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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E


DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE
BIOLOGIA ANIMAL BAN 240-
PATOLOGIA GERAL

ROTEIRO DE AULAS PRÁTICAS

PATOLOGIA GERAL – BAN 240

Professora Reggiani Vilela Gonçalves (Coordenadora) (DBA-


UFV)

Professora Mônica Morais Santos (DBA-UFV)

Colaboraboradores: Mariáurea Sarandy Souza (DBA-UFV)

Maria Lúcia de Almeida (DBA-UFV)

Solange Mara Bigonha (DNS-UFV)


CRONOGRAMA

Prática 01- Degeneração

Prática 02 – Morte celular

Prática 03- Apoptose – Cirrose

Prática 04 – Cicatrização – Queloide

Prática 05- Calcificações e Pigmentos patológicos

Prática 06- Distúrbios da Circulação I

Prática 07- Distúrbios da Circulação II

Prática 08- Inflamação

Prática 09- Transtornos do crescimento e Diferenciação


celular I

Prática 10-Transtornos do crescimento e diferenciação


celular II
AULA PRÁTICA 1- DEGENERAÇÃO

Microscopia

Fragmento de Fígado normal Observar os lóbulos hepáticos formados por


cordões de hepatócitos intercalados com capilares sinusoides. Na fotomicrografia
abaixo é possível observar que entre dois lóbulos há uma faixa de tecido
conjuntivo denominada fissura interlobular. No centro de cada lóbulo existe a veia
centro lobular, na qual os cordões de hepatócitos e os capilares sinusoides
estabelecem uma disposição radial. Na confluência de três lóbulos hepáticos
observa-se uma região de tecido conjuntivo onde são vistos um canalículo biliar,
um ramo da artéria hepática e um ramo da veia porta (estrutura não mostrada).
Esta região é denominada espaço porta. O fígado é envolvido por uma cápsula
espessa de tecido conjuntivo denso. Identificar em 10X, observar em 20X e
esquematizar em 40X .

a) b)

c) d)
Degeneração Vacuolar (Esteatose) Em todo o corte os cordões de hepatócitos
não são reconhecidos em virtude das alterações existentes. O processo patológico
básico encontrado nesta lâmina é a esteatose, difuso e facilmente reconhecível.
Esta patologia é caracterizada pelo acúmulo anormal e reversível de lipídeos no
citoplasma das células parenquimatosas (normalmente células que metabolizam
muita gordura), onde normalmente lipídeos não seriam evidenciados, formando
vacúolos pequenos e múltiplos ou mesmo um vacúolo único e volumoso em
consequência de desequilíbrios na síntese, utilização ou mobilização dos lipídeos.
Na fase inicial são encontrados vacúolos de tamanhos variados (esteatose
microvesicular) com tendência a fundir-se e formar glóbulos cada vez maiores. No
aspecto microvesicular a gordura acumula-se em pequenas gotículas que se
distribuem geralmente na periferia da célula, permanecendo o núcleo em posição
central. À medida que o processo evolui e os pequenos vacúolos coalescem o
núcleo é deslocado para a periferia (Célula em anel de sinete), às vezes
levando a ruptura celular formando cistos gordurosos. Observar também intensa
congestão vascular e presença de infiltrado inflamatório principalmente próximo ao
leito vascular. Exemplos: esteatose aguda da gravidez, esteatose tóxica, hipóxia.
Diagnóstico: Esteatose micro e macrovesicular

a) b)

c) d)
ARTÉRIAS DE MÉDIO CALIBRE: Íntima Endotélio Subendotélio
(dificilmente é visualizado) Limitante elástica interna: aspecto sinuoso
é acidófila Média Camada mais espessa, formada por músculo liso
Em algumas lâminas pode ser visível uma limitante elástica externa
Adventícia Tecido conjuntivo frouxo a denso Vasa vasorum (nem
sempre aparece)
a) b)

c) d)
Média Luz do vaso
Luz do vaso
Íntima
Adventícia
Aterosclerose ou Ateromatose – Gomori Doença de progressão lenta,
caracterizada pelo depósito de lipídeos na íntima dos vasos, formando uma
capsula fibrogordurosa "Ateroma. Em menor aumento podemos observar a
existência de 3 camadas: Túnica íntima: cama de células endoteliais apoiada em
uma camada de tecido conjuntivo frouxo; Túnica média: constituída
principalmente por camadas concêntricas de células musculares lisas. Interpostas
entre as células musculares lisas existem quantidades variáveis de matriz
extracelular composta de fibras e lâminas elásticas; Adventícia: consiste
principalmente em colágeno do tipo I e fibras elásticas. Ao percorrer a luz do vaso
observamos um espessamento na íntima. Médio aumento: Nas regiões de
espessamento da íntima podemos observar depósitos de gordura,
especialmente colesterol, proliferação de células musculares lisas e de elementos
celulares e extracelulares do tecido conjuntivo. Maior aumento: Além disto,
observamos macrófagos fortemente carregados de gorduras, formando as
chamadas células espumosas. Estas alterações se estendem até a porção
interna da túnica média e o espessamento pode tornar-se tão desenvolvido a
ponto de obstruir a luz do vaso. Diagnóstico: Aterosclerose em artéria elástica

a) b)

c) d)

AT
Pele Normal A pele é composta por três camadas principais: a epiderme, a derme
e a hipoderme (camada subcutânea). Na pele íntegra existem também folículos
pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas que ajudam a manter a temperatura
corporal e protegem a pele. A epiderme é a camada externa e pode ser dividida
em 5 sub-camadas: Camada basal: constituídas por células prismáticas ou
cuboides repousando sobre a membrana basal que separa a epiderme da derme.
Camada espinhosa: formada por células ligeiramente achatadas de núcleo
central e citoplasma com curtas expansões (tonofilamentos). Camada granulosa:
Com 3 á 5 fileiras de células poligonais achatadas, núcleo central e citoplasma
carregado de grânulos basofílicos, chamados grânulos de querato- hialina.
Camada lúcida: Mais evidente na pele espessa, constituída por uma delgada
camada de células achatadas, eosinofílicas e translúcidas, cujos núcleos e
organelas foram digeridos por enzimas dos lisossomos e despareceram. O
citoplasma apresenta filamentos de queratina. Camada córnea: tem espessura
variável e é constituída por células achatadas, mortas e sem núcleo. O citoplasma
destas células apresenta-se repleto de queratina.
a) b)

c) d)

‘’’’ Pele: Degeneração Hidrópica - HE Lesão definida pelo acúmulo intracelular de


água em consequência de desequilíbrios no controle do gradiente osmótico à nível
de membrana citoplasmática e nos mecanismos de absorção e eliminação de
água e eletrólitos intracelulares. As principais alterações microscópicas
apresentadas são: Aumento do volume celular, com alteração da proporção
citoplasma/núcleo e vacuolização citoplasmática. Em casos avançados pode
ocorrer ruptura celular (necrose coliquativa). Na lâmina observamos fragmento de
pele onde as células da epiderme são tumefeitas e o citoplasma adquire aspecto
granuloso e torna-se menos basófilo (citoplasma mais claro) esta é a lesão mais
discreta. Em estágio mais avançado, as células apresentam pequenos vacúolos
de água distribuídos de modo irregular no citoplasma (podem ser confundidos com
esteatose microvesicular, mas a pesquisa de lipídeos desfaz a dúvida).
Ultraestruturalmente ocorre tumefação mitocondrial (↓ da síntese de ATP),
fragmentação do Retículo endoplasmático e Complexo de Golgi, desagregação
ribossômica do retículo rugoso. Diagnóstico: degeneração hidrópica da
epiderme

a) b)
c) d)
AULA PRÁTICA 2- MORTE CELULAR

Microscopia

RIM - Tricrômico de Masson O rim apresenta duas regiões morfologicamente


distintas, denominadas cortical e medular. Na observação macroscópica do corte
nota-se uma região maior, com coloração mais acentuada, que é a cortical.
Microscopicamente, a região cortical apresenta estruturas arredondadas
denominadas corpúsculos renais, que não existem na medular. A região menor e
menos corada é a medular, onde há uma grande concentração de túbulos renais
de vários tipos, entre eles os denominados túbulos coletores. Os túbulos coletores,
que são os maiores dessa região, apresentam um revestimento epitelial formado
por uma só camada de células que têm a forma cúbica (epitélio simples cúbico).
Observar em 4 e 10X, esquematizando em 40X.

