com algumas das slndromes clínicas
@ anemia ferropriva.
® anemia de doença crônica.
associadas a estes agentes. © síndrome hemofagocitica.
@ anemia por deficiência de foiato.
.. ..
-..
ov ® deficiência de G6PD.
o "O
v -~
..... ~ ..
c: o
.. 15.
""to
o :;;
'I! E
:z:
.,_ COMENTÁRIO: A anemia por deficiência de
glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PO) tem
~
como manifestação clínica a anemia hemo-
Pneumonia lítica, que ocorre de forma episódica, devido
(3 8 neonata1 à Ingestão de algumas drogas ou substâncias
11 o Meningite químicas. Tipicamente, um episódio de hemóli-
Glomérulo se causado por drogas ocorre de um a três dias
111 (3 A nefrite difusa após sua administração. Corpúsculos de Heinzs
aguda aparecem nas células vermelhas e a concen-
tração de hemoglobina começa a cair rapida·
Os agentes I, 11 e 111 correspondem, respectiva- mente. Dores abdominais e nas costas podem
mente aos estreptococos: ocorrer, a urina fica mais escura e até preta. Em
quatro a seis dias há um aumento do número
® agalactiae, bovis e pyogenes. de reticulócito (alternativa E correta). A ane·
® agalactiae, viridans e epidermidis. mia ferropriva apresenta hemácias pequenas
© pneumoniae, agalactiae e epidermidis. (microcit ose) e contagem baixa dereticulócitos
@ agalactiae, pneumoniae e pyogenes. (alternativa A Incorreta). A anemia da doença
® pneumoniae, agalactiae e pyogenes. crônica e a síndrome hemofagocítica têm he·
mácias normociticas, porém com baixa conta-
.,_ COMENTÁRIO: O Estreptococo do Grupo B gem de reticulócitos (alternativa 8 e C incor·
(EGB) ou Streptococcus agalactiae (I) é um co- retas). A anemia por deficiência de foi ato cursa
nhecido agente de infecções perinat ais, consi· com macrocitose (alternativa D incorreta).
derado um dos principais agentes causadores I Resposta: ®
de sepse neo·natal precoce. A meningite pelo
Streptococcus pneumoniae (11) continua sen-
do grande causa de preocupação para os clí· A tabela abaixo apresenta a recomenda-
nicos pela sua letalidade e morbidade, sendo
o agente etiológico mais frequentemente as·
39 ção para profilaxia do tétano, conforme o
t ipo de ferimento e o histórico vacinaI.
2017 393

História de imunização contra o Ferimento Limpo e Superfidal Outros Ferimentos


tétano Vacina Imunização Passiva Vacina Imunização Passiva
Incerta ou menos de três doses Sim Não Sim Sim
última dose hã menos de cinco anos Não Não Não Não
última dose entre cinco e dez anos Não 111 Não
última dose hã mais de dez anos Sim 11 Sim IV

Os itens 1,11,111e IV na tabela correspondem, respectivamente, às palavras:

0 sim- sim- sim- sim


® não - não - sim- não
© sim- não- sim - não
@ não - não - sim - sim
® não-sim- não -sim

.,. COMENTÁRIO: De acordo o Ministério da Saúde, se o indivíduo realizou a vacina antitetânica há


mais de cinco anos, porém menos que 1Oanos, e apresentou um ferimento superficíal, com baixo
risco de infecção, não há necessidade de receber nova dose da vacína (I - não), contudo, se o feri-
-mento foi profundo ou sujo (com alto risco de tétano), deve-se sim realizar um reforço da vacina
nesse caso (111- sim). Se a última dose da vacina foi há mais de 1Oanos e o ferimento foi superficial,
não há necessidade de realização de imunização passiva {soro antitetânico ou imunoglobulina an-
-títétano), apenas da dose de reforço da vacina; porém se o ferimento for de alto risco, não se deve
realizar a imunização passiva de rotina, apenas se o p rofissional que faz o atendimento inicial acre-
-dita que os cuidados posteriores com a lesão não serão adequados.
394 PreparatórioparaResidênciaMédica SUS/SP

Quadro. Esquema de condutas profiláticas de acordo com o tipo de ferimento e situação vacina I:

ferimentos com risco mínimo de


História de Ferimentos comalto risco de tétano•
tétano(a)
vacinação prévii
contra tétilno SAl/ SAl/
Vadna Outras condutas Vacina Outras condutas
IGHAl IGHAl
Incerta ou menos
Sima Não Sime Não
de 3doses
3 doses ou mais,
sendo •
última
dose há menos de
Não Náo Não Não
Sanos Desinfecção, lavar
Limpeza e desin- com soro fis iológico
3 ou mais doses,
fecção. lavar com e substâncias oxidan·
sendo • última
dose há mais de 5 Não Náo
soro fisiológíco Sim (1
Náo"
tes ou antisséptkas e
e substã ncias reforço) remover corpos est ra·
anos e menos de oxidantes ou an- nhos e tecidos desvi-
lO anos
tissépticas e de- talizados
3 ou mais doses, bridar o foco de Oebridamento do
sendo •
dose há 10 ou
última
Sim Náo infecção Sim(1
reforço)
Náo" ferimento com água
oxigenada
mais anos
3 ou mais doses,
sendo •
Ultima
dose há 10 ou
Sim Não
Sim (1
reforço)
Sim•
mais anos

a) Ferimentos superficiais, limpos, sem corpos estranhos ou tecidos desvitalizados


2017 395

Ferimentos profundos ou superficiais sujos; mação incompleta do esôfago com ou sem


com corpos estranhos ou tecidos desvitaliza· comunicação anormal entre este e a traqueia.
dos; queimaduras; feridas puntiformes ou por Ocorre com uma incidência de um caso entre
armas brancas e de fogo; mordeduras; politrau· 3.000 nascidos vivos.
matismos e fraturas expostas Os principais tipos de atresia e suas frequências
Vacinar e apraazar as próximas doses, para são:
complementar o esquema básico. Essa vacina-
ção visa proteger contra o risco de tétano por Tipo A: atresia pura do esôfago, sem fístulas
outros ferimentos futuros. Se o profissional, (8%a 10%};
que presta o atendimento, suspeita que os c ui· Tipo B: atresia do esôfago com físt ula entre
dados posteriores com o ferimento não serão o segmento esofágico proximal e a t raqueia
adequados, deve considerar a indicação de (0,9% a 1%};
imunização passiva com SAT ou IGHAT. Quan- Tipo C: atresia do esôfago com fistula entre a
do indicado o uso de vacina e SAT ou IGHAT, traqueia ou brônquio principal e o segmento
concomitantemente, devem ser aplicados em distai do esôfago (53% a 84%);
locais diferentes. Tipo D: at resia de esôfago com fístula entre a
Para paciente imunodeprimido, desnutrido traqueia e tanto com o segmento proximal
grave ou idoso, além do reforço com a vacina, quanto com o d istai do esôfago (2, 1% a 3%);
está também indicada IGHAT ou SAT. Tipo E: frstula em ' H' traqueoesofágica sem
Se o profissional. que presta o atendimento, atresia do esôfago (4% a 10%).
suspeita que os cuidados posteriores com o fe·
rimento não serão adequados, deve considerar
a indicação de imunização passiva com SAT ou
IGHAT. Quando indicado o uso de vacina e SAT
ou IGHAT, concomitantemente, devem ser apli·
cadas em locais diferentes.
I Resposta: ®
I Resposta: ®

O diagrama abaixo most ra a representa·


40 ção gráfica dos principais tipos de atresia
de esôfago com ou sem fístula traqueoesofágica PEDIATRIA 11

Os grupos etários representados em pre·


41 to, branco e cinza, referem-se, respecti-
vamente a crianças com at é

I II III IV v @ até 7 dias; de 7 dias a 3 meses; acima de 3


Tipo mais frequente é aquele representado me-ses.
pela figura: ® at é 28 dias; de 28 dias a 1 ano; acima de 1
ano.
@ V. © até 7 d ias; de 7 dias a 1 ano; acima de 1 ano.
@ IV. @ até 7 dias; de 7 a 28 dias; acima de 28 dias.
© 11. ® at é 28 dias; de 28 dias a 3 meses; acima de
@ 111. 3 meses.
@L
.. COMENTARIO: A mortalidade infantil por fai·
.. COMENTiRIO: Atresia esofágica com ou sem xas etárias é também chamada de mortalida·
ffstula traqueoesofágica é um complexo de de infantil proporcional. Dessa maeira dividi·
anomalias congênitas caracterizadas pela for·
3% PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

mos as crianças menores que um ano em 3 _____ ·------····


, .....

,::~---
fa ixas de idade:
neonatal precoce (0-6 dias de vida)
neonatal tardio (7-27 dias)
pós-neonatal (28 dias e mais).

I Resposta:@ .I "

Para o cálculo da mortalidade infantil


42 considera-se a relação entre o número
de óbitos de crianças abaixo de I Resposta: ®
..... ....

® 5 anos e o número de nascidos vivos mais Atenção: Considere o caso abaixo para respon-
natimortos no período de 5 anos precedentes. der as questões de números 54 e ss.
® 1 ano e o número de nascidos vivos no ano
calendário. Uma gestante, secundigesta, com um aborta-
© 1 ano e o número de nascidos vivos mais menta espontâneo há 2 anos, atualmente 38 se-
natimortos no ano calendário. manas de idade gestacional. lnterrompeu o pré-
@ 1 ano sobre o número de nascidos vivos no -natal há 4 semanas (compareceu a 5 consultas)
per lodo de 5 anos precedentes. e há 1Sdias foi a um pronto atendimento e reali-
® 5 anos e o número de nascidos vivos no pe- zou tratamento para infecção urinária. Admitida
rlodo de 5 anos precedentes. na maternidade, com rotura de membranas há
19 horas, evolui para parto vaginal, 3 horas após
._ COMENTARIO: O cálculo da mortalidade infan- a admissão. Recebeu uma dose de antibiótico
til (CMI) é feito dividindo o número óbitos nos (cefalexina), na chegada. Com 21 horas de vida
menores de 1 ano de idade em determinada o recém-nascido apresenta temperatura de 38,5
região e ano, dividido pelo número de nascidos OC, tremores e taquidispneia, além de tempo de
vivos nessa mesma região e no mesmo ano. enchimento capilar aumentado. O raio x de tó-
rax revela foco em base direita.

CMI • :\lOM 44 A coleta do líquor para investigação

@ Não deve ser feita, pois não modifica a con-


duta e aumenta o risco de complicações.
I Resposta: ® ® Deve ser feita, mas apenas se a proteína C
reativa estiver alterada.
© Deve ser feita, mas apenas se a hemocultu-
As ~axas de mortalidade infantil no Brasil ra for positiva.
43 estao, em porcentagem, entre, @ Deve ser feita, pois nos casos de sepse pre-
coce existe risco de meningite.
® 12 e 15. ® Não deve ser feita, pois existe foco definido.
® 20 e 23.
© 4e7. ._ COMENTARIO: O quadro clinico da criança em
@ 7 e11. questão é compatível com sepse precoce. Fe-
® 16e 19. bre, dispneia e tempo de enchimento capilar
prolongado. Sintomas iniciados nos primeiros
Segundo última pesquisa do IBGE (2013), atual- 6 dias de vida.
mente a taxa mortalidade infantil no Brasil en- Isolamento do microorganismo patogênico em
contra-se em torno de 12 a 15%. qualquer líquido ou secreção do organismo é o
2017 397

padrão ouro e o método mais especifico para o @ Estafilococo; síndrome da pele escaldada.
diagnóstico de sepse neonat al. Desse modo, de- ® Estreptococo do grupo A; escarlatina.
ve-se realizar avaliação liquórica (bacteriológico,
bacterioscópico, contagem de células e bioquí- ~ COMENTÁRIO: As exotoxinas A, B e C são toxinas
mica do líquor) em todo RN candidato a trata- eritrogênicas também conhecida como exoto-
mento antimicrobiano para sep se neonatal. xina pirogênica estreptocócica. São produzidas
I Resposta: @ pelo estreptococo do grupo A e são responsá-
veis pela erupção cutânea da escarlatina.
I Resposta: ®
Os principais agent es envolvidos nestes
45 casos são:
A vitamina K deve ser recomendada a
@ Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli.
® Klebsiella pneumoniae e Listeria monocy-
47 todo recém-nascido (RN}, para a preven-
ção da doença hemorrágica clássica. Pode-se
togenes. afirmar que:
© Listeria monocytogenes e Streptococcus
do grupo B. @ O uso de leite artificial (nas situações de
@ Klebsiella pneumoniae e Streptococcus do contra indicação ao aleitamento materno} au-
grupoS. menta o risco de doença hemorrágica tardia,
® Streptococcus agalactiae e Escherichia coli. quando se recomenda repetir a vitamina com
1 semana de vida.
~ COMENTÁRIO: A etiologia da sepse neonatal ® A vitamina K tem pouca passagem trans-
obedece a seguinte distribuição: Início precoce placentária e é responsável pela ativação dos
(menos de seis dias de vida): Streptococcus do fatores 11, VIl, IX e X.
grupo B (GBS), Escherichia coli, Listeria mono- © As manifestações desta doença aparecem
cyt ogenes, Staphylococcus aureus, Staphylo- nas primeiras 24 horas de vida daí a recomen-
coccus epiderm idis, Klebsiella, Pseudomonas, dação de administrar a vitamina na primeira
Enterobacter, entre outros. Início tardio de ori- hora de vida.
gem hospitalar (mais de seis dias até três meses @ O uso de anticonvulsivantes pela gestante
de vida}: Staphylococcus epidermidis, Staphy- pode causar sangramento no final da primeira
lococcus aureus, gram-negativo mult i-resis- semana de vida, daí ser recomendada uma se·
tente (Pseudomonas, Klebsiella, Xanthomonas, gunda dose de vitamina K com 7 dias de vida
Enterobacter, Serratia Acinetobact er, etc}, can- nestes RN.
dida. l nício tardio domiciliar: GBS, gram-negati- ® O uso de vitamina K pode levar a doença
vo, Staphylococcus aureus meticilino· sensl vel, hemofílica nos RN com incompatibilidade san·
herpes. guínea maternofetal ABO com eluato positivo.
Como no caso temos uma sepse precoce os
principai s agentes envolvidos são os encontra- ~ COMENTÁRIO: Os fatores da coagulação 11, VIl,
dos na alternativa E: Streptococcus agalactiae IX e X, são dependentes da vitamina K. Eles
que é um GBS, seguido por Escherichia co li. encontram-se reduzidos em todos os neona-
t os nas primeiras 48·72h após o nascimento,
com retorno gradual aos níveis do nascimen-
As exotoxicinas A, B e C, que são toxici· t o aproximadament e entre o 7• e 100 dia. Essa
46 nas erit rogênicas, são produzidas por
bactérias infect adas por det erminados bact eri·
deficiência t ransitória dos fatores dependentes
de vit amina K ocorre, provavelment e devido a
ófagos. A bact éria que produz essas toxinas e a falta de vitamina k livre proveniente da mãe e
doença causada por ela são, respectivament e: à ausência de flora bacteriana intestinal, que
normalmente é responsável pela sínt ese de vi·
@ Haemophilus influenzae; epiglotite. tamina K.
® Klebsiella; sindrome do choque tóxico. Alternativa A: INCORRETA. O leite materno é uma
© Estreptococo do grupo B; escarlatina. fonte pobre de vitamina K e as complicações
39& Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

hemorrágicas tardias acontecem mais frequen- febre alta, que pode vir acompanhada de agita·
temente nos recém-nascidos alimentados por ção. A febre geralmente aprece de forma agu·
leite materno do que nos que são alimentados da após 72 horas ("crise"), mas pode diminuir
por fórmula. gradualmente em um dia ("lise•), coincidindo
Alternativa 8: CORRETA. com o surgimento de erupção morbiliforme·
Alternativa C: INCORRETA. As manifestações dessa de 2-3 mm. não prurftica e roseada no tronco.
doença ocorrem principalmente entre o 2• e 7• A erupção geralmente persiste por 1 a 3 dias,
dia devida. mas muitas vezes é descrita como evanescente
Alternativa D: INCORRETA. O uso de anti<onvulsi- (aparece por algumas horas e logo desaparece).
vantes pela gestante pode causar uma forma I Resposta: @
grave de deficiência dos fatores de coagulação
dependentes de vitamina K. Estes recém-nas-
cidos podem ter sangramentos graves nas pri- Vários pafses, mesmo os desenvolvidos,
meiras 24 horas de vida e não no final da pri-
meira semana como fala a questão.
49 têm observado uma elevação na inci·
dência da sffilis congênita. O gráfico representa
Alternativa E: INCORRETA. O uso de vitamina K pode os dados americanos e mostra uma elevação
levar a doença hemolftica nos RNs com anemia após periodo de estabilidade (CS = sífilis em
hemolíti<a por deficiência de G6PD e não in- menores de 1 ano e P&S = sífilis primária e se·
compatibilidade ABO. cundária entre as mulheres).
I Resposta: ® Recomenda-se que em uma mulher, primiges-
ta, com 18 anos de idade, que não teve história
de doença prévia, com VDRL no pré-natal ne·
Uma menina com 8 meses apresenta gativo no primeiro trimestre e com VDRl de 1/4
48 quadro de febre elevada há 2 dias. Ao
exame clínico apenas temperatura de 39,2 •C.
e TPPA (Treponema pallidum particu/ate assay)
e FTA abs (Fiuorescent treponemal antibody
Realizada triagem para infecção urinária, nega- absorption test) negativos e seu recém-nascido
tiva . Após 3 dias de febre elevada houve nor- (RN) com VDRL negativo, no d ia do parto
malização do quadro febril com aparecimento
de exantema maculopapular, não pruriginoso, @ Seja orientada que a alteração de seu exa-
rosa claro especialmente em tronco e pescoço. me não representa contato com sífilis e que ou-
A principal hipótese neste caso e o agente mais tras causas devem ser investigadas.
comum são, respectivamente: ® Receba tratamento com 1 dose e o parceiro
também e o RN seja investigado e tratado com
@ Roséola infantum; Parvovírus 819. penicilina procaína ou cristalina, de acordo
® Herpangina; Herpesvírus humano 7. com o VDRL no liquor.
© Eri tema infeccioso; Vírus Coxsackie B. © Receba tratamento para sífilis primária, pois
@ Exantema súbito; Herpesvírus humano 6. deve estar na janela sorológica, mas o RN não,
® Rubéola; Rubéola vírus(Togavírus). pois VDRL negativo.
@ Receba tratamento para sífilis com 3 doses
.,.. COMENTÁRIO: A questão traz uma criança com a intervalos de 1 semana, pois tem doença de
quadro típico do exantema súbito, ou também tempo indeterminado e seu RN receba penici·
conhecido com roséola ou sexta doença. A ro- lina benzatina.
séola é uma doença autolimitada e aguda. ~ ® Receba tratamento, bem como o parcei·
causade pela infecção pelo herpes-vfrus huma- ro, com 3 doses a intervalos de 1 semana, e o
no 6 e em raros casos pelo herpes vírus humano RN seja investigado, com coleta de líquor e se
7. Acomete lactentes e crianças predominando exames normais receba alta para puericultura
na faixa estaria de 6 a 9 meses, sendo adquirida normal.
rapidamente após a perda dos anticorpos ma-
ternos nos primeiros meses de vida, de modo .,.. COMENTÁRIO: A paciente traz uma gestante
que 95% das infecções acontecem antes dos que inicia a gravidez com VDRL negativo e ao
2 anos. Caracteriza-se por início repentino de final da g estação, ao repetir o teste, o exame
2017 399

vem positivo. Porém, ao realizar o teste treponêmico temos u m resultado negativo. Como o VDRL
é u m teste de t riagem tem grande sensibilidade, mas pouca especificidade, de mo do que re-
sult ados falso-positivos t ambém podem ocorrer, p ois as reaginas costumam surgir em outras
patologias (ex.: doenças reumáticas, gestação, drogadição). Por isso, para a confirm ação do diag -
nóstico da sífilis, é necessária tamb ém a realização de um teste treponêmico, q ue vindo negativo,
descarta a doença (vide fluxograma).
I Resposta: @

W.VfililouiM~
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Fonte: Protocolo clínico e diretrizes t erapêuticas para p revenção da transmissão vertical d e hiv,
sífilis e hepatites v irais- min istério da saúde 2015.

Durante a reanimação de um recém-nascido de termo, o aluno de graduação pergunta ao


5O médico que o tutora qual o p rincipal indicador ou determinante pa ra indicar as manobras de
reanimação. A resposta do médico deve ser:

@ Medida da Saturação de oxigênio.


® Frequência respiratória.
© Tônus m uscular.
@ Frequêncía cardíaca.
® Cor das m ucosas (lábios).
Alternativa A: INCORRETA.A medida da Saturação de oxigênio p ode sugerir necessidade de ventilação,
mas não pe um parâmetro mais importante que a frequência cardíaca.
Alternativa 8: INCORRETA. A frequência resp iratória não vai in fluenciar na tomada de d ecisão na rean i-
mação neonatal.
Alternativa C: INCORRETA. O tônus muscular só será avl iado num primeiro instante para definir se o
RN vai pa ra berço aquecido ou pa ra o colo d a mãe.
Alternativa D: CORRETA. A frequência cardlaca é o pri ncipal determinante d a decisão de indicar as di-
versas manobras de reanimação. Uma frequência cardíaca menor que 100 vai indicar ventilação
com máscara e abaixo de 60 int ubação e massagem cardíaca.
400 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

Alternativa E: INCORRETA. A cor dos lábios é um parâmetro subjetivo e só é valorizado nos moment os
iniciais, assim como o tônus muscular.
I Resposta:®

CLINICA 11 · AlEXANDRE BARBOSA CAMARA DE SOUZA EJULIANO SILVEIRA DE ARAÚJO

51 Foi estudado um grupo de pacientes com síndrome aguda caracterizada por:

Deficiência nutricional.
Anormalidades oculomotoras.
Disfunção cerebelar.
Alteração do estado mental ou de memória.

Dos abaixo, o t rat amento empírico mais adequado é

@ alteplase + clopídogrel.
® imunoglobulina + interferon.
© glicose + t iamina.
@ imunoglobulina + alteplase.
® corticoide + interferon.
.. COMENTA RIO: A triade classica descrita por Wernicke e composta de oftalmoplegia, at axia e dis·
·turbio mentais e de consciencia. As anormalidades oculares consi stem em nistagmo, horizont al
ou vertical, paralísia ou paresia dos museu los retos externos e do olhar con-jugado, sendo comuns
achados como diplopia e es· t rabismo convergente. Em estagios avancados da doenca, pode ocor·
-rer miose e nao reatividade pupilar. Pode ocorrer discreta hemorragia retiniana, mas papiledema
e raro.
O tratamento da sindrome de Wernicke·Korsakoff deve ser imediatamente inkiado com a adminis·
tração de tiamina, uma vez que esta previ ne a progres· sao do doenca e reverte as anormalidades
cerebrais que nao tenham provocado danos estruturais estabe· lecidos
I Resposta:®

e duração de efeito)
52 São. t ipos de insulína com característkas (início de ação, pico
s1m1lares:
muito

Lispro, asparte e glulisina.

® Glargina, degludeca e asparte.


© Glargina, detemir e gl ulisina.
@ Degludeca, detemir e asparte.
® Lispro, degludeca e glulisi na.
2017 401

Tipo I lnfclo da AçJo Pico Duração Horário para lnjeçJo


Bolu s
Ultrarrápida
{Análogos
Ultrarrápidos)
Utilizada junto às
• Apidra® refeições. Deve ser
{Giulisina) 10-15 minutos 1-2 horas 3-5 horas injetada
• Humalog® Imediatamente antes
{Lispro) das refeições.
• NovoRapid®
{Asparte)

Rápida {Insulina Utilizada junto às


Humana Regular) refeições ao d ia. Deve
6horas e 30
30 minutos 2-3 horas ser injetada entre 30 e
• Humulin® minutos
45 m inutos antes do
• Novolin®
infcio das refeições.

Basal
Frequentemente, a
aplicaçao começa uma
çi!o intermediária
vez ao dia, antes de
{NPH - humana)
dormir. Pode ser
1-3 horas 5-8 horas f.té 18 hora5
• Humulin®N indicada uma ou duas
• Novolin®N vezes ao dia. Não é
específica para
refeições.
Frequentemente, a
aplicação começa uma
Longa duração
vez ao dia, antes de
{Análogos lentos) Lantus: até
dormir. Levemir pode
24 horas
• Lantus®
Levemlr: de
ser indicada uma ou
{Giargina) duas vezes ao dia.
90 minutos Sem pico 16 a 24
• Levem ir®
horas
Tresiba é utilizada
(Detemir) sempre uma vez ao
Degludeca:
• Tresiba®
> 24h
dia, podendo variar o
{Degludeca) horário de aplicação.
Não é específica para
refeições.

Alternativa A: CORRETA. Lispro, Asparte e Gluli sina compõe as insulinas de ação ultrarrapida.

53 Foram analisados alguns casos de tireotoxicose e divididos em dois grupos:

Grupo 1: captação de radioiodo normal ou elevada.


402 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

Grupo 11: captação de radioiodo rebaixada. com acidose metabólica. Ele é fornecido pela
São possíveis etiologias: fórmula: AG = sódio - (cloro+ bicarbonato)
I Resposta: @
Grupo I Grupo 11
resistência aos hor-
® As principais etiologias das nefropatias
mônios tireoideanos
metástase exte nsa de
bócio multinodular
55 de lesões mínimas secundárias são,

® carcinoma folicular struma ovor# ® retrovírus e línfoma não-Hodgkin.


detireoide
® lúpus eritematoso sistêmico e endocardite
tireoide induzida por bacteríana.
© amiodarona
doença de Graves
© vírus C da hepatite e refluxo vesicoureteral.
@ tireoide subagucla adenoma tóxico @ vrrus B da hepatite e hepatocarcinoma.
® anti-inflamatórios não-hormonais e Linfoma
adenoma hipofisário hipertiroidismo
® produtor de TSH. factício
de Hodgkin.

.,_ COMENTÁRIO: Nos adultos com doença de le-


.,_ COMENTARIO: Segue a tabela com a classifica- são mínima secundária a alguma doença, o tra-
ção da etiologia conforme a captação. tamento da sua sfndrome nefrótica passa pelo
tratamento doença inicial. Por exemplo, se opa-
Tabela 2. CIJ)~ de radiOiOdO Ctll ClJ t2!fJ nas <Mere~s causas de
lireo!OKie:OSe ciente desenvolveu doença de lesão mínima por
causa de um quadro de linfoma, o tratamento

-- ,___.._
não é direcionado para a nefropatia de lesão mí-
nima, mas sim contra o linfoma. A cura do linfo~
ma leva à cura da doença de lesão mínima. Se o
quadro tiver sido provocado por uso abusivo de

-- ..- --
OCor<aro- li~eill:r'Oglnlc:a
anti-inflamatórios, o tratamento simplesmente a
Adenol'l'll de I'IÇólise MCr'ICJ)r de
suspensão dos anti-inflama-tórios.
'~'
I Resposta: ®
""""'"'""
..............
Mslislases lt'llensas dl awcn:wna
Um paciente com prótese valvar mitral

Maia, Ana Lui.za, et ai. "Consenso brasileiro para


56 e diagnóstico de endocardite infecciosa
subaguda apresenta 2 hemoculturas positivas
o diagnóstico e tratamento do hipertireoidis- para Staphylococcus epidermidis. Antes do
mo: recomendações do Departamento de Ti- resultado de antibiograma, considerando-se o
reoide da Sociedade Brasileira de Endocrinolo- custo do tratamento e o perfil de resistência
gia e Metabologia:•(2013). geralmente apresentado por esse germe, a me
I Resposta: ® lhor escolha para o tratamento empírico é

® penicilina cristalina.
Para calcular oanion gap de um paciente ® ampicilina e gentamicina.
54 são necessários os seguintes parâmetros © vancomicina.
@ cefalosporina de 3• geração.
® potássio, cálcio e fosfato. ® meropenem.
® sódio, cálcio e fosfato.
© sódio, potássio e cloreto. .,_ COMENTARIO: A escolha do antibiotico deve
@ sódio, bicarbonato e cloreto. ser baseada sempre na hemocultura e no tem-
® potássio, bicarbonato e magnésio. po do implante da pro tese. Nas El tardias, qua-
dros subagudos e pacientes com bom estado
., COMENTARIO: O cálculo do anion gap (AG) é geral, o inicio do tratamento pode ser retarda-
prática comum na abordagem do paciente do por 24/48 horas, na tentativa de isolar o mi-
2017 4C3

crorga-nismo responsavel. Se na o houver crescimento apos 48 horas, o antibiotico deve ser inicia-
do baseado no quadro clinico e na possivel porta de entrada pela historia clínica, epidemiologica
ou pelo exame fisico. Na El precoce, febre ele-vada., calafrios e hemograma infeccioso, iniciar os
antibioticos imediatamente apos a coleta das hemoculturas: Vancomicina, gentamicina e rifampi-
cina para os germes nosocomiais, Sta-phylococcus oxacilina-resistente.
I Resposta: ©

Avaliando-se pacientes com quadro típi-co da doença de Parkinson, dos abaixo, o achado
57 MENOS provável é:

@ hipotonia.
® bradicinesia.
© tremor.
@ instabilidade postural.
® disfunções cognitívas.

... COMENTARIO: O quadro cHnico basicamente é composto de quatro sinais principais: tremores; aci-
nesia ou bradicinesia (lentidão e diminui-ção dos movimentos voluntários); rigidez (en-rijecimento
dos músculos, principalmente no nível das articulações); instabilidade postura! (dificuldades rela-
cionadas ao equilíbrio, com quedas freqüentes). Para o diagnóstico não é necessário entretanto
que todos os elementos estejam presentes, bastando dois dos três pri-meiros itens citados. Dentre
os itens acima o menos provável é a HIPOTONIA.
I Resposta: @

O paciente apresentado na figura abaixo apresenta, com maior probabilidade, paresia do


58 seguinte nervo craniano:

@ VI.
® v.
© 111.
@ IV.
® VIl.

... COMENTARIO: O VI nervo (abducente) inerva apenas um músculo extraocular, o reto lateral homo-
lateral, que tem como ação básica a abdução do olho. Sua deficiência induz a uma limitação, de
maior ou menor intensidade da abdução e um desequilíbrio de forças horizontais, com predomínio
tônico do reto mediai Integro, consequente esotropia e diplopia homônima.
I Resposta: @
404 Preparatóriopara Residência Medica SUS/SP

59 Flumazenil é antídoto para sedação provocada por

@ midazolam.
@ fentanil.
© etomidato.
@ fenobarbital.
® propofol.

O flumazenil e indicado para promover a reversao completa ou parcial dos efeitos sedativos cen·
trais dos benzodiazepinicos. E usado em anestesia e em unidades de terapia intensiva, nas seguines
indicações:
Em anestesiologia:
encerramento de anestesia geral induzida e mantida com benzodiazepinicos em pacientes
hospitalizados;
neutralizaço do efeito sedativo dos benzodiazepinicos usados em procedimentos diagnos·
ticos e terapeuticos de curta duraço em pacientes hospitalizados e de ambulatorio.
Em terapia intensiva e manuseio de inconsciencia de origem desconhecida:
para diagnostico e tratamento de superdose com benzodiazepinicos;
para determinar, em casos de inconsciencia de causa desconhecida, se o farmaco envolvido
e um benzodiazepinico;
para neutralizar, especificamente, os efeitos exercidos sobre o sistema nervoso central cau-
sados por doses excessivas de benzodiazepinicos (restabelecimento da respiraço esponta·
nea e da consciencia a fim de evitar a entubaço e posterior extubaço).
Dentre os fármacos acima o único benzodiazepinico é o midazolam.
I Resposta: @

6o Em portadores de anemia de doença crônica (AOC), é provável o encontro de aumento de:

@ ferro sé rico.
® volume corpuscular médio.
© capacidade total de ligação de ferro.
@ ferritina sérica.
® saturação de transferrina.

Teste

-
L2borororial AOC Anemia FerroprtV'l
Ferro
dlm!nuldo ou nonnal dln~nuldo
Tr.u~feniru
série• dlmlnuld.a oo oonnal :aumenl2<b
lndl<-e de
$}1U~O do tr.lrWcnin> diminuído ou nomul diminufdo
Fcrritln:1
séric:l nornl:ll ou •wnen.ada diminuída
Rccep<or
d~ u·.u\1(errin;L normal autnenl3da
Rce<:p<O< <b rml15forrln:l /
l.og f<rrklna dlmlnuklo (<I) aui11C1lCido (>4)
.
2017 <WS

~ COMENTÁRIO: A característica principal do perfil de ferro na anemia de doença crônica é a presen-


ça de Ferritina Elevada.
I Resposta: @

GINECOLOGIA EOBSTETRICIA 1- EDSON SANTOS FERREIRA FILHO

Segundo o Ministério da Saúde, recomenda-se a vacina do HPV para os seguintes grupos


61 populacionais, com EXCEÇÃO de:

@ meninos de 9 a 13 anos, a partir de 2017.


® população indígena de 9 a 13 anos.
©meninas de 9 a 13 anos.
@ mulheres com alto risco para c~ncer de colo uterino de 13 a 26 anos.
® mulheres portadoras do HIV e AIOS de 9 a 26 anos.
~ COMENTAR lO: Para o ano de 20 17, a Coordenação Gera l do Programa Nacional de Imunizações
(PN I), da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde informou a seguinte mudan-
ça no Ca lendário Nacional de Vacinação:

Ano Popula~áo alvo N• de doses Esquema vadnal


Sexo feminino: faixa etária de nove e 14 anos de idade ( 14
anos, 1 1 meses e 29 d ias).
02 0.6 meses
Sexo masculino: faixa etária de 12 a 13 d e idad e (13 anos, 11
2017 meses e 29 dias)
Mulhéres e homens vivendo com HIV/Akls de no\fé a 26 anos
03 O.2--6 meses
deidade
Sexo femin in o: faixa etária de nove a 14 anos de idad e.
02 0.6 meses
Sexo m asculino: faixa etária de 11 a 12 anos de idade.
2018
Mulheres e homens vivendo com HIV/Aids de nove a 26 anos
03 0.2-6 meses
deidade.
Sexo feminin o: faixa etária d e nove a 14 anos de idade.
02 0.6 meses
Sexo masculino: faixa etária de 10 a 11 anos de idade.
2019
Mulheres e homens vivendo com HIV/Aids de nove a 26 anos
03 G-2-6 meses
deidade.
Sexo fem inino: faixa etâria de nove a 14 anos de idade.
S.-xo masculino: faixa etãriade nove a lO anos de idade.
02 Q-.6 meses
2020
Mulheres e homens vivendo com HJV'/Aids de nove a 26 anos
03 G-2-6 m...,s
de idade de idade.

A vacina HPV quadrivalente estará disponível no Calendário Nacional de Vacinação conforme


quadro abaixo:
Ressalta -se que essas orientações também se aplicam à população indlgena, não havendo d ife-
renciação d o e squema vacinal e faixa etária a ser vacinad a.
Até o momento, para as meninas, a vacina é oferecida dos 9 aos 13 anos de idade. A recomenda-
ção para a população indígena é semelhante. A partir de janeiro de 20 17, o Ministério da Saúde
passa a di sponibilizar também a vacina contra o HPV para a população masculina de 12 a 13
anos na ro-tina do Calendário Nacional d e Vacinação do Sistema Único de Saúde. A faixa-etária
será ampliada, gradativamente, até 2020, quando serão incluldos os meninos com 9 anos até 13
406 PreparatórioparaResidência Medica SUS/SP

anos. Portanto, a recomendação já existe de vacinar meninos entre 9 e 13 anos, porém ainda não
está disponível no SUS. O esquema vacina! para os meninos contra HPV será de duas doses, com
seis meses de intervalo entre elas. Para os que vivem com HIV, a faixa et~r ia é mais ampla (9 a 26
anos) e o esquema vacina I é de três doses (intervalo de O, 2 e 6 meses). No caso dos portadores de
HIV, é necess~rio apresentar prescrição méd ica. Logo, a única alternativa não contemplada é a O.
I Resposta: @

62 Progest agênio ut ilizado em contraceptivos hormonais combinados orais MENOS associa-


do a risco de tromboembolismo

® desogestrel.
® drospirenona.
© levonorgestrel.
@ ciproterona.
® gestodeno.

.. COMENTÁRIO: Há na literatura diversos estudos investigando o risco de eventos t romboembóli-


cos associados a diferentes doses de etinilestradiol e t ipos de progestagênios. O que se discute
atualmente é q ue pílulas de terceira geração (contendo gestodeno e desogestrel) têm sido mais
associadas a eventos t romboembólicos do que as de segunda geração (contendo levonorges-
trel).
A maioria dos estudos mais recentes demonstrou um risco aumentado de t rês vezes de usuárias
de contraceptivos orais combinados de méd ia e baixa dose com noretisterona, levonorgestrel ou
norgestimato, em comparação a não usuárias. Os m esmos estudos demonstraram um aumen-
·to de seis vezes no risco t romboembólico em usuárias de pílulas combinadas com desogestrel,
gestodeno, drospirenona ou acetato de ciproterona. Provavelmente, isto se deve ao fato de que
as progestinas mais androgênicas são capazes de contrapor a estimulação induzida pelo etini-
·lestradiol sobre a síntese proteica do figa do (SHBG, fatores de coagulação), mas em contraste, as
progestinas neut ras ou anti-androgênkas parecem exercer uma contraposição limitada na ação
do etinilestradiol.
I Resposta: ©

Paciente de 71 anos, VIIG VP (partos normais) refere bola na vagina háS anos, com piora
63 progressiva na sensação de peso e dificuldade para esvaziar a bexiga. De acordo com a
classificação de POP-Q, o ponto de maior prolapso é o C, que se sit ua 2 centímetros para fora do
anel himenal. O est~dio do prolapso geni tal e a melhor conduta são, respectivamente:

® est~dio 11, sling retropúbko e correção sitio-específica do prolapso.


® est ádio 111, histerectomia vaginal e correção sítioespecífica do prolapso.
© estádio 11, sling transobturador e perineoplastia.
@ est ádio 11, correção de prolapso de parede vaginal anterior e posterior.
® estádio 111, histeropexia e perineoplastia anterior.

.. COMENTÁRIO: Oportunidade para revisar Uroginecologia!


Segundo a Associação Internacional de Uroginecologia ("lnternational Urogynecological Asso-
ciation•- IUGA) e a Sociedade Internacional de Continência ("lnternational Cont inece Society"
- ICS), o prolapso de órgão pélvico é primariamente uma definição de alteração anatômica. Al-
gumas dessas mudanças podem ser consideradas norm ais para certas m ulheres. Um diagnósti-
co de prolapso, idealmente, exige claras evidências clínicas, começando com uma mulher com
2017 <W7

sintomas relacionados ao "deslocamento descendente• de um órgão pélvico. Para a classificação,


ut iliza-se rotineiramente o si stema POP·Q, resumido na figura abaixo:

Ba c
1'8 lVl
l!p D

O ponto Aa esta localizado na linha mediana da parede vaginal anterior a 3 em proximal ao meato
uretra! externo. Por definição, o intervalo de posição do ponto Aa em relação ao hímen é ·3 a +3
em . O ponto Ba representa a posição mais di stai de qualquer parte da parede vagi nal anterior, da
cúpula vaginal ou fórnice vaginal anterior ao ponto Aa. Por definição, o ponto Ba está a ·3 em na
ausência de prolapso e teria um valor positivo igual à posição do colo ou da cúpula (ponto C) em
mulheres com prolap so u terino total ou pós·histerectomia vaginal.
Já o ponto C representa a borda mais distai do colo do útero ou a borda principal da cúpula
vaginal após a histerectomia total. Por sua vez, o ponto O representa a localização do fórnice
posterior em uma mulher que ainda tem um colo u terino. Está inclufdo para d iferenciar a falha
de suspensão dos ligamentos card inal e u terossacro da hipertrofia de colo. O pont o O é omitido
na ausência do colo do útero.
O ponto Ap esta localizado na linha média da parede vaginal posterior, 3 em proximal ao hímen
(às carúnculas himenais). Por definição, o intervalo de posição do ponto Ap em relação ao hímen é
de · 3 a +3 em. Ja o ponto Bp representa a posição mais distai de qualquer parte da parede vaginal
p os-t erior, desde a cúpula vaginal ou o fórnice vaginal posterior até o ponto Ap. Por definição, o
ponto Bp esta a ·3 em na ausência de prolap so e, semelhante ao ponto Ba, teria um valor positivo
igual ao ponto C em mulheres com eversâo vaginal pós·hist erectomia total.
O hiato genital (GH) é medido a partir do meio do meato uretra! externo até a margem posterior do
hímen. O corpo perineal (PB) é medido a partir da margem post erior do hímen até o ponto médio
da abertura anal. O comprimento vaginal total (TVL) é o comprimento da vagina (em) do fórnice
post erior ao hímen quando o ponto C ou O é completamente reduzido à sua posição normal. lden·
tificados os pontos, procede-se com o estadiamento:

111 IV

111

IV
40S PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

Em resumo: Estádio 0: Não há prolapso demonstrado. Estádio 1: O ponto mais d istai do p rolapso
está a mais de 1 em acima do nfvel do hímen . Estádio 11: O ponto mais distai do prolapso está situa·
do entre 1 em acima do h ímen e 1 em abaixo d o hímen. Estádio 111: O ponto mais distai do p rolapso
está mais de 1 em para além do p lano do hfmen, mas pelo menos 2 em a menos que o comprimen-
to vaginal total. Estádio IV: Eversão completa.
Neste caso, é um estádio 111, pois o ponto C está em +2. Numa paciente idosa, mu ltípara e sem co·
morb ídades, recomenda-se a h ísterectomía vaginal e a correção sítio-específica d o prolapso. Um
lembrete sobre as alternativas da questão: sling é tratamento de incontinência urinária de esforço,
não tem relação com p rolapso de órgãos pélvicos! Já ajuda a elimi nar algumas alternativas.
I Resposta: ®

Segundo as Diretrizes para a Detecção Precoce do Câncer de Mama no Brasil, real izado pelo
64 INCA e pelo Ministério da Saúd e, o programa de rastreamento de câncer de mama indicado é:

® mamografia b ienal para mu lheres entre 50 e 69 anos e sem recomendação especifica para o
exame clinico d as mamas.
® mamografia b ianual dos 35 aos 40 anos, anual a parti r dos 40 anos e autoexame das mamas a
partir dos 3S anos.
© mamografia anual a partir dos 40 anos e exame clínico das mamas a parti r do menacme.
@ mamografia b ianual a parti r dos 40 anos e ultrassonografia d as mamas a partir dos 35 anos.
® mamografia anual entre 50 e 69 anos e b ianual a partir dos 70 anos e exame clinico das mamas
anual a parti r dos 40 anos.

.,_ COMENTÁRIO: Segundo as d iret rizes para a detecção precoce do câncer de mama no Brasil (2015),
recomenda-se o rastreamento com mamografia em m ulheres com idade ent re 50 e 69 anos d e
idade.

Mamograf•a

Questao Qual a eficáda do rastreamento com mamografia na reduçio da mortalidade


norteadora global e por câncer de mama, comparada à ausénda de rastreamento?
O MiniSti>rio da S.lUde recorr:.nda contra o rasueamPn:o com IT'!'amografia em muA~res com
< d~ 50 dr'IO!. menos de S0df"'IS (rec.O!""·enddÇ.lO COnVc'l'ld lO!' te_ O!. ~síveis ddF'IOS ddfdr""lente superC~o•n os
possi~'f'IS bP.I"P'iCiOS)

o Minlstfrlo da saúde r~comenda o rasueamet~to com mamogtaria em mulheres com


De 50 a 59 anos idade entre 50 e 59 anos (rec()IT'IE'ndaçào fMor.t.lel fraca- os PQSSivetS bPneficiOS E> danos
prOVdvelr,·en.tê SeiO sernelhdntes)

O Ministério da Saúde recomenda o rastreamento com mamografia em mulheres


Dê 60 a69 c1nos com idade tntrt 60 e 69 anos (recol'r.endc~çdo 1D-.,"Or.wel frdC01. os possNerS bene'i<•os
PfOVtwf'lmPntE' s JPf'r mos possNet-5 danos)

O M•niStêflO a.- S..udé recol'flendc~ eontta o r.JSttedn"'énto corr· rnamograhd em m~herescom


De 70 a 7A anos idac1.P pmrE" 70 t> 74 iiiOOS (r(>(QmE>ndc«;(lo con·rãria ~rac.'l o baiJnço PntrP pos<sl<;1>iS danos E'
beneOC~ ê inte<tO)

O MinistPrio ca SaúdP recorm!>nda contra o rnsnearrE>n·o c:om mamografia E>m mulhe-res com
75 clOOS OU McliS 7S ctnOS ou nlc:liS (recornendaçJo COI'ttJ'drlo:l torte: os posSive.s ddllOS provavelmente S.Jperarn os
poSSi'.'f:'IS berf'fiCiOS)

O Mii"'St~ttO dcl Saode r«.omendCJctue c1 pttlocUcldadt do ranreamento com mamografla


nas faixas etl!rlas: recomendadas s:eja a bienal (recomf'ndaçao fil'o'Qrãv'el forte os possfve1s
Periodicidade
beneficiOs provavelmente superam os poS'SiveiS d.-nos quando comparada A:s periOdtCJdadêS
menores 00 qoe a bienal}
2017 4C9

Quanto ao exame clínico das mamas, não há posicionamento formal recomendando ou contrain-
dicando:

Exame cliniCo das mamas

QuMtJo Quat a er cJc1.J. do ra~treamento com ECM na rflluç3o da mortahdade gJoboll e por
norceMSor• dnctf' d~ rn<~ma7

Já em relação ao autoexame das mamas, é incisivo em contraindicá-lo como método de rastrea-


mento do cãncer de mama:
Autoexame das mamas

Questio Qual a eficácia do rastreamento com AEM na reduç.1o da mortalidade global e por
norteadora cflncer de mama?

O MiniS!?<-tOoa Saúae rE>ComPnoa contra o ensino ooAEM corno mE"todo de rastrPamPmo docãncE>'
Rêcomendação de mama (recomend~çào tontrana hcJca_ os possiveis ddnos provavelmen:e superam os possi'leis
bef'leficios)

Também contraindica a realização de ultrassonografia como método de rastreamento

Ultrassonografia

Questlo Qual a eficácia do rastreamento com ultrassonografia na redução da mortalidade


norteadora global e por câncer de mama?

