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ROTEIRO DE AULA PRÁTICA


GMV102 – CITOLOGIA E HISTOLOGIA GERAL

1ª PARTE – BIOLOGIA CELULAR (CITOLOGIA)

Profa. Maria Raquel Isnard Moulin


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ROTEIRO DE AULA PRÁTICA


GMV102 – CITOLOGIA E HISTOLOGIA GERAL
1ª PARTE – BIOLOGIA CELULAR (CITOLOGIA)

AULA 1 - MÉTODOS DE ESTUDO DAS CÉLULAS – MICROSCOPIA ÓPTICA

OBJETIVOS
1. Identificar e citar as funções de cada componente do microscópio de luz
2. Relacionar a imagem formada e os aumentos obtidos com o
funcionamento do sistema óptico
3. Manusear corretamente o microscópio
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PROCEDIMENTO CORRETO PARA A FOCALIZAÇÃO


PASSO A PASSO
1) Abaixe a platina totalmente usando o parafuso macrométrico. Gire o
revólver, encaixando a objetiva de menor aumento (4X). Verifique pelo ruído
característico do encaixe se a objetiva está realmente encaixada.
2) Pegue a lâmina, segurando-a pelas bordas. Verifique se a lamínula está
voltada para cima.
3) Abra a presilha e coloque a lâmina sobre a platina, encaixando-a no
“charriot”. Solte a presilha devagar e verifique se a lâmina está bem encaixada.
Centralize o material no orifício da platina, utilizando os parafusos do “charriot”.
4) Acenda a luz do microscópio. Regule a intensidade de iluminação com o
uso do potenciômetro.
5) Verifique se o diafragma está aberto, olhando lateralmente se há passagem
de luz através do orifício da platina. Caso seja necessário, abra o diafragma
movimentando a alavanca correspondente.
6) Certifique-se de que o condensador se encontra na posição mais elevada.
7) Olhando através das oculares, com os dois olhos abertos e utilizando o
parafuso macrométrico, levante lentamente a platina até que o material a ser
observado seja visto. Assim que isto ocorrer, corrija a focalização utilizando o
parafuso micrométrico.
8) Explore o material, movimentando os parafusos do “charriot”. Coloque
sempre o material a ser analisado no centro do campo de observação antes de
passar para a objetiva de aumento imediatamente superior.
9) Encaixe a objetiva de 10X e faça o ajuste da focalização, utilizando
somente o parafuso micrométrico. Observe o campo atentamente.
10) Selecione uma determinada área do material, centralize-a e encaixe a
objetiva de 40X. Faça o ajuste da focalização, utilizando somente o parafuso
micrométrico.
11) Terminada a observação, desligue a luz, gire o revólver para encaixar a
objetiva de menor aumento (passando pela objetiva de 10X) e retire a lâmina.
Nunca movimente o parafuso macrométrico quando a objetiva de maior aumento
estiver encaixada.
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AULA 2 - MÉTODOS DE ESTUDO DAS CÉLULAS – TÉCNICA


HISTOLÓGICA E HISTOQUÍMICA
TÉCNICA HISTOLÓGICA

• Mais utilizada: coloração pela hematoxilina e eosina (HE).


• A hematoxilina, por ser um corante básico, cora o núcleo (cor azul arroxeada)
devido aos ácidos nucleicos nele existentes.
• A eosina, por ser um corante ácido, cora o citoplasma (cor rosa) dada a
predominância de proteínas básicas nesta região da célula.
• Este tipo de coloração proporciona contraste entre as estruturas celulares, mas
não fornece informações sobre a composição química das estruturas coradas.
• Na coloração com HE, diz-se que o componente celular é acidófilo quando tem
afinidade pelo corante ácido (rosa a vermelho) e basófilo quando a afinidade é
pelo corante básico (azul arroxeado).

Lâmina 69: Corte de fígado. Coloração: HE


Hematoxilina: corante básico (cor arroxeada)
Eosina: corante ácido (cor rósea)
Focalize o material com a objetiva de 4x. Os hepatócitos estão organizados em
cordões celulares que se distribuem radialmente em torno de veias centrais. Com a
objetiva de 10x vê-se que esses cordões celulares estão separados por espaços
claros e tortuosos que correspondem à luz dos capilares sinusoides.
Focalize com a objetiva de 40x alguns desses cordões e observe as células, que
são os hepatócitos. Estas células apresentam citoplasma acidófilo (corado pela
eosina, corante ácido), núcleo redondo e central, claro, basófilo (corado pela
hematoxilina, corante básico) com nucléolo evidente. Alguns hepatócitos são
binucleados. Observe que os limites celulares não são bem visíveis, pois a espessura
da membrana celular está abaixo do limite de resolução do microscópio óptico.
Além dos hepatócitos, o fígado possui outras células, por exemplo: células
endoteliais encontradas no epitélio de revestimento dos vasos sanguíneos e células do
tecido conjuntivo, com núcleos alongados e fortemente basófilos.
Faça um desenho esquemático, em grande aumento, indicando os componentes
estruturais dos hepatócitos.
TÉCNICA HISTOQUÍMICA