a) b)
c) d)
Necrose de coagulação ou necrose isquêmica- Rim- HE Necrose: Resultado
de uma injúria celular irreversível que pode ocorrer devido a inflamações,
processos degenerativos e infiltrativos, caracterizado pelo momento no qual as
células alcançam o ponto de não retorno, onde é impossível restaurar o equilíbrio
homeostático. As principais alterações nucleares são: 1) Picnose (contração
nuclear + condensação da cromatina), aumento da basofilia e redução do volume
do núcleo; 2) Cariorrexe: Ruptura do núcleo em vários fragmentos, com
distribuição irregular da cromatina e desintegração em grupos amorfos com perda
dos limites nucleares e 3) Cariólise: Lise do núcleo, desaparecimento do núcleo.
Microscopicamente além de alterações nucleares, especialmente cariólise, as
células necrosadas apresentam citoplasma com aspecto de substância coagulada
(citoplasma acidófilo e granuloso). Nesta lâmina podemos observar a presença
de infiltrado inflamatório difuso e restos celulares, bem como homogeneização
citoplasmática e lise das organelas e coagulação das proteínas formando uma
massa opaca e acidófila. No início do processo ocorre a preservação do
arcabouço do órgão permitindo o seu reconhecimento histológico, apesar da
necrose. No maior aumento é possível identificar núcleos picnóticos, cariorrexe e
cariólise. Diagnóstico: necrose de coagulação (ou isquêmica) renal

a) b)
c) d)
Cérebro Normal: O cérebro apresenta uma rica rede de vasos sanguíneos, mais
abundantes na substância cinzenta ou córtex cerebral (região periférica). A
superfície cerebral é aumentada pela presença dos giros, que são saliências
separadas por depressões, os sulcos, e constituem o telencéfalo. A ausência da
mielina é responsável pela coloração cinzenta desta região na análise a olho nu.
Já os prolongamentos neuronais e a glia associada dominam o centro do órgão e
constituem a substância branca ou medula. Os neurônios são células altamente
polarizadas que possuem prolongamentos citoplasmáticos, os chamados dendritos
e o axônio (de tamanho e morfologia variáveis), além do corpo celular também
chamado de soma no qual encontram-se o núcleo (volumoso e com nucléolo
denso), bem como grande parte das organelas citoplasmáticas. Impulsos de todas
as vias de sensibilidade atingem o córtex cerebral, onde são integradas e são
interpretadas. Os impulsos responsáveis pelo início e pelo comando dos
movimentos voluntários partem também do córtex cerebral; além disso, o córtex é
responsável pelos fenômenos psíquicos, aprendizado, memória e análise da
informação.

a) b)
c) d)
Necrose por liquefação – Cérebro - HE Conhecida como coliquativa, é aquela
em que a zona necrosada adquire consistência mole, semifluida ou liquefeita. A
liquefação é causada por liberação de grande quantidade de enzimas
lisossômicas. Em infecções purulentas também é comum encontrar necrose de
liquefação devido a ação das enzimas lisossômicas produzidas por leucócitos
exsudatos. O tecido nervoso, muito rico em lípides, sofre necrose, e os restos
necróticos são fagocitados por macrófagos. Esses macrófagos que fagocitam
lípides do tecido nervoso necrótico são chamados células grânulo-adiposas,
porque os lípides parecem grânulos claros no citoplasma. Menor aumento:
observa-se presença de infiltrado inflamatório intenso em todo parênquima e
células com citoplasma claro semelhante à esteatose hepática. Na região
periférica (e no interior do cérebro, em aglomerados de diferentes tamanhos
denominados núcleos) é possível observar corpos de neurônios necróticos
(picnose nuclear e eosinofilia citoplasmática), regiões de substância cinzenta do
cérebro. Médio e grande aumento: observam-se células com citoplasma claro e
espumoso, núcleo excêntrico caracterizando as chamadas células
grânulo-adiposas. Constituem, portanto, um bom exemplo de esteatose por
absorção em macrófagos. Observam-se também regiões de necrose com núcleo
picnótico e cariorrexe. Diagnóstico: necrose por liquefação cerebral

a) b)
c) d)
Necrose caseosa (NC) – Linfonodo - HE A área necrosada adquire aspecto
macroscópico de massa de queijo. Microscopicamente a principal característica é
a transformação das células necróticas em uma massa homogênea, acidófila,
contendo alguns núcleos picnóticos e na periferia núcleos fragmentada
(cariorrexe), as células perdem totalmente seus contornos e ocorre destruição
completa das células e do arcabouço tissular, produzindo espaços vazios ou uma
massa homogênea indistinta. Na parte central da zona caseificada, encontra-se
cariólise extensa. É comum ocorrer ruptura da membrana celular com liberação do
material intracelular, formando uma massa indistinta eosinofílica homogênea.
Menor aumento: Nesta lâmina observa-se completa desorganização do
parênquima do linfonodo com presença de inúmeros granulomas. As regiões com
intensa acidofilia são as regiões de necrose caseosa. As regiões mais escuras
representam áreas de calcificação distrófica. Médio e grande aumento:
Observar áreas de granuloma contendo células eptelióides- A célula epitelióide é
o principal constituinte dos granulomas (macrófago aumentado de volume, com
núcleo alongado, de cromatina frouxa). A célula epitelióide difere dos macrófagos
comuns porque estes são menores, o núcleo é redondo e o citoplasma é redondo
e bem delimitado. Diagnóstico: Necrose caseosa do linfonodo

a) b)
c) d)
NC
AULA PRÁTICA 3- APOPTOSE - CIRROSE

Microscopia

Linfonodo - HE O linfonodo, ou gânglio linfático, é um órgão do sistema linfático


que se encontra amplamente espalhado pelo corpo. É considerado um órgão
secundário do sistema imune, responsável pela ativação de linfócitos T e B
(células do sistema imune adaptativo) ao encontrar-se com células específicas
(células do sistema imune inato). São ligados aos vasos linfáticos cuja importância
na drenagem de líquidos extravasados do sistema circulatório e excreções
celulares, são essenciais para o organismo.

a) b)
c) d)
Apoptose de Linfonodo - HE A apoptose também conhecida como morte celular
programada é um tipo de autodestruição celular que requer energia e síntese
proteica para sua execução. Fisiologicamente pode ocorrer nas fases de
desenvolvimento embrionário, na organogênese, na renovação de células
epiteliais e hematopoiéticas e na involução cíclica dos órgãos reprodutivos da
mulher. A seguir são listadas as principais características da apoptose: 1) É um
processo rápido, 2) Pode ocorrer por estímulo fisiológico ou patológico, 3)
Acomete células individualmente, 4) Irreversível após a ativação de
endonucleases, 5) Apresenta enrugamento da membrana celular e formação de
corpos apoptóticos, 6) Ocorre perda de adesão entre as células, 7) Ocorre
cariorrexe nuclear, 8) Ausência de inflamação. Nesta lâmina em sua parte mais
externa podemos observar a cápsula do linfonodo (Tecido conjuntivo denso). Logo
abaixo está a zona cortical onde ficam os nódulos linfáticos, que são agregados de
linfócitos. Em toda a lâmina pode-se observar a presença de macrófagos repletos
de corpos apoptóticos formando um aspecto de céu estrelado. Os corpos
apoptóticos apresentam-se intensamente basofilicos, pois contêm grande
fragmento nuclear. Esta condição pode ser desencadeada por inúmeros agentes
patológicos como vírus, hipóxia, radicais livres, substâncias químicas, e agressão
imunitária.

a) b)
c) d)
Cirrose hepática - HE Caracterizada por subversão difusa da arquitetura hepática
normal por nódulos de hepatócitos em regeneração circundados por tecido
conjuntivo, é o estágio final comum de uma grande variedade de doenças de
causas variadas, sobretudo alcoolismo, hepatites virais e autoimunes, além de
processos de natureza metabólica, vascular e biliar. O fígado cirrótico sofre grande
variação no volume e no peso. Na lâmina podemos observar no interior dos
nódulos processos degenerativos de intensidade variável, inclusive necrose. Nos
septos conjuntivos e nos espaços porta, há infiltrado inflamatório de intensidade
variada, formam-se anastomoses nos septos fibrosos intralobulares
comprometendo a circulação do sistema porta Normalmente as duas
complicações da cirrose hepática são: insuficiência hepática e hipertensão porta.
Menor aumento: Observa-se perda da arquitetura lobular e presença de
alterações como hepatócitos dentro de pseudolóbulos separados por traves de
tecido fibroso denso. Presença de esteatose nos hepatócitos, intenso infiltrado
inflamatório nas regiões de tecido fibroso e congestão vascular. Maior aumento:
Hepatócitos tumefeitos. Nas regiões internas periféricas da maioria dos
pseudolóbulos, observam-se células necróticas com núcleos picnóticos e
cariorrexe. Nas regiões de tecido conjuntivo, além do infiltrado, observa-se a
formação de granulomas de Langehans (GL) e corpo estranho. Diagnóstico:
cirrose hepática

a) b)
c) d)