O M1rns1eno da SaL.de rt>comenda contra o rasireai"N"mo do câ~cPr de mamti com ultrassooograf..a


Récomêi'Xiaç3o das fTlcltndS. SoeJd tSOidd.nt1eo:e. SE!Jd em c:on,unto com a ~ogr dtla (recomendaç.lo cont1 ilc~.:~ forte os
possíveis oanos provuvelmel"'(e super.:vn os possivets a.reftcios}

I Resposta: @

D<;tectado em exame vaginal de rotina na mulher saudável e assintomática no menacme,


65 NAO deve ser tratado:

@ Streptococcus agalactiae.
® Neisseria gonorreae.
© Clamydia trachomatis.
@ Ureaplasma urealiticum.
® Micoplasma hominis.
~ COMENTARIO: Streptococcus agalactiae (Strep-tococcus do Grupo 6), é um comensal do tra-to
intestinal e vaginal humano em 1 S-30% de adultos saudáveis, é um importante patógeno em re-
cém-nascidos e idosos. Há evidência consistente demonstrando os efeitos de Neis-seria gonor-
rhoeae e Chlamydia trachomatis como bactérias patogênicas envolvidas na morbidade do apare-
lho reprodutivo femini -no, incluindo inferti lidade por fator tu bário e doença inflamatória pélvica.
Já Ureaplasma urealyticum e Mycoplasma hominis são pató-genos oportunistas e podem produzir
algu-mas substâncias tóxicas (urease, lgA protease, fosfolipase...) e colonizar por adesão o trato
respiratório e células epiteliais do trato uriná-rio, o que aumenta o risco de algumas doen-ças in-
fecciosas.
I Resposta: @
410 PreparatórioparaResidênciaMédica SUS/SP

Quan~o ao uso de tratamentos hormo- t rogênio em comparação com os controles de


66 nals, e correto afirmar: idade) e reforçado por met a-análise de 1995
(que identificou um risco de 3 a 1O vezes em
@ o uso do sistema intrauterino liberador de usuárias de estrogênio isolado, dependendo
levonorgestrel por tempo prolongado, acima da duração da t erapia hormonal). As progesti-
de 1O anos, aumenta o risco de câncer de en- nas adicionadas durant e, pelo menos 1O dias,
dométrio. por ciclo podem reduzir ou eliminar o aumento
® o uso de contraceptivos hormonais por do risco.
tempo prolongado antes da primeira gestação Alternativa E: INCORRETA. A contracepção hormo-
aumenta o risco relativo para câncer de mama. nal tem um efeito protetor sobre o desenvol·
© a terapia hormonal estroprogestativa pro- vimento do câncer de ovário e endométrio. O
longada da pós-menopausa tem risco relativo risco relativo de câncer de ovário diminui em
menor do que a terapia estrogênica para cân- aproximadamente 20% para cada 5 anos de
cer de mama. uso e chega a 50% após 15 anos de uso; os con·
@ a terapia hormonal estrogênica da pós-me- traceptivos hormonais não protegem dos tipos
nopausa diminui os riscos de câncer de ovário mucinosos de tumores ovarianos. A redução
e endométrio. relativa do risco de câncer de endométrio é ain -
® o uso de contraceptivos hormonais por t em- da maior; a redução estimada do risco relativo
po prolongado aumenta o risco de câncer de de aproximadamente 50% com 4 anos de uso
ovário e endométrio. e aproximadamente 70% com 12 anos de uso.

Alternativa A: INCORRETA. As evidências recent es


falam a favor de um provável efeito protetor Em relação a endometriose, é correto
do sistema intrauterino liberador de levonor-
gestrel contra o câncer de endométrio; j á foi
67 afirmar:

demonstrado que ele combate a proliferação @ o CA- 125 é o melhor exame para detecção.
endometrial e provoca regressão e prevenção ® o acometimento intestinal por endometrio-
da hiperplasia endometrial em grupos selecio- se est á associado a infertilidade.
nados de mulheres; ainda é cont roverso, no © a ressonância magnética de pelve det ecta
entanto, sua utilização como quimioprevenção o grau de acometimento da endometriose nos
em mulheres com síndrome de câncer colorre- principais órgãos como ovários, int estino e t u·
tal hereditário e obesidade. Alguns autores, no bas.
entanto, já o consideram uma estratégia po- @ a ult rassonografia abdominal com preparo
tencialmente eficaz em termos de custos para intestinal é o mel hor método de diagnóstico
prevenir mortes por câncer de endométrio em por imagem.
mulheres obesas. ® dismenorreia secundária progressiva e in -
Alternativa 8: CORRETA. Os est udos apontam uma fertilidade são seus principais sinais clínicos,
tendência de que o uso de contracep tivos hor- podendo muitas vezes ser assintomática.
monais, em especial, por tempo prolongado,
aumenta o risco relativo para câncer de mama ... COMENTARIO: O diagnóstico de endometriose
e reduz o risco relativo para câncer de ovário. é clínico, sendo dismenorreia secundária pro·
Alternativa C: INCORRETA. Estudos da Women's gressiva e infertilidade seus principais sinai s
Health lnit iative relataram um risco aumentado clínicos, além de queixas como dispareunia de
de câncer de mama em usuários de estrogênio profundidade, alterações urinárias e in testinais.
mais progestagênio. Entre os usuários de estro- Na maioria dos casos. não é necessário prope-
gênio isoladament e não foi ob servado um risco dêutica complementar para tratamento clinico
aumentado. inicial; quando necessário, a ultrassono-g rafia
Alternativa D: INCORRETA. O efeito nocivo da tera- transvaginal com preparo int estinal é o melhor
pia estrogênica já é sabido desde 1975 (dois método de diagnóstico por imagem, conside-
estudos de caso-controle encontraram um au- rando sensibilidade, especificidade, acurácia,
mento de risco relativo - 7,6 e 4,5 - de câncer relação custo-benefício e grau de in-vasão do
de endométrio entre as usuárias de apenas es- exame complement ar. No ent anto, ver lesões
2017 411

subserosas, apenas submucosas ou intramurais dromes hipertensivas, diabetes e síndrome do


com componente submucoso. A histeroscopia anticorpo antifosfolípide.
diagnóstica desempenha um papel importan- @ as causas fetais respondem por 25% a 40%
te na avaliação da hemorragia entre mulheres dos casos, destacando-se malformações, cro-
pós-menopáusicas devido à sua alta sensibi- mossomopatias, infecções, hidropsía, aloimuni-
lidade e especificidade para o diagnóstico de zação e restrição de crescimento fetal.
lesões endometriais. Este método tem sido ® é considerado tardio quando ocorre após as
cada vez mais utilizado como uma alternativa á 34 semanas e fet o com peso igual ou supe·rior
curetagem uterina, com a vantagem de permi- a 2 kg.
·tir biópsias dirigidas ou guiadas de pequenas
lesões. A causa mais comum de sangramento Alternativa A: INCORRETA. Entre as doenças mater-
vaginal pós-menopausa é a atrofia cística do nas, destacam-se a hipertensão arterial e o dia·
endométrio. O meio de distensão preferencial betes mellitus não controlado como principais
na histeroscopia cirúrgica é o soro fisiológico. causas de óbito fetal. Ambas são mais comuns
O diagnóstico de adenomiose é feito principal- em mulheres com idade avançada. Gestação
mente com base em achados em espécimes de múltipla também pode cursar com óbito fetal.
tecido de histerectomia. A histeroscopia diag- sobretudo, em casos de monocorionicidade. Já
nóstica não fornece sinais patognomônicos de em relação a síndrome dos ovários policís-ticos,
adenomiose, embora algumas evidências suge- muitos estudos sugerem um aumento no risco
rem que o endométrio irregular com defeitos de aborto precoce, pré-eclâmpsia, diabetes mel-
endometriais pitorescos, vascularização altera- litus gestacional. prematurida·de, baixo peso ao
da e lesões hemorrágicas císticas podem estar nascer, macrossomia fetal. complicações neona-
associados. A histeroscopia possibilita a reali- tais e maior índices de cesariana. No entanto, a
zação de biópsias sob visualização direta para SOP não aumenta o risco de descolamento pre-
obtenção de um diagnóstico histológico, com maturo de placenta, sindrome HELLP. doença
66% de acerto. No entanto, o diagnóstico pode hepática, hemorragia pós-parto, aborto espon-
ser perdido se a adenomiose não for superficial t âneo tardio e óbito fetal intraútero.
ou se estiver ausente no local da biópsia aleató- Alternativa 8: INCORRETA. Em torno de 15 a 25%
ria. Já em relação aos miomas, a espessura do dos casos de óbito fet al estão associados a
manto do miométrio entre o mioma e a serosa distúrbios da placenta, das membranas ou do
sobrejacente deve ser considerada como o fa- cordão umbilical. Nesse grupo, vale destacar o
tor de controle para oferecer ou negar ressec- descolamento prematuro da placenta, que é a
ção histeroscópica; mant o miometrial externo causa isolada mais frequente. Outros achados
zero significa que o mio ma é subseroso, sendo placentários incluem a insuficiência, os infartos
inacessível à histeroscopia. extensos e a senescência associada à gestação
I Resposta: ® prolongada. Nas gestações múltiplas mono-
coriônicas, a síndrome de transfusão feto·fetal
grave é outra causa importante de óbi to. As
Em relação ao Óbito Fetal lntrauterino, é afecções do cordão incluem acidentes com nós
68 correto afirmar: verdadeiros, presença de circulares apertadas,
ocorrência de prolapso de cordão e rotura de
@ a idade materna, a síndrome dos ovários po- vasa praevia.
licísticos e a gravidez múltipla são fatores ma- Alternativa C: INCORRETA. Como já mencionado,
ternos associados a maior incidência de óbi-to hipertensão arterial e o diabetes mellitus não
fet al intrauterino. controlado são as principais causas de óbito
® as causas placentárias respondem a 5% dos fetal. Se considerarmos apenas o descontrole
casos, destacando-se descolamento prematuro clínico de doenças mat ernas. a proporção de
da placenta, insuficiência placentária crônica, óbitos fetais é menor do que a mencionada na
vasa prévia e síndrome de transfusão feto-fet al. alternativa. Além disso, plaquetopenias não são
© as causas maternas respondem por 50% causa importante de óbito fetal, exceto se com·
dos casos, destacando-se plaquetopenias, sin- padrão-ouro para o diagnóstico é a vídeo-lapa-
412 PreparatórioparaResidência Medica SUS/SP

roscopia, que possibilita a visualização do foco nitas, anemia fetal acentuada decorrente da
de endometriose e obtenção de material para aloimunização materna e casos de hidropsia
estudo histopatológico. OCA 125 é um marca- não imune. Vale citar, entre os quadros i nfec-
dor laboratorial que encontra correlação com ciosos, a sífilis congênita e as infecções virais
endometriose profunda, porém possui grandes por citomegalovírus, parvovírus B19, rubéola e
variações. O acometimento das t ubas uterinas varicela-zóster.
por endometriose está associado a infertilida- Alternativa E: INCORRETA. De acordo com o mo-
de; no entanto, a presença de infil -tração i n· mento em que acontecem, os casos de óbito
testinal pela endometriose parece influenciar fetal podem ser denominados precoces, quan-
negativamente o result ado repro·dutivo em do ocorrem até 28 semanas de gestação, ou
mulheres com infertilidade associa-da à endo- tardios, após essa idade gestacional.
metriose e a remoção completa da endome·
triose com ressecção segmentar intes-tinal pa-
rece oferecer melhores resultados em t ermos Em relação à infecção urinária - ITU na
de fertilidade pós-operatória; por este motivo,
a alternativa B também poderia ter sido consi-
7O mulher:

derada correta. ® a bacteriúria assintomática deve sempre ser


I Resposta: ® tratada para evitar a pielonefrite.
® a antibioticoterapia deve ser evitada nas
ITUs não complicadas devido ao aumento de
Em relação à histeroscopia, é correto resistência bacteriana nas últimas décadas.
69 afirmar: © a relação sexual e o hipoestrogenismo são
os principais fatores desencadeantes.
® a histeroscopia ambulatorial é i ndicada para @ a E. coli é responsável pela metade das ITUs
a cauterização de focos de endometriose na se- nomenacme.
rosa do útero. ® as fímbrias da E. coli ligam-se ao miotélio do
® no sangramento da pós-menopausa, ao se trato urinário.
realizar a histeroscopia diagnóstica, é comum
encontrar endométrio atrófico. Alternativa A: INCORRETA. A bacteriúria assi ntomá-
© a histeroscopia é o padrão ouro para avalia- t ica deve sempre ser tratada nas gestantes para
ção da cavidade uterina, diagnosticando malfor- evitar, além de pielonefrite, o t rabalho de par-
mações uterinas, pólipos e miomas sub-serosos. to prematuro. Em mulheres não grávidas com
@ o meio de distensão preferencial na histe- bacteri úria assint omática, o desenvolvimento
roscopia cirúrgica é o gás carbõnko. de pielonefri te é raro. Além disso, a bacteriú-
® o ressectoscópio na histeroscopia cirúrgica ria assintomática em mulheres não grávidas
permite a exérese de pólipos, focos de adeno- sem anormalidades urológicas é um achado
miose e miomas com manto miometrial exter· comum, a erradicação da bacteri úria por anti·
no zero. -microbianos é difícil, demorada, dispendiosa e
potencialmente danosa .
.,_ COMENTARIO: Histeroscopia é um procedi- Alternativa 8: INCORRETA. Os quadros de cistite
men-to em endoscopia ginecológica que per· aguda devem ser tratados, tant o pela inten·
mite a avaliação da cavidade uterina; logo, é sidade do quadro clínico e o incômodo que a
incapaz de pondo a sindrome HELLP. Provavel· afecção traz à paciente. quanto pelo risco de
mente, esta alternativa mereceria ser reescrita, pielonefrite. Evi tar tratamentos prolongados e
para o examinador deixar claro o que espera doses subterapêuticas são estratégias para evi-
que o aluno identifique como errado no i tem. tar o aumento de resistência bacteriana.
Alternativa D: CORRETA. As causas de óbito com Alternativa C: CORRETA. A relação sexual e o hi-
origem fetal correspondem a aproximadamen- poestrogeni smo são os principais fatores faci·
-te 25 a 40% do total de casos. Nesse grupo, as litadores. Vários estudos identificaram uma re-
condições mais frequentes incluem presença lação entre as relações sexuais e o risco de ITU,
de anormalidades cromossômicas e malfor- achados que são corroborados pelo aumento
mações estru turais graves, infecções congê- nas primeiras infecções entre mulheres adultas
2017 413

jovens no período da primeira atividade sexual. ou


Uma vez que o estrogênio promove pH ácido
vaginal e proliferação de lactobacilos, que são após realização de teste de tolerância oral
as maiores defesas do hospedeiro contra a glicose (TOTG). com 75 g de glicose oral, en-
colonização patogênica, o hipoestrogenismo tre 24 e 28 semanas, com no mínimo 1 dos
inerente à menopausa leva à conversão da flora valores alterados: jejum maior ou igual a 92
vaginal predominante de lactobacilos para E. mg/dl; após 1h, maior ou igual a 180 mg/dl;
coli e outras Enterobacteriaceae, aumentando após 2h, maior ou igual a 153 mg/dl.
assim a incidência de ITUs. A terapia estrogêni- O diagnóstico de overt diabetes, ou diabetes
ca tópica {intravaginal} demonstrou redução de pré·gestacionat é dado quando a glicemia de
risco na literatura. jejum é maior ou igual a 126 g/dl, e deve ser con-
Alternativa D: INCORRETA. O organismo mais fre- firmado ou com a solicitação da hemoglobina
-quentemente envolvido na patogênese de glicada durante a gestação (maior que 6,5%, fe-
infecções do trato urinário é E. coli, estimado cha o diagnóstico}. ou com o TOTG rea-lizado 42
como o primeiro agente envolvido em mais de dias após o parto. Vejamos as alternativas:
90% dos casos. Alternativa A: INCORRETA. Nem o valos da glicemia
Alternativa E: INCORRETA. As fímbrias da E. coli de jejum nem da hemoglobina glicada corres-
ligam-se ao epitélio do trato urinário. Um de- pondem ao diagnóstico e overt diabetes.
terminante da patogenicidade é a expressão Alternativa 8: CORRETA. definição do diagnóstico
de adesinas. que podem ser fimbriais ou não e de DMG.
mediar a ligação aos receptores epiteliais. Alternativa C: INCORRETA. A hemoglobina glica-da
não faz parte dos exames diagnósticos de DMG.
Alternativa D: INCORRETA. A glicemia de jejum me-
GINECOLOGIA EOBSTETR[CIA 11- JULIANA GIROTTI nor que 92 apenas afirma que, no primeiro tri-
SPERANDIO mestre, aquela gestante não apresenta DMG.
Porém, conforme a gestação evolui, há aumento
da resistência insulínica, devendo, assim, ser rea·
Em relação a diabetes gestacional. é cor- lizado do TOTG entre 24-28 semanas, podendo-
71 reto afirmar: -se diagnosticar DMG nesta fase.
Alternativa E: INCORRETA. A macrossomia e polihi-
@ os critérios estabelecidos para a diabetes ·drãminio podem surgir decorrentes do DMG
anterior à gestação não diagnosticada {overt não controlado durante a gestação, bem como
diabetes) incluem glicemia de jejum maior ou algumas malformações fetais {ocorrem prin-
igual a 92mg/dl e hemoglobina glicada maior -cipalmente em casos de DM tipo 1, em que a
ou igual a 6,0%. organogênese do primeiro trimestre pode ocor-
® glicemia de jejum entre 92 a 125 mg/dl du- rer com níveis altíssimos de glicemia. po-dendo
rante a gestação faz o diagnóstico de diabetes levar a malformações, e, mais raramente, em
gestacional. DMG}. Microcefalia. porém, não é uma mal for-
© a hemoglobina glicada igual ou acima de mação que é descrita correlacionada a altos ní-
6,5% faz o diagnóstico de diabetesgestacional. veis glicêmicos.
@ glicemia de jejum menor que 92 mg/dl no
início do pré-natal descarta o risco de diabetes
gestacional. Entre ~s condutas nas gestações ectópi-
® entre as principais complicações associadas
ao diabetes gestacional destaca-se a macrosso-
72 cas, NAO é correto:

mia, o polihidramnio e a microcefalia. @ indicar laparoscopia ou laparotomia na gesta-


ção ectópica rota hemodinamicamente estável.
.,. COMENTÁRIO: O diagnóstico de diabetes ges- ® aplicar injeção intracardiaca no embrião
tacional (OMG} é estabelecido da seguinte ma- quando o saco gestacional se encontra no colo
neira: ou cicatriz de cesárea, seguido de metotrexate
glicemia de jejum de 92- 125 mg/ dl no pri- no interior do saco gestacional.
meiro trimestre da gestação;
414 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

© ter conduta expectante até a 36> semana na gesta ção ovariana ou abdominal com feto vivo.
@ dar metotrexate sistêmico na gestação he-terotópica.
® dar metotrexate sistêmico se o di~ metro da massa anexial for menor ou igual a 3,5 em com condi-
ções hemodinamicamente estáveis

.,_ COMENTARIO: Questão que aborda o tema gestação ectópica, e as condutas possíveis. Analisemos
as alternativas:
Alternativa A: CORRETA. A abordagem cirúrgica é indicada em casos de gestação ectópica rota. A !aparos-
copia pode ser empregada em casos de estabilidade hemodin~mica. Se a paciente apresentar sinais
clínicos de instabilidade, é imperativa a abordagem laparotômica.
Alternativa 8: CORRETA. Em casos de gestação em cicatriz de cesárea ou de implantação no colo uterino,
pode-se proceder com a interrupção da gestação, seguida de metotrexate.
Alternativa C: INCORRETA. A Gestação Ectópica (GE) confere grande risco agestante, especialmente nos
casos de gestação abdominal. O consenso é de que a mesma deve ser interrompida ao diagnósti-
co. Se primeiro trimestre, a cirurgia visa retirar o concepto e o sftio de implantação placentário. Se
diagnóstico tardio com feto viável, realiza-se o parto por via laparotômica. Alguns casos de conduta
expectaste para ganho de maturidade pulmonar fetal foram descritos, porém esta conduta não é
consenso. Alternativa controversa, portanto.
Alternativa O: INCORRETA. Em casos de gestação heterotópica, se a gestação intrauterina está evoluindo
e o feto possui atividade cardíaca, é contra indicada realização de metotrexate. O tratamento deve ser
direcionado e correlacionado com o local da gestação heterotópica (Ex: sal-pingectomia se gestação
tubárea).
Alternativa E: CORRETA. O metrotexate possui indicações específicas no caso de gestação ectópica, que
incluem: GE íntegra de até 4 em; desejo reprodutivo da gestante; ausência de atividade cardíaca;
beta- hCG menor ou igual que 5000 e crescente; líquido livre limitado a pelve; exames laboratoriais
normais.
Observa-se que existem duas alternativas incorretas. Neste caso, ficaremos com a "'mais incorreta~
que seria a letra D. A questão, porém, é passível de recurso.

Vejamos a figura do Williams- ginecologia, com as legendas abaixo, ilustrando o caminho da


73 esteroidogênese na suprarrenal.

Esquematização da esteroidogênese. O C-18, C-19 ou C-2 1 são designações referentes ao número de


átomos de carbono dos hormônios sexuais. 313-HSD: 313-hydroxysteroid dehydrogenase; 1113-0Ha-
·se :1113-hydroxylase; 17a0Hase:17a-hydroxylase; 1713-HSD: 1713-hydraxysteroid dehydrogenase;
21OHase :21-hydroxylase; OHEA: dehydroepiandrosterone; SCC: side·chain cleavage enzyme.

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2017 415

A dosagem elevada de 17 hidroxiprogesterona ocorrer quando há indicação precisa (distocia


(acima de 1.000 ng/dl) revela a seguinte causa funcional de hipoatividade uterina), principal-
de hirsutismo: mente pelo risco de sofrimento fetal agudo de-
corrente do excesso de contrações p ara fase do
@ hiperplasia adrenal congênita. trabalho de parto.
® hipertecose. Alternativa D: INCORRETA. Período expulsivo pro-
© síndrome dos ovários policísticos. longado em pacientes não analgesiadas é de
@ tumor ovariano. 3hs para primíparas e 2hs para multíparas.
® doença de Cushing. Alternativa E: INCORRETA. A amniotomia oportuna
é realizada entre 6 e Sem de dilatação .
.,. COMENTARIO: A hiperplasia adrenal congênita
é uma desordem autossômica recessiva onde
há deficiência completa ou parcial de 21- hidro-
xilase ou, mais raramente, 11 - hidroxilase. Des-
sa maneira. pelo diagrama, no caso de deficiên-
75 Sobre hipertensão na gestação, é correto
afirmar:

cia de 21 hidroxilase, a via de esteroi-dogênese @ a sindrome HELLP é caract erizada pela pla-
é desviada para maior formação de 17-0H- pro- quetopenia, elevação das enzimas hepáticas e
gesterona, provocando, assim, seu acúmulo. diminuição da desidrogenase láctíca.
Todas as outras patologias citadas nas outras ® a pré-eclampsia superposta a hipertensão
alternativas são diagnósticos diferenciais de crônica é caracterizada pela proteinúria após a
hiperandrogenismo clinico, porém nenhuma 34a semana em paciente com diagnóstico de
causa aumento e níveis altos de 17-0H- pro- hipertensão crônica.
gesterona. © a pré-eclâmpsia é caracterizada como hiper-
I Resposta: @ t ensão arterial diagnosticada após a 20a sema-
na associada frequentement e à proteinúria e
desaparece até 2 semanas após o parto.
E":' r~lação ao trabalho ~e _part? e assis- @ a hipertensão gestacional é a hipertensão
74 ·tencra ao parto t ranspelviCo, e correto
afirmar que:
arterial diagnosticada após a 34• semana sem
proteinúria.
® hipertensão crônica é diagnosticada antes
da 20' semana e não desaparece 12 semanas
@ a episiotomia não deve ser realizada em após o parto.
multíparas.
® a dequitação da placenta é considerada fi- .,. COMENTARIO: Questão sobre os diagnósticos
-siológica at é 1 hora após o desprendimento do diferenciais e doença hipert ensiva na gest ação.
polo cefálico. Vejamos as alternativas:
© o uso de ocitocina deve ser criterioso pois, Alternativa A: INCORRETA. A síndrome HELLP é ca-
além do efeito antidiu rético, pode promover racterizada por hemólise (esquizócitos no san-
contrações uterinas excessivas e danosas à vi- gue periférico; aument o de bilirrubinas com
talidade fetal. predomfnio de indireta; aumento do DHL. e
@ o período expulsivo considerado fisioló-gi- não a redução do mesmo, como afirma a alter-
co é de até 2 horas na primipara e 1 hora na nativa); plaquetopenia e aumento de transami-
multípara. nases hepát icas.
® o momento oportuno da amniotomia é com Alternativa 8: INCORRETA. A pré-eclàmpsia super-
dilatação total. posta ou superajuntada é caracterizada por
aumento dos níveis pressóricos em gestante
Alternativa A: INCORRETA. No parto pélvico. preco- previamente hipertensa, associada à edema e/
niza-se a realização de episiotomia indepen- ou prot einúria a partir da vigésima semana de
dente da paridade da paciente. gestação.
Alternativa 8: INCORRETA. A dequitação fisiológi- Al ternativa C: INCORRETA. A pré-eclãmpsia é o
ca da placenta ocorre até 30min após o parto. aumento dos níveis pressóricos acima de
Alternativa C: CORRETA. O uso de ocitocina deve 140mmHg sistêmica e 90 mmHg diastólica, a
416 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

partir da vigésima semana de gestação, asso- provocar aumento do sangrament o pós-parto.


ciada à proteinúria ou edema, que desaparece Alternativa E: CORRETA. Síndromes hipertensivas
após o puerpério (40 dias pós parto). com aumento pressórico podem determinar
Alternativa O: INCORRETA. Hipertensão gestacional aumento do sangramento pós-parto, t anto
é aquela diagnosticada após a vigésima sema- pelo próprio aumento pressórico, quanto por
na da gestação, sem proteinúria . maior risco de plaquetopenia (na síndrome
Alternativa E: CORRETA. A Hipertensão arterial crô- HELLP, por exemplo) e risco de coagulação
nica é aquela diagnosticada antes da vigésima intravascular disseminada. Cesárea de emer·
semana de gestação que não desaparece após -gência e inserção baixa de placenta também
o parto. represent am risco aumentado para hemorragia
pós-parto, como j á explicado.

S~o fatores de risco para hemorragia


76 posparto:
77 Para análise do perfil biofísica fetal, uti·
lizam-se os parâmetros abaixo, com EX-
® diabetes, t rabalho de parto prematuro, in- CEÇÃO de:
serção baixa de placenta.
® cesárea de emergência, t rabalho de parto ® maturidade placentária.
prematuro, diabetes. ® volume de lfquido amniótico.
© amniorexe prematura, oligoamnio, trabalho © movimento respiratório fetal.
de parto prematuro. @ tipo do movimento fetal.
@ amniorexe prematura, oligoamnio, descola- ® cardiotocografia basal.
menta prematuro de placenta.
® síndrome hipertensiva, cesárea de emer- .,_ COMENTARIO: Questão simples sobre parâme-
gência, inserção baixa de placenta. t ros de vitalidade fetal. Para avaliação do perfil
biof ísica fetal (PBF), possuímos quatro marca-
.,_ COMENTARIO: O autor deseja saber fatores de dores de sofrimento fetal agudo (cardiotoco-
risco para hemorragia pós-parto. Vejamos as grafia, movimentos repiratórios, movimentos
alternativas: corpóreos, tónus fetal) e um crônico (índice
Alternativa A: INCORRETA. Diabetes pode levar à de líquido amniótico). Embora não avalie-se
so-bredistensão uterina por polidrarnnia, inser- o ' tipo• do movimento fetal, mas sim sua pre-
ção baixa da placenta pode causar sangramen- sen-ça ou ausência, a alternativa que consta o
to aumentado durant e o trabalho de parto por único parâmetro não avaliado no PBF é a letra
rup-tura dos vasos placentários durante a pas- A, resposta, então, da questão.
sagem do feto ou mesmo por descolamento da I Resposta: ®
mesma. Trabalho de parto prematuro ( TPP) não
se corre-laciona com sangramento pós-parto
aumentado.
Alternativa 8: INCORRETA. Cesárea de emergência
78 A amniorexe prematura

pode implicar em aumento do sangramento


puerperal. just amente pela necessidade de par· ® tem diagnóstico confirmado com pH vagi·
to rápido e imediato, bem como ausência de nal de 3,8, quando não for posslvel realizar o
programação pré-operatória adequada. A cor- teste de fibronectina.
relação do diabetes com aumento do sangra- ® é definida como a perda de lfquido antes do
menta já foi explicada na alternativa ant erior, início do trabalho de parto entre 34 e 37 se· ma·
e, como já citado, o TPP não possui correlação nas.
com aumento do sangramento. © é causa de 30% a 40% dos part os prematu-
Alternativa C: INCORRETA. Nenhum dos três fatores ros e 20% dos óbitos perinatais.
tem correlação com aumento do sangramento @ t em conduta expectante, em gestações
pós-parto. entre 26 a 39 semanas, salvo em casos de co-
Alternativa O: INCORRETA. Dos três fatores, apenas rioamnionite.
descolamento prematuro de placenta pode
2017 417

® t em o período de latência até o parto dimi- Alternativa A: CORRETA. A incid ência de mola é de
nuído com o uso de antibióticos. 1:1 000a 1:2000gestações.
A"ernativa A: INCORRETA. O teste do PH vaginal Alternativa B: CORRETA. A mola parcial é composta
p ode ser utilizado para auxiliar o diagnóstico por gestação molar (placenta espessada, com
de RPMO, porém, o mesmo seria acima de 7. O vesículas visualizadas), associada a saco gesta-
teste da fibronectina auxilia no diagnóstico de cional com embrião com ou sem batimentos.
trabalho de pa rto p rematuro, quando há dúvi- Alternativa C: INCORRETA. A mola hidatiforme pode
da diagnóstica. ser rep resent ad a à u ltrassonografia com ima-
A"ernativa B: INCORRETA. A ruptura prematura de gens vesiculares, mimetizando um "cacho de
mebranas ovulares (RPMO) é definida como uva~ porém seriam vistas vesículas hipoecóicas,
ruptura antes do inicio do t rabalho de parto, e não h iperecóicas.
indep endente da idade gestacional . Alternativa D: INCORRETA. O índice de cura da
Alternativa C: CORRETA. ARPMO pode levar ao tra- neoplasia trofoblástica gestacíonal é de quase
balho de parto prematuro não inibível, bem 100% dos casos tratados com met otrexate.
como óbito fetal por infecção intra-amniót ica. Alternativa E: INCORRETA. Pode-se aguardar 1 ano
A"ernativa D: INCORRETA. Tem conduta expectante após o tratament o para t entativa de nova g es-
desde a viabilidade (25 a 26 semanas, e é defi- tação. O risco de recorrência da gestação molar
n ida de acordo com o berçário do hospital em é d e1-2%.
que se encontra a gestante) até 36 semanas,
quando preconiza-se a i ndução do parto quan-
do não houver contra-indicação para parto va-
ginal. Em caso s de corioamnioíte, a conduta é
8o Em relação ao parto instrumentalizado,

parto independente da idade gestacional.


A"ernativa E.: INCORRETA. A utilização de antibióti- @ a utilização do fórceps de alívio e do vácuo
cos na RPMO visa profilaxia contra infecção de extrator abreviam o período expulsivo, pou-
ao estrep tococo do grup o B, e não influencia pando o assoalho pélvico de lesões n eurológi-
no período de latência até o parto. Deve-se po- cas permanentes.
rém, pesquisar infecções que podem ter le-va- ® o fórceps de Kieland é considerado de alívio.
do à RPMO e, se exames p ositivos, tratar com © o fórceps de Piper é u tilizado no parto de
antibioticoterapia específica, e o tratamento da apresentação cefálica, enquanto o fórceps de
infecção pode impedir a evolução para traba- Marelli é ut ilizado no parto de apresentação
lho de parto p rematuro após a RPMO. pélvica.
@ o vácuo-extrator p romove mais lesão do
assoalho p élvico materno do que o fórceps de
Em relação à mola hidatiforme, é correto rotação.
79 afirmar que: ® o fórceps de Simpson-Brown é mais dano-so
para o assoalho pélvico do que o fórceps de
@ a incid ência de mola é de 1:1000 gestações Kieland.
no Brasil.
® na mola hidatiforme parcial observa-se p la- Alternativa A: CORRETA. O fórceps de alívio e vácuo
centa espessad a com saco gestacional, e em extrator abreviam o período expulsivo e, quan-
seu interior embrião com ou sem batimentos do b em i ndicados, poupam o assoalho pélvico
cardíacos. da ocorrência d e lesão muscular e danos neu-
© a mola hidatiforme completa é observada ro-lógicos p ermanentes.
na u ltrassonografia como pequenas áreas hi- Alternativa B: INCORRETA. A expressão fórceps de
pe-recogênicas que lembram cacho de uva. alívio é utilizad a para indicar o t ipo de cirurgia,
@ o metotrexate cura 50% dos casos com n eo- e não a característica do fórcipe em si. Os ins-
p lasia t rofloblástica de baixo risco. trumentos utilizados no fórceps de alívio po-
® d eve-se aguardar 5 anos para uma nova ges- dem ser tanto o fórcipe de Kielland (que t am-
tação após 1 gestação molar, pois antes o risco bém pode ser u tilizado no fórcipe de rotação)
é muito alto de se repetir o quadro. quanto o fórcipe de Simpson- Brown.
418 Preparatóriopara ResidênciaMedica SUS/SP

Alternativa C: INCORRETA. A principal indicação do Alternativa 8: CORRETA. A nutrição enteral por son·
fórcipe de Piper é durante o parto pélvico. da pode ser realizada mesmo em pacientes gra-
Alternativa 0: INCORRETA. Quando bem aplicados, ves. Só devemos pausar a dieta caso o paciente
ambos os instrumentos possuem chances bai- evolua com distensão abdominal e vômitos,
xas de lesão do assoalho pélvico. O vácuo extra- como em casos de íleo paralítico secundário a
tor, porém, como não é introduzido dentro da SIRS ou obstrução intestinal.
vagina, e apenas acopla-se na cabeça fetal, em Alternativa C: INCORRETA. Em um primeiro momen-
geral apresenta menores chances de complica· to, ainda no atendimento inicial do paciente, o
ções relativas ao assoalho pélvico. grande queimado deve ser abordado como um
Alternativa E: INCORRETA. O fórcipe de Simpson é doent e politraumatizado, segundo o ATLS. Por
utilizado quando indicado alívio materno fetal. isso, a sonda nasogástrica deve ser passada na
e o de Kielland tanto para alívio quant o para sala de trauma. a fim de evitar vômitos e bron·
rotação. Se pensarmos que o procedimento de coaspiração. Após o atendimento inicial e esta-
alívio materno fetal, em geral, fornece me-nos bilidade do paciente não é necessário deixar a
risco de danos pélvicos do que a rotação, pres- SNG em aspiração contínua.
supõe-se que quando utilizado o fórcipe de Alternativa 0: INCORRETA. Caso o paciente tenha ní-
Simpson, este risco ê, em teoria, menor do que vel de consciência suficiente, não há contrain-
ao utilizar-se o Kielland. Na prática. am-bos os dicação para a dieta oral.
fórcipes, quando bem aplicados e bem indica- Alternatl~a E: CORRETA. A profilaxia de úlcera gás-
dos, fornecem riscos baixos de lesão ao assoa· trica está indicada nas seguint es situações:
lho pélvico. Coagulopatia
Ventilação mecânica por mais de 48 horas
Grande queimado
CIRURGIA I· RODRIGO CAMARGO LEÃO EDELMUTH TCE grave ou trauma raquimedular
História prévia de úlcera gástrica

Um homem de 45 anos sofreu queima- O gabarito oficial deu como resposta corret a a
81 dura de segundo grau abrangendo apro·
ximadamente 30% da superfície corpórea. Suas
alternativa B, entretanto, acreditamos que exis-
tam duas respostas corretas.
necessidades calóricas basais estão aumenta-
das em cerca de 70%. Para atender a estas ne-
cessidades, é recomendado: Vítima de queda de motocicleta, um

@ administrar precocemente nutrição paren-


82 paciente de 35 anos fez, entre outros
estudos radiológicos, tomografia multislice da
teral total. região cervical com reconstrução coronal e sa·
® iniciar precocemente dieta enteral, por son- gital. O radiologista não detectou nenhuma le-
da em posição pós· pilórica. são no exame. O paciente foi int ernado na uni·
© passar sonda nasogástrica, que deve ser as- dade de terapia intensiva, por conta de lesão
pirada intermitentemente até que a reanima· cerebral traumática grave. Responde a estímu·
ção esteja completada, e só então iniciar dieta, los dolorosos movendo todas as extremidades.
por via oral. O colar cervical:
@ não deixar que se alimente por via oral, pelo
elevado risco de aspiração. @ só poderá ser removido se nova t omografia,
® administrar bloqueador de receptor H2, as- em 1 semana, não mostrar edema de medula.
sociado a dieta enteral. ® deve ser mantido até que o paciente seja
extubado.
Alternativa A: INCORRETA. A nutrição parenteral é © pode ser retirado, se o doent e fizer radio-
utilizada em casos que a dieta oral ou enteral grafias cervicais em flexão e em extensão que
está proscrita ou impossibilitada de ser realiza· excluam lesões ligamentares.
da. Mesmo em pacientes graves ou intubados @ pode ser removido; não é necessária mais
a dieta ent eral via sonda nasoenteral pode ser investigação ou observação.
realizada.
2017 419

® deve ser mantido até que o paciente acor-de grafia de tórax mostra fraturas das costelas infe-
ou faça ressonância magnética. riores (10• e 11 • arcos costais), à esquerda, sem
derrame pleural. Além de receber sangue,este
~ COMENTÁRIO: Sempre temos que lembrar do paciente deve
risco de lesão medular em pacientes politrau-
matizados, pois aproximadamente 5% dos pa- ® ser operado imediatamente.
cientes com TCE apresentam TRM associado. A @ fazer angiografia, para possível emboliza-
maioria dos traumas medulares acomete a re- · ção esplênica.
gião cervical (55%), enquanto a coluna torácica, © fazer tomografia de corpo inteiro.
lombar e lombosacral são acometidas em 15% @ fazer laparoscopia diagnóstica.
das vezes, respectivamente. ® receber droga vasoativa por cateter central
A proteção da colunar cervical com imobiliza-
ção é uma das prioridades no atendimento da ~ COMENTÁRIO: Estamos frente a uma paciente
vítima de trauma. Uma vez que a coluna esteja vítima de trauma que está taquicárdico e hipo-
imobilizada e devidamente segura, a avaliação ·tenso. Até que se prove o contrário, o choque
e o diagnóstico das lesões raquimedulares de- hemorrágico é o principal tipo de choque em
vem ser deixadas para um segundo momento um cenário de trauma• Sempre que estamos
e o médico deve focar em causas iminentes de frente a um paciente politraumatizado que
morte como alterações respiratórias e hemodi- apresente hipotensão devemos procurar uma
nâmicas. Após a avaliação pri mária e estabilida- fonte de sangramento (tórax, abdome/pelve e
de do doente, pode-se remover o colar cervical fratura de ossos longos) e dentre as causas de
para avaliação. Em pacientes sem déficit neu- choque hemorrágico, o abdome é a principal
rológi-co focal, dor cervical, tanto a palpação fonte de sangramento!
quanto a mobilização, sem evidência de intoxi- Questão clássica e sem discussão. Choque he-
cação exógena ou lesões distrativas, a exclusão morrágico, instável, sem resposta a ressuscita-
de trauma vertebro-medular é segura. çâo volêmica e com FAST positivo = laparoto-
Por outro lado, esse diagnóstico passa a ser um momia exploradora! (Alternativa A correta)
desafio em pacientes comatosos, confusos, in-
toxicados ou com lesões distrativas e exames Alternativa 8: INCORRETA. A arteriografia para em-
de imagem passam a ser obrigatórios. A tomo- ·bolizaçâo esplênica ou hepática é urna técni-
grafia computadorizada de coluna cervical é o -ca factível quando temos certeza da fonte de
método padrão ouro para avaliação de trauma sangramento e o paciente tem estabilidade
raquimedular. Caso não esteja disponível, a hemodinãmica, mesmo que transitória, para o
radiografia cervical lateral, antero-posterior e procedimento.
transoral (boca aberta) podem ser realizadas, Alternativa C: INCORRETA. A estabilidade hemodi-
I Resposta: @ ·nâmica é condição obrigatória para a realiza-
ção de tomografia computadorizada.
Alternativa O: INCORRETA. A instabilidade hemo-
Um senhor de 66 anos de idade foi as- -dinâmica é uma contraindicação relativa para
83 -saltado e agredido com um taco de
ma-deira. No atendimento inicial, a via aérea
a realização da videolaparoscopia, visto que a
confecção do pneumoperitônio irá piorar o pa-
está pérvia e a ventilação diminulda na base do -drão hemodinâmico do paciente.
hemitórax esquerdo. Pulso: 138 bpm, pressão Alternativa E: INCORRETA. Estamos frente a um
arterial: 70 x 30 mmHg. Tem escoriações no ab- choque hemorrágico, de provável etiologia ab-
·dome, à esquerda, com muita dor à palpação -dominal. A prioridade nesse caso é controlar a
local. O FAST (Focused Assessment with Sono- fonte de sangramento!
·graphy for Trauma), feito logo à chegada, mos- I Resposta: ®
-trou apenas fina lâmina de liquido em espaço
subfrênico esquerdo. A reanimação com 2 litros
de solução cristaloide não melhorou a condi- Uma menina de 17 anos apresenta tu-
·ção hemodinãmica de admissão. O paciente
continua consciente, com Glasgow 15. A ra-dio-
84 moração de 4 em em região lombar bai-
xa, na linha média, na altura da transição entre
420 Preparatóriopara ResidênciaMedica SUS/SP

o sacro e o cóccix, com ponto de supuração ® Intolerância a lactose.


