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1ª AULA: PROCESSOS DEGENERATIVOS I

MICROSCOPIA:
Lâmina 60: Lesão vegetante ao nível do prepúcio (p/ informação) - HE
a) Identificar em aumento menor:
- Pele apresentando projeção das papilas dérmicas na epiderme e alongamento das cristas
interpapilares (papilomatose), espessamento da camada espinhosa (acantose) e retenção
de núcleos no estrato córneo (paraceratose). Grande população celular e numerosos vasos
sangüíneos dilatados no derma.
b) Identificar em aumentos médios e maior:
- Halos claros perinucleares (degeneração hidrópica) ocorrendo isoladamente ou em grupos
nas células da camada espinhosa, dando a impressão de que os núcleos estão situados em
espaços vazios.
- Derma com vasos dilatados e acúmulo de linfócitos (infiltrado inflamatório).

CONCLUSÃO: Degeneração hidrópica (coilocitose)


Outras alterações: acantose, paraceratose, papilomatose e atipias nucleares. Os achados
acima descritos são compatíveis com o diagnóstico de condiloma acuminado.
OBSERVAÇÃO: A degeneração hidrópica pode resultar da agressão celular por diversos
agentes, tanto químicos quanto biológicos. É um processo reversível e às vezes é o primeiro
fenômeno observado em processos degenerativos de maior gravidade. Na presente lâmina,
o espessamento da camada epitelial com maior competição das células por oxigênio e
nutrientes parece participar na gênese do processo. Os halos claros perinucleares se devem
ao acúmulo de água na periferia nuclear (degeneração hidrópica). A confirmação de que o
conteúdo desses halos é água poderá ser feita por microincineração. Na microincineração o
conteúdo dos halos não deixa resíduo. Colorações especiais para demonstração de outras
substâncias tais como glicogênio, muco e lípides, são negativas.

Lâmina 109: Cerebelo e hipocampo - "Shorr"


a) Identificar em aumento menor:
- Cortes histológicos de cerebelo e hipocampo
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Células de Purkinge do cerebelo, apresentando estruturas citoplasmáticas arredondadas,
de tamanhos variados, eosinofílicas (acidófilas) e de aspecto homogêneo e vítreo (hialino).
Estas estruturas também aparecem no citoplasma de neurônios do hipocampo, porém em
menor número.
CONCLUSÃO: Hialinose intracelular (Corpúsculo de Negri).
OBSERVAÇÃO: As estruturas descritas representam reação de proteínas filamentosas e
granulares à presença do rabdovírus (vírus RNA) que é o agente etiológico da raiva ou
hidrofobia. Foram descritas pela por Negri, em 1903.

Lâmina 81: Formação tumoral ovariana (por informação) - HE


NOTA: Esta lâmina é de um tumor maligno (neoplasia), que será estudado mais tarde em
nosso curso. No momento não entraremos em detalhes sobre as características
microscópicas das células neoplásicas.
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a) Identificar em aumento menor


- Proliferação compacta de células delimitadas por traves de tecido conjuntivo fibroso, dando
à lesão, aspecto multinodular.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Células com citoplasma amplo, róseo, de aspecto espumoso e com núcleos rechaçados
para a periferia, tomando aspecto de células em “anel de sinete”.
OBSERVAÇÃO: A natureza química do material acumulado no interior destas células é
sugestiva de glicoproteina. Para comprovação é necessário o emprego de colorações
especiais. (PAS)

Lâmina 81 A: Formação tumoral ovariana (por informação) – PAS + verde luz


a) Identificar em aumento menor:
- Presença de células globosas de citoplasma avermelhado (PAS positivas) em fundo
esverdeado.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Detalhes do aumento menor.
CONCLUSÃO: Degeneração mucóide.
OBSERVAÇÃO: A lâmina em questão é de um tumor ovariano denominado tumor de
Krukenberg (metástase de adenocarcinoma), que se caracteriza pela proliferação de células
tipo "anel de sinete", circundadas por traves conjuntivas.

2ª AULA - PROCESSOS DEGENERATIVOS II

MICROSCOPIA:
Lâmina 09: Fígado - HE
a) Identificar em aumento menor:
- Arquitetura hepática conservada;
- Áreas com hepatócitos de morfologia usual, intercaladas com áreas de hepatócitos
aumentados de volume, arredondados, com vacúolos citoplasmáticos em imagem negativa.
Estes, ora são pequenos e múltiplos, ora são grandes e únicos, rechaçam o núcleo para a
periferia, dando ao hepatócito aspecto de célula em “anel de sinete” ou de adipócito.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Detalhes do aumento menor.
CONCLUSÃO: Esteatose hepática
OBSERVAÇÃO: Para comprovar a natureza lipídica do material acumulado faz-se
necessária a realização de cortes por congelação e colorações especiais (SUDANS,
tetróxido de ósmio).

Lâmina 94 A: Fígado - PAS (Ácido Periódico de Schiff) + Hematoxilina


a) Identificar em aumento menor:
- Arquitetura lobular hepática preservada e hepatócitos em sua maioria com citoplasma
aumentado de volume e repleto de material granular, corado em bonina (PAS+).
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Detalhes do aspecto granular do citoplasma dos hepatócitos;
- Sinusóides colapsados, comprimidos pelos hepatócitos aumentados de volume.

CONCLUSÃO: Infiltração glicogênica hepática.


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OBSERVAÇÃO: O caso em questão representa fígado de hamster alimentado com dieta


hiperglicídica (35% de glicose) por dois meses. A prova para confirmar que esse material
PAS positivo é glicogênio pode ser feita pelo tratamento prévio, de uma lâmina controle, por
amilase (da saliva). A amilase decompõe o glicogênio, e se corarmos essa preparação
posteriormente pelo PAS, esta passará a ser negativa. O material retirado foi fixado em
álcool absoluto para preservação dos depósitos de glicogênio. O álcool penetra mais
rapidamente que o formol, paralisando a catabolização do glicogênio, além de evitar ou
minimizar a remoção do glicogênio hidrossolúvel da célula.
Lâmina 88: Vasos sanguíneos (Veias e artérias) - Tricrômico de Gomori
NOTA: Esta técnica histológica cora o tecido conjuntivo em verde e o muscular em
vermelho. Nesta preparação a limitante elástica interna se cora em vermelho.
a) Identificar em aumento menor:
- Corte histológico transversal de feixe vascular, mostrando a maior artéria (tipo muscular)
com espessamento focal da túnica íntima, em forma de meia lua, e adelgaçamento focal da
túnica média (atrofia por compressão).
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Que o espessamento acima descrito mostra-se constituído por tecido conjuntivo denso,
espaços claros em forma de agulha (cristais de colesterol), células espumosas (macrófagos
contendo lípides) e fibroblastos.
CONCLUSÃO: Placa ateromatosa (ateroma).
OBSERVAÇÃO: A aterosclerose é um processo degenerativo vascular, muito freqüente na
espécie humana e em alguns animais (suínos), tendo como resultado a diminuição do lúmen
vascular e conseqüente redução do fluxo sangüíneo (isquemia)

MACROSCOPIA:
PEÇA: Fígado
Observar fatias de fígado com superfície externa revestida por cápsula tensa e lisa.
Superfície de corte brancacenta ou amarelada, macia, às vezes de consistência pastosa e
friável. Observar outras fatias de fígado em que foi realizada coloração especial para lípide
(SUDAN III), nas quais o órgão toma a tonalidade avermelhada. Isto prova que o material
acumulado nos hepatócitos é de natureza lipídica.
CONCLUSÃO: Esteatose hepática.

PEÇA: Aorta
Segmento de aorta aberta longitudinalmente, mostrando na íntima, principalmente na
emergência de seus ramos, áreas irregulares, ora esbranquiçadas, ora amareladas,
ligeiramente salientes, ulceradas ou não. Para comprovar que a substância acumulada nas
placas ateromatosas é de natureza lipídica, tratamos outro segmento da mesma peça com
SUDAN III, que as tingiu de vermelho.
CONCLUSÃO: Aterosclerose de aorta.

3ª AULA: MORTE CELULAR E SOMÁTICA

MICROSCOPIA:
Lâmina 84: Linfonodo - HE
a) Identificar em aumento menor:
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- Áreas eosinofílicas de aspecto granuloso e amorfo, com perda total dos detalhes celulares
e destruição completa da arquitetura normal do tecido (necrose). Na periferia da área de
necrose observa-se um tipo especial de resposta inflamatória (inflamação crônica
granulomatosa) que será objeto de estudo futuro.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Na região central da área necrótica (eosinofílica e amorfa), ausência completa de núcleos
(cariólise). Na periferia da mesma verificam-se ainda alguns núcleos pequenos e
condensados (picnóticos), ou fragmentados (cariorrexe).
CONCLUSÃO: Necrose caseosa em linfonodo.
OBSERVAÇÃO: Este tipo de necrose é freqüente na tuberculose e se caracteriza pela
degradação completa do tecido, restando apenas proteínas (que macroscopicamente
lembra a caseína do queijo). Trata-se de um processo irreversível.
Lâmina 74: Rim - HE
a) Identificar em aumento menor:
- Estrutura renal relativamente preservada, possibilitando o reconhecimento de glomérulos e
túbulos e a identificação do órgão, apesar da intensa eosinofilia e ausência de núcleos na
área de necrose.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Num dos extremos do corte há uma área aparentemente normal com células apresentando
boa preservação nuclear. Na maior parte do corte todo o tecido renal apresenta-se com
estrutura apagada, células de citoplasma opaco, granuloso e eosinofílico, sem núcleos,
persistindo ainda o arcabouço tecidual. A persistência do arcabouço celular eosinofílico e a
ausência de núcleos (cariólise) são características dessa forma de necrose, que permite
ainda a identificação do órgão. Na periferia da área necrótica verificam-se núcleos
condensados (picnóticos) e fragmentados (cariorrexe).
CONCLUSÃO: Necrose de coagulação (infarto) renal.
OBSERVAÇÃO: A necrose de coagulação é causada principalmente por isquemia. No
presente caso trata-se de infarto renal recente.
Lâmina 80: Timo - HE
Nota - Os fragmentos foram retirados do timo de ratos recém desmamados (23 dias de
idade) injetados intramuscularmente com 250 g de dexametasona.
a) Identificar em aumento menor:
- Áreas mais intensamente coradas que correspondem a cortical do timo com cavitações
tomando aspecto de “céu estrelado”.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Nessas cavitações observe: células retraídas com núcleos condensados, fragmentados, ou
com a cromatina condensada, algumas vezes compactada na carioteca (crescente). Muitas
dessas células já se fragmentaram em corpos apoptóticos (inclusive contendo fragmentos
de núcleos). Notar que não há células inflamatórias ao redor das células mortas.
CONCLUSÃO: Apoptose (morte celular programada) induzida experimentalmente.
MACROSCOPIA:
PEÇA: Baço
Observar fatias de baço, com áreas esbranquiçadas, irregulares, de limites geográficos e/ou
em forma de cunha com o vértice voltado para o hilo do órgão (vaso ocluído) e a base
voltada para a superfície do mesmo.
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Os infartos esplênicos são relativamente comuns e ocorrem em conseqüência da oclusão de


ramos da artéria esplênica, por êmbolos derivados de trombos cardíacos murais,
endocardite bacteriana ou de trombose local.
CONCLUSÃO: Necrose de coagulação (infarto) esplênica.

PEÇA: Pulmão
Observar fatias de pulmão com áreas nodulares de tamanhos variados, limites irregulares,
de cor branco-amarelada, de aspecto friável, ressequido e opaco que lembra massa de
queijo (caseum = queijo).
CONCLUSÃO: Necrose caseosa em pulmão.
OBSERVAÇÃO: O exame histológico das peças revelou tuberculose pulmonar.

PEÇA: Rim
Observar secções longitudinais de rim, com distorção da sua anatomia, mostrando na
superfície de corte cavidades de tamanhos variados, limites irregulares, ora vazias, ora
preenchidas por material branco-amarelado, friável, ressequido e opaco que lembra massa
de queijo (caseum = queijo).
CONCLUSÃO: Necrose caseosa em rim.
OBSERVAÇÃO: O exame histológico das peças revelou tuberculose renal.

PEÇA: Cadeia de linfonodos


Observar vários linfonodos aumentados de volume circundados por tecido fibroadiposo
formando uma única massa. Na superfície de corte notam-se áreas irregulares branco-
amareladas e friáveis.

CONCLUSÃO: Necrose caseosa em linfonodos.

PEÇA: Membro inferior esquerdo


Membro inferior esquerdo exibindo alterações degenerativas, tais como descamação
epidérmica e áreas de cor negra, devido à impregnação pela hemoglobina. Estas alterações
caracterizam a gangrena úmida. A gangrena de membros inferiores tem como causa mais
freqüente a aterosclerose grave das artérias que irrigam estes membros, sobretudo em
pacientes diabéticos. Comumente o fator precipitante é a trombose de uma artéria de
grande calibre como a ilíaca ou a femoral. Traumatismos e infecções em membros com
alterações vasculares prévias, ou acidentes com esmagamento de tecido e
comprometimento vascular também podem ser causas de gangrena.
CONCLUSÃO: Gangrena úmida de membro inferior.