GL
AULA PRÁTICA 4- CICATRIZAÇÃO - QUELÓIDE

Microscopia Pele Normal A pele é composta por


três camadas principais: a epiderme, a derme e a hipoderme (camada
subcutânea). Na pele íntegra existem também folículos pilosos, glândulas
sebáceas e sudoríparas que ajudam a manter a temperatura corporal e protegem
a pele. A epiderme é a camada externa e pode ser dividida em 5 sub-camadas:
Camada basal: constituídas por células prismáticas ou cuboides repousando
sobre a membrana basal que separa a epiderme da derme. Camada espinhosa:
formada por células ligeiramente achatadas de núcleo central e citoplasma com
curtas expansões (tonofilamentos). Camada granulosa: Com 3 á 5 fileiras de
células poligonais achatadas, núcleo central e citoplasma carregado de grânulos
basofílicos, chamados grânulos de querato- hialina. Camada lúcida: Mais
evidente na pele espessa, constituída por uma delgada camada de células
achatadas, eosinofílicas e translúcidas, cujos núcleos e organelas foram digeridos
por enzimas dos lisossomos e despareceram. O citoplasma apresenta filamentos
de queratina. Camada córnea: tem espessura variável e é constituída por células
achatadas, mortas e sem núcleo. O citoplasma destas células apresenta-se
repleto de queratina.
a) b)

c) d)
Pele cicatrização (7 dias)-HE Lâmina de cicatrização por segunda intenção no
período de 7 dias. Observar o tecido de granulação rico em vasos sanguíneos e
fibras colágenas do tipo III (por informação), grande quantidade de células
inflamatórias e fibroblastos. Diagnóstico: tecido de granulação

a) b)
c) d)
Queloide-HE Trata-se de proliferação fibrosa exuberante que aparece após
traumatismos ou por reparação de queimaduras, dermatoses ou ferida cirúrgica.
Biologicamente é classificado como hiperplasia, apresentando grande semelhança
histológica com o dermatofibroma. Podem ser considerados também como
degeneração hialina (hialinose), caracterizado pela deposição de proteínas
colágenas em excesso. Os mecanismos envolvidos na formação do queloide são:
1) Produção exagerada de colágeno pelos fibroblastos; 2) Redução nos
mecanismos de degradação da MEC. Na lâmina podemos observar proliferação
fibroblástica nodular com fibras colágenas irregulares, espessas e acidófilas
distribuídas ao acaso contendo fibroblastos e vasos em maior número quando
comparado a uma cicatriz normal. Observa-se estroma fibroso (fibras colágenas
espessas e acidófilas), relativamente poucos fibroblastos e abundantes vasos
sanguíneos. Presença de infiltrado inflamatório próximo à superfície epitelial,
associado a vasos sanguíneos presentes nesta região. Na região mais periférica
do corte, há espaços entre o aglomerado fibroso, caracterizando um tecido
conjuntivo frouxo desorganizado enquanto mais internamente, há presença de
tecido conjuntivo denso, mas que também apresentam-se desorganizado.
Diagnóstico: queloide

a) b)
c) d)
Macroscopia

B1.1 - Órgão: Fígado Descrição: Pelo tamanho da peça pode-se notar que se
trata do fígado de uma criança. Observar que a arquitetura lobular encontra-se
preservada (são reconhecidos facilmente os espaços-porta maiores e as veias
centro lobulares). A alteração mais evidente nesta peça é a coloração amarelada
difusa em todo órgão. Este achado caracteriza a esteatose hepática. Em virtude
do acúmulo de gordura nos hepatócitos, o órgão como um todo deve estar
aumentado de volume. Características macroscópicas
1) Modificações na coloração do órgão (amarelado) 2) Aumento no volume e peso
e diminuição da consistência do órgão. 3) No caso do fígado as bordas do órgão
ficam abauladas e consistência amolecida, superfície externa lisa e brilhante
Diagnóstico: Esteatose hepática

a)
B1.2 - Órgão: Fígado (fatia) Descrição: A arquitetura lobular encontra-se
preservada, pelas mesmas características descritas na peça anterior. A
característica mais evidente é também uma modificação da coloração do órgão.
Normalmente o fígado tem cor avermelhada, mas neste caso encontra-se
difusamente amarelado tendo de permeio estrias ou minúsculos pontos
esverdeados, conferindo ao todo um aspecto variado característico de congestão
passiva crônica. A cor amarelada é devida a esteatose hepática. Diagnóstico:
Esteatose e Congestão passiva crônica
a)
B1.5 - Órgão: Fígado (fatia) Descrição: A coloração do órgão é mais clara que o
normal (pardacenta), o que deve corresponder a acúmulo de água nos hepatócitos
(tumefação turva ou degeneração hidrópica). Na superfície do corte, existem
pequenos pontos ou estrias esverdeadas decorrentes do acúmulo de pigmento
biliar. Diagnóstico: Degeneração hidrópica (confirmado histologicamente)
Colestase (acúmulo de pigmento biliar)

a)
B1.6 -Órgão: Aorta (segmento torácico, pela presença das artérias intercostais e
abdominal, pela presença da bifurcação nas ilíacas) Descrição: externamente
existe uma camada adventícia que contém quantidade variada de tecido
conjuntivo adiposo. A camada média é a mais desenvolvida de todas e tem
aspecto e espessura homogêneos. A íntima é a camada mais delgada e em
condições normais não pode ser separada da média macroscopicamente.
Podemos dizer que se trata da íntima apenas por estar revestindo internamente o
vaso. Nesta peça, grande parte da íntima encontra-se normal, ou seja, é
homogênea, lisa e tem coloração pardacenta. Existem, porém, algumas regiões
em que notamos estrias ou placas nitidamente amareladas, algumas das quais
fazendo saliência para a luz vascular. Esta cor amarelada corresponde a acúmulo
de gorduras na íntima e neste caso constitui as estrias ou placas lipídicas
(lipidose) e as placas ateromatosas (aterosclerose). Diagnóstico: Lipidose
Aterosclerose

a
B1.7 - Órgão: Aorta (arco aórtico): Pelas dimensões dos ramos do arco, vê- se
que se trata de aorta de criança. Descrição: Na íntima observam-se várias zonas
amareladas em forma de placas ou estrias, resultantes do acúmulo de lipídios na
região intimal. Diagnóstico: Lipidose

a)
B2.1 - Órgão: Baço (por informação) Descrição: Este órgão encontra-se muito
aumentado de peso e volume, devido à infiltração por leucemia mielóide crônica
(não visível macroscopicamente). O que chama a atenção é a presença de
numerosas áreas de tamanho e forma variadas, umas de conformação
grosseiramente triangular com base voltada para a periferia do órgão; e outras
com o aspecto de um mapa geográfico. Notar ainda que em muitas delas existe
um nítido halo branco-amarelado em sua periferia. Diagnóstico: Necrose
isquêmica
B2.2 - Órgão: Massa de tecido adiposo revestido de tecido muscular
Descrição: Observar que o tecido adiposo normal é constituído por lobos de
tamanhos variados formados por material homogêneo, untuoso e de cor
amarelada. A lesão fundamental existente está representada pelo grande número
de nódulos de tamanhos variados, branco-amarelados, homogêneos, mais
consistentes que o tecido adiposo normal e são encontrados tanto na superfície
externa quanto na de corte. Tais nódulos são conhecidos como “pingos-de-vela”.
Diagnóstico: Esteato-necrose

a)
B2.3- Órgão: Pâncreas Descrição: O pâncreas é um órgão alongado e lobulado
(cada lóbulo contém parênquima exócrino e ilhotas pancreáticas). Os lóbulos são
individualizados por tecido conjuntivo. Existe ainda quantidade variada de gordura
peri- pancreática e interlobular. Notar que em muitos locais onde existe tecido
adiposo, tanto na periferia quanto na superfície do corte, existem áreas mais
densas, branco-amareladas, que contrastam facilmente com a gordura normal.
Diagnóstico: Esteato-necrose peri e intra pancreática

a)
B2.4 - Órgão: Baço Descrição: O órgão acha-se moderadamente aumentado de
peso, volume e está quase completamente ocupado por lesões nodulares
múltiplas, de tamanhos variados, às vezes confluentes, muitas delas com
escavação central. Em uma área onde as lesões são mais extensas e confluentes
e onde praticamente não existe parênquima normal, há extrema destruição do
órgão (necrose). Na superfície externa do órgão podem-se notar os nódulos
descritos no parênquima, muitos dos quais fazem saliência sob a cápsula e alguns
provocaram inclusive sua destruição. Diagnóstico: Blastomicose
Necrose caseosa (mesmo tipo visto em tuberculose)

a)
AULA PRÁTICA 5 - CALCIFICAÇÕES E PIGMENTOS PATOLÓGICOS

Microscopia

Coração –HE A parede do coração possui uma camada denominada Miocárdio, a


qual é constituída por tecido muscular cardíaco. Observe no CORTE
LONGITUDINAL as fibras musculares cardíacas (cardiomiócitos) com citoplasma
acidófilo, repleto de miofibrilas (feixes de filamentos finos e espessos), e poucas
ramificações. O núcleo (1 ou 2 por célula) é ovoide e com localização central ou
ligeiramente excêntrico. Observe também as estriações transversais, devido a
organização dos filamentos finos e espessos. Tentar identificar os discos
intercalares unindo as células. No CORTE TRANSVERSAL, pode-se observar a
forma irregular das fibras cardíacas, núcleo central ou ligeiramente excêntrico e
sarcoplasma com miofibrilas em corte transversal. Em menor aumento, procure
na região mais interna da parede as fibras de Purkinje, fibras musculares
especializadas na condução do impulso para contração. As fibras de Purkinje
possuem halo claro ao redor do núcleo, sendo área de deposição de glicogênio.