(drenagem eficiente). Tem intensa inflamação © Insuficiência pancreática exócrina.
associada. Diz que vem tendo dor h~ 4 dias e @ Colite infecciosa.
que há 2 dias começou a sair pus. Conduta nes- ® Efeito colateral de medicamentos
te momento:
Alternativa.s A e B: INCORRETAS. A doença celíaca
@ Internação para antibioticoterapia intrave- e a intolerância a lactose são doenças que se
nosa. apresentam na adolescência ou início da idade
® Ressecção cirúrgica completa. adulta.
© Antibiótico por via oral, anti-inflamatório e Alternativa C: INCORRETA. A insuficiência pancreá·
seguimento ambulatorial. ti-ca exócrina costuma ser sec u nd~ ria a uma
@ Biópsia da borda da tumoração e conduta cau·sa base, geralmente de etiologia alcóolica
guiada pelo resultado. e o paciente apresenta esteatorreia (fezes es-
® Antibioticoterapia tópica e reavaliação em 1 pumo-sas/oleosas, com odor fétido e acinzen·
semana ta das/ claras).
Alternativa O: INCORRETA. A colite infecciosa é um
Alternativa A: INCORRETA. A antibioticoterapia ve- quadro mais agudo, geralmente associada a
nosa é uma conduta de exceção e fica reser· sintomas sistêmicos como febre, prostração e
vada para casos em que há repercussões sistê- dor abdominal. Além disso, a diarreia costuma
micas, com disfunção orgânica após falha do ser acompanhada de sangue e muco.
tratamento clinico com antibiótico oral. Alternativa E: CORRETA. A diarreia como efeito co·
Alternativa B: INCORRETA. A ressecção cirúrgica lateral de medicações é um diagnóstico Ire·
completa da lesão, com curetagem do leito faz quente na prática médica. Até 25% dos pacien-
parte do tratamento eletivo do cisto pilonidat tes que fazem uso de metformina apresentam
uma vez que não estej a infectado. efeitos gastrointestinais(náuseas, vômitos, gas-
Alternativa C: CORRETA. Temos uma ferida infec- troparesia, diarreia). O diagnóstico é feito com
tada, com salda de secreção purulenta e infla- a melhora dos sintomas após a suspensão da
mação associada. O tratamento preconizado medicação e tratamento consiste na troca da
nesses casos consiste na drenagem eficiente droga por outra classe de medicamento.
do ponto de flutuação, antibiótico oral e anal-
gésicos/anti-inflamatórios.
Alternativa 0: INCORRETA. O diagnóstico do cisto pi- Um homem de 39 anos de idade, taba-
·lonidal se faz clinicamente e, em alguns casos,
com o auxílio de exames de imagem.
86 gista e hipertenso, é operado por ab-
dome agudo perfurativo. No intraoperatório,
Alternativa E: INCORRETA. Devemos tratar a infe· achada úlcera perfurada em antro gástrico,
c-ção do cisto pilonidal da mesma forma que com 2 em de diâmetro, e peritonite purulenta
tratamos abscessos, com drenagem local, anal· difusa . Melhor conduta:
-gesia e antibiótico oral.
@ Sutura da úlcera e epiplonplastia.
® Antrectomia com vagotomia seletiva.
Um senhor de 45 anos de idade refere © Gastrectomia parcial com reconstrução em
85 diarreia há 3 meses. Diz que tem cerca
de 4 a 5 evacuações diárias, com fezes líqui·
Y de Roux.
@ Gastrectomia subtotal e reconstrução à Bll.
das. Emagreceu 2 kg no período. Nega n~use­ ® Antrectomia com vagotomia troncular.
·as, vômitos, febre ou viagens recentes. Nega
sangramento intestinal. É hipertenso, usando ._ COMENTARIO: A sutura primária da úlcera gás-
enalapril há 4 anos. Tem também diabetes, que trica é a melhor conduta neste caso, a rafia de
trata com metformina, há 4 meses. Traz consigo omento sobre a lesão também pode ser rea-li-
resultado de colonoscopia recente, que é nor· zada (epiplonplastia ou patch de omento). As
-mal. Hipótese diagnóstica mais provável: ressecçóes (gastrectomia subtotal ou an-trec-
tomia) também são opções factíveis, mas são
@ Doença celfaca . cirurgias de maior porte, com maior mor~bi-
2017 421

mortalidade. Além disso, temos que lembrar de manutenção, hidratação venosa a critérios
que estamos frente a um quadro de peritoni- médico e correção dos distúrbios hidroeletrolí-
te purulenta difusa e, nessas situações, temos ticos. A cirurgia nesses casos pode ser indicada
que evitar grandes ressecções e anastomoses. se houver falha do tratamento clínico após 36-
(Alternativa A correta). A via pode ser aberta ou 72 horas.
laparoscõpica a depender da disponibi-lidade I Resposta: @
técnica de material e experiência do cirurgião.
Outro ponto essencial é a biópsia dos bordos
da lesão, temos que suspeitar de neoplasia per- Um senhor de 63 anos de idade, ex-ta-
furada em todo caso d e úlcera gástrica! 88 ·bagista e etilista, tem queixa de per-
da ponderai e disfagia progressiva. É feito o
A vagotomia troncular ou seletiva já foi o pa- diagnóstico de adenocarcinoma de transição
drão ouro no manejo das úlceras gastroduode- esofagogástrica. Está emagrecido, tem gânglio
nais perfuradas. O nervo vago é o grande res- palpável, endurecido e fixo, em fossa supracla-
ponsável pelo controle da secreção gástrica e, vicular esquerda e o toque reta I mostra prate-
portanto, sua secção reduz secreção ácida. Vale leira de Blumer. Abordagem mais indicada:
lembrar que quando realizada, a inervação pi-
lórica também é afetada e o esvaziamento gás- @ Gastrectomia total com quimioterapia adju-
trico fica prejudicado. A piloroplastia a Hei-ne- vante; se margem comprometida, radioterapia
ke-Mikulicz geralmente é o procedimento de adjuvante também.
escolha associado à piloroplastia para facilitar ® Biópsia do gânglio palpável e quimiotera-
o esvaziamento gástrico. -pia paliativa.
I Resposta: @ © Biópsia de fundo de saco e radioterapia.
@ Gastrectomia total com quimioterapia ad-
juvante.
Um paciente de 39 anos de idade é inter- ® Gastrectomia total após quimioterapia
87 -nado por distensão abdominal e parada
de eliminação de gases e fezes há 6 dias. Nega
neoadj uvante.

episódios anteriores parecidos. Nega febre. .,. COMENTARIO: O tratamento cirúrgico do cân-
Nega emagrecimento. Refere náuseas e vômi- cer de esôfago e estômago está contraindicado
tos biliosos. ~ hipertenso e j á foi submetido a em casos de doença metastática, pois sabe-
cirurgia abdominal, na sequência de queda de mos que não há ganho de sobrevida nesses
moto, com necessidade de esplenectomia. A doentes. No caso em questão, o autor nos dá
radiografia simples de abdome mostra níveis o diagnóstico clínico de doença disseminada
hidroaéreos e sinal de empilhamento de moe- por meio de dois achados no exame físico: (i)
das. A ampola retal e o cólon estão murchos. linfonodo supracla-vicular esquerdo (línfonodo
Abordagem inicial: de Virchow) e pra-teleirasde Blumer (metástase
peritoneal palpá-vel pelo toque reta I, em fundo
@ Passagem de sonda reta I. de saco).
® Lavagem intestinal com clister. Alternativa A: INCORRETA. A gastrectomia total está
© Colonoscopia. contraindicada pela presença de lesões metas·
@ Passagem de sonda gástrica e hidratação -táticas.
intravenosa. Alternativa B: CORRETA. A biópsia do línfonodo
® laparotomia exploradora. su-pra-clavicular é menos invasiva e, uma vez
con-firmado o diagnóstico de lesão metastáti-
.,. COMENTARIO: Estamos frente a um quadro de ca, a quimioterapia paliativa é a opção de trata-
abdome agudo obstrutivo em um paciente que mento. Caso esse paciente evolua com disfagia
já foi submetido à cirurgia. Nesses casos, nossa grave, impossibilitando-o de aceitar dieta por
principal hipótese diagnóstica é brida! A con- via oral. podemos passar uma sonda nasoen-
duta inicial nesses casos é sempre expectante, teral, uma prótese esofágica ou realizar uma
com jejum por via oral, passagem de SNG, soro gastrectomia.
421 Preparatóriopara Residência Medica SUS/SP

Alternativa C: INCORRETA. A biópsia de fundo de pelve. A retosigmoidec-tomia com excisâo total


saco é mais invasiva e p ode t razer mais compli- do mesorreto (ETM) é a cirurgia de escolha após
cações do que a biópsia do línfonodo supracla- reestadiamento.
vicular. Além disso, a opção radioterapia pode Alternativa A: INCORRETA. Apesa r de pouco usual, a
ser ut ilizada em associação da quimioterapia lleostomía em alça é uma opção de derivação
paliativa, mas não exclusivamente. do t rânsit o em p acient es subocluídos e que se-
Alternativa 0: INCORRETA. A gastrectomia total com · rão submetidos a QRT neoadjuvantes. O autor
quimioterapia adjuvante é a opção de trata· não indicou radioterapia nesse caso.
menta para tumores avançados~ ressecáveis e Alternativa 8: CORRETA. A colostomia em alça (si-
sem lesões à distância. g-moide ou transverso) é a principal forma de
Alternativa E: INCORRETA. A quimioterapia neoad- de-rivação do trânsito intestinal, antes do inicio
juvante seguida de cirurgia é uma conduta da QRT neoadjvante em pacientes com sint o·
aceita em casos selecionados de câncer gás- mas subocluldos.
trico, especialmente em t umores maiores (T3, Alternativa C: INCORRETA. A cirurgia indicada nes-
T4 e/ou com doença linfonodal associada/ N+). -ses casos é a retosigmoidectomia com excisão
Entretanto, no caso em questão temos uma pa- total do mesorreto, após QRT neoadjuvant e
ciente com doença metastática (estadio IV) e, para pacientes com lesões T3, T4 e/ou N+.
portanto, o t rat amento paliativo está indicado. Alternativa 0: INCORRETA. A cirurgia de Hartmann é
a opção em p acientes subocluldos, em caráter
de urgência, somente para p acient es que não
Um paciente de 49 anos de idade apre- se beneficiariam de neoadj uvància (tumores de
89 sent a tumor de ret o acessível ao toque. A
biópsia confirma a hipótese de adenocarcino-
sigmoide ou t umores de reto p equenos ou sem
doença lin fonodal: T1 , T2, N-).
ma. O estadiamento sugere tratar-se de prová- Alternativa E: INCORRETA. A QRT neoadjuvante está
vel T3N +MO. O paciente já apresent a sintomas claramente indicada nesse caso. Entretanto, o
claros de suboclusão intestinal. Melhor condu- autor nos informa que o paciente apresen-ta
ta neste momento: sinais claros de obstrução e sabemos que a
cirurgia deve ser realizada após oito semanas
@ lleostomia em alça, seguida de quimiotera- do inicio do tratamento. Temos que paliar os
pia neoadjuvante. sintomas ob strutivos desse paciente, visto que
® Colostomia em alça, seguida de quimiotera- existe o risco real de obstrução completa du·
pia e radioterapia neoadjuvantes. -rante o tratamento neoadjuvante: a derivação
© Proctocolectomia com anastomose coloa- de t rânsit o pode ser cirúrgica (colostomia) ou
nal. em alguns casos, via prótese retal.
@ Cirurgia de Hartmann.
® Radioterapia e quimio terapia, ap enas.
Uma senhora de 92 anos de idade, aca·
., COMENTÁRIO: Todo paciente com neoplasia
de reto deve ser estadiado com tomografia
9O mada e dependente para as atividades
básicas de vida, está internada p or neoplasia
com-putadorizada de abdome, ressonância de cabeça de pâncreas que invade a artéria me-
magné-tica de pelve, colonoscopia e CEA. Di· ·sentérica superior. Tem múltiplas metástases
ferente-mente do adenocarcinoma de cólon, pulmonares. Está ictérica (bilirrubina total: 12,2
existe a opção de neoadjuvância em lesões mg/dl), discretamente dispneica e afebril. Não
de reto. A quimio e radioterapia (QRT) neoad- se queixa de prurido.Conduta mais apropriada:
juvante re-duz a taxa de recidiva local e au-
menta a chance de preservação esfincteriana. @ Derivação biliodigestiva cirúrgica.
A QRT neoadju-vantes está indicada para todo ® Quimioterapia e drenagem transparieto-he-
paciente com t umores grandes (T3 e T4) e/ou pática.
com doença lin-fonodal (N+). Após oito sema- © Radioterapia pulmonar e colestiramina.
nas do término da neoadj uvància, os pacient es @ Colestiramina e prótese biliar endoscópica.
devem ser reesta-diados com nova colonos- ® Cuidados paliativos clínicos.
copia (ou retoscopia), TC de abdome e RM de
2017 423

~ COMENTiRIO: Questão bastante direta: pa- hepáticos), obstrução duodenal por invasão tu-
ciente idosa, oligosintomática com câncer de moral ou pós by-pass gástrico em Y-roux.
prognóstico muito ruim, irresecável e metastá- I Rosposta: ®
·tico. Não devemos brigar com a questão, deve-
-mos oferecer conforto a essa paciente. Respos-
-ta correta: E- cuidados paliativos exclusivos. Um paciente de 48 anos de idade pro-
Mas vamos aproveitar a questão para discu-
tir sobre o t ema: o tratamento cirúrgico com
91 cura a emergência cirúrgica devido a
hemorragia intra·abdominal, por carcinoma
in-tenção curativa nos casos de tumores pe- hepatocelular. Está bastante descorado. Pulso:
riam·pulares est á contraindicado caso existe 120 bpm, PA: 80 x 40 mmHg. Está sendo rea·
invasão vascular e/ou metástases à distância. -nimado com volume e sangue. Em condições
Em casos i rresecáveis ou estádio IV com obs· ideais, a int ervenção que deve ser feita é
trução da via biliar temos três opções de deri-
vação paliativa. Infelizment e, a sobrevida de ® radiofrequência, guiada por ult rassonogra·
pacien tes com ic-tetfcia obstrutiva secundária fia.
a tumores periam-pulares é de t rês meses e, por ® angioembolização.
este motivo, a paliação com conforto deve ser © radioterapia hemostática.
prioridade! @ lapa rotomia, com hepatectomia.
Derivação bilio-digestiva: É a opção mais in-va- ® laparotomia e tamponamento com com-
siva visto que existe a necessidade de cirur-gia, pressas.
mas foi a conduta clássica por m uitos anos e
ainda pode ser realizada em centros que não Alternativa A: INCORRETA. A ablação por radiofre-
dispõem de prótese e endoscopia. É uma op- quência gera calor e, consequentemente. dano
ção quando o diagnóstico da i rresecabilidade t érmico a células. É uma opção de tratamen -
se dá no intraoperatório. Em casos que o tu mor to em casos eletivos, quando o paciente não
tam-bém invade a via alimentar, existe a opção preenche critérios para ressecção do hepato-
de realizar uma gastroentero-anastomose pa- carcinoma. Essa abordagem apresenta melho-
liatíva. res resultados em tumores < 4 em de diâmetro
Prótese biliar (plástica ou metálica) passada e, ta mbém, pode ser u tilizada como terapia
por endoscopia: é a primeira opção na maioria ' ponte" para pacientes que estão em fila de
dos serviços no m undo, pois é menos invasiva. transplante.
Entretanto, existe o risco de migração da pró- Alternativa 8: CORRETA. A angioembolização é a
·tese e necessidade de revisões frequent es da condut a ideal nesses casos, pois é o método
mesma, além do risco de colangite, pancreatite menos i nvasivo dentre as opções terapêuticas.
e sangramento. A prótese metálica apresenta Mas vale lembrar que é uma conduta disponí·
melhores resultados sobre a prótese plástica -vel somente em grandes centros e que a abor-
em pacientes paliativos, com menor necessi· · dagem cirúrgica seria tomada na maioria dos
-dade de revisão (prótese plástica é mais barata, hospitais do pafs.
apresenta maiores t axas de obstrução e tem Alternativa C: INCORRETA. A radioterapia hemostá·
durabilidade menor: 2-5 meses vs 8-12 meses). -tica é a conduta para controle de sangramento
Drenagem transparieto-hepática: possui resul- de tumores gástricos irresecáveis.
tados muito semelhantes as da prótese biliar, Alternativa O: INCORRETA. O t ipo de cirurgia para
com boa drenagem da via biliar, queda da bilir- o tratamento da lesão vai depender do esta-
rubina e melhora do prurido. Entretanto, pode ·diamento da mesma e do tamanho das lesões.
trazer mais desconforto ao paciente devi-do Nesse momento não devemos pensar em trata-
à presença do dreno na pele, com o risco de -mento da lesão primária, e sim tirar o paciente
tração e deslocamento no dreno. Assim como do cenário de urgência (choque hemorrágico!).
a prótese, existe a necessidade de revisões, co- Além disso, a hepatectomia no cenário de ur-
·langite e sangrament o. ·gência possui altíssima morbimortalidade.
O DTPH fica reservado para casos em que a pró- Alternativa E: INCORRETA. A abordagem cirúrgica
tese por CPRE não pode ser passada, como em com tamponamento de compressas (Controle
lesões altas da via biliar (confluência dos duetos de Danos) é uma opção de conduta, especial-
424 Preparatóriopara ResidênciaMedica SUS/SP

-mente em centros menores, onde a emboliza- que possa haver sofriment o de alças ou per-fu-
·ção não está disponível. Mas vale lembrar que ração). Infelizmente, o autor não foi muito claro
o autor nos questiona qual deve ser a conduta no enunciado, pois poderia ter informa-do os
em condições ideias. sinais vit ais e detalhado o exame físico abdo·
minai.
Alternativa B: INCORRETA. A redução manual das
Um paciente de 32 anos de idade, porta- hérnias encarceradas não deve ser realizada, es-
92 ·dor de hérnia incisional há 3 anos, é in-
-ternado devido a suspeita de encarceramento
pecialmente se há suspeita de sofrimento. Não
se sabe qual o aspecto do conteúdo her-niado
há 2 horas. Tem dist ensão abdominal discreta, e se existe algum grau de isquemia. Ao redu·
dor abdominal difusa, que melhorou muito zir uma alça i squêmica para a cavidade, existe
com sintomático, e está estável hemodinami- o risco de perfuração e, consequente· mente,
camente. Melhor conduta: peritonite difusa. Alguns autores são favoráveis
à redução manual em casos espe-cíficos, com
@ Internação para ob servação clínica, por pos- dor de duração menor de quatro/ seis horas.
sível desencarceramento espontâneo. Alternativa C: INCORRETA. Vide comentário B.
® Redução manual do encarceramento, na Alternativa E: INCORRETA. A TC de abdome e pel-
sala de emergência. ·ve com contraste por auxiliar no manejo do
© Redução manual do encarceramento, com paciente, mas não é exame obrigatório. Sinais
sedação, em centro cirúrgico. indiretos de sofriment o de alça como pneu-ma·
@ Cirurgia de urgência. tose intestinal (gás na parede da alça) são tar-
® Tomografia para identificar possível sofri- dios e. portanto. uma tomografia normal não
-mento de alça. exclui a possibilidade de isquemia int es-tinal.
A t omografia pode auxiliar o cirurgião a se pro·
._ COMENTÁRIO: Questão peca pela ausência de gramar para a cirurgia, pois revela o t amanho
detal hes na história e no exame f ísico. Mas va- do anel herniário e do conteúdo da hérnia.
mos rever alguns conceitos: I Resposta: @
As hérnias encarceradas são hérnias irredutí-
veis, mas com preservação do fluxo sanguíneo
para o conteúdo herniário (alças ou epiplon). Um rapaz de 16 anos está no quinto
O encarceramento agudo de uma hérnia atra-
vés de um anel herniário pequeno, pode levar
93 pós-operatório de apendicectomia, por
apendicite aguda complicada. Foi deixado dre·
ao edema do conteúdo herniado, redução do -no tubulolaminar no leito cirúrgico, pois o coto
fluxo sanguíneo e, consequentemente isque- apendicular estava muito friável. Nas últimas 24
mia (hérnia estrangulada). Sempre temos que horas, o débito do dreno passou a ter aspecto
pensar em isquemia de alças em quadros mais fecaloide. Drenou 1Oml em 24 horas. O pacien·
arrastados, após quatro/oito horas de encarce- te est á em bom estado geral, afebril e com boa
-ramento. E em pacientes rebaixados, com pe aceitação alimentar. Queixa-se apenas de dis-
ritonite, t aquicardia, hipotensão, febre, leucoci- creta dor ao redor do dreno. Pulso: 84 bpm; PA:
·tose e elevação de PCR 120 x 80 m mHg. Est á em uso de cíprofloxacíno
Existem também, hérnias cronicamente encar- e metronidazol desde a cirurgia. Conduta:
-ceradas, que possuem um largo anel herniário
e não reduzem devido à fibrose e aderência en- @ Manter antibióticos e dreno. Observação
-tre o cont eúdo herniário e o saco. clínica.
Alternativa A: INCORRETA. Opção um pouco con- ® Retirada do dreno.
-troversa. A conduta expectante, com ob ser- © Troca do dreno para port -0-vac.
-vação clínica e exame f ísico seriado. pode ser @ Reoperação.
realizada quando não há sinais diretos de es- ® Troca dos antibiót icos.
-trangulamento ou de peritonite. A dor abdo-
-minal difusa nos faz pensar que o processo in- ._ COMENTÁRIO: A questão aborda o manejo de
-flamatórío não é localizado somente na hérnia, fístulas intestinais.
mas em toda a cavidade (um sinal indireto de
2017 425

Alternativa A: CORRETA. Temos u ma fistula orienta·


-d a pelo dreno, em um p aciente em bom esta·
do geral, sem qualquer sinal de alarme, clínico
94 Um garoto de 14 anos de idade foi ope-
-rado por incisão de McBurney, com a
hi-pótese diagnóstica de apendicite agud a. No
ou laboratorial. in-traoperatório, no entanto, foi ob servad o que
Alt•rnativa B: INCORRETA. O dreno foi locado no o apêndice era normal. A conduta deve ser:
intraoperatório com o intuito de vigiar o cot o
apendicular que estava friável (dreno sentine- ® Retirar o apêndice e examinar cuidadosa-
·la} e passou a ser u m dreno t erapêut ico após a mente 1,5 m de íleo terminal.
abertura do quadro fistuloso. Ele é responsável @ Retirar o apêndice e drenar a cavid ad e.
p or manter o trajeto entre a cavidade e o meio © Converter para laparotomia mediana.
externo, orientando assim, o trajeto da fistula e @ Fechar a incisão e fazer tomografia.
evitando coleções intra-abdominais. ® Apendicectomia habitual, apenas.
Alttrnatlva C: INCORRETA. O dreno de port-0-vac é
um dreno tubular, fechado, utilizado para as- 11- COMENTÁRIO: Quest ão bast ante controversa e
-piração continua de subcutâneo em casos de que caberia recurso. A videolaparoscopia/lapa-
grandes descolamentos. Os drenos mais comu- rotomia b ranca em casos de suspeita de apen-
-mente utilizados na cavidad e abdominal são dicite aguda gira em torno d e B-12%. E não há
os drenos d e Penrose ou de Blake. consenso quanto à conduta nesses casos.
Alttrnatlva D: INCORRETA. A reoperação fica reser- Alternativa A: CORRETA. O exame minucioso do ileo
·vada para os casos d e f ístula com fatores de t erminal deve ser realizado a fim de investigar
mal p rognóstico ou se houvesse repercussão outras doenças ileais como ileíte ou divertículo
sistêmica/sinais de infecção. Nosso paciente d e Meckel
está em BEG, afeb ril, sem sinais de peritonite ou Alternativa 8: INCORRETA. Não há razão para drenar
taquicardia. uma laparotomia branca, visto que não há cole-
Alttrnativa E: INCORRETA. Os antib ióticos prescritos ções para serem drenadas e não houve conta-
cobrem bactérias gram negativa e anaeróbias, minação da cavidade
compatíveis com os microrganismos do t rat o Alternativa C: INCORRETA. Alternativa que poderia
gastrointestinal. ser considerada correta. O apêndice não justi-
ficou o quadro de abdome agudo do paciente
Bom prognóstico Pior prognóstico em questão e, portanto, outras causas de ab -
Trajeto> 2cm Trajeto < 2 em
dome agudo devem ser investigadas. Para isso,
uma inspeção minuciosa da cavidade poderia
Trajeto único Múltiplos trajetos
ser realizada.
Epitelização do trajeto Trajeto não epitelizado Alt•rnativa D: INCORRETA. Alternativa que poderia
Sem abS<esso adja- ser considerada correta. Deve-se investigar ou-
Com abscesso ·tras causas d e abd ome agud o não cirú rgico
cente
(Ex. Nefrolitíase, pancreatite aguda}
Alt•rnativa E: INCORRETA. Alternativa que poderia
Bom prognóstico Pior prognóstico ser considerada correta. Exist em serviços que
Continuidade visc:eral Destruição completa preconizam a apendicectomia de oportunida-
mantida (único tempo) (doi stempos) -de nestes casos, visando tirar o fat or de con-
Doenças intestinais -fusão no futuro d o paciente, caso esse venha
Intestino saudável
associadas {Crohn, a ser avaliado novamente em pronto socorro
adjacente
neoplasla) e tenha u ma incisão de McBurney (típica de
Jejuno, cólon. coto duo· lleo, duodeno lateral, apendicectomia). A baixa morb imortalidade da
denal, pancreatobiliar estômago apendicectomia é u m fat or que favorece a reti-
Desnutrição Eutrofia
rar do apêndice nesses casos.

Sepse
Alto débito na presença Vitima d e atropelamento por auto, u m
Baixo débito de outros fatores desfa-
voráveis
95 pacient e d e 78 anos d e idade tem fratura
de 3 arcos costais aesquerda, com hemotórax.
426 PreparatórioparaResidênciaMédica SUS/SP

Foi feita a drenagem de tórax, com saída de 300 mL de sangue. Não tem outras lesões. Orientações
que devem ser dadas a este paciente

@ Manter selo d'água em pressão negativa (aspirar o dreno). Repouso relativo no leito.
® Repouso no leito, troca diária do curativo do dreno.
© Manter o curativo do dreno seco. Deam-bular livremente, desde que o selo d'água seja mantido
abaixo do nível da incisão no tórax.
@ Manter coluna d'água de pelo menos 20 em. Repouso absoluto no leito.
® Tomografia de controle pós-drenagem do tórax.

Alternativa A:INCORRETA. A drenagem torácica em aspiração contínua é um método utilizado em casos


de fístulas aéreas de maior calibre. O repouso relativo no leito não é necessário, pelo contrário, exis·
te a necessidade de fisioterapia respiratória e motora para melhor expansão pulmonar.
Alternativas Be D: INCORRETAS. Vide comentário A .
Alternativa E:INCORRETA. A tomografia de controle não se faz necessário de rotina apóscasosde drena-
gem de tórax. O raio·X de tórax é suficiente para avaliar se o dreno está bem locado e se houve ex-
pansão pulmonar. A tomografia fica reservada para casos em que não há melhor clínica do doente,
onde pode haver encarceramento pulmonar, coleções, hemotórax retido ou outras complicações.
I Resposta: ©

Um homem de 70 anos de idade, com antecedente de librilação atrial crônica, chega para
96 avaliação com quadro de isquemia aguda grave de membro inferior esquerdo. Foi subme-
tido a embolectomia arterial com suces-so, sendo restabelecidos os pulsos distais. Cerca de uma
hora após o término da cirurgia, come-çou a apresentar edema tenso na perna, dor na pa nturrilha,
parestesia e dificuldade para fazer a dorsiflexáo ativa do pé. Melhor conduta:

@ Fasciotomia ampla dos compartimentos da perna.


® Nova embolectomia.
© Ultrassom Doppler venoso de perna.
@ Vasodilatadores por via intravenosa.
® Elevação do membro inferior esquerdo e uso de meia elástica .

... COMENTÁRIO: Fisioterapia.


A síndrome compartimental em membros decorre do aumento pressão intersticial sobre a pres·
são de perfusão capilar dentro de um compartimento osteofascial fechado. Se não tratada, pode
comprometer vasos, músculos e terminações nervosas provocando dano tecidual irreparável. Pre·
cisamos lembrar dessa entidade em todos os casos de isquemia aguda de membros e de fraturas
de ossos longos.
No caso em questão, o edema de reperfusão é responsável pela síndrome compartimental. E o
quadro clínico é típico: dor importante e edema! Ausência de pulsosdistais, parestesias de extremi·
dade e hipoestesia são sintomas mais tardios e alarmantes.
O tratamento é a fasciotomia ampla dos compartimentos!

Um paciente de 46 anos de idade é submetido a laparotomia exploradora, por abdome agu-


97 do inflamatório. No intraoperatório, é achado um divertículo de sigmoide perfurado, com
peritonite purulenta em toda a pelve. Melhor conduta:

@ Sutura do divertículo, após debridamento da parede do cólon, e limpeza da cavidade.


® Colos tomia em alça e sutura do divertículo.
© Operação de Hartmann.
2017 427

@ Sutura do divertículo e drenagem da pelve. laboratoriais podem evidenciar leucocitose e


® Retossígmoidectomía com anastomose pri- aumento de PCR, especialmente nos casos de
mária. divertículite complicada (abcessos, flegmões,
fístulas, estenoses, obstrução int estinal ou pe-
.. COMENTÀRIO: Um breve resumo sobre diverti- ritoníte). Nas diverticulites complicadas com
culite aguda. presença de físt ulas retovesicais ou ret ovagi-
A doença diverticular é bastante prevalente naís pode haver perda de fezes por via vaginal
nos países desenvolvidos e em desenvolvimen- ou pela urina.
to, afeta homens e mulheres em proporções Alternativa A: INCORRETA. A sutura do divertlculo
semelhantes e sua incidência aumenta de acor- nunca deve ser adotada, visto grande conta-
-do com a idade, acometendo 10% de adultos mi-nação da cavidade e o risco de novos epi-
menores que 40 anos e entre 50·80% daque- sódios de perfuração ou infecção em outros
-les com mais de 80 anos. Em mais de 90% dos divertícu-los no remanescente do sigmoide.
casos os divertículos são encontrados no colo Alternativa B: Vide item A
descendente e sigmoide. Alternativa C: CORRETA. A cirurgia de Hartmann
Na avaliação do paciente deve-se investigar (retosígmoidectomía com amputação do coto
história de constipação crônica, antecedentes distai e colostomía terminal) continua sendo a
familiares e pessoais de doença diverticular. O conduta clássica para o tratament o da divertí-
quadro clinico da divertículite aguda depende culite aguda complicada, com perfuração e pe-
da extensão das perfurações e da localização ritonít e fecal ou purulenta.
dos dívertlculos mas geralmente se apresen- Alternativa D: INCORRETA. Vide ítem A
ta como dor em quadrante inferior esquerdo Alternativa E: INCORRETA. Deve-se evitar a anasto-
acompa nhada de náusea, vômitos, febre e ano- ~ mose primária em cirurgias muito contamina ~
rexia. Ao exame o paciente pode apresentar -das e em doentes clinicamente instáveis visto
taquicardia, febre e sinais perítoneais. Exames o ri sco de deíscêncía da anastomose.

Estágio Achados MortaNdade Tratamento padrão


Abcesso pericólico ou mesentérico ATB ambulatorial ou inter-
Hinchey l < 5%
pequeno ou confinado nado
Abcessos maiores geralmente confi-
Hinchey 11 >5% ATB venosa, internado
nados na pelve
Diverticulite perfurada: peritonite
Hinchey 111 13% Cirurgia
purulenta
Hinchey IV Peritonite fecal 43% Cirurgia

Um paciente de 35 anos de idade tem ressecção primária do nevo deve ser marginal,
98t um nevus de 1 em de di~metro em bra-
ço. feita a suspeita de melanoma, sendo in-
e após o resultado anatomopatológico, deve-
· se ampliar as margens conforme o Breslow.
dicada biópsia. A margem cirúrgica na biópsia
deve ser: Breslow Margem
In situ 0,5 cm
@ íncisíonal.
® marginal. s 1mm 1 em
© de 1 em.
@ de l ,Scm. > 1mm 2cm
® de2cm .

.,_ COMENTÀRJO: A margem cirúrgica da lesão Vamos aproveitar a questão para lembrar das
varia de acordo com o achado anatomopato- indicações de pesquisa de linfonodo sentinela?
lógico. isto é: a espessura da lesão em profun- Espessura 0!: 75 mm
didade, conforme a classificação de Breslow. A Presença de ulcerações
428 Preparatóriopara ResidênciaMedica SUS/SP

lndice de m itose <: 1/ mm2 alterações ao exame físico. O FAST - Focused


Invasão linfática ou vascular Assessment with Sonography for Trauma não
I Resposta: ® detectou alteração no pericárdio. Drenado o
tórax, houve saída de 300 ml de sangue. O dre-
-no oscila bem e borbul ha um pouco. Conduta
Uma criança de 3 anos de idade engoliu mais adequada:
99 uma moeda há •algumas ho ras~ Na ra-
diografia simples de abdome, a moeda é vista ® Observação clínica rigorosa, com FAST seria-
em algum ponto dentro de alça de delgado. A do.
criança está assint omática. Melhor conduta: ® Laparoscopia diagnósticalterapêutica.
© Toracotomia anterolateral esquerda.
® Observação clínica domiciliar, com ret ornos @ Laparotomia exploradora.
periódicos. ® Tomografia de tórax e abdome.
® Endoscopia digestiva alta.
© Colonoscopia. .,.. COMENTÁRIO: Questão bastante especifica e
@ Enteroscopia de duplo balão. tema que gera muita discussão. mesmo entre
® Laparoscopia. cirurgiões experientes. Mas vamos lá:
Primeiro temos que ter consciência que esta-
.,.. COMENTÁRIO: A moeda é um corpo estranho mos frente a um ferimento penetrante da tran-
inerte, que não apresente alto risco de perfu- sição t óraco-abdominal, cujos limites são:
ra-ção ou de contaminação tóxica, ao contrário Limit e superior: anteriormente é o 4o espa·
de objetos pontiagudos como agulhas ou pi- ço in tercostal, geralmente a linha interma-
lhas/ bat erias. Portanto, a conduta expectante, milar e post eriorment e é o ângulo in ferior
com observação clínica seriada e dieta laxativa da escápula.
pode ser tomada (Alternativa Acorreta) Limit e inferior: plano entre as últimas cos-
Além disso, o corpo estranho encontra-se em telas.
alças de delgado (jejuno ou oleo) e a endos-co-
pia digestiva alta não seria terapêutica, pois E como abordar um ferimento penetrante na
não ult rapassa o duodeno (Alternativa Bincorreta). t ransição tóraco-abdominal? Muitos serviços
Uma vez ultrapassado o duodeno, mais de 85% indicam a laparotomia ou laparoscopia diag-
dos corpos estranhos são eliminados em 72 nostica, pois exist em lesões de difícil diagnós·
horas, por esse motivo não cabe a utilização de t ico mesmo com exames de imagem (lesão
métodos mais invasivos como video·laparosco· diafragmática, lesão duodenal, lesão de cólon
pia ou colonoscopia. em sua porção retroperitoneal). Se pudermos
A observação clínica, com exame físico seriado escolher entre uma laparotomia e uma video·
mandatória nesses casos. E a realização de Rx laparoscopia, ficamos com a segunda opção
de abdome seriados pode ser útil, para avaliar a pois essa é menos invasiva.
localização/trajetória da moeda. I Resposta: @
I Resposta: ®

u m paciente de 23 anos de idade, viti-


1OO ma de ferimento por arma branca em
briga de rua, chega ao pronto-socorro trazido
pelo resgate, todo imobilizado. Está consciente
e orientado (Giasgow 15), normal hemodinami-
-camente, apenas um pouco assustado e taqui-
p -neico. O murmúrio vesicular está diminuído
em hemitórax esquerdo. Tem ferimento único.
por arma branca, em hemitórax esquerdo, logo
abaixo da linha mamilar. Não sangra nem tem
saída de ar. Não se acham outras lesões nem
2017 429

1, Z"e M.H. Vitamina A: Oefkiências e excessos. In:


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2018

GINECOLOGIA EOBSTETRICIA
JULIANA GIROTTO SPERANDIO escolhido, a utilização de preservativo para
........................................... prevenção de doenças sexualmente transmis-
sfveis. Nenhum método é formalmente contra
(SUS-SP 2018) Sáo métodos contraceptivos indicado pela OMS. O dispositivo intra·uterlno
O1 denominados LARC que adolescentes
nullgestas podem utilizar, segundo os atuais
(OiU) tem um adendo que, em pacientes nuli-
gestas, a expulsão do mesmo pode ser mais fre-
Critérios de Elegibilidade da Organização Mun- quente, porém não contra indica seu uso.
dial de Saúde: Altomatin A: CORRETA. O OIU de cobre (não hor-
monal, duraç.\o de 10 anos), DIU de levonoges·
(A1 Sistema intrauteríno liberador de hormô- trel (contém progestágeno levonogestrel, dura
nio, implante subcutãneo, dispositivo intraute- 5 anos) e o implante subcutâneo (contém pro·
rlno de cobre. gestágeno etonogestrel. duração 3 anos) são
® Injetável mensal, injetável trimestral, im- considerados LARCS e podem ser utilizados em
plante subcutâneo. adolescentes.
© Adesivo transdérmico, anel vaginal, injetá· Alternativa 8: INCORRETA. O injetável mensal, ape·
vel mensal. sar de ser liberado para uso em adolescentes,
<6) Pílulas combinadas, pílulas com progesta- não é considerado LARC. O injetável trimestral,
gênio isolado, pflulas combinadas de uso es- por ser aplicado a cada 3 meses. é considerado
tendido. por alguns autores como LARC.
® Sistema intrauteríno liberador de hormô- Alttmativa C: INCORRETA. O adesivo transdérmico
nio, omplante subcutâneo, injetável mensal. contém progestágeno norelgestromina + eti·
nílestradiol e é trocado semanalmente. O anel
~ COMENTARIO: Questão clássica sobre anticon- vaginal, contém progestágeno etonogcstrcl
cepçáo. A sugestão que eu dou é sempre guar- + etlnllestradlol, e deve ser trocado a cada 3
dar as CONTRAINDICAÇOES de cada método semanas. Nenhum dos três métodos, por exi-
contraceptivo, facilitando assim a resolução girem reaplicação regular, são considerados
das questões. A Organização Mundial de Saúde LARCS.
(OMS) tem um Manual de planejamento fami- Altemativ• D: INCORRETA. Nenhum anticoncepcio-
liar que auxilia a prática clínica, para aqueles nal oral é considerado LARC, justamente por
que desejem se aprofundar no assunto. Para necessitarem ser tomados diariamente para
adolescentes sem comorbidades. advoga- segurança do método.
-se sobre a importância de oferecer métodos Alternativa E: INCORRETA. Pelos motivos explicados
contraceptivos de longa duração (LARCS), que anteriormente.
não exigem lembrança constante da tomada/

02 (sus-
aplicação do método, de modo a prevenir gra-
videz indesejada. Importante salientar também SP 2018) Paciente do sexo feminino
SEMPRE de associar, independente do método de 53 anos de idade, IIIG IIIP normais,
queixa-se de bola na vagina há I ano com piora
2018 431

progressiva. Apresenta esses dados na classifi- ção da manobra de valsalva. MACETE: Antes
cação de prolapso genital POP-q: Aa = +3; Ba = anterior
+3; C = +6; Ap = +1 ; Bp = +1; O = -; HG = 6; CP Ba: Ponto da parede anterior que se loca-
= 2; CVT = 7. Neste caso o compartimento mais liza mais distai do himen, após a manobra
prolapsado é: de valsalva. MACETE: A letra 8 vem após a
letra A no alfabeto. Por isso, o 8 representa
0 do colo do útero. o ponto após a valsalva.
® da parede vaginal anterior. Ap : Ponto da parede posterior até o hímen,
© da cúpula vaginal. Antes de ser solicitado à paciente a realiza-
@ da parede vaginal posterior. ção da manobra de valsalva. MACETE: Antes
® do corpo perineal. posterior
8p: Ponto da parede posterior que se loca-
11> COMENTÁRIO: :Questão que desespera muitos liza mais distai do himen, após a manobra
alunos, muitas vezes pela não percepção que de valsalva. MACETE: A letra 8 vem após a
consegue-se desenvolver um raciocfnio lógico letra A no alfabeto. Por isso, o 8 representa
a partir do POP-q. o ponto após a valsalva.
O POP-q é a denominação para Pelvic Organ C: Ponto mais distai entre o Colo do útero
Prolapse, uma classificação mundial que unifor- ou Cúpula vaginal (se histerectomia prévia)
miza a linguagem entre Ginecologistas gerais, da fúrcula vaginal.
Uroginecologistas e especialistas em assoalho 0: Ponto localizado no fundo de saco de
pélvico. nas pacientes que apresentem hérnias Douglas.
pélvicas. A imagem abaixo: HG: Hiato Genital
P8 ou CP: Corpo perineal ( em inglês, Peri-
neal body)
CVT: Comprimento Vaginal Total

A representação gráfica destespontos, se fazda


maneira abaixo, facilitando a linguagem visual.
POP-q:

HG6 PBou CP:2 CVr-7

AR; • 1

O autor pergunta qual o compartimento mais


prolapsado. Vemos que há prolapso do com-
partimento anterior ( Aa e 8a, 3 em distai ao
Imagem retiradade: https://en.wikipedia.org/wiki/Pel- hímen antes a pós a valsalva); Posterior ( Ap e
vi c_Organ_Prolapse_Quantification_Sys tem N/media/ Bp, 1 em distai ao himen antes e após a valsal-
fiIe: Pelvic_Organ_prolapse_Quantification_System .svg va); do ponto C (Cervical ou cúpula vaginal). O
ponto C está em + 6, ou seja, a 6 em distai ao
hímen. Desta maneira, este é o compartimento
Observe com calma a imagem. Os pontos A e de prolapso mais acentuado. Resta saber se o C
8 que se localizarem do hímen para dentro da representa a cúpula vaginal ou o colo uterino.
vaginal recebem o sinal de"menos•(-), e os que Vemos que, o ponto D é inexistente, ou seja,
se localizarem do hímen para fora recebem o não é possível caracterizar o fundo de saco de
símbolo de"mais•(+) . Douglas ao exame, demonstrando que há AU-
S~NCIA de cérvice uterino. Assim, a resposta
Aa: Ponto da parede anterior até o himen, correta é cúpula vaginal, letra C.
Antes de ser solicitado à paciente a realiza-
432 Preparatóriopara Residência Medica SUS/SP

03 ( SUS-SP 2018) Pacient e do sexo feminino


de 40 anos de idade, IIG IIPc, foi submeti·
da a anexectomia direita de urgência e encon-
lado, em geral tem valor para seguimento de
tumores ovarianos mucinosos.
Alternativa 8: INCORRETA. A realização de omen-
trou-se o achado incidental de t umor ovariano tectomia, linfadenectomiae at é quimioterapia
boderline (baixo potencial maligno} no anato- devem ser realizada em casos de doença avan-
mopatológico. A conduta oncológica comple- çada.
mentar adequada: Alternativa C: INCORRETA. pelos motivos já expla-
nados.
@ Se desejosa de nova gestação, dosagem Alternativa 0: CORRETA. Em casos de prole consti-
seriada de marcadores tumorais CA 125 e CEA t uída e tumores em estádios iniciais, deve-se
bimensais no pri meiro ano de seguimento. retirar o ovário contralat eral e complementar
® Se prole constituída, histerectomia total com histerectomia t otal + salpingectomia bi·
abdominal; salpingectomia bilateral; ooforec- lateral.
tomia contralateral, omentectomia, linfadenec- Alternativa E: INCORRETA. Conforme explicado an·
tomia e quimioterapia. teriormente.
© Se desej osa de nova gestação, linfadenec-
tomia e quimioterapia.
@ Se prole constit uída. histerectomia total (SUS·SP 2018) Paciente do sexo feminino
abdominal; salpingectomia bilateral; ooforec-
tomia contralateral.
04 de 23 anos de idade realizou citologia
cervicovaginal em sua primeira consulta gi-
® Se prole constituída, ooforectomia contra- necológica. O resultado foi ASCUS. A conduta
lateral e linfadenectomia laparoscópica e qui- adequada,segundo as Diretrizes do Mi nistério
mioterapia. da Saúde é:

._ COMENTARIO: Os t umores borderline são ® repetir a citologia cervicovaginal em 3


aqueles com baixo potencial de malignidade. anos. colposcopía com bióp sia e anatomopa·
Representam em torno de 15 % dos t umores tológico.
epiteliais ovarianos; incidência em populações @ repetir a citologia cervicovaginal em 1 ano.
mais jovens; o prognóstico é extremamente colposcopia e pesquisa de HPV por captura hí·
favorável com sobrevida em 59% nos 1O anos brida.
subsequent es ao diagnóstico. Em pacientes ® repet ir citologia cervicovaginal e colposco·
que desej am preservar a fertilidade, pode-se pia em 6 meses.
considerar a conduta cirúrgica conservadora
(salpi ngo-oforectomia unilateral} em casos que ._ COMENTÁRIO: Questão fácil sobre conduta
o tumor apresent a-se em est ádios i niciais. Em frente alteração citológica ASCUS (alterações
todas as outras pacientes ou estádios avan- citológicas em células escamosas de signifi·
çados da doença, a i ndicação é realização de cado indeterminado}. Segundo o Minist ério
salpingooforectomia bilateral associada a his- da Saúde, deve-se iniciar a coleta da citologia
terectomia total, e cit orredução completa se cérvico vaginal aos 25 anos de idade. A presen·
doença metastática ( cirurgia anterior associa- ça de ASCUS na citologia cérvico vaginal tem
da a ressecção de implantes peritoneais, linfa- significado inespecífico, podendo resultar de
denectomia pélvica, omentectomia infra cólica, uma alteração de flora vaginal, infecção vaginal
lavado ou citologia peritoneal, apendicectomia ou efeito citopático do vírus HPV. Em mulheres
em casos de tumores mucinosos). que t em esse diagnóstico, são observadas pre-
Alternativa A: INCORRETA. O CA 125 é um marca- valências de NIC (neoplasia intraepitelial cervi-
dor que pode ser ut ilizado para seguimento de cal) 11/ 111 em 6A a 11 ,9% e de câncer invasivo em
pacientes com tumores epiteliais ressecados. 0,1 a 0,2 %. Em pacientes com mais de 30 anos,
porém deve-se lembrar que o m esmo tem alta a citologia deve ser repetida em 6 meses, com
sensibilidade. com altas taxas de falso· positi- o tratamento da atrofiai corrimentos neste pe·
vo, j usta mente por poder estar aumentado em ríodo. Se a nova citologia for alterada, deve-se
múltiplas patologias de afecção peri toneal. O encami nhar a paciente para colposcopia. EM
CEA (antígeno carcinoembrionário}, por outro pacientes de 25- 30 anos, recomenda-se a repe·
2018 433

t ição da citologia em 12 meses. Em pacientes


menores de 25 anos, a prevalência do HPv é Alternativa A: CORRETA. Nesta síndrome há falha
alta porém t êm também maiores t axas de reso- da fusão dos duetos paramesonéfricos duran-
lução espontânea da infecção, não justificando, t e a emb riologia femin ina. O carióti po é 46,XX
segundo o mi nistério d a saúde, nem a pesqui sa e podem existir maçformações renais associa-
de HPV nem a colet a da colpocitologia oncótica d as. A paciente apresent a d esenvolvimento
em termos populacionais. Apesar disso, caso a da porção i nferior da vagina, que deriva do
p acient e menor d e 25 anos apresen te -se com seio u rogen ital, porém há ausência de útero
um teste com ASCUS, a conduta é repetir trie- e da porção superior da vagina. Os caracteres
nalment e. NO caso de exame normal, reiniciar sexuais secundários são normais, pois os ová·
a coleta apenas ao s 25 anos. Vejamos as alter- rios são normofuncionantes. A paciente apre-
nativas: senta amenorreia p rimária e dificuld ades nas
Alternativa A: CORRETA. Deve-se repetir a citologia relações sexuais, por ter a vagina curta. O trata-
em 3 anos, pela paciente t er 23 anos. mento envolve em alguns casos confecção de
Alternativa 8: INCORRETA. A colpo scopia esta indica- neovagina e/ou utilização de moldes vagi nai s
da quando duas citologias consecutivas forem para dilatação progressiva da vagi na.
alt eradas, em pacientes maiores de 25 anos. Al ternativa 8: INCORRETA. A sfndrome de Asher-
Alternativa C: INCORRETA. Isso p rocederia se a pa· man é a formação de sinéquias uterinas após
cient e t ivesse entre 25 e 30 anos de idade. procedimentos int rauterinos, p rincipalmente
Alternativa 0: INCORRETA. - Incorreta. Novamen te, curetagens uterinas. A clínica é a amenorreia
p acient es maiores de 30 anos, poderia-se pen- secundária, mas não envolve atrofia de intrólito
sar em colher pesquisa d e HPV e , se posi tivo, vaginal nem dificuldade nas relaçõe s sexuais.
encamin har a pacient e à colposcopia. Em p a- Al ternativa C: INCORRETA. A síndrome de Stei n- Le·
cientes mais jovens, porém, a prevalência do vent hal é o epônimo utilizado para a síndrome
HPv é alta porém têm também maiores taxas de d os ovários policísticos. ~ caracterizad a pela
resolução espontânea da infecção. Associando anovulação crônica, frequentemente apresen-
este fato ao alto custo d o test e de pesquisa de t ando-se clinicamente com o b inômio am e-
HPV, em termos populacionais o uso d o teste norreia secundária + hiperandrogenismo. Não
em pacientes mais jovens não se j ustifica. ocorre masculin ização dos órgãos genitais, mas
Alternativa E: INCORRETA. - Incorreta. Não está indi· sim aumento de pêlos e acne p rincip almente.
cada col poscopia, e a citologia deve ser repet i· Alternativa 0: INCORRETA. Esta síndrome é uma d e-
da em 3anos. sordem endócrina rara que afeta mulheres em
pós parto recente, com associação entre aumen-
to excessivo da p rodução de leite ( aumento ex-
(SUS·SP 2018) Das síndromes ab aixo rela· ponencial d e prolactina), anovulação, ameorréia
05
e
cionadas, apresenta amenorreia primária
incapacidade para t er relações sexuais, res·
secundária, que persistem mai s de 6 meses após
o parto. A ausência d as taxas hormonais hormo-
p ectivamente: nais podem resultar em atrofia uterina
Alternativa E: INCORRETA.A síndrome de Cushing
0 Sindrome de Rokitansky-Kuster-Hauser - é uma desordem caracterizada pelo hipercor-
agenesia uterina e do 1/3 superior da vagina t isolismo, com diversas etiologias entre elas
® Sfndrome de Asherman -atrofia da cavida- uso excessivo de cort icoid es e tumor de adre-
de endometrial e d o int roit o vaginal. nal p rodutor d e cortisol. Pode ocasionar ame-
© Sfndrome d e Stein-Levent hal - Sindrom e norreia secundária por excesso do p recursor
d e Ovários Policíst icos e masculinização dos ór- androgên ico, com d esvio da cascata d e este-
gãos genitais externos. roid ogênese para via androgênica, aumento
@ Síndrome de Chiari-Frommel - agen esia da p rodução dos mesmos e bloqueio do eixo
dos órgãos geni tai s internos e externos femi- hormonal; e não tem relação com alterações no
ninos. canal vaginal.
® Síndrome de Cushing - h iperandrog enis-
mo e obstrução do canal vaginal.
434 Preparatóriopara ResidênciaMedica SUS/SP

(SUS-SP 2018). NÃO é diagnóstico diferen- Alternativa A: CORRETA. Em geral as lesões são
06 cial da sífilis secundária: avermelhadas sem vesículas, sendo as doenças
exantemáticas um diagnóstico diferencial.
@ Doenças exantemáticas não vesiculosas. Alternativa 8: CORRETA. Por serem lesões averme-
@ Farmacodermia. lhadas, que lembram exantema, sempre deve-
© Hanseníase virchowiana. -se descartar alergia a med icações e reações
@ Colagenoses. alérgicas.
® Cancro mole. Alternativa C: CORRETA. Na hanseníase virchowia·
na, podem aparecer lesões de pele nodulares
.. COMENT~RIO: A sífilis secundária pode ter que, apesar de não ser característico o tom
manifestações cutâneas, principalmente com o avermelhado, podem simular lesões de sífilis
aparecimento de lesões eritemato·descamati· secundária em remissão.
vas, circulares, sendo muito sugestivas quando Alternativa D: CORRETA. As colagenoses podem
surgem em palmas e plantas dos pés. A foto ter manifestações cutâneas associadas, indu·
abaixo representa essas lesões: sive com aspecto disseminado e avermelhado,
como na sífilis secundária.
Alternativa E: INCORRETA. O cancro mole ( úlcera de
fundo sujo dolorosa) é diagnóstico diferencial
da sífilis primária, cuja lesão característica é o
cancro duro (úlcera de fundo limpo indolor).
I Resposta: ®

( SUS- SP 2018) ~uma afecção ginecológica


07 própria do menacme e sua conduta ade·
quada:

Retirada de httpsJ/www.mdsaude.com/wp-content/ @ Dispareunia de profundidade; estrogenio-


uploads/sifilis-mao2·1.jpg. terapia.
© Candidíase recorrente; itraconazol quinze-
nal por 12 meses. Sangramento irregular; pro-
gestagênio contínuo.
@ Cólica menstrual; serotoninérgico.
® Mastodínia; vitamina E.
Alternativa A: INCORRETA. Na menacme, quando a
paciente queixa-se de dispareunia de profundi·
dade, deve-se sempre investigar etiologias pos-
síveis para o sintoma, especialmente moléstia
inflamatória pélvica, endometriose e tumores
pélvicos. Apesar disso, o tratamento a ser reali·
zado é espedfico para a etiologia encontrada, e
raramente durante o período reprodutivo será
feito com estrogenioterapia isolada.
Alternativa 8: INCORRETA. A candidíase recorrente
é uma patologia frequente na menacme e é
caracterizada por 4 ou mais episódios no ano.
O itraconazol não é o tratamento de escolha
para a candidfase recorrente. Inicialmente de-
Retiradade http://www.scie lo.br/scielo.ph p?seript=s· ve-se orientar as pacientes sobre cuidados
ci_arttext&pid=S0365-05962007000200008 íntimos apropriados ( não utilizar absorven-
2018 435

tes rotineiramente durante o mês todo, evitar de lúpus eritematoso sistêmico com anticor-
roupas úmidas por longos períodos, não reali- pos antifosfolípides p osit ivo. O melhor método
zar duchas vaginais), orientar hábitos de vida contraceptivo, segundo os atuais Critérios de
saudáveis; investigar possíveis imunossupres- Elegibilidade da Organização Mundial da Saú-
sões associadas ( HIV, diabetes); colher culturas de:
vaginais para verificar a presença de cândidas
resistentes ao tratamento convencional (ex C. ® Injeção tri mestral de medroxiprogesterona.
glabrata). Após verificados estes pontos, o tra- ® Sistema intrauterino l iberador de levonor·
tamento para candidíase recorrente de escolha gestrel.
é com fluconazol 3 vezes por semana e após a © Pílulas de progestagênio isolado.
remissão dos sintomas, utilizar 100-200 mg por @ Dispositivo intrauterino de cobre.
semana durante 6 meses. ® Preservativo.
Alternativa C: INCORRETA. Na menacme, especial-
mente nos primeiros anos após a menarca, 11- COMENT~RIO: Novamente, questão sobre an-
p ode ocorrer sangramento irregular durante o ticoncepção. A sugestão dada nas questões an-
cido menstrual, ou seja, fora do período mens- t eriores contínua procedendo: ENFOQUE NAS
trual. Isso pode ocorrer devido ai númeras etio- CONTRA- INDICAÇÕES. O lúpus eri tematoso
logias (alterações no colo do útero; miomat ose sistêmico ( LES) é uma doença auto imune, que
uterina; pólipos endometriais etc). Após afasta- pode estar associada a sfndrome anti fosfolfpi-
das etiologias orgânicas, faz-se o diagnóstico de ( SAF). Essa síndrome aumenta o risco trom-
de sangramento uterino disfuncional. O trata- boembólico da paciente em questão em até 15
mento desta entidade se dá com hormoniote- vezes, pri ncipal mente quando associada a ou-
rapia. Esta é realizada idealmente com pílulas tros fatores externos, como gestação e puerpé-
combinadas de etinilestradiol+ progestagênio, rio, trauma,imobilização prolongada, cirurgias
devendo-se utilizar uma dose de etinilestradiol e u tilização de contraceptivos. A combinação
suficiente para estabílízação endometrial com etinilestradiol + progestágeno aumenta de 2-
a proliferação do mesmo e atapetamento en- 6 vezes o risco de trombose nestas pacientes.
dometrial com menores áreas de atrofia decor- A ut ilização de progestágeno isolado também
rente do uso do anticoncepcional. diminuindo tende a aumentar discretamente o risco de TEV
assim a exposição dos vasos da camada basal nestas m ulheres, sendo considerado categoria
do endométrio e melhorando os spottings. O 3 o seu uso (riscos superam os beneficios). Ve-
uso de pílulas com progestágenos isolados, jamos as alternativas:
pri ncipalmente cont endo derivados "no r~ pro· Alternativa A: INCORRETA. O injet ável trimestral de
movem atrofia endometrial importante pelo progesterona é considerado categoria 3, não
bloqueio do eixo hormonal, aumentando as sendo a melhor opção.
chances de sp otting. Alternativa 8: INCORRETA. Apesar de 80% da ação
Alternativa 0: INCORRETA. O tratamento da disme· do DIU de levonogestrel ser local ( alteração da
norreia funcional, ou seja, sem patologia gine- motilidade tubárea, m uco cervical, ambiente
cológica associada, se dá primariamente com hostil à implantação do embrião) e não sistêmi-
antiespasmódicos, como o ácido mefenámico, ca, devido ao alto risco tromboembólico destas
anti inflamatórios inibidores da prostaglandina pacientes, esse método não seria a melhor es-
E2, e com o bloqueio do eixo hormonal e con- colha para as mesmas.
sequente bloqueio menstrual. com os anticon- Alternativa C: INCORRETA. Incorreta, pelo que já foi
cepcionais hormonais previamente exposto.
Alternativa E: CORRETA. ~ estabelecida a relação de Alternativa O: CORRETA. O DIU de cobre não possui
reposição de vitamina E e a melhora da mastodf- hormônios, e age por meio da liberação de íons
nea, sendo considerada uma opção terapêutica. de cobre na cavidade endometrial, gerando
reação inflamatória e tomando o endométrio
hostil à i mplantação. Por não conter hormônios,
(SUS- SP 2018) Paciente do sexo feminino, não aumentaria ainda mais o risco de trombose
08 22 anos, nuligesta, refere ciclos eume-
norreicos e vida sexual ativa, com diagnóstico
para estas pacientes, sendo considerado uma
boa opção contraceptiva. Vale lembrar que é
436 PreparatórioparaResidência Medica SUS/SP

um método seguro, de longa duração, ideal ceridemia, hipertensão controlada, diabetes


para contracepção daquelas pacientes em que controlada.
uma gestação seria de alto risco. Alternativa 8: INCORRETA. Não está indicada TH.
Alternativa E: INCORRETA. Apesar de o preservati- Alternativa C: CORRETA. Pacientes com sintomas
vo ser uma opção plausível, a taxa de falha do vaginais associados a atrofia pós menopausa (
método é maior que os demais contraceptivos, secura vaginal, dispareunia, prurido e disúria),
principalmente quando associado ao mau uso. se beneficiam da terapia estrogênica local.
Em uma paciente com LES+ SAF, deve-se utili· Alternativa D: INCORRETA. Alguns trabalhos mos-
zar um método seguro para prevenir gravidez traram benefícios da utilização da soj a como
indesejada, principalmente pela morbidade fitoestrógeno para melhoria de sintomas cli·
materno-fetal durante o ciclo gravídico-puer- matéricos em pacientes que possuem contra
peral. Dessa maneira, a camisinha deve ser as- i ndicação formal ao uso de TH convencional,
sociada com outros métodos contraceptivos porém novamente a paciente é assintomática.
para presenção de doença sexualmente trans- Deve-se estimular a exposição solar diária por
missível, porém não como método exclusivo. 1 5 min em períodos com baixa concentração
de raios UV, para auxiliar em uma das etapas da
ativação da vitamina D e m etabolismo ósseo.