A reação do PAS (Periodic Acid Schiff) é uma técnica histoquímica para


evidenciar carboidratos que possuem na sua estrutura grupamentos 1,2-glicol, como o
glicogênio e glicoproteínas neutras. O ácido periódico oxida esses grupamentos,
resultando em aldeídos. O reativo de Schiff reage com os aldeídos, originando uma
coloração vermelho púrpura nos locais onde se encontram esses açúcares.
Lâmina 3 – Corte de Fígado. P.A.S. Hematoxilina.
Conforme observado anteriormente na lâmina 69, o fígado é constituído de
hepatócitos em fileiras separados por capilares sinusoides que convergem para vasos
sanguíneos maiores. Este aspecto geral do tecido pode ser observado em pequeno e
médio aumentos e utilizando o charriot. Passe para a objetiva de grande aumento e
observe:
• Grânulos de glicogênio PAS-positivos no citoplasma dos hepatócitos. Em
algumas lâminas, os grânulos podem estar concentrados em um lado da célula. Esta
organização é artefato de técnica causado pela difusão do fixador que ao penetrar no
tecido deslocou os grânulos de glicogênio;
• Núcleos dos hepatócitos corados em roxo pela hematoxilina, corante
histológico.
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Lâmina 69 Lâmina 3

AULAS 3 e 4 – ORGANELAS CITOPLASMÁTICAS

Lâmina 2 - Corte de fígado. Polak e eosina


O método de Polak é uma técnica histológica específica para identificação de
mitocôndrias. Conforme observado na lâmina 69, o fígado é constituído de cordões de
hepatócitos separados por capilares sinusoides. Em grande aumento, observe:
• Mitocôndrias: granulações pequenas e negras espalhadas por todo o
citoplasma dos hepatócitos;
• Citoplasma dos hepatócitos: corado pela eosina;
• Núcleos dos hepatócitos: em imagem negativa (região arredondada e rósea).
Em algumas lâminas, os núcleos podem apresentar-se em negro (artefato de técnica).
Faça um desejo esquemático do campo observado, indicando as estruturas e o
aumento utilizado.
Observe mitocôndrias nas Pranchas 19 e 20.
Lâmina 4 – Corte de intestino grosso. P.A.S. e hematoxilina.
A reação do P.A.S. (Periodic Acid Schiff) é uma técnica histoquímica para
evidenciar carboidratos (veja lâmina 03). As células caliciformes secretam muco, um
fluido viscoso composto principalmente por glicoproteínas neutras. Portanto, a região
onde se acumulam os grânulos de secreção aparecem coradas em vermelho púrpura,
na região apical da célula caliciforme. Além da técnica do P.A.S., foi utilizada
hematoxilina para dar contraste aos núcleos das células.
Identifique, macroscopicamente, a superfície voltada para a cavidade (face
convexa e arroxeada do corte). Em pequeno e médio aumentos, observe que esta
região apresenta estruturas alongadas, tubulosas, as glândulas intestinais, onde se
observam numerosas células P.A.S.-positivas. Em determinadas regiões as glândulas
tubulosas podem estar cortadas transversal ou obliquamente.
Em grande aumento (40x), observe:
• Células caliciformes: células secretoras, em forma de cálice. Possuem
citoplasma apical globoso fortemente P.A.S.-positivo (púrpura) voltado para o lume da
glândula. O núcleo, corado pela hematoxilina, localiza-se na região basal da célula;
• Células prismáticas: localizam-se entre as células caliciformes. Possuem
citoplasma claro, núcleo alongado e basal.
Observe na Prancha 53 uma célula caliciforme no epitélio intestinal.
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Lâmina 68 - Corte de pâncreas. Hematoxilina alúmen crômica de Gomori e