a) b)
c) d)
Lipofuscina/coração –HE Observe em pequeno aumento, o parênquima do
miocárdio de aspecto normal, bem organizado, com as fibras cardíacas em sua
maioria em corte longitudinal, bifurcadas e formando sincícios. Entre as fibras é
possível visualizar delicado tecido conjuntivo frouxo ricamente vascularizado. Em
médio e maior aumento observe que alguns cardiomiócitos possuem o
citoplasma repleto de material granular castanho-amarelado refringente. Este
acúmulo trata-se de pigmento de lipofuscina, material intracelular que se acumula
em vários tecidos (particularmente no coração, fígado e cérebro) como
consequência do envelhecimento, por isso também conhecido como pigmento do
desgaste ou lipocromo. A lipofuscina é constituída por complexos de lipídios e
proteínas que derivam da peroxidação catalisada por radicais livres, de lipídios
polinsaturados de membranas subcelulares. O acúmulo deste pigmento não é
nocivo à célula, mas é importante como marcador de lesão antiga por radicais
livres. Diagnóstico: Pigmento de lipofuscina em tecido cardíaco.

a) b)
c) d)
Pigmento melânico - HE O fragmento desta lamina é de glândula mamaria, que
consiste de 15 a 25 lóbulos de glândulas tubuloalveolares, sendo cada destes
lóbulos separados entre si por tecido conjuntivo denso (estroma interlobular). Em
pequeno e médio aumento observe o epitélio de revestimento cutâneo
característico. Abaixo do epitélio nota-se a derme, de tecido conjuntivo denso
desorganizado bastante vascularizado. Observe a grande quantidade de tecido
adiposo unilocular presente na derme profunda. Nesta região, a quantidade de
ductos são maiores, além de ser possível encontrar várias pequenas glândulas
lactíferas (ácinos secretores). Veja como os lóbulos mamários deste fragmento
formam pequenas ilhas imersas em sua maioria em um tecido conjuntivo frouxo,
entremeadas ao abundante tecido adiposo. É possível encontrar secreção lactífera
dentro dos ductos e na porção secretora, de aspecto hialino (intensa eosinofilia).
Em maior aumento, nas proximidades dos ácinos, observe células com
citoplasma repleto de pigmento pardacento, normalmente de grumos grosseiro
sem refringência. Estas células tratam-se de melanócitos repletos de pigmento
melânico (melanina). Estes melanócitos são células neoplásicas, apresentando
anaplasias (caracterizados por não conseguir liberar a melanina produzida,
acumulando-a intracelularmente), além de apresentar morfologia fora do padrão
de normalidade. Diagnóstico: pigmento melânico (melamona metastático em
glândula mamária). a) b)
Pigmentos hemoglobínicos Observe em menor aumento como o órgão é
revestido por uma densa cápsula de tecido conjuntivo e como esta cápsula o
penetra (formando trabéculas) para dividí-lo em compartimentos incompletos.
Observe no parênquima estruturas esféricas, intensamente basofílicas, os nódulos
linfoides (ricos em linfócitos B) correspondentes a polpa branca, entremeado por
um tecido que se cora intensamente para eosina, correspondente a polpa
vermelha. A polpa vermelha é formada por cordões esplênicos, separados por
sinusoides. Os cordões esplênicos são constittúdos por uma rede frouxa de
células reticulares e fibras reticulares (colágeno tipo III) que contêm células como
macrófagos, linfócitos B e T, plasmócitos, monócitos, leucócitos, granulócitos, além
de plaquetas e eritrócitos. Em maior aumento, podem ser vistas muitas células
repletas de grânulos brilhantes dourados e/ou pardacentos, de tamanhos variados
e aspecto refringente, tratando-se de macrófagos repletos de pigmento de
hemossiderina. Também é possível visualizar vasos congestos nas trebéculas
esplênicas contendo o pigmento de hemossiderina. Obs: Pigmentos de
hemossiderina podem indicar processos hemorrágicos tardios, uma vez que sua
presença caracteriza processos tardios de degradação das hemácias.
Diagnóstico: Hemossiderose esplênica.

a) b)

c) d)
Pigmento de Antracose Note o fragmento pulmonar em pequeno e médio
aumento completamente desorganizado, contendo muitos vasos congestos,
fibrose dos septos alveolares, hemorragia e exudato devido a congestão vascular.
Em algumas áreas, é possível observar a luz alveolar preservada. Em vários locais
do fragmento é possível observar intenso depósito de pigmento negro opaco,
formando grandes aglomerados ou dispersos pelo parênquima. Em maior
aumento, em áreas de depósito dispersos, possível verificar o pigmentos no
interior de macrófagos alveolares (células de clara) isolados. Estes agregados
tratam-se de pigmentos de carbono que quando depositados nos tecidos são
chamados de pigmento de antracnose. A antracose é o pigmento exógeno mais
comum, que quando inalado, é fagocitado pelas células de clara e transportado
através de canais linfáticos para linfonodos regionais na região traqueobrônquica.
A antracose escurece estes linfonodos regionais e o parênquima pulmonar.
Diagnóstico: Antracose pulmonar.
a) b)

c) d)
Calcificação A calcificação patológica é um processo comum em uma ampla
variedade de doenças resultante do depósito anormal de sais de cálcio, em
combinação com pequenas quantidades de ferro, magnésio e outros minerais em
tecidos moles. Quando o depósito ocorre em tecidos mortos ou que estão
morrendo, é chamado de calcificação distrófica, que ocorre na ausência de
perturbações metabólicas do cálcio (isto é, com níveis séricos normais de cálcio).
No córtex renal em pequeno e médio aumento veja como a arquitetura renal é
relativamente bem preservada, podendo ser visualizadas as estruturas
histológicas características do órgão (glomérulos e túbulos renais). Apesar da
relativa preservação do parênquima, é possível verificar áreas de infiltrados
inflamatórios, congestão vascular e áreas com estrutura apagada, células de
citoplasma opaco e granuloso com núcleos picnóticos. Em alguns pontos não é
possível a visualização do núcleo (cariólise). Embora haja perda das
características morfológicas celulares do tecido, ainda observa-se a persistência
do arcabouço tecidual. A persistência do arcabouço celular eosinifílico e a
ausência de núcleos são características da necrose de coagulação que permite,
temporariamente, a identificação do órgão. Em várias áreas do córtex é possível
observar, além destas alterações necróticas, um material de intensa tonalidade
basofílica, de aspecto quebradiço, indicando a presença de material calcificado,
caracterizando a calcificação distrófica. Diagnóstico: Calcificação distrófica
renal.

a) b)
c) d)
AULA PRÁTICA 6- DISTÚRBIOS DA CIRCULAÇÃO 1

Microscopia

Edema é o extravasamento de líquido aquoso dos vasos para o espaço


intersticial; podendo ser pobre em proteínas (transudato) ou rico em proteínas e
células (exudato). As etiologias do edema incluem: aumento da pressão
hidrostática causada pela redução do retorno venoso (como na insuficiência
cardíaca); redução da pressão oncótica causada por uma redução na
concentração plasmática de albumina (devido à redução da síntese, como ocorre
nas doenças hepáticas, ou aumento da perda, como ocorre nas doenças renais);
obstrução linfática ocasionando a redução da remoção do líquido intersticial (como
ocorre nos processos de cicatrização, tumores ou determinadas infecções);
retenção renal primária de sódio (na insuficiência renal); aumento da
permeabilidade vascular (na inflamação aguda)

Edema (exsudato) O fragmento desta lâmina foi realizado na região carpal, onde
pode-se visualizar as seguintes estruturas em pequeno e médio aumento: fileira
de 5 fragmentos ósseos circulares (ossos do carpo) contendo medula óssea
amarela (tecido adiposo unilocular) em seu interior, conjunto de músculos
estriados esqueléticos que circundam os ossos do carpo e a pele que envolve toda
esta região. Na epiderme observamos o epitélio característico de revestimento e
seus anexos (pelo e glândulas sebáceas). Observe toda a extensão da derme e
perceba como as fibras colágenas (feixes espessos e finos intensamente
eosinofílicos) estão bastante espaçadas. Em vários grupos musculares também é
possível verificar afastamento intenso das fibras musculares. Esta condição é
característica de edema, onde o acúmulo de líquido no interstício resulta no
afastamento destas estruturas descritas. Em maior aumento observe a presença
de intenso infiltrado inflamatório presente especialmente nas proximidades de
feixes vásculo-nervosos, onde também é possível ver alguns vasos sanguíneos
hiperemiados. Diagnóstico: Edema com exsudato na derme.
a) b)

c) d)
Edema transudato Observe em menor aumento o fragmento contendo espaços
aéreos, característica diferencial do tecido pulmonar. Veja no fragmento muitos
alvéolos repletos de material eosinofílico homogêneo, grandes veias congestas e
bronquíolos. Em médio e maior aumento, veja como os septos interalveolares
estão espessos, com mais células e colágeno que o normal, devido à congestão
crônica. Observe também a presença de capilares contendo hemácias em seu
interior. O acúmulo do líquido extravasado (material eosinofílico homogêneo) é
observado na luz alveolar e também nos septos interalveolares. As hemácias
extravasadas devido a congestão dos capilares para a luz alveolar são fagocitadas
pelos macrófagos alveolares, dando origem ao pigmento hemossiderótico. O
pigmento é formado dentro dos macrófagos, mas fica livre no espaço extracelular
quando a célula morre. Desta forma, o pigmento pode ser visto tanto disperso pelo
corte e também no interior de macrófagos. O acúmulo de líquidos no interstício
causa redução da distencibilidade pulmonar, prejudicando a aeração e prejuízo
nas trocas gasosas por causa do espessamento dos septos. As trocas gasosas
ficam ainda mais prejudicadas quando há inundação dos alvéolos pelo líquido
extravasado. Diagnóstico: edema tipo transudato pulmonar

a) b)
c) d)
Congestão Identifique, em pequeno e médio aumento, o órgão com as suas
principais características microscópicas: espaços-porta, veias centrolobulares,
hepatócitos e sinusoides. Observe os cordões de hepatócitos delimitando os
sinusoides que estão difíceis de serem identificados devido a patologia em
questão. Em médio e maior aumento, verifique que os sinusoides assim como as
veias centrolobulares mostram-se dilatados e que, principalmente, os sinusoides
estão preenchidos por hemácias (congestão). A intensa congestão deixa a fileira
de hepatócitos mais estreita. Em maior aumento é possível observar que o
citoplasma dos hepatócitos não esta homogêneo, contendo pequenas
vacuolizações, indicando processo de degeneração (esteatose) em estágio inicial
resultante da congestão. Diagnóstico: Congestão ou hiperemia passiva
hepática (fígado em noz moscada).