09 (sus- SP 2018) Pacient e do sexo feminino,


65 anos, IIG IIPc. encontra-se assintomáti-
Alternativa E: INCORRETA. Paciente assintomática,
não indicado nenhum tratamento especifico.
ca porém desejosa de melhorar sua qualidade Os antidepressivos tricíclicos podem ser utiliza-
de vida. Não possui comorbidades. Nega outras dos em quadros depressivos leves e em pacien-
cirurgias. Além de estimular atividade física e tes com fogachos que tenham contra indicação
hábitos de vida saudável, quais são recomenda- à TH convencional, com melhora importante
ções que seu ginecologista deve fazer: dos sintomas. O raloxifeno é modulador seleti-
vo do receptor de estrogênio, e está indicado
® Prescrever terapia hormonal estrogênica em alguns casos de osteoporose, pri ncipal-
transdérmica. mente de coluna lombar, pois atua estimulan-
® Prescrever terapia hormonal estroproges- do o metabolismo e formação de osso.
tativa via oral de baixa dose.
© Prescrever terapia hormonal vaginal se
queixa de secura vaginal.
@ Orientar ingesta diária de soja e evitar ex-
posição solar.
1O( SUS· SP 2018) Quadro clínico mais seme-
lhante com a candidíase de repetição,
caracterizado por prurido, dispareunia e corri-
® Prescrever antidepressivo e raloxifeno. mento pastoso:

., COMENTARIO: Questão clássica sobre Tera- @ Vaginose bacteriana.


pia Hormonal ( TH) . O principal macete pa ra ® Vaginose citolítica.
prescrição da TH nas provas, é novamente o © Vaginite atrófica.
enfoque nas contra indicações e, lembrar que a @ Vaginite inespecífica .
indicação PRINCIPAL de TH estroprogestativa é ® Vaginite por trichomoniase.
queixa de FOGACHOS. Todas as outras queixas
climatéricas ( irritabilidade, insônia, redução da
energia, queda de libido) em geral melhoram 1!!- COMENTARIO: Questão Recorrente em provas
com a TH, p orém não INDICAM isoladamente a de residência, realizar diagnóstico diferencial
prescrição da mesma. No caso desta questão, entre os diferentes tipos de corrimento vaginal.
a paciente não possui queixas especificas, não Reforçaremos o conhecimento novamente dos
indicando portanto a TH inicialmente. Vejamos três principais tipos de corrimento vaginal, com
as alternativas. uma tabela presente nas discussão de provas
Alternativa A: INCORRETA. A paciente não tem anteriores e apresentada abaixo:
queixas, não está indicada a TH i ndependente
da via. lembrando que a via transdérmica é
preferencial para as pacientes com hipertrigli-
2018 437

Gardnerella vaginalis
Candida albicans (fun· Trichomonas vagina tis {pro·
(bactéria)
go) tozoário)

desequilíbrio da flora va-


ginal (ex: redução dos hor~
mónios pós menopausa),
clima quente e úmido,
sexo oral e/ou múltiplos
uso de anticoncepcio·
parceiros e/ou sexo com nais, obesidade, imu- sexo oral e/ou múltiplos
parceira feminina, duchas parceiros
nossupressão, diabetes
vaginas excessivas, raça
mellitus, gestação
negra, sexo durante a
menstruação, dispositivo
intra•utefino, tabagismo
corrimento grumoso,
corfimento aderente. ama·
Cllldla...... aderente às paredes
corrimento fluido, verde- reJo-esverdeado, de odor
vaginais, brancacento,
caelstslllf..... -acinzentado, com odor
pode estar associado a
rorte, pode estar associado
forte a disúria. dispareunia e pru·
llllll\'ledlllka

..........
prurido e hiperemia vul·
rido vulvo-vaginal
vo·vaginal

.... ,......,..
(lllpldt11'11

.... ,u....... Positivo, com liberação de


odor forte ( "peixe podre")
negativo Positivo ou negativo

maior que 4,$ menor que 4,$ maior que 4,$

visualização de trichomo·

..........
nas (protozoário flagelado
anaeróbio)
presença de clue cells (cé- pseudohifas, após a adi- OBS; ao exame especular,

.... lulas sem o nüdeo visivel)


apósadição de solução de
soro fisiológico 0.9%
ção de KOH 10% ( lise
celular com libe raç~o
das mesmas)
podem estar presentes os
strawberry spots, que são
hemorragias subepiteliais
na vagina e colo útero su-
gestivos de colpite difusa

fluconazol ISO mg dose metronidazol 2 g VOou 500


metronidazol 500 mg VO
única OU miconazol du· mg 12/ 12 hs por 7 dias
Psllo"Jish,._dt 12112 hs por 7 dias OU
rante 7 dias via vaginal TRATAR O PARCEIRO e REA·
lllls•ub metronidazol gel Sg I vez
OU nistatina durante 14 LIZAR SCREENING DE OST!!
ao dia por 5 dias
dias por via vaginal

AlternativaA: INCORRETA. Corrimento típico descrito tobacillus na flora vaginal, acidificando o PH,
acima, não apresenta prurido ou dispareunia. com piora na fase lútea do ciclo menstrual. Os
Alternativa 8: CORRETA. O MACETE para acertar achados microscópicos são fragmentos celula-
essa questão é: o principal diagnóstico dife- rese núcleos livre com aumento do múmero de
rencial de candidíase vulvovaginal. e por vezes bacilos. O tratamento é justamente a basifica-
diffcil de diagnosticar pela extrema semelhança ção do meio com bicarbonato de sódio, 1 vez
entre os corrimentos, é a vaginose citolítiça. Ela ao dia por 7 dias.
ocorre devido à proliferação abundante de La c- v
438 PreparatórioparaResidênciaMédica SUS/SP

Alternativa C: INCORRETA. A vaginite at rófica é uma habit ualmente com CCN (comprimento cabe -
inflamação da mucosa vaginal que ocorre em ça-nádega) 4 2 m m em diante. Está p resente em
pacientes após a menopausa, po r queda dos 99% d as gestações normais e ausente em 73%
níveis hormonais, especialmente estrogênicos, d os fetos com síndrome de Oown.
caracaterizada pelo ressecamento vaginal, dis- Alternativa A: INCORRETA. Po is tais medid as são
pareunia d e entrad a, prurid o ocasional, com u tilizadas na pesq uisa d e cromo ssomopatias,
corrimento escasso fluido ( e não brancacento entre 11 e 13 semanas e 6 dias.
aderente às paredes como na candidíase). O tra- Alternativa B: CORRETA. A translucência nucal e o
tamento é feito com estrogenioterapia tópica. o sso nasal são úteis entre 11 e 13 semanas e 6
Alternativa D: INCORRETA. Vaginite específica é u m dias para pesq uisa d e cromossomopatias.
diagnóstico de exclusão, quando não se encon- Alternativa C: INCORRETA. Pois tais med idas são
t ra a causa d a inflamação vaginal. Sempre de- u tilizadas na pesq uisa d e cromo ssomopatias,
ve-se descartar a p resença de corpo estranho en tre 11 e 13 semanas e 6 d ias.
intravaginal ( p rincipalment e em crianças). Alternativa D: INCORRETA. Pois t ais med id as são
Alternativa E: INCORRETA. Corrimento pode ter as- utilizadas na pesq uisa d e cromo ssomopatias,
sociação com dispareunia de p rofundidad e ( e ent re 11 e 13 semanas e 6 dias. Nesta fase d e
não de entrad a, como na candidfase), o prurido 20-22 semanas, é o momento id eal para realiza-
pod e estar presente, po rém não é tão frequente, ção da u ltrassonografia morfoló gica de segun-
o odo r é forte que lembra a vaginose bacteriana. d o t rimestre.
Alternativa E: INCORRETA. Po is tais medidas são
u tilizadas na p esq uisa d e cromossomopatias,
entre 11 e 13 semanas e 6 dias
GINECOLOGIA EOBSTETRICIA 11
EDSON SANTOS FERREIRA FILHO

Objetivo princip al e a melhor idade g es- A vacina DTJ>a (difteria, tétano, pertusis
11
e
tacional p ara avaliar a translucência nucal
o b servar a p resença d o osso nasal:
12 acelular):

@ ~ recomendado a partir d e 20 semanas d e


@ Investigação de defeitos d o t ubo neural; g estação em tod as as gestant es.
entre 8 e 12 semanas. ® ~ recomendado a partir d e 28 semanas d e
® Avaliação d o risco d e sind romes genéticas; g estação nas gestantes não vacinadas p revia-
entre 11 e 14 semanas. mente.
© Investigação d e malformações cardíacas; © É recomendad o a partir d e 24 semanas d e
entre 1O e 13 semanas. gestação caso a gestant e não t enha feito d ose
@ Avaliação d a morfologia fetal; entre 18 e 22 d e reforço no último ano da dup la antitetânica.
semanas. @ Não é recomendad a na gestação po is é
® Avaliação da face fetal; entre 20 a 25 sema- composta p or toxoides diftéricos e tetânicos.
nas. ® Não é recomend ad a na gestação pelos ris·
co s de manifestaçõ es neurológicas fetais .
.,_ COMENTARIOS: Translucência nucal é o nome
dado ao acumulo fisiológico de líquido no teci-
Alternativa A: CORRETA. A vacinação contra o té ta·
d o celular subcutâneo da região cervical, de fe- no é rotineiramente reco mendada na gestação
to s entre 11 e 13 semanas e 6 dias. Apresenta-se como fo rma de diminuir as taxas d e mortal ida·
frequentement e aumentada em fetos p ortado- d e neonatal e infantil.
res d e doenças cromossômicas, gênicas, com Alternativa B: INCORRETA. Nas gestan tes não vaci·
anomalias estruturais ou anemias; sua medida nad as p reviamente, o rientam-se três d o ses d e
tem como principal objetivo a pesq uisa da sin- vacina dT (com intervalo d e 60 dias entre as d o·
drome de Down . Também id ent ifica as trisso- ses) o u duas doses de dT e uma dose de dTpa
mias d o cromossomo 18 e 13. Outro marcador
en tre 27·36 semanas de gestação (com interva·
ult rassonográfico útil na pesquisa de trissomias lo de 60 dias ent re as d oses).
é o o sso nasal; nos fetos normais, ele aparece
2018 439

Alternativa C: INCORRETA. Se a paciente tiver es- rança p ara o parto vaginal. Deste modo. em
quema completo de vacinação, com reforço há pacientes que fizeram uso adequado de TARV
menos de 5 anos, recomenda-se uma dose de na gestação, recomenda-se que a via de p arto
dTpa entre 27-36 semanas; se reforço há mais sej a guiada pela carga virai com 34 semanas de
de 5 anos, uma dose de dT ou uma dose de gestação:
dTpa entre 27-36 semanas.
Alternativa 0: INCORRETA. Em geral, as vacinas pro-
duzidas com vírus vivos atenuados são con-
traindicadas na gestação: sarampo, caxumba,
rub éola, poliomielite, varicela. No caso da vaci-
na dTpa, é composta de toxoides diftéricos, te-
tânicos e antígenos contra a Bordet ella pertus-
sis (ou sua suspensão i nativada), não possuindo Alternativa A: INCORRETA. Faz-se dose de ataque
componentes contraindicados na gest ação. de 2mg/kg e manutenção de 1mg/kg/h até o
Alternativa E: INCORRETA. Não está contraindicada clampeamento do cordão umbilical, que deve
na gestação. ser imediato e sem ordenha.
Alternativa B: INCORRETA. Se a gestante fez uso
adequado de TARV e está com carga viral in-
É condu~a correta numa paciente HIV+ detectável, pode-se proceder com via vaginal,
13 em relaçao ao p arto: sem aumento de risco de transmissão vertical.
Alternativa C: INCORRETA. No caso de rotura pre-
@ Manter dose de manu tenção de 1 mg/kg/ matura de membranas ovulares, não existe
hora de AZT durant e o trabalho de parto e após consenso sobre a melhor idade gestacional
o nascimento por via vaginal, procede-se a liga- para o p arto; a maioria dos serviços se divide
dura do cordão umbilical oportuna com orde- entre 34-36 semanas para indução do parto. No
nha para diminuir risco de anemia do nascituro. entanto, antes de 34 semanas, os riscos da pre-
® Indicar cesárea eletiva em gestante acima maturidade superam os riscos da amniorrexe,
de 34 semanas com carga viral indetectável motivo pelo qual a maior parte das instituições
com dose de ataque de AZT 1 mg/kg na primei- procede com conduta expectante, desde que
ra hora. confirmada boa vitalidade fetal e ausência de
© Conduta obstétrica quando ocorrer rot ura infecção (corioam nionite). O AZT deverá ser
premat ura das membranas antes das 34 sema- utilizado quando houver programação para o
nas de gestação com dose de ataque de AZT 1 parto.
mg/kg na primeira hora. Alternativa 0: CORRETA. Em p acientes com carga
@ Indicar cesárea eletiva em parturiente com virai desconhecida ou superior a 1000 cópias/
dilat ação menor que 4 em e bolsa íntegra com ml, fa.z-se cesárea eletiva com 38 semanas; se a
carga viraI ~ 1.000 cópias/ml ou desconhecida paciente é admitida na maternidade em traba-
com infu são de AZT pelo menos 3 horas antes lho de parto, com dilatação de até 4 em, ou com
do part o. rotura prematura das membranas ovulares há
® Utilizar 100 mg de AZT oral a cada 3 horas menos de 2 horas, também se faz cesárea. Em
na ausência de AZT injetável durant e o trabalho t odos os casos. recomenda-se a administração
de parto até o clampeamento do cordão um- de AZT intravenoso por p elo menos 3 horas
bilical. (ataque 2mg/kg, duração 1 hora; manutenção
1mg/kg/h, por p elo menos 2 horas).
~ COMENTÁRIO: A realização de cesárea eletiva Alternativa E: INCORRETA. Na falta de AZT injetável,
mostra-se capaz de reduzir as taxas de trans- o esquema profilático p ode ser feito com AZT
missão vertical em gest antes com carga viral oral, na dose de 300 mg no inicio do t rabalho
elevada ou naquelas que não receberam TARV de parto e a cada 3 horas at é o clampeamen-
ao longo da gestação. Nas pacientes com car- t o do cordão. Este esquema deve ser u tilizado
ga vi ral baixa ou indetectável, que fizeram uso excepcionalmente, uma vez que não apresenta
de TARV (três drogas), há evidências de segu- a mesma eficácia na redução da transmissão
vert ical.
14 NÃO são consideradas indicações ade-
quadas para encaminhamento ao pré- l. ~ ob!.ttl!'ki !W 9fiMCIH-...t

--
Ot:MGCII*IIO• ~~~ cttllf«<lt ~ ót .....~loal
-natal de alto risco: To..,..,_ •
. .........
.,. ~ ...... ~

,......................
~~

® Idade da gestante menor que 15 anos ou


maior que 35 anos.
® Alteraçao genética materna.
.....
. ""-"~·~
~~
................
"""•""'
_.
© Endocrinopatia materna (hipotireoldismo,
hipertlreoidosmo).
~~ ................... ~"" ...... *
@ Gemelaridade.
® Depend~ncia de drogas licitas ou ílfcitas. ...
_.,.............,
~~
ftt.l
,. ,....._, _,_~~-

.. COMENTARIO: Os marcadores e fatores de interrompê-la?), com reflexos sobre a vida da


risco gestaclonais presentes anteriormente gestante adolescente que podem se traduzir
à gestação se dividem em característocas in- na adesão (ou não) ao preconizado durante
dividuais e condições sociodemográficas o acompanhamento pré-natal. O profissional
desfavoráveis, história reprodutiva anterior, deve atentar pa ra as peculiaridades desta fase
condições clinicas preexistentes, exposição e considerar a posslvel imaturidade emocional,
indevida ou acidental a fatores teratog~nlcos, providenciando o acompanhamento psicológi-
doença obstétrica na gravidez atual e ontercor- co quando lhe parecer indicado~
rências clinkas. Estas condoções estão especifi- Altematm 8: INCORRETA. Condições clinicas ma-
cadas abaixo: ternas preexistentes configuram pré-natal de

I
...__.. .,_ ...
<-~~ltt~~dftllttloof.Wit

.... -_.,.,,._
....... ... ··-tou-.wottt""-*J .....·
alto risco, como doenças genéticas.
Alternativa C: INCORRETA. Condições clinicas ma·
ternas preexistentes configuram pré-natal de
,... _.,..,.._._____ ,..-..c-<1••-..o.•
.~_.,.,....
•CoiMilol , _ . _
~- ........ ......- alto ri sco, como disfunções tireoidianas.
Altornativ• 0: INCORRETA. Incorreta. Na gravidez at·
. -.-H(~

Cl:wlcloça. •~l.flt llf11-w....


ual. quaisquer desvios quanto ao crescimento
~dt . . . . Mtilwou~ uterino, número de fetos e volume do liquido

2
~---
.....--...............
~·-··...-:-- ............~
~
........
......., ........... .....,.
....... ....,......
~---..
........................ amniótico configuram fator de risco.
A"tmotivo E: INCORRETA. A dependência de dro·
gas, sejam lícitas ou ilicitas, configuram car-
...... - -~
Mont ~ll...,._.... w.~ acteristicas individuais e condições sociode-
Hls~;.dt!«fwl! ""K.idO(OII'IC~ION'\t! "'OU ~;
,.. , .,tlfi'\Ototll..., mográficas desfavoráveis.
$ f i~

--
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s..o-.......,.....
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Oruop.l*'............. +. . . . . . . . . _ _,(~~

(~dlr*:M ~Ift;
15 Em relação às definições de aleitamento
materno, é INCORRETO:

--.....------·--
11•~ ·-lll
~
® Aleitamento mat erno - criança recebe leite
"""' materno (direto da mama ou ordenhado) inde-

-- ~

-
~ ~k~- ·~ SJ0

t.int<OC*~

Alt•mativa A: CORRETA. Correta. Apesar de colocar


idade< 15 anos como risco na lista supracitada,
'3; 1loalt
pendente de receber outros alimentos.
® Aleitamento materno predominante -
criança recebe além do leite materno, iÍgua,
chás, infusões ou suco de frutas.
© Aleitamento materno complementado -
criança recebe além do leite matemo, alimento
o manual de gestação de alto risco do Ministério sólido ou semi-sólido com finalidade de com-
da Saúde (2012) observa que •a adolesc~ncia, plementação e não substi tuição.
em si, não é fator de risco para a gestação. Há, ® Aleitamento materno misto ou parcial -
todavia, possibilidade de risco psicossocla~ as- criança recebe leite materno e outros tipos de
sociado à aceitação ou não da gravidez (tentou Jeije.
® Aleitamento materno exclusivo - criança
2018 441

suga leite diretamente da mama da mãe, não ceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas,
se incluindo o leite originado por ordenha me- sais de reidratação oral, suplementos minerais
cânica. ou medicamentos.

~ COMEHTARIO: A OrganlzaçAo Mundial de Saúde


e o Ministério da saúde costumam classificar o Em relação ao partograma, é correto afir-
aleitamento materno em: 16 mar:

Aleitamento materno exclusivo; (A) O parto precipitado é diagnosticado quan-


Aleitamento materno predominante; do a dilatação cervical e a descida e expulsão
Aleitamento materno; fetal ocorrem num período de até 4 horas.
Aleita mento materno complementado; ® Não há necessidade de se registrar o uso da
Aleitamento materno misto ou parcial. analgesla, porém deve-se anotar a Intensidade
das contrações uterinas, a infusão de drogas, os
Altemotin A: INCORRETA. A definição de aleita- batimentos cardlacos fetais, a dilatação cervical
mento materno está correta: quando a criança e a posição e descida do polo cefálico.
recebe leite materno (direto da mama ou ord- © Por convenção, registra-se a dilatação cervi-
enhado), Independentemente de receber ou cal com um quadrado e a variedade de posição
não outros alimentos. fetal com uma circunferência.
Altomotin B: INCORRETA. A definição de aleita· @ Na fase ativa prolongada, a dolatação do
mento materno predominante está correta: colo ocorre numa velocidade menor que 1cm/
a criança recebe. além do leite materno. água hora e é indicativo de cesárea quando ultrapas-
ou bebidas à base de água (água adocicada, sa a linha de alerta.
chás, Infusões), sucos de frutas e Auldos ritu- ® A parada secundária de dilatação é diag-
ais. Embora a OMS não reconheça os Auidos nosticada por 2 toques sucessivos com interva·
rituais (poções, líquidos ou misturas utilizadas lo de 1 hora no trabalho de parto ativo.
em ritos mlsticos ou religiosos) como exceção
possfvel Inserida na definição de aleitamen- Alternativa A: CORRETA. O parto precipitado ou
to materno exclusivo, o Ministério da Saúde, taquit6cico é diagnosticado quando a d ilatação
considerando a possibilidade do uso de Auidos cervocal e a descida e expulsão do feto ocorrem
rituais com finalidade de cura dentro de um num período de 4 horas ou menos.
contexto intercultural e valorizando as diversas Alternativa B: INCORRETA. O padrão das contrações
práticas integrativas e complementares, apoia uterinas e dos batimentos cardfacos fetais, a In-
a Inclusão de Auidos rituais na definição de fusão de líquidos e drogas e o uso de analgesia
aleitamento materno exclusivo, desde que uti- devem ser devidamente registrados.
lizados em volumes reduzodos. de forma a não Atttrnatin C: INCORRETA. Por convenção, regis-
concorrer com o leite materno. tra-se a dilatação cervical com um triangulo
Alttrnatlva C: INCORRETA. A definição de aleita- e a apresentação e respectiva variedade de
mento materno complementado está correta: posição são representadas por uma circun-
quando a criança recebe. além do leite mater- ferência.
no, qualquer alimento sólido ou semissólido Alternativa D: INCORRETA. Na fase atova prolongada
com a finalidade de complementá-lo, e não de ou distõcia funcoonal, a dilatação do colo uteri·
substitui-lo. no ocorre lentamente, numa velocidade menor
Alttrnativa D: INCORRETA. A definição de aleita- que 1 em/hora. A curva da dilatação ultrapassa
mento materno misto está correta: quando a a linha de alerta e, às vezes, a linha de ação. Essa
criança recebe leite materno e outros tipos de dist6da geralmente decorre de contrações ute-
leite. rinas não eficientes (falta de motor). A correção
Altomotiva E: CORRETA. A definição de aleitamento é feita inicialmente pelo emprego de técnicas
materno exclusivo está incorreta: quando a cri- humanizadas do estímulo ao parto normal, por
ança recebe somente leite materno, direto da exemplo estimulando-se a deambulação e, se
mama ou ordenhado, ou leite humano de outra necessãrio, posteriormente, pela administração
fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com ex- de ocitocina ou rotura artificial da bolsa das
442 Preparatóriopara ResidênciaMedica SUS/SP

águas. A cesárea só esta indicada na distocia ca.


funcional não corrigível pelas técnicas suprac- Alternativa C: INCORRETA. Mulheres em trabalho
itadas. de parto prematuro (antes de 37 semanas de
Alternativa E: INCORRETA. A parada secundária da gestação) não estão cobertas por estas Dire-
dilatação é diagnosticada por dois toques su- t rizes.
cessivos, com intervalo de 2 horas ou mais, com Alternativa D: INCORRETA. Para efeito destas Di-
a mulher em trabalho de parto ativo. Nesse t ipo retrizes ent ende-se como parto normal ou
de dist ócia, a dilatação cervical permanece a espontâneo aquele que não foi assistido por
mesma durante duas horas ou mais, ultrapassa fórceps, vácuo extrator ou cesariana, podendo
a linha de alerta e, por vezes, a linha de ação. ocorrer intervenções baseadas em evidências,
em circunstândas apropriadas, para facilitar o
progresso do parto e um parto vaginal normal,
tai s como alívio farmacológico da dor (peridur-
17 Na Diretriz Nacional de Assistência ao
Parto Normal estão: al, opióides, óxido nitroso).
Alternativa E: INCORRETA. Mulheres com diag-
@ Incluídas as parturientes que apresentarem nóstico de morte fetal ou com complicações
eliminação de mecônio até 6 horas antes do ini- da gestação tais como desordens hipertensi-
cio do trabalho de parto. vas, diabetes, gravidez múltipla, restrição de
® Incluídas as mulheres em trabalho de parto crescimento fetal, apresentações anômalas ...
com parto normal planejado, seja esp ont âneo também não estão cobertas por estas Diretriz-
ou induzido, entre 37 e 42 semanas de gesta- es.
ção com feto único, vivo e em apresentação
cefálica. Em relação a diabetes mellitus gestacional
© Incluídas as mulheres em trabalho de parto
prematuro após 34 semanas, já que algumas
18 (DMG) segundo a OMS,

práticas e intervenções podem ser semelhan- @ considera-se DMG quando a glicemia de


tes. jejum for de 92 a 12S mg/dl., 1 hora > 180 mg/
@ excluídas as parturientes que façam uso de dL ou 2 horas de 153 a 199 mg/dl., sendo que 1
ocitocina e o alívio farmacológico da dor por ponto alterado na curva já faz diagnóstico.
meio de peridural, opioides e óxido nitroso. ® se a glicemia plasmática estiver entre 92 e
® incluídas as parturientes que tenham ocor- 12S mg/dL em jejum no primeiro t rimestre, há
rência de morte fetal no 11 trimestre da gestação necessidade de repetir o exame no terceiro tri-
independent e da causa . mestre.
© a investigação de DMG deve ser feita em
COMEHTARIOS: Esta questão não t em um substra- todas as gestant es, mesmo naquelas com dia-
to diagnóstico ou terapêutico claro; visa ap- betes mellitus tipo 1.
enas valorizar duas publicações do Ministério @ a glicemia após sobrecarga acima de 200
da Saúde, a "Diretriz Nacional de Assi stência ao mg/dL é um critério maior para o diagnóstico
Parto Norm a l ~ de janeiro de 20 16, e as "Dire- de DMG independent e do período gestacional.
trizes nacionais de assistência ao parto normal: ® é a endocrinopatia mais comum da gesta-
versão resumida': de 2017. As alternativas estão ção e tem prevalência de 30% a 50% das ges-
coment adas abaixo, baseadas nestes manuais. tações.

Alternativa A: INCORRETA. Estas diretrizes servem ... COMENTARIO: Segundo a publicação de 2013
de referência a parturientes que apresentarem da Organização Mundial de Saúde, e em con-
eliminação de mecônio i mediatamente antes formidade com a proposta da American Dia-
ou durante o trabalho de parto. betes Association, o rast reio do diabetes mel-
Alternativa 8: CORRETA. Também servem de litus gestacional é universal. t: feito através da
referência a mulheres em trabalho de parto glicemia de jejum e do teste de tolerância oral
com parto normal planejado (espont âneo ou à glicose (medida da glicemia em j ej um, após
induzido) entre 37 e 42 semanas de gestação 1h e 2h da sobrecarga de 75g de glicose oral),
com feto único, vivo e em apresentação cefáli- através do seguinte fluxograma:
2018 443

Glicemoa de jejum
( 11 consufla)

92 - 125 mg/dL 2: 126 mg/dL

Overt dl8beles

TOTG (75g) 24-28


llei1*18S

Se valores nonnaia: Se valores alterado&:


JeJLm < 92 mg/dL JE!fUITl 2 92 mgldl
Ih< 180 mgldL Ih 2 180 mg/dL
2h < 153 mgldL 2h 2 153 mg/dL

Normal DMG

Altt<Ntiva k CORRETA- Conforme vnualizado no tre 3'16 e 25'16(ou entre I e 17,8'16) dasgestaç6es,
fluxograma, considera-se DMG quando a glice- dependendo da população avaliada.
mia de jejum for de 92 a 125 mg/dL. 1 hora>
180 mg/dL ou 2 horas de 153 a 199 mg/dl; e
Importante lembrar que, na gestação, não há
necessidade de repetição do exame, sendo que
19 No trabalho de parto, na apresentação

um ponto alterado na curva já faz d iagnósti-


co. Estes dados são oriundos do esrudo HAPO ® bregmátlca a linha de orientação é a sutura
(Hyperglycemia and Adverse Pregnancy Out- met6plca.
come), que mostram que cada valor do TOTG ® facial o ponto de referência fetal é o breg-
75g tem correlação independente com os des- ma.
fechos obstétricos e pennata1s. © pél111ca Incompleta. também denominada
Altt<Niiva 8: IN<ORRETA. Se a glicemia plasmáti- pelvipodálica, as coxas e as pernas estão fleti-
ca estiver entre 92 e 125 mgl dL em jejum no das.
primeiro trimestre, náo hil necessidade de @ pélvica a linha de orientação é o sulco in-
e
repetir o exame no terceiro trimestre; já dia- terglúteo e o ponto de referência fetal a pube.
betes mell itus gestacional e deve ser começa- ® defletlda de 2• grau o ponto de referência
do o traramento (com dieta) e a monitorização fetal é a glabela.
do perfil gllc~mico (4 medidas diárias).
Alternativa (; INCORRETA. A investigação de DMG Alternativa A: INCORRETA. Na apresentação
deve ser feita em todas as gestanles, excetuan- bregmática, a linha de orientação é a sutura
do-se as Já sabidamente diabéticas. sagitomet6pica; a sutura metópica é linha de
Altt<Ntiva O: INCORRETA. A glicemia I h após sobre- orientação para as apresentações de fronte.
carga acima de 180 mg/dL é um critério para o Alternativa B: IN<ORRETA.Incorreta. O ponto de
diagnóstico de DMG independente do período referência da apresentação de face é o mente.
gestaclonal; recomenda-se a realização após 24 Alternativa C:INCORRETA. A apresentação pélvi-
semanas para coincidir com o pico do lactogê- ca pode ser completa (ou pelvipodállca) ou
nlo placentário (prínclpal hormônio conlra-in- incompleta (modo de nádegas ou agriplna;
sulfnico). modo de pé).
Alternativa E: INCORRETA. ~o problema metabólico Altornatlv• O: INCORRETA.Na apresentação pélvica,
mais comum na gestação e tem prevalência en- a linha de orientação é o sulco interglúteo e o
444 Prtparatório para Rtsidêncl.l Mtdlca SUS/SP

ponto de referência é o sacro. REHR!N<IAS


Alttmativl E: CORRETA. Na apresentaç~o deRetida 1. Zugaib M, Uao AW. Brizot ML. Carvalho
de 2• grau (fronte), o ponto de referência fetal MHB, Bundukl V. Medidna Fetal. 3. ed. São
é a glabela (raiz do nariz). Paulo: Atheneu, 2012.
2. Zugalb M, Francisco RPV, vários autores.
Zugaib: Obstetrícia. 3. ed. Barueri, SP: Ma·
nole, 20 16.
Tem contraindicação absoluta para o 3. Zugaib M, Francisco RPV, Bittar RE. Pro·
2O parto vaginal tocolos assistenciais, cliníca obstétrica,
FMUSP. S. ed. São Paulo: Atheneu. 201 S.
® doença hipertensiva específica da gesta· 4. Zugaib M, Francisco RPV. vários autores.
çáo. Zugaib: Obstetrícia. 3. ed. Baruen. SP: Ma·
(B) cesárea anterior com dcatrlz segmentar. nole, 2016.
© placenta de inserção marginal sem sangra- S. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de
menta. Atenção â Saúde. Departamento de Ações
@ descolamento prematuro de placenta Programáticas Estratégicas. Gestação de
quando o feto estiver vivo. alto risco: manual técnico. 5. ed. Brasllia:
® arritmia cardíaca maternal. Editora do Ministério da Saúde, 20 12.
6. materno misto ou parcial.
Alttrnotlva A: INCORRETA. Na doença hipertensiva 7. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de
especifica da gestação, pode ser realizado Atenção à Saúde. Departamento de Aten-
parto vaginal, mesmo nas formas graves; índi- ção Básica. Saúde da criança: aleitamento
ca·se cesárea apenas quando há eclãmpsia ou materno e alimentação complementar. 2.
síndrome HELLP com indicação de Interrupção ed. Brasília: Monistério da Saúde, 2015.
da gestação e as condições cervicais não 8. Brasil. Ministério da Saúde. Parto, aborto
favorecem o parto vaginal. e puerpérlo: assistência humanlzada â
Alternativa 8: INCORRETA. ~ indicaçao absoluta para mulher/Ministério da Saúde, Secretaria de
cesárea a cicatriz uterina prévia longitudinal. Polltlcas de Saúde, Área Técnica da Mulher.
Se apenas uma cicatriz uterina segmentar. não Brasília: Ministério da Saúde, 2001 .
há contralndicação ao parto vaginal, pois a 9. Brasil. Ministério da Saúde. CONITEC:
chance de rotura uterina é baixa. Cicatrizes de Comissão Nacional de lncorporaç.áo de
miomectomia ou miometrectomia promovem Tecnologias no SUS. Diretriz Nacional de
enfraquecomento do miométrio, representao· Assistência ao Parto Nonmal. Brasília: Mí·
do também motivo de impedimento ao parto nistérlo da Saúde, 2016.
vaginal pelo maior risco de rotura uterina. 10. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de
Alternativa<: IN<ot!RETA. Placenta prévia centro-to- Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégi·
tal e/ou associada a acretismo placentário sáo cos. Departamento de Gestão e lncorpo·
indicação de parto cesáreo; nos demais casos, ração de Tecnologias em Saúde. Diretrizes
a via vaginal é aceitável. nacionais de assistência ao parto normal:
Alternativa 0: CORRETA. Embora nem sempre seja versão resumida. Brasllia: Ministério da
obrigatório realizar operação cesariana nos ca· Saúde, 2017.
sos de DPP. a via abdominal é indicada sempre 11. World Health Organization. Diagnostic Cri·
que o feto estiver vivo e for viável. teria and Classification of Hyperglycaemla
Alttmativa E: INCORRETA. A maioria das cardiopa· First Detected ín Pregnancy, 2013.
tias não contra indica parto vaginal; apenas 12. HAPO Study Cooperative Research Group,
pacientes com coarctação de aorta e slndrome Metzger BE. Lowe LP. Dyer AR. Trimble ER,
de Marfan devem evitar a via vaginal. Chaovarindr U, Coustan DR. Hadden DR.
McCance DR, Hod M, Mclntyre HD, Oats
JJ, Persson B. Rogers MS, Sacks DA. Hyper·
glycemia and adverse pregnancy outco-
mes. N Engl J Med. 2008;358( 19):199 1·
2002.
2018 445

® Terciária e quaternária.

PREVENTIVA- JULIANO ARAÚJO Alternativa B: CORRETA. Conforme o enunciado em


questão o indivíduo portador do Vírus HIV-1
encontrava-se assintomático, sendo assim a

21 (SUS - SP 2018 ) Paciente infectado pelo


HIV-I, assintomático, encontra-se em
programação para início de tratamento ant ir-
pesq uisa do antígeno criptocócico tem papel
de RASTREAMENTO. O rastreio é um modali-
dade de p revenção SECUNDÁRIA (Diagnóstico
retroviral. O médico solicitou teste para iden-
Precoce para m inimizar sequelas).
tificar a p resença de antígeno criptocócico, o Alternativa A: INCORRETA. A p revenção PRIMÁRIA
qual foi positivo. O requerimento desse exame (conforme leavel e Clark - vide tabela abaixo)
laboratorial é u m exemplo do(s) n ível(is) de
consiste em reconhecimento d os FATORES
prevenção DE RISCO para p revenir o surgimento de uma
doença.
@ Primária. Alternativa C: INCORRETA. A prevenção TERCIÁRIA
® Secundária. t em com enfoque a REABILITAÇÃO do indivíduo.
© Terciária. No enunciado da questão observamos um indi-
@ Quaternária. víduo ASSINTOMÁTICO. Em questões d e p rova
os enunciad os de Prevenção TERCIÁRIA certa-
ment e descreverão uma doença prévia seguido
de med idas com intuito d e ganho de funcionali-
dade (Fisioterap ia, Próteses. órteses e afins).
Alternativa D: INCORRETA. A Prevenção QUATERNÁ-
RIA tem surgido com muita força nas provas
de Residência! Tal n ível d e p revenção consiste
no conj unto de ações que visam evitar danos
associada às intervenções médicas e de outros
profissionais da saúde como excesso de medi-
cação, ciru rgias mal indicadas ou exames des-
necessários.
Alternativa E: INCORRETA. Como dito nos itens ante-
riores, a prevenção Terciária está associada aos
conceitos de Recuperação/Reabilitação (Fisio,
próteses, órteses e afins). Na sua p rova d e residên-
cia a você deve associar o conceito de Prevenção
Quaternária ao cuidado de EVITAR IATROGENIAS
(Med icamentos - Cirurgias - Exames)!

QUADRO I
A promoção da saude e os nNe•s de prevenc;<1o segundo Leave-11 & Cl.ark ( 1965)
A pr'OI'nOÇio da uUde ~como~ ~na.c:onfu~indoose ccwn a pte~ ~i
prouçio t$9t(.ll'ig (v.aclluçio. pot tatm~. ~· a IMÕdll ,_-als,MuutNu.q.~~ ~m

_,
PrimAria (promoçio
cbulidlt•~
~.. a res.bt.6nca e o ~tar pnllb indMduoJ {compot'tllrl'ltf'J atmMtates.. exetôcio lilito
• ~ c.ot~~ dl eWUM,nio ~t~~tMio de drop ou d• ~).r-a .,e fftlsum i1 .,._$Õel
dos ll(tftles..T.atnb6m 6~: ~i!O a llo('6ts de orienu(io para cuí<bdos com o atl'lbt'Mte. para que eue
nio ~ o~ncodl ~tas~ (co~IM!ItoS h~Jiinlcos tebc~c~Ndo5 i
hab~Qcf.o e aos e.ntornos).

E~ enrntps pop~~laclotiM pano dlulc:<io pt't(~ dt ~como por ~o muoontntc>


Se<'undtr'ia (!lqnóWco de c:irlcer de coto utentiO. Tatnbêrn contempla a('6es com inci!WdUO& doeflw ou acl6tnc:adl» com
•cnwnenco~ dt1&J'IO'tlcol c~ pua .,e M curem OUifllnt4111ium~ ~ udlos.,~QIIeb
lll'rita(iO dl iiWII!du) tomplic:aQ!in e IIIOtUS prMIIWI'1il. lttO H di P<"' melo de prioeU dinieu ~ e Õf ~(io em
uúde.~ a adoçiafmodlnça de CO"IIJIOI' Dl!o,..!OS (alifNflotei, auridades li5ica5 ete.).