PEÇA: Antebraço e mão esquerdos


Observar extremidades digitais de coloração negra com limites imprecisos. A pele de um
modo geral acha-se mais enrugada, tanto pela desidratação provocada pela gangrena como
pela fixação. Há também áreas escuras na face ventral do antebraço, próximo ao punho.
Não se percebe nitidamente vasos ocluídos no plano de secção. Na gangrena seca os
tecidos tomam aspecto mumificado e a pele apergaminhada.
CONCLUSÃO: Gangrena seca de mão.

PEÇA: Segmento de alça intestinal


Observar alça intestinal com área enegrecida e paredes amolecidas. Estes achados nos
permitem dizer, com boa possibilidade de acerto, que um processo obstrutivo qualquer se
deu nos vasos mesentéricos, provocando a necrose isquêmica da parte dependente de sua
irrigação.
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Sendo uma área habitualmente povoada por diversos tipos de microrganismos, houve
contaminação bacteriana e a área necrótica evoluiu para a putrefação. A principal causa de
infarto intestinal é a trombose mesentérica.
CONCLUSÃO: Gangrena úmida intestinal.

PEÇA: Fetos
Fetos natimortos mostrando tonalidade mais escura na superfície cutânea em determinadas
regiões do corpo. Esta coloração aparece em função do acúmulo de sangue e impregnação
da pele por hemoglobina, principalmente pela ação da gravidade, que se faz nas regiões de
maior declive do corpo, após a morte.
O feto maior mostra a região dorsal, glútea e membros inferiores "arroxeados". Este achado
nos permite concluir que a posição fetal intra-útero era de cócoras (apresentação pélvica).
O feto menor mostra a porção superior do tronco e cabeça com esta tonalidade escura. Aqui
podemos concluir que este feto estava com apresentação cefálica quando ocorreu a morte.
CONCLUSÃO: Livor mortis em fetos.

4ª AULA: ALTERAÇÕES DO INTERSTÍCIO

MICROSCOPIA:
Lâmina 23: Linfonodo - HE
a) Identificar em aumento menor:
- Linfonodo apresentando remanescentes de folículos linfóides e depósitos intersticiais de
material eosinófilo, amorfo, de formas e dimensões variadas, por vezes formando massas.
Tais depósitos são constituídos por material amilóide, comprovado pelas técnicas abaixo
citadas.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Detalhes do material amilóide acima descrito.
CONCLUSÃO: Amiloidose em linfonodo.
OBSERVAÇÃO: A amiloidose é um processo irreversível. Para diferenciá-la de outras
hialinoses empregamos colorações especiais como: vermelho congo, violeta de metila, PAS
e microscopia de luz polarizada. No caso em questão, o paciente era portador de
tuberculose, tratando-se, portanto de uma amiloidose secundaria, Há na maioria dos cortes,
achados histológicos indicativos da etiologia do processo, mas estes não serão objetos de
estudo nesta fase do curso.

Lâmina 70: Pele - HE


a) Identificar em aumento menor:
- Pele apresentando derme espessada às custas de proliferação conjuntiva fibrosa densa
dispostas em feixes ou esboçando nódulos, tendo de permeio, fibras colágenas espessas
homogêneas, eosinofílicas e vítreas (hialinose).
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Detalhes dos achados acima descritos.
CONCLUSÃO: Transformação hialina do colágeno (hialinose) em quelóide.
OBSERVAÇÃO: Quelóide é uma cicatriz cutânea resultante da formação excessiva de
tecido conjuntivo fibroso denso.
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5ª AULA: CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS E CALCULOSES

MICROSCOPIA:
Lâmina 90: Útero senil - HE
a) Identificar em aumento menor:
- Parede uterina exibindo endomiométrio atrófico. Observar ramos de artérias miometriais
apresentando na camada média (camada muscular) placas calcificadas em forma de meia
lua ou comprometendo toda a circunferência das mesmas. Como o material foi submetido à
descalcificação, observa-se a perda da basofilia característica dos materiais calcificados.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Detalhes dos achados acima descritos.
CONCLUSÃO: Calcificação distrófica da camada média de artérias musculares
(mediosclerose de Monckeberg).
OBSERVAÇÃO: A mediosclerose de Monckeberg determina endurecimento da parede
arterial. Na maioria das vezes não se acompanha de redução do lúmen e portanto
geralmente não está associada a conseqüências clínicas.

Lâmina 10: Pele - HE


a) Identificar em aumento menor:
- Pele apresentando na derme profunda e hipoderme, material amorfo, granuloso, corado
em róseo-azulado. Ao redor deste material observamos tecido conjuntivo fibroso.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Derme profunda e hipoderme apresentando material amorfo, basófilo, com fibrose
periférica, macrófagos e algumas células multinucleadas.
CONCLUSÃO: Calcinose cutânea ("Calcinosis cutis").

MACROSCOPIA:
PEÇA: Tumor uterino - (por informação)
Peça cirúrgica constituída por formação nodular, bem delimitada, com superfície externa
irregular. A superfície de corte é branco-amarelada, de consistência dura e de aspecto
calcificado.
CONCLUSÃO: Tumor uterino (leiomioma) calcificado.

PEÇA: Pele da bolsa escrotal (por informação)


Retalho de pele exibindo numerosas nodulações pardo-claras de tamanhos variados que
aos cortes mostram consistência pétrea. O exame microscópico revelou que estes nódulos
são calcificações no derma e hipoderme.
Por informação do cirurgião sabemos que o paciente só apresentava lesões nesta região.
CONCLUSÃO: Calcinose cutânea circunscrita.

PEÇA: Rim
Peça cirúrgica constituída por rim apresentando superfície externa recoberta por cápsula
brancacenta, lisa e espessada. Superfície de corte mostrando uma formação calculosa,
amarelada, coraliforme, incrustada na pelve e cálices renais.
CONCLUSÃO: Cálculo coraliforme.
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PEÇAS: Cálculos
Vidros com vários tipos de cálculos, apresentando aspectos variados, dependendo da
composição química e local de sua formação.
Os cálculos renais mais freqüentemente são de oxalato, fosfato ou carbonato de cálcio e os
seus constituintes são determinados por exame bioquímico.
Os cálculos biliares podem ser mistos (mais freqüentes) ou puros. Os mistos geralmente são
múltiplos, facetados ou moruliformes e tem cor variada. No centro são constituídos de
colesterol e na periferia são de composição variada. Os puros podem ser de colesterol ou de
bilirrubinato. Os de colesterol geralmente são únicos, grandes, redondos ou ovóides. Tem
cor variada, mas na maioria das vezes são claros e tem aspecto cristalóide aos cortes. Os
de bilirrubinato são geralmente múltiplos, de formas irregulares, negros e friáveis.
A classificação dos cálculos biliares é feita baseando-se apenas no aspecto macroscópico
dos mesmos, não havendo necessidade de exame bioquímico.

6ª AULA: PIGMENTAÇÕES PATOLÒGICAS

MICROSCOPIA:
Lâmina 92: Parede de cisto ovariano – HE
NOTA: Colocar a lâmina contra a luz e observar corte histológico em faixa, no qual uma das
superfícies é externa e a outra a superfície interna de um cisto. Na espessura da parede do
mesmo verifica-se a presença de cisto(s) menor(es).
a) Identificar em aumento menor:
- Parede de cisto ovariano exibindo na superfície interna, numerosas células contendo
pigmento de cor pardo-amarelada ou marrom. Observar, também, nesta área, depósitos de
material necrótico, fibrina e sangue. Mais externamente há faixa de tecido conjuntivo fibroso
denso.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Que as células que fagocitaram o pigmento são macrófagos, porém o pigmento pode ser
observado também fora deles.
OBSERVAÇÃO: O pigmento fagocitado é provavelmente hemossiderina.
Para se ter certeza da sua natureza há necessidade de coloração especial (azul da Prússia)
mostrada na lâmina 92 A.

Lâmina 92 A: Parede de cisto ovariano - Azul da Prússia + eosina


a) Identificar em aumento menor:
- Pigmento corado em azul, revelando a natureza férrica do mesmo.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Macrófagos com pigmento férrico (hemossiderina).
CONCLUSÃO: Hemossiderose na parede de cisto ovariano.

Lâmina 49: Linfonodo - HE


a) Identificar em aumento menor:
- Linfonodo apresentando grande parte do parênquima ocupada por proliferação celular
compacta, bem vascularizada com focos de hemorragia (hemácias fora de vasos) e com
pigmento marrom escuro em várias células.
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b) Identificar em aumentos médio e maior:


- Células não linfóides de citoplasma amplo, claro, de núcleos de tamanhos e formas
variadas, por vezes contendo pigmento marrom escuro na forma de grânulos ou quando em
grande quantidade, formando "borrões" que mascaram os detalhes celulares. O pigmento
pode ser visto também fora das células.
CONCLUSÃO: Pigmento melânico (melanoma metastático em linfonodo).
OBSERVAÇÃO: O melanoma é um tumor maligno (câncer) constituído pela proliferação de
melanócitos (células que produzem melanina).Para certificarmos que o pigmento é melanina
há necessidade de reação histoquímica, uma vez que o pigmento melânico, em cortes
histológicos corados em HE, pode ser confundido com hemossiderina e carvão.

MACROSCOPIA:
PEÇA: Pulmão
Pulmão apresentando pleura visceral lisa e brilhante, deixando transparecer parênquima
enegrecido. Notar que todo o parênquima pulmonar apresenta pequenas áreas negras. Nas
regiões do depósito de carvão, não encontramos nenhum tipo de lesão.
CONCLUSÃO: Antracose pulmonar (pigmento de carvão).

PEÇA: Linfonodos
Observar secções de linfonodos isolados ou conglomerados, aumentados de volume, com
superfície de corte de consistência aumentada. Algumas das peças mostram áreas
enegrecidas ao lado de áreas esbranquiçadas (baixo teor melânico) e uma delas é
totalmente negra.
CONCLUSÃO: Metástase de melanoma em linfonodos (diagnóstico confirmado pelo
exame histológico).

7ª. AULA - DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS I (HIPEREMIA E EDEMA)

MICROSCOPIA
Lâmina 122: Placenta - HE
NOTA: Existem dois cortes de placenta na lâmina, um deles de placenta normal e o outro de
placenta alterada.
a) Identificar em aumento menor:
REVISÃO HISTOLÓGICA: Rever no corte de placenta normal a histologia do órgão nos
diversos aumentos. A placenta é um órgão constituído por uma parte fetal (placa corial e as
vilosidades coriônicas) e uma parte materna (placa basal ou decídua). A placa corial é
constituída por tecido conjuntivo frouxo, células mesenquimais e vasos. A partir dela partem
as vilosidades coriônicas. Estas são constituídas por estroma mesenquimal, contendo
fibroblastos e capilares. Mostram-se revestidas por duas camadas de células. Uma, o
citotrofoblasto, representado por uma camada irregular de células ovóides, de núcleos
vesiculosos e citoplasma róseo-claro. A outra camada (mais externa) é representada pelo
sinciciotrofoblasto, constituída por células multinucleadas, de núcleos maiores e mais
corados. A placa basal é constituída por células deciduais.
No outro corte (placenta alterada) observar:
- Vilosidades coriônicas avasculares, deformadas, de tamanhos variados, em sua maioria
com estroma mais frouxo que o habitual e com espaços claros, tomando por vezes, aspecto
cístico.
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- Sinciciotrofoblasto aparece, por vezes, mais exuberante, irregular, formando pequenas


massas (hiperplasia trofoblástica).
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Detalhes dos achados acima descritos, com especial atenção aos espaços claros no
estroma vilositário.
CONCLUSÃO: Edema das vilosidades coriônicas (Mola hidatiforme).
OBSERVAÇÃO: A distensão cística da vilosidade e o distanciamento das fibras do estroma
caracterizam microscopicamente os edemas de baixa densidade protéica (transudato). No
caso estudado, o edema parece estar relacionado com insuficiência da circulação fetal, uma
vez que as vilosidades são avasculares. O líquido vai se acumulando progressivamente já
que a reabsorção não é satisfatória.

Lâmina 123: Pulmão - HE


a) Identificar em aumento menor:
- Numerosos alvéolos pulmonares preenchidos por material róseo e homogêneo (exsudato)
ao lado de alvéolos aerados e por vezes distendidos.
- Vasos dilatados e repletos de sangue (hiperemia).
- Nota-se ainda a presença de células inflamatórias (leucócitos) em alguns locais do
parênquima pulmonar.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Detalhes das alterações descritas acima.
CONCLUSÃO: Edema pulmonar + hiperemia
OBSERVAÇÃO: Os edemas que se coram pela eosina são de alta densidade protéica
(exsudatos) e são causados pelo aumento da permeabilidade vascular.

MACROSCOPIA:
PEÇA: Útero gravídico
Útero seccionado, apresentando a cavidade preenchida por numerosas formações
vesiculares lisas e translúcidas, agrupadas em arranjo racemoso (como cacho de uvas), de
mistura com áreas sólidas, marrons (áreas de hemorragia). As vesículas observadas
resultam de edema das vilosidades coriônicas. Observar outros recipientes com material de
aspecto semelhante ao encontrado na cavidade uterina, resultante de curetagem.
CONCLUSÃO: Edema de vilosidades coriônicas = Mola hidatiforme (mola = massa,
hidatiforme = em forma de vesículas).