floxina
Observe, em pequeno e médio aumentos, que o pâncreas é formado por
agrupamentos arredondados de células secretoras chamados ácinos pancreáticos.
Estes constituem a parte exócrina do pâncreas, que é responsável pela síntese de
enzimas digestivas.
Em grande aumento, observe:
• Ácino pancreático constituído pela união de várias células secretoras,
piramidais. A célula acinosa possui base larga e ápice estreito voltado para o lume do
ácino, onde são secretadas as proteínas;
• Núcleo das células acinosas: são esféricos, claros, localizam-se no terço médio
da célula e se apresentam corados em vermelho pela floxina. A acidofilia do núcleo
das células acinosas deve-se à presença de proteínas básicas (histonas) associadas
ao DNA na cromatina interfásica;
• Retículo endoplasmático rugoso: região basófila localizada na base das células
acinosas. A grande quantidade de ribossomos justifica a sua basofilia;
• Grânulos de secreção: granulações acidófilas, finas e localizadas na região
apical das células acinosas. Contêm enzimas inativas sendo denominados grânulos de
zimogênio. Estes grânulos são empacotados no aparelho de Golgi e ficam
armazenados no ápice das células acinosas até a exocitose.
Indique no esquema do ácino pancreático a posição do retículo endoplasmático
rugoso e dos grânulos de zimogênio conforme observado na lâmina.

Observe nas Pranchas 51 e 52 a célula acinosa pancreática.


Veja também ribossomos, RER e REL e outras informações nas Pranchas 54,
55, 57 e 60.

Lâmina 1 - Corte de epidídimo. Impregnação pela prata e verde luz ou eosina


O epidídimo é um órgão anexo ao testículo constituído por um túbulo muito longo
e enovelado (ducto epididimário) onde ocorre o armazenamento e maturação dos
espermatozoides. Este ducto é revestido por células epiteliais. No lume do ducto ficam
armazenados os espermatozoides.
A impregnação pela prata demonstra a localização do complexo de Golgi na
célula. O verde luz (ou eosina, dependendo da lâmina) serve apenas para corar o
citoplasma, dando contraste. Algumas fibras do tecido conjuntivo circunjacente ao
ducto podem estar marcadas pela prata também.
Em pequeno e médio aumentos, observe que o ducto epididimário aparece
cortado várias vezes, transversal ou obliquamente.
Focalize um corte do ducto epididimário em grande aumento e observe:
• Aparelho de Golgi na forma de filamentos enovelados corados em preto.
Cada Golgi corresponde a uma célula;
• Citoplasma das células epiteliais do ducto epididimário corado pelo verde
luz. Os núcleos não estão corados.
• A membrana da região apical das células apresenta longas projeções
voltadas para o lume do ducto, denominadas estereocílios.
As células epididimárias possuem aparelho de Golgi desenvolvido devido a sua
participação na glicosilação das enzimas lisossômicas (hidrolases ácidas) e no seu
empacotamento, formando os lisossomos primários.
Veja a Prancha 48.
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Lâmina 2 Lâmina 4

Lâmina 68 Lâmina 1

AULA 5 - NÚCLEO INTERFÁSICO E EM DIVISÃO

Lâmina 6 - Corte de raiz de cebola. HE


Observe macroscopicamente e utilizando pequeno aumento, que a lâmina
contém vários cortes de raiz de cebola. Em médio aumento, escolha um corte, focalize
a ponta da raiz onde se concentram os núcleos em divisão. Passe para o grande
aumento e observe:
Núcleos interfásicos da célula vegetal: ovoides e centrais. A cromatina
apresenta-se como grânulos basófilos muito finos. O nucléolo apresenta-se bem
definido no interior do núcleo (veja Pranchas 30 e 31);
Núcleos em divisão mitótica: apresentam cromatina condensada formando
cromossomos também basófilos e organizados em diferentes fases:
PRÓFASE: núcleos, arredondados, cromatina em grânulos ou filamentos mais
grosseiros, arranjada de forma mais dispersa devido à fragmentação do envoltório
nuclear, que ocorre ao final desta fase. O nucléolo pode, às vezes, ser visualizado;
METÁFASE: cromossomos muito condensados formando filamentos curtos e
espessos dispostos na região equatorial da célula (veja Prancha 41);
ANÁFASE: cromátides separadas migram para os polos da célula;
TELÓFASE: cromossomos nos polos já descondensados e adquirindo forma
arredondada, notando-se a região da citocinese com coloração acidófila devido aos
restos de fibras do fuso. A parede da célula vegetal encontra-se em formação
(fragmoplasto) dividindo o citoplasma das células filhas, no final desta fase.
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Intérfase Prófase

Metáfase

Anáfase Telófase

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