Contlltt no tvidlGo de s...;e.cos com Mqudib de doenCu ou acidtl'ltH. v11ando a ~o ou a


Terc:l.iril (rnbiiiQ(IO)
*NnUtenÇio em equllibrio kwlcioNI.
446 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

na, a vacinação não ocorre em todos os municí-


22 (SUS - SP 2018) Segundo o Min istério da
Saúde do Brasil, o esquema vacina! de
20 17 para febre amarela consiste em dose
pios~ Fonte: http://portalms.saude.gov.brl
Alternativa C: INCORRETA. Novamente a questão
comete o equ ívoco em repet i r a vacinação. A
@ únka, a partir dos 9 meses de idade. Faixa e tária de 9 m eses está correto. Uma d ica
® dupla, a partir dos 9 meses de idade. de p rova de ouro é a ad min istração da vacina
© a cada 1O anos, a partir dos 9 meses de ida- 1O DIAS ANTES da d ata de part ida para á reas
de. de Risco.
@ únka, a partir dos 12 meses de idade. Alternativa 0: INCORRETA. A q uestão acertou na
® a cad a 1O anos, a parti r dos 12 meses de DOSE ÚNICA. Errou ao afi rmar o in ício com 12
idade. m eses de vida. Para ganhar conteúdo pa ra sua
prova, revi se as CONTRA-INDICAÇOES DAVA-
Alternativa A: CORRETA. Questão direta sobre vaci- CINA:
nação! Não há o q ue titubear. A Vacina da Febre Pessoas com i munossupressão secundária
Amarela, previamente apresentava reforço com à doença ou terapias.
1O anos, passou a ser DOSE ÚNICA! Segue abai- lmunossupressoras (quimioterapia, radio-
xo a tabela que resume as vacinas em todas as terapia, corticoides em doses elevadas).
faixas etárias. Paciente s em uso d e m ed icaçõ es anti-me -
Alternativa 8: INCORRETA. A Vacina de Febre Ama- tabólicas ou medicamentos modificadores
rela, em qualquer faixa etária que o indivíduo do curso da doença (ln fliximabe, Etaner-
fo r imunizado, não necessita d e dose de reforço cepte, Golimumabe, Certo lizumabe, Abata-
e m 1O anos (ant igament e era dessa fo rma). Re- cep t. Belimumabe, Usteq ui numabe, Cana-
vi se as áreas nas q uais a vaci na da Febre Ama- quinu mabe, Tocilizumabe, Ritoximabe).
rela é Ofertada: Transplantados e pacient es com doença
"A vacinação de rotina para febre amarela é ofer- oncológica em q ui mioterapia.
tada em 19 estados (Acre, Amazonas, Amapá, Pessoas q ue apresentaram reação de h iper-
Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Distrito Fe- sensibilidade grave ou doença neu ro lógica
deral, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, após d ose p révia da vacina.
Bahia, Maranhão, Piou/, Minas Gerais, São Paulo Pessoas com reação alérgica g rave ao ovo.
(SUS-SPCai na prova!!), Paraná, Rio Grande do Sul Pacientes com h istória pregressa de doença
e Santa Catarina) com recomendação para imu- do t imo (miastenia g ravis, ti moma). (Fonte:
nização. Vale destacar que na Bahia, Piauí, São M inistério da Saúde).
Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catari-
..,.,., ......
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2018 447

(SUS · SP 2018) Um programa de rastrea· 5. Os exames que detectam a condição clínica no


23 mento de um problema clínico será im-
plantado e, para tanto, é
estágio assintomãtico devem estar disponiveis,
aceitáveis e confiáveis;
6. O custo do rastreamento e tratamento de uma
@ dispensável a avaliação da magnitude, condição clínica deve ser razoável e compatível
transcendência e vulnerabilidade da doença. com o orçamento destinado ao sistema de saúde
como um todo;
® necessário que a história natural da doença
seja conhecida. 7. O rastreamento deve ser um processo contínuo
© precíso que a doença não possa ser diag- e sistemático.
nosticada em estágio pré-clínico (assintomáti·
co)./ Fonte: Rastreamento I Ministério da Saúde, Secreta·
@ importante que o benefício da detecção ria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção
e do tratamento precoce com o rastreamento Bãsica.- Brasí1ia: Ministério da Saúde, 20 10.
seja menor do que se a condição fosse tratada
no momento habitual de diagnóstico. Alternativa A: INCORRETA. Conceitos como magni-
® irrelevante se o rastreamento é um proces· tude (dimensão coletiva), Transcendência (im-
so contrnuo e sistemático. pacto no Coletivo) e Vulnerabilidade (capacida-
de de evitação) são de grande relevância nos
Para consegui r rastrear uma doença silenciosa programas de rastreamento.
é necessário que a mesma deixe NPistas''. O en- Alternativa C: INCORRETA. Se a doença não pode ser
tendimento da história natural de um acometi- diagnosticada no estágio pré-clfnico (assinto-
mento é imprescindível para o seu diagnóstico mática) não há sentido no Rastreamento (Bus-
precoce. A seguir na tabela as orientações para car pistas de uma doença ainda não manifesta).
um bom programa de rastreamento conforme Alternativa 0: INCORRETA. O Benefício do rastrea-
o Ministério da Saúde. mento tem que ser superior ao tratamento no
momento do diagnóstico. Se o Benefício do
rastreamento não compensar (custo, invasão
Para a implantação de programas de rastreamen 4

to, o problema clinico a ser rastreado deve atender


do exame) é melhor realizar o diagnóstico ha-
a alguns critédos, a seguir: bitual e usar as medidas conhecidas de trata-
mento no diagnóstico.
1. A doença deve representar um importante pro-
blema de saúde pública que seja relevante para a
Alternativa E: INCORRETA. Não adianta começar um
população, levando em consideração os conceitos processo de rastreamento, o mesmo mostrar
de magnitude, transcendência e vulnerabilidade; benefício e depois suspender! O que seria da
MQf}f/i«Jdc:rc>fete-se Qd~nsiJoc<*rivQ c rpJd~g•co doprob/~ popul aç~o que se beneficiária de tal ação? A
ma, ~m tdoç.ão aos dt!lnais ptoblmxn.. ogroi'OS t: domçm promtes
110 popt~forcJo tr»qurttdo tr1ottldo tm ~,a/ em teunos de prtW'I.Yn- sistematização do rastreio é de grande relevân-
do e •rKidhlciQ, em cOf'l'lP(J~c1o com ovrros p.robkmcu. ogrovos oo cia. lmagina se numa determinada localidade o
dot~<JS)
TronKf'lldêncJ<J: rtf~re $e oo impcrct.o produzido IIQ çomunidQtk ~ médico opta-se por oferecer mamografia quan-
doenço em q~tõo e ptorupôe ovr.r6oçâo wr/omtivo e sigDifitotiwJ do desejasse!! Muitas mulher poderiam não se
dos tq,os de cCIId•(ót.S.. ou dos /ob«ls erdrios, ou dos rJpcs de d<.lnos e
wos coosequblao.s beneficiar de tal rastreamento!
VI.Afl'l('to()iri~: refCNt<~ ó <op(J(ido(k e probobilld<lde (k e'l'it0('4o
do doenfQ. ou tk diognwe J"«<C4! e de llotomtnta. dt: <KOrdo com
I Resposta: ®
o lt<'ttOiogkl(t/uo

2. A história natural da doença ou do problema clf·


nico deve ser bem conhecida; Considere a tabela abaixo, referente a nú-
mero de resultados de teste para diagnóstico
3. Deve existir estágio pré-<:línico (asslntomático)
bem definido, durante o qual a doença possa ser de uma doença, para responder às questões de
diagnosticada; números 14 e 15
.._. ,....
.,.,_

--...
4. O beneficio da detecção e do tratamento pre ~ -.ultm

coce com o rastreamento deve ser maior do que ~ 110Yo ..::


... .. ~ ,..
se a condição fosse tratada no momento habitual • ,..
de diagnóstico; , •• "'
"' H• 1000
443 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

(SUS · SP 2018) A prevalência da doença é


24 de:
Porcentagem (%): Em prova multiplica p or 100
(1 o')!!! 0,005 X 100 = 0,5%.
I Resposta: @
@ 0,50%.
® 0,63%.
© 2.45%. (SUS • SP 2018) Para cada doente, o número
@ 2,51%.
® 5,0%.
25 aproximado de "alarmes falsos• é de:

@ 20.
Não se apavora com questão de cálculos! Na ® 40.
prova geralmente como não há uso de disposi- © 80.
tivo eletrônicos o cálculo será SIMPLES! Vamo s @ 160.
Revisar a tabela relação Doença x Teste: ® 200.

--....
_ l loTMie
......
....:::::.·!,~
,_
...
Copia a Tabela Mágica!ll Fica Alerta que a ques-

--.. -
, ... - - : : ......1
tão pede o "Número Aproximado"!!!
' "'
, o
..."' "' """"" ,_

- ~~=.M'JU
•r....
'
,..... ...
N • 1000
-'biiiUdlil•ltO'IIo

'o
DOENÇA EM "AVALIAÇÃO"... DMenha sempre essa
tabela na prova!!!
,
' ... "'
N • 1000

DOENÇA EM "AVALIAÇÃO~.. Desenha sempre Msa


RESUL·
DOENÇA DOENÇA .____ tabela na prova!!!
TADODO TOTAL
PRESENTE AUSENTE RESUL-
TESTE DOENÇA DOENÇA
VERDA-
TADO DO TOTAL
FALSO PRESENTE AUSENTE
DEIRO TESTE
POSITIVO POSITIVO VP+FP
POSITIVO FALSO POSI-
(FP)
(VP) VERDADE I· TIVO(FP)
VERDA· POSITIVO RO POSin· "Alarme Fal· VP+FP
FAl SO VO(VP) so da Ques-
NEGATI· DEIRO
NEGATIVO FN +VN
vo (FN)
NEGATIVO tão"
(VN) FALSO NE· VERDADEIRO
NEGATI· FN +
VP+FP+· GA T IVO N EGATIVO
TOTAl VP+FN FP+VN vo (FN) (VN)
VN
FN+VN
v p +.
TOTAL VP+FN FP+VN Fp +.
.. . A questão pede a Prevalência da Doença!!!
FN+VN
Lembre-se:

Prevalência: Casos Novos+ Casos Antigo (Casos Quem são os Doentes? Os Verdadeiros Posití·
todos da doença) I População em determinado vos (VP) e os Falso Negativos (FN). Olha na Ta·
tempo. bela acima. Qual a resposta? s individuas!
A questão p ede a relação para cada DOENTE
Vamos coletar os d ados da tabela da Questão: quantos "alarmes falsos = Falso Positivo~ Na ta-
bela acima o valor é 199... Ent ão Regra de 3!!!
Casos da Doença: Verdadei ros Positivos +
Falso Negativo: 5 na questão (Usa a tabelalll) 5 doentes -----· 199 alarmes falsos
População: 1000 individuas. 1 doente--·---· x
Ficou Fácil: = = =
5x 199 .. . x 199/5 39,8 ·> Aproximada·
Prevalência: 5/1000 = 0,005 (não achei esse re- mente40.
sultado nas alternativas!!) I Resposta: ®
2018 449

(SUS · SP 2018) Segundo a Nota Técnica (SUS · SP 2018) Sobre o rastreamento de


26 Conjunta no 001/2015, do Instituto Na-
cional do Câncer e do Ministério da Saúde do
27 câncer de próstata, segundo o Ministério
da Saúde do Brasil, é certo que:
Brasil, o câncer de maior letalidade na popula·
ção masculina brasileira é de: 0 não apresenta risco de excesso de diag-
nósticos.
0 cólon e reto. ® as evidências científicas atuais demons-
® próstata. tram que têm impacto relevante na taxa de
© estômago. letalídade da doença.
@ traqueia, brônquios e pulmão. © a estratégia do teste de antígeno prostá-
® fígado e vias biliares. tico - PSA é boa, pois este teste não produz
resultados falso-positivos.
I Resposta: @ @ não há recomendação para sua organiza-
Questão direta do tipo "soco no queixo". Para ção em programas.
facilitar o candidato iremos reproduzir itens ® não acarreta risco de excesso de trata-
importantes desta nota técnica. A quem inte· mentos.
ressar a leitura na integra segue o link abaixo.
Questão tranquila... Fica esperto no "segundo
h ttp:// porta I arq u ivos.sa ude.gov.br/i m age s/ Ministério da Saúde'. No Caderno de Atenção
pdf/20 15/novembro/09/lnteg ralidade-sa--de- básica sobre rastreamento, o MS se manifesta
·homens.pdf da seguinte forma:
·o nível de evidência ainda é insuficiente para
Este gráfico responde a questão evidenciando tecer recomendações a favor ou contra a ado-
que as neoplasias de Traquéia, brônquios e pul- ção do rastreamento para o câncer de próstata
mão foram os principais responsáveis por óbito em homens assintomáticos com idade inferior a
na população masculína. 75 anos. Não hd evidências que essa prática seja
Crlofko 1 • fru~h oh õbi!GI pdM, f'l'lnd p.k tlpolf dt M6pl..l• -ucn•
eficaz. ou as evidências são pobres e conflitantes
mtr•• * ll<'lpolb(lll lll• -lill• '"' ilrfl~il - ltl l, e a relação custo-beneficio não pode ser determi-
nada Grau de recomendação r.
..=~-- "Em consonância com as evidências científi-

- cas disponíveis e as recomendações da OMS,

l 1111".1-.-I
a organização de ações de rastreamento para
o câncer da próstata não é recomendada. Ho-
mens que demandem espontaneamente a rea-
:t-
--- - ·- -·- - ~ -=-- -=--
lização do exame de rastreamento devem ser
informados por seus médicos sobre os riscos e
benefícios associados a essa prática e posterior-
mente definirem em conjunto com a equipe de
Vamos explorar outros dados do documento... saúde pela realização ou não do rastreamento.
Olha qual grupo de doenças •matou mais~ .. Alternativa A: INCORRETA. Sair pedindo PSA "louca-
Aparelho Circulatório (AVC, IAM e Afins!!) mente" pode levar ao diagnóstico de tumores
r.n.._ • ~.,..._...,. ..,..._." 1 r,.,.,..-. ~"'* •"'" • de crescimento lento, pouco agressivos que
........ _..... .. ...,.n
--... Mil. muito menos levariam a morte:
~ história natural do câncer da próstata não é

.-. ____ -- 6.. ............


"" compreendida na sua totalidade. Essa não é uma
.. doença única, mas um espectro de doenças, va-

- . __ ..- • .
~-(MA
..._._.....
-
.._.,._....
......... ~-~- ........-~
.....,.._
~

....--
·~
riando desde tumores muito agressivos àqueles
de crescimento lento que podem não causar sin-
_ .;__
1.-: M~VM>A!IIS • S... de 111~ .-..........
AftHOI-lS4c . . . .l ..
- .-.
tomas ou a morte~
Alternativa 8: INCORRETA. O Programa de Rastreio
para Câncer de próstata foi descontinuado de-
450 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

vido o baixo impacto sobre a mortalidade associado ao excesso em investigações e tratament os


desnecessários.
Alternativa C: INCORRETA. Não existe teste perfeito! O PSA sofre diversas influências, e vamos rever as
causas de fal sos positivos: 1. Hiperplasia p rostática Benigna. 2. Prostatites. 3. Traumas genitais.
Alternativa E: INCORRETA. O excesso de diagnóstico e o tratamento desenfreado do cãncer de prós-
tata pode ter um im pacto negativo da população mascul i na. O procedimento ci rúrgico mal
indicado pode levar a d isfu nção erétil, i nfecção e com plicações abdomi nais (perfurações) que
p ode leva r a óbito.
I Resposta: @

(SUS - SP 2018) Segund o o Guia de Vig ilância Epidemiológica do Ministério da Saúd e do Brasil
28 (2017), um Paciente com feb re de inicio súbito maior que 38,S •c e artralgia ou artrite inten-
sa d e início agudo, não explicado po r outras condições, sendo resident e ou tendo visit ado áreas
endêmicas ou epidêmicas até duas semanas antes do inicio dos sintomas, ou que tenha vinculo
epidemiológico com caso importado confirmado, é caso suspeit o de doença causada pelo vírus

® Zica.
® Dengue.
© Chiku ngunya.
@ Mayaro.
® Rocio.

Discordamos p lenamente deste gabarito e seria muito tranquilo a elaboração de recurso respaldado
na tabela de diagnósticos diferenciais do Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde
(Vide abaixo). Os seguintes trechos da questão nos levam a hipótese d iagnóstica de Chíkunguya

Quadro 1 - Diagnôstico diferencial dengue versus Zika versus chikungunya

D•nguo I Zlk<*
.....
S1na1$/S1ntamas I I Ch1kunguny"'

F~br~ otltol
Sem febre ou subftbril (~33"'C) Ftbr• '"•
(>38"C} (>38'0
1·2 dias s.ubfebril
Out;)Çio 4--7 diots 2•)di1tS
R.ash <vt!neo Surge a partir do 40 cfta Surge no lo ou 2o dia Surge entre 2 eStias
ftequk'!Qêl 30 a 50% dos c.asos 90 a 10~ dos casos SO% dos casos
M.algla (frequ~nda) + ++ ++ +
Artralgi• (frequinci•) + ++ + ++
.....
-
lntcns.dõKI• d• dor •rtxulo~r l.~moctw.cr. Modqr;KI~ntens•

Ed<em.a d• •rUtul~
Conjunti>Ate
Cefaleia
..,.
R.aro

+ ++
Frequ~nto o do~ i.nt~

SOa ~dos c.asos


++
Frequ~t• • do mod9r.ldo • int9nJO

++
Htpertrofia ganghONr + ++ + + +
Oneras•• hemorrjgic4 + + Au!t«lte +
Ruco de morte + ++ +. + +
Al;omctim~to neurol6gKO + ++ + + +
lfUCopeNil +++ +++ +++
Linfopenia InComum Incomum Frequente
lrornbodtopet'lia +++ Aus.nte ( raro} ++

Fon-1e •.co•<o.Gt-o(2016)
•Podf h~• ..sco dt ~ no.utot ~<OomO • si~ dot c;u,..."'.,..,... (S<il) dt<o.....-ft 6tlll.t, o... Pl•• <r...-.çM com """OI~
(~- QirfYf'S
2018 451

Alternativa A: INCORRETA. Discordamos do gabari to tratamento padrão e 90,6% dos pacientes que
devido a manifestação de feb re baixa na Zika e receberam 600 mg do tratamento controle ti-
as manifestações articulares serem menos exu- nham atingid o o d esfecho primário do estudo
berantes que na Chiku ngu nya. (diferença - 0.6, intervalo de confiança 9 5%
Alt•rnativa 8: INCORRETA. Apesar da Febre alta - 5.2 a 4.0; P =0.72):
presenta na dengue, a manifestação artrite
é menos comum se comparado aos casos de @ 1.
Chiku ngunya. ® 2.
Alt•rnativa C: CORRETA. •febre de início súbito maior © 3.
que38.s•c @ 1 ou 2.
•artralgia ou artrite intensa de inicio agudo~ ® 2 ou 3.
Alternativa D: INCORRETA. A febre de Mayaro é uma
infecção causada pelo vfrus Mayaro (MAYV), o Não se assusta com essa questão.. . Resp ira
qual é transmitido tipicamente pela p icada d o fundo! Conhecend o a figura padrão abaixo fa-
mosquito Haemagogus. cilmente você conseguirá responder TODAS as
O p onto nesta alt ernativa que a torna incorreta questões destes gráficos:
é o infcio das manifestações cli nicas apõs a p i-
cada do mosquito: •Ap õs a picad a d o mosquit o
infectad o, os sintomas iniciam geralmente de 1
a 3 dias após a infecção .. .'
Alternativa E: INCORRETA. O vírus Rócio compõe IIMto-t* .... I ieoloilo>clo

--~
-~··'" !·!•,•''""!!!.".,,..----
um gru po responsável por manifestações de
sistema nervoso Central que não são descritar T·C
na questão:
•Após o perlodo de incubação, que variava de 7 •
a 14 dias, os doentes apresentavam inicialmente
febre, cefaleia, anorexia, náusea, vômitos, mial- C•-

fi1ur& 1 T Cut~t'f'C« ( contiOit' T é S~IQf ~ ( W O •rc.~\Q


gia e mal-estar, e progrediam para sintomas de conNn(• d.l dltftnÇJ~ Situar-~ lr'lttorarnentt ~ d•fflta dt lftO. n~~
tardios indicativos de encefalite, como confusão u'tfer!OI' st •nte.rarnen~ à cktoO dt ·M ttqi.Waleo<t se OOI'IIJdo 1'13 lON
dt' rqu1YJI'MC:u. mlle ·Me .-M
mental, distúrbios motores~ irritação meníngea,
síndromes cerebelares e convulsões~ Fonte: Revisão de estudos clínicos de não-infe-
I R•sposta: @ riorid ad e - PintoVF. J Vasc Bras 20 10, Vol. 9, No 3

O estudo em questão é de não INFERIORIDADE.


(SUS · SP 2018) Analise a seguinte figura, Relemb re o enunciado:
29 ond e 1, 2 e 3 rep resentam diferentes ti-
p os d e desenhos de ensaios clínicos randomi-
~.. 90% dos pacientes que receberam 400 mg do
tratamento padrão e 90,6% dos pacientes quere-
zad os: ceberam 600 mg do tratamento controle tinham
atingido o desfecho primário do estudo (diferen-
ça -0.6, intervalo de confiança 95% -5.2 a 4.0; P
=o.nr
O valor de P=0.72 mostra que não houve dife-
,_.,..... . . . .. ' _ O ÕI:do ·I~ 1-l-tt--Jr---- rença estatística entre os 2 tratamentos (Padrão

l •Ç ~ J
x Controle). Sendo assim o t ratamento Controle
não é INFERIOR.
·• o ••

Segue trecho do Artigo acima citado:


Corresponde ao tipo d e desenho de um estud o ·uma definição apropriada para os estudos de
cujos resultad os indicaram, às 96 semanas, que não-inferioridade deve indicar que estes são desti-
90% dos pacientes que receberam 400 mg d o nados a estabelecer se um novo tratamento não é
452 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

menos eficaz que um tratamento padrão, por mais que uma margem de tolerância fixada previamente e
denominada margem de não-inferioridade (M).
Nesses estudos, a hipótese nula é a de que o tratamento em investigação é inferior ao controle por uma
diferença maior ou igual a M, e a hipótese alternativa é a de que a diferença entre tratamentos é menor
que a margem.
Ométodo de escolha para a análise dos estudos de não-inferioridade consiste na construção de interva-
los de confiança, usualmente de 95% (IC95%). O tratamento é declarado não-inferior se o limite inferior
do IC95% da diferença entre tratamento e controle não incluir o valor da margem especificada."
I Resposta: ®

(SUS - SP 2018) A Portaria no 204 de 2016, do Ministério da Saúde do Brasil, define a Lista Na-
3O cional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública em todo
o território nacional. São doenças de notificação imediata (,; 24 horas):

® Sarampo e leptospirose.
® Cólera e tuberculose.
© Sífilis congênita e rubéola.
@ Dengue-casos e dengue-óbitos.
® Febre maculosa e esquistossomose.
Alternativa A: CORRETA Não adianta evitar! Sim elas devem aparecer na sua prova!!! Doenças de noti-
ficação compulsória!!! A questão cobra um subgrupo delas!!! NOTIFICAÇÃO IMEDIATA .. . Questão
d ireta!!! Comece memorizando as doenças de notificação imediat a:
Lista Nacional de Notif.cação Compulsória

N° DOENÇA ou AGRAVO (Ordem alfabética) Periodicidade de notificação


Imediata (até 24 Semanal"
horas) para•
1- MS S ES SMS
a. Acidente de trabalho com exposição a
1 material biológico X
b. Acidente de trabalho: grave, fatal e em
X
crianças e adolesoantes
2 Acidente por animal peçonhento X
Acidente por animal potendalmente
3 transmissor da raiva X
- 4
-Botulismo - r--
X X X
5 Cólera X X X
6 Coqueluche X X
7 a. Dengue - Casos X

~ _ xX
b. Dengue - Óbitos X
8 Difteria X
9 Doença de Chagas Aguda X X
10 Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) X
a. Doença lnvasiva por "Haemophilus
11 lnfluenza• X X
2018 453

a. Doença lnvasiva por "Haemophilus


11 lnfluenza• X X
b. Doença Menlngooóclca e outras
meningites X X

12 Ooenças com suspeita de disseminação X


-X X
- --
intencional: a. Antraz pneumónico b.
Tularemia c. Varfola
13 Doenças febris hemorrágicas X X X
emergenteslreemergentes: a. Arenavírus b.
Ebola c. Marburg d. Lassa e. Febre purpUrica
brasileira
14 a. Doença aguda pelo vfrus Zlka X
b. Doença aguda pelo vírus Zlka em geslante X X
c. Óbito com suspeita de doença pelo vfrus -
r-
X X X
Zika
15 Esqulstossomose X
16 Evento de Saúde Pliblica (ESP) que se X X X
constitua ameaça à saúde pública (ver
definição no Art. 2' desta portaria)
Eventos adversos graves ou óbitos pós-
17 vacinação X X X
18 febre Amarela X X X- r
19 a. Febre de Chikungunya X
b. Febre de Chlkungunya em áreas sem
transmissão X X X
c. Óbito com suspeita de Febre de
-
X X X
Chikungunya
Febre do Nilo Ocidental e outras arbovlroses
20 de importância em saúde pública X X X
21 Febre Maculosa e outras RlqueUsloses X X X
22 - Febre Tifoide - X X
23 Hansenfase X
24 Hantavirose X X X
454 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

25 He paUtes vlrais X
26 HIV/AIDS · Infecção pelo Vírus da X
lmunodeficiência Humana ou Síndrome da
lmunodeficiêncla Adquirida
27 Infecção pelo HIV em gestante, parturiente ou X
puérpera e Criança exposta ao risco de
transmissAo vertical do HIV
Infecção pelo Vírus da l munodeficiência
28 Humana (HIV) X
lnfluenza humana produzida por novo subtipo
29 vira I X X X
30 Intoxicação Exógena (por substancias X
qufmicas, incluindo agrotóxicos, gases
tóxicos e metais pesados)
31 Leishmaniose Tegumentar Americana X
32 leishmaniose Visceral X
33 leptospirose X
34 a . Malária na região amazônica X
b . Malária na regiao extra Amazônica X X X
35 X
Óbito: a. Infantil b. Materno
36 Poliomielite por poliovirus selvagem X X X
37 Peste X X X
Raiva humana X X X
38
39 Sfndrome da Rubéola Congênita
- r-
X X X
40 Doenças Exantemáticas: a. Sarampo b. X X X
Rubéola
41 X
Sifilis: a. Adquirida b . Congênita c. Em
gestante
42 Sfndrome da Paralisia Ffáclda Aguda X X X
43 Síndrome Respiratória Aguda Grave X X X
associada a Coronavírus a. SARS.CoV b.
MERS- CoV
44 X
Tétano: a. Acidental b. Neonatal
45 Toxoplasmose gestacional e congênita X
46 Tu b e r c u I os e X
47 Varicela -caso grave internado ou óbito X X
48 a. Violência doméstica e/ou outras violências X
.. . . . .. ..
2018 455

(SUS- SP 2018} Uma epizootia de febre amarela em um primata, associada à evidência de cir-
31 culação vira! em vetores, outros primatas não humanos, ou humanos, no local provável de
infecção, é classificada como:

@ em investigação.
® confirmada, por critério laboratorial.
© confirmada, por vínculo epidemiológico.
@ indeterminada.
® descartada
Alternativa C: CORRETA. (confirmada, por vínculo epidemiológico}. Segue o Trecho do Guia de Vigilân-
cia epidemiológica do Ministério da Saúde:
Epizootia confirmada para f"br" amar"la
Por laboratório- resultado laboratorial conclusivo para a febre amarela em pelo menos um animal
do LPI.
Por vínculo epidemiológico - epizootia em primata associada â evidéncia de circulação vira) em
vetores. outros primatas ou hwnanos no LPI. Devem ser considerados o tempo e a área de detec-
ção, avaliando caso a caso, em conjunto com as Secretarias Estaduais de Saúde (SES) e a Secretaria
de Vigilância em Saúde (SVS}.

Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológico Ministério da Saúde - 2017

Alternativa A: INCORRETA. Segue o Trecho:


Epizootia em primata "em investigação ..
Morte de macaco. constatada em iO\'estigaçâo locaL com coleta de amostras do animal objeto da
notifiçaç'o ou com coLeta de amostras sec:undârias na investigaçio (amostras de primatas remanescentes
da lirea, rootactantes do animal doente ou morto). Adidon-almente, a lnvestlgaçao na área do LPI pode
reunir amostr'd..S indiretas para tontríbulrem na investigação, tais como vetores para pesquisa dt ,.frus,
casos humanos s:inlom~ticos ou indivfduos ass:intomiticos não vacinados. identificados na busca ativa

Alt•rnativa B: INCORRETA: Segue o trecho:

Epizootia confi rmada para f"br" amar"la


Por laboratório- resultado laboratorial conclusivo para a febre amarela em pelo menos um animal
do LPI.

Alt•rnativa D: INCORRETA: Segue o trecho:

Epizootia ind"t"rminada
Rwnor do adoecimento ou morte de macaco, com histórico consistente, sem coleta de amostras para
diagnóstico laboratoriat lnduem se nessa dassificação aque]es eventos em que a investigação epidemio-
4

lógica não reuniu amostras para investigação da causa da epiz.ootia.

Alternativa E: INCORRETA.

Epizootia d@scartada para f"br" amar"la


Resultado laboratorial negativo para febre amarela ou com confirmação de óbito por outras causas.
4ló Preparatório para Residencl.l Medica SUS/SP

(SUS • SP 2018) Na Guia de Vig;lãncia Epi· sículas em região de boca que evoluem com
32 demiológica do Ministério da Saúde do
Brasil (20 17), a seguinte definição Paciente com
erosões.

quadro discreto de febre moderada, de inicio


súbito, que dura de 2 a 3 dias, e sintomas ge·
nerallzados inespecíficos (mal-estar, adinamia,
anorexia, cefaleia e outros) e erupção cutânea
pápulo·vesicular, que se inicia na face, couro
cabeludo ou tronco (distribuição centrfpeta·ca-
beça e tronco), corresponde a caso suspeito de

® varicela.
® mononucleose infecciosa.
© doença mão·pé·boca.
@ doença herpética. Alternativa D: INCORRETA. A Doença herpetica evo·
® herpangina. lui com lesões vesiculares dolorosas.

Amigo candidato! Questão de doença exan·


temática você tem que ler e imaginar a lesão.
"Erupção Cutânea pâpulo • vesicular•; "Oistri·
buiçâo Centrípeta•. Veja a imagem abaixo (Fi-
cou fácil agora Marcar VARKELA).

i
I

Alternativa E: INCORRETA. Na Herpangina as lesões
progridem Inicialmente de máculas vermelhas

i para vesiculas e então para ulcerações que


podem ter de 2 a 4 mm de tamanho. As lesões
curam em 7 a lO dias.
Alttmatlva 8: INCORRETA. O Exantema da Mononu-
cleose (Causada pelo Vírus Epstein· Barrl é do
tipo MACULOPAPULAR

Altematlva C: INCORRETA. Doença. Mão-Pé-Boca I Resposta:@.


(Causada pelo Coxsackie vírus) apresenta ve-
2018 457

(SUS · SP 2018) Segundo o d ocument o xas em homens, do que em mulheres, exceto


33 'Est imat iva 2016: Incidência do câncer
no Brasil~ do lnstít uto Nacional de Câncer José
no co ntinent e africano.
© apresento u u m padrão d e aumento da
Alencar Gomes d a Silva, do Ministério d a Saúde incid ência nos últimos anos em alguns p aíses
do Brasil, NÃO é fator de risco p ara câncer de d esenvolvidos {p or exemplo, Estados Unidos).
próstat a: @ pode ser prevenido e detect ado precoce·
mente devido à h istória natural da doença.
@ idade. ® é co nsid erada d oença sem correlação com
® história familíar d e câncer d e p róstat a. •estílo de vid a~
© etnia/cor d e pele.
@ aumento d e peso corporal. Alternativa D: CORRETA. Segue o trecho explicati-
® hiperp lasia pro stática benigna. vo: ~ história natural do câncer de cólon e reto
propicia condições ideais para prevenção e detec-
Alternativa E: CORRETA. Questão diret a. Difícil! Se ção precoce da doença. Métodos endoscópicos
você errou agora, pense positivo e memorize (colonoscopia) e pesquisa de sangue oculto nas
os fatores d e risco: fezes são meios de detecção precoce para essa
neopfasia, pois são capazes de detector pólipos
Os maiores fatores de risco identificados para o adenomatosos e diagnosticar o câncer em está-
cclncer de próstata são: idade, história familiar de gio iniciar.
câncer e etnia/cor da pele. Entretanto, a idade é o Alternativa A: INCORRETA. Seg ue o t recho:
único fator de risco bem estabelecido para o de· ~pesar de o padrão da incidência ser semelhan-
senvofvimento do câncer de próstata. te entre os sexos, as maiores taxas foram do sexo
Além desses, a etnia/cor da pele também apre- masculino na maioria das regiões geogró~cas.
senta associação com o câncer de próstata. Apro· Alternativa B: INCORRETA. Seg ue o trecho:
ximadamente, o câncer de próstata é 1,6 vezes a
''Assemelhando-se incidéncia, as taxas de mor·
mais comum em homens negros quando compa- ta/idade foram mais baixas em mulheres do que
rados aos homens brancos. Apesar disso, é pos- nos homens, exceto no continente africano~
sível que essa diferença entre negros e brancos Alternativa C: INCORRETA. Seg ue o trecho:
se dê em função do estilo de vida ou dos fatores 'Em alguns países desenvolvidos, observa-se um
associados à detecção da doença. padrão estável ou de diminuição da incidência (Es-
Dieta e nutrição também são fatores importantes tados Unidos) nos últimos anos, reflexo, em grande
na etiologia do câncer de próstata. O excesso de parte, da detecção e remoção de lesões pré-cance-
peso corporal, assim como uma dieta com carne rosas. Em contrapartida, nos países em desenvol·
vermelha em demasia, apresenta aumento no ris- vimento, esse comportamento é de crescimento
co de desenvolver esse tipo de câncer. (América Central e do Sul e Leste Europeu)~
Alternativa E: INCORRETA. Segue o trecho:
Fonte: Estimativa 2016: incidência d e câncer no ·o câncer de cólon e reto é considerado uma
Brasil / Instit uto Nacio nal de Câncer José Alen- doença do •estilo de vida~ em que a incidência
car Gomes d a Silva -Rio d e Janeiro: INCA, 2015. é maior em países com hábito alimentar rico em
consumo de carnes vermelhos e carnes processa-
das, pouca ingestão de frutas, legumes e verdu-
{SUS · SP 2018) Segundo o d ocumen to ras, afta prevalência de obesidade e sobrepeso,
34 'Estimativa 2016: Incidência do câncer
no Brasil'; do Instit uto Nacional de Câncer José
inatividade física, consumo de álcool e tabagis-
mo. Estudos apontam que o consumo de alimen·
Alencar Gomes d a Silva, do Ministério da Saúde tos ricos em fibras, como frutas, hortaliças, cereais
do Brasil, câncer de cólon e reto integrais, feijões e sementes, assim como a práti-
ca regular de atividade física são considerados
@ apresentou maior taxa em pacientes d o fatores protetores contra a doença.
sexo feminino na maioria das regiões geográfi-
cas, apesar da incidência ser semelhante entre Fonte: Est imativa 20 16: incidência d e câncer no
os sexos. Brasil/Instituto Nacional de Câncer José Alen-
® apresentou t axa s d e mortalid ad e mais bai- car Gomes da Silva - Rio d e Janeiro: INCA, 201 5.
458 Preparatóriopara ResidênciaM~dica SUS/SP

(SUS · SP 2018) Paciente do sexo masculino, 10 meses de idade, apresentou diarreia e vômitos
35 de moderada intensidade durante 3 dias, quando o quadro se intensificou. Deu entrada no
Pronto-Socorro muito desidratado e com sinais de desnutrição moderada. Três dias depois da ad-
missão hospitalar, apresentou aspiração de vômitos, evoluindo com broncopneumonia. O quadro
se agravou e o pacient e faleceu no quinto dia da internação. No atestado de óbito, a causa básica
deve ser

® Broncopneumonia.
® Aspiração de vômitos.
© Vômitos.
@ Gastroenterocolite.
® Desnutrição moderada.
Questões sobre Declaração de Óbito são diret as e geralmente aparecem de 2 formas nas provas
de residência:

1. Solicita-se o preenchimento correto de campos da declaração de óbito.


2. A questão apresenta "uma mort e violenta" em um enunciado gigante, confundindo o candida·
to, que esquece de encaminhar o cadáver para o IML (Instituto medico Legal).

Segue abaixo o Campo VI da Ded aração de Óbito. Observe a forma correta de preenchiment o. Em
relação a esta questão. a gastroenterocolite foi a CAUSA INICIAL (Vamos fazer analogia a "fileira de
dominó" que é derrubado a partir da primeira peça) que levou ao evento final do óbit o.
_ ,, ----
:::::--------
tte-... ....MOIII!I:
-
• tl'1t.4 flft•4._t_. ou t•rmmal
==-
-··- I
I - I
------·
------
-~-
~--
1
•IC..l!u
ww
tnt•rmedi illl

•I C.l!u •nt•rm~lálla
I
I
I
I
I
I
==- bhle. da=morte
•I C.us.a
-· -
--
-·-·-----
I
Outros IHtidos Pltofót•cOJ ••onrflut•wo• •u•
I
contr~b\11·
t•"' p•r• 1 mo!U. Mo ettal'ldo. IHit,.tt-ftto. rtlat.onadOt
C.Ofn O ~tidO p1toiÔ9KO que I PIOdUZht
I

Alternativa A: INCORRETA. A broncopneumonia Aspirativa é uma causa INTERMEDIÁRIA de óbito.


Alternativa B: INCORRETA. O Evento aspiração de vômitos ocorreu após a Gastroenterocolite (Causa
Inicial).
Alternativa C: INCORRETA. Vômitos é um evento comum em várias doenças, não devendo sequer estar
presente na declaração de óbito.
Alternativa E: INCORRETA. A desnutrição crônica deve ser preenchida na PARTE 11: Outros estados pato-
lógicos significativos que contribuíram para a morte.
I Resposta: @

(SUS • SP 2018) Paciente de 74 anos de idade, sofreu acidente cerebrovascular que resultou em
36 hemiparesia no hernicorpo esquerdo. A realização de reabilitação desse déficit motor é um
exemplo do(s) nível(is) de prevenção

® Primária.
® Secundária.
© Terciária.
@ Quaternária.
® Terciária e quaternária.
2018 459

_. COMENTÁRIO: Questões dos níveis de Prevenção de Leavell e Clark são muito recorrentes nas
provas do SUS-SP. Na questão aci ma temos um indivíduo v ítima de Acidente Vascular Encefalico
(Item A incorreto - Já passou o nível de prevenção Primária: Fatores de Risco), apresentando hemi-
p aresia no hem i corpo esquerdo (Item B incorreto · já ultrapassou o n ível de p revenção Secundária:
tratamento precoce para m ini mizar sequelas) necessitando de REABILITAÇÃO (Palavra mágica da
prevenção Terciária • Item C Correto). Se a questão trata de IATROGENIAS (excesso de medicamen·
tOS1 exames e intervenções) devemos lembrar da Prevenção Quaternária. Revise os conceitos na
tab ela abaixo de Leavell e Clark.

QUADRO I
A promoção da s~ude e os nrve1s de pre\lenção segundo leaveU & Clarl< ( 1965)
A prOfnOÇio Ih uu.:k apwece «1m0 prewenç:io pnrnir"ia. tonfundtn6oose com ;a ~ referente i
prottdo ~ ('«tndo. por~).~ a mtdodute"'IS..~ClUf cbftdvatn

._ ...
Primi.U (promoçlo
ct.t u.ude e
)
ptOteç1o
melhonr ~ rtiis.tênc.ia • o ~ a-nl d<l' lndMciUO$ (compot"W'!~et!tOS <ll•mt~ exwciuo fislco
e repouso. conten(:lo de eureue. nio ..,estio de drops ou ~ abuo). pan que m.iwm b •euões
dOJ ..-tu, T~ombttn ·~ l'tipeito a a<6fl de O'*Qdo para Qli4ldos COfl\ O ~~~. pa,-, qut HM
nio ~ o deMrwoMmento de aprus «J016cicos. (con 1p01 ...,, . 1tos hi&!itwco5 rebóoludo' 1
l'llbitaCio e aos el'llOI"nnOl).
En(Joba esvt~ populkiOnatt pan ~ prec«e de doetl(:u.como por exempbo ~
Secundária (~ftÕ&oco de c:.inc4lt Ot tok> ut•lno. T~ c~ açóts cem lndMd-... tbnc.~U ou~~ com
e tnQinerlto pt'«OU: dia&f'bsticos confirm:uSos. p:an que se cui"Cm ou '"'"~se ~te Delos. tv~a.ndo
litMdo cb ..wat.dft) complc:t(6es e ti'IOI'tts pf~s.. bc.o se di pot' l'l'ltiO dt pritku ck'lita! ~flti'IU e de tduado em
u\ldt,otrjftlvJndo 1 adoçiclmucbnça de Compot'~tos (JIIiment~u. ;a!Mibdes ilsias ~).

Consiste no c~o de s~ com Hquabs de~ ou xide.ntH,Yiu..SO J rec~io ou J


Tet'Uiria (,.abilluçio) manuterdO etl\ ee.}VIIibtio funcional

I Resposta: ©

(SUS • SP 2018) Segund o o Ministério da Saúde do Brasil, as vacinas recomendadas para os 2


37 mese s de vida não incluem aquelas para

@ hepatite B.
® meningite e outras i nfecções causadas pelo Haemophilus influenzae ti po 8.
© doenças invasivas causadas por Neisseria meningit id is do sorogrupo C.
@ d iarreia p or rotavírus.
® doenças invasivas e otite média aguda causadas por alguns soroti pos de Streptococcus pneu-
moniae .

.. COMENTÁRIO: Atenção q uestões sobre calendário de Vacinação são muito recorrentes em p rova
de residência. Sá o questões diretas! É necessário q ue você revise este assunto antes da realização
d e sua p rova. Em questões anteriores (2' questão de preventiva d esta p rova) reproduzimos o calen ·
dá rio vacinaI para você ler quantas vezes for necessário. A vacina para Nei sseria meni ngi tid is não é
admi nistrada nos 2 meses de vida!!! Segue o Resuminho:

Meningocócica C.. . ·ouas doses da vacina serão administradas para crianças entre 3 e 5 meses, com
um reforço para crianças até 5 anos incompletos. Também há mais uma dose para adolescentes entre
12 e 13 anos de idade. Até 2020, a idade será ampliada progressivamente até englobar crianças e ado·
lescentes entre os 9 e 13 anos~

A outras vacinas descritas na questão (itens A, B, D e E) fazem parte do calendário vacina! a serem
admi nistradas nos 2 meses de vida.
I Resposta: ©
%0 Preparatóriopara Residência M~dica SUS/SP

(SUS- SP 2018) Constituem estratégias de prevenção da reurbanização da febre amarela, EX-


38 CETO:
@ Induzir a manutenção de al tas taxas de cobertura vacina! em áreas infectadas por Aedes ae-
gypti, nas áreas com recomendação de vacina no pais.
® Orientar o uso de proteção ind ividual das pessoas que vivem ou adentram áreas enzoóticas
ou epizoóticas.
© Isolar os casos suspeitos durante 14 dias, em áreas infectadas pelo Aedes aegypti.
@ Implementar a vigilância laboratorial das enfermidades que fazem diagnóstico diferencial com
febre amarela.
® Eliminar o Aedes aegypti em cada território ou manter os fndices de infestação muito próximos
de zero .

.. COMENTÁRIO: Devido ao período de epidemia vivenciado nos últimos anos, questões sobre Febre
Amarela deverão entrar na temática de prova de forma recorrente. A alternativa C está INCORRETA
no momento que sugere isolamento por "14 dias~ O Isolar os casos suspeitos durante o período de
vi remia consiste nos 7 d ias iniciais de evolução da doença.

Segue o Trecho da 2• Edição do Guia de Vigilância Epidemiológica (2017):

Estratégias de prevenção da reurbanização da febre amarela


• induzir a manute~o de altas taxas de cobertura v.1cinal em âreas infestadas por A. Mgypti. nas
1reas com reco~Mndação d~ vacina no pafs.
• Orientar o uso de proteç4o indi\'idua) das pessoas que vivem ou adentram áreas enzoóticas
ou eplzoótic:as.
• Eliminar o A. aegypti em cada território ou manter os indices de infestaçio muito próximos de zero
(consultar o capitulo sobre dengue neste Guia).
• Isolar os casos suspeitos durante o periodo de virem.ia, em IÚ'e.1S infesaadas pelo A. Gf!8YPH.
• Reali:r_ar idenlificação oportuna de casos para pronta intervenção da vigilância epidemiológica.
• Implementar a vigil1ncia laboratori.aJ das enJennjdadts que fazem diagnóstico diferencial com
febre amarela.
• Implementar a vigilanda sanitária de portos. aeroportos e fronteiras: reromenda-.se soUdlar apresent3(lo
do certificado Internacional de'~ rom menos de 10 anos da lilllma dose aplicada para \1>,jatves
proc«lent!'S de pols<>S ou ;ln..s endlmicas de fdn amarcla.

Alternativa A: CORRETA. A al ta cobertura vacina I reduz o número de indivíduos susceptíveis, fragílizan-


do a cadeia de transmissão .

--- -

Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica de 2017 - Ministério da Saúde.