PEÇA: Fígado
Fatia de fígado apresentando cápsula lisa com pontos escuros e superfície de corte de
aspecto rendilhado, com áreas pardo-escuras, entremeadas por áreas claras, dando à
mesma o aspecto de noz moscada. As áreas escuras correspondem à congestão dos
sinusóides.
CONCLUSÃO: Hiperemia passiva hepática
OBSERVAÇÃO: Este aspecto é encontrado em casos de insuficiência ventricular direita,
obstruções da veia cava inferior ou supra-hepática.
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8ª. AULA - DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS II (HEMORRAGIA E CHOQUE)

MICROSCOPIA:
Lâmina 40: Supra-renal - HE
a) Identificar em aumento menor:
- Supra-renal apresentando grande número de hemácias dispersas por todo o parênquima
(hemorragia) e apagamento de sua arquitetura histológica (necrose), dificultando a
visualização das zonas cortical e medular.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Hemácias fora dos vasos. A maior parte delas se apresenta íntegra, com limites bem
definidos. Isto nos sugere hemorragia recente, acometendo toda a glândula supra-renal, de
maneira intensa e maciça.
CONCLUSÃO: Hemorragia maciça recente da supra-renal (Apoplexia da supra-renal).
OBSERVAÇÃO: A apoplexia bilateral de supra-renal leva o indivíduo à morte devido à
insuficiência funcional aguda do órgão. Pode ocorrer em infecções graves como na
meningite meningocócica, nas infecções por Haemophilus influenzae e Staphylococos
aureus, traumatismos, partos prolongados e difíceis associados a anóxia, queimaduras
graves e complicações pós-operatórias.

Lâmina 66: Tuba uterina - HE


a) Identificar em aumento menor:
- Tuba uterina dilatada, apresentando lúmen repleto de sangue e/ou coágulos.
- Presença de vilosidades coriônicas no lúmen e/ou na região peritubária.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Grande quantidade de hemácias íntegras ou formando coágulos fora dos vasos, na luz e
em torno da tuba uterina.
CONCLUSÃO: Hemorragia recente em gravidez tubária rota.
OBSERVAÇÃO: O encontro de vilosidades coriônicas na tuba uterina indica-nos formação
de placenta e conseqüentemente gravidez fora do útero, (gravidez ectópica), que é causa
freqüente de hemorragia. Com o desenvolvimento da placenta e do feto haverá distensão
progressiva da tuba uterina. Com a invasão parietal pelo trofoblasto a parede tubária se
enfraquece, havendo à ruptura da mesma, ocasionando hemorragia na cavidade abdominal
(hemoperitônio). Dependendo do volume sangüíneo perdido a paciente poderá evoluir para
um choque hipovolêmico hemorrágico.

MACROSCOPIA:
PEÇA: Tuba uterina
Segmentos de tuba uterina aberta longitudinal ou transversalmente, mostrando aumento de
volume, deformidade e coloração pardo-enegrecida. A luz contém material pardo-escuro, de
aspecto esponjoso, às vezes apresentando no centro, pequena cavidade revestida
internamente por membrana lisa (cavidade amniótica).
CONCLUSÃO: Hemorragia em gravidez tubária rota (gravidez ectópica ou heterotópica).

PEÇA: Testículo + epidídimo


Testículo relacionado a epidídimo de cor pardo-escura ou quase negra, com túnica vaginal
tensa e lisa, de consistência firme, sem sua elasticidade usual. A cor escura é devida a
hemorragia difusa. Em geral, este processo se deve à torção do pedículo vascular.
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A torção provoca dificuldade na drenagem venosa (hiperemia passiva), sem grande transtor-
no no aporte sanguíneo arterial. Isto se explica pela parede delicada das veias, bem como
pela menor pressão venosa, em relação à parede mais espessa das artérias e maior
pressão. Conseqüentemente verifica-se estase sangüínea, vasodilatação e posteriormente
extravasamento hemático.
CONCLUSÃO: Hemorragia maciça (apoplexia) testicular.

PEÇA: Ovário
Ovário seccionado longitudinalmente apresentando coloração enegrecida, difusa,
homogênea e consistência firme. Evidenciam-se também pequenos cistos subcapsulares e
vazios. A cor do órgão é devida à hemorragia difusa, quase sempre em decorrência de
torção do pedículo vascular. O mecanismo da hemorragia é o mesmo descrito na
hemorragia maciça testicular.
CONCLUSÃO: Hemorragia maciça (apoplexia) ovariana.

PEÇA: Rim
Rim seccionado longitudinalmente mostrando nas superfícies externa e de corte, inúmeros
pequenos pontos escuros difusamente distribuídos.
CONCLUSÃO: Hemorragia petequial renal.
OBSERVAÇÃO: Este quadro pode ser observado em intoxicações diversas, septicemias,
diáteses hemorrágicas ou na hipertensão arterial maligna.

PEÇA: Fatias de cérebro


Fatias de cérebro apresentando meninges com vasos dilatados, congestos e parênquima
com área de cor escura que representa hemorragia parenquimatosa.
CONCLUSÃO: Hemorragia cerebral (hematoma).
OBSERVAÇÃO: Este tipo de hemorragia é mais comumente observado em hipertensão
arterial podendo ocorrer também em traumatismos crânio-encefálicos, ruptura de
aneurismas, angiomas, discrasia sangüínea e tumores.

PEÇA: Coração (cão)


Coração aberto, apresentando nas superfícies do epicárdio e do endocárdio, pontos e áreas
pardo-escuras, sem aumento de volume local.
CONCLUSÃO: Hemorragia subepicárdica e subendocárdica (tipo sufusões).

OBSERVAÇÃO: As hemorragias de superfícies de vísceras podem aparecer em estados


anóxicos, toxêmicos ou nas condições em que há alteração dos componentes sanguíneos
(discrasias sanguíneas).

9ª. AULA - DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS III (TROMBOSE E EMBOLIA)

MICROSCOPIA
Lâmina. 15: Feixe vásculo - nervoso- HE
a) Identificar em aumento menor:
- Tecido conjuntivo envolvendo nervos e ramos arteriais totalmente ocluídos por massa
sanguínea coagulada, intimamente aderida à parede vascular. A massa sanguínea
apresenta faixas mais eosinofílicas intercaladas com faixas menos eosinofílicas, nas quais
são identificados elementos figurados do sangue.
13

b) Identificar em aumentos médio e maior:


- As faixas mais eosinofílicas são constituídas principalmente por fibrina e as faixas mais
claras contém hemácias e leucócitos (macroscopicamente correspondem às estrias de
Zahn). Junto à parede vascular há neoformação conjuntiva e capilar, além de depósitos de
hemossiderina. O endotélio não é identificado.
CONCLUSÃO: Trombose arterial oclusiva e recente com sinais iniciais de organização.

Lâmina 12: Mamilo hemorroidário – Tricrômico de Gomori


a) Identificar em aumento menor:
- Pele apresentando hiperceratose discreta e derma com vasos dilatados e congestos.
Alguns mostram luzes totalmente ocluídas por material com características de trombo
recente com sinais de organização na periferia, à semelhança da lâmina anterior, ou por
tecido conjuntivo com escasso colágeno e com neoformação vascular.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- O conteúdo da luz dos vasos acima descritos e a íntima relação entre a parede vascular e
a massa sangüínea oclusiva. A massa oclusiva constituída por tecido conjuntivo frouxo com
infiltrado de mononucleares e numerosos vasos sanguíneos neoformados coincide com o
conceito de "tecido de granulação" (tecido cicatricial jovem). Se, estamos frente a um vaso
sanguíneo cuja luz está obstruída por algo que não é um coágulo sangüíneo, deduzimos
tratar-se então de um trombo ou um êmbolo. No entanto, em alguns, seu aspecto histológico
nada tem a ver com os constituintes do sangue. A partir disto e com base nos achados
histológicos, somos forçados a raciocinar que numa etapa anterior, a luz desses vasos foi
obstruída por massa trombótica recente. O contato deste "corpo estranho" com o endotélio
resulta numa reação do organismo que, na tentativa de estabelecer o fluxo sanguíneo na
área, promove a fagocitose do material trombótico e sua substituição concomitante por
tecido conjuntivo frouxo e com neoformação vascular. Em seguida, os vasos neoformados
podem se anastomosar formando canais ou túneis que atravessam o trombo e permitem o
restabelecimento parcial da circulação (recanalização do trombo). Todo o substrato
morfológico do mecanismo descrito pode e deve ser observado na lâmina.
CONCLUSÃO: Trombos oclusivos em organização ou organizados.
OBSERVAÇÃO: A organização e recanalização de trombos ocorrem somente em casos em
que o processo oclusivo não causa necrose tecidual. A isquemia provocada é compensada
por circulação colateral patente.

Lâmina 32: Pulmão – HE


a) Identificar em aumento menor:
- Pulmão apresentando vasos dilatados e congestos. Os alvéolos mostram-se aerados em
algumas lâminas e colapsados em outras.
- Alguns vasos venosos de médio e pequeno calibre apresentam na luz, de mistura com
sangue, material globular em imagem negativa. Em outros identificamos blocos de
adipócitos preenchendo totalmente a luz do vaso, como um tampão de tecido adiposo.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Detalhes do conteúdo venoso descrito acima.
CONCLUSÃO: Embolia pulmonar gordurosa.
OBSERVAÇÃO: O caso em questão ocorreu em vigência de lipoaspiração em parede
abdominal. Esta complicação não está ainda descrita na literatura, como uma das
complicações deste tipo de procedimento.
14

MACROSCOPIA
PEÇA: Segmentos vasculares.
Segmentos vasculares cortados transversalmente apresentando luzes totalmente ocupadas
por material escuro e friável (trombos). Uma das peças mostra artéria com áreas branco-
amareladas na parede, com espessamento da mesma, o que traduz muito provavelmente
aterosclerose.
CONCLUSÃO: Trombose arterial recente e oclusiva.
OBSERVAÇÃO: Esta condição leva, evidentemente à anóxia do território irrigado pela
artéria obstruída e conseqüente necrose de coagulação e gangrena.
PEÇA: Artéria mesentérica e seus ramos (eqüino).
Artéria e suas ramificações parcialmente abertas, apresentando luzes totalmente ocluídas
por material pardo-claro, friável, aderido à parede vascular (trombo). Observa-se ainda na
periferia de alguns vasos, pontos e áreas pardo-escuras (provável hemorragia). Nos
segmentos abertos a íntima mostra-se irregular e aderido à mesma há material semelhante
ao descrito nos segmentos cortados transversalmente. Nestas regiões observam-se ainda
dilatações fusiformes do vaso (aneurismas).
CONCLUSÃO: Trombose arterial recente oclusiva e aneurismas
OBSERVAÇÃO: A principal causa dessas tromboses mesentéricas em eqüinos é o
parasitismo pelo Delaphondia vulgaris.

10ª. AULA - DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS IV (ISQUEMIA E INFARTO)

MICROSCOPIA
Lâmina 41: Baço - HE
a) Identificar em aumento menor:
- Baço com polpa vermelha congesta e área de necrose de coagulação circundada por
tecido conjuntivo frouxo com neoformação vascular, leucócitos e áreas de hemorragia.
b) Identificar nos aumentos médio e maior:
- Detalhes do acima descrito
- Infiltrado inflamatório mononuclear discreto e focos de pigmento acastanhado intra e
extracelular (hemossiderina).
CONCLUSÃO: Infarto esplênico (Necrose isquêmica do baço).
OBSERVAÇÃO: Os enfartes esplênicos são relativamente comuns e provocados pela
oclusão de ramos da artéria esplênica, geralmente por êmbolos originados de trombos
cardíacos. As áreas de infarto variam de tamanho, dependendo do calibre do vaso ocluído,
podendo virtualmente comprometer todo o órgão. Podem ser únicas ou múltiplas. Como o
baço é um órgão de irrigação terminal, os infartos esplênicos são do tipo branco (anêmico).
Lâmina 85: Pulmão - HE
a) Identificar em aumento menor:
- Pulmão apresentando área relativamente conservada e área que se cora somente pela
eosina (com ausência de núcleos = necrose), mostrando luzes alveolares ocupadas por
material róseo e em muitas lâminas, vasos contendo êmbolos trombóticos.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- No parênquima pulmonar relativamente preservado verificam-se fagócitos intra-alveolares
contendo pigmento castanho (hemossiderina) e septos interalveolares com capilares
dilatados.
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Na área de necrose isquêmica as paredes alveolares mostram-se eosinofílicas e


anucleadas. Os alvéolos mostram luzes preenchidas por material eosinofílico, de aspecto
rendilhado, que representa sangue hemolisado (hemorragia), de mistura com leucócitos e
macrófagos alveolares.
CONCLUSÃO: Infarto vermelho ou hemorrágico de pulmão
OBSERVAÇÃO: A dupla circulação pulmonar (artérias brônquica e pulmonar) é responsável
por ser o infarto pulmonar do tipo vermelho (hemorrágico), como o descrito na lâmina, visto
que a artéria brônquica leva sangue à área infartada. O infarto pulmonar ocorre quando as
artérias brônquicas não conseguem compensar a perda do suprimento sanguíneo das
artérias pulmonares ocluídas. Os infartos pulmonares são decorrentes principalmente de
tromboembolismo e os êmbolos são geralmente provenientes de trombos dos membros
inferiores.

MACROSCOPIA:
PEÇA: Baço
Secções de baço cortado longitudinalmente, apresentando áreas pardo-claras em forma de
mapa geográfico ou em forma de cunha, com o vértice voltado para o hilo do órgão e a base
para a superfície do mesmo.
CONCLUSÃO: Infarto branco esplênico.

PEÇA: Segmentos de intestino delgado.