a) b)
c) d)
AULA PRÁTICA 7- DISTÚRBIOS DA CIRCULAÇÃO 2

Microscopia

Artéria de médio calibre normal: De modo geral, o coração, os vasos


sanguíneos (exceto capilares e pequenas vênulas) e os grandes vasos linfáticos
são formados por três camadas ou túnicas que, da luz para a periferia, são
denominadas íntima, média e adventícia. A túnica íntima é constituída por
endotélio, sub-endotélio e por uma lâmina elástica interna, que pode ser
encontrada em certos tipos de vasos. A túnica média é constituída de fibras
musculares lisas e pequena quantidade de fibras colágenas e, dependendo do tipo
de vaso, pode apresentar quantidade variável de fibras elásticas. A túnica
adventícia é formada por tecido conjuntivo, com fibras colágenas e elásticas e,
dependendo do tipo de vaso, há certa quantidade de fibras musculares lisas. A
diferenciação entre os vasos sanguíneos pode ser feita levando-se em conta a
espessura das túnicas e a presença ou ausência de determinados componentes,
como por exemplo, as lâminas elásticas. Observar nesta preparação artérias de
médio calibre. Verificar a ocorrência das túnicas que constituem a parede das
artérias.

a) b)
c) d)
Trombo venoso Em pequeno e médio aumento verifique a diferença histológica
entre os epitélios. Na submucosa retal é possível observar dilatações das veias do
plexo hemorroidário (hemorroidas). Perceba que grande parte da luz vascular das
veias está preenchida por uma massa que em alguns casos se adere à parede da
veia. Em médio aumento, note que a massa que preenche a luz das veias é
constituída majoritariamente por hemácias, fibrina (material amorfo eosinofílico) e
hemossiderina, caracterizando um trombo venoso Neste fragmento é possível
observar trombos em três fases: recente, em organização e recanalização. Assim
que se forma, o trombo é constituído apenas por células do sangue e fibrina. A
fibrina forma grumos e/ou filamentos róseos dispostos em várias direções entre as
hemácias. Após algum tempo, células provenientes da parede vascular invadem o
trombo. São células endoteliais e fibroblastos, que se distribuem entre a fibrina e
as hemácias e são notadas pelos seus núcleos (praticamente não se observa
citoplasma). As hemácias nesta fase já estão em grande parte hemolizadas e seu
número parece menor que no trombo recente. As células se organizam para
formar pequenos capilares), que em parte confluem em outros de maior calibre.
Este processo, chamado recanalização, pode ser desde inexistente até levar à
reconstituição quase completa da luz do vaso. Grande parte dos trombos neste
fragmento se encontram em fase de recanalização, indicando ser um trombo
antigo. Diagnóstico: trombose de veias varicosas (hemorroida) em várias
fases.

a) b)
c) d)
Trombo em organização Observe a olho nu a existência de uma massa
heterogênea na luz de um vaso sanguíneo. Veja em pequeno aumento que vaso
trata-se de uma artéria (observe as camadas bem definidas do vaso, com exceção
da túnica intima) completamente obstruída por um trombo. Observe que próximo a
camada média da artéria existe uma grande celularidade, principalmente
constituída por fibroblastos (células fusiformes intensamente basofílicas) e vários
capilares neoformados repletos de hemácias. A grande hemólise das hemácias e
o acúmulo de grande quantidade de fibrina dão uma coloração mais clara no
centro do trombo. Observe também que a neoformação capilar acontece não
apenas na periferia do trombo, mas também nas túnicas media e adventícia.
Diagnóstico: trombo arterial oclusivo em organização e estagio inicial de
recanilizacao.

a) b)
Trombo Arterial Em pequeno e médio aumento, observe um grande vaso
contendo grande massa heterogênea em sua luz obstruindo-a, o que caracteriza o
mesmo como trombo. Pelas características das camadas do vaso, observe que
trata-se de uma artéria, portanto um trombo arterial oclusivo. A heterogeneidade
do trombo se deve as aparentes laminações, chamadas de linhas de Zahn, que
representam camadas de plaquetas e fibrinas pálidas, com camadas ricas em
hemácias mais escuras. Observe também a grande celularidade do trombo,
praticamente os núcleos celulares de leucócitos. Além desta marcante alteração
patológica, é possível verificar outras alterações como intensa congestão vascular,
hemorragia no parênquima pulmonar, infiltrado inflamatório além de trombos
venosos. Além destas alterações hemodinâmicas, é possível observar que existe
no fragmento depósitos de antracose e um tecido sem características pulmonares,
aparentemente um tecido glandular, devido a presença de diversos ácinos
secretores. A presença deste tecido sugere um processo de metástase pulmonar,
cuja origem da mesma não pode ser confirmada apenas pela analise histológica.
Diagnóstico: trombose arterial (trombo branco) pulmonar.

a) b)

c) d)
Macroscopia

B3.1- Órgão: Coração Descrição: Órgão bastante aumentado de volume


(cardiomegalia) apresentando no epicárdio áreas de espessamento fibroso em
placas, na face anterior do ventrículo direito, e sob a forma de minúsculos nódulos
dispostos ao longo dos ramos coronarianos. As quatro cavidades cardíacas
encontram-se dilatadas e estão em grande parte ocupadas por coágulos
sangüíneos (notar que estes são brilhantes, friáveis e não estão aderidos ao
endocárdio). Na ponta do ventrículo esquerdo existe a chamada “lesão vorticilar”
(adelgaçamento bastante pronunciado na parede cardíaca, que neste ponto fica
constituída praticamente pelo endocárdio mais epicárdio) a qual se acha ocupada
por volumoso trombo antigo e quase completamente fibrosado. Notar que este não
pode ser separado do endocárdio, pois está firmemente aderido a ele.
Diagnóstico: Cardiopatia chagásica crônica
Trombose do ventrículo esquerdo
a)
B3. 2- Órgão: Coração Descrição: Na aorta existem múltiplas placas amareladas
e salientes na luz, algumas ulceradas e às vezes hemorrágicas. O restante da
íntima mostra cicatrizes estriadas que sugerem lesão sifilítica. Mais acima, existe
volumosa dilatação da aorta, do tipo sacular, mantendo ampla comunicação com a
luz deste vaso. A lesão está praticamente preenchida por volumosos trombos
antigos; a presença de fibrose é evidente. No restante da aorta torácica existem
inúmeras placas ateromatosas. Diagnóstico: Aneurisma sacular da crosta da
aorta
Trombose ocludente

a)
B3.3- Órgão: Fígado Descrição: Observar que a arquitetura lobular está
preservada e o achado dominante é a intensa dilatação e congestão das veias
centrolobulares. Em alguns locais a dilatação é tão pronunciada que se tem a
impressão de ter ocorrido extravasamento de sangue (é possível que em alguns
locais realmente tenha havido hemorragia). Diagnóstico: Congestão passiva
crônica do fígado (fígado cardíaco)
a)
B3.4- Órgão: Esôfago Descrição: Na mucosa do esôfago, que tem pregas
paralelas e lineares no sentido de seu eixo, existem alguns vasos discretamente
dilatados e congestos. No fundo e corpo gástricos (regiões onde o pregueamento
mucoso é mais acentuado), há grande número de pequenas ou minúsculas
erosões (perda circunscrita e superficial do epitélio de revestimento), a maior parte
delas mostrando fundo hemorrágico. Na região antral observa-se muco em
quantidade normal para a região. Diagnóstico: Congestão dos vasos da
sub-mucosa do esôfago, provavelmente associada a varizes. Úlceras agudas do
estômago (lesões agudas da mucosa gastro-duodenal, LAMGD) ou úlceras de
“stress”.