2018 461

Alternativa B: CORRETA. Uso de repelentes, a vaci- Mais de 100 Mil hões d e b rasileiros não t êm
nação antecipad a (lembre-se 1O dias antes de acesso a est e serviço.
viajar). roupa adequadas, mosquiteiros são me- Mais d e 3,5 mílhôes d e brasíleiros, nas I 00
didas que auxiliam na proteção cont ra a trans- maiores cidades d o país, despejam esgoto
missão da Febre Amarela. irregularmente, mesmo tendo redes cole-
Alternativa D: CORRETA. O diagnóstico da Febre toras
Amarela e de seus diagnósticos diferenciais são disponíveis.
de grande importância para elaborar medidas
de combate a infecção e transmissão d o vírus Tratamento de Esgoto:
da Feb re Amarela. 44,92% dos esgotos d o país são tratados.
Alternativa E: CORRETA. Se o mosquito faz parte d o (GABARITO LETRA "B"l
elo de t ransmissão como agente vet orial, sua A média das 100 maiores cid ades brasileiras
eliminação é d e grande importância para a re- em tratamento dos esgotos foi de 50,26%.
dução do elo da doença; Ap enas 10 delas tratam acima d e 80% d e
I Resposta: © seus esgotos.
Nem t udo são flores na prova de Residência.. .
Sempre é bom trazer um "amuleto" da sorte para
(SUS · SP 2018) Em 2015, o Institu to Trata essas questões d e d ados muito específicos.
39 Brasil, especializad o em saneamento, in-
formou que o percent ual d e esgotos tratados Fonte:http://www.tratabrasil .org.b r/saneamen-
no pafséde t o/principais-estatisticas/no-brasil/esgoto
I Resposta: ®
@ 22,67%.
® 42,67%.
© S2,67%. (SUS - SP 2018) O cálculo da taxa de morta-
@ 62,67%. 4O lidade infant il u tiliza o denominador de
® 82,67%.
@ I 00 nascid os vivos.
Outra questão comp licada na qual você tem ® 1.000 nascidos vivos.
que ter em algum momento acesso a essa in- © 10.000 nascidos vivos.
formação para acertar. O Institut o Trat a Brasil @ 100.000 nascidos vivos.
consiste: ® 1.000.000 nascidos vivos.
·o Instituto Trata Brasil é uma OSC/P - Organização I Resposta: B. Questão d ecoreb a e sem noção
da Sociedade Civil de Interesse Público, formado para estragar o fim de prova do Candidato. Va·
por empresas com interesse nos avanços do sanea- mos apresentar a fórmula para calcular a taxa
mento básico e na proteção dos recursos hídricos de mortalidade infantil. Observe que o d eno -
do país. Atua desde 2007 trabalhando para que o minador são nascid os vivos mult iplicad os por
cidadão seja informado e reivindique a universo/i· o'
uma potência de 3 (1 = 1000).
zação do serviço mais básico. essencial para qual-
quer nação: o saneamento básico. Nossa trabalho Taxa de Mortalidade Infantil: Óbit o < I ano
é de conscientizar a sociedade para termos um d e Idad e I Nascid o vivo s em determinada loca-
Brasil mais justo. com todos tendo acesso à água lidade x 1000 (Pegadin ha!!}
tratada, coleta e tratamento dos esgotos. Somos
um pals ainda muito deslgual nessa infraestrutura,
sobretudo nas regiõesmais pobres: PEDIATRIA I· RENATA GOMES

Vamos trazer dad os interessantes para você


candidato! Paciente, 2 anos e 3 meses, cheg a ao
Coleta de Esgoto:
51,92% da população t êm acesso à coleta
41 Pronto-So corro apó s queda da própria
alt ura com Glasgow 12. Feita h ipótese diagnós-
de esgot o.
%2 PreparatórioparaResidência Medica SUS/SP

tica de traumatismo craniano leve. Neste caso, Sinais de fratura de base de crânio (sinal do
o sintoma isolado mais comum é guaxinim, sinal de batalha, otorragia, san·
gramento nasal)
@ convulsões.
@ amnésia. Dessa forma, vemos que no TCE leve, que é o
© vômitos. caso do paciente em questão. Os sintomas lis-
@ perda transitória da consciência. tados nas alternativas A, B, C e O fazem parte
® cefaleia. dos sinais de alarme que deverão ser avaliados
em todos os casos de traumatismo craniano/
.. COMENTÁRIO: O TCE é classificado em leve, mas a presença deles não é tão comum e indica
moderado e grave. O instrumento universal- gravidade. Sendo assim, temos como resposta
mente utilizado para classificação da gravidade a alternativa E que traz a cefalíea com sintoma
é a Escala de Coma de Glasgow (Quadro 1). mais comum.
Quadro 1 - Esala de Comi 6e Glasgow para crianças e
Obs: Na questão, temos que a criança tem ECG=
Lactentes 12, e mesmo assim o TCE é considerado leve.
No tratado da sociedade brasileira de pediatria
Modifiuda
Conv•ncion•t (llctentes <1 1nos) temos que TCE é considerado leve se ECG= 1S
ou 14, moderado para ECG entre 9 e 13 e grave
AMrtur• Ocultr
para ECG menor que 8.
Espont3nea 4 Espont3nta 4
Ao comando verbal 3 Ao comando verbal 3
À dor 2 À dor 2 Paciente de 11 meses com defeito septo
Nenhuma 1 Nenhuma
Respost1 Verbal
1 42 interventricular (C IV), em uso domiciliar
de furosemida e seguimento com cardiologis-
Orientado 5 Balbucio 5 ta, deu entrada no pronto-socorro taquipneico
Convers~.&o confusa 4 ChOfo irriti<lo 4
e taquicárdico. FC: 182 bpm, Na: 136 mEq/L; K:
2,7 mEq/1.; P: 2,9 mmol/1.; Hb: 9,5 g/dl e presen·
Palavras inapropriadas 3 Ch01oa dor 3
ça de onda U proeminente no ECG. A conduta
Sons incompreensrveis 2 Gemidos à dor 2
inicial adequada é
Nenhum 1 Nenhum 1

Rnpost. Motc>n~ @ iniciar soro de manutenção para reposição


Movlmento de K.
Obedece a comandos 6 6
~spont3neo norrml ® corrigir rapidamente o K.
L.oc.-.Uza â dOt 5 Retirada ao toque 5 © iniciar soro de manutenção com P e K.
Flexlo normal 4 Retira<la à dor 4 @ fazer dose extra de furosemida.
Oe<:orticac;ão 3 Flexão anonnal 3
® corrigir rapidamente P.
Oe<erebração 2 Extensão anormal 2
~ COMENTÁRIO: O paciente em questão apre-
Nenhuma 1 Ntnhuma 1
senta um quadro de hipocalemia, com queda
aguda do potássio já capaz de provocar mu-
dança no traçado eletrocardiográfico da crian-
Além da Escala de Coma de Glasgow dados da ça (presença da onda U). Condição que pode
história e exame físico irão influenciar na gravi ~ ser devida ao uso da furosemida. A conduta
dadedo TCE: adequada nesse caso é repor potássio de modo
a corrigir os níveis sé ricos rapidamente.
Perda de consciência, Observamos também que o paciente apresen-
Vômitos, quando houver mais de dois epi- ta uma hipofosfatemia leve (ver nível sérico de
sódios/ fosfato de acordo com a idade na tabela abai-
Crise convulsiva, xo). O hipofosfatemia neste caso pode ser re-
Amnésia lacunar, sultado de um deslocamento do fosfato para o
Sinaisde fratura ou afundamento de crânio, intracelular apenas agudamente, de modo que
2018 463

deverá ser reavaliado quando o paciente esti- tilagem cricóide que nessa idade possui forma
ver estável. circular. Ao contrario dos adultos, onde a carti·
lagem cricóide assume aparência oval. e a par-
Níveis de fósforo sérico na infinda t e mais estreita da laringe passa a ser o espaço
entre as cordas vocais (glote).
NfVEL DE fÓSFORO
IDADE
(mg/dl)
Alternativa 8: INCORRETA. A criança normal tende a
0-Sdias 4,8 -8,2 t er uma epiglote em ômega.
1-3anos 3,8-6,5 Alternativa C: CORRETA. Ver figura
Alternativa D: INCORRETA. A laringe infantil está
4- 11 anos 3,7-5,6 mais alta no pescoço, com a cartilagem cricóide
12- 15 anos 2,9- 5,4 no nível da 4' vértebra cervical (no adulto entre
16- 19 anos 2,7-4,7 a 6• e 7• vértebras cervicais) (ver tabela)
Alternativa E: INCORRETA. A porção mais estreit a é a
correspondente à cartilagem cricóide.
Disponível em: Nelson ...

@ Iniciar soro de manutenção para reposição


deK.
® corrigir rapidamente o K.
© iniciar soro de manutenção com P e K.
@ fazer dose extra de furosemida.
® corrigirrapidamente P.
Alternativa A: INCORRETA. A reposição do potássio
deve ser feita preferencialmente por via oral.
Alternativa 8: CORRETA.
Figu tó\ 2 A aber•ura tn~ da '-"of9!: onfantn normal
Alternatica C: INCORRETA. te m .ir•ol) ôproxom.odo) ~ l4 mm' ~do ocorre I mm
Alternativa D: INCORRETA. A furosemida provavel- de edema. a ~tea é redubda o.a 5 mr'I'Y. apenas 35% do

mente foi a causa da hipocalemia da criança, 00"''"


devendo ser evitada até correção do distúrbio T•bt!i.& 1 Difertncall)(inttpais da laringe onrantd em
relaç..\o a do adulto
eletrolítico.
Carl!c:1•n•t•c• Ulcttntt Advlto
Alternativa E: INCORRETA. O fosforo deverá ser rea ·
POi.~O da CNCOIÓO 41• Y«l obt;) CWVIC. 1•\'M~~Jbo'll
valiado com a criança estável.
oo,oeao óo l'tOo<l• SObre C.flttolft9tM
tortc);dea
.......
CCIJYICIII

ç;~rlo~m

43
ttrct<IK!olt

Em relação à laringe da criança, PoOCei-SO ""')(.bl I/2CI69il04:t V<~ •lf7tta


ar.toi'IOido giQt•
Cuneo~ Pooenw~ente~ Pouco ..,siwos.
CoogiOt~ Postt110r e tul)ullr&r Vorhcbhlada
@ tem forma cônica, sua porção mais estreita 1oocto 5Ubmuc;05o FI0\>10(> Adtvlóo

é na altura das pregas vocais. ~-~


® o achado de epiglote em ômega contribui
para o diagnóstico de laringomalacia. Figura e tabela retirados do Tratado de Pediatria:
© pequenos estreitamentos podem ocasio- Sociedade Brasileira de Pediatria, 4' edição, 2017
nar obstruções graves com risco de vida.
@ apresenta localização mais baixa que a do
adulto. Criança de 7 anos apresenta queda brus-
® sua porção mais estreita, a fenda glótica, é
visível durante a intubação direta.
44 ca no colégio. Não responde ao chama-
do verbal ou estímulos táteis vigorosos. No lo-
cal estão presentes dois professores. A melhor
Alternativa A: INCORRETA. Na criança at é 9 anos a conduta é uma pessoa iniciar
parte mais estreita da laringe é na altura da car-
4ó4 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

® comp ressões torádcas (aproximad amente mo 1O segund os, e então parti r para a RCP que
100/minuto) e a outra ficar responsavel por ad - segue a sequencia C- A- 8 (circulação, vias aé-
min istrar vent ilações de resgate reas, respiração}, de modo que a primeira atitu-
na prop orção 15:2. d e é começar a garantir a circulação p ara os ór-
@ comp ressões torádcas (aproximad amente gãos vitais através d as compressões torádcas.
100/minuto) e a outra ficar responsável por ad - A tabela a seguir mostra as características das
min istrar ventilações de resgate compressões, bem como a relação compres-
na prop orção 30:2. são/ventilação em cad a situação na pediatria.

___•
© 30 comp ressões torácicas (aproximada-
mente 100/minut o), enquanto o outro chama
o serviço d e urgência.
@ 15 comp ressões torácicas (aproximada·
·---...._ ..
mente 100/minu to), enquanto o outro chama
o serviço de urgênda.
® a abertura e desob strução das vias aéreas, --
-·-·
-
enquanto o outro chama o serviço de urgência.

.. COMENTARlO: A questão traz um quadro de


parada cardiorrespiratória, mediant e isso deve-
mos iniciar imediatamente o suporte básico de
vid a (SBV) que deve ser p rontamente iniciado
com as compressões torácicas.
Ao lado colocamos um algori tmo d o Suporte
avançado d e vida em pediatria (SAVP) que mos-
tra a sequencia d e ações frente a uma suspeita
de parad a cardiorresp iratória. Podemos ver que
a primeira ati tud e é chamara ajud a/ serviço de
emergênda. Após checar pulso (que d eve ser
feit o pelos p rofi ssionais de saúde em no máxi-

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2018 465

Alternativa A: INCORRETA. não menciona chamar fundidade de aproximadamente 3/4 do diâme-


ajuda e a p roporção compressão/ventilação tro anteroposterior do tórax.
nessa idade é 30:2 Alternativa A: INCORRETA. O ritmo mais frequente
Alternativa 8: INCORRETA. não menciona chamar de parada cardiorrespiratória em crianças ate
ajuda. 12 anos é a assistolia.
Alternativa C: CORRETA. Alternativa 8: INCORRETA. é ritmo mais frequente
Alternativa D: INCORRETA. deve-se iniciar com 30 nessa idade é assistolia.
compressões torácicas. Alternativa C: CORRETA. Para que as vias aéreas fi-
Alternativa E: INCORRETA. a abertura de vias aéreas quem pérvias, a cabeça deve ser inclinada e/ou
seria o segundo passo (C - A - 8). o mento elevado.
Alternativa D: INCORRETA. deve-se p roceder apenas
elevação do mento.
Criança de 4 anos, vitima de queimadu- Alternativa E: INCORRETA. As compressões devem
45 ra, chega ao pronto-socorro de pediatria.
Uma criança NÃO tem indicação de encami-
t er profundidade de 1/3 do diâmetro antero-
posterior d o tórax.
nhamento a um centro de referência de quei-
mados quando há
Lact ente de 8 meses int ernado na en-
@ queimaduras de segundo ou terceiro graus
em períneo.
47 fermaria com quadro de diarreia aguda
e d esidratação apresenta os segui ntes exames
® mais que 10% da superffcie corpórea com laboratoriais: pH = 7,26; P02 = 120 mmHg;
queimaduras de espessura parcial. PC02 = 33 mmHg; bicarbonato= 14 mEq/L; BE
© mais que 5% da superffcie corpórea com = -9; Na = 145 mEq/l; K = 4,5 mEq/ l C1ill = 111
queimaduras de terceiro grau. mEq/L; lactato arterial = 7 mmol/l. O distúrbio
@ qualquer queimadura elétrica. do equilíbrio acido-básico encontrado nessa
® queimadura por agentes inalantes. gasometria é

I> COMENTÁRIO: Nessa questão, em todas as @ acidose respiratória compensada.


alternativas temos indicações de encaminha- ® acidose metabólica com acidose respiratória.
mento a um centro de referenda em queima- © alcalose metabólica com acidose respira-
dos e internação hospitalar. A alternativa D é tória.
o gabarito. A queimadura elétrica é de modo @ acidose metabólica com alcalose respira-
geral uma queimadura grave devendo ser en- t ória.
caminhada a um centro de referenda. ® acidose metabólica compensada.
I> COMENTÁRIO: O pH sanguíneo normal varia de
Sobre reanimação cardiopul monar em 7,36 a 7,44 sendo mantido nesse valor por me-
46 pediatria, é correto afirmar que: canismos químicos e fisiológicos. Na questão
t emos um pH menor que 7,36 o que podemos
@ O ritmo mais frequente de parada cardior- chamar de acidose. Como essa acidose vem
respiratória em crianças de O a 8 anos é taqui- acompanhada de um b icarbonato e PaC02 bai-
cardia ventricular sem pulso. xos, podemos dizer que é uma acidose metabó-
® O ritmo mais frequente de parada cardior- lica. Assim, temos como opções de resposta as
respiratória em crianças de O a 8 anos é a ativi- letras B ou D. Na acidose metabólica, podemos
dade elétrica sem pulso. t er mudanças nas concentrações de C02 que
© O socorrista leigo deve utilizar a manobra são chamad as compensações respiratórias. No
de elevação do mento para abrir a via aérea dos caso da nossa pacient e, a PaC02 está mais bai-
pacientes. xa (normal= 40mmHg). para saber se essa di-
@ O socorrista leigo deve u tilizar a manobra minuição da PaC02 é apenas da compensação
de tração da mandlbula para abrir a via aérea respiratória ou se trata de um distúrbio misto:
do pacient e. acidose metabólica + acidose respiratória pre-
® As compressões torácicas devem ter pro- cisamos calcular o PaC02 esperado:
%ó Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

PAC02 = [(1,5 X HC03) + 8) ± 2

Na questão temos os seguintes valores:


PaC02 esperada= [( 1,5 x 14) +8) ± 2 = 27 a 31 mmHG
Nesse caso, a PaC02 está acima da esperada para o valor do bicarbonato encontrado, logo, não se
trata de uma compensação respiratória e sim de um distúrbio misto.
I Resposta: ®
Tabela li Orientação para reconhecimento do d1shirbio
acadob6s;co Pf'll'náno
pH > 7,4 BICarbonato alto Akalose metabOk:a
PaC01 baixa Akalose resplratóM
Ambo$ On:tVtbio misto
pH < 1.4
P<~CO,a lta

Ambo$ O•:st(~rbio misto

Ámt:lt"' gt~P (AG) AG • 20 mEq/l ACldO$é mc:ttabóhC.II


(•ndotl)~entememe
do pH Ou blearbO!,atO)
01ferença de "' AG • biCarbonato Alcalose metabólica
AG(óAG) encontrado > 30 (•ndef)enclentemente
AG cakulado - mEQ/L dopHou do
Mnom'\êll bkar1)0nato)
AG + bicarbonato Ac•dose metabóhc.e
encontrado < 23 h•perolotêmtea
mEQ/L

José com 8 anos, previamente saudável, não estreptocócica se sobrepõem mui to am-
48 foi ao consultório do pediatra com his-
tória de febre e dor de garganta há 1 dia, sem
plamente, o que prejudica a decisão d iagnos-
t ica baseada apenas em parâmetros clínicos.
rinorreia, tosse ou diarreia. O exame da orofa- logo o diagnóstico clínico não pode ser feito
ringe mostrou eritema fari ngeo com exsuda- com segurança memos pelos mais experientes
to tonsilar, linfadenomegalia cervical anterior médicos, sendo necessária a confirmação bac-
bilateral dolorosa. Mãe refere que apresentou t eriológica.
dor epigástrica leve com uso de Amoxicilina A cultura de swab de garganta em uma placa de
há doi s meses atrás quando tratou um quadro agar sangue de carneiro permanece o padrão
semelhante a este de •dor de garganta• (sic). A para a documentação da presença de strepto-
melhor conduta neste caso é cocus do grupo A no t rato respiratório superior
e para confirmação do diagnóstico clínico de
@ prescrever Amoxicilina 50 mg/ kg via oral fari ngite por estreptococo do grupo A aguda,
por 10 dias. com sensibilidade de 90 a 95%. Como a cultura
® solicitar dosagem de anticorpos anties· t em desvantagem da demora, surgiram os tes-
treptolisina O. tes de detecção rápida de antígenos. A maio-
© prescrever Azitromicina 50 mg/kg via oral ria dos t este rápidos disponíveis hoje têm uma
por 5 dias. boa especificidade (> 95%), mas a sensibilidade
@ solicitar teste rápido para antígeno do é de 80 a 90%, de modo que um teste positivo
5treptococcus do grupo A indica tratamento, mas um teste negativo não
® penicilina benzatina 50.000 Ullkg intra- exclui a possibilidade da presença da bactéria,
muscular dose única. nesses casos a cultura deve ser realizada.
Alternativa A: INCORRETA. O tratamento apontado
._ COMENTARIO: O caso clínico da questão traz é correto nas faringites estreptocócicas, mas o
uma criança com uma faringite aguda. Os si- ideal seria confirmar antes a presença da bacté-
nais e si ntomas da faringite estreptocócica e ria pelo teste rápido.
2018 467

Alternativa B: INCORRETA. Os anticorpos não serão óssea que se traduz em fraturas, que a criança
detectados na fase aguda da doença . não tem.
Alternativa C: INCORRETA. Primeiramente, confirmar Alternativa E: INCORRETA. a doença citada é uma
a presença de bactéria. Segundo, a dose da azi· das apresentações da histiocitose X e tem como
tromicina correta seria 1Omg/kg/dia no primeiro triade clássica: defeitos osteolíticos nos ossos
dia e após 5mg/kg/dia por até completar 5 dias. membranosos, exoftalmia e diabete insípido.
Alternativa D: CORRETA.
Alternativa E: INCORRETA. Primeiramente, confir·
mar a presença de bactéria. Segundo, a dose da
penicilina benzatina é de 600000 UI intramus·
cular para menores de 27kg e 1200000 UI para
maiores de 27kg.

Mario de 15 meses de idade é trazido


49 para sua primeira consulta após o nasci·
mento. Mãe refere que Mário apresenta bastan-
te sudorese na cabeça e que ela é naturalista e Foto mostra a "Cintura de Harrison•. Retirada do
vegana há 10 anos, evitando o uso de medica- Nelson ·Tratado de Pediatria.
mentos. vitaminas e vacinas. Ao exame físico,
o pediatra observou aumento da relação seg-
mento superior/inferior, cintura de Harrison,
aumento de diâmetro anteroposterior do tórax,
punhos e joelhos alargados. O diagnóstico mais
provável do caso é:

@ Sífilis congênita.
® Artrite reumatoide.
© Raquitismo.
@ Osteogênese imperfecta.
® Doença Henda-Shyullera-Christian.
Foto: A: Criança norma. B: criança com alarga·
1!- COMENTÁRIO: O quadro clínico descrito é ti· mento do punho por raquitismo. Retirada do
pico do raquitismo. O aumento da relação se- Nelson · Tratado de Pediatria.
guimento superior/inferior se dá pelo arquea·
mento dos membros. A cintura de Harrison é o
nome que se dá a depressão horizontal ao lon· João, 4 anos, foi encaminhado pela ey
go da porção inferoanterior do tórax que ocor-
re em razão da tração das costelas, que estão
50 cola ao médico da Unidade Básica de
Saúde. A escola está preocupada pelo fato
amolecidas, pelo diafragma durante a inspira- da criança apresentar dificuldades de se co·
ção. O alargamento de punhos e joelhos ocorre municar e de fazer amigos e de ser agressivo
devido espessamento da placa de crescimento. quando contrariado. Os pais referem que ele é
Alternativa A: INCORRETA. a sífilis congênita pode muito agitado e parece não se concentrar, mas
trazer aterações ósseas mas envolvem metáfise é muito inteligente e que sabe contar e ler os
e diáfise de ossos longos (tíbia, fêmur e úmero) números desde os 2 anos de idade. Na consulta
Alternativa B: INCORRETA. essa não é uma patologia o pediatra observou que João tinha dificulda-
frequente nessa idade, e o que poderíamos ver de de ficar parado, fez o maior escândalo para
seria edema articular e não alargamento dos ser examinado e que os pais não conseguiam
punhos e joelhos como temos na questão. colocar limites. Não se interessou por nenhum
Alternativa C: CORRETA. brinquedo da sala, mas adorava abrir e fechar a
Alternativa D: INCORRETA. a osteogênese imper· porta, o que fez diversas vezes. A hipótese diag·
feita tem como marca principal a fragilidade nóstica mais provável é:
%8 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

® Transtorno do déficit de at enção e hipera- Pediatria. 19th ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora
tividade. ltda.; 20t4. p. 222-227
® Transtorno desafiador opositor. 3. Departamento Cientifico de Pediatria do De.sefl-o
© Transtorno do espectro autista. volvimento e Comportamento. Triagem precoce
@ Distúrbio específico da linguagem. para Autismo/ Transtorno do Espectro Autista.
® Retardo mental. Oisponivel em: <http://Www.sbp.com.br/ filead-
min/user_upload/publicacoes/19464bo-OocCient-
Alternativa A: INCORRETA. caracterizado por desa· -Auüsmo.pdf>. Acesso em: 0 2/0212018
tenção, aumento da distraibilidade e dificulda- 4. Amélia Gorete Rei.s, Marcos carvalho de Vascon--
de de sustent ar a atenção, as criança afetadas cellos. Ressuscitação cardiopulmonar pediátrica.
comumente apresentam insucesso escolar., ao Oisponivel em: http://www.jped.com.br/conteu--
contrário do paciente em questão d o/99-75-5 159/port.asp. Acesso em: 0 1/0 2/20 18
Alternativa 8: INCORRETA. S. Mario Roberto Hirschheimer. Oisturbios do me-
Alternativa C: CORRETA. O Transtorno do espectro tabolismo do sódio e potássio e do equilíbrio
autista (TEA) é caracterizado por déficits e di- acidobãsico. tn: Tratado de pediatria: Sociedade
ficuldades na comunicação e interação social, Brasileira de Pediatria. 4th ed. Barueri-SP:Manole,
associados a interesses e atividades restritas e 2017.p194B - 19SS
circunscritas. O TEA é classificado, de acordo 6. larry A. Greenbaum. Raquitismo e hípervitamino-
com a última versão do Manual Diagnóstico se O. In: KJiegman R. Stanton B, Schor N, Geme 111 J,
e Estatístico de Transtornos Mentais (DSMS), Behrman R. ed. by. Nelson Tratado d e Pediatria.19th
como sendo um transtorno do desenvolvimen- ed. Rio de Janeiro:Elsevier Editora ltda~ 2014.
to, cujas características clínico-sintomatológi- 7. CARNEIRO FILHO, José Olimar; LEITE. M arta San-
cas iniciam nos primeiros anos da infância. tos; ANDRADE NETO, José Moacyr. Histiocitose
Alternativa D: INCORRETA.nos distúrbios específi- x (sfndrome de h and -sch uller-christian): relato
cos da linguagem não há dificuldade na i nte· de caso. Radiol Bras, São Paulo • v. 35, n. 2. p.
ração social. 109-11 2, Mar. 2002. Available from <http://
Alternativa E: INCORRETA. O diagnóstico de retardo www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pi-
mental é definido com base em três critérios: d=SO 100=3984200200 0 200 0 12-&ln g=en&nrm -
início do quadro clínico antes de 18 anos de iso>. access on OS Mar. 2018. http://dx.doi.
idade; função i ntelectual significativamente org/10.1S90/ SO 100.39842002000200012.
abaixo da média, demonstrada por um quo- 8. Transtornos de aprendizagem. In: Kliegman R,
ciente de inteligência (QI) igual ou menor que Stanton B. Schor N, Geme 111 J, Behrman R. ed. by.
70; e deficiência nas habilidades adaptativas Nelson Tratado de Pediatria.19th ed. Rio de Janei-
em pelo menos duas das seguintes áreas: co- ro:El.sevier Editora ltda.; 2014.
municação, autocuidados, habil idades sociais/ 9. VASCONCELOS, M areio M .. Retardo mental. J.
interpessoais, auto-orientação, rendimento es- Pediatr. (Rio J.), Porto Alegre . v. 80, n. 2. supl.
colar, trabalho, lazer, saúde e segurança. Pelo p. 71-82, Ap r. 2004 . Available from <http://
que traz a questão o paciente apresenta inte- www.scielo.brI sei elo.php?seript=sci_a rtt ext&pi-
ligência acima da média sabendo contar e ler d=S002 1=7557 2004000300010-&lng=en&mm-
números antes dos dois anos de idade. Dessa iso>. access on OS Mar. 2018. http://dx.doi.
forma, o paciente não fecha critérios para retar- org/t 0.1590/500 21-75572004000300010.
do mental. 1O. Gerber M. Estreptococos do Grupo A. In: Kliegman
1\, Stanton 8, Schor N, Geme 111J, Behrman R. ed. b y.
Nelson Tratado de Pediatria .19th ed. Rio de Janei-
REFER~NCIAS ro:Eisevier Editora Ltda ~ 2014. p. 914-917.

1. Fernando Belluomini, Emílio Carlos Elias Baracat.


Traumatismo cranioencefalico. In: Tratado de pe·
diatrí a: Sociedade Brasileira de Pediatria. 4th ed.
Barueri-SP:Manole, 2017. p 191 -19S
2. Autor, título. In: Kliegman R, Stanton B. Schor N,
Geme 111 J, Behnman R. ed. by. Nelson Tratado de
2018 469

PEDIATRIA 11· GABRIELA LUCENA tose (avaliada pelo volume corpuscular médio
- VCM) e a hipocromia (avaliada pela hemoglo-
bina corpuscular média- HCM) são indicadores
úteis. A amplitude de variação do tamanho dos
lactentede9meses,previamentehígido, eritrócitos (red-cell distributíon width - RDW)
5l passa a retificar a curva de peso a partir
do oitavo mês de vida. A criança fez aleitamen·
consiste em índice de variação do tamanho
dos glóbulos vermelhos e pode ser utilizada
to materno exclusivo até o sétimo mês de vida, para identificar anisocitose. Os valores de RDW,
quando passou a receber sucos, frutas e sopi· fornecidos por equipamentos automatizados,
nha no almoço e jantar, o que ainda não aceita oscilam entre 11,5 e 14,5%. Valores superiores
muito bem preferindo mamar o seio materno. a 14,5% podem ser encontrados em indivíduos
A criança mama 3 vezes a noite, e várias vezes com deficiência de ferro, sendo úteis para diag·
durante o dia, •sempre e quando ela quer". Com
esse histórico, o pediatra solicitou hemograma,
ferritina e ferro sérico. O hemograma mostrou
Hb 9,2 g/dL No diagnóstico mais prevalente, as
alterações mais esperadas nos exames são:
_...
nóstico de anemia ferropriva.

W '\1

"'"'
.. -r
""""'
""""'
""""'
-. c----.....l
-·. ........
_,,,
.....
......
......
_,
@ VCM e HCM diminuídos, RDW normal, ferri-
tina baixa e ferro sérico normal.
® VCM e HCM diminuídos, RDW aumentado,
ferritina baixa e ferro sériço normal.
,......
r.,.,...mr.