Segmentos de alça intestinal apresentando áreas com parede espessada, de cor escura e
com serosa fosca.
CONCLUSÃO: Infarto intestinal.
OBSERVAÇÃO: Os infartos intestinais podem ser causados por oclusões arteriais
mesentéricas associadas a cardiopatias ou a vasculopatias locais (60% dos casos) ou por
obstruções venosas (40% dos casos). São do tipo vermelho em decorrência de
anastomoses entre os vasos mesentéricos.

11ª. AULA - INFLAMAÇÃO I (AGUDA)

MICROSCOPIA:
Lâmina 22: Tuba uterina - HE
a) Identificar em aumento menor:
- Tuba uterina apresentando mucosa com apagamento das franjas, lúmen dilatado e
preenchido por material amorfo, eosinofílico, e numerosos leucócitos (exsudato
inflamatório). A parede mostra edema, focos de hemorragia, vasos hiperemiados e infiltrado
difuso e acentuado de leucócitos. A mucosa mostra áreas de destruição do epitélio
(necrose).
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Observar que os leucócitos são representados principalmente por neutrófilos, que por
vezes acham-se degenerados ou necróticos (piócitos). Tais células associadas à parte
líquida caracterizam o exsudato purulento ("pus").
- Parede tubária edemaciada com vasos sangüíneos hiperemiados e com focos de
hemorragia. Observam-se ainda, em menor número, outros tipos de leucócitos: linfócitos,
macrófagos, eosinófilos e plasmócitos.
CONCLUSÃO: Inflamação aguda purulenta (salpingite purulenta)
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OBSERVAÇÃO: A piossalpingite é na maioria das vezes ocasionada por infecções


ascendentes por germes piogênicos (gonococos, estreptococos, estafilococos, colibacilos,
etc.). Em quase todos os casos é parte de doença inflamatória pélvica.
A salpingite aguda purulenta pode evoluir para a cura com persistência da luz, ou com
fibrose ocasionando obstrução tubária. O exsudato purulento pode ser drenado para o
peritônio (pelvi-peritonite), pode alcançar o ovário (salpingo-ooforite) e pode promover
aderências com vísceras vizinhas.

Lâmina 16 – Cérebro - HE
a) Identificar em aumento menor:
- Córtex cerebral recoberto por leptomeninge.
- Leptomeninge espessada por edema, com vasos dilatados e congestos, além de aumento
acentuado e difuso da celularidade às custas de leucócitos (infiltrado inflamatório).
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Que o infiltrado inflamatório é constituído principalmente por neutrófilos e macrófagos, com
predomínio dos primeiros.
CONCLUSÃO: Meningite aguda (leptomeningite).
OBSERVAÇÃO: A meningite aguda pode ter etiologia variada, mas a maioria é de origem
bacteriana. Dependendo da virulência do agente, da resposta do hospedeiro, da maior
rapidez ou não do diagnóstico e da terapêutica, pode evoluir para cura sem seqüelas
neurológicas. Entretanto, há situações em que fibrose resultante da resolução do processo
inflamatório, leva à hidrocefalia por distúrbios na circulação liquórica ou à paralisias de
nervos cranianos por compressão. Há também a possibilidade do processo estender-se ao
parênquima nervoso, resultando em meningo-encefalite com conseqüências variáveis.
Existe ainda o risco de septicemias complicadas com choque séptico e coagulação
intravascular disseminada (CIVD).

MACROSCOPIA:
PEÇA: Apêndice cecal
O apêndice cecal normal mede aproximadamente 7,0 cm de comprimento por 1,0 cm de
diâmetro, geralmente recoberto por fina membrana serosa, que deixa visualizar por
transparência vasos sangüíneos, formando delicada rede discretamente saliente na
superfície do órgão.
A aparência de um apêndice inflamado depende do estágio que o processo inflamatório se
encontra quando observado. Nos estágios iniciais da apendicite aguda o órgão ou parte
deste está edemaciado e com hiperemia da serosa. A luz pode estar distendida. Com a
evolução do processo, o edema e a hiperemia aumentam, podem ocorrer focos de
hemorragia e a serosa mostra-se recoberta por uma película esbranquiçada que
corresponde ao exsudato fibrinoso e/ou por material purulento (exsudato fibrino-purulento).
A luz pode conter material muco-purulento e/ou fecalóide. A parede pode se apresentar
espessada, amolecida ou fibrosada conforme a duração e estágio do processo. Caso não
ocorra intervenção cirúrgica, o processo pode evoluir para um estágio chamado de
"apendicite gangrenosa". Nesta situação, o órgão ou às vezes apenas a parte distal torna-se
friável, com extensas áreas de hemorragia e de necrose, que aparecem como áreas de
esfacelo e laceração (perfuração).
CONCLUSÃO: Inflamação aguda purulenta (supurada) em apêndice.

PEÇA: Cérebro
Cérebro inteiro ou fragmentos mostrando membrana meníngea (aracnóide) opaca, de
aspecto leitoso e rede vascular exuberante (hiperemia).
CONCLUSÃO: Inflamação aguda purulenta nas meninges (meningite purulenta).
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OBSERVAÇÃO: A meningite purulenta pode ser causada por diversas bactérias


(Escherichia coli, Menigococcus, Pneumococcus, Streptococcus, Staphylococcus, Listeria,
etc.). Observa-se uma correlação entre a faixa etária com o agente etiológico. Assim, E. coli
aparece em meningite de recém-nascidos particularmente os que têm defeitos do canal
medular, meningoco em adolescentes e adultos jovens, pneumococo em idosos.

12ª. AULA: INFLAMAÇÃO II (AGUDA E FORMAS ESPECIAIS)

Lâmina 73: Pele - HE


NOTA: Observar que na lâmina há três cortes histológicos. Os fragmentos foram retirados
do coxim plantar de ratos injetados subcutaneamente com 400 µg de carragenina e
sacrificados duas, quatro e 24 horas após inóculo.
A carragenina é um polissacarídeo sulfatado, derivado de algas, utilizado na área
alimentícia, cosmética e científica. Quando injetado é fagocitado por macrófagos que
liberam mediadores químicos desencadeando o processo inflamatório no local.
a) Identificar no aumento menor:
- O primeiro corte apresenta derma espessado com as estruturas distanciadas (edema),
vasos dilatados, por vezes cheios de sangue (hiperemia) e infiltrado inflamatório difuso.
- O corte central apresenta derma com vasos hiperêmicos, porém menos dilatados que no
primeiro, células inflamatórias distribuídas difusamente e o edema é mais discreto.
- No terceiro corte o infiltrado inflamatório é mais intenso que nos outros, o edema não é
significativo e há ocasionais vasos capilares hiperêmicos.
- Em todos os cortes há hiperceratose e o processo inflamatório alcança a musculatura
esquelética em alguns pontos.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- No primeiro corte, observar detalhes do tipo celular do infiltrado inflamatório, composto por
polimorfonucleares neutrófilos principalmente. Nos vasos hiperemiados observar ocasionais
leucócitos aderidos ao endotélio (marginação leucocitária).
- No segundo corte (central) observar que o infiltrado inflamatório é representado por mono
e polimorfonucleares (linfócitos, macrófagos, raros plasmócitos e neutrófilos). A hiperemia e
o edema estão menos intensos que no primeiro corte.
- No último corte, observar que o infiltrado inflamatório é constituído por mononucleares
(principalmente linfócitos e macrófagos).
CONCLUSÃO: Inflamação experimental em pata de rato
OBSERVAÇÃO: O primeiro corte provém do rato sacrificado 2 horas após a injeção de
carragenina (onde há predomínio de fenômenos vasculares e exsudativos, com predomínio
de polimorfonucleares), o segundo corte corresponde ao rato sacrificado 4 horas após a
injeção da substância, onde o edema é de menor intensidade e o infiltrado inflamatório é
misto (mono e polimorfonucleares) e o último corte provém do rato sacrificado 24 horas após
a injeção da droga, onde o infiltrado é predominantemente mononuclear. A cinética das
modificações teciduais na reação inflamatória varia com o agente agressor e com o
hospedeiro.

Lâmina 24: Fígado - HE


NOTA: Colocar a lâmina contra a luz e verificar, na porção mais ou menos central da
preparação, área(s) arredondada(s) bem circunscrita(s) de tonalidade azulada.
a) Identificar em aumento menor:
- Parênquima hepático exibindo área(s) circunscrita(s) com destruição do tecido e acúmulo
de denso infiltrado inflamatório, circundadas por proliferação conjuntiva fibrosa de permeio a
hepatócitos e a células inflamatórias (membrana piogênica).
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Ao conjunto destas alterações acima descritas chamamos abscesso. Observa-se ainda


hemorragia e extensas áreas de fibrose substituindo o parênquima hepático.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Área central do abscesso constituída principalmente por neutrófilos degenerados e
necróticos (piócitos). Envolvendo o abscesso há deposição de fibras colágenas associadas
a infiltrado leucocitário constituído principalmente por mononucleares. A membrana
piogênica é a região intermediária entre o exsudato purulento e deposição de colágeno.
- Mais externamente, pequenas áreas mais acidófilas, mostrando parênquima hepático um
pouco mais preservado com hepatócitos vacuolados (esteatose hepática).
- Extensas áreas de fibrose e hemorragia.
CONCLUSÃO: Inflamação purulenta no fígado (Abscesso hepático).
OBSERVAÇÃO: Os abscessos hepáticos ocorrem sempre que bactérias piogênicas chegam
ao fígado em número suficiente para desencadear um foco de supuração. As bactérias
podem alcançar o órgão através dos canais biliares, ramos da veia porta ou da artéria
hepática ou por propagação de infecções contíguas. A Entamoeba hystolitica e
determinadas substâncias químicas como terebentina e óleo de croton também podem
causar abscessos hepáticos. No caso estudado, como se trata de micro-abscesso, a
conseqüência é a destruição de pequena área do parênquima, com formação de coleção
purulenta localizada que poderá ser absorvida e a região cicatrizada sem quase nenhum
transtorno funcional do órgão. Se houver, entretanto, disseminação do processo poderá
ocorrer comprometimento maciço do órgão e peritonite.
MACROSCOPIA:
PEÇA: Pulmão
Fatias de pulmão apresentando pleura visceral recoberta por material esbranquiçado, ás
vezes de aspecto fibrilar, levando a um discreto espessamento e opacificação da mesma.
Observam-se ainda pontos e pequenas áreas enegrecidas que correspondem a antracose
ou hemorragia. O parênquima mostra diminuição da crepitação, aspecto sólido, maciço,
hepatizado.
CONCLUSÃO: Inflamação fibrinosa na pleura (pleurite fibrinosa) + broncopneumonia.
OBSERVAÇÃO: Na pleurite fibrinosa há predomínio de exsudação de fibrina e caso não
haja absorção do exsudato na resolução do processo, podem surgir aderências entre as
cissuras ou entre os folhetos pleurais. A broncopneumonia pode evoluir para a cura com
integridade anatômica e funcional ou em casos em que o exsudato não foi absorvido, sofrer
organização (fibrose).
PEÇA: Coração (suíno)
Coração aberto, mostrando superfície externa recoberta por material branco-amarelado,
leitoso e de aspecto fibrilar.
CONCLUSÃO: Inflamação fibrinosa no pericárdio (pericardite fibrinosa)

13ª. AULA - INFLAMAÇÃO III (CRÔNICA , GRANULOMATOSA)

MICROSCOPIA:
Lâmina 29: Lesão nasal (por informação) - HE
a) Identificar em aumento menor:
- Lesão de aspecto polipóide recoberta por epitélio do tipo respiratório (epitélio colunar
pseudo-estratificado ciliado, muco-secretor) e estroma conjuntivo com discreto edema,
ectasia capilar e infiltrado inflamatório de intensidade variável, sendo mais evidente na
periferia da lesão.
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b) Identificar em aumentos médio e maior:


- Infiltrado inflamatório constituído por mononucleares (linfócitos, plasmócitos e macrófagos)
e ocasionais eosinófilos.
- Detalhes dos demais achados descritos no item "a".
CONCLUSÃO: Inflamação crônica com áreas em atividade de cavidade nasal (Pólipo
nasal inflamatório).
OBSERVAÇÃO: Os pólipos nasais inflamatórios estão associados às rino-sinusites crônicas.

Lâmina 13: Pulmão – HE


a) Identificar em aumento menor:
- Pulmão apresentando vasos dilatados, cheios de sangue, alvéolos aerados ou contendo
material eosinofílico e homogêneo (edema).
- Vários aglomerados nodulares de células inflamatórias (granulomas).
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Detalhes do acima descrito com especial atenção para os componentes dos granulomas.
O centro da maioria deles contém material eosinofílico, amorfo e anucleado (necrose) e/ou
grande quantidade de leucócitos polimorfonucleares, às vezes necróticos (piócitos). Alguns
deles contém restos de ovos de Schistosoma mansoni.
- Na periferia observam-se células gigantes predominantemente do tipo Langhans, células
epitelióides (macrófagos modificados) e à volta linfócitos e eosinófilos.
- Presença também de focos de infiltrado inflamatório intersticial e peribrônquico, além de
alguns alvéolos contendo material fibrinóide.

CONCLUSÃO: Inflamação crônica granulomatosa (esquistossomose pulmonar com


granulomas em fase necrótico-exsudativa).