a)
B3.5- Órgão: Esôfago, estômago e parte do duodeno Descrição: Observar que
quase toda a mucosa do esôfago está impregnada por sangue. O fundo gástrico
mostra ligeira hipotrofia das pregas. Diagnóstico: Hemorragia esofágica
Hipotrofia do fundo gástrico
a)
B3.6- Órgão: Rim Descrição: Externamente chama a atenção apenas a cor
pálida do órgão (normalmente o rim é bem vascularizado, contém muito sangue e,
portanto é avermelhado). Na superfície de corte, identificar a cortical medular e a
pelve. Mais uma vez o achado dominante é a coloração mais clara da cortical que
contrasta com a medular. Esta modificação da cor se deve a pouca quantidade de
sangue existente no órgão. Diagnóstico: Oligoemia

a)
B3.7- Órgão: Rim Descrição: Notar que a superfície externa encontra-se
bastante irregular pela presença de várias depressões na cortical. Estas são de
formas e tamanhos variados, geralmente rasas e extensas e correspondem à zona
de cicatrizes no parênquima renal. Diagnóstico: Enfartes renais antigos
a)
B3.8- Órgão: Pulmão Descrição: Observar que em grande parte a pleura
encontra-se coberta por uma grande quantidade de material róseo (fibrina). Em
outras áreas, a pleura visceral encontra-se irregularmente espessada e existem
sinais de aderências como folheto parietal que foram seccionadas quando o órgão
foi retirado do cadáver. Na superfície de corte a maior parte do parênquima está
preservada (o desenho alveolar está evidente). Observar que em um lobo existe
uma área muito extensa em forma de mapa geográfico em que a consistência está
muito aumentada e existe um halo claro na sua periferia. Próximo da pleura de
cisura interlobular (que se acha muito espessada e aderida à pleura do lobo
adjacente) existe escavação da lesão e onde pode-se encontrar material necrótico
e pardacento misturado com sangue. No outro lobo existe lesão com as mesmas
características, exceto pela ausência de escavação. Diagnóstico: Enfartes
pulmonares
Pleurite crônica fibrosante

a)
AULA PRÁTICA 8- INFLAMAÇÃO

Microscopia
Miocardite chagásica O músculo cardíaco não patológico é constituído por
células alongadas e ramificadas, que se prendem por meio de junções
intercelulares complexas. Essas células, chamadas de cardiomiócitos, apresentam
estriações transversais semelhantes às do músculo esquelético, contendo apenas
um ou dois núcleos localizados centralmente. As fibras cardíacas são circundadas
por uma delicada bainha de tecido conjuntivo, contendo abundante rede de
capilares sanguíneos. Na lâmina, em pequeno e médio aumento observe
extensa fibrose do miocárdio e moderado infiltrado inflamatório difuso entre os
cardiomiócitos. Observe que o tecido conjuntivo fibrótico contem vários vasos
sanguíneos congestos. Em maior aumento, veja que o infiltrado inflamatório é
inespecífico, composto por células mononucleares. Há também intensa hipertrofia
vicariante das fibras miocárdicas, para compensar as que sofreram necrose após
parasitismo pelo T. cruzi. Nesta fase da doença não se observam ninhos de
amastigotas, característicos da fase aguda. Diagnóstico: Miocardite chagásica
crônica.

a) b)

c) d)
Apendicite Aguda Veja em médio aumento a camada mucosa (mais interna) e
observe que houve uma erosão ou ulceração do epitélio de revestimento, que foi
quase completamente destruído, restando em alguns pontos apenas algumas
criptas intestinais. É bem evidente observar que em todas as camadas do órgão
existe um exudato fibrino-leucocitário, caracterizado especialmente por uma
grande celularidade. Ë possível observar também vasos sanguíneos congestos
(vasos repletos de hemácias), especialmente os vasos sanguíneos subserosos.
Em maior aumento. Observe que a grande celularidade do órgão se trata de um
intenso infiltrado leucocitário, majoritariamente de neutrófilos, caracterizando-se
um exudato de polimorfonucleares. O intenso infiltrado inflamatório atinge todas as
camadas dos órgãos mas são mais facilmente observados nas camadas
submucosa, muscular (entre as células musculares lisas) e também na camada
serosa. Nestas camadas observam-se também filamentos de fibrina. Nos vasos
sanguíneos congestionados, observe que além das hemácias é também possível
observar marginação dos neutrófilos. Estas características indicam uma resposta
inflamatória aguda do apêndice, devido aos sinais de exsudado, neutrofilia,
vasodilatação, congestão, diapedese e transmigração.

Diagnóstico: Processo inflamatório agudo em apêndice cecal - apendicite


aguda.

a) b)

c) d)
Células gigantes de Langhans e Corpo estranho Embora com sua arquitetura
completamente alterada e comprometida, esta lâmina trata-se de dois fragmentos
de linfonodos. Em pequeno e médio aumento observe a cápsula fibrosa
revestindo todo órgão espessada e que o parênquima foi substituído por um
processo inflamatório intenso e difuso, associado a extensas áreas fibrose,
fazendo com que a arquitetura original do tecido fosse perdida. Em alguns pontos
focais ainda é possível observar arquitetura dos folículos linfoides razoavelmente
preservada. Em médio e maior aumento, observe o infiltrado inflamatório
contendo células mononucleares (linfócitos, plasmócitos e histiócitos), ao lado de
numerosas células gigantes do tipo Langhans e corpo estranho, constituindo
granulomas. Veja também grande número de estruturas identificáveis como
paredes celulares de fungos da espécie Aleurisma brasiliensis dentro de vacúolos
citoplasmáticos no interior dos granulomas com intensa refringência.
Encontram-se também células epitelioides. Em torno dos granulomas que ora se
apresentam grandes ora menores, observa-se proliferação de faixas de tecido
conjuntivo fibroso. Diagnóstico: inflamação crônica granulomatosa contendo
células gigantes de Langhans (a e b) e Corpo estranho (c e d)

a) b)

c) d)
CL

CE
Estômago Normal O estômago, que é uma dilatação do tubo digestivo,
apresenta-se revestido por epitélio simples prismático, com diferentes glândulas
na túnica mucosa denominadas cárdicas, fúndicas e pilóricas. A localização das
glândulas depende da região gástrica observada. A submucosa não apresenta
glândulas e a muscular conta com uma terceira camada de fibras lisas. O
estômago é dividido nas regiões cárdicas, corpo, fundo e pilórica. No estômago,
especialmente na região fúndica, observa-se que o epitélio forma invaginações em
direção à lâmina própria, que são chamadas de fóveas ou fossetas gástricas. Na
túnica mucosa da região fúndica há glândulas que se abrem no fundo (base) das
fossetas. São as glândulas fúndicas, formadas por células principais basófilas e
parietais acidófilas.
a) b)

c) d)
Gastrite Crônica atrófica Pequeno aumento: examinar inicialmente as regiões
da faixa arroxeada que correspondem à mucosa a qual é formada por fossetas ou
favéolas gástricas (estrutura tubulares e alongadas que se abrem na superfície da
mucosa) associadas a glândulas mucosas células com núcleo basal e citoplasma
amplo, cilíndrico e claro. Logo abaixo da mucosa encontramos a submucosa
gástrica aonde se vê tecido conjuntivo e numerosos vasos sanguíneos (artérias,
veias e capilares) e mais abaixo existe a camada muscular (tecido muscular liso).
A quarta (a mais externa) é a serosa que nesta lâmina encontra-se bastante
espessada (corresponde aproximadamente a 1/3 da espessura total do corte,
quando deveria ser uma membrana bastante delgada) onde encontramos tecido
conjuntivo com numerosos vasos sanguíneos e grande quantidade de tecido
adiposo. Acompanhar agora toda a extensão da mucosa a partir de uma
extremidade e observar que ela desaparece na região da escavação como
também desaparecem as camadas submucosa e muscular (observar a interrupção
da continuidade dos feixes de músculo liso) e notar então que o fundo (base da
lesão escavada) encontra-se na porção media da serosa. Todas estas alterações
constituem uma úlcera que no caso é bastante volumosa e profunda. Médio e
grande aumento: observar novamente nas bordas da úlcera, onde existe muco
normal, pois existe maior número de células epiteliais formando estruturas
glandulares que são pequenas, justapostas, as células são cuboides e o
citoplasma contém escassa ou nenhuma quantidade de muco. Nestas glândulas
pode-se observar com certa frequência a ocorrência de figuras de mitose e por
tudo isso tem uma coloração mais escura. Notar ainda que nesta glândula,
algumas células apresentam um amplo vacúolo claro em seu citoplasma e o
núcleo encontra-se deslocado na periferia; são células caliciformes. Como no
estomago normal não encontramos células deste tipo, e achando a lâmina nos
permite concluir que se trata de metaplasia intestinal. Observar ainda que ao lado
destas glândulas pequenas existam outras poucas, irregularmente dilatadas como
também que a espessura da mucosa encontramos discreto infiltrado
predominantemente de mononucleares mas contendo também numerosas
eosinófilos. Observar agora o restante de contorno da úlcera e notar que existe
nele uma estreita faixa de células inflamatórias onde encontramos tanto mono
quanto PMNs, mas de modo especial, grande numero de eosinófilos. Mais
externamente a este infiltrado inflamatório e ocupando uma área de difícil
delimitação e extensão, encontramos tecido de granulação que é formado por
tecido conjuntivo com poucas células e fibras e grande numero de pequenos
vasos sanguíneos de tipo capilar, alguns deles ainda sem luz definida (brotos
vasculares) misturados com pequeno número de células inflamatórias. Mais
externamente existe tecido conjuntivo, agora mais celular, particularmente
envolvendo lóbulos de tecido gorduroso. Observar que em toda a espessura do
corte se encontra infiltrado inflamatório com as características descritas, ora focal
ora difuso, por vexes muito escasso. Úlcera péptica. Gastrite crônica atrófica.
a) b)