......
r.-.:Mbdt llitll .. ~- fm"(O l,f)
~~~~~(Pf:W
""""' -
""""' I
""""'
Tabela - Documento cientifico- SBP -Anemia
carencial ferropriva 2007
I I
t
I
I
t
I

© VCM e HCM diminuídos, RDW aumentado,


ferritina normal e ferro sérico diminuído. I Rosposta: ®
@ VCM e HCM normais, RDW aumentado, fer-
ritina baixa e ferro sérico normal.
® VCM e HCM normais, RDW normal, ferritina Em tempos de Zika vírus, os valores se-
normal e ferro séric:o baixo. 52 gundo a OMS para definição de microce·
falia são:
11- COMENTÁRIO: O ferro é um micromineral es-
sencial para o crescimento e desenvolvimento @ Recém-nascido com menos de 37 semanas
da criança. A deficiência de ferro pode levar, em de idade gestacional com medida do perímetro
última instância, ao desenvolvimento da ane· cefálico menor que -3 desviospadrão para ida·
mia ferropriva que é a carência nutricional mais de gestacional e sexo.
prevalente no mundo. Aproximadamente 90% ® Recém-nascido com 37 semanas ou mais
do conteúdo de ferro é recuperado e reutiliza- de idade gestacional com medida do perímetro
do diariamente, somente 1O% é excretado, isso cefálico menor ou igual a 31,5 em para meninas
acontece principalmente pela excreção biliar. e 31,9 em para meninos.
O rápido crescimento e a alimentação comple· © Recém-nascido com menos de 37 semanas
mentar com baixa biodisponibilidade de ferro de idade gestacional com medida do perímetro
tornam os lactentes um grupo de grande risco cefálico menor que - 2 desviospadrão para ida·
para o desenvolvimento da deficiência de ferro, de gestacional e sexo.
numa fase da vida cujas repercussões podem @ Recém-nascido com 37 semanas ou mais
ser de longo prazo, com comprometimento do de idade gestacional com medida do períme-
desenvolvimento cognitivo e comporta mental. tro cefálico menor que -3 desviospadrào para
A ferritina é um marcador indireto do depósito a idade gestacional e sexo.
corporal de ferro e, quando com níveis baixos, ® Recém-nascido com 37 semanas ou mais
é um marcador altamente específico para ane- de idade gestacional com medida do perímetro
mia ferropriva e/ou deficiência de ferro. cefálico menor ou igual a 31,0 em para meninas
Para avaliação da anemia associada à deficiên- e 31,5 em para meninos.
cia de ferro, a análise qualitativa e quantitativa
dos glóbulos vermelhos, assim como a microci-
470 Preparatóriopara ResidênciaM~dica SUS/SP

.. COMENTARIO: De acordo com a Organização írritabilidade. Quando há melhora da febre, sur-


mundial de saúde (OMS), a miçrocefalia deve gem um exantema maculopapular em todo o
ser notificada em recém-nascidos (RN) com os corpo, que du ra cerca de 72 horas.
seguintes çritérios: Alternativa 8: INCORRETA. a escarlatina é uma
RN com menos de 37 semanas de idade doença bacteriana, causada pelo Streptococo
gestacional, apresentando medida do pe- beta-hemolítico do grupo A. Causa febre alta,
rímetro cefálico menor que -2 desvios-pa- com queda do estado geral, associado a dor de
drão, segundo a tabela do lntergrowth, garganta. Exantema inicialmente em região fle-
para a idade gestacional e sexo. xoras (sinal de Pastia), causa uma pele em lixa,
RN com 37 semanas ou mais de idade ges- que muitas vezes poupa a região perioral (sinal
tacional, apresentando medida do períme- de Filatov).
tro cefálico menor ou igual a 31,5 centíme- Alternativa C: INCORRETA. O exantema alérgico,
tros para meninas e 31,9 em para meninos, normalmente, vem com história de algum an-
equivalente a menor que -2 desvios-padrão tecedente de exposição solar, uso de drogas,
para a idade do neonato e sexo, segundo a sudorese excessiva. As reações medicamento-
tabela da OMS. sas podem se manifestar com qualquer tipo de
Para notificação, a medida deve ser realizada a exantema. Geralmente, não vem acompanha-
partir de 24 horas após o nascimento, dentro da do de febre.
primeira semana de vida e comparada com as Alternatl~a O: INCORRETA. O sarampo é uma doen-
tabelas de referência. ça viral, que causa febre alta, acompanhado
Assim, para diagnóstico, o recém-nascido deve de sintomas de vias aéreas superiores (tosse e
estar com mais de 37 semanas (alternativas A coriza), além de uma conjuntivite. O exantema
e C incorreta.s). surge até o terceiro dia, é morbiliforrne e distri-
A medida menor que -3 desvios-padrão é con- buição céfalo-caudal.
siderada microcefalia grave (alternativa O in- Alternativa E: INCORRETA. A varicela é uma doença
correta). viral, que causa um exantema centrípeto, com
I Resposta: ® lesões polimórficas (máculas, pápulas, vesícu-
las, crostas), disseminadas em todas as partes
do corpo.
Lactente de 10 meses de idade, previa- I Resposta: @
53 mente saudável, apresentou febre alta
(maior de 39 ' C) de início abrupto, sem qual-
quer pródromo, que durou 4 dias. Juntamente Gestante com 25 anos admitida em tra-
com a febre, se observou tosse, coriza e fezes
diarréicas. Logo que a febre cedeu, a criança
54 balho de parto, com idade gestacional
de 37 4/7 semana s pela data da última mens-
apresentou um exantema maculopapular dis- truação e confirmada posteriormente pelo
creto na face, pescoço e tronco. Ao exame físico exame clínico (New Ballard). Evoluiu para parto
notou-se pápulas eritematosas no palato mole normal. Recém-nascido de termo, com 2.180
e discreto aumento dos linfonodos cervicais. O g de peso, pequeno para a idade gestacional.
diagnóstico mais provável é: Mãe referia ser a terceira gestação, com dois
partos vaginais anteriores. Compareceu a três
@ Exantema súbito. consultas de pré-natal e não realizou os exames
® Escarlatina. solicitados. Os exames maternos colhidos em
© Exantema alérgico. sala de parto revelaram VDRL 1/32, TPHA posi-
@ Sarampo. tivo. Teste de HIV, hepatite 8 e C, não reagentes.
® Varicela. A realização da história a gestante referia ter
tido o mesmo problema na última gestação,
Alternativa A: CORRETA. o exantema súbito é uma há 1 ano e meio. Nesta ocasião recebeu trata-
doença viral. causada pelo Herpes vírus huma- mento com duas injeções de "Benzetacil•' por
no tipos 6 e 7, que normalmente atinge crian- dia, duas vezes, com intervalo de uma semana
ças entre 6 meses e 2 anos. A criança apresenta entre elas. Chegou a fazer controle 1 ano após
febre alta, de ink io súbito, acompanhada de o tratamento, quando o VRDL revelou título
2018 471

de 1/2. Desde então não realizou controles de mentada (queda no título do teste não
saúde. O pai das três crianças é o mesmo, sen- treponêmico - VDRL!RPR};
do que nunca realizou exames e, por ocasião Foi adequadamente tratada antes da
do t ratamento materno na outra gestação, re- gestação, mas não teve um acompa·
cebeu duas injeções de "Benzetacil•" em um nhamento sorológico suficient e para
único dia, uma vez. A sorologia do RN foi VDRL descartar a presença de infecção ativa
1/8 e TPHA reagente. A melhor conduta a ser durante a gestação (queda de 4 vezes
adot ada para este RN é: nos títulos do VDRL/RPR para mulheres
portadoras de slfilis primária e secun-
@ Colher VDRL seriado, com 1, 2, 4 e 6 meses. dária e tít ulos estáveis ou decrescen-
Caso haja ascensão de titulos tratar o RN. tes, inferiores ou iguais a 1:4, para as
® Colher hemograma e realizar radiografia outras fases da sífilis}.
de ossos longos. Dependendo dos resultados,
colher l iquor e iniciar tratamento li. Recém-nascido com t este não treponêmico
com penicilina cristalina. sérico positivo e uma ou mais alterações:
© Não investigar nem tratar. Mãe t ratada ade- Qualquer evidência clínica de sífilis
quadamente e os tftulos do VDRL são menores congênita;
no RN, indicando passagem transplacentária Qualquer manifestação radiológica de
de anticorpos. sífilis congênita;
@ Colher hemograma, liquor, realizar radio- VDRL positivo no líquor;
grafia de ossos longos. Iniciar tratamento com Líquor com aumento de celularidade
penicilina cristalina. ou de proteínas, sem outra causa apa-
® Administrar uma dose de penicilina benza- rente;
tina. Realizar seguiment o seriado do VDRL, com Título do teste não t reponêmico
1, 2, 4 e 6 meses. (VORL/RPR) no recém-nascido quatro
vezes superior ao materno;
.. COMENTÁRIO: A transmissão da sífilis congêni- Sorologia para sífilis ainda positiva
ta pode ocorrer durante toda a gestação, sendo após o 6• mês de vida pós-natal ou
o risco maior nas gestantes com sífilis primária VORL que se mantém ou aument a nos
ou secundária. 3 primeiros meses de vida;
Considera -se sífilis congênita provável quando: Teste treponêmicos pa ra a detecção
I. Recém-nascido, independentemente das de lgM (FTA-Abs lgM 195 ou ELISA lgM
manifestações clínicas e laboratoriais, cuja ou lmunoblot lgM) positivos no soro
mãe é soropositiva para sífilis (teste não do recém-nascido;
treponêmico positivo em qualquer titula· Reação em Cadeia da Polimera se (PCR)
ção) e: para o antlgeno 47 kDa positivo em
Não recebeu tratamento para sífilis du· soro/sangue e/ou LCR do neonat o.
rante a gest ação;
Recebeu tratamento incompleto com As indicações para o tratamento do recém-nasci-
penicilina duran te a gestação; do compreendem todos aqueles casos diagnos-
Recebeu tratamento para sífilis com ticados como sífilis confirmada ou provável, ou
penicilina nos últimos 30 dias antes do seja, inclui os neonatos com t este não treponê-
parto mico positivo e com achados clínicos e/ou labo-
Foi tratada com outras drogas que não ratoriais e/ou radiológicos da doença e aqueles
a penicilina, durante a gestação; assintomáticos, cujo tratamento materno não
Foi adequadamente tratada para sífilis, foi feito ou documentado, não foi completo, não
mas o parceiro não foi tratado ou foi empregou penicilina ou, ainda, realizado nas
tratado de forma inadequada ou a in- quatro semanas anteriores ao part o.
formação não está disponível. A mãe do caso em questão não realizou trata-
Foi adequadamente tratada para sífilis mento adequado nesta gestação (alternativa
durante a gestação, mas não apresen- C incorreta).
tou uma resposta sorolõgica doeu-
4n Preparatóriopara Residência Medica SUS/SP

Como o RN do caso é pequeno para idade ges- Alternativa 8: INCORRETA. O vírus da imunodefi-
tacional. devendo ser prontamente realizado ciência humana (HIV) pode ser t ransmitido da
os exames laboratoriais (hemograma e teste so- mãe para o filho durante a gestação, no mo-
rológico para sífilis), radiografia de ossos longos mento do parto e através do leite materno. A
e coleta de líquor, além da pesquisa de outras amamentação está associada a um risco adicio-
infecções congênitas sexualmente transmis- nal de transmissão, podendo chegar a 29% nos
síveis. O tratamento deve ser iniciado imedia- casos de infecção aguda. No recém-nascido, as
tamente e i ndependente do resultado (alt er- portas de entrada do vírus são as m ucosas da
nativa B i ncorreta), sem necessidade de coleta nasofaringe e do trato gastrintestinal. Assim, no
de VDRL seriado (alternativas A e E incorretas). Brasil, é contraindicada a amament ação para as
A penicilina cristalina ou procafna têm sido as mães soropositivas para o HIV. Assim, não há
drogas de escolha. A penicilina benzatina tem necessidade de discussão, sobre a possibilida-
pouca penetração liquórica, podendo não ati n- de ou não de amamentação, ela é contraindi-
gir ou manter níveis treponemicidas em nível cada a partir do diagnóstico materno de por-
de sistema nervoso central. tadora do HIV.
Alternativa C: CORRETA. A hepatite C é adquirida
mediante exposição a produtos de sangue
A indicação médica para a suspensão do contaminado, atividade sexual ou transmissão
55 aleitamento materno é um evento pouco
frequente. Em algumas circunstâncias, o aleita-
perinatal. Evitar a amamentação não diminui a
taxa de transmissão vert ical do VHC, pois esse
mento materno, no recém-nascido de termo, risco não é devido ao leite materno ou colos-
tem sua suspensão questionável e deve ser dis- tro, por conterem uma quantidade muito baixa
cutido conjuntamente com a familia, sua indi- de vírus e que são inativados no trato digestó-
cação ou suspensão. O exame materno que se rio da criança. A hepatite C não contraindica o
positivo indicaria uma dessas circunstâncias é: aleitamento materno e mães infectadas com
VHC devem são encorajadas a amamentar. No
® Cytomegalovirus. ent anto, sabe-se que o VHC é transmitido pelo
@ HIV. sangue infectado; assim, se a mãe infectada
© Hepatite C. tiver fissura de mamilo ou lesão na aréola cir-
@ HBsAg. cundante com sangramento, ela deve parar de
® Parvovírus. amamentar. A decisão de amamenta r ou não
em mães HCV positivas deve ser baseada em
.,_ COMENTARIO: Questão de i nterpretação que uma discussão informada entre a mãe e o pro-
requer atenção no que está sendo solícitado. É fissional de saúde, após ela obter informações
perguntado qual exame materno que quando sufi cientes sobre os riscos e benefícios do alei-
positivo, gera um questionamento sobre a sus- tamento materno, além de ter conhecimento
pensão do aleitamento materno e a necessida- de que a transmissão do VHC pela amament a-
de de discussão da famflia, juntamente, com o ção é teoricamente posslvel, apesar de nunca
médico. documentada.
Alternativa A: INCORRETA. O citomegalovlrus (CMV) Alternativa D: INCORRETA. A hepatite B é uma doen-
pode ser transmitido às crianças por meio do ça infecciosa causada pelo VHB, que pode estar
contato com secreções genitais maternas du- presente no sangue, no esperma, no líquido
rante o parto ou através do leite mat erno. Re- amniótico, nos fluidos vaginais, no sangue do
cém-nascidos a termo saudáveis que adquirem cordão umbilical e no leite materno. O maior
CMV após o nascimento em geral apresentam risco de transmissão para o recém-nascido é
infeções assintomáticas e sem complicações durante o parto, quando a criança en tra em
provavelmente pela passagem de anticorpos contato com o sangue e secreções maternas
maternos específicos transferidos de forma i nfectadas. O Ministério da Saúde do Brasil re-
passiva e que protegem o lactente contra a comenda que as mães HBsAg positivas sejam
doença sistêmica. A AAP não considera a so- encorajadas a amamentar, desde que o seu fi-
ropositividade materna para o CMV uma con- lho realize imunoprofilaxia, com administração
traindicação para a amamentação. da primeira dose da vacina contra hepatite B e
2018 473

simultaneament e o uso da imunoglobulina es- devido a fatores como a barreira hematoliqüó-


p ecífica contra hepatite 8, administradas ainda rica imatura e a met abolização da bilirrubina
na sala de parto ou dentro das primeiras 12 ho- no sistema nervoso central que está pouco
ras de vida da criança. desenvolvida. Porém p ode ocorrer em todas
Ah•rnativa E: INCORRETA. O parvovírus é transmi- as idades gestacionais, não sendo apenas nos
t ido por gotículas, logo, não é contraindicação prematuros.
de amamentação. I Resposta: ®
I R•sposta: ©
Paciente de 4 anos previamente hígido,

56
O Kernicterus, termo que deve ser reser-
vado para as sequelas da encefalopatia
57 é levado ao PS com quadro de febre alta
(39 'C} e irritabilidade há 1 dia. Ao exame físico
bilirrubínica aguda, é consequência de fenô- apresenta-se em regular estado geral, prostra-
menos que causam lesão neuronal e de outras do e febril (38,8 'C). Percebe-se rigidez nucal.
células do sistema nervoso central. Quan to ao Coração com bulhas rítmicas taquicárdicas
Kernicterus é correto afirmar: (FC = 145) sem sopros. Pulmões livres e abdo-
me distendido com fígado a 2,5 em do rebor-
@ É um grave problema de saúde, mas que do costal direito. Foi obtido liquor por punção
está prat icamente extinto, devido ao uso de fo- lombar que revelou: 150 leucócitos/ mm 3; 90%
toterapia em larga escala. de polimorfonucleares e 1O% de linfomonóci-
® Acredita-se que seu reaparecimento nos =
tos; Glicorraquia 1Omg/dl e proteínoraquia =
últimos anos é decorrente da alta precoce sem 120 mg%; Bacterioscopia com cocos gram-ne-
o adequado seguimento do RN. gat ivos. Éopção para a adequada profilaxia dos
© Tem como características principais o com- contactantes deste p acient e:
promet imento da inteligência e a hipotonia
dos membros sup eriores. @ Ciprofloxacino 500 mg VO de 12!12h por 2
@ Caracteriza-se princip almente pelo com- dias, em adultos.
prometimento da audição e da fala, sem outras ® Rifampicina 20 mg/ kg 1x/ dia por 4 dias, em
alterações. menores de 12 anos.
® Acomete apenas o prematuro, pela maior © Ceftriaxona 100 mg/k, dose única, em
vulnerabilidade do SNC, quase não mais sendo maiores de 12 anos.
observado nos RN termo. @ Ceftriaxona 125 mg, dose única, em meno-
res de 12 anos.
Alt•rnativa A: INCORRETA. ® Ceftriaxona 50 mg / kg, dose única, em me-
Alternativa B: CORRETA. O Kernicterus é um pro- nores de 12 anos.
blema ainda visto no Brasil, principalmente em
regiões com baixos níveis socioeconômicos, IJ> COMENTÁRIO: Os principais pat ógenos cau-
onde a assistência em saúde é precária, com sadores da meningite bacteriana são Strep-
uma alta hospitalar precoce (menos que 48 t ococcus pneumoniae (cocos gram positivo),
horas de vida) e sem uma reavaliação do re- Neisseria meningitidis (diplococo gram nega-
cém-nascido por volta do s•dia de vida, que é t ivo} e Haemophilus influenzae (bacilo gram
o ideal para avaliar o estado geral do pacien te. negativo). Assim, a questão nos mostra uma
Alt•rnativas C• D: INCORRETAS. O Kernicterus causa meningite causada pela Neisseria meningitidis
sequelas graves e irreversíveis que se acentuam ou meningococo.
com 2 a 3 meses de vida, uma encefalopatia A quimioprofilaxia está indicada para os con-
crônica não evolutiva, quadro de paralisia cere- tactantes íntimos expostos até 7 dias do início
bral severa, assim haverá uma hipertonia mus- dos sintomas, somente nos casos de doença
cular generalizada, surdez. sequelas oculares, meningocócica ou meningite p or Haemophilus
deficiências no apre ndizado, memória e com- influenzae.
portamento adaptativo. No caso da doença meningocócica deve ser fei-
Alternativa E: INCORRETA. O cérebro dos bebês pre- t a a qui miopro filaxia para as seguintes p essoas:
maturos está m ais propenso ao kernicterus,
474 Preparatóriopara ResidênciaMédica SUS/SP

Contactantes domiciliares (residentes no ~cido - base. A apresentação mais comum nas


mesmo domicílio) crianças é a acidose metabólica, que se grave
Quartéis e orfanatos: dormir no mesmo pode levar a parada cardiorrespiratória.
quarto Alternativa 8: INCORRETA. A exposição aguda a
Creche e pré-escola: crianças da mesma doses tóxicas de paracetamol pode causar he-
sala e mesmo período pat otoxicidade grave a fat al (falência h epát ica
Pessoas expostas diretamente às secreções aguda). O tratamento da intoxicação por pa-
de orofaringe, por exemplo, através de bei- racetamol consiste na descontaminação gas·
jos trointestinal precoce e na administração do
Profissionais de saúde que tenham se ex- antídoto N-acetilcisteína.
posto a secreções respiratórias sem uso Alternativa C: INCORRETA. A dipirona, quando uti -
de máscara cirúrgica durante: intub ação lizada em superdosagens não leva a graves
traqueal, aspiração de secreções ou que te- sinais e sintomas, na maioria das vezes causa
nham realizado respiração boca-a-boca ou apenas náuseas, vômito, dor abdominal. e mais
exame de fundo de olho. raramente, sintomas do sistema nervoso cen-
t ral (vert igem. sonolência, coma, convulsões)
A quimioprofilaxia deve ser feita com: e queda da pressão sangufnea (algumas vezes
Rifampicina: adultos: 600 mg VO 12/12 ho- progredindo para choque) bem como arrit mias
ras por 2 dias, crianças: 20 mg/kg/dose VO cardíacas (taquicardia). Não existe antfdoto es-
12/12 horas por 2 dias, < I mês: 1O mg/kg/ pecífico conhecido para a dipirona.
dia VO 12/ 12 horas por 2 dias. Alternativas De E.: INCORRETAS. O tramado! e a co-
Alt ernativas: deina são dois opióides, usados nos quadros de
Ceftriaxone: adultos: 250 mg IM dose dores agudas ou crônicas intensas. O quadro
única; crianças < 12 anos: 125 mg IM clínico da overdose é normalmente agudo, h ~
dose única; rápida estimulação cerebral, seguida de de-
Ciprofloxacino 500mg VO dose única pressão do sistema nervoso central, obnubila-
(adultos). ção da consciência ou coma, depressão respi-
ratória, diminuição da atividade cardiaca e, em
Para o Haemophilus in fluenzae, indica-se a pro- casos mais graves, convulsões e morte.
filaxia com Rifampicina: adultos: 600 mg/dia VO
1x/dia p or 4 dias; crianças: 20 mg/kg VO lx/dia I Resposta: ©
por 4 dias; < I mês: 1O mg/kg VO I x/dia por 4
dias.
I Resposta: @
A bronquiolite p ode cursar com insufici-

O uso de analgésicos em crianças depen·


59 ência respiratória grave com neces.sida-
de de suporte ventilatório invasivo. São fat ores
58 de das características farmacológicas es-
pecíficas das medicações disponíveis. Das dro·
de risco para maior gravidade da bronquiolite,
EXCETO:
gas abaixo, aquela que tem o melhor perfil de
segurança em caso de superdosagem é: ® sexo feminino.
® b aixa idade pós-natal.
® a aspirina. © mãe fumante.
® o acetaminofeno. @ aleitamento artificial.
© a dipirona. ® prematuridade.
@ otramadol.
® acodeina.

Alternativa A: INCORRETA. A principal manifestação


da intoxicação aguda por ácido acetilsalicilico
(aspirina) é uma alteração grave do equilíbrio
2018 475

Resposta:A água livre. O cálculo do volume e da quant ida-


COMENTARIO: A bronquiolite aguda é uma afec- de de eletrólitos necessários para cada pacien·
ção respiratória desencadeada por vírus sazo- te pode, portanto, variar e deve ser baseado
nais, sendo o principal deles o vírus sincicial na enfermidade que motivou sua i nternação.
respiratório, frequentes em crianças com me- Assim, uma criança internada por pneumonia,
nos de 1 ano de idade (alternativa B correta). sob ventilação mecânica, não deve receber a
Muitos fatores perinatais e ambientais podem mesma fluidoterapia que aquela in ternada por
estar associados à suscetibilidade do lactente gastroenterite e febre.
para infecções virais e sibilãncia. Entre os fato- A administração de mais sódio e menos água
res de risco mais destacados para a bronquioli· livre pode reduzir o risco de hipervolemia, hi·
te estão a prematuridade (alternativa E correta), ponatremia e queda da osmolaridade plasmá-
anomalias congênitas (cardiopatias, sindrome t ica. Distúrbios do sódio plasmático podem ser
de Down), tabagismo materno (alternativa C assintomáticos ou levar a alterações neurológi-
correta) e história materna de asma. O erro ali· cas graves, como convulsões. coma e até mes-
mentar ou o baixo peso também são fatores mo a morte. Por este motivo, novas recomen-
que podem contribuir para gravidade da bron- dações sugerem o uso de fluidoterapia com
quiolite (alt ernativa D correta). formulação i sotônica (concentração de sódio
de 136mEq /l) e restrição hídrica em pacient es
portadores de enferm idades graves (50 a 80%
A prescrição de um soro de manuten- da oferta det erminada pela fórmula de Holliday
SO ção isotônico para um lactante de 1
ano com 1OKg é:
e Segar).
Fórmula de reposição hídrica segundo fórmula
de Holliday e Segar (cada 100 calorias necessá-
@ SG5% 1000 ml ; SF 200 ml ; KCI 19,1% 5 ml. rias demanda 1OOml de líquidos):
@ SG10% 800 ml; SF 200 ml; KCI19,1% 10
ml .
© SG10% 1000 ml; NaCI3%45 ml; KCI19,1% Peso Volume
10 ml. Até 10kg tOOmli1<9
@ SG5% 800 ml; NaCI20% 200 ml ; KCI19, 1%
1OOOml + SOml para
5 ml. de lO a 20Kg
cada Kg cima de 1OKg
@ SG10% 1000 ml; NaCI 20% 45 ml ; KCI
ISOOml + 20ml para
19,1% 10 ml. Maior que 20Kg
cada Kg acima de 20Kg
Resposta: E
COMENTÁRIO: Desde 1957, a fórmula de Holliday
e Segar para fluidoterapia de manutenção é xemplode prescrição de fluidoterapia de ma-
u tilízada. Ela esti ma uma relação entre o volu- ut enção em criança de 1OKg, previamente hí·
me de líquidos necessário e o gasto energético ida, in terna em enfermaria:
basal da criança na proporção de 1OOmUKcal/
dia. A recomendação proposta para as con· arãmetros para o cálculo:
cent rações de sódio, potássio e cloretos, para Oferta hídrica 1OOmUKcal
fluidoterapia de manutenção, tomou por base Sódio 136mEq/ l
valores intermediários entre o que é ofertado Potásio 25mEq/l
normalmente pelo leite de vaca e pelo leite ma- rescrição de soro de manutenção para 24 ho-
terno, sendo esta uma solução hipotônica: as:
• 3mEq de sódio/1OOKcal/dia, Glicose a 5% 1.000ml
• 2mEq de potássio/100Kcal/dia e Nacl a 20% 40ml
• 2mEq de cloretos/i OOKcal/dia. KCia 19,1%10ml
Esses valores são próximos às necessidades dos
adultos e aplicáveis a crianças saudáveis, po·
rém podem ter efeitos i ndesejáveis em crianças
doentes com habilídade limitada para excretar
476 Preparatóriopara Residência Medica SUS/SP

REFER~NCIAS CLINICA MtDICA -ALEXANDRE BARBOSA

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tífico de nutrologia da Sociedade Brasileira de Pe- Sobre estudos clínicos com novas dro-

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61 gas:

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tério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, divíduos sadios para aval iação toxicológ ica
Departamento de Vigilânda das Doenças Trans- sérica.
misslveis. - Brasília: Ministério da Saúde, 2015. ® Na fase I a medicação é, em gera l, testada
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ciedade Brasileira de Pediatria, 2010. gas são l iberadas para comercialização.
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leira de Pediatria, Ago/2017. são li beradas para comercial ização.
6. Almeida MFB e Oraque CM · lcteócia no recém· ® A fase V são os diversos estudos de ca -
·nascido com idade gestadonal > 35 semanas. so-controle realizados após a l iberação das
Documento Cientifico - Departamento de Neo· drogas.
natologia- Sociedade Brasileira de Pediatria, 2012.
7. Faria SM et ai. Meningites bacterianas- diagnósti· DICA DO AUTOR: NÃO CONFUNDA "fases do estu-
co e conduta. Jornal de Pediatria - Vol. 75, Supl.l, do" com "nível de evidencia de publicações" e
1999. "graus de recomendação'; estas últimas são re-
8. Bicca C et ai. Abuso e Dependência dos Opioides lacionados ao desenho/qualidade dos estudos.
e Opiáceos. Projeto diretrizes - Associação Médica As "fases do estudo" ClfNICOS (ou seja, com
Brasileira. Outubro/2012. humanos- com animais chama-se pré-clinico)1
9. Ramos da Silva J et ai.· Bronquiolite aguda e sibi- são as et apas que os órgãos regulamentadores
lancia transitória em lactentes. Boletim Cientifico como FDA e ANVISA exigem para liberar uma
de Pediatria ·Vol. 3,N° 2,2014. nova medicação. A tabela a seguir vai te ajudar
10. Naspitz L et ai. - Recomendações para uso de ftui- a entender esse conceito.
doterapia isotônica. Atualização de Condutas em
Pediatria. no 78 Departamentos Cientfficos SPSP
· Sociedade de Pediatria de São Paulo. Setembro Fase dos
2016. Calllcterística dos Estudtn
estudos
São utilizados individuas sadios (ex-
ceto testes para quimioteráplcos e
antirretrovirais}, o objetivo é somente
Fase I definir segurança da medicação, atta-
vés da avaliação da farmacocinética
e farmacodinámica a fim de definir
toxiddade.
Da rase 11 em diante os estudos s~o
feitos com doentes. Aqui o objetivo é
Fase li
definir dose terapêutica. Assim como
na fase I a amostra ainda é pequena.
2018 4n

Essa é a fase que gera a maioria dos vofloxacino oral e orientar retorno em caso de
estudos famosos da literatura, pois evolução desfavorável.
demonstram a eficiência e a seguran...
ça da droga em uma grande popula 4
® Solicitar exames lab oratoriais para adeq ua-
Fase 111
d a estratificação d o risco po sto a alteração ra-
ção. Consequentemente é necessário
um ensaio clínico randomizado, sen 4
dio lógica evidente.
do a Ultima etapa antes da comercia 4 © Indicar tratament o ambulato rial com Levo -
lização. Também conhecida como floxadno com retorno obrigatório em 48 ho ras
prova de conceito. para repetir radiografia.
Essa fase acontece pós comercializa 4 @ Ind icar antibioticoterapia endovenosa em
ção. Tem o objetivo de avaliar a segu4
regime de int ernação p osto o uso recente d e
rança das medicações através da far- azitromidna.
Fase IV
macovigilància, observando os efeitos ® Repetir o t ratamento com macrolídeo p o is
colaterais mais raros ou que necessi 4

o achado radiológ ico indica infecção por ger-


tem de mais tempo para ocorrer.
mes atípicos.

DICA DOAUTOR: O po nto chave em questões que


perguntam •a melhor cond u ta'; é o cand idato
Alternativa A: INCORRETA. Somente na fase I utiliza- ident ificar q uais os p arãmetros objetivos que o
mos indivfduos sad io s. aut or está se referindo, já q ue essa p erg unt a é
Alternativa B: INCORRETA. Essa alternativa fere com- muito subjetiva - por isso vale a pena dá uma
p letamente o s p rincfp ios ét icos da pesquisa. o lhada nas alternativas e voltar novamente
Pelo p rincipio d a autono mia de Belmont, não para o enunciado. Nesse caso o aut or está que-
se deve fazer estud os em indivíduos terminais. rendo saber q ual antibiótico deve ser usado, os
Alternativa C: CORRETA.A fase 111 é a fase dos ensaios exames complementares indicados e se tem
clfnicos randomizad os. critérios de int ernação.
Alternativa D: INCORRETA.Na fase IV é a fase pós Alternativa A: CORRETA. O tratamento deve ser com
comercialização para avaliar os efeitos a lo ngo levofloxadno, pois apesar do tratamento an-
prazo. terio r ter sido correto, 20% d os p neumococos
Alternativa E: INCORRETA.A fase V não existe, mas o s t em resistência a macrolídeos, po r isso a alter·
estudos caso controle feitos após co mercializa- nativa agora seria uma quinolona respiratória.
ção poderiam ser inclufd os na fase IV. E o regime do t ratamento é amb ulato rial, uma
vez q ue o paciente não pontua no CURB-65
simplificado, ou CRB-65, esco re utilizado para
pred izer mortalidade e em caso de 1 ou mais
62 Um paciente de 48 anos é admitid o no
pronto socorro com queixa d e t osse p ro-
d utiva e feb re nos últimos 3 d ias. Refere ser
pontos indica int ernação hospitalar.

hipertenso em uso d e Lo sart ana 50 mg/d ia e c Confusão mental


alérgico a betalactãmicos. Há cerca de 20 d ias R Frequência Respiratôria >= 30 irm
utilizo u Azitromicina para tratament o d e sinusi-
Blood pressure - pressão sistólica < 90
te (si c). Ao exame físico: BEG, conscient e, orienta- B
mmHg ou diastólica s 60 mmHg
do, febril (38 •c), ausculta cardíaca sem achado s.
FC: 89 bp m, PA: 1 20 X 80 mmHg e FR: 17 ip m, Maior ou Igual a 65 anos (idade pata ser
65 considerado idoso em países de primeiro
saturando 98% em ar ambient e. Não há quais-
mundo.
q uer sinais de desco nforto resp irató rio porém
há estertores em base pulmonar à direita. Não
há outras alterações ao exame ffsico. Rx de tó - Alternativa 8: INCORRETA. Pacientes com idad e <
rax demonstra o pacidade em base pulmonar a 50 anos, sem alterações impo rt ant es d o exame
direita e broncogramas aéreo s compatfveis com físico e na ausência d e insuficiência cardíaca.,
p rocesso infeccioso atual. Qual a melhor cond u- hepato patia, insuficiência renal, d oença cérebro
ta para est e caso? vascular e d oenças q ue possam levar a est ados
d e imunod eficiênda como HIV e DM, não neces-
@ Indicar tratamento ambulatorial com Le- sitam d e exames comp lementares além d o RX.
478 Preparatóriopara ResidênciaMedica SUS/SP

Alternativa C: INCORRETA. Se o paciente n ão teve Alternativa A: INCORRETA. Diante de uma fibrilação


piora q ue sugira complicações, não há neces- ventricular, realmente a epinefrina vem tão
sid ad e de repetir RX em 48 horas! As alterações logo possível o choque, mas é feita durante as
vão continuar lá, o paciente só vai ganhar mais compressões, e não antes.
exposição a radiação! Alternativa B: INCORRETA. Não podemos perder
Alternativa O: INCORRETA. Como já d iscutido não há tempo checando o ritmo após o choque, deve
indicação de i nternação, muito menos d e fazer realizar a compressão, e somente após 2 minu-
o mesmo anti biótico que já n ão deu certo da tos checamos o ritmo.
primeira vez. Alternativa C: INCORRETA. Como falad o a prioridade
Alternativa E: INCORRETA. Nem p elo q uadro clín ico é compressão.
nem pelos achados radio lógicos é possfvel su- Alternativa O: CORRETA. as com pressões devem ser
gerir um g erme atípico. A única correlação pos· feitas sob re a metade inferior do est erno, com
sibil id ade de correlação radiológica das pneu- profundid ad e entre 5 a 6 em, e frequência d e
monias é en tre b ronquiectasia e pseudomonas. 100 a 120 po r minut o.
Alternativa E: INCORRETA. O p ul so só deve ser che-
cado após 2 m inutos d e compressão e em caso
Paciente de 50 anos, hipertenso e d iabé- d e ritmo passível de pulso - nunca em fibrila-
63 t ico foi admitido em leito monitorizado
por suspeita de sfndrome coronariana aguda.
çâo ventricular.

In iciado as medidas adequadas porém pacien·


te evolu i para parada cardiorrespiratória em fi. Um paciente de 21 anos é admit ido na
brilação ventricular. Imed iat amente o paciente
recebe desfri bilação. A conduta a ser tomad a a
64 sala de emergência sonolento e visível·
mente desidratado. Segundo familiares, pa-
seguir: ciente apresenta d iarreia e febre nos últimos 5
dias. Não há relato de comorbidades ou uso d e
@ Infusão d e epi nefrina, 1mg, endovenosa. medicações contínuas. Ao exame físico:
® Checar se houve reversão para ritmo si nu sal.
© Infusão endovenosa de fibrinol it icos. REG. sonolento. Glasgow 11 (o3v3m5), d esid ra·
@ Compressões cardfacas d e alta qualidade. tado IV+IIV+, pele fria. Taquicárdico, ausculta
® Verificar a presença de pulso. cardíaca em sop ros. FC: 138 b p m e PA: 70 x 40
m mHg. Ausculta pulmonar sem achados. Ta·
DICA 00 AUTOR: Questão sem mu ita discussão. quipneico, FR: 27 ipm e Saturação de 98% em ar
Um dos p ilares mais i mportantes das ultimas ambiente. Abdome p lano, normo tenso, ru ídos
d iretrizes do ACLS é: COMPRIMA! As outras h iperativos e sem d or a palpação. Exames labo-
condutas não devem atrapalhar a compressão ratoriais: hemograma com leucocitose, neutrofi·
torácica. Mas a g rand e d ica da questão é: Faça o lia, desvio a esquerda e presenca de g ranulações
ACLS antes de ir para as p rovas, será importante tóxicas. Cont agem de p laquetas e coagulogra·
para ajudar na p rova, na entrevista e principal- ma normais. Cr 2,8mg/ d l eU 95 mg/dL Na+ 148
mente na prática clínica. Segue o algoritmo q ue m Eq/L. K+ 3,0 mEq/ L. Cloreto:120 mEq/L (VR 90·
responde aquestão:

-
··-
....... OC*>a.,.30~

U..oOfA-..... ...,.~
11 O mEq/L). Albumina 4g/dl. Lactato VR 18 mg/
d l ( VR 18 mg/dl). Gasometria arterial: pH 7,0; 3
HCO- . 5 mEq!L; pC02 28 mmHg.

Neste caso é correto afirmar que:

-·- ). -- -·
I @ Há critérios para choque séptico segundo
/ ....._..o"WfW). '
-<' o est udo sepsis 3. Deve-se realizar noradre na·
/ \. - - fina em acesso venoso periférico; coleta de cul-
~I
... ,., d'loqA, Aeoftic:lie IACP
•"oor-dlt
f!Wide a ACf'~ ptl(
turas; antibioticoterapia precoce.
2 ~- IMMdo f*oOEA
""' • -*«tio do ltwnol.
~ . . . . . . O~de~
_ _ w . . .,.,....,__
c.tQ(IIf l """'*"(ifl·~
piiJOOEAIWII•~ciO
mmoe. ~.,..,.o~

••-ou••..-•Wiflw
- ® Não há critérios para sepse segundo o es-
t udo sepsis 3. Deve-se realizar expansão volê·
IM UCJioiMNTAA. --·-~
mica com cristalo ides balanceados; coleta d e
2018 479

culturas e antibioticoterapia precoce. ca inicial. estudos recentes mostram que essa


© Há critérios para sepse segundo o estudo abordagem piora a função renal.
sepsis 3. Deve-se realizar expansão volêmica Alternativa D: CORRETA .. Tanto o diagnóstico como
com coloides sint éticos; colet a de culturas; an· a conduta estão adequadas.
tibioticoterapia precoce. Alternativa E: INCORRETA .. Como mencionado, não
@ x Há critérios para sepse segundo o estudo há critérios para choque séptico.
sepsis 3. Deve-se realizar expansão volêmica
com cristaloides balanceados; coleta de cultu·
ras; antibioticoterapia precoce. ~obre o diagnóstico da Febre Reumática,
® Há crit érios para choque séptico segundo
o estudo sepsis 3. Deve-se realizar expansão
65 e correto afirmar:

volêmica com coloides sintéticos; coleta de cuI· ® O diagnóstico pode ser estabelecido caso o
turas; antibioticoterapia precoce. paciente apresente dois critérios maiores como
Dica do autor: A quest ão aborda o conheci· cardite e artralgia ou cardite associada a febre a
mento das definições de sepse por parte do aumento de PCR.
candidato. A t abela a seguir organizará esses ® Coreia de Sydenham constitui critério
conceitos para você: maior e é considerada manifestação precoce
que desaparece após o uso da antibioticotera·
SRIS(sfndrome da resposta inflamatória sistémica):
pia.
resposta inflamatória do organismo a lesões (por
ex: queimaduras, pancreatite, trauma, sepse etc.)
© A febre ainda é critério maior para o seu
Dois ou mais dos critérios abaixo são necessádos
diagnóstico e é um sinal de elevado valor pre-
para estabelecer o diagnóstico: ditivo negativo.
Temperatura > 38•C ou< 360C. @ Tftulos elevados de anticorpo antiestrepto·
Frequência cardíaca > 90 bpm. lisina O significam infecção recent e, porém só
Frequéncia respiratória > 20 irm, ou são encontrados em 20% dos casos.
PaC02 < 32 mmHg, ou ainda necessida· ® A cultura de orofaringe t em positividade
de de ventilação mecânica por processo baixa devido ao período de latência entre a in·
agudo. fecção e o início da doença.
Leucocitose > 1 2.000/mm 3 ou leucope-
nia < 4.000/mm3, ou > 10% de formas I> COMENTÁRIO: Febre reumática sempre um
imaturas (bastonetes). t ema quente tanto para prova de clínica médi·
ca, pediatria e até preventiva. Conhecendo os
Sepse: SRIS + infecção documentada ou presumi 4

da. critérios diagnósticos de Jones modificado já


conseguimos "matar" maior parte das questões:
Sepse grave: sepse associada à hipoperfusão teci ~
dual, hipotensão ou disfunção orgânica (respirató 4

ria, cardiovascutar. metabólica, neurológica, renal, Critérios maiores Critériosmenores


hepatica, hematológica). Cardite Febre
Choque séptico: sepse associada ~ hipotensão re· Artrite Artralgia
fratária a ressuscitação volêmica e que necessita
Marcadores de fase
de drogas vasopressoras OU presença de hiperlac· Coreia de Sydenham
aguda (VHS, PCR)
tatemia (>36 mg/dLJ.
Intervalo PR prolonga-
Eritema marginado
AHematíva A: INCORRETA. Devemos ter bem defini· do noECG
do que hipotensão durante a sepse não é igual a Nódulos Subcutâneos
choque séptico. Para essa definição é necessário
ter recebido ressuscitação volémica antes, por· O diagnóstico é estabelecido com a evidência
tanto, não podemos chamar de choque septico de infecção estreptocócica ant erior por meio de
Alternativa B: INCORRETA. Errada. Há critérios para cultura de orofaringe, teste rápido para EBGA,
sepse, inclusive sepse grave. elevação dos títulos de anticorpos (ASLO) mais:
Alternativa C: INCORRETA. O critério está correto, Dois critérios maiores;
mas não se usa coloides na expansão volêmi· Um maior e 2 menores.
4110 Preparatóriopara Residência Medica SUS/SP

Alternativa A: INCORRETA.Artralgia não é critério Alternativa B: INCORRETA. Como d iscutido o ferro


maior, artrite SIM! E para definir artrite lembre- está baixo, portanto não é possível aument ar a
-se daqueles 4 sinais cardinais - além da dor saturação da transferrina se o ferro sérico está
temos Calor (aumento d a temperatura); Tumor baixo.
(ed ema) e Rubor. Alternativa C: INCORRETA. Essas são características
Alternativa 8: INCORRETA. A coreia de Sydenham é d a anemia por deficiência de ferro, e não d e
crítério maior, alguns autores inclusive consi- doença crônica.
deram que esse sintoma associado a evidencia Alternativa D: CORRETA. Sim! Para economizar e in·
de infecção é suficiente para o diagnóstico. No vestir na resposta inflamatória, o organismo
entanto ela é a manifestação mais TARDIA! Tipi· reduz a p rodução d a maior parte das p roteínas
camente presente após 1 a 8 meses da infecção. como albumina, eritropoietina e transferrina.
Alternativa C: INCORRETA.. A febre é critério menor, Alternativa E: INCORRETA. A macrocitose encontra·
além d isso a ausência dela, diferente dos fato- mos na anemia por deficiência de 812 e ácido
res reagent es de fase aguda não tem alto valor fólico, na doença crônica comumente a anemia
preditivo negativo. é normodtica e normocrõmica, podendo até ser
Alternativa D: INCORRETA.O p ico do ant icorpo "an· microdtica.
tiestreptolisina o· ocorre de 3 a 5 semanas e
acontece em 80% dos pacientes.
Alternativa E: CORRETA .. A cultura é negativa em O tuberculostático que mais frequent~­
75% dos casos, justamente por esse delta de
tempo, que pode ser longo.
67 mente pode ocas1onar neuropat~a pen·
férica como efeito ad verso é:

® OOoxacina.
As características laboratoriais da anemia ® Estreptomicina.
66 de d oença crônica são: © Rifampicina.
@ lsoniazida.
® ferritina baixa e normocitose. ® Pirazinamid a.
® ferro sérico baixo e aumento da saturação
de transferrina. .. COMENTÁRIO: O conhecimento dos efei tos
© trombocitose e aumento do RDW. colaterais das medicações é fundamental para
@ aumento da hepcid ina e redução da trans- p rova e para a vida. Ao se deparar com uma
ferrina. nova medicação procure sempre saber qual o
® macrocitose e red ução da proteína recep- efeito colateral mais importante daquela d ro·
tora de transferrina. ga. No caso dos tuberculostáticos a tabela a se-
guir vai te ajudar a não esquecer mais:
.. COMENTÁRIO: A melhor maneira de compreen- l rritaç~o g~strlca e hepatoto-
der o padrão das anemias é entendendo a fisio- xicidade (vômitos. hepatite,
Todas as drogas
patologia delas, no caso da anemia de doença alteração das provas de função

_.. _
crônica a produção d a lnterleucina-1 bet a e TNF hep~tl ca).
alfa atuam nos órgãos de diferentes maneiras: Suor e urina cor de laranja,
Rifampicina

-
exantema,citopenias e febre.
•AtG;ac1 . . . . . . . . Neuropatia periférica, artrite e
lsoniazida
hiperurkemia.
Rabdomiólise, artrite e hlperu~
Piratinamida
~-~-~ ricemia.
~~·~'"""' ...........
,...., ..,..... .... _ ....... o. ~--~ot"'- ~ llrro
._............. ~-~-~) Neurite ótica (EtambutOLHO),
Etambutol neuropatia periférica, dtope-
nias.

Alternativa A: INCORRETA. Como a ferroPORTinA Hipoacu.sia, vertigem e nistag ~


Estreptomicina
mo,
está fechada, a ferri tina não "saí" portanto per·
manece alta uma vez que não é "usada~ Ofloxacino Delirium.
2018 481

Alternativa A: INCORRETA. Oflaxacio tem poucos Alternativa A.: CORRETA. Assim como no OPOC o
efeitos colaterais, o mais importante é o efei to diagnóstico de exacerbação é clínico - geral-
comum d a classe das quinolonas - alucinações mente ocorre aumento d a produç~o de escarro
em idosos. ou aumento d a viscosidade com alteração d a
Alternativa 8: INCORRETA. Estreptomicina interfere cor e pod e ser acompanhada por astenia, disp-
com a orelha in tema -portanto os sintomas im- neia, dor torácica pleurftica ou hemoptise.
portant es s~o hipoacusia, vertigem e nistagmo Alternativa 8: INCORRETA. Esses pacientes são colo-
Alternativa C: INCORRETA. O sintoma mais explora- nizados por bactérias, por isso o uso d e macrolí-
do em provas da Rifampirina é suor e urina cor deos p rofilaticamente é indicado se o paciente
de laranja, nesses caso s a conduta é somente t em 3 ou mais exacerbações por ano e não t em
orientação. infecção por pseudomonas ( similar ao OPOC
Alternativa 0: CORRETA. A isoniazida int erage com que os macrolideos são indicados em est ágios
o metabolismo da p iridoxina (vitamina 86) por mais avançados).
isso tem como efeito colateral a neuropatia Alternativa C: INCORRETA. A lesão da b ronqu iecta-
p eriférica. O Etambutol também pode fazer sia, assim como no DPOC é irreversível, portan-
neuropatia periférica, mas não estava nas alter- t o os broncodilatadores e corticoide inalatórios
nativas. são para controle d a in flamação e não reversão.
Alternativa E: INCORRETA. Os efeitos principais d a Alternativa O: INCORRETA. Como discutido, a lesão
Pirazinamida são as dores nos músculos e arti- da broquiectasia, em geral, é irreversível.
culações. Alternativa E: INCORRETA. A fisioterapia respiratória
é fundament al em ambas as patologias.

Em relação à b ronquiectasia, é correto


68 afirmar que:
69 Homem, 42 anos, fumante, tem episó-
dios diários de cefaleia de forte in tensi-
@ O diagnóstico de exacerbação é clinico. Ra- d ade em região sup ra-orbital à esquerda, com
diografia de t órax deve ser realizada na emer- duração de aproximadamente 25 minutos, as-
gência para diagnóstico diferencial. sociada a lacrimejamento d e ol ho esquerdo.
® Antibiótico profilático para exacerbação Durante os momentos de dor fica impaciente,
n~o é indicado dada a crescente preocupaç~o and ando d e um lado para out ro d a casa. Teve
com o advento de resistência bacteriana. períodos de diversos dias com essa dor no últ i-
© O tratamento clínico com broncodilatado- mo ano, seguidos de alguns meses de melhora
res e corticoide inalatórios é efetivo em reverter e recorrência. Sobre este caso:
a inflamaç~o das vias aéreas.
@ Em geral a etiologia da b ronquiectasia é @ hipoxemia está frequent emente associada
identificada e passível de ser tratada, levando a à patologia.
reversão da inflamação das vias aéreas através ® oxigênio é uma opção como abortivo para
do controle da doença d e base. a cefaleia.
® A reabilit ação pu lmonar, imp ortante no © sumatriptano é uma opção como profiláti-
tratamento do DPOC, não tem beneficio na co para a patologia.
bronquiectasia. @ amitriptilina é u ma opção como p rofilático
para a patologia.
~ COMENTARIO: Questão especifica, mas com ® amitriptilina é uma opção como abortivo
um pouco d e bom senso é possfvel acertar. Nes- para a patologia.
ses casos, mantenha a calma, e caso não saiba
especificamente da situação que está sendo ~ COMENTARIO: A dificuldade da questão não
abord ada, tente relacionar com patologias se- esta no tratamento, e sim no diagnóstico dife-
melhantes, no caso da questão, os princfpios rencial das cefaleias primárias. Os pontos a se-
exacerbação da bronquiectasia é semelhante ao guir t e ajudaram acertar qualquer questão do
DPOC, como iremos discutir nos comentários. tema:
482 PreparatórioparaResidência Médica SUS/SP

......
......,. Clflt.IITt......
Bilateral.
li
Unilateral.
li (tflllla ... SIIRI
Unilateral na região orbital
I
e temporal
Dor súbita, contínua e lan-
C81derfslka Tipo pressão ou aperto. Inicio, gradual, pulsãtil,
cinante.
Variável. 4 a 72 horas. 30 minutos a 3 horas.
Lacrimejamento e olho
Náuseas. võmitos, fono-
vermelho ipsilateral a dor,
Slldo- lllldldll Nenhum. fobia, fotofobia e pode
rinorreia, obstrução nasal e
haver aura.
sensibilidade
Analgésicos. AINEs, trip-
Oxigenio, triptanos, ergo-
nDIIIa 1111 Analgésicos e AINEs. tanos, derivados do er-
tamina
got e anti-eméticos
Betabloqueadores. trici-
Bloqueador de canal de c<ll-
no pndl6llcD Tricídkos e acupuntura clicas e/ou anticonvusi-
cio não diidropiridinicos
vantes (topiramato)

Alternativa A: INCORRETA. Apesar de para a ce- © Ezetimibe.


faleia em salvas, o tratamento abortivo ser o ® Estati na e fibrat o.
oxigênio, a h ipoxemia não esta relacionada a ® Ezetimibe e fibrato.
fisi opatologia.
Alternativa 8: CORRETA. Essa questão descreve um ll> COMENTARIO: Resumidamente, as dislipide-
paciente com cefaleia em salvas, portanto oxi- mias mas comuns são: baixo HDL, alto LDL, alto
gênio é opção para tratamento abortivo - mas t riglicérides e mista (envolvendo 2 ou mais alte-
a oferta de oxig ênio não é de qualquer maneira rações associadas). O importante é o candidato
- deve ser através de máscara facial a 7L/min saber que o diagnóstico de dislipidemia n ão é
por pelo menos I 5 minutos. igual a necessidade de tratamento farmacoló-
Alternativa C: INCORRETA. O Sumatriptino é opção gico para a dislipidemia.
para abortar a migrãnea. Em relação ao trata mento p ara hipertrigliceri-
Alternativa O: INCORRETA. Tanto a cefaleia tensio- demia há controvérsias, mas a maioria dos gui-
nal como a m igrãnea podem se beneficiar com delines orientam iniciar fibrato acima de 500
profilaxia com Amitriptil ina, mas a cefaleia em mg/d l. Em relação ao baixo HDL a maioria não
salvas o tratamento abortivo é geralmente com recomenda mais terapia medícamentosa, pois
p rednisona nos p rimeiros dias e a longo prazo os estudos mostraram que apesar d o aumento
com Verapamil. d o HDL, não mudava mortal idade e até piorou
Alternativa E: INCORRETA. A Amitriptil ina não é tra- alguns desfechos cardiovasculares.
tamento abortivo em nenhuma situação. Já em relação ao LDL p recisamos prestar mais
atenção, pois houve uma mudança recente, e
a maioria das sociedades estão seguindo a re-
Homem d e 65 anos procura orientação comendação da American Heart Association d e
7O quanto a medicação dado alterações de
exames laboratoriais do metabolismo d e líp i·
tratar 4 grupos:

des. Não tem morbid ades. Exame flsico normal. Portadores de doença cardiovascular ate-
Apresenta os seguintes result ados: rosclerótica (coronariana, arterial periférica,
Colesterol total: 280 mg/dl; HDL colesterol: 32 cerebrovascular);
mg/dl; LDL colesterol: 192 mg/dl; VLDL coles- Elevações primarias de LDL-C ;;, 190mg/ dl;
terol: 56 mg/ dl e Triglicerideos: 280 mg/dl. A(s) Pacientes diabéticos, entre 40 e 75 anos,
medicação(ões) a ser(em) p rescrita(s) é(são): com LDL-C entre 70 e 189mg/dl;
Pacientes com risco estimado de doença
® Estatina. cardiovascular aterosclerótica ;;, 7,5% em
® N iacina. 10 anos e LDL-C ;,70mg/dl.
2018 483

Alternativa A.: CORRETA. Paciente com LDL <: CIRURGIA GERAL 1- HUGO GUEDES
190mg/ dl., portanto deve receber estatina!
Alt•rnativa 8: INCORRETA. Apesar do HDL baixo, não
há mais indicação de receber ácido nicotínico.
Alttrnativa C: INCORRETA •. O Ezetimibe só seria op- Um homem de 75 anos, com fibrílação
ção caso o pacient e tiver i ntolerância a estatina
ou em associação a ela,. caso mantiver níveis
71 atrial e sem claudicação intermitente
prévia, apresentou dor de início súbito em
elevados apesar da sua dose otimizada. membro inferior direito há 3 horas. A frequên-
Alt•rnativa D• E: INCORRETAS. Em casos de h ipertri- cia cardíaca é 120 bpm e a PA: 180 x 90 mmHg.
gliceridemia leve (150 a 499 mg/dl) não há in- A extremidade inferior direita está fria e pálida,
dicação de fibrato, e sim de mudança do estilo com déficits motor e sensitivo. O pulso femo-
de vida já que a melhora na dieta e exercícios ral neste membro está ausente, sendo que no
físicos conseguem reduzir muito mais os níveis membro inferior esquerdo todos os pulsos es-
de triglicérides. t ão presentes. Conduta inicial mais apropriada,
após a administração de heparina sistêmica:

® Angiografia no setor de hemodinàmica.


® Tromboembolectomia cirúrgica imediata.
REFERÊNCIAS © Trombólise i ntra-arterial local por cateter.
@ Duplex scan para local izar a lesão obstru-
1. https://www.fda.gov/ ForPatients./Approvals/Oru- tiva.
gs/ucm40S622.htm ® Trombólise sistêmica por acesso venoso
2. Emergências clinicas: abordagem prãtica I Herton periférico.
Saraiva Martins ...let ai.]. -- 10. ed. rev. e atual. -- Ba·
rueri, SP : Maneie, 20 15.
3. American Heart Assodation Guidelines Update for .. COMENTARIO: Caso clínico típico de oclusão
Cardiopulmonary Resusdtation and Emergency arterial aguda (OAA). A perda súbita de pulso
Ülrdiovascular Ülre. Circulation. 201S;132(18)(su· arterial associado a dor no membro são sinais
ppl2) precoces de OAA. Essa é u ma urgência cirúrgica
4. UpToDate. Evaluation of headache in adults e o tratamento padrão-ouro é a tromboembo-
2018{Available from: https:l/www.uptodate.cornJ lectomia ci rúrgica o quanto antes. Não muda
contents/eval uatjon -of-headache~in·adul ts) nada perder tempo com exames de imagem
S. BRASIL. Ministério da SaUde. Acolhimento à de- d iagnóst icos visto que a clínica é p reponde-
manda espont~ooa: queixas mais comuns na rante e a localização da oclusão é fácil de de-
Atenção Básica. Cadernos de Atenção Bãsica. v.ll, terminar pelo exame clínico (alternativas A e D
n. 28. Brasilia: Ministério da Saúde, 2013. erradas). Trombólise venosa obviamente não é
6. Azevedo LCPd, Taniguchi LU. Ladeira JP. Medicina eficaz. visto que o problema é arterial. A trom-
Intensiva: Abordagem prática. 211 ed. Barueri ~ SP: bólise intra-arterial é uma alternativa tentado-
Manole; 2015. ra, até porque crescem o número de trabalhos
7. 2013 ACC/AHA Guideline on the Treatment of pesquisando seu efeito no tratamento d a OM.
Blood Cholesterol to Reduce Atherosclerotic Car- Mas, por enquant o, a tromboembolect omia ci-
diovascular Risk in Adults. Journal of the American rúrgica ainda é o padrão-ouro e deve ser a op-