MACROSCOPIA:
PEÇA: Coração
Coração aumentado globalmente de volume, apresentando superfície externa salpicada por
numerosas formações nodulares amareladas e salientes. Nota-se ainda que algumas
destas nodulações apresentam-se escavadas (desintegração do material necrótico).
CONCLUSÃO: Inflamação crônica granulomatosa no pericárdio (pericardite
granulomatosa). Tuberculose diagnosticada em exame histológico.

PEÇA: Lobo (s) pulmonar (es).


Lobo (s) pulmonar (es) apresentando pleura acinzentada, opaca, às vezes com aderências e
com pequenos nódulos (granulações) de tamanhos variados, isolados ou agrupados.
CONCLUSÃO: Inflamação crônica granulomatosa no pulmão com comprometimento
pleural (pleuriite granulomatosa). Tuberculose diagnosticada em exame histológico.
PEÇA: Vesículas biliares
Vesículas biliares aumentadas de volume, de paredes moderadamente espessadas, em sua
maioria contendo cálculo(s).
Outra se mostra bastante diminuída de volume e apresenta um cálculo de colesterol
ocupando toda a luz. Observar principalmente o espessamento da parede, resultado de
intensa proliferação fibroblástica. Este quadro de atrofia e fibrose da parede denomina-se
vesícula esclero-atrófica.
CONCLUSÃO: Inflamação crônica em vesícula biliar (Colecistite crônica).
OBSERVAÇÃO: A colecistite crônica está associada a cálculo biliar (colelitíase) em cerca de
90% dos casos.
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14ª. AULA: INFLAMAÇÃO IV (REPARO: REGENERAÇÃO E CICATRIZAÇÃO)

MICROSCOPIA:
Lâmina 136: Fígado - Tricrômico de Gomoni
NOTA: Nesta preparação o tecido conjuntivo fibroso cora-se em verde.
a) Identificar em aumento menor:
- Parênquima hepático apresentando proliferação de septos fibrosos envolvendo blocos de
hepatócitos (pseudolóbulos).
-Acompanhando a fibrose há proliferação capilar e de ductos biliares, além de discreto
infiltrado inflamatório de mononucleares
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Hepatócitos com esteatose e por vezes multinucleados (indicando atividade regenerativa).
Nos pseudolóbulos a arquitetura está alterada e os hepatócitos não se organizam em
trabéculas intercaladas por sinusóides.
- Discreto infiltrado de células mononucleares e neoformação de ductos biliares nos septos
fibrosos peri e intralobulares.
CONCLUSÃO: Reparo (regeneração e cicatrização) - Cirrose hepática.

OBSERVAÇÃO: A cirrose pode ser definida como a subversão da arquitetura lobular


hepática por septos fibrosos que envolvem os nódulos pseudo-regenerativos, e representa o
estágio final de uma doença hepática crônica. É um processo irreversível, decorrente da
necrose dos hepatócitos associada ao colapso do estroma reticular. A cirrose leva à
insuficiência funcional do órgão e a distúrbios circulatórios como hipertensão porta.

Lâmina 30: Estômago - HE


a) Identificar em aumento menor
- Parede gástrica apresentando lesão escavada, com destruição da mucosa caracterizando
uma ulceração. Na superfície da lesão ulcerada há exsudato fibrino-necrótico-leucocitário e
no fundo, correspondendo principalmente à submucosa, proliferação conjuntivo-vascular
(tecido de granulação) associada a infiltrado inflamatório mono e polimorfonuclear, com
vários eosinófilos.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Detalhes da úlcera, exsudato inflamatório, necrose e tecido de granulação.
CONCLUSÃO: Inflamação crônica com ulceração em estômago (Úlcera gástrica péptica).
OBSERVAÇÃO: O termo úlcera péptica refere-se às lesões ulceradas gástricas,
esofagianas e duodenais de etiologia bastante discutida e variada, relacionadas a um
desequilíbrio entre os fatores protetores e agressores da superfície mucosa, com
predomínio do último. Dentre os fatores defensores, destaca-se o muco que recobre a
superfície mucosa e dentre os fatores agressores, aumento da secreção ácido-clorídrica,
medicamentos, stress, gastrites, fumo, Helicobacter pylori, etc. A úlcera gástrica pode se
complicar com hemorragia, perfuração, obstrução pilórica e transformação maligna
(cancerosa). No caso em questão, a lesão foi induzida em ratos com injeção de ácido
clorídrico em parede gástrica.
MACROSCOPIA:
PEÇA: Fígado
Fígado e fatias do órgão com superfícies externa e de corte mostrando grande número de
nódulos claros mais ou menos arredondados, percebendo-se muitas vezes um tecido
acinzentado, que representa a fibrose, rodeando e separando os nódulos.
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Este aspecto macroscópico corresponde à cirrose. O órgão pode estar diminuído de volume,
de peso e mostra consistência aumentada. Dependendo do tamanho dos nódulos
(pseudolóbulos) a cirrose é classificada em macronodular (nódulos de tamanhos variados,
às vezes superiores a 5 cm de diâmetro) ou micronodular (nódulos de tamanhos mais
uniformes, menores que 1 cm de diâmetro).
CONCLUSÃO: Reparo (regeneração e cicatrização) no fígado - cirrose hepática.
PEÇA: Fígado
Fatias de fígado apresentando superfície externa levemente irregular.
Aos cortes mostra superfície pardo-clara com espaços-porta alargados por fibrose, ora
estrelados, ora irregulares, contrastando nitidamente com o parênquima hepático.
CONCLUSÃO: Inflamação (cicatrização) no fígado - fibrose hepática do tipo Symmers.

OBSERVAÇÃO: Este padrão morfológico de fibrose hepática é visto na forma hépato-


esplênica da esquistossomose. Ela não leva à insuficiência hepática, mas provoca distúrbio
circulatório local (hipertensão portal).
PEÇA: Pele
Retalho de pele alcançando hipoderme, apresentando área elevada ou nodular com
superfície epidérmica, lisa e estirada. Derme e hipoderme subjacentes, acinzentados,
espessados e firmes (fibrose). O que aparece em amarelo na parte mais central da
hipoderme é gordura, normalmente existente neste local.
CONCLUSÃO: Cicatriz hipertrófica (quelóide).
PEÇA: Pulmão
Secção de pulmão com presença de brônquio principal e suas dicotomizações. Superfície
pleural rugosa e espessada e parênquima com áreas de antracose. Presença ainda de
grande área de destruição, formando uma lesão cavitária de superfície interna irregular, de-
limitada por tecido acinzentado, de consistência bastante endurecida (tecido conjuntivo
fibroso).
CONCLUSÃO: Cicatrização com encistamento em pulmão.
OBSERVAÇÃO: A lesão cavitária corresponde à grande destruição tecidual decorrente de
uma tuberculose ativa prévia com extensa área de necrose caseosa. Com a cura da doença,
restam as alterações cicatriciais que são permanentes.

15ª. AULA: NOÇÕES BÁSICAS DE IMUNOPATOLOGIA


MICROSCOPIA:
Lâmina 11: Tireóide - HE
a) Identificar em aumento menor:
- Tireóide com folículos de tamanhos variados (pequenos e médios), em sua maioria
contendo colóide.
- infiltrado difuso de intensidade variável formando em muitos locais, folículos linfóides com
centro germinativo.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- folículos tireoidianos com revestimento de células cúbicas ou cilíndricas por vezes do tipo
oxifílico (células de citoplasma amplo, eosinofílico e granuloso).
- áreas com destruição de folículos tireoidianos e substituição por infiltrado inflamatório
constituído por células linfóides e plasmócitos, observando-se com relativa freqüência a
formação de folículos linfóides com proeminentes centros germinativos.
- discreta fibrose intersticial.
CONCLUSÃO: Tireoidite de Hashimoto (tireoidite autoimune, tireoidite linfocítica).
22

OBSERVAÇAO: Trata-se de doença autoimune e auto-anticorpos anti-tireoglobulina, anti-


tiroxina, anti-triiodotironina e outros anticorpos anti-elementos tireoidianos podem ser
identificados com técnicas apropriadas. Portadores dessa doença são mais susceptíveis a
outras doenças auto-imunes.

16ª AULA: DISTÚRBIOS DO DESENVOLVIMENTO


MICROSCOPIA:
Lâmina 28: Testículo - HE
REVISÃO HISTOLÓGICA: O testículo é revestido por cápsula conjuntiva fibrosa (albugínea)
e o parênquima constituído por túbulos seminíferos revestidos por células de Sertoli (células
de sustentação) e células espermatogênicas. Estas se apresentam em diferentes estágios
de maturação. O estroma constituído por conjuntivo frouxo, contém capilares, filetes
nervosos e grupos de células intersticiais (células de Leydig), que produzem testosterona.
a) Identificar em aumento menor:
- Dois cortes histológicos de testículos revestidos parcialmente pela albugínea, sendo que
no corte menor ela mostra-se espessada.
- Túbulos seminíferos com celularidade variável, de corte para corte, sendo que no menor
esta se apresenta muito reduzida.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- No corte maior os túbulos seminíferos mostram-se revestidos em sua maioria por células
espermatogênicas em diferentes estágios de maturação e células de Sertoli (células
aderidas à membrana basal, de núcleos arredondados, vesiculosos, nucléolos evidentes e
citoplasma claro, de bordas indefinidas). Presença de pequenos grupos esparsos de túbulos
seminíferos revestidos apenas por células de Sertoli.
- No corte menor, os túbulos seminíferos mostram-se revestidos somente por células de
Sertoli. Não há nenhum elemento espermatogênico.
CONCLUSÃO: Hipoplasia testicular total no corte menor e parcial no corte maior.
Freqüente em animais domésticos - Doença autossômica recessiva.

Lâmina 62: Útero - HE


a) Identificar em aumento menor:
- Parede uterina apresentando endométrio em fase secretora.
- Miométrio mostrando de permeio às suas fibras, glândulas circundadas por estroma de
padrão endometrial.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- detalhes do acima descrito, com ênfase à presença de glândulas endometriais na
intimidade do miométrio.
CONCLUSÃO: Adenomiose
OBSERVAÇÃO: A presença de tecido endometrial fora da mucosa uterina é chamada
endometriose. O endométrio ectópico sofre as mesmas modificações decorrentes da ação
hormonal do endométrio tópico.

MACROSCOPIA:
PEÇA: Coração
Coração aberto longitudinalmente sem septos interatrial e interventricular, apresentando,
portanto um átrio único e um ventrículo único.
CONCLUSÃO: Coração bicavitário (agenesia de septos).
23

PEÇA: Pé esquerdo
Pé esquerdo de criança apresentando seis artelhos de aspecto macroscópico habitual.

CONCLUSÃO: Ocorrência extranumerária de dedos (Polidactilia).


OBSERVAÇÃO: Esta condição pode comprometer pés e mãos e decorre do aparecimento
de dedos ou artelhos extranumerários. Pode ser uni ou bilateral.

PEÇA: Rim
Rim aberto, descapsulado, com superfície externa bocelada e desenho vascular
proeminente, apresentando limites córtico-medulares apagados em um dos pólos e
conservados no pólo oposto.
Observamos a presença de duas pelves renais relacionadas a dois ureteres.
CONCLUSÃO: Duplicação ureteral.
OBSERVAÇÃO: Trata-se de malformação comumente associada à duplicação da pelve
renal. Geralmente não leva à disfunção do órgão. Na maioria das vezes os ureteres
penetram separados na bexiga, unem-se na espessura da parede da mesma e drenam
através de orifício único.

PEÇA: Feto
Feto macerado, deformado pela fixação, apresentando agenesia dos membros inferiores,
observando-se extremidade distal afilada, formando uma cauda. Observamos também a
ausência de genitália externa e ânus imperfurado.
CONCLUSÃO: Agenesia de membros inferiores e atresia anal (Sirenomelia - feto em
sereia).
OBSERVAÇÃO: Trata-se de malformação decorrente da degeneração da porção caudal do
embrião. Além dos defeitos externos já citados, associa-se à agenesia renal, ureteral,
vesical e uretral. As gônadas geralmente estão presentes, mas os outros órgãos genitais
raramente são encontrados. A causa desta degeneração embrionária é desconhecida.

PEÇA: Fetos
Fetos apresentando agenesia da calota craniana, com face de batráqio, sem massa
encefálica. Em um deles observa-se material membranáceo em região de base de crânio
(massa cérebro-vasculosa). Presença ainda de abertura do canal medular dorsalmente. Um
dos fetos apresenta também volumosa massa arredondada na região da implantanção do
cordão umbilical.
CONCLUSÃO: Agenesia de calota craniana e de tecido encefálico (anencefalia)
associada ao não fechamento do canal medular (mielosquise) e defeito na parede
anterior do abdome (onfalocele).
OBSERVAÇÃO: A cranioraquisquise (anencefalia associada à mielosquise) é uma
malformação grave, incompatível com a vida e decorrente de distúrbio de desenvolvimento
em fase embrionária (neurulação). A onfalocele é uma saculação na parede anterior do
abdome, ao nível da implantação do cordão umbilical e decorre de uma fraqueza nesta
parede. Dentro da saculação há conteúdo abdominal, mais frequentemente alças intestinais.