c) d)
AULA PRÁTICA 9- TRANSTORNOS DO CRESCIMENTO E DA
DIFERENCIAÇÃO CELULAR I

Microscopia
Hipertrofia do Miocárdio A hipertrofia é caracterizada pelo aumento dos
constituintes estruturais e das funções celulares, resultando em aumento
volumétrico das células e órgãos afetados. Para que ocorra hipertrofia o
fornecimento de oxigênio e de nutrientes deve ser maior para atender as
exigências da célula, manter seus sistemas enzimáticos íntegros e a inervação
preservada. Nesta lâmina podemos observar um aumento no volume das células e
fibras do músculo cardíaco. Médio aumento: A arquitetura básica do órgão está
mantida, mas o fluxo de sangue para o local está aumentado, podendo ser
observado a presença de muitos vasos congestos. Além disso, observa-se
também aumento do volume da fibra muscular e do núcleo das células.
Observa-se também extensa área de fibrose (infarto) e presença moderada de
infiltrado inflamatório. Maior aumento: Pode-se observar aumento do volume
nuclear, devido a poliploidia (divisão do núcleo, mas sem divisão da célula).
Diagnóstico: Hipertrofia do Miocárdio

a) b)

c) d)
Próstata normal (a) (b) 1) Constituída por 30 a 50 glândulas túbulo-alveolares
ramificadas, cujos ductos desembocam na uretra prostática. 2) As glândulas
túbulo-alveolares da próstata são formadas por um epitélio cubóide ou
pseudo-estratificado colunar. 3) Um estroma fibromuscular cerca as glândulas. 4)
É envolvida por uma cápsula fibroelástica rica em músculo liso. 5) As glândulas
produzem secreção e a armazenam para expulsá-la durante a ejaculação. 6) Sua
estrutura e função são reguladas por testosterona.
Hiperplasia de próstata (c) (d) (e) (f) Microscopicamente, observa-se aumento no
número de células do órgão em consequência do aumento das mitoses. Só ocorre
em órgãos com capacidade replicativa. As células se multiplicam de forma limitada
e conservam os mecanismos de controle do ciclo celular, sendo classificada como
um processo reversível, pois quando se retira o agente causador o processo de
hiperplasia cessa. Menor aumento: Na lâmina podemos observar regiões normais
e regiões com um processo de hiperplasia de próstata causada por excesso de
hormônios, onde o epitélio prostático hiperplásico forma projeções papilíferas para
dentro das glândulas. Observar também a presença moderada de infiltrado
inflamatório intersticial. Maior aumento: As células epiteliais são colunares, com
citoplasma claro de aspecto mucoso, e são mais altas que as da próstata normal.
As dobras do epitélio glandular são também mais pronunciadas que na glândula
normal. Em alguns lugares é possível observar que as glândulas são formadas por
uma dupla camada de células epiteliais: uma mais interna, de células colunares
proeminentes, e uma camada periférica de células basais achatadas. O encontro
da dupla camada tem importância para definir a benignidade do processo (ou seja,
que se trata de hiperplasia, e não neoplasia) já que nos carcinomas há perda da
dupla camada. Diagnóstico: Hiperplasia prostática
a) b)

c) d)
e) f)
Esôfago Normal Mucosa: 1) Epitélio de revestimento estratificado pavimentoso 2)
Lâmina Própria: Tecido conjuntivo frouxo rico em vasos e nervos 3) Muscular da
mucosa: Músculo liso as fibras se apresentam longitudinalmente Submucosa: 1)
Tecido conjuntivo denso não modelado com a presença de glândulas
túbulo-acinosas compostas mistas. Pode ser visto o plexo venoso submucoso
Muscular: 1) Na porção superior do esôfago é formada por músculo estriado
esquelético, na média: Músculo estriado esquelético + músculo liso, na inferior:
Músculo liso. 2) Duas camadas musculares, sendo a interna circular e a externa
longitudinal. Adventícia: 1) Encontrada em quase toda a extensão do órgão, com
exceção da porção distal que atravessa o diafragma e passa para serosa
(conjuntivo+mesotélio).

a) b)
c) d)
Displasia esofágica – Lesões Pré-malignas Displasia é uma condição adquirida
caracterizada por aumento da proliferação e perda da diferenciação nas células
afetadas. A atipia mais importante da displasia é a cariomegalia, resultante de
alterações no teor do DNA, além de anaplasias (perda da diferenciação), e outras
atipias como pleomorfismo e hipercromasia. Todas estas alterações enquadram as
displasias no grupo das lesões pré-neoplásicas. Menor aumento: Nesta lâmina
observamos uma displasia esofágica, onde aparecem regiões de
hipercelularidade, proporcionando aumento considerável da espessura da camada
epitelial, especialmente da camada basal. Em outras regiões encontramos
hipercromasia do epitélio caracterizando intensa basofilia. Neste aumento pode-se
observar também hialinização do epitélio (róseo claro). Maior aumento:
Observa-se perda da estratificação, pois há uma desorganização das camadas
celulares. Ainda em maior aumento é possível observar o pleomorfismo celular e
nuclear. Observar a presença de figuras de mitose mais abundantes que o normal,
aparecendo em locais anormais no epitélio. Observar novamente hialinização do
epitélio provocado pela presença de degeneração hidrópica e espongiose (edema
intra e intercelular na epiderme). Uma atipia bem interessante de se notar é a
presença de vasos sanguíneos na camada epitelial. Diagnóstico: Displasia
esofágica

a) b)
c) d)
Metaplasia escamosa de Brônquio Caracterizada pela mudança de um tecido
adulto (epitelial ou mesenquimal) em outro da mesma linhagem embrionária. Um
epitélio se transforma em outro tipo de epitélio, mas não se modifica em tecido
mesenquimal. Em termos genômicos metaplasia resulta da inativação de alguns
genes e de repressão de outros. Na lâmina podemos observar uma metaplasia do
epitélio brônquico devido à agressão persistente, provavelmente tabagismo.
Menor e médio aumento: identificar regiões onde estão presentes tecido
cartilaginoso que constituem a parede dos brônquios. Próximo ao epitélio observar
regiões de infiltrado inflamatório e grande quantidade de vasos congestos.
Observar a grande desorganização do parênquima pulmonar, bastante
comprometido em reposta à irritação crônica. É possível observar também
grandes áreas de fibrose. Maior aumento: Observar metaplasia do epitélio
brônquico que encontra-se estratificado, lembrando que o epitélio normal antes o
epitélio era pseudoestratificado ciliado. Em alguns pontos, além da estratificação
do epitélio é possível observar o epitélio pavimentoso, ou seja, as células não são
mais colunares e sim achatadas. Diagnóstico: Metaplasia escamosa de
Brônquio

a) b)
c) d)
Neoplasias: Caracterizada pela formação de uma massa anormal do tecido, que
surge pela proliferação celular descontrolada, anormal e autônoma em geral com
perda ou redução de diferenciação, em consequência de alterações em genes e
proteínas que regulam a multiplicação e a diferenciação de células. Quando ocorre
em um órgão sólido, o maior número de células de uma neoplasia forma um tumor.
As neoplasias podem ser divididas em benignas e malignas. As benignas
geralmente não são letais nem causam sérios transtornos ao hospedeiro. As
malignas em geral têm crescimento rápido e provocam perturbações
homeostáticas graves que podem evoluir para a morte do indivíduo.
Características Gerais das Neoplasias benignas: Os tumores benignos são
caracterizados por uma massa volumosa, bem delimitada (encapsulada), com
crescimento expansivo e usualmente lento, onde estão ausentes ulcerações,
metástases e processos degenerativos e necróticos. Histologicamente apresentam
características semelhantes ao tecido de origem, com raras figuras de mitose
vascularização e celularidade quase normais. Os teratomas podem ser benignos
ou malignos, no entanto, é mais comum teratomas benignos