College ofCardiology Jul 20 14, 63 (25 Part 8) 2889- ção a ser marcada.
2934: DOI: 10.1 016/j.jacc.2013.11.002 I Resposta: ®
8. Brt~nton LL, Chabner BA. Knollmann BC. As Bases
Farmacológicas da Terapêutica de Goodman &Gil·
man - 12.ed.2012. Um homem de 72 anos notou discreto
9. UpToDate. Approach to the adult with anemia
2018(Available from: hUpsJ/www.uptodate.com/
72 abaulamento na região inguinal esquer-
da, há três meses. Não tem história de dor no
contents/approach-to·the-adult-with-anemia) local nem outras queixas ou sintomas. Seu há-
bito intestinal é normal e não tem anteceden-
t es cirúrgicos. Também não tem sintomas que
484 Preparatóriopara Residência Medica SUS/SP

sugiram prostatismo. ~ hipertenso controlado e çáo.


não tem out ras morbidades. Vive sozinho e tra- ® Ressonância magnética do abdome.
balha 3 vezes por semana como voluntMio em © Tomografia de abdome e pelve.
um hospital universit ário. Um cirurgião o exa- @ Apendicectomia.
mina e faz o diagnóstico de hérnia inguinal e ® Ultrassonografia transvaginal.
recomenda apenas ob servação. Essa conduta é:
.. COMENTÁRIO: Paciente no segundo !ri mes·
® equivocada, pela hist ória nat ural das hér· tre gest acional, com história de dor em FIO,
nias. anorexia e febre há O1 dia. Até que se prova
® inadequada, por conta da possibilidade de o contrário est amos diante de um quadro de
hérnia crural concomitante. apendicite aguda. Essa informação t em que ser
© inaceit ável, dada a idade do doente. medular para você! As dificuldades dessa ques·
@ contraindicada, pelo elevado risco de ob s- t ão são o fato de não haver irritação peritonial,
trução int estinal. o que pode ocorrer em grávidas ou nos casos
® cabível, pelo quadro clinico, a menos que o de apêndice retrocecal. Ultrassom transvaginal
paciente se torne sintomático. não ia contribuir para ver o apêncide (alternati-
va E errada) e a radiação de uma TC não seria a
.. COMENTÁRIO: Questão simples que discute melhor opção para o bebê (alternativa C erra·
quando indicarmos uma cirurgia de hernio- da). Tratamen to de apendicite com antibiót icos
plastia. O risco de complicações de uma hér· ainda não é o padrão-ouro no mundo (alterna·
nia inguinal simples, de pequenas dimensões, t iva A errada). Operar de cara seria tentador se
indolor, sem relatos de encarceramentos é fosse o caso de um homem, jovem e sem mor-
muito baixo, portanto, se o paciente não tiver bidades, mas veja que a nossa paciente grávida
uma condição preponderante, não se justifica t em um escore de Alvarado menor que 7, não
submet ê ~l o aos riscos de uma cirurgia, mesmo podendo confirmar clinicamente a apendici te
que sejam poucos. Pacientes que tenham dor aguda (alternativa D errada). Portanto, um exa·
recorrente na hérnia, encarceramento, realizem me de imagem confirmatório é f undamental,
atividades físicas intensas, esses sim tem indi- daí a opção pela ressonância magnética, que,
cação clara para operar. Vale uma lembrança apesar de pouco disponfvel. não t em radiação
aos pacientes tabagistas. com diabet es, prosta- e é capaz de fazer o diagnóstico correto com
tismo que são condições que ou cronicamente bastante precisão.
fragilizam a parede abdominal ou causam es- I Resposta:®
forços repetitivos crônico. Nesses casos tam·
bém há uma indicação relativa da correção da
hérnia inguinal. Uma senhora de 48 anos de idade vem
I Resposta:® 74 apresent ando hemorragia digestiva bai·
xa interm itente. de pequeno volume. Nunca

73 Uma m ulher de 25 anos, gestante de


23 semanas, vai ao pront o·socorro com
queixa de dor no flanco direito, há 24 horas.
teve instabilidade hemodinãmica. A endosco·
pia digestiva alta e a colonoscopia não mos·
traram alterações. Próximo exame que mais
Está anorética, com náuseas e febril (37,6 •C). O poderia auxiliar na identificação da causa do
exame ffsico revela dor à palpação no flanco e sangramento:
na fossa iliaca direita, embora sem defesa e sem
si nais de irritação peritoneal. A ultrassonografia ® Trânsito in testinal.
mostra ú tero gravídico, feto normal e vesícula ® Angiotomografia de abdome.
biliar normal. O ceco não foi visualizado. Hemo- © Ultrassonografia abdominal.
grama: 15.800 leucócitos/mm3, sem desvio. O @ Ressonância nuclear magnética.
exame de urina é normal. Escore na escala de ® Arteriografia mesent érica seletiva.
AIvarado: S. Apesar de melhora parcial com sin·
tomático, a dor persiste. .. COMENTÁRIO: Hemorragia digestiva com
Próximo passo mais apropriado: EDA e colono normais estamos lidando com
® An tibioticoterapia intravenosa e observa- um quadro clinico de hemorragia digest iva
2018 485

oculta ou (obscura). A causa provavelmente Hinchey 111: peritonite purulent a. Cirurgia de


está relacionada ao int estino médio e sem as· Hartmann.
sim for diagnosticada, passamos a chamar de Hinchey IV: peritonite fecal. Cirurgia de Hart·
hemorragia digestiva média. Sincerament e, mann.
o melhor exame para a paciente não est~ nas IResposta:@
alternativas que seria uma enteroscopia, pois
além de diagnosticar j~ pode biop siar I tratar
o problema. Deixado o lembrete, vamos discu· Um motociclista de 28 anos, alcoolizado,
tir com as alternativas que temos. As principais
causas de hemorragia digestiva média são le·
76 colídiu com uma ~rvore a cerca de 70
km/hora. Estava de capacete. Era um dia de in·
sões vasculares, como a angiodisplasia e tu mo· verno, chovia e a temperatura era baixa (cerca
res do TGI. Resosnancia magnética e USG são de 7 •C). No hospit al, a via aérea est á pérvia e o
exames que não se aplicam a identificação de murmúrio vesicular normal bilateral mente. Pul-
blushs ou sangramentos, assim como o exame so: 90 bpm, PA: 115 x 70 m mHg. Glasgow: 13.
de trânsito intestinal. Todos tem baixa acurácia Temperatura retal e esofágica: 34 •c.FAST (fo·
e sõ seriam capazes de diagnósticos indiretos cused Assessment Wit h Sonography for Trau·
(alternativas A, C e O erradas). Arteriografia e ma): positivo. Exames laboratoriais: glicemia:
tomografia computadorizada de abdome com 300 mg/dl, plaquet as: 280.000/mm3 (150.000
contraste (não necessariamente uma angioTC) a 450.000/ mm3) e TTPA alargado. A tomografia
, são bons exames para identificar a origem do de abdome mostrou lesão esplênica grau 11.
sangramento, assim como a cinstilografia com
hemácias marcadas, mas pensando na aborda· Próximo passo mais adequado:
gem inicial. preferencialmente com métodos
não invasivos, a TC de ab dome com contraste @ Bypass cardiopulmonar para reaquecimen·
é melhor at é que a enteroscopia, visto que a t o central.
paciente não apresenta repercussões clínicas ® Insulina por via venosa.
important es, não está em vigência de sangra- © Transfusão de 1OU ou uma aférese de pia·
menta e não precisaria ser submetida a seda- quetas.
ção ou procedimentos cirúrgicos, mesmo que @ Laparotomia exploradora e esplenectomia.
minimamente invasivos. ® Aquecimento e monitorização cardíaca,
I Resposta:® pelo risco de fibrilação ventricular.

1l> COMENTÁRIO: Questão difícil que envolve vá·


Tratamento mais apropriado para a di· rios conceitos de trauma e tentou pegar o aluno
75 verticulit e Hinchey IV (peritonite fecal): com a pegadinha: FAST positivo = laparotomia!
Vejam que o paciente encontra-se estável he-
@ Laparotomia com cirurgia de Hartmann. modinamicamente e a t omografia só mostrou
® Antibiótico e observação clínica rigorosa. uma lesão esplênica grau 11, que pode j ustificar
© Colostomia em alça. o líquido livre na cavidade. Lesões esplênicas até
@ Laparoscopia para irrigação e drenagem. grau 11 em pacientes estáveis podem ser tratadas
® Drenagem percutânea (radiologia inter· de forma não~interve n cionista com monitori·
vencionista). zação clfnica intensiva, seriar Hb, exame clinico
(alternativa O errada). A hiperglicemia é o menor
11> COMENTÁRIO: Estudar divert iculite aguda é sa- dos problemas do paciente agora e não cabe
ber de pronto a classificação de Hinchey. Não vá tratamento imediato (alternativa B errada}, as·
para a prova sem isso! A cirurgia de Hartmann sim como não há necessidade de transfusão de
consta de ressecçáo do segmento colônico per· plaquetas, visto que seus valores estão normais
furado com colostomia terminal e fechamento (alternativa C errada). O principal problema do
de coto reta!. pacient e é a hipotermia, definida como tempe·
Hinchey 1: microabscessos. t rat amento clínico. ratura corporal menor que 35 •c. A hipotermia
Hinchey 11: abscesso único pericólico. Tratamen· leva a distúrbios de coagulação, rebaixamento
to clínico e drenagem percu tânea se> 2 em . do nível de consciência e arritmias cardíacas.
4ll6 Preparatóriopara ResidênciaM~dica SUS/SP

Portanto, o tratamento de escolha é aquecer o duta imediata é a toracocentese de alívo com


pacient e, inicialmente com medidas externas e um jelco na linha heiclavicular, no 2' espaço in-
monitorização cardíaca. Somente em casos de tercostal do hemitórax afetado. Essa medida é
hipotermia severas e refratárias o reaquecimen- salvadora é primordial. Questão classica e fácil
to central é opção. de trauma. Qualquer outra conduta antes disso
I Resposta:@ está errada.
I Resposta: @

77 Um j ogador de beisebol foi atingido por


um taco no tórax. Queixa -se de muita fal-
ta de ar e de dor torácica. Saturação de oxigê- 78 Um paciente de 42 anos, com antece-
dentes de ter feito cirurgia de duodenal
nio: 87%, que não se elevou mesmo sendo ven- switch há 8 anos, é levado ao pronto-socorro
tilado com máscara de 02. Parece ter discreta devido a quadro de cólica abdominal de fraca
estase jugular, mas não tem desvio da traqueia. intensidade, mal-estar, confusão mental, dese-
O murmúrio vesicular está abolido a direita, quillbrio e fraqueza. Os familiares dizem que
onde a percussão revela timpanismo. Pulso: ele não faz seguimento há mais de 3 anos e que
130 bpm, PA: 60 x 40 mmHg. Na sala de admis- frequentemente tem vômitos, por comer muito
são, fez a radiografia de tórax ilustrada a seguir. rápido. Está em regular estado geral e descora-
do. Pulso: 80 bpm, PA: 120 x 80 mmHg, frequ-
ênda respirat ória: 14 irpm. O abdome é flácido
e indolor. Tratamento para o provavel diagnós-
t ico que explica os sintomas apresentados:

@ Laparoscopia.
® Tiamina intramuscular.
© Ferro intravenoso.
@ Antibiót ico.
® Hidratação intravenosa.
.,_ COMENTÁRIO: Questão difícil que traz concei-
tos de complicações pós-operat órias de cirur-
gia bariátrica. Deveria ser um tema de subespe-
...................• ............................ cialidade, mas com a crescente do t rat amento
Tratamento imediato: de obesidade esse vai ser um tema cada vez
mais frequente em provas de acesso direto.
@ Descompressão do hemitórax direito, por O dudenal swicht é uma cirurgia bariátrica di-
punção. sabsortiva, levando, além da perda de peso, ao
® Toracotomia anterolateral direita no quinto deficit de absorção de vitaminas lipossolúveis.
espaço intercostal. Além disso, por literalmente desviar o transito
© Drenagem de tórax com catet er de pigtail alimentar do duodeno, essa cirurgia impede a
ou com dreno t ubular siliconado, no quarto es- ab sorção de tiamina, niacina, riboflavina, áci·
paço intercostal direito, anteriormente à linha do fólico... todos absorvidos exatamente nessa
axilar média. porção do intestino. As manifestações clínicas
@ lnt ubação traqueal e ventilação mecanica. da deficiência de tiamina podem se manifes-
® Toracotomia de reanimação. tar de duas formas: síndrome de Wernicke-
· Korsakoff (oftalmoplegia, ataxia e alteração
.,_ COMENTARIO: A clássica radiografia que nunca de memória) e béri -béri. Portanto, o pacient e
deveria existir! Estamos diante de um pneu- apresenta um quadro típico de deficiência de
mot órax hipertensivo, cujo diagnótko é CLINI- vitamina 8 1 pós-cirurgia bariátrica e o trata-
CO!!! Ao atendermos um paciente com relato mento correto é a reposição de t iamina.
de dispneia súbita, seja ela t raumática ou não, I Resposta:®
MV abolido, estase julgular e hipotensão a con-
2018 487

largo espectro, curativo (idealmente à vácuo e


Vítima de atropelamento por auto, um nunca fechar primário a ferida), SVD ou cistos-
79 paciente de 24 anos é atendido no pron-
to-socorro, com os seguintes achados na avalia-
tomia (se houver migração da prostata no to-
que retal não tentar SVD de cara). Nesse caso
ção primMa: A: via aérea pérvia; 8: frequência clinico então, o fechamento pri mário da ferida
respiratória: 20 irpm, murmúrio vesicular pre- não é adequado (alternativas B, C e O erra-
sente bilateralmente, saturação de oxigênio: das) e não é necessário uma cistostomia, visto
96%; C: Pulso: 120 bpm, PA: 60 x 40 mmHg, que a uret ra encontra-se íntegra e a SVD já é
enchimento capilar: 5 segundos, FAST (Focu- suficiente (alternativa E errada).
sed Assessment w ith Sonography for Trauma}: I Resposta:@
negativo; pelve instável; toque retal: sem alte-
rações; sondagem vesical: sem hematúria; 0 :
Glasgow : 14, pupilas isofotorreagen tes, sem Um paciente de 34 anos refere dor abdo-
déficit s motores ou sensitivos; E: feriment o la-
cerante extenso de todo o perlneo, com perda
8O minal há 6 meses. Queixa-se também de
aumento do volume abdominal. Nega febre ou
de pele, comprometendo a região perianal e o perda de peso. Ao exame físico, não se palpa
escroto, com sangramento difuso, "em baba- massa nem se acha nenhuma outra alteração. A
ção~ Foi feito o tamponament o extraperitoneal t omografia mostra lesão retroperitoneal. j unto
de pelve com compressas e o paciente recebeu à veia cava inferior, de cerca de 8 em. Duas in-
vacinação antitetânica e antibioticoterapia. formações essenciais, omitidas na descrição do
Condu ta frente à lesão perineal. além da he- exame flsico, que podem ser úteis na investiga-
mostasia e do desbridament o dos tecidos des- ção da etiologia da lesão:
vitalizados:
@ Palpação de pulsos em membros inferiores
@ Colostomia em alça, lavagem da ferida e e superiores e palpação dos test ículos.
curativo compressivo. ® Toque retal e palpação de axila, virilha e
® Fechamento primário da ferida, com a re- pescoço.
construção plástica que se fizer necessária. © Palpação de testículos e de virilha, axila e
© Colostomia terminal, lavagem exaustiva e pescoço.
fechamento primário da ferida. @ Toque retaI e palpação de testículos.
@ Colostomia em alça, cistostomia e fecha - ® Palpação de pulsos em membros inferiores
mento primário da ferida. e superiores e palpação de virilha, axila e pes-
® Curativo a vácuo, cistostomia e colos tom ia coço.
em alça.
1l> COMENT~RIO: Massa retroperitonial em ho-
IIJ> COMENTARIO: A questão só é diffcil porque mem jovem tem duas grandes hipóteses diag-
aborda um tema relativamente especifico e fre- nósticas: tumor testicular e linfomas. Portanto,
quentemente negligenciado d urante o estudo. a descrição de li nfonodomegalias e o achado
Traumas pelvicoperineais são muit o frequen- de massa ou aumento testicular são funamen-
tes no pronto socorro cirúrgico e as hemorra- tais na avaliação clfnica para se chegar ao cor-
gias causadas pela laceração dos vasos rentes reto diagnóstico. Além do mais, na presença de
a pelve podem causar sangramentos intensos um desses achados, será muito menos invasivo
no retoperitônio, que não aparencem no FAST. e arriscado a biópsia excisional de um linfono-
Saber o passo a passo desse t ipo de at endimen- do ou massa testicular, do que a abordagem de
to para a prova e para a vida é muito importan- uma massa retroperitonial. Palpação de pulsos
te! Na vigência de intabilidade hemodinâmica e toque retal não teriam relação com o caso,
com pelve intável e trauma pelvicoperineal a visto que denotam câncer de próstata (que não
conduta é: fixação externa da pelve (a fixação cost uma dar massa retroperitonial) e obstru -
interna é cirúrgica e só é feita depois de outras
condutas no fluxograma}, lavagem exaustiva
da ferida, colostomia em alça, antibiótico de
4118 Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

ções vasculares como consequência do tumor, A doença clássica é caracterizada por 3 etapas:
o que não elucidaria o diagnóstico. infecção, remissão e intoxicação.
I Resposta:© Infecção é o período de viremia, com sinais e
sintomas gripais, difícil de distinguir de outras
infecções, dura de 3·4 dias. Febre, mal-estar,
cefaléia, fotofobia, dor lombar e nos membros
inferiores, mialgia, anorexia, náusea, vômito,
agitação, irritabilidade e tontura são alguns dos
REFER~NCIAS sintomas.
No exame físico, aparece vermelhidão das con·
1. trauma.org. acessado em 1Ode fevereiro de 2018. j untivas e gengivas e sensibilidade epigástrica
2. uptodate.com, acessado em 10 de fevereiro de e no fígado, por aumento de tamanho, podem
2018. estar presentes. A lfngua é caracteristicamen·
3. Samir Rasslan; Joaquim José Gama·Rodrigues; te vermelha na ponta e nas laterais com uma
Mareei Cerqueira Cesar Machado. Clfnica Cirúr· camada branca no centro. A pulsação é lenta
gica. Editora: Manole. ISBN: 9788520424957. Edi· em relação à altura da febre (dissociação pulso
ção: 1• Ano: 2008. temperatura - sinal de Faget). A temperatura é
tipicamente de 390(, mas pode subir até 41 •c.
Anormalidades laboratoriais incluem leucope·
CL[NICA MÉDICA 11 nia com neutropenia relativa. O grau de anor-
GIOVANNI GALENO malidades das enzimas hepáticas nesse estágio
pode predizer a gravidade da disfunção hepáti·
ca mais tardiamente na doença
A Remissão ocorre após a infecção com abran-
81 Sobre a Febre Amarela, é correto afirmar: damento da sfndrome febril. Pacientes com in·
fecções abortivas se recuperam nesse estágio1
mas 1S%dos pacientes evoluem para o terceiro
® Na forma moderada os sintomas são de fe- estágio: intoxicação.
bre, cefaleia, náuseas, vômitos, icterícia e o sinal O período de intoxicação começa do tercei·
de Faget pode estar presente. ro ao sexto dia após o início da infecção com
® O seu agente etiológico é um vírus DNA, retorno de febre, prostração, náusea, vômito,
pertencente à família Flavivirídae. dor epigástrica, icterícia, olígúria e diátese he·
© A letalidade da forma grave é baixa após morrágica. A viremia termina nesta fase e os
a preconização de terapia de substituição renal anticorpos aparecem no sangue. Esta fase é ca·
precoce. racterizada por disfunção variável de múltiplos
@ O período de incubação é prolongado e órgãos, incluindo o ligado, os rins e o sistema
varia de 14 até 28 dias. cardiovascular. A falência de múltiplos órgãos
® As manifestações trombóticas podem na febre amarela está associada a altos níveis
ocorrer no 3 ou 4 dia após melhora clínica par- de çitocinas pró-inflamatórias similares às ob-
cial e piora da função hepática. servadas na sepse bacteriana e na sfndrome da
resposta imune sistêmica (SIRS).
Alternativa 8: INCORRETA. O virus da febre amarela
.. COMENTÁRIO: Questão difícil, pois em cada al- é um vírus de RNA, pertencente à família Flavi·
ternativa há uma informação que contém ape- viridae.
nas um detalhe que a invalida. Aprendamos Alternativa(: INCORRETA. Apesar de a febre amare·
com as alternativas. la atingir os rins, sua mortalidade está ligada à
Alternativa A: CORRETA. O espectro clínico na febre falência hepática. A realização de d iálise preco·
amarela pode incluir a infecção subclfnica, ou cemente não altera a gravidade!letalidade da
seja, sem sintomas clínicos, abortiva (doença doença tão profundamente. Na falência hepáti-
febril sem icterícia) e a doença com ameaça à ca, o transplante estará indicado, mas são pou·
vida (febre, icterícia, insuficiência renal e he- cos os centros capazes de realiza-lo. E de certa
morragia).
2018 489
o intestino dentro da cavidade torácica, a ques-
forma, letalidade/mortalidade continua alta, tão colocou uma que, rapidamente visualizada
mesmo nos transplantados. é confundidada com um derrame pleural.
A"•rnativa 0: INCORRETA. O período de incubaç~o Analisemos as alternativas:
varia de 3 a 6 dias da picada do inseto. Alt•mativa A: INCORRETA Mesmo para um bom ob-
A"ornativa E: INCORRETA. Alternativa quase corre- servador, não há nada nos campos pulmona-
ta se ao invés de manifestações trombóticas res que faça uma ligação entre tuberculose ou
estivesse escrito manifestações hemorrágicas. pneumonia lobar.
Tais manifestações realmente podem ocorrer Alt•rnatíva B: INCORRETA
3 a 4 dias após melhora clínica (período de re- Alternativa C: INCORRETA Talvez a alternativa mais
missão) e início da fase de intoxicação. Incluem marcada entre as incorretas. Literalmente, há
petéquias, epistaxe, hematêmese, melena, pal- olbliteração do seio costo-frênico esquerdo
quetopenia, aumento do tempo dos testes de e obliteração do campo pul monar que indi-
coagulação e até evolução para coagulação in- que algum nfvel liquido em base do pulmão
travascular disseminada. esquerdo. Mas a obliteração ocorre devido
o estômago estar dentro da cavidade toráci-
ca. E por ele estar cheio de líquido ocorreu a
Paciente vai a consultório com história
82 de ter realizado radiografia de tórax indi-
cada por médico da UBS, que ficou preocupado
obliteração do seio costo-frênico e a imagem
de nível líquido na base do pulmão esquerdo.
Altomativa O: INCORRETA. No aneurisma da artéria
com a imagem . torácica, um dos sinais é o aumento do cam-
po referente ao mediastino. Nessa radiografia,
vemos facilmente que ele está normal. Não há
como suspeitar do aneurisma
Alt•rnativa E: CORRETA Observando a figura modifi-
cada, vimos uma linha vermelha que delineia o
contorno gástrico dentro do pulmão (comparar
com a figura da questão). A linha amarela refere
ao nfvel líquido dentro da cavidade gástrica.

O diagnóstico radiológico é
@ tuberculose.
® pneumonia lobar.
© derrame pleural.
@ aneurisma de aorta torácica.
® hérnia diafragmática .
.. COMENTARIO: Questão difícil por que hérnia
diafragmática não é algo visto todo dia. E entre
as possíveis radiografias que demonstram uma
hérnia diafragmática, algumas bem fáceis, com
490 Preparatóriopara Residência Mêdica SUS/SP

83 Homem, 35 anos, procura consulta médi-


ca para realizar avaliação peri-operatória
pois está em programação de realizar hemior-
rafia inguinal. Faz atividade física de moderada
intensidade regularmente, sem antecedentes
patológicos e sem uso de medicações crônicas.
Não há alteração ao exame físico. A conduta
correta, quanto ~ solicitação de exames com-
plementares para avaliação de risco cirúrgico, é:

® solicitar eletrocardiograma, radiografia de


tórax e função renal apenas.
® solicitar eletrocardiograma, radiografia de
tórax, hemograma completo e função renal.
© não solicitar nenhum exame.
@ solicitar eletrocardiograma, hemograma
completo e função renal apenas.
® solicitar radiografia de tórax, hemograma
completo e função renal apenas.

I!' COMENTARIO: Na verdade, essa questão era


para ser classificada como fácil. Mas por ser um
tema pouco estudado na graduação, seu nível
de dificuldade aumenta para moderado. As ta-
belas abaixo são retiradas da 111Diretriz de Ava-
liação Cardiovascular Perioperatória da Socie-
dade Brasileira de Cardiologia. Nelas podemos
conferir que em um paciente, como o da ques-
tão, 35 anos, sem antecedentes patológicos,
sem uso de medicações crônicas, que pratica
atividade flslca de moderada intensidade e que
será submetido a um procedimento cirúrgico
de pequeno porte não necessita da solicitação
de exames complementares para avaliação do
risco cirúrgico.
Uma maneira de tentar resumir as informações
abaixo é entender que na ausência de comor-
bidades, a solicitação de ECG, Radiografia de
tórax, Hemograma e Creatinina sérica só será
indicada em procedimentos de pequeno por-
te, pacientes acima de 40 anos de idade, ou em
procedimentos de médio ou grande porte, pa-
cientes de qualquer idade.
Testes de Coagulação só estão indicados para
pacientes com i nsuficiência hepática, histó-
ria de sangramentos, uso de anticoagulantes
como Varfarina ou para intervenções de médio
ou grande porte.
2018 491

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492 Preparatóriopara ResidênciaMedica SUS/SP

co, com microcalcificações de 0,6 em no maior


São critérios que orientam a necessidade eixo. Nega história familiar de neoplasia tireoi-
84de diálise de urgência, EXCETO:
@ Elevação abrupta da creatinina > 5 mg/dl.
diana e nega exposição a radiação na infância.
A função tireoidiana é normal. A conduta mais
@ Sinais clínicos compatíveis com uremia. adequada é:
© Hipervolemia não responsiva aos diuréti- @ Tireoidectomia total.
cos. ® Punção aspirativa por agulha fina de am-
@ Hipercalemia grave (> 6,5 mEq/L} e refra- bos os nódulos.
tária. © Cintilografia de tireoide.
® Acidose grave e refratária ao bicarbonato. @ Observacional:repetir ultrassonografia.
® Iniciar levotiroxina.
.. COMENTÁRIO: Quando pensamos em diálise
de Urgência devemos entender: diálise em .. COMENTARIO: Nódulos da tireóide sempre são
condições de ameaça à vida. Nível aumentado uma questão de no mínimo nível moderado.
de Creatinina Isoladamente nada representa, Inicialmente antes de avaliar o nódulo, deve-
nem mesmo uma elevação abrupta. O mesmo mos avaliar o paciente que possui o nódulo.
pensamento acompanha os casos de níveis au- Observando: Mulher, 36 anos, sem história fa-
mentados de Uréia, isoladamente nada repre- miliar de neoplasia tireoideana e sem exposição
senta. Mas acompanhado com sinaisclfnicos de a radiação na infância. Avaliando a tabela bai-
uremia (pericardite, rebaixamento do nível de xo, retirada da atualização do consenso brasi-
consciência, neuropatia, diátese hemorrágica). leiro sobre nódulo tireoideano e câncer, vemos
os quais indicam possibilidade ou agravamento que o paciente da questão possui baixo risco.
da situação, a diálise de urgência está indicada.
Alternativas:
Alternativa A: CORRETA. A creatinina isolada NÃO é
um indicativo de diálise.
,..,_dO __
e exame
Tallela 2. Dldos ela líSION liEO CJJ8 sugenm maiCJ naco de

Alternativa 8: INCORRETA. Paciente com uremia in- SDD~ddt<20-tu>70ftii,MI!tltdt~t


raheto. . . . OfiiCIIIIJipaCII'VQII,. .............
::::::
dica paciente grave, ou seja, necessita de diálise ~PfNidt~ dl ...,.IIIIICIDctnll ......... t*'Cflll

para a imediata reversão do quadro. tt~We ............................ ca.welf.,...


Alternativa C: INCORRETA. Quando a hipervolemia ...... ==· ~ ~ ............ c:..arm..~

não é responsiva aos diuréticos indica que se


nada for feito, a volemia irá aumentar, desen-
cadeando um edema agudo de pulmão e uma
.... ótc.c..
- - -
a·---
.......
-
•CWn~r.IICflcll* ICit
-......
Ptncnn.. . . . . .li>o2ff)l21.

~Clllftr.-,~Cii..._OJII-WSZI

.............. ~-..::o ..... --*D •


. . Crncllllo

--
possível insuficiência respiratória, levando a
... ..-...Cllftit\IOCII...... CW'•tJr«2o

-........... ---...........
morte. Nesse caso, está indicado a diálise de
NllcWD . . .UL-~IIDFDGP(J t*"'~t:at•
urgência.
Alternativa D: INCORRETA. Hipercalemia grave e
refratária, se nada for feito, desencadeara uma
·~
~-
.................
.....................
arritmia e evolução para Parada Cardio-Respi-
ratória. Nesse caso, também estará indicada a
diálise de urgência.
Alternativa E: INCORRETA. Acidose grave refratária
ao bicarbonato desencadeará o mesmo que Analisando os nódulos da questão, vemos que
uma hipercalemia refrataria. Nesse caso, tam- para o nóduloclsitico não se indica PAAF (assim
bém estará indicada a diálise de urgência. como um nódulo hipercaptante) - baixo riso de
malignidade. Observando as característica do
outro nódulo: 0,6cm, puramente hipoecóico,
Mulher de 36 anos vai a consulta médica sólido e com microcalcificações. Que dúvida!!!
85 para avaliação de nódulos tireoidianos. A
ultrassonografia de tireoide demonstra 2 nódu-
Mesmo analisando a Tabela 3. retirada do mes-
mo consenso, ficamosbem em dúvida. Tentare-
los em lobo esquerdo: puramente cístico de 1 mos responder de acordo com as alternativas.
em no maior eixo e puramente sólido, hipoecoi·
2018 493

-·-
© febre amarela, herpes zoster e hepatite B.

-·- .......................
T - 3. lldclçOos clt PW ., pa<w. """ ...... -
f8Ja!bl14bt4D* ou ~dslocf
@ influenza, hepatite A e febre amarela.
..,_ ® rotavírus, tríplice viraI e febre amarela.

---
, . . _ COIIIIIOIIIIC:Oeh» •

IJ> COMENTARIO: Para responder essa questão é


t10 . .

-_
necessário entender que vacina com vírus vivo

.......__....
~•s­
,,._ -----·~
. .. ..
~ c'•'
atenuado pode causar doença para o indivíduo
imunossuprimido. Sendo assim, revisemos a
wa:zidsaa
...... composição de cada vacina.
-Vacinas de vírus vivo atenuado: Tríplice viral,

- f!Nif----t'lo ....,.._....,..,..
......... <10-.-- .............. ...-.....
... us. - ·
,.._....,._..._..UL
Varicela, Herpes Zoster, Febre Amarela e Rota-
vfrus.
- Vacina de Vírus inativa do ou morto: Hepatite
A e lnfluenza.
- Engenharia genética (fragmentos de vírus, in-
cluindo material genético): Hepatite B.
Alt•rnativa A: INCORRETA Para a PAAF pode até Assim, a única alternativa que contém vírus
existir duvida quanto a sua realização. Mas de vivo atenuado é a letra E. Atenção, pois as va-
forma nenhuma é necessário, no momento, cinas de vírus inativado podem ser oferecidas
a agressividade de uma tireoidectomia total. para os pacientes imunossuprimidos.
Alt•rnativa B: INCORRETA Essa com certeza foi a RESPOSTA: ALTERNATIVA E
alternativa errada mais marcada. Podemos
considera-la errada simplesmente por causa
da inclusão do nódulo cístico como candidato Mulher de 65 anos é trazida por sua filha
a realização de PAAF. Caso a alternativa consi-
derasse apenas o segundo nódulo como can-
87à unidade de emergência confusa e deso-
rientada, queixando-se de cãimbras e formiga-
didato à PAAF, provavelmente a questão seria mento nas mãos.Foi submetida à tireoidectomia
anulada por apresentar duas alternativas corre- por nódulos há 2 dias. No exame ffsico, obser-
tas. Como visto na Tabela 3, o segundo nódulo vam-se sinais de Chvostek e Trousseau. O acha-
pode ser indicado para a PAAF (maior que 5 do eletrocardiográfico esperado neste caso é:
mm e com microcalcificações) ou acompanha-
mento com USG (nódulo menor que 1Omm). @ presença de onda U.
Alttrnativa C: INCORRETA Cintilografia de ti- ® alargamento de intervalo QT.
reóide só estaria indicado caso o TSH © encurtamento do QRS.
fosse suprimido. Em caso de TSH nor- @ inversão de onda T.
mal não há a necessidade da solicitação. ® pré-excitação com onda Delta.
Altornatlva D: CORRETA Dentre as possibilidades
existente de conduta, vemos que nódulo me- IJ> COMENTARIO: Cãimbras, Sinais de Chvostek e
nor que 1O mm podem ser acompanhados pe- Trousseau pós tireoidectomia, provavelmente
riodicamente com Ultrassonografia. Conduta nessa cirurgia deve ter ocorrido acidentalmen·
observacional. te uma Paratireoidectomia das 4 glândulas da
Altornativa E: INCORRETA TSH normal exclui essa al- paratireoide que ficam encravadas em cada
ternativa facilmente. ponta da tireóide. Sem paratireoide, sem PTH,
consequentemente ocorrerá a hipocalcemia
que em casos agudos pode causar parestesias
Paciente portador de artrite reumatoi- (formigamento), espasmos musculares (cãim-
86 de em tratamento com terapia biológi-
ca NÃO deve receber as seguintes vacinas:
bras), Sinais de Trousseau (indução do espasmo
carpopedal ao se insuflar o manguito de pres-
são arterial acima da pressão arterial sistólica
® varicela, rotavírus e influenza. por 3 minutos) e de Chvostek (contração dos
® trfplice vira!, hepatite B e varicela. músculos faciais ipsilaterais ao se percutir o
494 Preparatóriopara ResidênciaMedica SUS/SP

trajeto do nervo facial próximo à orelha), con- de doenças ou acidentes, visando a recu-
vulsões, laringoespasmo, bronçoespasmo, alar- peração ou a manutenção em equilíbrio
gamento do intervalo QT e çonsequentemente funcional.
arritmias e até papiledema. 2Prevenção Quartenária (prevenção da
RESPOSTA: ALTERNATIVA B iatrogenia): Esse novo nível de prevenção
pressupõe ações clínicas centradas na pes-
soa, e pautadas na epidemiologia clínica e
Sobre prevenção e screening de doen- na saúde baseada em evidências, visando
8® 8 ças:
A prevenção secundária tem como objeti-
melhorar a qualidade da prática em saúde,
bem como a racionalidade econômica.
vo reabilitação. Outro objetivo da prevenção quaternária
® A prevenção primária tem como objetivo é construir a autonomia dos usuários e
detectar doenças na fase pré-clínica. pacientes por meio de informações neces-
© A prevenção primária tem como objetivo sárias e suficientes para poderem tomar
detecção de doenças em pessoas que não tive- suas próprias decisões, sem falsas expec-
ram a doença anteriormente. tativas, conhecendo as vantagens e os in-
@ A prevenção quaternária tem como objeti- convenientes dos métodos diagnósticos,
vo evitar intervenções médicas desneces.sárias. preventivos ou terapêuticos propostos.
® A prevenção terciária tem como objetivo Em suma, consiste na construção da au-
detecção precoce de doenças. tonomia dos sujeitos e na detecção de in-
divíduos em risco de sobretratamento ou
COMENTARIO: Questão simples que mistura con- excesso de prevenção, para protegê-los
ceitos de saúde coletivas. Para responde-la, de intervenções profissionais inapropria-
aprendamos os conceitos de cada nível de pre- das e sugerir-lhes alternativas eticamente
venção. aceitáveis
Prevenção Primária: É a promoção da saú-
de ou prevenção especifica (vacinação, Alternativa A: INCORRETA . A reabilitação está incluí-
por exemplo). Corresponde a medidas da no nível de atenção secundária.
gerais, educativas, que objetivam melho- Alternativa 8: INCORRETA. Detecção precoce de
rar a resistência e o bem-estar geral dos doenças (fase pré-clínica) está incluída no nível
indivíduos (comportamentos alimenta- de prevenção secundária.
res, exercício físico e repouso, contenção Alternativa C: INCORRETA Detecção de doenças,
de estresse, não ingestão de drogas ou independente da fase clínica ou da causa, é
de tabaco), para que resistam às agres- prevenção secundária. A prevenção primária se
sões dos agentes. Também diz respeito a preocupa na promoção de saúde (hábitos sau-
ações de orientação para cuidados com dáveis) ou prevenção específica (vacinação).
o ambiente, para que esse não favoreça o Alternativa 0: CORRETA Em resumo, a prevenção
desenvolvimento de agentes etiológicos quartenária visa a prevenção de iatrogenias,
(comportamentos higiênicos relaciona- seja do médico, do sistema de sáude ou dos de-
dos a habitação e aos entornas). mais profissionais de saúde.
Prevenção Secundária (diagnóstico e tra· Alternativa E: INCORRETA A prevenção terciária in-
tamento precoce; limitação da invalidez): clui a reabilitação, visando a recuperação ou a
Engloba estratégias populacionais para manutenção em um estado funcional. Detec-
detecção precoce de doenças, como o ras- ção precoce está em um nível anterior.
treio de neoplasias. Também contempla
ações com indivíduos doentes ou aciden-
tados com diagnósticos confirmados, para Análise do derrame pleural com relação
que se curem ou mantenham-se funcio-
nalmente sadios, evitando complicações,
89 proteína do liquido pleural / proteína sé-
rica igual a 0,8 e LDH do líquido pleural / LDH
invalidez e mortes prematuras. sérico de 1,5, sugere:
Prevenção Terciária (reabilitação): Consis- ® Neoplasia.
te no cuidado de sujeitos com sequelas ® Síndrome nefrótica.
2018 495

© Hipoalbuminemia. g ad o p rox•mo, isso inclui duodeno, j ejuno e


@ Cirrose hepática. íleo p roximal. Assim, ocorrerá a atrofia nessas
® nsuficiência cardíaca congestiva. regiões. Atrofia d as vilosidades ao nível de íleo
t ermi nal com certeza não é característica da
COMENTÁRIO: Para respond er as questões, d eve- Doença Celíaca.
-se lembrar dos 3 critérios de light: Al ternativa C: CORRETA A doença cellaca está asso-
ciad a com diversas afecções, entre elas: Acidose
Proteina tlq"'<<IP~r~• I Proteína S4rko > 0,5 t ubular renal, Artrite reumatóide, Asma, Neo-
LOH liquidoPieUI'.,I/ LDH Sér"'o >0,6 plasia do intestino delgado, esôfago e faringe,
LOH liCJ.~IdOPIIIIM'.!II > 2/3 LOH S*lco Cirro se biliar p ri mária, Coarctação da aorta, De-
ficiência de lgA, Dermatite herpetiforme, Dia-
Se algum(ns} d os critérios acima for( em} p reen· betes Meli to tipo I, Doença de Adison, Do enças
chido(s), o liquido será classificad o como exu- da n reóide, U nfoma, Lúpus, Psoriáse, etc.
dato. Se nenhum, será classificado com t ransu· Alternativa 0: CORRETA Clássico. A atrofia das vilosi-
dato. dades levam ao quadro clinico de est eatorréia
nas formas mais severas.
Como os dados d a questão preenchem 2 cri- Alternativa E: CORRETA Os linfócitos intraepite-
térios, o líquid o será classificado com exudato, liai s (localizados por fora da memb rana basal)
apenas isso. Mas nas alternativa das questões, se encontram aumentados no individuo com
temos 4 exemplos de transudato e 1 de exu- doença celíaca e são u ns dos achados na bióp -
dato, por isso, que ele sugere o diagnóstico de sia i ntestinal.
Neop lasia.
Letra a) Neoplasia. Correta. Um derrame p leural REFER!HCIAS
é classificad o como exudato. Para facilitar lem-
bremos de exud ato como um derrame p leu-
ral i nflamatório/infeccioso. Outros exemplos: 1. Tavll PL, Santos JS.. Moraes MAP. Febre Amilrel.a.ln:
Derrame pleural ocasionado por pneumonias, Lopes AC. Tratado de Clínica Médica. 2.ed. São Paulo:
linfomas, pleurites, pancreatite, doenças auto- Ro<:a; 2009.Volume 111 p.3841·48
-imunes etc.
Letra b), c), d} e): Incorretas. Tod as as al- 2. Chiles C. Gull.a SM. Radiologia do TóralC.In: Chen MYM.
ternativas citam exemp los de t ransudatos Popê TL. Ott OJ. AadtOiogia Básica. 2.ed. Porto Alegre;
(derrame não inflamatório/não i nfeccioso}. 2012. p. 70·131
RESPOSTA: Alternativa A
3. Gualandro DM. Yu PC,.CarameUi 8, Marques AC..
Cald~rato D. Fomari LS, et atlll Dlrettlz de Avallaç~o
90 NÃO é característica da Doença Celíaca: Cardiovascular Perioperatória da Sociedade Brasileira
de Céndlol<lgia. Atq Bras Catdlol. 20 17;1 09{3 supl. 1)

@ Presença de ant icorpos antiendomísio. 4. . In: Martins HS,8randao Neto RA. Velasco IT. Medicina
® Atrofia das vílosid ad es ao nível de íleo ter- de Emergénda. l l.ed. Barueri: Manole; 2016. 6 16·659
mi nal.
© Associação com dermatite herpertiforme. S. Maia Ana luiza, Ward Laura S., CarvalhoGisah A..
@ Clínica de esteatorreia. Graf Har'S. Maciel Rui M.8.. Mbc:ielléa M. Zaninl
et a1 . Nódulos de tireóide e cãncer diferenciado
® Aumento d os linfócitos int raepitelíais
de tlreólde:c<~nsen so btaslleiro. Arq Btas Endo·

Aprend amos com as alternativas. crinol Metab llnternetl. 2007 July (cited 2018

Alternativa A: CORRETA Na d oença celíaca pod e es· May 261: Sl( S):367-893.Avallable from:http#
ta r po sitivos os anticorpos antiendomlsio, anti- www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&p;·

transglutaminase e antigliadina. d=S0004-27302007000S00027&1ng=en. http~/d>.dol .


Alternativa 8: INCORRETA Questão maldosa. A org/1 0.1590/S0004-27302007000500027

doença celíaca comp romet e o intesti no dei-


4% Preparatóriopara Residência Médica SUS/SP

6. Rlchtman R.lmunlzaçÕt's. In: lopes AC. Tratado de observação.


Clínicb Médica. 2.éd. São Paulo: Roc::a; 2009. Volum~ 111 ® Nova drenagem guiada por radiologia in·
p.41624 166. tervencionista.
© Drenagem guiada por laparoscopia.
7. Neto RAB. Hipocalcemia. ln: Martins HS, Brandão Neto @ Esplenectomia (laparoscopia ou laparoto·
RA, Velasco IT. Médicina de Emergência. ll.ect Barueri: mia}.
Manole: 20 16. 1329-1338 ® Lavagem diária do dreno.
Alternativa A: INCORRETA. A conduta expectante
8. Oemarzo, Ml\IIP. Reorganização dos sistema de saúde. com antibioticoterapia esta contra-indicada
Oispo,,fvel ~m < hup://www.unasus.unlfe-sp.br/l>iblio· nesse caso pois temos sinais diretos que ain·
teca_virtuaVesff2/unidades_ conteudos/un idade02/ da existe infecção ativa nessa paciente (febre,
unldadeo2.pdf> act-so em 26 de maio de 2018. leucocitose e elevação de PCR}. Além disso, a
paciente encontra-se sintomática (dor abdomi·
9. t<otze, LMS. Doença CeHao.ln: Lopes AC. Tratado de naI}, apesar da drenagem do abscesso e do uso
Clínica Médica. 2.ed. São Paulo: Roca: 2009. Volume I correto de antibiótico.
p.973·990. Alternativa B: INCORRETA. A drenagem percutâ·
nea de abscessos é um excelente método mi·
nimamente invasivo. No passado, abscessos
eólicos de diverticulite ou abscessos hepáticos
t inham que ser drenados cirurgicamente e tra-
ziam grande morbidade. Entretanto, sabemos
CIRURGIA GERAL 11 · RODRIGO CAMARGO LEAO que é um método com limitações. No caso em
EDELMUTH questão, o paciente ja havia sido drenado e a
radiologia intervencionista já havia revisado a
drenagem! Podemos assumir que esse absces-
so era multiloculado/multiseptado e, portanto,
Um senhor de 45 anos de idade vai ao o dreno não estava sendo eficaz ou que haviam
91 pronto-socorro com dor abdominal em
hipocôndrio esquerdo, febre e mal-estar há 3
outros abscessos no parênquima esplênico.
Alternativa C: INCORRETA. Sabemos que a espie·
semanas. Ficou internado há 2 meses por diver- nectomia é uma cirurgia tecnicamente segura
ticulite aguda em sigmoide, tratada com sucesso e que trás pouquíssimas repercussões graves
com antibióticos. Foi reinternado há 2 semanas para o paciente. Não há porque entrar na ca-
por coleção esplênica de 6x6 em, com alguns vidade peritoneal com o material cirúrgico e
septos. Foi realizada drenagem percutanea da somente realizar a drenagem sob visão direta,
coleção. Uma semana após a drenagem, por visto que existe o risco de outras lojas intrapa·
manter febre ainda, foi feita revisão do dreno renquimatosas.
pela radiologia intervencionista. Agora, duas se· Alternativa O: CORRETA. A esplenectomia continua
manas após a drenagem e tendo feito uso corre- sendo o tratamento padrão para abscessos es-
to de antibioticoterapia, o paciente está em bom plênicos. Enesse caso não há dúvida: houve fa·
estado geral, mas continua com febre. Também lha do tratamento minimamente invasivo com
se queixa ainda de dor em hipocôndrio esquer· drenagem e antibiótico. Temos que lembrar
do. O volume do débito do dreno é desprezlvel. que a vacinação contra germes encapsulado é
Pulso: 95 bpm, PA: 11 Ox 80 mmHg, temperatura: obrigatória nesses casos, 14 dias antes OU 14
38,5C. o abdome é doloroso a palpação em hi- dias após a cirurgia (anti-pneu mocôcica, a an-
pocôndrio esquerdo; não tem massas palpáveis ti-meningocócica e a anti·Haemophilus tipo b}
nem sinais de irritação peritoneal. Os últimos Alternativa E: INCORRETA. Uma das causas do bai-
exames séricos mostram aumento da Proteína C xo débito do dreno realmente pode ser falha
Reativa- PCR e da leucocitose. técnica devido ao entupimento do dreno. En·
tretanto, m uitos autores contraindicam a lava-
Melhor conduta: gem do mesmo com soro devido ao risco de
manipulação do foco e disseminação sistêmica.
@ Manter antibioticoterapia endovenosa e Além disso, conforme já discutido na alterna·
2018 497

tiva B, temos que suspeitar que podem existir necró ticos t em sido substit uída p ela aborda-
outros abcessos no parênquima esplênico. gem minimamente invasiva, em um momento
MAIS TARDIO. As opções cirúrgicas constit uem
de drenagem percutãnea, retroperitoneal, en-

92 Um senhor de 55 anos, previamente


hfgido, é int ernado por dor abdominal
epigástrica em faixa, náuseas e vômitos há 2
doscópica e/ou laparoscópica. A abordagem
por etap as inicialmente menos invasivas, dá~se
o nome de step-up approach.
dias. Está em regular est ado geral, desidratado, Alternativa C: INCORRETA. Vide comentário do item B
afebril. Pulso: 120 bpm, PA: 80 x 40 mmHg, fre- Alternativa 0: CORRETA. O tratamento da p ancreati-
quência respiratória: 20 irpm. O abdome é do- t e aguda consiste em jejum, analgesia, hidrata-
loroso difusamente, principalmente no andar ção e suporte clfnico.
superior; não tem sinais de irritação peritoneal. Alternativa E: INCORRETA. A TC de abdome com
Hemograma: hemoglobina: 15,8 g /dl , leucó- contraste IV fica reservada para casos em que
citos: 18.SOO/mm3, amilase: 3.500 U/l., lipase: há dúvida diagnóstica ou para pacientes com
2.000 U/l , creatinina: 2,0 mg/dl. A radiografia pancreatite aguda grave e, nesses casos, deve-
de abdome não mostra pneumoperitõnio. Foi mos p ostergar a tomografia e realizá-la de for-
iniciada já a reanimação volêmica, com boa res- ma tardia, se possível ap ós o Soou lo dia, pois
p osta inicial da frequência cardíaca e da pres- a tomografia precoce subestima a gravidade
são arterial. Conduta nesse momento: das complicações locais.

@ Antibio ticoterapia intravenosa empírica. Vamos aproveitar para relembrar! O diagnósti-


® Laparotomia com debridamento e drena- co da pancreatit e aguda requer 2 de 3 cri térios:
gem. (1 ) dor ab dominal compatível com p ancreatite
© Drenagem guiada por radiologia interven- aguda (início súbito de uma dor persistente,
cionista. forte, epigástrica com irradiação para o dorso)
@ Jej um, analgesia e monitorização em uni- (2) elevação da lipase e/ou amilase séríca, 3x
dade de t erapia int ensiva. maior que o valor de referência
® Tomografia de abdome com contraste en- (3) achados em exames de imagem compatível
dovenoso, para melhor esclarecimento do qua- com pancreatite aguda (TC de abdome com
dro e decisão da conduta a tomar. contraste venoso ou RM ou USG)

Altornativa A: INCORRETA. Não exist e indicação de


anti bioticoprofilaxia em casos de pancreatite
aguda (PA), independente do seu tipo (edema-
93 São ramos do tronco celíaco as artérias:

tosa ou necrotizante) ou gravidade (leve, mo-


derada, grave). A antibioticoterapia é conduta @ hepática, esplênica e gástrica esquerda.
de exceção em casos de PA e fica reservada ® gastroepiploica d ireita e esquerda e hepá-
para casos confirmados de infecção. A presença tica.
de i nfecção pode ser constatada com a presen- © esplênica, mesentérica superior e gástrica
ça de gás no tecido pancreático/peripancreáti- direita.
co, visto em tomografia computadorizada. Ou @ gást rica direita e esquerda e gastroepiploi-
p or meio de coloração positiva para Gram ou ca direita e esquerda.
cultura positiva, após punção com agul ha fina. ® gástrica esquerda, mesentérica superior e
Altornatlva 8: INCORRETA. Existe clara tendência hepática.
em se evitar a abordagem cirúrgica de necro- Grau de dificuldade: fácil
ses não infectadas, e postergar a i ntervenção
nas necroses i nfectadas. Idealmente, a cirur- I!> COMENTiRIO: questão d ireta de anatomia. Os
gia deve ser realizada após 2 a 3 semanas do ramos do tronco celfaco são: artéria hepática
início da pancreatite, se a condição clínica do comum, artéria esplênica e artéria gástrica es-
p acient e assim o permitir. A conduta clássica de querda. Alternativa A: CORRETA.
laparo tomia precoce, com remoção dos tecidos
498 PreparatórioparaResidência Medica SUS/SP

Hepática esquerda
Gástrica esquerda

Hepática Aorta
direita
Tronco celíaco

Esplênica
Cística

Hepática própria

Gástrica Hepática comum


direita

Um paciente de 34 anos é submetido a @ Dilatação do Wirsung.


94 colecistectomia após resolução clfnica
de pancreatite aguda biliar leve. No i ntraopera-
® Via biliar normal.

tório, foi feito o exame ilustrado a seguir. I> COMENTARIO: Questão bastante direta que
pede para interpretar uma imagem de colan-
Diagnóstico radiológico: giografia intraoperatória. O que devemos ver
na colangiografia normal?

Via bilíar intra-hepática normal (direita e es-


querda)
Via biliar comum normal (hep atocolédoco)
Bom escoamento de contraste para o duo-
deno
Ausência de imagens de adição ou subtra·
ção na via biliar (suspeita de litíase ou tumor)
Porção mais dist ai do Wirsung (em alguns
casos)

INDICAÇÕES DE COLANGIOGRAFIA
INTRAOPERATÓRIA
I. Suspeita de coledocolitíase
Alteração de enzimas hepáticas ou
canaliculares
Bilirrubina elevada (icterícia prévia)
Idade> 55 anos OU/E
Pancreati te aguda de etiologia biliar
OU/E
® Dilatação das vias biliares intra-hep áticas. Dilatação de colédoco > 6mm OU/E
® Coledocolitfase. 11. Dúvida anatômica intra·operatória (pos-
© Via biliar anômala. sível lesão de via biliar)
111. Cirurgia tecnicamente difícil
2018 499

ltCNICA DA COLANGIDGRAFIA INTRAOPERATÓRIA


PASSOS OBJETIVO
1. lnjeta se 3-5 ml de solução iodada e obtêm se a Avaliar imagens de adição ou subtração na via biliar
4

primeira imagem comum (coledocolitfase).

Avaliar o bom escoamento para o duodeno (altera-


2. Aguarda-se 3 minutos e obtém-se a segunda ima-
ções anatômicas da papila duodenal ou obstrução
gem
da mesma).

3. 1nfusáo de aproximadamente 10 ml de solução de Avaliar a anatomia e integridade da ârvore biliar In·


contraste com maior pressão tra-hepática.

Via biliar intti ·


hepátiea

Hepático
Comum

Caltltf na instrçio
Cateter de do dueto cfstlco
Colar\giografla

Colédoco

Duodeno

Colang iografia i nt1rao;p er


tia se).
Resposta:®
500 PreparatórioparaResidência M~dica SUS/SP

Um senhor de 52 anos é internado por a contraste iodado. De qualquer maneira, de-


95 dor abdominal em faixa em epigástrio,
irradiada para o dorso, há 2 dias, acompanhada
vemos realizar exames de imagem somente de
forma tardia.
de náuseas e vômitos. Apesar da fácies de dor, Alternativa C: INCORRETA. Existe clara tendência em
está em bom estado geral, anictérico e afebril. se evitar a abordagem cirúrgica de necroses não
Pulso: 90 bpm, rítmico; PA: 130 x 80 mmHg, infectadas, e postergar a intervenção nas necro-
frequência respiratória: 18 irpm. Tem dor em ses infectadas. Idealmente, a cirurgia deve ser
epigástrio à palpação do abdome, mas sem realizada após 2 a 3 semanas do início da pan-
peritonismo ou distensão. O ultrassom mostra creatite, se a condição clínica do paciente assim
múltiplos cálculos na vesícula biliar. Amilase: o permitir. A conduta clássica de laparotomia
1.500 U/ L. leucócitos: 10.1OO/mm3, creatinina: precoce, com remoção dos tecidos necrótícos
0,8 mg/dl. No primeiro dia após a internação, tem sido substituída pela abordagem mínima·
apresenta febre. mas sem repercussão hemodi- mente invasiva, em um momento MAISTARDIO.
nâmica. Novo leucograma: com 9.500 leucóci- As opções cirúrgicas constituem de drenagem
tos/mm3. Melhor conduta, neste momento: percutãnea, retroperitonea~ endoscópica e/ou
laparoscópica. A abordagem por etapas inicial-
@ Tomografia de abdome para descartar ne- mente menos invasivas, dá-se o nome de step-
crose pancreática, eventualmente infectada. ·up approach.
® Ressonância magnética para avaliar prová- Alternativa D: INCORRETA. Não existe indicação de
vel complicação pancreática. antibioticoprofilaxia em casos de pancreatite
© Laparotomia ou laparoscopia diagnóstica, aguda (PA), independente do seu tipo (edema·
pela provável complicação infecciosa que pode tosa ou necrotizante) ou gravidade (leve, mode-
exigir debridamento cirúrgico e drenagem. rada, grave). A antibioticoterapia é conduta de
@ Antibioticoterapia empírica e monitoriza- exceção em casos de PA e fica reservada para
ção clínica. casos confirmados de infecção. A presença de
® Observação clínica e pesquisa de foco in- infecção pode ser constatada com a presença de
feccioso. gás no tecido pancreático/peripancreático, visto
em tomografia computadorizada. Ou por meio
.,_ COMENTARIO: Dessa vez o autor tentou nos de coloração positiva para Gramou cultura posi·
confundir ao dizer que o paciente apresentou tiva, após punção com agulha fina.
um pico febril. Entretanto, temos que ver o caso Alternativa E: CORRETA. Vide comentário
como um todo. Nosso paciente não apresentou
piora clínica, instabilidade hemodinâmica ou al-
teração laboratorial. Portanto, a conduta expec- Um homem de 32 anos de idade, sem
tante com pesquisa de outro foco infeccioso está
correta (hemocultura, urina 1, urocultura e Rx de
96 queixas urinárias, fez exame de imagem
do escroto por queixa de dor e aumento do vo-
tórax). lume escrota! há 2 anos. Nega alterações intes·
Alternativa A: INCORRETA. A TC de abdome com tinais, febre ou infecções nesse período.
contraste IV tem espaço em casos de pancreati-
te aguda grave, em especial naqueles com piora
clínica e sinais de infecção (febre, aumento de
PCR, leucocitose). Entretanto, devemos poster-
gar a tomografia e realizá-la de forma tardia, se
possível após o s• ou 7• dia, pois a tomografia
precoce subestima a gravidade das complica-
çóes locais. E nesse caso o paciente apresentou
somente um episódio febril, sem outros achados
que sugiram necrose infectada.
Alternativa B: INCORRETA. A TC de abdome é o me-
lhor exame para avaliar complicações da pan-
creatite aguda grave, mas a RM pode ser uma
opção em pacientes gestantes ou com alergia

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