PEÇA: Intestino delgado (íleo - por informação)


Segmento de alça intestinal, fechada, apresentando no terço médio, formação sacular com
serosa pardo-escura.
CONCLUSÃO: Divertículo de Meckel com diverticulite.
OBSERVAÇÃO: Trata-se de lesão congênita decorrente da persistência da extremidade
proximal do ducto onfalomesentérico.
24

Localiza-se mais comumente na borda anti-mesentérica, a 100 cm da válvula ileocecal no


adulto e a 40 cm da mesma, na criança. Tem na maioria das vezes, a mesma estrutura
histológica do intestino delgado, mas em alguns casos apresenta mucosa gástrica e/ou
pâncreas ectópico. Pode ser sede de processo inflamatório (diverticulite) ou de úlcera
péptica com hemorragia e perfuração.

17ª. AULA: DISTÚRBIOS DO CRESCIMENTO E DA DIFERENCIAÇÃO CELULAR

MICROSCOPIA:
Lâmina 31: Próstata - HE
a) Identificar em aumento menor:
- Próstata exibindo estruturas glandulares e ductais de tamanhos variados, por vezes
dilatadas, envoltas por exuberante estroma fibromuscular. Presença em alguns lumens
acinares de corpos psamomatosos (corpos amiláceos = estruturas arredondadas,
eosinofílicas ou basofílicas e de aspecto lamelar). Presença também de discreto infiltrado
inflamatório de mononucleares.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Epitélio glandular do tipo colunar simples ás vezes com pseudo-estratificação e formações
papilares com eixo conjuntivo que se projetam para o lúmen.
- Infiltrado inflamatório linfoplasmocitário.
CONCLUSÃO: Hiperplasia nodular prostática.
OBSERVAÇÃO: A hiperplasia prostática é processo extremamente freqüente, compromete
cerca de 75% dos homens acima dos 80 anos, é rara abaixo de 40 anos, e aumenta
progressivamente com a idade. A patogênese da hiperplasia prostática não é totalmente
conhecida. Duas hipóteses são aceitas. Em uma acredita-se hajam interações entre estroma
e componente epitelial, em que inicialmente os nódulos seriam somente estromais induzidos
por produção local de fatores de crescimento e mais tarde o estroma induziria a proliferação
glandular, formando os nódulos estrômato-glandulares característicos da lesão. A outra
hipótese acredita que a lesão seja decorrente da redução da testosterona com a idade,
havendo um hiperestrogenismo relativo.
Distúrbios urinários (retenção, infecção urinária, etc) e distúrbios ejaculatórios são
conseqüências do quadro.

Lâmina 33: Colo uterino - HE


REVISÃO ANATÔMICA E HISTOLÓGICA:
- O colo uterino é constituído por uma porção externa que se abre na vagina (ectocérvix) e
possui um canal (endocérvix ou canal cervical) que se comunica com a cavidade uterina. O
canal endocervical acha-se preenchido por muco, inicia-se na ectocérvix (orifício externo) e
termina na cavidade uterina em contacto com o endométrio (orifício interno). A mucosa
ectocervical é revestida por um epitélio estratificado pavimentoso não ceratinizado
(semelhante ao epitélio vaginal). A lâmina própria é desprovida de glândulas. A endocérvix é
revestida por epitélio simples cilíndrico mucíparo com algumas células ciliadas. Nesta
mucosa abrem-se orifícios de glândulas exócrinas mucosas, localizadas na lâmina própria.
Em um colo uterino normal a junção do epitélio endocervical com o ectocervical se dá ao
nível do orifício externo do canal (junção escamocolunar = J.E.C.).
a) Identificar em aumento menor:
- Colo uterino apresentando endocérvix revestida em parte por epitélio simples prismático
mucíparo, em parte por epitélio estratificado pavimentoso não ceratinizado.
- Lâmina própria com denso infiltrado inflamatório (cervicite).
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b) Identificar em aumentos médio e maior:


- Detalhes do acima descrito, dando ênfase à modificação do epitélio endocervical simples
prismático para estratificado pavimentoso.
CONCLUSÃO: Metaplasia escamosa em epitélio endocervical.
OBSERVAÇÃO: A metaplasia escamosa do colo uterino é um processo de adaptação,
secundário a ectopia, inflamações, traumatismos etc. Em pequeno número de casos pode
evoluir para processos pré-malignos (displasias) ou malignos (carcinomas).

MACROSCOPIA:
PEÇA: Próstata
Fatias de próstata apresentando inúmeras formações nodulares de tamanhos variados, de
tonalidade mais clara, circundadas por tecido pardo-claro (estroma). Os nódulos são de
consistência amolecida, enquanto o estroma é mais firme. Observam-se pequenos cistos
decorrentes de dilatação glandular.
CONCLUSÃO: Hiperplasia nodular prostática.

PEÇA: Baço
Fatias de baço de consistência aumentada, apresentando polpa branca caracterizada por
pontilhado brancacento de distribuição difusa, contrastando com a polpa vermelha (de cor
pardo-escura), tomando o aspecto de "céu estrelado".
CONCLUSÃO: Hiperplasia de polpa branca do baço.

PEÇA: Coração
Corte transversal de coração ao nível dos ventrículos, apresentando ventrículo esquerdo de
parede muito espessada (cerca de 2,5 cm). A parede normal do ventrículo esquerdo mede
em torno de 1,5 cm de espessura num indivíduo adulto normal.
Compare a espessura da parede de V.E. com a do V.D.
CONCLUSÃO: Hipertrofia concêntrica de miocárdio de V.E.
OBSERVAÇÃO: Este quadro está freqüentemente associado à hipertensão arterial
sistêmica.
PEÇA: Rim
Fatias de rim apresentando acentuada dilatação da pelve e dos cálices, com aspecto
multicavitário e parênquima adelgaçado (atrofia).
CONCLUSÃO: Atrofia compressiva do parênquima renal (hidronefrose).
OBSERVAÇÃO: A hidronefrose está associada a fenômenos obstrutivos urinários
(mecânicos ou funcionais) que levam progressivamente a compressão e atrofia do
parênquima.

18ª. AULA: NEOPLASIAS I


MICROSCOPIA
Lâmina 58: Nódulo de mama (por informação) - HE
a) Identificar em aumento menor:
- Nódulo constituído por estroma exuberante, ora frouxo, ora denso, englobando estruturas
tubulares (glândula) de diâmetros variados assim como fendas revestidas por epitélio
simples prismático ou pseudo-estratificado.
- Presença de cápsula conjuntiva fibrosa.
26

b) Identificar em aumentos médio e maior:


- Tanto as células do estroma (fibroblastos) quanto as células ductais (epiteliais e
mioepiteliais) mostram morfologia habitual.
CONCLUSÃO: Tumor benigno misto de mama (Fibroadenoma).
OBSERVAÇÃO: O fibroadenoma é o tumor benigno mais freqüente da mama e acomete
preferencialmente mulheres com menos de 30 anos de idade.
Lâmina 37: Lábio - HE
a) Identificar em aumento menor:
- Corte histológico de lábio exibindo proliferação epitelial em placas e cordões celulares
contendo, por vezes, em seu interior, lâminas concêntricas de ceratina (pérolas córneas).
Observa-se invasão do derma, do córion e da musculatura labial, assim como áreas de
ulceração. Entre as células epiteliais há denso infiltrado inflamatório.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Células epiteliais atípicas com anaplasia: pleomorfismo (nuclear e celular), hipercromasia,
cromatina grosseira, grumosa, com vacuolização nuclear, alterações da relação
núcleo/citoplasma e nucléolo/núcleo; mitoses freqüentes, algumas atípicas (tripolares,
tetrapolares), perda da polarização celular, com diferenciação e maturação irregular,
formando queratina intra-epitelial (pérolas córneas).
- Tecido neoplásico entre as fibras musculares caracterizando invasividade e crescimento
infiltrativo da neoplasia.
- Limites imprecisos nas bordas da lesão (ausência de cápsula).
- Infiltrado leucocitário de mononucleares, muitas vezes abundante entre as placas de
células tumorais.
CONCLUSÃO: Tumor maligno epitelial - Carcinoma (Ca) de células escamosas
(Carcinoma escamocelular, espinocelular ou epidermóide), bem diferenciado de lábio.
MACROSCOPIA
PEÇA: Útero inteiro e fatias
Útero inteiro, aumentado de volume, deformado por múltiplas formações nodulares, fazendo
saliência para a superfície externa (subserosos) ou para a cavidade (submucosos). Algumas
estão localizadas na intimidade do miométrio (intramurais).
Fatias de útero mostrando nódulos(s) semelhante(s), firme(s), bem delimitado(s), facilmente
destacável(is), esbranquiçado(s) e fasciculado(s).
Estas formações nodulares podem ser únicas ou múltiplas (leiomiomatose).
CONCLUSÃO: Tumor benigno de músculo liso - Leiomioma(s) uterino(s).
PEÇA: Nódulo subcutâneo (por informação)
Massa nodular capsulada, de cor amarelada, consistência macia e superfície de corte
untuosa.
CONCLUSÃO: Tumor benigno de tecido adiposo - Lipoma
PEÇA: Pele - mão, pé, e retalhos de pele.
Várias peças apresentando formações tumorais com características de malignidade:
crescimento infiltrativo, sem limites precisos, áreas de hemorragia e necrose.
Podem-se verificar os seguintes aspectos nas várias peças:
- Formas ulceradas: onde o tecido neoplásico perde a sua continuidade, mostrando-se
irregular e escavado.
- Formas vegetantes: onde o tecido neoplásico apresenta-se com crescimento exofítico
(para fora), em forma de couve-flor.
- Formas úlcero-vegetantes: onde o tecido neoplásico apresenta-se com crescimento
exofítico, e áreas ulceradas, sendo esta a forma mais freqüente.
CONCLUSÃO: Neoplasia maligna de pele.
27

OBSERVAÇÃO: O exame histológico destas peças revelou carcinoma de células


escamosas semelhante ao estudado na lâmina 37. Este tumor pode originar-se em pele ou
mucosa normal, mas geralmente aparece em lesões pré-malignas (ceratose senil,
leucoplasia, xeroderma pigmentoso, etc.).

PEÇA: Cérebro
Cérebro apresentando tumor nodular, bem delimitado, capsulado, localizado no hemisfério
cerebral direito. Destaca-se com facilidade do tecido cerebral que o contém, deixando uma
cavidade que modela os seus contornos. A superfície de corte do tumor é de aspecto
friável, quebradiço, opaco, o que denota um tecido mal irrigado. Na periferia há áreas de
hemorragia.
CONCLUSÃO: Tumor benigno de meninges - Meningioma
OBSERVAÇÃO: Uma observação importante no caso, é que morfologicamente, a neoplasia
é benigna, no entanto se atentarmos aos aspectos de localização e efeitos constitucionais
conseqüentes, teremos que admitir que o mesmo é mais danoso que muitas neoplasias
malignas. Podemos observar claramente a destruição imposta ao tecido cerebral pela
pressão mecânica que a massa tumoral exerce, além do nítido desvio de posição das
diversas estruturas do órgão.

PEÇA: Intestino grosso


Segmentos de intestino grosso abertos, apresentando mucosa recoberta parcial ou quase
que em sua totalidade por numerosas formações polipóides, esbranquiçadas ou pardas, de
tamanhos variados, sésseis ou pediculadas.
CONCLUSÃO: Polipose intestinal familial.
OBSERVAÇÃO: Trata-se de uma condição pré-malígna, herdada como traço autossômico
dominante, identificada na maioria das vezes na segunda e terceira décadas de vida. O
intestino grosso é a porção mais acometida. Os pólipos representam adenomas da mucosa
intestinal.

PEÇA: Vegetais
Segmentos de caule apresentando lesões nodulares ou vegetantes, causando deformidades
dos mesmos.
Folhas apresentando também múltiplas lesões nodulares, isoladas ou coalescentes em
ambas as faces, algumas com áreas de destruição.
CONCLUSÃO: Tumores vegetais - galhas.
OBSERVAÇÃO: Os tumores vegetais são provocados por insetos ou microorganismos e
causam proliferação das células locais. Em alguns se observam orifícios pelos quais o
inseto penetrou.

19ª. AULA: NEOPLASIA II

MICROSCOPIA
Lâmina 113: Fígado - HE
a) Identificar em aumento menor:
- Parênquima hepático exibindo formações glandulares atípicas, vazias ou contendo material
eosinofílico amorfo e/ou células. O crescimento glandular tem aspecto tumoral, sem limites
precisos, com desaparecimento do parênquima hepático. As células glandulares são
hipercromáticas. Observar ainda extensas áreas de necrose e células inflamatórias na
periferia do tumor.
28

b) Identificar em aumentos médio e maior:


- Tecido glandular atípico, apresentando glândulas com uma ou mais camadas celulares
(pseudo-estratificação), pleomorfismo nuclear e celular, hipercromasia e numerosas figuras
de mitose, algumas atípicas. Observar também áreas necróticas e inflamatórias.

CONCLUSÃO: Metástase hepática de adenocarcinoma

OBSERVAÇÃO: As metástases de adenocarcinoma no fígado são muito comuns. O tumor


primitivo na maioria dos casos está localizado no tubo gastrintestinal (estômago e intestino
grosso). Nestes casos as células malignas invadem vasos, indo se alojar no tecido hepático
através da veia porta.

Lâmina 71: Linfonodo - HE


a) Identificar em aumento menor:
- Linfonodo mostrando na periferia folículos linfóides com centros germinativos. Grande
parte do parênquima mostra-se ocupado por tecido sólido ou glandular.

b) Identificar em aumentos médio e maior:


- Padrão celular do tecido neoplásico: núcleo levemente pleomórfico, de cromatina frouxa e
citoplasma claro, às vezes vacuolado.
- Material eosinofílico e homogêneo no interior de algumas glândulas tumorais.
- Células inflamatórias no interstício do tumor.