Teratoma Tumor benigno originário de células toti ou multipotentes que se formam


nas gônadas (testículos e ovários). Como se originam de células pluripotentes, os
teratomas são constituídos por tecidos derivados de mais de um folheto
embrionário. Neste tipo de tumor, observamos a diferenciação de tecidos que
formam estruturas organoides variadas como pele e anexos, ossos, dentes, porém
misturados desordenadamente. Nesta lâmina, a olho nu é possível observar 4
grandes áreas circulares, onde três destas regiões possuem material claro e uma
região apresenta material escuro (coloração hematoxilina). Menor e médio
aumento: Observar regiões de pele com epitélio estratificado e camada granulosa
repleta de grânulos de querato-hialino. Logo abaixo do epitélio vemos o conjuntivo
rico em glândulas sebáceas e vasos sanguíneos. Observar glândulas sebáceas e
folículos pilosos, além de glândulas do tipo intestinal. Pode se observar também
regiões de osso. Observar regiões com folículo primário multilaminar e regiões de
estroma com infiltrado inflamatório. Observar o tecido adiposo e região
hipercorada que corresponde à um corpo lúteo. Maior aumento: Observar a
presença de glândulas mucosas, músculo liso e osso. Observar próximo a pele
regiões de tecido nervoso com substância branca ao redor e corpos de neurônio
no centro. Observar regiões de folículo piloso e ao redor tecido nervoso com
substância branca. Diagnóstico: Teratoma benigno de Ovário
a) b)

c) d)

e) f)
Mama normal (a) Menor aumento: Observar em uma das extremidades do corte
a região do mamilo, onde podem ser vistos ductos mamários fazendo contato com
o ambiente externo. Observar a presença de glândulas mamárias que se
distribuem por toda a mama, porém se concentram na área próxima ao mamilo.
Observar a presença de vários lóbulos que é a unidade secretora da mama.
Dentro dos lóbulos estão os ácinos, responsáveis pela secreção de leite. Os
lóbulos são estruturas de contorno mais ou menos circular, circundados por
estroma interlobular (tecido conjuntivo fibroso denso). Nos ductos mamários é
possível visualizar uma dupla população de células: internamente células epiteliais
e externamente, células mioepiteliais. Maior aumento: Entre os ácinos podem ser
vistos o estroma intralobular. Nos ductos mamários é possível visualizar uma dupla
população de células: internamente células epiteliais e externamente, células
mioepiteliais.

Adenomioepitelioma (b) (c) (d) (e) Tumor benigno composto pela proliferação de
células epiteliais e mioepiteliais. A diferenciação com carcinomas complexos bem
diferenciados pode ser difícil. A presença de cápsula, ausência de necrose e
atipia, e a atividade mitótica baixa dão suporte ao diagnóstico. Menor aumento:
Observar a presença de uma cápsula de tecido conjuntivo circundando uma região
hipercorada (basofílica). Observar também proliferação neoplásica, constituídas
por estruturas tubulares formadas por células epiteliais e mioepiteliais. Observar
abundante tecido conjuntivo entre as células epiteliais e mioepiteliais.
Diagnóstico: Adenomioepitelioma mamário

Adenoma de mama – Tumor benigno de mama Também chamados de


fibroadenomas, é o tumor benigno mais comum em mulheres em idade
reprodutiva. Mama Normal: Menor aumento: Observar em uma das
extremidades do corte a região do mamilo, onde podem ser vistos ductos
mamários fazendo contato com o ambiente externo. Observar a presença de
glândulas mamárias que se distribuem por toda a mama, porém se concentram na
área próxima ao mamilo. Observar a presença de vários lóbulos que é a unidade
secretora da mama. Dentro dos lóbulos estão os ácinos, responsáveis pela
secreção de leite. Os lóbulos são estruturas de contorno mais ou menos circular,
circundados por estroma interlobular (tecido conjuntivo fibroso denso). Observar a
grande quantidade de tecido adiposo entre os lóbulos normais.
a) b)
c) d)
AULA PRÁTICA 10- TRANSTORNOS DO CRESCIMENTO E DA
DIFERENCIAÇÃO CELULAR II

Microscopia

Características gerais das Neoplasias malignas: Os tumores malignos são


caracterizados por elevada taxa de crescimento que apresenta figuras de mitose
frequentes com crescimento do tipo infiltrativo e destrutivo, com elevada taxa de
crescimento. Apresenta limites imprecisos e ulcerações constantes e metástases
frequentes. Geralmente estão associados à recidivas e caquexias, além de
apresentarem degenerações e necroses frequentes. Histologicamente apresentam
atipias celulares com vascularização aumentada e ainda assim deficiente, várias
figuras de mitose com celularidade aumentada.

Adenocarcinoma de Mama (HE) O carcinoma de mama é o tumor maligno mais


frequente no sexo feminino (30%) de todos os cânceres) e afeta uma em cada
nove mulheres ao longo da vida. Neste grupo estão os carcinomas que infiltram no
estroma e podem ser divididos em dois grandes grupos: Ductais e lobulares. Nesta
Lâmina observamos o carcinoma ductal, mais comum, responsável por 75% dos
casos. As células formam estruturas glandulares, ninhos sólidos, trabéculas ou
ilhotas em padrões variados. As células apresentam núcleos pequenos, regulares,
cromatina homogênea e poucas mitoses até células grandes com núcleos
irregulares, nucléolos evidentes e elevado índice mitótico. Na lâmina observa- se
também pouca diferenciação dos ductos, com escassa formação tubular, alto grau
nuclear e frequentes mitoses, alteração da relação núcleo/citoplasma, além de
anaplasias. Observa-se a invasão do tecido epitelial no tecido conjuntivo
adjacente, formando estruturas semelhante a glândulas com denso aglomerado
celular. Na profundidade, o tumor se propaga extensamente transformando-se em
trabéculas (trave de tecido neoplásico) podendo ser encontradas com delgada
camada celular. Observa-se em algumas regiões que as células neoplásicas
formam cordões sólidos infiltrativos com dando ao tecido aspecto desordenado,
com espaços entre os cordões. Presença de intenso infiltrado inflamatório,
moderada fibrose, regiões de necrose e abundante vasos congestos, hemorragias,
áreas de formações ósseas e cartilaginosas. Diagnóstico: adenocarcinoma
mamário
a) b)

c) d)
Mamilo
AC
Metástase de tumor de mama no fígado O fígado é sede comum de tumores
metastáticos. Cânceres de cólon, pulmão, estômago e mama são os que
frequentemente originam metástases hepáticas. As principais características das
metástases é formar nódulos múltiplos variados, provocando às vezes
hepatomegalia. As metástases geralmente reproduzem a estrutura dos tumores
primários e nelas são frequentes degenerações, necroses e hemorragias. Em
geral o encontro de metástases hepáticas implicam em sobrevida curta e mau
prognóstico. Maior e médio aumento: Presença de vários nódulos neoplásicos
em meio ao parênquima hepático, vasos e sinusóides congestos. Os nódulos
neoplásicos são de diversos tamanhos, formando desde grandes massas
(normalmente com área de necrose e fibrose no centro) a pequenos ninhos
imersos no parênquima hepático. Outra característica destes nódulos é a
marcante basofilia contrastada com a maior eosinofilia hepática. Observar regiões
de infiltrado inflamatório e invasão da cápsula hepática pelos grandes focos da
metástase. Menor aumento: Observa-se pigmentações do tipo hemossiderina no
interior de macrófagos e em vasos congestos. Observe nos grandes nódulos a
neoformação vascular, o grande pleomorfismo celular, além de algumas figuras de
mitose. Diagnóstico: Metástase de tumor de mama no fígado

a) b)

c) d)
M
M
Macroscopia

B5.1 - Órgão: Útero Descrição: Em uma das faces laterais do fundo uterino
existe volumosa massa neoplásica, encapsulada, bocelada, que ao corte é
constituída por tecido de consistência bastante firme e de aspecto fasciculado.

Diagnóstico: Leiomioma (sub-seroso)

a)
B5.2 - Órgão: Massa neoplásica (retirada do ovário) Descrição: A lesão é bem
delimitada e completamente encapsulada tendo ao corte ampla cavidade
preenchida por material pastoso, abundante tecido gorduroso; contendo áreas
cartilaginosas e calcificada e grande quantidade de pêlos.

Diagnóstico: Teratomacístico do ovário (Cisto dermóide)

a)
B5.3 - Órgão: Massa de tecido adiposo Descrição: A massa é constituída por
vários lobos de tecido adiposo amarelo, aderidos entre si, e revestidas por delgada
cápsula conjuntiva.

Diagnóstico: Lipoma

a)
B5.4 - Órgão: Pele Descrição: Pequeno retalho de pele em cuja derme profunda
existe lesão nodular delimitada por delgada cápsula e contendo material pastoso
sem sua cavidade.

Diagnóstico: Cisto epidérmico

a)
B5.5 - Órgão: mama (cortes) Descrição: Observar que a massa normal é
constituída por abundante tecido gorduroso septada por quantidade variada de
tecido conjuntivo. Nos vários cortes nota-se massa neoplásica constituída por
tecido de coloração branco- amarelada, firme, de limites imprecisos, não
encapsulada e infiltrante no tecido adjacente e na pele.

Diagnóstico: Carcinoma invasor

a)
B5.6 - Órgão: Retalho de pele (por informação, da parede abdominal)
Descrição: Na porção central da pele nota-se lesão nodular, castanho-escuro,
saliente na superfície, ulcerada e com áreas de hemorragia. Na base da mesma
existe infiltração nodular da derme e da hipoderme.

Diagnóstico: melanoma nodular (confirmado histologicamente)

a)
B5.7 - Órgão: Pulmão Descrição: Verificar ao corte que existem vários nódulos
brancacentos de tamanhos variados, muitos deles confluentes, formando na
periferia do órgão uma massa volumosa que faz saliência na superfície.

Diagnóstico: Metástases pulmonares

a)

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