CONCLUSÃO: Metástase ganglionar de adenocarcinoma.

OBSERVAÇÃO: Geralmente os carcinomas dão metástases preferencialmente por via


linfática, acometendo assim linfonodos regionais. No presente caso, o linfonodo estudado é
de região cervical e a neoplasia primitiva estava localizada na tireóide.

MACROSCOPIA:

PEÇA: Linfonodos
Secções de linfonodos isolados ou conglomerados, aumentados de volume, com superfície
de corte totalmente enegrecida ou, em parte negra e em parte esbranquiçada. A variação de
cor está relacionada com a quantidade de pigmento (melanina) produzido pelas células
neoplásicas

CONCLUSÃO: Metástase de melanoma em linfonodos.

PEÇA: Fígado
Fatias de fígado, uma delas com vesícula biliar, apresentando pontilhado negro subcapsular.
Na superfície de corte identificam-se espaços-porta e área nodular pardo-escura de
aproximadamente 1,5 cm de diâmetro.

CONCLUSÃO: Metástase de melanoma no fígado

PEÇA: Pulmão
Pulmão direito apresentando pleura lisa, levemente opaca, contendo pontos enegrecidos
(antracose) e múltiplos nódulos branco-amarelados, ligeiramente elevados e de tamanhos
variados (nódulos metastáticos).

CONCLUSÃO: Metástases de carcinoma no pulmão.


OBSERVAÇÃO: A peça em questão era de um paciente portador de hepatocarcinoma.
29

20ª. AULA: NEOPLASIA III


MICROSCOPIA
Lâmina 46: Pele - HE
NOTA: Com a lâmina na mão e contra a luz, observar na região central do corte, massa
basófila de aspecto nodular, fazendo projeção na superfície.
a) Identificar em aumento menor:
- Pele apresentando no derma densas massas de células arredondadas, de núcleos
fortemente basófilos, circundadas por células dispostas em paliçada (células dispostas lado
a lado). Presença de pequenas áreas císticas contendo material eosinofílico (necrose).
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Células da massa tumoral assemelhando-se às da camada basal da epiderme, não só pelo
seu aspecto (núcleos alongados, cromatina densa, citoplasma escasso), mas também pela
disposição estrutural (arranjo em paliçada).
- Presença de material necrótico no centro das áreas císticas descritas acima.
- Numerosas figuras de mitose.
CONCLUSÃO: Tumor de células basais - Carcinoma basocelular.
OBSERVAÇÃO: Este tumor origina-se de células indiferenciadas que existem na camada
basal da epiderme e bainha externa dos folículos pilosos. O arranjo em paliçada das células
periféricas e a presença de membrana basal (visualizada por técnicas especiais) justificam a
"aparência" bem delimitada da lesão. Alguns raros casos podem crescer por invasão local e
determinar metástases. Trata-se do tumor de pele mais freqüente no homem.
Lâmina 51: Estômago - HE
a) Identificar em aumento menor:
- Parede gástrica apresentando numa extremidade perda da mucosa (ulceração) e na borda
e fundo da mesma, proliferação de células epiteliais atípicas, dispostas em blocos sólidos ou
em arranjos glandulares irregulares, às vezes fundidos, tomando aspecto cribriforme,
invadindo a submucosa e a túnica muscular. As formações glandulares apresentam
diâmetros variados. Presença também de áreas de necrose.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Características de malignidade das formações glandulares atípicas (hipercromasia,
pleomorfismo, nucléolos às vezes volumosos, glândulas irregulares, invasão e destruição
das túnicas do órgão).
- Infiltrado linfoplasmohistiocitário tanto na lesão tumoral quanto na mucosa gástrica
adjacente.
- Presença de metaplasia intestinal na mucosa gástrica adjacente à neoplasia.
CONCLUSÃO: Tumor maligno glandular do estômago com ulceração - Adenocarcinoma
gástrico ulcerado.
OBSERVAÇÃO: As neoplasias epiteliais gástricas estão comumente associadas com
gastrites atróficas, metaplasia intestinal da mucosa gástrica e hipocloridria, sendo também
observadas em alguns casos de úlcera péptica.
MACROSCOPIA

PEÇA: Útero
Secção longitudinal de útero exibindo neoplasia de aspecto infiltrativo, de cor
esbranquiçada, destruindo o colo uterino e apresentando áreas necróticas e ulceradas.

CONCLUSÃO: Neoplasia maligna de colo uterino (o exame histológico mostrou tratar-se


de carcinoma espinocelular).
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OBSERVAÇÃO: O carcinoma de células escamosas de colo uterino é um dos cânceres


mais freqüentes nas mulheres, com predominância na faixa etária acima de 35 anos. A
prevenção desta neoplasia é de grande importância e é feita através de exame ginecológico
periódico acompanhado de exame citológico do colo uterino.

PEÇA: Intestino grosso


Segmentos de intestino grosso, abertos, um deles alcançando o ânus, apresentando lesões
elevadas, irregulares, tipo "couve-flor", às vezes ulceradas, fazendo saliência na luz e
infiltrando a parede do órgão. Nas regiões tumorais, a mucosa está destruída. Presença
ainda de pontos e áreas escuras que representam hemorragia.
CONCLUSÃO: Neoplasia maligna intestinal (o exame histológico mostrou tratar-se de
adenocarcinoma).
PEÇA: Pênis
Pênis seccionado longitudinalmente, apresentando na superfície externa, lesões
esbranquiçadas, de tamanhos variados, aspecto ulcerado, com bordas irregulares e
elevadas.
Na superfície de corte, observamos área de tecido esbranquiçado, de aspecto infiltrativo,
sem limites precisos, invadindo e destruindo a glande e o prepúcio.
CONCLUSÃO: Neoplasia maligna de pênis (o exame histológico mostrou tratar-se de
carcinoma espinocelular).
OBSERVAÇÃO: O carcinoma peniano é mais incidente em populações de baixas condições
higiênicas e em portadores de fimose (esmegma).
PEÇA: Pulmão
Fatias de pulmão de cor enegrecida devido a pigmento de carvão (antracose), apresentando
em regiões brônquicas, lesões esbranquiçadas, irregulares, de aspecto infiltrativo, limites
indefinidos, com destruição da parede brônquica e parênquima pulmonar adjacente.
CONCLUSÃO: Neoplasia maligna pulmonar (o exame histológico revelou tratar-se de
carcinoma broncogênico tipo células escamosas).
OBSERVAÇÃO: O carcinoma broncogênico escamocelular é mais freqüente em fumantes e
a sua incidência se relaciona com o tempo de tabagismo, o número de cigarros diários e o
hábito de tragar.

21ª. AULA: NEOPLASIAS IV

MICROSCOPIA
Lâmina 59: Mama - HE
a) Identificar em aumento menor:
- Tecido fibroadiposo com remanescente de estrutura mamária sendo ocupado em quase
sua totalidade por lesão constituída por blocos de células epiteliais. Estes blocos mostram
aspecto infiltrativo e focos de necrose. O estroma é escasso e apresenta infiltrado
linfocitário.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Detalhes do acima descrito com ênfase às células que compõem a lesão, que mostram
núcleos hipertróficos, com cromatina irregularmente distribuída e macronucléolos. Presença
de várias figuras de mitose.
- Esboço de diferenciação tubular focal.
- Grupos de células epiteliais atípicas na luz de vasos linfáticos (embolia tumoral linfática)
CONCLUSÃO: Tumor maligno de glândula mamária - Adenocarcinoma de mama pouco
diferenciado.
31

OBSERVAÇÃO: O carcinoma de mama é umas das neoplasias mais frequentes no sexo


feminino, sendo a principal causa de morte por neoplasia em mulheres em países
desenvolvidos.

Lâmina 54: Pele - HE


a) Identificar em aumento menor:
- Pele mostrando no derma, trabéculas ósseas, tecido conjuntivo fibroso, tecido cartilaginoso
(origem mesodérmica), além de áreas com população celular aumentada em arranjos
sólidos ou esboçando estruturas adenomatóides (origem ectodérmica).
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Células da área densamente celularizada são epiteliais às vezes agrupadas em arranjos
adenomatóides (origem ectodérmica). Nas trabéculas ósseas, identificar osteócitos,
osteoblastos e raros osteoclastos. O tecido fibroso se mostra denso ou frouxo. As áreas
condróides exibem tecido cartilaginoso hialino com condroblastos e condrócitos em lacunas.
Após a constatação prática de todos estes dados, conclui tratar-se de uma neoplasia de
tecidos embrionários, pois reproduz pelo menos quatro tipos diferentes de tecido (epitelial,
conjuntivo fibroso, cartilaginoso e ósseo) de origens embriológicas distintas (ecto e
mesoderma).
CONCLUSÃO: Teratoma sólido de pele.
OBSERVAÇÃO: Os teratomas sólidos podem sofrer transformação maligna. O componente
que se maligniza geralmente é o epitelial. Tendem a se localizar ao longo da linha mediana
do corpo.

MACROSCOPIA
PEÇA: Ovário
Formações císticas uni ou multiloculadas preenchidas por emaranhado de pêlos, de mistura
com material esbranquiçado ou branco-amarelado e pastoso (secreção sebácea). Em
algumas peças há dente(s), tecido ósseo e/ou cartilaginoso.
Os diferentes tecidos estão dispostos desordenadamente.
CONCLUSÃO: Teratoma cístico (cisto dermóide) de ovário.
OBSERVAÇÃO: O ovário é a sede mais freqüente de teratomas e isto se deve ao fato de
nele existirem células totipotentes, as quais segundo se admite, por força de um estímulo
oncogênico, proliferam e dão origem a estes "monstros tumorais" (teratos = monstro; oma =
tumor). Os teratomas císticos freqüentemente são benignos como os casos apresentados,
mas podem ser malignos ou sofrerem malignização.

PEÇA: Pele de couro cabeludo.


Fatias de tumor acinzentado, sólido, recoberto por pele pilosa em uma das faces. Observe
que o tumor tem áreas de consistência e aspecto diferentes, resultantes de suas origens
embrionárias variadas. Os tecidos tendem a formar nódulos e às vezes mostram necrose e
hemorragia.
Este tumor "in loco" era esferoidal e fazia saliência no couro cabeludo.
CONCLUSÃO: Teratoma sólido de pele

PEÇA: Mama
Fatias de mama, em forma de meia-lua, revestidas externamente por pele, por vezes com
mamilo e parte da aréola. Na superfície de corte observamos tecido de consistência
endurecida, de cor acinzentada, aderido aos tecidos vizinhos, de forma irregular, limites
imprecisos e aspecto infiltrativo.
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Em algumas fatias, a lesão está firmemente aderida à pele, provocando retrações ou


mesmo invasão e ulceração. Presença ainda de áreas de necrose e focos de hemorragia.
CONCLUSÃO: Neoplasia maligna de mama (o exame histológico revelou tratar-se de
adenocarcinoma mamário).

PEÇA: Articulação do joelho


Secção da articulação do joelho identificando-se extremidade distal do fêmur, extremidade
proximal da tíbia, patela e cavidade articular. Nota-se formação tumoral com áreas
hemorrágicas na extremidade proximal da tíbia, sendo difícil visualizar a cortical do osso
nesta região. O tumor é facilmente visível, como massa esbranquiçada, envolvendo a tíbia.
Percebe-se inclusive propagação tumoral subperióstica e também em direção à articulação
do joelho.
CONCLUSÃO: Neoplasia maligna da tíbia (o diagnóstico histopatológico foi
osteossarcoma).

PEÇA: Ossos longos


Segmentos ósseos apresentando crescimento tumoral sem limites nítidos com invasão da
medular, destruição da cortical e do periósteo, além de áreas de necrose e hemorragia.

CONCLUSÃO: Neoplasia maligna de osso (o exame histológico revelou tratar-se de


osteossarcoma).
OBSERVAÇÃO: O osteossarcoma é mais freqüente entre 5 - 25 anos de idade com maior
incidência na 2a década. Apresenta um crescimento rápido, dando metástases,
principalmente por via sangüínea para os pulmões.

PEÇA: Crânio (cão)


Crânio de cão da raça Dobermann preparado através de maceração. Observa-se no lado
direito, intensa proliferação óssea de aspecto radiado, que acomete principalmente o arco
zigomático.
CONCLUSÃO: Neoplasia maligna de osso (o exame histológico mostrou tratar-se de
osteossarcoma).
OBSERVAÇÃO: Entre as neoplasias malignas primárias do tecido ósseo, o osteossarcoma
é o tipo histológico mais comum em animais domésticos (mais de 80% dos tumores
malignos ósseos em cães e gatos).

PEÇA: Osso do quadril


Porção de osso chato apresentando lesão nodular, volumosa, de superfície externa
bocelada. Superfície de corte evidenciando tumor constituído em parte por tecido ósseo e
com extensas áreas de aspecto condróide (tecido branco-acinzentado, firme e brilhante).
CONCLUSÃO: Neoplasia óssea cartilaginosa (o exame histológico revelou tratar-se de
condrossarcoma desenvolvendo-se em osteocondroma).

22ª. AULA: RELAÇÃO AGRESSOR - HOSPEDEIRO I (AGENTES BIOLÒGICOS)

MICROSCOPIA
Lâmina 04: Linfonodo - HE
a) Identificar em aumento menor:
- Linfonodo com cápsula espessada por fibrose e parênquima com arquitetura alterada.
- Na periferia, evidenciam-se alguns folículos linfáticos com ou sem centro germinativo.
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- Numerosos granulomas dispersos tanto na cortical como na medular em vários estágios


evolutivos. Observamos também necrose caseosa focal. Alguns granulomas se fundem
formando granulomas maiores e nestes a necrose é facilmente identificável.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Granulomas bem constituídos com áreas de necrose central (material amorfo, eosinófilo,
com restos nucleares).
- Células gigantes multinucleadas a maioria apresentando núcleos periféricos (células
gigantes tipo Langhans).
- Células epitelióides (histiócitos com limites citoplasmáticos pouco definidos).
- Halo linfocitário e fibrose periférica.
- Observar que nem todos os granulomas apresentam-se com essa estrutura. A morfologia
diversa pode ser interpretada como incidência de corte ou fase evolutiva diferente do
granuloma.
NOTA: Estamos diante de uma linfadenite crônica granulomatosa com necrose de
caseificação (necrose caseosa). Impõe-se coloração para bacilo álcool-ácido resistente
(Ziehl-Nielsen), para confirmar suspeita de tuberculose. Em outro corte do mesmo fragmento
da lâmina descrita acima, a coloração pelo Ziehl-Nielsen (b.a.a.r.) foi positiva. Agente
etiológico: Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch.

CONCLUSÃO: Inflamação crônica granulomatosa em linfonodo. Tuberculose ganglionar.


OBSERVAÇÃO: A tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo bacilo de Koch
(Mycobacterium tuberculosis) que penetra no hospedeiro, na maioria das vezes, por via
respiratória. O primeiro contato com o agente, a resposta do hospedeiro é inicialmente
inflamatória inespecífica, com hiperemia, edema e exsudação de neutrófilos. Esta resposta é
ineficaz. Posteriormente há exsudaç0ão de monócitos-macrófagos que fagocitam o bacilo,
mas geralmente, não o destroem nem detém sua multiplicação. Nesta fase, antígenos
bacilares sensibilizam linfócitos T que migram para o local, produzem linfocinas que
promovem a migração de macrófagos e os retém no foco, aparecendo então uma resposta
inflamatória granulomatosa ou "específica". O granuloma representa o substrato morfológico
da presença de resposta imunitária do tipo celular ao bacilo de Koch.

Lâmina 27: Linfonodo - HE


a) Identificar em aumento menor:
- Linfonodo com estrutura alterada e cápsula espessada por fibrose.
- Em alguns locais observam-se restos da cortical com folículos linfáticos, com ou sem
centro germinativo.
- Numerosas células gigantes e focos de necrose.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- As estruturas descritas acima dando ênfase às células gigantes que fagocitaram estruturas
que se mostram como corpos esferóides, por vezes acidófilos, circundados por halo claro
birrefringente. Estas são fungos vistos tanto fagocitados por células gigantes como livres.
Sua parede cora-se pelo PAS e pela prata. A parte acidófila é o corpo do fungo. Às vezes
identificamos gêmulas ou brotos nestes fungos. Esta morfologia nos permite afirmar que
estes fungos são Paracoccidioides brasiliensis.
- As células gigantes podem-se apresentar isoladas ou formando aglomerados com núcleos
múltiplos e na maioria das vezes centrais (células gigantes tipo corpo estranho).
- As áreas de necrose apresentam-se eosinófilas, anucleadas, contém grande quantidade
de fungos e são circundadas por histiócitos, células epitelióides e células gigantes,
caracterizando granulomas com necrose central.
CONCLUSÃO: Inflamação crônica granulomatosa em linfonodo. Paracoccidioidomicose
ganglionar, Blastomicose sul-americana ou doença de Lutz-Splendore-Almeida.
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OBSERVAÇÃO: A doença pode acometer tecidos mais superficiais (pele e mucosas),


linfonodos e/ou vísceras. O acometimento visceral está relacionado ao estado imunológico
do hospedeiro.
A micose é mais comum no homem (9:1) e a maior resistência das mulheres ao fungo é
explicada em parte, pela presença no mesmo de receptor para estrógeno que inibe a
transformação do micélio em levedo.
A resposta inflamatória do hospedeiro ao fungo é do tipo granulomatoso.

Lâmina 106: Coração - HE


NOTA: Esta preparação é de infecção experimental pelo Trypanosoma cruzi em
camundongo. O coração é constituído por endocárdio (endotélio = epitélio simples
pavimentoso e tecido conjuntivo subendocárdio, contendo fibras do sistema de condução ou
fibras de Purkinge), miocárdio (tecido muscular estriado cardíaco) e epicárdio (folheto
visceral do coração, constituído por epitélio simples pavimentoso e tecido conjuntivo
subepicárdico, rico em tecido adiposo e vasos). No miocárdio o conjuntivo que reveste as
fibras musculares é frouxo, semelhante ao endomísio e o que reveste os feixes de fibras é
similar ao perimísio.
a) Identificar em aumento menor:
- Coração com intenso infiltrado inflamatório, principalmente na musculatura atrial, sendo
que na parede ventricular o infiltrado tende a se localizar mais próximo ao epicárdio.
- Fibras musculares atriais dissociadas e às vezes mascaradas pelo infiltrado inflamatório.
b) Identificar em aumento maior:
- Pseudocistos na intimidade das fibras cardíacas. Notar a destruição do sarcoplasma,
formando espaços claros e no interior destes, grande quantidade de parasitos pequenos, de
núcleos basofílicos e citoplasma pouco visível ao microscópio óptico e sem imersão.
Alguns pseudocistos poderão estar rotos. Estes parasitos representam formas amastigotas
de Trypanosoma cruzi.
- Observar ainda que o infiltrado inflamatório é linfohistiocitário.
- Gânglio intracardíaco no ápice do miocárdio atrial apresentando ganglionite e
periganglionite, com denervação ganglionar (esta estrutura pode não ser identificada em
algumas lâminas).
CONCLUSÃO: Inflamação aguda de miocárdio - Miocardite chagásica aguda.
OBSERVAÇÃO: Na fase aguda da doença de Chagas a parasitemia e o parasitismo tecidual
é elevado. Com o tempo, o hospedeiro desenvolve a resposta imunitária e o parasitismo e a
parasitemia diminuem gradativamente. Na fase crônica há dificuldade em identificar o
parasito tanto nos tecidos quanto no sangue.
O intervalo entre a fase aguda e a fase crônica da doença é variável, dependendo da
resposta imunológica do hospedeiro e da virulência do protozoário.

MACROSCOPIA:
PEÇA: Pulmão
Fatias de pulmão mostrando parênquima acinzentado e esponjoso além de áreas
esbranquiçadas que correspondem a septos fibrosos perivasculares ou peribrônquicos.
Observamos ainda, na superfície pleural, extensa área esbranquiçada (fibrose). Presença
de cavidade irregular (caverna) preenchida por material pardo-claro e friável. Este material
corresponde à chamada "bola fúngica" que é constituída por um emaranhado de micélios.
Neste caso existia uma caverna tuberculosa antiga com parede fibrosada que foi colonizada
pelo fungo.
CONCLUSÃO: Aspergilose (aspergiloma) pulmonar.
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OBSERVAÇÃO: A aspergilose, micose causada por fungos do gênero Aspergillus é uma


infecção na maioria das vezes oportunista. A forma mais comum é a apresentada
("aspergiloma" pulmonar). Esta aparece em lesões pulmonares pré-existentes, como
cavernas tuberculosas antigas, bronquiectasias, etc. A aspergilose pode ainda, em
hospedeiros imunossuprimidos provocar um processo inflamatório agudo pulmonar
(pneumonia) e nos hospedeiros alérgicos ao fungo, provocar crises de broncoespasmo,
semelhantes à crise asmática, com eosinofilia no sangue periférico.

PEÇA: Intestino delgado


Segmento intestinal mostrando a superfície serosa de tonalidade escura (acinzentada), o
que indica que os tecidos estão em sofrimento ou irreversivelmente lesados (isquemia,
infarto hemorrágico). O lúmen intestinal apresenta-se totalmente preenchido por numerosos
Ascaris lumbricoides enovelados o que é denominado " bolo de ascaris ".
CONCLUSÃO: Obstrução intestinal por Ascaris com infarto intestinal.
OBSERVAÇÃO: A ascaridíase é uma parasitose muito freqüente, especialmente na infância.
Indivíduos altamente infectados podem apresentar a complicação mais grave da parasitose
que é a obstrução intestinal. Esta pode evoluir para infarto, perfuração e peritonite.
A ascaridíase pode ainda provocar abscessos hepáticos e pancreatite aguda quando o
parasito migra para ductos biliar ou pancreático.

PEÇA: Cérebro
Fatias de encéfalo apresentando lojas císticas por vezes contendo o cisticerco (forma
larvária da Taenia solium).
CONCLUSÃO: Cisticercose cerebral
OBSERVAÇÃO: O cisticerco pode ser encontrado no subcutâneo, nas musculaturas
esquelética e cardíaca, olho e cérebro. Inicialmente a vesícula não provoca reação nos
tecidos vizinhos. Dependendo da localização e da quantidade, pode provocar distúrbios
neurológicos, distúrbios visuais, etc. Com a ruptura ou degeneração da membrana, há uma
seqüência de reação local: infiltração de neutrófilos, eosinófilos, linfócitos, plasmócitos,
células gigantes, seguida de fibrose da membrana e calcificação da larva.

23ª. AULA: RELAÇÃO AGRESSOR - HOSPEDEIRO II (AGENTES FÍSICOS, QUÍMICOS E


ENDÓGENOS)

MICROSCOPIA:
Lâmina 118: Tireóide - HE
a) Identificar em aumento menor:
- Que a lâmina apresenta três cortes histológicos de tireóide. Em um deles, os folículos
tireoidianos apresentam-se homogêneos, ricos em colóide. Em outro fragmento, constata-se
que os folículos são mais celulares e o colóide é escasso e no terceiro fragmento, os
folículos são de tamanhos variados, havendo alguns enormes e o estroma é pálido e mais
abundante em algumas áreas.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Que um dos cortes é de tecido tireoidiano normal com folículos homogêneos e ricos em
colóide.
- No corte central verifica-se que os folículos são menores, mais celulares, o colóide é
escasso e as células que revestem os folículos são cúbicas ou colunares. Verificar que
alguns folículos estão vazios e estes são geralmente folículos pequenos. A maioria dos
folículos que contém colóide mostra que entre este e a borda das células epiteliais existem
espaços claros, como que vacúolos (imagem goticular no colóide).
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- No terceiro fragmento verifica-se grande variação de tamanho dos folículos, assim como
colóide mais claro e sua grande quantidade ocasiona atrofia por compressão das células
epiteliais. O estroma apresenta-se pálido, devido ao edema do mesmo. Constata-se ainda a
presença de folículos grandes ou pequenos, sem colóide ou com grande escassez do
mesmo.
CONCLUSÃO: Na presente lâmina o corte central representa o quadro de hiperplasia difusa
da tireóide ou bócio tóxico difuso, associado ao hipertireoidismo. Os cortes laterais são de
tireóide normal e de tireóide hipofuncionante. Esta última pode se manifestar por
hipotireoidismo.
OBSERVAÇÃO: A base do bócio tóxico difuso é auto-imune.
O hipertireoidismo provoca um estado de hipermetabolismo que se manifesta por alterações
funcionais e às vezes morfológicas de vários órgãos.
O hipotireoidismo decorre de deficiência permanente da síntese de hormônios tireoidianos e
mais raramente da não resposta dos tecidos a estes hormônios. O hipotireoidismo provoca
alterações funcionais e lesões anatômicas evidentes (mixedema, retardamento e
desarmonia do crescimento ósseo e cretinismo).

Lâmina 36: Pulmão - HE


a) Identificar em aumento menor:
- Pulmão apresentando áreas arredondadas, isoladas ou confluentes, coradas pela eosina e
dispersas no parênquima.
b) Identificar em aumentos médio e maior:
- Que as áreas arredondadas e eosinófilas são constituídas por tecido conjuntivo fibroso,
apresentando aspecto hialino. Em torno destas áreas constata-se a presença de infiltrado
inflamatório linfoplasmohistiocitário.
- Verificar ainda que o conjunto de nódulos hialinos e infiltrado inflamatório comprime as
estruturas pulmonares ocasionando colapso dos alvéolos.
- Estes nódulos fibróticos, hialinos, isolados ou confluentes, constituem reação fibrosa à
presença de cristais de sílica, daí sua denominação de nódulos silicóticos. Os cristais de
sílica não estão visíveis, o que só seria possível com microscopia de luz polarizada.
CONCLUSÃO: Silicose pulmonar.
OBSERVAÇÃO: A silicose é provocada pela inalação de partículas de sílica, e a fibrose
pulmonar acentuada e difusa leva à insuficiência respiratória e ao cor pulmonale. A silicose
não raro está associada à artrite reumatóide, fazendo crer que na colagenogênese da
silicose haja a interferência de mecanismos imunitários. Acredita-se que macrófagos que
fagocitam partículas de sílica, fiquem ativados e liberem enzimas que lesam o interstício e
estimulam a fibrose. A associação freqüente entre silicose e tuberculose parece ser devida à
função microbicida diminuída nos macrófagos, que estão sobrecarregados com as partículas
de sílica.

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